Você está na página 1de 127

A religião no século:

vivências e devoções dos leigos


Mana de Lurdes Rosa

CONDES, MOÇARABES E INFANÇÕES EM


CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE RELIGIOSA
A CONDESSA MUMADONA DIAS (F 968?) pertencia, p o r sangue e p o r casa- Dos dons aos santos ao
m e n t o , às principais famílias condais que, n o século x, g o v e r n a v a m o t e r r i t ó -
rio de E n t r e D o u r o e M i n h o : filha do c o n d e D i o g o Fernandes, p o d e r o s o esplendor sagrado: a
m a g n a t e galego possivelmente v i n d o para o Sul e m c o m p a n h i a d o p r í n c i p e religiosidade da condessa
B e r m u d o O r d o n h e s , casara c o m o c o n d e H e r m e n e g i l d o , o u M e n d o G o n ç a l - Mumadona
ves de P o r t u c a l e (já falecido e m 950), q u e terá g o v e r n a d o a região p o r t u c a -
lense d u r a n t e a l g u m t e m p o 1 . N ã o era, p o r é m , u m simples m e m b r o deste
g r u p o : «pela nobreza da sua família e pelas suas ligações c o m a corte de Leão,
b e m c o m o pelos seus vastos d o m í n i o s , M u m a d o n a foi, n o século x, a d a m a
mais rica e poderosa d o N o r o e s t e peninsular» 2 . As linhas principais da sua
existência, b e m c o m o as características sociais e a actuação política d o g r u p o
social a q u e pertencia, são j á conhecidas, na sequência dos trabalhos de José
M a t t o s o 3 . A q u i , p r e t e n d e m o s antes sintetizar os dados disponíveis e m t o r n o
de u m a outra v e r t e n t e , m e n o s estudada mas i g u a l m e n t e i m p o r t a n t e — as o p -
ções e os c o m p o r t a m e n t o s religiosos destes leigos.
A historiografia tradicional apresenta-os c o m o sombras, figuras esbatidas
pelos grandes vultos de religiosidade e x e m p l a r da época: os m o n g e s , incansá-
veis r e f o r m a d o r e s e evangelizadores de u m m u n d o v i o l e n t o e caótico, e al-
guns bispos da m e s m a cepa, q u e t e n t a v a m salvar essa «Igreja e m p o d e r dos
leigos», para glosarmos a expressão dos grandes divulgadores desta leitura,
Augustin Fliche e V i c t o r M a r t i n 4 . A p e r s o n a g e m de M u m a d o n a servir-nos-á
de fio c o n d u t o r n u m a outra perspectiva, u m a vez que, graças à existência de
algumas fontes significativas a este p r o p ó s i t o , nos chega de f o r m a mais nítida
d o q u e a maioria das outras m u l h e r e s e h o m e n s seus coevos; p e r m i t i r - n o s - á
assim tentar d e m o n s t r a r que, de facto, j á então os leigos reflectiam e agiam
e m f u n ç ã o de u m a religiosidade própria, n ã o e x a c t a m e n t e a m e s m a dos cléri-
gos, n e m u n i c a m e n t e p o r estes dirigida.
O nosso estudo articula-se e m t o r n o de u m d o c u m e n t o de importância ca-
pitai: a extensa carta de doação de bens ao seu mosteiro de Guimarães que, e m
959, p o r ocasião da dedicação da sua igreja, a condessa M u m a d o n a m a n d a ela-
borar e c o n f i r m a p o r sua própria m ã o 5 . É u m diploma solene, pelo nível so-
ciai dos seus subscritores e inspiradores — entre os quais se e n c o n t r a m p e r s o -
nagens c o m o São R o s e n d o , e talvez o p r ó p r i o R a m i r o II, rei de Leão,
parentes da f u n d a d o r a . Mas é - 0 t a m b é m pelo q u e lhe subjaz: a natureza e
objectivos d o c e n ó b i o , e o q u e ele representa de n o v i d a d e n o p a n o r a m a m o -
nástico peninsular, c o m o v e r e m o s adiante. Através desta carta de doação,
m u i t o rica p o r t a n t o e m todos os sentidos, a condessa M u m a d o n a surge-nos
de f o r m a diferenciada — senão personalizada, e m t o m e expressividade —
q u a n t o às m o t i v a ç õ e s e objectivos d o acto e m curso.
A f u n d a ç ã o d o m o s t e i r o p o r M u m a d o n a , alguns anos antes desta d o a ç ã o
e s e n d o j á viúva, deve e n t e n d e r - s e n o c o n t e x t o de três lógicas f u n d a m e n t a i s <] D. Pedro, infante de
da posição social e universo religioso da condessa. E m p r i m e i r o lugar, a lógi- Portugal, senhor de Maiorca,
in Llibre de Privilegis, cód. 1,
ca das trocas entre o A l é m e os vivos. C o m efeito, n ã o só M u m a d o n a a c o r - fl. 39 v (Palma de Maiorca,
dara c o m o m a r i d o reservar a quarta parte dos bens d e a m b o s para os pobres, Arxiu dei Regne).
esses protegidos d e D e u s , c o m o t a m b é m u m dos seus filhos, falecido r e p e n t i -
F O T O : ARXIU DEL R E G N E DE
n a m e n t e e ainda m u i t o j o v e m , manifestara o desejo d e dispor de parte dos MALLORCA.

423
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

seus b e n s para salvação da alma. C o m o explica ainda M u m a d o n a , estas últi-


mas vontades t i n h a m sido expostas «na presença de muitas pessoas», t a n t o
n u m caso c o m o n o u t r o , e n o d o c o n d e e n v o l v e n d o t a m b é m os seus «amigos
íntimos» — g a n h a n d o p o r v e n t u r a peso adicional pela inserção n o q u e n o s
parece ser u m a c e r i m ó n i a pública de m o r t e condigna, e m q u e são saldadas as
contas c o m os vivos, para m e l h o r se ir prestar as devidas a D e u s .
E reveladora a f o r m u l a ç ã o das finalidades das doações, pela condessa, ao
referir-se ao seu filho: ut ibi eius corpusculum umatum quiescit in vestra hinc datur
intellegi ad serviendum terrena illius subici causa — ou seja, «e c o m o o seu c o r p i -
n h o aí j a z sepultado, n o vosso mosteiro, daqui se deve inferir q u e os seus t e r -
renos revertam a favor do m e s m o , p o r a m o r dele» 6 . C o m efeito, desde q u e se
afirmara, n o decurso dos primeiros séculos d o cristianismo, a i m p o r t â n c i a da
sepultura ad sanctos — j u n t o dos t ú m u l o s dos santos — q u e n ã o parara de
crescer a crença n u m a eficácia «mágica» da p r o x i m i d a d e aos c o r p o s e relíquias
dos santos, eficaz e m especial n o a l é m - t ú m u l o 7 . O s estudos a n t r o p o l ó g i c o s
sobre a cedência de bens espirituais, pelos m o n g e s cluniacenses, e m troca das
doações de bens pelos leigos desejosos de se fazerem sepultar nas igrejas a b a -
ciais t ê m posto e m evidência q u e o q u e C l u n y assim cedia era nada m e n o s
q u e u m a relação d e «vizinhança a São Pedro», q u e desde logo resultara de
f o r m a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e prestigiosa e eficaz 8 .
A relação entre os bens doados e a intercessão obtida expressa-se ainda d e
f o r m a evidente, n o nosso d o c u m e n t o , na f o r m u l a ç ã o destinada a p r o t e g e r a
p r o p r i e d a d e e m relação a parentes e poderosos: estes, c o m efeito, cairiam sob
a extensa maldição q u e depois se apresenta, caso atentassem contra bens q u e
se destinam aos servidores de D e u s , aos pobres, peregrinos e adventícios, e
ainda à iluminação dos altares dos santos 9 .
U m dos traços, p o r assim dizer, mais geniais da c o n c e p ç ã o , p o r parte dos
m o n g e s , de u m a relação deste tipo e m t o r n o d o culto dos m o r t o s e da cari-
dade praticada é o t e r e m sabido i n c o r p o r a r nela traços f u n d a m e n t a i s das p r á -
ticas simbólicas da aristocracia leiga: o culto dos antepassados, a p e r p e t u a ç ã o
da m e m ó r i a grupai, a crença na força dos anátemas e dos rituais de exclusão
e, p o r fim, u m a «economia» organizada e m t o r n o dessa dádiva voluntária e
generosa q u e e r a m s e m p r e as doações de b e n s aos santos, jamais equacionadas
sob o signo da «compra-e-venda». D i f i c i l m e n t e se explicaria de o u t r o m o d o a
entusiástica recepção q u e esta «proposta« monástica teve, p o r parte dos se-
n h o r e s leigos, e a sua c o n t i n u a d a presença — ainda q u e sob outras formas,
c o m o v e r e m o s nos capítulos sobre a Baixa Idade M é d i a — d u r a n t e toda essa
«longuíssima duração» q u e f o r a m os séculos da E u r o p a anterior à laicização
oitocentista 1 0 .
Das vantagens da p r o x i m i d a d e sacral da santidade passemos à segunda das
lógicas acima invocadas, q u e subjaz àquela, e lhe f o r n e c e , p o r assim dizer,
material palpável. Trata-se, c o m efeito, dos próprios santos: quais as origens e
especificidades cultuais dos q u e estão presentes n o d o c u m e n t o d e M u m a d o -
na? R e f l e c t e m algumas novidades devocionais próprias da época e d o local?
E x a m i n e m o s mais de p e r t o esta questão.
S e n d o indubitável q u e o m o s t e i r o de Guimarães foi f u n d a d o p o r d e v o ç ã o
ao Salvador, e q u e a V i r g e m Maria é invocada e m c o n j u n t o c o m o seu Filho,
o culto dos santos perpassa, de forma evidente, t o d o o d o c u m e n t o de d o a -
ção. Este facto coincide c o m os dados de investigações recentes sobre a e v o -
lução devocional da Península, q u e a p o n t a m para a acentuada p r e d o m i n â n c i a
d o culto dos santos, à época d o nosso d o c u m e n t o " . N e s t e , desde logo, a i n -
vocação r e ú n e u m significativo c o n j u n t o d e santos, e m n ú m e r o , origens e es-
pecificidade cultual. Já foi acima referida a sua solenidade, q u e t a m b é m aqui
t e m os seus reflexos. Assim, os santos são agrupados nas tipologias c o n v e n c i o -
nais e estas são apresentadas de f o r m a extensa e hierarquizada, s e g u n d o as ca-
racterísticas principais de cada u m (apóstolos, pontífices-confessores, mártires
e virgens) 1 2 . O grau de perfeição teológica desta f o r m a de referência indica
[> Capela de Celanova, sem dúvida a orientação clerical das devoções, b e m c o m o acusa o f o r m a l i s m o
Orense (Espanha). universalista p r ó p r i o das tendências normativas e unificadoras d o cristianismo
FOTO: G O D O - F O T O , BARCELONA. da época. H á p o r é m q u e ressalvar dois aspectos, para a l é m destas característi-

424
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

425
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

426
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

cas mais imediatas: p o r u m lado, a presença destas n ã o impedia q u e a d e v o -


ção proposta fosse aceite pelos leigos; p o r o u t r o , n o caso e m análise, os santos
invocados para além dos apóstolos indiciam algumas especificidades cultuais
d o c o n t e x t o histórico-geográfico, q u e é i m p o r t a n t e p ô r e m relevo.
C o m e c e m o s p o r analisar o c o n j u n t o n u m e r i c a m e n t e mais significativo: os
mártires n ã o hispânicos. D e n t r o dele, estão de longe m e l h o r representadas as
d e v o ç õ e s de o r i g e m oriental: Cristóvão, A d r i a n o e Natália, Julião e Basilissa,
J o r g e , Tirso e R o m ã o . Esta p r e d o m i n â n c i a estabelece-se p o r v e n t u r a na c o n -
tinuidade de u m a igual popularidade nas épocas r o m a n a e visigótica, q u e c o -
n h e c e m o s através dos estudos de C a r m e n Garcia R o d r i g u e z , a grande espe-
cialista d o culto dos santos na Península naqueles períodos 1 3 . S e g u e m - s e - l h e s
os mártires italianos (Sebastião, Inês e E m e r e n c i a n a , Cristina, Valeriano) e,
e m m e s m o n ú m e r o , o santo gaulês S a t u r n i n o e o africano C i p r i a n o . A m a i o r
parte destes santos tinha culto na época visigótica, e m especial São S a t u r n i n o
e São C i p r i a n o , mas t a m b é m , e m b o r a e m m e n o r grau, Santo A d r i a n o , São
J u l i ã o , São J o r g e , S a n t o T i r s o e São R o m ã o ; os cultos d e Santa C r i s t i n a ,
São Sebastião, Santa Inês e Santa E m e r e n c i a n a , pelo contrário, p a r e c e m ter
sido i n t r o d u z i d o s mais tardiamente 1 4 . A p r e p o n d e r â n c i a oriental era assim
t a m b é m mais significativa e m t e r m o s de antiguidade.
Saliente-se, p o r é m , q u e a influência dos mártires r o m a n o s n ã o deve ser
m e n o s p r e z a d a : de a c o r d o c o m os dados d o estudo q u e t e m o s v i n d o a seguir,
a referência àqueles n o d o c u m e n t o de M u m a d o n a é c o n t e m p o r â n e a , na g e -
neralidade dos casos, da i n t r o d u ç ã o dos respectivos cultos na Península. Tal
indicia n ã o só o i m p a c t e destes cultos mas t a m b é m a actualidade — e até o r i -
ginalidade — das devoções difundidas e aceites pelos leigos dos círculos da
condessa portucalense.
N ã o são m e n o s interessantes as ilações a tirar das i n v o c a ç õ e s a santos
hispânicos. A o t o d o o n z e p e r s o n a g e n s , eles f o r m a m o g r u p o d e l o n g e mais
n u m e r o s o : Asciclo e Vitória, F a c u n d o e P r i m i t i v o , J u s t o e Pastor, Leocádia,
Justa e R u f i n a , Eulália, Félix. P e r t e n c e m a diversas regiões d o t e r r i t ó r i o p e -
ninsular, mas v ê m , s e m e x c e p ç ã o , de u m m e s m o passado glorioso — o
t e m p o dos martírios às mãos das autoridades imperiais r o m a n a s (real o u ficti-
ciamente, pela c o m p o s i ç ã o de vitae a partir d o século v m ) . A o serem assim
reunidos, t e s t e m u n h a m da l e m b r a n ç a e evocação de u m território unificado
pela g r a n d e «era dos mártires» 1 5 : u m a Espanha antiga e heróica, p o v o a d a de
i m p o r t a n t e s cidades, c u j o solo fora r e g a d o c o m o sangue dos santos 1 6 . Final-
m e n t e , u m a análise mais detalhada p e r m i t e distinguir u m olhar d o N o r t e
sobre este passado c o m u m . Assim, se as santas Justa e R u f i n a , de Sevilha, e
Eulália, de M é r i d a , r e m e t e m claramente para a zona meridional, t a m b é m é
verdade q u e esta última, p o r é m , c e d o gozara de e n o r m e prestígio, estando
o seu culto atestado e m toda a Península desde inícios d o século v 1 7 . P o r o u -
tro lado, mais significativamente, Santo Asciclo de C ó r d o v a é i n v o c a d o n u -
ma versão d o N o r t e , desconhecida na sua cidade natal até final d o século x;
o u seja, a par de Santa Vitória, c o m p a n h e i r a q u e terá o b t i d o talvez p o r c o n -
taminações litúrgicas e m fontes da região de León 1 8 . P o r fim, os restantes san-
tos p e r t e n c e m a regiões setentrionais, mais importantes para o reino visigótico
d o q u e as grandes cidades d o Sul: T o l e d o , Alcalá, León e G e r o n a . O s santos
hispânicos d o d o c u m e n t o de M u m a d o n a p a r e c e m - n o s indiciadores de u m a
triagem d o m í t i c o passado c o m u m r o m a n o - h i s p a n o pela cultura de raiz visi-
gótica, q u e seria afinal a dos nobres seus subscritores.
Para t e r m i n a r m o s a nossa análise, t e r e m o s de nos interrogar sobre o signi-
ficado a dar à ausência de quaisquer mártires dos m u ç u l m a n o s . A partir d o
estabelecimento da dinastia omíada, e m m e a d o s d o século v m — d u z e n t o s
anos antes d o nosso d o c u m e n t o , p o r t a n t o — t i n h a m c o m e ç a d o as primeiras
grandes hostilidades contra o cristianismo. D e n t r o das igrejas moçárabes, p o r
<1 Imagem do Apocalipse do
seu lado, a r u p t u r a entre conciliadores e rigoristas c o n s u m a r a - s e desde m e a - Beato de Liébana, invocando
dos d o século ix; a ela t i n h a m - s e sucedido vagas de «martírios voluntários», liturgia sumptuosa (León,
s o b r e t u d o e m C ó r d o v a 1 9 . Nestas m o r r e m personagens c o m o São Sisenando Igreja de San Isidoro).
de Beja e c o m p a n h e i r o s , Santo E u l ó g i o o u São Paio de T u i 2 0 . Se a m a i o r FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
parte dos mártires de C ó r d o v a só surge nos calendários litúrgicos a partir dos DE LEITORES.

