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| Panre — MartRias DIDATICOS: CONCERNS & USOS 324 escolares, Histéria de la Educacién, Madrid, n* 19, p. 39-49, 2000. MUNAKATA, Kazumi. Histéria que os livros didaticos contam, depois que acabou a ditadura no Brasil. In: FREITAS, Marcos C. de (Org.). His- toriografia brasileira em perspectiva. Sio Paulo: Contexto, 1998. . Produzindo livros diddticos e paradiddticos 1997. Tese (Doutorado em Histéria e Filosofia da Educagao) — PUC, Sao Paulo. OLIVEIRA, Marco A. de. O negro no ensino de Histo- ria: temas e representagées. 2000. Dissertacao de mes- trado ~ Faculdade de Educacio, USP, Sao Paulo. ROSEMBERG, Fiilvia. Racismo em livros didaticos brasileiros e seu combate: uma revis4o da literatura. Educagio e Pesquisa-Revista da FE/USP, Sao Paulo, v. 29, n® 1, p. 125-146, jan.fjun. 2003. SILVA, Adriane C. da. Versdes diddticas da historia indi- SOFFIATI, Arthur. A ncia da natureza nos livros didaticos de Historia. Revista Brasileira de Historia, Sao Paulo, ¥. 9, n° 19, p. 43-56, set. 89/fev. 90. SUPPORTS informatifs et documents dans 'enseigne- ment de I'Histoire et de la Géographie. Paris: INRP, 1989. VESENTINI, Carlos. Escola ¢ livro didético de Histé- ria. In: SILVA, Marcos (Ong). Repensando a Historia, Rio de Janeiro: Marco Zero: Anpuh, 1984. Capitulo II Usos DIDATICOS DE DOCUMENTOS Usos didaticos de documentos As justificativas para a utilizacao de documentos nas aulas de Hist6ria so vérias e néio muito recentes. Muitos professores que os utilizam consideram-nos um instrumento pedagégico eficiente e insubstituivel, por possibilitar 0 contato com o “real”, com as situagdes concretas de um passado abstrato, ou por favorecer 0 desenvolvimento intelectual dos alunos, em substituigao de uma forma pedagogica limitada a simples acumula¢ao de fatos e de uma hist6ria linear e global elaborada pelos manuais didaticos. Os documentos também sio materiais mais atrati- Vos ¢ estimulantes para os alunos e estio associados aos meétodos atives ou ao censtrutivismo, conforme as justificativas de algumas das propostas curriculares. Recorrer ao uso de documentos nas aulas de Histé- tia pode ser importante, segundo alguns educadores, por favorecer a introdugio do aluno no pensamento hist6rico, a iniciagao aos préprios métodos de trabalho do historiador. Nesse caso, ha cerca ambigio em trans- formar 0 aluno em uma “espécie de historiador”, situa- sao complexa que conduz.a problemas de dificil solucao. Essa pretensio acarreta uma série de dificuldades 20 ensino e contraria os objetivos da disciplina, cuja intengdo maior é desenvolver uma autonomia inte- lectual capaz de propiciar andlises criticas da sociedade 37 3+ Pant — MArEBINs DIDATICOS: CONCERNS € USOS 328 em uma perspectiva temporal, conforme ja se disse an- teriormente. Dai a necessidade de se deter em alguns aspectos do uso de documentos ou de fontes historicas nas aulas de Historia, comecando pela identificagio das especificidades desse uso. 1. Andlises de documentos 1.1, HISTORIADORES E PROFESSORES: DIFERENTES USOS DAS FONTES HISTORICAS Os documentos tornam-se importantes como um investimento 20 mesmo tempo afetivo ¢ intelectual no processo de aprendizagem, mas seu uso sera equivo- cado caso se pretenda que o aluno se transforme ent ‘um “pequeno historiador”, uma vez que, para os histo- riadores, os documentos tém outra finalidade, que no pode ser confundida com a situacao de ensino de His- tora. Para eles, os documentos sao a fonte principal de seu oficio, a matéria-prima por intermédio da qual escrevem a histéria. Henri Moniot resume corretamen- te a funcio do documento para o historiador: O saber histérico é © produto de fontes, todas elas vindas do passado, ¢ de uma critica, vinda do historiador, um especialista, que explora seu contetido! (..) Mas nao é pre- ciso advertir que o trabalho do historiador néo pode estar limitado a isso. Nada é uma fonte por sua prépria natu- reza e € 0 problema colocado pelo historiador que, identi- Jficando um trago que fornece uma resposta, transforma ‘assim um documento em uma fonte hist6rca. Os registros ‘e marcas do passado séo a sua matéria-prima, 0 historia- dor diante dessa matéria-prima, das fontes, faz perguntas, coloca problemas. Mas € preciso, inicialmente, saber 0 sos opdnicos n+ DOCUMENTOR que esta fonte dizia antes aos outros, como era usada para outra coisa, ou seja é preciso adquirir conhecimento sobre la (isto significa que o historiador j¢ possui conhecimen- to da historia da época em que 0 documento foi produzi- do} €a partir desses dados obtidos,talvez essa fonte pos sa fornecer e acrescentar novas ou algumas informagdes para a pesquisa, Cabe ao historiador, desta