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Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Caros irmãos e irmãs, ao pegar a pena para escrever, refletindo sobre o ano que está
por findar, não há como não elevar a Deus um solene Te Deum; hino que a Igreja
entoa publicamente no dia de hoje, recordando os imensos benefícios que o Senhor
nos fez; hino que entoaremos ao fim desta Eucaristia, sétimo dia na Oitava do Natal.

Como sabeis, este período litúrgico é um prolongar da solenidade do Sacrossanto


Nascimento do Salvador. Noite e dia Santo em que, Deus, ao fazer-se Menino e Se
nos dar, não só enche as trevas da História de Luz, mas também traz conSigo aquela
centelha de eternidade que nos cabe, ao se unir, de modo misterioso a todo homem.
Sim, pelo Deus Eterno que nasce no tempo, nós seres criados e temporais, somos
recriados em Luz Divina obtendo a possibilidade de também nós não mais nos
contentarmos com a mediocridade do tempo que nos foge sempre; não!, agora, pelo
Natal, a Eternidade nos foi comunicada de modo misterioso, mas não menos real.
Podemos dizer: o tempo não nos basta! Não nos basta, não porque não somos
capazes de aproveitá-lo como deveríamos ou gostaríamos, mas não nos basta porque
seria contentar-nos com pouco.

Fomos criados para viver estes anos que já passaram para nós, e para os que Deus
nos conceder, doravante num sempre refazer para nós o presente. Tempo presente
que é um presente da Bondade Divina a preparar-nos para o eterno Hoje de Deus
que não passa, pois não teve início. Fomos criados para Deus, fomos criados para a
Eternidade Feliz, não para o passar dos anos, sempre cheios de altos e baixos,
alegrias e tristezas, momentos de guerra e paz, sempre prenunciando o fim... Não!,
fomos criados para a Eternidade Feliz que existe desde sempre na Trindade Beata,
não sujeita ao tempo nem às suas variações. Deus, Criador de tudo, também do
tempo ao mesmo tempo que tudo, vence a variação temporal, transformando-a e
vem ao nosso encontro, unindo-se a nós para fazer-nos gozar da sua própria
felicidade. Aguarda-nos para dizer, e Ele quer dizer a todos os nascidos!: Vem,
servo bom e fiel, “entra no gozo do teu Senhor”! (Mt 25, 21). Não causemos
desgosto a Deus recusando seu convite, desde já, a participar deste gozo eterno,
desta Divina felicidade!
Quando ouvimos hoje o Apóstolo São João nos dizer que vivemos a última hora, é
isto que ele tem em mente: aproveitem o hoje que Deus vos concede para vos
preparardes, acolhendo Deus que nasce na carne, não se comportando como anti-
Cristos, mas confessando com os lábios e testemunhando com a vida, o grande
Amor com que Deus nos amou, fazendo-nos seus filhos adotivos pela Divina Graça!

Como não agradecer? Como não elevar a Deus ação de graças por tudo que nos
concede, coisas boas e os desafios que nos são apresentados no seu seguimento?
Como não cantar a Deus o “canto novo” com os lábios e com a vida? Como, como
diz-nos Santo Agostinho, não fazer da nossa vida este canto novo, agradável ao
Senhor?!

“A Luz resplandeceu em plena escuridão, jamais irão as trevas, vencer o seu clarão”
cantamos na Noite Santa. Que seja nossa alegria e esperança no ano que está para
começar. Contemplando no Menino Deus a Glória do Pai que se manifestou, não só
somos capazes de ser gratos, mas também de estarmos cheios de esperança para o
que virá com o raiar do novo ano.

Este suceder-se dos anos, são bondade de Deus; são oportunidades que Deus nos
concede para nos preparar para Ele; ocasião de nos tornarmos mais e mais o que já
somos pelo santo Batismo: “ungidos pelo Santo”, pelo Espírito que nos conduz
sempre adiante com o olhar voltado para nossa criação e recriação no Batismo,
tornando verdade na nossa vida o que celebramos realmente na fé, através da Divina
Liturgia.

Cada qual, nesta noite saiba agradecer a Deus, por tudo o que no ano que finda
sucedeu-se. Das coisas boas gratidão; das não tão boas, gratidão; das péssimas,
maior gratidão ainda. De Deus, tudo recebemos, seja por sua Vontade ou permissão,
por causa das nossas escolhas. Das péssimas, aprendamos tirar lições para o futuro e
reerguer-nos! Em tudo, aprendamos a dar graças, como nos ensina o Apóstolo
Paulo.

A todos desejo tudo e somente aquilo que Deus nos quiser conceder na sua
Bondade. Nem mais nem menos! Sorrindo ou chorando, se com Deus estivermos,
certissimamente seremos felizes, mesmo que não nos parecer, pois só temos
verdadeira alegria em Deus!

Sobre todos invoco as abundantes graças divinas, celestes e terrestres!

Amém!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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