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Operação Especial 3 – Activos Intangíveis

Estágio em Ambiente Controlado

Sessão n.º 21
Operação Especial 3 – Activos Intangíveis

Dados gerais
 Empresa MaisSoft, lda
 Objecto Social:
 Criação e venda de software
 Constituição:
 16 de Janeiro de 2017
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Factos a Tratar
1. A empresa MaisSoft, Lda, empresa de direito angolano, foi constituída no dia 16
de Janeiro de 2016, com o objecto social “ Criação de novos sistemas de
informação”, para tal incorreu-se nas seguintes despesas.
Consultadoria Gabinete Jurídico para criação do Pacto Social – 1.250.000 kz
Emolumentos GUE – 37.500 kz
Certificação documentos da empresa no GUE para apresentação dossier na
APIEX-135.000kz.
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2. Durante o mês de Janeiro, a entidade contratou 2 técnicos informáticos para
poderem iniciar uma pesquisa de mercado para identificar as necessidades
termos de tecnologias de informação que possam dar apoio aos novos gestores
e as pequenas e medias empresas.
Em Março, após a pesquisa de mercado e seguindo algumas sugestões dos
pequenos e médios empresários, de imediato iniciaram-se os trabalhos
necessários para desenvolver um software de simples manuseamento para
apoio gestão.
A equipa de vendas foi intensificando a divulgação deste produto junto do
mercado alvo e em Julho já se encontra uma vasta lista de potenciais clientes
que demonstraram efectivamente vontade de adquirir o software e
parametrizarem para a sua realidade.
Em Setembro, a equipa técnica declarou que o sistema já se encontrava pronto
para utilização, encontrando-se na fase de testes, mas que poderia ser já
utilizado internamente com o intuito de se identificar ainda algumas falhas,
proporcionar melhorias na óptica do utilizador de forma a melhorar a sua
performance quando comercializado. Comercialização deste produto só será
iniciada em Janeiro de 2017.
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2. A equipa administrativa foi mapeamento para seu controlo, os custos incorridos
para desenvolver este projecto:

MÊS Dispêndios
no mês
Dispêndios
acumulados
MÊS Dispêndios
no mês
Dispêndios
acumulados

2016 - Janeiro 800.000 800.000 2016 - Julho 2.000.000 8.800.000


2016 - Fevereiro 800.000 1.600.000 2016 - Agosto 2.000.000 10.800.000
2016 - Março 1.200.000 2.800.000 2016 - Setembro 2.000.000 12.800.000
2016 - Abril 1.200.000 4.000.000 2016 - Outubro 1.200.000 14.000.000
2016 - Maio 1.400.000 5.400.000 2016 - Novembro 1.200.000 15.200.000
2016 - Junho 1.400.000 6.800.000 2016 - Dezembro 1.200.000 16.400.000
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3. Em Dezembro, a MaisSoft, Lda, decidiu chamar ao software desenvolvido de
“PYAngolaControling” e procedeu ao registo do nome tendo tido os seguintes
dispêndios:
Registo nº 12.865/2015 - Software “PYAngolaControling”, no valor 375.000 kz -
Válido até 10 anos.
Factura nº12 da Empresa ProcessoResolvido, Lda, referente à prestação serviço
inerente ao processo de registo da patente, no valor de 250.000 kz
4. Entretanto a empresa pagou a uma empresa da especializada no sentido de
estruturar toda uma companha para dar a conhecer a sua empresa e
principalmente a marca “PYAngolaControling”. No final de 2016 tinha pago a
quantia de 2.000.000 tendo a empresa contratada finalizado a sua actividade e
tendo-nos informado que o trabalho estava feito e que a marca tinha sido dada a
conhecer aos potenciais interessados.
Entretanto neste mesmo mês a empesa comprou uma marca já existente no
mercado “SOFTGOOD” no sentido de começar a comercializar consumíveis para
informática. Esta marca custou 5.000.000 pagos à empresa que nos cedeu a
marca e 500.000 a um escritório de advogados que colaboraram na negociação.
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5. Entretanto em 31 de Dezembro a empresa MaisSoft, Lda pediu a uma empresa
da especialidade que fizesse uma avaliação da empresa pois considerava que
toda a sua actividade recente teria um efeito muito benéfico da empresa e que a
tinha valorizado.
Para tal recorreram a peritos independentes, que faturaram pelo seu trabalho
800.000 Kzs, sendo que os mesmos avaliaram a entidade a 30.000.000 kzs.
Entretanto durante o mês de Dezembro a empresa tinha feito uma companha
publicitária onde pagou 3.000.000. O objectivo da campanha é dar a conhecer a
empresa e assim potenciar as vendas futuras.
A empresa tinha contratado uma empresa da especialidade para construir um
website tendo esta entregue o Website pronto que foi por nós testado e aceite.
Por este trabalho foi-nos facturado 900.000 Kzs
6. Entretanto a empresa pagou a todos os seus funcionários um conjunto de acções
de formação no sentido de aumentar a sua competência geral
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1. Despesas incorridas com a constituição da empresa “MaisSoft, lda”:


 Consultadoria Gabinete Jurídico para criação do Pacto Social – 1.250.000 kz
 Emolumentos GUE – 37.500 kz
 Certificação documentos da empresa no GUE para apresentação dossier na APIEX-
135.000kz.

Pretende-se decidir se estas despesas de constituição ou um activo


- Segundo o PGC, “ACTIVO é um recurso, controlado por uma entidade, resultante
de acontecimentos passados e do qual se esperam obter benefícios económicos
futuros”
- A questão que se coloca aqui é “destas despesas fluirão para a entidade benefícios
económicos??” – faz então sentido serem um custo.
- Contudo, segundo a Nota Explicativa 4.1, a conta Despesas de Constituição (12.4)
“destina-se a registar as despesas iniciais de constituição e organização da
empresa, bem como as despesas subsequentes relacionadas com a sua expansão,
designadamente as despesas com aumento de capital, estudos e projectos.” Nesse
sentido, estas despesas devem ser registadas como activo fixo intangível, despesas
de constituição.

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2. Despesas ocorridas durante o desenvolvimento de software


Janeiro a Dezembro de 2017

Em relação a este ponto, trata-se de verificar se estas despesas reúnem as


condições para serem classificadas como activo fixo intangível/Imobilizado
incorpóreo, particularmente como “Despesas de Investigação e
Desenvolvimento”
O PGC, no ponto 6.5.1 prevê que a “generalidade dos custos com pesquisa e
desenvolvimento não satisfazem, na generalidade dos casos, os critérios gerais
para o seu reconhecimento como activos.”. Assim recomenda que tanto as
despesas de Investigação, como as despesas de desenvolvimento sejam
reconhecidas como custos no período em que ocorrem.
No entanto, a partir do momento em que as despesas assumam todos os
critérios de reconhecimento de activos, podem registar-se no imobilizado
incorpóreo.

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2. Despesas ocorridas durante o desenvolvimento de software


Janeiro a Dezembro de 2017

Parece-nos [apesar de ser discutível] que só em Julho se conseguem verificar


todos os critérios de reconhecimento do activo (ponto 6.2 do PGC),
nomeadamente:
- Probabilidade de benefício económicos futuros (em Julho já se pode afirmar
com uma razoável confiança que o activo ficará pronto para funcionar e, de
acordo com informação existe mercado potencial = benefícios económicos
futuros)
- Custo do activo quantificado com fiabilidade (já em Abril se sabiam os custos
que o activo ia gerar).

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2. Despesas ocorridas durante o desenvolvimento de software


Janeiro a Dezembro de 2017

Em relação aos critérios de reconhecimento de Activos Intangíveis - despesas de


I&D, temos (ponto 6.2.2 do PGC):
- Produto ou processo claramente definido e os custos atribuíveis podem ser
demonstrados (em Julho (antes até) já se podem estimar os custos com razoável
base de confiança, e o produto está claramente definido)
- A exequibilidade técnica do produto possa ser demonstrada (cumpre porque já
se criou grande parte do software)
- A empresa pretende comercializar o produto (cumpre, até já houve análise de
mercado na busca de potenciais compradores)
- Exista um mercado para o produto (cumpre, segundo o estudo efectuado em
Junho)
- Existam recursos adequados para completar o projecto (sim, já existem –
reuniram-se antes de Julho – em Abril)