427
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

séculos x e xi, o u t r o s são o b j e c t o de v e n e r a ç ã o mais cedo. R e f i r a - s e e m es-


pecial São Paio de T u i (f 925), m u i t o v e n e r a d o na sua terra natal, e e m León
e O v i e d o , já à época da redacção d o diploma e m análise 21 . Assim, o facto d e
se tratarem de martírios demasiado recentes, e m t e r m o s de « t e m p o cultual»,
para q u e a d e v o ç ã o se tivesse p o d i d o d i f u n d i r fora de círculos específicos p a -
rece n ã o dar i n t e i r a m e n t e conta da total ausência de referência n o d o c u m e n -
to e m análise. P o d e r - s e - á falar de u m m e n o r prestígio e m relação aos antigos
obreiros da evangelização peninsular e aos mártires das perseguições romanas?
O u , p o r o u t r o lado, os círculos condais n ã o estão ainda despertos para a reac-
ção sacralizada aos martírios dos m u ç u l m a n o s , q u e sabemos ter existido e m
certos meios 2 2 ?
Se n ã o é fácil dar resposta a estas perguntas, n o estado actual da investiga-
ção, t e r m i n a m o s p o r é m c o m u m a certeza, relativa a todos os santos v e n e r a -
dos n o c e n ó b i o vimaranense: a posse das relíquias destes conferia u m p o d e r
sacral, v e n e r a d o e t e m i d o , até pelo carácter o c u l t o q u e sem dúvida tinha.
C o m efeito, na total ausência d e m e n ç õ e s a dons particulares dos santos v e -
nerados, as relíquias são a f o r m a de referência a estes, p o r excelência, das car-
tas de doações dos leigos, nas décadas posteriores à fundação 2 3 .
A terceira e última das lógicas a q u e acima nos referimos, c o m o s u b j a c e n -
tes à f u n d a ç ã o d o c e n ó b i o de Guimarães pela condessa M u m a d o n a , t e m u m a
natureza algo diversa das d e v o ç õ e s acima analisadas. P r e n d e - s e , antes de mais,
c o m a f u n ç ã o social da religião. P o r outras palavras, c o m o papel desta na
consolidação dos grupos sociais detentores de p o d e r e c o m a f o r m a c o m o
eles r e i n t e r p r e t a m exigências d e carácter religioso e m o r a l — n ã o necessaria-
m e n t e p o r m o t i v o s instrumentalistas e hipócritas mas, e m t o d o o caso, s e m -
pre para efeitos de autocoesão. Mas t e m a ver, t a m b é m , c o m a f o r m a c o m o
indivíduos concretos j o g a m c o m este p a n o de f u n d o , a partir de posições d e -
vocionais próprias. T e n t e m o s , pois, alcançar u m e o u t r o aspecto.
E aqui q u e M u m a d o n a se revela u m p o u c o mais livre dos constrangi-
m e n t o s clericais, ao e x p ô r o percurso de f u n d a ç ã o d o mosteiro e as escolhas
de vida q u e este acto representara para ela e para os seus. D e resto, a condessa
não hesita e m fazer u m a valoração diversa das atitudes «religioso-sociais» dos
filhos, revelando a v o n t a d e de deixar à posteridade u m registo exacto d o q u e
considerava u m a b o a o u má c o n d u t a nestes campos. Este «relato fundacional»
assim feito p o r M u m a d o n a p e r m i t e - n o s cruzar u m a «micro-história» c o m
e l e m e n t o s mais estruturais, q u e relevam d o devir religioso e eclesiástico da
Península: a relação d o n o v o m o s t e i r o c o m São R o s e n d o , tão presente nesta
f u n d a ç ã o , e c o m a r e f o r m a d o m o n a q u i s m o peninsular de raiz frutuosiana
realizada pelo f u n d a d o r de C e l a n o v a . Principiemos, então, pela escala mais
pequena.
A condessa c o m e ç a p o r desenrolar u m a espécie de história da f u n d a ç ã o :
depois da m o r t e d o marido, e da resolução de ambos q u a n t o à prática de c a -
ridade c o m parte dos bens, ela p r o c e d e r a à partilha das propriedades entre t o -
dos os filhos. Este acto foi celebrado n o a n o de 950, r e s t a n d o - n o s o d o e u -
m e n t o a ele relativo 2 4 . A «pequena vila d e Vimaranes» c o u b e r a a u m a filha
q u e à época era deovota, s e g u n d o o d o c u m e n t o de partilhas, o u vi ta degebat re-
ligionis, nas palavras da doação de 959. M u m a d o n a decidira então edificar u m
c o n v e n t o de m o n g e s e religiosas, o n d e a filha viria a ingressar. U m facto
inesperado alterara p o r é m o r u m o dos a c o n t e c i m e n t o s : a filha a b a n d o n a r a o
mosteiro para casar e recusara-se de t o d o a regressar. Assim, M u m a d o n a p r o -
pusera-lhe q u e as propriedades d o c e n ó b i o voltassem para ela, e m troca d e
u m a compensação. D e início talvez litigiosamente — pois a condessa e x p r i -
m e grande desagrado p o r t o d o o caso e fala de «delegados entre m i m e ela» e
da «interferência de m u i t o s h o m e n s - b o n s » — , mas depois e m c o n c ó r d i a , a fi-
lha rebelde e o m a r i d o a c e d e m à troca de b e n s e o f e r e c e m m e s m o mais algu-
mas propriedades ao mosteiro. A estes b e n s j u n t a r a m - s e os de N u n o , o j o -
v e m m o r t o p r e m a t u r a m e n t e , e o vasto c o n j u n t o de terras constituído pelos
bens de q u e ela p u d e r a l i v r e m e n t e dispor e q u e concentrara da m e l h o r m a -
neira, através de u m a cerrada política de escambos e compras, c o m filhos, p a -
rentes e outros. D e p o i s , d o t a d o o mosteiro, M u m a d o n a entra nele c o m o

428
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

«conversa», adjectivo c o m q u e se qualifica n o d o c u m e n t o de doação — o u M u m a d o n a Dias a fundar o


seja, sem professar, mas c o m ele m a n t e n d o u m a ligação religiosa 25 . O c e n ó - convento de Guimarães,
bio q u e assim ficou constituído n ã o era, p o r é m , u m a p o b r e casa religiosa; ao desenho de vitral.
contrário d o q u e a invocada h u m i l d a d e de M u m a d o n a deixaria supor, ele é FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
u m dos maiores da época e região, d o t a d o de «riquezas v e r d a d e i r a m e n t e fa- LEITORES.
bulosas» 26 . D e resto, o p r ó p r i o d o c u m e n t o o indica, pois, para além das p r o -
priedades referidas, é impressionante a riqueza, raridade e s u m p t u o s i d a d e dos
bens m ó v e i s doados, c o m o v e r e m o s adiante.
U m a primeira grande problemática é a da religiosidade destas duas m u -
lheres, cujas divergências acabam p o r c o n d u z i r à r u p t u r a e à inversão dos
projectos de vida. O n e g a M e n d e s , q u e p o r acréscimo era a única filha da
condessa, segue d u r a n t e algum t e m p o u m a «vida religiosa», ao q u e parece
sem estar p r o p r i a m e n t e inserida n u m a c o m u n i d a d e religiosa (pois n ã o é refe-
rida n e n h u m a , p o r u m lado e, p o r o u t r o , M u m a d o n a decide f u n d a r para ela
o c e n ó b i o vimaranense). P o d e r - s e - á n o t a r neste percurso alguma estranheza?
O s dados são escassos para interpretar c o r r e c t a m e n t e a primeira o p ç ã o de
O n e g a : viveria e m casa u m a o p ç ã o devota, o u estaria integrada n u m desses
grupos mais o u m e n o s fluidos de m u l h e r e s q u e se retiravam d o m u n d o mas
n ã o i n t e g r a v a m p r o p r i a m e n t e u m a o r d e m religiosa? A i n t e n ç ã o de construir
u m m o s t e i r o o n d e ela pudesse viver parece ter sido da condessa; além disso,
este particular mosteiro p u g n a v a p o r u m a o p ç ã o de vida i n e q u i v o c a m e n t e r e -
ligiosa, m e s m o rigorista, c o m o adiante v e r e m o s . O passo d a d o p o r O n e g a ao
deixá-lo n ã o parece ter sido fácil n e m irreflectido: as reacções da m ã e são
ainda violentas, t e m p o s depois, tal c o m o fora firme a recusa da filha e m v o l -
tar ao c e n ó b i o .
São p o u c o conhecidas as formas de vida religiosa feminina, na época. Se-
ria possível a O n e g a algum tipo de vida devota fora d o e n q u a d r a m e n t o m o -
nacal, q u e M u m a d o n a lhe teria preparado? N a história d o cristianismo, desde
c e d o , distinguem-se três grandes formas de vida religiosa feminina: a primeira
e mais prestigiosa, j á n o século iv, era a vellatio, i n t e g r a n d o u m a vida c o m u n i -
tária; mas s u r g e m a par dela o « m o n a q u i s m o doméstico» e a das virgines subin-
troductae, m u l h e r e s q u e se colocavam sob a tutela espiritual de ascetas e e r e -
mitas (sendo esta, de todas, a mais susceptível de desagrado p o r parte das
autoridades eclesiásticas). P o r fim, a própria vida cenobítica revestiu desde o
início formas assaz diversas 27 . Q u a n t o às mais ascéticas, e m particular, os estu-
dos recentes situam a grande explosão d o e r e m i t i s m o f e m i n i n o e m épocas
posteriores, d o século xi e m diante; mas a p o n t a m t a m b é m para u m a presença

429
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

ininterrupta da tradição reclusa feminina, desde a g r a n d e vaga d o m o n a q u i s -


m o oriental 2 8 .
Até q u e p o n t o este e n q u a d r a m e n t o geral se adequa ao caso peninsular d o
século x é difícil de dizer, d a d o a escassez de estudos sobre esta f o r m a de vida
religiosa feminina naquelas área e época. H a v e r á q u e realçar u m a especifici-
dade d e c o r r e n t e da i n t e r r u p ç ã o causada pela invasão m u ç u l m a n a , q u e foi se-
g u r a m e n t e fatal para formas de vida religiosa mais isoladas; p o r o u t r o lado, e
q u a n t o aos mosteiros, e m específico, sabe-se q u e n o século x se d e u u m
grande a u m e n t o de fundações, mas p o u c o se c o n h e c e sobre a natureza destas,
para além de muitas delas serem de reduzidas dimensões, «familiares m e s m o ,
n o sentido mais restrito» 2 9 . E d e realçar, p o r é m , q u e o i m p o r t a n t e trabalho d e
M . C a b r e i Pairet sobre os conceitos de deodicatae e deovotae nos c o n d a d o s c a -
talães, n o s séculos IX-XI, aponta para u m estatuto i n t e r m é d i o das m u l h e r e s
q u e assim se a u t o d e n o m i n a m , entre a vida religiosa e u m a vida privada i n t e -
g r a n d o p o d e r e s de gestão de b e n s e de família, sem necessariamente existir
adscrição a u m a c o m u n i d a d e monástica. Estas características, claras até à se-
g u n d a m e t a d e d o século xi, v ã o a partir de então evoluir para u m a progressi-
va integração das deovotae e m c o m u n i d a d e s regulares, submetidas ao p o d e r da
abadessa ( n o m e a d a m e n t e q u a n t o à questão f u n d a m e n t a l da gestão do patri-
mónio)30.
E difícil irmos para além das conjecturas derivadas deste q u a d r o geral,
tanto mais q u e nos escasseiam os dados para interpretar a natureza da v o c a ç ã o
de O n e g a . N ã o é crível q u e tivesse sido «colocada» n o mosteiro: não só p o r
ser a única filha, c o m o , s o b r e t u d o , p o r n ã o ser esse o c o n t e x t o das estratégias
matrimoniais d o g r u p o social a q u e pertencia. As práticas linhagísticas de p r i -
vilégio da p r i m o g e n i t u r a e varonia q u e acarretam a exclusão das mulheres e
h o m e n s «em excesso», não utilizáveis n o j o g o das alianças, só se i m p l e m e n -
t a m mais tardiamente, e n o seio de u m a nobreza diversa 3 1 . N e s t e caso, p o r -
tanto, parece n ã o se estar e m presença da questão da relação e n t r e constrangi-
m e n t o s sociais e vocações religiosas dos m e m b r o s da nobreza «colocados e m
religião», de q u e u m a vasta historiografia se t e m o c u p a d o 3 2 .
P o r o u t r o lado, será relacionável c o m a história de O n e g a o facto de e n -
c o n t r a r m o s u m dos seus irmãos referido c o m o «diácono» à data das partilhas,
e m 950 e, mais tarde, ele n ã o apresentar n e n h u m qualificativo eclesiástico, sa-
b e n d o - s e m e s m o q u e casou? R e f i r a - s e q u e a t o m a d a de ordens sacras n e m
sempre acarretava u m a i n t e n ç ã o definitiva de vida eclesiástica, e q u e nada
mais sabemos a respeito deste assunto. A m b o s os irmãos, n o e n t a n t o , p a r e -
c e m ter ingressado na vida religiosa, para depois a deixarem.
A sua mãe, isso sabe-se c e r t a m e n t e , era fervorosa na sua d e v o ç ã o e ríspida
q u a n t o ao a b a n d o n o da filha. D e m o r e m o - n o s aqui u m p o u c o mais, p o r q u e a
análise da sua atitude, m e l h o r d o c u m e n t a d a , lança p o r v e n t u r a alguma luz s o -
b r e a questão. O s t e r m o s e m q u e M u m a d o n a refere a saída da filha são certa-
m e n t e derivados da valoração eclesiástica d o estado religioso sobre o leigo —
da virgindade sobre o carnali desiderio a q u e cedera O n e g a 3 3 — mas toda a sua
atitude se insere n u m a d e t e r m i n a d a c o n c e p ç ã o de sagrado, q u e p e r c o r r e p o r
inteiro o d o c u m e n t o . O sagrado t e m u m a o r d e m , e ela deve ser, s o b r e t u d o ,
inviolável: na lógica dos santos q u e p r o t e g e m os m o r t o s e os vivos e m troca
dos bens, dos m o n g e s e m o n j a s q u e rezam pelos seus patronos, das terríveis
penas q u e r e c a e m sobre os q u e a t e n t a m c o n t r a os b e n s d o mosteiro, só p e c a -
m i n o s a m e n t e («pecato inpediente») é q u e a l g u é m poderia trocar o suaui
Christi iugo pela vida d o século.
E será a p r ó p r i a condessa, q u e aprovava n i t i d a m e n t e a p r i m e i r a vida da
filha, q u e construíra para esta o c e n ó b i o , e q u e p r o s s e g u e o desejo de u m a
religiosidade mais austera — c o m o indica a p r o x i m i d a d e a São R o s e n -
d o — , a acabar p o r r e p o r a o r d e m antes q u e b r a d a , ao t o r n a r - s e sua conver-
saM. Se a f o r m a c o m o se r e f e r e a si p r ó p r i a , depois da i n v o c a ç ã o a C r i s t o , à
V i r g e m e aos santos, t e m traços certos de c o n v e n c i o n a l i s m o eclesiástico,
n ã o deixa de e x p r i m i r aquela m e s m a lógica: só a esperança e c o n f i a n ç a n o s
santos p e r m i t e q u e o p e c a d o r — neste caso, ela, «a mais exígua dos servos
d o S e n h o r » — n ã o se e n t r e g u e t o t a l m e n t e ao desespero q u e o apavora, face

430
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

aos seus p e c a d o s , c u j o peso o o p r i m e . P e r a n t e u m a tal c o n c e p ç ã o d o m u n -


d o , a r u p t u r a d e O n e g a terá d e ser reparada — d o n d e , talvez, t o d a a m a g -
nificência da d o a ç ã o , t o d o o c u i d a d o p o s t o na aquisição dos bens, t o d o o
seu e m p e n h a m e n t o pessoal. A par da censura ao acto da filha, são valorados
p o s i t i v a m e n t e actos p i e d o s o s q u e c o n d u z i r a m à riqueza d o m o s t e i r o : a p i e -
dade d o p e q u e n o filho m o r t o , q u e lhe doara bens, e a o b e d i ê n c i a de t o d o s
os filhos, t e s t e m u n h a d a pela a n u ê n c i a à c o n c e n t r a ç ã o de b e n s e pela v o n t a -
de de c u m p r i r o v o t o d e v o t o dos pais. Existira, s e m d ú v i d a , a violação d e
u m i n t e r d i t o , p o r p a r t e da deuota, o q u e exigia u m a r e p a r a ç ã o . A ela n ã o
p r e s i d i r a m p r o p r i a m e n t e m o t i v o s d e o r d e m m o r a l ; antes o b r i g o u ao c u m -
p r i m e n t o d e u m p r o c e s s o ritual d e s t i n a d o a r e c o n s t i t u i r a o r d e m d o sagra-
d o , infrigida pela p r o f a n a ç ã o . Esta, b e m e n t e n d i d o , n ã o é e s t r i t a m e n t e o
c a s a m e n t o q u e O n e g a c o n t r a i — mas antes o r o m p i m e n t o da consagração
ritual, sagrada, a q u e ela acedera.
T e r m i n e m o s este estudo inserindo o p e q u e n o caso acima descrito — c o m
todas as suas grandes problemáticas, p o r é m — na questão mais vasta d o m o -
n a q u i s m o da época. O c e n ó b i o de Guimarães é especialmente i m p o r t a n t e
p o r q u e , c o m o acima acenámos já, nele se c o n j u g a m e l e m e n t o s tradicionais e
a acção de São R o s e n d o , cuja relação c o m o m o n a q u i s m o peninsular tradi-
cional n ã o é linear.
C o m o d e m o n s t r a r a m os estudos de José M a t t o s o , as características p r ó -
prias d o m o n a q u i s m o f r u t u o s i a n o e n c o n t r a m - s e i n d u b i t a v e l m e n t e n o m o s t e i -
ro vimaranense: o p a c t o entre o abade e os m o n g e s e m o n j a s , atestado n o
d o c u m e n t o de 959 pela frase in hunc locum sub manu abbatis et census regule fue-
rint Domino servientes et in pactum roborati; a designação da c o m u n i d a d e p o r
congregado o u collatio; a presença de São R o s e n d o na sagração da igreja, n o
q u e seria a c o n t i n u i d a d e da autoridade d o bispo de D u m e sobre os c e n ó b i o s
da região portucalense; a característica de ser dúplice ( c o m u m n o m o n a q u i s -
m o f r u t u o s i a n o , s e m ser p o r é m familiar, pois expressamente admitia pessoas
de todas as proveniências e condições) — algo q u e São R o s e n d o f o r t e m e n t e
atacou 3 5 . A tradição monástica visigótica encontrava-se, p o r t a n t o , representa-
da nas suas grandes linhas.
A acção de São R o s e n d o sobre o m o n a q u i s m o tradicional — t a n t o mais
natural neste m o s t e i r o q u a n t o era real o seu parentesco, m e s m o amizade e
orientação, c o m M u m a d o n a — faz-se, n o global, sem u m a radical solução de
c o n t i n u i d a d e . C o m o refere José M a t t o s o , «embora São R o s e n d o n ã o p r e t e n -
desse restaurar todas as observâncias frutuosianas, considerava-se u m r e p r e -
sentante da tradição monástica local e exprimia a fidelidade a ela» 36 . N o e n -
tanto, e m Guimarães, e n c o n t r a m o - n o s t a m b é m na presença de u m a das vias
através das quais o f u n d a d o r de C e l a n o v a se afasta da tradição peninsular, r e -
f o r m a os abusos a q u e se chegara pela proliferação de c o m u n i d a d e s demasia-
d o p e q u e n a s e isoladas, e prepara, de certo m o d o , a recepção d o m o n a q u i s -
m o b e n e d i t i n o . Q u e r e m o s referir-nos à grande d i m e n s ã o e à riqueza d o
c e n ó b i o , q u e p e r m i t i r i a m u m tipo de vida religiosa b e m diversa da da grande
massa de p e q u e n o s e rudes mosteiros.
A q u i , s e m dúvida, a participação dos leigos q u e e r a m a aristocracia condal
t e m grande significado, e n ã o só na linha de «piedosos colaboradores» d o r e -
f o r m a d o r eclesiástico. D e s d e logo, São R o s e n d o era ele p r ó p r i o m e m b r o
desta aristocracia, c o m ela partilhando, p o r t a n t o , gostos e estratégias. D e p o i s ,
a riqueza c o m q u e M u m a d o n a dota o seu c e n ó b i o , n o m e a d a m e n t e e m ter-
m o s de peças sumptuárias, o u m e s m o luxuosas, e de grandes quantidades de
o u r o , n ã o p o d e ser vista c o m o u m a mera doação pia. D e facto, ela indica q u e
a aristocracia condal estava r e a l m e n t e habituada a u m a vida leiga de nível su-
p e r i o r — e, p o r t a n t o , disposta a acolher, senão a exigir, u m a contrapartida
religiosa semelhante. É este o sentido da reavaliação, proposta u l t i m a m e n t e
p o r determinadas correntes de história antropológica, da progressiva «soleni-
zação» da liturgia, q u e culmina e m C l u n y 3 7 . Para além, e sem p r e j u í z o , de
t o d o o significado religioso q u e se lhe tenha desejado na o r i g e m , a s u m p t u o -
sidade da liturgia t e m bases e f u n ç õ e s sociais evidentes. Tal c o m o são fortes,
ricos e poderosos os p a t r o n o s leigos das grandes abadias, esses guerreiros

