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Cartas Pessoais - Ricardo Sobral
Cartas Pessoais - Ricardo Sobral
EBNESR
NT211-CARTAS PESSOAIS
DO APÓSTOLO PAULO
Aula 01
EBNESR
Recife, PE
2022
NT211-Cartas Pessoais do apóstolo Paulo 2022 Ricardo J.C. Sobral
Dedicatória:
À
Randy Short:
Amigo e irmão amado. Um missionário como o apóstolo Paulo.
11 pg.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................. 4
1. O apóstolo Paulo e sua literatura ..................................... 5
2. Cronologia do ministério Paulino...................................... 6
3. Cartas .................................................................................... 7
4. A retórica de Aristóteles ..................................................... 9
INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe-se apresentar a relevância da mensagem das
Cartas pessoais, do apóstolo Paulo, aos seus discípulos, Timóteo e Tito, bem
como o seu amigo Filemom.
Enfatizaremos também, a grande questão que envolve as cartas ditas
“pastorais” de forma erroneamente, o qual alterou, sensivelmente, o modelo
de organização eclesiástica, no que diz respeito ao pastorear a irmandade.
Para isso, pretende-se, primeiramente, identificar algumas questões
introdutórias, tais como: autoria, data, cenário, etc. para em seguida,
Examinar também o conteúdo e teologia das cartas.
O objetivo é trazer à luz, à medida que a investigação se desenrola, as
contribuições e implicações destas cartas aos cristãos contemporâneos. Isso
se dará em três momentos:
Nada menos que treze dos vinte e sete escritos do Novo Testamento
são cartas atribuídas ao apóstolo Paulo. Eles constituem inteiramente um
quarto do volume do Novo Testamento; se acrescentarmos a isso a porção
dos Atos dos Apóstolos, onde Paulo é o personagem principal, a proporção
fica ainda maior. Perde apenas a proporção dedicada à vida e ministério de
Jesus descrita nos quatro evangelhos.
No entanto, o significado do legado literário de Paulo, claro, não é
simplesmente uma questão de sua quantidade. Suas cartas representam os
primeiros escritos existentes do movimento cristão.
São cartas reais, escritas para congregações reais cujas circunstâncias
de vida são refletidas nos próprios textos. Além disso, são cartas altamente
pessoais, no sentido de que os desejos, emoções, processos de raciocínio e
muito da personalidade de seu autor são retratados vividamente.
Além disso, o autor não era uma figura marginal. Enquanto o seu lugar
dentro do início do movimento cristão. Em virtude da:
Atos Cartas
Visita 1: Visita pós-conversão (9: 26- Visita 1. Visita pós-conversão
30) (Gl 1:18)
Visita 2: Visita de socorro à fome (11:
27–9; 12:25) Visita 2. Consulta de
Visita 3: Visita do Concílio de Jerusalém (Gálatas 2: 1–10)
Jerusalém (15: 1–30)
Visita 4: visita não especificada (18: 18–Visite 3. Visita de Coleta (1
23) Cor 16: 1–4; Rm 15:25; cf. 2
Visita 5: Visita de coleta (20: 1-21: 26) Cor 8–9).
Para fazer isso, devemos olhar não apenas para as cartas em si, mas
também para as convenções de escrita de cartas que estavam presentes no
mundo greco-romano.
Deissmann (1910, p. 225), argumentou que os escritos de Paulo
deveriam ser classificados entre as cartas presentes no primeiro século. Isto
é, são escritos ocasionais, escritos "não para o público e para a posteridade,
mas para as pessoas a quem são dirigidos". Para o teólogo, eram escritos não
como formulações cuidadosas de um teólogo sistemático, mas sim, cartas
pessoais.
Segundo D. A. Watson (2012, p.192-193), “as epístolas cristãs do
primeiro século seguiram as convenções das cartas gregas com algumas
modificações, que podem ser atribuídas à experiência cristã.” Ainda segundo
este autor, as cartas gregas, especialmente na abertura e no encerramento,
são determinadas pela convenção. Começam com a abertura da carta (ou pré-
escrito), constituída da seguinte fórmula: remetente (superscriptio) para
destinatário (adscriptio), saudações (salutatio).
INÍCIO - PRESCRIÇÃO
4. A retórica de Aristóteles
Na retórica o orador precisa ser persuasivo. Para tanto, deve fazer uso
de estratégias de argumentação, as quais estão ligadas ao seu caráter e aos
elementos do discurso.
As estratégias estão pautadas, do que Aristóteles chama de provas:
✓ Prova Ética (ethos – h[qoj – costume, hábito)
✓ Prova lógica (logos – lo,goj – termo significa “razão”)
✓ Prova emocional (pathos – pavqoj – sensibilidade.)
Por fim, Aristóteles, em sua Retórica, define como o discurso deve ser
estruturado.
1. Exordium - Prefácio Epistolar – apresenta a razão para a fala.
2. Narratio – o fato – apresenta o contexto para a fala.
3. Propositio – proposição – apresenta a tese principal da fala.
4. Probatio – Provas – apresenta evidências em suporte da tese.
5. Exhortatio – exortação – encoraja a aplicar a tese.
6. Peroratio ou pós-escrito epistolar – apresenta a conclusão.
(BETZ, 1979, p. 353-379).
EBNESR
NT211-CARTAS PESSOAIS
DO APÓSTOLO PAULO
Aula 02
EBNESR
Recife, PE
2022
NT211-Cartas Pessoais do apóstolo Paulo 2022 Ricardo J.C. Sobral
Dedicatória:
À
Randy Short:
Amigo e irmão amado. Um missionário como o apóstolo Paulo.
32 pg.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
8. O panorama da carta...................................................................... 12
INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe-se apresentar a relevância da mensagem das
Cartas pessoais, do apóstolo Paulo, aos seus discípulos, Timóteo e Tito, bem
como o seu amigo Filemom.
Enfatizaremos também, a grande questão que envolve as cartas ditas
“pastorais” de forma erroneamente, o qual alterou, sensivelmente, o modelo
de organização eclesiástica, no que diz respeito ao pastorear a irmandade.
Para isso, pretende-se, primeiramente, identificar algumas questões
introdutórias, tais como: autoria, data, cenário, etc. para em seguida,
Examinar também o conteúdo e teologia das cartas.
O objetivo é trazer à luz, à medida que a investigação se desenrola, as
contribuições e implicações destas cartas aos cristãos contemporâneos. Isso
se dará em três momentos:
1
NOVUM Testamentum Graece. Post Eberhard et Erwin Nestle editione vicesima septima revisa
communiter ediderunt Barbara et Kurt Aland, et al. 28. ed. rev. Stuttgart: Stuttgart Deutsche
Bibelgesellschaft, 2012.
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7. χαρὰν γὰρ πολλὴν ἔσχον καὶ παράκλησιν ἐπὶ τῇ ἀγάπῃ σου, ὅτι τὰ
σπλάγχνα τῶν ἁγίων ἀναπέπαυται διὰ σοῦ, ἀδελφέ.
Pois tive muita alegria e conforto no teu amor, porque as angústias dos santos são
aliviadas por ti, ó irmão.
8. Διὸ πολλὴν ἐν Χριστῷ παρρησίαν ἔχων ἐπιτάσσειν σοι τὸ ἀνῆκον
Por isso, tendo muita liberdade em Cristo para ordernar a ti o que convém
9. διὰ τὴν ἀγάπην μᾶλλον παρακαλῶ, τοιοῦτος ὢν ὡς Παῦλος πρεσβύτης
νυνὶ δὲ καὶ δέσμιος Χριστοῦ Ἰησοῦ·
Por causa do amor, prefiro rogar, como o idoso Paulo e agora também, prisioneiro de
Jesus Cristo.
10. παρακαλῶ σε περὶ τοῦ ἐμοῦ τέκνου, ὃν ἐγέννησα ἐν τοῖς δεσμοῖς,
Ὀνήσιμον,
Rogo-te em favor de meu filho, que gerei em minhas prisões, Onésimo.
11. τόν ποτέ σοι ἄχρηστον νυνὶ δὲ [καὶ] σοὶ καὶ ἐμοὶ εὔχρηστον,
outrora inútil a ti, mas agora a ti e a mim útil,
12. ὃν ἀνέπεμψά σοι, αὐτόν, τοῦτ’ ἔστιν τὰ ἐμὰ σπλάγχνα·
o qual envio de volta a ti, ele, este é as minhas aflições.
13. ὃν ἐγὼ ἐβουλόμην πρὸς ἐμαυτὸν κατέχειν, ἵνα ὑπὲρ σοῦ μοι διακονῇ ἐν
τοῖς δεσμοῖς τοῦ εὐαγγελίου,
o qual eu desejava para mim mesmo reter, para em favor de ti servisse a mim nas prisões
do evangelho.
