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xn Ya ROBE PRS Dados Internacionais para Catalogac&o na Publicaczo (CIP) (Maria Teresa A. Gonzat/CRE 9-1584/Curitiba, PR, Brasil) Marangon, Davi. Educaco infantil: grupo 4 : educacdo fisica / Davi Marangon, Marcos Rafael Tonietto, Marise Jeudy Moura de Abreu ;ilustracbes DKO Estudio ... [et al. }. - Curitiba : Positivo, 2014, il, Sistema Positivo de Ensino. ISBN 978-85-385-7457-6 (Livro do professor) 1. Educa¢do Infantil ~ Curriculos. 2. Educacao fisica.|.Tonietto, Marcos Rafael. Il, Abreu, Marise Jeudy Moura de. Ill. DKO Estudio, IV. Titulo, cou 3723 @ Editora Positivo Ltda, 2014 Diretor-Superintendente Diretor-Geral Diretor Editorial Gerente Editorial Gerente de Producao e Iconogratia Analista de Arte Pesquisa lconogratica Edicdo de Arte Iustragdes Projeto Grafico Editoracao. Producio Impressao e Acabamento Contato Ruben Formighieri Emerson Walter dos Santos Joseph Razouk Junior Maria Elenice Costa Dantas Claudio Espésito Godoy Davi Marangon Marcos Rafeel Tonietto Marise Judy Moura de Abreu Marynelma Camarao Garanhani Karla Simon Gomes Silvia Eliana Dumont Valauiria Motlinari Fabiola Castellar Melissa Renata Ortiz, Marine Perussi Clarissa Franca DKO Estudio, Flaper, José Luis Juhas, Rene Commecepta Design Icones: Ces Pontual Circus Editora Positive Ltda. Rua Major Heitor Guimardes, 174 80440-120 - Curitiba ~ PR Tel.: (Oxxa1) 3312-3500 Fax: (Oxxal) 3312-3599 Grafica Posigraf S.A. Rua Senador Accioly Filho, 500 1310-000 = Curitiba ~ PR Fax: (Oxxat) 3212-5452 E-mail: posigraf@positive com br 2014 editora spe@positivo.com br ‘Todos os direitos reservados a Editora Posttivo Ltda, ‘Neste lvro, vacé encontra icones com eéigos de acesso aos, cconteddas digitais. Veja 0 exempio Acesse 0 Fortale digite 0 cédigo ‘a Pesquisa Esoplar. (Qlreeaie cate PITY UAC) CONCEPGAO DE ENSINO.. © movimento na Educacao Infantil Educagée Fisica na Educacao Infantil Objetives . Contedcos privilegiaces ..... Organizagan didatica Avaliagao, Distribuigao des contetdes... Referéncias ... 19 VOLUME Unidade 1 - 0 que o meu corpo sente e faz. 22 VOLUME Unidade 2 - Exploracdo de materiais nas préticas corporais 32 VOLUME Unidade 3 - Espasos da vida animal 42 VOLUME Unidade 4 - No mundo da imaginacao.. REFERENCIAS - ) movimento na Educasio Infantil Ha mais de SO anos, no ambito internacional, a ducacéo é compreendida como um direito de todas 5 criangas, independentemente de sua condicao cial, Movimentos sociais resultaram na Declaracao Iniversal dos Direitos da Crianga e do Adolescente, provada de forma undnime pela Assembleia Geral las Nagées Unidas, em 1959. No Brasil, a Constituicao Federal, em seus artigos 08 e 227, e 0 Estatuto da Crianca e do Adolescente ei n®, 8.069/90) asseguram a condicao de cidadéos a ssa parcela da populacdo brasileira, sendo um dever la familia, da sociedade e do Estado sua protecao ategral. Nesse proceso, a Let de Diretrizes e Bases da Edu- acao Nacional (Lein® 9.394/96) integrou a creche aos istemas de ensino que junto as pré-escolas compéem 1 Educacao Infantil Multos estudos e debates, fundamentados em ‘eferéncias da Psicologia da Educacao (Vygotsky, Akonin, Leontiev, Davidov), da Sociologia da infancia ‘Sarmento, Florestan Fernandes, Plaisance) e da Peda- yogia da infancia (kramer, Prado, Faria), mobilizaram. sducadores e pesquisadores do pais na producao de uma série de documentos’ que subsidiam os profis- ‘ionais envolvidos na sistematizacao e organizacao da Educacao Infantil. As tematicas em questao referem-se & funcao sociopolitica e pedagdgica dessa etapa educacional, 30 entendimento da crianga como sujeito historico ¢ Je direitos, & parceria com as familias, 8s experiéncias zotidianas, aos conhecimentos do trabalho pedago- Ico, ao processo de avaliago e a0 acompanhamento das etapas educativas, entre outras. Como primeira etapa da Educacao Bésica, a Edu- cago Infantil tem como finalidade "[...] articular as ‘experiéncias e 0s saberes das criangas com os conhe- cimentos que fazem parte do patrimdnio cultural, artistico, ambiental, cientifico e tecnologico, de modo a promover 0 desenvolvimento integral de criancas de 0.5 anos de idade." (BRASIL, 2009, Art. 3°.). Compreender a crianga nessa faixa etéria como sujeito histérico e de direitos ¢ reconhecé-la como sujeito do processo de Educacao. € respeitar sua sin- gularidade ao sentir e pensar o mundo e perceber sua capacidade de construir conhecimentos, utilizando- -se de diferentes linguagens e praticas cotidfanas na iteragdo com seus pares, com adultos e com o ambiente em que vive. © ser humano é por natu- reza um ser social, pots desde o seu nascimento se telaciona consigo mesmo, com 0s outros e com 0 meio. Além disso, é por meio das relagoes que ele (0 ser humano) constantemente constitui sua formacao humana. (CHARLOT, 2000). Falar sobre a formacao de cidadaos no contexto escolar implica alguns questionamentos, como: Que projeto a escola tem para a sociedade? Que sujeito pretende-se formar e para qual sociedade? Como formar um cidadao consciente de suas responsabi- lidades perante a sociedade, ao mesmo tempo em que reconhece os seus direitos de acesso aos bens materiais e culturais produzidos por essa mesma socie~ dade? De que forma a Educagao Fisica contribui para a construcdo da autonomia mora, intelectual, motora e afetiva de criangas e jovens, sendo essaa missdo da educacao escolarizada? Para auxiliar a reflexao sobre os questionamentos anteriores, os saberes desenvolvidos na escola devern estar centralizados nos sujeitos que fazem parte da {Referencal Cuncular Naconal para Fducagao Infantil vo, 1,2 3 (1998), Diretizes Curiclares Nacionas para a Educacéo Infant (1999, 2010); Parecet Consetho Nacional de Educacso (20/2008). 2 Para que uma conduta possa ser qualificads de mora, ¢ predso mais que um acordo exterior ene o seu contebdo © 0 das rearas ‘comumente admitidas. convém, ainda, que a corscgnciatenda para a moralidade como para um bem autbromo e sea capaz, eld ‘mesma, de aprecar 0 valor das regras que pronomas. (PIAGET, 1994, p. 299). ) pratica pedagdgica? , os quais possuem suas formas de comunicagao e expressao, e se desenvolvem na interacdo com os outros e com 0 mundo. Assim, as praticas corporais desenvolvidas pela Educacéo Fisica passarn a fazer parte das praticas pedagdgi- cas na Educagao Infantil quando se relacionam com conhecimentos que devem ser desenvolvidos para formacao das criangas nas suas relacées com o meio € com 05 outros. O movimento é uma das linguagens que possibilita a leitura e a compreensao do mundo. Nessa impor- tante dimensao do desenvolvimento, de expresso e comunicagao humana, a crianga interage com outras criangas, com adultos, com objetos, com diferentes ‘espacos e com nocdes de tempo, buscando sempre ‘outras maneiras de movimentar-se, experimentando Novas posstbilidades com o préprio corpo. Nesse contexto, 0 movimento como linguagem privitegiada para a aprendizagem na infancia possi- bilita o desenvolvimento da nocao do proprio corpo, a expressdo e a comunicacao dos sentimentos e pensamentos e o relacionamento com os colegas, com os adultos e com o ambiente. Segundo Garanhani (2002), Na pequena infancia 0 corpo em movimento cons- titui a