431
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

apreciadores de objectos belos e sumptuosos, t a m b é m os santos são os p o d e -


rosos e «coléricos» defensores da riqueza q u e lhes é doada 3 8 . A c o n j u g a ç ã o
«cósmica» dos desejos e m e d o s de uns, c o m os p o d e r e s de o u t r o s , q u e a li-
turgia v i n h a p r o p o r c i o n a r , t i n h a de ser feita p o r m e i o de c e r i m ó n i a s s u m p -
tuosas.
E c e r t o , c o m o acima n o t á m o s , q u e a condessa p o r t u c a l e n s e m e n c i o n a
c o m f r e q u ê n c i a a sua c o n d i ç ã o de h u m i l d e p e c a d o r a ; n ã o é m e n o s v e r d a d e
q u e a aristocracia c o n d a l , nos vários d o c u m e n t o s de d o a ç ã o de b e n s ao c e -
n ó b i o , r e f e r e a i m p o r t â n c i a da vida austera dos religiosos e religiosas 3 9 e
q u e a q u e l e g r u p o social, n o seu t o d o , a p o i o u a r e f o r m a da vida m o n á s t i c a
n o s e n t i d o da progressiva institucionalização, desejada pela c o r t e leonesa 4 0 .
Seria p o r é m a n a c r ó n i c o acreditar q u e , para t o d o s eles, tal equivalesse a u m a
vida religiosa despojada 4 1 . C o m efeito, os trabalhos recentes, de cariz h i s t ó -
r i c o - a n t r o p o l ó g i c o , sobre as sociedades c o n t e m p o r â n e a s daquela q u e e s t u -
d a m o s , t ê m m o s t r a d o a i m p o r t â n c i a d o e n t e s o u r a m e n t o e da p r o d i g a l i d a d e
s u m p t u o s a , para a m a n u t e n ç ã o d o p o d e r aristocrático, fosse na terra, fosse
e m relação aos p o d e r e s divinos 4 2 . E m relação à n o b r e z a a s t u r o - l e o n e s a da
época e m estudo, J o s é M a t t o s o d e m o n s t r o u j á o fascínio e x e r c i d o q u e r p e -
lo l u x o islâmico, q u e r pela m i t i f i c a ç ã o d o passado visigótico, q u e se r e f l e c -
te, n o m e a d a m e n t e , n o gosto e m possuir e d o t a r alfaias litúrgicas d e g r a n d e
riqueza 4 3 .
R e p o r t a n d o - n o s apenas aos c o n d e s p o r t u c a l e n s e s d o círculo de M u m a -
d o n a , são inegáveis o seu p o d e r s u m p t u á r i o e a posse prezada d e b e n s e s p e -
c i a l m e n t e raros, c o m o livros e alfaias preciosas: assim, e n t r e 950 e 956, M u -
nia Dias, i r m ã de M u m a d o n a , d o a avultados b e n s a L o r v ã o , e n t r e os quais
o « o r n a m e n t o » e u m a «biblioteca» q u e p e r t e n c i a m a u m o u t r o m o s t e i r o
seu, e m Framianes 4 4 ; a p r ó p r i a condessa, c o m o r e f e r i m o s , d o a ao c e n ó b i o
q u e f u n d a u m a riquíssima b i b l i o t e c a (tal c o m o fizera anos antes a sua p a -
r e n t e condessa Ilduara, m ã e de São R o s e n d o , ao m o s t e i r o de C e l a n o v a ) 4 5 e
u m a vasta q u a n t i d a d e de o b j e c t o s litúrgicos de raro valor: e n t r e o u t r o s ,
u m a c r u z de o u r o o r n a m e n t a d a c o m pedras preciosas, cálices, coroas, t ú n i -
cas, casulas, alvas, dalmáticas, colchas e tapeçarias 4 6 ... A n o s depois, e m 968,
ao d o a r ao m e s m o c e n ó b i o a terra de M o r e i r a , G o n ç a l o M e n d e s , filho d e
M u m a d o n a , o f e r e c e t a m b é m i n ú m e r o s o b j e c t o s , litúrgicos o u de uso c o -
m u m , d e g r a n d e v a l o r e e m materiais preciosos 4 7 . A c o n f i r m a ç ã o desta
d o a ç ã o , e m 983, insiste d e n o v o n o s libros, cmces, signos, vela vel turibula seu
candelabra, necnon et cuncta, que sanctorum ordinis sunt competentia48. Também
C h â m o a R o d r i g u e s , s o b r i n h a da f u n d a d o r a , na extensa d o a ç ã o d e b e n s q u e
e m 9 6 0 faz ao c e n ó b i o v i m a r a n e n s e , r e f e r e peças religiosas s u m p t u o s a s ,
q u e fariam parte d o seu t e s o u r o pessoal 4 9 . Este tipo d e d o a ç õ e s m a n t e r - s e - á
nas décadas seguintes: e m fins d e 1046, a d o a ç ã o da d a m a A n s u r , c o n f i r m a -
da pela condessa Ilduara, m e n c i o n a u m a casula, u m cálice e sua p a t e n a d e
prata, u m a cruz n o m e s m o m e t a l , e dois livros ( u m manual orationum e u m
a n t i f o n á r i o ) 5 0 . P o d e r í a m o s m u l t i p l i c a r os e x e m p l o s , mas mais i m p o r t a n t e
nos p a r e c e fazer n o t a r q u e , da g r a n d e q u a n t i d a d e de d o a ç õ e s feitas ao m o s -
t e i r o de G u i m a r ã e s na p r i m e i r a c e n t ú r i a da sua existência, os b e n s m ó v e i s
preciosos, na sua m a i o r i a alfaias litúrgicas, são quase s e m p r e d o a d o s pelos
m e m b r o s da alta aristocracia, e n q u a n t o os restantes d e v o t o s apenas o f e r t a m
bens imóveis.
T e r m i n a r e m o s este nosso b r e v e estudo referindo q u e , de facto, são escas-
sos os dados sobre a vida litúrgica concreta d o c e n ó b i o vimaranense, de m o -
do a p o d e r c o n f i r m a r se ela se faria de a c o r d o c o m a «solenização» p r e c o n i z a -
da p o r São R o s e n d o e m C e l a n o v a — o u t r a das características q u e o afastam
d o m o n a q u i s m o tradicional peninsular, a p r o x i m a n d o - s e da e v o l u ç ã o das
grandes abadias carolíngias depois da r e f o r m a beneditina, q u e teria o seu clí-
m a x e m C l u n y 5 1 . N o entanto, todas as características das alfaias sacras q u e
possuía, doadas pelos poderosos condes portucalenses, a p o n t a m nesse sentido,
b e m c o m o o fazem os livros destinados ao culto litúrgico presentes na d o a ç ã o
de M u m a d o n a , entre os quais avulta mesmo, provavelmente, u m de música sa-
grada 52 .

2
43
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

O CONHECIMENTO HISTORIOGRÁFICO d a r e l i g i o s i d a d e d o s m o ç á r a b e s é i n - A força dos ritos na


felizmente escasso — tanto mais q u a n d o c o m p a r a d o à importância q u e teve identificação comunitária:
aquela cultura e civilização peninsular, q u e r na época q u e nos ocupa q u e r n o
os moçárabes de Coimbra
legado q u e d e i x o u à posteridade. C o m efeito, razões de o r d e m vária c o n t r i -
b u í r a m para q u e apenas r e c e n t e m e n t e se t e n h a m desenvolvido estudos sobre e a introdução da liturgia
os moçárabes i n d e p e n d e n t e s da questão da identidade hispânica, q u e era na romana (1064-1116)
verdade mais filosófica e política d o q u e historiográfica — e para que, m e s m o
assim, esta questão p e r m a n e ç a ainda u m p o u c o «história oculta», na expressão
d o a u t o r de u m a abrangente a b o r d a g e m d o problema 3 3 .
N a presente síntese, seria p o r é m i m p e r d o á v e l passar ao lado desta f o r m a
tão i m p o r t a n t e e característica da religiosidade peninsular, tanto mais q u e o
c a m p o religioso foi p o r v e n t u r a aquele e m t o r n o d o qual o m o ç a r a b i s m o mais
se o r g a n i z o u , pelas próprias circunstâncias históricas. Servir-nos-á de fio c o n -
d u t o r j á n ã o u m a única p e r s o n a g e m , c o m o n o caso anterior, mas sim u m a
c o m u n i d a d e inteira, q u e de formas várias e perenes manifestou o seu apego
às formas religiosas de cariz m o ç á r a b e . Falamos da cidade de C o i m b r a , desde
a sua conquista pelos cristãos, e m 1064, até 1116, a n o e m que, depois de u m a
aguda crise política, social e religiosa, se p o d e m considerar d e f i n i t i v a m e n t e
impostos os usos litúrgicos e a organização eclesiástica r o m a n a . Nestas cinco
décadas, é toda u m a história de resistência q u e se desenrola, c o m os seus m o -
m e n t o s áureos, e m especial q u a n d o se c o n j u g a a autoridade civil de Sisnando
e a eclesiástica d o bispo D . P a t e r n o . E, n o século seguinte, a sociedade e c u l -
tura q u e assim se t e n t o u preservar c o n t r i b u i r ã o g r a n d e m e n t e para propostas
culturais e religiosas tão pujantes c o m o as d o M o s t e i r o de Santa C r u z , p r o -
j e c t o s políticos tão fortes c o m o o avanço de A f o n s o H e n r i q u e s para sul,
apoiado n o g r u p o dos cavaleiros de C o i m b r a , e cristalizações de m e m ó r i a tão
p r o f u n d a s q u a n t o u m possível cantar, e m t o r n o de Sisnando talvez, mas c e r -
t a m e n t e e m t o r n o d o «bispo negro» 5 4 .
U m a última advertência, antes d o desenrolar da história: a religiosidade
dos moçárabes surge-nos nela de f o r m a indiciária apenas, obscurecida c o m as
vicissitudes políticas, entrecruzada c o m as estratégias de sobrevivência da c o -
m u n i d a d e c o i m b r ã . Esta é, p o r é m , u m a das poucas maneiras de a c o n h e c e r
q u e nos restam — n ã o n o seu f u n c i o n a m e n t o a u t ó n o m o , passível de plena
caracterização dos e l e m e n t o s constitutivos, mas e n q u a n t o factor de identifica-
ção e coesão de u m a c o m u n i d a d e e m vias de desaparecimento. Nas socieda-
des tradicionais, p o r é m , esta é u m a das f u n ç õ e s primordiais d o religioso,
muitas vezes escamoteada p o r u m a história religiosa demasiado «teológica».
Talvez n ã o seja a isto indiferente, afinal, o facto de ter sido n o registo de u m a
luta étnico-religiosa pela sobrevivência q u e chegaram até nós os maiores ves-
tígios da religiosidade moçárabe...
A história c o m e ç a , c o m o referimos, e m 1064, e c o n h e c e u m a primeira
g r a n d e fase até 1091. Esta periodização c o r r e s p o n d e à g o v e r n a ç ã o de C o i m b r a
p o r u m h o m e m a vários títulos notável, cuja vida foi b e m representativa d o
g r u p o sociocultural m o ç á r a b e , ao qual pertencia; a força da resistência m o ç á -
rabe de C o i m b r a assentou, e m grande parte, na acção p o r ele desenvolvida, e
nos alicerces q u e criou, resistentes até à derrota final de 1116. R e f e r i m o - n o s
a Sisnando, q u e e m 1064 recebe, das mãos de F e r n a n d o M a g n o , o cargo de
c o n d e o u alvazil de C o i m b r a .
É necessária u m a extrema cautela na construção da biografia deste p e r s o -
n a g e m , pois, c o m o d e m o n s t r o u G é r a r d Pradalié n u m estudo f u n d a m e n t a l ,
Sisnando foi «reconstruído» n u m a série de d o c u m e n t o s falsos o u interpolados,
nascidos n o c o n t e x t o da crise final da resistência m o ç á r a b e , de q u e adiante
e x t e n s a m e n t e trataremos. C o m o salienta o m e s m o autor, esta descoberta
obriga a p ô r e m causa a história tradicionalmente feita de Sisnando 5 5 . N o e n -
tanto, se t e m o s d e ter presente este facto, interessa-nos t a m b é m i n c o r p o r a r
n o nosso estudo a mitificação assim levada a cabo, u m a vez q u e ela d e s e m p e -
n h o u i m p o r t a n t e s f u n ç õ e s n o p r o b l e m a q u e nos o c u p a .
Parece ser incontroversa a o r i g e m d o alvazil de C o i m b r a : era filho dos
moçárabes Susana e David 5 6 , ao q u e parece proprietários da região de T e n t ú -
gal (no m e s m o testamento faz d o a ç ã o de medietatem de uilla tentugal que fuit de

433
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

hereditate parentum meorum). N u m episódio q u e seria c o m u m na época, e m


q u e existiam cativos de u m c a m p o e de o u t r o , Sisnando fora aprisionado p e -
los m u ç u l m a n o s na sua j u v e n t u d e , e m 1026, e levado para Sevilha. Aí se
mantivera largos anos, alcançando a destacada posição de vizir, na corte d o
rei A b b a d b. M u h a m m a d a l - M u t a m i d , e participando c o m ele e m e x p e d i -
ções guerreiras — o que, de n o v o se sublinha, não seria i n c o m u m n u m a
época e m q u e a convivência e n t r e m o u r o s e cristãos tinha u m a longa tradi-
ção. Esta p r o x i m i d a d e ao rei sevilhano, q u e aparece s e m p r e referida nos p r ó -
logos narrativos dos d o c u m e n t o s evidenciados c o m o falsos, é p o r é m c o n f i r -
m a d a pelas fontes árabes 5 7 . E n t r e estas avulta a obra de Ibn Bassam de
Santarém, q u e i n t r o d u z a p e r s o n a g e m de Sisnando ao relatar a conquista
de T o l e d o p o r A f o n s o VI, e m 1085. Nessa altura, s e g u n d o o texto, Sisnando
j á abandonara o c a m p o m u ç u l m a n o há mais de vinte anos, p o r m e d o d o rei
de Sevilha, a q u e m atraiçoara nas diligências q u e levava a cabo, e m seu n o -
m e , c o m F e r n a n d o M a g n o . Alvitra A. J. da Costa, r e t o m a n d o Alexandre
H e r c u l a n o , q u e a sua passagem aos cristãos se poderia d e v e r a ofensas r e c e b i -
das na corte sevilhana, o u à consciência d o crescente p o d e r i o dos cristãos 58 .
A m b a s as hipóteses se e n q u a d r a m b e m nos percursos d e vida destes g u e r r e i -
ros peninsulares, q u e serviram u m e o u t r o p o d e r , n u m a atitude i n c o m p r e e n -
sível para os h o m e n s d o N o r t e q u e cada vez mais se a c h a v a m aos seus lados,
nos exércitos cristãos. C o m o j á apontara M e n e n d e z Pidal, e m b o r a n o u t r o
c o n t e x t o 5 9 , os prólogos narrativos dos falsos de C o i m b r a insistem singular-
m e n t e na c o n d i ç ã o de Sisnando c o m o m o ç á r a b e ao serviço d o rei de Sevilha.
Tal d e m o n s t r a u m a valoração positiva deste facto, n u m c o n t e x t o d e u m c o n -
flito e m que, se ambas as partes f o i j a m d o c u m e n t o s , tanto u m a c o m o a outra
baseiam as suas reclamações n o prestígio e autoridade de Sisnando.
A o serviço dos cristãos, Sisnando desenvolve u m a brilhante carreira, a
q u e n ã o f o r a m alheios os seus c o n h e c i m e n t o s da política m u ç u l m a n a — t o r -
na-se principal conselheiro de A f o n s o VI nas suas incursões contra os A l m o -
rávidas 60 — e u m a grande capacidade de contrair alianças valiosas. Teria sido
ele a sugerir a conquista de C o i m b r a a F e r n a n d o M a g n o , s e g u n d o os p r ó l o -
gos narrativos dos falsos; i n d u b i t a v e l m e n t e , sabe-se q u e foi n o m e a d o c o n d e
da cidade logo após o sucesso, e m a n t e v e - s e nesse cargo até à sua m o r t e , e m
1091. E r a - l h e c o n f i a d o u m território c o m o qual tinha i m p o r t a n t e s afinidades,
para além da própria naturalidade. C o m efeito, o c o n d a d o de C o i m b r a tinha
u m a tradição de a u t o n o m i a q u e vinha p e l o m e n o s desde o c o n d e G o n ç a l o
M o n i z , q u e a c t u o u «sob moldes de quase independência» q u e r face ao c o n -
d a d o portucalense q u e r e m relação à corte leonesa. A tal n ã o teria sido estra-
n h o o a p o i o dos califas de C ó r d o v a , s o b r e t u d o a partir d o famoso Almansor,
desde 976, c o m q u e m os filhos d o c o n d e colaboraram a c t i v a m e n t e e m e x p e -
dições de pilhagem e n t r e 997 e 1002. C o m o refere o a u t o r q u e t e m o s v i n d o
a seguir nas últimas linhas: «Os condes d e C o i m b r a d e v e m assemelhar-se
m u i t o de p e r t o c o m aqueles chefes territoriais de entre duas fronteiras, q u e
se aliavam ora c o m u m , ora c o m o u t r o dos contendores, mais para alcançarem
u m p o d e r próprio d o q u e para d e f e n d e r e m os interesses d o rei de Leão o u d o
califa de C ó r d o v a . Estes factos p e r m i t e m t a m b é m supor q u e o g o v e r n o de
C o i m b r a p o r condes de famílias d o N o r t e não tenha constituído u m obstáculo
a q u e a região de C o i m b r a se tornasse n u m claro bastião d o moçarabismo, q u e
triunfa durante a efectiva ocupação islâmica d e 997 a 1064, mas que se p r o l o n -
ga durante mais m e i o século, sob o g o v e r n o cristão d e Sisnando.» 61
Foi este território, favorável p o r t a n t o aos princípios conciliadores d o seu
g o v e r n a d o r , q u e Sisnando r e c e b e u e m 1064 e irá governar, e m r e g i m e de lar-
ga a u t o n o m i a , d u r a n t e três décadas. P o u c o depois, p r o v a v e l m e n t e , d o seu es-
t a b e l e c i m e n t o na região, casou c o m a filha d o c o n d e de Portucale, N u n o
t> Iluminura com a M e n d e s , m o r t o e m 1071 na batalha de P e d r o s o , contra o rei Garcia da Gali-
representação de São Vicente za 62 . Esta aliança n ã o o levou p o r é m a reivindicar quaisquer p o d e r e s sobre o
(Lisboa, Arquivo Histórico N o r t e , talvez p o r q u e a sua o r i g e m não n o b r e e m o ç á r a b e n ã o lhe facilitaria
Municipal).
a aceitação da n o b r e z a local 6 3 . C o n c e n t r o u - s e n o território d o M o n d e g o ,
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/
« p r o m o v e n d o o r e p o v o a m e n t o , a defesa e a valorização da cidade e territó-
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
LEITORES. rio, c o m a construção de fortalezas, edifícios e igrejas, e o restauro da diocese

434
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

435
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

na pessoa d o bispo P a t e r n o , c o m q u e m c o l a b o r o u na criação d o cabido e es-


cola capitular» 6 4 .
E m 1085, Sisnando a c o m p a n h a A f o n s o VI à c o n q u i s t a de T o l e d o , e é
n o m e a d o g o v e r n a d o r da cidade 6 5 . N e s t e c o n t e x t o ter-se-ia d a d o u m signi-
ficativo c o n f l i t o , e x e m p l a r q u a n t o à posição religiosa das várias forças e m
c o n f r o n t o . S e g u n d o as fontes árabes, A f o n s o VI m a n d a arrasar a mesquita de
T o l e d o , contra os conselhos de Sisnando, q u e lhe c h a m a a atenção para as
vantagens de alcançar u m equilíbrio c o m os reis da Península, sob p e n a de os
obrigar a recorrer à ajuda externa. O c o n d e c o n i m b r i c e n s e estaria assim p e r -
f e i t a m e n t e a par do perigo almorávida, mas Afonso IV, levado pela soberba e
influenciado pela sua camarilha, s e g u n d o I b n Bassam, c o n s u m a o grave desa-
cato, q u e impossibilitaria reconciliações futuras 6 6 . As fontes cristãs c o n t ê m ,
p o r é m , u m a versão algo diversa. S e g u n d o R o d r i g o T o l e d a n o , t i n h a m sido os
francos B e r n a r d o , arcebispo da cidade, e a rainha D . C o n s t a n ç a a dar o r d e m
para a profanação da mesquita, na ausência d o rei. A f o n s o VI, ao saber de tal,
regressou i n d i g n a d o à cidade, e, colérico c o m o r o m p i m e n t o da promessa de
tolerância q u e fizera aos m u ç u l m a n o s , a m e a ç o u m e s m o q u e i m a r a rainha e o
arcebispo. Apenas a intervenção dos m o u r o s toledanos, receosos d e males f u -
turos, apazigua o rei. C o n f r o n t a n d o os dois relatos, M e n e n d e z Pidal sugere
importantes nuances, q u e i l u m i n a m as divergências d o lado dos cristãos, entre
o partido m o ç á r a b e , conciliador, e o partido franco, intransigente. O conflito
relatado p o r Ibn Bassam não se teria d a d o e n t r e Sisnando e o rei, q u e c o m
aquele concordava, mas entre o c o n d e de C o i m b r a , p o r u m lado, e B e r n a r d o
de T o l e d o e a rainha, p o r o u t r o . C o m efeito, estes, «ajenos a la vida de c o n -
vivência q u e cristianos y m u s u l m a n e s llevaban en Espana, es m u y natural q u e
viesen c o n m u y maios ojos la tolerancia c o n los rendidos q u e el rey tenía» 67 .
Verificando q u e Sisnando n ã o figura c o m o g o v e r n a d o r de T o l e d o n o d o e u -
m e n t o de dotação da nova catedral, antes mesquita, M e n e n d e z Pidal sugere
ainda c o m o possível desenlace da questão o a b a n d o n o d o cargo p o r Sisnan-
do, q u e se teria sentido desautorizado pelo caso — talvez e m prol de P e d r o
Ansures, mais grato à rainha.