14. χωρὶς δὲ τῆς σῆς γνώμης οὐδὲν ἠθέλησα ποιῆσαι, ἵνα μὴ ὡς κατὰ
ἀνάγκην τὸ ἀγαθόν σου ᾖ ἀλλὰ κατὰ ἑκούσιον.
mas sem tua opinião nada quis fazer, para que não seja como por necessidade o teu
bem/bondade, mas de livre vontade.
15. Τάχα γὰρ διὰ τοῦτο ἐχωρίσθη πρὸς ὥραν, ἵνα αἰώνιον αὐτὸν ἀπέχῃς,
Pois talvez por isso foi separado por ora, para que tu o recebas para sempre.
16. οὐκέτι ὡς δοῦλον ἀλλ’ ὑπὲρ δοῦλον, ἀδελφὸν ἀγαπητόν, μάλιστα ἐμοί,
πόσῳ δὲ μᾶλλον σοὶ καὶ ἐν σαρκὶ καὶ ἐν κυρίῳ.
Já não como servo, mas mais que um servo, irmão amado, principalmente para mim, e
mais quanto a ti, também em carne e no Senhor.
17. εἰ οὖν με ἔχεις κοινωνόν, προσλαβοῦ αὐτὸν ὡς ἐμέ.
Portanto, se me tens como companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
18. εἰ δέ τι ἠδίκησέν σε ἢ ὀφείλει, τοῦτο ἐμοὶ ἐλλόγα.
Mas se algum prejuízo te causou ou te deve, lança tudo em minha conta.
19. ἐγὼ Παῦλος ἔγραψα τῇ ἐμῇ χειρί, ἐγὼ ἀποτίσω· ἵνα μὴ λέγω σοι ὅτι καὶ
σεαυτόν μοι προσοφείλεις.
eu, Paulo, escrevi com minha mão, eu pagarei: para que não diga a ti que também a ti
mesmo me deves,
20. ναὶ ἀδελφέ, ἐγώ σου ὀναίμην ἐν κυρίῳ· ἀνάπαυσόν μου τὰ σπλάγχνα ἐν
Χριστῷ.
Sim irmão, que tu me sejas útil – me beneficie no Senhor, refrigera as minhas angústias
em Cristo.
21. Πεποιθὼς τῇ ὑπακοῇ σου ἔγραψά σοι, εἰδὼς ὅτι καὶ ὑπὲρ ἃ λέγω
ποιήσεις.
Tendo confiado em tua submissão, escrevi a ti, sabendo que também farás mais do que
falo.
22. ἅμα δὲ καὶ ἑτοίμαζέ μοι ξενίαν· ἐλπίζω γὰρ ὅτι διὰ τῶν προσευχῶν ὑμῶν
χαρισθήσομαι ὑμῖν.
Mas, ao mesmo tempo, também preparas para mim pousada, pois espero que, através das
vossas orações, eu seja concedido a vós.
23. Ἀσπάζεταί σε Ἐπαφρᾶς ὁ συναιχμάλωτός μου ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ,
Saúda-te Epafras, meu companheiro em cadeias, em Cristo Jesus.
24. Μᾶρκος, Ἀρίσταρχος, Δημᾶς, Λουκᾶς, οἱ συνεργοί μου.
Marcos, Aristarco, Demas, Lucas, os meus companheiros de trabalho.
25. Ἡ χάρις τοῦ κυρίου Ἰησοῦ Χριστοῦ μετὰ τοῦ πνεύματος ὑμῶν.
A graça do nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.
2. Autoria da carta
3. A data da carta
Na carta o apóstolo Paulo, afirma estar preso ao escrever a carta a
Filemom:
Vs 1. Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus...
Vs 23. Saúda-te Epáfras, meu companheiro em cadeias...
Alguns estudiosos, como Carson (1997, p. 428), afirmam que a prisão
em questão foi a que Lucas descreveu em Atos 28.17, 20.
Era uma prisão domiciliar em Roma, onde Paulo estava aguardando o
julgamento do imperador Nero. Ali, ele ficou dois anos (At 28.30).
A partir dessa informação, conclui-se que a data provável para tal
encarceramento é 60-62 d.C.
Nesta ocasião, ele escreveu as cartas de Colossenses, Filemom,
Efésios e Filipenses, as chamadas, “Cartas da Prisão”.
A Epístola a Filemom foi escrita pelo apóstolo Paulo enquanto estava
na prisão em Roma por volta de 60 d.C., ou no fim da década de 50, se escrita
em Éfeso, e foi, provavelmente, enviada ao seu destinatário junto com a
Carta aos Colossenses. (CARSON, 2004, p. 428-429).
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5. O destino da carta
8. O panorama da carta
Neste momento é necessário reconstruir, as situações que deram
origem a esta poderosa carta.
A fuga de Onésimo
Pelo que é descrito na carta, Onésimo foi um escravo fugido, vs 10,
que cometera um ato injusto contra seu senhor, Filemom, que era um cristão
que morava em Colossos (Cl. 4.9, 17).
Calvino (2009, p. 380), afirma que, à luz do termo “prejuízo” pode-se
inferir que Onésimo havia furtado algo do seu senhor.
no entanto, conforme Bruce (2003), o quadro que às vezes se pinta, de
que Paulo encontrou Onésimo como companheiro de prisão, pode ser
enganoso. Pois a prisão de Paulo em Roma, era domiciliar. Ele vivia em
casa alugada por ele (At 28.30).
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9. Gênero literário
2
A palavra quiasmo tem origem no vocábulo grego khiasmós, que designa uma configuração de
duas linhas cruzadas, tal como a letra C (khi). Como um recurso gramatical e retórico, a figura do
quiasmo define-se basicamente como um paralelismo invertido, ou seja, a distribuição dos
elementos não é correlativa, mas sim cruzada.
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que ela é uma carta apostólica a respeito de um assunto pessoal, isto é, Paulo
apresenta seu pedido a toda igreja, e não apenas a Filemom.
Assim, como o discurso deliberativo é feito na e para uma assembleia,
assim também Filemom é endereçada a uma assembleia (evkklhsi,a) que é
construída por Filemom, Áphia, Arquipo e a igreja que estava na casa dele:
1 Filh,moni tw/| avgaphtw/| kai. sunergw/| h`mw/n 2 kai. VApfi,a| th/|
avdelfh/| kai. VArci,ppw| tw/| sustratiw,th| h`mw/n kai. th/| katV oi=ko,n
sou evkklhsi,a|)
Percebemos o aspecto deliberativo para uma assembleia na carta,
quando Paulo coloca seu assunto aos destinatários da epístola. O seu assunto
é de interesse de toda igreja, e não apenas dele, de Filemom e Onésimo.
Por fim podemos esboçar a carta a Filemom seguindo a ideia retórica
´pelo discurso deliberativo.
Por isso, dividimos a carta em cinco partes para apresentar a seguinte
estrutura retórica:
1. O propósito da carta
4. Esboço da carta
Aqui estão alguns dos principais temas que servirão de quadro para o
pedido paulino:
✓ Amor – τῷ ἀγαπητῷ (do amado);
✓ Cooperação na propagação do evangelho; συνεργῷ ἡμῶν.
συστρατιώτῃ ἡμῶν – (cooperador no trabalho; companheiro de luta);
✓ Centralidade da graça de Deus – χάρις ὑμῖν καὶ εἰρήνη ἀπὸ θεοῦ
πατρὸς ἡμῶν καὶ κυρίου Ἰησοῦ Χριστοῦ.
Vs 1 - Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo e Timóteo, o irmão, ao amado
Filemom e nosso cooperador.
Aqui, o autor se apresenta como “Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus”
(Pau/loj de,smioj Cristou/ VIhsou/) – Literalmente um prisioneiro – No
entanto, prisioneiro de Cristo.
Por que Paulo começa a tratar do seu pedido nessa parte
introdutória da epístola ao se apresentar como “prisioneiro de Cristo”?
Resposta vs. 01: pois essa é a condição, não somente dele, mas de
Ápia, Arquipo, Epáfras, Filemom, inclusive, Onésimo, o escravo fugitivo em
favor de quem ele intercede junto a Filemom.
Na sequência dessa parte introdutória, encontramos os destinatários:
Filemom, que é mencionado como “ao nosso amado e cooperador (Filh,moni
tw/| avgaphtw/| kai. sunergw/| h`mw/n).
Paulo ao chamar Filemom de amado, lembra-lhe também que pertence
a uma comunidade de mútuo amor.