forma, sele- cionar e delimitar as fontes adequadas para sua pesquisa, Fontes que serdo organizadas por séries, ou serdo com postas por conjuntos arqueolégicos ou entrevistas orais (4) (1993, p. 26). De maneira categ6rica, Henri Moniot adverte-nos de que o historiador, 20 selecionar suas fontes de pesquisa, ja possui um conhecimento histérico sobre © periodo ¢ tem dominio de conceitos ¢ categorias fundamentais para a andlise historica. Ao usar um do- cumento transformado em fonte de pesquisa, 0 histo- riador parte, portanto, de referenciais ¢ de objetivos, muito diferentes aos de uma situacéo em sala de aula, As diferengas so marcantes, ¢ disso decorrem os cui- dados que o professor precisa ter para transformar “documentos” em materiais didaticos. O professor traga objetivos que nao visam & pro- dugio de um texto historiogréfico inédito ou a uma interpretagio renovada de antigos acontecimentos, com 0 uso de novas fontes. As fontes histéricas em sala de aula sio utilizadas diferentemente. Os jovens ¢ as criangas esto “aprendendo Histéria” e nao dominam © contexto histérico em que o documento foi produ- zido, o que exige sempre a aten¢4o a0 momento pro- picio de introduzi-lo como material didético e & escolha dos tipos adequados ao nivel ¢ as condigoes de escolarizagao dos alunos. 330 Parse — Marts ioAricos: covcercOss£Us05. Um documento pode ser usado simplesmente como ilustrag4o, para servir como instrumento de reforgo de uma idéia expressa na aula pelo professor ou pelo texto do livro didético. Pode também servir como fonte de informagio, explicitando uma situacéo histérica, reforcando a acéo de determinados sujeitos, etc., ou pode servir ainda para introduzir o tema de estudo, assumindo neste caso a condigio de situagao-problema, para que o akuno identifique 0 objeto de estudo ou o tema hist6rico a ser pesquisado. Dessa forma, os obje- tivos do uso de documentos so bastante diversos para © professor e para o historiador, assim como os proble- mas a que ambos fazem frente. Um desafio para 0 pro- fessor é exatamente ter critérios para a selecio desse recurso, Existe o problema de escolher documentos que se- jam atrativos e no oponham muitos obstéculos para serem compreendidos, tais como vocabulirio complexo (textos escritos em outras épocas usam termos desco- nhecidos na atualidade), grande extensio, consideran- do 0 zempo pedagégico das aulas (niimero de aulas sema- nais e tempo da hora-aula), ¢ inadequagio & idade dos alunos. Na escolha é necessario lembrar que eles devem ser motivadores ¢ ndo se podem constituir em texto de leitura que produza mais dificuldades do que interesse e curiosidade. O objetivo é favorecer sua ex- ploracio pelos alunos de maneira prazerosa ¢ inteli E preciso cuidado para que os documentos fornesam informa- givel, sem causar muitos obstaculos iniciai 6es claras, de acordo com os conceitos explorados, € nio tornem dificil a compreensio das informagoes. A ma selegao deles compromete os objetivos iniciais propostos no plano de aula, ao passo que sua comple- {Us0s pipancos vt vocummntos xidade e extensio podem criar uma rejeicao pelo tema ou pelo préprio tipo de material. Podem-se utilizar documentos desde as séries ini ciais; em tais situag6es, considerando as diferentes fai- xas etirias, € preciso maior cautela na escolha dos mais apropriados, daqueles que efetivamente despertem in- teresse e estejam de acordo com os objetivos espectfi- cos para os diferentes niveis de escolarizacio. A escolha deles, em qualquer situagéo ou nivel escolit, deve favorecer 0 dominio de conceitos histéricos ¢ auxiliar na formulacio da generalizagdo, ou seja, de um aconte- cimento particular (como o texto da Lei Aurea de 13 de maio de 1888) para o geral (0 proceso de aboli¢ao da escravidéo no Brasil). Para que o documento se transforme em material diditico significativo e facilitador da compreensio de acontecimentos vividos por diferentes sujeitos em dife- rentes situagbes, € importante haver sensibilidade ao sentido que lhe conferimos enquanto registro do pas- sado, Nessa condi¢ao, convém os alunos perceberem que tais registros ¢ marcas do passado sto os mais diversos € encontram-se por toda parte: em livros, revistas, quadros, mtisicas, filmes ¢ fotografias. 