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BRASIL:
SAFRA 2008/2009
Dezembro de 2009
1
Universidade de São Paulo - USP
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas - PECEGE
Autores:
CARLOS EDUARDO OSÓRIO XAVIER
LEONARDO BOTELHO ZILIO
DANIEL YOKOYAMA SONODA
PEDRO VALENTIM MARQUES
Equipe técnica:
GUILHERME TADEU VANCETTO
RUBIO HENRIQUE VIZIOLI FLORA
JOÃO HENRIQUE MANTELLATTO ROSA
TITO MARQUETTI MARTINHO
RENAN BENEDITO D’ARAGONE
XAVIER, C.E.O.; ZILIO, L.B.; SONODA, D.Y.; MARQUES, P.V. Custos de produção de
cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: safra 2008/2009. Piracicaba: Universidade de
São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação
Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração
e Sociologia. 2009. 82 p. Relatório apresentado a Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil – CNA.
Dezembro de 2009
2
SUMÁRIO
3
RESUMO EXECUTIVO
60 60 70
50 50 60 8,77
38,68 7,60
46,92 5,12
4,83 38,83 5,31 50
40 40 2,91
40
R$/t
R$/t
R$/t
30 30
30
50,59
20 39,01 20 37,48 20
10 10 10
0 0 0
COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana
70 70 70
60 60 60
5,44
50 50 50 2,74
38,68 4,68 38,83 5,04
40 2,74 40 3,60 40 46,92
R$/t
R$/t
R$/t
30 30 30
51,27
20 20 38,15 20
38,87
10 10 10
0 0 0
COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana
4
Os resultados econômicos obtidos pelas usinas não diferiu dos fornecedores de cana-
de-açúcar. Em geral, o preço de todos os produtos foi suficiente apenas para o pagamento do
COE e parte da depreciação. Com exceção do açúcar branco no Nordeste, em nenhum outro
caso observou-se lucro econômico para os produtos considerados. Os maiores custos
envolvidos na produção da região Nordeste foram compensados por melhores níveis de
preços, o que contribuiu para os bons resultados da região, destacadamente para o açúcar
branco cujos preços foram suficientes para cobrir o CT (Figura C). Um resultado
particularmente interessante no levantamento da safra 2008/2009 refere-se a matéria-prima da
região Nordeste com qualidade superior em teor de açúcares à região Centro-Sul, o que
também contribuiu positivamente para os resultados competitivos da região quando
comparados.
Nessa safra, a região Centro-Sul Expansão foi particularmente prejudicada em relação
à região Centro-Sul Tradicional em função das maiores perdas industriais, as quais mais que
compensaram a melhor qualidade de matéria-prima observada na primeira região. Além disso,
os maiores custos na produção de matéria-prima, com participação maior de cana própria
penalizaram os resultados da região Centro-Sul Expansão. Enquanto a região Centro-Sul
Tradicional cobriu o COE da sua produção de açúcar, a produção de etanol obteve melhores
resultados, suficientes para cobrir o COT (Figura D). A região Centro-Sul Expansão obteve
pior resultado econômico, o COT foi coberto apenas para a produção de etanol anidro, sendo
que a produção de açúcar VHP possui inclusive prejuízos líquidos com o preço insuficiente
para cobrir o COE (Figura E).
400 400
600 600
300 300 857,05
505,78 475,72 773,13
400 400
200 200
0 0 0 0
COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio
(a) açúcar branco (b) açúcar VHP (c) etanol anidro (d) etanol hidratado
Figura C – COE, COT, CT e Preço para Nordeste.
5
R$/t R$/t R$/m3 R$/m3
200 200
100 100
0 0 0 0
COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio
(a) açúcar branco (b) açúcar VHP (c) etanol anidro (d) etanol hidratado
80,03 118,98
500 500 80,03
800 800 110,85
848,65 73,45
48,87
48,87 68,44
400 444,00 400
722,80
392,96 600 600
300 300
428,17 410,44 400 400
735,63 666,39
200 200
200 200
100 100
0 0 0 0
COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio COE COT CT Preço Médio
(a) açúcar branco (b) açúcar VHP (c) etanol anidro (d) etanol hidratado
A partir dos resultados aferidos para a safra 2008/09, concluiu-se que como na safra
2007/2008, o setor sucroenergético não obteve bons resultados econômicos. Os preços pagos
aos fornecedores de cana-de-açúcar continuaram insuficientes para cobrir todos seus fatores
de custos econômicos, sendo suficientes apenas para arcar com seus custos operacionais. Em
relação ao açúcar e etanol a situação não é diferente. O etanol, em geral, possuiu melhor
remuneração que o açúcar, entretanto na maioria dos casos não conseguiu também cobrir os
custos de depreciação e de oportunidade do capital.
6
1 INTRODUÇÃO
• Foi inserida na análise a estimativa de custos com o capital de giro dos agentes, sendo:
o No caso dos fornecedores de cana-de-açúcar estipulou-se uma remuneração de
6,75% a.a. sobre um montante pré-definido, sendo ele:
$ 1.200,00 ; $ 200.000,00 1
1
O primeiro valor faz referência à média financiada pelas cooperativas de produtores entrevistadas, enquanto
que o segundo valor trata-se do máximo financiável por CPF inscrito.
2
Os questionários agrícola e industrial foram mantidos de acordo com Marques (2009).
7
departamento administrativo das unidades agroindustriais apresentados na forma de
Custo Total – CT;
• Os custos de capital continuaram a ser estimados com base no CDI cujo rendimento
nominal foi de 12,38% para o período do ano safra 2008/2009. Os rendimentos do CDI
em termos reais foram de 5,76% a.a (valor calculado descontando-se a meta de inflação e
imposto de renda dos rendimentos nominais);
• No caso dos fornecedores de cana-de-açúcar, vale ressaltar a adoção de uma mudança
metodológica: o item Remuneração do proprietário foi excluído das despesas
administrativas, sendo alocado dentro do Custo Operacional Total – COT. Desta forma,
espera-se que seja observada uma diminuição no Custo Operacional Efetivo – COE dos
fornecedores e uma elevação no COT;
• Tanto para o caso dos fornecedores como usinas, adotou-se outra mudança metodológica
quanto à valoração do capital imobilizado na lavoura. Na forma atualizada, realizou-se
um valuation do canavial de acordo com a quantidade de área por corte, sendo
considerado para tanto o valor dos custos de implantação da lavoura;
• Os custos industriais foram diferenciados por tipo de açúcar (branco, VHP e outros) e de
etanol (anidro, hidratado e outros fins);
• A diferenciação de custos por produtos foi possível em função do maior detalhamento do
uso dos insumos industriais e dos itens de manutenção industrial. Esses dois componentes
de custos foram alocados por processos industriais, classes de consumo e produtos para
os quais são alocados durante o processo de produção;
• Devido ao horizonte temporal relativamente curto para a execução dos trabalhos
(aproximadamente 3 meses), foram desenvolvidos questionários simplificados (agrícola
e industrial), com o intuito de aferir um maior número de informações junto aqueles
colaboradores que não demonstraram disponibilidade para o preenchimento dos
questionários originais (completos).
8
2 AMOSTRAGEM E CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Durante as coletas de dados, houve certa resistência por parte das usinas ao
preenchimento dos questionários completos. Acredita-se que o principal entrave foi o período
de final de safra, pois os meses de outubro e novembro seriam referentes ao planejamento
para próxima safra.
Desta forma, foram editados questionários simplificados para coleta de informações
visando elevar o número de participantes. Os entrevistados com melhores índices de respostas
possuem o seguinte perfil:
9
2009
Atividade
Set Out Nov Dez
Listagem e estratificação de contatos
Revisão dos questionários agrícola e industrial
Desenvolvimento do questionário administrativo
Cotação de preços (fontes secundárias)
Contato com participantes do estudo 2007/08
Definição e contato com novos participantes
Realização de painéis e reuniões
Contatos telefônicos para coleta de dados
Edição de planilhas
Envio de respostas às usinas participantes
Edição de relatório
Entrega de relatório
Quadro 1 – Cronograma de atividade do projeto.
3 RESULTADOS
3.1 Agrícolas
A Tabela 1 e a Figura 1 até a Figura 3 apresentam informações sobre área, raio médio,
percentual de colheita mecanizada, preços e quantidades de Açúcares Totais Recuperáveis –
ATR na cana-de-açúcar, número de cortes por ciclo produtivo, produtividades médias, preços
de arrendamentos e utilização de mudas nas diferentes regiões analisadas.
Ressalta-se que, devido ao baixo número de observações obtidas para algumas regiões,
grande parte dos valores foram mantidos inalterados com relação à safra 2007/08. As
exceções são:
• Produtividades médias;
• Raio médio;
• Percentual de colheita mecanizada;
• Utilização de mudas no plantio;
• Preços e quantidades de ATR por tonelada de cana;
• Preços de arrendamentos.
10
informações, sendo que os outliers (valores fora do intervalo entre a média mais ou menos um
desvio padrão) foram desconsiderados no cálculo dos custos de produção agroindustriais.