Uma outra descrição que Paulo faz de Filemom é quando o chama de
cooperador (sunergw/|, literalmente “sun + e;rgoj “Cooperador”)
O título cooperador (sunergo,j) é usado por Paulo trezes vezes em suas
cartas. Ele usa para denominar seus companheiros no “trabalho” da pregação
do evangelho (1 Ts 3.2; 2 Co 8.23; Rm 16.3, 9, 21; Fp 2. 25; 4.3; Cl 4.11).
Por que Paulo faz questão em de lembrar a Filemom o que é?
Resposta: Champlin: “se era amado, haveria de prestar-lhe o favor;
se era cooperador, não ficaria com o escravo, mas haveria de enviá-lo de
volta, para o serviço da pregação.” (1995, p. 452).
3
“Conjunção inferencial que oferece uma dedução, conclusão ou um sumário à discussão
precedente. ” (WALLACE, 2009, p. 673).
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Paulo deseja que essa bondade seja manifesta não por obrigação (i[na
mh. w`j kata. avna,gkhn), mas de livre vontade (avlla. kata. e`kou,sion4Å).
E o amor não pode ser mandado nem evocado por coerção.
Por que Paulo não usou da autoridade de apóstolo para que
Filemom aceite sua vontade?
Resposta: O assunto diz respeito a Filemom. Ele não ultrapassa essa
autoridade, pois, entende que tem o direito de negar pedido.
Vs 15 - Pois talvez por isso foi separado por ora, para que tu o
recebas sempre.
Paulo não apela para o seu ethos ou o de Filemom, ou mesmo de
Onésimo, mas ao ethos de Deus.
Uma possibilidade é observar o verbo separado - evcwri,sqh – O verbo
está na terceira pessoa singular do aoristo indicativo passivo na voz passiva,
exige o agente da passiva, que, não foi Paulo, muito menos Filemom. Neste
caso sobra Deus.
Deus propôs esse incidente nas vidas de Filemom, Onésimo, e,
finalmente, Paulo, para o bem.
Vale observar Rm 8.28-29 – todas as coisas cooperam para o bem...
ser como Cristo.
4
O termo e`kou,sion - adjetivo acusativo singular de e`kou,sioj “voluntariamente”, “como
voluntário”, ou seja, “de livre vontade”, “por livre arbítrio.”
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EBNESR
NT211-CARTAS PESSOAIS
DO APÓSTOLO PAULO
AULA 03-04
EBNESR
Recife, PE
2022
NT211-Cartas Pessoais do apóstolo Paulo 2022 Ricardo J.C. Sobral
Dedicatória:
À
Randy Short:
Amigo e irmão amado. Um missionário como o apóstolo Paulo.
63 pg.
ÍNDICE
NT211-CARTAS PESSOAIS DO APÓSTOLO PAULO ............................................... 1
ÍNDICE........................................................................................................................... 3
I. VISÃO GERAL DAS CARTAS A TIMÓTEO E TITO .......................................... 4
1. Razões para estudar as cartas a Timóteo e Tito........................................... 4
2. As cartas “pessoais” ........................................................................................... 5
3. Autoria das Cartas pessoais ............................................................................. 5
4. Reconhecendo Timóteo e Tito.......................................................................... 8
5. Relações entre as cartas de Timóteo e Tito ................................................... 9
6. A cidade de Éfeso ............................................................................................. 11
7. A ilha de Creta ................................................................................................... 14
8. A igreja em Éfeso e Creta ............................................................................... 16
9. O ambiente teológico ....................................................................................... 17
10. A Cronologia da vida do apóstolo Paulo ................................................... 18
II. A PRIMEIRA CARTA A TIMÓTEO .................................................................... 22
1. Data da carta ................................................................................................. 22
2. Propósito da carta ......................................................................................... 22
3. Sugestões de esboços ................................................................................. 23
4. Análise do texto de 1 Timóteo..................................................................... 24
I. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 46
II. ANEXOS ................................................................................................................. 48
1. Governo eclesiástico denominacional ....................................................... 48
2. Formas de Governo eclesiásticos denominacionais ............................... 49
3. O Governo Da Igreja Bíblica ....................................................................... 53
4. A figura pastoral no Reino de Deus ........................................................... 59
D. Porque nessas Epístolas, tanto quanto nas demais, Deus nos fala.
2. As cartas “pessoais”
Questão Eclesiológica
Algumas objeções têm surgido à autoria paulina devido ao modelo
eclesiástico de serviço e liderança.
Aponta-se que a forma de liderança sugerida pelas pastorais é
equivalente ao ofício episcopal monárquico, do qual o bispo Inácio de
Antioquia se refere em suas cartas.
Outros afirmam que a concepção do presbiterato como ministério
ordenado é tão estranho a Paulo quanto o serviço das viúvas contido nas
pastorais.
Somado aos argumentos anteriores, questiona-se a falta de menção de
uma ativa cooperação e responsabilidade da comunidade.
A Questão Teológica
Afirmam que a teologia e o vocabulário teológico são diferentes
àqueles encontrados em outras obras do apóstolo.
O que, geralmente, se alega contrário à autenticidade destas cartas é o
fato de que a heresia combatida não diz respeito ao primeiro século, mas
àquilo que fora comum a um gnosticismo posterior já do século II.
Tal afirmação tem sido cada vez menos aceita até por teólogos liberais.
Rudolf Bultmann e seu discípulo, H. Schlier, têm defendido a mitologia
gnóstica como anterior ao cristianismo, o que, de uma perspectiva ortodoxa,
apoiaria a contemporaneidade entre Paulo e o gnosticismo combatido nas
pastorais.
Fontes externas:
A carta de Policarpo, 117 DC, cita claramente.
O Cânon Muratório, 170 DC, incluiu estes livros como produtos de Paulo.
Irineu, 178 DC, citou os três repetidamente.
Tertuliano, 200, citou 1 e 2 Tm várias vezes.
Clemente de Alexandria, 194, cita repetidamente como escritos por Paulo.
Fontes internas
Paulo identifica-se em 1:1. Também em 2 Tim 1:1 e Tito 1:1.
Em Atos 16:1, uns 15 anos antes de escrever 1 Timóteo, Paulo recrutou e
circuncidou o jovem Timóteo para acompanhá-lo na segunda viagem
missionária.
Tito
Ora, no que respeita a Tito, seu nome não aparece no livro de Atos,
porém em outros lugares do Novo Testamento se encontra treze vezes:
2 em Gálatas (2.1 ; 2.3),
1 em 2 Timóteo (5.10),
1 vez em Tito (1.4),
9 vezes em 2 Coríntios (2.13; 7.6; 7.13 ; 7.14; 8.6; 8.16; 8.23; 12.18).
Tito também era um dos convertidos pelo apóstolo, que o chama
"verdadeiro filho na fé comum" (Tt 1.4).
No entanto, sobre sua conversão, o que se tem são apenas conjecturas.
Há quem opine que foi em Antioquia da Síria que ele se convertera
durante a passagem de Paulo e Barnabé naquele lugar (At 14.26).
6. A cidade de Éfeso
7. A ilha de Creta
A igreja em Éfeso
A igreja efésia teve início quando Paulo, Áquila e Priscila pararam em
Éfeso, na viagem de Corinto para a Palestina, por volta de 53 ou 54 D.C.
Paulo pregou para os judeus na sinagoga dali (Atos 18.18–21).
Mais tarde, a igreja parece ter se tornado mais predominantemente
gentia do que judia.
Quando Paulo voltou, cerca de cinco anos depois, encontrou ali doze
discípulos que haviam sido incorretamente batizados.
Ensinou-lhes o que lhes faltava e imergiu cada um novamente (Atos
19.1 –5).
Nessa viagem missionária (a terceira dele), Paulo pregou na sinagoga
durante três meses.
Quando se levantou forte oposição contra ele, passou a ensinar na
Escola de Tirano durante dois anos (Atos 19.9, 10).
A importância de Paulo unir-se ao trabalho em Éfeso é demonstrada
pela sua permanência ali.
Além disso, ele fez essa declaração quando, estando em Éfeso,
escreveu aos coríntios. “…uma porta grande e oportuna para o trabalho se
me abriu…” (1 Coríntios 16.9).
A eficácia do evangelho naquela cidade é evidenciada pelo fato de os
crentes efésios queimarem uma quantidade de livros ocultistas no valor total
de cinquenta mil moedas de prata (cinquenta mil dias de trabalho para um
trabalhador braçal) de uma só vez (Atos 19.18–20).
Éfeso foi o local do trabalho mais bem sucedido (Atos 19.8-10 – A
partir de Éfeso o evangelho se espalhou por toda a Ásia) e extenso (em
relação ao tempo) do apóstolo Paulo.