1,2. METODOS DE ANALISE DE DOCUMENTOS No artigo “Reflexées sobre 0 procedimento hist6: rico”, o historiador Adalberto Marson mostra a impor- tdncia do uso de documentos em situagéo escolar, mas também chama a atengio sobre os cuidados que 0 professor deve ter para sua utilizagao. O primeiro pas- so, sem diivida, é 0 professor saber como 0 docu- mento é utilizado na investigacio do historiador, para, em seguida, poder apropriar-se do procedimento de | 9 Pagte — Mar 332 andlise, tendo em vista outras situagées de estudos hist6ricos E importante, para a compreensio do documento, que se faga uma andlise dele como sujeito de uma ago e também como objet, formulando trés niveis de indagacio: 1') sobre a existéncia em sido documento: 0 que vem a ser documento? O que é capaz de dizer? Como podemos recu- perar o sentido do seu dizer? Por que tal documento existe? Quem o fez, em que circunstdncias e para que fina- lidade foi feito? 2) sobre o significado do documento como objeto: o que significa como simples objeto (isto é fruto do trabalho humano)? Como e por quem foi produzido? Para que e para quem se fez esta producdo? Qual é a relagéo do do. cumento (como objeto particular) no universo da pro- ducdo? Qual a finalidade e 0 caréter necessério que comanda sua existéncia? 3) sobre o significado do documento como sujeito: por quem fala tal documento? De que histéria particular par- ticipou? Que a¢do e que pensamento estéo contidos em sew significado? O que o fez perdurar como depésito da memdéria? Em que consiste seu ato de poder? (Marson, 1984, p. 52) ‘A compreensio de um documento em toda a sua complexidade deve também se pautar pelas reflexes de outro historiador, Elias Saliba, sobre a relagio entre documento ¢ monumento: No caso da disciplina histérica, vale a pena refletir um ppouco sobre a fértil distingao entre documento, produzids voluntéria ou involuntariamente pela sociedade segundo determinadas relacdes de forca, ¢ 0 monunento, volun- tariamente produzido pelo poder, ou sei, por quem detém {Us0s vipkncos DF pocUMPNTOR 6 poder de sua perpetuacdo. 0 que transforma 0 docu- ‘mento em monumento é, no fim das conta, a sua utiliza- ¢@o pelo poder. Entendese: 0 poder da producao, difuso, edigao, manipulagao, conservagéo, reciclagem ou descarte (..) (Saliba, 1999, p. 445). © uso de documentos nas aulas de Histéria justifica- se pelas contribuigdes que pode oferecer para 0 desen- ‘0. Uma delas é volvimento do pensamento histé facilitar a compreensio do processo de producéo do conhecimento histérico pelo entendimento de que os vestigios do passado se encontram em diferentes luga- res, fazem parte da meméria social ¢ precisam ser preservados como patriménio da sociedade. Outta exigéncia para 0 uso de fontes hist cuidado para com suas diferentes linguagens. Os docu- mentos, como foi anteriormente apresentado, so re- gistros produzidos sem intencio didstica e criados por intermédio de diferentes linguagens, que expressam for- mas diversas de comunicagao. Sao muito variados aséo quanto & origem e precisam ser analisados de acordo com suas caracteristicas de linguagem ¢ especificidades de comunicagio. Como recursos didaticos, distinguem- se trés tipos de documentos: escritos, materiais (obje- tos de arte ou do cotidiano, construgées...) e visuais ou audiovisuais (imagens fixas ou em movimento, ‘grificas, musicais). De maneira geral, ao se fazer a andlise de um docu- mento transformado em material didatico, deve-se evar em conta articulagio entre os métodos do histo- riador € os pedagégicos, Uma proposta de anilise possivel deve sempre articular os procedimentos aos objetivos, conforme o esquema seguinte: Marian omanicon: concercOes USO Fazer andlise ¢ comentirio de um documento corresponde a: | DESCREVER o documento, isto é, destacar ¢ indicar as informagées que ele contém MOBILIZAR 0s saberes € conhecimentos prévios EXPLICAR documento, isto & associar essas informagies 0s saberes anteriores je SITUAR 0 documento no contexto e em telagio ao | IDENTIFICAR seu autor a natureza desse documento ¢ também explorar [_ est earacteristien [PARA CHEGAR A | identifica 05 LIMITES e o interesse do documento, isto é, criticé-lo, 334 Essa ¢ unia proposta de andlise valida para qualquer documento inserido em situagio pedagégica. Existem, no entanto, estratégias que atendem as especificidades de cada tipo de documento. As praticas pedagégicas variam de acordo com as especificidades das lingu: gens, ¢ apresentamos a seguir algumas delas, baseando- nos tanto em atividades realizadas em salas de aula como em sugestées de praticas escolares. 2. Documentos escritos: jornais e literatura Os documentos escritos sio os mais comuns € os que tradicionalmente tém sido usados por histori dores ¢ professores em suas aulas de Historia. Nio raro encontramos documentos usados com fins peda- gégicos em muitos livros didéticos ou em coletineas que selecionam textos escritos de diferente natureza, tais como textos legislativos, artigos de jornais ¢ revis- tas de diferentes épocas,trechos literirios e, mais recen- temente, poemas ¢ letras de musica. 