Este conflito e m particular mais n ã o é q u e u m episódio de u m a f r o n t a -


m e n t o mais p r o f u n d o , entre os usos religiosos hispânicos, e os r o m a n o s , q u e
o p a p a d o procurava a t o d o o custo i m p o r na Península. A o l o n g o de toda a
sua vida, Sisnando teve de lidar c o m este p a n o de f u n d o ; fê-lo c o m u m a c o e -
rência e convicção notáveis, e m defesa de u m partido c o n d e n a d o i r r e m e d i a -
v e l m e n t e à derrota, mas q u e se revelou capaz de resistir p o r m u i t o mais t e m -
p o q u e o u t r o s locais peninsulares. V e j a m o s e n t ã o de q u e m o d o c o n c r e t o essa
acção se desenrolou, n o seu território de C o i m b r a , seguindo, nas suas grandes
linhas, a investigação f u n d a m e n t a l de Pierre David 6 8 .
D e p o i s da conquista, Sisnando abre a cidade aos clérigos moçárabes, v i n -
dos d o Sul e d o N o r t e , q u e aí são m e s m o investidos e m i m p o r t a n t e s funções.
E n c o n t r a m - s e vários bispos e m C o i m b r a , d e s e m p e n h a n d o f u n ç õ e s episcopais,
u m a vez q u e a cidade não tinha bispo titular. E n t r e t a n t o , depois dos conflitos
de 1078-1080 o p o n d o , p o r u m lado, A f o n s o VI e o m o n g e cluniacense R o -
berto, e, p o r o u t r o , o legado papal R i c a r d o de São V i c t o r — q u e se c e n t r a -
v a m na abolição d o rito hispânico — celebra-se e m 1080 o célebre C o n c í l i o
de Burgos. N e l e , c o n g r a ç a n d o as diferentes partes, é p r o n u n c i a d a a abolição
definitiva do rito hispânico e a a d o p ç ã o d o r o m a n o . É o c u l m i n a r de u m
processo acidentado, q u e não se fizera sem problemas, e q u e o p r ó p r i o rei
p r o m o t o r , A f o n s o VI, r e c o n h e c e c o m o t e n d o causado consternação p o r t o -
da a Espanha cristã 69 .
È naquele m e s m o a n o q u e se c o m e ç a a verificar a presença de dois bispos
de C o i m b r a : u m P e d r o , q u e participou n o C o n c í l i o de Burgos; e u m Pater-
n o , titular de T o r t o s a , m o ç á r a b e c o m o Sisnando. S e g u n d o o m e s m o e r u d i t o
francês, este último, q u e o p r ó p r i o alvazil c o n i m b r i c e n s e vai buscar a Sarago-
\> Porta da Almedina 9 a (situação que, c o m o v e r e m o s , será mais tarde o b j e c t o de falsificações
(Coimbra). documentais), constituía u m a clara negativa à n o m e a ç ã o , feita pelas a u t o r i -
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO dades civis e eclesiásticas d o r e i n o de Leão, de u m bispo de rito r o m a n o .
C Í R C U L O DE LEITORES. O p r o b l e m a c o i m b r ã o terá m e s m o sido alvo de u m a tentativa de resolução

436
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

437
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

Porta do antigo paço e m 1084, p o r G r e g ó r i o VII, c o m o envio de u m legado papal d i r e c t a m e n t e a


episcopal (Coimbra). Sisnando, p r o j e c t o afinal n ã o concretizado 7 0 . O alvazil irá p r o l o n g a r a resis-
F O T O : VARELA P É C U R T O / tência até ao final: t e n d o P a t e r n o falecido e m 1088, Sisnando n o m e i a c o m o
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
LEITORES.
bispo o p r i o r da catedral, M a r t i n h o Simões, t a m b é m m o ç á r a b e , q u e fora acti-
v o colaborador d o prelado falecido na reorganização d o cabido e na criação
de u m a escola capitular de alto nível cultural 7 1 . D u r a n t e os q u a t r o anos res-
tantes, até à m o r t e de Sisnando, e m b o r a n ã o tenha sido consagrado, M a r t i -
n h o ostenta o título episcopal. D e p o i s daquele a c o n t e c i m e n t o , o arcebispo
B e r n a r d o , o velho adversário d e Sisnando na questão da mesquita de T o l e d o ,
apressar-se-á a consagrar e m C o i m b r a , logo e m 1092, C r e s c ó n i o de T u i , o
candidato d o episcopado leonês, seu fiel partidário, d e resto. C o m a realiza-
ção desta cerimónia p o d e m o s considerar encerrada a primeira fase da resistên-
cia c o i m b r ã à imposição do rito r o m a n o ; obrigada, ao m e s m o t e m p o , a fazer
face à t o m a d a de p o d e r civil pelos francos d o c o n d e D . R a i m u n d o , a cidade
vai entrar n u m p e r í o d o de resistência passiva, talvez tácita, até ao eclodir d e
u m a última e prolongada crise, e m 1109 72 .
O s t e m p o s depois da t o m a d a de posse de C r e s c ó n i o de T u i f o r a m difíceis
para a Igreja m o ç á r a b e de C o i m b r a — as o r d e n a ç õ e s de P a t e r n o são postas
e m causa, o cabido catedralício é invadido p o r clérigos da nova c o r r e n t e , a u -
m e n t a m as doações à catedral e ao bispo 7 3 . A situação p r o l o n g a - s e n o episco-

438
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

p a d o seguinte, exercido p o r o u t r o partidário de B e r n a r d o de T o l e d o , M a u r i -


cio B u r d i n o (1098-1108). N o e n t a n t o , o cabido de C o i m b r a c o n t i n u a a ser
dirigido p o r M a r t i n h o Simões, a liturgia r o m a n a n ã o substitui a hispânica e
algumas igrejas paroquiais m a n t ê m - s e isentas da jurisdição episcopal. A ausên-
cia de M a u r í c i o B u r d i n o n u m a longa peregrinação à T e r r a Santa, de 1104 até
ao final d o seu episcopado, teria facilitado este estado de coisas.
D o p o n t o de vista civil, este p e r í o d o é caracterizado p o r p r o f u n d a s m o d i -
ficações, c o r r e s p o n d e n d o à t o m a d a de p o d e r pelos cavaleiros francos, c o m p a -
nheiros de D . R a i m u n d o (governador de 1092 a 1095) e de D . H e n r i q u e
(1095-1111). N o g o v e r n o de C o i m b r a sucedera a Sisnando o seu g e n r o , M a r -
t i m M o n i z , p e r t e n c e n t e a u m dos ramos da família de R i b a d o u r o e q u e d e t e -
ve ainda, pela m e s m a altura, o g o v e r n o de A r o u c a e Lamego 7 4 . Fora p o r é m
afastado pelo c o n d e R a i m u n d o , e m 1094, e seguira o c a m i n h o d o exílio, j u n -
t a n d o - s e ao séquito de R o d r i g o Diaz de Bivar, o Cid; só a partir de 1105 é
q u e voltamos a e n c o n t r á - l o na p r o x i m i d a d e dos n o v o s poderes portucalenses,
c o m o v e r e m o s adiante. H e n r i q u e de B o r g o n h a , p o r seu lado, irá confiar a
administração de C o i m b r a a cavaleiros francos da sua confiança. Se b e m q u e
a presença dos estrangeiros n ã o tenha sido pacificamente aceite, s u r g e m alian-
ças entre eles e a aristocracia local, e m especial p o r via de casamentos. A ci-
dade m a n t é m - s e e m relativa estabilidade, p o r t a n t o , d u r a n t e algum t e m p o .
A crise estala e m 1109 o u m o , na sequela de problemas de vária o r d e m .
D e s d e logo, as convulsões políticas q u e t i n h a m atingido o r e i n o de Leão e
Castela à m o r t e de A f o n s o VI (1109), relativas à sua sucessão, nas quais
D . H e n r i q u e t a n t o se e m p e n h o u . Depois, o clima de insegurança d e c o r r e n t e
da grande ofensiva almorávida, q u e veio trazer o perigo até às portas da cida-
de; p o r fim, a entrada e m f u n ç õ e s d o n o v o bispo de C o i m b r a , G o n ç a l o Pais
de Paiva, desde 1109, i n a u g u r a n d o u m a política r e f o r m a d o r a b e m mais activa
q u e a dos seus antecessores, v e m t e r m i n a r b r u s c a m e n t e c o m os anos de acal-
mia p r o p o r c i o n a d o s pelas ausências de M a u r í c i o B u r d i n o . A doação d o m o s -
teiro d o Lorvão, q u e o bispo G o n ç a l o alcança d o c o n d e D . H e n r i q u e , e m
1109, teria sido p a r t i c u l a r m e n t e gravosa para o cabido de C o i m b r a , pois fazia
passar i m e d i a t a m e n t e duas igrejas seculares para a jurisdição episcopal. Pela
m e s m a época, G o n ç a l o teria c o m e t i d o duas outras acções de peso: impusera
o rito r o m a n o na catedral e, e v e n t u a l m e n t e j á nesse m o m e n t o , c o m e ç a r a a
reorganização d o cabido s e g u n d o as regras canónicas. A par da questão reli-
giosa, a p o p u l a ç ã o local, e m especial talvez a aristocracia, entra e m conflito
c o m os representantes d o c o n d e D . H e n r i q u e , Ebraldo e M u n i o Barroso, de
q u e m virá a exigir a retirada.
O r a , neste difícil c o n t e x t o , volta a surgir e m C o i m b r a M a r t i m M o n i z .
A d o c u m e n t a ç ã o m o s t r a - o ao lado d o c o n d e D . H e n r i q u e desde 1105, e m
terra de C a m p o s e e m C o i m b r a , e m m o . C o m o sugere José M a t t o s o , tinha
p o r v e n t u r a o b t i d o a confiança d o c o n d e 7 5 . G é r a r d Pradalié, p o r seu t u r n o ,
colocara a hipótese de ter sido a aristocracia local a pedir o seu auxílio. A fac-
ção m o ç á r a b e d o cabido, essa, e n c o n t r a - s e s e g u r a m e n t e d o seu lado, c o m o
d e m o n s t r a m os falsos q u e executa então (aos quais o bispo r e s p o n d e c o m
u m a série de outros). Seja c o m o for, toda a revolta de C o i m b r a , ao m e s m o
t e m p o política e religiosa, b e m c o m o a circunstância de se e n c o n t r a r e m à sua
f r e n t e os representantes da prestigiosa época m o ç á r a b e de Sisnando e P a t e r -
n o , e m c u j o prestígio se filiam sempre, evidencia de u m a participação c o l e c -
tiva, leiga e eclesiástica, na defesa de e l e m e n t o s constitutivos da sua cultura,
e n t r e os quais avulta o religioso.
T e n d o sido s u f i c i e n t e m e n t e grave para exigir a presença d o c o n d e
D . H e n r i q u e e a retirada dos seus agentes da cidade, e m m i , a crise política
parece p o r é m ter-se sanado depressa. M a r t i m M o n i z , q u e p r o v a v e l m e n t e su-
bestimara os laços já existentes entre os estrangeiros e a p o p u l a ç ã o local, n o
sentido d e n ã o ser mais possível n e m desejado u m regresso à antiga situação,
é f o r ç a d o p o r D . H e n r i q u e a exilar-se, talvez e m troca da satisfação das e x i -
gências dos cavaleiros de C o i m b r a .
A crise religiosa, p o r é m , m a n t e r - s e - á acesa d u r a n t e mais t e m p o , apesar d o
c o n d e D . H e n r i q u e ter c o n c e d i d o ao clero local certos privilégios, ao m e s m o

439
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

t e m p o q u e satisfazia o resto da população. C o m efeito, a p r o v e i t a n d o a i n t e r -


v e n ç ã o d o c o n d e D . H e n r i q u e , e c o m o p r e t e x t o de r e m e d i a r os males c a u -
sados à diocese pelas invasões m u ç u l m a n a s , o bispo G o n ç a l o avança definiti-
v ã m e n t e c o m a reorganização d o capítulo, e m fins de u n o u e m 1112.
A resistência n ã o cessa logo, p o r é m : ainda e m 1115 o u 1116, ao deslocar-se a
R o m a , a fim de resolver questões de território c o m a diocese d o P o r t o ,
G o n ç a l o alcança d o papa, Pascal II, u m a bula e x o r t a n d o o clero e o p o v o d e
C o i m b r a a o b e d e c e r e m ao seu bispo e a «corrigir os seus costumes».
T e r m i n a assim, p o r fim, a resistência activa dos moçárabes de C o i m b r a .
O significado p r o f u n d o de toda esta crise é o da extinção de u m a f o r m a c u l -
tural, c o m o sintetiza a feliz conclusão de G é r a r d Pradalié, q u e n ã o resistimos
a citar 76 : «[a crise de 1109-1116] c o n f i r m a desde logo a existência e m C o i m b r a
de u m a sólida c o m u n i d a d e m o ç á r a b e [...]. A p ó s a m o r t e de Sisnando (1091) e
q u a n d o o p o d e r político lhe foge, esta c o m u n i d a d e cerra fileiras e m t o r n o da
sua Igreja e d o seu clero, para tentar preservar a sua originalidade. R e p r o d u z
assim, à sua escala, o m o v i m e n t o de r e c u o i n t e r n o q u e tinha p e r m i t i d o a s o -
brevivência de tantas c o m u n i d a d e s cristãs, sob a d o m i n a ç ã o m u ç u l m a n a . M a s
é preciso r e c o n h e c e r q u e a Igreja r o m a n a era m e n o s tolerante q u e o Islão,
p o r q u e ela n ã o alcança o q u e tentara. A grande questão, em C o i m b r a , d e
1091 a 1116, é o destino de u m a Igreja d e rito hispânico n o m e i o r o m a n o ,
destino l o n g a m e n t e indeciso, mas c u j o d e s a p a r e c i m e n t o está inscrito nos
a c o n t e c i m e n t o s de 1109-1116. Estes a c o n t e c i m e n t o s , t a n t o q u a n t o a conquista
da cidade e m 1064, m a r c a m a entrada de C o i m b r a para o m u n d o cristão c o n -
temporâneo» 7 7 .
N o e n t a n t o , o c u n h o específico q u e a sua presença i m p r i m i u à sociedade
da época m a n t e r - s e - á p o r m u i t o t e m p o , e encontrará expressão nos f e n ó m e -
nos referidos n o início deste estudo, tão ricos e importantes.

Religião e construção do A 9 DE JUNHO DE 1092, REUNIDOS e m assembleia d o mosteiro, os p a t r o -


nos de Santo Tirso c o n c l u e m o processo de entrega d o mosteiro a G u d e m i -
pod&: os patronos de Santo ro, o seu n o v o abade. A d o c u m e n t a ç ã o p r o v a - n o s q u e fora u m processo mais
Tirso e de Paço de Sousa longo, e n v o l v e n d o e n c o n t r o s e correspondência e n t r e as partes interessadas:
no século x/ 78 os patronos, os m o n g e s , e autoridades eclesiásticas superiores, neste caso, o
bispo C r e s c ó n i o de C o i m b r a e o arcebispo B e r n a r d o de T o l e d o . Assim, t i -
nha-se p r i m e i r o r e u n i d o o g r u p o de parentes c o m direito de p a t r o n a t o , p r o -
v a v e l m e n t e e m c e r i m ó n i a solene (magnum conventum, magno Consilio), e reali-
zara-se a entrega d o mosteiro ao abade, p r e v i a m e n t e eleito pelos restantes
religiosos e m presença das autoridades eclesiásticas. A eleição e a reunião t i -
n h a m sido feitas a p r o v e i t a n d o decerto a presença d e B e r n a r d o de T o l e d o ,
q u e se dirigia a C o i m b r a para c o n f i r m a r C r e s c ó n i o . Três dos patronos, q u e
de algum m o d o seriam os chefes d o g r u p o , escrevem de seguida a C r e s c ó n i o
para o b t e r a c o n f i r m a ç ã o formal da autoridade local. O bispo de C o i m b r a
r e s p o n d e - l h e s c o n c e d e n d o a b e n ç ã o ao acto e r o g a n d o - l h e s a p r o t e c ç ã o d o
mosteiro. P o r fim, a 9 de J u n h o de 1092, os patronos, distribuídos pelos res-
pectivos grupos parentais, c o m p r o m e t e m - s e à p r o t e c ç ã o d o mosteiro, e este
entrega u m a soma avultada de d i n h e i r o — mil soldos de prata pura e dois ta-
lentos d e ouro 7 9 .
D e t e n h a m o - n o s u m p o u c o nas duas partes e n v o l v i d a s nestas transac-
ções, seja p o r q u e elas nos t r a z e m n o v o s actores da c e n a social e religiosa —
e m relação aos estudados nos capítulos anteriores — , seja p o r q u e as f o r m a s
c o m o a g e m c o n t ê m i g u a l m e n t e i m p o r t a n t e s e l e m e n t o s de análise. E m p r i -
m e i r o lugar, os eclesiásticos. A o p o r t u n i d a d e da p r e s e n ç a de B e r n a r d o de
T o l e d o e de C r e s c ó n i o , q u e se dirigiam a C o i m b r a na s e q u ê n c i a da m o r t e
d o c o n d e Sisnando para instaurar a o b e d i ê n c i a r o m a n a , a p o n t a i n e q u í v o c a -
m e n t e para u m a c o l a b o r a ç ã o : p o r u m lado, a adesão dos p a t r o n o s às r e f o r -
mas d o arcebispo f r a n c o ; p o r o u t r o , o a p r o v e i t a m e n t o p o r B e r n a r d o das
novas elites dirigentes para instaurar a sua política n u m a região o n d e t i n h a
adversários declarados.
Depois, os leigos. O s p a t r o n o s de Santo Tirso, q u e nesta circunstância
f o r m a v a m u m n u m e r o s o g r u p o de vinte e duas pessoas, p e r t e n c i a m à d e s c e n -

