Você está na página 1de 136

Manual Bíhlico de Mapas e Grâjicns © 2003, Editora Cullura Cristã. © 1996. 1993. Thomas Nelson.
(
Originalmente publicado em inglês com o título Nelson\ Complete Book ,? Ma11s wul Clwn.,· pela
Thomas Nelson Publishers. 501 Nelson Place, P.O.Box 141000. Nashville. TN. 37214-1000. USA.
Todos os direitos são re�crvaJos.

Traduçâo
He.loísn Cavallari Martins
Bcthania Fonseca da Silva

Revi.1cio
Rubens Castilho
Patrícia de Almeida Murari

Ediroraçâo
Expressão Exata

Capa
kléia Dois

ISBN
85-86886-76-9

Publicaçiio-auloriL.ada pelo Co11selho Editori;1I:


Cláudio Marra (Presidente), Alcx Barbosa Vieira. André Luís Ramo�.
Mauro Mcister, Otávio Henrique de Souza. Ricardo Agreste,
Sebastião Bueno Olinto. Yaldeci Santos Silva.

EDITORA CUlTURA CRISTÃ


Rua Miguel Teles Júnior. 394 - Cambuci
01540-040- São Paulo - SP- Brasil
Fone (O** 11) 3207-7099 - Fax (O** 11) 3209-1255
www.ccp.org.br - ccp@cep.org.br
0800- 14 1963

Superintendente: Havcraldo Ferreira Vargas


Editor: Cl:íudin !\ntfü1io Bati-.1:1 Marra
OS QUATRO
EVANGELHOS
Os quatro evangelhos- Mateus, Marcos, Lucas e Jouo- nos contam a respeito da vida de Jesus. No
entanto, eles não são biografias verdadeiras. Falam pouco a respeito da origem da família de Jesus e
de sua juventude. Eles se concentram quase que totalmente nos três anos do ministério de Jesus, mas
mesmo aí nào fornecem infonnação suficiente para reconstruir uma história completa desses anos.
Há um grande foco <le atenção voltado para a pessoa <le Jesus e seus ensinamentos, e o ponto alto dos
quatro evangelhos é a morte e ressurreição de Jesus e os eventos associados a elas.
Mateus. Marcos e Lucas são chamados de" Evangelhos Sinópticos". O termo"Sinóptico" significa
que eles vêem a vida de Jesus sob uma perspectiva comum. Depois de apresentarem Jesus de diferentes
fonnas dependendo do seu propósito, eles relatam o ministério de João Batista, o batismo e tentação
de Jesus, seu ministério na Galiléia e Judéia, sua última semana cm Jerusalém, sua morte e ressurreição.

1
No relato sinóptico Jesus caracteristicamente se refere a si mesmo como o Filho <lo Homem, e
proclama o reino de Deus.
Apesar <las semelhanças nos relatos sinópticos, esses evangelhos variam no tipo de material que eles
incluem e na organização de eventos específicos. Al\!m disso, cada evangelho foi escrito para enfatizar
certos aspectos da pessoa e obra de Jesus. Mateus enfatiza que Jesus é o Messias verdadeiro e o
objeto da expectativa e profecia do Antigo Testamento.O relato rápido de Marcos foi escrito para
atrair os cristãos romanos e o evangelho de Lucas é dirigido aos gentios e enfatiza a consideração de
Jesus por todos os tipos de pessoas.
O evangelho de João se diferencia dos sinópticos cm uma série de aspectos. Ele fala mais sobre o
início do ministério de Jesus na Judéia. João também relata longos discursos temáticos de Jesus ao
invés de dizeres curtos típicos dos relatos sinópticos. Em João Jesus refere-se a si mesmo como o
Filho de Deus e fala de salvação como vida eterna. Mais <lo que os sinópticos, João inclui reílexão
teológica sobre o significado da vida e morte de Jesus.
Veja o quadro "Por que quatro evangelhos" na página 240.

A questão da relação literária entre os evangelhos sinópticos não é facilmente respondida. No


geral, os sinópticos seguem as mesmas linhas gerais e relatam material semelhante. Às vezes os
relatos são quase idênticos, mas outras vezes são observadas diferenças importantes. Esse fenômeno
é chamado ··problema sinóptico" e urna série de teorias têm surgido para explicar a relação literária
destes três evangelhos.
1. Algumas sugerem que os escritores dos três evangelhos sinópticos extraíram seu material de um
Evangelho ant1.:rior que não foi preservado.
2. Outras argumentam que a tradição oral no que diz respeito aos atos e ensinamentos de Jesus
se tornaram arraigadas muito cedo e que as semelhanças encontradas nos evangelhos sinópticos
se devem à dependência da tradição oral. Esta teoria. no entanto, é insuficiente para dar conta
<la possível existência de antigas fontes escri.tas (veja Lucas 1.1-4) e as variações evidentes de
forma e conteúdo.
3. A teoria mais popular no momento mantém que Marcos foi o primeiro evangelho e que Mateus e
Lucas utilizaram Marcos, bem como outras fontes para comporem seus próplios trabalhos. Alguns
catedráticos afim1am a prioridade de Marcos imposta numa"teoria de duas fontes" na qual Mateus e
Lucas também utilizam uma outra fonte comwnente chamada "Q'', da palavra alemã Quelle, que significa
"fonte". D i z -se que essa segunda fonte é responsável por 250 versiculos (a maioria de material de
ensino) comuns a Mateus e Lucas, mas não encontrados em Marcos.
237
Outras teorias ela prioridade de Marcos afinnam que Mateus e Lucas utilizaram múltiplas fontes
além de Man;os. Em uma "teoria de quatro fontes", postula-se uma fonte M rcsponsúvcl por material
exclusivo de Mateus e uma fonte L para material peculiar de Lucas.
4. Seguindo uma visão amplamente apoiada pelos pais da igreja primitiva, alguns discutem qul!
Mateus foi o primeiro dos Sinópticos. Lucas, que utilizou Mateus, é normalmente visto como o
segundo; e Marcos é o terceiro, sendo uma combinação abreviada de Mateus e Lucas. A pregação de
Pedro também é vista como influência significativa no Evangelho de Marcos.
Veja o quadro, "Três teorias da fonte dos Evangelhos Sinópticos" na página ao lado. Nas páginas
seguintes veja também os quadros "Os milagres <le Jesus Cristo" e"As parábolas de Jesus Cristo".
O texto continua na página 242.

POR QUE QUATRO EVANGELHOS�


Evangelhos Mateus Marcos lucas João

Audiência Judeus Romanos Helenistas Mundo Grego

Jesus é o Messias Rei Jesus é o Filho de Deus Jesus e o FIiho do Homem Jesus é o totalmente divino
Retrato de que cumpre a profecia como autoridade perfeito quo veio para Filho de Deus em quem
e expectativas do salvar e ministrar a todas devemos crer para
Anligo Testamento as pessoas atraves do poder receber a vida eterna
Jesus
do Santo Espírito e oração (o "Eu Sou- de Deus)

Versos Mateus 1.1; 16.16, 20.28 Marcos 1.1; 8.27; 10.45; Lucas 19.10 João 20.31
chave 15.34

Palavras Cumprida Imediatamente FIiho do Homem Creia. Vida eterna


chave
v.-1..m, Com11l,·1,· JJ0114 r1f H,M,· V1111., mui C/11111,, l'J<J\ hy I hom;L, Nd,1111. lnc

Quando Ocorreram os Eventos nos Evangelhos

....

238

-------------------------�-------------------·------

As Teorias das Fontes dos Três Evani,!elhos Sinópticos

L-
A hipótese das duas fontes

MARCOS
1
50�.C. 65 d.C.

_[
MATEUS
! -J
LUCAS

A hipótese das quatro fontes

MT
erusalém
MC
Roma
Q
Antioquia [
LC
Cesaréia
1
I t
�0-65d.C. 65d.C. 50 d.C. 60-65d.C.
j
[
? � � 7
Mateus LUCAS
Antioquia Cesaréia/Corinto?

j
1 Tradição de 1 Fontes de
�ntioqui� Lucas 1 e 2
1

l
Um argumento da prioridade de dois evangelhos de Mateus

Fontes de
Testemunha Ocular
J L- Notas
Pessoais
Tradição Oral de
�emunhas Oculares
J

MATEUS
LUCAS
(Uma Testemunha Ocular)
59-61 d.C.
45-55 d.C. '-

_/-
1 MARCOS
65 d.C.
{
j Pedro
C 2002, Editora Cullura Cnstã

,Vi•/,1111 ·, C'1111111il'1<· 110111. 11/ ll1/lh· \laps 11ml C/111n, ,•. 1993 by I hornai. Ncbon. lnc.
,
239

..
OS MILAGRES DE JESUS CRISTO

Milagre Mateus Marcos Lucas João


1. A cura de um leproso 8.2 1.40 5.12
2. A cura do criado de um centurião 8.5 7.1
3. A cura da sogra de Pedro 8.14 1.30 4.38
4. Muitas outras curas 8.16 1.32 4.40
5. Jesus acalma uma tempestade 8.23 4.35 8.22
6. A cura do endemoninhado geraseno 8.28 5.1 8.26
7. A cura de um paralítico 9.2 2.3 5.18
8. A cura da filha de Jairo 9.18,23 5.22,35 8.40,49
9. A cura da mulher com hemorragia 9.20 5.25 8.43
10. A cura de dois cegos 9.27
11. A cura do mudo endemoninhado 9.32
12. A cura do homem da mão ressequida 12.9 3.1 6.6
13. A cura do endemoninhado cego e mudo 12.22 11.14
14. A primeira multiplicação dos pães 14.13 6.30 9.10 6.1
15. Jesus anda por sobre o mar 14.25 6.48 6.19
16. A cura da filha de uma mulher gentia 15.21 7.24
17. A segunda multiplicação dos pães 15.32 8.1
18. A cura de um íovem epilético 17.14 9.17 9.38
19. O pagamento de imposto na boca do peixe 17.24
20. A cura de dois homens cegos 20.30 10.46 18.35
21. Jesus resseca a figueira sem fruto 21.18 11.12
22. A cura de um endemoninhado em Cafarnaum 1.23 4.33
23. A cura de um surdo-mudo 7.31
24. A cura do cego de Betsaida 8.22
25. Jesus escapa da multidão hostil 4.30
26. A pesca maravilhosa 5.1
27. A ressurreição do filho da viúva de Naim 7.11
28. A cura da mulher encurvada 13.11
29. A cura de um hidrópico 14.1
30. A cura de dez leprosos 17.11
31. Restauração da orelha do soldado 22.51
32. A transformação da água em vinho 2.1
33. A cura do filho de um oficial do rei 4.46
34. A cura de um enfermo em Betesda 5.1
35. A cura de um cego de nascença 9.1
36. A ressurreição de Lázaro 11.43
37. A segunda pesca maravilhosa 21.1

Nelson:, Complct<' lloo� 11(81/,/c Maps mui Chan1· «� 1993 by 1lloma� Nelson. 1nc.

240
AS PARÁBOLAS DE JESUS CRISTO
Parábola Mateus Marcos Lucas
1. A parábola da candeia 5.14-16 4.21,22 8.16,17;11.33-36
2. A casa construída sobre a rocha
e a construida sobre a areia 7.24-27 6.47-49
3. Remendo de tecido novo em roupa velha 9.16 2.21 5.36
4. Vinho novo em odres velhos 9.17 2.22 5.37,38
5. O semeador 13.3-23 4.2-20 8.4-15
6. O joio 13.24-30
7. O grão de mostarda 13.31,32 4.30-32 13.18, 19
8. O fermento 13.20,21
9. O tesouro escondido 13.44
10. A parábola da pérola 13.45,46
11. A parábola da rede 13.47-50
12. A ovelha perdida 18.12-14 15.3-7
13. O credor incompassivo 18.23-35
14. Os trabalhadores na vinha 20.1-16
15. Os dois filhos 21.28-32
16. A parábola dos lavradores maus 21.33-45 12.1-12 20.9-19
17. A parábola das bodas 22.2-14
18. A parábola da figueira 24.32-44 13.28-3� 21.29-33
19. A parábola das dez virgens 25.1-13
20. A parábola dos talentos 25.14-30
21. A parábola da semente 4.26-29
22. O dono da casa ausente 13.33-3i
23. O credor e os dois devedores 7.41-43
24. O bom samaritano 10.30-37
25. O amigo em necessidade 11.5-13
26. O rico tolo 12.16-21
27. O servo vigilante 12.35-40
28. O servo bom e o servo mau 12.42-48
29. A figueira estéril 13.6 -9
30. A grande ceia 14.16-24
31. A construção da torre e o rei indo para o combate 14.25-35
32. A dracma perdida 15.8-10
33. O filho pródigo 15.11-32
34. O administrador infiel 16.1-13
35. O rico e Lázaro 16.19-31
36. Os servos improdutivos 17.7-10
37. A viúva persistente 18.1-9
38. O fariseu e o coletor de impostos 18.9-14
39. As minas 19.11-27

Nc•/11111 :, Co11111l<'tc' B,w/.; /1//Jil>/e A/1111, a11d Clums , 199J by Thum:L, Nelson. lnc.

241
HARMONIA DOS EVANGELHOS
É difícil determinar uma cronologia histórica precisa, tanto do ponto de vista interno quanto externo,
para os eventos contidos nos Evangelhos. Existem al&,11Jmas incertezas com respeito tanto a eventos
históricos externos como quanto ao relacionamento de alguns acontecimentos retratados nos próprios
Evangelhos. Por esta razão. a Ham1onia dos Evangelhos apresentada neste trabalho, assim como as
<latas históricas indicadas, devem ser consideradas como aproximadas.

Entretanto, estas incertezas não nos devem surpreender, pois os Evangelhos não pretendem ser
biografias completas de Jesus. Os evangelistas dão nos algumas referências históricas, mas sua
intenção primária é apresentar a obra e a pessoa salvadora de Jesus Cristo. Embora possamos ter
absoluta confiança no caráter histórico dos eventos relatados. há muitas informações que os
Evangelhos omitem (cf. Jo 2 1 .25).

Tradicionalmente, datava-se a vida de Jesus compreendendo o período de I a.C. a1é d.C.33.


Ultimamente o nascimento de .Jesus tem sido datado por muitos eruditos ao redor do ano 5 ou 6 a. C.
Sugestões para a data da morte de Jesus variam <lc 27 d.C. até 33 d.C., sendo a data de 30 d.C. a mais
provável para a última Páscoa.

O nascimento de Jesus ocorreu, provavelmente, um ou dois anos antes da morte de Herodes, o


Grande, em 4 a.C. (cf. M t 2.1-23). Há muita incerteza quanto ao censo realizado no tempo de
Quirino (Lc 2.2), normalmente datado ao redor do ano 7 de nossa era. Alguns têm sugerido que
Quirino pode ter governado a Síria duas vezes, ou que o censo ocorrido no tempo do nascimento
de Jesus tenha sido uma fase inicial de inscrição para um censo terminado posteriormente,
durante o tempo de Quirino.

Lucas 3.1 data o começo do ministério de João Batista no "décimo quinto ano do reinado de
Tibério César", data um tanto incerta (poderia ser 26 ou 29 d.C., dependendo do calendário usado).
De acordo com Lucas 3.23, Jesus começou seu ministério quando tinha ao redor de 30 anos de
idade. Embora o relato sinótico do ministério de Jesus pudesse ser resumido cm apenas um ano, o
registro feito por João de três visitas de Jesus a J erusalém para a celebração da Páscoa. indica um
período de ministério de três anos (alguns estudiosos preferem um período de dois anos para o
ministério de Jesus). Portanto, se Jesus começou seu ministério cm 27 d.C.. um ministério de trcs
anos resultari!l em 30 d.C. para a cnicificação e ressurreição.

242

---------------------._:,,._,---::-�-------------�......---------·
Harmonia dos EvanQelhos

Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João


APRESENTAÇÕES DE JESUS

1 . Apresenração de Lucas 1 1- 4

2. O Cristo 11n1orl or a oncamoçao 1.1-18

3. Geneal ogia de Jesus Cristo 1 1-17 3.23-38

NASCIMENTO, INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA OE JESUS E JOÃO BATISTA

7 a.C. 1. Anunc,o do Nasc1rnen10 de João Jerusalem (Templ o) 1 5-25


7 ou6 a.e. 2. Anunc,o à Vi rgem do Nascimento de Jesus Nazare 1.26-38
e. 5 a.e. 3. Saudação de Isabel a Mana Regi ão mon1anhosa da Judéia 1.39-45
4, Can11co de Louvor de Maria 1.46-56
s a.e. 5. Nascimeóto, lnlânaa ePropósitoparao FuturodeJoãoBatisla Judéia 1 57-80

6 Anúncio a José sobre o Nascimenlo de Jesus Nazaré 1.18·25


5-4 a.e. 7 Na�elmen10 de Jesus Belem 1.24.25 2.1•7
8. Proclamação dos Anjos Perto de Sel em 2 8-14
9. Homenagem dos Pastores Selem 2.15·20
10. Circunci são de Jesus Selem 2.21
4 a.e. 11. Prime1ra Vi sita ao Templo, Reconhecidopor Simeão e Ana Jorusalém 2.22-38

12. V1 slla dos Magos Jerusalom e Bek!m 2 1-12


13. Fuga para o Ege h) o Massacro dos lnoconlos Be1 e111. Jorusalorn o Eg110 2. 13-18
14 Do Eg110 para Nazare. com Jesus 2.19·23 2.39
Depois 15. lnHlnc1a do Jesus Nazaré 2.40, 51
d.C. 7-8 16. Aos 1 2 Anos. Jesus v,sna o Te1np10 Jerusalem 2.41-50
Oopots 17 Dezollo anos de Adolescéocl a e Malundade de Jesus Nazaré 2.51 , 52

VERDADES SOBRE JOÃO BATISTA


e. 2!>-27 <J.C 1 . Inicio Cio Ministério de João O<,sorto da Judo,a 3.1 1.1·4 3. 1 , 2 1 . 19·28

2. Homem e Mensagem 3.2-12 1.2·8 3.3-14


3. Sua Imagem de Cns10 3 1 1 , 12 1.7, 8 3. 15·18 1. 26, 27
4. Sua Coragem 14 4-12 3.19-20

INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS


e. 2 d.C. 1 . 8a11 sn10 de Jesus Rio Jordao 1 3 13•1 7 1 9·1 1 3.21· 23 1,29-34
2. Tentação de Jesus Deserto 4.1-11 1.12, 13 4.1-13
3. Escolha dos Pnmeiros Di sci pul os Além do Jordão 1 35·51
4, o Pnme,ro Milagre Caná da Galãéia 2. 1 ·1 1
5. Pnmeira oslada em Catarnaum (Catarnaum é a ·sua· cidade\ 2.12
27d.C. 6. Primeira Punficação do Templo Jerusnlóm 2.13- 22
7, Recebido em Jerusalém Judéia 2.23-25
27 d.C. 8 Ensina Nicodemos sobre Novo Nasci mento Judei a 3.1- 21
9 Mi n,sléno ao Lado de João Judéia 3.22- 30
t O Vol ta para a Galileia Judéia 4.12 1.14 4.14 4.1 - 4
11 Mul her Samar�ana no Poço de Jaco Samaria 4.5-42
t 2. Volla para a Gahlé1a 1.15 4. 15 4.43-45

MINISTÉRIO DA GALILÉIA

27-29 <tC.
27 d.C. 1 Cura do Filho do um Nobre Cana 4.46- 54
2 Rol"llado em Nazaré Nazaté 4.16-30
3 Muda-se para Cafarnaum Catarnaum 4.13-17
4. Ouairo so Tomam Pescadores do Homens Mar da Gahléta 4 18-22 1 . 16·20 5.1-11
5 Endemoninhado Curado no Sat,ado Cafamaum 1.21 ·28 4 31•37
6. Cura ela Sogra de Pedro e Ouiros Calamaum 8 14•17 1 .29·34 4.38-41
e. 27 d.C 7. Pnmeira Viagem da Pregação pela Gahloi a Galil éia 4.23·25 1 35-39 4.42-44
8. Cura da um Leproso e Nollci a Divulgada Galiléia 8.1-4 1,40-45 5.12-16
9. Paralilico Curado Calamaum 9 1-8 2.1·12 5.17•26
10. Ma1eus E Chamado e Oferece uma Recepção Cafarnaum 9.9-13 2.13•17 5.27-32
l i D1scipul os Defendidos por uma Parábola Catamaum 9.14-17 2.18·22 5.33-39
28 d.C. 12. Vai a Jerusaém para a Segunda Pascoa e Cura um Coxo Jerusalém 5.1-47

Nelson� Compl.·te H1111/.. 11/ Rihll' ,\/,1p...: mui Chlll"IS • 1993 by Thomas Nd,011, lnc.
243

- - - - -
Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João

13 Tngo Coh:lo PtOCll)M � soon, Sábado A Cam111no da Gahléta 12.,- 8 2.23·28 6 1·5
14 A Cum de um Homom com a Mão Mirrada Gallté,a 1 2 9 14 3 1-6 66·11
Causa Out,a Con�ia sobre o Sllbado
15 Mul 1Idóos S30 Curada, Mar da Gahlé,a 12 15•2I 3 7-12 6 17-19
16 Doze Apóstolos Selac,onados P0110 de Calarnaum 3 13-19 6 12-16
Após uma No,te de Oração
17 Sennão da Mootanha Pe<to de Calarnaum 5 1 - 7 29 6 20-•9
18 Cuia do Smvo do Cen1unào Caramaum 8.5·13 7.1-10
19 Res,ucda o FUho da Viuva Nam 7 11-17
20 Jesus Aquieta as Ouvidas de Joao Galiló,a 11 2·19 7,18-35

e.,,,. (le Sm.'lo. Calamaum


21 Ai dos Privllo91ados 11 20-30
;n "4uloor Pecadora Ungn a Jesus 7 36·50
23. Outro V�igetn pela Gohlóla G<thlé,a 8 1-3
24 Jesus Acusado de 81.ulem,a Calamaum 12 22-37 3 20-30 11.14·23
25 Jesus Respande a Exi gência do um Sinal Caltirnaum 12.38·45 11 24-26 29-36
26 Mao e tnn.;0$ Procu,am Falar com J'!sus Calamaum 12 46-50 3 31-35 8 19-21
28d.C 27 Parábol as Famosas. Somoador, Somonre, Joi o. Junro ao Mor da Call l é,a 13.1 ·52 4 1-34 8 4·1 8
Grao de Mos1anla, Fonnen10. T850Ulo. Pérola
Rede, Candei a
28 Marocolmado Mar da Gat�•i., 8 23-27 4 35-41 8 22-25
29 Cura dO Endemon.,hodo Gad,1rono Pro1J Lcs1e da Oahleia 8 28·34 5,1 •20 6 26-39
30 Aeuurrmção da !Ilha do Jairo 9 18-26 5 21-43 8 40-56
e Cura da Mulhe< com Hemorragia
31 Acs1nuração da Vrsla de do,s Cegos 9 27•31
' 32 Cu,a dO End<wnontnhadO Mudo 9.32·34
33 Segunda Reje,ção do Cnslo em Nazaró Na1aré 13 53-58 6 1· 6
34 O.Jovem RICO 935- 11 1 6 7-13 9 1· 6
35 Herodes, com Modo, Oecap,1a João Gahl ó, a 14,1-12 6 14- 29 97.9
Prtrnavera. 29 d C 36 Retomo dos Doze. Jesus se AeHra Perlo de Be1esalda 1 4 13·21 6 30-44 9 10-17 6.1-14
5.000 Almen1odos
37 Jesus Anda sobre o Mor Mar da Ga�lóia 14 22-33 6 45-52 8 15-21
38 Cura dos Enfermos em Gene$11ré Gen<1sa1é 14.34·36 15 53-56
39. Populorldado Olml nul no Galtlóla Carernaum 622,71 7 1
29dC 40 Ataque as Tradtçõos 1 5 1-20 7 1-23
41. Frustrac:lo o Descanso na FenI c,o Fenícia 1521-28 7 24-30
Cura da Cnançe S.,o-Fon1c,a
42 Cure óo um Surdo e Gago Oecépal,s 15 29·31 7.31-37
43 Ouatro ma Allmenllldos Oedpobs 15 32-39 8 1·9
44 Au,nen1a o Aleque dos Fanseus Magdala 16 1·4 8 10-13
45 Oescul dO dos O.scipul os é Coodenado 16 5-12 8 14•26
Cura de um Cego
46, Pedro Conlesao que Jesus e o Cnsto Perto de Ce111ré,a de F,hpe 16 13·20 8 27-30 9 18-21
47 Jesus Pn>doz sua Mor1e C.saroia de F,ope 1 6 21-26 8 31-38 9 22·25
48 Promossa do Ao,no 16 27, 28 91 9 26.27
49 A TranshguraçJo Moo1anha n6o ldenMicada 171-13 9 2·13 9.28-36
50, Cura de um Ep,t élico Monte da Tr&nsf,guroção 17, 14- 21 9.14·29 9 37-42
SI Falo Novamonte sobre sua Morte e Acso;urre,çoo Gallleoa 1 7 22. 23 9 30·32 9 43-45
52 lffil)0$10s Pagos Catamaum 1 7 24-27
53 Oiscípu10s O,scutem &Obre Ouem é o Ma10r Calarnat.m 18 1·35 9 33.50 9 46-62
Jesus oer.,., PaC>êllCIII Lealdade. Perdão
54 Jesus rof(lila o Consel ho de sous lrm,los Gahlé1a 7 2-9
c So1 29dC 55 Sa,da da Galoléoa. Ae,eoção dos Samantanos 19 1 9 5 1 -56 7 10
56 Cuslo do o,scl pulado 8 18·22 9 57•62

ÚLTIMO MINISTÉRIO DA JUDÉIA E DA PERÊIA

29-30 d C
Out 2 0 /J C 1 Fes1a dos TabcrnáculOs Jerusalém 7.2, 10-52
2 Mulher Adutlera Perdoada Je1us11lem 7.53- 8.1 1
�9 d.C 3 Cns10- a Luz do Mundo Jcru$,lk'm 8 12·20
4 Fan-- n:.o Acellam II Prolecia e J<!rusalem-Templo 8.21·59
Tentam OoslNlr o Prolela
5 Cego de Nasconça � Curado, Consequências Jerusalém 9.1·41
G ParabOl a dO Oom Pastor Jerusnlem 10 1 ·21
7 O SeMÇO doa Setcnt;a Prov111ve1mPn1e J\Jd(',a 10 1 - 24
8 Doutor da Leo Ouve a Hlstona do Bom Snmantano Jud0I a (?) 10. 25-37

244
-...
......
....... Data Evento Localização

........
Mateus Marcos Lucas João

9. Hospnalldade de Mana e Maria Be1ãnIa 10. 38-42


1 O. Outra Liçao sobre Oração Judeia (?) 11.1-13
11. Acusado de Relação com Belzebu 11.14·36
12 Jul 9,1m011to cio Escnbas e Fanseus 11,37-54
13. Jesus Trata da Hi pocns1 a, Cobiça, 12.1 -59

.....
Preoc1.1pação e Vigil ilncla
14. Arrependunonto ou Perdição 13 1 -5
15. A Figueira Esléril 13.6- 9
16. Mulher Encurvada Curada no Sábado 1 3 1 0-17
17. Parabolas do Grão de MosIarda e Fem1enI0 Provavelmente Peréio 13.18·21

...-­
Inverno 29 d.C. 18. Festa da Dedicação Jerusalém 10.22·39
19. ReIiro para alem do Jordão 10.40-42
20. ln.e.a o Ensmo durante o Retomo para Peré,o 13. 22-35

......
Jerusalém com Palavras Especi ais sobre Herodes
21. Releiçàocom um Fanseu Propo.-ciona Cura ele 14.1-24

.....
um Hklróplco. Pamllol as do Bot, Melhores
Lugares e Grande Cel a
22. Exlgéncias do Di scípulado Peréi a 14.25-35
23. Parábolas da Ovelha. Moeda e Fi l ho P8fd1dos 15.1- 32
24. Parábolas do Adml nl s1rador I nfiel, Rico e Lazaro 16 1·31

.......
.......
25 L,çoos sobre Servi ço. Fe, lnl1uência 17.1-10
26 Ressurre,çilo de Lazaro Perol a a Betâni a 11 1-44
27 Reação ao retiro de Jesus 1 1.45•54
30d.C. 28. lnícro da Ultima Vr agem para Jerusal em, Samaria. Gah ler a 17.11
via Samaria e Golll é1 a

..•...
29 Cura de Dez Leprosos 1 7 12-19
30 Lições sobre a Vrnda do Re, no 17,20- 37
31, Parábol as da Vi uva Persr sIente, 18.1·14
Fanseu e Publicano
32. Doutrina sobre Drvorcio 19.1-12 10 1·12
33 Jesus Abençoa as Crinnços, Ob1eções

....
Pareia 19.13-1 5 10.13-16 18 15·17
30d.C. 34. O Jovem RICO Pereta 19.16·30 1 0.17-31 18.18-30
35 Os Trabalhadores da 11" Hota 20.1-16
36. Jesus Prediz sua Mona e Ressurreição Peno do Jorclilo 20.17- 19 10 32.34 18.31-34
37 Arnbiçào do Tiago e Joao 20.20-28 10.35-45

..•
38 Cura do Cogo Ba11,meu Jerico 10.46·52 18.35-43
39 Refe,çáo com Zaqueu Jeticó 19.1-10

lill
40. Parábola das Mi nas Jenco 1 9. 11-27
41 Retomo ao Lar do Mana e Mana Betàma 11.55- 12,1
42. Conspoação para Matar lazaro Betãma 12.9-1 1

ÚLTIMA SEMANA DE TRABALHO EM JERUSALÉM

Pnmavera 30 d. C. 1. Entrada Tnuntal BeIãnra para Jerusal ém 21. 1 - 9 11.1-1 1 19.28-44 12 12-19
Domi ngo 2 . F,gue1ra Amaldi çoada e Templo Punhcado 8'ltânra a Jerusalem 21.10-19 11 12-18 1 9.45-48
Segunda-Feira 3. A A1raçao do Sacril1c10 Jeru-.salém 12.20· 50
4. Teslemunho da Figueira Seca Be1ãn1 a a Jerusalém 21.20-22 1 1 .1 9·26
Torça-Feira S. Sinédrio Desalia Jesus.
nosposI11 por Parabol.rs. Dots Filhos,
LavtAdo,es Maus F0s10 do Cosamen10 Je,usalém 21 .23- 22 14 1 1 27-12.12 20.1 ·19
6 Tributo a Cosa, Jorusalom 22 15-22 12 13-17 20.20·26
7 Saduceus Ouesuon.nn, a Ressuffo•çáo Jerusalém 22.23-33 12. 18•27 20 27-40
8. Fanseus Ouestronam os MarlC1amer11os Jorusatem 22.34-40 12-28-34
9. Jesus e Davi Jerusal ém 22.41-46 12.35- 37 20.41 ·44
10 Ulti mo Sermão de Jesus Jorusutem 23 1-39 12.38- 40 20.45-47
li Oferta da Viúva

...•
....•
Jerusalém 12.41•44 21 . 1 -4
12. Jesus Fala sobre o FuIuro Monte das Oliveiras 24 1 ·51 13.1- 37 21. 5·36
13, Parabot as. Dez V1rge11s, Talemos,
O Or a de Jul gamento Montü das Ohvoiras 25,1-46
14. Jesus diz a Daln da Crucdi cação 2 6 1-5 14.1,2 22.1,2
15. Ungido por Mana no Banquete do Si mão Betãn,a 26.6-13 14.3-9 12.2·8
16, Judas AI usta a Traição 2614·16 14.10,11 22.Hi
Quinta-Ferra 1 7 Preparação para a Páscoa Jerusalem 26.17-19 14.12·16 22.7-1 3


Nor te de Qui nta-Fei ra 18. Cot ebrada • Páscoa Advenéncl a sobre o Ciumo Jerusatem 26.20 14.17 22.14-16, 24-30
19. Lava-Pés CenocuI0 13.1-20

•_.
245
Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João

20. Judas Revel ado Conáculo 26.21·25 14 18-21 22 21 -23 13 2 1 · 30


21. Jesus Adver10 sobre Fulura Deserção:
Ahrmam Lealdade Cornícul o 26.31-35 1 4. 27-31 22.31- 38 13 31-38

22. lns11 1ul ção da Ceia do Senh-Or Cenáculo 26.26·29 14 22-25 22.17-20

Noíte de Oulnla Feira 23. Úlllmo Discurso para os Di scípulos e Oração


Sacerdotal Jerusalém 1 4.1-17 26

Ou,nra e Sexta fe,ra 24. Angústoa do Ge1sêmani


Monte das Oliveiras Monte das Oliveiras 26 30. 36-46 1 4.26.32-42 22.39-46 18,1

Sexla-fo,ra 25. Trai ção, Pnsão, Deserção Gelsêman, 26.47•56 14. 43,52 22 47- 53 1 8,2·12

26. Interrogado Primeiro po, Anás Jerusalém 1 6, 12-14, 19-

27 Jul gado por Caifás e Si nédrio; 1 n1 u11as Jerusal ém 26 57. 58-68 14 53. 55-65 22.54,63·65 23

28. Tripla Negação do Pedro Jerusal ém 26.58, 69-75 14 54, 66-72 22.54,62 1824

29. Condenação pelo s,nédno Jerusal ém 27 1 1 5.1 22.66-71 18 1 5·1 6, 25·

30. Sulc/d10 de Judas Jerusal em 27 3·10 27

31, Primoiro t111orro9n1ório poronto P1 lalo� ,Jo,usal êm 272. 11-M 15 1 ·5 23. 1·7
32. Jesus Peran1e He,odes Jerusal ém 23.&·12
33. Segunda vez Per11nte Ptll'.'tos Jorusal óm 27 15-26 15.6-15 23. 13-25 18.28-38

34. Zombaria dos Soldodos Romanos JonJsnlóm 27 27·30 15 16-19


35. Conduzi do ao Gól gota Jof\lsalém 27 31-34 15.20· 23 23 26·33 18.39,19 16

36 Sois Evonlos das lrés primei ras horas na Cruz CalvãrtO 27.35·44 15.24-32 23.33-43

37. Ultimas lrõs horas na Cnrz Cafv;\110 27 45.50 15.33-37 23 44-46 19 16.17

38. Evonlos Rotacionados à Mor1e de Jesus 27 51 ,56 15 38-41 23.45. 47-49 19. 18-27

39. Sopuliamon10 de Jesus Jerusalem 27 57-60 15.42-46 23.50-54 1928-30

Sexla·Folra 40. Sepulc,o Selado Jerusalém 27 61- 66 23.55,56

Sábado 4 1 . As Mulheres Observavam Jerusaltlm 15.47 19.31-42

DA RESSURREIÇÃO A ASCENSÃO

1. As Mulheres Visitam o Sepul cro Perto de Jerusalém 28.1-10 16 1 · 8 24,1-1 1


30dC.
Madrugada 2. Ped,o e João Vêem o Tumul o Vaz,o 24.12

Do Pnmo,ro 3. Jesus Aparece a Mana Madalena Jerusal ém 16.9· 11

4. Josus Ap.iroco as oulrns Mulheres Jo1usalén1 28.9,10 20.1-10


O, a (Domingo,
28. 11-15 20.11-18
D,a do Senhor) 5. Os Guardas Relatam a Aossurrciç!io
6. Jesus Aparece a Dois O1sc1pulos
óormngo h Tn11lo no C�m1nho do Emmm 16.12 13 24. 13·35

7. Jesus Aµ::uoco a 0oz 0Jscfpulo� lomô Au�onlll Jo1us.1.l •\1t1 24,J(, ��


8. Jesus Aparece aos Discípulos Tomó Presente Jerusal em

Domingo à Noite 9. Jesus Aparece a Sete Discípulos 20 19-25

Junto oo Mar da Galltéia Gali l éia 20.26-31


cluranlo 40 Dias
1 O. Grande Col11lssão 28 16·20 16 14-18 24 44-49
Até a Ascensão
11. Ascensão Monte das Oliveiras 16.19.20 24.50- 53 21 1-25

Nl' i.H111 :, Complcti• Rook o(/Ji/,h• Maps //llrl C/1r1rls ,, ·, 1993 hy Thoma, Nelson. ln�.

Dinastia Herodiana
Herodes era o nome <lc família de vários governantes romanos que serviram como governadores da
Palestina e regiões vizinhas durante a época <lo Novo Testamento.
O primeiro Herodes, conhecido rnmo Herodes o Grande. foi o governador romano da Palestina durante
a época do Imperador César Augusto, no tempo cm que Jesus nasceu cm Belém (Mt 2. 1 ; Lc J . 1 ) Todos
os outros l lerodcs mencionados no Novo Testamento são li lhos ou netos deste l lcroJes.
Herodes o Grande (govemou a Palestina de 37-4 a.C.), ficou conhecido como um grande constmtor,
organizador e empreendedor, embora sua política fosse considerada cmcl e implacável pelo povojudeu. Sua
rcalizução mais notável foi a rcco11stn1ção do templo de Jcmsalém - um projeto que durou quase cinqüenta
anos. Ele também reconstruiu e expandiu a cidade de Cesaréia, transfonnamla numa cidade portuúria .i beira
do mar Mcditcrr.1nco. Cesaréia era a capital romana da Palestina durante a época <lo Novo Testamento. Os
fantásticos aquedutos eonstruí<los por Herodes na cidade ain<la podem :.er vistos hoje.
Antipas, filho de Herodes, sucedeu ao pai como govemndor romano Ja Galiléia e Pcréia (Mt 1 4. 1 )
Antipas foi o responsúvel pela prisão e morte de João 13atista (Lc 3. 19. 20: M t 14. 1 - 1 2 ).
Agripa, neto de I lcrodcs o Grande, foi nomeado governador de toda a Palestina pdo Imperador roma1w
Calígula. Agripa é conhecido como perseguidor dos cris1ãos primitivos. Mandou executar Tiago e
prendeu Pedro. Por causa de sua crueldade e blasfêmia, Agripa foi morto por um anjo do Senhor.
246
Em 50 d.C., seu filho, Agripa 11, foi nomeado governador e rei do território de Caleis. Mais tarde
Abilene, Traconites, Acra e importantes áreas da Galiléia e da Peréia foram também incorporadas ao
território sob seu governo. A única 1:efcrência a este Herodes no Novo Testamento ocorre em Atos
25. 1 3 - 26.32, texto que relata a prisão de Paulo cm Cesaréia. Agripa ouviu a defesa de Paulo, mas
o apóstolo havia apelado para César e Agripn não tinha poder para libertá-lo.
Os outros dois Herodes mencionados no Novo Testamento são Herodes Arquelau (Mt 2.22) e Herodes
Fdipe (Lc 3 . 1 ) Ambos eram filhos de lforoJcs o Grande, tendo governado parle do território
anteriormente administrado pelo pai.

ª�
Planta do Templo de Herodes

N
Porta Exterior do Norte

t--- ---'-'---- - -�---- .._.______, Nazireus


Cláustros
Internos Pátio dos

Pátio de Israel (Homens)


Cláustros
Internos

Balclio das Mlllhe<e


L Câmara dos
leprosos

Salcào das Mul heres

Pátio de Sacerdotes

o lugar
Santlsslmo
lugar Santo !Altar[ Porta Interior
Oriental
Pátio das
Mulheres
Porta Exterior
Oriental
L

Pálio de Sacerdótes

Pátio de Israel (Homens)


r--,----"'T"'r-:-'."'."'"--'T7,--,---- Tõ-�----11Compartimento Pátio do
Clâustros Cláustros para Lenha Canto

t
Internos Internos

s © 2002. Ed1t0<a Cultura Crista

A Família de Herodes
Herodes o Grande

Filho de Doris Filhos de Mariana Fihos de Maltace Filhos de Cleópatra Filhos de Mariana

I
uma samaritana de Simão

1 1
Antipater Ari stobulo Alexandre Tetrarca Herodes
Felipe li
Herodes
Herodes Arquelau Filipe 1
Antipas ( 1 9 marido de Herodias)

H. de Caleis Herodias (mulher de Herodes 1


Herodes Antipas) Agripa 1 Salomé

Berenice H.Agripa li Drusila


(casada oom Félix)
11.'d"ill \ (·1111111/ete 8110k o/ llihle MttJ" w11I Chun, ,·, 1993 by Thomas Nd,on. lnc.

247
Diri�entes Políticos da Palestina no Novo Testamento

Imperador Romano Governadores da Palestina

Herodes o Grande (37- 4 a.C.)

Judéia Galiléia e Peréia Outras províncias

César Augusto Arquelau Herodes Antipas Herodes Filipe li


31 a.e. - 14 d.C.
Copónio

Ânio Rufo

Tibério César Valério Grato

Póncio Pilatos

Caligula Marcelo

Herodes Agripa

Cláudio Cuspia Fado

Tibéri o Alexandre
Herodes Agrlpa li
Ventldo Comano
(começou a governar em 34 d.C.
M. Ãntonio Félix
em outras provinci a e em 39 d.C,
Nero Pórcio Festo
na Galiléia e na Pereia)
Clodio Albino

Galbo, Oto, Vitélio Gessio Floro

Vespasiano Revolta Judaica (66 - 70 d.C)

Tito

Domiciano

Nefom , C,1111p/c'lt' !11111!. 11/ /Jih/1• Af11p., 11111/ Churl., • 1 ll/l/J h:,. l 1111111.1� Nd,1111. lni:.

'248
MATEUS
O Evangelho de Mateus está apropriadamente localizado no início <lo Novo Testamento, não por que tenha
si<lo o primeiro livro escrito do Novo Tcstamcnto, nem tampouco porque seja o Evangelho mais antigo: A
111zão é, antes de tuuo, porque este Evangelho coloca sua maior ênfase na relação entre Jesus e o Antigo
Testamento, servindo. assim, como uma ponte entre os dois Testamentos, como promessa e cumprimento.

Autor
Os mais antigos manuscritos do primeiro Evangelho não identificam seu autor, e alguns estudiosos
modernos rejeitam a autoria de Mateus. Entretanto, desde o segundo século da nossa era. a tradi �âo
da Igreja tem atribuído a autoria deste Evangelho a Mateus, o discípulo de Jesus e apóstolo.
Antes de ser chamado para seguir a Jesus (Mt 9. 9-13 ), Mateus ocupava um cargo muito impopular
como cobrador de impostos para o Império Romano em Cafarnaum. Como um cobrador de impostos
bem quali licado. Mateus estava, provavelmente. acostumado a tomar notas e manter registros do
que acontccia ao seu redor. O can,1tcr jlH.laico deste Evangelho combina bem com tal autor.

Data
Alguns têm sugerido uma <lata tão precoce quanto o ano 50 tlc nossa era, e Mmcus foi o primei ro n
ser citado por um dos pais da Igreja ao redor de 11O d.C. A data precisa depende, até certo ponto, do
relacionamento de Mateus com Lucas e Marcos (Examine"Os quatro Evangelhos" púgina 23 7).
As duas expressões "até o dia de hoje" (27.8) e "até este dia " (28.15) indicam que um período
substancial de tempo se passou desde os eventos descritos no livro, mas também aponta para uma
data anterior à destruição de Jerusalém em 70 d.C. O sabor judaico deste Evangelho é mais um
argumento a favor de uma data anterior a 70 d.C.
Se Mateus dependeu do Evangelho de Marcos como urna de suas fontes, a <lata de Marcos dctcm1inaria
a data mais antiga possível para Mateus, e urna época plausível para a composição deste livro seria
58-68 d.C. Foi, provavelmente. escrito nn Palestina ou cm Antioquia da Síria.

Temas· e Estrutura Literária


Em termos de conteúdo. Mateus pode ser esquematizado da seguinte forma: a apresentação <lo
Rei ( 1.1-4.11 ); a proclnmnçào do Rei (4.12-7.29); o poder do Rei (8. 1-11.1); a rejeição
crescente ao Rei ( 11 .2-16. 12); a preparação dos discípulos do Rei ( 16.13-20.28); apresentação
e rejeição <lo Rei (20.29-27.6); confirmação do Rei (28.1-20).
Uma <.:have importante para dclinir a estrutura literária de Mateus pode ser encontrada na
expressão ··Quando Jesus acabou" (7.28: 11.1; 13.53; 19.1; 26.1), que é usada para concluir os
cinco discursos mais importantes do livro. Sermão da Montanha (5.3-7.27); Instrução �os
Discípulos ( 10.5-42); Parábolas do Reino ( 13.3-52): Os termos do Discipulado ( l 8.3-35); e o
Discurso das Oliveiras (24.4-25.46). Esta estrutura quíntupla, comum no Judaísmo (por ex. o
Pcntatcu<.:o ), possi vclmentc indique o propósito de Mateus de apresentar Jesus como cumprimento
da prof�cia <la vinda de um profeta como Moisés (Dt. 1 8.15).
249
A Igreja Primitiva colocou Mateus como primeiro livro do Cânon do Novo Testamento, porque ele
fcmna uma ponlc natural entre os dois Testamentos. Mateus apresenta Jesus como o Rei Messiânico
prometido a Israel e como descendente de Davi. Para demonstrar que Jesus preenche as qualificações
do Messias. Mateus usa um número maior de alusões e citações do Antigo Testamento do que
qualquer outro livro do Novo Testamento (quase 130). A frase "para que se cumprisse o que foi dito
pelo profeta'' aparece nove vezes neste Evangelho e nenhuma vez nos outros.
Mateus destaca a figura de Jesus como mestre e especialmente como intérprete autorizado e
competente da Lei de Moisés e da vontade de Deus (4.23; 5.2; 7.28, 29).
Mateus é o único Evangelho que menciona explicitamente a Igreja (16.18; 18.17), e a expressão
''Reino do Céu" oeon-e trinta e duas vezes neste Evangelho, mas não aparece cm nenhum outro livro
do Novo Tcstamcnlo.
A narrativa de Mateus inclui alguns eventos que não s,io mencionados ou não têm paralelo preciso
nos outros evangelhos- por exemplo, a visita dos magos (2.1-12), a fuga para o Egito (2.12-23). e
o Sermão da Montanha (5.1 - 7.29).
! louve cumprimento de profecia na f'uga de José e Maria para o Egito (Ml 2. 1 5 ; cr. Os 11.1 ).
Muitos cslu<líosos sugerem que, ao empregar o texto de Oséias 11.1 cm 2. 1 5. Mateus infere
que Jesus recapitula a história de Israel. e incorpora cm si mesmo o futuro de Israel como povo
de Deus.

Mateus em Relance
'
ÊNFASE DÁDIVA DO REI REJEIÇÃO AO REI

TEXTO u 4.12 8.1 11.2 16.13 20.29 28.1 - 28.20

PREPARAÇÃO
DIVISÃO
CRESCENTE DOS APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO PROCLAMAÇÃO PCOER DESAGRAVO
REJElÇÃO DISCÍPULOS E REJEIÇÃO
OOREI OOREI OOREI AOREI
AOREI OOREI AOREI

TÓPICOS ENSINANDO AS MULTIDÕES ENSINANDO OS DOZE

CRONOLÓGICO TEMÁTICO CRONOLÓGICO

LOCAL
BELÊME GALILÉIA JUDÉIA
NAZARÉ

OCASIÃO e. 4 a.e. - 33 d.C.

Nt'l,\1111 :, ('1111111/<'lc /Jm,t. of /Jible M"fl-� u111I Clwrts < l 99J by 1 homa� Nd�on. ln�.

Quando Ocorreram os Eventos do Novo Testamento

250

___ _ ______ __ _____________________.....�.....-----------1111111


Maria, José e Jesus fo�em para o Ei!ito

( 1 ) Maria e José vão a Belém, onde nasce Jesus.


(2) O casal leva Jesus a Jerusalém para a apresentação
e retornam a Belém, onde recebem a visita dos magos.
(3) José é avisado em sonhos e a familia foge para o Egito.

(4) Ao saber da morte de Herodes a família retorna


e se estabelece em Nazaré.

