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Gestão De Equidade - Métodos E Estratégias De Ensino Eficazes Usadas Em

Turmas Diversificadas

Equity Management - Effective teaching methods and strategies used in


diverse classes

Conquisto Dispencio Guilherme1


conquistoguilherme@gmail.com

Resumo
Este trabalho “Gestão De Equidade - Métodos E Estratégias De Ensino Eficazes Usadas Em Turmas
Diversificadas”, faz parte deste compromisso. O estudo lançou mão de bases acadêmicas e de
experiências de escolas para desenhar possibilidades nessa tríade Educação Integral-Equidade-Ensino e
Metodologias eficazes. O trabalho foi feito realizando um estudo teórico e bibliográfico através de livros
e artigos acadêmicos. E a partir desses fundamentos teóricos, compreende-se, assim, que a
diversificação de estratégias de ensino-aprendizagem é um tema pertinente face ao desenvolvimento e
evolução do panorama educacional. Com esta investigação compreendeu-se que a diversificação de
estratégias de ensino-aprendizagem pode augurar uma aprendizagem eficaz. Deste modo, este estudo
baseia-se numa reflexão sobre questões como a importância da aprendizagem eficaz, a interação entre
ensino e aprendizagem, a interação do ensino-aprendizagem com a aplicação de diversas estratégias e a
adequação das estratégias a cada turma específica, tendo sempre em mente uma aprendizagem cabal e
eficaz dos conteúdos da disciplina

Palavras-chave: Escola. Estudantes, Equidade, Metodologia


Abstract
This work “Equity Management - Effective Teaching Methods and Strategies Used in Diverse Classes”, is part of
this commitment. The study used academic bases and school experiences to design possibilities in this triad of
Integral Education-Equity-Teaching and Effective Methodologies. The work was carried out by carrying out a
theoretical and bibliographical study through books and academic articles. And based on these theoretical
foundations, it is therefore understood that the diversification of teaching-learning strategies is a pertinent topic
given the development and evolution of the educational panorama. With this investigation it was understood that the
diversification of teaching-learning strategies can augur effective learning. Therefore, this study is based on a
reflection on issues such as the importance of effective learning, the interaction between teaching and learning, the
interaction of teaching-learning with the application of different strategies and the adequacy of strategies to each
specific class, always taking into account in mind a complete and effective learning of the contents of the subject

Keywords: School. Students, Equity, Methodology

1
Departamento de pós-graduação, Mestrado em Administração e Regulação de Educação na
Academia Militar “Marechal Samora Machel,
1. Introdução

A educação avançou significativamente nos últimos anos, especialmente no que diz respeito ao
acesso e permanência dos alunos e estudantes no Ensino. No entanto, diante do desafio de incluir
no sistema milhões de estudantes em tão pouco tempo, optamos por políticas educacionais
massificadas, pouco efetivas diante de contextos de profunda desigualdade nas cidades e distritos
e que se traduziram em escolas, muitas vezes, excludentes, pouco conectadas com seus
territórios, com as identidades e interesses dos seus estudantes e com as necessidades de
aprendizagem da sociedade contemporânea.

Esta realidade se reflete duplamente no Ensino Médio e Superior. Tanto em relação ao acesso e
permanência quanto aos índices de aprendizagem, esta etapa se mostra um enorme desafio para o
pais. E são muitos os factores que contribuem para isso: modelo escolar essencialmente
instrucional e fragmentado, de conteúdo, pobre em interações e pouco interessante para os
estudantes; jornada escolar insuficiente; visão de curto prazo na gestão pública traduzida na
descontinuidade crônica das políticas; e desarticulação da política educacional com políticas
voltadas para a juventude que poderiam apoiar a escola na consecução de seus objetivos.

Neste contexto, a educação integral vem sendo construída pelo movimento que ganhou força no
final da década de 90, como uma concepção que se propõe a constituir políticas educacionais e
práticas educativas inclusivas e emancipatórias. Ao reposicionar o estudante e seu
desenvolvimento no centro do processo educativo, reconhecendo-o como sujeito social,
histórico, competente e multidimensional, a educação integral tem contribuído para reconectar o
sentido da escola e da educação na vida dos estudantes.

No entanto, é fundamental que esta concepção se reflita na modelagem de políticas públicas, no


modelo de gestão das escolas e, em ultima instancia, nas práticas de nossos educadores e
educadoras, tendo como horizonte comum a formação de sujeitos capazes de constituir seus
projetos de vida com autonomia e responsabilidade pessoal e coletiva.

