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Grupo 10- Andreia Moura, Bruno Neves, João Santos, Mariana Gonçalves e Pedro Seguro.

Reflexão aula
15 de março de 2023. Mestrado em Ensino da Educação Física, 2ºano.

Emprego ou profissão de docente?

Para que possamos nos dias de hoje ter uma profissão de docente valorizada, com
reconhecimento e com condições financeiras, higiénicas e materiais, foi necessário no
passado lutar bastante.
E agora, perguntam vocês como é que sabemos que ser docente não passa de um
mero emprego e não de uma profissão? Num mero emprego, o trabalhador tem de cumprir
as ordens do patrão e seguir as suas regras, onde apenas desempenham uma tarefa
comandada, já numa profissão, somos os autores do nosso trabalhado, lutamos e estamos
todos preocupados com aquilo que fazemos. Nesta, temos todos de contribuir para dar
bom nome e para que os outros reconheçam a importância do que nós fazemos. É uma
construção coletiva, onde todos têm o mesmo objetivo.
Para que possamos fazer esta análise e perceber que a docência é uma profissão
foi necessário que as pessoas passassem a ter consciência que a profissão de docente é de
todos, que tem de ser bem tratada e que por isso tinham de se associar para resolver
problemas, discutir ideias e melhorar a profissão, surgindo assim, o movimento
associativo. Qualquer profissão que exista tem por base um movimento associativo, sendo
este, quem gere as profissões. No entanto, para que o mesmo funcione é necessário haver
participação para que possamos perceber o que está mal e o que é importante melhorar, é
necessário estarmos abertos e disponíveis para colaborar e não sermos individualistas na
construção da profissionalidade.
Foi através dos media, com a criação do jornal mensal da educação e com o jornal
se começou a perceber que as pessoas estavam preocupadas em debater os problemas da
educação e dessa forma, que era preciso fazer mais.
Mas nem sempre foi assim. Comecemos do início. Durante a monarquia, havia
diversas associações pois os professores pensavam de maneira diferente, em função dos
seus interesses e necessidades onde cada grupo se agrupava consoante os seus objetivos
havendo dessa forma várias profissões de professores e não apenas uma. O professor nesta
altura tinha apenas de fazer o aluno amar a deus e a pátria e obrigá-los a confessarem-se
e a comungarem. Não havia condições higiénicas nem pedagógicas, havia falta de
professores, falta de escolas e uma discrepância de vencimentos. Já durante a república,
o professor tinha que defender o regime e os valores republicanos, tendo como atividade
ser sacerdote de religião e missionário de missão e o aluno tinha a obrigação de ser um
Grupo 10- Andreia Moura, Bruno Neves, João Santos, Mariana Gonçalves e Pedro Seguro. Reflexão aula
15 de março de 2023. Mestrado em Ensino da Educação Física, 2ºano.

bom cidadão, consciente dos seus direitos e deveres, amar a pátria, a nação e a bandeira
nacional.
Com a entrada do estado novo, houve impedimento e bloqueio do movimento
associativo, tornando os professores meros funcionários do estado, que não podiam
discutir ideias, interesses, nem se podiam assumir coletivamente, o que levou a uma
fragmentação e os professores deixaram de ter a profissão de professor e passaram a ter
a profissão da sua disciplina e do seu ciclo. Nesta altura, apesar de ter havido a criação de
várias escolas, não foram criados espaços para educação física pois eram caros, o que
desvalorizou mais uma vez esta disciplina tão importante. Nesta altura os professores
tinham de acreditar no papel social da escola e no poder desta para mudar a sociedade e
tinham de desenvolver a personalidade nos alunos, respeitado os direitos dos mesmos, no
entanto eram mal pagos, servindo apenas para as mulheres não ficarem e casa e o homem
ter um complemento no salário.
Foi com a criação do movimento associativo de Educação Física, com a criação
da SPEF e da CNAPED, que se começou a ver a Educação Física de forma diferente,
passando a haver várias manifestações e congressos, vários estudos, debates e começou-
se a discutir os problemas, as condições de trabalho, competências essenciais e identidade
académica e profissional, o que levou a uma mudança positiva e uma reconstrução e
desenvolvimento da Educação Física. Já em 1988 surgiram os Programas Nacionais de
Educação Física que subscrevem propostas sobre os fatores de desenvolvimento da
Educação Física no que se refere ao sistema escolar e à formação de professores que foi
essencial.
Ser professor não é apenas ter conhecimentos e formação, é necessário ter
vocação, ser resiliente, amar a profissão e deve desempenhar virtudes como a sinceridade,
a justiça, a humildade, trabalho, ordem, entre outras para que o tralhado seja realizado
com excelência. Foi preciso lutar bastante para que a mesma fosse valorizada e fossem
criadas condições tanto para os alunos como para os professores, que fossem criadas
soluções e propostas para que esta disciplina fosse abordada da melhor formas possível e
que fosse vista como uma disciplina como outra qualquer, digna de profissão de decente.

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