Você está na página 1de 22
‘canmtuto 9 © Catolicismo Popular Semmens st 1. 0 QUE ENTENDEMOS AQUI POR CATOLICISMO POPULAR? a carci o ccna dot tos ds at a08 @ 0 do seus descendetes de catlidems popular Reg Sabemos que estamos fazndo uma precio hidénes Pree {amos 9 sigiteado atual da platra “popular aoe sites anteriores Deum ponte de vita exrltemente enlists pormitid: indis aicanos nunca form quaicados ae “povo” durante o perodo poriguts da histria ‘radi newt 8 falara em “cllra pope” naquels pcs, tor poreguene 6 seus doscondniesprtendam a0""poe"o ouior comm te {os da terra” ou “peras de Gas, do Moramblgua, de Ang Por consegunte, seria mais légico falar agi tm “eaeliions setlco™ ou esa pareia. Conta, pars simple pret, ines fale’ mesmo ea “exoicano opulae' beads Pees fermo nfo 6 rigorosamente apropriato mas facia a compeee, Ser guerones tater memo fo ctldonn Hilo Deo brs Diane do asunto que passamos s apesenia exstem iets atitdes bem alstitas: tne” nega simplesmente © exes Ge un ace epaardinfodo aacano eebiee on patraea: no Bra sb him eam que cont 9 ‘lmento da uniado nacional”. Ouros sean © etalsn Poplar mas Th negam to eigealdadee todo Yor: ate Aico vivdo pelo pove & simplemente tears doe 8 lomassptninden pla sels daniant. A not pose & {puter exten exo pele dint doctor t'Sired © pre rn mn cules pepe fost bes Be Meet gun cle popes Sool vee et Orga eal en qe Baal produ drante ox eto ‘ener aig ane ta Mla Fasmes tar eve tnne ae pea Ditenor cine soos dnplemenie 280 sci 9 cx e anblghdado ou compra no eticone re so me ot re, Ny Ral fio consta,jntanet com ago forgues,o “ene (ftndade mona nom pi extemaeste ete 0 ee ten de coneeriagun ete ogre gees hanes. OP ‘Sune oceds manu tens Ga gute rand os pore iio, 20 comstsre inpxos sla, os ‘rasan ata alice "entre en contact cen non ¢ {item lo quo pore fo ste de aco Ch pore 4 sre eram levados A sogregogio acl 4 siminaglo de soos pat Feta oa {etme sorta portagutes eomegenn. comer Com edn aftanos de manera extavel, conweriando com ‘Sop indoore 27 comida 6 muamesar ent snore» eeravr Se amu cals nova abeiamente erg, que alo pata Ser lntrpetad por eqloman proven dors expert ‘rqurec A Catan nord Bl 6 besedn en ces {Sr "Nan goo no bralers usta, com no tngesmeeae So, ets absense eeico ceomioe 90 ‘Stor De modo ueinm, Sonos daar tas tonto SSner A demowaia vem Ge noes props Tae”). wns contigs da nove curs te cote, Dav a eg fol daca "Aral arava opt de {atte ede contatenagio ene ae Guar carey © Go setbor es do acre” ate eager no contguem oop canvetcer, Quer nos parser qos mien sae cute fanny epee mar fo pour far sts de dontman Sarton aro per SS goes misdgeate ttn a bate vide um lislogo entre igus, capar de formar wm povo com sentimen- tos comans. Os conftes em que a oposicao interacial matéey 4 sociedads norteamericana podem paradosal e dalticamente sjudar as pessoas a superarem seus preconcltos e's aclla: 0 outro enquanto a aparentemente harmonioga convivencia entze ppobres ricos no Brasl pode oeultar una stuagso ande $ do 1minagio € exerida com stile ecrueldade, onde exstem tron teiras por todos respeitaas e nunca ultepessadas pels 9 trans. sresar delas significa simplesmente a eliminagio do sujet, A “confraternizagio" dentro de estrutures Ge dominageo € petier {amonte ambigua: ela apresonia as sparéncls de dslogo, expan. faneidade © harmonia mas mantém na relidade #8 hipocrsies Nao podemos aceitar o papel atriuldo religiio pelo sistem ‘atslareal de Integragdo do indioe do afsiea ume situagso de escravidio 1), 0 missonitio nao pode ser “desenvelimentss nde 0 colonalsno 6 Tol. aiksie eristh sempre di reapeta & Iibertato, nio pode ser instramento de domes, Dentro desta visio de um catelicsmo integrador diveraos femas foram apresentados que nes parecem iguilmente insals fitéroe © tema da brandura dos seuhores eseravocratascrstios do rai, Hee tema fol molto propagedo no Brasil ha époce da aboligfo, Beeove Joaquim Nab a respets ‘a Rit gt aera € pave 6 seine sb ton. ‘rs ib da, eacl"y stra coma eot ‘ew, Pela sua prin nalutca» teaidio& tio fan ¢ nds dese ‘h'o set, no por os snore bs taraem motores sar Sat ‘te on stro reslneram conpciente hauled aes sperma © sadlsmo existente no Brasil om relacio as pessoas de cor scura revela a verdade a respelto da “brandura Gos senhores" i rutie de latte mals elerds, meso nade © erisdo eps de shorn esrviio, que b sw ate parte fo mentne ‘rds Cubes na malvadees = nd ont de Sudan com sete? 0, 10 Outro tema ligado ao do catoiciamo como cimento da unk ade nacional 6 0-tema da democracia racials "A dmocroca vom de nenns priests” ‘io podemos negar que havia ma socledado colonial poss- hitldade de ascengzo individual dentso de ta socedade de or fens, mas dal & domoeracin ‘0 eaminko val longe. Decerto, 2 niseigenagio 6 uma forma de democriticagio, mas ela ¢ ambi sua pols tne e ao mesmo tempo separa: prépria misegena io Impede freqientemente 0 dllogo entre opresor © op Inido, dislogo este que poderia ter sido provecado. por ma ‘ontestaglo mais clara e aber A fundamental separest0\ Gat Dessnas sob a aparente undo consi uma das earactristcas vida n0 Brasil como jf disemos ht frontetras que nin suém transgride,fronttras de neo-omunicagao e desigualdade ‘qe 0 sistema tem que manter: Finalmente, nio podemos aceitar esta interpretagSo “me noltiea” do eatotciamo brasileiro porque ela nos pareco fanda. ‘meatalmente posiivisa. Nio hi abertura para o futuro. Essa Distoriogtafia“destrt” a