Tabela 1 – Dados técnicos agrícolas: médias da coleta primária de dados das regiões
Tradicional, de Expansão e Nordeste – Fornecedores e Usinas
Tradicional Expansão Nordeste
Descrição
Fornecedor Usina Fornecedor Usina Fornecedor Usina
Área própria total (ha) 230 19.422 425 12.790 240 16.108
Produtividade (t/ha) 89,31 85,39 84,20 81,13 57,00 61,71
Cana de ano (%) 13% 25% ND* 1% 0% 57%
Cortes por ciclo 6 6 5 6 5 6
Raio médio (km) 25 27 20 22,8 20 20,5
Colheita mec. (%) 19% 49% 55% 60% - 9%
Utiliz. muda (t/ha) 12 16 14 13,5 13 12,3
Arrend. (t/ha/ano) 19,3 18,5 12 10,7 6 9,8
ATR (kg/t) 144,3 134,5 141,6 138,5 139,0 138,9
ATR (R$/kg) 0,2748 0,2782 0,2637 0,2599 0,3256 0,3111
* ND = Não disponível
40% 60%
50%
30%
Freqüência
Freqüência
40%
20% 30%
20%
10%
10%
0% 0%
74 83 91 Mais 50 60 Mais
t/ha t/ha
70% 60%
60% 50%
Freqüência
Freqüência
50% 40%
40%
30%
30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
17 24 31 Mais 16 21 Mais
km km
11
35% 50%
30% 40%
Freqüência
Freqüência
25%
20% 30%
15% 20%
10%
5% 10%
0% 0%
0% 30% 60% Mais 0% 10% Mais
% %
12
Tabela 3 – Preços e quantidades de insumos agrícolas: médias da região de Expansão –
Fornecedores e Usinas
Preços (R$/un) Quantidades (un/ha)
Insumo Média Média
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
válida válida
Fert. Cana Planta (t) 909,00 1260,00 929,50 0,50 0,50 0,50
Fert. Cana Soca (t) 798,00 850,00 824,00 0,45 0,50 0,48
Calcário (t) 57,00 58,00 57,50 2,00 2,50 2,25
Gesso (t) 48,00 56,00 52,00 1,00 2,00 1,50
Furadan SC (l) 22,00 22,00 22,00 6,00 6,00 6,00
Combine (l) 34,00 34,00 34,00 1,50 1,50 1,50
Diuron (l) 18,80 18,80 18,80 2,50 2,50 2,50
MSMA (l) 7,56 7,56 7,56 1,30 1,30 1,30
Round-up (l) 10,00 14,00 12,00 4,00 5,00 4,50
Velpar K (kg) 18,80 32,00 25,40 1,50 2,20 1,85
Regent 800 WG (kg) 482,00 600,00 541,00 0,25 0,25 0,25
Maturador (l) 70,00 70,00 70,00 0,80 0,80 0,80
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Tabela 5 – Preços e coeficientes técnicos das operações agrícolas mecanizadas (hora máquina
– HM): médias válidas das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste
Tradicional Expansão Nordeste
Operação
R$/un un/ha R$/un un/ha R$/un un/ha
Aração (HM) - - 100,00 1,20 - -
Calagem (HM) 48,48 0,61 37,61 1,42 45,00 0,65
Confecção de terraços (HM) 99,96 1,93 120,00 1,50 60,00 0,25
Dessecação (HM) 64,74 0,67 34,00 0,79 36,55 1,00
Gessagem (HM) 61,89 0,40 37,61 1,42 - -
Gradagem pesada (HM) - - - - 96,09 0,90
Gradagem intermediária (HM) 74,90 1,13 71,40 1,19 84,86 2,00
Gradagem niveladora (HM) 68,23 0,84 46,00 1,00 65,63 0,79
Manutenção estradas carreadores (HM) 109,90 0,47 81,00 1,00 113,85 0,25
Sistematização do terreno (HM) 69,03 1,75 138,00 1,00 60,00 1,00
Subsolagem (HM) 88,07 1,83 55,20 2,00 86,43 2,13
Sulcação/adubação (HM) 79,27 1,81 136,20 1,60 68,68 2,50
Distribuição torta filtro (HM) 64,56 1,05 55,50 0,50 52,50 1,13
Aplicação herbicida (HM) 52,43 0,57 - - - -
Transporte de mudas (t e HM) 3,25 12,00 90,00 2,50 75,50 1,65
Carregamento de mudas (t e HM) 2,50 - 80,00 0,35 - -
Cobrição (HM) 49,58 0,86 45,00 1,00 35,41 0,74
Transporte de pessoal (HM) 84,88 0,70 12,00 1,00 12,00 8,57
Adubação de cobertura (HM) - - 55,20 0,90 60,00 1,00
Aplicação de herbicidas (HM) 54,33 0,63 36,50 0,90 42,52 0,25
Aplicação de inseticida (HM) 74,22 0,66 30,64 1,05 - -
Aplicação de nematicida (HM) 74,22 0,66 - - - -
Irrigação/fertirrigação (ha) 42,00 1,00 185,00 1,00 150,10 1,00
Cultivo adubação (HM) 66,50 1,06 55,20 0,90 51,00 1,00
Quebra-lombo (HM) 59,98 0,99 62,60 0,95 62,00 2,00
Transporte de água (HM) 43,33 0,18 23,00 1,00 30,50 1,00
Transporte de insumos (HM) 41,67 0,28 99,36 0,10 30,50 1,00
Tríplice operação (HM) - - - - 60,00 1,00
Carpa repasse (HM) - - - - 60,00 1,00
Catação (HM) 57,30 0,80 50,00 0,64 - -
Aceiro (HM) 55,15 0,19 - - 83,85 0,10
Enleiramento (HM) 69,51 0,50 - - 45,00 1,00
Carregamento, reboque e engate (t) 2,11 - 2,16 - 2,80 -
Transporte cana inteira (t) 5,82 - 6,40 - 5,70 -
Corte mecanizado (t) 10,50 - 12,22 - - -
Transporte cana picada (t) 5,92 - 5,80 - - -
Nota: HM = hora máquina
Os preços de mão de obra agrícola (diaristas) coletados para a safra 2008/09 foram
considerados insuficientes para que fossem geradas novas informações confiáveis. Assim,
tanto os valores quanto os coeficientes técnicos mantiveram-se inalterados em relação à
Marques (2009). Apenas no caso da colheita manual foram novos valores foram apresentados
para a safra 2008/09 (Tabela 6).
Tabela 6 – Preços do corte manual (R$/t): médias das regiões Tradicional, Expansão e
Nordeste
Região Tradicional Expansão Nordeste
Corte manual (R$/t) 8,23 6,56 8,11
14
Os valores de despesas administrativas para as três regiões analisadas foram
atualizados e estão apresentados na Tabela 7.
Tabela 7 – Custos administrativos da área agrícola (R$): safra 2008/09 – Usinas das regiões
Tradicional, Expansão e Nordeste.
Região Tradicional Expansão Nordeste
Salários adm. agrícolas (R$) 691.635,00 691.635,00 2.450.097,79
Outras despesas adm. agrícolas (R$) 2.144.660,00 2.144.660,00 4.806.074,53
70% 50%
60% 40%
Freqüência
Freqüência
50%
40% 30%
30% 20%
20%
10% 10%
0% 0%
9 17 24 Mais 6 10 Mais
t/ha/ano t/ha/ano
35
30
25
t/ha/ano
20
15
10
5
0
40 60 80 100 120
t/ha
Centro-Sul Nordeste
15
9,00
8,00
7,00
R$/t
6,00
5,00
4,00
3,00
15 20 25 30 35
km
Centro-Sul Nordeste
Tabela 9 – Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços de ATR
(R$/kg ATR).
Região ATR médio (kg/t cana) ATR padrão (kg/t cana) Preço ATR (R$/kg)
Tradicional 139,04* 121,97** 0,2782**
Expansão 139,57* 121,97** 0,2782**
Nordeste 138,93* 116,55*** 0,3377***
Fonte: *PECEGE/ESALQ/USP com auxílio de dados do CTC (2009), **UDOP (2009), ***SINDAÇÚCAR-AL
(2009)
16
Dadas as premissas básicas dos modelos desenvolvidos, da Tabela 10 até a Tabela 12
apresentam os resultados dos custos de produção da cana-de-açúcar estimados para a safra
2008/09 no Brasil. As representações gráficas dos custos totais de produção bem como a
participação percentual de cada item são expostas nas Figura 16 a Figura 18.
17
Tabela 12 – Custos de produção de cana-de-açúcar: região Nordeste – Fornecedores e Usinas.
Fornecedores Usinas
Descrição
R$/t R$/ha R$/t R$/ha
Mecanização 11,72 556,70 12,59 773,55
Mão de obra 17,52 832,40 12,35 758,70
Insumos 16,23 770,81 14,18 871,04
Arrendamento 1,60 76,01 2,37 145,83
Despesas administrativas 3,52 167,26 9,78 600,66
Custo Operacional Efetivo (COE) 50,59 2.403,17 51,27 3.149,78
Depreciações 2,66 126,53 2,74 168,33
Remuneração do proprietário 2,46 116,67 - -
Custo Operacional Total (COT) 55,71 2.646,37 54, 01 3.318,11
Remuneração da terra 4,95 234,93 2,69 165,11
Remuneração do capital 3,83 181,85 2,75 169,16
Custo Total (CT) 64,49 3.063,15 59,45 3.652,38
60 60 70
50 50 60 8,77
7,60
5,12
4,83 5,31 50
40 40 2,91
38,68 46,92
38,83 40
R$/t
R$/t
R$/t
30 30
30
20 20 50,59
39,01 37,48 20
10 10 10
0 0 0
COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana
R$/t
R$/t
38,83
30 30
30
51,27
20 38,87 20 38,15 20
10 10 10
0 0 0
COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana COE COT CT Preço cana
18
MOB
M MOB
M MOB
M 12% I 27%
37% 14% I
28% 233% M 25%
18%
A I
RC 6% RC 23% RC A
4% DA
A 5% A 6%
RT RP D 7%
% RT RP D DA
5% RT
T RP D DA 3%
11% 3% 6% 7% 3% 3% 3% 8% 4% 4% 5%
5
M=M
Mecanização; MOB=Mão de obra; I=Insumos;
I A=Arrendame
A entos; DA=D Despesas ad
dministrativas;;
D=Deepreciações; RP=Remunera
R ação do propriietário; RT=R
Remuneração da
d terra; RC=R
Remuneração do capital
(a)Tradiccional (b) Ex
xpansão (c) Nordeeste
Figurra 14 – Reppresentaçãoo gráfica doos custos e preços
p de cana-de-açú
c úcar segundo
o o métodoo
do Custo Operracional: Foornecedoress.