matriz basica da aprendizagem pelo fato de gestar as significacdes do aprender, ou seja, a crianga transforma em simbolo aquilo que pode experimentar corporalmente, @ seu pensamento se constréi, primeiramente, sob a forma de acao, Ao rolar, engatinhar, andar, correr, observar, imitar, ccriar, saltar, girar e brincar de faz de conta, a crianca vai construindo sentidos sobre o mundo, atribuindo novos significados aos elementos da realidade e, também, definindo sua identidade pessoal e coletiva, em um processo de produco de cultura. Ao mesmo tempo que produz cultura, ou seja, constréi conhecimentos mediados pelas relacdes com © mundo fisico e social, a crianca é influenciada continuamente pela cultura em que esta inserida, ‘organizando seus pensamentos, seus sentimentos e seus movimentos. Portanto, a crianca como sujeito Livro 00 pRorEssor — EoucAcAo Fisica J do processo de educacao é produto e produtora ¢ conhecimento, ou seja, de uma cuitura infantil. Educagtio Fisica na Educagto Infantil Por meio de vivencias em que o corpo se mov menta, a crianca conhece e reconhece sua propr identidade e percebe-se como um ser tinico, complex @ individual. Com aces comunicativas e cooperative que possibilitam a construcao de navos conhecimer ‘tos e assumem significado em seu contexto social, ¢ criangas interagem com os adultos e com outras criar cas. Assim, a cultura infantil se concretiza a partir d ‘Momento em que as interacées significativas passam se concretizar em campas simbélicos padronizados, 0 seja, manifestacdes que se repetem e se padronizar como das criangas. Actianga vive no confronto entre o que ela é, cor suas caracteristicas e especificidades, e 0 que vivenci nas suas experiéncias sociais com os adultos e cor seus pares. E um confronto mediado por elementc da cultura infantil — os jogos e as brincadeiras*- qu auxiliam na transposig30 do que é transmitido pela adultos e assimilado pela crianca nas relacdes cor ‘outras criancas e com o meio. Accultura permanentemente produzida pelas crian as, a cultura infantil, caracteriza-se pelas diferenca com 0 mundo dos adultos, pois como explicita Fari (1999, p.180, apud GARANHANI, 2002), © fato de a crianca nao falar, ou nao escrever, o1 do saber fazer as coisas que os adultos fazerr transforma-a em produtora de uma cultura infantil justamente através desta(s) especificidade(s). ¢ auséncia, a incoeréncia e a precariedade caracte risticas da infancia, ao invés de serem falta, incom Pletude, so exatamente a infancia. Fernandes (1979, p.101, apud PRADO, 2005 explicita que: (..J a cultura infantil, aquela que se expressa po! Pensamentos e sentimentos que chegam até nos no s6 verbalmente, mas por meio de imagens ¢ impress6es que emergem do conjunto da dinamice 3 Avabordar a prétice pedagagica, no contexto da Educarao lnfantl, deve-se compreender que o desenvoivmento infantié 8 aqUaiS0 ‘de conhecimentas acontecem simultaneamente, ois se caminha no sentido de construir a autonomia, a cooperacdo e aluacdo critica ‘ ciativa da crianga. (Kramer, 1992). 4 Segundo Tonietto (2006), para assumir dimensso de elementos do cultura infant os jogos e brincadeivas precsam apresentareixos estruturadores da Cultura infant a reiterag80, ola, a fantasia do real ¢ 2 iterabvidade, que 330 propestos por Sarmento (2004). social, reconhecida nos espacos das brincadetras e permeada pela cultura do adulto, nio se constitu somente em obras materiais, mas na capacidade das criancas de transformar a natureza e, no inte- rior das relacdes socials, de estabelecer muiltiplas relacdes com seus pares, com criancas de outras idades e com os adultos, criande e inventando novas brincadeiras e significados. A cultura infantil pode ser identificada e analisada -as acdes das criangas, que so carregadas de sentidos significados. Esses so criados no interior das rela- Ges sociais com as outras criangas e com os adultos, se expressam nos jogos e brincadeiras. ‘Nos jogos e brincadeiras, as criancas tém a opor- dnidade de se apropriar das manifestacdes culturais. .ssim, a cultura infantil se relaciona com as praticas ‘orporais, pois os movimentos historicamente acu- aulados pela sociedade interagem com os saberes la Educacéo Fisica Nas praticas corporais da Educacao Fisica, a expres- 30 humana relaciona-se a ludicidade, a competicao, i cooperago, a0 conhecimento do proprio corpo, ocializagio, entre outros aspectos que possibilitam o sntendimento das relagbes sociais. Por isso, os saberes deste componente curricular devem ser organizados sedagogicamente com base nas manifestacdes cultu- ais de movimento conhecidas como ginéstica, jogo, uta, danga, esporte, entre outras. Na Educa¢ao Infantil, as praticas corporais estabe- ecem relacbes com a ludicidade e a expressividade, o que sugere que brincar com a gindstica, com 0 jogo 2 com a danca oportuniza 0 contato com 0 acervo cultural produzido pela humanidade. Por isso, @ preciso entender as praticas corpo- “ais como finguagens das quais as brincadeiras servem como elementos metodolégicos para uma neva relagdo com os saberes da Ecucacao Fisica na Educacao Infantil. Assim, & possivel estabelecer diferentes formas de relacdo com os saberes esco- lares da Educacao Fisica: 0 saber sobre as praticas corporais (conceitual), o saber das praticas corporais {procedimental) o saber relacionar-se nas praticas corporais (atitudinal). O saber sobre as praticas corporais implica em conhecer, reconhecer e aprender formas de movimen- taco significativas no contexto da cultura infantil que permitam a leitura e o reconhecimento de fatos sociais, As aprendizagens devem favorecer a criagao de movimentos significativos para o reconhecimento e o dominio sobre 0 corpo ¢ suas possibilidades de movimentacao, a existéncia de uma diversidade cul- tural de praticas corporais historicamente acumuladas pela sociedade e as formas de utilizagao das praticas corporais e a ampliacao do repert6rio de movimento. © saber das praticas corporais engloba dois elementos inter-relacionados: a identificacdo das pré- ticas corporais e os pracedimentos que indicam o seu saber fazer, Envolve, principalmente, a realizado ea transformacéo de diferentes praticas corporais. No saber relacionar-se nas praticas corporais aprende-se, intencionalmente, a ser solidario, respon- svel, paciente, competitive e cooperative. Aqui o sujeito é afetivo e relacional, definido por sentimentos, desejos, emocdes em situagdo.e em ato, como sistema de condutas relacionais e conjunto de processos psi- quicos ampliados nas relacdes com os outros, consigo mesmo e com o mundo. Na Educacdo Infantil, hd predominancia das dimens6es procedimentais e atitudinais, tendo como, foco principal mobilizar relagdes da crianca consigo mesma por meio da vivencia das praticas corporais realizadas no coletivo. As praticas corporais oportu- nizam a exploracéo e o conhecimento do corpo e dos movimentos, bem como o conhecimento dos seus limites e de suas possibilidades em diferentes situacdes, que envolvem as diferentes praticas. A realizacéo das prdticas corporais, com um niimero menor de elemen- tos organizativos (regras menos padronizadas), ajuda ‘05 alunos a interagirem com os demais, garantindo a vivéncia da possibilidade de