2.1. IMPRENSA ESCRITA NAS AULAS DE HISTORIA ‘A imprensa escrita como fonte e objeto de estudo histérico foi abordado por varios historiadores. Maria Helena Capelato, em Imprensa e Historia do Brasil, ressalta que ha varios tipos de imprensa, assim como existem varias manciras de estudé-la, As possibilidades de utilizar jornais como fonte historica sio miiltiplas: a andlise dos conteiidos das noticias (politicas, econdmicas, cultura, etc.), da for- ma pela qual sao apresentadas as noticias, as propa- gandas, os antincios, as fotografias, etc. e de como esse Conjunto de informagées esta distribuido nas diversas, partes do jornal, entre outras. Us0s piwincos pe pocuMantos 1 Pare — Maren 1oAricos: CONCERCOE USO 336 Para a andlise do contetido, tem sido importante a reflexio sobre a autoria dos acontecimentos, dando- se destaque ao papel do jornalista como agente sig- nificativo na criacio de fatos hist6ricos. O jornal, como veiculo de comunicagio fundamental na sociedade moderna, exige igualmente tratamento bastante cuida- doso quanto a anilise externa, devendo ser considerado como objeto cultural, mas também como mercado- ria, como um produto de uma empresa capitalista. Sendo um meio de comunicacéo influente, 0 jor- nal tem sido analisado em seu papel de formador da opiniso piblica ligado a interesses variados e, como 6rgi0 da denominada “imprensa livre”, faz parte do jogo politico € do poder. Nesse contexto, tem sido analisado em varios momentos da histéria, com des taque as diferengas entre os jornais de uma mesma época: os de uma grande imprensa jornalistica ¢ os produzidos por grupos sindicais, com tiragens limi- tadas, por exemplo. Outro tema importante abordado nas andlises das fontes jornalisticas refere-se & censura. No caso brasi- leiro, o problema da censura em fases de regimes dita- toriais tornou-se explicito tanto em jornais de grande tiragem como na imprensa alternativa que surgiu, por exeraplo, na época do regime militar de 1964-1985, atingindo os jornais Opinio e Pasquim, entre outtos. Na Historia escolar, conforme 0 que se constata pela andlise de coletaneas de documentos dedicadas 0 ensino, as noticias de jornais tém servido como ma- tetial de aprendizagem em livros diddticos, em provas de selecao ¢ exames vestibulares, principalmente para temas da historia contemporinea. Um levantamento com cetca de 50 professores da rede estadual ¢ munici- pal de So Paulo sobre o ensino da histéria mais recente do Brasil, especialmente sobre o regime ditatorial de sos oipkncos ne nocuMeNTOR 1964-1985, constatou que os materiais pedagdgicos de apoio utilizados com maior freqiiéncia eram as noti- cias de jornais (83,8%). Em algumas bibliotecas escolares, também analisa- das nos projetos de estagidrios no decorrer dos anos 90, constatou-se a criacio de hemerotecas, que estdo sendo abandonadas ao ser possivel consultar noticias de jornal pela internet. De qualquer forma, a pesquisa dos estagidrios demonstrou que hi uma continuidade do uso de jornais como fonte de informagio para coleta de dados das pesquisas escolares. Entretanto, tais projetos tém identificado que faltam andlises criticas sobre essa fonte de informagio. O importante no uso de textos jornalisticos é con- siderar a noticia como um discurso que jamais é neutro ou imparcial. A veiculagio das noticias e informa- gées, com ou sem anilise por parte dos jornalistas, precisa ser apreendida em sua auséncia de imparcia- lidade, para que se possa realizar uma critica referente 0s limites do texto € aos interesses de poder impli- citos nele. Em instigante artigo do jornal “Bolando aula de Histéria: apoio didético para professores do ensino fundamental”, a professora Maria Salete Magnoni langa proposta inovadora para um trabalho sobre 0 papel da imprensa na Reptiblica Velha, articulando a andlise A produgio literdria de Lima Barreto. O estu- do centra-se nas criticas que esse importante escritor fazia & imprensa brasileira da época, desmascarando os fundamentos que a alicergavam e revelando os interesses dos grandes jornais em relagao aos projetos politicos de grupos econémicos. Lima Barreto, mes- ‘mo ao desmascarar alguns jotnais e afirmar que eram “érgaos de fragées da burguesia rica, da indiistria e do comércio, da politica ou da administragao”, néo desqua- lifica a imprensa como tal, mas antecipa o poderio © levanamenta fer pane bo projet iadurs Miliar, Lats Arma Resi ie Dida, ia eo 1997 por ans. catagides do cur de ein de nin de Hiscvia da FESUSP, Alem de oat 08 procs etiam 30 50 defines (80,0 isha (7.490) para ‘sudo ds docs do regime mite 1+ Paare — Marius oipknicos: concengOes€ Uso 338 atual da midia, A autora mostra a participacéo do escritor como colaborador de varios jornais e revistas © sua