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Sexta-feira, 25 de Junho de 2021 ARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA I Série~N.° 118 Prego deste niimero - Kz: 4.080,00 Toa @ corespondeia, quer ORCA quer telativa a snincio © aninalums do «Disio da Repiblices, deve ser diisida 8 impr | a. seg erice ASSINATURA 0 apo de cal Tb publcna os Dios Ano | da Republica 1*€2° sate & de Kz: 7800 epara Kz: 1469 391,26] 9 3° see Kz: 95.00, acrecido do rexpectivo| Nac =P, en Ln, ti Hen de Ee ee a ET ane 1 06760,25 | impet do slo, dependnds a pba du (chum ra = Eat iie,f A2! ae ke 45129157 arated dopo efesvarnateeri Asie iz 39053954 | deinen Nic -E SUMARIO Vista aprovada pelo Penirio do Tribunal de Cons, Tibonal de c 08 5 de Margo de 2020, ribunal de Contas Publique-se Heep n? 82: i Aprova o Maral de Procedimentos de Auditoria e Regularidade deste A Juiza Consclhcira Presidente, Exalgina Renée Vicente Taal Ole Gamba TRIBUNAL DE CONTAS Resoluezo. e25 de) Considerando o facto do Tribumal de Contas sero éraio supremo de fiscatizagiio da legatidade das finaneas piblieas ede julgamento das contas que a lei sujeite a sua jurisdigto, nos teams do previsto no artigo 182° da Constituigao da Repiiblica de Angola e do artigo 6° da Lei n® 13/10, de 9 de Julho, ‘Tendo em conta que no quacio da fiscalizagio compete a0 ‘Tribunal de Contas a realizayio ce aukiorias as entidades sujei- tas aos seus poderes de controlo contabilistco, financeira ou ‘patrimonial nos termos do previsto na alineac) do artigo 6: da Lain? 13/10, de 9 de Julho; Havendo nevessidade de se definir as reeras crientaclo- ras, 08 métodos, téenicas ¢ procedimentos que devem ser observados pelos auditores do Tribunal de Contas antes, durante e depois da realizagao das auditorias; ‘estes termos, ao abrigo da alinea e) dons 2 do artigo 12° da Lein® 13/10, de 9 de Julho, Lei Organica € do Processo do Tribunal de Contas, © Plenario do Tribunal de Contas delibera 0 sesninte Unico — E aprovado o Mamial de Procedimentos de Anditoria e Reaularidade do Tribunal de Contas de Angola, anexo a presente Resolugio e que dela é parte intearante 2821 ho MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA DE REGULARIDADE 2020 Lista de Siglas ¢ Abreviaturas AFROSAL-E —Organizagao das Instituigses Supremas «de Controlo dos Paises Africanos de Expresso Inglesa Art. —Artigo CNA — Comité de Normas de Anditoria C1 — Controlo Interno CPLP — Comunidade dos Paises de Lingua Oficial Portuguesa Dec. —Decreto DF —Demonstrages Financeitas DST —Direcedo dos Servigos Téenicos IFAC —Federagao Intemacional dos Contabilistas INTOSAI — Organizagio Intemacional das Instituigbes Supremas de Controlo ISC— Instituiges Supremas de Controlo 180 — Omanizagao Internacional de Normalizago ISSAI — Normas Intemacionais para Instituicoes Supremas de Controlo LOPTC — Lei Orginica ¢ de Processo do Thibunal de Contas (Lei n.° 13/10, de 9 de Julho, eLein2 19/19, de M4 de Agosto) MEA — Margemn de Eno da Amostra N&—Nimero NA —Normas de Auditoria N/A —Nio Aplicével NICSP —Normas Intemacionais de Contabilidade para ‘0 Sector Piblica 4798 DIARIO DA REPUBLICA Pag. — Paginas PA—Plano de Auditoria PT — Papel de Trabalho QCI— Questionitio de Controle Intemo RA—Risco de Auditoria RAM —Risco de Amostragem RC —Risco de Controlo RD —Risco de Deteccaio REF—Referéncia RI —Risco Inerente SCI — Sistema de Controlo Intemo TC —Tribumal de Contas ‘TI —Tecnologias dle Informacao PRIMEIRA PARTE Aspectos Gerals CAPITULO I Introducao 1.1, Aplicabilidade e Estrufura do Manual (0 Tribumal de Contas é o rao supremo de fiscalizago da legalidade das finangas piblicas ede julzamento das con- tas que @ lei sujeite sua jurisdieao. No «uadro da fiscalizagao compete ao Tribunal de Contas a realizagio de auditorias as entidades sujeitas aos sets poderes de controlo financeiro que € uma das vertentes fundamentais da sua actividade Estas auditorias devem ser realizadas segundo as nor- mas, os métodos € as téenicas orientadoras, pois, constitui desde hd muito uma pratica generalizada, que tem uma dupla jusificagio a) Dar credibilidade as auditors, assegurar @ quali- dade, de acordo com os padres intemacienais, € b) Salvaguardar a responsabilidade dos auditores quando desenvoivem os seus trabalhos de acardo com as referidas normas. No intuito de assegurar a credibilidade das auditorias, € fundamental que Tribunal de Contas disponha deste ‘manual que sistematize 0 conjunto de prineipios orientadlo- tes a respeitare indique os procedimentos a executar para a realizagio das ausitorias, Este Manual de Andiforia éum instrumento de apoio acs; anditores, consultores e demais téenicos na verificagio das respectivas fimgdes de auditoria, ¢ deve inchuir ‘As normas de auditoria adequadas, incluindo as etodotogias, as fases © 08 diversos tipos de procedimento de verificago que as eoneretizam € executam, A estrutura dos relatorios de verificagao intema € externa de contas e demais demonstragdes finan- Asnormas.elativas elaboracio dos trabalhos desen- volvidos pelas outras insttuigdes de controlo; Os principios, as normas e as politicas de controlo de qualidade, relativos aos diferentes tipos de autora ‘As normas de auditoria constantes deste Manual devem ser seguidas como regra geral pelo auditer, mas, isso mio dispensa de, sempre quenecessiro, ete adeqie os procedi- ‘mentos @realidadea auitar, tendo em conta o conhecimento que dela possui e 0s supervenientes com que se deparar na ‘execugdo das suas tarefas, sempre com a aprovagao do Juiz Relator e menglo expressa no Relatério de Auditoria se of nétodos € provedimentos seauidos so ou no os constantes ‘este Marnal, bem como jusificaras excep es encontradas © presente «Manual de Procedimentos de Auditeria de Regularidade do Tribunal de Contas» integra trés partes. Na primeira part, descreve-se, para além da introdugo, © qua- ro institucional no Ambito do qual o Tribunal de Contas ‘exerce of seus poderes de controle. Na segunda parte apre- sentant-se 0s principios gerais de auditor de regularidade, isto €, 08 principios teéricos emetodolégicos que lhe servem de base, dedicando especial atengao, pela sua importincia A avaliaglo do risco e @ determinagao da materiaidade de Auditoria bem como os errs ¢ fraude ¢ os documentos de trabalho. Em ultimo lugar, isto €, na terceira paste, efectua- -se a aplicagio desses principios gerais ao caso do Tribunal de Contas, enunciando rearas « seguir no planeamento, na ‘execugdo do trabalho de campo ¢ a claboragdo do reletcio, bem como @ supervisio elemento fandamental para a reali- zacao de Auditeria com a qualidade requerida no TC e of papéis de trabalho. ‘Anexo 20 Manual apresenta-se o glossirio, a liste das ‘norma internacianais de auditeria da INTOSAI (ISSAD e 0 Guiio de organizagio do dossier comrente 1.2, Objectivos do Manval ‘OManual deProcedimentos de Auditoriade Resularidade visa ausiliar os auditores do Tribunal de Contas a reali- zar auditorias de forma eficiente ¢ eficaz, elevar o gran de confianga € eredibilidade do seu trabatho, bem como sal- vaguardar a responsabilidade dos auditores mediante a padronizago da documentagao de todo o trabalho realizado, Para a realizacio desses objectives, o mena incide em :miltiplos aspectes, com destaque para A aaumnciagio dos processos € procedimentos que asseguram que o