sucesso na realizacao das tarefas. As atividades de socializacao levam a aprendi- zagem da autonomia moral, permitindo 0 gradativo conhecimento de si pelo reconhecimento do outro. Na pequena infancia®, a crianca tem como prin- cipais caracteristicas a intensidade de suas atividades motoras e 0 seu mundo ludico, simbélico e fanta- FO termo “pequena nlénaa” identifica» necessidade da formagao humana partir de um contexto cultura, no qual as aprendizagens ‘Bo fatitadas por meto de prticas pedagégicas organizadas, sistematizadas e com objelvos. Segundo Pasance (2004), a definko Social da pameva nfSncia ¢essenciaimerte um “novo valor conferdo @ primeira infnce”, que muda o imi das idades que teque: pencpalmente cuidados higiricos, para ressaltar a rianca Como carente, cada vez mats cedo, de ateng0 cultural e pedagésica e sioso. Nesta faixa etéria, as criangas aprendem em movimento, isto &, 0 corpo nao precisa estar estatico Para que 0 desenvolvimento cognitivo acorra, mas, sim, todos os fatores de desenvolvimento devem ser entendidos como componentes que integram um so organismo, que esta imerso em um contexto socio- cultural. (TONIETTO, 2009). A Educacao Fisica auxilia na formacao integral, ois trabalha com a ética, © social e o intelectual; e na formacao global, visto que vincula 0 cognitivo, 0 emocional, 0 fisico e 0 motor as relacdes sociais de um determinado grupo que apresenta caracteristicas de uma cultura. Para o desenvolvimento das praticas pedagdgicas propostas para a Educacao Fisica na Educacao Infantil, & preciso se apoiar em principios que devem gerir a organizacao didatica dos saberes que se relacionam com as praticas corporais. Portanto, essa organizacao € baseada em dois principios de acéo corporal como. estruturadores do desenvolvimento e do conheci- mento das criangas nessa fase. Sao eles: 1, ocorpo-crianga® como instrumento a ser apre- endido pela acao corporal ~ contribui para a formacao da identidade e da singularidade de cada crianga por meio do conhecimento, do dominio e apropriagao do corpo, do movimento, da imagem e da consciéncia corporal. 2. © corpo-crianga como instrumento de acao Para a apreensao do mundo ~ contribui para a socializacdo, caracterizada pelas relacOes que a crianca estabelece com os adultos, com os colegas, com os objetos e com os espacos, como desda- bramento do dominio do corpo e do movimento. Na vivéncia das praticas corporais, as criancas se apropriam do conhecimento, dos sentidos e dos significados culturais nelas impregnados e expres- sam seus sentimentos, suas emoc6es e seus pen- samentos. © corpo € 0 movimento sao principios de acdo corporal que aparecem sempre interligados ¢ so referencia para a constituigg0 dos eixos temati- cos organizadores dos contetidos privilegiados das praticas corporais Idicas, em cada volume LIVRO DO PROFESSOR —EDUCACAO FISICA ] do material de Educacdo Fisica para a Educaci Infantil. Objerivos ‘ Reconhecer a imagem do proprio corpo, nomina do gradativamente suas diferentes partes © Vivenciar praticas corporais como ginasticas, dal 5, jogos e brincadeiras, entre outras, exploranc diferentes espacos, materiais, tempo/ritmo, form Ges, diregdes e trajetérias, desenvolvendo su: capacidades e ampliando as habilidades motora ‘© Reconhecer 0 movimento como forma de expressé © comunicacao humana de sentimentos e pens: mentos, aperfeicoando sua identidade pessoal coletiva Interagir com 0s colegas, os adultos eo ambient ‘com atitudes de respeito e cuidado, desenvolvend a solidariedade e a sensibilidade ® Ressignificar as praticas corporais vivenciada: exercitando progressivamente sua autonomia n escolha de novos movimentos, materiais, tempc e espacos ‘® Solucionar desafios corporais com base nos conhe cimentos adquiridos e nas descobertas compart lhadas, com e sem ajuda dos professores ® Perceber, no proprio corpo, alteracées fisiolégica que ocorrem durante e apés as praticas corporais como mudancas na respiracao, aumento dos ba timentos cardiacos, sudorese, cansaco prazer alegria Contetidos privilegiados Diferentes linquagens se organizam em torno di manifestacdes culturais de praticas corporais que his toricamente tém sido selecionadas pela Educagic Fisica na Educagéo Infantil, representadas pelas ginas ticas, jogos e brincadeiras e dancas Cada pratica corporal é caracterizada por umé especificidade, por uma linguagem propria e umé — 6 Areiertnca & palavra combinada "coxpo-crianca” quer chamar a atencto| mpossibiidade de separa o corpo do sueto que ve se exoressa por meio desse corpo. Se conpe-ranca implica no estorgo, por parte da cranca, de daminaro corpo pata exercer funk bes ‘om ee, explorar 0 mundo que a cerca e ver 0 corpo Como construgso de sua autoimagem e conhecmento de sna infSnc3, gica interna, que promove uma determinada relagao 3M © Corpo, com © espaco, com o tempo, com os 3fetos, com 0 outro e com o movimento. De forma atética, indicam-se os elementos centrais que con- guram essas praticas corporais: * ginasticas - desafios ao dominio do corpo e a0 con- trole de movimentos em situacdes de exercitacao; + jogos e brincadeiras — organizacées ludicas, ca- racterizadas pela flexibilizacao de regras, de espaco, de tempo, de movimentos e de tonvivéncia entre 0s jogadores; » dangas — constituem-se em expressio e comuni- cacdo ritmica de sentimentos e emocdes por meio do corpo e do movimento. Os eixos tematicos agregam um conjunto de temas specificos para o trabalho nos Grupos 3, 4e 5 (G3, 34 e G5), que abjetivam mobilizar os alunos para as G6es. Sdo eles: . Conhecimento do corpo (G3 - 1esemestre, G4 e GS - 12 volume) Neste eixo tematico so propostas ctividades que avorecem de forma privilegiada a organizacdo do squema corporal da crianca, pois é pela percep¢io le seu corpo que ela percebe a si mesma e as coisas jue a cercam, A nocao de esquema corporal, segundo layer (1982, p. 38), _] se esforca para englobar o ser inteiro engajado- nna sua comunicacéo como mundo, é, necessaria- ‘mente, uma noco altamente complexa, pois ela reine, em todos os dados biolégicos, informa- ¢des inter-relacionais, relacionais esociais, que S40 reguladas por diferentes sistemas de informa¢ao, mas, igualmente, por niveis diferentes de organi- zacdo neuro-funcional. Nesse sentido, o corpo deve ser entendide néo somente do ponto de vista biolagico e organico que dossibilita a visdo, a audi¢ao, 0 tato, 0 olfato, o paladar 2.0 movimento, mas, também, como um lugar que dermite expressar emogoes. Um esquema corporal organizado é uma constru- ‘co cognitiva que a crianca realiza gradualmente, de acordo com 0 uso que faz de seu corpo, permitindo- {he ter o dominio gradativo sobre ele. Nesse processo, a crianca passa a se conhecer e a utilizar 0 corpo, =| desenvolvendo com isso 0 seu potencial cognitivo, afetivo, motor e social. Os subtemas decorrentes deste eixo tematico sao ‘os sequintes: cabeca ~pescoco— bracos ~ maos— tronco— pernas = pés ~ ombros ~ cotovelos ~ joelhos ~ punhos ~ cabelo- unhas -barriga— costas - est6mago - boca 2. Exploracao de objetos (G3 - Tesemestre, G4 e G5 - 2?volume) ‘A manipulacao de objetos favorece o desenvol- vimento das coordenagées finas que trabalham de forma ordenada os pequenos musculos. Ao expe- rimentar objetos