Você está na página 1de 3

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Caros irmãos e irmãs, “apareceu no Céu um grande sinal”... Assim São João nos fala da sua
visão. É Aquela que é a segunda protagonista desta visão que hoje nós somos chamados a
honrar com a celebração dAquele que Ela encantou com sua beleza, adornada que fora por
Ele mesmo cujo presente não recusou.

Na Anunciação, Deus Pai, ao enviar-lhe embaixada por intermédio de Gabriel, juntamente


com toda a corte angélica, se calou esperando a resposta da bela e simples jovem de
Nazaré... Foi o ato em que a História da Salvação estava como que suspensa e dependente
da resposta da Mulher. O diálogo travado e o silêncio entre a proposta e a resposta
aguardada, também nos fez quase sem respiro ficar. Ali estava a tão aguardada cooperação
humana na obra da nossa salvação que nos vem de nosso Deus... E a Virgem respondeu.
Aquele seu sim foi causa de festa no Céu e na inteira Criação que, no ventre santo e Naquele
que ali se plantara em terra virgem, encontrou motivo para de novo alegrar-se...

Alegria, porém, que tendo se estendido durante toda a sua vida, pois sabia-se humilde serva
do Senhor, estava também entretecida por toda sorte de dificuldades. Se em si, o Deus
Altíssimo se fazia um de nós, na humildade e pobreza de nossa raça, nela elevando-nos à
sua Altura assumindo-nos, conosco e nela pode experimentar as conseqüências do humano
pecado que envolvia a História desde a recusa de Eva que criara o nó, que seu sim começava
a desatar.

Batalha na terra contra o Príncipe da Paz; batalha no Céu cujo alvo éramos nós. Mas eis que
diante da Mulher ela para. Covardemente espera matar seu Filho. Mas Deus não tem
problemas com a morte. Dela sabe sair vitorioso. Livra a Mulher e sua descendência. O
Filho vence a morte e está à direita do Trono de Deus. A Mulher foge para o deserto onde
Deus lhe tinha lugar preparado.
Irmãos, essa Mulher é a Virgem Mãe Maria mas, nela é também descrita a situação da Igreja
neste mundo. Uma voz forte proclama: "Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do
nosso Deus, e o poder do seu Cristo". Embora isto esteja divinamente decretado, no deserto
da história a batalha continua...

No entanto, hoje, nesta Mulher que com o seu sim, cooperando plenamente com Deus, a
Igreja pode congratular-se com toda a corte celeste e exclamar com o autor sagrado, diante
da sua Beleza excelsa, agora manifestada plenamente: “Quem é esta que surge como a
aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de
batalha” (Ct 6, 10).

Sim, caros irmãos aquela que proclama-se hoje a pequena serva, por Isabel e sua profecia,
hoje realizada, é a Bem Aventurada porque creu no que lhe fora anunciado... Alegrem-se os
Céus e toda a corte celeste; alegre-se a terra e todos os seres que respiram; alegrem-se
também aqueles que esperam a Salvação do Senhor e nosso Deus. Nela, antecipadamente, o
Senhor realiza o que nEle mesmo se Deu no terceiro dia; nela a Igreja confirma a sua
vocação: combater, pois ainda no deserto da história, mas com a certeza da vitória que não
se dá sem sua cooperação, sem o seu sim de cada dia, pois o último inimigo a ser vencido
em todos será a morte...

Cristo venceu e ressuscitou e uniu a Si, tendo terminado seus dias na terra, aquela que a Ele
se uniu, ao responder seu sim... E todas as vezes que a Deus dizemos sim, esta salvação do
Cristo Senhor se faz presente, mesmo que nos pequenos sinais de cada dia.

A solenidade de hoje eleva nossa visão para a eternidade de Deus e nos confirma a que
somos chamados. Mesmo que ainda tenhamos que combater, não é por este mundo que
combatemos, mesmo lutando para que ele seja como Deus quer. A grande batalha não é por
este mundo, mas por aquela “Terra Prometida, da qual esta nossa é apenas uma passagem
repleta de perigos que nos podem fazer ou esquecer ou perder a meta para a qual
caminhamos.

Virgem Santa, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora da Assunção que com Teu Filho o
mundo venceste, não vos esqueçais de nós para que não esqueçamos de vós. Ajudai-nos a
ter os olhos postos em teu Filho; ajudai-nos a dar testemunho do mundo futuro, neste já
vivendo aquele para o qual caminhamos e lutamos. Que não esqueçamos de vós para que
não vos esqueçais de nós. Ajuda-nos também a reconhecer nossa pequenez, para que seja a
grandeza, a força e a realeza de Cristo, sua Salvação a se estender sobre a Igreja ainda no
deserto deste mundo, lugar de combate e luta, não de descanso em si mesmo. Sim, Mãe
Santa, como vós, ajuda a Igreja a olhar para sua pequenez e assim reconhecer-se, para que
todos os seus filhos também possam entoar seu canto que canta não a própria vitória, mas a
de Deus, o único que sabe com Justiça e Misericórdia dispersar os orgulhosos; dos tronos
derrubar os poderosos deste mundo, que mais se assemelham a servos do dragão, ao
combater seu Filho; despedir sem nada os ricos que se deixam cegar por suas riquezas
passageiras. Sim, só Deus o sabe... Virgem Santa da Assunção, ajudai-nos a Deus respeitar,
para que a nós chegue o seu Amor, resgatando os esquecidos deste mundo, mas não de
Deus, não de vós, Mãe Santa e Vitoriosa que esmagas a cabeça da antiga serpente; Vós que
revestida de Sol, com a lua sob os pés, coroada de glória como Senhora, Rainha à direita do
Rei, do Céu, da Igreja e de todos nós, Amem!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Você também pode gostar