trabalho realizado € de quali- dade edequada ¢ que esti garantida a necessria competéncia e qualificagio profissional do inte- arantes das equipas de audltoria, assim como a sua direc¢to, coordenagao, supervsio e revisio, inseridas num sistema de conirolo de qualidade das auditorias, A gestdo de riscos no processo de auditor, com a idenificaeao das areas expecificas do risco de incumprimento ou de distorgo material, com reflexos na auditoria: Os procedimentos a seram observados nos trabalhos de auditoria com o intuito de se obter as eviden- cias suficientes e apropriadas 1 SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4799 CAPITULO IT Quadro Institucional do Tribunal de Contas 2.1. Ambito e Natureza de Controlo ‘No fimbito do sistema de controlo financeiro, 0 TC € 0 orgie supremo de fiscalizagao da legalidade das finangas ptblicas, tendo como competéncias: Poder de controlo financeiro, exercido através: de acces de fiscalizagio ¢ destinadas & prepara- a0 do parecer sobre a Conta Geral do Estado, bem como a valoragio de quaisquer aspectos da gestao financeira das entidades sujeitas a sua Jimisdicao, Poder jurisdicional, tradwido na efectivagiio. de responsabilidade financeira mediante processos de julaamento de contas, de responsabitidades financeiras ou demais espécies processuais Iegalmente previstas. Estao sujeitas a jurisdie%o © aos poderes de controlo financeiro do TC as entidades previstas no artigo 2° da LOPTC, nomeadamente: Os Oraios de Soberania do Bstado e seus servigos; Os Oraios da Administrag Central, Os Governos Provinciais, as Administragoes Mimicipais € demais érstios ow servigos da Administrago Local do Estado, incluindo os fimndos auténomos: Os Institutos Publicos, As autarqutias locas, suas associagdes e seus servigos As Empresas Piblicas © as sociedades de capitais, aioritariamente piiblicos, As Associagdes Piiblicas e Privadas ou Associagtes, de Entidades Paibticas € Privadas que sejam financiadas maioritariamente por entidacles publicas sujcitas ao seu controlo de zestao, As entidades de qualquer natureza que teaham patticipaso de capitais piiblicos ou sejam beneficiarias, a qualquer titulo, de dinheiros ou ‘outros valores piblicos, na medida necessétia & fiscalizagao da legalidade, da regularidade e da correccio econémica e financeira da aplicacao dos mesmos dinheiros ¢ valores ptiblicos; As Instituigdes Financciras piblicas ou sociedades financeiras com capital publico: (Os Oratos da Administragao Independente; As Empresas Concessionarias da gestao de Empresas Pablicas, e sociedavtes de capitais piblicos, ges- toras de bens e servigos piibicos e as empresas concessionérias de obras piblicas: Quaisquer outros entes piblicos que a lei determine, 4) Critério do posicionamento do érgito de controlo © controlo que se exerce no TC é um controlo cextemo ¢ independente. Este entendimento € 0 que resulta das disposigoes don 1 do artigo 3° daLOPTC e dosn 1 ¢2do artigo 63° daLein 15/10, de14 de Julho. b) Critério do momento do controlo © controlo do TC pode ser, quanto ao momento que se exerce, preventivo, concamitante © sucessivo, consoante o mesmo seja anterior, simultineo e posterior relativamente a reali- zagSo das operages auditadas, nos termos do n° 2 do artigo S1.° da LOPTC. ©) Critério do contetido do controlo Nos termos consagrados no n° 1 do artigo 9° da LOPTC, 0 TC fiscaliza a legalidade © regularidade da realizagao de despesas pabli- cas ¢ da amrecadagao das receitas e aprecia n economia, a eficiéncia e a eficacia, sesnndo sritérios técnicos de gestae financeira, das cntidades abrangidas pelo n* 2 do artigo 2° daLOPTC inchindo a organizago, o funcio- namento ¢a fabilidade dos SCL 2.2, Competéncia do Tribunal de Contas A competéncia do TC integra, quanto a sua natureza, poderes jurisdicionais © nio jurisdicionais ou de controlo financeiro. [As devises decorrentes do exercicio de poderes juris- dicionais sao vinculativas, isto 6, obrigatérias para todas as entidades publicas e privadas eprevatecem sobre os de quais- «quer ontras auteridades (n° 2 do attigo 33° da LOPTC). [As decisdes relativas a0 exercicio de poderes de controlo financeiro sto opinativas ou de mera apreciagao, endo con- substanciadas em pareceres ou relatérios, nos termos dos ‘tigos 77. e 78° da LOPTC. Da competéncia material essencial, salienta-se 0 dis- posto no artigo 6 da LOPTC: Eimitir 0 parecer sobre a Conta Geral do Estado, sem- pre que solicitado pela Assembleia Nacional, Julgar as contas dos servigos e das entidades sujeitas 4 sua jurisdigao, Fiscalizar, preventivamente, a legalidade dos actos € dos contratos geradores de despesas ou que representem responsabilidade financeira das entidades que se encontrem sob sua juristigao; Realizar, por iniciativa propria ou por solicitagio da Assembleia Nacional, inqueritos ¢ auditorias de natureza contabilistica financeira ou patrimonial as entidades publicas e de servigos dependentes das entidlades sujeitas & sua jurisdigao; Assegurar a fiscalizagao da aplicagao de todos os recursos doados a0 Estado, por entidades nacio- nais ¢ intemacionais; Emir instrugoes, scb a forma de Resolugao do Ple- niirio, relativas a0 modo como a prestagio de contas deve ser suismetida a sua aprecingo; 4800 DIARIO DA REPUBLICA Efectivar sobre a responsabilidade financeira em que os infractores incorram, revelando-a ou _graduanedo-a, nos termos da lei, Realizat a fiscalizago concomitante as entidades sujeitas a sua jurisdigao, Da competéncia material complementar (artigo 6°) salienta-se © poder regulamentar intemo ¢ extemo, traduzido na possibilidade de emitir as instrugbes neces- sarias a0 exercicio das suas competéncias, ‘observar pelas entidades referidas no artigo 2° da LOPTC, € CO poder de propor as medidas leaistativas e admit twativas que julaue necessétio a0 exercicio das suas compeléncias, nos termos da alinea j) do artigo 6° da LOPTC. 2.3, Estrutura, Organizacao e Funcionamento ‘Nos termos do artigo 4° da LOPTC, o Tribunal é com- posto por um total de 13 (Trezes) Juizes Conselheiros, incluindo o Presidente co Vice-Presidente. Sao orgios do TC (artigo 4° - A da LOPTC): O Presidente; OPlenario; As Cimaras, As Camaras do TC sto as seguintes: AL? Cimara, encarregada da fiscalizagao pre- ventiva, A 2* Cimara, encarregada da fiscalizagio sucessiva, Tribunal funciona em Plenario, em sessies das (Camaras, em sessves didrias de visto, 24, Modalidades de Controlo 24.1. Fisealizagiio Preventiva A fiscalizagaio preventiva tem por fim verificar se os actos © 0s contratos a ela sujeitos estio conforme as leis vigentes © se 08 encargos deles deccrrentes tim eabimentaglo orga mental (a 1 do artigo 8° da LOPTC). (0 fimbito da fiscalizagao preventiva compreende: Contratos de qualquer natureza, de valor fixado na Lei anual do Orgamento Geral do Estado ou em norma equiparada da administra¢ao autarquica: Asminutas dos contratos, quando venham a celebrar- se por escritura piiblica e os comrespondentes encargos tenham de ser satisfeitos no acto da sua eelebragto, devendo 0 notirio anexar cépia da resolugao do ‘Tribunal 4 respectiva escritura: Os instrumentos da divida piiblica fundada © os contratos ¢ outros instrumentos de que resulte 0 aumento da divida piblica das entidades sujeitas a jurisdigao do Tribunal; Os contratos de arrendamento cujo valor exeeda 0 equivalente em Kwanzas, a USD 500,000,00 a0 ano; Os contratos de financiamento extemo a0 Estado, no ‘bito dos projectos de investinento pablicos Do seu ainbito excluemse os actos € contrates fixados no n.