a crianga se apropria das normas socials dos seus usos e fungdes 20 mesmo tempo em que cria novas possibilidades com eles, Podem- -se explorar os objetos realizando diferentes agoes, tais como arremessar, rebater, chutar, receber, entre ‘outras, Com a manipulacao se estimula o desen- volvimento da dominéncia tatil-cinestésica, além de oportunizar experiéncias com diferentes tamanhos, cores e texturas dos objetos. Os subtemas decorrentes deste eixo tematico sao 0s seguintes: bola - arco — corda — jornal - papel —lata—elastico = tecidos ~ saquinho de areia — bastéo ~ garrafas de PET — potes ~ pneus 3. Exploracdo dos espacos (G3 - 22 semestre, G4 e GS - 3?volume) Nas atividades propostas neste eixo, 0 espaco sera explorado de diferentes formas, contribuindo para a organizacSo espacial por parte das criancas. Organizacio espacial ¢ a capacidade de orientar-se diante de um espaco fisico e de perceber a relacdo de proximidade de coisas entre si. Refere-se as relacoes de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, entre outras. De forma conjunta propée-se também relacionar a organizacao espacial a organizacao tem- poral, que corresponde & capacidade de relacionar agdes a uma determinada dimensao de tempo, em que sucessdes de acontecimentos e de intervalo de tempo sao fundamentais. Os subternas decorrentes deste eixo tematicos sao 05 seguintes: Circo parque de diversoes — floresta — transito — rodovidria ~ estacéo de trem — praca - zool6gico — fazenda — cidade — praia ~ montanha ~ campo — bairro ~ rua ~ casa ~ escola 4. Representa¢do de papéis (G3 - 22semestre, G4 e G5 - 4¢volume) jogo protagonizado é a possibilidade concreta de realizago, por parte das criangas, dos papéis desem- penhados pelos adultos nas relagées sociais. A crianga assume papéis que correspondem a certas funcées sociais dos adultos e introduz, no jogo, algumas regras que caracterizam essas funcdes. Nesse processo de interagao da crianca com 0 mundo por meio do plano simbélico, ela se apropria de formas de representacio como @ fala, 0 jogo de faz de conta e a imitacdo. Nesse tipo de atividade, o aluno pode utilizar objetos e representar animais e coisas. Os subtemas decorrentes deste eixo tematicos S50 ‘0s seguintes: ~animais — familia — personagens de historias infantis — fendmenos da natureza — personagens dos dese- inhos animados ~ personagens do folclore nacional Os quatro eixos tematicos apontados se articulam com a atividade principal de cada periodo do desen- volvimento, caracterizando a abordagem e o foco da mobilizacdo em cada nivel da Educacao Infantil. De acorde com os tedricos da psicologia cultu- ral, mais precisamente Vygotsky e seus seguidores, como Leontiev e Elkonin, a crianca passa por dife- rentes periodos de desenvolvimento, e em cada um deles hé uma atividade principal que dirige e orienta 0 seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social. Lvao bo proressor- eoucackorisica Segundo Davidov (1988), a transformacao da ati vidade principal estabelece uma sucesséio dos perio dos evolutivas. Em cada atividade principal surgen € se constituem as correspondentes neoformacoes psicolégicas, cuja sucessao configura a unidade dc desenvolvimento psiquico da crianga. Ao se motivar crianga por meio da atividade principal da fase em qui ela se encontra, oportuniza-se, de forma privilegiada co alcance de suas potencialidades. Os pressupostos metodolégicos para organizacac das praticas pedagdgicas foram definidos com bas: nas especificidades das atividades principais das crian as do G3, G4 e GS. Sao elas: G3 - Acdo com objetos Atividade objetal-manipulatéria - 20 realiza esta atividade, primeiro em colaboracéo com os adul tos, a crianga reproduz os procedimentos de acc com as coisas, elaboradas socialmente; surge nela i linguagem, a designacdo com sentido das coisas, percepcao categorial generalizada do mundo objete @ 0 pensamento concreto em agdes. A neoformacac central desta idade é 0 surgimento da consciéncia ni crianca (aproximadamente aos 3 anos), que aparect para 0 outros na forma do “eu” infantil. G4 e G5 - Jogos de papéis Atividade de jogo — em sua realizacéo, surgem na ctianga, a imaginacao e a funcao simbdlica; a orien taco no sentido geral das relacdes e ages humanas a capacidade de separar os aspectos de subordinacac e direcdo; também se formam as vivéncias general: zadas € a orientacio consciente. Oryentnagio didéticn Ao planejar o trabalho, é importante que os pro- fissionais da Educacao Infantil respeitem as caracte 7” Neoformacées 380 transformacdespsquicas que surgem pel primera vez e que, por sua vez, determinam a consclncs Ua cienga, 2 O debate epstemalogico da éea da Educacdo Fisica indica, por vezes, dvesidades de conceituacBo sobre seu biet0 espectico de ensino. ExpessBes como “cultura corporal”. “cultura de mowmento” e “cultura corporal de mamento”. vindas de bases tebicas stintas, por vezes s30 usads sem um exclarecimento mais aprofundado. Valter Bracht (2005), acerca da tembica ¢levando em ‘consideragdo a necessciade de reconhecer os matizes dos tetmos, indica oavango em se utizar qualquer uma dessas nomentdatutas, desde que seja ressallado 0 entendimento de que © termo “cultura” & central na estabelecmento do objeto da area. Segundo & aur, esse fermo € 0 que “melhor expressa a resignticacto || a necessiia desnaturalizacSo do nosso objeta. que melhor refite ‘asua contextualizagao sdco-hstonca™. (BRACHT. 2005, p97) Nesse sentida na presente proposta, ao serem apresentadas as ma- ‘vfestagBes cultura das prdicas corporais como objeto prvlegiado da Educacto Fisea, obsetwa-sealimar que o aspecto cultural dessas praicas se consttur prmorcial para 0 estudo da érea, abarcando dessa forma, inciuswe. as questées motoras, cogilvas, boldacas, fsioloocas, desenvolnmentistas entre outras, que Fepresentaram de manera fragmenta os objetos de estudo ao long ‘do percurso histéneo da Edueagso Flsica. sticas das criancas em suas diferentes fases. Outro specto relevante é considerar o repertério da cultura corporal? de cada regio para organizar pedagogi- mente as acdes das criancas e cumprir a funcao ducativa de ampliar os seus conhecimentos a respeito las manifestagoes culturais das praticas corporais. “om base nesse entendimento, Silva (2005, p. 128) wopse que [...] essa fun¢do educativa e social da disciplina {(Educacdo Fisica] como drea de conhecimento torna-se consistente na medida em que orienta uma acdo pedagdgica objetivada aampliar a refle- x80 pedagégica da crianca, contribuindo para que a organizacao do seu pensamentose constitua de forma cada vez mais complexa e desenvolvida. Nesse contexto, 20 professor selecicnar e sisterna- izar as praticas corporais para a Educacao Infanti, sropde-se a organizacao de ambientes de aprendi- ragem que estimulem a diversidade na vivéncia de oxperiéncias, de tal maneira que as criancas convivam, vermanentemente com a ludicidade e os desafios corporais. Esses ambientes podem ser o:ganizados em diferentes espacos, sem e com materiais, individual- ‘nente, em pequenos e grandes grupos, variando as diregoes, as trajetorias e o tempo/ritmo da atividade, ombinando ou nao diferentes movimentos, com & sem deslocamento, Por meio do movimento que se