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Há na vida belos dias: dias de glória ou de felicidade. Há também dias solenes que
decidem a sorte de um homem, dias em que são abertos todos os tesouros e que decidem
de nossa eternidade.
Esses são os dias de retiro: dias de graças e misericórdia, em que Deus nos oferece o
perdão. Dias de amor e de felicidade, e que Deus se manifesta a alma de maneira
inefável. Portanto, é bom aproveitá-los bem, porque são breves.
Não estamos aqui para um passeio turístico, não saímos dos mártires, tão longe deste
lugar, para conhecer o Santuário da Mamã das águas, mas estamos, nesta manhã,
reunidos para atender ao convite do Senhor: “Vinde vós, a um lugar deserto e descansai
um pouco”.
O Advento é um tempo que não tem sentido por si só, ele sozinho não se sustenta, não
tem razões de existir. O Tempo do Advento, tem toda a sua razão de ser no Natal, o
Natal dá sentido e significado ao Advento, assim a ser, só compreendendo o Natal é que
perceberemos como viver o Advento, só meditando em volta daquele episódio,
humanamente falando, de fracasso, daquela noite de fracasso aparente, é que
encontraremos a necessidade das quatro semanas do Advento.
O Natal é, habitualmente, vivido como um tempo de grande alegria e faz todo sentido.
Afinal, Deus se fez Emanuel, Deus saiu dos céus, deixou o seu trono glorioso e celestial
e veio morar entre nós, não só veio, mas assumiu a nossa condição frágil: uma
criancinha frágil, totalmente, a mercê de Maria e José. Tudo isso, para a nossa salvação.
A partir deste momento a salvação tornou-se possível. Por ser um momento de alegria,
nós vivemos em grande festa familiar, numa casa cheia de conforto, bem quentinha,
com bolos, bebidas e roupas novas, uma música festiva. É dia de receber presentes, é
dia de ceia. Assim a ser, o Advento é tempo de prepararmo-nos para a festa. É como
aquela fase onde os noivos e as suas famílias estão se preparando para a festa de
casamento, compram roupas novas, procura um salão para a festa, um disc jochey (ou
DJ), as mulheres vão ao salão de beleza…
Leitura Mt 2,1-18
História contada da Família de Nazaré na noite de Natal.
Deus não triunfa no esplendor, não é um triunfo externo, aparente. Deus triunfa no
escondido. O triunfo de Deus, a alegria de Deus, a salvação de Deus, acontece
escondido na aparência de fracasso, do fracasso da cruz, do fracasso daquela noite
miserável, de natal, miserável humanamente falando. O Natal foi uma noite de muitos
fracassos, fracasso nas portas batidas e fechadas na cara, em Belém; na solidão de uma
Agora sim, sabemos como viver o Advento. Porque a aquela noite, aquela história, se
torna presente todos os anos e não se trata mais de Herodes, dos Magos, dos hoteleiros
que bateram e fecharam as portas na cara da família de Nazaré ou da manjedoura, mas
trata-se de você. Você é a nova personagem dessa história.
Não significa que não devemos ornar as nossas casas, pelo contrário, percebendo o
grande sacrifício que Deus fez por nós, melhor valorizaremos a sua presença, melhor
viveremos, com mais júbilo, mas não uma alegria vazia, uma alegria por coisas
externos, porém, porque Cristo nasceu realmente no teu coração e na tua família, por
isso, alegre-se, exulte de alegria, ornamente a sua casa, mas não esqueça o que dizia o
Santo Padre: a verdadeira decoração do Natal é as nossas virtudes.
Em sintonização:
1. São Pedro Julião em Considerações Espirituais: Sacerdócio e Vida Cristã;
2. Catecismo da Igreja Católica;
3. Pe. Paulo Ricardo em Mensagem de Natal;