LEITO FIXO

- Renato Santos Flauzino -

 PROPRIEDADES DO LEITO
Propriedades relevantes para os leitos são:
- diâmetro das partículas (e diâmetro equivalente);
- esfericidade das partículas;
- densidade das partículas (e do fluido);
- porosidade do leito.
 TAMANHO (DIÂMETRO) DAS PARTÍCULAS
Diâmetro é uma característica de esferas.
Para uma partícula não esférica, o tamanho pode
ser relacionado a um diâmetro de diversas formas.
 DIÂMETRO EQUIVALENTE
Nos cálculos para os leitos, se aplica o diâmetro
equivalente que corresponde ao diâmetro de uma
esfera de mesmo volume que a partícula.
No entanto, o diâmetro normalmente medido é o
obtido no peneiramento dos sólidos.
Quando é possível medir o volume das partículas,
o diâmetro equivalente poder ser calculado por:
 DIÂMETRO EQUIVALENTE
Exemplo 1: Qual o diâmetro equivalente de um
cubo com 1 cm de aresta?

1 cm

Resp = 1,24 cm = 0,0124 m

 ESFERICIDADE
A esfericidade (), que mede o quanto uma
partícula se aproxima da forma esférica.
A esfera é o corpo geométrico com a menor área
superficial possível para um determinado volume.
A esfericidade () pode ser definida como:

= Área da superfície da esfera com mesmo volume da partícula

Área da superfície da partícula

Assim: = 1 para uma partícula esférica

< 1 para qualquer outra forma
 ESFERICIDADE
Exemplo 2: Calcule a esfericidade do cubo com
aresta de 1 cm.

1 cm

Resp. = 0,806
 POROSIDADE
A porosidade (e) é o volume não ocupado pelos
sólidos no leito em relação ao volume total do leito.
Ela varia de e = 0 para um material maciço
ocupando todo o volume interno, até e =1 para um
leito vazio de partículas.
A porosidade (e) é definida por:
volume não ocupado pelos sólidos
e= volume total
Paralelamente:
volume ocupado pelos sólidos
(1-e) = volume total
 No caso da esfericidade ser diferente de 1, o diâmetro da
partícula vai ser considerado como Dp = .D.
A velocidade do fluido no leito (v) é dada pela razão entre
a velocidade com o leito vazio (v0) e a porosidade e. ( v = v0/e )
 POROSIDADE
Exemplo 3:
a) Qual o volume de um paralelepípedo com
base quadrada de 10 cm de lado e 20 cm
de altura?

20 cm
Se ele for preenchido com esferas de diâmetro
de 2 cm, conforme o esquema ao lado:
b) Quantas esferas caberão?
c) Qual será o volume ocupado pelas esferas?
d) Qual será o volume vazio (não ocupado
pelas esferas)? 10 cm

e) Qual a porosidade do conjunto?

f) Se ar ascende a 1 L/s pelo interior deste leito
vazio, qual será sua velocidade?
g) Qual será a velocidade do ar com as esferas
no leito?
Respostas:
a) Qual o seu volume do leito com base quadrada de 10 cm
de lado e 20 cm de altura?
V = 2.000 cm3 = 2 x 10-3 m3
b) Quantas esferas de 2 cm de diâmetro caberão?
n = 250 esferas
c) Qual será o volume total ocupado pelas esferas?
V = 1.047,2 cm3 = 1,0472 x 10-3 m3
d) Qual será o volume vazio (não ocupado pelas esferas)?
V = 952,8 cm3 = 9,528 x 10-4 m3
e) Qual a porosidade do conjunto?
e = 0,4764
f) Se ar ascende a 1 L/s pelo interior deste leito vazio, qual
será sua velocidade? v0 = 0,1 m/s
g) Qual será a velocidade do ar com as esferas no leito?
v = 0,2099 m/s
 DENSIDADE APARENTE
Para um leito, a densidade aparente é calculada por:
ra = (1-e).rs + e.rf
Onde ra é a densidade aparente, rs é a densidade do
sólido e rf é a densidade do fluido.
RAIO HIDRÁULICO
O raio hidráulico (RH) de um leito corresponde a:
RH = volume não ocupado pelos sólidos
área superficial total dos sólidos
Obs.: A área superficial, considerando a esfericidade,
vai ser As = AsESF/, onde AsESF é a área superficial de
esferas.
 Exemplo 4: Para o leito do exemplo 3,
conforme o esquema mostrado ao lado,

20 cm
considere que as esferas tenham
densidade de 3 kg/L, qual será a
densidade aparente do conjunto.
a) desprezando a densidade do ar? 10 cm
b) considerando a densidade do ar de
1,2 kg/m³?

Exemplo 5: Calcular o raio hidráulico deste leito

 REYNOLDS PARTÍCULA
Com base neste raio hidráulico, o número de
reynolds (reynolds partícula - ReP) para um leito será:
ReP = DP.v0.r
m.(1-e)
Para o leito, considera-se o regime de escoamento:
Laminar, para ReP menor do que 10;
Turbulento, para ReP maior do que 1000; e
Intermediário, para valores de ReP entre 10 e 1000.
Exemplo 6: Calcule o ReP para o leito dos
exemplos anteriores, com m = 1,8 x 10-5 kg/m.s para
o ar.
 QUEDA DE PRESSÃO
A queda de pressão para o leito será calculada por:
Laminar - equação de Blake-Kozeny:
DP = 150.m.v0.DL.(1-e)2
DP2 e3
Turbulento - equação de Burke-Plummer:
DP = 1,75.r.v02.DL.(1-e)
DP e3
Intermediário - equação de Ergun:
DP = 150.m.v0.DL.(1-e)2 1,75.r.v02.DL.(1-e)
+
DP2 e3 DP e3
Exemplo 7: Calcule a queda de pressão para o
leito dos exemplos anteriores.
LEITO FIXO

- Renato Santos Flauzino -