expressa nas € elas praticas corporais, a crianca se relaciona consigo -snesma, com 0s outros e com © mundo em que vive. Sendo assim, manifesta valores culturais, sentimentos, ‘oreconceitos, sendo possivel refletir criticamente sobre a estética, a ética e sobre as sensibilidades. Em sintese, 0 movimento corporal contribui para uma formacdo mais ampla das criancas que integra dimensdes cognitivas, perceptivas, motoras, fisicas, rela~ cionais, afetivas e socials. Para tanto, a Educacao Fisica deve favorecer a participacao, a autonomia, a criticidade a criatividade das criancas da pequena infancia. Os encontros estdo organizados no livro destinado ‘20 professor em unidades de trabalho, desenvol- vidas metodologicamente com base em sequéncias didaticas, Essas sequéncias se constituem de situa- .g6es de aprendizagens que, mobilizadas pelas segées, -estruturam as experiéncias das criancas. Esses elementos de estruturacao didatica do mate- rial s80 descritos a seguir. e) Unidades de trabalho ‘Vale ressaltar que as unidades de trabalho se estru- turam com base em grandes teméaticas = eixos — que definem os subtemas e véo se desdobrar em um conjunto de aulas. O tema das unidades se repetem a cada ano, dando énfase aos aspectos referentes a0 desenvolvimento e & aprendizagem das criancas do G3, G4e G5. ‘S40 privilegiados os seguintes temas, j4 explici- tados anteriormente, na ordem em que aparecem a cada ano: 1. Conhecimento do corpo; 2. Exploragao de objetos; 3. Exploraco dos espacos; 4. Represen- taco de papéis. Sequéncias didaticas As sequéncias sio desdobramentos da unidade de trabalho que se organizam em subtemas da tematica maior. Caracterizam-se por ordenar varias situac6es de aprendizagem, mantendo a unidade temética de forma signiticativa Situagdes de aprendizagem As situagoes de aprendizagem séo os momentos pedagégicos que orientam as vivéncias e as expe- riéncias das criangas. As situagdes de aprendizagem sao intencional- mente organizadas para que as criancas possam se apropriar dos conhecimentos do e sobre 0 corpo e 0 movimento, ampliando, por meio deles, o seu acervo cultural e motor. As situag6es de aprendizagem compreendem trés momentos pedagégicos especificos, os quais se inter- -relacionam. Sao eles: © Roda inicial - momento didaticamente organizado ‘em que os alunos sentam-se em roda para escu- ‘tar ou construir historias e serem questionados a respeito do que conhecem sobre o tema, com 0 intuito de instiga-los para as ages pedagdgicas e de identificar conhecimentos prévios. Pode ser utilizado ainda para a consirucao das dimensées atitudinais do conhecimento, ao elaborar combina- dos que vao gerir as atitudes durante as vivencias. @ Vivéncias — momento em que os alunos experi- mentam, de forma lidica, as agbes pedagdgicas. Ocorrem durante a realizacao das sec6es Brincar com jogo, Brincar com ginastica e Brincar com danga. ® Roda final - momento de fechamento da situacao de aprendizagem em que so resgatados 05 co- nhecimentos desenvohidos, para a construcdo dos desdobramentos das atividades. Pode ser utiizado ainda para preparar a situacao de aprendizagem seguinte ao selecionar 0 que foi vivenciado nesta. ‘Alem disso, é um momento singular para a avaliacéo. Segdes As segdes séo componentes das situagées de aprendizagem que se caracterizam pela organizagao das vivéncias com as praticas corporais. Para organizacéo didatica dos materiais, foram agregados elementos caracteristicos do desenvolvi- mento infantil e do conhecimento das praticas cor porais, para responder as necessidades educativas das criangas e organizar situacées significativas de aprendizagens. Dessa forma, as segdes promovem o desenvolvi- mento dos contetidos especificos das praticas corpo- rais por meio do brincar. Esses elementos configuram as seguintes sec6es: ® Brincar com gindstica ~ o principal aspecto des- ta secao esta em descrever atividades relacionadas 20 dominio do corpo e do movimento, em formas ldicas de exercitacao corporal com ou sem mate- riais. Os movimentos fundamentais de locomogao e manipulatives, como andar, saltar, correr, balancar, quadrupedar, lancar, pegar, rebater, entre outros, so 05 elementos de base para os desafios corporais. ‘ Brincar com danga— nesta seco o foco principal est na descricao das atividades voltadas para a vivencia da expressao ritmica por parte das criangas, valendo-se dos brinquedos cantados, das cantigas de roda e de outras dancas folcléricas de simples organizagao. '® Brincar com jogo - esta secdo tem como foco a descrigéo dos jogos e das brincadeiras da cultura infantil, apresentados com simples organizacao. S40 05 mais diversos jogos tradicionais de perseguicéo, de procura, de trocas de lugar, de oposicao e de ocupagao do espaco que envolvem o corpo em movimento; ainda, 0s jogos de faz de conta e os de LIVRO DO PROFESSOR — EDUCACAQ FISICA 4 tabuleiro, entre outros, que implicam a possibilidad. de explorar e criar movimentos, objetos e espacos Avaliagtio A avaliacao na Educacao Infantil representa um, parte fundamental no planejamento, pois contrib. para a identificag3o das aprendizagens individuais coletivas das criancas, oportuniza a tomada de deci sdes durante as situacées de aprendizagem e orient: as futuras intervencdes pedagdgicas. Nesse sentido, interagem trés tipos de avaliacao segundo Bassedas, Huguet e Solé (1999): Avaliagao diagnéstica — informa sobre os conhe cimentos prévios das criancas acerca dos novos tema de aprendizagem, bem como aponta conhecimento. apreendidos apds as vivéncias. Avaliagao formativa — ocorre durante todo « processo educativo e possibilita modificar a interven cdo durante as vivéncias, com base nas dificuldade © avancos apresentados pelas criancas. Atualmente « considerada a avaliagao mais significativa na regulag& dos processos de ensino e de aprendizagem. Avaliagéo somativa— ocorre ao final do process com a finalidade de informar o que as criancas apren deram sobre determinado conhecimento e possibilita também, 0 replanejamento com base nas informagée: obtidas. Como instrumentos privilegiados para realizar ¢ processo avaliativo, sugere-se a observacao e diferen tes formas de registro. A observacao cuidadosa, sistematica e participative {aquela em que 0 professor intervém durante a obser vacao) possibilita 0 acompanhamento do processc de apreensdo de novos conhecimentos, relacionado: ‘aos modos de agir, sentir e pensar produzidos cultu- ralmente. As miltiplas formas de registro, como relatoric descritive da turma, fichas individuais (com os critérios de realizacao organizados por cores ou simbolos) € fichas da turma com a foto de cada crianca, desenho: contendo a grafia da narrativa explicativa da crianga, fotografias e filmagens de diferentes momentos dae situac6es de aprendizagem, entre outras, favorecem ¢ direcionamento do olhar do professor para a evolucac 0 progresso das criangas quanto a sua aprendizagerr e desenvolvimento. ‘Ao se referira postura dos professores na Edlucagso, nfantil, quanto ao processo de avaliacdo, Bassedas, 4uguet e Solé (1999, p. 173) orientam que L..] nessa etapa, precisamos ter uma viséo global da crianca, n3o nos centrarmos no que néo sabem, fazer, considerarmos as suas potencialidades e a