Quando Paulo foi a Jerusalém pela última vez, por volta de 58 D.C.,
pediu que os presbíteros da igreja em Éfeso se encontrassem com ele em
Mileto, para que ele pudesse preveni-los a respeito de certos acontecimentos
futuros e dar-lhes adeus.
O apóstolo trabalhara ali durante três anos e esses ministros foram
preciosos para ele.
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9. O ambiente teológico
Nas três Cartas o autor manifesta uma imensa inquietude com relação
aos hereges, que segundo ele, seguem mercadejando um tipo de fé ou
doutrina oposta ao Evangelho verdadeiro.
1Tm 6.3;
Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina
de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade,
Tt 1.11,16
É necessário que eles sejam silenciados, pois estão arruinando
famílias inteiras, ensinando coisas que não devem, e tudo por ganância. Eles
afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis,
desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra.
1 Tm 1.3
NVI - Partindo eu para a Macedônia, roguei-lhe que permanecesse em
Éfeso para ordenar a certas pessoas que não mais ensinem doutrinas falsas,
ARA - Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei
permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de
que não ensinem outra doutrina, (ἑτερο-διδασκαλέω).
Que outra doutrina é essa?
Tudo leva a crer que a característica mais óbvia dessa doutrina
(heresia) é seu agrupamento de elementos ou ingredientes judaicos e
gnósticos.
“mestres da Lei” (1Tm 1.7);
“os da circuncisão” (Tt 1.10);
“fábulas e genealogias” (1Tm 1.4; 2Tm 4.4; Tt 1.14; 3.9).
Segundo Kelly (2005), assume essa hipótese quando afirma que:
biografia paulina. Cf. CARSON, D. A. (et al.). Op. cit., p. 261. As duas
posições são descritas no quadro a seguir:
Cronologia Cronologia
Evento
Tradicional Revisionista
36 Conversão 34-35
36-39 Ministério em Damasco e Arábia 35-37
39 Primeira visita a Jerusalém 37
40-44 Ministério em Tarso e na Cilícia 37-45
44-45 Visita de socorro aos famintos 45, 46 ou 47
46-49 1ª Viagem Missionária 4 46-47 ou 47-48
49 Concílio de Jerusalém 48 ou 49
50-52 2ª Viagem Missionária 48-51 ou 49-51
54-58 3ª Viagem Missionária 52-57
58-60 Prisão em Cesaréia 57-59
60-61 Viagem a Roma 59-60
61-63 Prisão em Roma 60-62
? Ministério no Oriente 62-64
64 (após o
Morte 64-65
verão)
Não obstante o fato de que foi somente no século XVIII que as cartas
a Timóteo e Tito se tornaram conhecidas como Epístolas Pastorais, foi na
verdade já em 1274 que Tomás de Aquino, referindo-se a I Timóteo,
escreveu:
“Esta carta é, por assim dizer, uma lei pastoral que o apóstolo enviou
a Timóteo” .
O termo, embora não exato tecnicamente, é suficiente para indicar que
nessas cartas a atenção é dirigida ao cuidado do rebanho de Deus, à
administração da igreja e ao comportamento nela.
1. Data da carta
Segundo Kelly (2005, p. 41), de acordo com 1 Timóteo 1.3, a carta foi
escrita da Macedônia. Sua linguagem não subentende necessariamente que
ele fora para lá diretamente de Éfeso, e alguns argumentaram que ele muito
possivelmente pode ter chegado lá proveniente do ocidente, tendo talvez
partido para a Espanha imediatamente após a sua soltura.
Por isso, cerca do ano 63, Paulo, recentemente afastado de Éfeso
onde deixara Timóteo, e estando então na Macedônia (lT m 1.3), instrui
Timóteo sobre como administrar os assuntos da igreja.
2. Propósito da carta
3. Sugestões de esboços
Capítulo I
O Apóstolo Paulo
A. Saúda Timóteo.
B. Reitera a Timóteo a ordem de permanecer em Éfeso para combater
o erro dos que se recusam a reconhecer sua condição pecaminosa
à luz da santa lei de Deus e pretendem ser doutores da lei.
C. Por contraste, dá graças a Deus por tê-lo feito ministro do
evangelho, sendo ele "o principal dentre os pecadores"
1
Apostila de John Pennisi, 1 Timóteo, Estudos Intensivos, 2011 .
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v. 1.
Que necessidade havia de Paulo apresentar-se a Timóteo como
“apóstolo de Cristo”? Seria uma simples formalidade? Uma tentativa de
gabar-se?
O uso da palavra “apóstolo” por Paulo no início da epístola poderia ter
os seguintes propósitos.
➢ confirmar diante da igreja, a autoridade apostólica de Timóteo – o
apóstolo (enviado) do apóstolo.
➢ Confirmar a associação que havia entre os dois.
➢ prova de que o ensino de Timóteo era o mesmo de Paulo, que era o
mesmo de Jesus.
Este é sem dúvida um dos grandes temas desta epístola – O Chamado
ao Ministério da Palavra.
É apropriada esta apresentação nesta epístola, pois o ministério de
Timóteo como pregador do evangelho possuía certas semelhanças com o
ministério de Paulo.
v. 2.
Timóteo estava intimamente ligado a Paulo e às suas
correspondências. Ele é mencionado pelo nome em oito de suas cartas.
Somente em Gálatas, Efésios e Tito não há menção de Timóteo.
1.3.
v. 3.
“Roguei” (parakaleo) – É um termo que carrega em si a expressão de
uma atitude importante para um ministro de Cristo.
O termo parakaleo significa “apelar”, ou “encorajar”, ou mesmo
“suplicar”.
Parakaleo é um termo encorajador, consolador e útil.
Está livre de qualquer sugestão de arrogância ou da atitude jactanciosa
de quem fala com ares superiores àquele a quem se dirige.
Com esta palavra Paulo sugere o mérito ou dignidade da outra pessoa.
Paulo fez uso dele várias vezes ao dizer a Timóteo que ensine os
irmãos (2.1; 5.1; 6.2 – “recomenda”; 2 Timóteo 4.2; Tito 2.6, 15).
2
Registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do
judaísmo.
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v.8-11.
Provavelmente alguém estava se utilizando da lei para perturbar de
alguma forma os cristãos.
A lei é para pecadores.
Saiba que alguns se desviaram dessas coisas, 6-7.
➢ Voltando-se para discussões inúteis, 6.
➢ Não compreendendo nem o que dizem, 7.
Use a Lei de maneira adequada, 8-11.
➢ A Lei é boa quando usada de maneira adequada, 8.
➢ Deve manejar “corretamente a palavra da verdade”, 2 Tm 2:15.
➢ É espelho para revelar nosso pecado, Ro 3:20; 5:20; 7:7.
Não é feita para os justos, mas para os injustos e todo aquele que se
opõe à sã doutrina, 9-11.
A lei foi feita para revelar aos maus a sua maldade. Feita para:
➢ Transgressores – “anomos”, literalmente os sem lei, sem respeito pela
lei e por toda autoridade = fora de si. Pessoas opostas à lei, ignorando
a lei.
➢ Insubordinados – literalmente, aqueles que recusam ser fixados ou ficar
debaixo de autoridade.
➢ Ímpios – irreverentes, ignoram Deus e a Sua vontade sem querer O
honrar, respeitar ou cultuar.
➢ Pecadores – aqueles que erram o alvo, desviam do caminho certo,
vivem de maneira imoral e má.
➢ Profanos e irreverentes – há somente uma palavra no grego aqui que
significa mundanos, aqueles que insultam coisas santas, pisam em tudo
e transformam o que é santo em sujeira.
➢ Matam pai e mãe – nem respeitam seus progenitores, a própria família.
Ignoram o 5º mandamento, Ex 20:12.
➢ Homicidas – matam qualquer pessoa, assassinos. Ignoram o 6º
mandamento, Ex 20:12.
➢ Os que praticam imoralidade sexual – a palavra usada aqui, “pornois”,
descreve pessoas que se envolvem em qualquer espécie de imoralidade
sexual incluindo fornicadores, prostitutas, adúlteros, homossexuais,
pederastas, incestuosos, etc. Desobedecem ao 7º mandamento, “Não
adulterarás”.
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e mãe é a função típica da mulher. Será salva cumprindo este papel, este
ministério, no plano de Deus.
1. Ela será salva pelo Nascimento da Criança entendendo esta frase como
se referindo a Cristo. Todas as mulheres foram representadas de
maneira ideal por Maria.
2. Ela será levada com segurança no parto, uma promessa de esperança no
meio da dor no parto.