historia, pois enoerra os aotecinentos fm torno de cartos procestos fechador de causa e efelo sem ‘loixar nenkuma brecha pata um futuro diferente, Toda pee ‘quis histrica nase a partir do medo ou » partir da esperanca A partir do medo nasee una historiogratis que procura defen. dor a5 estruturas que protogem a nossa prsigio ia sociedede ‘onseqlentemonte dar consstncia 4 ordem eetabelecda 0 his toriador se sente — consciente ou inconseentemente —~ ames. sudo pela evolugio da socodade, por cerias noves aspiragoes da arte dos menos favorecidos e procura defenderse, estabele- endo leis poitvistas ExpressGet tipets desto positivism aio 85 sequintes: "Dentro de: seu tempo, estava cert; hoje, et ccrado"; “Toe temos outraseategorias"; “0 cristanismo ela € moda’; "sso no seu tompo era normal”, Desta maneie, aca cravdio 6 julgada ser “normal” no tempo eolonal, asin como 18 no progresso que resoverd todos ox problemas 6 normal para 0 nosso tempo. ‘A historiogratia cristé nasco a partir da esporanca, ola sponta para o futuro e procure inverpretar os "sins day tem wot pos", comproende ques ealidade esti sborta para o futuro @ fque ‘0 pasado jé Tevela de certs manelra 0 futuro, emibora fle mancira muito humilde ¢ passagera. Hsereve 0 tediogo ale: indo J. Molimann: “Um futuro alnda nfo realizado pods escon- der-so no passado. 0 passado realizado pesie ser procarado no future, Bsa imperfeiezo do que fol Tella dlante do que fol Inteneionado, esperado ¢ anelado me parece a mola propulsora 4a histéria e da cldnca histrlea® (1), 0 eristan pereebe go do fturo de’ seu pals nas utopias polticas do Frei Caneca (uma Sociedade sem nenhuma diseimlnacio), nas poesias de Castro Alves, no desjo de Uberdade dos quilombolas, na lua pela ‘bo fig, nas comunidades igualmente ulépicas dos pobree ett for. zo de Antonio Conselhelro ou de padre Cleo, na luta pela ly Aependéncia econdmica cevada por Monteiro Lobato, mas pal ‘ras proféicas de Dom Helder Cara, A verdadera voedeio do Breall ainda fea ocutt, mas algo Jf aos 6 revelado pols 0 ‘topro do Hspeto de Deus &sensivel em pequenos scontecmen {as quo a historiografi oficial freqlentemente desonece ott etarpa. 0 ctistio acrodita que a histérla humana signitia 0 pro- cosso da humanizasio e Ubertagso do homem, nso de. sey ely ‘lausuramento em falss compromists, cortesias tngidas, re Jacionamentos artis, amirades interesseras, confraternics: Ges humilhantes.&hisra 6a Inta por uma humeniagéo sada ‘esconiecida do homem: restengbla'a wa apologia de tm tema que passct — embora tendo aleangado mites no passe do ~ € desconhecer as iments porsbiidades abertas ao homers pela maneira de viver de Jesus de Naziré,perfetanente livre ¢ Derfeliamentoirmao dante dos oprestores no tempo de sua vida perfeliamento irmo dante dos epressores no tempo de a vide A historiografia erst desconkoce a eategors do "fracasos, ox: periéneia aborivas, dorrotas” ete. 0 aparente fracsiso de hoje somente do vitoris amanhi, é motivo de esperange: 0 crstio| acredita na histéria como cehdcio no qual se desenrola 9 pro- cesso da verdade, Os primeirs Jesultas que — ji no sécuto de esses — contestaram © escravidio brasileira foram pronta mente repatriados; o bispo de Salvador da Bahia que dscordou a expulsio dos jesultas fol foreado a0 ex, Ma estes homens Tntaram por uma verdade que & eterna enguanto a8 proceduras (0) eptneng oat Ano, Pe, wee seus inimigos pertencem definltivamente ao passsdo morto sé mentira e ds hipocria. 0 fracaso loal dos que hoje pare. fim trunfar serd revelado pelo “Senhor da historia", resus. {do pelo préprio Deus 6 eonstuigo Jul defntivo. 0 historia dor exstio tem que fear atento em nfo se delsar Hud polas humerosas ferias dos que procuram captar o earso da histiria ‘os seus esqueras, como faz por exemplo 0 positviano (a ex esse: “saber para prever” & de Augasto Comte). Este posit ‘smo histricoexerce grande stragio sobre a nossa geracio por- ‘que The propde 0 “progress” como solugio de todas os proble ‘as, o quo dispensa malores esforgos: basta trabalhar pelo pro. iresso e a2 colsas sordo reolldas no prazo doterminado pelos ‘petals. ‘A segunda atitude dante do eatolicmo popular fol prix cépaimente sssumida por pessoas da prépria Instulczo eclsiis ica ela € plea da. Ago Cates, movlinento que teve enorme reperenssso na Tgrefa eaten do Brasil a partir de Dom Leme (0916), Aceitase a exsténla de um eafolidamo popular dstinto fo caolicimo oficial ou estabeleldo mas negasethe toda friginalldade. 0 catolilamo popular nio € senio a domlnacto Intesloviada, ela provoen na alma do pobre 2 adesio passva © sabmissa a0’ sisema, Dal os temas bem comhecides da religlio Popular: eonformidade, pacitnela, fatalismo. ‘Cancordames em parte com esta inerpretaelo. NGo pode- mos nogar a relagip eat rellglio popula © sistema de repres fo, A repressio exerelda por ocaldo de levantes insurelebes dela na conselénea coletiva profundos traumas: 0 povo se lem bra que‘ revolts direta contra os domizadores leva & morte, que tio hi poasbiidade de Wbertagio, ¢ iateroraa ele medo por nnelo da religo. altura popular se forma por conseguinte a partir das experitnclas de represeio: ela € posterior 8 repres- 00 Integra a propria repress Tudo isso parece indiscuive Mas dscordamos da conclasio que frequentemente &tirada des ta andlse: a da nSooriginalidade da religio popular, Opinamos pelo contririo que a regio popular 6 mais do que a interior {acdo da opressio, Na realdade, ela