nossa ajuda para atualizé-ias; esperar bons resul- tados, ter uma imagem positiva, etc., significa favorecer 0 aparecimento de bons resultados, favorecer que a crianca participe mais das aulas, sinta-se capaz de enfrentar caminhos e dificul- dades e, em consequénciz, possa melhorar 0 seu processo de aprendizagem e crescimento. Nesse contexto, no qual prevalece uma expecta- iva positiva acerca do sucesso de cada crianca no arocesso de ensino e de aprendizagem e na postura 30 se avaliar, dois aspectos tornam-se relevantes: (re) conhecer que cada uma ¢ capaz de realizar sozinha 2, tambem, (re)conhecer 0 que a crianga realiza com ajuda de um colega ou do professor. Essa orientagéo basela-se no conceito que Vygotsky 1991) nominou de “zona de desenvolvimento proxi- “nal”, no qual se valoriza o potencial de aprendizagem de cada crianca na interacgao com colegas mais expe- “ientes e com adultos. Segundo o estudioso (1991, 2.97), [a zona de desenvolvimento proximal] ¢ a dis- tancia entre o nivel de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solucdo inde- pendente de problemas, ¢ 0 nival de desenvoli- mento potencial, determinado através da solugio de problemas sob a orientacdo de um adulto ou em colaboraco com companheiros mais capazes. Ou seja, a aprendizagem é um processo extrema- mente dindmico: aquilo que a crianca faz hoje com ajuda, amanhi ela podera ser cepaz de fazer sozinha. Nesse sentido, ¢ importante que se avalie a crianca nessas duas situacdes apresentadas: 0 que a crianga 4 compreendeu e é capaz de fazer sozinha (analise retrospectiva) e o que faz com ajuda (andlise prospec- tiva), porque é nessa situagao que o professor pode intervir (VYGOTSKY, 1991). ‘Com esse entendimento sobre o processo avalia- tivo, sugere-se que 0 professor de Educacao Fisica na Educacao Infantil: @ valorize 0 didlogo e a interagéo com as criancas, a) especialmente na Roda inicial e na Roda final, para descobrir conhecimentos prévios e aqueles apreen- didos apés as vivéncias (avaliagao diagndstica); privilegie a observago como um instrumento sele- cionado intencionalmente para avaliar dificuldades @ avancos apresentados pelas criancas, bem como © que conseguem realizar sozinhas ou com ajuda (avaliacao formativa); @ registre as informacées obtidas por meio de diferen- tes formas (relatorios, fichas, desenhos, fotografias, filmagens); clabore cédigos, por simbolos ou cores, para deter- minar 0 que a crianca realiza totalmente sem ajuda, com ajuda, parcialmente com ajuda ou nao realiza; + criesituacées extras de aprendizagem, ao final de um period, nas quais as criangasirdo brincar iveemente, a fim de observar 0 que elas apreenderam sobre determinado conhecimento (avaliagéo somativa). Distribulgtio des contefidos GRUPO 3 19 SEMESTRE Unidade 1- O corpo © Pés e maos © Bracos e pernas ® Cabeca e pescoco Tronco @ Meu corpo Unidade 2 - Conhecimento de praticas corporais usando materials © Acoes com bola © Acées com arco © Acées com caixa de papelao @ Acoes com corda 2° SEMESTRE Unidade 3 - Espagos da casa e da rua @ A movimentacao da crianga nos espagos da casa @ Arua eas possibilidades de praticas corporais Unidade 4 - O desabrochar do faz de conta ® Faz de conta no mundo animal ‘@ Faz de conta na familia GRUPO 4 18 VOLUME Unidade 1- © que o meu corpo sente e faz ® Expressées faciais @ Sons, toques, cores, sabores e odores: os cinco sentidos 2° VOLUME Unidade 2 - Exploragéo de materiais nas praticas corporais ‘® Brincadeiras com materiais pequenos ‘© Brincadeiras com materiais médios ‘® Brincadeiras com materiais grandes 3° VOLUME Unidade 3 - Espacos da vida animal ‘® Desbravando a floresta com as praticas corporais ® A vida na fazenda 4° VOLUME Unidade 4 - No mundo da imaginacado @ Faz de conta nas historias infantis ‘@ Faz de conta com elementos da natureza GRUPO 5 12 VOLUME Unidade 1 - Detetive do corpo © Respiracdo e relaxamento corporal ‘© Postutas, posicdes € equilibrios ‘® Respostas do organismo & movimentacao corporal Livno no proresson — eoucacto risica TA 22 VOLUME Unidade 2 - Amplia¢ao de experiéncias com praticas corporais usando materiais Brinquedos de lancamento e de acertar alvos @ Brinquedos de bater e de rolar Brinquedos que giram e emitem som 3° VOLUME Unidade 3 - Espacos de lazer na cidade 0 parque Occirco 42 VOLUME Unidade 4 - Meus personagens favoritos @ Faz de conta na lenda, nas parlendas e nas danca: ‘@ Faz de conta nos desenhos animados Refertncias BASSEDAS, Eulalia; HUGUET, Teresa; SOLE, Isabel Aprender e ensinar na Educacao Infantil. 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Nesse processo de construcae da consciéncia cor- poral, convém oportunizar as mais diversas experién- cias corporais em diferentes espacos e tempos; com variagGes de forca, com diferentes materiais, ritmos e formacées, e que promovam “[..]intensa exploracao, descoberta de outros movimentos e diversificacso das habilidades motoras adquiridas” (GALLARDO et al., 1998, p. 73), bem como 0 desenvolvimento da autonomia, do conhecimento do proprio corpo e do corpo do outro, do relacionamento com outras criangas e adultos, da expresso de suas emocdes ¢ da percepgio dos sentidos. Stokoe (1987, p. 32-33) nos ensina que: uma crianca que desenvolve bem seus sentidos pode conseguir boas percepcées. Com boas per- cepcdes formam-se imagens claras. Numa ima- gem clara baseia-se uma linguagem (seja verbal, escrita ou corporal) ampla e precisa, gracas & qual a crianca estabelece uma boa relacio consigo mesma e com o mundo exterior. Ao despertar na crianga o reconhecimento de suas emocées, seja por experiéncias com o proprio corpo, seja pela observacdo do que ocorre de semelhante ‘no corpo do outro, a percepcao corporal aumenta, tornando mais evidentes limites e possibilidades € favorecendo a expressao e a comunicacéo de emo- ‘s6es. Por exemplo: 0 ouvir uma histéria em que os personagens so divertidos, bravos, ansiosos, curio- 50s, alegres, surpresos ou sentem medo, a crianca pode expressar, corporalmente ou apenas por meic de expressées faciais, as mesmas emocoes. O trabalho com os sentidos de audicao, gustacao, olfato, visao e tato auxilia no desenvolvimento da consciéncia corporal infantil, bem como favorece c desenvolvimento de outras habilidades. © As expressdes faciais e suas relacdes com emocoes © Sons, toques, cores, sabores e odores ~ os cinco sentidos A utilizacao dos objetos nas brincadeiras e identi- ficagao de suas caracteristicas, como formato, cor, tamanho e massa ‘® Respeito aos limites e as regras no ambiente social ‘© Identificar express6es faciais e suas relagdes com ‘emocées ‘© Identificar diferentes materiais, pelo tato, pela di- ferenca de peso © Vivenciar 05 objetos e suas caracteristicas, como formato, cor, tamanho e peso, com as possibilida- des de utilizacdo para as brincadeiras Respeitar limites com base no entendimento dos sentidos e significados das regras no ambiente social Sugestdo de numero de situagées de apren- dizagem: 18 Sugestdo de programacao A programacao sugerida € apenas uma das pos- aibilidades de apropriagSo deste material. Cabe a0 orofessor, de acordo com a sua realidade, desenvolver 9s saberes da Educacéo Fisica aqui apresentados de ‘naneira significativa e contextualizada