440
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

dência de Aboazar Lovesendes e sua m u l h e r U n i s c o G o d i n h e s , os f u n d a d o r e s


d o mosteiro, mais de c e m anos antes 8 0 . E n t r e eles e n c o n t r a m o s i m p o r t a n t e s
magnates da região portucalense, p e r t e n c e n t e s às linhagens q u e , n o século xi,
haviam substituído os c o n d e s na direcção política d o território; estão m e s m o
presentes representantes das mais poderosas, Maia e R i b a d o u r o , a primeira
das quais constituía p r o p r i a m e n t e a estirpe d o f u n d a d o r 8 1 . A data da f u n d a ç ã o
d o mosteiro, o seu ascendente c o m u m , Aboazar Lovesendes, era d e c e r t o
b e m m e n o s i m p o r t a n t e d o q u e os c o n d e s seus c o n t e m p o r â n e o s . Provável-
m e n t e u m m o ç á r a b e e m i g r a d o d o Sul (apesar das lendas genealógicas q u e o
ligam ao rei R a m i r o e q u e nasceram, de resto, na órbita de Santo Tirso) 8 2 ,
ele e os filhos irão p o r é m substituir a autoridade e importância d o c o n d e E r -
m e n e g i l d o Guterres na zona d o P o r t o , o b r i g a n d o os descendentes deste a se-
d e a r e m - s e mais a n o r t e . N o século xi serão p r o v a v e l m e n t e a mais i m p o r t a n t e
família da região portucalense, o n d e d e t i n h a m o g o v e r n o da terra da Maia.
O m o s t e i r o f u n d a d o e m 978 p o r Aboazar Lovesendes virá a tornar-se u m dos
mais ricos d o E n t r e D o u r o e M i n h o , e a constituir u m i m p o r t a n t e f o c o d e
apoio cultural e político à família patronal.
Q u a n d o , e m 1092, os m e m b r o s desta se r e ú n e m para a c e r i m ó n i a acima
descrita, e m b o r a fossem todos j á bisnetos e trinetos dos fundadores, organiza-
v a m - s e ainda e m grupos parentais diversos, q u e c o r r e s p o n d i a m a cada u m
dos cinco filhos dos f u n d a d o r e s . A configuração destes grupos é, desde logo,
vertical, e m b o r a n ã o exclua ainda a descendência feminina. N o e n t a n t o , n ã o
estão presentes t o d o s os descendentes das respectivas gerações, sem dúvida
p o r q u e o p a t r o n a t o d o mosteiro fora incluído entre o u t r o s bens sucessórios, e
nas diversas partilhas ficara apenas a alguns m e m b r o s de cada g r u p o familiar.
C o m o vimos, toda esta parentela parece representada p o r três dos seus ele-
m e n t o s : os irmãos G o n ç a l o e Soeiro M e n d e s , trinetos d o f u n d a d o r pelo seu
filho T r a s t e m i r o , e o seu p r i m o terceiro Paio Peres, bisneto d o f u n d a d o r pelo
seu filho Ermígio. P o r fim, ao agirem colectivamente, estavam sem dúvida a Mosteiro beneditino de Santo
praticar u m acto n o espírito da laudatio parentum, u m a prática «jurídica» i n - T i n o (postal do início do
centivada pelos m o n g e s a fim de salvaguardar os seus direitos e m i n i m i z a r os século xx).

441
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

riscos de conflito 8 3 . Tal c o m o o caso de Santo Tirso deixa entrever, esta p r á -


tica envolvia relações determinadas, seguranças várias, solenidades e c e r i m ó -
nias diversas, q u e c o n h e c e m o s e m m a i o r detalhe a partir de o u t r o s casos —
realização e m datas solenes, entrega de objectos, gestualidade ritual — e q u e
e x i g e m u m a contextualização histórico-antropológica correcta. É o caso,
p r o v a v e l m e n t e , da soma e n t r e g u e n o final, q u e nos parece f u n c i o n a r c o m o
u m «contra-dom» ã «oferta» de p r o t e c ç ã o dos patronos. E, e m b o r a a d o e u -
m e n t a ç ã o seja parca e m informações, t u d o se processaria, p r o v a v e l m e n t e ,
c o m a realização de missas assistidas pelos patronos, cerimónias pelos antepas-
sados sepultados, refeições rituais, registo escrito d o sucedido — c o m toda a
força adicional daí p r o v e n i e n t e 8 4 . A relação estabelecida c o m o m o s t e i r o é as-
sim colectiva e ritualizada, e o c e n t r o religioso c o n t i n u a a d e s e m p e n h a r i m -
portantes f u n ç õ e s d e sociabilidade política.
N o e n t a n t o , c o m o t e m o s v i n d o a frisar, é u m a é p o c a já diversa dos t e m -
pos condais. O s m o s t e i r o s q u e d o r a v a n t e c o n t a m , nos c o n d a d o s p o r t u c a l e n -
se e c o n i m b r i c e n s e , n ã o são já as grandes abadias, c o m o G u i m a r ã e s , mas os
antigos p e q u e n o s m o s t e i r o s de t i p o familiar q u e , a p a d r i n h a d o s pelas famílias
de infanções, h a v i a m sido favorecidos p e l o sucesso da carreira destas. N u m
processo n e m s e m p r e v o l u n t á r i o para os m o n g e s , de resto: algumas estirpes
c o n s o l i d a m c l a r a m e n t e o seu p o d e r a p o d e r a n d o - s e dos mosteiros mais ricos.
É o caso da família de R i b a d o u r o , os Gascos, q u e , e n t r e a segunda m e t a d e
d o século xi e as primeiras décadas d o século XII, se t o r n a m «senhores d e
quase t o d o s os m o s t e i r o s da região a este d o Sousa: P a ç o de Sousa, V a l p e -
dre, P e n d o r a d a , Vila B o a d o Bispo, Vila B o a de Q u i r e s , Tuias». Para estes
senhores, o p r i m e i r o daqueles m o s t e i r o s irá t o r n a r - s e u m c e n t r o c o m f u n -
ções semelhantes às q u e Santo Tirso d e s e m p e n h a v a para os da Maia: local
privilegiado de sepultura da l i n h a g e m e d e sufrágio pelos seus m o r t o s , c e n -
t r o de r e u n i õ e s , r e p o s i t ó r i o de m o n g e s disponíveis para p ô r a sua cultura le-
trada ao serviço dos patronos 8 5 . M u i t o s destes usos e n v o l v i a m d e c e r t o ceri-
m ó n i a s q u e m a n i f e s t a m o p o d e r s i m b ó l i c o dos n o v o s senhores, tal c o m o
antes G u i m a r ã e s o fizera, para a estirpe de M u m a d o n a . E m 1137, p o r e x e m -
pio, o e n t e r r o de M e n d o , filho de Egas M o n i z , é u m a ocasião c o n c o r r i d a ,
e m q u e , presente populum qui mecum venit ad monasterium de Palaciolo sepelire ft-
lium meum, o pai d o m o r t o faz u m a extensa d o a ç ã o aos m o n g e s 8 6 . T o d a s as
circunstâncias que rodeiam este acto marcariam b e m , sem dúvida, a i m p o r t â n -
cia do p o d e r da linhagem e o q u e ele podia significar para a protecção sobre-
natural da mesma — dado q u e os funerais familiares eram ocasiões privilegiadas
dos «dons aos santos» 87 .
E difícil sabermos m u i t o mais sobre a religiosidade própria destes p a t r o -
nos de mosteiros, q u e temos v i n d o a c o n h e c e r através dos e x e m p l o s m e l h o r
d o c u m e n t a d o s de P a ç o de Sousa e Santo Tirso, mas q u e e r a m m u i t o mais
n u m e r o s o s . E m t e r m o s de observância religiosa dos m o n g e s , a p r o t e c ç ã o dos
infanções, depois magnates, parece ter sido benéfica, ainda q u e d e f o r m a i n -
directa, presa ao prestígio social da nova religiosidade. N a síntese de José
Mattoso, «Os mosteiros que, na diocese d o P o r t o , se apressam a adoptar os
novos usos [refere-se aos usos cluniacenses] — Santo Tirso, P a ç o de Sousa,
P e n d o r a d a — são os patrocinados p o r famílias i n t e i r a m e n t e desconhecidas
antes d o a n o 1000, e q u e a p o u c o e p o u c o se t o r n a m as mais poderosas de
t o d o o c o n d a d o : as da Maia, de R i b a d o u r o e de Baião. E possível q u e alguns
mosteiros tivessem resistido ao m o v i m e n t o m o n á s t i c o q u e acabei de definir,
e m b o r a seja difícil d e m o n s t r a r esta afirmação para cada caso. Dir-se-ia q u e as
famílias " n o v a s " , chamadas r e c e n t e m e n t e a colaborar c o m os monarcas d e
Leão e depois c o m os condes borgonheses, são mais dinâmicas, mais abertas
às inovações religiosas q u e a aristocracia d e s c e n d e n t e dos antigos condes.» 8 8
O certo, p o r é m , é q u e estes centros religiosos f u n c i o n a r a m c o m o fortes
pólos identificadores das linhagens q u e d e t i v e r a m a supremacia na região p o r -
tucalense d o século x i e primeira m e t a d e d o século XII. A consciência g e n e a -
lógica dos senhores de R i b a d o u r o e da Maia, n o m e a d a m e n t e , foi cimentada,
de f o r m a clara, a partir dos seus mosteiros, o n d e r e p o u s a v a m os antepassados,
o n d e estavam registados os bens q u e d o a v a m , e o n d e os m o n g e s lhes c o m p u -

442
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

n h a m obras de m e m ó r i a . O s estudos de José M a t t o s o v i e r a m p ô r e m relevo o


d e s e m p e n h o desta f u n ç ã o p o r Santo Tirso, e m especial, n u m processo l o n g o
q u e vai da redacção da primeira parte dos Annales Portucalenses Veteres, n o fi-
nal d o século xi e prestigiando G o n ç a l o , M e n d o e Soeiro M e n d e s da Maia,
até ao Livro velho, c o m p o s t o dois séculos mais tarde, quase c e r t a m e n t e p o r
o r d e m daqueles q u e r e c l a m a v a m então o prestígio dos antigos g o v e r n a d o r e s
da Maia, os senhores de R i b a de Vizela. P o d e m o s ir mais além da e v i d e n t e
f u n ç ã o social q u e tiveram estes mosteiros para os infanções e m ascensão, e al-
cançar algo e m t e r m o s de interiorização da m e n s a g e m religiosa?
O s dados são escassos, mas p e r m i t e m - n o s discernir u m a relação q u e , u m a
vez mais, n ã o p o d e ser interpretada à luz anacrónica de u m a «piedosa c o l a b o - Túmulo de Egas Moniz,
ração», de coloração oitocentista. C o m efeito, os p a t r o n o s leigos s o u b e r a m século XII (Paço de Sousa,
s e m p r e m a n t e r u m a distância acentuada e m relação aos entusiasmos r e f o r m i s - Igreja de São Salvador).
tas gregoriano e cluniacense, q u e é p o r vezes partilhada pelos m o n g e s dos FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
seus cenóbios. D e Soeiro M e n d e s da Maia, o p a t r o n o exaltado pelo m o n g e C Í R C U L O DE LEITORES.

443
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

Tímpano principal da tirsense r e d a c t o r dos Annales Portucalenses Veteres, sabemos q u e se o p ô s a São


Igreja de São Salvador, Geraldo, arcebispo d e Braga — cluniacense de f o r m a ç ã o e coração, rigoroso
séculos xu-xiii (Paço de
Sousa, Penafiel). defensor da r e f o r m a gregoriana — , n u m aspecto p a r t i c u l a r m e n t e sensível da
relação entre clérigos e leigos, a investidura das igrejas. S e g u n d o a biografia
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
C Í R C U L O DE LEITORES d o arcebispo, escrita pelo seu discípulo e fiel c o n t i n u a d o r , B e r n a r d o , o m a g -
nate foi depois alvo de severo castigo divino. Se, d e u m m o d o geral, os
m o n g e s p r o c u r a v a m m a n t e r - s e isentos nestas questões, d e r a m - s e episódios de
recurso à i n t e r v e n ç ã o dos patronos. Assim, ainda q u a n t o a Santo Tirso, este
mosteiro o p õ e - s e à i n t e r v e n ç ã o excessivamente rigorista de São Geraldo,
q u e tenta cercear a a u t o n o m i a d o c e n ó b i o ; e m I I O I , a q u a n d o de u m a visita
pastoral d o arcebispo, declaram r e c e b ê - l o p o r «caridade» e n ã o p o r obrigação;
o diferendo, q u e relevava da isenção canónica d o m o s t e i r o , foi resolvido n u -
ma assembleia, e m Braga, c o m a presença d o m e s m o p a t r o n o , Soeiro M e n -
des. Esta isenção, p o r sua vez, derivava de u m acto de grande importância, a
concessão de carta d e c o u t o ao mosteiro, na pessoa d o seu p a t r o n o Soeiro
M e n d e s , p o r parte d o c o n d e D . H e n r i q u e , e m 1097: «tem i g u a l m e n t e a
m a i o r relevância, p o r q u e constitui o p r i m e i r o diploma q u e consagra oficial-
m e n t e a i m u n i d a d e de u m território e m favor de u m a instituição eclesiástica,
depois dos coutos c o n c e d i d o s e m benefício d o m o s t e i r o de G u i m a r ã e s n o
princípio d o século xi (aliás de autenticidade duvidosa) e dos d o m í n i o s p o r -
tugueses da Catedral de Santiago de Compostela» 8 9 . Assim, v e m o s q u e a m á -
xima autoridade do c o n d a d o , D . H e n r i q u e — f r a n c o c o m o São G e r a l d o e
partidário da r e f o r m a cluniacense, mas sem dúvida b e m consciente dos «usos
sociais» da religião pela aristocracia leiga a q u e pertencia — terá p o r vezes de
servir de m e d i a d o r e n t r e u m clero excessivamente reformista e os patronos
dos mosteiros «reformados».

444
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

DOS CAVALEIROS DE COIMBRA AS


PRIMEIRAS REACÇÕES AOS MENDICANTES:
A VITALIDADE DAS RESPOSTAS LOCAIS
SANTA CRUZ DE COIMBRA foi inegavelmente o grande f e n ó m e n o sociorre- O «guerreiro dos Crúzios»
ligioso das «épocas novas» abertas pela revolta dos barões portucalenses a g r u -
pados e m t o r n o de A f o n s o H e n r i q u e s , q u e g a n h a m consolidação definitiva
e o «guerreiro dos
ao afirmar-se a centralização coimbrã. A consciência dos n o v o s t e m p o s é, guerreiros»: a construção
aliás, anunciada e construída pelos próprios Crúzios, e m dois cenários q u e as do leigo pelos textos críizios
suas narrativas t o r n a m paralelos: o d o n a s c i m e n t o d o m o s t e i r o e o d o avanço
e a sua recepção90
d o reino para sul. A m b o s são colocados sob o signo da n o v i d a d e profética,
u m p r o t a g o n i z a d o pelos heróis sacros dos C r ú z i o s — T e l o e T e o t ó n i o , n o
c e n t r o de u m a multifacetada galeria de religiosos — , o u t r o p o r u m rei q u e os
m e s m o s c o n s t r o e m , t a m b é m e m moldes sacros, e que, p o r sua vez, i m p e r a
c o m o m o d e l o d o guerreiro cristão a par de outras personificações deste.
O mosteiro nasce d o evangélico regresso de T e l o a Jerusalém, s e g u n d o o
m o d e l o constante das reformas d o cristianismo: o r e e n c o n t r o c o m a primitiva
pureza, q u e esperançada e u t o p i c a m e n t e se crê existir ainda e m estado intacto
nos «locais santos» p o r o n d e andara o S e n h o r , votados a u m t e s t e m u n h o de
imanência pela graça daquela divina passagem 9 1 . O r e i n o de Portugal, p o r seu
lado, afirma-se n u m avanço para a m e s m a cidade santa, p o r q u e a guerra agora
passa a ser «cruzada», e as vitórias dos guerreiros u m sinal visível n ã o da força
destes — q u e assim se esvazia d o seu terrível e caótico p o d e r — , mas da m ã o
de u m D e u s q u e auxilia as suas hostes.
O mosteiro c o i m b r ã o faz sentir a sua influência de variadas maneiras: da
f o r m a ç ã o da própria c o m u n i d a d e religiosa, q u e conta desde logo c o m m e m -
bros das novas camadas dirigentes, até a u m a acção pastoral-caritativa de raio
alargado, passando pela assumpção d o papel fulcral de a c o n s e l h a m e n t o políti-
co da m o n a r q u i a , n o m e a d a m e n t e c o m D . J o ã o Peculiar. A par destas acções
«objectivas», p o r assim dizer, Santa C r u z de C o i m b r a vai p r o d u z i r u m a i n t e r -
pretação d o processo histórico e m curso, nas linhas q u e acima b r e v e m e n t e
descrevemos, através de u m a série de escritos de diversa natureza — q u e nos
interessam sobremaneira, j á que, para além de todos os aspectos q u e t ê m sido
salientados pelos autores, os iremos analisar c o m o os grandes p r o d u t o r e s de
u m m o d e l o da relação e n t r e o m u n d o religioso e o m u n d o leigo, na época
e m estudo neste capítulo.
Nesse m o d e l o , p o r é m , n ã o iremos e n c o n t r a r p r o p r i a m e n t e os «leigos»,
n e m sequer à maneira da «recolha etnográfica» q u e praticaram o u t r o s cléri-
gos, c o m o W a l t e r M a p na Inglaterra da m e s m a época 9 2 ; c o m efeito, o q u e
aos C r ú z i o s interessou, desde início e c o m u m a s u r p r e e n d e n t e constância ao
l o n g o de quase mais quatro séculos, foi teorizar e p r o p o r as modalidades d o
r e l a c i o n a m e n t o entre o mosteiro e o m u n d o , entre o seu p o d e r e os poderes
exteriores, n u m a óptica de submissão dos segundos ao p r i m e i r o — n ã o já a
partir d o d e s e m p e n h o de rituais de unificação, c o m o a p e r m a n e n t e interces-
são litúrgica d o m o n a q u i s m o cluniacense, mas sim de u m a «teologia política»
b e m específica.
Específica e notável, a dois títulos. E m p r i m e i r o lugar, pelo seu carácter a
u m t e m p o e r u d i t o e pragmático, só possível n u m m o s t e i r o q u e se relaciona
c o m centros de m o d e r n a s correntes europeias, q u e r a p i d a m e n t e adquire u m a
notável biblioteca e q u e , p o r fim, sabe v o c a c i o n a r para a acção política o ca-
pitai h u m a n o q u e assim forma. D e p o i s , p o r q u e , apesar da racionalização culta
e pragmática, na linha d o augustianismo político, q u e subjaz à sua acção,
Santa C r u z de C o i m b r a c o n h e c e a força dos símbolos e n ã o hesita e m r e c o r -
rer a eles para m e l h o r transmitir a sua m e n s a g e m . N o q u e é u m a espécie de
versão popular, «leiga» 93 , das teorizações, faz estratégicas concessões ao m a r a -
vilhoso, q u e c o n f e r e m adicional impacte àquelas — mas s e m p r e n u m a linha
específica de milagres, os d o castigo aos p o d e r o s o s ímpios q u e se o p õ e m ao
p o d e r dos representantes de D e u s na terra, os C ó n e g o s de Santa C r u z o u ,
c o m sinal oposto, os da p r o t e c ç ã o e r e c o m p e n s a dos q u e acatam os seus ensi-