manifestacio de reptidio 3 falta de liberdade de imprensa, motivada pela apreensio dos jornais anarquistas Spartacus ¢ A Plebe, em 1920, e pela falta de solidariedade entre os érgaos de informacio para assegurar essa liberdade: “Os grandes jornais de todo 0 pais ndo protestaram, ao que parece, porque se tratava de jornais operdrios ¢ apontados como anarquistas. Curioso motivo. Entéo s6 doutores ou quase doutores tem pensamento e podem exprimi-lo nos jornais? Entao 56 05 jornais de grande tiragem séo imprensa?” Finalizando o artigo, a professora sugere um roteiro de trabalho escolar que possibilite aos jovens o conhe- cimento sobre esse periodo histérico ¢ a formacio de uma consciéncia critica sobre os meios de comunica- cao, destacando os seguintes pontos de andlise: © caréiter mercantil da imprensa, a produgéo da noti- cia como um produto com grande potencial de venda retorno financeiro garantido; — a capacidade da imprensa em promover processos de deslocamentos das tensdes e causas dos problemas, crian- do situagies em que se desvia a atengao do fato em si, na ‘medida em que as personalidades das pessoas que os pro- tagonizaram passam a ser o foco, fazendo com que as questides de ordem social e ptiblica sejam vistas como de natureza privada. a imprensa como pega importante para que os inte- resses privados prevalecam na esfera publica. 2.2, LITERATURA COMO DOCUMENTO INTERDISCIPLINAR Romances, poemas, contos so textos que contri- buem, pela sua prépria natureza, para trabalhos inter- disciplinares. O uso de textos literrios por outias disciplinas faz parte de uma longa “tradigao escolar” Uses pipkneos ve pocuenTos que remonta ao periodo em que dominava 0 curri- culo humanistico. Acualmente a literatura integra os contetidos das aulas de Lingua Portuguesa, mas tem sido utilizada por outras disciplinas, a ponto de exis- tirem muitos exemplos de atividades integradas entre duas ou mais tendo por base textos literdrios. Para 0 caso de Histéria, como no artigo anteriormente citado, o enlace com o ensino de literatura é sempre dese vel. Muitas praticas de ensino optam pelo relato de lendas a alunos das séries iniciais do ensino funda- mental como meio de introduzir conhecimentos hist6- ricos, além de procurar favorecer 0 gosto pela leitura por intermédio de uma literatura adequada a essa fai- va etéria, Una publicacao de 1985 relata a experiéncia de integracéo entre 0s contetidos de Lingua Portuguesa, ¢ Geografia feita com alunos do ensino médio (entio segundo grau) em torno da anélise do livro Bors dia para os defuntos, de Manuel Scorza. O autor, em um texto caracteristico do universo latino-americano do género fantéstico, expée a luta e os confrontos entre camponeses e proprietarios de uma empresa multina- cional, a qual, no altiplano andino, passou a explorar minas de cobre e outros minerais. A conivéncia das autoridades peruanas auxilia a exploracéo dos habi- tantes da regio, situada a mais de 4.500 metros de altura e composta majoritariamente de mestigos des- cendentes das populagées indigenas, os quais se revol- tam contra uma situagao de exploragao ¢ de destrui- cao de sua cultura e valores. ‘As professoras envolvidas no estudo nao sé mos- tram como as informacées geogrdficas aparecem no livro, como o cenrio de uma regio drida dos Andes & povoado de pessoas que vivem do seu trabalho tradi- cional com a terra, mas também in IAS DIDATICOS: CONCIRGOKS USO SCORZA, Manu ‘om depo defate ‘Sto Palo: Civiizago Via, 1984, Manus Score, um indo que roms gf om ge trams ooes fect commpromtide com fom de express se clr, difremerenre don actors sguidoes os pads enropes 340 dades de compreender os interesses empresariais que, na realidade, nada oferecem para a melhoria das con- digdes sociais do local. As paisagens dos Andes vio sendo apresentadas nao de maneira meramente descri- tiva, mas de forma que sejam apreendidas como um es- aco geogrifico em processo de mudancas decorrentes das agoes de personagens que lutam, sofrem, sonham. ~~ Para a anilise do romance, oferecem aos alunos ou- tros textos de apoio, especialmente mapas, diciond- tos, informagées complementares sobre 0 autor e sua obra. Os estudos de teoria literéria aliam-se aos de car- tografia, entre outros, para a compreensio do texto literdrio, e ha, nessa articulagao de saberes, o aprofun- damento de informagées sobre 0 contexto em que ocorre a trama vivida pelos personagens. No artigo “A literatura de cordel na sala de aula’, a historiadora Maria Angela de Faria Grillo propée para o ensino de Histéria 0 uso de uma arte literdria especial, produzida no Nordeste brasileiro. A literatu- ra de cordel foi criada por poetas, narradores de histé: tias aptesentadas