Do Egito
chamei o meu filho"
Os 11.1

t
N

-'
O 75MI
1 --,-'-·.-...-'--
o 75 km

C 2002, Editora Cultura Cristã

ESBOÇO DE MATEUS

Primeira Parte: A Apresentação do Rei ( 1 . 1 - 4.1 1 )

1. O Advento d o Rei ................................................................................................ 1.1 - 2.23


A. Genealogia de Cristo .................................................................................................. 1.1- 1 7
B . Nascimento de Cristo ............................................................................................... 1 . 1 8-25
C. Visita <los Magos ........................ .......................................................... ...................... 2.1- 1 2
D. Fuga para o Egito ..................................................................................................... 2.13-15
E. l lcrocles Mata as Crianças ....................................................................................... 2. 1 6- 18
F. Jesus Retorna a Nazaré ............................................................................................ 2. 1 9-23

l i . O Anunciador do Rei .................................................................................................. 3 . 1- l 2


A. A Pessoa de João !Jatista ............................................................................................. 3. 1 -6
O. A Pregação de João Batista ....................... ....... ... . ...................................... ............... 3.7-12

I l i . O Rei É ,-.\provado .............................................................................................. 3.13 - 4. 1 1


A . O Oatisn10 de Jcsus .................................................................................................. 3. 13-17
1:3. A Tentação de Jesus .................................................................................................. 4.1- 1 1
251
Segunda Parte. A Proclamação do Rei (4.12 - 7.29)

l. O An1biente d o Ser,não ........................................................................................... 4 . 1 2-25


A. Jesus Inicia seu Ministério ........................................................................................ 4.12-17
B. Jesus Chama seus Primeiros Discipulos ................................................................... 4.18-22
C. O Ministério de Jesus na Galiléia .............................................................................. 4.23-25

1 1 . O Sermão da Montanha ....................................................................................... 5.1 - 7.29


A. Os Súditos do Reino ................................................................................................... 5.1-16
8. O Relacionamento de Jesus com a Lei ................................................................ 5.17-7.6
C. Jesus Instrui sobre como Entrar no Reino .................................................................. 7.7-27
D. Resposta ao Scnnão ................................................................................................ 7.27, 28

Terceira Parte. O Poder do Rei (8.1 - 1 1 . 1 )

1 . Dcn1onstrações d o Poder d o Rei .......................................................................... 8.J - 9.34


A. Milagres de Cura ........................................................................................................ 8.1-17
B. Obrigações do Discipulado ....................................................................................... 8. 1 8-22
C. Milagres de Poder ................................................................................................. 8.23-9.8
D. Tipos de Discípulos ..................................................................................................... 9.9-l 7
E. Milagres de Restauração .......................................................................................... 9.18-34

1 1 . O Rei Delega Poder ........................................................................................... 9�15 - 1 t . 1


A . A Necessidade de Delegar Poder ............................................................................ 9.35-38
B. Os Doze Apóstolos São Enviados .............................................................................. l 0.1-4
C. Os Doze Apóstolos São Instruídos ..................................................................... 10.5-11.l

Quarta Parte. A Crescente Rejeição ao Rei. ( 1 1.2 - 16.12)

1. O Con1eço d a Re_j cição ............................................................................................. 1 1 . 2 -3 O


A. Rejeição de João Batista.............................................. ........................................ 11.2-15
13. Rejeição da Geração de Jesus ................................................................................ 11.16-19
C. Rejeição de Corazim, Betsaida, e Cafarnaum ........................................................ 11.20-24
D. Convite para Vir a Jesus ........................................................................................ 11.25-30

l i. Rejeição dos Fariseus a Cristo ................................................................................ 1 2 . 1 -50


A. Controvérsia sobre Trabalho aos Sábados ................................................................. 12. 1 -8
B. Controvérsia sobre Cura aos Sábados ...................................................................... 12.9-13
C. Plano dos Fariseus para Destruir a Cristo .............................................................. 12.14-21
D. Blasfêmia ao Espírito Santo ................................................................................... 1 2. 22-30
E. Fariseus Cometem o Pecado Imperdoável ............................................................. 12.31-37
F. Faríscus Exigem um Sinal ........................................................................................ 12.38-45
G. Jesus e os Verdadeiros [rmãos ............................................................................... 1 2.46-50

1 1 1 . As Conseqüências da Rejeição .............................................................................. 1 3 . 1 -53


A. Par..
íbolas Faladas à Mullidão ................................................................................... 1 3.1-35
13. Pnníbolas Contadas aos Discípulos ........................................................................ 13.36-53

IV. Rejeição Continuad�1 ao Rei ........................................................................... 13.54 - 16.12


A. Rejeição de Nazaré ................................................................................................ 13.54-58
8. Rejeição de Herodes ................................................................................................ 14.1-36
C. Rejeição dos Escribas e Fariseus ............................................................................. 15.1-39
D. Rejeição dos Fariseus e Saduceus ........................................................................... 16.1-12
252
..
..•
ríAT
ai

....•,
,
1.
Quinta Parte. A Preparação dos Discípulos do Rei (16.13 - 20.28)

A Revelação diante da Rejeição .................................................................. 16.13 - 17.13


A. A Revelação da Pessoa do Rei .............................................................................. 16.13-17
B. A Revelação do Programa do Rei .................................................................. 16.18-17.13

ií)l li. A Instrução em vista da Rejeição ................................................................ 17.14 - 20.28


.íil A. Instruções sobre a Fé ............................................................................................. 17.14-21
B. Instruções sobre a Morte de Jesus ........................................................................ 17.22,23
.il C. Instruções sobre Impostos ...................................................................................... 17.24-27
.a D. Instruções sobre a Humildade .................................................................................... 18.1-5
E. 1 nstruçõcs sobre os Tropeços ................................................................................... 1 8.6-20
a F. Instruções sobre o Perdão ....................................................................................... 1 8.21-35

..
a, G. Instruções sobre Divórcio ......................................................................................... 19.1-1 5

ª,
H. Instruções sobre Riqueza ............................................................................... 19.16-20.16
1. Instruções sobre a Morte de Jesus .......................................................................... 20.1 7-19
j. Instruções sobre a Ambição .................................................................................... 20.20-28

_,

...a,, Sexta Parte. Apresentação e Rejeição do Rei (20.29 - 27.66)

a
1. Os Cegos Reconhecem o Rei .............................................................................. 20.29-34

a 1 1 . Apresentação Pública do Rei .................................................................................. 2 1 . 1 - 1 7

a
A. Entrada Triunfal ........................ ................................. ....................................... 21.1-11

...
B. A Purificação do Templo ........................................................................................ 21. 12-17

a I l i. A Nação Rejeita o Rei .................................................................................... 21.18 - 22..46

_,
A. A Figueira Atnal<liçoada ......................................................................................... 21 .18-22
B. Conflito com Sacerdotes e Anciãos ................................................................ 21.23-22.14

...
.a1 C. Conflito com Fariseus e Herodianos ....................................................................... 22. 15-22
D. Conflito com Saduceus ........................................................................................... 22.23-33
E. Conflito com Fariseus ............................................................................................. 22.34-46

..•
IV. O Rei Re_jeita a Nação ............................................................................................. 23. 1 - 1 2
.a,
ª'
A . Jesus Caracteriza os Fariseus .................................................................................. 23.1-12
B. Jesus Condena os Fariseus ..................................................................................... 23.13-36
C. Lamento de Jesus sobre Jerusalém ........................................................................ 23.37-39

V. As Predições sobre a Segunda Vinda do Rei ............................................... 24.J - 25.46

...
/\. O Tctnplo Será Destruído .......................................................................................... 24.1. 2
a L3. Duas Perguntas <los Discípulos. Ou.indo? e O Que? .................................................... 24.3

..
C. Jesus Responde sobre "O Que?" . ............................................................................ 24.4-31
D. Jesus Responde sobre "Quando?". ........................................................................ 24.32-5 l


a E. Jesus Prediz Julgamento cm sua Vinda .................................................................... 25.1-46

VI. A Paixão do Rei ................................................................................................ 26.l - 27.66

....a
A. Líderes Religiosos Tramam a Morte de Jesus ........................................................... 26.1-5

.-'i,
B. Maria Unge Jesus para o Sepultamento ................................................................... 26.6-13
C. Judas Concorda em Trair Jesus ................................. , ............................................ 26.14-16
D . Os Discípulos Celebram a Páscoa ......................................................................... 26.17-35
E. Jesus É Preso no Getsêrnani ................................................................................... 26.36-56
F. Jesus É Julgado ............................................................................................... 26.57-27.25
G. Jesus É Crucificado ................................................................................................ 27.26-56
.a H. Jesus É Sepultado ................................................................................................... 27.57-66

.a
-­...
253

� - -- - -
Sétima Parte. A Reivindicação do Rei (28.1-20)

1. O 'fúmulo Vazio ............................................................................................................ 2 8 . 1-8

l i . Jesus Aparece às M ulhei·cs .................................................................................. 28. 9, 10

I l i . O Suborno dos Cuardas .......................................................................................... 28.11-15

IV. Jesus Aparece aos Discípulos ............................................................................. 28.16, 17

V. A Grande Co1nissão ............................................................................................... 28.18-20

o Sermão da Montanha
O longo discurso de Jesus conheci<lo corno Sermão da Montanha (Mt 5 - 7) recebeu este nome porque
no início de seu ministério Jesus ensinou seus <liscípulos e as multidões que o seguiam da encosta de
uma montanha (Mt 5.1) O lugar onde tradicionalmente se considera que Jesus tenha pregado este
scm1ão é marcado hoje por uma pequena e bela igreja denominada Capela do Monte das Bem
Aventuranças, uni dos mais importantes pontos de visita para os turistas que viajam pela Ten-a Santa.
O tema central do Sermão é resumido cm Mt 5.48. "Portanto, sede vós perfeitos. como perfeito é o
vosso Pai Celeste." A palavra "perfcito"não quer dizer sem pecado e não se refere à perfeição
moral. Ela indica integralidade, totalidade, maturidade- significa tudo aquilo que Deus deseja que
uma pessoa seja. Este objetivo, embora não consigamos alcançá-lo nesta vida, deveria nos desafiar
continuamente a servir cada vez melhor ao nosso Senhor.
As <lez principais scçôcs do Sermão do Monte são as seguintes.
l - As Bem-Avenluranças (5.3-12) - as recompensas abençoadas de vivermos como cidadãos do
Reino de Cristo
2- A lição do sal e da luz (5. 1 3-16) - os efeitos <la vida cristã sobre o mundo.
3- A verdadeira justiça (ou retidão) (5.17-48) - o significado profundo da lei de Deus.
4- Prática sem hipocrisia (6.1-18) - as razões certas para dar, orar e jejuar.
5- As preocupações ou cuidados cristãos (6.19-34) - servir a Deus com singeleza de propósito e colocar
os interesse de seu reino cm primeiro lugar nos liberta da ansicda<le sobre coisas menos imporiantes.
6- Advertência sobrejulgamento (7.1-16) - os perigos dejulgam1os os outTos de maneira impiedosa
e descuidada.
7- Convite à oração (7.7-12) - as bênçãos e privilégios da oração.
8- Os dois caminhos (7.13, 14) - escolha o caminho estreito. não o caminho largo que conduz à perdição.
9- A árvore e seus frutos (7.15-20) - "Por seus frutos os conhecereis."
1O- A importância das obras (7.21-29) - obedecer a Deus é bem melhor do que falar sobre obediência.

o Batismo de Jesus
Os três Evangelhos Sinóticos registram o batismo c ·a tentação de Jesus (Mt 3.13 - 4.11; Me 1. 9-13;
Lc 3.21, 22; 4.1-13 ). No batismo Jesus se identifica com o povo que veio salvar. Naquele momento
ele recebeu a bênção de seu Pai Celeste e o poder do Espírito Santo para a realização de sua obra
messiânica. Imediatamente após o batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao dcsc110 para
ser tenlado pelo diabo. Era nccessúrio que Jesus, scn<lo o segundo /\dão inculpflvcl, enfrentasse seu
adversário logo no início de seu ministério e demonslrassc brilhantemente sua vitória sobre a tentação.
O mapa à página ao lado Lraça a possível rota usada por Jesus de Nazaré até o local onde João
batizava e depois até o deserto da Judéia.
254
..,._____________-"'-�._-----------------------------.. �

Ministério de Jesus na Galiléia

Os Evangelhos Sinóticos dão considerável proeminência ao ministério de Jesus na Galiléia. Uma


região de população mista. a Galiléia era conhecida como "Galiléia dos Gentios'' (Mt. 4.15) e seus
habitantes judeus, com o sotaque característico da região (Mt. 26.69, 73), eram freqüentemente
desprczndos pelos judeus da Judéia.
Embora nascido na cidade Judéia de Belém, Jesus foi criado cm Nazaré, urna cidade da Galiléia. A
cidade de Cafarnaum tornou-se o centro do minist('.:rio <li.: Jesus na Gal il<'.:ia, e a maioria de si.:us
discípulos era, também, desta mesma rcgiiio.

(? - Local exato questionável)

Mar o 40Mi
Mediterrâneo 1 11 ,,
o 40km

-......


GALILÉIA

.a
......
....

DECÁPOLIS f· u
rflt,l,C,,'
1

...-t
.......

PERÉIA

t
N

...._.
...
.......
JUDÉIA • Maquerunte

..
O 2002, Editora Cultura Cristã

255
Ministério na Galiléia

"Então, correu célere


a fama de Jesus Cura filha da
Cesaréia de
em todas as direções, '\.
\ mulher siro-fenícia (Me 7).
Filipe •
por toda a
circunvizinhança da Galiléia" Jesus prega;
(Me 1.28). ,� Distrito de confissão de Pedro (Mt 16).
v
� Tiro e Sidom
Quedes •

Merom
• GAULANITIS
Mar
Mediterrâneo
Centro tático
do ministério;
Sermão
do Monte
Cinco mil
são alimentados •
Selêucia

(Mc6).
Corazim •
muitos milagres. (Mt 5-7).
._____. Cafarnaum.
\-- - - ---- Jesus anda
Genesaré•
sobre
• Gergesa as águas
GALILÉIA Caná Magdala • (Me 6).
inlum •
Sefóris
�- Filoteria •
oQ Nazare Cura filho de um e
oficial do rei (Jo 4)
i
�-


Megido "? Gadara
.Q
• a:: Cura do endemoninhado;
Prega na Agripina demônios entram
sinagoga e nos porcos (Mc.45).
é rejeitado (Lc 4 ).
0ECÁPOLIS

Palestina Central
Na porção compreendida entre 19.1 - 20.34, Mateus relata o final <lo minist�riu d<.: Jesus na região
da Judéia, Palestina Central. Começando na margem leste do Jordão, Jesus seguiu cm direção a
Jerusalém, e do clímax de sua obra redentora.

"Esta notícia • S,q'11 • Siló


a respeito dele ��
divulgou-se
Antlpátride 1/,q
por toda a Judéia • Efraim
e por toda a
circunvizinhança"

Arimatéia Betel

(Lc 7.17). Lida
• Gibeão
• •Ramá •
• • •
Emaús
• Mizpa
Anatote

. ,
Jerico
• Betabara •
Filadélfia
Ecrom
• Nobe o

Bete-Nimrá
· Quiriate-Jearim • Jerusalém . Ciprus
• • Betfage Lívias
JUDÉIA
• Azoto Betânia• Qumram •
Bete-Hacerem •

O Medeba
• Hicárnia
Adulão
Belém
O Herodium •
Eglom .
• Bete-Zur
Eleutrópolis
• Tecoa

Marisa • •
Maquerunte
C 2002. Editora Cultura Cristã

· 256
__ _____ ___ _ _________________________________________...,...,.., __ .,,.,
_...

Ministério de Jesus Além da Galiléia


Embora fosus tivesse dirigido seu ministério primeiramente aos judeus (Me 1 5.24), os quatro Evangelhos
registram ocasiões cm que ele ministrou nos gentios. A razão imediata da excursão de Jesus cm
tctTitório gentio foi a oposição <los líderes ju<ll!us, mas seu ministério nesta região serviu também para
antecipar a <.:xtensào <lo Evangelho aos gentios após o Pentecostes.
Perto de Tiro Jesus expulsou um demônio da filha de uma mulher sim-fenícia (Me 7.24-30), Pedro
fez sua grande confissão em Cesaréia de Felire (Mt 1 6. 1 3- 1 9). Jesus voltou para a Galiléia passando
pela região de Decúpolis e cruzando o Rio Jordão ao sul <lo mar da Galiléia.

A Vida de Jesus

Inicio do Ministério:
Batizado e tentado
no sul da Palestina (Me 1.9-13); Cana •
transformou água em vinho
em Caná da Galiléia (Jo 2. 1-12);
Iniciou seu ministério com
uma proclamação pública na
sinagoga de Nazaré (Lc 4.16-23);
ensinou e curou na
vizinhança de Cafamaum (Mt 4.23-25).
• Guedara

Primeira Parte do
Ministério na Galiléia:
Pregou o Sermão do Monte (Mt 5-7);
ressuscitou o filho da
viúva de Naím (Lc 7.11-17);
curou o endemoninhado
em Guedara (Lc 8.26-39);
rejeitado por seus conterrâneos
em Nazaré (Mt 1 3.53-58), •
Samaria
Final do mínistério
ao sul e no centro da Palestina:
Curou dez leprosos
em Samaria (Lc 17.11-19 );
ressuscitou Lázaro
dos mortos em Betânia (Jo 11.38-44);
preso, crucificado,
e ressuscitado em Jerusalém (Me 14-16).

Mar
Mediterrâneo

Belém •

Mar
Nascimento e infáncia: Nascido em Belém (Lc 2.1-7): Morto
levado para o Egito para escapar da ameaça de Herodes (Mt 2.1 3-1 5);
cresceu em Nazaré, na Galiléia (Mt 2.19- 23);
aos doze anos visitou o templo em Jerusalém (Lc 2 . 41-50),

PARA O EGITO

C 2002, Edllora Cultura Cristã


Última \/iaaem a Jerusalém
Embora Jesus tenha feito várias viagens a Jcnisalém (relatadas com maiores detalhes no Evangelho
de João), os Sinóticos enfatizam apenas sua última viagem à cidade onde ele deveria sofrer pelos
pecados do seu povo e ressucitar vencendo a morte.
Durante esta viagem da Galiléia para Jcnasalém. Jesus instrniu seus discípulos sobre o significado do
verdadeiro discipulado cristão e falou-lhes sobre sua próxima paixão.

Acontecimentos da Semana santa


Os evangelistas devotam grande atenção aos acontecimentos que culminaram com a cnicificaçfio de
Jesus. A última semana de seu ministério terreno começou com a entrada triunlàl cm Jerusalém . e os
"llosanas" cantados pela multidão, os quais se transformaram, antes que a semana terminasse. cm
gritos de"Crucifica-o. '' Jesus, aparentemente, gastou a maior parte da semana ensinando no templo
durante o dia. As noites foram passadas no lar de Marta, Maria e Lázaro, cm Betânia. Acontecimentos
significativos durante esta semana incluíram a trama do Sinédrio. a traição e prisão de Jesus. os
julgamentos, e a caminhada de Jesus até o Gólgota, passando pelas ruas de Jerusalém, um caminho
conhecido hoje como Via Dolorosa, e a ressurreição. Após sua ressurreição, o ministério de Jesus
continuou por mai·s quarenta dias antes de sua asccnçào.

Dia Acontecimento Referência Bíblica

Domingo Entrada Triunfal em Jerusalém Marcos 11.1-11

Segunda Feira Purificação do templo em Jerusalém Marcos 11.15-19

Terça Feira O Sinédrio desafia a autoridade de Jesus Lucas 20.1-8


Jesus prediz a destruição de Jerusalém e sua segunda vinda Mateus 24; 25
Maria unge Jesus em Betânia João 12.2 - 8
Judas negocia com a s autondades 1uda1cas para trair Jesus Lucas 22.3- 6

Quinta Feira Jesus come a Pásooa com seus discipulos e institui a Ceia do Senhor João 1 3. 1-30 t Marcos 14.22-26
Jesus ora por seus discípulos no Getsêmani João 17

Sexta Feira Traído e preso no Jardim do Getsêmanl Marcos 1 4 .43·50


Interrogado por Anás, o antigo Sumo Sacerdote João 18. 12·24
Condenado por Ca1fás e pelo Sinédri o Marcos 14.53-65
Pedro nega a Jesus três vezes João 18. 15-27
Jesus é formalmente condenado pelo Sinédrio Lucas 22.66·71
Judas comete suicídio Mateus 27.3-10
Julgamento de Jesus diante do Pilatos Lucas 23. 1-5
Jesus comparece diante de Herodes Ant1pas Lucas 23.6-12
Formalmente condenado à morte por Pilatos Lucas 23.13-25
Jesus sofre zombaria e é crucificado entre dois ladrões Marcos 15.1 6-27
O véu do templo se parte quando Jesus morre Mateus 27.51-56
É enterrado no túmulo de José de Arimatéia João 19.31-42

Domingo Jesus é ressucitado dos mortos Lucas 24.1-9

258

----------------------------------·
O Jul11amento e Crucificação de Cristo

Após sua <.:ntrada triunfal <.!m krusaléin, J<.:sus cn<.!ontrou a oposição de sacerdotes, Saduccus,
í-'ariscus, e escribàs. Depois de sua prisão no Jardim do Getsêmani, os três julg,1mcntos religiosos e
três civis culminaram com sua crucificação fora das portas da cidade.

o Jul{;!amento e Crucificação de Cristo

·calvário de Gordon·
e Jardim do Túmulo

t
Localização Altamaliva Estrada de Betânia
Entrada Triunfal no
N
Domingo de Ramos

1
-�
-�

o
Palácio de
Herodes Antlpas

Muros durante
o tempo de Cristo

Casa de Caifás
• Pedro nega a Jesus

E. ep..\�P..
c,oP..üTanque de �:::t=-'
"E aconteceu que,
ao se completarem os dias
em que devia ele

ser assunto ao céu,
Porta dos Porta de __,--- / 1
manifestou, no semblante,
Refúgio Porta das
a intrépida resolução
Essênios Águas
de Ir para Jerusalém (Lc 9.51).
º

VALE DE HINOM
C 2002, Ed1 to,e Cunura Cristã

259
Aparições de Jesus após sua Ressurreição
As Escrituras documentam dez aparições de Cristo após sua ressurreição e antes de sua asccnção.
além destas, lemos a aparição do Cristo glorificado a Paulo, na estrada de Damasco. Estas
repetidas confirmações apontam para a centralidade da ressurreição para os crentes do Novo
Testamento - a certeza da ressurreição de Cristo nos dá a firme garantia <la ressurreição final
dos crentes ( I Co 1 5 . 1 2-23).
Examine o mapa abaixo "i\ Ressurreição." Veja também o grúlico "Aparecimentos do Cristo
Ressucitado", púgina 3 1 1 .

A Ressurreição

•... de fato Cristo ressuscitou


dentre os mortos,
sendo ele as Jesus aparece aos seus dlsclpulos
\
\\..t í>- •
primícias dos que dormem" enquanto pescavam (Jo 21)
(1 Co 15.20). Gí>-\; Tiberlades

Mar
Mediterrâneo • Cesaréia Jesus parece a onze discípulos
numa montanha da Galiléia (Mt 28)

Em Jerusalém Cristo
aparece para: Maria Madalena (Me 1 6): SAMARIA PERÉIA
para as outras mulheres (MI 28);
aos onze discipulos (Lc 24):
e a Tomé (Jo 20).
Ressurreição
Jesus aparece a
quinhentos irmãos • Jope

t
e a Tiago (1Co 15)
Local desconhecido
N
• Emaús
Jesus aparece a Jerusalém
dois discípulos no
caminho de Emaús (lc 24) JUDÉIA Betânia
Ascenção (Lc 24)
1:,. =
·---f;..---JíL.....------'
Monte das Oliveiras
e 2002. Edttora Cultura Cristã

260
A Terra dos Evanl,!elhos

----
• Damasco
..a

-... \

.....
M()f1fi.l11nr1s SIRIA

i
r11, r.olu

...- •

...... 1
Mar Nazaré
Mediterrâneo ! '- .�
.a <:isjordn1111
1?
()
�C'.ct,
) �
.Q
'°o
SAMARIA ct' �/�

/
l --....
PERÉIA
Jerusalém • Amã
1111
.a
..... 7
Belém ,:'
.a
j •/Gaza
JUDÉIA
Mar Morto

...
'--__,./

......
.a /
IDUMÉIA

t
N

_.
•• ISf"', EL JORDÂNIA

•..
..•.. EGITO

..
____ Nomenclatura Moderna

Nomenclatura do Novo Testamento

. 60Mi
vlllr\l

o 60km
O 2002 Edíkn Cullura Cnstã

26/

-� - --
- - - ----
MARCOS

Marcos, o mais curto dos evangelhos. conta-nos mais a n.:spcito di1s obras do que dos ensinos de
Jesus. A maioria dos acontecimentos registrados aparece também cm Mateus e Lucas. mas Marcos
os narra com mais detalhes e mais vivacidade. Seu 1.:stilo direio e movimcnta<lo k\'a o leitor rapid:imcnte
ao evento central do Evangelho - a morte e ressurreição de Jesus.

Autor

O Evangelho <le Marcos, como todos os outros, é tecnicamente anônimo, pois o autor não se idcn1i fica.
Entretanto, o testemunho claro dos pais da igreja primitiva é de que o livro foi escrito por João

�� Marcos . cuja família tem uma presença importante na igreja primitiva de Jerusalém (At t 2. 1 2).
� Marcos foi companheiro <le Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária (At 1 2.25; 1 3 . 1 3).
Embora Paulo tivesse se rceusudo a levá-lo em sua segunda viagem (AI 1 5.37,38), mais tarde,
Marcos reconciliou-se com Paulo (CI 4 . 1 0) e associou-se a Pedro ( ! Pe 5 . 1 3).

Data

Muitos cru<litm, crêem que Marcos lenha !--ido o primeiro dos qu.ilro evangelhos, mas existe alguma
incerteza a respeito da data. Por causa da profecia sobre a destruição do templo ( 1 3.2 ), ele <lcveria
ser datado antes de 70 d.C. mas as tradições mais antigas discordam quanto ao livro ter sido escrito
antes ou depois do martírio de Pedro (64 d.C.). O período provúvcl para a composição deste livro
varia entre 55 d.C. - 68 d.C.
O Evangelho foi, evidentemente, dirigido a um público romano. e a tradição primitiva indica que ele
originou-se cm Roma. Esta pode ser a razão por que Marcos omite um númern apreciável de itens
que não teriam sentido para os gentios. como as genealogias <le Cristo, cumprimento de profecia,
referências ._i Lei e certos costumes judaicos que encontramos nos outro!> Evangelhos. Marcos também
interpreta palavras aramaicas (3. 1 7; 5.4 1 ; 7.34; 1 5.22) e usa um grande número de termos latinos cm
vez de seus equivalentes gregos (4.2 t ; 6.27. 42; 1 5. 1 5, 1 6. 39).

Temas e Estrutura Literária


Marcos estrutura seu Evangelho ao redor da movimcnwçiio gcogrúlka de Jesus, que chega ao
clímax com sua morte e ressurreição. Após a introdução. Man:os narra o minist(:rio público de Jesus
na Galiléia ( 1 . 14 - 8.30), a caminho <la Judéia {8.3 1 -1 0.52), e cm .lernsalém ( 1 1 .1-1 3.37), culminando
na paixão ( 14. 1 -1 5.47), e ressurreição (eap. I Ci).
Sendo o mais cutto e mais simples dos Evangelhos, Marcos apresenta um relato vívido e movimentado
do ministério de Jesus. A pabvra característica deste livro (· o termo grego e11rh11s, tr::uJuzido como
"imediatamente", expressão que aparece mais freqüentemente neste pequeno Evangelho do que no
restante do Novo Testamento. Cristo está constantemente se movimentando cm direção a um alvo
que pennanccc desconhecido para quase todos.

262
�--------------------------........-------�'�.J

Marcos realça o po<ler e a autoridade de Jesus, o eterno Filho de Deus, como Mestre ( 1.22), sobre
Satanás e os espíritos imundos ( 1.27; 3. 1 9-30), sobre o pecado {2. 1 -1 2), sobre o sábado ( 2.27, 28;
3. 1 -6), a natureza (4.35-41 ; 6.45-52), a doença (5.21 -34), a morte (5.35-43), a tradição legalista (7. 1 -
1 3; 14-20), e sobre o templo ( 1 1 . 1 5- 1 8).
Quase quarenta por cento deste Evangelho dedica-se a n::latar, com detalhes, os últimos oito dias de
vida de Jesus, culminando com sua ressurreição. Marcos enfatiza, de muitas maneiras, a paixão e
ressurrciçào como o padrão segundo o qual todo o ministério de Jesus pode ser avaliado.

Marcos em Relance
ÊNFASE SERVIR SACRIFICAR

TEXTO 1.1 2. 1 3 8.27 < 11 .1 16.1 16.20

DIVISÃO
APRESENTAÇÃO OPOSIÇÃO AO INSTRUÇÃO AO REJEIÇÃO AO RESSURREIÇÃO
DOSERVO SERVO SERVO SERVO DO SERVO

ENSI NO E SINAIS SOFRIMENTO


TÓPICOS
C.DE3 ANOS C. DE6 MESES OITO DIAS

LOCAL GALILÉIA E PEREIA JUDÉIA E JERUSALÉM

OCASIÃO e. 29-33 d.C.

Nt!l.rn11 :,· Co111ph•r1· ll1111A 11/ llil>i<' ,\/<1p, 011d ClwrtN ,., 1993 by Thorna� Ndson, 1111:.

o "Se�redo Messiânico" em Marcos


Em várias ocasiões no Evangelho de Marcos, Jesus diz às pessoas que não contassem quem ele era,
nem que haviam presenciado algo que poderia demonstrar sua identidade. Isto é chamado "Segredo
Messiânico". Por que Jesus desejaria manter cm segredo sua identidade como Messias?

Para evitar que o considcn.1sscm como um mero "operador de maravilhas''. Observe que muitas

....
destas ordens foram dadas após um milagre. Jesus não desejaria que as pessoas o seguissem

..Q
apenas para vê-lo fàzcr múgicas. Ele veio como f-ilho de Deus, trazendo salvação e perdão de
pecados. não apenas curn 11sica e milagres.
Para evi1ar publicidade indevida, que prejudicaria sua mobilidade e seu ministério com os discípulos.
Veja o resultado da desobediência do leproso cm 1 .45.
� • Para evitar interpretações errôneas quanto ao tipo de Messias que Ele era. Ele veio para sofrer.
servir e sacrificar-se. nào simplesmente para demonstrar seu poder (cf. 10.45).
Para evitar a morte prematura que poderia ser a conseqüência de um uumcnto da popularidade.

_. Depois da transfiguração, que manifesta sua glória aos discípulos, Jesus disse-lhes para não comentarem
sobre este acontecimento "até o dia cm que o Filho do Homem ressucitasse dentre os mortos" (9.9).

Após sua ressurreição e confinnaçào, a identidade do Messias e o caráter de sua missão seriam
propriamente compreendidos em toda sua plenitude. Após a ressurreição todos os crentes são enviados
� ao mundo "para proclamar" (cf. MI 28.7, 8, 1 8-20; Mel 6.7; Lc 24.9, 44-47).

� 263

..-

- - - - - - --
ESBOÇO DE MARCOS
Primeira Parte: /\presentação do Servo ( 1.1-2.12)

1. O Precursor cio Servo .................................................................................................... 1 . 1 -8

1 1 . O Batisn10 cio Servo ..................................................................................................... 1 . 9-1 1

1 1 1 . A l'cntação do Servo ................................................................................................. 1 . 1 2, 1 3

IV. A Missão do Servo .............................................................................................. 1.14 - 2.12


A. O Trabalho do Servo ................................................................................................ 1 . 1 4. 15
8. Os Primeiros Discípulos São Chamados ....................................................... .... ....... . 1 . 1 6-20
C. Os Primeiros Milagres São Realizados ................................................................ 1.21-2. 12

Segunda Parte: A Oposição ao Servo (2.1 3 - 8.26)

1. Oposição Inicial ao Servo ................................................................................... 2.13 - 3.35


A. Controvérsia sobre a Amizade de Jesus com Pecadores .......................................... 2. 1 3-22
B. Controvérs_ia sobre Trabalho aos Sábados ................................................................. 2.23-28
C. Controvérsia .sobre Cura aos Sábados .................................. . ........................................ 3. 1 -5
D. Fariseus Conspiram para Destruir Jcsw, ..................................................................... 3.6-12
E. Escolha dos Doze ..................................................... . ....... , ......................................... 3.13- 1 9
F. Oposição dos Amigos ..................................................... ... . ....................................... 3.20, 21
G. Escribas Cometem o Pecado lmpcrdoúvel .......................................... , ......... ............ 3.22-30
1-1. Novos Relacionamentos São Definidos ..................................................................... 3.31-35

1 1 . As Parábolas d o Servo ................................................................................................. 4 . 1 -34


A. Parábola dos Solos .................... .. . . .. . . . ......................................................................... 4. 1 -20
D. Parúbola da Lâ111pada ................................................................................ ................ 4.21-25
C. Parábola da Scn1entc ................................................................................................. 4.26-29
D. Parúbola do Grão de Mostarda ..... .... ........................................................................ 4.30-34

I l i . O Milagres do Servo ........................................................................................... 4.35 - 5.43


A. O Mar É Acalinado ................................................ . . ................................................. 4.35-41
B. Demônios Entram nos Porcos ..................................................................................... 5.1 -20
C. Jairo Implora por sua Filha ........ . ... ............................................................................ 5.2 1 -24
D. A Mulher com Hemorragia É Curada ....................................................................... 5.25-34
E. A Filha de Jairo É Curada ........................................................ ......... , ..... ................... 5.35-43 )

IV. Crescente Oposição ao Servo ........................................................................ 6.1-28 - 8.26


A. Jesus É Rejeitado cm Nazaré .... :. ........... ....................................................................... 6.1-6
B. Os Doze São Enviados para Servir ............................................................................. 6.7-13
C. João Batista É Assassinado ...................................................... ................................. 6.1 4-29
D. Os Doze Rctornan1 ......................................................... .......................................... 6.30, 3 1
E. Cinco Mil São Alimentados ........................................................ , ............................... 6.32-44
F. Jesus Anda sobre ns Águns ....................................................................................... 6.45-52
G. ksus Cura cm Gcnesaré ........................................................................................... 6.53-56
11. Os Fariseus e a Contaminação ... .... ............................................................................. 7.1 -23
1. Retirada para Território Gentio ................................................................. . ............. 724 - 8.9
J. Os Fariseus Buscam um Sinal ................................................................... , ................ 8 . 1 0- 1 3
K. Os Discípulos não Compreendem ............................................................................. R. 1 4 2- 1
L. Cura ck: u1n Cego ....................................................................................................... 8.22-26
264
Terceira Parte: A Instrução Dada pelo Servo (8.27 - 1 0.52)

1. A Conlissão d e Pedro ............................................................................................... 8.27-33

l i . O Custo do Apostolado ............................................................................................ 8.34-38

I l i . A Transliguração ........................................................................................................... 9 . 1 - 1 3

IV. Filho Endemoninhado É Libertado ......................................................................... 9. 1 4-29

V. .Jesus Prediz sua Morte ............................................................................................ 9.30-32

VI. Jesus Ensina para Preparar seus Discípulos ................................................ 9.33 - 10.45
A . Atitude de Servo ........................................................................................................ 9.33-41
B. Advertência sobre o Inferno ..................................................................................... 9.42-50
. C. Casan1ento e Divórcio ............................................................................................... l 0. 1 - 1 2
(D. A s Crianças e o Reino ............................................................................................ 10. 1 3- 1 6
E. Riqueza .................................................................................................................... 1 0 . 1 7-31
F. A Crucificação Virú ................................................................................................ 1 0.32-34
G. "Quem Quiser Tornar-se Grande'' .......................................................................... 1 0.35-45

VII. O Cego Barlin1eu É Curado ................................................................................. l 0.46-52

Quurhl Parte: Rejeição do Servo ( 1 1 . 1 - 15.47)

l. A Apresentação Forn1al do Servo ......................................................................... J I . J - 1 9


A. A Entrada Triunfal ................................................................................................. 1 1 . 1 - I I
B. A Figueira É Amaldiçoada ..................................................................................... 1 1 . 1 2- 1 4
C. A Purificação do Tcmplo ........................................................................................ 1 1. 1 5-1 9

l i . I nstrução sobre Oração ......................................................................................... J 1.20-26


A. O Poder da Fé ........................................................................................................ 1 J .20-24
B. Necessidade de Perdão ......................................................................................... 1 1 .25, 26

1 1 1. Oposição dos Líderes ................................................................................... J 1.27 - 12.44


A. Pergunta sobre Autoridade ..................................................................................... 1 1 .27-33
B. Parábola do Dono da Vinha ..................................................................................... 1 2 . 1 -1 2
C. Perguntas sobre Impostos ...................................................................................... 1 2. 1 3-1 7
D. Pergunta sobre a Ressurreição .............................................................................. 1 2. 1 8-27
E. Pergunta sobre o Maior dos Mandamentos ........................................................... 1 2.28-34
F. Jesus Questiona os Líderes .................................................................................... 1 2.35-37
G. Jesus Condena os Líderes ...................................................................................... 1 2.38-44

IV. I nstrução sobre o Futuro ......................................................................................... 13.1-37


A. Perguntasdos Diseípulos ........................................................................................... 1 3. 1 4 -
B. A Tribulação ............................................................................................................. 1 3.5-23
C. A Segunda Vinda .................................................................................................... 1 3.24-27
D. Parábola <la Figueira ............................................................................................... 1 3.28-3 1
E. Exortaçào à V igilância ............................................................................................ 1 3.32-37
265
V. A Paixão do Servo ............................................................................................ 14.1 -15.47
A. Conspiração dos Líderes para Matar .Jesus ................................................................ 14.1,2
B. Maria Unge a Jesus ..................................................................................................... 14.3-9
C. Judas Planeja Trair Jesus ......................................................................................... 14.10.11
D. Preparação da Páscoa ............................................................................................ 14.12-16
E. Celebração da Páscoa ............................................................................................. 14.17-21
F. Instituição da Ceia do Senhor .................................................................................. 14.22-25
G. Jesus Prediz a Negação de Pedro ........................................................................... 14.26-3 1
11 . Jesus Ora no Gctscmani .......................................................................................... 14.31-42
1. Judas Trai a Jesus .................................................................................................... 14.43-52
J. Jesus É Julgado ............................................................................................... 14.53 - 15.14
K. Jesus É Açoitado ..................................................................................................... 15. 15-23
L. Jesus É Crucificado ................................................................................................. 1 5.24-4 1
M.Jesus É Sepultado .................................................................................................... 15.42-47

Quinta Parte: A Ressurreição do Servo ( 16. 1-20)

1. A Ressurreição de Jesus ............................................................................................ 1 6 . 1 -8

l i . As Apariç'Õcs de Jesus ............................................................................................. 16.9-18

I l i . A Ascensão de Jcsus ............................................................................................... 16. 19,20

o Império Romano Oriental na época do Novo Testamento

PSIDlA
c,\..,c,P..

o
o 2002, Ed<to,a Cuttu,a CnstA

266
LUCAS

O primeiro livro de um trabalho cm dois volumes (sendo Atos o segundo), o Evangelho de Lucas é o
mais longo e mais literúrio dos quatro evangelhos. Apresenta a genealogia, nascimento e infftncia tle
Jesus antes de prosseguir cuidadosamente o relato sobre o decurso de seu rninist«::rio, morte e
res!>urrciçtio: Lucas é, também, o mais completo dos l.:.vangelhos.

Autor

O terceiro Evangelho I'.: anônimo, mas os eruditos cm geral concordam que Lucas escreveu ambos,
c�te Evangelho e o livro de Atos (At 16.10-17; 20.5; 2 1 .18; 27.1; 28.16). O autor de Atos escreve,
primariamente, usando o pronome na terceira pessoa, mas, nestas passagens, muda abruptamente
para a primeira pessoa, indicando que t.:stava pt.:ssoalmenle presente e era companheiro de viagem de
Paulo. U111a vez que Lucas não é mencionado cm nenhumu destas "passagens 11ós", o companheiro
de viagem deve ser ek mesmo.
Lucas pode ter sido um judeu helenista, mas a maior probabilidade é que fosse gentio. Em Colossenscs
4.10-14, Paulo cita três companheiros <l1.: trabalho que siio da circuncisão e, então, inclui o nome de
Luca-; com os outros lrês gentios.
Alguns sugerem que Lucas pode ter :-.ido u111 1111'.:dico grego a serviço de uma família romana (era
comum que escravos gr1.:gos servissem como médicos), o qual foi libertado. A trudição antiga sustenta
firmemente que Lucas I'.: o autor d<.! Lucas-Atos e um ramo da tradição primitiva afirma que o Evangelista
era da Antioquia da Síria, pem1aneccu solteiro e morreu aos 84 anos de idade.

� Data
.a
--

No que di.t respeito à data de composiç�o deste evangelho, os estudos especializados dividem-se em

--
duas posições. Aqueles a favor de umn dutu mais tardia, colocam a composiçé1o do livro após 70 d.C.,
sugerindo que 21.20 indica que a queda de Jerusalémjá havia ocorrido (estes mantêm que a profecia
tlé predição é impossível).
A evidência bíblica aponta para 58-63 d.C. como a data mais provúvcl. O Evangelho foi escrito

-
antes de Atos, e o último capítulo de Atos relata os acontecimentos ocorridos ao redor de 63 d.C
(e provavdmente termina da fornw que o fa:t, porque os acontecimentos eram contempor:111eos).
..a Se Atos foi escrilO durante o período cm que Paulo licou preso cm Roma (c. 63 d.C.). o Evangelho

....
pode ler sido composto durante os Jois anos que Paulo passou encarcerado cm Cesaréia, antes da
viagem para Roma.
,,;,a
,,a

..,._.
Temas e Estrutura Literária

.a Lucas tem muito cm comum com o, outros l·vangelhos Sinóticos- Mateus e Marcos- mas cerca
de mctadi! do material que encontramos cm Lucas é exclusivamente seu. Em particular, Lucas

.......
ressalta a viagem final de Jesus da Galiléia para Jerw,além. Essa seção (9.51 - 19.27), contém
muitus parúbolns não registradas cm outra parte.

267

'
--- -
-
Lucas em Relance

ÊNFASE APRESENTAÇÃO DO MINISTÉRIO DO FILHO REJEIÇÃO DO FILHO CRUCIFICAÇÃO E


FILHO DO HOMEM DO HOMEM DO HOMEM RESSURREIÇÃO
DO FILHO DO HOMEM

TEXTO 1.1 4.14 9.51 19.28 24.53

DIVISÃO ADVENTO ATIVIDADE ANTAGONISMO E APLICAÇÃO E


ADMOESTAÇÃO AUTENTICAÇÃO

BUSCANDO O PERDIDO SALVANDO O PERDIDO


TÓPICOS
PROEMINÊNCIA DOS MILAGRES PROEMINÊNCIA DO ENSINO

LOCAL ISRAEL GALILÉIA ISRAEL JERUSALÉM

OCASIÃO c. de 4 a.e. a 33 d.C.

Ndso11 s Complete Book o/ Bible Maps tmd Chart:; © 1993 by Thom11s Nelson, lnc.

Um aspecto do Evangelho de Lucas, que o distingue dos demais, é sua ênfase na universalidade da
mensagem cristã. Jesus não é apenas o Messias Judeu, mas o salvador de pessoas de todo o mundo
(2.32; 24.27). Ao apresentá-lo como Salvador de todos os tipos de pessoas, Lucas dá especial atenção
ao ministério de Jesus para com os pobres, os rejeitados e as n:iulhercs.
Veja a Tabela "Mulheres do Novo Testamento" à página 27 1.
A humanidade e compaixão de Jesus são repetidamente enfatizadas no Evangelho de Lucas. O
Evangelista apresenta a mais completa narrativa da linhagem genealógica de Cristo, seu nascimento
e crescimento. Ele é o perfeito Fil110 do Homem que se identifica com a angústia e as circunstâncias
difíceis cm que vive a humanidade pecaminosa, a fim de carregar consigo nossas tristezas e realizar
a obra da sulvação. Somente Jesus cumpre o ideal da perícição humana. Esta perfeição é
particularmente demonstrada cm suas respostas à tentação- onde o primeiro Adão fracassou, Jesus,
como segundo Adão, triunfou (4. 1 - 1 3).

_)
Tentação: Contraste entre os Dois Adãos
Ambos, Adão e Cristo, enfrentaram três tipos de tentação. Adão cedeu, trazendo sobre a humanidade o pecado
e a morte. Cristo resistiu, conferindo às pessoas justificação e vida.

1 João 2.1 6 Gênesis 3.6 Lucas 4.1-13


Pri meiro Adão Segundo Adão Cristo

"concupiscência da carne" •a árvore era boa para se comer" "manda que esta pedra se transforme
em pão"

"concupiscência dos olhos" "agradável aos· olhos" ·o diabo... mostrou-lhe todos os reinos
do mundo"

"soberba da vida" "árvore desejável para dar entendimento" "atira-te daqui abaixo·

Este Evangelho tem mais referências à oração do que qualquer dos outros. Lucas enfatiza especialmente
a vida de oração de Jesus, registrando sete ocasiões, nas quais Cristo orou, e que não são mencionadas
em qualquer outro Evangelho. Além disso, o Evangelho está repleto de expressões de louvor e gratidão.