I
RC
R RC RC A
22%
3%
% 6% 5% 4%
RT A RT A RT
RP D DA 11% RP D DA 7% D D
DA
7% 55% 5% RPP
0% 6% 6% 0% 8% 4% 5% 16%
0%
M=M
Mecanização; MOB=Mão de obra; I=Insumos;
I A=Arrendame
A entos; DA=D Despesas ad
dministrativas;;
D=Deepreciações; RP=Remunera
R ação do propriietário; RT=R
Remuneração da
d terra; RC=R
Remuneração do capital
(a)Tradiccional (b) Ex
xpansão (c) Nordeeste
Figurra 15 – Reepresentaçãoo gráfica doos custos e preços de cana-de-açú
c úcar segundo
o o métodoo
do Custo Operracional: Usinas.
199
grande importância dentro do custo de produção da cana-de-açúcar do Nordeste, sendo este
um componente passível de análises mais detalhadas para uma possível redução dos custos
totais de produção.
Outra forma de apresentação dos custos de produção da cana-de-açúcar pode ser vista
nas figuras a seguir. Nelas são expostos fluxogramas que delimitam os custos dos estágios de
produção (Preparo de solo, Plantio, Tratos culturais de cana planta, Tratos culturais de cana
soca e Colheita), bem como os custos administrativos, as depreciações e os custos de
oportunidade do capital imobilizado.
20
Modelo agrícola de fornecedor da região Tradicional
Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de
produção (preparo de solo a colheita). Para a obtenção do COE com base nos valores expostos acima, deve-se
retirar o montante em depreciações de máquinas e implementos apresentado no quadro Depreciações.
Figura 16 – Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo: região Tradicional.
21
Modelo agrícola de fornecedor da região Expansão
Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de
produção (preparo de solo a colheita). Para a obtenção do COE com base nos valores expostos acima, deve-se
retirar o montante em depreciações de máquinas e implementos apresentado no quadro Depreciações.
Figura 17 – Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo: região de
Expansão.
22
Modelo agrícola de fornecedor da região Nordeste
Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de
produção (preparo de solo a colheita). Para a obtenção do COE com base nos valores expostos acima, deve-se
retirar o montante em depreciações de máquinas e implementos apresentado no quadro Depreciações.
Figura 18 – Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo: região Nordeste -
Usinas.
23
Por fim, para a composição dos custos agroindustriais de açúcar e etanol faz-se
necessário a inclusão dos custos agrícolas (cana-de-açúcar) ponderados. Isto é feito de acordo
com o nível de participação da cana-de-açúcar própria e seu respectivo custo e com o preço
pago aos produtores segundo critério do CONSECANA. A Tabela 13 e a Tabela 14
apresentam as ponderações dos custos agrícolas que servirão de input para o cálculo dos
custos agroindustriais dos produtos da cadeia sucroenergética.
3.2 Industrial
Nesse tópico são apresentadas as principais respostas obtidas a partir dos questionários
industriais da safra 2008/2009, trata-se de informações sobre: indicadores gerais das unidades
industriais, parâmetros da qualidade de matéria-prima processada, configuração técnica
industrial, período de processamento, perdas e rendimentos industriais assim como mix de
produção e produção final dos produtos e subprodutos nas diferentes regiões analisadas.
Sempre que possível os valores de cada usina são apresentados individualmente por
uma identificação numérica que mantém a confidencialidade da informação e permite a
análise comparativa entre todos os participantes do levantamento. Em alguns casos, são
também apresentados os resultados gerais em classes comparativas para analisar tendências,
características regionais e tecnológicas.
24
3.2.11.1 Indicadores geraiis das unid
dades industriais
4,0
milhões de toneladas de cana
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
01 044 08 09 14 17 19 10 12 13
1 15 16 02 03
0 05 06 07 11 18 20
5.0000,0
4.0000,0
m³ água/tc
3.0000,0
2.0000,0
1.0000,0
0,0
Exppansão Nordeste Tradicionall
1
16%
Pol%cana (PC da cana)
1
15%
1
14%
1
13%
1
12%
01 04 08 09 14 177 19 10 12 13
1 15 16 02 03 05 06 077 11 18 20
Figurra 21 – Porccentagem da
d POL%Caana (PC da cana).
c
16%
Teor de fibra na cana
15%
14%
13%
12%
11%
10%
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
266
88%
86%
Pureza da cana
84%
82%
80%
78%
76%
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
160
150
140
kg ART/tc
130
120
110
100
01 04 08 09 144 17 19 10 12 13 15 166 02 03 05 06
0 07 20
277
continuidade dessa parte do levantamento contribuirá para uma evolução futura na
diferenciação de custos de capital por nível de tecnologia, escala de produção e tipo de
produção. Além disso, o detalhamento sobre geração de eletricidade também visa o
desenvolvimento da mensuração deste custo.
5
número de usinas 4
3
2
1
0 1981-1990
1971-1980
1971-1980
1981-1990
1991-2000
< 1970
> 2001
< 1970
< 1970
Expansão Nordeste Tradicional
6
nº de usinas
6 4
4
2
2
0
0
1 2 3 4
bate-e- fila pátio misto
volta no de mesas de recepção
Figura 26 – Sistema de entrega de cana (a) e número de mesas de recepção de cana (b).
8
7
6
nº de usinas
5
4
3
2
1
0
turbina a motor misto turbina a misto turbina a motor
vapor elétrico vapor vapor elétrico
28
6
5
no de usinas
4
3
2
1
0
1 2 3 1 1 2
7
6
5
no de usinas
4
3
2
1
0
não sim não não sim
7
6
5
nº de usinas
4
3
2
1
0
turbina a motor misto turbina a turbina a motor
vapor elétrico vapor vapor elétrico
29
16
14
12
nº de usinas
10
8
6
4
2
0
1 2
9
8
7
6
nº de usinas
5
4
3
2
1
0
difusor moenda moenda moenda
4
nº de usinas
0
4 5 6 4 5 6 5 6
30
14 4
12
3
no de usinas
nº de usinas
10
8
2
6
4 1
2
0 0
1 2 3 2 3 1 2 3 4 direto indireto direto direto indireto
3
nº de usinas
0
130 180 200 230 300 380 450 600 620 780 800 810 1000
m³/dia
15 12
nº de usinas
10 10
nº de usinas
8
5 6
0 4
2
0
ciclo- MEG misto nenhum
m³/dia hexano
31
7 60%
Figura 37 – Número massas utilizadas no cozimento para fabricação de açúcar (a), pureza do
mel residual, indicativo do índice de recuperação da fábrica de açúcar (b).
60
50
nº de tanuqes
40
30
20
10
0
< 5,0 5,1-10,0 10,1-20,0 > 20,1
capacidade dos tanques em 1.000 m³
16
14
12
nº de usinas
10
8
6
4
2
0
1 2 3 4 5 1 2 3 4 6
32
40 25
20
nº de usinas
nº de usinas
30
15
20
10
10 5
0 0
16 21 30 42 45 65 67 < 50 51-100 101-150 > 151
classe de pressão de vapor (kgf/cm²) cap. produção caldeiras (t vapor/h)
600
500
400
t vapor/h
300
200
100
0
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 16 03 05 06 07 11 18 20
5
nº de geradores
0
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
33
90
40
no de geradores
30
20
10
0
<5 5-20 > 20
Classes de Potências (MW)
100%
porcentagem do vapor alocado
90%
à geração de eletricidade
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
08 14 17 19 12 16 03 05 06 07 11
3
Das 37 turbinas de geração de eletricidade declaradas na pesquisa, todas são de contrapressão, com exceção de
1 turbina de condensação e outra mista, ambas em usinas da região Centro-Sul
34
120
100
80
KWh/tc
60
40
20
0
17 19 01 08 04 09 14 12 10 16 13 06 20 07 11
8
Número de usinas
7
6
5
4
3
2
1
0
não vende não vende não vende
vende vende vende
35
6%
5%
perdas de lavagem
4%
3%
2%
1%
0%
04 08 09 17 15 05 06 07 11 20
Expansão NE Tradicional
100%
Porcentagem de lavagem
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
04 08 09 19 12 13 15 16 05 06 07 11 18 20
10%
Perdas na extração (bagaço)
9%
8%
7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
36
1,4%
1,2%
95%
rendimento prático de fermentação
90%
85%
80%
75%
70%
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
100%
remndimento de destilação
99%
98%
97%
01 04 08 09 14 17 19 10 12 13 16 03 05 06 07 11 18 20
37
Tabela 18 – Perdas e eficiências industriais utilizadas nos modelos regionais de custo.
38
100%
80%
60%
40%
20%
0%
01 04 08 09 14 19 10 12 13 15 16 02 05 06 07 11 18 20
% açúcar % etanol
39
3.2.1.6 Subprodutos industriais
16
15
14
L/L de etanol
13
12
11
10
9
8
01 04 14 19 10 12 15 16 02 03 05 06 07 11
350
300
Kg de bagaço/tc
250
200
150
100
50
0
01 09 14 10 12 15 16 02 03 05 06 07 11 18 20
40
60
50
kg de torta/tc
40
30
20
10
0
01 04 09 19 10 12 15 16 02 03 05 06 07 11 20
Neste tópico são apresentadas as respostas das usinas sobre os custos por tonelada de
cana processada dos principais itens de custos industriais: mão-de-obra, insumos, manutenção
e administração industrial. Todos os custos referem-se a valores nominais de preço praticados
no período da safra 2008/2009. Os custos de cada unidade e seus principais fatores de
formação são destacados da Figura 58 até a Figura 68. Os dados desse tópico estão divididos
apenas entre Nordeste e Centro-Sul devido à homogeneidade de informações entres as usinas
da região Tradicional e Expansão.
Para os itens insumos industriais, foi possível um bom nível de detalhamento nos
preços e quantidades. Além disso, foi possível detalhar as classes de insumo por processo
industrial e assim obter uma melhor comparação entre os custos das diversas unidades
industriais. Da Figura 62 até a Figura 64 são apresentados os custos por classe de insumo e a
Tabela 23 o percentual do grupo de insumos por região. A (a) Centro-Sul Expansão
(b) Centro-Sul Tradicional (c) Nordeste
Figura 65 mostra a participação dos custos por produto e a Tabela 24 lista a
quantidade e os preços médios dos insumos industriais mais recorrentes e importantes na
participação de custos das unidades agroindustriais da pesquisa.