°4 do artigo 8° da LOPTC. A fisealizagio preventiva € exercida atraves do visto, da sua recusa ou da declaragio de conformidade, Constituem findamentos da recusa do visto a nio conformidade dos actos, contratos ¢ demais instrumentes com a legislagao em vigor, ito ¢, a desconformidade dos actos om contratos © demais instramentos sujeitos a «viston, nas situagdes pre vistas no n° 1 artigo 63° da LOPTC, nomeadamente: Nilidade, Encargo sem cabimentago em verba orgamental propria, Violagao directa de nonmas financeiras, Tlegalidade que altere 0 respectivo resultado finan- ceito. 2.42, Fisealizacio Concomitante AA fiscalizagio concomitante realiza-se através de audito- rias, averiguagdes ¢ inquéritos, que incidem sobre: Aos procedimentos eactos administrativos que impli- quem despesas de pessoal e a0s contratos que indo devam ser remetidos para a fiscalizagao pre- ventiva por forca da lei, bem como a execucao de contratos visas; A execugao de actos ot contratos, resultantes de catastrofes natural ou similar € por motivos de ‘urgéncia imperiosa decorrentes de acontecimen- tos imprevisiveis, no imputéveis 4 entidade publica contratante ¢ quaisquer outros realizados nia base de procedimentos de contratacao sinipli- ‘cada com fundamentos em criterias materi Aos contratos em execuigao resultantes de alteragaio ou modificagao objectiva relativamente a0 dis- posto inicialmente, desde que nio impliquem © aumento do valor do contrato susceptivel de fiscalizagao preventiva Aos programas ¢ projectos de natureza variada, bem como a actividades de geréncia das entidades sujeitas a0 seu controlo de gestao. AA fiscalizagio concomitante conchii-se com a elabora- ‘¢l0 de um relatério, cuja aprovacio compete a respectiva ‘Cimara (1 ou 2" Camara) 24.3, Fiscalizacio Sucessiva Afiscalizagdo sucessiva tem por fim apreciar a legalidade ¢a resularidade da realizagio de despesas e da arrecadagao de receitas ¢, bem como, tratando-se de contratos verificar, se as suas conigGes foram as mais vantajosas no momento da sua celebragio (artigo 9° da LOFTC), [A verificago de contas pode ser intema ou extema (arti- 1205762 77° daLOPTC). Diz-se intemaaquela que abrange ‘8 anélise e a conferéncia para demonstragio numérica das ‘operagdes realizadas. Esta verificagio pode ser searia de 1 SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4801 aualitotia, quando se verifiquem factos constitutivos de res- pansabilidade financeira (n.°7 do artigo 76.9. A verfica externa faz-se por recurso a métodos etécnicas de auditoria, Verificacaio Interna de Contas ‘Na actividade tradicional do ‘Tribunal de Contas assume carta importincia a verificagao intema das contas que the so submetidas, nos termos legais, pelas entidades sob sua Jurisdigdo (n° 1 do artigo 76° da LOPTC). Verificacio Externa de Contas OTC pode, realizar, 2 qualquer momento, aulterias, averiguagbes ¢inqueritos a determinados actos, procedimen- tos ou aspectos da gestao financeira das entidades sujcitas a0 sea poder de controlo financeiro, (n° 1 do artigo 78.° da LOPTC). 0s processos de verificagtio externa de contas conchuem- -£¢ pela elaboragao ¢ aprovagio de um relatério, ao qual se aplica 0 disposto nas alinhas a) a g) do artigo 77.° en? 2 do artigo 78° da LOPTC. OTC pode, nos termos e para os efeitos consigmados no in 1 do artigo 19° da LOPTC, recorrer a auditores inde- pendentes para a realizagto de tatefas indispensaveis a0 exercicio das suas fungdes. As contas sto prestadas por anos econdmicos ot por sgeréncias (n° 1 do artigo 72.° da LOPTC) e so elaboradas ¢ documentadas de acordo com as instrugoes emitidas pelo TC (n°2 do artigo 75.°c artigo 80.° da LOPTC). 2.6, Efectivacio da Responsabilidade Financeita A efeetivagao da responsabilidade financeira resulta de lima infraeeo financeira, que tem por base os relatérios de verificacio intema e extema de contas, os acérdios que as apreciaram ou qualquer decisio que considere existir alouma situagao geradora de responsabilidad financcira am qualquer das suas formas (reintegratéria ou sancio- nnatoria), nfo prejudica a efectivacio da responsabilidade criminal, diseiplinar ou civil SEGUNDA PARTE Principios Gerals ¢ Requisitos de Auditoria de Regularidade CAPITULO! A Anditoria de Regularidade 1.1, Auditoria de Regularidade como uma Aucitorta ‘Combinada (Auditoria de Conformidade ¢ Financeira) Auditoria de regularidade: € 0 exame sobre a legali- dade € leaitimidade dos actos de gestio dos responsaveis, saijeitos a jurisdigtio do’ TC, quanto aos aspectos contabilisti- co, financeiros, eryamentais e patrimoniais, Segundo a INTOSAI, # auditoria de regutaridade com- preende auditorie de conformidade ¢ a auditoria financeira ‘1 contabilistica, Auditoria de conformidade: tem como objective @ ‘emissio de uma opinio que evidencie em que medida foram, ‘observados as leis, regnlamentos, poiticas, eédigos estabe- lecidos, contratos, convénios ou outros acordos firmados, de modo a garantir uma correcta avalingao da materia fiscali- zada, a pattr de crtétios adequados e pré-detenminados. Alem disso, a auditoria podera concentrar-se na avalia- ‘940 da conduta dos responsaveis, considerando os prineipios «eregras aplicdveis @ boa gestao publica bern como @ actua- ‘glo dos agentes piblicos (SSAI 4100) Auditorin finaneeira: tem como objective examinar 1s demonstragdes financeiras € outros relatorios financei- ros com vista & emissio do parecer sobre sua adequaga0 205, prineipios contabilisticos geralmente aceites, Por meio desta anditoria, verifica-se se as demonstragdes ¢ informagics representam de forma verdadeira e aproprinda a posigio patrimonial, orgemental,financeira da entidade, Quadro — Resumo dos Tipos de Auditoria 4802 DIARIO DA REPUBLICA 12, Objectivos da Auditoria de Regularidade © controlo financeito dos dinheiros pulicos pelo TC cfectivase, em particular, com a realizacao de auditorias, inguéritos ¢ averiguagdes as entidades gestoras do dinheiro publico, o que contribu para criat condigoes adequadas € teforgar a expectativa de que estas € os seus funcionsrios! trabalhadores desempenhiam as suas fungdes de forma ética, eficiente € eficaz © de acordo com as leis e regulamnentos aplicaveis. ‘As Auditerias de Regularidade realizadas pelo TC tém como finalidade examinar a legalidade, a legitimidade © avaliar os resultados da gestiio orgemental, finanecira & atrimonial das entidades publicas € privadas que gerem recursos priblicos 0s resultados dessas auditorias realizadas pelo TC, ver- tidos em relatérios, proporcionan. aos cidaddos © demais partes interessadas informagao, exames conehsGes inde pendentes, objectivas erigorosas,referentes & administrago © a execugdo de politicas govemamentais, programas ou acgves, referentes a gestao da «coisa» publica As Auditorias de Regularidade desempenam um papel importante no reforgo da qualidade e melhor prestagao de servigos pela administragao, enfatizando os principios de responsabilizagio, transparéncia, prestagéo de contas © melheria continna da gestio. Esta auditoria contribu para 11 boa governagio das entidades de todo o sector piblico € privado que gerem