3. “Se ela permanecer na fé, no amor e na santidade, com bom senso,”
2:15. A mulher, como o homem, tem de permanecer nas qualidades
básicas do caráter cristão.
Aqui há um problema de tradução. Neste caso a melhor tradução seria
a da NVI, pois ajuda na interpretação.
σωθήσεται δὲ διὰ τῆς τεκνογονίας, ἐὰν μείνωσιν ἐν πίστει καὶ ἀγάπῃ
καὶ ἁγιασμῷ μετὰ σωφροσύνης.
ARA - Todavia, será preservada através de sua missão de mãe
(singular), se ela (singular) permanece em fé, e amor, e santificação, com
bom senso.
NVI - Entretanto, a mulher (singular) será salva dando à luz filhos —
se elas (plural). permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso.
Uma melhor explicação seria que Eva será salva por gerar o Salvador
e as irmãs serão salvas se permanecerem na fé, amor e santidade.
Capítulo III
Diretrizes com respeito à Instituição dos Ofícios
A. Incentivo para tornar-se bispo: o caráter glorioso da obra.
Diretrizes sobre os requisitos necessários do bispo.
B. Diretrizes com respeito aos requisitos necessários dos.diáconos e
das mulheres que os assistem. Incentivos para a realização fiel
da tarefa dos diáconos e das mulheres que os assistem.
C. As razões para comunicar essas instruções na forma escrita.
v.1-7.
(Tito 1.5-9) – Tito 1.5, 7 Presbítero = bispo (supervisor) = Pastor.
Tito 1.9 fala algo sobre o trabalho do presbítero (I Tm 5.17; 3.2).
Princípios importantes para o pastor – Ezequiel 34.1-10.
Filipenses 2:15; 2 Pedro 1:6; Romanos 12:3, 11, 13; 1 Pedro 3:15;
Romanos 14:21; Tiago 1:19,20; Hebreus 13:5; Tito 3:2; Efésios 5:22, 23;
Tito 2:7, 8; Filipenses 2:3, 4; Efésios 4:26; 1 João 2:15, 16; Colossenses 1:22;
1 Pedro 1:6; 1 Timóteo 1:3; Tito 2:2, 5.
IRREPREENSIVEL – O presbítero precisa ser alguém que na conduta
em geral não possui erros gritantes. Alguém difícil de criticar com justiça.
ESPOSO DE UMA SO MULHER (Mesma frase em 5.9) – O sentido
da frase não é poligamia e sim fidelidade conjugal – fiel à sua esposa.
E se a esposa do presbítero falecer, ele pode continuar servindo como
presbítero? Poderia, se desejar continuar no ministério, e se a congregação
achar apropriado.
Mas, a característica continua válida – desde que tenha sido homem
de uma só mulher, obviamente.
Lembre-se das viúvas de 5.9. Os maridos já haviam morrido, mas era
necessário preencher esta qualificação.
TEMPERANTE, SOBRIO E MODESTO – Frutos do Espírito.
NÃO VIOLENTO, INIMIGO DE CONTENDAS – Um servo, não
Senhor.
É um excelente alvo para o cristão (3.1).
Sempre uma pluralidade de bispos, ou presbíteros, (ou mais de um) se
encarregavam de uma congregação no NT:11
Nas igrejas fundadas na 1ª jornada missionária, “Paulo e Barnabé
designaram-lhes presbíteros em cada igreja,” At 14:23.
➢ Na igreja de Jerusalém, At 15:2, 4, 6, 22, 23; 16:4; 21:18.
➢ Na igreja de Éfeso, At 20:17, 28.
➢ Na igreja de Filipos, Fp 1:1.
➢ Nas igrejas de Creta, Tito 1:5.
➢ Nas igrejas entre as doze tribos dispersas entre as nações, Tg 5:14.
Nas igrejas no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia
e na Bitínia a quem Pedro escreveu 1 Pedro, de acordo com 1 Pe 5:1-2.
v. 8-10.
Porque experimentar o diácono e não o presbítero?
3
Apostila de John Pennisi, 1 Timóteo, Estudos Intensivos, Lar Belém, Campinas – SP,
Abril, 2011.
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Pessoas que querem ficar ricas, 6:9. Este é o seu desejo, a sua vontade,
o seu motivo principal.
Pessoas que amam o dinheiro, 6:10. Quer seja alguém sem dinheiro
ou já com muito.
Pessoas que cobiçam o dinheiro, 6:10, como a suprema prioridade.
O que elas perdem?
Perdem “a piedade com contentamento,” 6:6. “Contentamento” aqui
quer dizer literalmente a autossuficiência e a competência, o estado de
alguém capaz de se manter sem a ajuda de outrem, ou “tendo tudo o que é
necessário” como Paulo escreveu em 2 Co 9:8.
Perdem a piedade como “grande fonte de lucro,” 6:6. As riquezas não
trazem este lucro, nem este contentamento.
Perdem o reconhecimento da irrelevância das coisas materiais deste
mundo passageiro, 6:7.
Perdem a satisfação com as necessidades básicas da vida, 6:8.
Quais os perigos que correm?
“Caem em tentação,” 6:9. Tentação de roubar, defraudar, mentir e até
matar.
“Caem ... em armadilhas,” 6:9. Literalmente, armadilhas, laços.
Figuradamente, de coisas que trazem perigo, ou morte, de repente,
inesperado.
“Caem ... em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os
homens a mergulharem na ruína e na destruição,” 6:9. Desejos tolos e
danosos que os afundam no desastre (até na morte) e na perdição.
Enraízam-se em “todos os males,” 6:10.
Desviam-se de fé, 6:10.
“Se atormentam com muitos sofrimentos,” 6:10. Literalmente, eles se
trespassam ao coração com muitos pesares.
O homem de Deus, 11 -16. O que é a recomendação do apóstolo ao
homem de Deus?
A sua fuga. Ele deve fugir “de tudo isso,” 6:11.
I. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
II. ANEXOS
O início da Igreja descrito no Novo Testamento aconteceu num
ambiente que ainda girava em torno do Templo de Herodes e a liderança dos
sacerdotes.
Com o aparecimento da igreja de Deus, sob a direção dos apóstolos,
todo o sistema administrativo eclesiástico começa a mudar paulatinamente.
Por isso, os apóstolos sabendo que a Igreja do Senhor é uma criação
espiritual, mas que está inserida neste mundo, deixa (guiados pelo Espírito
Santo) algumas instruções Bíblicas que descreve o seu papel relacional com
o Estado.
1Tm 2:1-3 Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações,
intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos
os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e
pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante
Deus, nosso Salvador.
Tit 3:1-2 Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às
autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é
bom, não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre
verdadeira mansidão para com todos os homens.
1. Governo eclesiástico denominacional
o melhor
modelo
ARCEBISPO
Diocese
BISPOS BISPOS do Bispo
4
Nome vem de Erasto, (1524-1583). “Os erastianos consideram a igreja como uma sociedade
que deve sua existência e sua forma às regulamentações promulgadas pelo estado. Os oficiais da
igreja são meros instrutores ou pregadores da Palavra, sem nenhum direito ou poder de governar,
exceto o que eles derivam dos magistrados civis. É função do estado governar a igreja, exercer a
disciplina e aplicar a excomunhão. As censuras eclesiásticas são punições civis, embora a sua
aplicação possa ser confiada aos legítimos oficiais da igreja. ” (Louis Berkhof, Teologia
Sistemática, 1990)
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ASSEMBLEIAS
Igreja
Esse sistema acontece entre os Batistas, Congregacionais,
Pentecostais clássicos e alguns outros grupos evangélicos.
No entanto, há um sistema não reconhecido que agrega, tanto o
modelo presbiteriano quanto o congregacional. Podemos chamar essa forma
de governo de:
D. Congregacional-Pastoral: Ocorre uma disputa interna entre a
liderança presbiteral e o poder deliberativo das Assembleias. Alguns
usam o exemplo do carro: o qual tem os presbíteros no volante
enquanto que a congregação, por meio das assembleias, ficam com o
freio de mão. Neste sistema a Assembleia tem o poder de escolher os
✓ Autoridade pastoral;
✓ Independência das igrejas;
✓ Em At 14.23 é o voto de Paulo e Barnabé que está sendo
considerado e não da congregação;
✓ O Novo Testamento não descreve uma democracia absoluta, onde
absolutamente tudo tem que passar pelo debate e crivo da
congregação;
✓ A autoridade congregacional é uma autoridade majoritariamente de
embargo;
MONÁRQUICO
Tendo de fato Jesus como seu único Senhor, o governo da sua Igreja,
pode ser um agrupamento de todas as ideias interpretativa que defende cada
forma de governo. Quer seja Episcopal, Presbiteriano, Congregacional ou
Pastoral-Congregacional. Essa era uma ideia que Morris (2009), defende, ao
declarar que:
“Uma consideração de todas as evidências nos deixa com a conclusão
de que é impossível remontar totalmente à era apostólica em qualquer um
dos nossos sistemas modernos. [...] É melhor reconhecer que, na igreja do
NT, havia elementos que eram passíveis de serem desenvolvidos nos
sistemas episcopal, presbiteriano e congregacional, e que realmente se
desenvolveram assim.” (Morris, 2009, p. 216).