Para isso, compreendemos que é fundamental buscarmos evidências e referências bem sucedidas,
promover o diálogo e a troca entre todos os agentes envolvidos nessa grande teia que é a
Educação e oferecer elementos concretos que inspirem e apoiem nossos educadores.

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Este trabalho “Gestão De Equidade - Métodos E Estratégias De Ensino Eficazes Usadas Em
Turmas Diversificadas”, faz parte deste compromisso. O estudo lançou mão de bases acadêmicas
e de experiências de escolas para desenhar possibilidades nessa tríade Educação Integral-
Equidade-Ensino e Metodologias eficazes.

Estruturalmente, de início, o artigo contextualiza brevemente a política educacional entre o


período colonial e a independência de Moçambique: a marcha percorrida. Depois, analisa o
processo da gestão e da administração do SNE. Em seguida, examina as respostas dos
entrevistados por forma a compreender a gestão e a administração do SNE e sua eficiência. Por
fim, apresenta alguns ajuizamentos que emergem da pesquisa nas considerações finais.

2. Metodologia

O procedimento de pesquisa mais adequado para o delineamento deste trabalho foi a revisão
bibliográfica com procedimento descritivo-dedutivo. Quanto à abordagem, será apresentada uma
pesquisa qualitativa, que de acordo com Lakatos e Marconi (2007), ajuda a identificar questões e
entender porque elas são importantes. Esta abordagem revelou-se a mais adequada porque a
investigação privilegiou a análise da percepção de autores sobre o papel da escola no processo de
socialização dos estudantes.

3. Resultados e Discussão

O tema proposta enfatiza dois aspectos distintos porem relacionados, são eles> Gestão De
Equidade e Métodos e Estratégias de Ensino Eficazes usadas em Turmas Diversificadas. Por
forma a compreensao melhorada, devemos apresentar em semparado e depois relaciona-los.

3.1.Gestão De Equidade

Embora sejam confundidos como se fossem sinônimos, “equidade” e “igualdade” não são a
mesma coisa, sendo que o segundo conceito se apresenta como uma meta mais complexa. Em
resumo, igualdade é dar a todos os mesmos recursos. Equidade significa dar a cada estudante
acesso aos recursos de que precisa para aprender e prosperar, resolvendo lacunas de realização e
oportunidade, assim como combater preconceitos. Equidade na educação é reconhecer que
existem desequilíbrios de poder nos contextos históricos e modernos de raça, habilidade, gênero,

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orientação sexual, histórico financeiro, educação etc. e levar em conta essas diferenças a fim de
melhorar o sistema e a vida diária do máximo número possível de discentes e educadores
(Berbaum, 1992).

Isso significa levar em conta e apoiar melhor as diferenças individuais, porque alguns alunos
precisam de atenção extra ou permissões para superar contratempos em sua vida pessoal. Regras
como punição por atraso, ausência ou tempo individual igual com o professor podem ser injustas
quando se levam em consideração as razões de cada um quanto à necessidade de apoio. Além
disso, práticas como códigos de vestimenta (incluindo penteados) que apresentam um padrão
duplo com base em raça, gênero ou tipo de corpo podem, por definição, ser discriminatórias.

Para além da política do município ou estado, a gestão escolar – enquanto conjunto de agentes
que organizam e coordenam a implementação do Projeto Político Pedagógico -, quando em
diálogo com a perspectiva da educação, deve assumir a centralidade do(a) estudante e incorporar
suas demandas ao desenho curricular e na organização dos tempos, espaços e agentes
envolvidos(as) na sua aprendizagem e desenvolvimento.

“É preciso lembrar que há dois significados para gestão escolar: ou é a direção da escola
ou é o aparato das Secretarias. Existe uma dualidade aqui: existe a gestão da escola e
outra gestão de cima, hierarquizada. Quando essas duas gestões não entram em conflito, o
gestor da escola meramente executa o que ‘veio de cima’, pela Secretaria.” Elie Ghanem.

Ao mesmo tempo em que o Estado deve desenvolver políticas que promovam o desenvolvimento
integral das pessoas e a progressiva ampliação do tempo educativo ofertado, a gestão escolar
deve assumir os processos pedagógicos como estruturantes das outras atividades. Isto é, as
escolhas para investimento dos recursos, a organização das salas de aula, a relação com as
famílias e territórios, a organização dos horários de planejamento de professores(as) e a escuta
dos(as) alunos(as) – tudo deve estar em função de atender à multidimensionalidade do(a)
estudante.