por cantadores em saraus, reuniGes e feiras, e é escrita em folhetos que se espalham entre um puiblico que vive nas terras nordestinas, embora também tenha sido levada para outras partes do Pais, no rastro do processo migratério da populacao nordes- tina no decorrer do tltimo século. Um exemplo tra- tado pela autora versa sobre a vida de cangaceiros, tema apresentado sempre com limitagdes pela pro- ducao didética. Os estudos de textos literérios tém assim como objetivo nao apenas desenvolver “o gosto pela leitura” entre os alunos, mas também fornecer condigoes de analises mais profundas para o estabelecimento de rela- ges entre contetido e forma. As contribuicées de varios pesquisadores da literatura ¢ sua histéria tém {Us0$ pipanicos ox Documentos possibilitado abordagens mais complexas que mere- cem ser introduzidas pelos professores de Histéria. Dentre os autores que contribuem para a renova- cao da anilise de textos literarios destaca-se Mikhail Bakhtin, fildlogo, lingiiista ¢ especialista em andlises sobre a literatura. Em sua obra Cultura popular na Idade Média e no Renascimento: 0 contexto de Frangois Rabelais, & possivel aprender com precisio a vida cul- tural de homens e mulheres da época medieval, suas crencas, alegrias, seus ritos da vida civil e religiosa, os conflitos expressos em festas, como o carnaval. A con- tribuicéo desse autor nao se limita aos que estudam literatura, mas é preciosa para historiadores e outros cientistas sociais. De maneira semelhante 4 concep- cao de Carlo Ginzburg sobre a circularidade cultural, Bakhtin explicita como a denominada cultura popu- lar ea erudita estéo em constante integracao tanto no ato da produgéo quanto no ato de sua circulagio e apropriacao pelos leitores. Existe uma relapéo diald- gica entre 0 autor € 0 leitor da obra, ¢ essa relagio possibilita sempre um encontro entre lugares © épocas diferentes. Essa relagao dialégica fornece entéo as premissas para que se facam comentétios sobre uma obra art tica qualquer — um romance, um conto, uma poesia, um quadro —, e esses comentarios serio diferentes, dependentes do leitor e da época em que ocorre a leitura (ow a visualizagao de uma iconografia). Uma pesa de teatro de Shakespeare, 0 poema Os Lusiadas de Camées, um romance de Machado de Assis tém sido lidos em diversas situagées e épocas ¢ sio objeto de interpretagées, tradugées e adaptagées que inde- pendem da prépria intencéo do autor ¢ do publico inicial com que ele pretendia estabelecer comunicagao. 1+ Panne — Mares iOAnICoS Cho arcige Nia die de Antonia Tens, publica no fire O abe iii naa de aul (cf Bibra) [New artigo, oa ce a importnca dos cones de temporada para © dominio de urna obra tia ed didogo permanente entre 0 soe da obra ese momenta histo com os ores dees, pos comma m0 0 dos aloe ds poss scl 342 Para a Histéria, esse referencial torna possivel anali sar textos literarios como documentos de época, cujos autores (os criadores das obras) pertencem a determina- do contexto histérico ¢ séo portadores de uma cul- tura exposta em suas criagdes, seguidores de determi- nada corrente artistica e representantes de seu tempo. Do mesmo modo, as obras, ao ser lidas na época contemporanea — no caso, por alunos —, estao im- pregnadas das muitas leituras que jé se fizeram sobre elas. O poema Os Lusiadas de Camées, por exemplo, no decorrer de sua histéria, foi objeto de muitas leituras, tendo-se transformado em livro didético, ao ser devidamente apresentado e comentado por autos leitores ¢ estudiosos com essa finalidade. 3. Os documentos escritos candnicos 3.1, DOCUMENTOS OFICIAIS E CIDADANIA Entre os documentos escritos, os produzidos pelo poder institucional sao bastante usuais na pesquisa historiogréfica, notadamente naquela afinada com a tsadigao de uma histéria politica que se preocupa com 0 poder institucional ¢ privilegia o papel do Estado nas transformagées hist6ricas. O ensino de Historia pautado pot essa linha historiogréfica nao se utilizou, no entanto, de documentos legislativos. Em livros dida- ticos nao ¢ comum encontrar documentos provenicn- tes do poder institucional para setem explorados do ponto de vista pedagdgico. Sao excegées alguns arti- gos da Declaracao dos Direitos do Homem e do Cida- dio de 1789, nos capitulos destinados 4 Revolugao Francesa, ¢ alguns outros artigos de Constituigdes dos Estados modernos. A importincia das temdticas em torno da consti- twigao da cidadania e das diferentes problematicas refe- rentes as nogées de direito, ética ¢ poder que se mani- festam no cotidiano das pessoas tem provocado mu- dangas na utilizagao de documentos institucionais. ‘Tem sido comum a andlise de documentos pessoais dos alunos, tais como Certidao de Nascimento, Car- teira de Trabalho, Carteira de Motorista, materiais que favorecem debates acerca dos direitos do cidadao nas sociedades contemporaneas. As abordagens em torno do uso de documentos escritos sio muito varid- veis, e o exemplo a seguir corresponde apenas a uma das possibilidades de fazer uso de fontes canénicas da producao historiogréfica em uma situagao escolar. 3.2. PROPOSTA DE TRABALHO COM Dossifs TEMATICOS Uma das demandas dos professores de Histéria nos cursos de formagio continuada é a constituigao de coletaneas de documentos sobre determinados temas. ‘A sugestio de atividade pedagégica que apresen- tamos é a constituigao de dossié de documentos sobre um tema de estudo. A claboracio de dossiés é uma forma de selecionar documentos variados sobre um mesmo tema, a fim de fornecer aos alunos uma série de dados que possam ser confrontados ou compara- dos. Hé dossiés compostos de documentos que apre- sentam linguagens diversas sobre um mesmo tema, incluindo textos jornalisticos, contos ou excertos da literatura, gréficos ou mapas. Essa forma de selecio pode ser encontrada em livros didaticos, seguindo um modelo francés bastante difundido entre nds. O exemplo do dossié que se segue apenas forne- ceu textos escritos provenientes do poder instirucio- nal. O objetivo primordial € apresentar 0s critérios de _Us05 o1pknco Dt DocUMINTER 343, 344 Aart — MATERA DIDATICOS: CONCEICONS EUsOS selegao dos documentos, etapa essencial para 0 pro- fessor, sem a preocupagéo em detalhar 0 método de andlise a ser realizado pelos alunos, cujas referéncias foram fornecidas no inicio do capitulo. Dossié sobre o tema “Poder monérquico no século XVIII” Este dossié é composto de trés documentos produe tidos por represencantes do poder estatal, os quais, portanto, sao de cardter oficial. Eles foram escolhidos com o propésito de fornecer dados, informagées € pistas para 0 desenvolvimento do conceito de poder associado ao de Estado, nagio e monarquia absoluta, Esses conceitos sio trabalhados como tema de estudo tradicional de Histéria, sendo associados, em geral, & formagio ¢ funcionamento dos Estados modernos sob o regime das monarquias absolutistas. ‘Apesar de o tema ser convencional, a preocupagio é possibilitar um estudo que amplie o conceito de simultaneidade ou tempo sincrénico. Esse objetivo provocou novas opsées de escolha. Um critério foi, entao, escolher documentos de épocas proximas (em torno do século XVIII) e de paises diferentes, para assim trabalhar com tempos simultineos em espacos diferentes. Normalmente se estuda a constituigio e o funcio- namente do poder monérquico absolutista do caso francés ¢ inglés, e as referéncias aos demais Estados, como Portugal e Espanha, sio desvinculadas e néo problematizadas em conjunto, o mesmo acontecendo no caso das colénias submetidas a tais Estados (a rela- gio fica limitada ’s préticas mercantilistas). A escolha dos documentos, entao, passou a ter também como objetivo reforcar um estudo mais coeso da agio das monarquias absolutistas européias tanto no interior do pais como nas colénias. {Us0s piokncos oF pocuMeNtOn Foram escolhidos trés documentos que pudessem abranger os objetivos ligados aos contetidos explicitos, mas também atendessem as exigéncias das condigoes reais das aulas, sobretudo as ligadas a0 tempo pedago- 3+ Panne — Martaas pioknicos:CoNeHRGOES € USOS Essa carta do rei Luis XIV para seu filho primo- génito (delfim) e futuro rei da Franga foi escolhida com 0 objetivo de atender aos problemas de contetidos ¢ de procedimentos didaticos: 1) introduzir 0 tema de estudo — o poder real nas monarquias absolutistas da Europa — e 0s conceitos- chave — poder e Estado; 2) analisar 0 texto integralmente no decorrer de uma aula, obedecendo ao tempo pedagégico. Documento 2: Cartilha real para os jovens da provincia do Paraguai “P.— Quem sois vés? R.— Sou um fiel Vassalo do rei da Espanha. P.— Quem é o rei da Espanha? R.— Eum Senhor tio absoluto que nao existe ou- tro que lhe seja superior na Terra P.— Como se chama? O Senhor Dom Carlos IV. De onde vem seu Poder Real? Do préprio Deus. Sua pessoa é sagrada? Sim, Padre. Por que é sagrada? Por causa do seu cargo. Por que o Rei representa Deus? Porque ¢ escolhido por sua Providéncia para a execugao de seus planos. P.— Quais séo as caracteristicas da autoridade Real? R.— Primeira: ser sagrada; segunda ser paternal; ter- ceira ser absoluta; quarta: ser racional. P.-— O Rei trabalha como Ministro de Deus e sew Representante? R.— Sim, porque por meio de Deus governa seu Império. {Us0s pipAncos oF pocuMENTOR P.— Que pecado se comete atacando a pessoado Rei? R.— Sacrilégio. P.— Por que é sacrilégio? R.