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?
Conforme Jonathan Leeman, (2012, p. 59), “A autoridade (dada por
Cristo), é a autoridade para analisar as palavras e ações [...] de uma pessoa
e fazer um julgamento.”
Jesus planejou o desenvolvimento da sua Igreja, por meio da instrução
da Palavra de Deus. Para tanto, Ele chamou doze homens e os delegou a esse
ministério.
At 6:2: Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e
disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para
servir às mesas.
Com isto entendemos que os apóstolos receberam autoridade de Jesus
para julgar a vida e a é de uma pessoa.
Mat 28:18-20: Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Os apóstolos atuaram com essa autoridade recebido do Senhor em
várias situações.
✓ Pedro julga a ação de Ananias e Safira – Atos 5.1-11
✓ Pedro repreende Simão, o mago – Atos 8.17-23;
✓ Paulo entregando à Satanás Himeneu e Alexandre em 1Tm 1.20.
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ESCRITURAS
IGREJA
assuntos não definidos nas Escrituras
Reuniões fraternais (assembleias)
5
https://thomrainer.com/2014/07/five-frequent-issues-conflict-among-church-members/
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dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. Mateus 18.18-
20.
Início da Igreja, descrito em Atos 6, houve alguns problemas. No
entanto, os apóstolo seguindo a orientação de Jesus, responsabiliza a
irmandade a resolver a demanda em questão.
Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles
estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze
convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que
nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos,
escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de
sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos
consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a
toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito
Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de
Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes
impuseram as mãos.
Com esse mesmo fundamento, o apóstolo Paulo instruiu a igreja em
Corinto a atuar de acordo com as ordens do Senhor.
1. Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como
nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher
de seu próprio pai.... 4. em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu
espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor... 5. Entregue a Satanás para
a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor
[Jesus] ... 11. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém
que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente,
ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. 12. Pois com
que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?
13. Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o
malfeitor. 1 Co 5.1, 4-5; 11-13.
Em atos 15.1-22, há uma situação importante, que pode descrever bem a
importância da Igreja na resolução de conflitos.
1. Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não
vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos. 2.
Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena
discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles
subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta
questão. 4. Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela
igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus
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6
Há uma questão de crítica textual neste verso. A tradução, tanto da parte da ARA quanto
da NVI segue os textos do Westcott e Hort 1881, enquanto que a ARC, o texto Byzantine
Majority. Uma tradução para a ARC seria: “escrevendo por sua mão estas coisas: Os
apóstolos e os anciãos e os irmãos” (Grego: και έγραψαν διά χειρός αυτών ταύτα· Οι
απόστολοι και οι πρεσβύτεροι και οι αδελφοί).
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Presbúteros
pessoa ancião
Servo epískopos
sentinela
serviço
poimén - pastor
Familiar Didático
ético Maturidade
Servo
No aspecto ÉTICO:
Irrepreensível (exemplo para os de dentro; boa reputação para os de
fora)
Precisa SER: Sóbrio, Prudente, Amável, Pacífico, Moderado,
Hospitaleiro, Justo, Santo, Temperante, Amigo do bem.
Não precisa SER: ser apegado ou dado ao vinho, soberbo, ira irascível,
violento, cobiçoso de torpe ganância ou apegado ao dinheiro.
No aspecto FAMILIAR
Marido de uma só mulher - Diferentes interpretações: casado - Não
polígamo - Não recasado - Não divorciado.
Tenha filhos crentes e fieis ao Senhor.
Literalismo: Só homens casados com no mínimo dois filhos podem ser
pastores.
A questão chave da passagem: essa pessoa pode servir de exemplo
como marido e pai?
No aspecto DIDÁTICO
✓ Apto para ensinar (1 Timóteo 3:2)
✓ Apegado a mensagem fiel, da maneira como foi ensinada;
✓ Capaz de encorajar outros pela sã doutrina;
✓ Capaz de refutar os que se opõem a sã doutrina. (Tito 1:9)
No aspecto de MATURIDADE
Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na
mesma condenação em que caiu o diabo. (1Tm 3.6);
Homens fiéis
que sejam
também capazes
QUALIFICAÇÃO de ensinar a
outros.
(2Tm 2.2)
EBNESR
NT211-CARTAS PESSOAIS
DO APÓSTOLO PAULO
AULA 05-06
EBNESR
Recife, PE
2022
NT211-Cartas Pessoais do apóstolo Paulo 2022 Ricardo J.C. Sobral
Dedicatória:
À
Randy Short:
Amigo e irmão amado. Um missionário como o apóstolo Paulo.
19 pg.
ÍNDICE
ÍNDICE........................................................................................................................... 3
I. A CARTA A TITO
Deixado em Creta, Tito recebe instruções do apóstolo Paulo com
relação aos procedimentos ministeriais necessários para o desenvolvimento
da Igreja ali.
As recomendações giram em torno da formação e orientação das
lideranças e do cuidado com os falsos ensinamentos que colocavam e risco
a verdade do Evangelho de Cristo.
1. Propósito da carta
a carta a Tito foi escrita com este tríplice propósito em mente:
(1 ) Insistir com Tito a ir ter com Paulo em Nicópolis, assim que um
substituto houvesse assumido o trabalho em Creta (3.12).
(2) Encaminhar Zenas, o intérprete da lei, e Apoio, o evangelista
eloquente (3.13).
(3) Ministrar diretrizes para a promoção do espírito de santifica-
ção nas relações congregacionais, individuais, familiares e sociais.
Desses três propósitos enunciados, o último é o que cobre um território
mais amplo.
2. A data da carta
Estando em alguma cidade da Macedônia, Paulo queria voltar à região
de Éfeso, mas sabia que isso possivelmente demoraria (1 Timóteo 3:14, 15).
Foi nessa ocasião que o apóstolo escreveu 1 Timóteo e Tito.
Os planos de viagem mudaram, porque ele pediu que Tito se juntasse
a ele em Nicópolis, em Épiro, na costa leste do mar Jônico. “Ele ainda não
havia chegado a Nicópolis (3:12)”.
“Como decidira passar o inverno ali (não ‘aqui’), é provável que
estivesse escrevendo no final do verão ou começo do outono”.
Hendriksen (2005, p. 53), observou: “A data 63 d.C. não pode estar
muito distante”.
Imediatamente depois de sua liberação, Paulo envia Timóteo a
Filipos com esta boa notícia (Fp 2.19-23). Não pode estar muito fora a
data de 63 d.C. Depois de 1 9 a 24 de julho de 64 (incêndio de Roma),
a libertação teria sido muito improvável.
4. Análise do texto
Por terem mais tempo para opinar, podem ter mais tempo para falar.
Paulo preveniu essas duas possibilidades proibindo o impulso de
fofocar!
As mulheres mais velhas não devem ser “escravizadas a muito vinho”.
As mulheres mais velhas devem ser “mestras do bem”. (Examine
Lucas 2:36–38; Atos 21:8, 9; Filipenses 4:2, 3; Hebreus 5:11–14.)
As mulheres mais velhas devem “instruir” (2:4).
Paulo abordou as especificações desse treinamento na seção seguinte.
As mulheres jovens (2:4b, 5)
As mulheres jovens devem “amar” seus maridos e filhos.
As mulheres jovens devem ser “sensatas” (2:5).
As mulheres jovens devem ser “honestas” ou “puras” (NVI).
Elas precisam ajudar a imprimir nas mentes das jovens como se pratica
a pureza.
As mulheres jovens devem ser “boas donas de casa”.
As mulheres jovens devem ser “bondosas”.
As mulheres jovens devem ser “sujeitas” aos seus maridos.
Paulo acrescentou uma advertência. Se o ensino, o treinamento e a
prática dessas mulheres não fossem de acordo com a orientação divina, a
Palavra de Deus poderia ser “difamada”.
Os homens jovens (2.6–8).
Três vezes (2:2, 5, 6) esses servos de Deus são instruídos a serem
“sensatos” ou “criteriosos”!
Tito era jovem. Por isso, Paulo usou a segunda pessoa do singular —
“Torna-te, pessoalmente, padrão”.
A doutrina precisa ser ensinada com “integridade”.