É portanto importante estabelecer a equidade na educação como meta anual consistente e


contratar professores de diversas origens, que sejam capazes de se relacionar e trabalhar com
todos os tipos de estudantes. Quando esse conceito faz parte da missão e do plano estratégico de

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uma escola, fica mais fácil fazer um brainstorm, compartilhar e desvendar suas muitas camadas.
Os melhores líderes valorizam a emoção, promovem discussões e tratam todos com respeito.

Embora isso pareça uma cortesia óbvia, a gestão escolar de uma escola ideal sabe que realmente
deve ouvir as histórias de outras pessoas e trabalhar como aliados para elevar a todos. Equidade
envolve dar voz a grupos ou indivíduos marginalizados, assim como garantir que discussões,
divergências e até mesmo raiva sejam expressas. Enquanto uma pessoa pode se sentir um pouco
desconfortável ao confrontar seu privilégio, outra se sentiu excluída, não ouvida, insegura,
julgada e/ou objetificada de diferentes maneiras durante anos.

Seguem-se alguns aspectos descritos por Berbaum, (1992) que professores e gestores podem
considerar para dar maior vasão a equidade na educação:

i. Abordar as diferenças e responda perguntas- Ao promover a equidade na educação,


os líderes educacionais devem saber como enfrentar equívocos comuns e básicos. Por
exemplo, alguém pode argumentar que o conceito causa divisão.
ii. Reconhecer que a aprendizagem profissional é essencial - é imperativo que os líderes
forneçam aos funcionários acesso a treinamento que se concentre na equidade e em
ajudar a escola a concretizar seu pleno potencial de se tornar um ambiente totalmente
seguro, no qual o crescimento pessoal e individual é valorizado, enquanto a injustiça,
a discriminação, a desconfiança e a violência são eliminados.
iii. Garantir tempo para planejamento e colaboração - só assim os professores podem
desenvolver um currículo coerente, de alta qualidade e aprender uns com os outros. A
gestão escolar, em uma escola ideal, precisa saber não somente como planejar, mas
também redesenhar um processo de mudança. Além disso, precisa saber como
organizar o tempo dos funcionários para reduzir o tamanho das turmas, criar equipes,
incorporar sistemas de aconselhamento e distribuir tempo para colaboração e
oportunidades de aprendizagem profissional.
iv. Revisar as práticas de contratação - essa é uma medida importante na promoção da
equidade na educação e em prol de uma comunidade mais diversa. Observe como
você seleciona currículos. Muitas vezes, olhamos apenas para onde alguém fez
faculdade, e não para o indivíduo em si. Contrate talentos onde quer que os encontre.

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v. Desapegar-se dos rankings e dados de desempenho - quando olhamos unicamente
para os dados da escola como uma média, eles podem mostrar que todos estão no
mesmo nível. No entanto, ao olhar mais profundamente para cada discente,
identificam-se diversas trajetórias. Não podemos olhar para a imagem completa dos
dados sem olhar para as partes. Cada estudante conta, não importa qual seja a posição
da escola nos rankings.
vi. Revisar o currículo para promover a equidade na educação- analise o currículo para
garantir que todos se vejam refletidos nele. Atualizá-lo para espelhar a população
atual favorecerá que os estudantes se sintam conectados a ele, aumentando as
oportunidades de aprendizagem, a retenção e o envolvimento de conteúdos. Crie um
plano estratégico, bem como um plano de ação de equidade na educação, e certifique-
se de que ele seja um item contínuo da agenda, por meio de artigos, dados e práticas
recomendadas.
vii. Envolva todos na conversa - é importante garantir um nível eficaz de comunicação
entre todos os membros da instituição para compartilhar as melhores ações.
Frequentemente, revise e discuta os estatutos para ter certeza de que práticas
equitativas estejam realizadas.
viii. Conhecer sua comunidade - é preciso conhecer os jovens e de onde eles vêm, ou seja,
não apenas a questão geográfica, como também quais são suas perspectivas pessoais.
Para fazer isso, a gestão escolar precisa sair de sua zona de conforto e entrar em um
lugar que pode ser incômodo, para aceitar o seu corpo discente independentemente de
como seus membros comparecem à escola. Ter essas conversas levará todos a se
sentirem confortáveis com as infinitas possibilidades de quem são e onde estão em
sua jornada educacional.

