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CURSO - BÍBLIA EM COMUNIDADE

TRABALHO SOBRE A TEOLOGIA DE MARCOS


Turma III – Paulinas - Luanda

Nome(s):
Amor António Monteiro;
Ana Luísa Gomes;
Ana Teresa Mota;
Ângela Mutluria;
Cláudio Muiaia;
Conceição Luísa Cabonda;
Edgar Cindi G. Culhaquita;
Jorge Domingos;
Neusa de Carvalho
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1. Introdução ao trabalho.
R: O Evangelho de Marcos é um dos quatro evangelhos canônicos do Novo
Testamento, que relata a vida, os ensinamentos e os milagres de Jesus Cristo. É
considerado por muitos estudiosos como o mais antigo dos evangelhos sinóticos, que
inclui também os evangelhos de Mateus e Lucas. O evangelho recebeu o nome de
Marcos, possivelmente um discípulo de Pedro, que teria escrito o evangelho com base
nas pregações do próprio Pedro.
O Evangelho de Marcos apresenta uma narrativa concisa e direta sobre a vida de Jesus,
focando principalmente em seus ensinamentos e milagres, em vez de sua genealogia
ou nascimento. O estilo de escrita de Marcos é caracterizado por um ritmo acelerado e
dinâmico, que reflete a urgência e a intensidade da mensagem de Jesus.
Marcos retrata Jesus como o Filho de Deus com autoridade divina, que realiza milagres,
ensina com sabedoria e cumpre sua missão sacrificialmente até a morte na cruz. Ele
enfatiza a natureza humana de Jesus, mostrando-o como um servo que veio para servir
e dar a vida como resgate por muitos.
O Evangelho de Marcos é uma fonte importante de informações sobre a vida e os
ensinamentos de Jesus, bem como sobre a história e as práticas do cristianismo
primitivo. Sua mensagem é relevante e inspirada para os cristãos até os dias de hoje,
lembrando-nos da importância de seguir a Jesus com fé e devoção, como nosso
Salvador e Senhor.

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2. Retomada do Primeiro Nível Visão Global da Bíblia (VG. 14). Em Jesus, Deus
comunica-se com o povo, Comunidades cristãs na diáspora, Paulinas, São Paulo, 4ª
edição, 2009.
2.1 Ler o 5º Tema, a partir do item “Recuperando a ‘face’ do Jesus histórico” até o final
e fazer uma síntese da leitura feita.
R: Para a redacção do seu evangelho, Marcos serviu-se, inescusavelmente, de
memórias sobre a vida de Jesus que circulavam, no seu tempo, retractando, sobretudo
a sua encarnação, crucifixarão e ressurreição. Marcos recupera a imagem e traços
próprios de um Jesus humano envolvido em nível comunitário, religioso, social,
económico e político.
Marcos foi pioneiro na redacção de uma obra literária sobre a vida de Jesus e seu
discipulado, a que se denominou evangelho, com intenção de resgatar a importância
de Jesus terreno para a vida das comunidades e anunciar a fé.
Pelos estudos feitos sugere-se que o seu evangelho tenha sido escrito na Galileia ou na
Síria durante o período da revolta judaica ou ainda composto em Roma e se destinava
aos cristãos gentios. O fim principal da sua obra é apresentar a Boa Nova de Jesus,
Filho de Deus, actuando entre homens e mulheres na história.
Marcos aporta no seu Evangelho, dentre outros factos, o conflito de Jesus com os
sistemas imperial e religioso, opressores do seu tempo; a acção de Jesus que cura
doentes, expulsa demónios, que mostra as exigências para se entrar no Reino e
finalmente o confronto libertador, decisivo com o sistema idolátrico de dominação, que
se dá em Jerusalém, com a sua morte e ressurreição. Este evangelho divide-se em duas
partes, sendo a primeira ligada ao segredo messiânico (Mc 8, 27-30) e a segunda sobre
o anuncio da paixão, terminando com o anúncio da ressurreição a Maria Madalena e
outras mulheres.
3. Ler o livro: REIMER, Ivoni Richter. Compaixão, cruz e esperança: Teologia de
Marcos. Paulinas: São Paulo, 2012.
a) A partir do capítulo 3: Características teológicas centrais do Evangelho, observe
bem a estrutura do Evangelho de Marcos e em seguida releia o capítulo 10: Teologia
da cruz: narrativa da Paixão e Ressurreição de Jesus Mc 14,1-16,8 (somente leitura).

b) Fazer uma síntese sobre as Linhas Fundamentais da Teologia de Marcos

R: A teologia do Evangelho de Marcos é uma questão complexa e tem sido objecto de


estudo e interpretação por muitos teólogos e estudiosos do Novo Testamento ao longo
dos séculos. O Evangelho de Marcos é um dos quatro evangelhos canónicos do Novo
Testamento da Bíblia cristã e é considerado o evangelho mais antigo, acredita-se ter

