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Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Caros irmãos e irmãs, hoje encerramos a Oitava do Natal. Período em que a Igreja se
entrega à contemplação do mistério do Menino Deus, nascido para nossa salvação.

A Igreja nos convida a lançar um olhar ao Plano de Deus e como quis Ele o desenvolver
ao longo da História, em nosso favor.

“Creio em um só Deus” , confessamos no Credo. Todavia, é necessário afirmar


igualmente que Ele não é solitário, isto é, não se esgota na mesmidade e solidão, mas, por
ser Mistério Santo e Inefável de Amor, na eternidade gera um Filho de Si, e com Ele,
expira o Espírito Santo, o mesmo Amor a uni-Los numa unidade substancial, misteriosa e
profunda, a ponto de estar totalmente um no outro, sem nenhuma confusão. Cada qual
continua sendo quem é. O Pai, o Pai, o Filho, o Filho e o Espírito, o Espírito. É este
mistério que chamamos de Santíssima Trindade.

Pois bem, Deus, ao criar o Homem, não o deixou solitário, como Ele não o é, mas fez
uma semelhante a Ele, carne da sua carne e osso dos seus ossos, para se amarem e se
multiplicarem. Deste modo, humanamente, espelhariam no mundo o Mistério mesmo de
Deus, pois o amor cria comunhão de vida.

Isto, porém, não deu-se de forma perfeita, pois Adão e Eva pecaram. E pecando,
obscureceram o Plano de Deus e a si mesmos. Deus, porém, é Amante Insistente e não se
contenta com a falha dos seus, mas antes, lhes estende, como que As Mãos, o Filho e o
Espírito, para que retornem ao caminho seguro da comunhão conSigo.

Chegada a plenitude dos tempos, Deus, consagrando o mundo com o seu Advento, envia
seu Único Filho, gerado na eternidade e gerado no tempo, pelo Espírito no ventre
puríssimo de Maria Virgem e Esposa de José.
Deus recomeça assim, a não só nos mostrar seu Mistério no seio de uma humana família,
mas consagra a vida familiar como meio necessário para o pleno desenvolvimento do Seu
Filho na nossa História.

Os textos que ouvimos nos falam da vida familiar e fazem o seu elogio. No entanto, o
realismo da nossa fé não nos permite não considerar os estragos que faz o pecado, quando
a ele não resistimos.

As duas leituras vem carregadas de elogios à mulher e ao homem, quando estes


correspondem à vontade de Deus e os corrige no seu proceder para que assim
permaneçam.

O texto evangélico de hoje, porém, nos situa num daqueles momentos em que, surgindo
os mal entendidos, nos pedem mais amor e obediência ao Plano de Deus para a família,
meio de santificação para todos os seus membros.

Uma cena mais do que comum entre peregrinos, em lugares santos, cheios de gente. A
Virgem e São José, voltam na caravana sem se dar conta de que Jesus, já adolescente, não
estava com eles. Confiantes de que estivesse com os parentes e conhecidos que foram
juntos. Mas eis que o inesperado acontece. Ele não está ali.

Depois de três dias, que aponta para os três dias no sepulcro, procurando-O, O encontram
no Templo e discutindo com os doutores espantados pela sua sabedoria. Vem a materna
repreensão de Maria, mas a resposta aos dois não é compreendida: “'Por que me
procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?'”

Longe de ser uma falta de respeito à Virgem e a José, a resposta aponta para o Mistério
que celebramos. Ele é seu Filho, mas desde a eternidade, o é do Pai.

O aparente conflito se resolve e nos mostra o Filho Eterno e Nascido para a nossa
Salvação, como um filho obediente. O próprio Criador, com o Pai e o Espírito, obedece
aos que criou! Obediência humana que reflete à Sua total obediência a Deus Pai: “Jesus
desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.”

Sim, caros irmãos, o segredo para a vida familiar é a mútua obediência no amor, pois na
família podemos ser protegidos e amados; crescer e progredir em paz se um não buscar se
sobrepor ao outro, querendo dominar e oprimir.

Ouvimos na I e II leituras os elogios da família e como Deus a protege, apesar de tantos


ataques dos que hoje, querendo dominar sobre todos, a querem destruir introduzindo
tantas leis e costumes que se afastam do que Deus nos revela e manda.

Filhos, somente na família podemos ser nós mesmos; fora dela, nos fazem ser o que é útil
ao grupo que quer dominar e usar, mas que é incapaz de amar.

Pais, cuidem das vossas famílias que, mesmo não sendo sem problemas, é um dom de
Deus, para que possam se santificar e santificar seus filhos.
Crianças, somente no amor, na obediência aos pais, no seu cuidado quando precisarem e
no abandono a Deus, podemos ser como o Menino Deus: “E Jesus crescia em sabedoria,
estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens.”

Que a Sagrada Família de Nazaré nos ajude a tornarmos presente neste nosso mundo,
como família paroquial também, o Mistério mesmo do Amor de Deus que é Um Só, mas
não solitário...

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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