Promover a equidade na educação não significa apenas representar as vozes das minorias, mas
também manter a porta aberta para que adultos e jovens se defendam e relatem suas próprias
experiências. É mergulhar na autorreflexão e nas questões sociais diferenciadas para oferecer
soluções que superem as bem-intencionadas, porém que sejam reais e efetivas.

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3.2.Métodos e Estratégias de Ensino Eficazes usadas em Turmas Diversificadas

Tendo em conta o que fora anteriormente exposto, importa aqui descortinarse uma noção de
estratégia, não aquela de significação mais lacta utilizada no âmbito militar e desportivo, mas
sim aquela que recai sob uma perspetiva de ensino, que o docente concebe e concretiza,
ajustando-a ao longo da ação, um percurso intencional orientado para a maximização da
aprendizagem do outro, destacando o sentido de concepção e planeamento de um conjunto de
ações, com vista à obtenção ou maximização de um resultado pretendido e sua devida qualidade.
Assim, estratégia, no campo de educação e ensino, pressupõe a ideia, segundo Vieira & Vieira
(2005, p. 169) “[o] termo estratégia implica um plano de acção para conduzir o ensino em
direcção a propósitos fixados, servindo-se de meios”. Num sentido mais restrito, as estratégias de
ensino devem ser meticulosamente selecionadas e pensadas pelo docente, uma vez que “tem que
ver (...) com intenções educativas, mas concretiza-se em aspectos particulares da aprendizagem,
ou em capacidades que se considera importante adquirir, e nas metodologias mais adequadas”
(Boavida, 1998, p. 14).

No que respeita aos métodos, segundo as palavras de outros autores, “para que a aprendizagem
aconteça é necessária a existência de um método” (Pinheiro & Ramos, 2000, p. 9). Assim,
conseguimos apreender que para uma aprendizagem eficaz é vital a existência de um ou mais
métodos. A concetualização de método decorre da ideia fulcral de que a rede de relações
estabelecida neste contexto permite a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem. O método
engloba sempre um precioso elemento na determinação dos caminhos a trilhar, tanto por alunos
como por professores.

Das palavras de Pinheiro & Ramos (2000, p. 10) retirámos que a escolha do método reveste-se
de um carácter estratégico por parte do professor, pois este deve tomar em consideração as
características do saber. Funcionando como elemento de ligação entre três realidades
fundamentais na relação pedagógica - professor, aluno, saber - articulando-os como um todo
harmonioso.

Comungamos da opinião de Cardoso (2013, p. 160) quando refere que as estratégias de


aprendizagem a escolher terão de ter por base, quer o nível de ensino a que se destinam, quer o
tipo de conteúdos em questão. Tendo como ponto de referência esta ideia, ou seja, a escolha das

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estratégias basear-se-á, igualmente, no tipo de conteúdos e nos objetivos previamente
selecionados. Posto isto, desenvolvemos recursos que nos permitissem verificar se a
diversificação de estratégias contribuía para uma aprendizagem eficaz, “[c]omo é evidente, o
professor pode mudar de método consoante a matéria que esteja a ensinar. Assim, haverá partes
do programa em que se justificará mais uma aula expositiva” (Cardoso, 2013, p. 161) e outras
em que se recorrerá mais ao método interrogativo ou ativo. Prossegue o mesmo autor afirmando
que “a escolha do método dependerá bastante do grau e de autonomia dos alunos, tipo de
objectivo da aula e do grau de conhecimentos que se pretenda que o aluno adquira” (Cardoso,
2013, p. 161).

As escolhas dos métodos e das estratégias que adotámos, aquando da nossa prática letiva, teve
em conta vários parâmetros, nomeadamente, as finalidades a que se destinavam, os conteúdos
programáticos, assim como a escola e o contexto da turma, daí que no nosso entender seja fulcral
realçar a ideia de Petrucci & Batiston (2006) quando defendem que as estratégias apresentadas
não são absolutas, nem imutáveis, mas sim ferramentas que se podem adaptar, modificar,
reutilizar ou associar a outras, conforme o professor julgue conveniente e apropriado fazer, tudo
num sentido de elevar os padrões de excelência de resultados dos alunos.

Para Berbaum (1992, p. 99) o professor quando organiza as atividades a apresentar ao aluno, fá-
lo de tal modo que elas facilitem a sua aprendizagem e lhes permitam tomar consciência das
diferentes fases de aprendizagem. Este tem de conseguir “estruturar as actividades de
aprendizagem de modo que (...) fiquem totalmente envolvidos e percebam a necessidade de
aprender a utilidade da aprendizagem a realizar, participam ativamente na aprendizagem e mais
facilmente se salientam no desenvolvimento dessa actividade” (Cardoso, 2013, p. 244).
“Diferentes são as tipologias de métodos pedagógicos, que variam de acordo com as diferentes
posturas psicopedagógicas” (Pinheiro & Ramos, 2000, p. 26).