268
ESBOÇO DE LUCAS
Primeira Parte: Apresentação do Filho do Homem ( t . 1 - 4.13)

1. PrOJ>ósito e Método do Evangelho de Lucas ................................................................. 1 . 1-4

li. Eventos que A ntecederam o Nascimento de Cristo .................................................... 1.5-56


A. Anúncio <lo Nascimento de João Oatista .................................................................... 1.5-25
B. Anúncio <lo Nasdmento de Jesus Cristo ................................................................... 1 .26-56

I l i. Eventos que Acompanharam o Nascimento de Cristo ....................................... J.57- 2.38


A. Nascimento de João Batista ...................................................................................... 1 .57-80
O. Nascimento de Jesus Cristo ........................................................................................ 2. 1 -38

IV. Acontecime11tos Durante a Infância de Cristo .......................................................... 2.39-52


A. Jesus Retorna a Nazaré ............................................................................................. 2.39-40
B. Jesus Celebra a Páscoa .............................................................................................. 2.4 1 -50
C. Jesus Cresce em Sabedoria ....................................................................................... 2.5 1 -52

V. Eventos que Antecederam a Apresentação de Cristo ............................................ J.J -4.13


A. Ministério de João Batista .......................................................................................... 3. 1 -20
B. Batismo de Cristo ..................................................................................................... 3.21 -22
C. Genealogia de Cristo a pt1rtir de Maria ..................................................................... 3.23-38
D. Tentação de Cristo ...................................................................................................... 4. 1- 13

Se1,:unda Parte: O Ministério do Filho do Homem (4.14 - 9.50)

1. A Apresentação de Cristo .......................................................................................... 4.14-30


A. Aceitação por toda a Galiléia .................................................................................... 4. 14-15
13. Rejeição cm Na/.aré .................................................................................................. 4. 1 6-30

1 1 . Demonstração dos Poderes de Cristo ...................................................................... 4.31 - 5.28


A. Demônios São Expulsos ........................................................................................... 4.31 -37
B. Cura da Sogra de Pedro ............................................................................................ 4.38-39
C. Ministério de Je!)us por toda a Galiléia ..................................................................... 4.40-44
D. Os Primeiros Discípulos São Chamados ..................................................................... 5. 1 -1 1
E. Cura de Un, Leproso ................................................................................................. 5. 1 2- 1 5
F. Cura de urn Paralítico ................................................................................................ 5 . 16-26
G. Mateus É Chamado ................................................................................................... 5.27-28

1 1 1 . Explicação do Prognuna de Crblo ....................................................................... 5.29- 6.49


A. Jesus Ensina aos Fariseus ................................................................................... 5.29 -6. 1 l
B. Jesus Ensina aos Discípulos ...................................................................................... 6.1 2-49

IV. A Expansão do Programa de Cristo ........................................................................ 7.1 -9.50


A. Cura do Servo do Centurião ....................................................................................... 7.1 - 10
B. Ressurreição do Filho <lc uma Viúva ......................................................................... 7. 1 1 - 16
C. Cristo Comenta sobre João Batista ........................................................................... 7. 1 7-35
D. Cristo Ceia no Lar de um Fariseu ............................................................................. 7.36-50
E. Algumas Mulheres Assistem a Jesus ............................................................................. 8.1-3
F. Parábola dos Solos ....................................................................................................... 8.4- 1 5

269
G. Parábola da Lâmpada ................................................................................................ 8. 1 6- 18
1 1. Os VerdaJciros Irmãos de Cristo .............................................................................. 8. 19-21
1. A Tempestade É Acalmada ....................................................................................... 8.22-25
J. Demônios São Enviados aos Porcos ........................................................................... 8.26-40
K. A Cura de tuna Mulher ............................................................................................. 8.41--18
L. A Ressurreição da Filha de Jairo ............................................................................... 8.49-56
M. Os Doze São Enviados a Pregar ................................................................................ 9. 1 -1 1
N. Cinco Mil São Alimentados ....................................................................................... 9. 1 2- 1 7
O. Confissão de Fé de Pedro ......................................................................................... 9. 1 8-22
P. O Custo do Discipulado .............................................................................................. 9.23-26
Q. A Transfiguração ....................................................................................................... 9.27-36
R. Cura de um Filho Endemoninhado ............................................................................. 9.37-42
S. Cristo Prcdi7 sua Morte ............................................................................................. 9.43--15
T. Verdadeira Grandeza .................................................................................................. 9.46-50

Terceira Parte: A Rejeição do Filho do llomem (9.51 - 19.27)

1. A Crescente Oposição a Cristo ............................................................................ 9.51 - 1 1 .54


A. Samaria Rejeita a Cristo ............................................................................................ 9.5 1 -56
B. O Custo Real do Discipulado ..................................................................................... 9.57-62
C. Setenta Discipulos São Enviados ............................................................................... 10.1 -24
D. O Doutor da Lei Testa Cristo ................................................................................. 1 0.25-37
E. Contraste entre Marta e Maria ................................................................................ 1 0.38-42
F. Cristo Ensina sobre a Oração ..................................................................................... 1 1 . 1 - 1 3
G. Cristo É Rejeitado pelos Líderes Religiosos ............................................................ 11 . 1 4-36
11. Lideres Religiosos São Rejeitados por Cristo .......................................................... 1 1 J7-54

li. Instrução cm vista da Rejeição de Cristo ........................................................... 12.1 - 19.27


A. Cristo Adverte sobre a 1-lipocrisia ............................................................................. 1 2. 1 - 1 2
B. Cristo Adve11e sobre a Avareza ............................................................................... 1 2 . 1 3-34
C. Cristo Avisa sobre a Segunda Vinda ....................................................................... 12.35-48
D. Cristo Adverte sobre o Custo do Discipulado ........................................................ 1 2.49-53
E. Cristo Adverte sobre não Discernir os Sinais dos Tempos ...................................... 12.54-59
F. Cristo Ensina sobre o Arrependimento ........................................................................ 1 3 . 1 -9
G. Cristo Cura a Mulher Encurvada ............................................................................ 1 3 . 1 0- 1 7
H. Cristo Ensina sobre o Reino de Deus ..................................................................... 1 3. 1 8-30
1 . Cristo Lamenta sobre Jerusalém .............................................................................. 13.3 1-35
J. Cristo Ensina aos Fariseus ......................................................................................... 1 4. 1-24
K. Cristo Ensina sobre Discipulado ............................................................................. 14.25-35
L. Cristo Ensina sobre Arrependimento ......................................................................... 1 5. 1-32
M. Cristo Ensina sobre Mordomia .................................................................................. 1 6. 1- 1 3
N. Cristo Ensina sobre os Tropeços ............................................................................... 17. 1 - 1 0
O. Cristo Purifica Dez Leprosos .................................................................................. 1 7. 1 1- 19
P. Cristo Ensina sobre a Segunda Vinda ....................................................................... 1 7.20-37
Q. Cristo Ensina sobre a Oração .................................................................................... 1 8. 1 - 14
R. Cristo Abençoa as Crianças .................................................................................... 1 8. 1 5- 1 7
S. Cristo Ensina sobre o Sacri licio ............................................................................... 1 8. 1 8-30
T. Cristo Prediz sua Morte e Ressurreição .................................................................. 1 8.3 1-34
U. Cnsto Cura 13artin1eu .............................................................................................. 1 8.35-43
V. Cristo Visita Zu4ucu ................................................................................................... 19. 1 - 1 O
W. Cristo Conta a Parábola das Dez Minas ................................................................. 1 9. 1 1-27

270
Q uarta Parte: A Crucificação e Ressurreição do Filho de Deus (19.28 - 24.53)

l. A Últin1a Sen1ana de Cristo ............................................................................... 19.28- 23.56


A. Domingo: Entrada Triunfal ..................................................................................... 19.28-44
B. Segunda-feira: Purificação do Templo ...................._................................................ 1 9 . 4 5 -48
C. Terça-feira: Minislério Público ............................................................................ 20. 1 -22.6
D. Quinta-feira: P,íscoa e Prisão .................................................................................... 22.7-53
E. Scxta-foira: Julgamcnlos e Crucilicaçào .......................................................... 22.54 -23.55
f. Sábado: No Tú1nulo ....................................................................................................... 23.56

11. A . .\utcnticaçãode Cristo ............................................................................................. 24.1-53


A. A Rcssurn:içào .......................................................................................................... 24. 1 - 1 2
B. Cristo Aparece no Caminho de Emaús ................................................................... 24. 1 3-32
C. Cristo Aparece aos Onze ......................................................................................... 24.33-53

Mulheres do Novo Testamento


Maria, a virgem mãe de Jesus, tem um lugar de honra entre as mulheres do Novo Testamento. 1'
1 1

1
Ela é um permanente exemplo de fé, humildade e serviço (Lc 1 .26·56).
Outras notáveis mulheres do Novo Testamento incluem as seguintes:

Nome Descrição Ri(_erência Bíblica


Ana Reconheceu Jesus como o Messias longamente esperado Lc 2.36-38 1
Berenice Irmã de Agripa, diante de quem Paulo fez sua defesa At 25.13

Candace Rai nha da Etiópia AI 8.27

Cláudia Cristã de Roma 2Tm4.21

Cloe Mulher que conhecia o problema das divisões na igreja de Corinto 1Co 1 . 1 1

Damaris Mulher de Atenas, convertida pelo ministéri o de Paulo At 17.34

Dorcas (Tabita) Cristã de Jopa, a quem Pedro ressucitou AI 9.36-41

Drusila Esposa de Félix, governador da Judéia At 24.24

Eunice Mãe de Timóteo 2Tm 1 .5

Febe Uma obreira, possivelmente uma diaconisa da igreja de Cencréia Rm 16.1-2

Herodias Rainha que exigiu a execução de João Batista Mt 1 4.3-1 0

Isabel Mãe de João Batista Lc 1.5,13

Joana Servia a Jesus com seus bens Lc 8.3

Lídia Convertida com o ministério de Paulo em Filipos At 16.14

Loide Avó de Timóteo 2Tm 1.5

Maria Madalena Mulher de quem Jesus expulsou demônios MI 27.56-61 / Me 16.9

Marta e Mari a Irmãs de Lázaro, amigas de Jesus Lc 10.38-42

Priscila Esposa de Âquila, colaboradores de Paulo em Corinto e Éfeso At 18.2,18,19

Safira Reteve parte de seus bens na comunidade da igreja primitiva AI 5.1

Salomé Mãe dos discípulos nago e João Mt 20.20-24

Suzana Servia a Jesus com seus bens Lc 8.3

Nt!lso11 :� Co111ple1<' /Jool. ,f llihl<' M11p.1· wul Clwrts • li 1993 by Thomas Nelson, lnc.

271
Genealo$llas de Jesus
Tanto Mateus como Lucas apresentam genealogias de Jesus (Mt 1 . 1 -17; Lc 3.23-38), embora com
algumas difcrenças. Mateus traça a linhagem de Jesus até Abraão, mas Lucas revela a natureza
universal da missão do Mestre traçando sua genealogia até Adão. Há. também. algumas diferenças
de nomes que podem ser explicadas por uma das seguintes possibilidades: 1- O funcionamento da
lei do casamento levirato (Dt 25.5), sugere que uma das genealogias (de Mateus ou de Lucas), dá a
ascendência legal, e a outra a ascendência fisica; ou 2 - Tanto José quanto Maria eram descendentes
de Davi, embora de ramos diferentes dn família. Portanto, pode ser que Mateus trace a ascendência
de José, que seria a ascendência legal de Jesus, enquanto Lucas traça a ascendência de Maria, a real
conexão de Jesus com a raça a qual veio salvar.

GenealoSlias de Jesus
Adão (Lc 3.38)

1
(MI 1.1, 2) Abraão (Lc 3.34)

1
(MI 1.6) Dav, (Lc 3.31)

(MI 1.6-7) Salomão Natã (Lc 3.31)

(MI 1.16) José Maria (Lc 3.23)

Evangelho de Mateus Evangelho de Lucas


(1) Genealogia de José ( 1 ) Genealogia de Maria
(2) Registro Legal e Real de Jesus (2) Registro Natural e Real de Jesus

Ndrn11 j Cm11pll'II' /Jool.. o/ 81hlc Maps ui/// C/1111/t •. 19\IJ hy I horn,,� Ncl�on, lnc.

Jesus e os Doze
Jesus escolheu doze apóstolos para servir com ele durante seu ministério e com o objetivo de preparar
liderança para a Igreja após sua asccnçào. Provavelmente foram selecionados doze, pois este número
corresponde às doze tribos de Israel no Antigo Testamento.
Escolhidos por Jesus depois de ter ele orado durante uma noite inteira ( Lc 6.12-16), os doze incluíam
dois grupos de innàos pescadores, um coletor de impostos e um traidor. Entre os doze, Pedro. Tiago
e João eram especialmente próximos do Mestre.
Os tennos discípulos e apóstolos são usados de modo equivalente quando nos referimos a estes
homens. Um discípulo é alguém que aprende, ou um seguidor. enquanto apóstolo geralmente se
refere n uma pessoa enviada com uma mensagem ou missão especial (Jo 1 3 . 16). Os doze foram, sem
dúvida, apóstolos; quando Jesus os chamou. ele tinha em mente uma missão específica para eles -
çontinuar o trabalho depois que o Mestre tivesse finalizado seu ministério terreno.

272
..

Os doze apóstolos originais foram escolhidos entrê aqueles a quem Jesus conhecia pessoalmente
(AI 1.2-22). Estes homens tinham uma compreensão inadequada da missão de Jesus e da neces­
sidade de sua morte (Mt 15.16). Jesus foi paciente com os imaturos apóstolos, embora ocasional­
mente os censurasse {Lc 9.55). Após terem recebido poder do Espírito Santo no Pentecostc, os
apóstolos mostraram uma nova ousadia e compreensão, tornando-se poderosas testemunhas cm
Jerusalém e nas regiões vi1inhas, apesar da violenta perseguição. Muitos foram martirizados por
causa de sua fé.
De acordo com a relação apresentada cm Mateus 10.1-4 (veja também Me 3.13-19; Lc. 6.12-16;
At 1.13 ), os doze apóstolos eram: ( 1) Simão Pedro (Ccfas), líder dos apóstolos; (2) André, irmão
de Simão; (3) Tiago. filho de Zebe<leu e irmão de João; (4) João, o discípulo amado: (5) Filipe, de
lktsaida; (6) l3artolomcu (provavelmente Natanacl), <lc Caná da Galiléia; (7) Mateus (Levi),
cobrador de impostos; (8) Tomé (Dídimo, que significa"gêmeo" ), da Galiléia; Simão o Cananita,
provavelmente Simão o Zelote, tia Galiléia; ( 1O) Tiago, filho de Alfou; (11) Tadeu; e ( 12) Judas
lscuriotes. que traiu Jesus.
Matias foi escolhido como apóstolo para ocupnr o lugar de Judas, após a ascensão de Jesus (AI 1 .26)

Os Doze Apóstolos
Mateus 1 0.2·4 Marcos 3.1 6· 1 9 Lucas 6.1 4-16 Atos 1 .1 -1 3

••
1
Simão Pedro Simão Pedro Simão Pedro Simão Pedro

•... André

Tiago
Tiago

João
André

Tiago
João

Tiago \

....
João André João André
.a
_. Fi li pe

Bartolomeu
Filipe

Bartolomeu
Filipe

Bartolomeu
Filipe

Tomé


..••
Tomé Mateus Mateus Bartolomeu

Mateus Tomé Tomé Mateus

• Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu)

.....•
Tadeu Tadeu Simão (o Zelote) Simão (o Zelote)

Simão (o Cananita) Simão (o Cananita) Judas (de Tiago) Judas (de Tiago)

Judas lscariotes Judas lscariotes Judas lscariotes .........................

..••
/

Mateus e Marcos usam o nome Tadeu; Lucas, em suas duas listas, usa Judas (de Tiago). Alguns pensam que seu nome
original tenha sido Judas. mas que foi posteriormente trocado por Tadeu (que provavelmente significa "afetuoso") para
evitar o estigma relacionado ao nome Judas lscariotes
·o Cananita· é uma transliteração que provavelmente representa uma palavra aramaica que significa "Zeloso·

....
É interesssante notar que as quatro listas começam com Simão Pedro e terminam com Judas lscaríotes (exceto a lista
de Atos 1 , pois Judas Já hav,a se matado). Também os nomes aparecem em grupos de quatro: Pedro, André, Tlago e

• João estão sempre no primeiro grupo - embora nem sempre nesta ordem - e Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus estão
no segundo grupo em todas as listas.
Nas quatro listas o nome de Pedro encabeça o primeiro grupo, Filipe encabeça o segundo, e Trago (de Alfeu), o terceiro.
O Evangelho de João não contém uma hsta dos apóstolos.


..•
• Ndw11; Compl,•11• BuuJ.. u/ Bt/Jh• .1/uµs u111/ ('/111r/\ ,, 1993 by Thoma\ Nchon, lnc.

273

a
-
JOAO
O Evangelho de João goza, há longo tempo, de um lugar de honra e devoção especiais entre os
cristãos. A profundidade de sua mensagem focalizando o mistério da Pessoa de Cristo e a encarnação,
seu relacionamento com o Pai e a importância de crennos em Cristo- ao lado da relativa simplicidade
de sua composição, fazem com que este livro seja, frcqüent'cmcnte. n primeira porção da Bíblia a ser
traduzida pnra outra língua.

Autor

Embora o quarto Evangelho não nomeie cspeciticarncntc seu autor, muitos fotorcs sustentam a crença
� h:í muito aceita de que João o apóstolo. irmão de Tiago e tilho de Zcbcdcu, foi seu autor. De acordo
com 20.21,24, o Evangelho foi escrito pelo"discípulo que Jesus amava'' e, do circulo mais íntimo de
Jesus (Pedro, Tiago e João), João é o único candidato provúvel. Outras evidências que corroboram a
autoria joanina seria o foto de o autor ser um judeu da Palestina e testemunha ocular dos acontecimentos
que apresenta.
Fontes escritas datadas dos primeiros séculos de nossa era, e uma persistente tradição a respeito do
apóstolo João. apontam para Éfeso como o lugar onde o Evangelho foi escri to. Crê-se que João viveu
e trabalhou durante muitos anos na região de Éfeso, e um túmulo encontrado nesta cidade é considerado
hoje como tendo pertencido ao apóstolo. Além disso, várias idéias e textos-chave presentes neste
Evangelho seriam espcciahnente compatíveis com esta região da Ásia Menor.

Data

Irincu, um dos pais da Igreja, testifica cxplicitamcnle que João escreveu o Evangelho enquanto
1norava em Éfeso (66-98 d.C.), e há pouca razão para contestar uma data dentro de tal período.
Embora alguns estudiosos no passado tenham atinnado que o Evangelho foi composto cm meados do
2v século de nossa era, a descoberta feita no Egito de um fragmento de papiro pertencente ao
Evangelho de João e datando de 125 d.C., torna quase certa a posição de que a data de composição
do Evangelho tenha ocorrido ainda no I" século.

Temas e Estrutura Literária

O Evangelho de João é construído ao redor de sete milagres e sete afirmações ''Eu Sou''. As cinco
seções básicas deste Evangelho são: a encarnação do Pilho de Deus (1.1-18); a apresentação do Filho
de Deus ( I'.19- 4.54); a oposição ao Filho de Deus (5.1 - 12.50); a preparação dos discípulos feita
pelo Filho de Deus (13.1 -17.26); a crucificação e ressurreição do Filho de Deus (18.1- 21.25).
Que o Evangelho <lc João é significativamente diferente dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos
e Lucas), ficou evidente desde os primeiros dias da história da igreja. É provável que João tenha
escrito seu Evangelho depois que os Sinóticos jú estavam concluídos, e que ele tinha conhecimento
daqueles documentos. Sendo assim, o apóstolo compôs seu trabalho para suplementar os Sinóticos e
dar uma interpretação teológica da pessoa e da obra de Cristo, que fosse especialmente apropriada
para leitores helenistas.

274
Ao contríirio dos Si11óticos, que apre-sentam os ensinos de Jesus cm forma de mensagens curtas ou
de parábolas. João apresenta-os como discursos teológicos mais longos: O pão da vida (6.4 1 -59); o
bom pa::.tor e suas ovelhas ( 1 0. 1 -30); a videira e os galhos ( 1 5. 1 -8); e a oração sacerdotal ( 1 7. 1 -26).
Nestes discursos são usados, freqüentemente, pares de idéias contrastantes, tais como luz e trevas;
crença e descrença; amor e ódio; terreno e celetial. Em contrate com o realce dado pelos Evangelho
Sínótícos ao ministério da Galiléia, João enfatiza os acontecimentos que tiveram lugar na Judéia e
registm três ou quatro celebrações da Páscoa cm que Jesus esteve presente cm Jenisalém.
Embora os Sinóticos estejam repletos de matéria-prima para fonm1l.u;ào dl! uma Joutrina cristológica,
João demonstra uma convicção mais intensa da centralidade da Pessoa de Cristo. Para João a obra de
Cristo não pode ser compreendida à parte do fato de que ele é o Messias, o Pilho de Deus, o próprio
Deus ( 1 . 1 - 1 8). Esta ênfase sobre a Pessoa de Jesus é ressaltada pela inclusão que o evangelista faz de
sete afirmações "Eu Sou".
Ao cnfoti7ar a obrn do Pai, Filho e Espírito Santo na realização da salvação, o Evangelho de João
apresenta componentes da doutrina cristã da Trindade.

João em Relance
ÊNFASE ENCARNAÇÃO DO APRESENTAÇÃO OPOSIÇÃO AO PREPARAÇÃO DOS CRUCIFICAÇ!,O E
FILHO DE DEUS DO FILHO DE FILHO DE DEUS DISCÍPULOS RESSURREIÇAO DO
DEUS FILHO DE DEUS

TEXTO 1.1 1 19 5.1 13.1 18.1 21.25

DIVISÃO APRESENTAÇÃO DE REVELAÇÃO DE REJEIÇÃO A CRISTO REVELAÇÃO DE REJEIÇÃO A CRISTO


CRISTO CRISTO CRISTO

SETE MILAGRES DISCURSO OO SUPREMO MILAGRE


TÓPICOS CENÁCULO

PARA QUE CREIAM PARA QUE TENHAM VIDA

LOCAL ISRAEL

OCASIÃO ALGUNS ANOS ALGUMAS HORAS ALGUMAS SEMANAS

Nl'/11111 :� Cu1111d,•1t• llooJ. o/ IJ1/,Je Mup, 1111d C/111r1s �


� 1993 by Thonub Nelson. lnc.

Afirmações "Eu Sou"


No decorrer do texto grego desle evangelho encontramos vinte e lrês importantes afirmações ·Eu Sou" profendas pelo
Senhor ( 4.26; 6.20,35,41,48,51; 8.12, 18,24,28,58: 10.7,9,11, 14; 11.25; 13.19; 14.6; 15.1, 5; 18:5, 6, 8. Em vár ias delas,
ele conjuga o "Eu Sou" com sele fantásticas metáforas que expressam seu relacionamento redentor para com o mundo.

·Eu Sou o Pão da vida" (6.35, 41, 48, 51 ).


·Eu Sou a Luz do mundo" (8.12)
"Eu Sou a Porta das ovelhas· (t0.7, 9)
"Eu Sou o Bom Pastor" (10.11, 14)
"Eu Sou a Ressurreição e a Vida" (11.25)
"Eu Sou o Caminho, a Verdade, e a Vida" (14.6)
·Eu Sou a Videira verdadeira (15. 1 ,5).

Igualmente, acentuando a obra do Pai. do Pilho, e o Jo Espírito Santo promovendo a salvação, o


Evangelho de João expõe os componentes da doutrina cnslà da Trindade (por exemplo 16. 1 3- 1 5).

275
ESBOÇO DE JOÃO

Primeira Parte: A Encarnação do Filho de Deus (1.1-18)

1. A Divindade d e Cristo .................................................................................................. 1 . 1 , 2


11. A Obra do Cristo Pré-Encarnado ................................................................................. 1.3-5
Ili. O Precursor de Cristo ................................................................................................... 1 .6-8
IV. A Rej eição de Cristo .................................................................................................... 1 . 9-1 t
V. A Aceitação de Cristo ............................................................................................... 1 . 12, 1 3
VI. A Encarnação de Cristo ............................................................................................ 1 . J 4- 1 8

Segunda Parte: A Apresentação do Filho de Deus ( 1 . 1 9 - 4.54)

1. João Batista Apresenta Cristo .................................................................................... 1. J 9-34


A. Testemunho de João diante <los Sacerdotes e Levitas .............................................. 1 .19-28
13. Testemunho de João no Batismo <le Cristo ............................................................... 1 .29-34

li. Apresentação de Cristo aos Discípulos de João ........................................................ 1.35-51


A. André e Pedro Seguem Cristo .................................................................................. 1 .35-42
B. Felipe e Natanacl Seguem Cristo ............................................................................. 1 .43-5 1

Ili. Apresentação de Cristo na Galiléia .............................................................................. 2.1-12


A. Primeiro Sinal: Cristo Transforma Água cm Vinho .................................................... 2. 1 - 1 0
B. Os Discípulos Crêcn1 ................................................................................................. 2.11.12

IV. Apresentação de Cristo na Judéia ......................................................................... 2.13 -3.36


A. Cristo Purifica o Templo ........................................................................................... 2. 13-25
13. Testemunho de Cristo a Nicodcmos ............................................................................ 3. 1 -2 1
C. Testemunho de João Batista sobre Cristo ................................................................. 3.22-36

V. Apresentação de Cristo cm Samaria ............................................................................ 4. 1-42


A. Testemunho de Cristo à Mulher junto ao Poço ........................................................... 4.1-26
8. Testemunho de Cristo aos Discípulos ....................................................................... 4.27-38
C. Testemunho de Cristo aos Samaritanos .................................................................... 4.39-42

VI. Apresentação de Cristo na Galiléia ........................................................................ 4.43-54


A. Os Galilcus Recebem Cristo .................................................................................... 4.43-45
O. Segundo Sinal: Cura do Filho de um Oficial ............................................................... 4.46-54

Terceira Parte: A Oposição ao Filho de Deus (5.1 - 1 2.50)

1. A Oposição na Festa cm Jerusalém .............................................................................. 5.1-47


A. Terceiro Sinal: Cristo Curn um Par:ilitico ..................................................................... 5.1-9
U. Os Judeus Rejeitam Cristo ........................................................................................ 5. 10-47

li. Oposição na Galiléia n:i Páscoa .................................................................................... 6.1-7 1


A . Quarto Sinal: Jesus Alimenta Cinco Mil ...................................................................... 6.1-14
O. Quinto Sinal: Jesus Caminha sobre a Água ............................................................... 6. 1 5-2 1
C. Cristo Anuncia: "Eu Sou o Pão da Vida" .................................................................. 6.2'2-71
276

-�------------------=---------�
.a
,,í/1

�---
-. -----------------
- -----=-=;:.;......

111. Oposição em Jerusalém na Festa dos Tabernáculos ..................................... 7.J - l0.21
.a. A. Antes da Festa <los Tabernáculos ................................................................................ 7.1-13
B. No Meio da Festa dos Tabernáculos ......................................................................... 7.14-36
C. No Último Dia da Festa dos Tabernáculos ................................................................ 7.37-53
D. Após a Festa dos Tabcrmkulos ........................................................................... 8.1-10.21

IV. Oposição em Jerusalém na Festa de Dedicação ..................................................... lO. 22-42

::
�1
V. Oposição em Betânia ............................................................................................ 11.t - 12.t 1
A. Sétimo Sinal: Ressu1Tcição de Lázaro ....................................................................... 11.1-44
B. Os Fariseus Planejam Matar Cristo ......................................................................... 11.45-57
C. Maria Unge Cristo ..................................................................................................... 12.1-1l

-

VI. Oposição cn1 Jcrusalén1 ............................................................................................. 12. 12-50
A. A Entrada Triunfal .................................................................................................. 12.12-22
�1
B. O Messias Ensina .................................................................................................... 12:23-50

� Quarta Parte: O Filho de Deus Prepara seus Discípulos ( 13.1 - 17.26)

j 1. A Preparação no Cenáculo ................................................................................... 13.1 - 14.31


A. Cristo Lava os Pés <los Discípulos ............................................................................ 13.1-20

....
� 13. Cristo Anuncia Judas, o Traidor .............................................................................. 13.21-30

_.
C. Cristo Faz o Discurso do Cenáculo .................................................................. 13.31-14.31

li. Preparação a Can1inho do Jardin1 ...................................................................... 15.1- 17.26


,,;a
.a A. Cristo Instrui os Discípulos ............................................................................... 15.1 -16.33

_.
B. Cristo I ntcrcedc ao Pai .............................................................................................. 17.1-26

---
Quinta Parte: A Crucificação e Ressurreição do Filho de Deus ( 18.1 - 2 1.25)

.a

..-­
1. A Rejeição a Cristo ............................................................................................... 18.1 - 19.16
A. A Prisão de Cristo ...................................................................................................... 1 8.1-11
B. Os Julgamentos de Cristo ................................................................................ 18.12 - 19.16

li. A Crucificação de Cristo ........................................................................................... l 9. t 7-37


A. A Crucificação de Cristo ......................................................................................... 19.17, 18
.a

.._.
B. Inscrição de Pilatos ................................................................................................. 19. ) 9722
..a C. Os Soldados Tiram Sorte ........................................................................................ 19.23-24

..a D. Jesus Entrega Maria aos Cuidados de um Discípulo ............................................... 19.25-27


E. A Morte de Cristo .................................................................................................... 19.28-3 7

.._.
111. O Enterro dl· Cristo ................................................................................................... l 9.38-42
1V. A Ressurreição de C.-isto ............................................................................................. 20. 1-1 O
,,a
V. As Apa riçõcs de Cristo .........................................:............................................. 20. 1 t -21.25
A. Cristo Aparece a Maria Madalena ........................................................................... 20.11-18

,,.
.a B. Cristo Aparece aos Discípulos (Tomé Ausente) ...................................................... 20.19-25
C. C1ist0 Aparecc aos Discípulos (Tomé Presente) ..................................................... 20.26-29
D. Propósito do Evangelho de João ............................................................................. 20.30-3 1

.....
� E. Cristo Aparece a Sete Discípulos .............................................................................. 21. 1 -14

,,.
F. Cristo Conversa com Pedro ..................................................................................... 21.15-23
,,a G. Conclusão do Evangelho de João ........................................................................... 21.24-25
277


Títulos de Cristo
Além das afirmações"Eu Sou" de Jesus, o Evangelho de João nos dá, também, uma série de preciosos
títulos de Cristo, como "Pão da Vida". ''Bom Pastor" . "Cordeiro de Deus". ''Luz do Mundo".
Observe o quadro "Títulos de Cristo" abaixo e também o mapa ao lado.

Os nomes ou títulos mais populares usados pelos cristãos quando se referem ao Senhor, são: Jesus, uma transliteração do nome
hebraico Josué, que significa "Javé É Salvação"; e Cristo, uma transliteração do termo grego Christos, quer dizer "Ungido" ou
"Messias". A seguir estão outros nomes ou titules significativos para Cristo usados no Novo Testamento. Cada um destes títulos
expressa uma verdade particular sobre Jesus e seu relacionamento com os crentes.

Nome ou Título Significado Referência Bíblica


Adão, Último Adão ................................... O pri meiro de uma nova raça de redimidos ......................................................... 1Co 15.45
Alfa e ómega ........................................... O começo e o fim de todas as coisas ............................. , ...................................... Ap 21.6
Bom Pastor .............................................. Sustentador e guarda ......................... ............................. , ...................................... Jo 1 O. 11
Cordeiro de Deus ..................... , ............... Deu sua vida como sacrifício por nós ..................................................................... Jo 1.29
Emanuel (Deus conosco) ........................ Permanece ao nosso lado em todas as circunstâncias da vida ............................ Mt 1 .23
Filho do Homem ........................................ Identifica-se conosco em nossa humanidade ....................... ................................. Mt 18.11
Filho Unigênito do Pai ............................... O único gerado Filho de Deus .................................................................................. Jo 1 . 14
Grande Pastor das Ovelhas ................... Guia confiável e Protetor ........................................................................................ Hb 1 3.20
Luz do Mundo .........·................................. Traz esperança nas trevas ....................................................................................... Jo 9.5
Mediador entre Deus e os Homens ......... Leva·nos. redimidos e perdoados. à presença de Deus ...................................... 1Tm 2.5
A Palavra ................................................. A comunicação de Deus ............................................................................................ Jo 1 . 1
Pão da Vida ............................................. O único alimento essencial .......... ...... ...............................................................,..... Jo 6.35
Primogênito dentre os Mortos ................. Conduz-nos à ressurreição e à vida eterna ............................................................ CI 1 . 1 8
Principal Pedra de Esquina ...................... Fundamento seguro para a Igreja ............................................................................. E f 2.20
Profeta ..................................................... Anunciador fiel das verdades de Deus ................................................................... AI 3.22
Rei dos Reis, Senhor dos Senhores ....... O Todo·Poderoso, diante de quem todo joelho se dobrará .................................. Ap 19.16
Salvador ................................................... Livra-nos do pecado e da morte .............................................................................. Lc 1.47
Santo de Deus ......................................... Sem pecado em sua natureza ............................................,................................... Me 1 . 24
Semente de Abraão ................................ Mediador da aliança de Deus .................................................................................... GI 3. 16
Senhor da Glória ...................................... Poder e presença do Deus vivo ........................... ................................................... 1 Co 2.8
Sumo Sacerdote ...................................... O nosso intercessor .................................................................................................. Hb 3. 1
Supremo Pastor ....................................... Protetor, Sustentador e Guia .................................................................................... 1 Pe 5.4

Nelson :r Comph-1<! Bool,; o{ Bit,/<! Maps tJ11tl Cl111rtr •<' 1993 by Thoma, Ncbun. lnc.

Oração Sacerdotal
A mais longa oração de Jesus registrada nos Evangelhos é chamada"Oração Sacerdotal" e encontra-se cm
João l 7. l -26. Após pronunciar uma triunfante declaração de vitória cm 16.33 ("eu venci o mundo''). Jesus
continua orando por si mesmo, por seus discípulos e pelos futmos crentes. Ao enfrentar sua hora da mais
profunda angústia, o Mestre olha para o futuro e para os benditos resultados de sua vitória sobre o pecado e
a morte-a reunião dos redimidos, com o amor e a unidade que Deus e os rcuimidos goz.ariio ( 1 7.20-26).

Jesus Ora:
Por si mesmo (vs 1-5) Por seus discípulos: (vs. 6-19) Pelos futuros crentes; (vs. 20·26)
Afirma a glória da cruz (vs. 1-2) Ora pelo entendimento deles (vs. 6-9) Ora por sua unidade (vs. 20·22)
Expressa a própria essência Ora por sua perseverança (vs. 1 0· 12) Ora por sua perfeita união (v. 23)
da vida eterna (vs. 3-4)
Regozija-se com sua participação Ora por sua alegria (v. 13) Ora pela futura presença dos crentes
na gl ória do Pai (vs. 5) com ele (vs. 24· 25)
Ora por sua santificação (vs. 1 4-1 7) Ora por seu amor mútuo (v. 26) Ora por sua missão (vs. 18-19)

2 78

----------=--�-------�---------.....--..
Eventos no Ministério de Cristo

À
·oeus ungiu a Jesus de Nazaré
com o Espírito Santo e com poder, Monte Hermom
o qual andou por toda parte Transfiguração (?)
fazendo o bem e curando Filha da multier
a todos os oprimidos do diabo, siro-fenícia é curada

(AI 10.38)
porque Deus era com ele" (Me 7) Cesaréia
de FIiipe
Centro do
ministério Confissão de Pedro (Mt 16)
local de
muitos
milagres

Aquieta a tempestade (Mt 8)


Cidades repreendidas (Lc 10)

Mar
Mediterrâneo

Cura de um
endemoninhado (Me 5)

1 Leprosos curados (Lc 17)1

Mulher junto
ao poço (Jo 4)

Sicar

discípulos (Jo 11)


Fica junto com os

Várias visitas;
semana da paixão
Efraim
---- Vi sita Zaqueu (Lc 19)
Emaús Jericó
Jerusalém
A Monte das Oliveiras

t
Lar de Marta, N
Maria e Lázaro

Terra Natal

Mar
Morto

279
A Morte de Jesus
O Evangelho de João considera a morte ele Jesus como cumprimento de profecia do Antigo Testamento
(por exemplo: 18.8,9) e como um acontecimento designado pelo Pai (18.11 ). Neste Evangelho Jesus se
refere especificamente à sua morte, ressurreição e ascensão como uma unidade, usando para isto o
tcnno glor{/icar (por ex. 1 7. 1 -5). O Pai glorificou o Filho sustentando-o na experiência da morte e
ressuscitando-o para a vida; e o Filho glorificou o Pai entregando-se voluntariamente para nossa salvação.

Aspectos da Morte de Jesus


Referência do
Os judeus encaravam Aspecto Antigo Testamento
a morte de Jesus
como um escândalo. Em obediência ao Pai (18.11) Salmo40.8
Anunciada por ele mesmo (1 8.32; veja 3.14} Números 21 .8-9
A Igreja compreendeu
Em lugar de seu povo (18.14) Isaías 53.4-6
sua morte como Com maffeitores (19.18) Isaías 53.12
cumprimento de profecia Inocente (19.6) Isaías 53.9
do Antigo Testamento Crucificado (19.18) Salmo 22.16
Sepul tado no túmulo de um homem rico (19. 38-42) Isaías 53.9

Aparições do Ressuscitado
O Evangelho de Jo.io relata com <letalhcs diversas aparições pós-ressurreição que não aparecem ou são
apenas rapidamente mencionadas nos Sinóticos. Estas inçluem as visitas de Jesus a Tomé, o discípulo cético
(20.24); a aparição aos discípulos no mar da Galiléia (21.1-14); e a restauração de Pedro (21.15-23).
Veja o mapa "A Ressurreição'', ao lado.

Eventos Grandiosos em Lu�ar Humilde


Embora tenha sido escrito cm Éfeso, nn província da Ásia Menor, ús margens Llo Mar Egeu e cm
frente à Grécia, o Evangelho de João centraliza-se exclusivamente na região aparentemente
insignificante e remota <la Palestina. Entretanto, João mostra que os cvcntos citados no livro tí:m
significado universal e seu Evangelho é escrito com o objetivo de que todo aquele que o ler "possa
crer que Jesus é o Cristo e, crendo, tenha vida em seu nome " (20.31 }.

Os Sinais e seus Si�nificados


Transforma água em vinho (João 2.1-1 2) Jesus é a fonte da vida

Cura o filho de um oficial (João 4.46-54) Jesus é Senhor da distância

Cura um paralítico no poço de Betesda {João 5.1-17) Jesus é Senhor do tempo

Alimenta cinco mil pessoas (João 6.1 -14) Jesus é o pão da vida

Anda sobre a água e acalma uma tempestade (João 6. 15-21) Jesus é Senhor da Natureza

Cura um cego de nascença (João 9.1-41) Jesus ê a luz do mundo

Ressuscita Lázaro dos mortos (João 1 1 . 17-45) Jesus tem poder sobre a morte

280
....
·�----------------------.wm--==�---JJ
,.
,.
•-" A Ressurreição

--...
......
.._.-­
Damasco
Mar
Mediterrâneo

...-­
..
Jesus aparece a Paulo
no caminho de Damasco,
e Paulo se toma seu servo
Jesus aparece aos apóstolos e o grande apóstolo aos gentios
enquanto pescavam (AI 9.3-6).
no Mar da Galiléia (Jo 21.1-14).

Jesus explica as Escrituras


a dois viajantes no caminho de Emaús,
e mais tarde revela sua identidade Jesus aparece a Maria Madalena
ao partir o pão com eles durante sua visita ao túmulo
(Lc 24.13-31 ). (Jo 20.11-18).

Jesus aparece aos onze apóstolos


no cenáculo em Jerusalém,
comissionando-os
a espalhar as boas novas
(Lc 24.36-49).

• Emaús

Quarenta dias após a ressurreição


Monte das Jesus é elevado aos céu,
do monte das Oliveiras,
Oliveiras na presença dos apóstolos
(At 1 .1-11).

Jesus aparece a
Maria Madalena e ·à outra Mariaº
quando as duas Mar
deixavam o túmulo em Jerusalém Morto
(MI 28.1 ,8-1 O).

281
A Palestina

Damasco •

/cesaréia de Filipe

Mar
Mediterrâneo GALILÉIA

Caná.
Tiberfades •

�Monte
Tabor

DECÁPOLIS

SAMARIA

PERÉIA
• Efraim
Betel •
• Jericó
Jerusalém • •
setânia

Belém

• Maquerunte

JUDÉIA

---..
• Berseba

282
ATOS
As últimas palavras de Jesus no Novo Testamento ficaram conhecidas como "A Grande Comissão":
"...e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como cm toda a Judéia e Samaria e até os confins
da terra." ( 1.8). O livro de Atos é a história de homens e mulheres que assumiram com seriedade
este comissionumento e começaram a difundir o Evangelho de Cristo até às mais remotas paragens
do mundo conl1ccido do l u século.

Autor

Atos é o s1.:gundo de um trabalho cm dois volumes. ambos endereçados a Teófilo e escritos por um
companheiro de Paulo, chamado Lucas, "o médico amado" (CI 4.14). O autor de Atos esteve com
.
Paulo em muitas de suas jornadas, como fica claro pelo uso do pronome "nós". que aparece em
vúrios trechos de seu trabalho (por exemplo, At 16.10), tendo permanecido com o apóstolo durante
sua prisão em Roma (veja 2Tm 4.11).
Lucas 1.3, 4 nos informa o propósito do autor: fornecer "uma exposição em ordem, para que tenhais
plena certeza das verdades cm que foste instruído.'' Lucas foi um pesquisador e cronista dos
acontecimentos, para beneficio de seu amigo Teófilo e dos leitores cm geral.

Data

A narrativa de Atos termina na ocasião cm que Paulo estava em prisão domiciliar cm Roma
(c. 62 d.C. ). Porque o livro não nos dá nenhum indício da perseguição empreendida por Nero
� (64 d.C.). nem da morte de Paulo (e. 68 d.C.), nem tampouco da dcstniição de Jerusalém (70 d.C.);
[1UJJj muitos datam a composição deste documento no período entre 63-64 d.C.

Temas e Estrutura Literária

Cada seção do livro (capítulos 1 - 7; 8 - 12; 13 - 28) fm:aliza uma audiência cm particular, uma
personalidade central e uma fase signi fie;1tiva na expansão da mensagem do Evangelho. O Cristo
ressurreto é o tema central dos sermões e discursos de defesa cm Atos. As Escrituras do Antigo
Testamento, a historicidade da ressurreição, o testemunho apostólico e a força de convicção do
Espírito Santo. todos dào testemunho de que Jesus é o Senhor e Cristo (2.22-36; 1 0.34 -43), e o único
caminho para a salvação (4.12).
O crescimento da igreja é ressaltado cm Atos. Existem quatro relatos da vida de Jesus, mas este
documento é o único que continua a história a partir da ascensão do Mestre até o período das epístolas
do Novo Testamento. Portanto, Atos é o cio histórico entre os Evangelhos e as Epístolas e foi escrito
para traçar o desenvolvimento do Corpo d.,; Cristo na transição de uma comunidade essencialmente
judaica para outra predominantemente genria, transição que ocorreu no decorrer de uma geração.
Este trabalho apologético apresenta o Cristianismo como um movimento distinto, mas ao mesmo
tempo, como cumprimento do .Judaísmo.
Ao longo do livro h.í uma ênfase especial na atividade do Espírito Santo e no poder da ressurreição
de Jesus. Em razão <la forte ênfase dada por Lucas no ministério do Espírito Santo, este livro poderia
ser considerado como "Os Atos do Espírito de Cristo lrabalhando cm e por meio dos Apóstolos. "
283

- -
- ------ ----
'I
Atos em Relance
ÊNFASE TESTEMUNHO EM JERUSALÉM TESTEMUNHO NA TESTEMUNHO ATÊ OS CONFINS DA TERRA
JUDÊIA E SAMARIA

TEXTO 1. 1 3.1 8.5 13.1 21.17 28.31

DIVISÃO

TÓPICOS
PODER DA IGREJA

1
JUDEUS
PROGRESSO DA
IGREJA
EXPANSÃO DA
IGREJA

SAMARITANOS
TRÊS VIAGENS DE
PAULO
1
JULGAMENTOS DE
PAULO

GENTIOS

PEDro FlUPE PAULO

LOCAL JERUSALÉM JUDÉIA E SAMARIA REGIÕES MAIS REMOTAS

OCASIÃO 2 ANOS (33-35 d.C.) 13 ANOS (35-48 d.C) 14 ANOS (48·62 d.C.)

N,•l.,llll ·r Complt'I<' Boo� o/ Bíblc Mup., m11/ Clwrt, ·<'> 1993 by 1 h11mas Nelson. lnc.

Quando Ocorreram os Eventos em Atos

1 1

ESBOÇO DE ATOS
Primeira Parte: O Testemunho cm Jerusalém ( l . l - 8.4)

I. O Poder da Igreja ................................................................................................. 1.1 - 2.47


A. Prólogo de Atos ............................................................................................................ 1.1, 2
B. Aparições do Cristo Ressurreto .................................................................................... 1.3-8
C. Ascensão de Cristo ..................................................................................................... 1.9-11
D. Espera pelo Espírito ................................................................................................... J .12-14
E. Indicação de Matias .................................................................................................. 1. 15-26
F. Cheios do Espírito Santo ................................................................................................ 2.1-4
G. Falando em outras Línguas .......................................................................................... 2.5-13
H . Pedro Explica o Pentecoste ....................................................................................... 2. 1 4 4- 1
1. Práticas da Igreja ...................................................................................................... 2.42-47

l i . O Progresso da lgreja ............................................................................................. 3.1 - 8.4


A. Pedro Cura um Coxo ................................................................................................... 3. 1 -11
B. Segundo Sermão de Pedro ........................................................................................ 3.12-26
C. Pedro e João São Presos ............................................................................................... 4.1-4
D. Pedro Prega perante o Sinédrio ................................................................................... 4.5-12
E. O Sinédrio Ordena a Pedro que se Cale ................................................................... 4.13-22
F. Os Apóstolos Oram por Ousadia .............................................................................. 4.23-31
G. A Igreja Primitiva Compartilha Voluntariamente ....................................................... 4.32-37
H. Ananias e Safira Mentem ............................................................................................ 5.1-11
1. Milagres Poderosos dos Apóstolos ............................................................................ 5.12-16
J. Perseguição aos Apóstolos ....................................................................................... ,5.17-42
K. Indicação dos Diáconos ................................................................................................. 6. 1-8
L. Martírio de Estêvão ............................................................................................... 6.2..=-7.00'
M. Saulo Persegue a Igreja ................................................................................................. 8. 1-4
284
Segunda Parte: Testemunho na Judéia e Samaria (8.5 - 12.25)

r. O Testen1unho de Filipe ................................................................................................... 8.5-4


A. Testemunho de Filipe aos Samaritanos ........................................................................ 8.5-25
B. Testemunho de Filipe ao Oficial Etíope ..................................................................... 8.26-40

I 1. A Conversão de Sa ulo ................................................................................................... 9. 1 -3 1


A . Conversão e Cegueira de Saulo .................................................................................... 9.1-9
B. Saulo Fica Cheio do Espírito Santo ............................................................................ 9.l0-l 9
C. Saulo Prega em Damasco ......................................................................................... 9.20-22
D . Testemunho de Saulo em Jerusalém ......................................................................... 9.23-31

1 1 1. O Testemunho de Pedro .................................................................................. 9.32 - 1 1 . 1 8


A. Pedro Cura Enéias cn1 Lida ...................................................................................... 9.32-35
B. Pedro Ressuscita Dorcas em Jope ........................................................................... 9.36-43
C. Testemunho de Pedro a Cornélio cm Cesaréia ................................................. 10.1-11.18

IV. O Testemunho da Igreja Primitiva ................................................................. 1 1.19 - 12.25


A. Testemunho da Igreja de Antioquia ......................................................................... 11.19-30
13. Perseguição Promovida por I lcrodes ........................................................................ 12.1-25

Terceira Parte: O Testemunho até os Confins da Terra (13.1 - 28.31)

1. Prhneira Viagem Missionária .......................................................................... 13.1 - 14.28


A. Barnabé e Saulo são enviados por Antioquia .............................................................. 13.1-3
B. Ministério cm Chipre ................................................................................................. 13.4-13
C. Ministériocm Antioquia ........................................................................................... 13.14-50
D. Ministério em lcônio .......................................................................................... 13.51-14.5
E. Ministério en1 Listra ................................................................................................... 14.6-20
F'. Ministério na Viagem de Volta ................................................................................ 14.21-25
G. Relatório da Primeira Viagem Missionúria .............................................................. 14.26-28

l i . O Concílio de Jcrusalérn .......................................................................................... 1 5. 1-35


A. Debate sobre o Cumprimento da Lei pelos Gentios .................................................... 15.1-5
B. Pedro Prega a Salvação pela Graça ......................................................................... 15.6-11
C. Testemunho de Paulo e Barnabé .................................................................................. 15.12
D. Tiago Prova que os Gentios Estão Livres da Lei .................................................... 15.13-21
E. O Concílio Envia uma Carta Especial ..................................................................... 15.22-29
F. Relatório Entregue em Antioquia ............................................................................ 15.30-35

I l i. Segunda Viagem Missionária ......................................................................... 15.36 - 18.22


A. Desacordo a respeito de João Marcos .................................................................... 15.36-41
B. Derbe e Listra: Timóteo É Circuncidado ..................................................................... 16.1-5
C. Trôade: O Chamado da Macedônia ........................................................................... 16.6-1O
D . Filipos: Ministério An1plo ......................................................................................... 16.11-40
E. Tessalônica: ''Estes que Têm Transtornado o Mundo" .............................................. 17.1-9
F. Bcréia: Muitos Receberam a Palavra ..................................................................... 1 7.10-15
G. Atenas: O Sennào de Paulo no Areópago .............................................................. 17.16-34
H. Corinto: Um Ano e Meio de Ministério ..................................................................... 18.1-17
1. Viagem de Volta a Antioquia ................................................................................... 18.18-22

285
.IV. Terceira Viagem Mission:\ria ......................................................................... 18.23 - 21.16
A. Galácia e Frígia: Confimrnndo os Discípulos ................................................................ 18.23
13. Éfeso: Três Anos de Ministério ....................................................................... 18.24-19.41
C. Macedônia: Três Meses de Ministério ................................................................... �.... 20.1-5
D. Trôade: Êutico Cai da Janela ..................................................................................... 20.6-12
E. Mileto: Paulo se Despede dos Presbíteros .............................................................. 20. 13-18
F. Tiro: Paulo É Avisado sobre Jerusalém ....................................................................... 21.1-6
G. Cesaréia: Predição de /\gabo .................................................................................... 21. 7-16

V. A Viagen1 para Ro1na ....................................................................................... 21.17 - 28.31


A. Testemunho de Paulo cm Jerusalém ............................................................... 21. 1 7 - 23.33
8. Testemunho de Paulo cm Cesaréia ................................................................. 23.34-26.32
C. Testemunho de Paulo em Roma ........................................................................ 27.1-28.3 l

Principais Sermões em Atos


Vários discursos e sermões importantes estão registrados no Livro dos Atos. Há mais de vinte incluidos. sendo
que a maioria é de Pedro (7 ao todo) e de Paulo (11 ao todo). Abaixo está uma lista dos mais importantes
com o tema e a referência bíblica.