Todas essas características misturam-se para formar um irmão que tem
uma “linguagem sadia e irrepreensível” (2:8).
Paulo começou falando de sã doutrina no imperativo (2:1) e fechou
com a mesma ênfase, acrescentando o imperativo de um estilo de vida e
uma linguagem consistente com a doutrina.
O procedimento (2.12).
Todas as pessoas precisam ser purificadas de seus pecados para serem
salvas (Romanos 5:12).
Para limpar seus pecados, a pessoa tem de renegar a “impiedade” e “as
paixões mundanas” e tornar-se correta perante Deus (2:12).
O cristão, embora esteja no mundo, não deve ser do mundo (João
17:11–16).
A ordem de Paulo (2.15)
Paulo disse a Tito: “Dize estas coisas; exorta e repreende também com
toda a autoridade…” (2:15).
Essas verdades vitais, que estabelecem um padrão e enchem de
esperança devem ser ditas aos que jamais as ouviram.
Capitulo 03
Esboço do capitulo 01 segundo Hendriksen, (2001, p. 464).
O Apóstolo Paulo, Escrevendo a Tito, Ministra Diretrizes
para a Promoção do Espírito de Santificação
Na Vida Social (ou seja, Pública)
➢ 3.1-8 Os crentes devem obedecer às autoridades. Devem ser
amáveis com todos os homens, visto que foi a bondade de Deus nosso
Salvador, não nossas obras, o que nos trouxe a salvação.
➢ 3.9-11 Em contrapartida, é preciso rejeitar as questões néscias e os
homens facciosos, que se negam a prestar atenção às admoestações.
➢ 3.12-15 Orientações conclusivas com respeito aos itinerantes
do reino (Artemas ou Tíquico, Tito, Zenas, Apoio) e aos crentes em
geral. Saudações.
Os cristãos devem sempre se comportar com respeito perante uma
autoridade (veja Atos 23:1–5; 1 Pedro 2:13–17).
Combinadas, essas palavras significam fazer o que a lei exige e ter
uma boa atitude ao fazê-lo.
A sujeição obediente aos governantes e autoridades pertence à
categoria das “boas obras”.
O cristão não deve “difamar a ninguém” (3:2). Esse tipo de linguagem
não convém ao cristão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EBNESR
NT211-CARTAS PESSOAIS
DO APÓSTOLO PAULO
AULA 7-8
EBNESR
Recife, PE
2022
NT211-Cartas Pessoais do apóstolo Paulo 2022 Ricardo J.C. Sobral
Dedicatória:
À
Randy Short:
Amigo e irmão amado. Um missionário como o apóstolo Paulo.
36 pg.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe-se apresentar a relevância da mensagem das
Cartas pessoais, do apóstolo Paulo, aos seus discípulos, Timóteo e Tito, bem
como o seu amigo Filemom.
Enfatizaremos também, a grande questão que envolve as cartas ditas
“pastorais” de forma erroneamente, o qual alterou, sensivelmente, o modelo
de organização eclesiástica, no que diz respeito ao pastorear a irmandade.
Para isso, pretende-se, primeiramente, identificar algumas questões
introdutórias, tais como: autoria, data, cenário, etc. para em seguida,
Examinar também o conteúdo e teologia das cartas.
O objetivo é trazer à luz, à medida que a investigação se desenrola, as
contribuições e implicações destas cartas aos cristãos contemporâneos. Isso
se dará em três momentos:
1. Propósito da carta
Quando deixamos 1 Timóteo e Tito, e nos volvemos para 2 Timó-
teo, notamos imediatamente que toda a atmosfera sofre mudança.
Quando Paulo, escreveu 1 Timóteo e Tito, o apóstolo era um homem
livre, que podia fazer planos de viagens, no entanto, quando escreve 2
Timóteo, ele é um prisioneiro que se acha face a face com a morte.
De acordo com Lopes (2014, p. 13), entende que mesmo Paulo:
➢ estando abandonado à própria sorte em uma masmorra (1.15; 4.10;
4.16),
➢ sofrendo o frio implacável do inverno que se aproximava (4.21).
Ele não estava preocupado consigo mesmo, mas com o evangelho.
Portanto, o seu propósito nessa última carta era de conscientizar
Timóteo:
1. guardar o evangelho (1.14),
2. sofrer pelo evangelho (2.3.8.9),
3. perseverar no evangelho (3.13,14)
4. pregar o evangelho (4.1,2).
Paulo estava passando o bastão para as mãos de Timóteo, e este
deveria transmitir com fidelidade o evangelho a homens fiéis, que pudessem
passar adiante o mesmo acervo bendito (2.2).
Hendriksen (2005, p. 60), nos traz outras informações e portanto, é
possível resumir assim o propósito de Paulo ao escrever 2 Timóteo:
Numa situação bem mais difícil agora. Tão difícil que alguns o
abandonaram (1.15). Demas foi um destes (4.10).
Outros foram mandados por Paulo para realizar trabalhos, como
Crescente indo para a Galácia, Tito para a Dalmácia e Tíquico para Éfeso
(4.10-12).
Parece que Paulo tinha sido julgado uma vez e estava esperando o
segundo julgamento e no primeiro julgamento ninguém havia sido a seu
favor (4.16).
Sendo que um irmão – Onesíforo – nunca teve vergonha das algemas
de Paulo e sempre ficou ao seu lado (1.16-18). Mas, no fim somente Lucas
estava com Paulo (4.11).
Ele previu que o fim de sua vida estava próximo (2 Timóteo 4.6–8).
Sozinho, ele desejava que Timóteo estivesse com ele antes do inverno
(2 Timóteo 4.9–11, 21).
Nestas condições Paulo escreveu sua segunda carta para Timóteo no
ano de 65 a 67 d.C.
As circunstâncias demonstravam que era um tempo de sofrimento
(1.12; 2.9, 12; 3.11,12; 4.5).
A situação e a preocupação de Paulo estão entrelaçadas por toda a
epístola através de palavras chaves como “encarcerado” (1.8), “algemas”
(1.16; 2.9).
Eis as palavras que exprimem a situação de Paulo e contexto desta
epístola.
➢ “Participa... dos sofrimentos, a favor do evangelho” (1.8);
➢ “Evangelho, pelo qual estou sofrendo até algemas” (2.8);
➢ “Participa dos sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus” (2.3);
➢ “Ora, todos quantos querem vier piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos” (3.12);
➢ “O tempo da minha partida é chegado...” (4.6).
A atmosfera é diferente daquela em que notamos na primeira epístola
escrita ao mesmo destinatário.
É um documento muito comovente, pois Paulo é visto enfrentando a
morte, relembrando seu ministério passado e com terna preocupação com
seu filho na fé para que seja forte na obra para a qual Deus o chamou.
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3. Esboços propostos
Capítulo 01
1-2
Paulo se apresenta como o representante oficial de Cristo Jesus.
Ele tem o direito de dizer "de Jesus Cristo", porque pelo mesmo foi
separado para este elevado ofício.
Pertence a Cristo e deve exercer suas funções em seu serviço.
Além do mais, Paulo não se autodesignou, mas foi investido de
autoridade para tal comissão "pela vontade de Deus" (cf. "por ordem de
Deus" , lT m 1.1).
Ainda que não passasse de um prisioneiro, sua palavra tem o respaldo
divino. Cf. Efésios 1.1 ; Colossenses 1.1 , também escritas da prisão.
Paulo está se dirigindo a "Timóteo [meu] bem-amado filho" . Cf. 2
Timóteo 2.1 ; 3.14.
Assim como, num sentido secundário, um filho deve a vida natural a
seus pais terrenos, Timóteo devia sua vida espiritual a Paulo. Além do mais,
como o filho serve a seus pais, assim Timóteo servia a Paulo e, com Paulo,
ao evangelho.
1.3–7
Um evangelista sem lágrimas deve ter algum vazio na alma ou alguma
negligência no serviço.
As lágrimas eram comuns na vida de Paulo (Filipenses 3.18; Atos
20.19, 31; 2 Coríntios 2.4).
“Fé sem fingimento” — Loide, Eunice e Timóteo (1.5).
A bíblia refere-se a muitos tipos de fé, mas há algo especial sobre a
“fé sem fingimento”.
Fé sem fingimento (gr. anupokritos) – “sem hipocrisia”.
O não fingimento, ou seja, sinceridade, pode não refletir a
profundidade da fé, mas garante sua pureza e honestidade.
O dom que Deus deu a Timóteo evocava firmeza (1.6).
Paulo estava preocupado com a possibilidade de Timóteo perder um
pouco do seu vigor e entusiasmo, fazendo com que seu dom não fosse
devidamente exercitado (1 Timóteo 4.14).