As estratégias de ensino-aprendizagem são técnicas utilizadas pelos professores com o objetivo


ajudar o aluno a construir seu conhecimento. Essas técnicas são essenciais para extrair o melhor
aproveitamento do aluno, ajudando-o a adquirir e a fixar o conteúdo que foi ministrado.

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→ Técnicas de ensino-aprendizagem

Como a qualidade do ensino está relacionada com a aprendizagem do aluno, as técnicas de


ensino-aprendizagem são importantes para conseguir atingir essa qualidade. Desse modo, essas
estratégias devem ser muito bem pensadas pelo professor, o qual deve ter bastante cuidado não
só no planejamento, mas também na execução dessas ideias (Patrício, 1983).

Quando escolhemos uma estratégia de ensino, devemos analisar se ela é realmente adequada para
aquele conteúdo e se consegue atingir, de maneira positiva, a maioria dos alunos em sala.
Devemos considerar também a idade dos alunos e a série na qual eles se encontram. Isso
significa que uma estratégia adequada para o ensino fundamental nem sempre é adequada para o
ensino médio, por exemplo.

Não podemos esquecer ainda que, para adotar uma estratégia de ensino, é importante conhecer os
alunos e suas peculiaridades. Nesse caso, deve-se realizar avaliações diagnósticas, as quais visam
à análise dos conhecimentos prévios dos alunos antes do início de qualquer atividade. Se um
aluno não possui nenhum conhecimento a respeito de um determinado assunto, não podemos,
por exemplo, exigir que ele seja capaz de resolver um problema sobre o tema.

Estratégias no ensino primario

A estratégia de ensino nas séries iniciais (1º ano ao 5º ano) são, geralmente, diferentes daquelas
aplicadas nos anos finais do ensino fundamental (6º ano ao 9º ano). Ao trabalhar com alunos
mais jovens, o professor deve ter em mente a importância da formação de pequenos grupos para
um resultado mais efetivo. Além disso, é essencial que o professor foque em atividades
experimentais que façam com que os alunos consigam visualizar o que está sendo trabalhado.

Nos anos mais avançados, já é possível realizar explicações mais longas e abordar assuntos mais
complexos.

Exemplos de estratégias de ensino-aprendizagem

Existem diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, as quais devem ser adotas de acordo com
a realidade de cada sala de aula. Não podemos nos esquecer de que muitas estratégias podem ser

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efetivas para algumas disciplinas, porém pouco proveitosas para outras. Desse modo, o professor
deve ter bastante cuidado ao adotar uma técnica.

Entre as diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, podemos citar as descritas por Patrício,


M. (1983):

I. Aula expositiva e dialogada: o professor explica seu conteúdo de modo a garantir a


participação ativa dos alunos. Nessa estratégia, os alunos são questionados e estimulados
a discutir a respeito do tema da aula, citando, por exemplo, casos que tenham vivenciado.
II. Estudo de caso: o professor e os alunos analisam criteriosamente uma situação real ou
não e tentam encontrar a solução para o problema apresentado.
III. Aulas práticas: permitem que os alunos visualizem estruturas e fenômenos conhecidos,
muitas vezes, somente na teoria. Essas aulas funcionam, portanto, como uma forma de
vivenciar um conhecimento teórico.
IV. Aulas lúdicas: consiste na utilização de brincadeiras e jogos para fixar o conteúdo. Nessas
aulas, observam-se momentos de descontração e felicidade, os quais aliviam a tensão e
favorecem o aprendizado.
V. Seminários: os alunos são divididos em grupos, que deverão apresentar trabalhos sobre
um determinado tema. O professor, nesse contexto, atua na orientação de como a
pesquisa poderá ser realizada e na organização do ambiente escolar para a apresentação
dos seminários.
VI. Juri simulado: simulação de uma espécie de julgamento, no qual teremos alunos atuando
na defesa e na acusação de um determinado caso. O professor deverá selecionar um aluno
para ser juiz, outro para atuar como escrivão e aqueles que serão os jurados.
VII. Grupo de verbalização e de observação: a sala é dividida em dois grupos: o de
verbalização e o de observação. O grupo de verbalização é responsável por expor suas
ideias e discutir o tema, enquanto o de observação analisa e registra o que está sendo dito.
No final, o grupo de observação pode fazer suas contribuições a respeito do tema.
VIII. Técnica de Phillips 66: consiste em dividir a sala em grupos de seis alunos, os quais irão
discutir, durante 6 minutos, sobre um determinado tema. No final desse período, os
alunos devem ter produzido uma síntese do assunto ou ter chegado a uma solução para o
problema.