com o meio social e cultural a que pertence. Outras sugestées de ceméticas e atividades podem ser incorporadas a0 ‘naaterial, tornando-o um instrumento que contribua vara a formacao das criancas. ‘Como forma de organizar didaticamente as acoes pedagogicas, neste momento sera ressaltado o tra- balho com o reconhecimento do clhos, das Sobran? elhas) da boca Ge expressdes faciats de emocoes, como:"alegra, edo; irritaca0,"Curiosidade, “tristeza, entre outras. Entretanto, é importante lembrar que corpo ¢ unico e indissociavel, além de fazer parte de um meio cultural. Ao solicitar as criangas que expressem emocées, ‘0 professor deve enfatizar nao apenas a imitacao, de colegas ou de imagens apresentadas, mas uma ctiagdo pessoal. Sugerir que experimentem diferentes maneiras de utilizar 0 rosto, ¢ também 0 corpo todo, para expressar as emocGes sentidas, incentivando a criatividade, Dessa maneira, esclarecer que as expres- ses faciais so uma forma de se comunicar com as pessoas, mostrando a elas o que sentimos. | Meu rosto conta o que eu sinto Chamar as criangas pelo nome, convidando-as para formar um circulo de maos dadas. Em seguida, pedir que soltem as maos e se sentem. Perguntar se jé viram um palhaco’e se sabem descrever suas caracteristicas. Na sequéncia, pedir as criangas que se concentrem na lembranca dos detalhes do rosto de um palhaco, perguntando: 1 como sa0 os olhos do palhaco? & onde ficam as sobrancelhas? Como é a boca dele? 4 Por que serd que ela ¢ to grande? S Que movimentos seus olhos podem fazer? G Que movimentos vocé consegue fazer com as so- brancelhas? = Ecom a boca? Que movimentos voce faz? Que “caras e bocas” um palhaco faz? Vamos brincar de fazer caretas como o palhaco faz? Se possivel, selecionar na internet e mostrar um pequeno video com palhacos se apresentando, cha- mando a atengao para as caretas que fazem ao expres- sar emogées. Oper en agora eu sou um palha¢o Propor 8s criancas que se transformem em palha- ‘cos de um circo recém-chegado & cidade e facam um ensaio para se apresentar ao publico. Na sequéncia, entregar a cada crianga um nariz de palhago ou pro- videnciar tinta propria para pele a fim de pintar o nariz delas. Deixar que se divirtam com o adereco por alguns minutos e, em seguida, reuni-las novamente em cir- culo. Perguntar como fariam para mostrar que estéo muithal ‘erque chegaram a uma nova cidade. Expl ‘peimeir elas irdo mostrar essa emogao 6.com os ‘olhos, com as Sobrancelhas e com a boca, para p03 mostrar com o corpo todo. Na sequéncia da vivéncia, o professor pode ir pas- sando de crianga em crianga, com um espelho, para que vejam suas expressbes. Pedir as criancas que mostrem com o rosto como fariam se tivessem ouvido algo muito engracado. Explicar que, em seguida, poderao mostrar essa emio- 80 com 0 corpo todo. As situagSes sugeridas a seguir tem teor provoca- tivo para a expresso de emosdes. O professor pode inventar sua propria historia, incentivando a expres- > so de emosées diversas, como: medo, curiosidade, alegria e tristeza, — © 0 palhaco ficou con sD yuando foi aprender a andar de bicicleta sem fodinhas. Mas ele no de- sanimou e, logo, logo, aprendeu a pedalar direito @ a se equilibrar na bicicleta e tudo acabou bem. —+ © Opalhacos mmuit{curieade Vive olhando para cde para ls, para baixo e para cima, vendo.o movi das pessoas, dos carros; ele tambem é rune Gas) e vive procurando coisas para comer. (Pedir que movimentem 36.05 alhos.) ~> © Um dia, 0 circo nao péde funcionar porque estava chovendo muito. O palhaco ficou fluito chateadéy>, porque queria brincar Id fora e fazer palhacadas para encantar as criancas e_g5-adultas. Depois, parou de chover ¢ ele ficou thuito fel porque ele era apaixonado pelo circo, Luvao 00 proressor -epucacio Fisica ‘Como variagao, pedir as proprias criancas qui inventem situages e demonstrem, com a expressac facial, as emogdes envolvidas durante a contacao. Com as criangas novamente em circulo, pergunta se gostaram.de_brincar-de-palhago-e incentiviclas ¢ continuar a brincadeira em casa com os familiares Se possivel, confeccionar, com elas e com o professo de Arte, uma lembranca com a cara de um palhaco conforme modeto sugerido a seguir: Para a confeccao da lembranca, sao necessari 05 seguintes materiais: pratinhos de papel, palito: sem ponta, cola, tesoura, papéis com diferentes tex turas e cores, moldes para os olhinhos, boca e nariz Se possivel, oportunizar as criancas que levem c nnariz de palhaco para casa. Se for um material de usc coletivo, higienizar adequadamente. Iniciar a conversa com as criangas, na roda, expli- cando que, por meio das express6es com o rosto, € possivel saber como as pessoas estdo se sentindo. Esse € uma forma de comunicacao. Para reforcar esta ideia propor duas vivencias. Botner ont Zomo estou me sentindo? Este é um jogo de mimica no qual as criancas ‘0 identificar e representar express6es faciais. Para 9 jogo, devem ser utilizadas as cartas disponiveis no naterial de apoio. Entregar as cartas a seis criancas (uma carta vara cada crianga) e solicitar a elas que, ao som de uma musica, caminhem pelo espaco disponivel, No ‘nomento em que a musica parar, as criancas devem orocurar © colega mais préximo, posicionar-se na rente dele e representar a emocdo indicada na carta para 0 colega tentar adivinhar, Em seguida, inverter as funcdes. Quando a musica recomecar, as criangas devem se deslocar novamente pelo espaco e vivenciar 3 mesma sequéncia com outros colegas até que varios ancontros com colegas tenham se realizado. Jogo da meméria gigante Depois do jogo anterior, em que se usou a mimica, sugere-se a realizacao de um jogo da meméria para -eforcar o significado das expressbes factais, ass0- jando-as a uma determinada emogao. Para (550, sugere-se usar as mesmas figuras de expressao facial do jogo anterior para confeccionar dois cartes de cada expressio facial ampliada, de aproximadamente 30 cm X 25 cm, somando um total de 12 cartées. ‘Como nesta idade as criangas ainda estao come- sando a compreender como as regras se organizam, sugere-se realizar 0 jogo com todas as criancas juntas, sentadas em forma de um semicirculo. Os cartées Ficam no chao e sao virados por uma cianga de cada vez, que sera orientada pela turma scbre qual deles deve virar para formar o par. Se ficar dificil para as criancas encontrarem os pares, pode-se fazer algumas rodadas com as imagens viradas para cima, Para encerrar essas atividades, reunir novamente as criancas em circulo, perguntando se gostaram de fazer as mimicas e de realizar 0 jogo da meméria com a turma toda. Depois, relembrer quais foram 42s expressdes facials que apareceram nas vivéncias, a pedindo as criancas que falem o nome delas erealizem a expressao logo em seguida, © que parece pouco pode ser muito Reunir as criangas, em um circulo, com as maos dadas e, em seguida, pedir que soltern as maos e se sentem. Perguntar se lembram das atividades ante- riores, nas quais brincaram de palhaco, de mimica e ‘com 0 jogo da meméria e de quais gostaram mais. Se possivel, apresentar o livro “E muito pouco!", da Marcia Leite (Editora Positivo), Durante a leitura (ou a contacao da histéria), a turma deve imaginar ‘0 que 05 personagens estado sentindo