— Porque os Reis s40 ungidos com os dleos sagra- dos e porque recebem seu Poder Soberano do proprio Deus. P.— E conveniente respeitar 0 Rei? R.— Sim, como coisa sagrada. P.— O que merece quem nao age assim? R.— E digno de morte. P.— Quais sio os outros a quem estamos subordi- nados? R.— A todos aqueles a quem Ele delega sua autori dade, como 0s seus enviados para a aprovacio das boas ages e castigos das més.” Dom Lazaro de Ribera. Assuncién del Paraguay, 17 de maio de 1796. Os objerivos principais da escolha desse documen- to sao: 1) estabelecer a relagdo entre o regime absolutista do pais de origem (Espanha) ¢ as éreas coloni 2) reforgar o conceito de monarquia absolutista e identificar 0 poder politico da Igreja Catélica. Documento 3: Alvard da rainha de Portugal “Hei por bem ordenar que todas as fabricas, manu- faturas ou teares de tecidos, ou de bordados de ouro e prata, de veludo, brilhantes, cetins e tafeté (..); exce- tuando téo-somente aqueles ditos teares e manufatu- ras que tecem ou manufaturam fazendas grossas de algodio, que servem para 0 uso e vestudtio dos negros, para enfardar e empacotar (...); todas as demais sejam extintas e abolidas em qualquer parte onde se acha- rem nos meus dominios do Brasil.” Alvard de 1785, d. Maria I, rainha de Portugal. 2 Panre — Maretas owwAnicos:CONCcERGOES£ 05 348 Os objetivos especificos dese documento sio: 1) identificar o funcionamento do poder absolu- Uista nas colénias americanas no que diz respeito aos aspectos econdmicos, particularmente no Brasil; 2) ampliar 0 conceito de colénia, meteépole, depen- déncia politica e nogio de tempo sincrénico por inter- médio das relagGes de poder exercidas em espacos diferentes. Os documentos escritas em sua variedade de estilos, lugares e formas de producio precisam assim de cuida, dos em sua sele¢ao para uso pedagégico, ndo sendo aconselhaveis textos longos ou com vocabulétio que exija do aluno consulta constante ao dicionétio, Além desses cuidados, é importante desenvolver os passos das atividades de leitura, de maneira que sejam relacionados debates orais (socializagao do conheci- mento entre os alunos) e atividades para o desenvol- vimento da escrita, criando condigées para o aluno aprender a fazer resumos, sinteses, reelaborar textos ou simples frases que conduzam & urilizagao dos con- ceitos (forma adequada de verificar se um conceito foi apreendido). Um trabalho com documento pressupée, além dos procedimentos metodoldgicos de andlise interna € externa, atividades que favoregam as habilidades de verbalizagio e escrita, as quais podem obedecer 3s seguintes etapas: * iniciar por uma leitura integral para a apreensao do problema ou tema central; * decompor em seguida as informagées e fazer que o aluno estabeleca relacées entre as informagées que jd possui € as novas informagées adquiridas pelo documento ou externas (com auxilio das explicagées do professor ou de outras obras de consulta, como livto didatico, atlas, diciondtio, ete.). identificar a forma pela qual as informagées e con- ceitos sio apresentados; estabelecer uma hierarquia dessas informagées, com destaque is mais importantes e relevantes (etapa que pode desenvolver no aluno a capacidade em tomar notas, destacar tépicos, fazer esquemas, etc.); * finalmente, depois da exploragio em etapas suces- sivas, reromar 0 texto na sua integralidade para uma tiltima leitura, na qual os alunos ¢ o professor possam perceber as mudangas ocottidas no percurso, ot seja acompanhar juntos o processo percorrido da leitura ial leitura final, verificando as transformagoes ocortidas depois de passar pelas atividades de decom- posigao e reestruturacao do documento. Bibliografia AUDIGIER, Frangois. Documents: des moyens pour quelles fins? In: COLLOQUE DES DIDACTIQUES DE LHISTOIRE, DE LA GEOGRAPHIE, DES SCIENCES SOCIALES, 7., 1992, Paris, Actes Paris: INRP, 1993. BAKHTIN, M. Cultura popular na Idade Média e no Renascimento 0 contexto de Frangois Rabelais. Paulo: Hucitec; Brasilia: UnB, 1987, CAPELATO, Maria Helena. Imprensa e Historia do Brasil. Sao Paulo: Contexto, 1989. DOSSIF: documentos € recursos no ensino de Histé- tia, Boletim da APH: Associagio de Professores de Historia, n° 18, out. 2600. Us0s p1oincos oF oocuMeNTOS 349 3+ Panne — Mase GRILLO, Maria Angela de Faria, Literatura de corde! ‘tul I l ] na sala de aula, In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel. Capitulo Ensino de Histéria: conceitos, temiticas ¢ metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. MARSON, Adalberto, Reflexées sobre 0 procedimen to histérico. In: SILVA, Marcos (Org.). Repensando a histéria, Rio de Janeiro: Marco Zero: Anpuh, 1984. 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