Referência
Sermão Tema Bíblica

Pedro à multidão no Pentecoste Explicação de Pedro sobro o significado do Pentecoste Atos 2.14·40

Pedro à multidão no Templo O povo judeu deveria so arrepender por haver Atos 3. 12-26
crucificado o Messias

Pedro no Sinédrio Testemunho de que um homem aleijado havia sido Atos 4.5-1 2
curado pelo poder d e Jesus

Estêvão no Sinédrio Estêvão recorda a história dos judeus acusando•os de Atos 7


terem matado o Messias

Pedro aos gentios Gentios e judeus podem ser salvos da mesma forma Atos 1 0.28-47

Pedro à igreja em Jerusalém Testemunho sobre sua experiência em Jope e a defesa Atos 1 1 . 4-18
de seu ministério aos gentios

· Paulo à sinagoga em Antioquia Jesus é o Messias em cumprimento às profecias do Atos 13.16-41


Antigo Testamento

Pedro ao Concilío de Jerusalém Salvação pela graça disponível a todos Atos 15.7-11

Tiago ao Concílio de Jerusalém Gentios convertidos não necessitam circuncidar-se Atos 15.13-21

Paulo aos presbíteros em Éfeso Permaneçam fiéis apesar dos falsos mestres e Atos 20.17-35
da perseguição

Paulo à multidão em Jerusalém Declaração de Paulo sobre sua conversão e seu Atos 22. 1-21
ministério aos gentios

Paulo ao Sinédrio Defesa de Paulo declarando-se um fariseu e um Atos 23. 1 ·6


cidadão romano

Paulo diante do rei Agri pa Declaração de Paulo sobre sua conversão e seu Atos 26
zelo pelo evangelho

Paulo aos líderesJudeus em Roma Declaração de Paulo sobre sua herança Judaica Atos 28.17-20

Nel.tm, :ç Complete Boo� o( Bil,/1! M11p.t a,11/ Clwrt., �� 1993 by Thomas Ncl�on. lnc.
286

·--===----=---------------?",,_______________________...
,_,_,�,_,_1,_,_1.� ,-�_,_ ,_l._\�\-i - - -

,.,,
);a,

z

•("'\
Pentecostes, um festival judaico também conhecido como Festa das Semanas,
marcava o término da colheita de cevada. Nesta festa, 50 dias após a ressurreição de Jesus, o,
('t)
os judeus que se encontravam espalhados por todo Império Romano reuniam-se em Jerusalém. ,.,,
Quando o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos, eles começaram a falar em outras línguas, Q.
e aqueles que vinham de outras nações podiam entendê-los perfeitamente (At 2.5-13). o
-o
-
Este mapa mostra as diferentes regiões do Império Romano
('t)
que estavam representadas em Jerusalém no Dia do Pentecoste.
::,
('t)
("'\
o
PONTO �
� CAPADÓCIA ('t)

ÁSIA
'..,.. , FRIGIA \ . ./ �
PÁRTIA
\ f
,,,,'MÉDIA

: / .· . ·
.. ;
•,, ,

. . ·/\· ·· ·.....::�::·-:.: ·: ::w


/
::
,,<.···
�'

/, •.
"', \, ,,
PANFIUÀ'·•.'··..•• \ f
····-\;) : � ELAM
O
•• • : ,,· •••
..

: ;: ����:), , {�t}::,. .: :-:.:...- ·


,, ,,
.. ..
o ..{;>( "' .. .... ... : ..
.,xRETA --.....
···· -..
·
•.• '• - ·.
: f .-·::/ ••/, MESOPOTÂMIA
.. .

.. ... L
Mar � . "
Mediterrâneo
'\�::,..

...-
• •'Jerusa1em

__.....---:::::::••....:· fr-•
···=------------------·-

•./J·U;É�·-...�
.
,,,' ..
.... ....
·, ARÁBIA

EGITO

l\,J
0o I C 2002, Edi tora Cultura CnstA
'-1
f

N
Oo

® • Cesaréia �
Oo
Filipe passa a residir em Cesaréia iJO
com suas quatro filhas virgens ('t)
que eram profetisas. ::l
(li

e.
Paulo os visitou ali (AI 21 .8,ss).

Samaria
0 Filipe viaja para a cidade de Samaria,
onde Simão. o mágico, se converte (At 8.4).
(D
:!!
, 'C
'' ('t)
• Sicar
\
"As multidões atendiam,
• Apolônia '
unânimes, SAMARIA
às coisas que Filipe dizia, 1
ouvindo-as e vendo os sinais
que ele operava·
(At 8.6) 1/
Antipãtri�0 @ "Eaoootrado em Azoto·,
Filipe prega de
cidade em cidade
1
1

•••
até alcançar Cesaréia •
•••
J
-� (At8.40).


iG)
/. •••
Filipe toma- s e diácono
junto com outros seis

• Jerusalém
companheiros (At 6.5).
• Jamnia JUDÉIA
Mar
/
Mediterrâneo

t
• Azoto
N
Na estrada entre
Jerusalém e Gaza.
• Asquelom Filipe batiza o
eunuco etíope (At 8.26).

• Betogabris
• Láquis
• Hebrom
Mar Morto

,, r 1 .r r· r 1·! r r .,
<
cj'
n>
•...não podemos deixar ,IO,.
de falar das coisas
que vimos e ouvimos."
(At 4.20)
Comé1io e toda a sua casa
crêem e recebem o batismo
0 Pedro e João oram
para que os samaritanos
G) O dois apóstolos
retomam a Jerusalém
::,
(1)

e.
(At 10.17,ss). recebam o Espírito Santo.
Simão (o mágico)
·e evangelizavam muitas
aldeias dos samaritanos·
n>
n>
é repreendido (At 8.15,ss). (At 8.25).
'
1
"'O
e.
1
1
"""
o
Mar
Mediterrâneo
� 1 �§
"1 � Samaria
'· �
·�
�'
•.s.,
© Visão de Pedro i/!' '\
•Ao que Deus purificou
não consideres comum·
1
1
' CD Pedro e João vão a Samaria

I•
para avaliar o resultado
(At 1 0.15). dos esforços de Filipe
## (At 8.1 4,ss)
Antipátride

........
#...-•

..-Jope
#..

/\
# ..

. • •
',
Tamna
......----�
,--..._
• / • ----
Gofna I
-------
Efraim
r;\
\.:!.) ,---
Pedro......
---�
ressuscita "',
Dorcas (Tabita)
Lida Atos 8
(AI 9.40).
Atos 9-10
�--­ ---- - -- -
'..... .. .. • Emaús
1

t
Enéias
\.:!.) ..--
,;--. �'--- é curado
--7 --- - ·
(At 9.34). Jerusalém N

Mar
Morto

Oo
'O e 2002. Ec,lora Cunura Cnslã

'--"
.....
sonhos e Visões
Na época do Novo Te�tarnento Deus muitas vezes usou sonhos (durante o sono) e visões (cm vigília) .......

.....
para tomar conhecida sua vontade. Particularmente. os líderes da igreja como Pedro e Paulo receberam

.....
orientação sobre seu futuro ministério por meio de visões.

Personalidade Mensagem dos Sonhos Referência


Bíblica

..
José Três Sonhos Separados:
(1) Assegurado da pureza do Maria MI 1.20
(2) Avisado para fugir para o Egito Ml 2.1 3
(3) Avisado para voltar a Nazaré MI 2.19- 23
t-111
Sábios do Avisados sobre a conspiração de Herodes contra o menino Jesus Mt2.12

Qii
Oriente

......
VISÕES

Personalidade Mensagem das Visões Referência '­


Bíblica

...
Paul o Convertido ao Cristianismo numa visão de Cristo que o cegou no Atos 9.3-9
caminho de Damasco
e.a

......
Ananias . lnstruldo a assistir a Saulo em Damasco Atos 9. 1 0-1 6

Cornélia Instruído a pedir a Pedro que fosse a Jope Atos 10.3-6 5aa
Pedro Instruído a comer animais impuros - mensagem para aceitar os gentios Atos 10.9-1 8,28

Paulo Chamado para um trabalho missionário na província da Macedônia Atos 16.9

.....

Pauto Assegurado da presença de Deus em Corinto Atos 18.9, 1 0
61111
Pauto Recebeu a promessa da presença de Deus em sua viagem para Roma Aios 23.11 ""'
Paulo Viu a glória do terceiro céu 2Co 1 2. 1- 4

João Recebeu uma série de visões sobre o futuro Ap 4. 1 - 22. 1 1

5111!
Comparação entre Pedro e Paulo

( A partir de Atos 12.25 a atenção literária de Lucas muda de Pedro para Paulo e de uma igreja
predominantemente judaica para uma comunidade gentílico-cristã.
A posição e o papel de Paulo como verdadeiro apóstolo são salientados pelo paralelo traçado entre os
dois apóstolos.
Verifique o quadro "A Vida de Paulo'' na página 292.
Pedro Paulo

Cura um homem coxo de nascença (3. 1-1 1 ) Cura um homem coxo de nascença (14.8-18)

Cura pessoas com sua sombra (3.15, 16) Cura pessoas com seus lenços e aventais (19.11,12)

Seu sucesso provoca o ciúme dos judeus (5.17) Seu sucesso causa ciúme entre os judeus (1 3.45)
1,
Enfrenta Simão, o mágico (8.9-24) Enfrenta Bar Jesus, um mágico ( 1 3.6-1 1 )
,:
: Ressuscita Tabita (Dorcas) (9.36-41 ) Ressuscita Êutico (20.9-12)

É aprisionado e miraculosamente libertado por É aprisionado e miraculosamente li bertado por


Deus (12.3-19) Deus (16.25-34)

290
Ministério de Paulo
/\ segunda mdadc do livro de Atos é dirigida titHISe exclusivamente ao ministério do Apóstolo Paulo.
Antigo perseguidor da igreja, Saulo, que logo passou a ser chamado Paulo, converteu-se, no caminho
de Damasco, com uma visão <lo Cristo Ressuscitado (9. 1 -1 9). No decom:r das três viagens missionúrias
e na viagem empreendida para o cativeiro cm Roma. as quais estão relatadas cm Atos, Paulo levou
a mensagem do Evangelho a grande parte do Império Romano e até ao seu centro - a própria cidade
de Roma.

A Carreira do Apóstolo Paulo

Origem: Tarso na Cilícia (At 22.3)


Tribo de Benjamim (Fp 3.5)

Educação: Aprendeu a fazer tendas (At 18.13)


Estudou com Gamaliel (AI 22.3)

Religião Hebreu e Fariseu (Fp 3.5)


Anterior: Perseguidor dos Cri stãos (AI 8.1-3; Fp 3.6).

Salvação: Encontrou o Cristo Ressurreto no caminho de Damasco (At 9.1-8)


Recebeu o Espírito Santo na Rua chamada Direita (At 9.17)

Chamado A igreja de Antioquia foi orientada pelo Espírito Santo para enviar
Missionário: Paulo para a obra missionária (AI 1 3.1-3).
Levou o Evangelho aos gentios (GI 2.7-10).

Papéis: Falou pela igreja de Antioquia no Concílio de Jerusal ém (At 15.1-35).


Opôs-se a Pedro (GI 2.11 -21).
Discutiu com Barnabé sobre João Marcos (At 15.36-41 ).

Realizações: Três Longas Viagens Missionárias (At 13 - 20).


Fundou numerosas igrejas na Ásia Menor, Grécia e, possivelmente,
na Espanha (Rm 1 5.24. 28).
Escreveu cartas a numerosas igrejas e a várias pessoas,
as quais hoje representam um quarto do Novo Testamento.

Final da Vida Após ter sido preso em Jerusalém, foi enviado para Roma
(AI 21 .27; 28.16-31).
De acordo com a tradição cristã, foi libertado da prisão continuando
por mai s algum tempo seu trabalho missionário na Macedônia;
novamente preso em Roma e decapitado fora da cidade.

N<'i.,1111 � <.'on1ph•1,• L/floÁ o/ H,hle Afaps mui Clu,rH , 19\IJ hy I homa� Ncl"n,. lnc.

Carreira Apostólica de Paulo

291
Livramentos no Novo Testamento
Durante o período do Novo Testamento os cristãos foram, muitas vezes, libertados de circunstâncias
angustiosas pela manifestação miraculosa do poder de Deus. Paulo e Sitas, por exemplo, foram
açoitados e presos como agitadores por causa de sua pregação em Filipos. Enquanto oravam e
cantavam durante a noite, a prisão foi abalada por um terremoto e ambos foram libertados para
continuar seu trabalho (At 1 6. 16-40). O roder de Deus rara libertar ainda cstú disronivcl hoje para
todos aqueles que desejam exercitar sua fé e buscar a vontade do Pai para suas vidas.
Aqui estão várias circunstâncias especificas dentro do Novo Testamento nas quais Deus operou
libertando miraculosamente seu povo.

Nome Ação de Deus Referência Bíblica

Gadareno
endemoninhado Libertado por Jesus de possessão demoníaca McS.1-15

Lázaro Ressuscitado dos mortos por Jesus Jo 1 1 .38-44

Jesus Ressuscitado dos mortos Lc24.1 -7


depois de ter estado no túmulo durante três dias Jo20.1-10

Apóstolos Libertados da prisão por um anjo AtS.17-20

Dorcas Ressuscitada por Pedro At 9.36-41

Pedro Libertado por um anjo da prisão At 12.1-11

Êutico Revivido por Paulo depois de uma queda da janela At 20.1-12

Paulo Libertado de uma tribulação angustiosa na Ásia 2 Co 1 .8-1 1

Paulo Salvo de um naufrágio na Ilha de Malta At 28.1

Via{!ens no Novo Testamento


O mais famoso viajante <lo Novo Testamento foi o apóstolo Paulo. O relato da sua viagem a Roma
cm navio cargueiro que lc\ava trigo para a capital do império, nos ajuda a compreender como era a
viagem por mar nos tempos do Novo Testamento (At 27). Apanhados por uma tempestade de inverno
o navio e seus passageiros naufragaram na ilha de Malta, ou Melita. ao largo da costa da Sicília.
Depois de três meses, e com a melhora e.las condições do tempo prosseguiram para Roma num
segundo navio que havia saido uc Alexandria, no Egito (At 28.1 ).
Outras viagens fomosas de personagens do Novo Testamento incluem as seguintes:

297

'O
0o
Personalidade Descrição da Viagem Referência Bíblica

Sábios do Oriente Vindo do Oriente (Pérsia) até Belém para adorar o recém nascido Jesus Mt2.1-12

José e Maria De Nazaré para Belém, onde Jesus nasceu Lc 2.4

Maria, José e Jesus Fugindo para o Egito para escapar da ameaça de Herodes;
retorno a Nazaré apos a morte de Herodes Mt2.13-23

Rlipe De Jerusalém a Samaria para pregar aos samaritanos; de Samaria At 8.5


para o deserto para testemunhar a um eunuco etíope; do deserto para Cesaréia At 8.26
At 8.40

Paulo De Jerusalém a Damasco para prender os primeiros cristãos At 9

Pedro De Jope a Cesaréia para encontrar Cornélia e pregar aos gentios At 1 0

Barnabé De Jerusalém a Antioquia para trabalhar com os gentios convertidos At 1 1 .9-26

Paulo e Barnabé Primeira viagem missionária de Paulo de Antioquia para vários lugares,
incluindo a ilha de Chipre e cidades como Atália, Pérgarno, Antioquia da Pisídia,
lcônio, Listra e Derbe At 13; 14

Paulo e Silas Segunda viagem missionária de Paulo de Antioquia para várias cidades corno Tarso,
Trôade. Neápolis, Filipos, Anfípolis, Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto e Éfeso At 15-18

Paulo Terceira viagem missionária de Paulo de Antioquia para várias cidades;


Locais novos visitados nesta viagem incluem: Assas, Mitilene, Mileto, Cós, Patara,
Mira e a ilha de Rodes no mar Egeu. ao largo da costa da Ásia Menor At 1 8-21
,a
.a
.a

-...
Experiências de Paulo na Prisão

.a A primeirn prisão prolongada de Paulo, que cslú registrada cm Atos 2 1 .27-28.3 1 , foi resultado de
uma falsa acusação por parte dos judeus em Jerusalém, de que Paulo teria introduzido um gentio
na área do Templo ( 2 1 .28, 29). Por ser cidadão romano Paulo recebeu proteção das autoridades
romanas que o livraram <la multidão em Jerusalém e o levaram escoltado para Cesaréia (23.1 1 -35).
,ií)
Após ser ouvido pelo Sinédrio judaico (22.30-23. 1 O), por Félix, governador romano (24. 1 -2 1 ), por

.a Festa, o novo Governador (25. 1 - 12) e pelo rei Agripa (25. 1 3-26.32), Paulo foi levado para Roma
(27. 1 - 28.1 6). O livro de Atos termina com Paulo cm prisão domiciliar cm Roma, esperando sua
.a audiência diante do imperador (28 . 1 7-3 1 ).
.a
...
.a A Prisão de Paulo

.._,...
.a
.a Caná
• "Coragem! Pois do modo por que
deste testemunho a meu respeito em Jerusalém,
assim importa que também o raças em Roma· (At 23.11 ).

2
a Na casa de Filipe, • Paulo é preso no templo; na prisão Jesus aparece a ele;
os judeus conspiram para matá-lo;
a Ptolomaida durante seu retorno da
terceira viagem missionária,
Samaria o apóstolo é envíado a Félix, o governador (At 21-23).

a o profeta Ágabo avisa a Paulo


que ele será preso em Jerusalém
• Jerusalém
.a (At 2 1 . 1 1 ) .

Mar
Mediterrâneo
Paulo comparece
diante de Félix e
apela para César;
Parada no final do prímelro
rala diante de Agripa e Berenice;
dia de viagem para Cesaréia
é colocado em um navio para Roma
(AI 23.31).
(At 24 - 26).

C 2002, Editora Culturo Cri stã

••
....
..
...
IJ!rejas Cristãs Primitivas

Da \!vidência que encontramos nas Epístolas Pastorais ( 1 e 2 Tm; Tt), parece haver uma indicação

•• <li.! que Paulo foi libertado da prisão cm Roma registrada cm Atos. Dentro desta hipótese, o apóstolo
teria continuado seu ministério, e talvez chegado até a Espanha (cf. Rm 15.24). No final do I" século


a igreja já estava bem estabelecida na região oriental do Mediterrâneo e havia um esforço missionário
ativo tanto cm direção ao Oriente quanto ao Ocidente.

.....
299
-

(.-..,

<::::, U'Q.
"""'I


VI
n
Mar Negro :::::!.

�I

�'r'- 1 ·vf
Tessalônica
k,, _ Vl
Apolõnia e,
4 _,______, � "'C

-�-
�<;:,'O� 1 • Filipos '0\�\ twotv-,.0 ---
:::::!.
-·3

• • o fç�\\>-
�e; GALÁCIA
� Beréia •(\..__"' �O � &'"?-
�f3 \>- � Filadélfi a � �
��
a •Trõade �

½
VI
Nicópolis ,
• •
• Tiatira lcônio � �
..S-o
Listra � �O'),.
� :>
_-4C4 ,.11
� Esmirna • • Sardes
V� e •

(j '-<f.
0 � Éfesoc;-• 4..s-1.. • Laodicéia : /
Oerbe
'¼-1
1 i
Mileto • � • Colossos • Tarso
Atenas D O � �, Perga r.\\>C�·�. Antioquia
. .

1•
• ·�
0
b MALTA ti' Mira Selêucia
� �ODES CHIPRE
�lamina

t •J
Pafo��
,J" } Tripoli
N - CRETA
��\>- Damasco
S •
Mar Mediterrâneo -· Sidom _ •
Tiro - •(r farnaum
Ptolomáida - • • Ca
Cesaréia - • Pela
Jope - •• PALESTINA
• '?'­
Lida
CIRENAICA .
• ' ,., _:.J
/

�<S-
EGITO � Jerusalém
v\<ô'-'r'­ Mênfis i
� 2002, Editora Cultura Cnstã
>

Epístolas
de Paulo
Cartas eram uma fonna comum <lc comunicação no primeiro século <le nossa era. Paulo as escreveu
parn incentivar, advertir e instniir as igrejas que havia fundado ( 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenscs. 1 e 2 Tcssaloniccnses). Escreveu também a igrejas que não havia visitado ( Romanos e
Colosscnscs) e a pessoas individuais ( 1 e 2 Timóteo, Tito, Filcmom). Por meio de suas cartas o
ministério <le Paulo estendeu-se não apenas até aqueles a quem foram diretamente endereçados,
mas aos leitores da Bíblia ao longo dos séculos.
As cartas paulinas demonstram um padrão na sua elaboração. Na introdução ele se apresenta
pessoalmente àqueles a quem endereça a carta e, então, os saúda. A introdução é freqüentemente
seguida por uma palavra de gratidão e intercessão pelos leitores. Em seguida à ca11a normalmente
trata de questões doutrinárias e, por fim, sobre sua aplicação na vida. Paulo termina as cartas com
saudações enviadas por seus companheiros e com agradecimentos adicionais a vúrias pessoas nas
igrejas para as quais escreve. Suas cartas tcnninam com uma bênção.
As saudações de Paulo têm uma formulação exclusiva. A saudação grega nonnal era semelhante à
palavra grega para "graça". "Paz" era a saudação usada pelos judeus. Paulo combina as duas numa
fónnula especificamente cristã: "graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai e <lo nosso
Senhor Jesus Cristo" (G 1 1 .3). A graça de Deus cm Cristo traz reconciliação com Deus, hannonia
entre as pessoas e plenitude de vida.
O empenho de Paulo por aqueles a quem escreve revela-se cm suas ações de graça pelo progresso
espiritual de seus leitores (por exemplo: 1 Ts 1.2-1 O) e cm suas intercessões por seu contínuo crescimento
(por exemplo: Fp 1 .8- 1 1 ). Na epístola aos Gálatas, em que Paulo estava profundamente preocupado
com o fato de seus convertidos estarem seguindo ensinamentos falsos, ele omite as ações de graça
e a intercessão, indo direto ao problema que o afligia.
As cartas de Paulo cobrem tanto aspectos doutrinários quanto práticos. Em Romanos, a aplicação
prútica ( 12.1 - 1 5.32), segue claramente a discussão doutrin{u-ia ( 1.16 - 1 1 .36). Por outro lado em
Filipenses a discussão doutrinária e a aplicação prática estão misturadas. Em 1 Coríntios Paulo
parece estar respondendo n uma série de perguntas enviadas a ele pela igreja de Corinto.
As últimas três cartas escritas pelo apóstolo ( 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito) são conhecidas como
epistolas pastorais - a'isim chamadas porque tmtam de questões referentes aos pastores e suas
congregações. As cpístolas de I Timóteo e Tito, são nossos mais antigos manuais de orgnnizaçào
cclcsiústicà. Estns três cartas dão Gnfase à boa doutrina e desafiam os crentes às boas obras.
A bênção com que Paulo linaliza suas cartas sempre incluc os votos de que a graça de Deus esteja
com seus leitores "A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todo vós" (Rm 16.24; 1 Co
16.23; Fp 4.23; 1 Ts 5.28; 2Ts 3. 1 8 ). Ele começa e tcnnina com o maravilhoso dom du graça de
Deus em Cristo.

A Influência de Paulo

O testemunho do apóstolo Paulo começou cedo cm Damasco e em Tarso, sua cidade natal. Viagens
missionárias levaram-no às províncias da Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Mesmo quando sob
custódia cm Cesaréia, ou aprisionado em Roma, Paulo deu testemunho de sua salvação cm Cristo.
Verifique também os mapas: "Primeira e Segunda Viagens de Paulo" às páginas 293, 294 e "Terceira
e Quarta Viagens de Paulo" às páginas 295. 296 e "Resumo das Cartas de Paulo", página 302.

301
Cronolo�ia das Epístolas de Paulo

Segunda Segunda 70d.C.

-
Primeira

-�
49-50 Viagem 57-60 63-67 Prisão e Destruição de
Primeira Terceira Prisão
Missionária Martíri o Jerusalém
Vi agem Viagem em Roma
Missionária Missionária em Roma
Macedônia 60-63 Quarta Vlagom a Igreja continua
Concilio de
Galácia Jeruul6m Acaia Ásia Julgamentos
Roma Mlaslon6rla
67-68
a espalhar-se
Grécia Roma e a crescer
48d.C. 49 50 53 57 60 63 67 68 95

Gillalas 1 Tessalonocenses 1 CO(fntlos Eféslos 1 Timóteo 2 iomóteo


Local: Anlioqu, a Local: Corinto Local: Éfeso Local: Roma Local'. Macedônia Local: Roma
ºª'ª' 48-49(7) Oala: 51-S2 Data: 56-57 Dala 60-63 Dala:62-66 Data �7

2 Tessalonlcenses 2 CorfntiQs Colossenses Tito


Local:Corinlo
ºª'ª 60-63
Local : Macedóni a Local· Roma Local· Maceó(mta
Data: 51-52 0ala: 56-57 Dala· 02-66

Gálalas FRemom
LOcal AnlioQu,a Local. Roma
Dala: 55-57(?) Dala &D-63

Roma.nos Flllpen=
Local : Corlnto Local · Roma
Data. 57(?) 0818' 60-63(7)

Nelson s C11111ple1c IJ,w/.. o/ B,ble Maps anti C/1111n 1� 19<l3 by Thomas Nelson. lnc.

Quadro das Epístolas de Paulo


N2 de Local Onde
Livro Capítulos Tema foi Escrito Data Destinatário

Romanos 16 A Justiça de Deus Corinto Inverno de 57 Amados de Deus em Roma,


chamados para serdes santos ( 1. 1 )

1 Corínti os 16 Resolução de Divisões Efeso 56-67 À igreja de Deus em Connto,


e Problemas aos santos em Cristo Jesus(1 .2)

2 Coríntios 13 O ministério da Macedõnia 56-57 À igreja de Deus em Connto, e


Reconc1flação todos os santos. em Ioda a Acaia ( 1 . 1 )

Gálalas 6 Liberdade em Cristo Anhoquia 4H9ou 55-57 Igrejas da Galácia ( 1.2)

Efésios 6 A igreja: Roma 60 - 63 Aos santos que vivem em Éfeso,


O Corpo de Cristo e fiéis em Cristo Jesus (1.1)

Fili penses 4 Vida Cri stã Jubilosa Roma 60 - 63 A tOdos os santos em Cristo Jesus. inclusive
bispos e diáconos que vivem em Filipos ( 1 . 1 )

Coiossenses 4 O Cnsro Cósmico Roma 60 - 63 Aos santos e fiéis irmãos


em Cristo em Colossos (1.2)

1 Tessaloni censes 5 A vi nda de Cristo Corinto 51 - 52 Â igreja dos tessatonl censes.


em Deus Pai, e no Senhor Jesus Cristo ( 1. 1 )

2 Tessal omcenses 3 O Dia do Senhor Connto 51 - 52 A lgre1a dos tessalonicenses.


em Deus Pai, e no Senhor Jesus Cristo (1. 1)

1 Timóteo 6 Conselhos Pastorais Macedónia 62 - 66 A Timóteo, verdadeiro hlho na fé (1.2)

' 2 Tl móteo 4 Uma palavra Roma 63-66 Ao amado Filho Ti móteo ( 1 .2)
animadora de despedida

' Tito 3 Manual de Conduta Cristã Macedônia 63 - 66 À Tilo, verdadeiro filho,


segundo a fé comum (t.4)

Fllemom 1 Recebendo u m Roma 60 - 63 Ao amado Fllomom. nosso colaborador ( 1 1)


escravo como Irmão
"'!<'i.wm '!; Complete Book oi llthlt• Map.1· anel Cl111rrt ,i.'1 1993 hy Thomas Ncls<.111. lnc.

3()2

...------------------=--------�-----------
Romanos
Teologicamente, Romanos é a mais importante epístola de Paulo, e contém sua apresentação mais
lógica e abrangente do Evm1gelho. Este livro representou, por diversas vezes, um papel importante ao
longo da história da igreja. Agostinho, teólogo do 4u século, converteu-se lendo Romanos. Da mesma
fonna, no século 16, esta epístola inspirou Martinho Lutero ao descobrir, cm sua leitura, a verdade sobre
a justificação pela fé. Séculos mais tarde, o coração de John Wcslcy foi"aquecido de forma especial'',
quando ouviu o prefacio de Romanos, escrito por Lutero, lido cm voz alta.

Autor
1 1:'t uma esmagadora conconh1ncia entre os eruditos de que o autor deste livro fundamental do Novo
Téstamcnto foi o apóstolo Paulo. Vocabulário, estilo, lógica e desenvolvimento teológico são consistentes
. de Paulo. O apóstolo ditou a carta a um secretário chamado Tércio ( 1 6.22),
c.:om as outras epístolas
o qual acrescentou sua própria saudação.
Embora a autoria p�1ulina seja inqucstion:'tvel, a unidade da carta tem sido motivo de debate. Alguns
argumentam que o capítulo 1 6 era, originalmente, um documento separado adicionado à carta cm
ocasião posterior. É mais simples. emrctanto, entender u lisw de saudações no final do capítulo, como
um esforço de Paulo, um desconhecido da igreja de Ro1J1a, cm mencionar amigos comuns.

Data
Que Paulo não havia ainda visitado Roma na ocasião cm que a carta foi escrita, fica evidente cm 1.3.
Deve-se datar Romanos dentro do período compreendido pela terceira viagem missionúria, quando o
apóstolo estava empenhado cm angariar fundos para a igreja de Jerusalém. Quando Paulo escreveu 2

lUJ
Coríntios, enquanto viajava de Éfeso para Corinto, a coleta ainda estava incompleta (2Co 8. 1 -9). Na
ocasião em que escreveu à igreja de Roma. esta coleta aparentemente já estava terminada ( Rm 1 5.26-
28). Portanto, assumimos que Paulo escreveu sua epistola aos Romanos de Corinto, enquanto pcnnanccia
na cidade por três meses, em 57 d.C., no final de sua terceira viagem missiom'1ria, antes de viajar para
Jerusalém (Rm 15.25; At 20.2-3) observe o mapa 'Terceira Viagem Mission6ria de Paulo", i1 púg 295.

Tema e Estrutura Literária


A frase-chave desta epístola é encontrada em 1.17: ''justiça de Deus· · . Esta frase engloba o próprio
coração -<.la epístola. Romanos foi escrita para demonstrar como o homem e a mulher pecadores
podem receber a justificação de Deus mediante a fé em Jesus Cristo. O tema da justiça divina que
corre ao longo do livro � refletido no seguinte esquema: a revelação da justiça de Deus (caps. l - 8);
a defesa da justiça de Deus ( caps. 9 - 1 1 ); e a aplicação da justiça de Deus ( caps. 12 - 1 6).
Dentro do contexto de seu tema, Paulo discute a necessidade de justiça divina que a humanidade
pccadorn apresenta ( 1 . 1 8 - 3.20); a imputação dajustiça de Cristo sobre os seres humanos pecaminosos
pelajustificação (3.21 - 5.2 1), e a santificação dos redimidos (6. 1-8.39). Além disso, Paulo discorre
sobre a justiça de Deus revelada cm sua fidelidade às promessas de sua aliança com b;rael (9.1 - 1 1 .36)
e a justiça que os cristãos devem demonstrar uns para com os outros e também diante do mundo
( 1 2 . 1 - 1 6.27). Em sua apresentação abrangente do plano de salvação de Deus, Paulo vai da
condenação para a glorificação, e da verdade teológica para o comportamento prático.
P:tlavrns-c..:havc c..:onrn justiça, fe, lei, tudo e pecado, apan..:ccrn, cada uma delas, pelo menos sessenta
vezes no texto da epístola.

303
Romanos em Relance
ÊNFASE

TEXTO 1.1
REVELAÇÃO DA JUSTIÇA DE DEUS

3.21 6.1
1 9.1
DEFESA DA JUSTIÇA
DE DEUS

9.30 11 .11
APLICAÇÃO DA JUSTIÇA

12.1
DEDEUS

14.1 - 16.27

DIVISÃO
NECESSIDADE IMPUTAÇÃO DEMONSTRAÇÃO o o o DEVERES LIBERDADE
DA DA JUSTIÇA DA PASSADO PRESENTE FUTURO CRISTÃOS CRISTÃ
JUSTIÇA DE DEDEUS JUSTIÇA DE DE tSRAEL: DE ISRAEL: DE
DBJS DEUS ISRAEL:
aEIÇÃO REJEIÇÃO RESTAURAÇÃO

TÓPICO
PECADO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO SOBERANIA SERVIÇO

OOUTRINÂAIO PRÂTICO

LOCAL PROVAVELMENTE ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO c.57 d.C.

M:l.wm s Co11111!.w Bm1J. o/ /Jihli: Map.t um/ Clmrt.v •1> 1993 by Thoma� Nelson, lnc.

ESBOÇO DE ROMANOS
Primeira Parte. A Revelação da Justiça de Deus {1.1 - 8.39)

1. lntrodução ..........................................................................................:........................... 1 . 1 - 1 7

l i. Condenação. A Necessidade da Justiça Divina .............................................. 1.18 - 3.20


A. Culpa dos Gentios ................................................................................ , ..................... 1:18-32
B. Culpa dos Judeus ..................................................................................................... 2.1 -3.8
C. Conclusão. Todos São Culpados Perante Deus ........................................................... 3.9-20

I I I. Justificação. A Imputação da Justiça Divina ................................................... 3.21 - 5.21


A. Descrição da Justiça ................................................................................................. 3.2 1 -3 1
8. ! lustração d a Justiça .................................................................................................... 4.1-2 5
C. Beneficias da Justiça ................................................................................................... 5.1-11
D. Contraste entre Justiça e Condenação ...................................................................... 5.12-21

IV. Santificação. A Ilustração da Justiça de Deus ................................................... 6.1 - 8.39


A. Santificação e Pecado ................................................................................................. 6.1-23
B. Santificação e a Lei .................................................................................................... 7.1 -25
C. Santilicaçào e o Espírito .............................................................................................. 8.1-39

Segll;nda Parte. A Defesa da Justiça de Deus (9.1 - 1 1 .36)

1. O Passado de Israel. A Eleição de Deus .................................................................. 9.1-29


A. Tristeza de Paulo .......................................................................................................... 9.1 -5
8. Soberania de Deus ....................................................................................................... 9.ó-29

li. O Presente de Israel. A Rejeição de Deus ................................................... 9.30 - 10.21


A. Israel Busca Justiça pelas Obras .............................................................................. 9.30-33
8. Israel Rejeita a Cristo ................................................................................................ 1 0. 1-15
C. Israel Rejeita os Profetas ................................................................................. 10.16 - 2 1 21
304
1 11. O Futuro de Israel. Restauração Feita por Deus .................................................. 1 1 . 1-3 6
A . A Rejeição de Israel não É Total .............................................................................. 1 1 . 1 - 1O
U. A Rejeição de Israel não É Final ..........................'................................................... 1 1 . 1 1 -32
C. Restauração t.le Israel. Ocasião para Glorificar a Deus .......................................... 1 1 .33-36

Terceira Parte. A Aplicação da Justiça de Deus (12.1 - 16.27)

1. Justiça de Deus Demonstrada nos Qevcrcs Cristãos ................................. 12.1 - 13.14


A. Responsabilidades para com Deus ............................................................................. 12. 1 , 2
C. Responsabilidades para com os Poderes Constituídos ................................................ 13. 1-7
D.Responsabilidades para com o Próximo ..................................................................... 13.8-14

íl. Justiça de Deus Demonstrada na Liberdade Cristã .................................... 14.1 - 15.13


A. Princípios da Liberdade Cristã .................................................................................. 14. 1-23
B. Práticas da Libçr<ladc Cristã .........................................., .......................................... 1 5. 1 - 1 3

I l i . Conclusão ......................................................................................................... 15.14 - 16.27


A. Propósito de Paulo ao Escrever .............................................................................. 1 5. 14-2 1
8. Planos de Viagem de Paulo ..................................................................................... 1 5.22-33
C. Louvor e Saut.lações ................................................................................................. 16.1 -27

A Cidade de Roma
Roma foi fundada cm 753 a.C. e, no tempo de Paulo, era a maior cidade do mundo, com mais de um
milhão de habitantes. Possuía muitos prédios magníficos, mas a maioria da população era escrava;
opulência e miséria coexistiam na cidade imperial.
A igreja cm Roma era bem conhecida e, por ocasião desta carta, já estava estabelecida havia vários
anos. Seus membros eram numerosos, os quais, evidentemente, encontravam-se uns aos outros cm
várius localidades ( 1 6. 1 - 1 6). O historiador romano Tácito referiu-se aos cristãos que foram perseguidos
durante o reinado de Nero, cm 64 J.C.. como ''uma imensa multidão".

.... "Por isso. quanto está em mim,


G)
As Sete Colinas de Roma
estou pronto a anunciar
o evangelho a vós outros
Aventlno @ Quirino
em Roma· (Rm 1.15).

......
@ Palatino @ Viminal
@ Capitollno (1) Esquillno
--- - ---- --�
====
/r::= =í @ Célio

.a Estrada Alta

......
•..
....
estiveram presos.

305
Vida Cristã
Embora a profundidade teológica da epístola de Paulo aos Romanos seja imensa, o apóstolo não
negligencia os aspectos práticos da vida cristã. Consideram.lo o que Deus tem feito por nós e cm nós
por intennédio <le Jesus Cristo, Paulo exorta cada crente a honrar a Deus, vivendo vidas de obediência
sacri ticinl, "santas e agradáveis a Deus" ( 1 2 . 1 ).

Descrição do Cristão Resultado

Apresenta-se a Deus (12.1) Torna-se um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (12.1 )

Recebe transformação por meio de uma mente Descobre e demonstra a vontade de Deus (1 2.2)
renovada (12.2)

Tem dons espirituais de acordo com a graça Usa os dons espirituais como parte do corpo de Cristo
de Deus (12.6-8) (12.6)

Honra a lei civil (13.1) Honra a Deus (13.1)

Ama o próximo (13.8) Cumpre a lei de Deus (13.8)

Procura a paz (14.19) Edifica a todos por meio do serviço (14.19)

Tem o mesmo sentimento para com os outros (15.5) Glorifica a Deus com os outros (15.6}

Nd.w11 ',· Cr1m11l<'te 8111,J. '!f Bihlt• Map,< 11111/ Cltorts 1,� 1993 by Thomas Nelson, ln.:.

Discipulado ao Estilo do Reino

----t> Presbíteros
Tito ----t> �
it�
e
��S ----t> Homens mais velhos - Homens mais jovens
João Marcos ----t> Mulheres mais velhas - Mulheres mais jovens
Atos 15.36-42
/

/
Esmirna
Pérgamo

,,,,.,,-- ---... -e·- -


Timóteo Homens Igreja Tiatira
Barnabé ----t> Atos16. 1 -5 ----t> Fiéis --� de Éfeso -----'-..i
e outros
Sardes
Atos 1 1 .22-30
Paulo
1 e 2 Tm Tm 1 .3 FIiadéifia
- 2 Tm 2.21 Laodicéla
Ap 2-3
L..., _ _

Antioquia Muitas7 Corinto


Atos Cidade� J AI 18.1-12
11 .25-30
13.1-3; Éfeso
Ananias 14.21-28 At 18.18-19
AI 910-19 15.30-35 1co .16 rn
Roma
i�c��
a Rm 16.3-5
GÁqulla
18.1-4

"--� Apolo
At 18.24-28
Acaia
I> AI 18.27-28
l

Nelson:,· Complel<' /Jook 11/ B,1111' Mups and Clwrts O 1993 by Thomas Ncb<>n. lnc.

306
;

i
'
1 Coríntios
;
;

A primeira carta aos coríntios revela os problemas, pressões e lutas c.le urna igreja chamada a partir
de unrn so<.:ieJaJc pagã. Paulo dirige-se a vúrios problt.:111.,s no estilo de vida dos cristãos Je Corinto:
fttt.:çõe:., processos juJiciais, imoralidade, práticas questionáveis, abuso na Ceia do Senhor e dons
;
i
espiri1uais. Além de palavras de disciplina, Paulo envia palavras de conselho, ao responder .is perguntas
lcv:,ntadas pelos Cori111ios.

Autor
A autoria paulina de 1 Coríntios é quase universalmente aceita. Além das afirmações explicitas
encontradas na epístola ( 1. 1 ; 16.21), o vocabulário e os ensinamentos do texto apontam para Paulo,
o apóstolo dos gentios. Rcfcr�ncim, a esta carta na literatura extra bíblica podem ser encontradas
desde o ano 95 de nossa era, quando Clemente de Roma menciona I Coríntios como tendo sido
escrita por Paulo.

Data
;
-
A primei ra carta aos Coríntios foi escrita, provavelmente em 56 ou 57 d.C.. e segunda ca11a de seis
a Jezoilo meses após. Paulo havia fundado a igreja <.k Corinto durante o período Je dezoito meses
; que passou na cidade (5 1-52 d.C. ).
A Corinto que Paulo conheceu havia sido li.mtlada como uma colônia romana, du rante o século


anterior a Cristo. Era estrategicamente localizada na província romana da Acaia, numa faixa estreita
i de terra entre o mar Egeu e o Adriático, possuindo dois portos adjacentes. A localização de Corinto
1ransfon11ou-a cm centro de rotas de comércio que vinham do Leste para o Oeste, e a prosperidade
- resultante trouxe consigo o luxo e a imoralidade. "Viver corno um coríntio" significava viver cm

••
ii
imomlidadc grosseira e muitos templos pagiios localizados em Corinto estimulavam este estilo licencioso
de vidu pela prostituição cultuai.

•• Temas e Estrutura Uterárta



Esta epístola é bem metódica cm sua abordagem, dirigindo-se cm seqüência a conjuntos de problemas
que chamaram a atenção de Paulo. O apóstolo dá, também, uma série de perspectivas sobre várias
questões levantadas pelos coríntios cm carta a ele enviada. As trC:s divisões de I Coríntios são.
1 - resposta ao relato de Cloé sobre divisões na igreja (caps. 1 - 4); 2 - resposta ao relato de
ii


fornicação e desordem (caps. 5 - 6); 3 - e resposta à carta com perguntas Jos crentes (caps. 7 - 16).
Preparando-se para tratar de problemas sérios encontrados na igrcJa de Corinto, logo no início da
epístola Paulo proclama a relevância e suficiência de Cristo cm todas as áreas da vida do crente.
Cristo Jesus "tornou-se para nós, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção"
(1.30). Ao Iitlar com a imoralidade sexual que havia surgido cm Corinto, Paulo enfatiza a importância
Ja disciplina e da pureza da igreja (5.9-13}. Neste contexto, o npóstolo também indica que o objetivo
principal da disciplina é a restauração daquele que se desviou.

i

307
O relacionamento entre l iberdade cristã e amor cristão também é explorado. Paulo escreve. ''Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm." (6. 12), e o capítulo treze apresenta o mais extenso
e profundo ensinamento sobre o caráter sublime e santo do amor cristão. Além disso. encontramos
cm I Coríntios extensa instrução doutrinária sobre o lugar dos dons espirituais na vida da igreja (caps.
12- 14 ), e sobre a natureza da ressurreição do corpo (cap. 1 5 ).

1 Coríntios em Relance

ÊNFASE RESPOSTA À NOTiCIA RESPOSTA À NOTÍCIA RESPOSTA À CARTA COM PERGUNTAS DA IGREJA
SOBRE DIVISÃO SOBRE FORNICAÇÃO

TEXTO 1.1 1 .1 8 5.1 6.1 6. 12 7.1 8.1 1 1 .2 1 5.1 1 6.1 1 6.24

RELATÓRIO RAZÃO
DIVISÃO
OFERTA CULTO COLETA
SOBRE DAS INCESTO LITÍGIO IMORALIDADE CASAMENTO AOS
PÚBLICO RESSURREIÇÃO PARA
DIVISÕES DIVISÕES IDOLOS !JERUSALÉM

DIVISÕES NA IGREJA DESORDEM NA IGREJA DIFICULDADES NA IGREJA


TÓPICOS

PREOCUPAÇÃO CONDENAÇÃO CONSELHO

LOCAL ESCRITA EM ÉFESO

OCASIÃO c.56 d.C.

Ne/so11 :v Co111ple1,, l)ool. 11/ /lil,/e Maps r111d Clwrt., ', 1 993 by 1honrn� Nelson. lnc.

"Não temas; pelo contrário, fala e não te cales;


porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal,
pois tenho multo povo nesta cidade" (AI 18.9, 1 O).

Largada para
as Corridas
+

\
Os cristãos coríntios Em direção a
podem ter trazi do suas Cencréia
demandas diante das
autoridades seculares Em direção a
na Agora (1Co 6) a juízo por pregar o
Acrocorlnto
Monumento evangelho de Cristo
e 2002, Editora Cuflura Cnslil de Babius (AI 18.12-17).

308
ESBOÇO DE 1 CORÍNTIOS
Priml'ira Parte. Resposta ao Relatório de Clor sobre Divisões ( 1. 1 - 4.2 1 )

1. lutroduçào ........................................................................................................................ 1 . 1-9


A. Saudações da Graça .............................................................. ............................ ............ 1. 1 -3
13. Oração de Gratidão ....................................................................................................... 1 .4-9

1 1 . Rclatúrio sobre Divisões ......................................................................................... 1 . 1 0 - 1 7

I l i . Razões para a Divisão ......................................................................................... 1.18 - 4.2 1


A. Incompreensão <la Mensagem <lo l:.vangclho ........................................................ 1.1 8 -3.4
R. lnc..:omprecnsào sobre o Mensageiro <lo Evangelho ................................................. 3.5 -4.5
C. Incompreensão <lo Ministério de Paulo ........................................................................ 4.6-1 2

Sc�unda Parte. Resposta ao Rch1túrio e.obre Fornicação (5.1 - 6.20)

1. Sobre l nccsto ................................................................................................................ 5. 1 - 1 3


A. Os fornicadores devem ser disciplinados ...................................................................... 5.1-8
13. Scp.an.:m -sc <lc crentes imorai!-- .................................................................................... 5.9-13

1 1 . A Respcito de Litígio ent rc os Crentes ................................................................... 6. 1 - 1 1

1 1 1 . Advertência (·0ntrn I moralidade Snual ................................................................. 6. 1 2-20

Terceira Parte. F.m Resposta à Carla com Perguntas (7.1 - 1 6.24)

1. Conselhos sohrc Casa111cnto ...................................................................................... 7 . 1-40


A. Princípios para a Vida de Casados ................................................................................ 7.1-9
.a
.....-
13. Princípios parn o Crente Casado ............................................................................... 7.10- 1 6

.a C'. Princípios para Permanecer n a Vocação de Deus .................................................... 7.17-24


D. Princípio:. para º" Solteirm, ........................................................................................ 7.25-38
.a 1:. Principtos para Novo Casamento ............................................................................... 7.39-40

1 1. Conselho,; sobre Coisas Ofereci dai. aos Ídolos ................................................ 8.1 - 1 1 . 1

..-
A. Princípios de Liberdade e o Irmão mais Frnco ............................................................ 8.1- 1 3
B . l lustraçôes de Paulo e :-.ua Liberdade ..........................................................................9.1-27
C. Adwrt0ncia sobre Falsa Liberdade ........................................................................... 1 O. 1-1 3
..a D. Exortação ao Uso da L iberdade para Glorificar a Deus ................................... 10.14-11 .1

I l i . Conselho sobre Culto Público ......................................................................... 1 1.2 - 14.40


_.a A. Princípios de Oração Pública .................................................................................... 11 .2-16

...
l3. Censura sobre a:-. Desordens na Ceia <lo Senhor .................................................... 1 1 .17-34
_.. C. Princípios sobre o Exercício dos Dons Espirituais ............................................. 12.1-14.40

I\'. Conselho i.obre u Rc�surreição .............................................................................. 1 5. 1 -58


.a A. O Fato da Ressurreição de Cristo ............................................................................. 1 5.1-11

..a
13. lmportüncía da lh:s:-.urreiç;io de Cristo ..... .............................................................. 15. 1 2-19
C. Ordem da Ressurrciç:io .................................. ....................................................... 15. 20-28
.a D. lmpltcaçôes Morais da Ressurreição de Cristo ....................................................... 15.29-34
.a E. Corpos dos Mortos Ressuscitados ........................................................................... 15.35-50
r. Corpo� dos Vivo" Trasladados .................................................................................. 15.51-58
_.
,;a V. Conselho sobre a Coleta para Jerusalém ................................................................. 16. 1 -4

,a

....
\'I. Conclusão ................................................................................................................... 1 6.:5-24
.a
.a 309

- --- -
Dons Espirituais
O Novo Testamento apresenta várias listas de dons espirituais. Nenhuma delas é final e o conteúdo
de cada uma delas depende do propósito específico do autor. Em Romanos 12, Paulo trata de dons
cm termos gerais, ao passo que cm 1 Coríntios 1 2 o apóstolo enfatiza os dons que edificam a igreja
como um todo, ao invés de outros mais espetaculares como o falar cm línguas que podem conferir um
beneficio particular e pessoal, mas que estavam sendo utilizados de maneira abusiva por parte dos
cristãos de Corinto. Veja a "Lista Nco-Tcstamentária de Dons Espirituais" abaixo:

O Caminho do Amor
Paulo valorizava grandemente o dom de profecia (veja l4. I ) e os coríntios colocavam maior ênfase
sobre dons espetaculares, como o falar em línguas e os dons de compreensão dos mistérios espirituais
e da fé para operar milagres dramáticos. Entretanto, aos olhos de Deus. mesmo estes dons espirituais
não nos trazem nenhum beneficio, a menos que vivamos em amor.