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IX. Tempestade cerebral: o professor lança uma palavra ou um problema relacionado ao
conteúdo e pede para que os alunos expressem uma palavra ou ideia sobre aquilo que foi
proposto. O professor pode, então, anotar no quadro essas palavras e, posteriormente,
relacioná-las com o conteúdo.

Estratégias de ensino-aprendizagem por área

O professor deve estar aberto a experimentar diferentes estratégias de ensino-aprendizagem a fim


de conseguir sempre o melhor resultado de seus alunos. O professor deve estar aberto a
experimentar diferentes estratégias de ensino-aprendizagem a fim de conseguir sempre o melhor
resultado de seus alunos. Cada área apresenta suas particularidades, por isso, nem todas as
estratégias utilizadas em uma disciplina serão efetivas em outras (Berbaum, 1992).

4. Conclusões

As conclusoes desta pesquisa podem ser agrupadas em tres grupos:

I. A ação dos gestores foi um ponto de partida da pesquisa, já que entendemos que é a
gestão escolar que vai planejar, articular parceiros, priorizar enfoques, alocar recursos na
unidade escolar, cuidar do diálogo com as comunidades e com os educadores e
educadoras. Para o desenvolvimento integral e valorização da equidade no Ensino, a
gestão deverá ter o centro de sua ação nos estudantes, em sua multidimensionalidade. Os
gestores e as gestoras precisam estar atentos às práticas de gestão democrática, pois é
somente a partir dela que estudantes, individualmente ou em grupo, terão a escuta
necessária para terem suas necessidades reconhecidas.
II. Um segundo aspecto que despontou do estudo é a necessidade de se garantir a
manifestação da diversidade na escola, em todas as suas dimensões. Uma escola sem
preconceitos, racismo ou qualquer forma de discriminação é fundamental para que
identidades e diferenças possam se manifestar de forma equilibrada. Tal perspectiva deve
incluir ainda a diversidade de interesses, que é tão pouco valorizada pelas nossas escolas,
em geral homogeneizadoras em suas práticas, especialmente as curriculares. Por fim, a
valorização da autonomia e do protagonismo dos jovens foi um terceiro ponto que se
destacou do estudo, indicado tanto pela produção bibliográfica quanto pela experiência

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das escolas. A atenção à autonomia, manifestada no incentivo ao estudo em grupo ou
individual, na autoavaliação e no protagonismo de jovens em relação a seus projetos de
vida são cruciais para o desenvolvimento de seres humanos em sua plenitude.
III. Ao mesmo tempo, o estudo indica algumas perspectivas para o trabalho da gestão
escolar, a ser fundamentado, por sua vez, em políticas públicas estruturantes. Assim, a
atuação sistêmica da escola pela equidade, assumindo o reconhecimento das identidades,
características e necessidades dos estudantes como ponto de partida para todas as ações –
pedagógicas e administrativas . O cânone escolar, fundamental nesta construção, deve
estabelecer, então, vínculo direto com a realidade destes sujeitos, a partir de seus próprios
saberes e desejos de aprendizagem.

Por fim, é necessário o investimento na formação dos educadores para o fortalecimento das
práticas educativas em uma perspectiva solidária, democrática e emancipadora.

5. Referências

Berbaum, J. (1992). Desenvolver a Capacidade de Aprendizagem. Lisboa: Escola Superior de


Educação João de Deus.

Cardoso, J. (2013). O Professor do Futuro. Lisboa: Guerra e Paz, Editores, S.A., Clube do livro.

Galbraith, J. (1996). Moeda das suas origens à economia contemporânea. Lisboa: Editorial
Presença.

Moraes, C. & Pacheco, J.; Evagelista, M. (org.) (2003). Formação de professores: perspectivas
educacionais e curriculares. Porto: Porto Editora.

Patrício, M. (1983). Teoria da Educação. Universidade de Évora.

Pinheiro J.& Ramos L. (2000). Métodos pedagógicos. (4.ª Ed.). Lisboa: Instituto de Emprego e
Formação Profissional.

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