Os custos de manutenção e administração industrial também obtiveram grandes
avanços no questionário industrial. Da Figura 66 até a Figura 68 são apresentados breves
detalhamentos de custos desses dois fatores de custos.
41
6,00
Salários (R$/t)
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (milhões t/safra)
Centro-Sul Nordeste
500
no funcionários na safra
400
300
200
100
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Figura 59 – Relação entre número de funcionários industriais na safra e moagem (milhões tc).
500
no funcionários na entressafra
400
300
200
100
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
42
6,00
5,00
Insumos (R$/t)
4,00
3,00
2,00
1,00
-
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (milhões t/safra)
Centro-Sul Nordeste
Figura 61 – Relação entre custo de insumos industriais (R$/t) e moagem (milhões de t).
5,00
insumos químicos (R$/t)
4,00
3,00
2,00
1,00
-
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (milhões t/safra)
Centro-Sul Nordeste
0,3
Eletrodos (R$/t)
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (milhões t/safra)
Centro-Sul Nordeste
43
0,5
Lubrificante (R$/t)
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (m
milhões t/safraa)
Centro-Sul Nordeste
Figurra 65 – Com
mponentes dos
d custos de
d insumos por
p produtoo e região
444
Tabela 24 – Preços e quantidades de insumos industriais.
Consumo específico Preço
Processo Insumo
unidade mín méd máx uni. mín méd máx
Recepção Lubrificante ml/t cana 0,76 3,74 8,82 R$/L 3,87 6,30 10,89
Extração Lubrificante ml/t cana 5,01 12,56 27,21 R$/L 4,15 11,00 16,00
Extração Eletrodo (chapisco) g/t cana 1,05 2,96 5,44 R$/kg 9,00 9,25 40,00
Extração Eletrodo (base) g/t cana 0,19 1,42 3,02 R$/kg 14,17 17,89 25,00
Extração Eletrodo (picotes) g/t cana 0,19 0,36 0,63 R$/kg 13,70 19,35 50,00
Extração Eletrodo (facas, desf) g/t cana 0,72 0,87 1,59 R$/kg 36,12 57,05 66,85
Trat. caldo Cal virgem kg/t cana 0,53 0,97 1,46 R$/kg 0,18 0,20 0,23
Trat. caldo Anti-incrustante g/t açúcar 20,65 103,78 207,21 R$/kg 2,47 3,51 4,45
Trat. caldo Floculante (decantador) g/t açúcar 26,78 34,12 148,03 R$/kg 7,20 9,40 12,00
Trat. caldo Ácido Fosfórico kg/t açúcar* 1,55 3,35 6,66 R$/kg 1,05 2,10 3,38
Trat. caldo Floculante (decantador) g/t açúcar* 86,49 187,38 331,64 R$/kg 5,30 9,30 11,88
Trat. caldo Enxofre kg/t açúcar* 1,22 1,50 1,78 R$/kg 0,92 1,11 1,35
Trat. caldo Floculante (xarope) g/t açúcar* 3,56 18,37 19,81 R$/kg 7,40 10,82 12,95
Fermentação Ácido Sulfúrico kg/m³ 4,47 6,94 10,52 R$/kg 0,25 0,57 0,90
Fermentação Dispersante kg/m³ 0,06 0,19 0,39 R$/kg 8,66 11,63 14,95
Fermentação Anti-espumante kg/m³ 0,18 0,37 0,47 R$/kg 4,72 5,60 7,39
Fermentação Anti-biótico g/m³ 2,40 4,48 6,70 R$/kg 155,00 212,82 265,00
Fermentação Bactericida g/m³ 78,65 91,17 103,73 R$/kg 4,58 4,86 5,20
Fermentação Levedura g/m³ 1,47 12,11 30,10 R$/kg 14,50 27,93 38,29
Fermentação Nutriente kg/m³ 0,07 0,13 1,16 R$/kg 1,50 1,74 3,85
Destilação Soda cáustica escama kg/m³ 0,08 0,14 0,18 R$/kg 2,00 2,10 2,20
Destilação Soda cáustica líquida kg/m³ 0,03 0,26 0,29 R$/kg 1,00 1,07 1,10
Desidratação Ciclohexano kg/m³** 1,06 1,62 2,15 R$/kg 3,60 4,35 5,14
Fábrica açúcar Lubrificante massa g/t açúcar 9,62 12,19 21,63 R$/kg 2,70 3,65 5,32
Fábrica açúcar Soda cáustica líquida L/t açúcar 0,06 0,36 0,64 R$/L 0,91 1,00 1,10
Trat. água Policloreto alumínio g/m³ água 8,75 10,63 13,37 R$/kg 0,95 1,28 1,80
Trat. água Hipoclorito de sódio g/m³ água 23,37 29,67 303,40 R$/kg 0,40 0,55 0,70
Geração vapor Sulfito g/t vapor 1,54 2,50 4,36 R$/kg 6,60 8,68 10,18
Geração vapor Dispersante g/t vapor 0,49 2,48 11,81 R$/kg 7,13 7,87 10,24
Geração vapor Fosfato g/t vapor 1,43 2,22 6,98 R$/kg 5,29 7,51 12,25
Geração vapor Neutralizante vapor g/t vapor 2,43 3,39 4,89 R$/kg 2,06 4,08 7,23
Carreg. etanol Corante ml/m³** 6,42 7,41 28,51 R$/L 24,42 27,37 32,77
* Açúcar branco;** Etanol anidro.
45
7
Centro-Sul Nordeste
32% 28%
%
6
68% 7
72%
(a) Centro-Sul
C (bb) Nordeste
Figurra 67 – Divvisão dos custos de mannutenção po
or região.
2
Custo do Departamento
1
1,5
Industrial (R$/t)
0
0,5
0
- 1,00 2,00 3
3,00 4,00
Moagem (milhões de t)
t
Centro-sul Nordeste
466
3.2.3 Administrativo
12
Custo do Departamento
Administrativo (R$/t)
10
8
6
4
2
0
- 1,00 2,00 3,00 4,00
Moagem (milhões de t)
Centro-sul Nordeste
47
10
Centro-sul Nordeste
2500
no funcionários administrativos
2000
1500
1000
500
-
- 1,0 2,0 3,0 4,0
Moagem (M
Milhões de t)
centro-sul nordeste
14,6% 1
16,9%
30,9%
42,4%
40,7%
%
54,5%
mão-de-o
obra insumos e serviços capittal de giro mão-de-obra insumos e serv
viços capital dee giro
488
3.2.4 Custos de produção do açúcar e etanol
49
Tabela 25 – Custos de produção agroindustrial do processamento da cana-de-açúcar: região
de Expansão.
Descrição Total anual (R$) R$/tc Participação
Custo da cana 89.283.438,77 44,64 61,8%
COE 76.664.579,09 38,33
Cana de fornecedores 20.967.321,96 38,83
COE cana própria 55.697.257,13 38,15
Depreciações 5.259.885,91 3,60
Remuneração do capital e terra 7.358.973,77 5,04
Custo industrial 40.852.796,42 20,42 28,3%
Operação industrial 21.369.759,11 10,68
6.400.000,00 3,20
Mão-de-obra
Insumos 3.409.759,11 1,69
Químico 2.074.438,65 1,04
Eletrodos 218.472,75 0,11
Lubrificante 323.444,00 0,16
Eletricidade 400.000,00 0,20
Embalagem 373.403,70 0,19
Manutenção 9.520.000,00 4,76
Material 6.473.600,00 3,24
Serviço 3.046.400,00 1,52
Administração industrial 2.040.000,00 1,02
Depreciação industrial 6.955.404,80 3,48
Custo de Capital industrial 12.527.632,51 6,26
Despesas departamento administrativo 14.360.000,00 7,18 9,9%
Mão-de-obra 4.438.120,00 2,22
Insumos e serviços 7.821.880,00 3,91
Capital de giro 2.100.000,00 1,05
Custo Total 144.496.235,19 72,25 100%
50
Tabela 26 – Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região de Expansão
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³
Custo da cana 334,89 326,05 583,75 531,62
COE 287,24 278,40 504,26 457,55
Cana de fornecedores 76,89 68,05 153,38 130,64
COE cana própria 210,35 210,35 350,87 326,92
Depreciações 19,86 19,86 33,14 30,87
Remuneração do capital e terra 27,79 27,79 46,36 43,19
Custo industrial 167,95 159,06 253,84 229,77
Operação industrial 86,70 77,81 140,91 124,55
Mão-de-obra 24,17 24,17 40,32 37,57
Insumos 18,87 9,98 27,77 19,13
Químico 11,99 3,10 21,71 13,48
Eletrodos 0,83 0,83 1,38 1,28
Lubrificante 1,22 1,22 2,04 1,90
Eletricidade 1,51 1,51 2,52 2,35
Embalagem 3,25 3,25 - -
Manutenção 35,95 35,95 59,97 55,88
Material 24,45 24,45 40,78 38,00
Serviço 11,51 11,51 19,19 17,88
Administração industrial 7,70 7,70 12,85 11,97
Depreciação Industrial 29,00 29,00 40,32 37,57
Custo de Capital Industrial 52,24 52,24 72,62 67,66
Custos departamento administrativo 54,23 54,23 90,46 84,29
Mão-de-obra 16,76 16,76 27,96 26,05
Insumos e serviços 29,54 29,54 49,28 45,91
Capital de giro 7,93 7,93 13,23 12,33
Custo Total 557,07 539,34 928,06 845,68
51
Tabela 27 – Resumo custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região de Expansão
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado Cana
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³ R$/tc
COE cana-de-açúcar 287,24 278,40 504,26 457,55 38,33
COT cana-de-açúcar 307,10 298,26 537,39 488,43 41,93
CT cana-de-açúcar 334,89 326,05 583,75 531,62 46,98
COE industrial 86,70 77,81 140,91 124,55 10,68
COE administrativo 54,23 54,23 90,46 84,29 7,18
COE agroindustrial 428,17 410,44 735,63 666,39 56,20
COT agroindustrial 477,04 459,31 809,08 734,83 63,28
CT agroindustrial 557,07 539,34 928,06 845,68 72,25
Preço médio 444,00 392,96 848,65 722,80
600 600
80,03
500 500 80,03
48,87
48,87
400 444,00 400
392,96
R$/t
R$/t
300 300
428,17 410,44
200 200
100 100
0 0
1.000 1.000
118,98
800 848,65 800 110,85
73,45
68,44
R$/m3
200 200
0 0
52
Modelo industrial de usina da região Expansão
53
Tabela 28 – Custos de produção agroindustrial do processamento da cana-de-açúcar: região
Tradicional
Descrição Total anual (R$) R$/tc Participação
Custo da cana 87.108.267,01 43,55 61,1%
COE 77.609.045,38 38,80
Cana de fornecedores 27.850.268,16 38,68
COE cana própria 49.758.777,22 38,87
Depreciações 3.512.934,59 2,74
Remuneração do capital e terra 5.986.287,04 4,68
Custo industrial 41.198.406,68 20,60 28,9%
Operação industrial 21.508.825,82 10,75
Mão-de-obra 6.400.000,00 3,20
Insumos 3.548.825,82 1,77
Químico 2.174.655,57 1,09
Eletrodos 218.472,75 0,11
Lubrificante 323.444,00 0,16
Eletricidade 400.000,00 0,20
Embalagem 432.253,50 0,22
Manutenção 9.520.000,00 4,76
Material 6.473.600,00 3,24
Serviço 3.046.400,00 1,52
Administração industrial 2.040.000,00 1,02
Depreciação industrial 7.029.140,43 3,51
Custo de Capital industrial 12.660.440,43 6,33
Despesas departamento administrativo 14.360.000,00 7,18 10,1%
Mão-de-obra 4.438.120,00 2,22
Insumos e serviços 7.821.880,00 3,91
Capital de giro 2.100.000,00 1,05
Custo Total 142.666.673,69 71,33 100%
54
Tabela 29 – Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Tradicional
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³
Custo da cana 317,90 306,53 555,56 501,84
COE 282,80 271,43 498,13 448,33
Cana de fornecedores 98,91 87,54 197,32 168,05
COE cana própria 183,89 183,89 300,81 280,27
Depreciações 12,98 12,98 21,24 19,79
Remuneração do capital e terra 22,12 22,12 36,19 33,72
Custo industrial 164,50 155,61 244,13 220,72
Operação industrial 85,00 76,11 135,75 119,75
Mão-de-obra 23,65 23,65 38,69 36,05
Insumos 18,62 9,73 27,18 18,58
Químico 11,89 3,00 21,49 13,28
Eletrodos 0,81 0,81 1,32 1,23
Lubrificante 1,20 1,20 1,96 1,82
Eletricidade 1,48 1,48 2,42 2,25
Embalagem 3,25 3,25 - -
Manutenção 35,18 35,18 57,55 53,62
Material 23,92 23,92 39,14 36,46
Serviço 11,26 11,26 18,42 17,16
Administração industrial 7,54 7,54 12,33 11,49
Depreciação Industrial 28,38 28,38 38,69 36,05
Custo de Capital Industrial 51,12 51,12 69,69 64,93
Custos departamento administrativo 53,07 53,07 86,81 80,89
Mão-de-obra 16,40 16,40 26,83 25,00
Insumos e serviços 28,91 28,91 47,29 44,06
Capital de giro 7,76 7,76 12,70 11,83
Custo Total 535,47 515,21 886,50 803,44
55
Tabela 30 – Resumo custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Tradicional
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado Cana
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³ R$/tc
COE cana-de-açúcar 282,80 271,43 498,13 448,33 38,80
COT cana-de-açúcar 295,78 284,41 519,37 468,12 41,55
CT cana-de-açúcar 317,90 306,53 555,56 501,84 46,23
COE industrial 85,00 76,11 135,75 119,75 10,75
COE administrativo 53,07 53,07 86,81 80,89 7,18
COE agroindustrial 420,86 400,60 720,70 648,96 56,74
COT agroindustrial 462,23 441,97 780,62 704,80 63,00
CT agroindustrial 535,47 515,21 886,50 803,44 71,33
Preço médio 444,00 392,96 848,65 722,80
600 600
73,24
500 500 73,24
41,36 41,36
400 444,00 400
392,96
R$/t
R$/t
300 300
420,86 400,60
200 200
100 100
0 0
1.000 1.000
105,88
800 800
848,65 59,93 98,65
55,84
600 600 722,80
R$/m3
R$/m3
400 400
720,70
648,96
200 200
0 0
56
Modelo industrial de usina da região Tradicional
57
Tabela 31 – Custos de produção agroindustrial do processamento da cana-de-açúcar: região
Nordeste
Descrição Total anual (R$) R$/tc Participação
Custo da cana 60.569.864,93 55,06 67,2%
COE 54.720.964,49 49,75
Cana de fornecedores 18.062.914,49 46,92
COE cana própria 36.658.050,00 51,27
Depreciações 1.959.300,44 1,78
Remuneração do capital e terra 3.889.600,00 3,54
Custo industrial 22.772.871,00 20,70 25,3%
Operação industrial 11.633.043,00 10,58
Mão-de-obra 3.773.000,00 3,43
Insumos 2.558.043,00 2,33
Químico 1.346.412,63 1,22
Eletrodos 120.160,01 0,11
Lubrificante 177.894,20 0,16
Eletricidade 220.000,00 0,20
Embalagem 693.576,15 0,63
Manutenção 4.510.000,00 4,10
Material 3.247.200,00 2,95
Serviço 1.262.800,00 1,15
Administração industrial 792.000,00 0,72
Depreciação industrial 3.976.896,00 3,62
Custo de Capital industrial 7.162.932,00 6,51
Despesas departamento administrativo 6.831.000,00 6,21 7,6%
Mão-de-obra 2.894.760,00 2,63
Insumos e serviços 2.781.240,00 2,53
Capital de giro 1.155.000,00 1,05
Custo Total 90.173.535,48 81,98 100%
58
Tabela 32 – Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³
Custo da cana 415,85 394,68 711,72 644,46
COE 376,72 355,55 643,47 580,87
Cana de fornecedores 131,46 110,29 215,70 182,31
COE cana própria 245,26 245,26 427,77 398,57
Depreciações 13,11 13,11 22,86 21,30
Remuneração do capital e terra 26,02 26,02 45,39 42,29
Custo industrial 162,52 153,63 248,92 225,19
Operação industrial 83,36 74,47 133,86 117,98
Mão-de-obra 25,24 25,24 44,03 41,02
Insumos 22,64 13,75 27,97 19,32
Químico 12,03 3,14 21,92 13,68
Eletrodos 0,80 0,80 1,40 1,31
Lubrificante 1,19 1,19 2,08 1,93
Eletricidade 1,47 1,47 2,57 2,39
Embalagem 7,15 7,15 - -
Manutenção 30,17 30,17 52,63 49,04
Material 21,73 21,73 37,89 35,31
Serviço 8,45 8,45 14,74 13,73
Administração industrial 5,30 5,30 9,24 8,61
Depreciação Industrial 28,26 28,26 41,08 38,27
Custo de Capital Industrial 50,90 50,90 73,98 68,93
Custos departamento administrativo 45,70 45,70 79,71 74,27
Mão-de-obra 19,37 19,37 33,78 31,47
Insumos e serviços 18,61 18,61 32,46 30,24
Capital de giro 7,73 7,73 13,48 12,56
Custo Total 624,08 594,01 1.040,35 943,92
59
Tabela 33 – Resumo custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste
açúcar branco açúcar VHP etanol anidro etanol hidratado Cana
Descrição
R$/t R$/t R$/m³ R$/m³ R$/tc
COE cana-de-açúcar 376,72 355,55 643,47 580,87 49,75
COT cana-de-açúcar 389,83 368,65 666,33 602,17 51,53
CT cana-de-açúcar 415,85 394,68 711,72 644,46 55,06
COE industrial 83,36 74,47 133,86 117,98 10,58
COE administrativo 45,70 45,70 79,71 74,27 6,21
COE agroindustrial 505,78 475,72 857,05 773,13 71,93
COT agroindustrial 547,15 517,08 920,98 832,70 71,93
CT agroindustrial 624,08 594,01 1.040,35 943,92 81,98
Preço médio 625,49 524,73 983,29 831,08
700 700
400 400
R$/t
R$/t
300 300
505,78 475,72
200 200
100 100
0 0
R$/t
600 600
857,05
400 400 773,13
200 200
0 0
60
Modelo industrial de usina da região Nordeste
Número de caldeiras 5
Produção de vapor 220
Consumo de vapor válvula redutora ‐ Sistema de entrega da cana pátio
Capacidade Produção Pressão (bar) Número de mesas de recepção 1
Caldeira 1 90 80 21 Sistema de acionamento turbina a vapor
Caldeira 2 60 50 21 Número de tratores (Recepção) 1
Caldeira 3 50 50 21 Número de pás carregadeiras 2
Caldeira 4 40 30 21
Caldeira 5 20 10 21 Sistema de extração moenda
Número de linhas de extração 1
Número de Geradores 3 Capacidades total de extração 9.500
Capacidade total de geração 17 MW Capacidade Nº ternos acionamento
Potência Turbina cons. (tv/hora) Linha 1 9.500 5 turbina a vapor
tipo 1 4 contrapressão
tipo 2 2 contrapressão Número de linhas de tratamento 1
tipo 3 3 contrapressão Decantação automatizada? não
Evaporação automatizada? não
Sistema de fermentação batelada Nº de efeitos da evaporação (açúcar) 4
Número de dornas de fermentação 18 Trat. separado de açúcar e álcool? não
Capacidade de fermentação (m³/h) 1.440
Possui fábrica de fermento na usina? não Tipo de cozimento batelada
Número de massas 3
Número de linhas de destilação 3 È automatizada? não
Capacidade total de destilação 200 Possui refinaria? não
Forma de aquecimento da coluna direto
Capacidade Desidratação Número de armazéns 1
Linha 1 120 Ciclo‐hexano Capacidade total de armazenagem 50000 t
Linha 2 80 Ciclo‐hexano Quantidade Capacidade
Armazém 1 1 50.000 t
Número de tanques 5
Capacidade total de armazenagem 16.000 Legenda
Quantidade Capacidade Àgua
Tanque 1 1 5.000 t Vapor
Tanque 2 3 3.000 t Bagaço
Tanque 3 1 2.000 t Processo
61
Os resultados econômicos obtidos pelas usinas não diferiu dos fornecedores de cana-
de-açúcar. Em geral, o preço de todos os produtos foi suficiente apenas para o pagamento do
COE e parte da depreciação. Com exceção do açúcar branco no Nordeste, em nenhum outro
caso observou-se lucro econômico para os produtos considerados. Os maiores custos
envolvidos na produção da região Nordeste foram compensados por melhores níveis de
preços, o que contribuiu para os bons resultados da região, destacadamente para o açúcar
branco cujos preços foram suficientes para cobrir o CT. Um resultado particularmente
interessante no levantamento da safra 2008/2009 refere-se à matéria-prima da região Nordeste
com qualidade superior em teor de açúcares à região Centro-Sul, o que também contribuiu
positivamente para os resultados competitivos da região quando comparados4.
Nessa safra, a região Centro-Sul Expansão foi particularmente prejudicada em relação
à região Centro-Sul Tradicional em função das maiores perdas industriais, as quais mais que
compensaram a melhor qualidade de matéria-prima observada na primeira região. Além disso,
os maiores custos na produção de matéria-prima, com participação maior de cana própria
penalizaram os resultados da região Centro-Sul Expansão. Enquanto a região Centro-Sul
Tradicional cobriu o COE da sua produção de açúcar, a produção de etanol obteve melhores
resultados, suficientes para cobrir o COT. Na região Centro-Sul Expansão obteve piores
resultados econômicos, o COT foi coberto apenas para a produção de etanol anidro, sendo que
a produção de açúcar VHP obteve prejuízos líquidos com o preço insuficiente para cobrir o
COE.
4 CONCLUSÕES
Com base nos resultados aferidos para a safra 2008/09, conclui-se que como na safra
2007/2008, o setor sucroenergético não obteve bons resultados econômicos. Os preços pagos
aos fornecedores de cana-de-açúcar continuaram insuficientes para cobrir todos seus fatores
de custos econômicos, sendo suficientes apenas para arcar com seus custos operacionais. Em
relação ao açúcar e etanol a situação não é diferente. O etanol, em geral, possuiu melhor
remuneração que o açúcar, entretanto na maioria dos casos não conseguiu também cobrir os
custos de depreciação e de oportunidade do capital.
Em comparação a safra 2007/08, vale ressaltar algumas conclusões:
• Fornecedores:
o Houve um impacto do aumento de custo em função da elevação dos preços dos
insumos agrícolas em todas as três regiões analisadas;
o Tanto os custos com Arrendamentos quanto com Remuneração da terra foram
afetados positivamente (aumento) devido à elevação dos preços dos contratos de
4
Os resultados do Nordeste na safra 2008/09 apresentam viés em relação ao estado de Alagoas onde houve
excelente índice de resposta das usinas locais em função do apoio do SINDAÇÚCAR-AL ao projeto
CNA/PECEGE/ESALQ.
62
arrendamentos praticados, do valor do quilograma do ATR e da quantidade de ATR
por tonelada de cana-de-açúcar;
o Na região Tradicional observou-se um impacto negativo (diminuição) dos custos por
unidade (R$/t) devido ao substancial aumento de produtividade dos canaviais dos
estados do Paraná e São Paulo;
o Houve um impacto negativo (diminuição) no COE devido a metodologia de inclusão
da remuneração do proprietário no COT. Por outro lado, houve um impacto positivo
(aumento) do COT dos fornecedores;
o Quanto ao item Remuneração do capital, nota-se uma elevação de custos, devido a
adequação da metodologia ao valuation da lavoura, conforme apresentado na
Introdução deste documento.
• Usinas:
o As conclusões econômicas para as usinas podem ser entendidas de forma semelhante
aquelas apontadas para a cana-de-açúcar dos fornecedores. Ressalta-se, neste caso,
para um melhor ajuste dos custos alocados no item Despesas administrativas, dado o
maior número de observações sobre salários e outras despesas relacionadas à área
administrativa agrícola;
o A queda da qualidade de matéria-prima processada foi fator determinante para a
perda de rentabilidade das unidades industriais na safra 2008/09;
o Os custos de mão-de-obra na região Centro-Sul foram inferiores aos observados na
safra anterior em função da expansão de moagem das usinas e provável política de
contenção de custos de salários após sucessivas safras com resultados econômicos
desfavoráveis;
o Na safra 2008/2009, a redução de custos de insumos industriais contribuiu para
redução de custos;
o Os custos de manutenção industrial aumentaram em todas as regiões. As prováveis
razões para o aumento são: maior taxa de utilização das unidades industriais em
função do aumento de moagem e o aquecimento da demanda por os prestadores de
serviço de manutenção industrial em função dos grandes investimentos em novas
unidades industriais.
64
5 REFERÊNCIAS
ALVES, L.R.A; BALLAMINUT, C.E.C.; OSAKI, M.; RIBEIRO, R.G.; SHIOMI, G.M.
Viabilidade econômica da produção de algodão, soja e cana-de-açúcar no estado de
Goiás. XLVI Congresso da SOBER. Rio Branco, 2008.
65
<http://www.coplana.com/gxpfiles/ws001/design/RevistaCoplana/2009/fevereiro/pag05.pdf>
Acesso em 15 nov 2009.
COSTA, J.A.B; PONCIANO, N.J; SOUZA, P.M. Avaliação Da Sistemática De Cálculos Para
Efeito De Pagamento De Cana Pelos Açúcares Totais Recuperáveis (Atr) Nos Estados Do Rio
De Janeiro, Espírito Santo E São Paulo.SOBER. Rio Branco – Acre, 20 a 23 de julho de 2008
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. CD-ROM.
GOMES, T.S.; DUARTE, S.L.; RIBEIRO, K.C.S. Política de estoques: análise de uma
empresa sucroalcooleira. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2008.
67
ANEXOS
68
6 A
ANEXO A – Metodollogia
O métoddo de cálcullo de custoss de produçãão utilizadoo foi uma deerivação do método doo
custoo operacional descrito por
p Matsunnaga et al. (1 1976). Para os três proddutos analissados foram
m
menssurados os Custos Opperacionais Efetivos (C COE), Custtos Operaciionais Totaiis (COT) e
Custos Totais (C CT). Dentroo do COE devem
d estarr contidos toodos os custos desemb bolsáveis doo
cicloo produtivo agroindusttrial, sejamm eles variááveis ou fixxos. Citam--se nesta categoria
c ass
operaações com máquinas e implemenntos, mão-d de-obra, insumos, desspesas admiinistrativas,,
arrenndamentos e manutennções. Som mando-se ao a COE as a depreciaações de maquinário,
m ,
benfe
feitorias e eqquipamentoos (imobilizzados da em mpresa), obttêm-se o CO OT. Por fimm, ao seremm
consiiderados os custos de oportunidad
o de da terra e do capital investido,
i cchega-se o CT.
C
Estes cállculos de cuusto de proddução de caana-de-açúcar, açúcar e etanol tam mbém foram m
desennvolvidos com
c base nos
n estudos de Fernan ndes (2003), Moraes (22008), Assiis (2007) e
Césaar (2008).
1. Cálculo do Custo
C de Prrodução Aggrícola (Ca
ana-de-açúccar)
O custo operacionall efetivo agrrícola foi ob btido pela soma dos cuustos com ass operaçõess
agríccolas, custoss administraativos e gastos com arrrendamento (equação 1).
(1)
Ondee:
COE = custo operaacional efetivoo, em R$;
Ri = custo da operação
OPER o i, em
m R$;
ADM
M = custos admministrativos, em
e R$;
ARRE
END = gasto total
t com arrenndamentos, em
m R$.
(2)
Ondee:
i = opperação em quuestão;
OPER Ri = custo da operação
o i, em
m R$;
cMAQ = coeficiente de utilização da máquina e//ou equipamen nto na operação i;
PHM = preço da máquina
m e/ou equipamento
e u
utilizados na operação
o i, meedido em reais por hora (R$
$/h), reais porr
quilômetroo (R$/km) ou reais por toneelada de cana (R$/t);
699
cMOB = coeficientte de utilizaçãão da mão-de-oobra na operação i;
PMOB = preço da mão-de-obra
m u
utilizada na opperação i, med
dido em reais por
p dia trabalhhado (R$/dia));
cINS = coeficientee de utiliação (dose) do insuumo na operação i;
PINS = preço do innsumo utilizaddo na operaçãão i, medido em reais por unnidade de dose (R$/t, R$/kg g, R$/L, etc.);
HA = número dee hectares em que a operaçãão i foi realizaada.
Os custoos administrrativos se reeferem aos gastos com m salários (ppessoal adm ministrativo,,
contaador, ajudaantes, pró-llabore do proprietário
p o, etc.), maateriais de escritório, seguros e
manuutenções dee benfeitoriaas, contas diretas
d em geral
g (luz, ággua, telefonne, etc.), alimentação e
serviiços aos funncionários (m
médicos, oddontológicos, etc.), exppressos na equação (3):
(3)
Ondee:
ADMM = custos admministrativos, em R$;
SAL = gasto com m salários, incllusive encargoos, em R$;
MAT = gastos com materiais de d escritório, em
e R$;
SEG = gasto com m seguros de benfeitorias
b aggrícolas, em R$;
R
MAN = gasto com m manutenção de benfeitoriaas agrícolas, eme R$;
CONTT = gasto com
m contas em geeral, em R$;
ALIM
M = gasto comm alimentação dos funcionárrios, em R$;
SERV
V = gasto comm serviços subsidiados para os funcionários, em R$;
OUTRR = gasto com
m outros custos administratiivos relevantes, em R$.
O arrenddamento é considerado
c o no COE quando
q o prrodutor efettivamente produzir
p em
m
terras arrendadaas, ou seja, quando o arrendamen nto for caraacterizado como um desembolso
d o
direto. Em gerall, estas desppesas são exxpressas em
m função doo Açúcares Totais Recu uperáveis –
ATR R padrão regional, do preço pagoo pelo quilo ograma de ATR, e doo preço estiipulado noss
contrratos de arrrendamentoo. A multipllicação destes três fatoores resultaa em uma medida,
m em
m
reais por hectarre (R$/ha), que designna o custo dod arrendam mento de 1 (um) hectaare de terraa
(equaação 4).
(4)
Ondee:
ARREEND = gastto total com arrrendamentos,, em R$;
cATRPADRÃO
P = coeeficiente padrãão fixado na região
r em análise, medido em
e quilogrammas de ATR po or tonelada dee
canna (kg ATR/t);
PATR = preço do quilograma
q dee ATR praticaado na região em análise, medido
m em reaais por quilograma de ATR R
(R$/kg AT TR);
PARRENND = quantiddade acordadaa no contratoo de arrendam mento praticaado na regiãoo em análise, medido em m
toneladaas de cana por hectare (t/ha));
HA = número de heectares arrenddados.
700
irrigaação na culltura da canna-de-açúcaar, pois estee pode ser empregadoo em outrass atividadess
existtentes na proopriedade (eequação 5).
(5)
Ondee:
COT = custo operacional total, em R$.
COE = equação (1)).
Di = depreciação
d do item i, mediida em reais por
p tonelada dee cana (R$);
Em todoos os casos foi estimaddo o montan nte de capittal investidoo em cada item,
i sendoo
depreeciado seguundo uma vida
v útil préé-determinaada, no quaal o resultaddo é expostto em reaiss
(R$), conforme a equação (6):
(
(6)
Ondee:
i = beenfeitorias, mááquinas e equiipamentos ou equipamentoss de irrigação e fertirrigaçãoo;
Di = depreciação
d do item i, mediida em reais por
p tonelada dee cana (R$);
VI = valor
v inicial de
d i, em R$;
VR = valor residual de i, em R$;
vu = vida
v útil de i, medida em annos;
G% = grau de utilização de i paraa a cultura da cana-de-açúca
c ar, medido emm termos perceentuais.
(7)
Ondee:
CT = custo total, emm R$;
COT = equação (5));
COPteerra = custo dee oportunidadee da terra próppria, em R$;
COPcapital
c = custo de
d oportunidadde do capital investido,
i em R$;
(8)
Ondee:
COPteerra = custo dee oportunidadee da terra próppria, em R$;
ATRpaadrão = quantiddadede ATR fixa estipuladda nos contrattos de arrendaamento da reggião analisadaa, medido em
m
quilogrramas de ATRR por toneladaa de cana (kg ATR/t);
A
PATR = preço do ATR A praticadoo, medido em reais por quilograma de AT TR (R$/kg AT TR);
Parrendd = preço do arrendamento
a praticado, meedido em tonelladas de cana por hectare (tt/ha);
HAprópprio = número de hectares cuultiváveis.
71
(9)
Ondee:
i = fundação
f da laavoura, equipamentos de irrrigação/fertirrrigação, máquuinas e implem
mentos ou ben
nfeitorias;
COPcapital
c = custo d
de oportunidadde do capital i
investido, em R$;
CI = capital
c investiido em i, em R$;
R
r = taaxa de juros, medida
m em perrcentual ao anno (% a.a.).
2. Cálculo do custo
c de proodução ind
dustrial (açú
úcar e etan
nol)
(10)
Ondee:
COEinnd = custo opeeracional efetivvo do processsamento indusstrial da cana (R$/t);
(
MO = custo total dee mão-de-obraa (R$/t);
II = cuusto dos insum
mos industriaiis (R$/t);
MI = custo de manuutenção indusstrial (R$/t);
AI =ccusto de adminnistração induustrial (R$/t).
O grupo de custos referente à mão-de-ob bra foi deterrminado emm duas etap pas distintass
no leevantamentoo de dados. A primeiraa etapa consistiu na decclaração direeta dos custtos totais dee
mão--de-obra inddustrial da unidade
u inddustrial na safra
s 2008/22009. A seegunda etap pa consistiuu
5
O ART
A é uma medida
m represeentativa do teoor de açúcarees contido na cana-de-açúcar enquanto o ATR é umaa
medidda para pagam mento de cana e representa o teor de açúccares contido na
n cana-de-açúúcar descontaada das perdass
industtriais médias inerentes
i do processamento
p o da matéria-pprima.
722
no detalhamentoo dos custoos de salárioos por nívell de cargo, número de funcionário os em cadaa
cargoo, nível de salário,
s encaargos traballhistas, bônu
us assim como apresenntado na equ
uação (11).
(11)
Ondee:
c = cargo;
p = período (safra ou entrressafra);
MO = custo total de mão-dee-obra (R$/t);
QFc,p = quantidaade de funcionnários ocupanndo determinad do cargo em cada
c período;
NMp = número de meses de cada
c período (unidades);
(
Sc = salário médio
m mensal do cargo (R$$/mês);
Ec =encargoss trabalhistas médios
m mensaais relativos ao
o cargo (R$/m
mês);
Bc = bônus saalarial médio mensal do carrgo (R$/mês);
M = moagem m da usina na safra
s (toneladdas de cana).
A divisão dos custos de mão-dee-obra entree os tipos dee açúcar e eetanol foi deefinida peloo
rateioo dos custtos via ponnderação do d mix de produção de cada produto, callculado viaa
quanntidade totall de ART alocada
a para produção de cada prroduto incluuindo a quaantidade dee
perdaas industriaais. O mix de
d produçãoo de cada tippo de açúcaar é definiddo pela equaação (12), e
de caada tipo de etanol
e é deffinido pela equação
e (13
3).
çú
çú ,
çú (12)
,
(13)
Ondee:
Partaççúcar_tipo = proporção doos ARTs totais da cana proccessada alocadda a produçãoo de cada tipo de
açúcar (VHP P ou branco);
Partettanol_tipo = proporção doos ARTs totais da cana proccessada alocadda a produçãoo de cada tipo de
etanol (anidrro ou hidrataddo);
M = quantidade ded cana-de-açúúcar processad da em t;
Qteaçúúcar_tipo = quantidade dod tipo de açúccar (VHP ou branco)
b produuzido em t;
Polaçúúcar_tipo = polarizada doo tipo de açúccar (VHP ou branco)
b produzzido;
Martcana
c = ART (açúcarres redutores totais)
t médio da cana-de-aççúcar em kg/t;
PerdaasLBTI = perdas indusstriais comuns (soma das peerdas de lavagem, extração, torta e
indeterminaddas) em % do ART total daa cana;
Qteetanol_tipo = quantidade ded tipo de etannol (anidro e hidratado)
h prodduzida em m³;
CAetannol_tipo = concentraçãoo alcoólica do tipo de etano ol (anidro e hiddratado) em % de massa;
rendfeerm = rendimento prático
p d processo de fermeentação em %;;
efdest = eficiência doo processo de destilação emm %;
0,64755 = coeficiente de
d conversão de d ART em etaanol em L etaanol puro/kg A ART
0,95 = coeficiente de
d transformaçção de Pol em ART
733
Nas equações (12) e (13), os numeradores representam a quantidade de ART
equivalente dos produtos finais, mais perdas na destilaria para o caso do etanol. Já o
denominador refere-se à quantidade de ART contido na cana-de-açúcar processada menos as
perdas industriais comuns (lavagem, bagaço, torta e indeterminada).
Para a criação de um indicador comum a todas as usinas, a proporção de mão-de-obra
relativa à produção de açúcar e etanol foi então calculada pelas equações (14) e (15),
respectivamente.
çú
çú (14)
çú
(15)
Onde:
MOaçúcar_tipo = custos de mão-de-obra na produção de cada tipo de açúcar em R$ por t;
MOetanol_tipo = custos de mão-de-obra da produção de cada tipo de etanol em R$ por m³;
Partaçúcar_tipo = mix de produção de cada tipo de açúcar;
Partetanol_tipo = mix de produção de cada tipo de etanol;
MO = custo de mão-de-obra (R$/t);
M = moagem de cana da usina na safra em t;
Qteaçúcar_tipo = quantidade de cada tipo de açúcar produzido em t;
Qteetanol_tipo = quantidade de cada tipo de etanol produzido em m³;
Onde:
o = operação industrial;
i = insumo utilizado;
t = tipo de produto
II = custo dos insumos industriais (R$/t);
QIo,p,i = quantidade insumo i utilizado na operação o para produção do produto p;
Po,i = preço médio pago pelo insumo i utilizado na operação o (R$/unidade);
M = moagem de cana da usina na safra em t.
Na delimitação de escopo dos custos industriais de manutenção, definem-se como
manutenção as operações de reparo de avarias e desgastes em equipamentos sem que ocorra
grande alteração de configuração. Exemplos típicos definidos como operações de manutenção
foram: reforma de moendas, motores, bombas, reparos de tubulações, instalações elétricas,
válvulas, pinturas e limpeza de equipamentos e prédios. Essa delimitação foi definida para
que não houvesse a sobreposição entre os custos de manutenção industrial e os custos de
investimentos industriais de expansão ou de depreciação de equipamentos. Foram delimitadas
74
como investimentos as operações de reforma com grandes mudanças de configuração de
equipamentos ou, aquisição de novos equipamentos e benfeitorias.
