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Backup of HOMILIA NA SAGRADA FAMÍLIA C - 2018
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Caros irmãos e irmãs, hoje encerramos a Oitava do Natal. Período em que a Igreja se
entrega à contemplação do mistério do Menino Deus, nascido para nossa salvação.
A Igreja nos convida a lançar um olhar ao Plano de Deus e como quis Ele o desenvolver
ao longo da História, em nosso favor.
Pois bem, Deus, ao criar o Homem, não o deixou solitário, como Ele não o é, mas fez
uma semelhante a Ele, carne da sua carne e osso dos seus ossos, para se amarem e se
multiplicarem. Deste modo, humanamente, espelhariam no mundo o Mistério mesmo de
Deus, pois o amor cria comunhão de vida.
Isto, porém, não deu-se de forma perfeita, pois Adão e Eva pecaram. E pecando,
obscureceram o Plano de Deus e a si mesmos. Deus, porém, é Amante Insistente e não se
contenta com a falha dos seus, mas antes, lhes estende, como que As Mãos, o Filho e o
Espírito, para que retornem ao caminho seguro da comunhão conSigo.
Chegada a plenitude dos tempos, Deus, consagrando o mundo com o seu Advento, envia
seu Único Filho, gerado na eternidade e gerado no tempo, pelo Espírito no ventre
puríssimo de Maria Virgem e Esposa de José.
Deus recomeça assim, a não só nos mostrar seu Mistério no seio de uma humana família,
mas consagra a vida familiar como meio necessário para o pleno desenvolvimento do Seu
Filho na nossa História.
Os textos que ouvimos nos falam da vida familiar e fazem o seu elogio. No entanto, o
realismo da nossa fé não nos permite não considerar os estragos que faz o pecado, quando
a ele não resistimos.
O texto evangélico de hoje, porém, nos situa num daqueles momentos em que, surgindo
os mal entendidos, nos pedem mais amor e obediência ao Plano de Deus para a família,
meio de santificação para todos os seus membros.
Uma cena mais do que comum entre peregrinos, em lugares santos, cheios de gente. A
Virgem e São José, voltam na caravana sem se dar conta de que Jesus, já adolescente, não
estava com eles. Confiantes de que estivesse com os parentes e conhecidos que foram
juntos. Mas eis que o inesperado acontece. Ele não está ali.
Depois de três dias, que aponta para os três dias no sepulcro, procurando-O, O encontram
no Templo e discutindo com os doutores espantados pela sua sabedoria. Vem a materna
repreensão de Maria, mas a resposta aos dois não é compreendida: “'Por que me
procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?'”
Longe de ser uma falta de respeito à Virgem e a José, a resposta aponta para o Mistério
que celebramos. Ele é seu Filho, mas desde a eternidade, o é do Pai.
O aparente conflito se resolve e nos mostra o Filho Eterno e Nascido para a nossa
Salvação, como um filho obediente. O próprio Criador, com o Pai e o Espírito, obedece
aos que criou! Obediência humana que reflete à Sua total obediência a Deus Pai: “Jesus
desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.”
Sim, caros irmãos, o segredo para a vida familiar é a mútua obediência no amor, pois na
família podemos ser protegidos e amados; crescer e progredir em paz se um não buscar se
sobrepor ao outro, querendo dominar e oprimir.
Filhos, somente na família podemos ser nós mesmos; fora dela, nos fazem ser o que é útil
ao grupo que quer dominar e usar, mas que é incapaz de amar.
Pais, cuidem das vossas famílias que, mesmo não sendo sem problemas, é um dom de
Deus, para que possam se santificar e santificar seus filhos.
Crianças, somente no amor, na obediência aos pais, no seu cuidado quando precisarem e
no abandono a Deus, podemos ser como o Menino Deus: “E Jesus crescia em sabedoria,
estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens.”
Que a Sagrada Família de Nazaré nos ajude a tornarmos presente neste nosso mundo,
como família paroquial também, o Mistério mesmo do Amor de Deus que é Um Só, mas
não solitário...