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sido escrito por volta do ano 70 dC A seguir, são apresentados alguns pontos-chave da
teologia do Evangelho de Marcos:

Jesus como Messias Servo: No Evangelho de Marcos, Jesus é apresentado como o


Messias prometido no Antigo Testamento, mas seu messianismo é diferente da
expectativa popular de um Messias poderoso e conquistador. Em vez disso, Marcos
enfatiza a natureza servil do ministério de Jesus, retractando-o como o "Servo
Sofredor" que veio para servir e dar a vida como resgate por muitos (Marcos 10:45).
Jesus é apresentado como aquele que se sacrifica em favor dos outros, cumprindo sua
missão através da obediência ao plano de Deus, mesmo que isso signifique sofrimento
e morte.

Autoridade e Poder de Jesus: Marcos destaca a autoridade e o poder de Jesus em seu


ministério terreno. Jesus é apresentado como aquele que ensina com autoridade
(Marcos 1:22) e realiza milagres, como a cura de enfermos, a expulsão de demónios e o
controle sobre a natureza (Marcos 1:29-34, 4:35-41, 5: 1-20). Esses actos de poder
revelam a identidade divina de Jesus e sua supremacia sobre as forças do mal e as
limitações humanas.
Compassivo e Misericórdia: Marcos apresenta Jesus como um líder compassivo e
misericordioso, que se preocupa com as necessidades físicas, emocionais e espirituais
das pessoas ao seu redor. Ele demonstra compaixão pelos doentes, aflitos e
marginalizados, e busca cura-los e restaurá-los (Marcos 1:40-45, 5:24-34, 7:31-37).
Jesus também acolheu os pecadores e os excluídos, mostrando sua compaixão e amor
incondicional.
Messias Servo: Marcos retracta Jesus como o Messias prometido no Antigo
Testamento, mas seu messianismo é diferente da expectativa popular da época. Jesus é
apresentado como o Messias Servo, que veio para servir e dar a vida como resgate por
muitos (Marcos 10:45). Ele é o exemplo supremo de serviço e humildade, que se
esvazia de si mesmo para cumprir a vontade de Deus, mesmo que isso signifique
sofrimento e morte na cruz.
Autoridade e poder divinos: Marcos enfatiza a autoridade e o poder de Jesus em seu
ministério. Jesus é retractado como alguém que ensina com autoridade (Marcos 1:22),
realiza milagres, como a cura de enfermos, a expulsão de demónios e o controle sobre
a natureza (Marcos 1:29-34, 4:35-41, 5: 1-20), e tem o poder de perdoar pecados
(Marcos 2:1-12). Esses actos de poder evidenciam a identidade divina de Jesus como o
Filho de Deus.
Discipulado: O tema do discipulado é proeminente no Evangelho de Marcos. Jesus
chama seus discípulos para segui-lo, e eles são apresentados como aqueles que
aprendem com ele e são comissionados a continuar sua missão após sua morte e
ressurreição. No entanto, Marcos também destaca as falhas e limitações dos discípulos,

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mostrando que eles nem sempre compreendem plenamente o ensinamento e o
significado do ministério de Jesus. Isso destaca a necessidade de verdadeiro
discipulado, que envolve compromisso, obediência e compreensão crescente.

O Reino de Deus: O conceito do Reino de Deus é central no Evangelho de Marcos. Jesus


proclama a chegada do Reino de Deus e ensina sobre seus princípios e valores, como a
justiça, o amor, o perdão e a reconciliação. Marcos mostra que o ministério de Jesus é a
manifestação do Reino de Deus na terra, trazendo libertação e transformação às vidas
das pessoas. No entanto, também destaca a tensão entre o Reino de Deus e os poderes
deste mundo, especialmente as autoridades religiosas e políticas que se opõem a
Jesus.

O Caminho da Cruz: A cruz é um tema central no Evangelho de Marcos. Jesus prediz


sua própria morte e ressurreição e ensina seus discípulos sobre o significado da cruz
como o caminho para a redenção e a salvação.

c) Para o evangelista Marcos quem é Jesus e quem é o Discípulo?


R: Para o evangelista Marcos, Jesus é o Filho de Deus, o Messias, Senhor, Pastor, Santo
de Deus, que vive na carne a experiência do sofrimento e da dor; é o mestre que
aprende e ensina com autoridade que é a cruz o único caminho da libertação e da
ressurreição. É o mestre que resgata a dignidade da pessoa humana, por meio do
ensino, do perdão, da realização de práticas terapêuticas e exorcistas, que derrota e
vence as forças do mal e da opressão religiosa e político-social. É o arauto da Boa-nova,
do Reino de Deus para o qual só é habilitado aquele que segue fielmente o caminho da
cruz percorrido pelo mestre.
Para Marcos o discípulo é aquele que se coloca abnegadamente ao serviço do Reino,
em qualquer circunstância, que cruza os limites fronteiriços, arrisca a própria vida, se
despoja de si mesmo, que partilha seus bens, que acolhe e se coloca ao serviço dos
outros, que anuncia a justiça e a paz de Deus e denuncia toda opressão e injustiça, que
se coloca no caminho da humildade e resistência, que se orienta pela práxis libertadora
de Jesus e segue fielmente seus passos, que assume a cruz como uma realidade, mas
que tem certeza da ressurreição e nela deposita toda a esperança.