445
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

n a m e n t o s ( c o m o v e r e m o s adiante). A perspectivação deste d u p l o p r o c e d e r n o


l o n g o t e r m o s e g u i n d o as diferentes «investidas rituais» dos C r ú z i o s e m t o r n o
d o seu papel de m e n t o r e s régios, d o século XII a inícios d o século xvi, aclara
singularmente toda a questão, u m a vez q u e se discernem c o m m a i o r clareza
notáveis constâncias de p e n s a m e n t o e actuação 9 4 .
T o d a s estas condições de excelência n ã o c o n f e r i r a m p o r é m aos textos
crúzios total h e g e m o n i a na representação cultural-política d o t e m a . C o m
efeito, existem vestígios, na m e s m a época, de outras propostas de identidade
laical e m relação à esfera eclesiástica, n o m e a d a m e n t e n o seio das culturas n o -
biliárquicas e guerreiras d o N o r t e e d o Sul. Delas nos o c u p a r e m o s n u m a últi-
m a parte deste texto, na qual se procurará avaliar da recepção dos m o d e l o s
acima propostos, p o r parte dos leigos. N ã o tanto a partir de vestígios de c o n -
f r o n t o directo, q u e d e m o n s t r e m u m a capacidade de elaboração semelhante
o u u m diálogo e n t r e a duas esferas; e m b o r a nos pareça possível d e f e n d e r a
sua existência, seria difícil de a provar, nos limites deste estudo. O p t á m o s as-
sim pela identificação de m o d e l o s e c o m p o r t a m e n t o s contrários o u paralelos,
e neles trabalharemos e m t o r n o de dois grandes temas: a figura alternativa d o
rei, a partir dos estudos de José Mattoso; e a f o r m a c o m o os guerreiros f u n -
d a m e n t a m o seu p o d e r nas próprias características físicas, r e c u s a n d o as e x i -
gências d e submissão de religiosos e clérigos e m n o m e de u m a i m a n ê n c i a d i -
vina daquele. Tal c o m o para o caso anterior, é na longa duração q u e m e l h o r
se apercebe a força q u e este m o d e l o possui, apesar de se basear e m suportes
b e m mais frágeis q u e os q u e tinha ao seu dispor o p o d e r o s o scriptorium de
Santa C r u z 9 5 .
Túmulo de D. Afonso
Henriques, inícios do I m p o r t a antes mais precisar o estatuto dos textos de Santa C r u z de C o i m -
século xvi (Coimbra, Igreja bra, d e n t r o de duas grandes linhas teóricas, para além dos diversos c o n t e x t o s
de Santa Cruz). e problemas q u e cada u m põe: e m p r i m e i r o lugar, mais d o q u e «escritos», p a -
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO r e c e - n o s útil tratá-los c o m o «actos discursivos», q u e nascem de u m c o n j u n t o
C Í R C U L O DE LEITORES. de acções e e m si m e s m o s c o n s t i t u e m e p r o p õ e m outras; neste sentido, n ã o

446
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

se d i s t i n g u e m das restantes «realizações objectivas» dos C r ú z i o s s u m a r i a m e n t e


descritas acima; depois, mas na m e s m a sequência de n ã o d e f o r m a r a i n t e r p r e -
tação, i m p o r t a frisar q u e eles se inserem n u m a tradição narrativa cristã m u i t o
especial. C o m efeito, na linha das propostas de T h . H e f f e r n a n , c o n s i d e r a m o -
—los c o m o textos cultuais, cuja força v e m da sua natureza «entretecida» 9 6 .
C o m p o s t o s a partir de múltiplos o u t r o s textos, q u e n ã o são escolhidos ao
acaso n e m c o m i n t e n ç õ e s de plágio, t o r n a m - s e c o m p o s i ç õ e s q u e a d q u i r e m
significado a partir d o t o d o alcançado: este actualiza assim u m a presença divi-
na q u e foi histórica e q u e d e i x o u e g e r o u t e s t e m u n h o s escritos de estatuto
especial, revelados o u iluminados pela fé e p o r t a n t o transmissores de caris-
ma 9 7 . E ritual a utilização repetida de palavras, frases e m e s m o trechos e x t e n -
sos da grande narrativa cristã: a repetição c o n f e r e solenidade ao presente, reli-
g a - 0 à eternidade. Se estas características são p a r t i c u l a r m e n t e verdadeiras para
os textos hagiográficos (sejam eles vitae, miraculae, translatii o u outros) d e v e m
t a m b é m ser tidas e m conta para textos de diversa natureza, n o m e a d a m e n t e os
«históricos». C o m efeito, nos panegíricos, vaticínios, discursos e outros r e c u r -
sos de m a i o r fôlego oratório, está presente u m a rede intrincada de referentes,
q u e só u m a visão anacrónica poderia t o m a r p o r relatos objectivos.
O c o n j u n t o de textos de Santa C r u z de C o i m b r a (escritos d i r e c t a m e n t e
n o m o s t e i r o o u p o r ele inspirados) estende-se ao l o n g o de umas rápidas cinco
décadas, f u n d a m e n t a i s p o r é m na história d o r e i n o e m f o r m a ç ã o , e q u e c o r -
r e s p o n d e m t a m b é m à «época de ouro» da canónica, na periodização d o seu
mais r e c e n t e estudioso 9 8 . C o m efeito, data p r o v a v e l m e n t e de 1147-1150 a r e -
dacção d o mais antigo dos escritos, a Vita Martini Sauriensis, e dos alvores d o
século XII u m t e x t o terminal, o Indiculum Fundationis S. Vincentii, escrito d u -
rante o reinado de D . S a n c h o I (1185-1211). U m a simples seriação cronológica
p e r m i t e - n o s distinguir desde logo dois c o n t e x t o s de p r o d u ç ã o . N o s anos
i m e d i a t a m e n t e posteriores à Vita Martini, dá-se a grande explosão de narrati-
vas: a Vita Tellonis, consagrada à pessoa d o arcediago T e l o , u m dos f u n d a d o -
res d o mosteiro, redigida e m t o r n o de 1155; a Vita Theotonii, relativa a São
T e o t ó n i o , p r i m e i r o p r i o r de Santa C r u z , q u e datará d o p r ó p r i o a n o da m o r t e
d o biografado (1162)99; o panegírico e p r o g r a m á t i c o De Expugnatione Scalabis,
dos primeiros anos da década de 60 1 0 0 . C o m o salienta A r m a n d o Martins, na
esteira de A. N a s c i m e n t o e Leontina V e n t u r a , d e v e m j u n t a r - s e ao c o n j u n t o
narrativo duas obras algo diversas, de carácter administrativo, os cartulários
Livro santo (iniciado e m 1155) e Livro de D.João Teotónio (iniciado e m 1167).
C o m efeito, para além de c o n t e r e m algumas peças narrativas, n o m e a d a m e n t e
vitae e outros textos m e m o r i a i s d o mosteiro, a sua elaboração reflecte u m i m -
p o r t a n t e estado de auto-identificação institucional, q u e subjaz à p r o d u ç ã o de
textos «programáticos» 1 0 1 . N ã o é p o r acaso q u e o p r i m e i r o destes cartulários
se deve a mestre P e d r o Alfarde, i g u a l m e n t e r e d a c t o r da Vita Tellonis.
U m s e g u n d o g r a n d e c o n j u n t o de textos p e r t e n c e j á a u m a c o n j u n t u r a d i -
ferente, algo adversa m e s m o : desde logo, redigidos entre 1185 a 1195, os Anna-
les Domni Alfonsi portugallenssium regis que, apesar desta génese mais tardia, p a -
r e c e m dever-se à p e n a d o c ó n e g o r e d a c t o r da Vita Theotonii e d o De
Expugnatione102. C o m o acentua José M a t t o s o , os Annales são escritos n u m a
época difícil, sob o signo da invasão almóada, e e m q u e «era indispensável
restaurar a confiança dos Portugueses n o filho d o rei d e r r o t a d o de B a d a j o z
(1169), daquele q u e desde então tinha de andar n u m a carreta p o r n ã o p o d e r
mais m o n t a r a cavalo à f r e n t e dos seus guerreiros» 1 0 3 . A eles d e v e m j u n t a r - s e
duas outras narrativas próximas da hagiografia: a da m o r t e e milagres d o cava-
leiro H e n r i q u e de B o n a , inserta n o Indiculum Fundationis acima referido, e a
crónica p r o p r i a m e n t e dita da f u n d a ç ã o deste mosteiro, t a m b é m contida nesta
obra. Tal c o m o n o caso anterior, os t e m p o s são j á de c o n c o r r ê n c i a institucio-
nal e política, q u e gera u m a multiplicidade textual. C o m efeito, data de cerca
de 1180 u m escrito q u e contesta a h e g e m o n i a crúzia de m a n i p u l a ç ã o sacral d o
prestigioso São V i c e n t e e d e f e n d e os interesses da sé contra o p o d e r o s o m o s -
teiro de cónegos, da autoria d o chantre de Lisboa mestre Estêvão 1 0 4 .
Assinalada a existência destes grandes c o n t e x t o s de p r o d u ç ã o narrativa,
v e j a m o s c o m o os textos e q u a c i o n a m a presença leiga. O s protagonistas das

447
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

vitae são sem dúvida grandes figuras de religiosos,_ ao lado das quais os leigos
não p o s s u e m q u a l q u e r a u t o n o m i a o u relevância. É t o d o u m m u n d o de c o m -
p o r t a m e n t o s e referências eclesiásticas — monásticas, mais p r o p r i a m e n t e fa-
lando —- q u e sabe existir a seu lado u m o u t r o universo, m e n o r e m e n o s p u -
ro, ao qual alude p o r referências estereotipadas e exemplares. N a Vita Martini,
t e m o s duas espécies de leigos: os cristãos e os m o u r o s . Alude aos primeiros
e n q u a n t o ovelhas d o r e b a n h o d o presbítero, de c o m p o r t a m e n t o d e s o r d e n a d o
e q u e aquele tenta e m e n d a r caridosamente, n ã o hesitando p o r é m e m r e -
p r e e n d ê - l o s e m caso de necessidade: censura as suas palavras indignas, tenta
moralizar o seu c o m p o r t a m e n t o sexual, afasta os «jovens libertinos» e os «ho-
m e n s embriagados». Eles são ainda a m u l t i d ã o que, de partida para reconstruir
Soure, se dirige ao bispo G o n ç a l o , p e d i n d o - l h e q u e n ã o os deixe sem u m
presbítero — cujas funções, n o dizer da hagiografia, seriam f o r n e c e r - l h e s
conselhos e piedade, alimentá-los «com o p á b u l o da graça divina» e r e g e n e r á -
-los «na água da f o n t e sacrossanta». Guia espiritual e moral, árbitro da c o m u -
nidade, e dispensador de sacramentos a u m a g e n t e c r e n t e mas caótica nos
seus desejos e c o m p o r t a m e n t o s : eis c o m o a Vita Martini trata a relação presbí-
t e r o / l e i g o . N o caso dos m o u r o s , eles são indiscutivelmente a personificação
d o mal: d e s t r o e m povoações, são possuídos de u m a «fúria execranda» e p o r
fim cativam M a r t i n h o , q u e virá a m o r r e r na prisão — mártir, n o t e - s e b e m ,
n ã o aqui, mas na posterior Vita Tellonis, t e x t o esse d e f i n i t i v a m e n t e crúzio 1 0 5 .
Nesta vita, os leigos e m cena são escassos: dir-se-ia q u e o g r a n d e assunto
do texto, a i n d e p e n d ê n c i a jurisdicional d o mosteiro, n ã o lhes dizia directa-
m e n t e respeito. M e s m o aceitando as sugestões de Aires N a s c i m e n t o sobre a
relativização d o episódio da inexperiência j u v e n i l de A f o n s o H e n r i q u e s na
preterição de D . T e l o para bispo de C o i m b r a e nos m o m e n t o s iniciais da
f u n d a ç ã o da canónica 1 0 6 , é preciso sublinhar q u e as formas de t r a t a m e n t o dis-
pensadas ao rei são v e e m e n t e s e castigadoras. Ele é o j o v e m r e c e n t e m e n t e
c h e g a d o ao p o d e r , «muito cobijçoso de l o u u o r E crija m u j de ligeiro E daua
as orelhas de b o a m e n t e a q u e m lhe dizia algo E tragiam n o asy c o m o o u e n -
to traz a canjvee»; é o cavaleiro seduzido p o r arreios preciosos e facilmente
enganável pelo estratagema de T e l o , q u e cavalga à sua frente c o m u m a sela
q u e sabe p o d e r servir de m o e d a de troca ao j o v e m príncipe, e q u e depois
ainda o irá c o n t e n t a r c o m u m peitoral a c o n d i z e r c o m o arnês 1 0 7 . D e n t r o d o
parco c o n j u n t o das restantes referências a leigos, saliente-se q u e eles são s e m -
pre c o - a d j u v a n t e s o u o p o n e n t e s dos C ó n e g o s R e g r a n t e s , louvados caso se
prestem a ajudá-los (caso de D . Teresa, D . F e r n a n d o e o «privado» Ermígio),
castigados se se lhes o p õ e m .
Aqui caberá dar relevo à primeira das «mortes rituais» dos adversários de
Santa C r u z , depois tão f r e q u e n t e s nos milagres dos séculos xiv-xv 1 0 8 : trata-se
do falecimento de J o ã o Miguéis, q u e tentara assassinar T e l o e J o ã o n o regres-
so de Jerusalém. S e g u i n d o u m padrão q u e será depois constante nos castigos
e m o r t e s dos inimigos d o c e n ó b i o , J o ã o Miguéis, após falhar n o seu o b j e c t i -
vo p o r acção divina, m o r r e de doença, c o m o todos os seus c o m p a n h e i r o s ,
n ã o sem q u e , já m o r i b u n d o , r e c o n h e ç a e p r o c l a m e o e n o r m e p o d e r daqueles
q u e perseguira 1 0 9 . T u d o f u n c i o n a na mais pura lógica d o «crime e castigo»
q u e s o f r e m os perseguidores dos representantes de D e u s na terra, u m tipo
b e m específico de milagres d e n t r o da tipologia medieval destas manifestações
divinas, t a n t o mais d i f u n d i d o q u a n t o se tratavam de assuntos o u épocas de d i -
ficil aplicação das n o r m a s jurídicas — e q u e é criado e utilizado pela Igreja
p o r isso m e s m o , c o m o revela u m a análise antropológica d o direito medieval,
q u e t e m e m conta formas de m a n i p u l a ç ã o sacral deste p o d e r 1 1 0 .
A Vita Theotonii, sendo o mais c o m p l e x o e rico de todos estes textos, tra-
balha de f o r m a mais extensa a relação c o m os leigos. N o e n t a n t o , tirando a
referência aos p r o f u n d o s laços de amizade q u e u n i a m T e o t ó n i o a A f o n s o
H e n r i q u e s , a tónica constante é a de q u e o religioso d e v e evitar o c o n t a c t o
c o m as gentes d o século 1 1 1 . Estas d e s e m p e n h a m na sua vida apenas dois p a -
péis, m o r a l m e n t e m e n o r e s : o u tentações, q u e i n c u l c a m fortaleza se r e p r i m i -
das 112 ; o u orientandos, rebeldes aos e n s i n a m e n t o s as mais das vezes (caso das
rainhas D . Teresa e D . Mafalda, q u e só depois de s e v e r a m e n t e admoestadas

448
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

«Os cavaleiros de D. Afonso


Henriques», iluminuras do
Apocalipse do Lorvão (Lisboa,
Instituto dos Arquivos
Nacionais/Torre do Tombo).
FOTO: JOSÉ A N T Ó N I O SILVA.

desistem dos seus intentos, c h e g a n d o m e s m o a última a perseguir T e o t ó -


mo 1 1 3 ).
D e m o r e m o - n o s u m p o u c o mais na relação c o m A f o n s o H e n r i q u e s . Ele é
«rei pela generosidade divina» 1 1 4 , e todas as batalhas q u e v e n c e t ê m p o r trás
a intercessão de T e o t ó n i o e dos seus cónegos (Santarém, O u r i q u e , Alcácer) 115 .
P o r o u t r o lado, a amizade q u e o liga a T e o t ó n i o , sem dúvida p r o f u n d a — a
p o n t o de o b o a t o da m o r t e d o rei ter g r a v e m e n t e abalado o p r i o r — m o v i a -
-se na esfera d o paternal a c o n s e l h a m e n t o , a u m nível p o r é m mais infantil d o
q u e o estabelecido c o m os verdadeiros discípulos de T e o t ó n i o , os religiosos
d o mosteiro. E, nas entrelinhas, é possível p e r c e b e r q u e A f o n s o H e n r i q u e s
n e m s e m p r e acatava e m silêncio os conselhos d o prior, q u e n o t e x t o h a g i o -
gráfico nos s u r g e m condensados sob a f o r m a de verdadeiro p r o g r a m a para os

449
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

«reis da terra»: «se t e m e r a r i a m e n t e presumisse c o m e t e r todos estes actos».