Esboço do Capítulo 2
O Apóstolo Paulo Diz a Timóteo que Fazer no Interesse da Sã
Doutrina
Ensine-a "Sofra dificuldades juntamente conosco"
2.1-13 Ainda que este ensino produza dificuldades, também
traz grande galardão.
2.14-26 Pelo contrário, as discussões fúteis não têm um propó-
sito útil.
2.1–13
Timóteo recebeu o Evangelho como herança, não bens. E precisava
cuidar desta herança e passa-la a outros (v.2).
A igreja de hoje também recebeu tal herança.
Na quarta geração é que será evidenciado como foi tratada a herança
(Paulo Timóteo Fieis e Idôneos Outros).
O soldado de Cristo não larga a fileira. Independente do ardor da
batalha (v.4).
Não se vence uma corrida contando e caminho (v.5).
E se não for dentro das normas não será válida a vitória.
Não existe espiritualidade instantânea.
Há um caminho a prosseguir e este é árduo.
Capítulo 03
O Apóstolo Paulo Diz a Timóteo o que Deve Fazer em Prol da Sã
Doutrina
Persevere nela "Virão tempos difíceis"
➢ 3.1-9 Sabendo que se levantarão inimigos, os quais terão sua forma,
porém não seu poder.
➢ 3.10-17 Sabendo que ela está baseada nas Sagradas Escrituras, como
você aprendeu de pessoas dignas de confiança.
3. Capítulo 3:
3.1–9
Esses aqui descritos podem ser falsos irmãos ou cristãos infiéis (v.6 e
7). Outros creem que se trata de pessoas em geral (gr. anthropoi), não
especificamente sobre irmãos infiéis.
Como enfrentar tais situações?
O termo pode se referir a qualquer época a partir do momento em que
Deus nos falou “pelo Seu Filho” (Hebreus 1.1, 2) — desde o dia de
Pentecostes, quando a igreja começou (Atos 2.1, 16, 17) até o Dia do Juízo
(João 12.48).
“Foge também destes” (3.5). “Fugir” (gr. apotrepo) significa “afastar-
se… desviar-se de, evitar”.
Kenneth Wuest traduziu o trecho assim:
“E a estes esteja constantemente evitando”.
Este contexto assemelha-se mais ao de 2 Coríntios 6.14-7.1, onde
Paulo advertiu os irmãos a não se associarem com incrédulos a ponto de
serem sugados pelo procedimento mundano deles (observe 1 João 2.15–17).
Paulo advertiu os irmãos em 1 Coríntios 15.33 dizendo. “Não se
deixem enganar. ‘As más companhias corrompem os bons costumes’”
(NVI).
Essas pessoas não eram apenas imorais na conduta, mas também
insensíveis ao estudo (“aprendem sempre e jamais podem chegar ao
conhecimento da verdade”, 3.7).
A preguiça aqui pode aliar-se à concupiscência identificando uma
atitude de “saber por saber” em vez de “saber para crescer”.
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3.10–17
É muito melhor quando outros aprendem não somente pelo que lhes é
ensinado, mas também pelo que o mestre pratica! Veja Atos 1.1; 1 Coríntios
11.1.
“Longanimidade.” Muitos estarão no céu porque Paulo não desistiu de
seus irmãos nem permitiu que os sofrimentos o tirassem do serviço piedoso
que ele prestou pela causa de Cristo (Filipenses 3.7–17).
Paulo não sofreu somente, mas também “suportou”. Paulo
permaneceu de pé em meio a uma avalanche de estresse, ajudando Timóteo
e muitos de nós a não nos deixarmos cair com o peso das perversidades que
possam nos sobrevir (Tiago 1.2–4; 1 Pedro 1.6–9).
Ele mesmo revelou a maneira como seu “espírito tolerante” agia; disse
ele. “De todas, entretanto, me livrou o Senhor” (3.11).
Livrar (gr. ῥύομαι) – O Senhor encarregou-Se de providenciar o
livramento de Paulo.
Verdadeiramente, o Senhor vela pelos que Lhe pertencem (2 Timóteo
4.16–18).
As palavras “tu, porém” (3.14) introduziram um contraste óbvio para
Timóteo.
Ele não deveria ser um homem perverso nem um impostor. E seu
procedimento não deveria ser “de mal a pior”, para enganar ou ser enganado.
O que Timóteo deveria fazer?
Ele passou no teste de tempo: “sabendo… desde a infância” (3.15).
Esse profundo saber desenvolveu-se através de provas desafiadoras e
aplicações que ele experimentou com o passar do tempo.
A Palavra de Deus, devidamente aplicada, nunca falha! Desde menino,
Timóteo fora convencido da confiabilidade da Palavra!
Que abençoadas são as pessoas que tem um legado de aprendizado
como esse — saber a verdade desde a infância! Deus planejou que a
educação espiritual fosse realizada dessa maneira.
Observemos o produto do que elas podem fazer: elas “podem tornar-
te sábio”.
Essa sabedoria diz respeito ao resultado final.
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Se eu não afirmar diante dos homens que sirvo e sigo a Jesus, que Ele
é a coisa mais importante para mim nesta vida, posso esquecer e pouco a
pouco assumir a forma do mundo.
“Insta” – (ephistemi) aparece 21 vezes no Novo Testamento.
✓ Só aqui é traduzida assim. Em outros lugares é: descer, chegar,
vir, aparecer, pôr-se ao lado, cair, sobrevir e até assaltar.
✓ Em 4.6 foi traduzida por “é chegado”.
✓ Talvez fosse equivalente a expressão popular: “chegue junto”,
“apareça”.
✓ Ou ainda “impor-se com a palavra”.
✓ Insistir, persistir no sentido de pregar com perseverança.
✓ Outras traduções dirão: “Esteja pronto ou preparado”.
“Oportuno” – (eukairos) é uma palavra composta: eu = bom, kairos =
tempo.
Aparece só duas vezes no Novo Testamento e na outra ocasião é
traduzida por “boa ocasião”.
A expressão “quer seja oportuno, quer não” é um termo da agricultura.
Timóteo tinha de “instar” [“esteja preparado”; NVI] a todo momento,
sendo urgente e sério na proclamação da verdade.
Preparado (gr.: epistethi) – “estar de pronto… ser imediato, premente,
determinado… estar à mão… 2 Timóteo 4:6” (Robinson, p. 310).
Era imperativo que Timóteo pregasse a Palavra constantemente. Paulo
previu que, a certa altura, as pessoas não iriam querer ouvir a verdade e os
mestres seriam condescendentes com isso dizendo o que elas quisessem
ouvir.
“Não suportarão a sã doutrina”.
Suportar (gr.: anechomai ou enecho) –
“Aguentar, tolerar… as tribulações que suportais, 2 Tessalonicenses
1:4… quando somos perseguidos suportamos, 1 Coríntios 4:12… de boa
mente, o tolerais, 2 Coríntios 11:4… suportar, no sentido de ouvir ou escutar
de boa vontade… Hebreus 13:22… 2 Timóteo 4:3… aceitar uma queixa…
Atos 18:14” (Arendt e Gingrich, p. 65).
Paulo falou dos membros que prefeririam ouvir uma mensagem
“como que sentindo coceira nos ouvidos”.
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Paulo sabia, por experiência (veja Atos 27), que navegar pelo
Mediterrâneo entre outubro e abril poderia ser extremamente perigoso.
Muitos nem tentavam fazê-lo. As navegações cessavam nesse período.
Paulo sabia que a demora provavelmente significaria que ele jamais
veria novamente o rosto de Timóteo nesta terra (veja 1:3, 4).
Além disso, como o inverno se aproximava, Paulo sabia que a capa
seria de grande proveito na prisão (4:13).
Devemos ler essa carta com o mesmo interesse com que lemos as
últimas palavras de um homem grandioso e bom.
Sentimos que, tendo pouco tempo para expressar seus anseios, ele
escolheria tópicos que estivessem atrelados ao seu coração, e que julgasse de
maior importância.
Portanto, para um jovem ministro do evangelho, essa epístola é
inestimável; para todo e qualquer cristão, é sem dúvida interessante escutar
as últimas palavras do grande apóstolo dos gentios e ponderar seu último
testemunho escrito em favor da religião, a cuja proclamação ele dedicou seus
talentos e sua vida.
Com um coração santo e uma inspirada mensagem para os cristãos,
Paulo escreveu essas palavras de encerramento para Timóteo, rogando que
ele tivesse uma destemida firmeza em meio às tribulações e provações de
uma vida piedosa.
A grandiosa vida que Paulo viveu serviu de sombra para a sua pena,
sublinhando cada linha com um exemplo ressonante.
II. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS