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Curso de Xamanismo Tribal – Consciência Criativa

Ará Poã - A Luz da Cura - Ramy Shanaytá

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Curso de Xamanismo Tribal – Consciência Criativa
Ará Poã - A Luz da Cura - Ramy Shanaytá

A Natureza Interna
Os rios de dentro das matas caminham ao encontro
do mar e neste caminho vão irrigando as terras por onde
passam. O sangue são os rios de dentro de nosso corpo.

Tudo o que existe na natureza também existe dentro


de nós, e é com esta percepção que a medicina sagrada
se desenvolve.

A nossa pele é um manto sustentador de nosso corpo,


como a casca de uma árvore, que sustenta, acolhe e
preserva a parte interna.

A natureza não é distante de nós. Vamos parar e


pensar um pouco: como é que estão os nossos rios
internos? Estão irrigando todos os órgãos enquanto você
lê? Sinta o seu fluir carregado de luz de cura, que é a
vida, para todo o seu ser.

Não basta apenas ter dor. Para transformá-la é


necessário buscar o entendimento do que é ter e do que
é ser.

Dentro de nosso corpo é escuro, não há nenhuma


lâmpada que acendemos para que tudo fique claro.

Novamente vamos nos lembrar de uma mata durante


o dia, onde enxergamos ou vemos as folhas, os pássaros,
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as cores, as montanhas, os buracos. E agora vamos nos


lembrar desta mesma mata à noite. Para os nossos olhos
tudo parece uma coisa só, mas o buraco que vimos ainda
existe lá na mata. As cores, as folhas, os tipos e espécies
de árvores e de aves ainda se encontram no mesmo
lugar. E se caminharmos à noite dentro da mata
poderemos não ver o buraco, mas ao cairmos nele
poderemos senti-lo.

O escuro da noite nos leva a entender um belo


momento de união, onde todas as diferentes árvores
parecem se reunir em uma coisa só.

Os nossos órgãos internos se reúnem no escuro. Por


fora vemos a pele, a forma do corpo, os órgãos externos,
mas mesmo não vendo os órgãos internos, podemos
senti-los.
.
É triste, ou melhor, não é lúcido, quando só
percebemos os nossos órgãos internos quando começam
a doer.

A dor destes órgãos internos é um meio por onde a


natureza interna busca se expressar, orientar, alertar.
Ainda assim, se apenas escutarmos ao invés de
ouvirmos, nada aprenderemos. Não basta apenas ter
dor. Para transformá-la é necessário buscar o
entendimento do que é ter e do que é ser.
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Ará Poã - A Luz da Cura - Ramy Shanaytá

Ter - Ser

A sociedade conduz a massa humana a acreditar em


uma mentira que é ter, e a aceitar esta imposição.

Eu tenho um corpo bonito!


Eu tenho um corpo feio!

Eu tenho um jardim e nele plantei uma castanheira-


do-Pará. Este meu jardim é o mais bonito da região!

Eu tenho saúde, você não tem!

Como observamos, esta questão de ter se encontra


tão impregnada na mente humana, que leva o ser a dois
extremos: a falta de ter, gerando tristeza, sofrimento,
perda e ciúme, e o excesso de ter, que gera domínio,
posse, produzindo, com isso, as brigas e as guerras.

Exclamações como: “eu sempre tive saúde, agora


não tenho mais”, nos ensinam que nada é nosso.

Nosso corpo físico segue a lei natural: nascer, viver,


se desenvolver, procriar e morrer.

E podemos aprender a cuidar bem do movimento


natural que o nosso corpo é ou podemos manipulá-lo
contra a observação real das leis naturais e, com isto,
desenvolver choques, produzindo doenças.
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O desenvolvimento do curador interno guia o ser no
desapego de ter.

Nosso corpo entrecruza com nosso espírito nesta


vida.

Nascemos, vivemos e iremos morrer, no ciclo natural


de todas as coisas. Nosso corpo, que é natureza viva,
necessita dos raios do sol, das gotas da chuva, da
fertilidade da mãe terra com seus alimentos.

Nosso espírito necessita dos raios da lucidez, das


gotas da sabedoria e da freqüência do amor.

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Nascer, viver,
morrer e renascer.
Ciclo contínuo do existir

Nascer, viver, morrer e renascer é o ciclo contínuo


do existir. Cada um destes momentos é interligado.

Vamos viver porque antes reencarnamos e trouxemos


programações de outras existências que produzirão
situações em nossa vida atual, situações estas que nos
levarão ao amadurecimento de nossas escolhas.

Estas escolhas produzirão o enredo de nossa morte,


que produzirá o estado em que nos encontraremos no
mundo espiritual, no período “entre-vidas”.

Este período entre-vidas modelará nosso novo


renascer.

Em cada um destes momentos existimos, nossa


essência flui por este caminho ininterruptamente. Em
cada verdadeiro amadurecimento galgamos um
movimento na espiral cósmica, seguindo na busca do
“ser-ancião”.
Nascer

Nascer = um novo corpo, uma vestimenta (manto)


para um espírito que já é antigo.
Renascer = voltar ao nascer, retomar a caminhada
física.

- O que volta com o nosso nascimento:

-Tendências de vidas passadas


-Lembranças de vidas passadas
-Programações de vidas passadas

- Tendências de vidas passadas são registros da alma


que foram adquiridos com as experiências do ser em
sua antiga vida e que produzem efeito na sua vida atual.
A maioria destes efeitos é conflitante.

-Lembranças de vidas passadas são reconhecimentos


de tendências, de situações, de locais, do tipo de vida e
de informações adquiridas em vidas regressas.

Estas lembranças podem ser consideradas como


positivas ou negativas, porém, são a oportunidade que
o ser tem para realizar o amadurecimento de suas
escolhas na vida atual.

-Programações de vidas passadas são os registros


produtores do enredo da vida atual.
Mesmo sendo o cenário da presente vida em um outro
tempo, as programações produzem padrões que soam
como o enredo antigo atuando.

Estes padrões são constituídos de tendências e


lembranças da antiga vida.

Algumas programações de vidas passadas:

-Programação do caminho espiritual


-Programação de relacionamento
-Programação de saúde
-Programação sexual
-Programação de características do corpo físico

Na vida atual também estamos constituindo


programações para nossas vidas futuras.

Estas programações seguem a manifestação da


fórmula já citada em nosso livro “Karma e Destino”.
Aconselhamos lê-lo com atenção.

O livre-arbítrio é o meio de modelar o destino, pois


é a capacidade que o ser tem de escolher.

Livre-arbítrio gera ação ou causa, que vai gerar a


reação ou efeito.
Mediante a lucidez do ser, esta ação poderá ser positiva ou negativa
e produzirá reações e efeitos positivos ou negativos em sua vida.

Viver

A vida é um ciclo, uma roda que não termina com a morte e não
começa com o nascimento. Mas o espírito ronda por esta roda e
manifesta-se na vida e além da vida com o objetivo de amadurecer suas
escolhas, suasexperiências e evoluir.

Na vida física o ritmo é lento, exatamente para amadurecermos a


nossa capacidade de escolha.

Este ritmo de aprendizagem faz parte de nosso estágio vivencial.

A transformação da auto culpa e a lucidez da consciência em sintonia


com o fluxo da freqüência do amor produz as melhorias físicas,
emocionais e espirituais na vida.

Cada ser nasce e o caminho já existe. O caminho éum conjunto de


programações que produz seu destino, mas você pode andar
devagarzinho, correr muito, desviar do caminho, parar e girar em
círculos. Isto é oseu livre-arbítrio.

Poderá construir ou destruir, cortar ou multiplicar,unificar ou dividir.


Depende de você, pois a vida não éuma sucessão de fatos resultantes
de causas independentes de sua vontade, como sorte ou azar. Nada é
coincidência e você constrói o seu destino!

Morte

Programação de desencarnação, por Ramy Kóryus.


Ditado no inverno de 1995.

A cada momento estamos vivenciando uma nova condição especial


no que se trata de desencarnação.

Perder a carne não é tão simples e inevitável como aparentemente


parece ser.

Todos os encarnados estão fadados ao desencarne, porém, este


aparente fado merece explicações detalhadas e devidas
considerações, pois a cada momento um novo acontecimento ocorre,
não só no mundo físico, aonde o corpo se movimenta visando um
melhor desenvolvimento evolutivo, como também no nível espiritual,
aonde o corpo é a forma plasmadada continuidade de seus valores.

A desencarnação começa mesmo antes do ser nascerna nova vida física,


inicia com a direção que o espíritocomeça a dar às suas programações.
A soma de suas experiências em sucessivas vidas produz uma razoável
margem de situações que produzirão a constituição decomo, aonde e por
que ocorreu morte física do indivíduo.

A cada momento um sintoma desta programação seapresenta no corpo


físico de um encarnado, mesmo semele ter noção deste acontecimento.

Estes sintomas fazem parte de uma engrenagem que chamamos de


futuro desencarne. É um enredo muito bem programado, porém, nem
sempre consciente peloindivíduo, mas que naturalmente programa todo
o seuuniverso interior e produz um processo de estímulos contínuos
para seu universo exterior começar a aceitar esta ou aquela forma de
desencarne.

Não há dúvidas que estas programações são criadascom o objetivo de


colocar ordem no caos, mesmo quea própria vida do indivíduo seja um
caos programadopor ele.

A morte física é o período pelo qual a programação física tem seu


principal marco de realização, porém, nem todos acreditam que morrer
é renascer para umanova programação de vida, um novo caminho de
existência. Mantêm a doença, suas antigas programações e metas,
procurando burlar a ordem doplano espiritual. É o exemplo de muitos
espíritos quemantêm a doença mesmo após terem deixado o seu corpo
físico; é o caso dos suicidas que mantêm o martírio de sua fuga; é o caso
dos corruptos da alma que acreditam dominar o plano espiritual, como
se a imensidão deste nível estivesse presa em suas mesquinhas
manipulações. As leis cósmicas estão além do egoísmo ou
manipulação de qualquer ser que habita nas paragens cósmicas aonde
funciona a lei de evolução pela constituição de ações programadas,
ou seja, é impossível um ser criar uma lei que substitua ou dê uma nova
ordem à lei cósmica.

As leis cósmicas regem, como imensa engrenagem,os diferentes níveis


de atuação de qualquer ser, mesmoque este tenha ou crie programações
contrárias às leisnaturais. Mesmo assim, sente e vive sob a influência
destas leis que movimentam vida, porém, as leis cósmicas não são
absolutamente independentes da açãoevolutiva do ser. Isto é indicado pela
capacidade do serem produzir efeitos no seu universo, seja individual,
ou seja transpessoal; é a capacidade de interagir. Entãodevemos entender
que as leis cósmicas regentes da evolução, seja no movimento
reencarnatório, seja no movimento da desencarnação, são interativas
com o ser pela própria manifestação da aparente dualidade do universo.

Entende-se como dualidade as diferentes polaridades que existem na


vida, como por exemplo, o dia e a noite,o forte e o fraco, o quente e o frio,
o ativo e o passivo,
o certo e o errado, o limite e o ilimitado, o sim e o não.

A dualidade é uma “sub lei” criada pelas diferentesmanifestações da


vida exatamente para produzir a possibilidade do ser interagir com as
leis cósmicas.

Estas, por sua vez, vão funcionar mais rapidamente ou mais


lentamente mediante a ação que o ser começa a produzir e começa
interagir com a vida.

Temos, então, algo que pode modificar plenamentea situação de um


desencarne, que é o livre-arbítrio, apossibilidade de dizer sim ou não a
cada novo nível ouprocesso evolutivo.

A dualidade expõe sua permanência e manifestaçãonão só no mundo


dos encarnados, mas também no mundo dos desencarnados, aonde a
ideação (idéia emação) é rapidamente plasmada e cria um efeito pelo
menos cinco vezes mais potente que no mundo físico.

Dualidade é uma das situações que ocorre na hora do desencarne,


pois o indivíduo começa a se perceberdual, ou seja, que um universo
fisicamente vivo vai morrendo e que um estranho universo
espiritualmente vivo vai nascendo, deixando de ser um organismo
compactado para ser um organismo plasmado.

E nesta hora o ser pode desempenhar um papel contraa sua melhora e


equilíbrio, fortalecendo a doença que causou a morte, gerando uma
sensação de desconexãoe falta de aceitação ao seu novo estado de vida,
que é avida como espírito desencarnado.

Ramy Kóryus Inverno de 1995

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