dinheiros piblicos sendo, ainda, um incentivo mudanga de mentalidade ¢ de postura diante a coisa publica por via de accdes pedaxeéaicas, 13. Elementos de Auditoria A actividade do TC como auditor piblico extemo con- tribui para garantir a confianga que os destinatarios das suas egies € 0s cidadios em geral que depositam na gestao dos dinheiros publics. Esta confianga diz respeito a verificagao do cumprimento da lei e dos restlamentos pelos gestores ppublicos, bem como @ apresentagao dos resultados das poli- ticas priblicas, medidas ¢ programas do Govemo. [As auditorias realizadas pelo Tribunal as entidades do Sector Publico € Privado sio incluidas no ambito da pro- sgramagio definida anualmente, subordinada a um plano estratezico, ¢ intearam os seguintes elementos basicos: Os sujeitos juridices envolvidos na auditoria, Os critérios usados para avaliar 0 objecto de auditoria © 08 respectivos resultados; Os niveis de seguranga dos trabalhos de auditoria 1.3.1. Os sujeitos juridicos envolyidos na auditoria Os sujeitos juridicos envolvidos ma auditoria, de um modo geral, sao as seauintes: 4) Auditores: De acordo com a LOPTC compete a0 Tribunal a responsabilidade global peta realize Ho de anditorias de qualquer tipo ou natureza 10 sector piblico e privado, designand 0s a tores da Directo dos Servigos Técnicos para a sua execuao;, b) Responsivels dos érgios auditados: © Tribu- nal exerce as fungoes de controlo financeiro € Juisdicional em relagao as entidades do sector pblico administrative e de outras entidades ou oratos de qualquer natureza que beneficiam de dinheiros publicos, sendo os seus responsaveis aqueles que respondem pelas informagies © dados sobre o abjecto da auditoria, pela gestio dos recursos piblicos © pelos resultados da actividade das respectivas entidades auditadas, podendo abranger tanto os individuos como as entidades; ©) Destinatarios/interessados: Todos aqueles a quem se dirigem os relatérios de auditoria: érao lesis- lative, politicos, inspee¢io ou de supervisto, os decisores, gestores pUblicos, organizacdes ou ordens profssionais e demais cidadlaos, 1.4. Quadro Normativo de Anditoria (© quaciro normative das auditorias € apresentadano qua- «dro a baixo, com o detalhe necessério dos cinco niveis que ‘a integram, constituindo as nommas da INTOSAT as orien- tapes a serem tomadas em conta para a sua elaboracio ¢, sempre que necessario, s80 de aplicagao subsidiaria nas auditorias Quadro TI Normative de Auditoria Regulamentos aprovados pelo Tribunal; Legislacao sobre os Servicos de Apoio do TC. Manual de Auditoria Financeira; Manual de Auditoria de Desempenho. Nivel 4 Quadro das ISSAI 1 SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4803 (Os manuais, direetrizes € guias de auditoria a adoptar devem reflectir a harmonizagao metodoldgica que se desen= volve a nivel intemacional através do apoio que tem sido dado aos respectivos membros pela INTOSAI, que resultou tna definigio € aplicagiio de um quadro de normas de con- trolo — ISSAI e INTOSAI — destinadas as instituigdes superiores de controlo, sustentadas num compo completo € actualizado de notmas e orientagdes de boas praticas para os, anditores do sector publico, CAPITULO IT Principios Gerais de Anditoria de Regulwridade 2.1, Principios Gerais Os anditores devem actuar em eonformidade com os principios, nommas © procedimentos adequados a0 longo de todo o processo de realizagao das auditorias, incluindo as normas éticas, culminando os trabalhos com a elabora- ¢H0 de um relatdrio, sendo de facil leitura e respondendo ‘as questdes formuladas na auditoria. (a.° 2 do artigo 43.° da LOPTC). A realizagio de auditorias deve incluir necessariamente procedimentos especifices no ambito do controle do pro- cesso de qualidade € também procedimentos de revisdo de qualidade a efectuar a posteriori para proporcionar uma, garantia razodvel de que o sistema de controlo de qualidade cuumpre os requisites determinados pelo TC A luz dos print- cipios € normas ISSAT, mas tendo sempre em conta a sua, ‘natureza de insttuigao judicial. Os principios gerais subjacentes a realizagao de todas as auditorias do'TC, que decorrem dos prineipios emmeiados pela INTOSAL e de que resulta a aplicagiio dos procedimen- tos de auditoria, sto Os prineipios gerais que devem configurar as auciterias de regularidade realizadas pelo TC no ambito das suas atri- buigdes sio os seguintes: Oanditor deve exercer a sua actividade com indepen déncia, competéncia, imparcialidade, confiden+ 22, Perfil do Auditor OTC estabelece of valores, principios ¢ regras intemas que devem orientar o seu compo técnico € demais pessoas no exercicio das suas fungGes, bem como normas profissionai padres éticos e comportamentos esperados a que estes se encontram vinculados. Os autores © demais pessoal do TC deve exer- cera sta fingao com independéneia técnica, sem prejuizo da aplicagao das normas do TC, com respeito pelos valo- tes € principios éticos e a sta conkluta profissional deve set inepreensivel em todos os momentos e em todas as circuns- Lancias ¢, bem assim, recuser qualquer tipo de beneficios, vantagens ou gratificagées que possam levantar diividas sobre a sua intesridade, imparcialidade ¢ transparéncia, Os auditores devem estar libertos de impedimentos pessoais extemos € manter-se independentes em todos os assuntos que se relacionam com a realizagio de auditoria, assumindo a responsabilidade para que os seus relatotios & ‘outros traballios possam ser imparciais €reconhecidos como tal. 2.3, Controlo de Qualidade Os auditores devem realizar a auditoria em conformni- dade com nonmas profissionais de controlo de qualidade. As politicas ¢ os procedimentos de controlo de qualidade de uma TSC deve estar em eonformidade com normas profis- sionais, a fim de assestrar queas aditorias sejam realizadas ‘comum nivel de qualidade elevada, ¢ devem abranger ques ties tais como a direcgao, revisao supervisao do processo de auditoria, Os auditores podem encontrar orientagio adi- ‘ional na «ISAT 40 — Controlo de Qualidade para as IC». 2.3.1. Coneeito ¢ Objectivos © controlo de qualidade nas anditorias € o conjunto de politicas, sistemas, ¢ procedimentos estabelecidos para pro- porcionar adequada seguranga de que os trabalhos alcancem seus objectivos, tenham exceléncia técnica e satisfagam as nnormas ¢ os padres profissionais estabelecidos (ISSAL 40). ‘A imaneira como as autitorias sio desenvolvidas ca falta dde qualidade dos relatéries produzidos pode afectar a ima- -gein do Tribunal, Por essa razio, ¢ importante assegurar que todas as actividades sejam desenvolvidas com padres ele- vvados de qualidade. © controlo de quatidade ¢ importante, porque possibilita 0 continuo aperfeigoamento dos trabalhos desenvolvides, a partir da incorporagio de lighes aprendidas. As entidades supremas de fiscalizagao devem estabelecer sistemas ¢ procedimentos de garantia de qualidade, os quais, ever assegurar que todas as auditorias sejam desenvolvi- {das segundo 08 padres e as politicas pertinentes. Todos os trabalhos de fiscalizagao devem ser submetides a controle de qualidade A qualidade no desenvolvimento dos trabalhos de audi- toria € asseaurada pela adesto a principios, procedimentos © metodologias especificas, visando 0 aleance de niveis crescentes de objectividade, fiabilidade, consisténcia e utile dade na elaboragao dos relatérios e dos demais documentos produzidos. Constituem objectivos do controlo de qualidade: Assegurar a qualidade dos relatorios de auditor: demtficar oportunidades demethorar a condugdo dos trabalhos futuros e evitar a repetigao de falas; Localizar erros no desenvolvimento dos trabalhos & corrigi-las tempestivamente; Redluzir 0 tempo de realizagao das auditorias: Evidenciar boas praticas na execucio dos trabalhos que possam ser disseminadas, Contribuir para 0 desenvolvimento de competéncias por meio da identificagao de necessidades de capacitacao; entificar a necessidade de revisio ou de elaborar documentos téonicos que contenham orienta- 8es para a exeensio das actividades: € 4804 DIARIO DA REPUBLICA Manter constantemente informado o Juiz. Relator sobre a ctetibilidade e qualidade dos trabalhos. 