contém dois “momentos”, por assim ier: tim Poimelro momento de revolt, um segundo do abatamento ou repressio desta revels. Tomemas um exen- plo: a exprestéo popular “ee Deis quiser' tem certa complex ade, nfo 6 tao simples assim, Froquentemente surge por ocs- sifo da revota dlanfe de uma determinada sltuagao dolorosa 10 a Injsa: eis © primero momento, genuine «orignal, da ex presto rligisa do powo pobre. O pobre nao se conforma, apela para DeusTal eu asia e Dondade ivoca, e ete spel fone {émm of elemetioe eons da fete Dots € Pat, todos 6s somos mos Num segundo moment, homer aaa slope meio grit de revels por melo da sabedria tradicional. O's ‘undo Momento ¢ealtral,provém doe condconaments © das ‘xpertnia coetvas: a radigfo onsna que a revata no resco ala, quo prodsa resigarse¢ lembrarae “que pobre nasceu para'sorer mesmo". Esta igo & continamente fombrada: 20 THomem peto ambiente euurel em que ee vie, A expresso “se Deus quer” e6 rece s conotaio ds conormidade fla lismo neste segundo momen, iso €, no shoneto om gue tradi, a sabedara transmitida falam, nfo min prime momento, em que o homem se exprime em’ sua orignaliade 4 altade negtiva astimide por multas pessoas dante da religlsdade popular desconhoce 4 conplsidage eaars pe Pula ela nap € siuplesmente reflexo" do sistema dominaor, ‘nas fem a sia originaldade. O pobre vive nna ifugao se ‘igus e tem contnla desta unbigldade. No eta, exa consciéna vive safada Sob a agio de tina tradiona abe, dia de conormixna palenci fatal, Diante detas dust posgdes que fitalnente deevlorisam 5 calcio poput,sCrmamos que fl eatlcsmo dos pi. bros que guardou dienteaceles mencagem evanglca para 4 Bras ¢ que continua a remit 0 callcismo ofa, compre. ‘elie com 0 stem, de seus humeresos pees, O contrste ‘re catlcnn patsareal e poplar ¢ grant: o primero ¢ Sragio da eas rend, expr a ear space dos p> Prietétos de tera. O segundo & a relgio dos moredores en {erm alla, dos quo dependem dos propitsios. im aunes 23 sages ada ida de manera erent: ons vv ds ‘ures, acuta ds ours. rl nfo poe delsar e expr tir ei reatdado‘Aredengio dos aun viv esa Soe Tres s6 pode provir de uma rales! converso pola confemplac ‘fo das stuardes em que os Senos pohes vem. ‘Avda do grands braiiro Joaquim Nabuco slura am ravelmente 0 que acabamos de expr: le evania 80 cates Falrateal e escravoerate 20 calla verdadeio pela med {eto da vida dos escravos brateros: pedenioe firma que foram os eseravos que provocaram a conversio de Joan Nee 01 ‘buco, conforme le mesmo expis nun testo, esrto em francés copservade no Hlamaraty que fol recentemente publicado na Tranga (D. Numa das piginas mais comoventes de toda a liters {ure brasileira, Joaguim Naboo relaa experiéla que deu sen. tido a toda a sia vide e-0 trauxe de vols, apés mullas hes bes, 20 eal: ‘avocigo de min inficia, em Uns primeira presi, que deel, ‘Stone, do empregh ler to muha vie esta ‘muma ards {para nim om Jovem nepoeseosbete > evr oto. num, quate brent meus PS spesdoiae pelo nde Dean the 1 mine cimpror por mina aden parte sere Be ve Gat Sisthanes)proaran mara abn, porque 0 le dame, © ‘Satan © un fi com eae wa Pol ere 9 tego tee Fornio dus ms debra nsteoen go Insta rom gual 2 ire ‘ad eo anlarnece, sem super dot que ea ean” Joaquim Nabueo, apis esta oxperincia, tomou suas dls- lancias diante do eateicsmo patiareal de sua infinda e part {procure da verdade que ele descobriu apés mo tempo. Mc “ilndo sobre o fato quo “Lanto a paste do senbor era incon denfemente egofsta, tanto ado estravo ora inconscentemente lgenaroes"(@) ele s0colocos com recolugdo a lado dos que Iie fram pela aboligio e por meio desiatomada do posigio rodes ‘bu os verdadelros valores etolicime, baseados em "16 onsclento™, ado em “sextimento religioso” apenas. Joaquim [Nabuco procarou sentir 0 que sautom os oprimios e dal partix pra uma campreensio tibertadora do catolcismo, a partir dos Nalores de, goncrosdade, amlzede, dlieadera, esquocimento de si, que the Yoram revlados pelos prépras eseravos. 2. UM PROBLEMA DE LINGUAGEM: PROVIDENCIALISMO E PROGRESSISMO io 6 to fell compreender a cultura popalar no ‘Brasil. Lev Strauss iste multo no fato que a nossa cultura nos parace {8 indieatvel que ela ehegs a ser incnscioato: seg 105 Pee eer ee rnin ne as ona seme ters areal ce Ue 0 ben te Tash Sime cas Sysoee gece rae See pectthnrans [apa mers So ee me Soran ae i a an creme xs pete Ro iis cotrnmes pneatgo con cy to See See ae cols 2 et ee Sriram th mi es cedets Gee pp mallee te» Sra cts eB ee Gee ee seneecaragins ert oe lt Sg eiceeyee pee memen oe Rie astute a alice pce pe Pea neu amt «ln tee ds eens cecaree eee oti rep ln or ets oO in, pa ocuaie gees ase eo see econ es oe in ee eae a ape 2 meet See epee mek pet dete Spot ge esiney cece vn fie ae eae preterm ies prc 1 oe Sa eo ropa npn ae Ses nie ie fois mle EST ae at SSL Ss 106 fem grande parte inconssionte mas nem por isto menos impos lane para & vida dos indsiduas. ste catolciamo 6 realmcate fantleo", nfo € “eeaménleo". O fanatismo ¢ opasto ao ecume nso, No" eumenisino hé abertura e matua eompreensio: assim ‘esitla no perfodo portugues ecumeniamo entre 0 eatollesmo ‘queretro e-o catliismo pariarcal, j& que ambas as religibes fefendlam os mesmos intereses; atualmente existe ecumenis- Imo entre o cataleisno burguts ¢ o protesantismo das tgrejas ‘stablecides: of Interestes © os problemas #0 At mals das ve- 1s anilogos. Pelo contriro, hé fanatismo entre 0 eatolieismo dos priilegiados o catolicsme dos marginallzados, como en. tre o protestants burguts e o popular, quo so manifesta nas ‘omunidedes.pontacotnis (essombitias do ous). 