4. Cite um objeto ou símbolo que você escolheria, a partir do Evangelho Marcos, que
caracteriza o discipulado de Jesus no dia a dia? Você indicaria alguma canção ou filme
que retrate o tema do discipulado segundo Marcos?
R: Para simbolizar o discipulado de Jesus no dia a dia escolhemos a palavra “caminho”
que aparece várias vezes no texto: caminho (8,27), caminhava através de … (9,30), no

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caminho… (9,33-34), junto dali, foi (10,1), ao retomar sua caminhada (10,17), estavam
no caminho (10,32), à beira do caminho (10,46), segui-o pelo caminho (10,52). Jesus
chega em Jerusalém (11,1), entra no Templo, onde tem conflitos (11,27;
12,12.18.28.35.38.41) e anuncia o seu fim (13,2). No evangelho, o caminho de Jesus
começa na casa (Mc 1,1—8,22), centro de sua actividade missionária e culmina na
última etapa do caminho da crucifixão fora de Jerusalém. Pelo que os seus seguidores
são chamados a retomar o caminho e abrir novos caminhos, anunciando o Evangelho e
tendo a certeza de que o Senhor estaria com eles no caminho.
Quanto a canção indicaríamos a de Alice Camilo com o título “Contigo quero
caminhar”
Contigo quero caminhar,
E de mãos das sempre andar
Não separar nenhum instante de seu lado
Em cada passo que eu der quero seguir tua direcção
Que tua palavra seja um guia em minha vida
Ah, quero sentir o teu abraço
E respirar tua pureza
Te entregar meu coração
E conhecer o teu perdão
Me deleitar em tua presença
E não sentir jamais tua ausência
E confiar em teu amor e não viver mais em temor
Deixando o que me impedia de estar contigo a cada dia

Contigo quero caminhar e junto a ti sempre habitar


Quero sentir a segurança em teus braços
Que tua palavra e tua voz sejam a minha direcção
E ser ovelha que ao andar siga teus passos
Ah, quero sentir o teu abraço
E respirar tua pureza…

5. Conclusão: Síntese pessoal a partir do estudo, reflexão e experiência sobre o tema


O Evangelho de Marcos é uma narração concisa da redenção obtida mediante o
sacrifício expiatório de Cristo. Marcos demonstra as reivindicações messiânicas de
Jesus enfatizando sua autoridade como Mestre (1,22) e sua autoridade sobre satanás e
os espírito malignos (1,27; 3,19-30), o pecado (2,1-12), o sábado (2,27-28; 3,1-6), a
natureza (4,35-41; 6,45-52), a doença (5,21-34), a morte (5,35-43), as tradições
legalistas (7,1-13,14-20), e o templo (11,15-18). O evangelho de Marcos fornece a
identidade de Jesus como o Filho de Deus. Tanto o baptismo quanto a transfiguração
testemunham sua qualidade de Filho de Deus (1,11; 9,7). Em duas ocasiões, os

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espíritos imundos o reconhecem como Filho de Deus (3.11; 5.7). A parábola dos
lavradores malvados (12,6) faz alusão à qualidade de Filho divino (12,6).

Marcos tomou a decisão de escrever um evangelho para devolver a esperança aos


cristãos. Ele trazia uma certeza, a de que de Jesus era o Messias e Filho de Deus. A sua
certeza se baseia na palavra profética (Mc 1,2-3). Confirmada, de forma eloquente no
final do evangelho, com a declaração de um centurião romano que, olhando atónito
para Jesus crucificado, declara: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc
15,39). A fala do centurião anónimo é um convite para recomeçar, apesar do aparente
fracasso da cruz. Marcos- faz-nos um convite para refazer o caminho de Jesus, narrado
no evangelho, ainda que a cruz pudesse ser encontrada no fim da jornada.

O Evangelho de Marcos é essencialmente actual no sentido que nos ajuda a perceber a


presença histórica de Jesus em nossas comunidades com a sua acção salvífica e
libertadora em uma realidade conflictiva e de opressão vivida, se a comunidade de
Marcos resistiu na fé e na esperança diante dos sofrimentos e opressão, agora, cabe a
nós essa sublime tarefa. Sigamos em frente!

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