T e o t ó n i o ameaçava então o p r í n c i p e c o m algo que, c o m o salienta o texto,
ele n e m c o m p r e e n d i a : «angueira». D e p o i s explicava-lhe, a seu p e d i d o , «que
era o i n f e r n o , n o qual, lembrava ele, os poderosos a g u e n t a v a m p o d e r o s o s
t o r m e n t o s e os malfeitores todos ardiam perpetuamente» 1 1 6 . Nestas linhas,
perpassa sem dúvida ainda algo do j o v e m t e m e r á r i o e i n c o n s e q u e n t e da Vita
Tellonis, q u e os C r ú z i o s n e c e s s i t a m de b e n e v o l a m e n t e o r i e n t a r n o b o m c a -
minho.
D e facto, A f o n s o H e n r i q u e s é grande, nos textos crúzios, apenas q u a n d o
d e s e m p e n h a o papel de guerreiro, p o d e r o s o sim, mas s o b r e t u d o d e v o t o : o
i n s t r u m e n t o de D e u s pela m ã o dos C ó n e g o s . Isto é claro nos textos de c o n -
quista e nos textos q u e d e l i n e a m u m a m e m ó r i a régia, m u i t o mais q u e nas vi-
tae, o n d e a figura d o rei surge fragilizada. O A f o n s o H e n r i q u e s d o De Expug-
natione Scalabis, d o Indiculum e dos Annales é caracterizado de f o r m a m u i t o
diversa, m e s m o e m t e r m o s de referenciais bíblicos. A q u i , as figuras e x e m p l a -
res são os grandes reis e guerreiros d o A n t i g o T e s t a m e n t o 1 1 7 , e a i m a g e m v e i -
culada distancia-se largamente d o temerário, colérico e algo infantil rei das
vitae. D e n o v o , p o r é m , d e v e m o s insistir q u e , mais q u e relatos objectivos e,
n o caso dos Annales, d e c i d i d a m e n t e «históricos» — q u e e m certos autores
a p a r e c e m quase c o m o primeiras peças de u m a «consciência nacional» u n i f i c a -
dora de diferentes civilizações 1 1 8 — , estes textos nos p a r e c e m p r o d u t o s c u l t u -
rais m u i t o c o m p l e x o s , de escopo político, trabalhos d e teorização da relação
do rei c o m o p o d e r divino através dos C ó n e g o s R e g r a n t e s de Santa C r u z .
Neles, de facto, estes lançam m ã o a u m recurso clássico, a essa g r a n d e criação
da cultura monástica medieval q u e é o «soldado de Deus» — o miles Christi
q u e de facto surge nos textos crúzios — , mais tarde o cruzado, q u a n d o se
tratar de canalizar para fora as energias guerreiras q u e j á n ã o e n c o n t r a m vazão
n u m a E u r o p a pacificada pelas T r é g u a s e a Paz de D e u s , e ao m e s m o t e m p o
servir os interesses de u m p a p a d o r e c o m p o s t o , q u e se lança à reconquista d o
p o d e r u s u r p a d o pelos reis e pelos bispos 1 1 9 .
A q u e factores d e v e r e m o s atribuir esta diferença d e tratamentos? A visão
despicienda dos leigos, nas vitae, p o d e r á explicar-se pelo facto de estas se des-
tinarem ao c o n s u m o i n t e r n o da esfera eclesiástica, para fins de justificação
institucional e de e d i f i c a ç ã o / p r o g r a m a ç ã o religiosa. Pelo contrário, nos res-
tantes textos, e m especial nos d e conquista, q u e versavam de f o r m a directa o
tema do p o d e r temporal, e e r a m p o r v e n t u r a mais destinados aos leigos, a r e -
lutância destes e m aceitar excessivas orientações eclesiásticas sobre a guerra e
o t e m p o r a l , obrigaria os c ó n e g o s a outras cautelas. P o r fim, terá a l g u m peso a
própria e v o l u ç ã o t e m p o r a l dos f e n ó m e n o s q u e e n f o r m a m os textos, e são p o r
eles depois e n f o r m a d o s , c o m o a consolidação de influências externas p r o p a -
gadoras d o espírito e u r o p e u da cruzada, o sucesso de A f o n s o H e n r i q u e s o u a
necessidade de colmatar as suas falhas, a segurança progressiva ganha pelas c a -
madas socioculturais coimbrãs, face aos barões d o N o r t e .
O «rei dos Crúzios» n ã o era p o r é m o «único» rei existente n o Portugal
c o n t e m p o r â n e o das grandes narrativas q u e t e m o s v i n d o a estudar, c o m o v i e -
ram d e m o n s t r a r os estudos de José M a t t o s o , na sequência de u m a r e d e s c o -
berta de textos iniciada nos anos 50 p o r A n t ó n i o José Saraiva e Lindley C i n -
tra, e dos seus próprios trabalhos sobre a cultura nobiliárquica d o Portugal
medieval 1 2 0 . Assim, para além da crúzia, q u e caracteriza c o m o p r o d u t o r a da
i m a g e m providencialista, este a u t o r distingue duas outras «faces» de A f o n s o
H e n r i q u e s : o «chefe d o b a n d o guerreiro» e o «rival dos senhores feudais».
A segunda, cristalizada na c h a m a d a «gesta de A f o n s o Henriques», c o r r e s p o n -
deria a «uma certa m e m ó r i a d e grupo», a dos cavaleiros de C o i m b r a q u e
constituíram o n ú c l e o d o exército de A f o n s o H e n r i q u e s e q u e a c o m p a n h a -
ram a sua evolução para o Sul. Já e m 1979 este a u t o r defendia, aliás, q u e os
m o d e l o s crúzios n ã o teriam c o n v e n c i d o t o t a l m e n t e os cavaleiros do rei, q u e
se reviam e m imagens de outra natureza, mais épicas e m e n o s piedosas, e m
t o d o o caso m e n o s radicais na aceitação da cruzada 1 2 1 . D e u m o u t r o g r u p o
sociopolítico viria a terceira i m a g e m , aquela q u e relegava A f o n s o H e n r i q u e s
para u m plano deveras secundário, a t r i b u i n d o aos seus p r o d u t o r e s o papel

450
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

c o n d u t o r : os barões portucalenses, das antigas linhagens d o N o r t e , cujos des-


cendentes, n o seio de u m a cultura genealógica, m a n t i n h a m nos séculos XIII e
x i v anedotas degradantes sobre a c o r a g e m d o n o v o rei e sobre os c o m p o r t a -
m e n t o s v e r g o n h o s o s da sua mãe, ao m e s m o t e m p o q u e conservavam a m e -
m ó r i a d o auxílio sobranceiro q u e lhe haviam prestado 1 2 2 .
Estes estudos d e m o n s t r a m , p o r t a n t o , q u e o m o d e l o d o «guerreiro dos
Crúzios» n ã o era de m o d o a l g u m o ú n i c o , ainda q u e tenha c h e g a d o c o m o tal
até b e m p e r t o de nós, n ã o só pela p r e d o m i n â n c i a da cultura escrita e clerical
n o sistema de fontes históricas utilizado pelos historiadores, mas, s o b r e t u d o ,
pela própria evolução e c o n v e n i ê n c i a da m e m ó r i a nacional. P o r o u t r o lado,
trabalhos e m curso p r o c u r a m contextualizar factos tão importantes q u a n t o ,
p o r e x e m p l o , a existência de u m a segunda versão da conquista de Santarém,
q u e Lindley C i n t r a d e u c o m o «lendária», semelhante às gestas q u e crê d e s ç o -
brir para A f o n s o H e n r i q u e s e Egas M o n i z , e q u e nos apresenta u m rei b e m
diferente d o De Expugnatione Scalabis de Santa Cruz 1 2 3 . Existe ainda toda u m a
série de textos a estudar de f o r m a renovada, e mais p r o f u n d a do q u e é aqui
possível: entre outros, os relatos da conquista de Lisboa, para apurar, p o r
e x e m p l o , o verdadeiro sentido dos contrastes sugeridos p o r E r d m a n n entre a
posição dos eclesiásticos estrangeiros e portugueses o u , na linha de estudos
recentes, qual a relação de alguns destes escritos c o m Santa C r u z de C o i m -
bra 1 2 4 . P o r nossa parte, salientaríamos apenas que, i n d e p e n d e n t e m e n t e das d i -
ferentes configurações q u e adquire, a resistência leiga à imposição d o m o d e l o
p i o dos clérigos se fazia a partir de u m universo c o e r e n t e de valores, q u e era
o da sociedade guerreira. U m caso particular nos servirá de fio c o n d u t o r .
Existem, c o m efeito, vestígios de u m a explicação contrária às chagas de
Cristo n o escudo régio, q u e aparece nas fontes escritas sobre o tema logo nas
primeiras versões (século xiv) e q u e d e f e n d e q u e aquele símbolo r e p r o d u z as
feridas d o chefe guerreiro sofridas n o d e c o r r e r das batalhas de conquista.
N e s t e sentido, a rebeldia de A f o n s o H e n r i q u e s e m relação ao legado papal —
episódio e m q u e p r i m e i r o se configura o tema, c o m o rei a referir ao cardeal
q u e foi pelas suas feridas q u e c o n q u i s t o u o direito ao reino — p a r e c e - n o s
mais p r o f u n d a d o q u e u m a oposição entre o rito peninsular e o r o m a n o , c o m
o rei e m campeão d o primeiro. E, antes, u m a f r o n t a m e n t o entre duas versões
da o r i g e m do p o d e r temporal: aquela q u e a Igreja tenta c r e s c e n t e m e n t e i m - Brasão de D. Afonso
p o r , a partir da r e f o r m a gregoriana, e q u e a faz única administradora e grande Henriques (Lisboa, Academia
dispensadora d o p o d e r divino; e a dos guerreiros, q u e c r ê e m na importância das Ciências).
da sua força física, nos poderes sagrados d o c o r p o d o chefe — o m í t i c o sus- F O T O : A . SEQUEIRA/ARQUIVO
t e n t o das c o m u n i d a d e s bárbaras n ã o cristianizadas. Dispersa nos textos de f o r - C Í R C U L O DE LEITORES.

451
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

ma m u i t o mais ingrata, para o historiador, d o q u e os escritos eclesiásticos,


esta c o n c e p ç ã o teve p o r é m força suficiente para n ã o desaparecer t o t a l m e n t e ,
e adquirir ainda direito de presença e m fontes diversas: c o n t i n u i d a d e da tradi-
ção escrita das feridas n o escudo, tradições ligando à m o r t e dos seus régios
sucessores o escudo de A f o n s o H e n r i q u e s depositado e m Santa C r u z , rituais
funerários dos reis, crenças sobre o p o d e r d o c o r p o m o r t o dos guerreiros,
aceitação judicial dessa forma de ordália q u e é a «prova d o cadáver», reivin-
dicações de r e c o m p e n s a a partir das feridas e m épocas tão tardias c o m o o sé-
c u l o XVII 125 .

Quatro infantes entre a O NASCIMENTO E FULGURANTE DIVULGAÇÃO d a s « n o v í s s i m a s » o r d e n s de


São Francisco e São D o m i n g o s , c o m o c o n c o m i t a n t e d e s e n v o l v i m e n t o de es-
«tradição» e a
piritualidade e religiosidades laicais a elas associadas, são tidos c o m o o g r a n d e
«modernidade»: os f e n ó m e n o religioso d o século XIII. A sua luz, outras características d o m e s m o
«príncipes de Cister» — p e r í o d o surgem c o m o q u e obscurecidas, n ã o sendo p o r vezes fácil p e r c e b e r
Teresa, Sancha, Mafalda e o q u e sucedeu a t o d o u m m u n d o anterior de vivências religiosas seculares.
Fala -se, e m geral, da decadência o u estagnação das ordens tradicionais, i n a -
Pedro — encontram os dequadas n u m a sociedade e m d e s e n v o l v i m e n t o acelerado, na qual leigos e r e -
Mendicantes ligiosos p r o c u r a v a m u m a espiritualidade q u e respondesse às novas i n q u i e t a -
ções — b e m para além d o â m b i t o d o equilíbrio c ó s m i c o da sociedade rural e
nobiliárquica dos Beneditinos, ou d o entusiasmo cruzadístico e da a m b i ç ã o
política e institucional e m q u e se e n r e d a m os Crúzios. D e facto, n u m m u n d o
o n d e o sector u r b a n o era cada vez mais i m p o r t a n t e , o n d e os g r u p o s sociais se
t i n h a m diversificado, e o n d e n ã o se tratava j á s o m e n t e de levar a b o m c a b o
u m a guerra de conquista, as propostas religiosas anteriores n ã o suscitariam os
m e s m o s apoios.
N o e n t a n t o , p a r e c e - n o s simplista d e f e n d e r o m o d e l o de u m m o v i m e n -
t o g e n e r a l i z a d o d e adesão às novas religiosidades. E m p r i m e i r o lugar, p o r
u m a q u e s t ã o de base historiográfica. C o m efeito, alguns factores q u e c o n -
t r i b u e m para a existência d o r e f e r i d o m o d e l o t ê m esta o r i g e m : p o r parte da
historiografia tradicional, o r e c u r s o excessivo às f o n t e s cronísticas e h a g i o -
gráficas de m e n d i c a n t e s e p r e g a d o r e s q u e , escritas nos séculos xvi e x v n ,
o b e d e c e m a critérios e m p í r i c o s m u i t o diversos dos actuais e, s o b r e t u d o , se
i n s c r e v e m n u m a c o n j u n t u r a d e c o m p e t i ç ã o institucional a n c o r a d a , e n t r e
outras coisas, n o prestígio da a n t i g u i d a d e e da c o n v e r s ã o das elites; p o r p a r -
te das c o r r e n t e s d e r e n o v a ç ã o historiográfica iniciadas nos a n o s 60 deste sé-
culo — s i n t o m a t i c a m e n t e — u m a simpatia ( c o m a l g u m a a u t o - i d e n t i f i c a -
ção...) pela « m o d e r n i d a d e » das novas o r d e n s : a u r b a n i d a d e q u e elas a c e i t a m ,
a rebeldia e m relação à o r d e m social feudal, o seu alegado p a c i f i s m o , a j u -
v e n t u d e das suas principais figuras, a p o s t u r a a n t i - i n s t i t u c i o n a l , pelo m e n o s
n o início.
E m s e g u n d o lugar, p o r q u e , se é inegável u m g r a n d e m o v i m e n t o f u n d a -
cional, n o d e c o r r e r da centúria, existem fases de diversa aceitação. C o m o j á
salientaram diversos autores — m o d e r a n d o o entusiasmo dos cronistas f r a n -
ciscanos e d o m i n i c a n o s seiscentistas, e m e s m o c o r r i g i n d o erros destes — a
implantação de M e n d i c a n t e s e Pregadores e m Portugal n ã o se fez sem p r o -
blemas, e d e c o r r e u ao l o n g o de várias décadas 1 2 6 . José M a t t o s o , n o m e a d a -
m e n t e , distingue c i n c o períodos na história franciscana portuguesa d o sé-
culo xiii, só se p o d e n d o considerar c o m o início da imparável expansão o a n o
de 1254. Até então, ter-se-iam desenrolado duas fases: a primeira, q u e se es-
t e n d e desde as primeiras visitas de franciscanos, e m 1216, até cerca de 1230,
caracterizou-se p o r «fundações de tipo eremítico, j u n t o às cidades, e m o r a t ó -
rios m u i t o h u m i l d e s c o m c o m u n i d a d e s dinâmicas mas consideradas simulta-
n e a m e n t e edificantes e inofensivas pelas autoridades civis e eclesiásticas»; a se-
gunda, nos q u i n z e anos posteriores, p o r acesos conflitos c o m as autoridades
eclesiásticas e senhoriais, «com episódios e c o n f r o n t a ç õ e s graves n o P o r t o ,
Guimarães e Leiria» 127 . T e m , assim, de ser a b a n d o n a d a a perspectivação das
«origens» dos m e n d i c a n t e s portugueses e n q u a n t o imparável saga, enriquecida
desde m u i t o cedo, pelos cronistas da o r d e m , c o m a própria presença d o f u n -
dador, Francisco.

452
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

P o r o u t r o lado, a questão n ã o p o d e ser apenas enquadrada e m t e r m o s de


defesa d o status quo p o r parte de bispos e ordens mais antigas. A história d o
cristianismo é feita de sucessivas substituições, e m t e r m o s de propostas de v i -
da religiosa, inserida q u e está e m sociedades vivas. Para os próprios leigos, a
implantação das novas religiosidades n ã o é imediata: existiam tradições f a m i -
liares, a circunscrição paroquial c o n t i n u a a m a n t e r a sua importância, a rede
eclesiástica secular fornecia serviços q u e os religiosos n ã o d o m i n a v a m — es-
p e c i a l m e n t e q u a n d o se e n c o n t r a v a m e m conflito c o m ela — , e, e n f i m , os
c o n t e ú d o s programáticos n ã o seduziriam de f o r m a igual todos os grupos so-
ciais e todas as regiões d o país.
N e s t e c a m p o e m particular — q u e é d e resto f u n d a m e n t a l para a aceita-
ção de q u a l q u e r «nova mensagem» — , é preciso r e c o n h e c e r q u e a verdadeira
implantação das novas o r d e n s se fez d u r a n t e u m t e m p o mais l o n g o , e q u e
antigas respostas espirituais e sociorreligiosas n ã o d e i x a m de existir. Igual-
m e n t e , n ã o se p o d e ignorar q u e , p o r i n o v a d o r a q u e t e n h a sido a m e n s a g e m
de Francisco, a sua divulgação e difusão teve de dar resposta a necessidades
religiosas m u i t o elementares, e n ã o só a nível das «massas populares». Já foi
sugerido q u e os Franciscanos v i e r a m substituir C l u n y , n o q u e diz respeito ao
culto dos mortos 1 2 8 ; se o fizeram de u m a f o r m a mais «moderna» p o r q u e c o n -
tabilística, ou p o r q u e socialmente mais alargada, isso n ã o v e m c o n f e r i r n o v i -
dade substancial à relação religiosa subjacente 1 2 9 ... A p r o p r i a m e n s a g e m de
Francisco n ã o fora t o t a l m e n t e isenta de e l e m e n t o s algo fundamentalistas e
sem d ú v i d a arcaizantes. Nascida n o seio de u m a sociedade o n d e o d i n h e i r o
conferia p o d e r , e m b o r a o v e r d a d e i r o prestígio n ã o estivesse só nele, ela tinha
laivos de insatisfação pessoal, dissociativa, q u e fazem r e c o r r e r a u m m o d e l o
marginal d o d e s p o j a m e n t o total, a u m a ousadia de recortes jogralescos e ca-
valeirescos, irónicos e p r ó d i g o s (a p o n t o de se ver acusado dessa f o r m a de
loucura q u e era, para o pai m e r c a d o r , o e s b a n j a m e n t o ) , a u m p r o f e t i s m o e x -
patriante q u e q u e r t a m b é m ir para o deserto africano, agora c o n v e r t e r o i n -
fiel130. A historiografia e a hagiografia oficiais franciscanas (a par de outras
formas d e c o n s t r u ç ã o da m e m ó r i a , c o m o a i c o n o g r á f i c a / m o n u m e n t a l ) 1 3 1 , l o -
go depois de Francisco, v ã o ver-se obrigadas a suavizar t o d o s estes traços, e a
e n q u a d r a r os j o v e n s voluntários de f o r m a b e m mais institucional d o q u e d e -
sejaria o f u n d a d o r — n ã o sem q u e , n o e n t r e t a n t o , várias vocações tivessem
sido atraídas p o r aquelas — e n t r e as quais, nalguns aspectos, a de F e r n a n d o
de Bulhões 1 3 2 .
D e resto, e m especial na o r d e m franciscana, as fracturas internas fazem-se
r a p i d a m e n t e sentir, d i v i d i n d o o a p o i o dos fiéis; c o m o ela própria f i n a l m e n t e
p e r c e b e , mas só ao l o n g o d o século xv, u m a pacificação interna é f u n d a m e n -
tal à «fidelização» dos públicos religiosos, q u e c o n t i n u a m a exigir — apesar de
toda a «modernização» — u m a vida imaculada, sacralizada e «separada» d a -
queles a q u e m c o n f i a m a sua alma. N e s t e sentido, os Franciscanos, e m espe-
ciai, v ê e m - s e m u i t o r a p i d a m e n t e obrigados a m o d e r a r a sua mistura c o m o
século; é curioso q u e o b t ê m t a n t o mais sucesso q u a n t o o fazem c o m recurso
a formas «tradicionais» de prestígio sacro — a reclusão, o regresso ao e r m o , a
austeridade de vida, o carisma profético... Nestes factores reside, sem dúvida,
a força dos sucessivos m o v i m e n t o s de observância. E, de resto, c o m o t a m b é m
depressa c o m p r e e n d e m os seus m e n t o r e s , a p e r e n i d a d e daqueles exige a insti-
tucionalização e o apoio d o p o d e r , a m o d e r a ç ã o de entusiasmos excessivos e,
m u i t o e m especial, a acentuação dos e l e m e n t o s «tranquilizadores» da reli-
gião 1 3 3 . O entusiasmo social pela modificação religiosa t e m de ser, e m c o n -
clusão, analisado c o m as devidas precauções — sociológicas e cronológicas,
e m especial. D e o u t r o m o d o , seria impossível c o m p r e e n d e r n ã o só q u e o u -
tras ordens continuassem a existir, c o m o t a m b é m muitas modalidades «con-
servadoras» da aceitação dos M e n d i c a n t e s e Pregadores, n o m e a d a m e n t e e m
t e r m o s d e religiosidade feminina.
E na c o n f l u ê n c i a destas ideias q u e d e c i d i m o s c o n s t i t u i r c o m o p o n t o
i m p o r t a n t e d e u m t e x t o s o b r e a religiosidade m e d i e v a l dos leigos u m e p i -
sódio q u e c o n s a g r e a existência de u m t e m p o i n t e r m é d i o na aceitação das
novas religiosidades — t e m p o esse q u e , c o m o f a c i l m e n t e t a m b é m se d e -