0 fanallsmo os revela que estams entrando no terero das defesas, das ten- ses soeiis, da desconfianca, Finalmente em terreno de guerra, ‘eciarada ou no, ‘A tingusgem manifesta sutimente esta soparagio do ct tras no Brasil enquanto @ povo conserva a lnguagem prov enciaista que era comum aos braeros até a segunda parte do siealo 19, a clase burguesa optow por uma linguagem “pro ‘eis. 0 poo we “ema Dats se” eateto & bar sa avanga para o “progreso", Este tema € impertante para a ‘ompreensio da tose deste capitulo ¢ do livzo inet: por Isso ‘amos analislo em pormenores. ‘Nos primeitas sleulos de sua formagio histrlea, 0 Brasil, vivia sob’ signo. da providénela: nao eram propriamente os homens que agiam, era 2 divina providéndia quo aluava neles io forem propriamento os porlugueses que consegulram Yen- or os indios em Tgaragn (PE) no dia memorivel de 27 de se- tombro do 1590, foram os santos Cosme e Damo, os santos do fia, Quando Ment de Sétinha derrotado oF indiog nak Margen {oro Paraguaga (BA) no dla 28 de setembro de 1888, ele no fe atribulu'a st mesmo a vit6vla mss mandou constair ums pela dedicada «Nossa Senhora da Vita 1) Os Jesuias que fundaram tina pequena misao na ibelra do vo Tetd eotvam onveneldos de auir em nome de Deus através do santo do dis (25 de janeiro de 1554: dediearam a missio a S80 Paulo. Os poreugueses fastaram os Indlos da Paratba no dia de agosto: 2 villa era de Nossa Senhora das Neves, Nio fl propriamen- a0 fe Duarte Coxto que organizow as ils de Iguarsgu, Iamarac, Olinda (PE): ti Deus Nosso Seah por ele 1). Através de do fumenlos estos, ieonogrifens,arultetdnics, nomes goog’: cos © ‘opowtics, a hstéia’qlotial tascira evecs tece 4 inabalivel a diving providéncis que aninave'a todas, Henk g,Bobres: 08 tomes de eldades, baa, soe has, cabos e portoe Asscobarios pa armada que Dom Manuel nandoa para Ca ee malo do 1651 sio simplesmenie releréncis 20° santo. do din: ‘abo de Santo Agostisho (PR) 29 de agcto; so de Sia Francicy (entre AL © St: 4 de outubro; bla de Totes os Santos BA Primelro de novembro; eabo de Sio‘Tomé (i 21 de denenbecs Ho de Janciro:pimeizo de Janeiro de 1902; Angea das ls (oy 8 de janeiro; ta do. Sebastdo (SP) 20 de Jancco, S40 Vise fe GP}: 22 de janeiro A alvina jovidéncia mareavs 08 vtms da vida, do ano, das guertase ds paes, das esperasgas ¢ das glérian,Ainda hoje Q,Bovo do lntetor fla em “més de Sio Jods, de Santa Ana, do Natal”. 0 ou pureco prximo da terra, a provincia fea inerce, sada em nosso “sucessos™ humane, 0 preseiro. nome fice, dado ao Brasil demonsira este estalo de emitter & sinbols enhor, como exlic 0 histoiador seisenta fret Vicente do Salvador no segundo capitulo de sia “Histéa do Bras" fando “do nome do Brasil": “O'da que 0 capithomor re: 4a sana cruz en que Cristo Norso Redenior more por nés, © por esta causa pls nomic 4 teva «que havin destoberto de Santa Crux e por eee nome fol coun. ida muitos anos Porém, como o deminto eno snl da cts perdeu fodo 0 dominio que tna sobre os bomens, receando {amibém perder » muito que tisha em os deda terra, trabalhou ie se esquecess o primeiro nome e Ihe feast o de Bras, por {aust de umn pou asim chamado de cor abreads.-. E porven: ura por ita, sada que ao nome de Brasil santa o do os {ado e the chaman essa do Brasil, ficou ee iio pouto estivel gue, com no haver hoje eem anes, quando lin earova, amegort a povony, i se no despoveades alg lugares doa terra to grande tértl como no dante reremen, Rett por 108 sso vai em aumento, antes em dingo” (2) noe diet hoje seguir oracicinio do Frei Viento que strbuit oarace do Bras ‘"Seeuaragie de tou nome, eobtudo 6 neceatiio procure tendo se qulermos ever projeies e dtorger aa nes Interpretacio ds histiria rest. ot Vicente Inte © Dre sil 6 "pouen etre", "em dinate” Por qu “Por lhe ave tem chamado estado do Bras, lrendoihe'o de Satla Cra fam que puders sr ead ef etbiliadse firmer” Nomontos de crise na bstna braslire, meamo 20 s6eulo dezenove, foram Interpretedas pelos contemparincs como mo. Inontos de fntervngio da diving provdénca. Joie Fernandes Vitra, 9 “restaurador perambuctoo” apis 0. domino. haan 4s no Nordese, sempre dla que lutava pela “hberdade a ts” contra a hefeda(@). Apis 8 Primeiea vita cotta oo bo "ages a lin is Toca pra dp Reso no ia J eno Antalo de 1615, ee fr “proms” de construe uma capsla Aeticada 2 Nossa Senhora do Destero fos senhores de engeno fe sentiram dosterzados peor holsndess, 0. propio. ri de ovina, Dom Joto 1, em carta dstada de 8 de Junho de 2640 comenta'a sogunda buatha de Guararapes da manera segine ter"Parece certo que quer Deus faoreceraqueles omens ors ue assim o mora suctao tio prodiion como este fo.) © grande jestte Antonio Viel vena innoregto persama: cana contra os Rolandeses “e milagre da providénca GL. Ads vii, todas 25 homenagena s80 ssibodas a Nossa Seahora fos Prateres nos montes Guararapes, que Tecebe fgreja tem converte Meso a rorolugio perambucana de 1817 desenrolouse Interment ‘sob ogo’ da providenca ela estava tanto do lt, gree rote eid) on do Ta legaldade: © padre Migueiho, membro. do govern provish Ho. eerere en 117 naan prucanago ep pov: “Pebame. anos, esas tangles: a providénela gue aig obra a I ‘ar a bom terme” ©. Maso captio Joso Maria Mower, a Hendon raga Perel, fax iguatmenia