2.3.2, Classficacio ¢ Ferramentas © controlo de qualidade pode ser classificado de das formas: 1. Controlo de Qualidade Concomitante a aucli- toria, feito pelo Supervisor de Anditoria, que deve acompanhar todas as etapas, desde 0 planeamento @ entrega dorelatério, sugerindo as melhores priticas e técnicas, acompanhar 4 execugio do cronoarama e proceder # revi- sto dos PT; ou TL, Controlo de Qualidade a Posteriort & audi- toria, feito por meio da manutenga0 de um bbanco de dados constauido a partir dos traba- thos jéreatizados, acompanhar os resultados aleangados ¢ utilizar as ligées aprendidas, com vista a garantr o alto nivel dos trabalhos. Para o exercicio do controlo da qualidade, é necessirio 6 uso de algumas téenicas ¢ procedimentos padrio, para que se tenham resultados de alto nivel em todos os trabalho. Sao algumas ferramentas de controlo de qualidade: «a Checklist de Qualidade; b) Cronograma: ©) Matriz de Planeamento; @) Matvia de evidencias, oP. 23.3. Responsabilidades dos Principais Actors Enyolvidos no Controlo de Qualidade As responsabilidades basicas de cada profissional para szarantir 4 qualidade técnica das auditorias reatizadas pelo ‘Tribunal so os que absixo se indicam: Supervisor: tem a responsabilidade directa de ‘garantir a qualidade das auditorins, definir os parmetros de avaliagoes da qualidade dos trabalhos e validar novos padrOes a serem utili- zados na auditoria Coordenador de Auditoria: actua nia coordenagio dos trabalhos, fase a fase, para asseatar a quali- dade e alinhar 0 trabalho com a equipa, tanto na definigdo do escape quanto na formagao das evi- éncias, assim como na elaboragio do telatério, Auditor: compete a realizagao da auditeria ¢ o cum primento das orientagdes que thes so aribuidas. capiTULo mt Risco ¢ Materialidade de Anditoria 3.1. Risco de Auditoria 3.1.1. ldentifienciio ¢ Avaliagio do Risco de Anditoria 0s Riscos de Auditoria devem ser identificados a0 longo de todo o processo de auditoria, considerando-se os controlos relevantes a eles relacionados € os tipos de tran- sacgdes, saldos de contas e divulgagdes nas demonstragGes financeiras Cabe aos autores determinarem se qualquer um dos scos identificados ¢, no seu julgamento, um risco signifi- cativo © que os mecanismos de cantrolo so relevantes para esse rico. Os riscos podem relacionar-se com o registo impreciso ‘1 incompleto de tipos de transacedes rotineiras €siznificati- ‘vas ou saldos de contas, cujas caracteristicasfrequentemente ppermitem processamento altamente automatizado e que ape nas a partir de procedimentos substantivos pode-se julzar ‘quenio é possivel ou praticavel obter evidéncias de snito- ia suficientes e apropriadas. Em tais casos, os controlos da ‘entidade sobre esses riscos sto relevantes para a aditoria & ‘os autores devem conhecé-los. A avalingiio dos riscos de distorg@orelevante pode mudar durante a realizagaio de auditor, a medida que evidéncias adicionais sao obtidas. Nas cireunstancias em que as evi dencias de auditoria sio obtidas executando procedimentos adicionais, ou se sd0 obtidas novas informagoes, incompati- veis com as evidéncins de auditoria avaliadas inicialmente, ‘5 auditores devem rever a avaliagao e, modificar os proce dimentos adicionais de auditorias planeadas. 3.1.2. Determinagio do Riseo de Auditoria © Risco de Anditoria compreende trés clementos ‘que devem ser avaliados individualmente: num primeiro momento, em conjimto e posteriormente, para assim estabe- lecer-se o Risto de Auditoria RA). © Riseo Inerente (RI) € a percep¢to da possibilidade de ‘ocorréncia de e1ros ou imrewnlaridades relevantes, mesmo antes de se conhecer € avaliar a eficdcia do sistema de con- trolo da entidade, O Risco Inerente deve ser avaliado sem se ter em consideravio a existéncia de controlos na institnigao, ‘uj avalingio se veifica quando da mensuragio do risco de controlo, ORiscode Controle (RC) éorisco de nao haver um bom ‘SCI que previna ou detecte, em tempo ttl, erros ou Iaridedes relevant O Risco de Contrlo est relaconado a vulnerebilidade, Outro elemento a ser considerado na avaliagao do Riseo ‘de Ausitoria € 0 Risco de Detecgio (RD), ot seja, 0 risco de no serem descobertos pelo SCI os eventuais erros ot irre aularidades relevantes ORisco de Detecgao pode eventualmente ser subsituido pelo risco da amostragem (RAm), caso 05 trabalhos sejam baseados em amostragem, 0 Risco da Amostragem consiste na probabilidade de um erro ou ireaularidade nao ser detec tado pelo ausltor, por no estar incluso na amostra Dentro da avatiagio do Risco de Detecgao, deve-se cconsidcrar se os criterios estabelecidos s80 de facto razoa- veis, atingiveis e pertinentes, visto que a sta inadequagao poderé conduzir a conclusdes equivocadas on insuficientes Outrossim, a avaliagio dos critérios eleitos deve ser pratien continua ao Longo do trabalho, cabendo a revisio do Plano de Auditoria, 80 logo seja identificada qualquer anomalia ‘em relacio aos referidos crtérios. L SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4805 Portanto, 0 Risco de Auditoria consiste no resultado da ‘Quadro 1 — Qualificacao Quantitativa segninte equagio: Binet ‘Ric de Cite RA=RIPRC'RD, “a 1 ‘re 7 A avaliagio do risco ¢ um procedimento continuo, Metio os ‘Mato as que deve ocorrer em cada fase do processo de auditoria, = a = as Consequentemente, pode-se afirmar que existirdo tantas anélises de riscos quantos procedimentos levados a efeit. Logo, os RA podem ser identificados como RA 1, RA 2, RA3,..RAn, aimedida que forem reavaliades a0 longo do processo de auditoria. Obviamente, para cada novo RI, RC ou RD havera novos RA, todos compativeis com os novos hiveis de conhecimento da auditada Cabe observar que, a adequada avaliagao dos RA que define a profumdidade ¢ natureza das actividades de inves- igagio (testes substantives), medida que quanto maiores forem os iscos existentes, necessariamente maiores serao os procedimentos especificos necessarios para minimizt-los, Estabelecer os riscos envolvidos permite antever possi veis falhas, mediante a inchusio nos programas de nuclteria de procedimentos que visem minimizar a ocorréncia de felhas que possam afectar sigificativamente os resultados dos trabathos de auditoria. 