diante do fato apresentado, por exemplo tristeza, ansiedade, alegria, medo, Irritagao. (OpBrincar com ginasttea ‘Quando pouco é muito e muito 6 pouco1 0 Wro “E mutto pouco!" abrange situacoes do cotidiano infantil e mostra que a percepcao da nogao de quantidade perpassa pela afetividade, ou seja, pelas relagdes que a crianca estabelece com aquele fato. Essas relacoes despertam diferentes emocées. que podem ser manifestadas pela expresso corporal. ‘Ao contar a historia, 0 professor deve incentivar as criancas a refletirem sobre as situacdes do dia a dia ea demonstrarem as emocoes que delas resultam. As emocées e situacdes apresentadas no livro podem ser contadas assim: tristeza — quando o pai ou a mae avisa que termi- nou o tempo de brincar no parque com © amigos porque j4 se passou uma hora; ao continuar com sede apos beber somente dois goles de égua; por ficar trés dias de cama com febre; ao perceber que 6 sobraram cinco pipocas na panela; em perder seis brinquedos de uma s6 vez; quando desligam a TV, pois jd se passaram os sete minutos permitidos; a0 ganhar bronca sem merecer. @ ansiedade — a0 aguardar o inicio da festa de ani- versério para dali a uma hora. ‘@ irritagao - quando é necessario tomar duas colhe- res de xarope amargo para sarar da tosse; ao levar cinco picadas de pernilongos famintos. © medo ~ ao levar quatro mordidas de um cachorro bravo; por imaginar nove monstros embaixo de sua cama. alegria — ao passar trés dias na praia com Sol; em dar quatro mordidas em um cachorro-quente; por ganhar seis vezes seguidas no dominé; por tomar cito banhos de piscina em um mesmo dia; ao in- ventar nove brincadeiras diferentes, ao receber dez beijinhos da mame e mais dez do papal. Enquanto o professor conta a histéria (ou men- ciona os fatos cotidianos vivenciados pelas criangas), incentivar a turma a demonstrar as emog6es citadas. Por exemplo: para demonstrar alegria, é possivel sal- tar; para demonstrar medo, rastejar; para demonstrar irtitacao, bater os pés no chao; para demonstrar tris- teza, girar 0 corpo lentamente, e assim por diante. (C)prtncer com sindaten Quando pouco é muito e muito 6 pouco 2 Na sequéncia, organizar as criangas sentadas em duplas. A cada emocao mencionada, uma das criangas da dupla faz a representacdo facial enquanto a outra imita, depois inverte. Passar para outra emocdo e continuar a vivéncia com as criancas ainda em duplas. Lembrar as criangas que as expressoes facials s0 formas de comunicacao, maneiras de se dizer 0 que sente com 0 corpo. Portanto, o movimento também 6 uma forma de linguagem, a linguagem corporal. Com as criangas sentadas, relembrar as situaces dolivro “E muito pouco!" e propor que, em seguida, realizem um jogo para reconhecimento das emocées. Para isso, @ necessdrio confeccionar cinco cartazes contendo 0 rosto de um macaquinho (ou de outro animal), cada um representando uma das emocGes vivenciadas pelas criangas. Escrever a grafia da emoo em letras de caixa-alta, em cada cartaz. Livno 00 pRorEssor -Epucacko Fisica F orn cone Jogo do macaquinho animado Espalhar figuras de macaquinhos, colacando-o dentro de bambolés distribuidos no espaco escalhick para a realizacao da situacdo de aprendizagem. Neste momento sero realizadas trés vivencias, / primeira delas em grupo, com as criancas posicionada atras de uma linha. Ao sinal do professor, que dird « nome de uma das emogdes, todas deve se dirigi para junto daquela figura, dar as mos e formar unt circulo em volta do bambolé. Em seguida, deven soltar as maos e expressar a emogdo com o rosto « também com movimentos corporais.. i EH Para a segunda vivéncia, organizar as criancat em duplas, com as maos dadas. Sem soltar as maos as criangas devem se dirigir juntas para o bambolé que tem a figura com a emocao mencionada pele professor. Para finalizar, solictar a uma crianca queescolha ume das figuras e mostre-a para a turma, As demais criancat devem se dirigir até o bambolé e representar a emocac escolhida. Repetir o procedimento até que todas tenharr tido a oportunidade de escother uma figura. Pedir as criangas que formem novamente um cir- culo, Perguntar de qual das brincadeiras gostaram mais, se é facil mostrar com 0 rosto as emogoes sen- tidas e qual emocdo acharam mais facil expressar « qual a mais dificil. dons, toques, cores, sabores @ odores - os cinco sentidos Como forma de organizacao didatica, as ages yedagdgicas nas proximas situag6es de aprendizagem rari como foco os SESE ET iudicao, tato, visdo, gustacao e olfato. ‘abe lembrar que © corpo € tinico @ Greneasertidas ndissocidvel e est inserido em um “°° ™"ne ambiente cultural, Conhecer 0 mundo & sua volta, compreendé-lo nteragir com ele torna-se um objetivo cada vez mais aresente no dia a dia das criancas do Grupo 4. Nesta ‘ase, elas desejam explorar 0 ambiente, provocar nodificagdes nos objetos e no comportamento das yessoas, atribuindo sentidos e significados aos fend- ‘nenos que vao descobrindo. Isso contribui para seu desenvolvimento e crescimento pessoal, ber como vara a construc3o de sua identidade, a formacao de rabitos saudaveis e 0 aprimoramenta das habilida- des motoras j4 apreendidas. Todas essas descobertas ‘undamentam-se em grande parte na percepcao dos ientidos, na medida em que prestam mais atencéo 30 que ouvem, provam, cheiram, veem ou sentem. 0 macio e 0 duro, o de maior eo de menor massa, 0 liso e o aspero Convidar as criangas a formarem um circulo com as mos dadas, pedir que soltem as mos e se sen- tem. Perguntar quem sabe 0 que S30 € quais s40 0s cinco senti¢os do corpo. Explicar que nesta situacao de aprendizagem irdo conhecer um pouco sobre 0 tato, 2 sudigSo, a visio, a gustacao e 0 olfato, O primeiro sentido a ser trabalhado 6 0 tato. Per- guntar 0 que é tato e com qual ou quais partes do corpo sentimos mudancas de temperatura e toques, como aperto de mao e abraco, Estimular a percepgdo da pele como érgao responsavel por esse sentido; porém, outras respostas podem aparecer, como maos 2 pés, por exemplo, Convidar as criancas a ouvirem a leitura de dois poemas sobre o assunto. Se possivel, apresentar os poemas com fantoches ou represen- tando um personagem. a} Animaytorobee \) Corpo sabido Tudo 0 que a gente sente, Gosto, som, cheiro, visto, se esta frio ou se estd quente, Aqui val a explicagiio. Cinco stio nossos sentidos: E comego pelo tato. Aspero, macio ou liso, nossa pele sabe a.jato. HEINE, Evelyn; FINZETTO, Angela, Cinco sentidos. S80 Paulo: BrasiLeitura. . 2, (Poesia para criancas). Tato € um baratol Gato é fofo e tio macio, Diferente do elefante. Gelo é liso e bem mais frio Que uma sopa borbulhante. Tudo eu sei com o meu tato E enxergo com a mao. S6 que cortam meu barato: - Ei Nao mexe nisso, nao! HEINE, Evelyn; FINZETTO, Angela. Cinco sentidos. S80 Paulo: BrasiLeitura, p, 3. (Poesia para criangas). Brincar com jogo Enxergar com as maos e com os pés Depois de ler 0s poernas sugeridos, conversar com as ctiancas sobre o assunto e passar de mao em mao objetos que sejam macios ou duros, de maior ou menor massa, lisos ou dsperos, como bolas de fresco- bol ou ténis, corda, peteca, bola de basquete, garrafa plastica, bast6es, saquinhos com arroz, ou outros

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