ama procatagto ta sue Invoca svi providénea. © povo, por staves, ava “v- 109 vas" a “Nossa Senhora, A Psi, A Santa Religiio eatsic” ‘Todos agiram em nome da providéndia. Mesmo os guerrlhires e bandldos da histnia brasileira iveram — ao que parece — conviogdo de teguirem ua voear fo divin: Montoya fice admirado em ver ot bandeiranies darem “com largosroséios a0 peseogo” Alii, a8 bandeitas nao ‘ispensaram um padreeapelio para que os homens pudessem ‘seconcli-se" com Deus, Esereve Domingos Jorge Velho, 6 terrivel andeiranto paulsta destruidor do. qullombo des Pal ares: “Sem o capelio morreramme trés homens breneos sem confissio,eolsa quo mals tenho sentido nesta vida, Pogo pelo ‘amor de Deus que me mande tm elérigo em falta de um frede, pols no se pode andar em companhla e sendo com tanto seo 4 vida sem eapelio” 2) A morte de Zum, varrada por Ro- tor do século deco, confirma que Deus nao gosta fle so atra ao abso (o mito de Atala). Zim tem ‘gue cair no abismo pols Deis no 0 pete mais viver (@) ase providendialsmo dos conquisadozes da nova torra fol formalmente aceito pelos indios manos e slcanes escravos. A transposiedo para com esquemas relgiosos da Amerindia © da Africa nio thes era tao dic, Tradciolmente a relig tn- ‘igena ja 6 bastanto “episit”,isto 6: 0 indo ji vive conver. ido de foreas superiors que determinam a sua vida, Hsta cre 48 nos expritas encontrard eorrospondéncis, tanto no provider: ialsmo do Brasil antigo como no esprti¢na do Brasil sal iano sos aticanes, ales jt vivem iim mundo onde as forgas que stuam sobre sus vida’sio onlpresentes, O strieano 6 cnr icionado pela agio da natureza; na ehuva, no Telimpago, na terra, na dgus, no mar, na doenga ena morte manifesarse & fora divina que ge chima “orixi em lingua ioruba, Ao med ‘mo tempo ele vive na corrente de forgas que emanam dos ante. Dassudos (eguns), A crenga na forga de divindade © los antepassados formam uma unidade harmoniosa para o aff ano, que facimonte é“tradusida” para s linguagem provider. ialisa da sociedade braslera, Encontramos agut uma forma de sincretismo entre a5 erengas ammerindiae © sricanes de: um ado ea f8 erst do outro lado, ‘A Unguagem providencalita. dos documentos histirios provenientes do Brasil antigo consul para nds uma diicul- fade: seguimos com aiieudade o modo de pensar de unt feel Vicente do Salvador, um AntOnlo Vieira, wn Joao. Fernandes Vieira. A relagio que eles estabelecem entre a providéncis i ving e as ages humanas nos yarece prélontifea, ingdnua, des provida de fundamentos, Contudo, la exprime o ‘universo men fal em quo os antepasaos viveram,e isto dave ser resplisda, Deformamos a verdade hstriea quando interprotamos as bats Tas de Guararapes (1649), por exemplo, sogundo as normas do deat patsitico de hole, ou quando atribulmos os protagons: tas da guerra dos mascates (1710) intengGes republicanas, ou ans hers de 1817 intengsessocaistas ou socalizantes. Ha uma maneira de apresentar a hstrla que desrespeta a verdade dos Ssconfecimentos parados: la serve. para propagar ldeologis © ‘lrificar os alsfemas que estio no Poder, mas cla nao ensina ada a respite do hamem e de sua verdade, Ora, » verdadeira Histéria nos ensing a verdad a reapetio do home. ‘A 10 na civina providéneia parece perder sempre mais slptos no Brasil, pelo manos na vida pblies: os nomes de ck fades e Iugares, suas e balrros, empresas, casas comereiis © ropartig6as piblicas aso evocam mals como anes a presenca fe Deus, de Nossa Senhora e de outros santos, mat sim a nova no progresso e desenvolvimento, na independéacia ena ‘emaneipagio, na tecnologia e nas céncias. Houve sobretudo partir da seguada metade do aSeulo pasiado uma consdertvel inudanga do mentalldsde entre as eamdas dominantes no Brat (que far com que o providencalismo parega sempre mais supe Fado, Diante desta stuagdo, 6 preciso fazer aguas obeeragies, Bm primeiro lugar, nfo se deve confundir providencaismo ‘om ersianismo. A’ progresiva diminulgdo de sinbolosrelgi- ‘15 na vida piblica do Brasil nao signin neceseriamente que ‘pals clea om vie do deseristaniedo, Pols e f& na provides. ‘ct — tal qual évivida ne zeaidade soeoldgea — 6 um sinere. liso: ela encerra elementos eristos slém de elementos ests: nos ao erstlanismo. Deis elementas que nos parecem fugit & au Visio crs uma cera tendénsia ao fataliomo que se perce eo providencialissotrasilro (onformares, ter paint) ¢ sohretudo uma fas quasesbaolata de visto ‘dos problemas so Gis da vida human oda‘ inporténcia da ida pares os 4a vola da tin aa para «casa do meu Pall Como o aie Linniswo dlogou com ae providencaista que tem rae ras floss elenistas do fin do impéro romano a slntse fol ‘cia por Santo Agntnto, ass tambim ele € tapas de dale from anova ft progeny Gl nina hes conto. nos, impressionace pela evolisio. das clénies pose @ tecnologia, Hse farmando stalmente um fave ance tio ent erstlanim @|progrenisn, Conti, ero brat tem que dar com multas pes: sas 0s pobres em geral — que ainda conervum exprestons Drovidencaiata de femple: “se Deus quer" “cae Dane user). Ore, se exgimes resplto ela nossa. prop cultura ‘que exprime a tos ralisaggo'na via, temos que festa eamente a cults dog outros. Nnguéns tem, © dels de me. espresat ou siiclrat uma "Yl em Deus” qe Ihe fangs Angénua ou uttrpasada. elo contrrio, € de wgeute neeeee, ade para 0 futuro do Brasl que o¥ estos burguese enon, sim as expresses populares da fara quo fe pon fm no ‘mperistsmo