1 O Amor É ... Sem Amor... O Amor É Maior Que...

As línguas não passam de barulho (v. 1 ) Profecias que desaparecerão (v. 8)


Paciente, bondoso, altruísta, verdadeiro,
esperançoso, duradouro (vs. 4-7) Profecia, mistérios. conhecimento. Linguas que cessarão (v. 8)
e fé não têm valor (v. 2)
Não é ciumento, nem orgulhoso,
ou egoísta, ou rude, ou Irritável Boas obras são Inúteis (v.3) Ciência que passará (v.8)

Amor é um dos termos dlnãmicos que Paulo emprega para falar sobre a vida daqueles que estão cheios do Espírito Santo.
O termo engloba motrvação e atitudes. O amor é característica do crente maduro.

Usta Neo-Testamentária de Dons Espirituais

Rm 12.6-8 1Co 12.8-1 0 1 C o 12.28-30 Ef 4.1 1 1Pe 4.9-1 1

Profecia Palavra de sabedoria Apostolado Apóstolos Falar

Ministério Palavra de conhecimento Profecia Profetas Servir

Ensino Fé Ensino Evangelistas

Exortação Dons de curar Milagres Pastores e Mestres

Contribuição Milagres Cura

Liderança Profecia Socorro

Misericórdia Discernimento de esplritos Governo

Llnguas Línguas

Interpretação de línguas Interpretação de línguas

310

------------------------------------
....
--
A Obra do Espírito Santo
No principio
Ativo e presente na criação pairando sobre o caos (Gn 1 .2)

No Antigo Testamento
Origem das habilidades sobtenaturals (Gn 4 1 .38)
Doador do talento artístico (Ex 31.2-5)
Fonte de poder e força (Jz 3.9. 10)
Inspiração de profecia (1Sm 1 9.20, 23)
Aquele que equipa e sustenta o mensageiro de Deus ((Mq 3.8)

Na Profecia do Antigo Testamento


Purificação do coração para uma vida santa (Ez 36.25-29)

Na salvação
Regenera o crente (Tt 3.5)
Habita o coração do crente (Rm 8.9-11)
Santifica o crente (2Ts 2.13)

No Novo Testamento
Declara a verdade sobre Cristo (Jo 16.13.14)
Reveste com poder a proclamação do evangelho (At 1 .8)
Derrama o amor de Deus nos corações (Am 5.5)
Intercede (Rm 8.26)
Confere dons para o ministério (1Co 12.4-11)
Torna possível viver o fruto do Espírito (GI 5.22,23)
Fortalece o ser interior (Ef 3.1 6)

Na Palavra escrita
Inspira os que escrevem a Palavra (2Tm 3.16: 2Pa 1.21 )

N<'"'JII :� Complete Hook o/ Bihle M1111.� 1/11tl C/1111'/s \) 1993 by Thoma� Nelson, lnc.

As Aparições do Cristo Ressurreto


Os coríntios lamb<'.:m tinlwrn probh:mas com a doutrina da ressurreição. os quais Paulo procurou corrigir
no capítulo 15. Neste capítulo. sua defesa histórica e teológica da ressurreição, o apóstolo instnti sobre
o foto da ressurrciçiio de Cristo; sobre a reluçiio temporal entre a ressurreição de Cristo e a dos
crentes: e sobre a natureza do corpo ressuscitado. Provavelmente, os coríntios vinham se debatendo
com esta questão pois a idéia de ressurreição tem pouca relevância no pensamento grego, que tende a
dar maior importância ao espiritual que ao tisico. '

A ressurreição corpórea de Jesus é essencial para a fé cristã.


Registrando as aparições de Cristo após sua ressurreição,
o Novo Testamento não deixa dúvidas sobre este evento.
Mar
• Em e ao redor de Jerusalém Mediterrãneo
A Mari a Madalena (Jo 20.1 -18)
Às outras mulheres (Mt 28.8-1 O)
A Pedro (Lc 24.34)
Aos dez discipulos (Lc 24.36-43; Jo 20.1 9-25)
Aos onze, inclusive Tomó (Jo 20.26-29)
Por ocasião da ascensão (Lc 24.50-53; At 1.4-12)

• Aos discipulos no caminho de Emaús


(Lc 24. 1 3-25)

• Na Galiléia
(Mt 28.16-20: Jo 21.1 -24)

• A quinhentas pessoas
(1Co 15.6)
"
t
• A Tiago e demais apóstolos
(1Co 1 5.7)

• A Paulo no caminho de Damasco


(At 9.1 -6; 1 8.9-1 0; 23.11; 26.12-18; 1Co 15.8)

311
Ressurreição - Opções Propostas
A ressurreição de Jesus tem sido interpretada como:

1 Um grande logro
2 Mitologia (a ressurreição é uma ficção)
3 O Evento Supremo da História (A Ressurreição é um fato)

As seguintes teorias têm sido propostas para explicar o lúmulo vazio e as aparições de Jesus após sua ressurreição.

Teoria Explicação

1 Desmaio Jesus, na realídade, não morreu

2 Espírito O esplrito de Jesus retomou, não o seu corpo

3 Visão Os discípulos sofreram uma alucinação

4 Lenda/ Mito A Ressurreição é apenas um mito ou história com um propósito didático.


Um Jesus real é provável. mas não absolutamente necessário.

5 Corpo Roubado O corpo foi roubado. (1) pelos judeus, (2) pelos romanos, (3) pelos discípulos (MI 28.11-15),
ou (4) por José de Arimatéia (Jo 9.38ss)

6 Túmulo Errado Os discípulos foram ao túmulo errado. encontraram vazio e erroneamente


concluíram que Jesus havia ressuscitado.

7 Mentira Deliberada Os discípulos fabricaram a história da ressurreição objetando lucro próprio.

8 Contusão de Identidade Os discípulos confundiram Jesus com outra pessoa que se parecia com ele.

9 Uma Ressurreição Corpórea Literal Jesus foi ressuscitado dos mortos corpórea e historicamente pelo poder
sobrenatural de Deus (1Co 15.3,ss)

N,•/.,1111 , C1111111i<'t<' /]11114 11/ Hihlc M"t'-' a11d Chart.� < 1993 by 'l homa� Ncbon. lm:.

Ética para o Testemunho


( 1) Somos cristãos, chamados por Deus para honrar Jesus Cristo com nossas vidas. sujeitando-nos a padrões éticos biblicamente
definidos em todas as áreas da vida pública ou particular. Isto inclui nossos esforços para persuadir companheiros de trabalho, assim
como outras pessoas, a crer nas boas-novas sobre Jesus Cristo.

(2) Onde quer que vivamos ou trabalhemos procuramos seguir os mandamentos, os motivos. a mensagem e o modelo de Jesus. que
ainda busca e chama aqueles que estão perdidos no pecado e que se rebelam contra ele.

(3) Cremos que todas as pessoas são criadas à imagem de Deus. com capacidade de relacionar-se com seu Criador e Redentor.
Rejeitamos qualquer esforço para influenciar pessoa que possa despersonalizá-las ou pnvá-las de seu valor inerente como pessoas.

(4) Desde que respeitamos o valor das pessoas. cremos que todos merecem ouvir as boas-novas de Jesus Cristo. Afirmamos
também o direito de cada um explorar outras opções religiosas. As pessoas são livres para escolher um conjunto de crenças
diferente do Cri stianismo.

(5) Afirmamos a responsabilidade e o direito dos cristãos de compartilhar o evangelho de Cristo dentro de um fõrum livre de idéias.
Entretanto, Isto não justifica a utilização de qualquer método para alcançar este objetivo. Rejeitamos técnicas coercitivas e apelos
manipulativos. especialmente aqueles que apelam para as emoções e menosprezam ou contradizem a razão ou a evidência. Não
evitaremos o pensamento críttco das pessoas. nao nos aproveitaremos de fraquezas psicológi cas. não sabotaremos os relacionamentos
com a faml1ía ou com a instituição reli giosa da pessoa. Também não camunaremos a verdadeira natureza da conversão cri stã. Não
desencaminharemos intencionalmente a ninguém.

(6) Respeitamos a Integridade individual, a honestidade intelectual e a liberdade académica das pessoas, tanto crentes quanto céticas
e, assim. proclamamos Cristo sem Intenções ocullas. Revelamos nossa própria identidade. nosso propósito, nossas posições
teológicas e fontes de informação. Não utilizaremos propaganda falsa nem buscaremos ganho material por anunciar o evangelho.

(7) Convidamos pessoas de outras convicções religiosas a unirem-se a nós num diálogo verdadeiro. Reconhecemos nossa humanidade
- o fato de que somos tão pecadores, necessitados e dependentes da graça de Deus como qualquer outra pessoa. Procuramos ouvir
com sensibilidade para compreender e, assim, livrar nosso testemunho de qualquer traço de preconceitos ou fórmulas fixas que
bloqueiam uma comunicação honesta.

(8) Como "guardadores de nossos irmãos" aceitamos a responsabilidade de admoestar qualquer irmão ou irmã que apresentem a
mensagem de Cristo de maneiras que violem estes preceitos éti cos.

-------- --------,-------�---....--
312
--
-
..a
.a 2 Coríntios
.a
.a
.a
.a
....
Desde que recebeu a primeira carta de Paulo, a igreja de Corinto vinha sendo invadida por falsos

...
mestres que mobi I izaram os crentes contra o apóstolo, argumentando que ele era inconstante, orgulhoso,

.a inexpressivo na aparêm:ia e no falar, desonesto e sem qualificações para ser apóstolo de Jesus
Cristo.
Paulo enviou Tito a Corinto para tratar destas dificuldades e, após sua volta, regozijou-se ao ouvir as

...
.a notícias sobre a mudança de sentimentos ocorrida na igreja. Escreveu, então, esta carta para expressar

...
sua gratidão à maioria arrependida e apelar à minoria rebelde que aceitasse sua autoridade. No decorrer

.a de toda carta Paulo defende sua conduta, seu carMer e sua vocação como apóstolo de Jesus Cristo.

.a Autor

::1-­ �/.J1 Evidências internas e externas apóiam a autoria paulina desta carta. Como no caso de Romanos, a
questão levantada sobre 2 Coríntios é sua unidade. Muitos têm sugerido que os capítulos 1 0 - 13
�-
originalmente não fazem parte desta carta, cm razão do contraste existente, tanto no tom como no
.a assunto tratado, entre esta porção e os capítulos 1-9. Para aqueles que negam a unidade da epístola,

a,
a solução mais aceita I! a de que os capítulos I O - 13 pertencem a urna carta de Paulo que se perdeu

.a
e que é 111e1H.:ionada cm 2.4. Entretanto, é mais razoúvcl explicar a difcrença de tom existente entre
estas duas porções da carta (caps. 1 -9 e 10 - 13), como uma mudança no enfoque de uma maioria
am.:pcndida para uma minoria rebelde.

Data

Paulo escreveu 2 Coríntios da Macedônia, durante sua terceira viagem missionária, provavelmente
em 56 ou 57 d.C. Esta segunda carta talvez tenha sido escrita num prazo de seis meses a um ano
depois de I Coríntio. Veja o mapa"Terceira e Quarta Viagens Missionárias de Paulo" às páginas 295
e 296. Muitos estudiosos acreditam que 2 Coríntios foi, na realidade, a quarta epístola escrita por
Paulo aos crentes de Corinto. Em I Coríntios 5.9. Paulo menciona uma carta anterior e, depois de
escrever 1 Coríntios, Paulo visitou a igreja naquilo que ficou conhecido como a"visita dolorosa" (2.1
cf. 13. 1 ). Após esta visita (a terceira de Paulo à cidade), Paulo escreveu uma "carta dolorosa" (2.4),
a qual também se perdeu. Tito levou esta carta a Corinto e, ao retomar à Macedônia, trouxe boas
novas para Paulo (7.6-8). Aliviado e agradecido, Paulo escreveu 2 Coríntios da Macedônia.

Temas e Estrutura Literária

2 Coríntios é a carta mais autobiográfica de Paulo, nprescntando numerosas referências às lutas


enfrentadas por ele no curso de seu ministério. Ao longo da carta inteira Paulo defende sua conduta
apostólica, seu caráter e sua vocação. O livro se divide em três partes principais: Paulo explica seu
ministério (caps. 1 - 7), a coleta para os santos (caps. 8 - 9), a defesa de seu discipulado (caps. 1 0 -
13). A defesa que Paulo foz de seu apostolado nos capítulos l O - 13 caracteriza-se pelo uso magistral
da ironia e do sarcasmo. Particularmente, no assim chamado "Discurso do Tolo" (11.16-12.13), no

....
qual Paulo ridicul.iriza a fütil preocupação de alguns membros da igreja em Corinto com poder e dons
espirituais espetaculares, "gabando-se·· de suas fraquezas e das perseguições que sofreu.
313
2 Coríntios em Relance

ÊNFASE EXPLANAÇÃO DO MINISTÉRIO COLETA PARA OS SANTOS DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO


DE PAULO

TEXTO 1.1 2. 14 6.11 8.1 8.7 10.1 11.1 1 2. 14 13.14

A MUDANÇA FILOSOFIA EXORTAÇÃO EXEMPLO EXORTAÇÃO RESPOSTA DEFESA ANÚNCIO


DIVISÃO DE PLANOS AOS DOS AOS AOS SEUS DESEU DE SUA
MINISTÉRIO CORÍNTIOS MACEDÔNIOS CORÍNTIOS ACUSADORES APOSTOLADO PRÓXIMA
DE

VISITA

CARÁTER DE PAULO COLETA PARA OS SANTOS CREDENCIAIS DE PAULO

TÓPICOS
ÉFESO PARA A MACEDÔNIA MACEDÔNIA PREPARAÇÃO PARA CORINTO VISITA IMINENTE
MUDANÇA DE ITINERÁRIO PARA A VISITA

LOCAL ESCRITA DA MACEDÔNIA

OCASIÃO e. 56 d.C.

Ncl.rn11 :, C11111ph•fe /Jool. 11/ Bifile- Maps <111tf Churts ''' 1993 by Thoma� Nelson, l nc.

ESBOÇO DE 2 CORÍNTIOS

Primeira Parte. Explanação de seu Ministério (1.1 - 7.16)

1. I ntrodução ..................................................................................................................... 1 . 1 - 1 1
A . Gratidão de Paulo a Deus ............................................................................................ 1 . 1 -7
B. Tribulação na Ásia . ..................................................................................................... 1 . 8-1 1

1 1 . Paulo Explica sua Mudança d e Planos ............................................................ 1 . 1 2 - 2.13


A. Plano Original de Paulo ............................................................................................ 1 . 1 2-22
8. A Mudança de Planos .......................................................................................... 1 .23 -2.4
C. Paulo Pede Perdão ..................................................................................................... 2.5-1 3

l l l. Filosofia Paulina de Ministério ......................................................................... 2.14 - 6.10


A. Cristo nos Dá o Triunfo ............................................................................................ 2 . 1 4- 1 7
B . Vidas Transformadas Provam o Ministério .................................................................. 3.1-5
C. A Nova Aliança É a Base do Ministério ................................................................... 3.6- 1 8
D . Cristo É o Tema do Ministério ...................................................................................... 4 . 1 -7
E. As Tribulações São Abundantes no Ministério ........................................................... 4.8-1 5
F. Motivação no Ministério ..................................................................................... 4.16-5.21
G. Não Sendo Razão de Escandalo no Ministério ........................................................... 6. 1 - 1 O

314
-
...-­
....
IV. Exortações de Paulo aos Coríntios .................................................................... 6.11-7.16

.......
....
A. Paulo Apela pela Reconciliação .............................................................................. 6. 1 1 - 1 3
B . Paulo Pede u m Afastamento dos Incrédulos ....................................................... 6. 14- 7.I
C. O Encontro de Paulo com Tito ..................................................................................... 7.2-7

...-­
D. Resposta dos Coríntios ú Carta de Paulo ................................................................... 7.8- 16

.....
Segunda Parte. Coleta para os Santos (8.1 - 9.15)


1. Exe1nplo dos M acedônios ............................................................................................ 8. 1-6

l i . Exortação aos Coríntios ...................................................................................... 8.7 - 9.15

-­...
1

A . Excn1plo de Cristo ........................................................................................................ 8.7-9

-......
� 13. Propósito da Ofcria .................................................................................................. 8.10-l 5
C. Explicação sobre a Dclcgução ............................................................................. 8.16-9.5
D. Exortação à Oferra .................................................................................................... 9.6 -l 5

........

Terceira Parte. Paulo Defende seu Apostolado (l0.1 - 13.14)

l. Paulo Responde a seus .Acusadores ...................................................................... 10. 1-18


A . Resposta à Acusação de Covardia ........................................................................... 10. 1 , 2
B. Reposta à Acusação de Andar na Carne ................................................................... 10.3-9
C. Resposta à Acusação de Frnqucza Pessoal ........................., ................................. 1O.10-18

......
.... l i . Paulo Defende seu Apostolado ...................................................................... 11.l - 12.13

_.
A . Paulo Afirma seu Apostolado ................................................................................... 11. l -l 5
U. Os Sofrimentos de Paulo Confirmam seu Apostolado ........................................... 11.16-33

.......
C. As Revelações Recebidas Coníirmam seu Apostolado ........................................... 12. 1 -10
D. Os Sinais Confirmam seu Apostolado .................................................................... 12.11- 13

1 11 . Paulo Anuncia sua Visita Próxima ................................................................ 12.14 - 13.IO

......
A. Paulo não Deseja ser um Peso ............................................................................... 12.14-18
B. Paulo Teme Encontrá-los Carnais .......................................................................... 12. 19-21
C. Paulo os Exo11a a se Examinarem ........................................................................... 13.1-1O

.._...
IV. Conclusão ................................................................................................................. 1 3. 1 l - 1 4

.......
.....
.......
..
315
GÁLATAS
Gálatas é o documento clússico sobre a doutrina dajustificaçüo pela graça mediante a fé. Foi escrita
para rebater os falsos mestres que criam na necessidade que teriam os crentes de guardar a lei judaica
para serem aceitos diante de Deus. Assim como a epístola aos Romanos, Gálatas tem representado
um papel estratégico na história da Igreja Cristã. Tanto Murtinho Lutero como John Weslcy atestam
o impacto crucial que esta epístola teve sobre suas vidas.

Autor

A autoria Paulina e a unidade da epístola são virtualmente incontcstúvcis. Na realidade. o manuscrito


� original da carta foi escrito por Paulo de próprio punho (6. 1 1 ). cm lugar Je ser ditada a um secretório
como costumava faze.

Data

A data está relacionada ú questão de quem seriam os destinatários da epistola. Esta incerteza deve-se
ao fato de que o tem,o "Galácia" era usado tanto num sentido cultural/geográfico quanto cm sentido
político.
Politicamente a província romana da Galácia incluía algumas úrcas do sul da Ásia Menor (por exem­
plo, as cidades de Antioquia da Psídía, lcônio, Listra e Dcrbc). as quais nüo faziam parte da porção
central tia Ásia Menor habitue.las por tribos celtas conhecidas como ''Galácia".

llUJJJ
A "Teoria Galácia do Norte'' afirma que Paulo estava usando o termo Galileia cm seu pri,rn.:iro e mais
estrito sentido. De acordo com esta teoria as igreja da Galúcia estavam localizadas ao norte das
cidades visitadas por Paulo em sua primeira viagem missionária. Paulo visitou a Galácia étnica
durante sua segunda viagem missionária. provavelmente em seu caminho para Trôade (At 1 6.6).
Durante sua terceira viagem Paulo revisitou as igr�jas da Galácia que havia fundado na primeira
viagem (At 1 8.23), tendo escrito esta carta de Éfeso (53-56 d.C.) ou da Macedônia (56 d.C.).
De acordo com a "Teoria da Galácia do Sul", Paulo estaria se referindo ú Galúcia no seu sentido
político mais amplo, como província de Roma. Neste caso as igrejas para quem a carta foi endereçada
seriam aquelas localizadas nas cidades evnngel izadas por Paulo e 13arnabé <lurante a primeira via­
gem missionária (At 13. 1 3 - 14.23). Esta primeira ,·iagem ocorreu imediatamente anres do Concílio
de Jerusalém (At 15), neste caso a visita a Jerusalém comentada cm Gálatas 2. 1 - 1 O. teria sido a
visita relatada cm Atos 1 1 .27-30 para levar socorro aos que sofriam com a fome na Judéia. De
acordo com esta hipótese. Gálatas teria sido escrita cm 49 d.C.

Temas e Estrutura Literária

Gálatas dirige-se a problemas levantados pela teologiu opressiva de certos legalistas judeus que
haviam convencido alguns crentes <la Galácia a trocar sua liberdade cm Cristo pela escravidão ela lei.
Paulo escreve esta carta enérgica para afastar o falso cvang..:lho das obras e demonstrar a superiori­
dade da justificação pela graça por meio da fé. Este documento polêmico, cuidadosamente escrito.
ataca o problema de três üngulos <li lcn.:ntcs: ddcsa do evangelho da graça (caJK 1 . 2). cxplicaç:'io do
evangelho da graça (cnps. 3.4). aplicaçüo do evangelho da graça (caps. 5,() ).

316
-
a
a
.a
a A epístola aos Gálatas tem sido chamada "A Carta Magna da Liberdade Cristã". Cristo libertou os
.a cn:nlcs <la escravidão à lei (legalismo) e do pecado (licenciosidade) e os colocou cm liberdade. O
poder transfom,ador da cruz de Cristo liberta o crente do poder do pecado, da lei e do egoísmo.
;a Gálatas defende uma união de te dinâmica com Cristo (2.20), retratada visivelmente no batismo
a (3.27) e que cria um relacionamento fraternal entre os crentes (3.28).
.a
-a Gálatas em Relance

....a
.a
ÊNFASE O EVANGELHO DA GRAÇA
É DEFENDIDO
O EVANGELHO DA GRAÇA
É EXPLICADO
O EVANGELHO DA GRAÇA
É APLICADO

.a TEXTO 11 2.1 3.1 4.1 5.1 6.1 6.18

..
"' DIVISÃO O APOSTOLADO A AUTORIDADE ESCRAVIDÃO DA LIBERDADE DA FRUTO DO FRUTOS DO

...
LEI
.a DE PAULO DE PAULO GRAÇA ESPÍRITO ESPIRITO

......
EXPOSIÇÃO DOUTRINÀRIA EXORTAÇÃO PRÁTICA
TÓPICOS
EXPLICAÇÃO BIOGRÀFICA

APLICAÇÃO DA LIBERDADE ARGUMENTAÇÃO PELA LIBERDADE AUTENTICAÇÃO DA LIBERDADE

LOCAL TEORIA DA GALÀCIA DO SUL: ANTIOQUIA DA SÍRIA

.a

..........
TEORIA DA GALÀCIA DO NORTE: ÉFESO OU MACEDÔNIA

OCASIÃO
.a TEORIA DA GALÀCIA DO SUL: a.C. 49
TEORIA DA GALÀCIA DO NORTE: 53- 56 d C.

.a N.-lrn11 � ( 'ompl<• /<-' HooA o/ IJih/e 1\lu111 1111.! ( '/111r1., , ' 1993 hy Thoma� N,·1,on, lnc .

.....
As cidades da Galácia
.a
,a

......
.a

....... • Antioquia

.....
.a d
.._. t
N CRETA
CHIPRE
Mar Mediterrâneo

......
PALESTINA{
I •
Jerusalém
ClRENAlCA
EGITO�
LIBIA
O 2002, Ed1 tt)(a Cultura Cnstã


317


ESBOÇO DE GÁLATAS
I. Defesa do Evangelho da Graça ................................................................................ 1.1-2.21
A. 1 ntroduçào ................... .. .. .. ... .. .. ................. ....... .. .................... ... .... .. .. .. .... ............ .......... 1 . 1 -9
1 . Saudação. O Fundamento da Graça ...................................................................... 1 . 1 -5
2. Situação. O Abandono da Graça ........................................................................... 1.6-9
B. O Evangelho da Graça É Dado por Revelação Divina ............................................. 1 . 1 0-24
C. O Evangelho da Graça Foi Aprovado pelos Líderes cm Jerusalém ............................ 2 . 1 - 1 O
D. O Evangelho da Graça É Demonstrado pela repreensão a Pedro ............................ 2. 1 1 -2 1

l i . Explicação do Evangelho d a Graça ........................................................................ 3.1-4.31


A. O Espírito Santo É Dado Mediante a Fé, não as Obras ................................................ 3. 1-5
8. Abraão Foi Justificado pela Fé, não pelas Obras .......................................................... 3.6-9
C. A Justificação É pela Fé, não pela Lei ................................................................. 3.10-4. 1 1
D. Os Gálatas Receberam Bênçãos pela Fé, não pela Lei ............................................. 4. 1 2-20
E. Lei e Graça não Podem Coexistir ............................................................................. 4.2 1 -3 1

111. Aplicação do Evangelho du Graça .......................................................................... 5.1-6.18


A. Posição de Liberdade: ''Permaneçam Finncs" ........................................................... 5. 1 - 1 2
8. Prática da 1.,iberdade: Amem Uns aos Outros .......................................................... 5 . 1 3- 1 5
C. Poder para a Liberdade: Andem no Espírito ............................................................. 5.16-26
D. Atuação cm Liberdade: Façam o Bem a Todos .......................................................... 6. 1 - 1 O
E. Conclusão ................................................................................................................... 6.1 1 - 1 8

contraste entre Lei e Graça


Os defensores do legalismo judaico revogam ou rejeitam a graça de Deus reduzindo a 11101ie reden­
tora e vicária de Cristo a um significado meramente exemplar. Todas as tentativas modernas de erigir
boas obras, quer morais quer religiosas, como meio de alcançar a salvação, caem na mesma conde­
nação dos judaizantes apresentada por Paulo nesta epístola.

Lei e Graça

A FUNÇÃO O EFEITO

Da Lei Da Graça Da Lei Da Graça

Baseada em Obras (3.1 O) Baseada na Fé (3.11, 12) Obras nos colocam Justifica-nos pela Fé (3.3,24)
sob Maldição (3. 1 O)

Nosso Guardião (3.23,4.2) Centralizada em Cristo (3.24) Guarda-nos para a Fé (3.23) Cristo Vive em Nôs (2.20)

Nosso Tutor (3.24) Nosso Certificado Leva-nos a Cristo (3.24) Adota-nos como
de Liberdade (4.30.31) Filhos e Herdeiros (4.7)

A Lei funciona para: ( 1 ) declarar nossa culpa, (2) levar-nos a Cristo, e (3) dirigir-nos em uma vida de obediência.
Entretanto, a lei não tem poder para nos salvar.

Nl'l.wm :� Co11111le 1e /Jool. of /Ji/1/e /1/aps 1111d CJ,ar/I ,<'1 1993 by 1 l111111;b Ncbon. lnc.

318
-==-----------------------ll------.J
Orientação Bíblica para Famílias

TEXTOS TEMA RESUMO

Rm 9.6 - 1 1 .36 Atitudes étnicas Paulo revê alguns relacionamentos judaicos que existiam desde o
tempo dos patriarcas e apela para humildade e aceitação.

Rm 14.1 - 1 5.6 Diferenças na maturidade espiritual Os crentes devem vi ver com graça e tolerância
e nas convicções uns para com os outros.

1Co 5.1-13 Imorali dade sexual dentro das famílias Paulo lida com um caso continuo de incesto numa familia cristã.
2Co 2.1 -1 1

1 Co 6.15-20; Tentação à imoralidade sexual O corpo é o templo do Espfri10 Santo;


1Ts. 4.1-12 os crentes devem fugir dos pecados sexuais.

1Co. 7. 1 ·7 Sexualidade dentro do casamento Intimidade é essencial para o relacionamento conjugal.

1Co 7.8·20, 25-38 Solteiros e casamento Paulo expressa sua preferência pessoal pelo estado de solteiro.

1Co 7.39,40 Novo casamento de viúvas O novo casamento é permitido.

Ef 5.21-33, Relacionamento Conjugal Paulo e Pedro desafiam maridos e esposas


CI 3.18,19; a permanecerem em mútuo amor e apoio.
1Pe3.1·7

Ef 6.1-4; Relacionamentos entre pais e filhos O lar deveria ser caracterizado por fil hos obedientes e
CI 3.20,21 pais dedicados e atenciosos.

1Tm 3. 1-1 3; Caráter Umas das áreas mais importantes para se avaliar
Tt 1 .5-16 os lideres espirituais deveria ser sua vida familiar.

1Tm 5.3-1 6; Viúvas Paulo oferece orientação para o cuidado com as viúvas;
Tg 1.27 Tiago exorta os crentes a atender às necessidades das viúvas e
dos órfãos.

319
,
EFESIOS
\ 1
À exceção de Romanos, Efésios é a mais cuidadosa apresentação escrita da Teologia Cristã do Novo
Testamento. Paulo escreveu esta epístola para tornar os crentes mais conscientes daJ riquezas que
possuem cm Cristo e para motivá-los a recorrer a estes recursos espirituais na vida d(ária.

Autor
O nome de Paulo ocorre em 1.1 e cm 3.1 como sendo o autor desta carta, e a tradição primitiva da
igreja apóia esta afirmação. No entanto, alguns têm argumentado que Efésios difere cm vocabulário
e estilo, e que a visão da igreja universal como corpo de Cristo representa um desenvolvimento
teológico mais tardio. Entretanto, argumentos baseados cm vocabulário e estilo são notoriamente
subjetivos, e a riqueza teológica <lc Efésios é mais apropriadamente atribuída ao crescimento e
aprofundamento da meditação do próprio Paulo sobre a natureza da igreja.

Data
Sendo w1ia das "Epístolas da Prisão'' (o título é atribuído corporativamente a Efésios. Filipenses, Colosscnscs
e Filemom), Efésios seria datado do período de 60-63 <l.C., cotTcspondcndo ao tempo da primeira prisão
� de Paulo em Roma (cf. AI 28. 1 6-31). Foi provavelmente escrita ao mesmo tempo que Colossenscs.
llDJ)J O <lcstinat{u·io da epístola é mais incerto. Por a expressão"Em Éfeso"( 1.1) ser omitida cm alguns dos
manuscritos gregos mais antigos, vários estudiosos têm sugerido que esta seria uma carta circular
endereçada às igrejas da Ásia Menor como um todo, e que deveria ser enviada de igreja para igreja.
Alguns acreditam que esta teoria explica a referência de Paulo cm Colossenses 4.16, na qual o
apóstolo pede que a epístola aos Colosscnscs fosse I ida ao mesmo tempo que a"epístola a Laodicéia ".
Paulo estaria se referindo a uma cópia de Efésios com o nome Laodicéia inserido no espaço cm
branco, de modo que a carta circular pudesse ser lida nesta cidade também.

Temas e Estrutura Literária


A primeira parte de Efésios apresenta uma lista das bênçãos celestiais que o crente recebe cm Cristo
Jesus. adoção, redenção, herança, poder, vida, graça, cidadania e o amor de Cristo. Não há imperativos
nos capítulos de l - 3, cujo enfoque são as dádivas divinas concedidas ao crente. Mas os capítulos
4 - 6 incluem trinta e seis orientações específicas falando sobre a responsabilidade do crente de
dirigir sua vida de forma condizente com sua vocação. Portanto, as duas divisões principais do livro
são: a posição do cristão (caps. 1 - 3 ), e a vida prática do cristão (caps. 4 - 6).
Em Efésios as maravilhosas novas da salvação têm como objetivo o ''louvor da glória de Deus" ( 1.6,
12,14). A palavra "glória'' ocorre oito vezes e refere-se à suprema excelência do amor de Deus, sua
sabedoria e seu poder. A glória de Deus é particularn1entc revelada cm seu compromisso de edificar
uma igreja gloriosa, madura e pronta para servir."sem mácula nem rnga'· (5.27).
O caráter "celestial" da vocação dos crentes é enfatizado (1.3). Embora antcrionnentc mortos no
pecado, os cristãos foram ressuscitados com Cristo e assentam-se com ele nos "lugares celestiais"
(2.6). Esta vocação "celestial" por sua vez, fornece os meios e o poder para que o cristão viva uma
vida de obediência na terra (4.1,7-10).
320
Eféslos em Relance

ÊNFASE A POSIÇÃO DO CRISTÃO A PRATICA DO CRISTÃO

TEXTO 1.1 1.15 21 3.1 4 41 4.17 5.22 6.10 6.24

CONDUTA
LOUVOR ORAÇÃO POSIÇÃO ORAÇÃO UNIDADE SANTIDADE RESPONSABILIDADES DIANTE
DIVISÃO PELA DA IGREJA DEVIDA NO LAR ENO
REDENÇÃO REVELAÇÃO CRISTÃO COMPREENSÃO TRABALHO
CX)

CONFLITO
FC'fl FC'fl DO

VIVER
TÓPICOS
CRER

PRIVILÉGIOS DO CRISTÃO RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO

LOCAL ROMA

OCASIÃO 60-61 d.C.

\'../,1111 , ( ·.,,,,,,,..,,. //m,4 11/ /11/,/,• \/,,,,. 11111/ ( '/11111, < l'/<l.l h) 1 homa, Ncl"111. lnc.

ESBOÇO DE EFÉSIOS

Primeira Parte. A Posição do Cristão ( 1 . 1 - 3.2 1 )

1. Louvor pela Rcdcução ................................................................................................. 1 . 1 - l 4


A. Saudação de Paulo ....................................................................................................... 1.1, 2
B. Escolhidos pelo Pai ........................................................................................................ 1.3-6
C. Rcdi,nidos pelo Filho .................................................................................................... 1.7-12
D. Selados pelo Espírito ................................................................................................. 1.13, 14

11. Oração por Revelação ................................................................................................. 1 . 1 5-23

I l i . Posição do Cristão .................................................................................................... 2.1 -3.13


A. Posição do Cristão Individualmente ........................................................................... 2.1-10
B. Posição do Cristão Corporativamente .................................................................. 2.11 -3.13

IV. Oração por Co,npreensão ........................................................................................ 3 . 1 4- 2 1

Segunda Parte. A Vida Prática do Cristão (4.1 - 6.24)

1. Unidade da Igreja ........................................................................................................... 4 . 1 -6


A. Exortação à Unidade ..................................................................................................... 4.1 -3
B. Explanação sobre a Unidade ......................................................................................... 4.4-6
C. Meio� para �, Unidade. Os Dons ................................................................................. 4.7-11
D. Propqsilo dos Dons .................................................................................................... 4.12-l6

321
l i . Santidade de Vida ................................................................................................. 4.17 - 5.21
A. Despojem-se do Velho Homem ................................................................................. 4. 1 7-22
B. Revistam-se do Novo Homem .................................................................................. 4.23-29
C. Não Entristeçam o Espírito Santo ........................................................................ 4.30 - 5.12
D. Andem como Filhos da Luz ....................................................................................... 5.13-17
E. Fiquem Cheios do Espírito .......................................................................................... 5.18-21

1 1 1. Responsabilidades no Lar e no Trabalho .......................................................... 5.22 - 6.9


A. Esposas: Submetam-se a Seus Maridos .................................................................... 5.22-24
B. Maridos: Amem as suas Esposas .............................................................................. 5.25-33
C. Filhos: Obedeçam a Seus Pais ....................................................................................... 6.1-4
D. Trabalhen1 Servindo ....................................................................................................... 6.5-9

IV. Conduta cn1 l\1cio ao Conflito ................................................................................. 6. 1 0-24


A. Revistam-se da Annadura de Deus .......................................................................... 6.10-17
B. Orcrn por Ousadia ..................................................................................................... 6.18-20
C. Conclusão .................................................................................................................. 6.21-24

A Cidade de Éfeso
No final de sua segunda viagem missionária Paulo visitou Éfeso, onde deixou Priscila e Áquila
(At 18.18-21). Voltando à cidade cm sua terceira viagem missionária, Paulo permaneceu ali durante
quase três anos (At 18.23 - 19.41 ). O ministério eficiente de Paulo começou a prejudicar seriamente
o lucro com magia e com imagens, o que provocou um protesto popular no cnom1e teatro de Éfeso.
Paulo deixou a cidade indo para a Macedônia. Posteriormente o apóstolo encontrou-se novamente
com os presbíteros de Éfeso em s·eu caminho para Jerusalém (At 20.17-38).

"Mas, agora, em Cristo Jesus, Q- Gináclo de Vedius Em direção /


vós que antes estáveis longe, ao templo/
fostes aproximados Estádio
de Diana
pelo sangue de Cristo" (Ef 2.13).
(Muros escavados)
"
Monte Plon


Ginásio Oriental

Porta .
/ Magnesiana

* Local do tumulto
........(Muro provável)
contra Paulo Koressos
{At 19.29,ss)
e 2002, Edttora Cullura Cristã

322

______________________________...____
Nossas Bênçãos em Cristo
A imrortantc expressão paulina ..cm Cristo" (ou seus equivalentes) aparece trinta e cinco vezes nesta
carta, um número maior do que o enconirado cm qualquer outro livro do Novo Tcswmento. Além
disso, a salvação do crente é garantida pela obra das três pessoas <la Trindade- a escolha amorosa <lo
Pai ( 1 .3-6), a obra redentora do Filho ( 1 . 7-12), e o selo do Espírito Santo ( 1.13, 14).
A obra do Pai: Eleição (Ef 1 .3-6)
A Obra do Filho: Redenção (EI 1.7·1 2)
A Obra do Espírito: Proteçao (EI 1.1 3,14)

- Abençoodo (v.3)
Escolhido (v 4)
Predestinado (v.5)
Adotado (v.5)
Aceito (v6)
Red1m1do (v.7)
Perdoado (v.7)
EM CRISTO SOU -

Esclarecido (vs 8,9)


Herdeiro (v. 1 1 )
Selado (v. 13)
- Seguro (v. 14)

Graça Abundante
Graya (<lo grego <lwns ) refere-se :is atitudes beneficentes de Deus por meio das quais ele revcl:.1 sua
pessoa, suas bênçãos e sua vida - todas elas dúdivas que emanam de seu amor e não do mérito ou
valor de quulquer pecador.

Beneficio: Bênçãos espirituais de Cristo no ceu (v.3): perdão de pecados (v.7)


Origem: Escolha Divtna desde a eternidade (v.4): a boa vontade de Deus (v.5)
Propósito: Amor manifestado em santidade e ausência de culpa (v.4); estar unido a Cristo (v.1 O)
Privilégio: Adotado na família de Deus como benefic1áno (v.5)
Custo: O sangue de Cristo (v.7)
Meios: Confiar em Cristo após ter ouvido a verdade (vs. 12.13)
Segurança: O Espírito Santo e a garantia de nossa herança (vs.13.14)

A Obra da Salvação
A obra c •salvação
.lu tem, essencialmente, tr'3s partes. ( 1 ) Justi licaçào, na qual Deus declara o pecador
justificado diante dt:le, livrando-o da penalidade legal devida ao pecado; (2) Santificação, na qual o
pecador é progressivamente libertado do poder do pecado, pelo poder do Espírito Santo; e (3)
Glorificação, que contempla o futuro, quando o crente cstarü completamente livre do pecado e de
acordo com a imagem de Cristo.

Salvação: o Maior Tesouro do Homem


Justificação Santificação Glorificação
(Passado) (Presente) (Futuro)

Salvo Salvo Salvo


Imediatamente da Progressivamente Finalmente
penalldade do pecado do poder do pecado da presença do pecado

-...pela graça sois salvos, mediante a fé,


e isto não vem de vós; é dom de Deus."
(Ef 2.8)

V,,fom ·, (·,,1111>/t'li! IJ1J11!.. "' Htl>I,• �/111" 11111/ ( '/1r1r1� ,.. 1993 by l'huma� Nd,1111, lnç

323
As Características da Nova Criatura em Cristo

1 C o 13.3-8 GI 5.22,23 Fp 4.8 CI 3.1 2-1 6

O Amor é ... O fruto do Espírito é ... Meditem nas coisas que são... Revistam-se de...

. Paciente . Amor .
.
Verdadeiras • Misericórdia

. Bondoso .
.
Alegria Nobres • Bondade

Não é ciumento . .
.
Paz

.
Justas • Humildade

. Não é orgulhoso Paciência Puras • Delicadeza

. Não é vaidoso . Delícadeza • Amáveis

.
• Paciência

. Não é grosseiro . Bondade

.
De boa fama

.
• Suportando uns aos outros

. Não é egoísta Fidelidade Virtuosas • Perdoando uns aos outros

. Não fica magoado . Mansi dão . Louváveis • Sobretudo.

. Não cogita o mal . Domínio própri o


revistam-se de amor

. Não se alegra com a injustiça


• Permitam que a paz de Deus
dirija seus corações

. Alegra-se com a verdade • Sejam agradecidos

. Tudo sofre • Permitam que


a palavra de Cristo
Tudo crê habite ricamente em vocês

• Tudo espera • Ensinem e admoestem


uns aos outros
• Tudo suporta
• Cantem com gratidão
no coração

"Agora. pois, "Contra estas coisas ·o que também aprendestes, "E tudo o que fizerdes,
permanecem a fé, não há lei... e recebestes, e ouvistes, seja em palavra. seja em ação,
a esperança e o amor, Se vivemos no Espírito, e vistes em mim. isso praticai; fazei-o em nome do
estes três; porém o maior andemos também no Espírito." e o Deus da paz será
(5.23,25)
Senhor Jesus." (3. 17)
destes é o amor." (13.13) convosco."(4.9)

324
....
....•
.... FI LI PENSES
....

....
....
Filipcnses é a epístola da alegria e incentiva ante a circunstâncias adversas. Paulo expressa
livremente seu profundo afeto pelos cristãos de Filipos, aprecia seu testemunho firme e apoio, e
amorosamente os incita a centralizar suas ações e pensamentos na busca da pessoa e do poder
de Cristo.

•..
....
Autor

..
Esta carta é <.:!aramente identificada como tendo sido escrita por Paulo, como lemos cm 1 . 1 , e a
�';/ autoria paulina nunca foi. seriamente questionada. Tem havido, entretanto, um debate freqüente e

..•
vigoroso a n.:speito da data e do local <lc onde ela teria sido escrita .

....
Data

....
A posic;iio tradicional tem atirmado que Paulo escreveu Filipcnscs entre 6 1 -63 d.C. de sua prisão cm
Roma. As referências à guarda do palácio ( 1 . 1 3 ) e à casa <le César (4.22) coincidem com a prisão
em Roma. Além disso, as afirmações de Paulo cm 1 . 1 2-20 e em 4.22 sugerem enfaticamente que

..•
este período de prisão foi razoavelmente longo. Portanto. esta carta foi provavelmente escrita algum
tempo depois do início do aprisionamento registrado em Atos 28.
Recentemente, entretanto, alguns estudiosos têm sugerido que Filipcnscs foi escrito ao redor de 55

..•
d.C., durante o ministério de Paulo em Éfeso (At 1 9; 20), ou no período compreendido entre 56-61
d.C.. durante sua prisão cm Cesaréia (At 24.26). Estes argumentam que as exprcssfies "casa de

..•
César" e "guarda <lo palácio" poderiam referir-se a autoridades romanas provinciais como Éfeso ou
Cesaréia. Aqueles que preferem Éfeso mostram que as viagens freqüentes entre a prisão de Paulo
e l'ilipos subentendidas cm 1 .26; 2. 1 9, 23-26; 4 . 1 8 indicam que Paulo estava mais pc110 de Filipos do
que pennitiria uma prisão cm Roma .
Deveríamos observar, no entanto, que Atos não menciona qualquer encarceramento cm Éfeso. e que


•..
Cesaréia licava muito mais longe de Filipos do que Roma. Além disso, era possível fazer uma viagem
razoavelmente rúpida entre Roma e Filipos que eslava localizada sobre a Via Egnatia, uma das
principais estradas romanas (ligava Roma à Ásia Menor. N. <lo T.). Portanto, a posição tradicional de

....
que esta carta foi escrita de Roma entre 6 1 -63 d.C., é a preferida.


....
Temas e Estrutura Literária

Filipcnses é uma das cartas mais pessoais de Paulo. Aqui ele compartilha suas próprias

•..
experiências com Cristo e a luta sobre o que seria preferível: morrer para estar com Cristo ou

..•
permanecer vivo para servir aos filipenses ( 1 .2-26). Paulo guardava os fil ipenscs em seu coração,
e eles o apoiavam cm sua prisão ( 1 . 7), um fato que explica o tom de gratidão freqüentemente
usado por Paulo ( 1 .3- 1 1 ; 2 . 1 9-30; 4. 1 0-20) .

....
Filipcnses oct1pa-sc çcntralmente do seguinte: Paulo fala de sua presente situação (cap. 1 ); o
apóstolo nncla possuir a mente de Cristo (cnp. 2): anela ter o conhecimento de Cristo (cap. 3). e
anela ter a paz de Cristo (cap. 4) .

..
325

De unponãncaa ccntrnl cm Fihpcnses é o tema da alcgna. A pala, rn alegria (dwra cm grego) é cncl"•ntrad.a
.
dnco vezes ( 1.4,25; 2.2, 29; 4. 1 } c o verbo ..regozijar-se. ocom.' onze ,ezc'> (dua, , czc:-.cm 1.1 N. 2.17. 1 :
.;..;; e uma ,·ez cm 2.28: 3.1 e 4.1 0). Ape.ar das circunstâncias desagradáveis da prisão. Paulo 111amfc-.1a
uma alegre conliança no sustento <le Deus para com ele pessoalmente e para com os cnst:ios de Filipo-..
Paulo exorta os lilipcnses a manterem um espírito tlt.: u11i<laJe e mútuo cuidaJo e mtcrc.,sc. a<lotando
uma atitude de humildade (2. 1-4), cujo maior exemplo é a encarnação e cruciti cação de Cristo ( 2.5-
1 1). A kenosis, ou "auto-esvaziamento.. Jc Cristo, não significa que ele tenha renunciado sua divindade
essencial. mas que ele refreou a glória que possuía e voluntari.imente restringiu o uso <le certos
atributos seus (como a onipresença, por exemplo).

Filipenses em Relance
ÊNFASE DESCRIÇÃO DAS A MENTE DE CRISTO O CONHECIMENTO A PAZ DE CRISTO
CIRCUNSTÂNCIAS DECRISTO
TEXTO 1.1 2. 1 3.1 4.1 4.23

DIVISÃO PARTICIPAÇÃO POVO DE CRISTO BUSCA DE CRISTO PODER DE CRISTO


EMCRISTO
SOFRIMENTO SUBMISSÃO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO
TÓPICOS
EXPERIÊNCIA EXEMPLOS EXORTAÇÃO

LOCAL ROMA

OCASIÃO e de 62 d.C.

'\'dw11:, Cm1111lctl' /loo� o/ IJ,1,t.· .\1111" 11111/ (/wn, , 19•n by l hom,is Ncl,un. lnl

ESBOÇO DE FILIPENSES
1. Paulo Apresenta sua Presente Situação ................................................................... 1. J -30
A. Oração de Gratidão ..................................................................................................... 1 . 1-1 1
B. As Aflições <le Paulo Promovem o Evangelho .......................................................... 1 . 1 2- 1 8
C. As Aflições <le Paulo Exaltam o Senhor. ................................................................... 1 . 19-26
D. Paulo Exorta os Aflitos .............................................................................................. 1 .27-30

l i . Paulo Apela: Tenham a Mente de Cristo ................................................................. 2.1 -30


A. Exortação à Humildade ................................................................................................. 2.1-4
8. Exemplo de Humildade de Cristo ................................................................................ 2.5- 1 6
C. Exemplo de I lumildade de Paulo .............................................................................. 2.17. 1 8
D. Exemplo de llumil<ladc de Timóteo ........................................................................... 2. 1 9-24
E. Exemplo de I lumildadc <lc Epafro<lito ........................................................................ 2.25-30

I l i . Paulo Apela: Conheçan1 a Cristo ............................................................................... 3 . 1 -2 1


/\ . Admoestação contra Confiar na Carne ......................................................................... 3.1-9
8. Exortação para Conhecer Cristo .............................................................................. 3. 1 0- 1 6
C. Admoestação contra Viver na Carne ........................................................................ 3.17-21

IV. Paulo Apela: ·renha,n a Paz de Crislo ....................................................................... 4 . 1 -23


A. Paz co1n os lnnàos ........................................................................................................ 4. 1 -3
13. Paz con, o Senhor .......................................................................................................... 4.4-9
C. Paz cm todas as Circunstâncias ................................................................................ 4.10-19
D. Conclusão .................................................................................................................. 4.20-23
326
...
_.
________________________._____r
,.,a )

,.,a Cristo e Adão

,,.,,.
Os cristãos são exortados a ter a mente de Cristo (2.5- 1 1 ), cuja essência é a humildade e o amor
sacritici;1l pelos outros. O exemplo de Cristo contrasta com a mente muito diferente de Adão, cuja
desobediência e orgulho são superados pela obediência e humildade de Cristo.

,.
..,,.•
,,.

Adão e Cristo:
Comparacão e contraste
Adão Cristo

.....
,,,. Feito à imagem de Deus. Ê a forma e a própria essência de Deus.

..
Considerou ser como Deus um pri vilégio Não considerou o ser como Deus um privilégio do qual
do qual deveria apoderar-se. deveria apoderar-se.

.a
Aspirou uma reputação. Tornou-se sem nenhuma reputação.

Desprezou o papel de servo de Deus. Tomou sobre si a forma de servo (escravo).

,,._.
,;a Procurando ser como Deus. Tornou-se em semelhança de homem,

Sendo feito homem (do pó, agora amaldiçoado). E sendo reconhecido em figura humana (Am 8:3).

..
,,.
Exaltou-se a si mesmo. Humilhou-se a si mesmo,

E tomou-se desobediente até à morte. E tornou-se obediente até a morte.



Foi condenado e desonrado. Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome e a
posição de Senhor.

,;a Nds1111 :, <'11111J1IL'I<' /1(1(1� 11/ Htl,/,• Hups 110d ( ' /wrts �, 1993 hy Thuma� Nél�on, lnc.

.,_.

� Buscar a Cristo
Filipens-.;:s ensinu que o objetivo da vida cristã deveria ser buscar a Cristo e a intimidade com Deus.
Devotar-se a conhecer Cristo, na realidade, o grau cm que esta procura se torna um desejo e uma
� devoção central cm nossa vida, constituindo-se num parâmetro para avaliar nossa maturidade espiritual.

,;,
� · Cristo sobre todas as coisas ( 1 .2 1 ; 3.7, 8) e ENCONTRE justificação
� Cristo e o poder de sua ressurreição (3.9-1 1 )
,íl · Humildade semelhante a Cristo (2.5-7) e ENCONTRE vontade de Deus
,>
,,,, BUSQUE ...
para o crente (2.12, 13)

� · Um objetivo divinamente indicado (3. 14) e ENCONTRE o prêmio da


eterna salvação (3.14)
,,,
� · Tudo o que é verdadeiro, respeitávcl,justo, puro, amável e de boa fama
,iil
_,
(4.8) e ENCONTRE n presença do Deus dn paz (4.9). 1
1
1

,í,I

,..,,,,.
327
,jj
Os Dez Mitos Favoritos

Número Mito Procure

1 Jesus foi apenas um grande professor de moral. Mt 13.34,35

2 Não há evidência de que Jesus ressuscitou dos mortos. Mt 28.1 -10

3 A ciência estâ em conflito com a fó cristã. Jo 4.48

4 Não Importa o que você crê, todas as religiões são basicamente iguais. AI 4.12

5 O Cristianismo é apenas uma muleta para os fracos. 1Co 1.26

6 As pessoas se tornam cristãs por condicionamento social. 1Co 1 5.9,1 0

7 O Cristianismo sufoca a criatividade GIS.1-12

8 O Cristianismo é do outro mundo. e Irrelevante para a vida moderna. Hb 12.1-2

9 A Biblia é fallvel e não é digna de confiança. 2Pc 1 . 1 6

10 Todo o mal e o sofrimento do mundo provam que não h� Deus. Ap 20. 1 -10

328
....
a
a
a
a COLOSSENSES
a
•a
a

.. .'I'
Colossenses é, talvez, o livro mais claramente cristocêntrico da Bíblia. Nele Paulo enfatiza a
a preeminência da pessoa de Cristo e a totalidade da salvação outorgada por ele a nós.
\ ,
' .v'

a Autor
a O testemunho hislórico da autoria paulina de Colossenses é antigo e consistente. A evid�ncia externa
tambt'.:111 0 grande: niio apenas a akgaçào de que foi escrita por Paulo ( 1.1,23; 4.18). mas também os
detalhes pessoais e os estreitos paralelos com Elcsios e Filcmom, rcfon,:am esta afirmação.

..
No entanto. a aull.:nticidadc desta carta tem sido discutida com base no seu vocabul{1rio e seus conceitos.
Em seus quatro capítulos Colosscnscs usa cinqüenta e cinco palavras gregas que ni'io aparecem cm
outras epístolas de Paulo. A profunda cristologia de Colossenses tem sido comparada ao conceito

..
mais tardio de Cristo como o logos Criador que aparece cm João (CI 1.15-23 cf. Jo 1.1-18). com a

a conclusão de que tais conceitos são muito avançados para o lcmpo de Paulo. Al�m <lisso. algumas
vezes argumenta-se que a heresia de Colossos representava um tipo de gnosticismo prevalecente
durante o 2v século de nossa era.
Devemos reconhecer, no entanto, que Paulo dominava um vaslo vocabuliirio, e os tópicos exclusivos
a discutidos nesta carta, particularmente a Heresia de Colossos, re�pondcm pelo vocabulário da epístola.


••
Além disso, niio há razão para assumir que Paulo não estivesse consciente da obra de Cristo como
Criador. especialmente cm vista de Filipcnscs 2.5- 1 l . f- inalmcnte. a informação pertinente à heresia
de Colossos no capítulo 2 aponta com mais precisi'io para o que foi uma fonna anterior de Gnosticismo,
e não para a fonnulaçüo plenamente desenvolvida do Gnosticismo <lo 2'.! século d.C.

..•
a
Data

•• Paulo escreveu esta carta na prisão, como aconteceu com Efésios, filipcnscs e Filemon. Embora
Éfeso e Cesaréia tenham sido indicadas como possíveis localidades de sua composição, a maior

• 1R
� evidência sugere que Paulo a tenha escrito cm 60 ou 61 d.C., durante sua primeira prisão cm Roma

..•
..
(AI 28.16-31) e que a tenha enviado por intcm1édio de Tíquico e Onésimo, o escravo convertido (4. 7-9;
cf. Ef6.2 I ; Fm 10-12).
Colossos era uma pequena cidade a leste de Éfeso e <listante dela cerca de 170 quilômetros. Ficava
na região <las sete igrejas da Ásia mencionadas em Apocalipse J - 3. Localizada no fértil vale de
Licos. na estrada que saía de Éfeso em direção ao leste, Colossos havia sido, anteriormente, um
a

centro populoso <lc comércio. Mas, no tempo de Paulo, sua importância havia se eclipsado diante das
cidades vizinhas de Lao<licéia e Hicrápo1is. A não ser por esta carta, Colossos não exerceu praticamente
• nenhuma inlluência na história <la igreja primitiva.



O caráter preciso da heresia de Colossos tem sido um assunto de debate. A natureza desta heresia
podl! ser deduzida apenas pelas rcforênciêL'i acidentais que Paulo foz ao refutá-la cm 2.8-23. Tratava­
sc. apan:ntcmcntc. de um sistema religioso que combinava elementos de especulação grega helenística
(2.4, 8-lO), kgalismo judai<.:o (2.11-17), e misticismo oriental (2.18-23). Envolvia uma visüo de


desprezo pelo corpo (2.20-23) e, provavelmente, pela natureza como um todo. Com ênfase na
importüncia da circuncisão. regras dietéticas e observações rituais, ao lado de culto aos anjos e uma
prcocupaçi'io com l!xpcri0ncias místicas, a heresia de Colossos11cgava a suficiência de Cristo. e

••
qualquer tentativa ele moldar Cristo dentro de tal sistema solaparia sua pessoa e sua obra redentora.
329
Temas e Estrutura Literária

O tema que ressoa cm Colossenscs é a preeminência e suficiência de Cristo cm todas as coisas.


Apenas nele o crente está completo e não sofre nenhuma carência por que '"nele habila, corporalmente,
toda a plenitude da Divindade" (2.9). A primeira parte da epístola consiste numa exposição sobre a
supremacia de Cristo (caps. 1 - 2), a segunda parte dí:,,cutc as implicações desta suprcm:H.: ia cm
tcnnos da submissão do crente a Cristo. o Senhor (caps. 3- 4).
Particularmente, na segunda parte, Paulo explora as implicações <la união do crente com Cristo. A
união do crente com o Senhor cm sua morte, ressurreição e cxallaçào constituí o rundamcnto sobre o
qual a vida terrena deve ser construída (3. 1 -4). Por causa de sua morte com Cristo. os cristãos devem
considerar-se mortos para o velhos húbitos do pecado (3.5-1 1 ), por causa da sua ressurreição com
Cristo, os cristãos devem considerar-se vivos para ele cm retidão e revestir-se das novas qualidades
inspiradas pelo amor cristão (3 . 1 2- 1 7).
A nova vida cm Cristo deve manifestar-se nos relacionamentos pessoais do cristão. Paulo dá instruções
específicas para maridos, mulheres, filhos, servos e senhores (3. 1 8 - 4.1).

Colossenses em Relance
.
ENFASE SUPREMACIA DE CRISTO SUBMISSÃO A CRISTO

TEXTO 1.1 1.15 2.4 3.1 3.5 4.7 4.18

DIVISÃO INTRODUÇÃO PREEMINÊNCIA LIBERDADE POSIÇÃO VIVÊNCIA CONCLUSÃO


DECRISTO EMCRISTO DO CRENTE DOCRENTE

DOUTRINÁRIO PRÁTICO
TÓPICOS

O QUE CRISTO FEZ POR NÓS O QUE CRISTO FAZ POR MEIO DE NÓS

LOCAL ROMA

OCASIÃO 60-61 d.C.

Nd.w11 :,· ( 'm1111l,·1,• IJfl11A 11/ llihle M1111s 1111</ ( '/J,111, " ' l 'l' J. l hy I hu111:lh Nd,1111. lm·.

ESBOÇO DE COLOSSENSES
Primeira Parte. A Supremacia de Cristo na Igreja ( 1 . l - 2.23)

1. lnCrodução ...................................................................................................................... 1.1- 14


A. Saudação de Paulo aos Colossenses ............................................................................. 1. 1 , 2
B. Agradecimento de Paulo aos Colossenses .................................................................... 1.3-8
C. Oração de Paulo pelos Colossenses ............................................................................ 1.9-14

330
......
..,

.......
5 "'

1 1 . A Prccn1inê11cia de Cristo .................................................................................... 1.15 - 2.3


A. Cristo f: Preeminente na Criação .............................................................................. 1 . 1 5-1 8

.....
B. Cristo 1� Preeminente na Redenção ........................................................................... 1 . 1 9-23
C. Cristo É Preeminente na Igrej a ............................................................................. 1.24- 2.3

......
111. A Liberdade cm C risto .................................................................................................. 2.4-23
A. Livres de Raciocínios Enganosos ................................................................................. 2.4-7
8. Livres de Filosolías Vãs ............................................................................................. 2.8- 1 O

......
C. Livres do Julgamentos Humanos ............................................................................... 2. 1 1 - 1 7
D. Livres <lc um Culto Impróprio .................................................................................. 2. 1 8, 19

......
E. Livres <lc Doutrinas Humanas ................................................................................... 2.20-23

...
Segunda Parte. A Submissão da Igreja a Cristo (3.1 - 4.18)

......
1. A Posição do Crente ........................................................................................................ 3.1-4

l i . A Vida Prática cio Crcntc ......................................................................................... 3.5 - 4.6

.......
A. Dispam-se do Velho l lorncm ....................................................................................... 3.5-1 1
B. Revistam-se do Novo Homem .................................................................................. 3. 1 2-1 7
C. Preceitos Pessoai� para uma Vida de Santidade ................................................... 3.18 -4.6

......
I l i . Conclusão ....................................................................................................................... 4.7-18
A. Apresentação de Tíquico .............................................................................................. 4.7-9
B. Saudações <los Amigos de Paulo .............................................................................. 4. 10- 1 4

......
C. Observações sobre a Carta ........................................................................................ 4. 1 5- 1 8

Comparação entre Efésios e Colossenses

.... Embora escritas aproximadamente ao mesmo tempo e refletindo temas semelhante�, Etcsios e Colosscnscs
têm, cada um, sua própria ênfase distintiva. Se Efésios pode ser qualificada como a epístola que retrata a

..•..
"Igreja de Cristo". o enfoque <le Colossenscs será. certamente. o "Cristo da Igreja".

Efésios Colossenses

.....
Jesus Cristo: Senhor da Igreja Jesus Cristo: Senhor do Cosmos

.......
Ênfase na Igreja corno corpo de Cristo, Ênfase em Cristo corno o Cabeça
também reafirma Cristo como Senhor da igreja. da igreja e do cosmos.

Menos pessoal e. provavelmente. uma carta circular. Mais pessoal e orientado para a igreja local.

.......
Menciona indiretamente os erros de fal sos ensinamentos Fala diretamente sobre os erros de falsas doutrinas
(a heresia não é um grande perigo). (a heresia é mais ameaçadora).

Temas comuns tratados amplamente. Temas comuns tratados brevemente.

•... 331

...
Cristo Acima de Tudo
O apostolo não discute diretamente com os colosscnscs a respeito de suas doutrinas falsas. Ao contrúrio,
começando no primeiro capítulo Paulo constrói uma argumentação positiva sobre a verdade cristã,
apresentando a preeminência de Cristo cm tudo.

A Preeminência de Cristo

Cristo

No governo Na reconciliação Em conhecimento Na prática pessoal Na vivência cristã


universal e sabedoria
• A imagem visível de • Agrada o Pai • Fonte de todos • Vivemos nole • Elo é nossa vida
Deus (1.15) (1.19, 20) os tesouros de (2 11 -1 3) (3.3)
sabedona e
• Reconcilia-nos por conhecimento • Não há necessidada • Podemos ov,tar
• Agente da criação meio de sua morte (2.2.3) do legahsmo nem a imorali dade
( 1 .16) (1 .2 1 ,22) ntuahsmo (2.8) o abençoar
• Filosofias do mundo outros (3.5-1 4)
• Habita cm nos como não se adaptam
• Mantenedor (1 17) nossa esperança a ele (2.8)
da glória ( 1.27)

• Cabeça da Igreja
( 1 . 18)

Nd.,011� C,1111ph•1e /Jook uf'IJ,Mc· Mt1J'·' 11111/ C/111r1.1 ,,., 199.3 hy l homa, Ncbon. lnc.

Cristo É o Foco
Os primeiros dois capítulos de Colossenscs constituem uma das mais importantes passagens
cristológicas das Escrituras. Enfatizando o papel do Filho como Criador e Redentor e
reconhecendo que"nele habita, corporalmente toda plenitude da Divindade" (2.9). Paulo afirma
a absoluta e completa divindade de Cristo.

Uma Fé Cantante
Como é evidente no Antigo Testamento, a fé hebraica enfatizava a alegria <lc cantar ao Senhor, mas
o Cristianismo é ainda mais profundamente uma fé cantante. Cantar pode tomar o ensino e a pregação
mais eficientes. Os colossenscs deveriam salientar o ministério de ensino e admoestação cantando
�almos, hinos e cântico� espirituais. Examine a lista abaixo.

332
Hinos e Cânticos

Personalidade Descrição Referência Bíblica

Jesus e os discipulos Um hino cantado no cenáculo durante a celebração da Páscoa, antes da prisão de Mt 26.30
Jesus

Maria Cântico de Maria ao saber que ela, uma virgem, daria à luz o Messias Lc 1 .46-55

Zacarias Cântico de alegria no ato de circuncisão de seu filho que seria o precursor do Lc 1.68·72
Messias

Pnulo e Silas Cãnllco de louvor a Deus a meia noite. quando se encontravam presos em Filipos AI 16.25

Todos os Crentes Cânticos espiri tuais de gratidão e alegria que Deus deseja que todos os crentes EI 5.19
cantem Cl3.16

144.000 Crentes O novo cântico dos redimidos no céu, entoado para glorificar a Deus. Ap 1 4.1-3

Quem é Jesus Cristo

Seu
Cristo Relacionamento Sua Obra Divina Seu Nome Divino Sua Natureza Divina
Divino

Evangelho de João O Verbo Criação de Tudo Theos (grego, lit. Deus) Integralmente Deus
(Jo 1 ; 14) (Jo 1 . 1 , 14) (Jo 1 .1-3) (Jo. 1 . 1 , 18) (Jo 1 . 1 8; 14.6)
Glória Radiante Salvação Integralmente Homem
(Jo 1 .14; 14.7) (Jo 1 .12, 13) (Jo 1.14)
Unigênito
(Jo 1.14,18)
Filho
(Jo 3.16)

Epístola aos Filipenses Forma de Deus Salvação Theos (Grego. lit. Deus) Integralmente Deus
(Fp 2) (Fp 2.6) (Fp 2.6·8) (Fp 2.6) (Fp 2.6)
Igual a Deus Integralmente Homem
(Fp 2.6) (Fp 2.7,8)
Servo
(Fp 2.7)

Epistola aos Imagem do Deus Invisível Cri ação de Tudo Theotetos Integralmente Deus
Colossenses (CI 1 :2) (CI 1.15, 19) (CI 1 . 1 6 -18) (grego. lit. Deidade) (CI 1.19; 2.9)
Primogênito Salvação (CI 2.9) Integralmente Homem
(CI 1.15, 18) (CI 1.4, 5, 19-22; (Cl 2.9)
O Filho a quem Deus ama 2.6, 1 3-15)
(CI 1.13)

Epistola aos Hebreus Revelação de Deus Criação de Tudo Theos (grego, lit. Deus) Integralmente Deus
(Hb 1 ; 2) (Hb 1.2) (Hb 1 .2. 3,10) (Hb 1.8) (Hb 1.3)
Primogênito Salvação Integralmente Homem
(Hb 1.6) (Hb 1 .3: 2.10, 1 1 ) (Hb 1.6; 2.14-18)
Filho (Hb 1.2. 5, 8)

333
1 e 2 TESSALONICENSES
Escrevendo com gratidão e afeição para uma igreja que havia visita<lo rapidamente, as epístolas de
Paulo aos Tessalonicenscs oferecem palavras <lc [mimo a uma igreja fiel mas sofredora, enfocando
particulannente o incentivo proporcionado pela promessa do retorno de Cristo.

Autor

A autoria paulina de I Tcssalonicenscs não foi disputada até o século 19 , quando críticos radicais
arh'llmentaram que a escassez de conteúdo doutrini1rio tornava sua autenticidade suspeita. N a realidade,
a proporção de ensino doutrinária varia grandemente nas epístolas de Paulo. e I Tcssaloniccnses foi
escrita para lidar com uma questão doutrinária especifica - o retomo <le Cristo.
A evidência externa da autenticidade de 2 Tcssalonicenses é ainda mais forte que para a primeira
epístola. Internamente, vocabulário, estilo e conteúdo doutrinário confirmam as alegações encontradas
cm 2 Tcssaloniccnscs 1.1 e 3.7 de que esta carta foi escrita por Paulo.

Data
Ambas epístolas aos Tcssaloniccnscs foram escritas durante a segunda viagem missionária de Paulo,
o que as coloca entre os primeiros livros escritos do Novo Testamento. Depois de breve pem1anência
cm Tcssalônica, capital da Macedônia. Paulo viajou para o sul, passando por Bcréia e Atenas, e

llBJJJ
� chegando até Corinto. onde passou dezoito meses. Durante a primeira parte da sua estadia em
Corinlo, 51 e 52 <l.C., o apóstolo escreveu I Tcssalonicenses.
Veja o mapa. "Primeira e Segunda Viagem de Paulo". às páginas 293, 294.
Meses mais tarde, enquanto ainda estava cm Corinto, Paulo recebeu notícias de Tessalônica,
informando que seu ensino sobre o dia do Senhor havia sido mal compreendido por alguns membros
daquela igreja. O apóstolo escreveu então uma segunda carta, 2 Tessalonicenses. para corrigir tais
mal-entendidos e confortar novamente a igreja.
No tempo de Paulo, Tessalônica era um importante porto marítimo e capitnl da província romana da
Macedônia. Esta próspera cidade ficava localizada sobre a Via Egnátia, estrada principal que ligava
Roma ao Oriente, e podia ser vista do monte Olimpo. legendário lar <lo panteão grego.
Com aproximadamente 200.000 habitantes no l º século d.C., Tessalônica tinha uma população judaica
considerável e o monoteísmo ético da religião judaica atraín muitos gentios que se sentiam
desencantados com o paganismo grego. De acordo com I Tessnloniccnses 1.9 e 2.14-16 a maioria
<los convertidos cm Tessalônica eram gentios vindos da idolatria.

Temas e Estrutura Literária


Após a separação forçada ocorrida entre Paulo e os tcssalonicenses (At 17.1-9), o apóstolo sentiu
uma crescente preocupação a respeito do progresso na fé demonstrado pelos crentes daquela igreja.
l Tcssalonicenses foi escrita para louvar e estimular os crentes de Tessalônica, que sofriam perseguição,
e para consolá-los a respeito de seus queridos que haviam morrido em Cristo. O tema do retomo de
Cristo repete-se ao longo da epístola, e I Tessalonicenses 4.13 -5. l I nos dá uma das mais completas
apresentações desta verdade essencial encontrada no Novo Testamento. A ca1ia divide-se cm duas
seções principais: reflexões pessoais de Paulo sobre os tessalonicenses
(caps. l - 3), e instruções do apóstolo aos tcssalonicenses (caps. 4 - 5).
334
Com rd�rêncta ii doutrina da Segunda Vinda, que constitui o tema central de ambas as cartas,
1 Tcssalonicenses enfatiza a eminência da vinda do Senhor, no passo que 2 Tessalonicenses observa
que certos eventos precederão o fim. Assim, as Escrituras apresentam a volta do Senhor tanto em
tcm1os de sinab como de algo repentino. Alguns cristãos concluíram que
1 Tessaloniccnses fola de um �mebatamcnto da igreja que precederá o dia do Senhor, enquanto
2 Tcssaloniccnses fala a respeito do julgamento de Cristo sobre o mal. Outros, considerando que a
intenção primária lk Paulo nestas epístolas é salientar o conforto que a esperança da vinda de Cristo
traz para os cristãos (assim como afimrn o engano de se pensar que não é mais preciso trabalhar
diante <la iminência da volta de Cristo), têm argumenta<lo que Paulo não está apresentando uma
cronologia detalhada do final <los tempos. Ao contrúrio, estes cristãos crêem que Paulo estil salientado
tanto a necessidade constante de estarmos prontos para a vind.t do Senhor, como ao mesmo tempo,
de scnnos diligente:) no trabalho de Deus nu terra.

1 Tessalonicenses em Relance
ENFASE REFLEXÕES SOBRE OS INSTRUÇÕES AOS TESSALONICENSES
TESSALONICENSES

TEXTO 1.1 2.1 2.17 4.1 4.13 5.1 5. 12 5.28

DIVISÃO ELOOIO FUNDAÇÃO FORTALECENDO ORIENTAÇÃO OS MORTOS O DIADO SANTIDADE


PELO DA IGREJA A IGREJA PARAO EM CRISTO SENHOR DE VIDA
CRESCIMENTO CRESCIMENTO

TÓPICOS
EXPERIÊNCIA PESSOAL EXORTAÇÃO PRÁTICA

....,.
OLHANDO PARA O PASSADO OLHANDO PARA O FUTURO

LOCAL ESCRITA EM CORINTO


;a
OCASIÃO

..,...
51 d.C.

\.-f,,,,,, <'w111,l,·1, /111114 o/ /11/,/,· AI,,,,. 11ml ( '/1111 1, ,., l <J'H hy ·1 homa, Nclsw,. llll

Comparação do Enfoque em 1 e 2 Tessalonicenses

.....
1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses

Fala sobre como os tessalon,censes foram evangelizados Fala sobre como os tessalonicenses estão sendo edificados,
quando receberam a Palavra de Deus mencionando seu progresso na fé, no amor e na paciência ·

,.,. Enfatiza a iminência e importância do Dia do Senhor Corrige os mal-entendidos sobre o retorno do Senhor

..... Os santos são confortados e Incentivados Os santos são assegurados acerca do julgamento de

.._.
Deus sobre seus inimigos

2 Tcssaloniccnscs é a continuação teológica de I Tcssalonicenses. Pouco tempo depois de receberem


a primeir.i carta de Paulo, algun:) membros da igreja caíram na artimanha de falsas doutrinas afirmando
que o dia final do Senhor jú estava cm curso. Paulo escreve esta curta breve parn corrigir este erro,
mostrnnd0 4ue certos eventos bem identilicávcis deveriam preceder este dia final do Senhor, e
estimulan<lo os crentes de Tcssalõnica, cuja fé estava sendo testada pela perseguição. Falando sobre
o problema daqueles que se recusavam a trabalhar por pensarem que o fim estava próximo, ou
mesmo sobre eles, Paulo animava a todos a que comparecessem aos seus trabalhos para não viverem
às expensas dos outros. 2 Tessalonicenses pode ser dividida cm três seções principais: incentivo aos
que eram perseguidos (cap. 1 ): explanação sobre o Dia do Senhor (cap. 2); e exortação à igreja (cap. 3).

335
ESBOÇO DE 1 TESSALONICENSES
1. Rcílc,õcs Pessoais sobre os Tcssaloniccnscs ........................................................... 1.1 - 3.13
A. Elogio à Igreja ............................................................................................................ 1. 1 - 1 O
B. Paulo Fundou a Igreja ................................................................................................. 2 . 1 - 1 6
C. Timóteo Fortaleceu a Igreja ................................................................................. 2. 1 7 1 13

l i . Instruções aos Tcssaloniccnscs .................................................................................. 4.1 - 5.28


A. Instruções para o Crescimento ................................................................................... 4 . 1 - 1 2
B. Revelação sobre os Mortos cm Cristo ...................................................................... 4. 1 3 - 1 8
C. Explicação sobre Dia do Senhor ............................................................. ,.................... 5.1- 1 1
D. Instruções para uma Vida Santa ............................................................................... 5. 1 2-22
E. Conclusão .................................................................................................................. 5.23-28

2 TessaJonicenses em Relance
ÊNFASE INCENTIVO NA PERSEGUIÇÃO EXPLICAÇÃO SOBRE O DIA EXORTAÇAO
OOSENHOR À IGREJA

TEXTO 1., 1.5 1.11 2 .1 2.13 3.1 3.6 3.18

DIVISÃO GRATIDAO PELO ENCORAJAMENTO SÚPLICA EVENTOS CONFORTO ESPEREM RETIRADA


CRESCIMENTO NA PERSEGUIÇÃO PELA ANTERIORES PARA OS
BÊNÇAO CRENTES PACIÊNCIA

CRENTES DESANIMAOOS CRENTES INQUIETOS CRENTES DESOBEDIENTES


TÓPICOS
CORREÇÃOOO
GRATIDÃO PELA VIDA DELES INSTRUÇÃO NA OOUTRINA COMPORTAMENTO

LOCAL ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO 51 d.C.

N,•l.rnn 's Comph•tl' Bm,J. 11/ JJ1l>lt' M11p, 1111d C/11111, • 199.l hy lhoma, ,ciwn. lii.

ESBOÇO DE 2 TESSALONICENSES
1. 1 nccn tivo na Perseguição .............................................................................................. 1 . 1-1 2
A. Gratidão pelo Crescimento ........................................................................................... 1. 1-4
B. Encorajamento na Perseguição ................................................................................... 1 .5-1O
C. Súplica pela Bênção de Deus .................................................................................... 1 . 1 1 . 1 2

1 1 . Explanação sobre o Dh1 d o Senhor .............................................................................. 2 . 1- 17


A. Eventos que Precedem o Dia do Senhor .................................................................... 2. 1 -12
IJ. Conforto do Crente no Oia <lo Senhor ...................................................................... 2. 1 3- 1 7

I l i. Exortação à Igreja ......................................................................................................... 3.1 -1 8


A. Esperem Pacientemente por Cristo ............................................................................... 3.1-5
B. Afastem-se dos Desordeiros ....................................................................................... 3.6- 15
C. Conclusão ................................................................................. , ........................ , ....... 3.1 ó-1 8

336
....
..--
....

1 e 2 TIMOTEO
..
..
iit

....
Em I e 2 Timóteo o idoso e experimentado apóstolo Paulo escreve a seu protegido Timóteo, um
iil
a (:f, jovem pastor enfrentando pesadas responsabilidades. As cartas de Paulo dão a Timóteo ânimo no
ministério c instruções tlétalhatlas sobre organi,açào e vida da igreja.

Autor
A partir do início tio século 1 9 as Epístolas Pastorais ( 1 e 2 Timóteo e Tito) têm sitio mais atacadas do
que qualquer outra epístola de Paulo no que diz respeito à sua autoria. A semelhança existente entre
estns epístolas exige que sejam consideradas cm conjunto nesta questão de autoria.

..
A cvi<lência externa apoia a autoria paulina. Os pais pós-apostólicos da igreja, como Policarpo e
Clemente de Roma, as rncncionnm, e estas cartas são identificadas como paulinas desde o tempo de
lrincu e Tertuliano. Dentre as epistolas de Paulo. apenas Romanos e Coríntios gozam de uma
autenticação mais expressiva.
Alguns estudiosos, entretanto, consideram estas cartas "falsificações piedosas" surgidas durante o
iíl 2" século tle nossa era. Entre as razões citadas para apoiar esta posição, incluem algumas diferenças

..•..
de linguagem, e a alegação de que a forma <lc governo eclesiástico aparente nas cartas pastorais.

a
reflete um período posterior a Paulo. Embora haja diferenças entre as pastorais e as demais epístolas
paulinas, tais diferenças são adequadamente explicadas pelo fato de que as outras epístolas foram
� dirigidas a igrejas, e as pastorais foram escritas para indivíduos. Algumas diferenças lingíiísticas
podem ser devidas ao fato Je que Paulo usou um amanucnsc ou secretário, provavelmente Lucas, ou
simplesmente pelo fato de que a diversidade de assunto produziu a diversidade de vocabulário. Além

...
disso, a suposição de que estes livros são falsificaçõcs sugere que o pretenso autor/compilador foi,
deliberadamente. fraudulento. Deve-se notar tumbém que estas cartas diferem muito de escritos

•• reconhecidamente pós-apostólicos e pseudo-epigráficos. Finalmente, elas mio tratam de problemas


comuns no 2" século, como gnosticismo, por exemplo.


••
..
,.
,. Data

Nestas cartas Paulo escreve a Timóteo, o qual, durante a segunda viagem missionária, havia se

......
tomado um assistente muito próximo do apóstolo (At 1 6. 1 -3). Baseado na reconstrução histórica
abaixo, 1 Timóteo foi escrita cm cerca de 63 d.C., e 2 Timóteo por volta de 67 d.C.
A autoria paulina das Epístolas Pastorais depende das seguintes circunstâncias: da libertação de ,
Paulo de sua prisão cm Roma (At 28). da continuação de seus esforços missionários e de uma
segunda prisão cm Roma. Infelizmente, a ordem dos eventos só pode ser reconstruída a partir de

....
alusões e:-.parsas, pois não dispomos de uma fonte histórica, como o livro de Atos, que narre os
últimos anos do apóstolo. A n.:construção que se segue é apenas provisória.

_.
Como esperava (f-1 1 , 19,25,26: 2.24), Paulo foi libertado de sua prisão cm Roma (63 d.C.). Cumprindo
promessa feita aos filipenscs (ri 2. 19-23). ele enviou Timóteo a Filipos para relatar as boas-novas.

....
Paulo dirigiu-se a Éfeso (apesar de sua expectativa anterior, mencionada cm Atos 20.38), e para
outras igrejas da Ásia, como Colossos (veja Filemom 22). Quando Timóteo reuniu-se a ele cm Éfeso,

i4 337
o apóstolo instruiu seu assistente a"pem1aneccr cm Éfeso ( 1 Tm 1 .3 ), enquanto ele próprio viajava para
a Macedônia. Quando percebeu que po<lcria demorar-se na Macedônia. Paulo escreveu I Timóteo
(e. 63 d.C.) talvez de Filipos (1Tm. 3 . 1 4, 1 5). Depois de cnconlrar-se com Timóteo cm Éfeso, o apóstolo
viajou para a ilha de Crela onde, após um período de ministério. deixou Tito para continuar o trabalho
(Tt 1.5). De Corinto, Paulo escreveu a carta a Tito (e. 63 d.C.). aproveitando o fato de que Zcnas e
Apolo estavam de pai1i<la para uma viagem que os faria passar por Creta (Tt 3. 1 3 ). O apóstolo pede a
Tito que vá encontrar-se com ele cm Nicópolis. tão logo seu substituto chegue a Creta (Tt 3.1 2).
Se Paulo foi à Espanha como havia planejado (Rm 1 5.24.28). ele provavelmente partiu cm companhia
de Tito para aquela província ocidental. depois de haver passado o inverno cm Nicópolis. A tradição
da igreja primitiva sustenta que Paulo realmente foi à Espanha, e que talvez tenha permanecido ali
durante o período de 64-66 d.C. Retornando :i Grécia e :.i Ásia - passando por Corinto, Mileto e
Trôade (2Tm 4.1 3,20), o apóstolo foi preso pela segunda vez, provavelmente cm Trôade, onde deixou
seus valiosos livros e a capa (2Tm 4. 13). Após ser preso, Paulo foi encarcerado cm Romn. tendo
escrito 2 Timóteo de sua cela na prisão.

1 Timóteo em Relance
ÊNFASE DOUTRINA CULTO PÚBLICO FALSOS DISCIPLINA DA MOTIVAÇÃO
MESTRES IGREJA PASTORAL

TEXTO 1.1 2.1 4.1 5.1 6.1 6.21

DIVISÃO PROBLEMA LIDERANÇA E PRESERVAÇÃO RECOMEN�AÇÕES MOTIVAÇÃO


DAS FALSAS CULTO PÚBLICO DA VERDADEIRA PARA VIUVAS E PASTORAL
DOUTRINAS DOUTRINA PRESBÍTEROS

AVISO CULTO SABEDORIA VIÚVAS RIQUEZA


TÓPICOS
PERIGO DE FALSA ORIENTAÇÃO PARA DEFESA CONTRA DEVERES PARA LIDANDO COM
DOUTRINA O CULTO FALSOS MESTRES COM OUTROS RIQUEZA

LOCAL ESCRITA DA MACEDÕNIA

OCASIÃO 62-63 e.d.e.

Ndrn11 :ç Cm1111te1e Book o/' !Jihle Map.,· ,111d Charts t, 1993 by f"homa, Nelson, lnc.

Evidências do SeSluidor de Cristo


• Manifesta as "belas atitudes" expostas por Jesus em seu Sermão da Montanha (MI 5.3-16)

• Pensa com a mente transformada, expressa um espírito de amor genulno. e mostra respeito pela autoridade
(Rm 12.1,2; 13.1 ·7)

• Reflete o estílo de vida do amor (1Co 13)

• Manifesta o fruto do Espírito anunciado por Paulo (GI 5.22-26)

• Alegra-se sempre, ora sem cessar e em tudo dá graças (1Ts 5.16-18)

• Realiza obras de fé e compaixão (Tg 2.14-17), controla a língua (3.1-11), e é reconhecido por sua sabedoria (3.13)

• Mantém-se firme na verdade sobre Jesus (2Jo 4; 3Jo 3-4) e a defende (Jd 3)

338
....
....•
..•... Comparação entre as Duas Pri�ões de Paulo em Roma

..•..
Primeira Prisão Segunda Prisão
Atos 28 - Escreveu as Epístolas da Prisão 2 Timóteo
Acusado pelos judeus de heresia e sedição Perseguido por Roma e preso como criminoso contra o Império

.......
Perseguições locais esporádicas (60-63 d.C.) Perseguição sob Nero (64-68 d.C.)
Condi ções decentes de vi da em casa alugada (At 28.30,31) Condições precárias num calabouço frio e escuro
Muitos amigos o visitaram Praticamente sozinho (apenas Lucas estava com ele)
Muitas oportunidade de testemunho cristão Oportunidades de testemunho muito restritas
Estava otimista quanto a sua libertação (Fp 1.24-26) Aguardava a sua execução (2Tm 4.6)

..... Temas e Estrutura Literária

.....
.......
Em sua primeira ca11a a Timóteo, Paulo procura orientar seujovem e menos experimentado cooperador
em suas pesadas responsabilidades como supervisor <lo trabalho cm Éfeso e outras cidades da Ásia.
A carta é, na realidade, um desafio a Timóteo para cumprir u tarefa que cst:'t diante dele: combater os

.......
falsos ensinamentos com boa doutrina, preparar uma liderança qualilicada, ensinar a Paluvra de
Deus, e encornjar uma conduta cristã. Em razão do caráter pessoal e familiar. esta carta é estruturada
livremente ao rc<lor de cinco incumbências que linalizam ca<la seção ( 1 . 1 8-20; 3. 14- I 6; 4. I l -20;
5.2 1 - 1 5; 6.20,2 1 ).
Estas seções tratam de: doutrina (cap. 1 ), culto público (caps. 2 - 3), o perigo de falsos mestres (cap .
4), disciplina da igreja (cap. 5), e motivação pastoral (cap. 5) .

.....
Em 2 Timóteo Paulo escreve como alguém que sabe que seus dias na terra estão rapidamente
chegando ao fim. Aproximando-se a hora de abandonar seus fardos. o santo apóstolo procura desafiar

.._...
e fortalecer seu auxiliar Timóteo, um jovem fiel, mas um tanto tímido, cm seu dificil trabalho em
Êfeso. Apesar das condições desanimadoras, esta é uma carta de incentivo que leva Timóteo a

_. prosseguir no cumprimento de sua tarefa divinamente designada. Em 2 Timóteo o fato central para
todas as coisas é o seguro fundamento da Palavra de Deus. Paulo aponta a necessidade de perseverar
durante as presentes provações (caps. 1 e 2), e suportar as futuras (caps. 3 e 4).
Os encargos que Paulo atribui a Timóteo (resumidos cm 2Tm 4. 1 -5), apresentam um resumo

......
apropriado da conduta essem:ial <la conduta de um ministro do evangelho.

..... Ministério de Timóteo


Porque...

.......
Timóteo Deve ...

Participar dos sofrimentos do evangelho (1.8; 2.3) Por sua participação outros serão salvos (2.1O)

......
Manter a boa doutrina (1.13; 2.15) Falsa doutrina se espalha e leva à íniqüidade (2.16, 17)
Fugir das paixões da mocidade (2.22) Ele deve ser puro e separado para o trabalho do Mestre (2.21)
Evitar contendas (2.23-25) Deve orientar outros gentilmente à verdade (2.24-26)

......
Pregar o evangelho Insistentemente (4.2) Aproxima-se a grande apostasia (4.3,4)

Nl'i.\lJII :, C11111pler,• IJ111Jk 11} IJiM,• M111>s wul Clwn, 9 1993 by Thomas Ndson. lnc.

ESBOÇO DE 1 TIMÓTEO
1. Incumbência com Relação à Doutrina ....................................................................... 1. 1-20
� A. A Incumbência Anterior de Paulo a Timóteo .............................................................. 1 . 1 - 1 1
B. A Incumbência Anterior de Cristo a Paulo ............................................................... 1 . 1 2-17
C. Primeira Incumbência: "Combater o Bom Combate" ............................................... 1 . 1 8-20

339
1
li. Incumbência Relativa ao Culto Público ............................................................... 2.1 - 3.16
A. Oração no Culto Público ............................................................................................... 2.1-8
8. Mulheres no Culto Público ......................................................................................... .. 2.9-15
C. Qualificações para os Bispos ......................................................................................... 3.1-7
D. Qualificações para os Diáconos .................................................................................. 3.8-13
E. Segunda Incumbência: "Ciente de como proceder bem na Casa de Deus" .............. 3.14-16

I l i. Incumbência sobre os Falsos Mestres .......................................................................... 4.1 -1 6


A . Cuidados com o Falsos Mestres ................................................................................... 4. 1 -5
13. Instrução para o Verdadeiro Mestre ............................................................................ 4.6-1O
C. Terceira Incumbência: "Não negligencie o dom'' ...................................................... 4.11- 1 6

IV. Incumbência com Relação à Disciplina da Igreja ...................................................... 5.1-25


A. Como Relacionar-se com todas as Pessoas .................................................................. 5.1. 2
B. Con10 Tratar as Viúvas ...................................................................... .... ..... ................. 5.3 - 1 6
C . Como Tratar o s Presbíteros ....................................................................................... 5.1 7-20
D. Quarta Incumbência: "Observa estas Coisas sem Prevenção .................................. 5.21-25

V. lncun1bência sobre Motivos Pastorais ......................................................................... 6. t-21


A. Exortação aos Santos .................................................................................................... 6.1.2
B. Exortação à Santidade com Contentamento ................................................................ 6.3-16
C. Exortação aos Ricos .......................................................................................... ........ 6.17-19
D. Quinta Incumbência: ''Guarda o que te Foi Confiado" .............................................. 6.21 ,22

2 Timóteo em Relance
ÊNFASE PERSEVERANÇA NAS PRESENTES PROVAÇÕES RESISTÊNCIA NAS FUTURAS PROVAÇÕES

TEXTO 1.1 1.6 2.1 3. 1 4.1 4.6 4.22


GRATIDÃO TIMóTEOÉ
CARACTERÍSTICAS APROXIMA-SE RESPONSABILIDADE APROXIMA-SE
DIVISÃO PELA FÉ RELEMBRADO
DEUM O DIADA DEPREGAR AMORTE
OUEHÁ DE SUAS
EMTIMÓTEO RESPONSABILIDADES MINISTRO FIEL APOSTASIA PALAVRA DE PAULO

PERSEVERANÇA PROTETOR DO
PODER DO EVANGELHO PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
TÓPICOS
DO EVANGELHO EVANGELHO

LEMBRANÇA REQUISITOS RESISTÊNCIA PEDIDOS

LOCAL
'
PRISÃO ROMANA
OCASIÃO e. 67 d.C.

Nds1111 s Complete Book o( Bihle Maps a,11/ Clwrfs «� 1993 by Thomas Nelson, ln<.:

ESBOÇO DE 2 TIMÓTEO
1. Perseverança nas Presentes Provações ................................................................... 1.1 -2.26
A. Gratidão pela Fé que Há cm Timóteo ...................................................... , .................... 1 . 1 -5
13. Timóteo É Relembrado de suas Responsabilidades ................................................... 1 .6-1 8
C. Características de um Ministro Fiel ............................................................................ 2.1-26

11. Resistência nas Futuras Provações ......................................................................... 3.1-4.22


A. Aproxima-se o Dia da Apostasia ................................................................................. 3. 1 -17
B. Responsabilidade de Pregar a Palavra ........................................ ............. ..................... 4.1-5
C. Aproxima-se a Morte de Paulo ................................................................................... 4.6-22
340
t•••s•----------------------·--�·__ ....____llill!ll�
..._.a,


íl
EPÍSTOLA
A TITO
Como I Timóteo, Tito foi escrita por Paulo para um auxiliar que trabalhou como seu representante
apostólico. Esta breve c:111a destaca o papel e a responsabilidade de Tito na organização e supervisão
das igrejas na ilha de Creia.

Autor

r
A autoria paulina das Epístolas Pastorais ( l e 2 Timóteo e Tito) tem sido objeto de controvérsia na
idade moderna. Entretanto, a evidência que apoia a autoria Paulina destas epistolas é substancial e a
� .
altcmat;va de considcr.i-las como "falsi licaçõcs piedosas, não é accitávcl ( veja Autor cm I e 2 Timt\tco),
1
a �

.. Data
a
•... Embora a cronologia necessite ser reconstruída a partir de comentários acidentais que encontramos
ao longo das Epistolas Pastorais, possivelmente o livro de Tito foi escrito cm c. de 63 d.C., após a

•,;a
libertação de Paulo de sua prisão cm Roma, relatada em Atos 28, e logo após a composição de 1


lR Timóteo. Veja Data de I e 2 Timóteo para uma consideração mais dctalhadn da cronologia da vida de
Paulo após o término do livro de Atos.

......
A ilha mediterrânea de Creta tem cerca <lc 96 km de comprimento por 1 9 km de largura. Seus
habitantes no primeiro século de nossa era eram conhecidos por sua desonestidade e imoralidade
( 1.12, 1 3) e a expressão "agir como um cretense" 1ransforrnou-se cm dito popular que significava
"ser mentiroso". Vários judeus de Creta estavmn presentes cm Jerusalém no dia <le Pentecostes
.a (At 2.1 1 ) e, possivelmente, alguns creram cm Cristo e levaram o evangelho para o seu país. Emborn

•...
,i1t
Paulo tenha sofri<lo um naufrúgio cm Creta durante sua viagem para Roma (At 27.7- 1 3), ele teve,
provavelmente, pouco tempo para desenvolver um ministério ativo durante aquele breve período. O
apóstolo pregou o evangelho pelas cidades de Creta após ter sido libertado de sua prisão cm Roma,

......
deixando Tito na ilha para tcnninar de organizar as igrejas (1.5) .
.a
_. Temas e Estrutura Literária
Pouco tempo depois de haver deixado Creta. Paulo escreveu esta carta para animar e ajudar Tilo cm
sua turcfa de organizar as igrejas. A epístola salienta a boa e sã doutrina e adverte sobre aqueles que
distorcem a verdade. Ao mesmo tempo é um manual de conduta que enfatiza as boas obras e o
comportamento próprio <li.! vúrios grupos dentro dél igreja. Tito se divide cm <luas seções principais:
ordene presbíteros (cap. 1 ) e coloque tudo em ordem (caps. 2,3).
Sublinhando as instruções de Paulo. permanl.!cc a ,·crdade de que Cristo está construindo sua igreja,
escolhendo cuidadosamente as pedras que compõe esta habitação de Deus. A divindade de Cristo e
sua obra redentora são esplendidamente afinnadas cm 2 . 1 3. 14, e Paulo apresenta a segunda vinda
de Cristo como um incentivo para viver-se uma vida santa (2. 12, 13 ).

341
Tito em Relance

ÊNFASE ORDENE RESBÍTEROS COLOQUE TUDO EM ORDEM

TEXTO 1.1 1.10 2.1 3.1 3.15

ORDENE PRESBÍTEROS REPREENDA FALSOS ENSINE A SÃ DOUTRINA MANTENHA AS BOAS


DIVISÃO QUALIFICADOS MESTRES OBRAS

PROTEÇÃO DA SÃ DOUTRINA PRÁTICA DA SÃ DOUTRINA


TÓPICOS

ORGANIZAÇÃO ENGANADORES OPERAÇÃO OBEDIÊNCIA

LOCAL PROVAVELMENTE ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO c. 63 d.C.

Ni• /11111 :., C11111ph•t<' /Jook 11/ /Jih/c M11111 1111</ C/wrts , 1993 hy 1 homas Nd,011, lm:

l lomens e mulheres.jovens e velhos, todos têm uma missão vital pnrn cumprir na igreja, se realmente
desejam ser exemplos vivos da doutrina que professam. Ao longo de sua carta a Tito, o apóstolo
enfatiza a operação prática e necessúria da salvação na vida diária tanto dos presbíteros como dos
membros da congregação.
Veja o quadro: "Palavras de Paulo a Tito" abaixo.