0 risco decorre basicamente das seguintes situagdes: Utilizagio de critérios indevidos, resultando em afir- agbes equivocadas, Falta de definigao precisa do escopo, facto este que, ode afectar a interpretagio dos resultados, Confianga e consequente apoio em SCI deficientes; [Nao deteceio oat relato de desvios significativos em relagio aos crtétios fisados; Tinprego de téenicas estatisticas de forma inade- quad, Como resultado da avaliagao do Riseo de Auditoria tem= $6 uma relagdo dos factores de risco para a auditoria ¢ de sua influéncia nos objectives, escopo, extensio, citeios € procedimentos a serem realizados. O detalhe dos factores de isco deve ser mais extenso quanto maiores forem a materia lidade e a relevincia envolvidas. Dos trés tipos de risco do qual resulta o RA, a equipa de auditoria apenas podera influenciar o RD, uma vez, que, tanto o RI como o RC dependem da entidade. A equipa de auditoria deve avaliar o risco inerente € 0 risco de controlo, que para tal atribuira as operagGes, activi- dades, procedimentos ou saldos de contas mais significativas a fiscalizar do ponto de vista qualitative, 0 nivel de r pode ser definido como: alto, médio ou baixo. ‘Uina vez. nalisados € avaliados os riscas inetentes € de controlo, tendo em conta a qualificago qualitativa, pode ser atribuida, a titulo de exemplo, a seauinte qualificagao quantitativa Para aumentar a confianga ¢ seguranga na auditoria, © RA devera ser baixo, Por exemplo, para um RA de 5% (que mplica um nivel de confianga de 95%), poderemos ter as seguintes combinagdes de risco Quadro TV — Combinaces de Riseo Ake 1 [edo | 0as | oas | oan Meio oe [are 1 ax | a0 Meio oe [Meme [02s | a2 | ass Baixo as [aio 1 as | a ‘Quanto mais af Foren avaliados os riseos inevettes © de controlo, os valores nribuidos tendero para 1 cada um des- tes iscos. Assim, o Riseo de Detecgio tenders para zero, dada a necessidade de se definir um nivel aceitivel de Risco de Auditoria, como de 56 (representando um nivel de confanga de 95% como gatantia razodvel de auditoria). Um baixo Risco de Deteceio significa que se devera realizar um ele- vado numero de testes substantivos, porquanto nao se poder <écpositarconfianga nos SCI implantados na entidade. (© tamanho da amostra sera seleccionado tendo em conta nivel desejado de confianga 3.1.3. Componentes do Risco nivel aceitavel de Risco de Deteego (RD) tem uma relagao inversa com os riscos avaliados de distorgao mate- rial F (RE; RO), face ao nivel do Risco de Aucitorin (RA) ‘stabelecido para a auditoria, tal como se mostra 0 quadro, ‘Quadro V—Relaco das Componentes do Modelo de Riseo Comistace | Oras baico | Meso Métio [Mic ato | Ovmiv ako 3.2, Materialidade de Auditoria A materiaidade consiste na magnitude de uma incortec- ‘940 ot omissio de informagto contabilistica, eujo efeito, se conhecido pelo destinatério, provavelmente modificaria ou afectaria suas conchusdes sobre a posigio financeira e resul- tados das operagves da entidade aucitada Desse modo ¢ pertinente estabelecer a materialidade, ou seja, 0 valor do erro monetério maximo, cua ocorréncia, na ‘opiniao do auditor, nao implica erro material na conclusao cemitida, 4806 DIARIO DA REPUBLICA Esse valor, obviamente, deve ser compativel com a natu teza das actividades exercidas pelas entidades, nfo sendo adequado, portanto, estabelecer 0 valor comum a todos. A matcrialidade scrvira de parametro téenico para fins de julgamento de contas, bem como para conduzir o proce imento de auditoria, especialmente o planeamento (quando da estimativa preliminar de materialidade) e a definigao da extensAo dos testes substantivos (erro toleravel).. A materialidade, em especial, a forma de caleuli-la. Todavia o seu edleulo considera, sempre, o tipo de activi- dade exercida pelo ente auditado, CAPITULOIV Enros e Fraude 4.1. Conceito As distorgGes nas demonstragdes financeiras podem decomer de fraude ou de evo. A diferenga entre os dois, conceitos reside no facto de que a fraude ¢ um acto inten cional e o erro, um acto nfo intencional. Portanto, os riscos que devem ser identificados © avaliados em uma audito- ria ineluem tanto os que sio provenientes de erro como de frande, Eo refere-se a acto nao intencional na elaboragio de: registos ¢ demonstragdes financeiras, que resulta em incor- recedes, em geral, eos aritinéticos no registe contabilistico ou nas demonstragoes financeiras, aplicagtio incarrecta das norms contabilisticas, interpretagio errada das variagdes patrimoniais, dentre outros. Fraude € 0 acto intencional, praticado por um ou mais individuos da administragio, ou por responsaveis pela ges- #0, Trabalhadores/Funcionarios e terceiros, que envolva dolo para obtengao de vantagem indevida ou ilegal (SSAT 1240). 42. Factores de Risco de Fraude Factores de risco de fraude so eventos ou condigdes que idicam incentivos ou pressio para que a fraude seja perpe- trada ou oferesam oportunidade para que ela ocorra, Riscos ignificativos de fraucle podem ser identificados em qualquer etapa de auditoria como resultado da obteng’o de uma infor- ‘magiio nova ‘Muito embora a fraude constitua un conceito ample, em Auditoria de Regnlaridade, 0 muditor deve preocupar-se com, a fraude que pode originar distorges materialmente rele vantes nas demonstragdes financeiras, Existem dois tipos de distorgbes decorrentes de fraules que interessam a0 auditor 1. Informagoes contabilisticas fraudulentas, 2. Apropriagio indevida de actives Destaque-se que no ambit de auditoria as demonstra- es financeiras, 0 auditor pode suspeitar cu, em raros casos, identificar a ocorréncia de fraude, mas nfo Ihe cabe esta- belecer juridicamente se realmente ocorreu a fraude (SSAI 1315), 4.3. Trifingulo da Fraude A fiaude envolve trés condigées que, quando presentes, indicam que € altamente provavel que esteja a oeorrer. Tas ccondigdes, descritas a seguir, formam o que € conhecido ‘como «triangulo da frande #) Pressio: frequentemente gerada por necessidades ediatas (tais como dividas pessoas significa- tivas ou cumprimento de expectativas de Inero ou de resultados), fi) Oportunidade: caracterizada por uma cultura crgmizacional fraca e pela falta de procedi- mentos de controle intemo, que podem muitas vvezes gerar confianga de que a fraude nao seri detectada; iii) Racionalizacio: conviego de que a fraude no € efectivamente cometida, Por exemplo, 0 per- petrador mentaliza que «nto € grande coisa ow 4686 estou a tirar 0 que mereson. ‘Figural —Triingulo da Fraude: condicionante para a Fraude Ao aplicar os procedimentos de avaliagao de riseo, 0 auditor deve manter un ceito cepticismo profissional de modo a considerar a possibilidade de frande. A fraude € sempre intencional ¢ envolve ocultagao de infommagaes e/ou, declaragio de afirmagties deliberadamente falsas. Consequentemente, a fraude é descoberta por meio de observagio de padrées, anormalidades e excepsbes, fre- ‘quentemente envolvendo quantias monetérias considetadas de baixo valor. E pouco provével que uma fraucle seja deteetada apenas por intermédio de reduzidos procedimentos substantives Por exemplo, provavelmente um auditor no consegue identificar uma transacgao em falta ou determinar que wna transacgao ¢ invélida, a menos que possua um forte conheci- mento da entidade e dos seus SCT, que possa ser usado como sistema de referencia, 4.4, Informacoes Contabilisticas Fraudulentas AS informagées contabilisticas fraudulentas podem decorrer das seguintes situagdes: Manipulagao, falsficagao (inclusive de assinatura) ou alteragiio. de registos contabilisticos ou documentos