cuttaral” quo por iabto tampo.acompatoa a grmlizacio. A. Depront eapeiaeta em “hina dus Li, desereve 0 providesilizmo ‘como segue: “Exist na yueio ‘gee fisica entre Deus 9 mundo: 0 erador mest ets Poder intervéin & gzagues momento nos aspen terete Nio existe dlicerimento entre trancendenta ¢ inanuaa: ‘ste coniouldadepereta entre naurera asbrensarees, A sosedade humans, por casa do pesado orginal, € submersa as trevas da histone, Todo o drama humano & 0 da volta 20 Pat", Num ‘estado que no fol bastante valorzedo pelos brasliro, © listoredor Sergio Buarque de Holanda analisa a “visio do ne paris: os motvs edénos no dessbrinento« elnizaso do faa) Canto Terdo sponds por sua Ye 0 meso tin em reagan no momenta bandsnant (2) as fra Deo ‘iden nas dvin fo desta por Camden de ana npn ie funiadee of bas, como Tot, ‘Ainds no sue denmere a1 ma provi du corsa tos revlucondriospernmincans de 107 bara sper of pebiag dapeeerm tp ripest pecan tron ep erator ‘sertéo, uma “repiiblica ideal no centro do pais” (3), © sonbo vai Ter oro eneorco dE” oh Xb O's prgenamo oy pee mals tence, pf 8 Pretenso de expla (ado pea enn pr cao as Tiguo, pols maple wo pleads aes que no focldade ou nie tim onto do ontar a at plo progreso Ecce ‘vito providenata confer uma grande unidde vida umandtado vote as sulteste expe, ha € Semone ona «pgm doen ‘Ming tren sucono, ti) or cago Deus Ginette egy 0 pei, Stasi be nar in Sid oe cn guess ik ‘Re rn pobre com foto econ, Stent'a pgnon et one i ptugues,€ ums Ide Media proltgnda em lett ae ‘lata Hal por quot strode etropet fear impree “snub pels sping enre a ela Poplar bal © Hatte Meculbal euepetsEoceve Calo ado Hino Usa Siogm pelo Baal mas vere ura Inarlo pels ta enema @ eum slo ema para tis, seme cra vr um protean tstangezo go vlna o orators sons mae ‘sn ms a ae Th tuo, «rari do sound inp dn ete mai a ‘os ara no Beale dey piesa ie Bot dae que“ entanto pind wats san Pee ‘medieval europeu — o segundo periodo colonat edi eriodo colonial (ou peed ‘eocolonia,carecerzado pela supremacia da Ingleterr) ree, ‘area do progressismo europe — francés ot nglée ‘ue scompanhou a crescent itludnea inglesa no Bras A mw des: A pare desta nov ag 2 em compreendose fanaa Slo dos "als Bra" expen te acer Lam) 0 ogre na cides, Bra aces 'np inte Noe ea ert imitate} cen rhonda cham ov navies apn Aucune oe eat es ‘4 moda inglesa (os lordes), existe comunicacdo ri 1 ie aloo esradn de fre Noa do ee fe lon ree leone conta ei a deat Gate 2a ie er to grande tn! shale 0 qa he considerdvel mutagio na Srearan ees tim gra sto'ty cl ‘versa do Paraguao exci guaha malor tonnage fis epugnam a cltra vate slide fon hes Aderom com entsiasno 40 poavisno que Ihes pares, oe ileasdo do que es aconlateno em tarno deed Orc, {ae primeira replica, Quanto a0 er, o que seoteee fae © ovo no entende mais como no period anton Pass a pensar derntenente do pvt ot pater gee ies onservah #mefaldade poptlse (pate Cet de Core np) pasta a ser eoieradon area's psoantes Ca tada do povo scbotudo pea mettaidade, 2 pie a Bader sompre tas Turpe, de Rota seiretda, For Fe 8 magontin aandona 0 iran sre sos, coca 3 a0 posvsno de\Cont, Spencer, Darin ¢suses ase 4 formando-o numa verdadelra rlisio. No Brasil, 0 positivism ert tuma religio mesmo, com todas as caracterstias ‘Enquanto eats liderangas do pats — exérito, cero, ma: ‘omaria flame desta manelra prebeupadas com a transforma ‘io do Brasil num pale moderno que possa entrar “no concerto ‘ls nagies”, 08 ingleses tm as maos livres para estabelecet re- fagies frmes e proveltoas com o¢ donos de terras quo ainda ‘boos donos do Brasil os "bardes do ate” no sue os seabores ‘de engonho do agiear no norte. As riquezas da tera confinuam ‘tir do pals por intermédio de uma mio de obra extremamen- te discptinada baraa. Capistrano de Abreu pereebe a tragé- tia quando esereve: “Acho errada a poles de Jouquim Nabuco ‘edo Ro rancor Br o Brasil rolalivamento aos Hstados Unidos ru posigdo de Portugal para a Inglaterra’ (1) ‘as com 1800 j& nos afastamos de nosso toma: era apenas necestrio demonstrar como 0 progresssm das classes dr tes no final do séeulo pattado apenas seria do distarce p feu a metamorfoge do colotialiamo ¢ 0 estabelocimento de ttm segundo pacto eclonia, detta ver nio com Portugal mas fim como a noas poténcias do mundo ociental @). No pode- Ios eonsiderar 0 progress como um passo para frente na ftlogdo dos problemas braseizos. Tatase apenss de uma nova Iinguagem, em concordincia com a Lnguagem vigento na. Bur rope, que octlla 9 mesmo colonialismo, embora que votado pars a Inglaterra, 06 Hstades Unidos, e ndo mais para Portugal. ‘Uma palavra final sobre 0 providendalism. A mettlida: ée morteraa tem doverto raaio em exitear a providéncia de um ‘Deus que fla do Indo dot mais forles e parcee antes um gene- ral de exérelto ou um patrdo, Contude, isso nio significa que fe pode taxar 0 providencallmo dos pobres simplesmente fataismo ou conformismo, como se faz com excosiva freéa- fia nos noses diag 0 stro fundamental do progressismo (ou postvimo) cousste na sua flla de {6 nos pobres. B verdade fe, na histria da inatiulgoes que 6 apenas una histérn apa ‘aio a histnia verdadeira, a providéncia figura a0 lado 115 dos podeomos. Dal a pensar gue a isla segue os camlnos dot pndarome 6 fla por eles hi spenas tn fase 0 porns ‘sie fn ps trea meno ma tr do ia 8. Hle parece incapar de ensergar a humilde © profs Nsésn oa humcidae. qi io se. contndssheitamcte om atria