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Escoamento multifásico

Elevação Ar,ficial de Petróleo


Introdução

• O escoamento do petróleo na coluna de produção dos poços e nos dutos de superfície ocorre
normalmente com mais de uma fase presente: uma fase líquida (óleo e água) e outra gasosa.

• No escoamento multifásico, o gás e o líquido não escoam com a mesma velocidade. O gás tem a
tendência de adquirir velocidade mais alta que o líquido, tanto no escoamento vertical (na coluna
de produção) como no horizontal (nas tubulações de superfície) e isto tem conseqüências sobre o
comportamento de pressão nas tubulações.

• No estudo do escoamento multifásico, é comum tratar dos padrões de escoamento, hold-up e


escorregamento entre as fases.
Padrões de escoamento multifásico vertical
Padrões de escoamento multifásico vertical

•Bolha - fase gasosa presente através de


pequenas bolhas dispersas no meio do líquido.
Ocorre normalmente próximo ao fundo do poço e
tem pouco efeito no gradiente de pressão (a fase
líquida é a fase contínua).
Padrões de escoamento multifásico vertical

• Golfada - a maior liberação de gás que está em


solução, devido à redução da pressão ao longo da
coluna, formam bolsões de gás, com diâmetros
próximos ao da tubulação, separados por golfadas
de líquido. Tanto a fase líquida quanto a fase
gasosa influenciam no gradiente de pressão (a
fase líquida é a fase contínua).
Padrões de escoamento multifásico vertical

• Transição - à medida que a mistura vai subindo,


com menores pressões, o volume de gás aumenta
rapidamente. A velocidade do líquido aumenta, ele
começa a se dispersar na fase gasosa e a golfada
de líquido entre os bolsões de gás tende a
desaparecer (a fase gasosa influencia mais que a
fase líquida no gradiente de pressão).
Padrões de escoamento multifásico vertical

Anular-nevoeiro - a quantidade e a velocidade do


gás são muito altas e quase todo o líquido é
carreado pelo gás, sob a forma de gotículas, não
influenciando no gradiente de pressão (a fase
gasosa é a fase contínua).
Padrões de escoamento multifásico horizontal

• O escoamento multifásico
horizontal dos fluidos do petróleo
pelas tubulações de superfície
apresenta também diferentes
arranjos de fases, principalmente
pela diferença de velocidade entre
as fases.
Padrões de escoamento multifásico horizontal

• Segregado - apresenta as fases líquida e gasosa


ocupando espaços bem definidos da tubulação e
divide-se em três padrões: estratificado e
ondulado, em que a fase líquida ocupa a parte
inferior da tubulação (com diferença apenas no
grau de ondulação da interface gás-líquido), e
anular, em que o gás passa pelo interior do
líquido, havendo uma completa separação entre
ambos (gás pelo núcleo e líquido junto às
paredes da tubulação).
Padrões de escoamento multifásico horizontal

• Intermitente - No tipo golfada, ocorre


formação de bolsões de gás separadas
por volumes de líquido, que são
deslocados pelos bolsões de gás, num
escoamento intermitente chamado
golfadas. No tipo tampão, os bolsões de
gás quase se interligam, mas se mantêm
separados por tampões de líquido.
Padrões de escoamento multifásico horizontal

• Distribuído - divide-se em bolha e


nevoeiro. O tipo bolha consiste num
grande número de bolhas dispersas de
modo mais ou menos homogêneo no
meio líquido, tendo a fase líquida como
fase contínua. O tipo nevoeiro tem a fase
gasosa como fase contínua, que, em alta
velocidade, arrasta as gotículas de
líquido dispersas no meio gasoso.
Hold-up (fração de residência)
Massa específica de uma mistura líquido-gás

• O hold-up é uma variável de grande importância, porque permite calcular as


propriedades médias do fluido. Assim, propriedades como densidade e
viscosidade da mistura são calculadas como média das propriedades individuais
de cada fase, ponderada pelo hold-up.