ESBOÇO DE TITO
1. Ordene Presbíteros ........................................................................................................ 1 . 1 - 1 6
A. 1 ntrodução .. .... . ... ....... . .. .. ... ...... . ... ... ........... .. ... .... ............ ......... ... ......... ... . . ... ..... ... ...... . ... 1. 1 -4
B. Ordene Presbíteros Qualificados .................................................................................. 1.5-9
C. Repreenda Falsos Mestres ........................................................................................ 1 . 10- 1 6

li. Coloque Tudo cm Orden1 ......................................................................................... 2.1 -3.15


A. Ensine a Sã Doutrina .................................................................................................. 2 . 1 - 1 5
B. Mantenha as Boas Obras ............................................................................................. 3 . 1 - 1 1
C. Conclusão ................................................................................................................. 3. 1 2- 15

Palavras de Paulo a Tito


Aos cretenses: Ignorem fábulas e mandamentos falsos (1 14)
Aos homens idosos: Sejam sóbrios, respeitáveis, confiantes, amorosos e pacientes (2.2)
Às mulheres idosas: Sejam sóbrias, ensinem o que é bom, não caluniem e não bebam muito vinho (2.3)
Às mulheres Jovens: Se1am discretas, boas donas de casa. amem seus maridos e filhos (2.4.5)
Aos homens jovens: Se1am critenosos, pratiquem boas obras e mantenham a sã doutrina (2.6-8)
Aos servos : Sejam obedientes e respeitem seus senhores (2.9, 1 O)

Vdw11 :, C11111ph•11• Hool. 11/ 81/>le M11p., um/ Cl,111ti • 1991 by Thom:i, Nchon. lnl.

342
iiil

-
�_......
.

a

iil
_______________,....__...a==�2;

a
a FI LEMOM
•..
.a

A mais curta das epístolas <le Paulo (apenas 334 palavras n o texto grego), é u m modelo de cortesia,
discrição e profundo interesse no perdão de alguém que. cm outras circunstâncias, teria de enfrentar
severas conscqü6ncias.

l
Autor

�/.f' O consenso geral <los eruditos reconhece f-ilcmom como tendo sido escrita por Paulo. Não teria
havido nenhuma razão doutrinária que a motivasse. Externamente esta posição é apoiada por uma
��
tradição consistente, e internamente por não menos do que três referências a Paulo (vs. 1,9,19).

Data
Filcmom é uma das quatro epístolas da prisão (Efésios, Filipenses e Colossenses são as outras três).
Foi escrita em 60 ou 61 d.C. e enviada juntamente com Colosscnses. durante a primeira prisão de
Paulo em Roma. O versículo 22 reflete a esperança do apóstolo de ser libertado da prisão.
Reconstruindo os antecedentes desta carta podemos perceber que o escravo chamado Onésimo afrontou
seu senhor e fugiu para Roma, onde podia encontrar relativa segurança no meio da multidão. De
alguma fom1a Onésimo entrou cm contato com Paulo, que o levou a Cristo. Sabendo que Onésimo

•..
tinha a responsabilidade de rctornar a Filcmom, Paulo mandou-o de volta a Colossos na companhia
de Tíquico, levando esta carta.
Filemom residia cm Colossos e havia sido evangelizado por Paulo (v. 19), talvez num encontro que

......
tiveram em Éfeso, durante a terceira viagem missionária. A casa de Filemom era suficientemente


grande para servir como ponto de reunião para a igreja em Colossos (v.2). Filemom havia sido
benevolente com outros crentes (vs. 5-7) e seu filho Arquipo evidentemente ocupava uma importante
posição de liderança na igreja (Cl 4.17; Fm 2). Filcmom pode ter tido outros escravos além de

....•
Onésimo e não era o único a possuir escravos entre os crentes de Colossos (Cl 4.1). Portanto, esta
ca1ia fornece diretrizes para os relacionamentos entre senhores e escravos.

..••
Temas e Estrutura Literária
Esta carta delicada e profundamente pessoal pode ser dividida em três partes: oração de gratidão por
Filemom (vs. 1-7); petição de Paulo em favor de Onésimo (vs. 8-16); e a promessa de Paulo a
Filcmom (vs. 17-25).
A epístola de Paulo a Filcmom é um testemunho do poder e da graça de Deus em Cristo Jesus e do

•...
......
amor cristão que une os crentes. Embora fosse, legalmente, um ladrão e um fugitivo, Onésimo, o
escravo de Filcmom, havia sido transformado pela graça de Deus e era agora um irmão amado de
Filcmom (v.16) .

..
Veja quadro: "Como Age o Amor", na próxima página .

343


Filemom em Relance

ÉNFASE ORAÇÃO DE GRATIDÃO PETIÇÃO POR ONESIMO PROMESSA A FILEMOM

TEXTO 1 8 17 25

DIVISÃO ELOGIO AO AMOR DE FILEMOM INTERCESSÃO POR ONÉSIMO CONFIANÇA NA OBEDIÊNCIA


DE FILEMOM

LOUVOR A FILEMOM APELO DE PAULO PENHOR DE PAULO


TÓPICOS
CARÁTER DE FILEMOM CONVERSAO DE ONÊSIMO CONFIANÇA DE PAULO

LOCAL ROMA

OCASIÃO c. 60-61 d.C.

\d.m11 :, C111111il,·11• Bo,,J, of Ui/ih- M11p., mui Clwn, ,� 199\ by I homa� Ncl,on. 1111:.

ESBOÇO DE FILEMOM
1. Oração de Gratidão por Filen1orn ..................................................................................... 1-7

11. Petição de Paulo cn1 favor de Onésin10 ........................................................................... 8-16

111. Pron1c�sa de Paulo a Filcrnom ....................................................................................... 1 7-25

Como AQe o Amor

Agradece pelo que hà de


melhor nos outros (v.4)

Relaciona-se Procura o bem estar


honestamente dos outros (v.10)
Amor
com os outros (v. 12)
Cristão

Leva as cargas Acredita o melhor a


dos outros (v. 18) respeito dos outros (v.21 )

\'.-1."m\ ('r,mph•tc· llnoÁ t1/ IJ1/,h 1/up, u111/ Clwn, ' t•N3 by lhoma� r-.cl,on. lnc

344
.. ...,... -
_ �- �·· •
&

HEBREUS
l lebrcus pcnrnmcce único entre as epístolas do Novo Testamento cm estilo e abordagem, sendo
também o único livro do Novo Testamento cuja autoria continua sendo um verdadeiro mistério. Este
profundo documento desenvolve uma argumentação cm favor da superioridade de Cristo usando um
raciodnio cumulativo no qual Cristo é apresentado como ''o melhor" em todos os aspectos.

Autor

11
Apesar das muitas sugestões apresentadas. o autor de l lcbreus permane<.:e desconhecido. Clemente
de Alexandria (c. 150-2 1 5 d.C.) propôs o nome de Paulo como autor acrescentando que Lucas teria
traduzido o livro para o grego. Orígcnes (e. 185-253 d.C.) concluiu que as idéias eram paulinas, mas
a fraseologia e composição eram de alguém que estaria relembrando os ensinos do apóstolo (por
exemplo, Clemente de Roma ou Lucas). Muitos outros têm sido apresentados como possíveis autores.
13amabé (sugerido por Tertuliano); Apolo (por Lutero); Filipe, o evangelista (por William Ramsay);
Priscila e Áquila (por Adolfo von Ilamack). A antiga e famosa observação de Origcncs ainda é
vúlida: "Quem é o autor desta epistola, só Deus sabe. "

Data

O lugar de onck llebreus foi e-;crito também é tlesconhccido, mas é possível chegar-se a uma estimativa
razoC,vcl quanto à ocasião. 1 lcbrcus foi citatlo por Clcrm:ntc de Roma ao redor do ano 95 de nossa

I&
cra, mas o fato dc não haver menção do término tio sistema sacri licial do Antigo Testamento ocorrido
e com a destruição dl.! Jerusalém cm 70 d.C., indica qul.! o livro foi escrito cm data anterior a esta.
Timóteo ainda era vivo ( 1 2.23 ), a perseguição cn.:scia e o velho sistema judaico estava prestes a ser
cncerrntlo ( 1 2.26,27). Tudo isto sugere uma data entre 64-68 d.C.
Os destinatários deste trabalho eram crentes que lwviam crido pela pregação tlc testemunhas oculares
� de Cristo (2.3). Haviam suportado tlifü:uldatlcs por cau-,a tle sua firmeza no evangelho ( 10.32-34),
mas corriam perigo de abandonar u fé. A repetição dos argumentos cm favor da superioridade de

_.
� Cristo e de seu sacri ficio em relação a Moisés e o sistema sacrificial do Antigo Testamento indica que
os destinatários eram. provavelmente, judeus crist:ios, cm perigo de voltar para o Judaísmo.


Temas e Estrutura Literária
.a O autor dá a este livro o titulo de "uma palavra dt.: cxonaçào" ( 1 3.22), o que leva muitos estudiosos

1,�· I\ a considerá-lo mais como um sermão escrito do que uma carta. Na realidade, Hebreus é uma
�I
exposição ampliada de numerosas passagens do Antigo Testamento, tendo o autor usa<lo a
•\
� Scptuaginta (Tradução Grega tio Antigo Testamento) para as citações destas passagens. Após
��


usar o Antigo Testamento para demonstrar a superioridade da pessoa de Cristo ( 1 . 1 - 4. 1 3 ). e de
sua obra (-t.14 - 1 8. 1 8). o escritor aplica elitas verdades de forma prática para demonstrar a
supcrioriJadc da caminhada cristã de fé ( 1 0. 1 9 - 13.25). O tema básico de Hebreus pode ser expresso
pela palavra"melhor··. descrevendo a prioridade de Cristo em relação ú sua pessoa e à sua obra ( 1 .4;
6.9; 7. 7.19.22: 8.6: 9.23; 1 0.34: 1 1.16, 35,40; 1 2.24). Os termos "perfeito" e "celestial" também são
proeminentes. Cristo oferece rnclhur revelação, rosiçiio, sacerdócio, aliança, sacri licio e poder.
345
Hebreus apresenta a Cristo como o divino/humano Profeta, Sacerdote e Rei. Sua divindade
( 1 .3.8) e sua humanidade (2.9.14,1 7.18) são afinnadas com igual vigor e mais de vinte títulos
são usados para nomcarscus atributos e seus feitos (por exemplo. "Herdeiro de todas as coisas··.
"Apóstolo e Sumo Sacerdote", ''Mediador", "Autor e Consumador da nossa fé").

Hebreus em Relance
ÊNFASE A PESSOA DE CRISTO A OBRA DE CRISTO A CAMINHADA DA FÉ

TEXTO 1.1 1.4 3.1 4.14 8.1 9.1 10.19 12.1 13.1 13.25

DIVISÃO CRISTO CRISTO CRISTO SACERDÓCIO ALIANÇA SANTUÁRIO CERTEZA RESISTÊNCIA EXORTAÇÃO
SOBRE OS SOBRE SOBRE E DAFÉ DAFÉ AO
PROFETAS OS ANJOS MOISÉS SACRIFÍCIO AMOR

MAJESTADE DE CRISTO MINISTÉRIO DE CRISTO


TÓPICOS MINISTROS D E CRISTO

DOUTRINA DISCIPLINA

LOCAL LOCAL DE COMPOSIÇÃO DESCONHECIDO

OCASIÃO e. 64-68 d.C.


Nd."111 :, C111111>ie11, IJ1111k o/ Bihl<.' Maps ,111d Cltt11·1s •1 1993 by Thomas Nelson. lnc.

Quando Foram Escritas as Epistolas Gerais

,._oºe.,
e, ºe,i,.°>1:,ç,· 1:>º
-?t° 1:>ç,·
9
'1>º
<::' r-,0
e, 'I>' J, <::'e.r-," ,e
e 1:,,º
�.$< '\()
<;
e.,º�r-,'li:,.12',�
e;

1:,0 �q, l:>ç,·


'l", ':,e r;;o<> e,'-' :,.O
�'l> e'
-:,
v">t,.
r-,Gf'
�e,-,() �"
':,e,
<:) �(/
,<,_<õ ��
I::,·
,<:fl<l c.,
,

ESBOÇO DE HEBREUS
Primeira Parte. A Superioridade da Pessoa de Cristo (1.1 - 4.13)

1. A Superioridade de Cristo sobre os Profetas ................................................................. 1 .1-3

li. A Superioridade de Cristo sobre os Anj os ............................................................. 1.4-2.18


A. Cristo É Superior por causa de sua Divindade ............................................................ 1.4-14
8. Primeira Exortação: Perigo de Negligência ................................................................... 2. 1 -4
C. Cristo É Superior por causa de sua Humanidade ........................................................ 2.5- 1 8

I l i . A Superioridade de Cristo sobre Moisés ................................................................ 3.1-4.13


A. Cristo É Superior a Moisés cm sua Obra ..................................................................... 3. 1 -4
B. Cristo É Superior a Moisés em sua Pessoa ................................................................... 3.5. 6
C. Segunda Exortação: Perigo de Descrença ............................................................ 3.7-4.13

Segunda Parte. A Superioridade da Obra de Cristo (4.14 - 7.28)

1. A Superioridade do Sacerdócio de Cristo ............................................................ 4.14- 7.28


A. Cristo É Superior em sua Posição ............................................................................. 4.14-16
8. Cristo É Superior em suas Qualificações .................................................................... 5 . 1 - I O
C. Terceira Exortação: Perigo de Imaturidade ........................................................... 5.11-6.20
D. Cristo É Superior em sua Ordem Sacerdotal .............................................................. 7.1-28

346

-�----------------------------------
l i . A Superioridade d a Aliança de Cristo ....................................................................... 8 . 1 - 1 3
A . Un1a Aliança Melhor ..................................................................................................... 8. 1 -6
l3. Un1a Nova Aliança ...................................................................................................... 8.7-13

I l i. A Superioridade do Santuário e do Sacrificio de Cristo ..................................... 9.1 - 10.18


A. Santuàrio e Sacrifício da Velha Aliança ...................................................................... 9. 1 -1O
8. Santuário e Sacrifício da Nova Aliança ............................................................. 9.11-10.18

Terceira Parte. A Superioridade da Caminhada Cristã de Fé ( 1 0.19- 13.25)

1. Exortação à Completa Certeza d e Fé .......................................................... 10.19 - 1 1 .40


A. Guardem com Firmeza a Confissão de Fé .............................................................. 10.19-25
B. Quarta Exortação: Perigo <le Voltar Atrás .............................................................. 10.26-39
C. Definição de Fé ........................................................................................................... 11.1-3
D. Exen1plos <lc r-t ......................................................................................................... 11.4-40

11. Resistência da Fé ......................................................................................................... 12.1-29


A. Exemplo da Resistência de Cristo .............................................................................. 12.1-4
13. Exortação a Suportar a Diseiplinn de Deus .............................................................. 12.5-24
C. Quinta Exortação. Perigo de Recusar a Deus ........................................................ 12.25-29

I l i . Exortação aoA,nor ...................................................................................................... 13.1-1 7


A . A,nor n a Esfera Social ................................................................................................ J 3 . 1 -6
B. Amor na Esfera Religiosa ......................................................................................... 13.7- 1 7

IV. Conclusão ................................................................................................................... 13.18-25

A Superioridade de Cristo
O primeiro capítulo de Hebreus é uma das mais importantes passagens cristológicas das Escrituras
(veja também: Jo 1 . 1 ; Fp 2.6- 11; e CI 1.15-20). A superioridade de Cristo sobre os profetas do Antigo
Testamento e sobre os anjos é apresentada por meio de sete aftnnações a respeito do caráter de
Cristo e sete citações das Escrituras.

Jesus É Maior que os Profetas Jesus É Maior que os Anjos


1 .1-3 1 .4-14
Sete Afirmações sobre seu Caráter Sete Passagens das Escrituras

Herdeiro de todas as coisas (v. 2 ) Salmo 2.7 (v.5)

Criador (v. 2 ) 2 Samuel 7.14 (v. 3 )

Manifestação de Deus (v.3) Deuteronômio 32.43; ou Salmo 97.7 (v. 6)

Expressão exata do seu Ser (v.3) Salmo 104.4 (v.7)

Mantenedor de todas as coisas (v.3) Salmo 45.6, 7 (vs. 8,9)

Salvador (v.3) Salmo 102.25-27 (vs. 10·12)

Senhor Exaltado (v.3) Salmo 1 1 0 . 1 (v.13)

N<'i.1<111:, Compll'le /Jo11I. 11{ lli/,/e M11p< ,111J (.'/11tr1, ti 1993 by Thomas Nelson. tnc.
347
As Obras da Fé
O tipo de fé que os leitores devem nutrir é definida em Hebreus 11 .1-3, e ilustrada em 11.4-40. Os
triunfos e realizações da fé na vida dos crentes do Antigo Testamento, deveriam estimular os cristãos
a ''olhar para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé" ( 12.2).

Como AJle a Fé
Está certa das Confia no poder
promessas de Deus de Deus
(11.1) (11.1)

Tem consciência Age com base nas


da orientação divi na promessas de Deus
( 1 1 .3) --------1 Fé ( 11.8-22)

Honra Cristo sobre Supera enormes


todas as coisas dificuldades
(11.26) (1 1.29-38)

Nt!l.w11 :f C11111plt:1<• /Jook ,4 Bihl.- Maps 011d Chans ''-1 1993 hy Thomas Nelson. lnc.

A Galeria dos Heróis da Fé


Nas Escrituras, a galeria dos heróis da fé está localizada cm Hebreus 11, e registra aqueles que
voluntariamente levaram Deus a sério (creram cm sua Palavra). mesmo quando não havia nada cm
que pudessem se agarrar senão a sua promessa.

Pessoa Rcferência Bíblica

Abel ................................................................................................... Gêncsis 4


Enoquc ............................................................................................... Génesis 5
Noé .................................................................................................... Gêncsis 6
Abraão ............................................................................................... Gênesis 12
Sara .................................................................................................... Gênesis 17
!saque ................................................................................................ Génesis 27
Jacó ............................................................................................. : ...... Gênesis 48
José .................................................................................................... Génesis 50
Os pais de Moisés .............................................................................. Êxodo 2
Moisés ................................................................................................ Êxodo 2
Raabe ................................................................................................. Josué 2, 6
Gidcão, Baraque, Sansão e Jcfté ....................................................... Juízcs4.6.13,I I
Davi, Samuel e os Profetas ............................................................... 1 Samuel

348
o:e

EPÍSTOLAS
GERAIS
.a
a
a
a

at
a As Epistolas Gerais, algumas vezes denominadas de Epístolas Católicas (o termo grego katholikos
.a significa •· universal") incluem as cartas de Tiago; 1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João; e Judas. Em contraste

• com as epístolas paulinas que recebem o nome de seus destinatários, as epístolas gernis siio designadas
pelo nome de seu autor. Estas ca11as colocadas no final do Novo Testamento são, cm sua maior parte, 1
endereçadas à igreja cm geral, ou a gnrpos de igrejas (3 João é claramente endereçada a uma igreja
a cm particular, e provavelmente 2 João também)- por isso o termo "geral".

a Como as cartas de Paulo, estas epístolas gerais seguem a fórmula comum da correspondência grega 1

a
helenística: uma introdução nomeando o autor e os destinatários com uma saudação e urna palavra
de gratidão, seguida do corpo ou desenvolvimento do assunto da carta e uma conclusão.
a Os tlcstinatários originais destas epístolas são, muitas vezes, incertos e as saudações são
a propositadamente gerais. Tiago escreve para judeus cristãos espalhados por tlivcrsos países Uudeus

a
da Dispersão). Pedro aos cristãos da Ásia Menor e as cartas joaninas foram, semclhantemente, escritas
para igrejas e indivíduos da Ásia Menor. Judas escreve para uma região não identificada anigida por
a
..
falsos mestres.
a

••
a
Comparação entre as Duas Alianças


•• A VELHA ALIANÇA
(Hb 9.1-10)
A NOVA ALIANÇA
(Hb 9.11-28)

•• Obsoleta após a vinda de Cristo (Hb 8.13). Uma aliança melhor oferecida por Cristo (Hb 7.19; 8.6,7).

• Originada no Monte Sinai (GI 4.24-25) . Originada na Jerusalém celestial (GI 4.26,27).


• Trouxe morte e condenação (2Co 3.7-9) . Produz vida (Ef 2.1-3).


• Impossível obedecer perfeitamente em razão da Perfeitamente cumprida por Cristo (Lc 22.20: 1 Co 11 .25).


fraqueza e pecado humanos (Am 8.3).

• Exigia expiação anual dos pecados (Hb 9.7-8; 10.1 -4). Remove o pecado de uma vez por todas e limpa


a consciência (Hb 9.12; 1 0.2, 22).

• Acesso restrito a Deus (Hb 9.7,8) . Acesso aberto a Deus para todos (Hb 9.15, 16).




• 349



....•
.......
....... TIAGO

..-­.. Fé sem obras não pode ser chamada lc. Sem obras a fé está morta e é pior do que nenhuma fé. A fé

.........
deve trabalhar, <leve produzir; apenns um assentimento intelectual niio é suficiente. Ao longo desta
epístola endereçada aos judeus cristãos, Tiago integra fé verdadeira e sua expressão prâtica diária,
enfatizando que a verdadeira fü deve manifestar-se cm atos de lc.

......... Autor
O autor desta 1.:arta se identilica simplesmente como "Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus
Cristo" ( 1. 1 ). O nome era muito comum; e o Novo Testamento apresenta pdo menos cinco homens
chamados Tiago, dois do quais eram discípulos de Jesus, e destes, um era irmão do Senhor. A tradição
tem atribuí<lo o livro <le Tiago ao irmão <lc Jesus, e lemos pouca razão para questionar esta posiçiio,

....
urna vez que a linguagem da epístola é, de certa forma, semelhante ao discurso de Tiago cm Atos 1 5.
Este Tiago é mencionado <luas vezes nos Evangelhos (Mt 13.55; Me 6.3) . ambas as ve,rcs
1 i<lenti lican<lo-o como um <los innàos de Jesus. Embor.1 ele não seja com,idera<lo um seguidor do Senhor,
senão após a ressurreição, provavelmente estava entre os discípulos que obedeceram ú ordem de Jesus
para que esperassem no cenáculo, e que ficaram cheios do Espírito Santo (At 1 . 14: 2.4). Quando Pedro
dl!i:xou a Pah:stina (AI 12.17), Tiago, apan.:ntemente, tornou-se o líder da igreja de Jerusalém.
Tem-se argumentado que o grego desta cpistol.1 é muito sofisticado para um galileu como Tiago, mas
este ponto de vista supõe que ele nunca tenha tido oportunidade ou aptidão para alcançar um bom
nível de competência no uso <lo grego Koi11e ( " comum"). Sendo um importante líder da igreja, seria
vantajoso para ele tornar-se ílucntc na língua universal do Império Romano.

Data
De acordo com o historiador judeu Josefo. Tiago sofreu martírio cm 62 d.C. Aqueles que o aceitam
como autor desta carta, têm proposto uma data de composição dentro do período compreendido
entre 45 d.C. até o final da vida do apóstolo.
Entretanto, vários forores indicam que este pode ser o mais antigo documento do Novo Testamento
(c. 46-49 d.C.). Entre estes fatores temos: ( 1 ) não há menção de crentes gentios nem de qualquer
relacionamento dos gentios com judeus cristãos; (2) as alusões aos ensinos de Cristo apresentam
uma concordância de linguagem tão pequena com os Evangelhos Sinóticos que a carta de Tiago é,
provavelmente, anterior ú composição dos Evangelhos: (3) Tiago, cm 2.2, usa o tenno grego para
"sinagoga", além do tenno "igreja" cm 5. 14, indicando assim uma organização eclesiástica muito
simples, compostn de presbíteros e mestres (3. 1 ; 5 . 1 4 ), seguindo o modelo dns sinagogas judaicas:
(4) Tiago não menciona as questões discutidas no Concílio de Jerusalém em Atos 15 (49 d.C.).

Temas e Estrutura Literária


Tiago é o Provérbios do Novo Testamento, pois é escrito num estilo conciso e moralista próprio da
literatura de sabe<loria. É evidente que Tiago era profundamente influenciado peloAntigo Testamento
bem como pelos ensinos de Jesus. Uma vez que esta epístola abrange numerosos assuntos, é difícil
esboçá-la. O esboço usado neste trabalho é o seguinte. o teste da fé ( 1. 1 - 1 8); características da fé
( 1 .19-5.6): e o triunfo da ré (5.7-20).
351
TiaJlo em Relance

ÊNFASE TESTE DA FÉ CARACTERÍSTICAS TRIUNFO DA FÉ


DAFÉ

TEXTO 1.1 1.13 1.19 5.7 5.13 5.19 5.20

DIVISÃO PROPÓSITO FONTE DA DEMONSTRAÇÃO SUPORTA ORA PELOS CONFRONTA


DOSTESTES TENTAÇÃO EXTERIOR A ESPERA AFLITOS OPECADO
DAFÉ
INTERIOR

DESENVOLVIMENTO DA FÉ OBRAS DA FÉ PODERDAFÉ


TÓPICOS

RESPOSTA DE FÉ REALIDADE DA FÉ CONFIANÇA DA FÉ

LOCAL PROVAVELMENTE JERUSALÉM

OCASIÃO e. 46-49 d.C.

Nc/,11111.� Co11111l.-tt• 8011( o( Bihle M1111s 11111/ Cllflrts 1,, 1993 by Thomas Ndso11, lnc.

ESBOÇO DE TIAGO
1. O Teste da Fé ................................................................................................................... 1 . 1 - 1 8
A. O Propósito dos Testes ................................................................................................ 1 . 1 -12
B. A Fonte das Tentações .............................................................................................. 1 . 1 3- 1 8

1 1. As Características da Fé ...................................................................................... 1.19 - 5.6


A. A Fé Obedece à Palavra ........................................................................................... 1.19-27
B. A Fé Afasta a Discriminaçào ...................................................................................... 2. 1 -1 3
C. A Fé se Prova por suas Obras .................................................................................. 2. 1 4-26
D. A Fé Controla a Língua ............................................................................................... 3.1- 1 2
E. A Fé Produz Sabedoria .............................................................................................. 3. 1 3- 1 8
F. A Fé Produz Hu1nildadc ............................................................................................... 4.1 -1 2
G. A Fé Produz Dependência de Deus ...................................................................... 4.13-5.6

I l i . O Triunfo da Fé ............................................................................................................. 5.7-20


A. A Fé Persevera Esperando o Retorno de Cristo ......................................................... 5.7- 12
B. A Fé Ora pelos Aflitos .............................................................................................. 5. 1 3- 1 8
C. A Fé Confronta o lnnào que E1Ta ............................................................................. 5. 1 9 -20

352
•, 1 1� �, ,. •1 • ,., • 1 • • 1. l.' ., J.·" · 1·��-',,.,-,�-... ... ,.. ,-)t�:,� ,-�-' I.- I.� �� \�\� �-.�

� j? §- O l>
Tiago Sermão do Monte Assunto � v. VJ -o -
� 5 3: -, C
=. n t ? o,
JO. c ::i r. º <11
o
1.2 Mt 5.10-12 (Lc. 6. 22, 23) Alegria em meio à provação � & ::?. � ê.. �
Sl: º· . o (li
-

1.4 Mt 5.48 O desejo e a obra de Deus em nós. Perfeição


o O" -:,
• ('t
rF. 5·
-' S),,
'J'J C
(")
..-.
.::,
"0
('t "O
0
1.5 Mt 7.7 Pedir a Deus suas boas dádivas � o
- "'
n i:.:
e ;::· n V'l
1.17 � � =- õ �
Mt 7.11 Deus é o doador de boas dádivas
�' -Y, -o
.., ::l
-· e; ('; e
= V.
.. 3

1.19, 20 Mt 5.22 Ordem contra a raiva o 3 g é;' o S),11
1 .22, 23 Mt 7.24-27 Contraste entre ouvintes e praticantes (ilustrado) e. -o c p,; ?
c; -o e v. ·
0
1.26, 27
o - -0 e.n o
2 i:,: 5 e.
Mt7.21-23 Pessoa religiosa cuja religião é inútil
:;r º�· n :r. o

o o a o..
=....
2.5 Mt 5.3 O pobre como herdeiro do reino •
v n �1 � o �
Ô
M
- ::l o ;:;-
- o
=c.. c2::. 3: � �
2.10 Mt 5.19 Toda a lei moral deve ser guardada "'
2.11 Mt 5.21, 22 Ordem contra o assassinato � :? ::;· e o.. e:
v: ,...
:::s
2.13 Mt 5.7; 6.14, 15 O misericordioso é abençoado; o sem misericórdia é condenado n -, o cr
2.14-26 Mt 7.21-23 Fé morta, inútil (e mentirosa) g §.: � �
5 c e;. � - -l·
3.12 Mt 7.16 (Lc. 6. 44, 45) A árvore produz o que é próprio para sua espécie § -e;. -:-
-· > J5 o
3.18 Mt 5.9 Abençoados os que promovem a paz (")
:.:. =.a::
s:; (";

s::: �
.., n � :::i ;:;
4.2,3
4.4
Mt 7.7,8
Mt 6.24
Importância de pedir a Deus
Amizade com o mundo - Hostilidade para com Deus

....
(j
t/) '- · e,;.
(")
-

_ ,<5'� N � � O
4.8 Mt 5.8 Benditos os puros de coração (")
:::: ._ cn "O
� q o
4.9 Mt 5.4 Benditos os que choram o -J C. "'
d ;:;· g �
4.11,12 Mt7.1-5 Ordem contra julgar erroneamente aos outros V: oc o p,;
...... o - V,

4.13,14 Mt 6.34 Não se preocupar demais com o amanhã ; (l �- 3


g 3 5
e.. ::
­
5.1 Lc6.24,25 Ai do rico n -o
"'
V)
()
...,
º e:
V:,
,: c- o p,;
>�
5.2 Mt. 6.19, 20 Riquezas terrestres corroídas pela traça e a ferrugem c
�- o -
e .
5.6 Lc6.37 Contra a condenação do justo n "' - - e,
e.. o ::l �
5.9 Mt 5.22; 7.1 Não julgar - o juiz está à porta n oo e,
v; fi'
t; <
5.10 Mt 5.12 Os profetas como exemplo de sofrimento injusto �
:=; · cÃ
o
o
,....
'R
5.12 Mt5.33-37 Não fazer votos apressados e irreverentes ;:;· z s
=- o �
o < �
,\'t'lson 's Compf,.,,e Book of Bibfe Mups mui Chllrrs t l 993 b) Thomas Nelson. lnc. :n e vi·

-
Comparação entre Tia�o e Paulo
Por causa da afirmação feita por Tiago em 2.42 <lc que a pessoa é justificada pelas obras e não
unicamente pela fé, alguns líderes da igreja (inclusive Martinho Lutero) sentiram que esta carta
contradizia o grande ensino paulino sobre a justificação pela fé (cf Rm 3.28; Ef 2.8). Uma leitura
mais cuidadosa de Tiago e Paulo mostra que a contradição é apenas aparente. Paulo, tanto quanto
Tiago, reconhecia que uma fé viva e genuína resultará em atos de amor e obediência (GI. 5.6).
A diferença entre Paulo e Tiago está no fato de que Paulo ataca o problema do legalismo, ao passo que Tiago se
opõe aos libc1tinos que pensavam que a qualidade da conduta cristã era in-elevante. Para Paulo a questão é como
a te genuína toma posse da obra completa de Cristo - o contraste é entre fé e obras. Pmc1 Tiago a questão está
em como uma pessoa demonstra que possui uma fé genuína - o contrnste está entre fé viva e morta.

Paulo Tiago
Preocupação Legalistas Libertinos
Ênfase Justificação perante Deus pela fé Justificação (defesa) diante dos homens pelas obras
Perspectiva Fé como dádiva Fé genuína
Resultado Justificação como uma posição Justificação numa prova diária agindo como Cristo
eterna pela fé em Cristo

,\t•l.wm x Compll'te Book ,�( 8íhll' Maps a11d Ch(ll'/S fi,� 1993 by Thomas Nelson. lnc.

Fé Viva
Tiago deseja que seus leitores demonstrem cm sua vida as qualidades de uma fé viva. Esta fé é
maior que apenas assentimento e conhecimento - inclui uma confiança íntima que persevera e
obedece a Deus.

Descrita como: Resulta em:

Testada (1.2, 3) Pacíência (1.3)

Não sente dúvi da ( 1 .6-8) Resposta de oração (1.5)

Suporta a tentação (1.12) Vida eterna (1.12)

Mais do que crer (2.19, 20) Fé aperfeiçoada pelas obras (2.22)

Crê em Deus (2.23- 25) Justiça perante Deus (2.23)

Tiago contrasta fé vi va com fé morta ou vazia.


A fé morta não resulta numa vida transformada, que é característica da fé viva.

354
- --
.a
•..
.a
1 PEDRO

a

..•
A primeira Epístola de Pedro é endereçada a cristãos que estavam enfrentando perseguição por causa
a de sua fé. Para confortá-los, Pedro relembra a herança celestial que possuem e os estimula a viver em

,9)'
submissão ú vontade de Deus.

a Autor
a
• Alguns estudiosos têm duvidado de que Pedro tenha escrito esta carta. Argumentam que o bom

• �Á" estilo literário e o extenso vocabulário do autor não poderia ter vindo de um pescador da Galiléia.

.__j


Entretanto, há razões importantes para acreditannos que tenlrn sido Pedro o seu autor. A epístola
contém refen:ncias à vida e aos ensinos de Jesus. Estudiosos têm demonstrado, também, semelhanças


entre I Pedro e os discursos do apóstolo em Atos. 1 Pedro apresenta também semelhanças com o

• evangelho de Marcos, que pode ter sido baseado nos sermões de Pedro pregados cm Roma .

• O escriba de Pedro, Silvano, pode ter sido o responstivcl pela maior parte do estilo e do vocabulário.


Ele provavelmente utilizou suas habilidades editoriais para comunicar a mensagem, a personalidade
e a autoridade apostólica de Pedro, o apóstolo.




Data


••
l Pedro foi escrita de "Babilônia" (5. 1 3), mas os eruditos se dividem sobre se esta informação se
refere literalmente à Babilônia na Mesopotâmia , ou simbolicamente a Roma. Não há tradição de que
Pedro tenha ido à Babilônia e no tempo do apóstolo a cidade estava virtualmente deserta. De outro


lado, a tradição indica consistentl!mente que Pedro passou os últimos tempos de sua vida em Roma.
Sendo um centro de idolatria, o termo Babilônia era uma expressão adequada figurada para Roma


••
(cf. Ap 1 7.18). Pedro usa outras expressões figuradas nesta epístola e não seria surpresa se ele
fizesse o mesmo com Roma. Sua menção de Marcos (5. 1 3 ) também se enquadra nesta posição,
porque Marcos estava cm Roma durante a primeira prisão de Paulo (CI 4. 1 O). Esta epístola foi

••
escrita, provavelmente, pouco antes do início da perseguição desencadeada por Nero em 64 d.C.
A carta é endereçada "aos eleitos que são forasteiros da Dispersão" ( 1 . 1 ), um termo que poderia
indicar que os destinatários eramjudeus cristãos. Do outro lado, os destinatários são tomados, também,
cm tcm1os mais apropriados como gentios convertidos ( 1 . 1 4, 1 8; 2.9, J O), e a maior parte dos estudiosos
1 acredita que a maioria dos destinatários era de cristãos gentios das igrejas da Ásia Menor.
Do conteúdo da carta pode-se perceber que a hostilidade e a suspeita cresciam no império contra os
1 cristãos que estavam sendo insultados e maltratados por seu estilo de vida e seu discurso a respeito
1

de outro reino. O Cristianismo ainda não havia recebido uma condenação fomrnl por parte de Roma,


mas o ambiente estava preparado para severas perseguições e martírios num futuro próximo.

1 Temas e Estrutura Literária


1
1

A carta se desenvolve logicamente pelos temas de salvação <lo crente ( 1 . 1 - 2.12), submissão do
crente (2. 1 3 - 3 . 1 2), e sofrimento do crente (3.13 - 5. 14).
• O tema básico de I Pedro refere-se à resposta adequada para o sofiimento cristão. Sabendo que seus leitores

• iriam enfrentar mais perseguição do que jamais tinham sofrído, Pedro escreve esta epístola para lhes dar

• uma perspectiva divina destas provações, de sorte que pudessem suportá-las sem vacilar cm sua fé.

• 355


Es1a epístola apresenta a Cristo como exemplo e esperança do crente cm tempos de sofrimento. O
sofrimento de Cristo é um exemplo daquilo que seus seguidores podem enfrentar porque se conduzem
da maneira certa; sofrimento pessoal por causa da fé é também um meio pelo qual o cristão pode
participar da mente de Cristo (4. 1 ).
Pedro discute os rclacionamentm; do crente no mundo e apela a uma atitude de submissão como um
caminho à semelhança de Cristo, para a harmonia e a verdadeira liberdade. Submissão cm nome do
Senhor às autoridades governamentais, sociais e familiares favoreceria um bom testemunho diante
dos não crentes.

1 Pedro em Relance
ÊNFASE SALVAÇÃO DO CRENTE SUBMISSÃO SOFRIMENTODO CRENTE
OOCRENTE

TEXTO 1.1 1.13 2.1 3 3.13 3.1 8 4.7 5.1. 5. 14

DIVISÃO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO GOVERNO, CONDUTA OEXEMPLO DEVERES MINISTÉRIO


OOCRENTE OOCRENTE NEGÓCIO, DE CRISTO NO NO
CASAMENTO E SOFRIMENTO SOFRIMENTO SOFRIMENTO SOFRIMENTO
NO NO

TODA A VIDA

FÉ DOS CRISTÃOS CONDUTA DOS CRISTÃOS AÇOITE DOS CRISTÃOS


TÓPICOS

SANTIDADE HARMONIA HUMILDADE

LOCAL ROMA OU BABILÔNIA

OCASIÃO c. 63-64 d.C.

Ne/.<tJII ,'v C1111111h·re 81111k o/' Jlil>II' Ma(IS 1111d ( '/r11r1., ,.., 19C)J hy Th11mas Nelson. ln,·.

o Sofrimento na perspectiva Divina

Sofrimento humano Perspectiva Divina

Vários julgamentos (1 Pe 1 .6) Alegre-se; eles são temporários (1 Pe 1.6)

Autoridade injusta (1 Pe 2.18) Cale os homens maus fazendo o bem.


Siga o exemplo de Cristo (1 Pe 2.21)

Sofrimento por fazer o que é certo (1Pe 3.1 4) Esteja pronto para dar testemunho de sua lé (1 Pe 3.1 5)

Sofrimento por causa da determinação em resistir Desista das buscas carnais (1 Pe 4.2)
aos desejos carnais (1 Pe 4.1)

Perseguição religiosa (1Pe 4.12-14) Sejam participantes dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 4.13,14)

Sofrimento como parte do fogo purificador Comprometa sua vida com Ele; ele é f i el (1Pe 4.19)
de Deus para o crescimento espiritual (1 Pe 4.19)

Sofrimento pelo ataque de Satanás (1 Pe 5.8) Resista a Satanás; seJa firme na fé (1Pe 5.9)

356

- ""
ESBOÇO DE 1 PEDRO
Primeira Parte. A s�1lv.1ção do Crente (1.1 - 2.12)

1. Saudação .......•.•.....••........•.....•.••...•.....•.•........•...•.•.......................................•...•........•....•.. 1 . 1 " 2.

JJ. Salvação do Crente ........................................................................................................ 1.3-1 2


A . Esperança para o Futuro ............................................................................................... 1 .3, 4
B. Provações no Presente .................................................................................................. 1 .5-9
C. Antecipação no Passado ............................................................................................ 1 . 1 0 - 1 2

Ili. Santificação do Crente ........................................................................................... 1.13-2.12


A. '·Sede Santos" ........................................................................................................... 1 . 1 3-2 1
B. "AJnc111 Uns aos Outros" .......................................................................................... 1 .22-25
C. ''Desejem o Genuíno Leite Espiritual" ......................................................................... 2. 1 -3
D. "Ofereçam Sacrificios Espirituais" ............................................................................ 2.4-1 O
E. "Abstenham-se das Paixões Carnais" ........................................................................ 2 . 1 1 . 1 2

Seg unda Parte. A Submissão do Crente (2.13 - 3.12)

1. Subn1issão ao Governo ............................................................................................. 2 . 1 3- 1 7


li. Sub111issão nos Negócios .......................................................................................... 2 . 1 8-25
111. Sub1nissão no Casamento .............................................................................................. 3 . 1 -8
IV. Submissão ctn toda a Vida Terrena ............................................................................ 3.9-12

Tc,·ccira Pa1·tc. O Sofrimento do Crente (3.13 - 5.14)

1. Conduta n o Sofrimento ............................................................................................. 3.13- 1 7


11. Cristo, Excntplo de Sofrintcnto .............................................................................. 3 . 1 8-4.6
1 Ili. Deveres no Sofri,ncnto ................................................................................................ 4.7-l 9
IV. Ministério no Sofrimento .............................................................................................. 5.1-9
A. Presbíteros, Pastoreiem o Rebanho ............................................................................... 5.1-4
B. Santos, Hu1nilhe111- s e ..................................................................................................... 5.5-9

V. Bênção ........................................................................................................................... 5.10-14

Vivendo entre Paeãos


Pedro dirige sua atenção para o importante objetivo <los crentes <le indicar Deus aos outros mediante
uma vida piedosa. Agindo assim. eles proclamam louvores a Deus (2.9). ganham seus cônjuges para
Cristo por seu c.:xcmplo (3. 1 ), envergonham seus c.:rític.:os perversos ( 3 . 1 5, 16), e deixam St;Us antigos
companheiros perplexos (4.4). Os cristãos devem ser uma força redentora no mundo, mesmo passandq
por sofrimentos.

Os cristãos são exortados a ser... Porque...


Bons cidadãos (2. 13.14) ................................................... Os insensatos serão silenciados (2.15)
Servos obedientes(2. 18) ................................................. . Cristo é o nosso exemplo (2.21)
Esposas submissas (3.1) ................................................. Maridos não crentes serão ganhos por seu exemplo (3.1 .2)
Maridos atenciosos (3.7) ................................................. . Suas orações serão ouvidas (3.7)
Irmãos e irmãs compassivos (3.8) ................................... . Eles herdarão a bênção (3.9)

357
2 PEDRO
Pedro escreveu sua primeira carta para incentivar scu:-. lc11orcs a rcspt>mkr apropriad:11m:ntc ;i oposi�·:io
externa. Sua segunda epístola realça a opos1ç:io interna causada por falsos mestres cujas "heresias
destrutivas" (2. 1 ) poderiam seduzir os crentes, levando-os ao crTo e à imoralidade. Enquanto I Pedro
fala do novo nascimento produzido pela Palavra viva, 2 Pedro cnfati/.a a necessidade de crescer na
graça e no conhecimento de Cristo. O melhor antídoto para o erro é uma compreensão madura <la
verdade.

Autor
Alguns estudiosos têm duvidado que Pedro seja o autor desta carta. Apontam normalmente para
diferenças existentes entre 1 e 2 Pedro no que se refere a estilo, vocabulário e teologia. Além
disso, as evidências externas para 2 Pedro são mais tênues do que para qualquer outro livro do
Novo Testamento, e sua canoni<.:idade fot debatida até o século 4'' de no:,,sa era. Muitos
argumentam também, que 2 Pedro ataca o problema dos mestres gnósticos na igreja - ameaça
que data de um período posterior a Pedro. Finalmente argumenta-se também que o aparente
relacionamento I itcrário entre
2 Pedro e Judas, indicaria que esta carta depende de Judas.
A dificuldade que houve para que 2 Pedro recebesse uma rápida aceitação por parte da igreja
deve-se, talvez, ú sua brevidade, bem como à vagarosa circulação desta carta entre as igrejas. A
demora cm ser reconhecida significou que 2 Pedro precisou <.:ompetir com vários outros trabalhos
heréticos posteriores que afirma, am ter sido escritos pelo apóstolo (pür exemplo, o Apocalipse <lc
Pedro) - embora o contraste entre 2 Pedro e estas falsificações posteriores seJ a impressionante.
A relação histórica entre 2 Pedro e Judas não está, de forma nenhuma, absolutamente esclarecida.
Embora se diga que 2 Pedro citou Judas e que este foi escrito após a morte de Pedro, é possível
também que Judas tenha citado Pedro, ou que ambos tenham usado uma fonte comum.
Finalmente, apesar de alguns cstu<liosos manterem a posição de que os falsos ensinamentos
mcneiona<los cm 2 Pedro representam uma forma de gnosticismo que surgiu depois da morte do
apóstolo, é melhor considerar as falsas doutrinas combatidas nesta carta como um exemplo de
tend6neias que posteriormente se <lescnvolvcram até atingirem o gnosticismo aberto do 211 século.
A alternativa proposta para a autoria pctrina é de que a carta seja um <locumcnto forjado
posteriormente fcito cm nome de Pedro. Até mesmo a alusão de que e�ta carta teria sido escrita
por um discípulo de Pedro não consegue superar o problema da desvirtuação. Além disso, embora
haja diícrenças entre 1 e 2 Pedro, as diferenças existentes entre as duas epístolas petrinas e o
restante do Novo Testamento são muito mai� profundas. Apesar das dificuldades internas e externas.
a postura da tradição que afirma a autoria petrina supera um número mawr de dificuldades do que
qualquer outra opção.

358

- ---------------------lllal!IIIIII


•• Data



Esta epístola foi escrita pouco antes da morte do apóstolo ( 1 . 1 4), e provavelmente composta em


Roma. O martírio de Pet.lro deu-se entre 64 e 66 d.C. (se Pedro estivesse vivo cm 67 d.C., quando
Paulo escreveu 2 Timóteo, durante sua segunda prisão em Roma, Paulo possivelmente teria

• mencionado este fato).


• Temas e Estrutura Literária

• 2 Pc<lro divide-se em três partes. o cultivo <lo carúter cristão (cap. 1 ); condenação dos falsos mestres

• (cap. 2); certeza t.lo retorno <le Cristo (cap. 3) .


Pedro insiste em que seus leitores cresçam na fé e no conhecimento da verdade encontrados na
1 Palavra de Deus, enquanto cultivam um caráter cristão. O caráter confiável das Escrituras é
particulam1ente enfatizado e 1.21 fornece uma impressionante descrição do processo divino-humano
1
• da inspiração. "mas homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo." Também

• relevante para nossa apreciação das Escrituras é o fato de Pedro mencionar as cartas de "nosso
amado irmão Paulo", e as coloca no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento (3. 1 5, 1 6).
A condenação de Pedro aos falsos profetas acusa seu estilo de vida imoral, a futilidade e o caráter
1
destrutivo de seus ensinos, e a certeza de sua destruição pelo julgamento de Deus.
1
• O enfoque de Pedro sobre a vinda do Dia do Senhor foi, provavelmente, motivado pela posição


destes folsos mestres que não acreditavam na vinda de qualquer julgamento divino. À luz t.la vinda do


Dia do Senhor, Pedro exorta seus leitores a viverem vit.las de santidade, perseverança e crescimento.