das institulies nem com a8 peipecs dus he ett A eran ta & Ila pe shoog Se Dae ea 4 pobre para consruiro Nelo ese mundo” ‘Apres de Comte, no sentido de subir a {8 na poe vaatnca pla na “previstoraclonl” nto salina nenfen ‘eblema' pois ngo considera og problemas de poder, Injsge, ambiclo, opreaio,represio ele. Sempre & fac resolver a ‘roblema delxando de lado tim dos seus sapeces, Del pr dee gumay das inelignlas mas agudas da Epa cometary 2 duvidar do. “progreso™= Beaudet o Faubert na ‘raves, Niclushe oa Alemania; Dosterak! Toll ha Rosse Bis recolocatam o problema do verdadero propre: ene ext'¢ rogresot © que faz que a humeade caminbe resins n¢ dlegdo ceria’ Séculos ate Santo Agstinhe Ja Guheenrens {ado este problema, na sua sbre ioral "A cidade Se Dest progreso ¢ una poregrinega, ea a ‘Aida tarrna® € consraida sobre : Hoi nmanas. A “cidade de Dear” fet Ue egeneragte ‘ratase de regenerarce do eps a0 sme. Iso on erode ¢ progreao./0 progresiana mogerno quer ceplar a hitirs na Sete visio dae cana 0 dine tenslogin sabre oe do, desenvolvimento econdnicn, Ble delta de indo'e eons Inumane: todos os que no entra no “lauejmonte pave ¢ desenvolvimento” elo margoaid. Apesar de tio isn os obres no Rel continu a fe Jar ma Deus enguanio « propaganda ofl sb fala em propre ‘80, Todos quantos pretendem compreender com ‘arta prof hands o catlicisno dos margoaiados no Beal ts que heen or abarretra de linguagem que spare as das cllaton tek ar do axar simpesmente de "ignorantes” oe que fae we Tnguagem que hes parece spersda, 3. AS AREAS LIVRES ‘Ao enfrentar 0 estudo do eatoliismo popular encoa- ‘ramos ume primelrs dineuldade: a linguegem © povo fala une us Unguagem que io 6 a nora, Bas existe ums soguida diteu- dade que aineaga prtirtar a nosta ery du ca: re iio poplar parece ser implesmente a tplca da religio doa (omnnlorey sav ano en mea Tavern Seo doar 6 ‘tic, 0 dminada ge tora masogusts, Encontramoe 2 {a muta imagens menudo Ce» fe Ste Sosa ‘aplas dog sigs engenhor colonia yerdade que 0 pobre ‘ima interiorafeegdentemonte a dominago stra. 1, crando uma rlgio de invrsio pcsdgin, ‘Ao ealzarem const como povo peresbenes logo estas Interlorisntes © condos dat qe relildade poplar & {ital onformsa, que devernoa pols beta 0 Povo do ‘a seliuldade para Ibert. Essa impresio prove de un ‘ontato por domalemipercil esporilco com 0 pore. Arlt Sloldadepopuia,ertudada de tsis pet, eves qe os pobres Tormalmente nfo penaum como os Hes nas passara falar ‘como eles porgue ina eomunleagdoautrinda passon a et 2 on lena Claro gue hd pessoas pores que ado Glo nenhuin alo a cultra de sus pa entra com saagho ho sera os person para estes vale a qulieago da regio como Intedorzag du dominaséo exerida polos poderosos. Mas nein Uo of pobees so assim. Nagin pide dar de overt ge mums feane no parocom marcedse pela opressio ot pela dominio ela {oservam una adirivl eponaneade © autetedage, ana Splcdadeencantadera, una improsdonante fidade de co. ‘munis. stas pens, qu S80 milan, nemo encanto da ‘ila no Brad. Podemon mesmo afiense que v poro bralro sal hm mas eprint, racntan co ras faliade o impliddade que os poves euopeus em gra Sana aa materia, Su ek Jmpreso fea: “astema” — qualquer que see pli, ad Hina, ecleison ~~ tom ‘menos tnfutnea sobre vida to Brasil do que na Tropa Aperar do serum pais colonial, 0 Brest ¢ eitrntamente rns re do que iitor outros ple ‘9b divers aspctos Largos setores da poptgio eecaparam io ern tena de re pit no ra dominadores partir do séclo 16. Hates sears. ri: fim um etal opi, par arodoa ae hr ds U6 fensores do sistema, considerado sipersticee,faniio, goo: ar ‘Tua code um cll que produ tuts de ate € de dignidade humana no meio das privagSes: de core gem ¢ do esperanga, O evangelho diz que se couhece © valee {a arvore pelos frutos; sb polos frutos poderenos avalay 6 ie: lor do catoiismo dos marginallzados no Brasil, no pea orto, Aosia que pertence aos privlegados, Para nio se escandalizar dante destasafrmagdes 6 preciso Jembrarse que o eatolciamo propagowse no Breall priacioa, mente pelos Ieigos, pessoas que nio eram lgedas h inaisigen clesistica, Os Dispos, sacerdotes “do hibito de So Pease", ‘monges ¢ frades fearam as mais das exes no literal, uos cont enias, seminéros, oligos, mostelras e palécios, 9 fazendo Nac ‘ens pelo interior rariasimas voaes. Os portugueses povoadores desbravadares do sertio, assim come os Indios mangos « o¢ Atieanos eseravizados, e mesmo os quilombolaseramn os prince als propagadores do catolicisne no interior. Alisa, « Mtuis dda evangetizagSo do Brasil colonial nio difere sendo superficial. monte da histra da evangelizgio em geral 9 evangolho 6 ao. bretado propagado pelos leigos, So uma visio da evangelizagio « Darts do sistema clerical nos faz exquecer esta verdade, uns das ‘ais importantes da histria de igre. B conhecide que 0 cir flanismo se propagou no Impérlo romana por inéluénca, de ‘comerciants, soldados, viajantes em geral, Ainda hoje temos os simbpos: 840 CristOvio, Sao Sebastio, Sio Maurilo, Na dade Média a familia foto grande nici de evangetizagio: todos etn {eral aprenderam a conhecor os dadosbisioo da sevelago pelos estos © ensinamentos de seus pus, pela influéncia do ambtente famitiar. Os portuguesas que vieram pare ct mablam que a obs «saci ora de conguistaralmas para Cristo, expendi o Reino da ristandade, combater os inimigos da £8 educar 4 ocidade ha sal ers Bahn ae: Outro esforgo memorsyel realizowse no