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2. Despesas ocorridas durante o desenvolvimento de software


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Em relação à nota explicativa 4.2 – Situações Particulares, refere dois casos em


que as despesas de I&D, mesmo que respeitem todos os critérios de
reconhecimento de activos, não podem ser consideradas despesas de I&D:
“Encontram-se excluídos do reconhecimento como imobilizado Incorpóreo os
custos de Investigação e Desenvolvimento que sejam incorridos por empresas
que tenham como actividade a Investigação e o Desenvolvimento”

Ficam algumas dúvidas se esta empresa (apesar de criar software se poderá


enquadrar no que se considera uma empresa de I&D

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3. Dezembro:
 Despesas com registo da patente [375.000kz]
 Factura da empresa que tratou do processo de registo “ProcessoResolvido,
Lda” [250.000KZ]

Assumindo que o registo da patente é essencial para o software ser


comercializado:
- As despesas de registo do software e a factura da empresa que prestou o
serviço devem ser reconhecidas como Activo Intangível – Patentes e
marcas (conta 12.3), pois reúne as características de activo:
- “Recurso controlado pela entidade, resultante de acontecimentos
passados e do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros”. –
em princípio o software será vendido a clientes e gerará benefícios para a
entidade.
- Valorização Subsequente: quantos anos se amortizará a patente?

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4. Dezembro 2016:
 Contratação de empresa especializada para dar a conhecer a marca
PYAngolaControling aos potenciais clientes – 2.000.000kz

Não sendo uma despesa essencial para o


funcionamento do Activo Intangível, não
respeita as condições de activo, logo deve
ser registada como custo do período, no
momento em que ocorre (conta 75.2.XX)

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4. Dezembro 2016:
 Aquisição da marca SOFTGOOD para começar a comercializar consumíveis de
informática:
 5.000.000kz Marca + 500.000kz advogados

Estamos claramente perante um Activo Intangível, logo registar em conta


12.3.X – Propriedade Industrial e Outros Direitos e Contratos/ Marca
SOFTGOOD.

Em relação à despesa com os advogados coloca-se a questão se o serviço dos


advogados seria mesmo essencial para a aquisição da marca. Assumindo que
sim, esta despesa deverá ser incorporada no activo intangível, assumindo que
apenas aconselharam e que a aquisição poder-se-ia ter feito sem os seus
serviços, então esta despesa deverá ser registada como custo do período.

No entanto, tal como nos Activos Tangíveis, talvez faça mais sentido considerar
que a presença deles foi essencial e incorporar no Activo o valor pagos.
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5. Dezembro 2016:
 Peritos avaliam a empresa em 30.000.000kz
 Cobram 800.000kz pelo serviço de avaliação.

A factura dos peritos é custo do período.

Em relação à avaliação da empresa não


se faz qualquer registo da mesma.

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5. Dezembro 2016:
 Campanha publicitária do valor 3.000.000kz

Tal como anteriormente mencionado, as despesas com publicidade


não reúnem condições de ser classificadas como activo, logo devem
ser registadas como custo (conta 75.2.XX) nos períodos em que
ocorrem. Caso a campanha se estenda até o ano seguinte pode-se
fazer o diferimento do custo (conta 37.4)

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5. Dezembro 2016:
 Construção de Website pelo qual facturaram à MaisSoft, lda, 900.000kz

O Website deve ser considerado custo pelo facto de ser equiparado a


publicidade e a publicidade é regra geral custo e nesse sentido o Website
também.

Segundo a norma interpretativa internacional SIC 32, os websites são sempre


considerados custos, excepto se tiverem capacidade de comércio (ex: site da
TAAG), ou seja, quando tiverem software associado.

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6. Dezembro 2016:
 Formação aos colaboradores

Formação dos colaboradores não reúne as condições


gerais de reconhecimento de activos, nomeadamente a
“certeza de que a empresa receberá as recompensas
ligadas ao activo (ponto 6.2 do PGC)”. Por outro lado não
há indícios desta formação ser essencial para colocar
algum activo em funcionamento, logo deve ser registada
como custo do período

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