• 2 Pedro em Relance
1
CULTIVO DOCARÁTER CONDENAÇÃO DOS CONFIANÇA NA VOLTA
1 ÊNFASE
1 CRISTÃO FALSOS ENSINADORES DECRISTO
• TEXTO 1.1 1.15 2.1 2.4 2.1 0 3.1 3.8 3.18
1
• CRESCIMENTO FUNDAMENTOS PERIGO DESTRUIÇÃO DESCRIÇÃO ZOMBARIA O DIADO
• DIVISÃO
EMCRISTO DAFÉ NOS ÚLTIMOS
DIAS
SENHOR

1

• PROFECIA VERDADEIRA FALSOS PROFETAS PROFECIA. O DIA DO SENHOR

• TÓPICOS

• SANTIDADE HERESIA ESPERANÇA

• PROVAVELMENTE ROMA
• LOCAL

• 64--66 d.C.
• OCASIÃO


1 N..J.,·1111.i Co111plel<' IJooJ.. 1,/ l:Jible .111111., wul Clwrt, ,i� 1993 by Thomas Nebon, lni.:.



• 359


• ------------------------------ -� --
ESBOÇO DE 2 PEDRO

1. Culth o do Caráter Cristão ......................................................................................... 1 . 1 - 2 1


1\. Saudação ...................................................................................................................... 1.1. 2
B. Crcsci1nento en1 Cristo ................................................................................................ 1.3-14
C. Dases <la Fé ............................................................................................................... 1. 1 5-2 1

li. Condenação dos Falsos Mestres ................................................................................... 2.1-22


A. Perigo dos falsos Mestres ............................................................................................ 2. 1 -3
8. Destruição <los Falsos Mestres ...................................................................................... 2.4-9
C'. Descrição <los Falsos Mestres .......................................,........................................... 2.10-22

I l i. Confi:1nça no Retorno de Cristo ................................................................................... 3.1-18


A. Escárnio nos Últimos Dias ........................................................................................... 3.1-7
13. Manifestação do Dia <lo Senhor .................................................................................. 3.X- 1O
C. Maturidade diante <lo Dia do Senhor ......................................................................... 3. I 1 -I H

1 e 2 Pedro
Uma comparação entre I e 2 Pedro revela várias <lifcn.:nças importantes - nenhuma delas é suficiente
para invalidar a autoria petrina. Diferenças quanto ao conteú<lo são devidas. cm gran<le parte, n situação
e aos problemas <li!crentes tratados pelas duas cartas. 1 Pedro trata principalmente do problema <la
perseguição externa, enquanto 2 Pedro combate a ameaça de falsos mestres dentro da igreja.

1 Pedro 2 Pedro

Tema: Esperança em meio ao sofnmento Tema· O perigo de onsinos e práticas falsas

Cnstolog1a: Os sofrimentos de Cristo por nossa CnstoJog1a A glória de Cristo e a consumação da


salvação e o exomplo de sua encarnação História na sua volla
O dia da salvação em que Cristo solreu, O dia do Senhor, quando Cristo volla1 p.ira jul9ar
morreu e ressuscitou dos mortos

Titulo redentor: Cristo Titulo de domínio: Senhor

SeJam coraIosos nas presentes provações Este1am apercebidos do julgamento escatológico

Precisamos de esperança para enfrentar nossas Precisamos de um completo conhecimento para


provações enfrentar o erro
Numerosos pontos similares com Paulo Quase idêntico a Judas
(especialmente Efés10s e Colossonses) (compare 2 Pedro 2 com Judas 4·18)
\'d,1111 , Cm11r1lt't<' /Joo� 11/ 811,/,• lftt11, ,111d C/1111·1, • J 1NJ hy l'hmmi;, N1:l,un. lnt·.

A Vida de Pedro
A vida de Pedro mudou drasticamente depois da rcssurreiçiio e ele ocupou um papel central na igreja
primitiva e na d1sse1111naçào do evangelho entre os samaritanos e os gentios (Al 2 - 10). Depois uo
Concilio de Jerusalém relatado cm Atos 1.5, pouco � registrado sobre as atividades de Pedro. Ele
evidentemente. viajou muito com sua esposa ( 1Co 9.5) visitando e ministrando cm várias província�
romana:,. De acordo com a tradição Pe<lro foi crucificado de cabeça para baixo cm Roma. antes da
morte de Nero cm 68 d.C.

360
.....
� ida de Petlro
-
1:1 Monte Hermom
(3) - Pedro, Tiago e João foram testemunhas
da transfiguração de Jesus no alto de uma montanha,
talvez o Monte Hermom. nesta região (MI 17.1-9).
• Cesaréia de Felipe

Mar
Mediterrâneo (2) - Na região
de Cesaréia de Filipos,
Pedro reconheceu Jesus

(7) - Começando em Cesaréia


Betsaida? como Senhor (Mt 16.13-16).

Pedro viajou por toda Judéia e Samaria

(At 10.24 - 11.18)


proclamando a Cristo e testemunhando aos gentios

28 • Éfeso do Primei o Século (1) - Nascido em Betsaida,


Pedro foi chamado a abandonar
a pesca no mar da Galiléia
e a tomar-se um discípulo de Jesus
• Cesaréia (Jo 1.44; Lc 5.1-11).

(6) - Pedro roi testemunha corajosa


na igreja primitiva em Jerusalém (AI 2.14-41 ). o
,n,
ampliou seu testemunho para incluir
os gentios após a visão que teve o
-,

••
no alpendre da casa de Simão,
o curtidor, em Jope (AI 10.9- 23).
(4) - Por três vezes

••
Pedro negou a Jesus
na noite anterior à
crucificação em Jerusalém
(Mt 26.69-75).

••
••
••
••
t
N
Mar

(5) - Após a ressurreição
Jesus apareceu a Pedro Morto


e aos demais disclpulos
no cenáculo em Jerusalém

• (lc 24.33-43).



• t> 2002. Ed1 1ora Cu11ura Cnsl,i

• 36/



Para ajudá-lo(a) a familiarizar-se melhor com Jesus, aqui estão 3 1 leituras (uma para cada dia do mês) colocadas
na :.cqüência cm que aparecem no Novo Tcslamcnlo.

Dia 1
MI 1 .1 8 - 2.23 Jesus nasce e torna-se um rerugiado para proteger- se de um rei perverso que procurava destruí-lo. Finalmente, sua
familia volta para casa.
Dia 2 ------------ - ----------------------------- -
Mt 4.1 -11 Jesus enfrenta tentações muito reais.
Dia 3 ------------------ - -------------------------
MI 1 3.54- 58 Jesus sofre rejeição por causa de sua família, do trabalho que faziam e da pequena cidade em que moravam.
Dia 4 ------------------------ - - - - - ---------- - - -
MI 23.1-39 Jesus denuncia a mentira, o orgulho e a hipocrisia.
Ola 5 -------------------- --------------- --------
MI 25. 31 -46 Jesus julga pela misericórdia e compaixão, não pela demonstração externa de espiritualidade.
Dia 6 ---- - - - - ------------- - - - - -------------- --
Me. 4.1-4 Jesus começa a explicar o reino de Deus usando histórias e imagens da vida e do trabalho cotidiano.
Dia 7 ---------------------------------------------
Lc 2.1-52 Lucas descreve os eventos relativos ao nascimento de Jesus - e nos fala de um incidente ocorrido num viagem a
Jerusalém durante sua meninice.
Dia 8 ---- - -----------------------------------------
Lc 4.14-37 Jesus toma público o seu propôsito e Imediatamente encontra oposição.
Dia 9 - - -
- ------------------------------------ - -
- ----
Lc 6.1 7-49 Jesus ensina verdades básicas, amor verdadeiro, Julgamento dos outros e como fazer escolhas sábias.
Dia 1 0----------------------- - - - -------------- ----
Lc 9.1 8- 36 Jesus fala com seus seguidores sobre quem ele é.
Dia 1 1 ------------------------------------- ---------
Lc 22. 1 - 24.53 Jesus é traído, julgado, executado, enterrado, ressuscitado e reunido a seus seguidores.
Ola 1 2------------------------------ ------------
Jo 1 . 1-18 João, um dos seguidores de Jesus conta como Deus se tomou homem em Jesus Cristo - cheio de graça e verdade.
Dia 1 3- - - ---------------------------------------
Jo 5. 19- 47 Jesus explica suas relações com o Pai e as implicações disto para nós.
Dia 1 4------------------------ - ------------- - -
- ---
Jo 6.35-51 Jesus ensina que ele é o pão da vida e nos diz como podemos encontrá-lo.
Dia 1 5-------- - -- ------------------------ -
- -------
Jo 8.12-30 Jesus anuncia que ele é a luz do mundo.
Dia 1 6------------ ------------------------ --------
Jo 1 0.1 -8 Jesus diz que ele é bom pastor que busca as ovelhas perdidas de seu Pai.
Dia 1 7 ________ _ ___________ _ ____________________ ___
Jo 1 1 . 1 - 12.8 João descreve o relacionamento de Jesus com alguns de seus amigos e o profundo amor e cuidado que tinham uns
para com os outros.
Dia 1 8 --------- ------------ ----------- --------- ---
Jo 14.1 - 15.8 Jesus afirma que ele é nossa fonte de vida e realização - beneficio espiritual - o caminho para Deus .
Dia 1 9----- -
- -------------------- ---------------
Jo 21 .1 5-25 Jesus amou até mesmo o homem que o negou e sentia ciúmes de outro discípulo.
Dia 2D------------------- - - -------------------- - ----
At 2.22·42 Pedro explica quem é Cristo a uma grande multidão em Jerusalém e recebe 3000 pessoas que aceitam a fé.
Dia 21 --------- - ------------ ---------- - - - ---------
-
Rm 5.1-21 Paulo explica como Cristo liberta as pessoas do pecado e as torna aceitáveis perante Deus.
Dia 23-------------- ------------ - ------------ ----
Ef 1 .3-1 4 Paulo descreve a obra de Cristo por nós d e três pontos d e vista. antes d a criação, no presente, e na eternidade.
Dia 24------- ------------ - --------- ------------ - -
Fp 2.5-16 Pauto explica as escolhas feitas por Cristo para tomar- s e homem, bem como as escolhas que devemos fazer para
segui-lo.
Dia 25-------- --------------------- - ---------------
Cl 1.15-22 Paulo afirma que Cristo é Senhor de tudo - ontem, hoje e amanhã.
Dia 26-------- ------------- ---------------------- -- -
1 Ts 4. 1 3 - 5. 1 1 Paulo explica que Cristo voltará e levará a História a o seu clímax.
Dia 27 ______________________________________ _
_ ______
Hb 1.1 - 2.1 8 O autor de Hebreus expõe a completa e maravilhosa obra de Cri sto em nosso favor,
Dia 28 _______ ____________ ________________________ _ __
Hb 4. 1 4 - 5. 10 Cristo experimentou todo tipo de teste e provação que poderemos experimentar em toda nossa vida.
Dia 29----- - - ------------------------ - --------------
Hb 9.23 - 10.18 Jesus remove todo pecado, de uma vez para sempre. O perdão é nosso graças a ele.
Dia 30-------- ----------- - --------------------------
lPe 1 .1 -1 2 Pedro nos diz que nossa s al vação e m Cristo é uma realidade que nem o s anjos nem o s profetas d o Antigo Testamento
compreendem.
Dia 31 -- - -
- ------------ -------- - - - ------------- -----
Ap 5.1-14: 22.1-21 Cristo roinarà sobre o céu e a terra e acolherá os crentes para uma otornidade com ole.

362
..

,.
.a
1 JOAO
,.,.
,.
.a
.... Avançado em anos, João escreve esta carta pastoral inspir;:ida num interesse amoroso por seus
"lilhinhos", cuja perseverança na verdade estava sendo ameaçada pelas atrações enganosas do mundo
e as astúcia dos falsos mestres .

,.
,a

,a
Autor

,...
Jj

....
Embora esta epístola não mencione o nome de seu autor, sólida evidência sugere que seu autor tenha
sido João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago (Me 1 . 19, 20). Grandes semelhanças entre esta carta e
o Evangelho de João substanciam o testemunho de muitos dos pais da Igreja, inclusive Papias,
Policarpo e lrineu, de que ambos os trabalhos são de João, o apóstolo de Jesus. Ambos apresentam
muitas frases idênticas e especificamente Joaninas, assim como um vocabulário limitado carac1crístico

......
,a e freqüentes contraslcs entre opostos.

,,a Data

......
1 João foi escrito provavelmente cm Éfeso, após o Evangelho de João, mas não é possível dctcm1inar
a data com exatidão. Nenhuma perseguição é mencionada, sugerindo uma data anterior a 95 d.C.,
quando a perseguição irrompeu no final do reinado de Domiciano ( 8 1-96 d.C.)

.._.,,,. Temas e Estrutura Literária

..,,,,.,.
Como 2 Pedro e Judas, t João tem umn cargn positiva e uma negativa: refuta as doutrinas errôneas
e estimula seus leitores a prosseguirem no conhecimento da verdade. João apresenta uma lista de
critérios e características da comunhão com Deus e mostra que aqueles que habitam cm Cristo po<lem

.._.
ler confiança e segurança nele. Este trabalho escrito com simplicidade, mas com grande profundidade,
apresenta a base da comunhão ( 1 . 1 - 2.27) e a conduta da comunhão (2.28 - 5.1 ).
O tema principal de I João é a comunhão com Deus (2.28) João deseja que seus leitores tenham
certeza da presença de Dt.:us cm si mesmos, por meio de um rclac.:ionamento constante e íntimo com
ele. Frases que cnfati7.am a ccrte/a cristã aparecem cinco vezes nesta breve epistola.
Contra os fal sos mestres que negavam a realidade da encarnação, dizendo que Jesus apenas
aparentava ter um corpo humano, João afirma decisivamente que o í-ilho de Deus tomou sobre si
� uma completa e genuína natureza humana (4.2,3 ). A heresia confrontada por João com estas
alirmaçõcs era uma precursora do gnosticismo do 2" século, cujo ensinamento afirmava que a
matéria é csst.:ncialmente mú, e o espírito essencialmente bom. Este dualismo errôneo induzia
estes falsos mestres a negar a encarnação de Cristo. O verdadeiro Deus, diziam eles, não poderia
nunca habitnr em um corpo material de carne e sangue, portanto, o corpo humano que Jesus
supostamente possuiu não era real.
Outro 1cma saliente na epístola é o amor- a palavra aparece mais UI! trinta e cinco ve1es no texto
da carta. O apóstolo usa o exemplo de Caim para ilusrrar o que o amor não é: O ódio é assassinato
cm espírito, e origina-se da esfera mundana da morte. João usa, então, o exemplo de Cristo para
ilustrar o que o amor é: amor é auto-sacrificio colocado cm prática, não mera confissão ou

363
declaração. Esta expressão prática do amor resulta cm segurança diante de Deus e cm orações
respondidas, porque o crente está vivendo cm obediência aos mandamentos de Deus. de crer cm
Cristo e amar o próximo.

A Qualidade do Amor
A Fonte do Amor o efeito do Amor

Deus é a personificação do amor (4.8, 16) Refletimos o amor de Deus no mundo (4.7)

Deus nos ama (4.19) Amamos a Deus. nosso medo desaparece; obedecemos
a seus mandamentos (4.18, 1 9; 5.3)

Deus deu seu Filho por nós (4.9,10) Repartímos nossos recursos com outros (3.17: 4.11)

Cristo entregou sua vida por nós (3.16) Entregamos nossa vida pelos outros (3.16)

Nelson s Complel<' 8011� ,ti[ Bihlt' Mops aml Clwrt.1· l) 1993 by Thomas Nelson, lnc.

1 João em Relance

ÊNFASE BASE DA COMUNHÃO CONDUTA DA COMUNHÃO

TEXTO 1.1 2. 15 2.28 5.4 5.21

DIVISÃO CONDIÇÕES �ARA A CAUTELAS COM A CARACTERÍSTICAS DA CONSEQÜÊNCIAS DA


COMUNHAO COMUNHÃO COMUNHÃO COMUNHÃO

TÓPICOS SIGNIFICADO DA COMUNHÃO MANIFESTAÇÃO DA COMUNHÃO

HABITANDO NA LUZ DE DEUS HABITANDO NO AMOR DE DEUS

LOCAL ESCRITA EM ÉFESO

OCASIÃO e. 90 d.e.

Nr'lson :. Cumplett' 8011k o/' /Jihle Alaps and C/rarl.t t• ·, 1993 by Thomas Nelson. 1 nc.

364
- T:(10f'-:.�l-.....!f',- - ••: ,-. •"'w • ........
--- ,.-
..._

..
a
.. ESBOÇO DE 1 JOÃO
a
a Primeira Parte. A Base da Comunhão (1.1 - 2.27)
a
a
• J . lntrodução ........................................................................................................................ 1 . 1 -4


1 1 . Condições para a Comunhão ............................................................................... 1.5 - 2.14


A. Andar na Luz ................................................................................................................. 1.5-7
8. Confissão de Pecado .................................................................................................. 1 .8-2.2

• C. Obediência aos Mandamentos ....................................................................................... 2.3-6

• D. A1nar uns aos Outros .................................................................................................. 2.7-1 4

• I l i. Cautelas co1n a Con1unhão ....................................................................................... 2.15-27

• A. An1or ao Mundo ........................................................................................................ 2. 1 5- 1 7

• B. O Espírito do Anti-cristo ............................................................................................ 2. 1 8-27



• Segunda Parte. A Conduta da Comunhão (2.28 - 5.21)


• 1. Características da Con1unhão .............................................................................. 2.28 - 5.3

• A. Pureza de Vida ...................................................................................................... 2.28 -3.3

• 8. Prática da Justiça ......................................................................................................... 3.4- 12


C. Amor en1 Atos e Verdade .......................................................................................... 3 . 1 3-24


D. Teste dos Espíritos ......................................................................................................... 4. 1-6
E. An1ar como Cristo Arnou ......................................................................................... 4.7 -5.3


• l i. Conseqüências da Con1unhão ....................................................................................... 5.4-21


A. Vitória sobre o Mundo .................................................................................................. 5.4-5
B. Certeza da Salvação .................................................................................................... 5.6- 1 3
C. Orientação na Oração ................................................................................................ 5. 1 4- 1 7


1 D . Libe11ação do Hábito de Pecar .................................................................................. 5. 1 8-2 1


1
1
1
1
1
a

1





• 365



-
2 e 3 JOAO

Embora estejam entre os mais breves das Escrituras, estes dois livros de apenas um capítulo cada,
possuem uma contínua relevância para a igreja. A segunda e terceira ca11as de João refletem
circunstâncias semelhantes e têm conteúdo semelhante; isto é, em ambos o autor adverte contra a
dissensão ocasionada por falsos ou autopromovidos mestres e oferece incentivo aos crentes genuínos.
Especialmente cm 2 João o autor admoesta seus leitores sobre o perigo de receberem hereges cm
suas casas ou igrejas, enquanto 3 João estimula a comunhão entre im,ãos cristãos.

Autor
Em ambas as epístolas o aulor se identifica como "o Presbítero''. Isto não é argumento contra a teoria
joanina destas cartas, uma vez que seu conteúdo revela uma autoridade em seu autor muito maior
que a autoridade de um presbítero de igreja local. O apóstolo Pedro também referiu-se a si mesmo
como presbítero ( 1 Pc 5 . 1 ), que significa"ancião".
As semelhanças de estilo, vocabulário, estrutura e tom entre 2 e 3 João deixam claro que ambas
foram escritas pelo mesmo autor. Além disso. ambas (especialmente 2 João) apresentam grande
semelhanças com I João e com o quarto Evangelho. Portanto, a evidência interna presta um apoio
claro à posição tradicional de que estas epístolas foram escritas pelo apóstolo João.

Data
Os paralelos entre 2 e 3 João sugerem que as duas foram escritas mais ou menos na rnesrna ocasião
(c.90 d.C.). Escritores cristãos primitivos são unânimes cm seu testemunho de que, no final de seu
ministério, a sede do apóstolo era Éfeso, principal cidade da província Romana da Ásia.
2 João é endereçada à "senhora eleita" e seus filhos. Alguns especialistas crêem que a expressiío
"senhora eleita" deve ser tomada literalmente, referindo-se a uma mulher específica e seus filhos,
outros preferem considerar a expressão como uma alusão figurada de alguma igreja local.
3 João resultou de notícias vindas de uma igreja da Ásia, dando contas de um homem chamado
Diótrcfos havia usurpado o poder. rejeitando os mestres enviados por João, e estava expulsando da
igreja os innãos que desejavam receber estes mestres.

Temas e Estrutura Literária


2 João tem muito em comum com I João, inclusive uma advertência sobre os perigos dos falsos
mestres que negavam a encarnação de Jesus Cristo. João anima seus leitores a continuar vivendo
cm amor, mas exorta-os a ser sábios cm suas expressões de amor. O livro pode ser dividido cm
duas partes: permaneçam nos mandamentos de Deus (vs. 1 -6 ): Não se comuniquem com os falsos
mestres (vs. 7- 13).

366



• 2 João em Relance

• ÉNFASE


PERMANEÇAM NOS MANDAMENTOS OE DEUS NÃO SE COMUNIQUEM COM OS FALSOS MESTRES

• TEXTO 1 4 5 7 10 12 13

DIVISÃO SAUDAÇÃO ANDEM NA ANDEM EM DOUTRINA DOS EVITEMOS BÊNÇÃO


VERDADE AMOR FALSOS FALSOS
MESTRES MESTRES

• TÓPICOS OBEDEÇAM AOS MANDAMENTOS CUIDADO COM AS FALSIDADES



PRATIQUEM A VERDADE PROTEJAM A VERDADE

LOCAL
• ESCRITA EM ÉFESO

• OCASIÃO


e. 90 d.C.

• Vt•fs1111 's Co111ple1e Book 11/ fJif>le Map� 11111( Clt11r1., (0 1993 by Thomas Ncl,on, lnc.

ESBOÇO DE 2 JOÃO

• 1. Permaneçam nos Mandarnentos de Deus ......................................................................... 1-6

• A. Saudação .......................................................................................................................... 1 -3

• B. Andem na Verdade ............................................................................................................... 4


C. /\ndcn1 em A111or .............................................................................................................. 5, 6

• li. Não se Comuniquem com os falsos Mestres .................................................................. 7-13

• A. Doutrina dos Falsos Mestres ............................................................................................ 7-9


B. Evitc1n sua Companhia ................................................................................................. 10,11


C. Bênção .......................................................................................................................... 12,13




3 João enfatiza o tema do prazer na contínua comunhão com im1ãos crentes, especialmente aqueles
que trabalham cm tempo integral na obra cristã. A fidelidade e espírito serviçal de Gaio demonstrando
hospilalidad(: para com os mestres enviados por João, contrustam com o erro e o egoísmo de Diótrcfcs,
c uj a arrogância e falta de hospitalidade demonstravam sua cegueira para com Deus

ESBOÇO DE 3 JOÃO
1. Elogio a Gaio ....................................................................................................................... 1-8
A. Saudação .............................................................................................................................. 1

B. Piedade de Gaio .................................................................................................................. 2-4


C. Generosidade de Gaio ...................................................................................................... 5-8

li. Condenação de Diótrcfcs ................................................................................................. 9-14


A. Orgulho de Diótrefes ...................................................................................................... 9-11
13. Elogio a Dcn1étrio .......................................................................................................,...... 12
C. Bênção .......................................................................................................................... 13,14

367

1

1
3 João em Relance
ÊNFASE ELOGIO A GAIO CONDENAÇÃO DE OIOTREFES

TEXTO 1 2 s 9 12 13 14

SAUDAÇAO PIEDADEDE GENEROSIDADE ORGULHO DE ELOGIO A BÊNÇÃO


DIVISÃO GAIO DEGAIO DIÓTREFES DEMETRIO

DISPOSIÇÃO DE SERVIA EGOÍSMO


TÓPICOS
DEVER DA HOSPITALIDADE PERIGO DA ARROGÃNCIA

LOCAL ESCRI TO DE ÉFESO

OCASIÃO e. 90 d.C.

Nd.w 11, Co111ph·t1• IJ11t1f.. 11/ /Jihl, .lfup, 11111/ ('/1111·1, • l'l1)) by Thomas "ld,on. lnt:.

A Vida de João
..
Em Atos g_14, João é relacionado entre os "apústolos que estavam cm .krusalém e cm Gúlatas 2.9
Paulo o denomina como "um dos pilares da igreja de Jernsalém".
A não ser por Apocalipse 1, o Novo Testamento silencia sobre a vida posterior do apóstolo, mas a
tradição cristã primitiva atesta unanimemente que ele deixou Jerusalém (provavelmente muito antes
de sua clestrnição cm 70 d.C.), e pastoreou cm e ao redor ele Éfeso. A,;, sete igrejas da província
romana da Ásia mencionadas cm Apocalipse faziam, evidentemente, parte de seu ministério.
O eficiente leslcmunho de João a respeito de Cristo levou as autoridades romanas a exilá-lo na
pequena e desolada ilha de Patmos, no mar Egeu (Ap 1 .9). A data de sua libertação de Palmos é
desconhecida. mas ele provavelmente teve pcm1issão de retomar a Éfeso após o reinado de Domiciano.

7 • Afirma a tradI çao que João


passou grande parto de seus últimos anos em Êfoso.
ondo, provavelmente,
escreveu o Evangelho de João e as epístolas

3 • Caminhou com Jesus


durante sou ministério público,
6 • Foi banido, por um certo tempo, ouviu sous ensinamentos,
para a ilha de Patmos presenciou os milagres,
Ah escreveu o hvro do Apocahpse (Ap 1.9) testemunhou a transfiguração (Me 1 7 1 ·9). 2 • Oe,xou suas redes de pesca
no Mar da Gallléla
para seguir a Jesus.
4 • Permanoceu ao lado de Jesus Ele e seu ,nnão
durante a úthma semana de s:.ia vida entrada tnunfal. roram chamados
Mar rejeição, úl hma ce,a, Get.sêmanl, ·FIihos do Trovão" (Me 3. 17).
Mediterrâneo Jul gamento e crucificação (Jo 19.25-27).
1 • João e seu Irmão nago
conheceram Jesus
5 • Trabalhou com Stmão Pedro provavelmente
como líder da Igreja pri mitiva em Jerusalém (AI 3.4): por meio da pregaçao
não é mais mencionado no livro de Atos 1----1-- de João Batista (Jo 1.35-37).
após a morte de seu InnAo Tiago (AI 12.1.2)

t
N
Jerusalém

EGITO

368
••
•..
••
••
..• JUDAS


••
••
Um surpreendente número de epístolas paulinas e não paulinas se ocupam <la responsabilidade de
enfrentar o problema de falsos mestres, e quase todas as cartas fazem alusão a eles. Mas Judas vai
, além dl! todas as outras epístolas do Novo Ti.:stamcnto cm sua denúncia implacável e apaixonada dos
mestres que i.:stavam se infiltrando na igreja.

•• Autor


••
Por um procl!sso de eliminação concluímos que o Judas mencionado no v. 1 é, muito provavelmente,
�/ um meio-im,ào de Jesus (Mt 13.55). Tiago, também mencionado no v. 1 , é outro meio irmão de
Jesus, Tiago o Justo, líder espiritual da igreja de Jerusalém e autor da carta de Tiago.



••
Data

Judas foi escrito durante a segunda metade do P1 século, como indica o conteúdo da carta, falando


sobres falsos profetas itinerantes que estavam invadindo as igrejas - uma situação menos provável
� no contexto mais bem estruturado da igreja do 2!1 século.
• lmJJj
••
Exatamente quando Judas foi escrito depende, até ce1to ponto, de seu rclacíonamento literário com 2
Pedro. Hâ uma nítida semelhança entre Judas 4- 1 9 e 2 Pedro 2.1 - 3.3 e, porque o fraseado é muito
semelhante, a maioria Jos especialistas crê que Pedro citou Judas, ou que Judas usou as palavras de


Pedro, ou que ambos tiraram as idéias de uma fonte comum não mais disponível. Se Judns usou


Pedro, l!ntão esta carta seria datada entre a composição de 2 Pedro (c. 64-66 d.C.) e o ano 80 da
nossa era. Se Pedro usou Judas, cmào a data poderia ser entre 60-65 d.C.




Temas e Estrutura Literária

a Esta carta urgente tem quatro seções principais: o propósito de Judas (vs. 1 -4); característica dos

• falsos mestres (vs. 1 7-23); e doxologia de Judas (vs. 24,25) .

• Não há dúvida alguma sobre o propósito de Judas. Ele desejava discutir a doutrina da salvação,


mas a ameaça dos mestres subversivos o compeliram a escrever e exortar seus leitores a "batalhar


diligentemente pela fé" (v. 3). Assim, a epístola inteira é um tributo contra os falsos mestres,
destacando particularmente o julgamc11to ao qual estão condenados, além de uma severa advertência

• a seus ouvintes.

• Os falsos mestres rejeitam a autoridade de Cristo, mas Judas reafirma que Jesus é Senhor agora e


para sempre.

• 369


Judas em Relance
ENFASE PROPÓSITO DESCRIÇÃO DOS FALSOS DEFESA CONTRA OS FALSOS DOXOLOGIA
MESTRES MESTRES

TEXTO 1 5 8 14 17 24 25

DIVISÃO INTRODUÇÃO JULGAMENTO CARACTERiSTICAS JULGAMENTO DEVER DOS CONCLUSÃO


PASSADO ATUAIS FUTURO CRENTES

TÓPICOS RAZÃO DA CONTENDA COMO CONTENDER

ANATOMIA DA APOSTASIA ANTÍDOTO PARA A APOSTASIA

LOCAL DESCONHECIDO

OCASIÃO e. 66-80 d,C.

Nd.w11 :1 C,1111ple1e IJook 1!( IJ,l,/e Mt111s c111d Clu11·1s 1,1 l 993 by Thomas Nelson. 1111:.

ESBOÇO DE JUDAS

1. Propósito de Judas ............................................................................................................. 1- 4

J 1. Identificação dos Falsos Mestres ..................................................................................... 5-16


A. Julgamento Anterior dos Falsos Mestres ......................................................................... 5-7
B. Características Atuais dos Falsos Mestres ..................................................................... 8-13
C. Julgamento Futuro dos Falsos Mestres ........................................................................ 14-16

1 1 1. Defesa Contra os Falsos Mestres ................................................................................... 17-23

IV. Doxologia de Judas ......................................................................................................... 24, 25

370



•• APOCALI PSE
••

••
Como Gênl!sis é o livro do:-. começos. o Apocalipse é o livro da consumação. Nele o programa
<livino da redenção é levado à sua completa realização, e o nome santo de Deus é confirmado diante

••
de toda criação.
A palavra Apocalipse é a transliteração da palavra grega que significa Revelação, e se refere à
comunicaçàu dos propósitos secretos de Deus. No Apocalipse esta revelação incluiu a ordem dada
ao autor para que escrevesse a respeito dos planos de Deus para seus dias e para o futuro.



•• Autor

• A tradição de que João, o apóstolo, escreveu o Apocalipse era largamente apoiada e pennancceu

• prnticamcnte incontestada ao longo de todo o 2' 1 século d.C. Cinco vezes o autor se identifica como


João, e embora o termo ··o apóstolo" não seja nunca adicionado, o autor parece ter sido um homem
de envergadura na igreja ( 1.4,9).Contudo, certas diferenças entre o Apoculipse e outros escritos
• joaninos do Novo Testamento levaram alguns especialistas a questionur esta tradição. Há diferenças

• significativas entre a gramática grega e o vocabulário utilizados no Apocalipse e aqueles do Evangelho

• e das cartas de João. Além disso, há <li fercnça na ênfase teológica e também no fato de que os outros


escritos joaninos evitam citar o nome do autor.
Deve-se notar, no entanto, que há também várias semelhanças notáveis entre o Apocalipse e outros

• livros tradicionalmente associados ao apóstolo João (por exemplo, o uso específico de tennos como

• "verbo", "cordeiro" e "verdadeiro", e o desenvolvimento cuidadoso de temas opostos como luz e

•• trevas. amor e ódio, bem e mal). Também, muitas dilcrcnçns podem ser explicadas pelas circunstâncias
incomuns que envolveram este livro. Portanto, a evidência interna, embora problemática, não
necessariamente anula o testemunho externo primitivo e consistente da origem apostólica deste

• impo11antc livro.


• Data

• O Apocalipse foi escrito cm ocasião cm que a hostilidade romana contra o Cristianismo estava


irrompendo em perseguição aberta ( 1 .9; 2.1O, 1 3 ).


Alguns especialistas crêem que se deveria atribuir uma data anterior, isto é, durante a perseguição
dos cristãos no reinado de Nero, após o incêndio de Roma cm 64 d.C. Argumentam que o valor

• numérico para as letras gregas "Nero Caesar", soma 666, o número da besta ( 13.18). Entretanto,

• evidências deste tipo são frágeis, e uma data mais tardia, próxima do final do reinado do Imperador
Domiciano (81- 96 d.C.) é preferível por várias razões. A tradição <la igreja do 2° século testifica a
• favor da data mais tardia, durante o reinado de Domiciano. Além disso, imagina-se que João mudou­

• se de Jerusalém para Éfeso ao redor do ano 67 de nossa era. Isto não daria a João tempo suficiente
para estabelecer um ministério florescente na Ásia durante o reinado de Nero. Finalmente, o conteúdo


do Apocalipse indica que as igrejas da Ásia já existiam havia vários anos, tempo suficiente para
atingir um ponto de complacência e declínio (2.4; 3. l , 1 5-18).
• O mais provável, portanto, é que João tenha escrito este livro cm 95 ou 96 d.C. A data de sua

• libertação de Patmos é desconhecida, mas é possível que ele tenha tido permissão para retomar a


Éfeso após o reinado de Domiciano. Passagens como 1.11; 22.7,9, 1O, 18,19, sugerem que o livro foi
tcn ninado em Patmos, antes da libertação do apóstolo.

•• 371
Temas e Estrutura Literária
Embora o livro inclua porções que seguem o modelo epistolar( 1.4-3.22), a maior parte do Apocalipse
é escrito no formato ela literatura apocalíptica (cf. Daniel e Zacarias) e considera-se a s i mesmo um
livro profético (1.3; 22. 7, 1 O, 18,19). Os principais movimentos desta profunda revelação são captados
em 1 . 1 9. "as coisas que viste" (cap. l ); '' as coisas que são'' (caps. 2 e 3); e as coisas que se passarão
depois disto·· (caps. 4- 22).
O número sete assume um profundo significado no Apocalipse (ocorre cinquenta e duas vezes). Três
ciclos de sete julgamentos nos capítulos 6-1 6, consistindo de sete selos, sete trombetas e sete flagelos.
Em razão do rico simbolismo <lo livro do Apocalipse, as abordagens interpretativas da comunidade
cristã têm diferido radicalmente entre si. As principais abordagens serão mencionadas abaixo.

Apocalipse em Relance
ÊNFASE "COISAS QUE "COISAS QUE "COISAS QUE SE PASSARÃO DEPOIS DISTO"
VISTE" SÃO"

TEXTO 1.1 2.1 4.1 6.1 19.1 20.1 21.1 22.21

DIVISÃO O SENHOR SETE O JUIZ TRIBULAÇÃO SEGUNDA MILÊNIO REINO ETERNO


JESUS IGREJAS VINDA
CRISTO

VISÃO DE CRISTO VISÃO DA CONSUMAÇÃO


TÓPICOS

TEOFANIA FALAS TRIBULAÇÃO TROMBETAS JUNTOS

LOCAL ESCRITO DA ILHA DE PATMOS

OCASIÃO e. 95-96 d.C.

Nel.rnn :1· Cnmpleu· 8011/.. 11/" Bihle Maps 11111/ Clwns í!,.., 1 993 by Thomas Nelson. lnc.

ESBOÇO DO APOCALIPSE
Primeira Pa.-te. "As Coisas que Viste" (1. 1 -20)

1. Introdução ........................................................................................................................ 1 . 1-8

11. Revelação de Cristo ....................................................................................................... 1 .9-20

Segunda Parte. "As Coisas que São" (2. t - 3.22)


1. Mensagem a Éfeso ........................................................................................................... 2.1-7

l i . Mensagem a Esn1irna ..................................................................................................... 2.8- 1 1

lll. Mensagen1 a Pérgamo ................................................................................................. 2.12-17

372
• -· Jt§j

..
• tV. l\1ensagcm :, 'l'iatira .................................................................................................. 2. 1 8-29



V. i\-lcnsaJ!.crn a Sardcs ......................................................................................................... 3.1 -6

• VI. Mensugcn1 a Filadélfia .................................................................................................. 3.7-13



Vll.i\-lensagcn1 a Loadicéia ................................................................................................ 3. 1 4-22


• Terceira Parte. "As Coisas que se Passarão Depois Disto" (4.1 - 22.2 1 )

• 1. A Pessoa do Juiz ........................................................................................................ 4.1 -5.14


• A. O Trono de Deus .......................................................................................................... 4. 1 - 1 I

• B. O Livro Selado ............................................... ,............................................................ 5 . 1 - 1 4



1 1 . Profcci:ls da Tribulação ............................................................................................ 6.1 - 19.6

• A. Sctl! Sdos de Julgamento ........................................................................................ 6.1 - 8.5

• 13. Sete Trombetas de Julgamento ............................................................................ 8.6- 1 1 . 19


C. Profecias Explicativas ........................................................................................ 12. 1 - 1420
D. Sete rlagclos de Julgamento ............................................................................... 1 5.1 - 19.6

• 111. Profecias da Segunda Vinda ....................................................................................... 19.7-21


A. Ceia das Bodas do Cordeiro ..................................................................................... 1 9.7- 1 0


13. Segunda Vinda de Cristo ......................................................................................... 19. 1 1 -2 1

• IV. Profcch1s do Milênio ................................................................................................... 20. 1-15


A. Satanás É Preso por Mil Anos .................................................................................... 20. 1 -3


B. Os Santos Reinam por Mil Anos ................................................................................ 20.4-6
C. Satanús É Solto e Lidera Rebelião .............................................................................. 20.7 9-

• D. Satanús É Atormentado para Sempre ........................................................................... 20.1 O

• E. Julgamento Vindo do Grantk Trono Branco ............................................................ 20. 1 1 - 1 5

• V. Profecias Sobre o Reino Eterno ............................................................................. 21.1 -225

• A. Novos Céus e Nova Terra São Criados ............. ............................................................. 2 1 . 1

• B. Descitia d a Nova Jerusalém .................................. ...................................................... 2 1 .2-8

• C. A visão da Nova Jerusalém .................................................................................. 2 1 .9- 22.5

• VI. Conclusão ..................................................................................................................... 22.6-2 1



• As Sete l�reJas


O livro do Apocalipse contém mensagens especiais dirigidas a sete cidades específicas espalhadas
pela província romana da Ásia. Estas cidades crum centros importantes de comércio e comunicação,

• e intl!rligaJas pelas maiores estrada� existentes nos tempos do Novo Testamento. Observe que João
se dirige às igrejas exatamente na mesma ordem cm que elas aparecem no mapa à página 374: de


Éfeso, ao norte de Pérgmno, dcscenJo na direção sul até Laodicéia. Alguns especialistas crêem que
o Apocalipse seria uma carra circular que teria sido lida primeiro na igreja de Éfeso e, então, passada
• adiante para as outras igrejas do circuito.

• As sete cartas seguem um modelo semelhante de louvor pela fidelidade (exceto Laodicéia); crítica


(exceto Esmirna e Piladéllia); chamado ao am:pcndimcn10: ameaça tk julgamento; promessa de

•• 373
3. Mensagem para Pérgamo
"Tenho, todavia, contra ti
algumas coisas" (2.14).
2. Mensagem para Esmirna
"Sê fiel até à morte.
e dar-te-ei a coroa da vida" (2.1 0). 4. Mensagem a Tiatira
" ...conservai o que tendes
até que eu venha" (2.25).

5. Mensagem para Sardes

• Pérgamo •...tens nome de que vives

' _
:
......
.. •
._ Tiatira
e estás morto" (3.1 ).

' ..
1
1 '

:
1 '
'

': . ----......
1
6. Mensagem para FIiadéifia
"... eis que tenho posto diante de ti
uma porta aberta· (3.8).

•••
• Esmirna • •• Filadélfia
'' •
'' ·, Laudicéía
Mar Egeu • Éfeso

o
ILHA DE
PATMOS

7. Mensagem para Laodicéia


" ... nem és frio, nem quente" (3.15).

1 . Mensagem para Éfeso


•...abandonaste o

t
teu primeiro amor• (2.4).
N
João recebeu a visão
e escreveu o Apocalipse
enquanto estava exilado
nesta ilha do Mar Egeu
(Ap 1.1 ,9).

O 2002. Edi tora Cultura Cri stã

3 74
recompensa para aquelas que responderem. O autor é Cristo. Ele fala àqueles que aceitaram seu
sacrilicio e triunfo, porém que estavam falhando em sua maturidade espiritual ou em sua fidelidade.
Louvor Crítica Instrução Promessa

Efeso Reie1ta o mal, O amor por Cristo Faça as obras que A árvore da vida
(2. 1 -7) persevera, tem não é mais fervente fez no princípio
paciência

Esmirna Suporta o sofrimento Nenhum Sejam fiéis até à mona A coroa da vida
(2.8-11) com paciência
Pérgamo Guarda a fé em Cnsto Tolera imoralidade, Arrependam-se Maná escondido e a
(2.12-17) idolatria e heresias pedra com novo nome

Tiattra Amor, serviço, fé, Tolera culto de O julgamento vem: Domlnio sobre as
(2.18-29) paciência são maiores idolatria e imoralidade mantenha a fé nações, recebe a es-
do que no principio trela da manhã

Sardes Alguns guardaram Uma igreja mona Arrependa-se, Os fiéis são honrados
(3. 1 -6) a fé fortaleça o que restou e vestidos de branco

Persevera na fé Nenhuma Guarde a fé Um lugar na presença


Filadélíra de Deus, um novo
(3.7- 1 3) nome e a nova
Jerusalém
Laod1céia Nenhum Indiferente Seia zeloso e Partilha do trono de
(3. 1 4-22) arrependa-se Cristo
Nt'/11111, C11mph•1e Boo, o/ B1hle Map.1 1111cl Ch111·11· ,., 1993 by Thomas Nelson. lnc.

Quatro Diferentes Posições sobre o Apocalipse


A posição do leitor diante do ao Apocalipse como um todo está condicionada a duns importantes

•• questões interpretativas - a interpretação histórica referente às visões em 6.1 - 1 8.24; e o caráter e.lo
período de mil anos citados no capítulo 20.
As visões de 6.1 - 18.24 são, em geral, consideradas a partir de quatro pontos de vista ditcrentes. A

• Interpretação "Pretérita" (do tern10 latino para "passado"), que considera estas passagens como


referindo-se a fatos ocorridos durante o período do Império Romano. A interpretação "Histórica",
que considera Apocalipse um esboço panorâmico da História da Igreja até a Segunda Vinda de
• Cristo. De acordo com a Abordagem "Idealista", o livro do Apocalipse retrata de fonna simbólica a

• granue luta espiritual entre o bem e o mal. Finalmente a interpretação "Futurista" considera o


Apo<.:alipsc como um panorama Jos acontccimenros futuros que acompanharão o final dos tempos.
Qualquer que seja nossa posição sobre o Milênio. devemos dedicar nossa atenção cm nosso preparo
• pessoal para a Segunda Vinda do Senhor e seu reino eterno (Hb 10. 13; 1 Co 1 5.25-27).


• Resumo das Quatro Posições sobre o Apocalipse
• Abordagem Interpretativa Tese Principal
• Preterista Todos os acontecimentos do Apocalipse foram cumpridos durante o Império Romano.

• Histórica O Apocaltpse é um panorama da história da igreja. desde a época apostólica até a consu-

•• Idealista
mação.

O Apocaltpse não e o panorama de acontecimentos reais, mas o retrato da luta espintual


entre o bem e o mal.

• Futurista Começando no capitulo 4, o Apocalipse prevê eventos futuros que acompanharão o hnal
dos tempos.

• N.-1,m, x Comph•te Bm,J.. o/ Bihl,• H11ps 11ml Clwrt., ' 1993 by Thoma, Nd,on, 111c .

•• 375


Posição Pós-milenista
O lcnno Milênio signilica ·'mil" e con-espondc a um rei11aJo <lc Cristo com a <luraçiio de mil anos
(20. 1 -6). Alguns cristãos crêem que o milênio serú uma era de bênçãos sobre a terra. Alguns crêem
que o Mill'.:nio é a presente era da igreja- um período de duração in<lelinida, ou que o Milênio seja
uma forma de se referir à eternidade.
A única menção específica sobre o Milênio na Bíblia é o capít1ilo 20 do Apocalipse. Os intérpretes
diferem cm larga escala cm sua compreensão do termo, ou em como ele ocorrerá. Pós-milenistas
esperam a volta visível de Cristo após o Mil0nio. Esperam que Deus use o ensino e a pregação da
igreja para introduzir um longo período (alguns interpretam os mil anos literalmente, outros simbo­
licamente) de paz e justiça antes da volta de Cristo. Pós-milcnistas normalmente adotam a aborda­
gem Pretérita ou Histórica do Apocalipse.
Posição Pós-milenista

Ministério da igreja culmina em longo Reino Eterno


período de paz e justiça antes da volta de de Cristo
Cristo.

1 1
1 1
Morte/Ressurreição/ Segunda Vinda
Ascensão de Cristo Julgamento Final

Nt'l,1011 :, Co11111i<-I<' IJ011J. o/ /Jit,/<' Afa11.1 11111/ Cltarts ' " l 'J'IJ hy ·1 hnmas Ncl,011. lm:.

Posição Pré-milenista
Os pré-milenistas crêem que Cristo voltará antes do Milênio. Interpretando literalmente o texto de
Apocalipse 20, su::;tentam que Cristo reinará na terra por um período literal de mil anos. Dentro deste
âmbito geral de concordância, há várias posições diferentes, sendo duas as mais prevalecentes.
Posição premilcnista - pré-tribulacionista e prcmilcnista pós-tribulacionista.
Os especialistas que adotam a posição pré-milenista pré-lribulacionista argumentam que há dois
povos de Deus - Israel e a igreja -com dois programas proféticos diforentes. De acordo com c1,ia
posição, a igreja será arrebatada antes dos sete anos da Grande Tribulação. Após a tribulação Cristo
retornará para estabelecer um reino de mil anos centralizado cm Jerusalém, envolvendo a reconstituição
do sistema sacrifical do Antigo Testamento.
O reino milenar terminará com uma fútil rebelião das forças <lo mal e, após esta, virú o julgnmcnto
final e o inicio do reino eterno.

Posição Pré-milenista / Pré-tribulacionista

Grande
Era da Igreja Milênio Reino Eterno
Tnbulaçâo
1000 anos de Cristo
7 anos

Morte/Ressurreição/ Arrebatamento Segunda Julgamento


Asconsão de Cristo da Igreja Vincla Final

Ne/rn11 :, C11111plt·1,· IJu11� o/ ll,hlt· Map., w11/ C ltans ·< 1993 hy Thonn1, N.:bon. lm:.

376
Posição Pré-milenista / Pós-tribulacionista

b.tudiosos 4ue adotam a posição Premilcnista / Pós-tribulacionisla afinnam que Cristo retomará no
tinal dos sete anos da tribulação para estabelecer o Reino <lo Milênio. Esse reino terminará com a
rebelião das forças do mal e o Juízo Final. Essa posição com freqüência interpreta a profecia de
fonna não literal e nom1almcntc não encara Israel e a Igreja como objetos de planos históricos
divinos completamente ui ferentes. Ao contrário, Israel e Igreja, cm última análise. fomrnm um único
povo de Deus.
Premilcnistas de ambos os tipos adotam uma abordagem "Futurista" para o livro do Apocalipse.

Posição Pré-mllenlsta / Pós-Trlbulacionlsta

Grande Milênio Reino Eterno


Tribulação (1000 anos) do Cristo
( 7 anos)

Morte/Ressurreição SegundaVinda Julgamento Final


Ascensão de Cristo

Ndw11 ,· C1111111h·tt' llooJ.. o/ JJ,hh• A/11p., w11/ Ch11rts t' 1993 by rhomas Nelson, lnc .

•1 Posição Amilenista
1 Amilenbtas interpretam o reino milenar de Cristo num sentido ideal ou espiritual. Embora creiam na
1 Segunda Vinda, rejeitam a idéia de um reino literal de mil anos sobre a terra. Alguns vêem o reinado
de Cristo como tendo começado durante seu ministério terreno, ou na ocasião tia sua ressurreição.

••
Citam a tleclaraçào de Pe<lro de que Cristo agora reina à mão direita de Deus Pai (At 2.33-36).
Israel e Igreja formam um único povo de Deus e as promessas de um reino feitas a Israel aplicam­
se à era <la Igreja, ou ú existência eterna no novo céu e nova terra. A abordagem Amilcnista em geral
aceira a interpretação ldc,llista do Apocalipse.

Posição Amilenista

1
Reino Eterno de Cristo
1
••
•• Morte/Ressurreição
Ascensao de Cnsto
Segunda Vinda/
Julgamento Final

•• ,\d,1111 ·, C'111111d,·1,· llooJ.. 11/ IJih/,· \/111" 11111/ ( l111rt1 •· 1'>11.l by ·1 hom.i- Nd,011. ln�•

•• 377

Você também pode gostar