justificativos que serviram de base 4 elaboragio das demonstragSes financeiras, 1 SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4807 Falsidade ou omissto intencional nas demonstragses, financeiras de eventos, operagGes on outras informagses significativa Aplicagioincorrecta intencional dos prinespios contabilisticos relativos ao reconhecimento, mensuragio, & classificagiio, & apresentagio ou a divulgagac;, Oaleance diferenga, que, et ajuste de contas, ou por meio de visitas extraordinérias ou ordinétias, sobre a escrituragio e documentos de um res- ponsivel, ou por declaracao de insolvencia, por ele mesmo feita, se descobre e manifesta entre que ele recebeu de conta alheia © 0 que entre- 204, ou deixou de entregar em devido tempo, ot centregou sem ordem ou a pessoa incompetente 4S. Apropriacao Indevida de Activos A apropriagao indevida ou ilieita de activos costuma ser acompanhada de registos ou documentos falsos ou engano- s0s, destinados a ocultar 0 desaparecimento de activos ou valores obtidos sem a devida autorizagao. A apropriagao \devida de activos envolve o furto de valores, créditos ou bens da entidade e, muitas vezes, € perpetrada por empress- dos em valores relativamente pequenos e irrelevantes, mas ccujo somatorio se torna materialmente relevante, Entretanto, também pode envolver a administragio, que szeralmente tem mais possibilidades de disfargar ou ocultar «8 apropriacao indevida, de forma dificil de detectar. A apro- priagio indevida de activos pode ser conseguida de varias formas, ineluindo: Falsificar documentes (por exemplo, mediante a apropriago de valores cobrados ou desvio de valores recebidos relatives @ dividas de clientes considerados como de cobranga duvidosa);, Furtar activos fisicos ou de propriedade intelectual (por exemple, furto de stocks para uso pessoal ou venda, furto de sueata para revenda, entrar in conluio com concomrentes para repassar dados teenolégicos em troca de dinheiro): Fazer a entidade pagar por produtos © servigos no recebides (por exemplo, pagamentos & fomecedores ficticios, comissdes pages por fomnecedores acs compradores da entidade em troca de presos inflacionades, pagamentos a trabalhadores fantasmas); Utilizar activos da cnfidade para uso pessoal (por «xemplo, usar activos da entidade como grantia de empréstimo pessoal) 4.6. Responsabilidades por Erros ¢ Frande A responsabilidade priméria pela preven¢iio © detecgaio de erros e fraudes € da gestio e administragio da entidade. A responsabilidade do auditor ¢ obter seguranga razod- vel de que as demonstragdes financeiras, como um todo, nfo contém distoredes materialmente relevantes, deriva- das de fraude ou erro. Porém, devido as limitagoes inerentes ‘a0 processo de anditoria, ha sempre umn risco inevitavel de ‘que certas distorgdes matetialmente relevantes nas demons- tragbes financeiras possam nfo ser detectadas pelo auditor, apesar da auditoria ser devidamente planeada e executada de acordo com as normas. (IS$AI 1200), risco de nao ser detectada uma distorg’o material- mente relevante derivada de fraude & mais alto do que 0 risco de nito ser detectada uma distorgo materialmente rele- vante decorrente de erro, Isso porque a fraude pode envolver ‘esquemas sofisticados ¢ cuidadosamente organizados, desti- nados a ocultacta, risco do auditor nao detectar uma distorgao mate- jalmente relevante decorrente de fraude perpetrada pela administragio € maior do que no caso de fraudle eometida por trabalhadores/fumcionarios, isso porque a administragio tem irequentemente mais condigdes de menipular, directa ou indirectamente, reaistos contabilisticos, apresentar informa- ‘¢6es contabilisticas fraudulentas ou contornar os controlos intemos destinados a prevenir as fraudes semelhantes, come- tidas por outros fimcionirios/trabalhadoves. CAPITULO V Procedimentos (Métodos ¢ Técnicas) de Auditoria SL. Conceito Os procedimentos de auditoria sa0 0s métodos e astécni- ‘cas usadas pelos auditores na realizagao do examne, visando a oblengao de provas de auditoria suficientes € apropria- das, Os procedimentos de auditoria variam de trabalho para trabalho, de formas a ajustaremse as circunstancias especi- ficas de cada auditoria a ser realizada. Sao estabelecidos de acordo com o julgamento profissional do auditor, tendo em consideragao os SCI implantados na entidade anditada. (Os procedimentos de auditorin so executados com vista ‘obtenctio de evidéncias de auditoria. Ao conceber os proce- dimentos, devem ser considerados os seguintes elementos; ‘Nivel de seguranga (dos trabalhos realizados para efeitos de formulagao das conclusdes do juizo aamitir) ‘Natureza dos procedimentos de auditoria, ou seja, come (técnicas de auditoria) e onde (Fontes de auditoria) obter as evidencias adequadas; Calendarizagio dos procedimentos de auditoria (quando sto executados a fim de obter as evi- dncias adequadlas); Extensto dos procedimentos de auditoria (quantos testes sao necessarios em finngao do risco de auditoria aceite, isto é, a dimensio da amostra, as caracteristicas da populagio da qual a amostra 6 extraida ou o ntimero de observagbes de activi- dade deum controlo). ‘52, Tipos de Procedimentos de Auditoria A compreensao da entidade © do seu meio envolvente pode ser feita mediante aplicago de téenica como obser- vvacio da exeeugao das actividades na entidade, indazagdes 4808 DIARIO DA REPUBLICA a8 érgtios de gestao e finciondrios da mesma ot ainda mediante realizagao de inquetitos @ advogados, consultores € outros peritos que prestem servigos & entidade auditada, observando os seauintes procedimentos: Procedimentos de Avalingio do Riseo — visam obter uma compreensao da entidade © do seu meio envolvente, inchuindo 0 contro intemo, a fim de identificar ¢ avaliar os riscos de distorgao ‘material nas demonstragoes financeiras, quer devido a fraude ou a erto (0s auditores devem planear procedimentos de avatiagao do risco, tendo em vista identificar € avaliar os riseos que, de forma individual ou agregada, so materialmente rele- vantes, através da compreensio da entidade aueltada ¢ sua envolvente extema, do ambiente de controlo intemo © des respectivos procedimentos instituidos. Procedimentos adicionais de anditoria — subdivi- dem-se em: ‘Testes aos Contr olos — Destinados a avaliarem a eficicia operacional dos SCI em preveni- rem, ou detectarem e corrigirem, distorgoes ‘materiais nas demonstragées financeiras, Procedimentos Substantivos — Destinados a detectarem distorgdes matérias nas demons- tragées financeiras, Procedimentos Analiticos — Avaliagves de informagSes de caracter_econémico-finan- ceiro, efectuadas através de analises dericios etendéncias, Para obter evidencias de auditoria os auditores devern executar procedimentes combinados de auditoria para tes- tar a operacionalidade efectiva do SCI ¢ detectar distorgoes imaterialmente relevantes nas demonstragGes finaneeiras da cntidade. 