Assim, o custo total de manutenção do processamento industrial da cana-de-açúcar é
definido pela quantidade de itens de manutenção multiplicado pelo preço unitário de cada
item, os quais são classificados por operação industrial e grupo (materiais ou serviço)
conforme se observa na equação (17).
∑ ∑ , , , , (17)
Onde:
o = operação industrial;
g = grupo de custo (material ou serviço);
i = item de manutenção
MI = custo de manutenção industrial (R$/t);
PUMo,g,i = preço unitário de manutenção de cada item de manutenção i;
QMo,g,i = unidades de cada item de manutenção i;
M = moagem de cana da usina na safra em t.
Para a alocação dos custos dos insumos e manutenção industriais entre os diferentes
produtos (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol hidratado) foram definidas três
etapas. Em cada etapa se define uma parcela de custo de cada produto. Na primeira etapa o
item de custo (insumo ou item de manutenção) já é definido diretamente para o açúcar
branco, açúcar VHP, etanol anidro ou etanol hidratado. Na segunda etapa, os custos são
definidos para uma operação industrial exclusiva para a produção do açúcar ou do etanol.
Nesse caso, ocorre a especificação do grupo de produto (açúcar ou etanol) produzido, mas
não do produto (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol hidratado).
Conseqüentemente a parcela de custo de cada produto é calculada pela multiplicação do
custo do grupo de produto (açúcar ou etanol) pelo mix de produção de cada produto em
relação ao seu grupo (açúcar ou etanol). Na terceira etapa o custo é alocado a um processo
industrial comum a todos os produtos. Dessa forma, a terceira parcela de custo de cada
produto é calculada pelo produto entre o custo da operação industrial e o mix de produção do
produto – equações (12) e (13). O somatório das três parcelas de custos de cada produto
define um custo total da produção (em R$) o qual ao ser dividido pela produção de cada
produto cria um indicador de custo em R$ por unidade de produto (m³ o grupo etanol e t para
o grupo açúcar).
Para a composição final dos custos operacionais industriais é preciso adicionar o custo
administrativo industrial, o qual é dividido em grupos de custos administrativos anuais,
calculado conforme a equação (18).
∑ ∑ , (18)
75
Ondee:
AI = cuustos administrativos do deepartamento inndustrial em R$/t;
R
CAs,p = grrupos de custoos administrattivos em R$ divididos
d por grupo
g s e períoodo p
mesessp = núúmero de messes por períoddo p (safra e enntressafra)
s = cllasse de custo s
M = m
moagem de canna da usina naa safra em t
Para a alocação
a doos custos addministrativ
vos à produução de cadda tipo de açúcar
a ou a
etanool utilizou-sse o mesmoo critério de rateio deteerminado peelas equaçõees (12) e (13) e a idéiaa
de cáálculo de cuusto por unidade de prroduto proposta por (144) e (15). E Esses mesm mos critérioss
tambbém são váliidos para oss itens de cuustos deprecciação e cussto de capitaal.
O métoddo de deprreciação addotado foi o da deprreciação linnear, por questões q dee
simpplificação da coleta dee dados. Oss custos dee investimenntos industtriais foram m estimadoss
baseaados nos cuustos de invvestimentos de uma un nidade comppleta nova, em reais por toneladaa
de caana-de-açúccar processaada. O mesm mo critério foi adotadoo para o vaalor residual do capitall
depreeciado, umaa vez que, em teoria, caso as dep preciações anuais das instalaçõess industriaiss
sejam
m continuam mente repoostas, os eqquipamento os são manntidos como novos, conforme
c a
equaação (20):
(20)
Ondee:
a = grupo de prooduto (açúcar ou etanol);
DII = depreciação do investimennto industrial (R$/t);
(
VIa = valor do inveestimento induustrial destinaado à produção
o de a (em R$$/t);
VRa = valor residuaal do investim
mento industriaal destinado à produção de a (em R$/t);
VU = vida útil estiimado no inveestimento induustrial (medidaa em anos).
O valor de investim
mento considderado, e allocação de custos
c para açúcar e ettanol foram
m
os mesmos
m adootados paraa os cálculoos de custo
os de depreeciação. Deessa forma o custo dee
766
oporttunidade dod capital investido
i p
para o processamentoo industriall foi calcu
ulado comoo
indiccado pela eqquação (22):
(22)
Ondee:
a = tippo de grupo ded produto (aççúcar ou etanool);
COI = custo de opoortunidade do capital investtido nas installações industriiais (em R$/t));
VIa = valor do inveestimento induustrial destinaddo à produção
o de a (em R$//t);
r = taaxa de juros reeal do período (em % a.a.).
3. Cálculo do custo
c de proodução adm
ministrativ
vo
(24)
Ondee:
CTadmm = custos tootais do deparrtamento admiinistrativo (R$$/t);
MOa = custos comc mão-de-obra do departaamento admin nistrativa (R$//t);
DAD = custos ccom despesas administrativa
a as diversas do
o departamentoo administratiivo (R$/t);
CFCG G = custos financeiros
f com m capital de giro
g (R$/t).
777
Os custos de mão-de-obra e com despesas diversas do departamento administrativo
foram destacados de forma análoga aos do departamento industrial, e são apresentados pelas
equações (25) e (26) respectivamente.
∑ (25)
∑ ∑ (26)
Onde:
c = cargo;
MOa = custo total de mão-de-obra do departamento administrativo (R$/t);
QFac = quantidade de funcionários do departamento administrativo em cada cargo;
Sac = salário médio mensal do cargo (R$/mês);
Eac = encargos trabalhistas médios mensais relativos ao cargo (R$/mês);
Bac = bônus salarial médio mensal do cargo (R$/mês);
M = moagem da usina na safra (toneladas de cana)
12 = número de meses do ano.
DAD = custos administrativos diversos do departamento administrativo (R$/t);
CAas = custos de cada grupos de custos administrativos s do departamentos administrativo (R$)
s = classe de custo s
M = moagem da usina na safra (em toneladas)
Onde:
CFCG = custos financeiros com capital de giro (R$/t);
f = financiamentos de capital de giro obtidos ao longo da safra
FCGf = valor financiado de capital de giro no financiamento f (R$)
PFf = duração do financiamento f (meses)
TFf = taxa de juro praticada pelo financiamento f (% a.m)
M = moagem da usina na safra (toneladas de cana)
78
4. Cálculo do custo do açúcar e etanol
O cálculo do custo do açúcar e etanol é realizado pela soma dos custos agrícolas,
industriais e administrativos ponderados pelo mix de produção de cada produto, como
apresentado nas equações (12) e (13).
O custo da tonelada de cana processada é calculado pela soma entre média ponderada
da participação entre o preço da cana pago ao fornecedor e o custo de produção da própria da
usina, com destacado na equação (28).
ç (28)
Onde:
CTcana = custo total da cana (R$/t)
CT = custo total de produção da cana própria (R$)
PPCprop = participação percentual de cana própria na moagem da usina (%)
Preçocana = preço médio pago pela cana (R$/t)
PPCforne = participação percentual de cana de fornecedores na moagem da usina (%)
çú
çú çú
(29)
çú
(30)
Onde:
CTaçúcar_tipo = custo total de cada tipo de açúcar produzido (R$/t de açúcar)
CTetanol_tipo = custo total de cada tipo de etanol produzido (R$/m³ de etanol)
CTindaçúcar_tipo = custo total industrial de cada tipo de açúcar produzido (R$/t de açúcar)
CTindetanol_tipo = custo total industrial de cada tipo de etanol produzido (R$/m³ de etanol)
CTadm = custo total do departamento administrativo das unidades agroindustriais (R$/t)
CTcana = custo total da cana (R$/t)
Partaçúcar_tipo = mix de produção de cada tipo de açúcar;
Partetanol_tipo = mix de produção de cada tipo de etanol;
M = moagem da usina na safra (toneladas de cana);
Qteaçúcar_tipo = quantidade de cada tipo de açúcar produzido (t);
Qteetanol_tipo = quantidade de cada tipo de etanol produzido (m³);
79
ANEXO B – Questionário administrativo
SALÁRIOS
Nome da empresa: Data:
Localização (Cidade): UF:
Nome do entrevistado: Cargo
Telefone: Celular:
E-mail:
Número de
Número de Bônus e
Função funcionários Salários Encargos Unidade
funcionários safra horas extras R$/ano
entressafra
Diretor
Superintendente
Gerente
Gestor
Coordenador
Profissional de nível superior
Analista
Encarregado
Técnico especializado
Técnico
Assistente
Auxiliar
INSUMOS ADMINISTRATIVOS
Nome da empresa:
Localização (Cidade):
Nome do entrevistado:
Telefone:
E-mail:
80
FINANCEIRO
Nome da empresa: Data:
Localização (Cidade): UF:
Nome do entrevistado: Cargo
Telefone: Celular:
E-mail:
COMERCIALIZAÇÃO
Nome da empresa: Data:
Localização (Cidade): UF:
Nome do entrevistado: Cargo
Telefone: Celular:
E-mail:
estoque
estoque fim
Mês início de mar/08 ... abr/09 Médias
de safra
safra
branco ...
Açúcar
VHP ...
(sacas 50Kg)
outros ...
Produção
anidro ...
Etanol
hidratado ...
(m³)
outros ...
branco ...
Açúcar
VHP ...
(sacas 50Kg)
outros ...
Vendas
anidro ...
Etanol
hidratado ...
(m³)
outros ...
branco ...
Açúcar
VHP ...
(t ou sacas)
outros ...
saldos
anidro ...
Etanol
hidratado ...
(m³)
outros ...
branco ...
Açúcar
VHP ...
(R$/saca 50Kg)
Preço médio de outros ...
venda anidro ...
Etanol
hidratado ...
(R$/m³)
outros ...
81
CRONOGRAMA COMPRA DE INSUMOS
Nome da empresa: Data:
Localização (Cidade): UF:
Nome do entrevistado: Cargo
Telefone: Celular:
E-mail:
82