• A massa específica de uma mistura líquido-gás deve ser também calculada com
base no hold-up, conforme a equação a seguir:
Perda de carga no escoamento multifásico
Perfil de pressão em escoamento multifásico horizontal
Exemplo

• Calcular a perda de carga e o gradiente de pressão em cada trecho de tubulação de um poço de


petróleo de um campo marítimo, conforme ilustração a seguir:
Exemplo
Garantia de escoamento

• Um dos grandes problemas relacionados ao escoamento dos fluidos do petróleo


é a deposição de materiais nas linhas de fluxo ou tubulações de escoamento,
que diminuem ou interrompem por completo a capacidade de escoamento
desses dutos.

• No processo de elevação e escoamento do petróleo, a garantia de escoamento


compreende as atividades relacionadas à previsão, prevenção e remoção
dessas ocorrências, visando a garantir o escoamento pleno e otimizado, com o
máximo de produção pelo menor custo possível.
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

Hidratos são compostos cristalinos formados por água e gás natural e assemelham-se com o gelo, podendo
bloquear o escoamento dos fluidos do petróleo pelo interior das tubulações
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

Os Asfaltenos são compostos polinucleares, aromáticos com alto peso molecular, contendo
carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e metais pesados como o vanádio e o
níquel. São sólidos de cor marrom-escuro ou preta. Ao contrário das parafinas, não fundem.
Depositam-se devido à queda de pressão (e não de temperatura).
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

• Incrustações são as deposições graduais em dutos e equipamentos de materiais inorgânicos


presentes na água, decorrentes de precipitação de sais ou óxidos.
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

• Os principais ânions causadores de incrustações são os carbonatos, bicarbonatos e


sulfatos, enquanto os principais cátions com os quais combinam são o cálcio, bário e
estrôncio.

• Assim, as incrustações mais comuns nos sistemas de produção de petróleo são as de


carbonato de cálcio (CaCO3), sulfato de cálcio (CaSO4), sulfato de bário (BaSO4) e
sulfato de estrôncio (SrSO4). Podem haver também depósitos produzidos pela
precipitação de ferro, gerando óxidos de ferro quando em presença de oxigênio
dissolvido, de sulfeto, com a formação ou presença de gás sulfídrico, de sílica e silicatos
e, em alguns casos, de sais de magnésio.
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

• Corrosão nas tubulações são os depósitos produzidos pela precipitação de ferro, gerando óxidos
de ferro quando em presença de oxigênio dissolvido, que podem restringir ou mesmo bloquear o
escoamento dos fluidos do petróleo pelo interior das tubulações.
Principais problemas relacionados ao escoamento do petróleo

Parafinas são misturas de vários componentes de alto peso molecular que precipitam do petróleo, principalmente
devido ao abaixamento da sua temperatura.
Previsão, prevenção e remoção de parafinas
Previsão de parafinas

• A exploração de petróleo em campos marítimos, principalmente os de águas profundas, enfrenta


o processo de cristalização de parafinas causada pela redução da temperatura e elevadas
pressões operacionais. A Temperatura de Início de Aparecimento de Cristais (TIAC) representa a
temperatura na qual os primeiros cristais de parafina saem da solução, provocando mudanças no
comportamento do petróleo. Se a temperatura no escoamento permanecer acima da TIAC não
ocorrerá precipitação de cristais de parafinas.
Prevenção e remoção de parafinas

• Para prevenir ou remover as parafinas já formadas utilizam-se injeção de inibidores, passagem de
pigs e operações de Sistema Gerador de Nitrogênio (SGN).

• https://www.youtube.com/watch?v=gnE-fIDw5JM

• https://www.youtube.com/watch?v=MfjJl-0gM-o

• https://www.youtube.com/watch?v=zi5Tf8W9AP4
Prevenção e remoção de parafinas

• O Sistema Gerador de Nitrogênio (SGN) consiste em misturar dois sais, o cloreto de amônio e o
nitrito de sódio, que produzem nitrogênio, cloreto de sódio e calor. Essa mistura gera calor
suficiente para derreter a parafina dos dutos de escoamento de petróleo, devido à grande
formação de nitrogênio na reação. Cada litro de solução concentrada de SGN é capaz de
produzir 100 litros de gás nitrogênio. A temperatura alcança 100 °C durante a formação do
nitrogênio.

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