5.3. Métodos de Audi Ométodo de auditoria define o gran de prioridade a atri- ‘uid auditorin que incide iniciatmente nas realizagses enos efeitos ‘As questdes de auditoria podem incidir no exame directo do desempenho, no exame dos sistemas de gestio e con- trolo, ou em ambos, dependendo do método de auditoria 0 método de auditoria que incide sobre © exame dos sistemas visa determinar se a entidade auditada conceben ¢ implementou sistemas de gestao ¢ de controlo que opti- mizam a economia, a eficiéncia ea eficécia, dentro das limitagbes existentes, que sto: Objectives da entidade (ou actividade, programa, medida, projecto, etc.) para conclur se estes si0 realist, relevantes e significativos; Indicadores utilizados, para determiinar se estes so ‘metricas apropriadas para quantifiear corecta- mente os progressos realizados para alcangat esses objectivos, Sistemas informaticos que permitem gerir os progra- ‘mas, projectos, ee., a fim de determinar se esses sistemas fomecem dados e informagoes reais, exactos eessenciais e para avaliar se esses dados « informagoes sao devidamente utilizados; Dados subjacentes, para detemiinar a respectiva fia- lidade; Criterio de seleeg4o dos projectos utilizados pata afectagao dos recursos. Por sua vez, o método de auditoria centrado no controle directo do desempenho incide na realizagao dos objectives, Caso esses objectives tenham sido devidamente definids, cconstitiem a base para apreciar o efectivo desempenho da, centidade auditada, Da mesina forma, se devidamente conee- bidos, os indicadores podem ser utilizados para apreciar o: progressos realizados. Esse método de auditoria concentra-se, pois, 0s recur= 0s, realizagbes, resultados impactos. Baseia-se na hipdtese de que, se os resultados aleangados forem satisfa- térios, o isco de haver problemas graves que afectem os sistemas de controlo ot a concepgao/execugao da actividad sera limitado, As auditorias podem determinar se as medidas adoptadas foram devidamente aplicadas © se os objectivos previstos foram aleangados ou se as decisoes relativas as politicas tiveram consequéncias financeiras ¢ econémicas ndesejaveis. 4, Técnicas de Auditoria A execugio dos procedimentos de auditoria implica a aplicasao, auténoma ou de forma combinada, das segnintes tecnicas de auditor: Ingquérito e Indagaséo: éa procura de informagSes on de esclarecimentos junto de pessoas conhecedo- ras, dentro ou fora da entidade, sobre matérias relevantes para a auditoria; Procedimenios Analiticos: Exame da informacio financeira tendo por base a comparagio dessa informago e arelagio plausivel dos dados, finan- ceiros eno finaneeiros,ineluindo a compreensio de flutuagées, inconsisténcins de informagio ot evolugses significativas nao esperadas;, Observagéo: Acompanhamento da execugio de um processo ott de um procedimento efectuado por outros: Inspecedo: Exame de registos ou de documentos € exame fisico de activos; Confirmagio: Resposta eserita obtida directamente de terceiros a uma solicitagio dos anditores: esta evidéncia assume normalmente uma natureza relevante na medida em que ajuda a diminuir 0 risco para um nivel aceitavelmente baixo; Recéiewlo: Verificagho da exactidio numérica de documentos ou resistos originalmente executa- dos, levada a cabo pelo auditor; 1 SERIE — N° 118 —DE 25 DE JUNHO DE 2021 4809 ‘Reexecugdo: Reconstiuigao ou reprocessamento de procedimentos contabilisticos ou controlos ori- -ginalmente executados, a ser levada a cabo pelo auditor, Amostragem: ebtensao de uma baserazoavel para que os auditores possam retirar conclusdes acerca da totalidade da populagio da qual os itens dda mostra foram extraidos. Os autores devem ter am consideragio a finalidade do proc: de auditoria, as caracteristicas e a dimensio da populagzo da qual a amostra ¢ extraida, Confirmagtio Externa: processo de obtengio ¢ ava Jiagaio da prova de auditoria atraves de uma conmuinicagao directa de um tereeiro em resposta um pedido de informagao acerca de item especifico. Subdivide-se em certidao e circula- rizagao: Cortidlio: sto 08 documentos probatérios obtides jjunto de conservatorias € de outros organis- ‘mos ptiblicos (como por exemplo: eertidio de nao devedor de impostos ao Estado ou de dividas a0 INSS, reaisto de propriedade auto- movel, ele), Cireularizagéo: sao as confinmagoes provenien- tes de outras entidades (bancos, clientes, Fomecedores, ete). imento CAPITULO VI Documentos de Trabalho 6.1, Nogio ¢ Objectivos dos Documentos de Trabalho © conjunto de elementos escritos, elaborados e/ou obti- dos por um auditor no decurso de uma auditoria constitu, pretisamente, 0 que se designa por documentos ou PT, 08 quais compreendem 0 registo das verificagdes efectuadas, das informacoes recolhidas ¢ das conclusdes formmladas no seurelatoro. Os PT so constituidos pelos planos de aucliteria, notas, analise © outro material considerado relevante, quer prepa- rados pelo proprio auditor, quer obtidos junto das entidades anditadas ou cutras, devendo ser completes e pormenori- zados, de contaio adequado © em mimero suficiente para fuundamentarem as eanclusses @ que conduzem, 0s PT tém de ser encarados como um meio para atingir um fim, eno como um fim em si préprio, ndo devem ser em. mimero superior ao necessério e devem ser preparados com obediéncia a determinadas regras das quais assume especial importincia a denominada reara dos «4 Cs», segundo a qual devem ser claros, completos, concisos e conclusivos. ‘Nesta conformidadle, os anditores do TC devem obser- ‘var, em todas as fases de auditoria, as nommas relativas & obtengao de provas ou evideéncias 18 — Blaborar 05 PT necessarios e neles coligir 0 mumero suficiente de informagses para Confirmar € apoiar as opinives ¢ os relatos do auitor, ‘Tomar @auditoria mais eficiente e efcaz, Dispor de informagoes para preparar os rela- torios € responder as questées postas pelo ‘organismo controlado ou qualquer outro; Comprovar que o auditor aplicou na recotha de provas os procedimentos de inspecgio, observacio, investigagio confirmagao apropriados; Facilitar a programagio © a supervisio de auditoria 2.°—Os PT devern inclu obrigatoriamente: 0s objectives, 0 ambito, os procedimentos ¢ os resultados de auditoria, Programas detalhados das diferentes areas objecto de verificagao. 3° — Os PT devem satisfazer ainda os seguintes requisitos: Conter exclusivamente informagae relacionada com assuntos que sejam relevantes; Canter evidéncia das revisces efectnadas no Aambito da supervisto do trabalho realizado Serem de facil consulta ¢ apresentarem-se con- ‘venientemente ordenados ¢ indexados, Deacordo coma ISSA 1230 os auditores deverio coligt nos seus PT 0 niimero suficiente de informagées probaté- rias, nomeadamente, no que se refere a base © ao dominio «a programagao, ao trabalho executado € aos resultados de aditoria Os objectivos da elaboragao e preparagio dos PT sto os seauintes: Auxiiar 0 auditor na tealizagdo do seu trabalho alae ‘vés de um planeamento apropriado; Permitir que os trabalhos realizados possam ser supervisionados, Constituir meio de prova dos trabalhos realizades, verificagdes efectuadas e da conformidade com as nomnas € procedimentos instituidos, sendo 0 meio de suporte da opinido do auditor. 6.1.1, Forma e Conteitdo ‘Nao € pratico definir nonmas ou reuras sobre a forma ¢ ‘0 contetdo dos PT, uma vez que as varias fases de trabalho de auditoria e as diferentes taefas a desenvolver orisinarao vvatiados PT. Deve ser ebservado o principio geral de que os PT deve pemnitir satisfazer os objectivos atras assinalados. Assim, ‘compete a0 auditor determinar em cada sitrago conereta ‘a sua extensio, forma e contetdo, tendo em conta, nomea-

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