campo da adapta ‘0 0 eatecismo romano & mestalidade ¢ & lingua dos indios Drastevos: guardamos os nomes de Antonio de Arajo, cujo “eataciomo brasil” jé fol obra eaeliva ¢ Feunia os esiorgos fe José de Anchets, Pero Correa, Lats ds Gri, Laocardo Go Vale, e outros; de Liz Figueira, de Bernardo de Nentes (2). ‘Todos estes trabalhos ainda nfo foram devidamente spre: sentados numa bistéria da igrefa que posta nos mostiat a8 di ‘mensbes deste esforgo missionirlo gigantesco. (0 esforgo missonério nos aldeamentos & capaz de remit a Imagem dog Jesutas no Brasil da scusucio de eolaboragso com sistema de dominacio representado pela coroa portugues ¢ também pela santa Sé. Realmente, a santa Se, pereebendo como ‘unidade medieval ia se perdendo por cause dos descobrimen- tos e da nova cultura moderna, apeiou para os Jesullas ath de vestabelecer pelo menos ag aparénciag desta unidade, Dal ot Famosos “sinereismos jesuiicos” (1-0 coléglo e a igreja bar- roea. 0 colle, que forma as lderangss llgas da coldni, d& ‘timpeessio de sntese ene a eiltura da aMliguidade (elkara page af medieval sintese puramente siperficah ais, Hi que nfo house verdadoira sintese que lvasse a novos com: Dromisos da fé, mas sim ume “Justapasiclo sul” entre of te fas grecolalinos © os temas mediovals. As famosas “bumanlds- des grecotatinas” das jesulas nfo conseguiram elimina a pro. findas diserepincas entre a visio. de um Plato, um Ariséte Jes, am Cleero, um Ovidio, de-um lado, e a visto do evangelho o outro lado. Dal uma das razdes por que 0s colégloscatdleos formam tentoseatdantes eem Ihes omtinicarem neni com: promis erst. A igreja barroca, do outro lado, apresenta for fuas grecoromanas tiradas de. seu eoatexto e promos em ‘cenivios eatlios, Sio realmente mito spropriadas para tian. 4, cevimdnlas pomposes,exaltagdesoratrias, misicas festivas, ‘mas nio so prestam preclsamente a formagio da f em Deus ‘que far allange com os pobres e humldes, Agul também a har- Ionia entre paganismo © crstanismo foi bastante duvidasa equlvoes 0s jesullas no Bras! so prestaram — ¢ verdade — a estas cexperiéncas suporficsis@ allonantes. Mas multos dels perce beram o yerdadsiro drama humano,do Brasil e ce sfactarem os colégios ¢ das pomposss igrejas barroca para se interesa- rem pelos aldeamentos, Polo que aconteceu com Autonio Vieira (quan ete 20 convorten em missionério no Maranhéo (1652- 1063) Fol © que acontecou com muitos outros. Bles so dedica xm os pobres porque nele tinham percebido o que o sisema ra clonial ndo podia criar: a autentleldade. Fol por ezusa da au: tentledade que muitos jesftas preferiram a rude vida 0 in terior a vide edmods nas cidades Iiordneas. Bes desert sent Fam 0 que LéviSiratss notow admiravelmente no slvr: "Ar tropologiaestrtural: “O futuro julgara sem divide que a mals importante contsbuigdo da antropelogia As edncis socks fol @ e tar intoduido — ais, de manelra ineonscionte — a dstin- 0 capital entre duss modalidades de exstencia socal: um ge ero de vida pervebidoInilalmente como tradicional atcaiea, ‘que 6 antes de tudo o dss comunidades sulbnticas e formas do ‘origem mais recente, nas quis os grupos importetamente © tne completamente autéations so encontram organirados no selo do ‘am sisems mas amplo estigmatlzado pela inaatentiidede” Ch © objetivo da empresa portuguesa no Brasil? a fnalidade de nossa presenea? So este presence se ua fica pela necessidade de propagar a f6, como os documentos aestam com abundinela, enzo interesse pelo homem, pelo indo, deve ser central e primordial. Se, pelo contri,» Bras 0 detine a parir de Portugal e dos Interoses metroplitats, entio tudo deve ser encaredo de manera diferente. um die: ‘ma, nfo hi melo-ermo, como prova&histéria dos aldeamentos. & iscordtnea entre missondros e colonos nasee aqui ea € fine damental © perdira até jo, (Os missionsros isam o bem da pessoa humans, Dai o toma 4a “iherdade dos indiog” que se choca frostalmente eam ott ‘ress dos colonas portugeses. Fl para preservar os {ndios 4a escravidao que os aldeamentos foram eriads, Capistrano de Abreu escreveu nos sous “eaptulos de histra colonial": "So havin duas politieasracionls: ou dexéls (s nos) apisionar 2 4 vontade como entio se fasia, ou proibir expressamente {oda e qualquer eseravidio” (2) Mas nunca houve leyislagio “ra onal” a respelto dos indlos e de seas diteltos: 0 jelo preva. eu. “Entre 05 colonos e os jenutes maha posgao & bem deft ida: sou pelos Jesuits... Tenho apenas divides sobre @ vi biidade de sua obra Para garania era condi indispensivel © sogregamento, mas até que fempo teriam de conservélat Como Doderiam os nebfitos ser Incorporados na comunidade de lingua 1s ups? A Inorporaefo 86 poderia ser individual, como a dos ‘Scans, pela exingso das agregades to Iborosament era ee ns Capistrano medita sobre a ambigitidade fe empesn clo or Jets, a0 pretender prteperos log, Unham ue iar um estado detto do eslado, um Dra Giteente,nio'vlldo pes a exoriagio de suas vig mab fam a eronoia Intern, Tu tao re Insportval poe eco Iones (© tema dos cloaos ere: submislo para intograsi. Ao® sous els et necssro sufugar os ln para poder ite fehcs comune ds erpeut Assam fla propos de guerlbewe mamelicos que Szram ieusbe9 Te inferior & ca de fadas que reeberam na hstorogala ttidalo nome honrzo de anderanes:Antnlo Raposo Tava fox, Borba Gato. Anhanguera,Beclor Disb Mort, Danio gs Jorge Velho, Manuel Pa, Poro Lopes, Prado Das Pas Lame

Você também pode gostar