453
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

p r e e n d e r á das m e s m a s linhas, se p r o l o n g a n u m a história p r ó p r i a , n ã o se i n -


t e r r o m p e n d o c o m a força avassaladora da n o v i d a d e . M a i s q u e u m e p i s ó d i o ,
trata-se d e u m c o n j u n t o d e atitudes p o r parte d e q u a t r o figuras a l t a m e n t e
colocadas na sociedade, privilegiadas n ã o p o r q u e as c o n s i d e r e m o s u m a e x -
c e p ç ã o total, mas quase t ã o - s ó pela g e n e r o s i d a d e da d o c u m e n t a ç ã o a elas
relativa.
D e u m m o d o o u de o u t r o , c r u z a m - s e c o m os M e n d i c a n t e s e m g r a n d e
élan evangelizador q u a t r o dos filhos de D . S a n c h o I: as infantas Teresa, S a n -
cha e Mafalda, e o seu irmão P e d r o Sanches. O p r i m e i r o grande e n c o n t r o é
marcante, n ã o só para alguns deles c o m o para toda a história religiosa p o r t u -
guesa. C o m efeito, os franciscanos q u e e m 122o são protegidos e m A l e n q u e r
pela infanta Sancha, senhora da vila, são os frades Berardo, O t o , P e d r o ,
Acúrsio e A d j u t o , os futuros cinco Mártires de M a r r o c o s , cujas cinzas fará
entrar n o r e i n o meses mais t a r d e o i n f a n t e D . P e d r o , e de cujas relíquias a
infanta D . Teresa pedirá u m a parte para o seu m o s t e i r o de L o r v ã o , p o u c o
depois. A este c o n t a c t o s e g u i r - s e - ã o vários o u t r o s , ao l o n g o das respectivas
vidas, três das quais, as das infantas, levarão à f u n d a ç ã o / r e v i t a l i z a ç ã o d e
mosteiros de u m a o r d e m b e m diferente, e m objectivos, vivências religiosas e
bases sociológicas — a de Cister. T a m b é m o infante D . P e d r o se manterá na
órbita desta o r d e m , pelo q u e c o n s e g u i m o s saber das várias andanças da sua
vida atribulada. C o m efeito, ao m o r r e r , surge c o m o seu testamenteiro e espe-
ciai c o n t e m p l a d o n o t e s t a m e n t o o bispo q u e c e r t a m e n t e pusera e m M a i o r c a ,
o cisterciense D . R a i m u n d o Torreies. Analisemos os três principais eixos d e
reflexão q u e estes diversos contactos nos sugerem, n u m a linha d e a p r o f u n d a -
m e n t o d o tema deste capítulo.
Mosteiro de Celas (Coimbra) E m p r i m e i r o lugar, t e n t e m o s alinhar alguns dados sobre as o p ç õ e s religio-

FOTO: JOSÉ M A N U E L OLIVEIRA/ SAS D


S INFANTES
° • C O M E F E I T O ‫ ׳‬A S U A ligação à O r d e m de Cister, e m especial
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE PARA Teresa, Sancha e Mafalda, revela-os c o m o t e n d o preferido orientações
LEITORES. espirituais e vivenciais m u i t o diversas das mendicantes 1 3 4 . Cister é, nesta é p o -

454
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

ca, e s o b r e t u d o d o p o n t o de vista f e m i n i n o , a o r d e m das famílias régias e da


grande nobreza peninsular. E m B u r g o s f u n c i o n a v a o M o s t e i r o de «Las H u e l -
gas», e x p o e n t e m á x i m o d o tipo de cenóbios q u e constituíam o Cister f e m i n i -
n o peninsular: abadias ricamente dotadas, possuidoras de grande influência
leiga e eclesiástica, nas quais se r e c o l h i a m as senhoras da família real (era o
ú n i c o m o s t e i r o o n d e p o d i a m viver recolhidas sem ser religiosas, e n o qual
d e t i n h a m u m p o d e r quase ilimitado, d e v i d o ao seu papel de patronas), l e v a n -
d o consigo m e m b r o s das principais famílias d o reino 1 3 5 . Teria sido de resto
através dele q u e Mafalda contactara c o m a O r d e m de Cister, d u r a n t e a sua
curta estada e m Castela c o m o desposada e depois viúva de H e n r i q u e I (1215-
-1217) 136 . P o r sua vez, fora e m Leão q u e D . Teresa, então casada c o m o rei
A f o n s o I X (de 1191 a 1194), c o n h e c e r a a O r d e m de Cister, através d o i n f l u e n -
te m o s t e i r o de Gradefes, o n d e t a m b é m se r e c o l h i a m senhoras da alta nobreza
d o reino; a rainha chegará aliás a f u n d a r , e m 1231, u m o u t r o mosteiro, e m
Villabuena dei Bierzo 1 3 7 .
E m Portugal, os mosteiros de Lorvão, Celas e A r o u c a irão t o m a r u m a
idêntica feição: nos dois últimos, e m particular, professavam m u l h e r e s o r i u n -
das das mais poderosas famílias d o reino. Maria H e l e n a C o e l h o e R u i M a r -
tins s u g e r e m ser mais certo q u e fossem as famílias da nobreza a escolher C i s -
ter n u m a base «política» — d e v i d o ao prestígio e p o d e r q u e representava a
presença das infantas — d o q u e as próprias rainhas Mafalda e Teresa, «que
a d e r e m , declaradamente, à proposta de Cister» 1 3 8 . N o e n t a n t o , outros estudos
m o s t r a m q u e a «proposta» de Cister se desenvolvia, de facto, m u i t o nas linhas
de u m a religiosidade de prestígio e p o d e r f e m i n i n o , própria às grandes se-
nhoras d o século, q u e nela c o n t i n u a v a m a d e s e m p e n h a r activos papéis, q u e r
políticos, q u e r de gestão. Estas duas vertentes são inegáveis na actuação de
Mafalda 1 3 9 e de Teresa, q u e r para Lorvão 1 4 0 , q u e r para Celas, após a m o r t e
de Sancha 1 4 1 .
P o r o u t r o lado, e isto é fulcral e m relação ao c o n t a c t o c o m os M e n d i c a n -
tes, o Cister f e m i n i n o p o r t u g u ê s d o século x m mostra-se, s e g u n d o indica
u m a s o n d a g e m feita e m A r o u c a , t o t a l m e n t e alheio à acção caritativa para
c o m os mais desfavorecidos; s e g u n d o o a u t o r desta análise, a «ausência de
ideal de r e n ú n c i a e de solidariedade social» deve-se p o r v e n t u r a ao carácter
m a r c a d a m e n t e aristocrático dos mosteiros femininos, s o b r e t u d o de Cister 1 4 2 .
E m conclusão, Teresa, Sancha e Mafalda seguiram opções de vida religiosa —
sem que, n o t e - s e , t e n h a m c h e g a d o a professar — o n d e estão intrincados, de
f o r m a quase total, esses e l e m e n t o s de delicada convivência e difícil h a r m o n i -
zação q u e são a religião, o p o d e r e o prestígio político, e a gestão de vastos
bens terrenos. S e m ter c h e g a d o a f u n d a r o u a viver e m mosteiros cistercien-
ses, o seu i r m ã o P e d r o revela as mesmas simpatias, c o m o referimos acima a
p r o p ó s i t o d o bispo de Maiorca 1 4 3 .
N o e n t a n t o , os q u a t r o irmãos irão sem dúvida relacionar-se de f o r m a
amistosa c o m os M e n d i c a n t e s , n ã o só n o grande élan e v a n g e h z a d o r dos M á r -
tires de M a r r o c o s , mas d u r a n t e toda a vida. C o m esta constatação e n t r a m o s
n o s e g u n d o dos três eixos problemáticos acima enunciados: o apoio aos
M e n d i c a n t e s n ã o significou automática, total o u definitivamente a interiori-
zação d e u m a m e n s a g e m «nova», de religiosidade pessoal e revolucionária.
Muitas das p r o t e c ç õ e s f o r a m feitas n u m espírito «senhorial» de p r o t e c ç ã o aos
religiosos, e n q u a n t o outras revestiram, c o m o n ã o podia deixar de ser, formas
de apropriação leiga de aspectos mais sedutores nas novas propostas, q u e f r e -
q u e n t e m e n t e p o u c o se filiavam n o coração doutrinal destas. V e j a m o s então
algo neste sentido. A o m e s m o t e m p o q u e g e r e m activamente os seus «mos-
teiros d e luxo», as infantas Teresa, Sancha e Mafalda p r o t e g e m os Francisca-
nos e os D o m i n i c a n o s de f o r m a vária: a primeira instala os Franciscanos e m
casas e capela q u e p r o p o s i t a d a m e n t e constrói, e m 1221, j u n t o a M o n t e m o r -
- o - V e l h o , e c o m p r a terrenos para o estabelecimento dos Pregadores e m
C o i m b r a , e m 1227 144 ; a segunda, c o m o vimos, acolhe os c i n c o franciscanos
e m A l e n q u e r , doa a esta o r d e m o seu paço na vila 1 4 5 e terá p a t r o c i n a d o a
f u n d a ç ã o d o c o n v e n t o de M o n t e j u n t o para os Pregadores 1 4 6 ; Mafalda, p o r
fim, recebe e m 1255 o p e d i d o d o papa Alexandre IV para q u e se i n c u m b a da

455
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

p r o t e c ç ã o aos Frades M e n o r e s 1 4 7 e, e m 1256, a n o da sua m o r t e , s a b e m o s q u e


t e m q u a t r o capelães d o m i n i c a n o s e q u e privilegia o c o n v e n t o d o P o r t o desta
o r d e m , n o t e s t a m e n t o . Estas i n f o r m a ç õ e s s o b r e os P r e g a d o r e s e Mafalda, d e
resto, são as únicas q u e i n d i c i a m u m a p r o x i m i d a d e espiritual d e u m a das i n -
fantas às n o v a s o r d e n s , mas, para a l é m da sua data tardia, são d e m a s i a d o escas-
sas para se p o d e r e m tirar m a i o r e s c o n c l u s õ e s .
O m e s m o n ã o se passa para o i n f a n t e D . P e d r o , n o ú n i c o e p i s ó d i o q u e
c o n h e c e m o s da sua relação c o m as o r d e n s m e n d i c a n t e s , t i r a n d o os legados
q u e lhes faz n o t e s t a m e n t o , aliás a par de o u t r o s s e m e l h a n t e s para variadas o r -
dens e instituições eclesiásticas 1 4 8 . C o m efeito, alguns textos relativos ao m a r -
tírio dos c i n c o frades p e r m i t e m - n o s c o n h e c e r as atribuladas relações d o f u t u r o
s e n h o r d e M a i o r c a c o m os zelosos franciscanos q u e se d i r i g e m a M a r r o c o s p a -
ra a b e r t a m e n t e c o n v e r t e r a p o p u l a ç ã o local, e se possível sofrer o m a r t í r i o .
U t i l i z e m o s a versão editada e m C o i m b r a e m 1568, pois d e p e n d e d e m a n u s c r i -
tos antigos existentes n o M o s t e i r o d e Santa C r u z — n o m e a d a m e n t e u m a
c o m p i l a ç ã o de milagres feita ainda e m M a r r o c o s , l o g o depois d o m a r t í r i o , e
u m p r i m e i r o t e s t e m u n h o deste, q u e teria sido registado a instâncias d o c a p e -
Ião d o infante, o c ó n e g o r e g r a n t e J o ã o R o b e r t o 1 4 9 . A i n d a q u e escrito n u m es-
pírito laudatório, p r ó p r i o d o g é n e r o h a g i o g r á f i c o e m q u e se insere, o Tratado
da vida e martírio dos cinco Mártires de Marrocos n ã o e s c o n d e o e s p a n t o c o m q u e
o i n f a n t e D . P e d r o encara o proselitismo e o a r d e n t e desejo de m a r t í r i o dos
franciscanos q u e a c o l h e n o seu p a ç o , p r o v a v e l m e n t e p o r r e c o m e n d a ç ã o da i r -
m ã , D . S a n c h a . D . P e d r o , de facto, estava e m M a r r o c o s ao serviço dos A l -
m ó a d a s , i n t e g r a d o na sua milícia d e m e r c e n á r i o s cristãos (que c o n t i n u a a exis-
tir até 1420); ingressara nela p r e c i s a m e n t e n o a n o e m q u e e m P o r t u g a l se
prega pela p r i m e i r a vez a cruzada c o n t r a os m o u r o s , para a t o m a d a de Alcácer
d o Sal 1 5 0 ... A o tal fazer, seguia u m p r o c e d i m e n t o secular na P e n í n s u l a e n o
seu t i p o de o c u p a ç ã o , pois foi m u i t o f r e q u e n t e a t r o c a de serviços g u e r r e i r o s
Pia baptismal (Sabugal, e n t r e u m e o u t r o c a m p o religioso. A vida q u e aí levava n ã o lhe p e r m i t i r i a e n -
Alfaiates, Igreja da trar e m c o n f l i t o religioso a b e r t o , mas e r a - l h e d e c e r t o p e r m i t i d o v i v e r p r i v a d a -
Misericórdia).
m e n t e a sua fé, c o m o revela o facto de dispor de u m capelão e n t r e os m e m -
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO bros da sua casa, b e m c o m o a existência d e u m a n u m e r o s a c o m u n i d a d e cristã.
C Í R C U L O DE LEITORES.

456
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

cium ucnm

Este a m b i e n t e d e tolerância tácita e p r a g m á t i c a era t o t a l m e n t e e s t r a n h o «A Mulher e o Dragão», iluminura


aos Franciscanos, o r i u n d o s da Itália e alheios aos c o s t u m e s p e n i n s u l a r e s d e do Apocalipse do Lowão (Lisboa,
c o n v i v ê n c i a c o m os m u ç u l m a n o s . O i n f a n t e D . P e d r o , apesar de e s t r a n h a r a Instituto dos Arquivos
Nacionais/Torre do Tombo).
p o b r e z a e bizarria das suas vestes e a s p e c t o físico, r e c o n h e c e neles « v e r d a d e i -
ros seruos d e Deos». T e n t a p o r é m fazer-lhes v e r c o m o era inútil a sua ideia
d e c o n v e r s ã o dos m o u r o s , q u e a l é m d o mais p o d e r i a p ô r e m risco a c o m u n i - <] «A ressurreição das
d a d e cristã 1 5 1 . testemunhas», iluminura do
Apocalipse do Lowão (Lisboa,
O s frades, n ã o o b s t a n t e , s a e m para as ruas a pregar, às e s c o n d i d a s d o i n - Instituto dos Arquivos
f a n t e . N u m p r i m e i r o m o m e n t o , o rei m o u r o apenas os t o m a p o r l o u c o s , e Nacionais/Torre do Tombo).
m a n d a q u e sejam e m b a r c a d o s para terra d e cristãos. O i n f a n t e l o g o nisso c o - FOTO: JOSÉ ANTÓNIO SILVA.
labora, s u j e i t a n d o os frades à vigilância dos seus h o m e n s . O s franciscanos, p o -
r é m , i n e b r i a d o s p e l o d e s e j o d e m a r t í r i o , f o g e m e r e g r e s s e m à p r e g a ç ã o na c i -
d a d e . Presos e t o r t u r a d o s , são soltos apenas p o r i n t e r v e n ç ã o d e u m m o u r o
a f e c t o aos cristãos, mas n ã o d e i x a m d e v o l t a r a p r e g a r . O s n u m e r o s o s cristãos
residentes na cidade, r e c e a n d o pela vida d o s frades e pelas suas, caso se d e s p o -
letasse u m i n c i d e n t e religioso, l e v a m - n o s à força para casa d o i n f a n t e , q u e os
m a n d a e s c o n d e r . D . P e d r o d e c i d e e n t ã o voltar a e m b a r c á - l o s para C e u t a ,
mas, f o r ç a d o a sair ao serviço d o rei, d e i x a - o s sob vigia dos seus guardas, para
q u e n ã o f o s s e m p r e g a r nas ruas. T e n d o c o n s e g u i d o f u g i r , d e p o i s d e vicissitu-
des várias, e m q u e o i n f a n t e d e n o v o os p r e n d e e m sua casa, os c i n c o f r a n c i s -
c a n o s c o n s e g u e m p o r fim ser martirizados, às m ã o s d o p r ó p r i o rei d e M a r r o -
cos. N u m a a t m o s f e r a j á tensa, as t e n t i v a s d o s cristãos para r e c o l h e r e m
relíquias d e s e n c a d e i a m u m c o n f l i t o a r m a d o , e m q u e m o r r e m dois n o b r e s
cristãos, u m dos quais s o b r i n h o d o i n f a n t e . A este n a d a mais resta q u e m a n d a r
c o z e r os ossos destes m á r t i r e s à força, a fim d e o b t e r relíquias, q u e l o g o c o -
m e ç a m a o b r a r milagres e n t r e o seu s é q u i t o . O i n f a n t e resolve d e p o i s d e s p e -
dir-se d o serviço d o rei d e M a r r o c o s , q u e , apesar dos c o n s e l h o s dos seus para
o m a t a r t a m b é m , o deixa partir h o n r a d a m e n t e p o r q u e s e m p r e b e m e fiel-
m e n t e estivera a seu serviço 1 5 2 .
E m C o i m b r a , os p o r t a d o r e s das relíquias são r e c e b i d o s c o m t o d a s as
honras, e o episódio p r o v o c o u e m F e r n a n d o de Bulhões a decisão que t o -
d o s c o n h e c e m . O s m á r t i r e s , d o r a v a n t e , i r ã o passar a u m a o u t r a esfera, a d e
u m a r e l i g i o s i d a d e b e m «arcaica» — a d o m i l a g r e e a da v e n e r a ç ã o das r e l i -
quias, n u m a divisão d o s seus c o r p o s b e m d i g n a d o s t e m p o s a l t i - m e d i e v o s .

457
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

O m o s t e i r o d e L o r v ã o , à é p o c a g o v e r n a d o p o r Sancha, irá p e d i r «dois c o r -


pos, os ossos deles c o m duas cabeças, e u m b a r a ç o c o m q u e f o r a m arrasta-
dos e m Marrocos» 1 5 3 . A t é q u e p o n t o , d e facto, se distingue o seu culto d o
de o u t r o s c o r p o s santos, até q u e p o n t o se c o n f u n d e d e n o v o a difícil f r o n -
teira e n t r e d e v o ç ã o e magia, t ã o t é n u e n o culto das relíquias? O q u e se sabe
da d e v o ç ã o aos M á r t i r e s de M a r r o c o s a p o n t a para dois c o n t e x t o s b e m d i -
versos da «religiosidade esclarecida»: u m a procissão de cariz p o p u l a r ligada
ao t r a t a m e n t o da infertilidade agrícola e h u m a n a 1 5 4 e a c a n o n i z a ç ã o tardia
(1481), n o seio das tentativas quatrocentistas d e c o n q u i s t a d o N o r t e d e Á f r i -
ca e d o m o v i m e n t o reformista franciscano d e Frei J o ã o de La P u e b l a —
apesar das tentativas d e J a i m e de A r a g ã o e m 1321, essas sim ligadas a u m
p r o l o n g a m e n t o claro dos p r o f e t i s m o s franciscanos, q u e t a n t o e c o e n c o n t r a -
ram naquele reino155.
N ã o t e r m i n e m o s s e m n o s i n t e r r o g a r m o s s o b r e u m a q u e s t ã o difícil, m a s
crucial. P o d e m o s , n o m e i o destes j o g o s d e «religiosidade exterior», d e s c o r -
tinar algo sobre a v i v ê n c i a i n t e r i o r da religião pelos infantes T e r e s a , S a n -
cha, M a f a l d a e P e d r o ? T a l v e z seja possível f a z ê - l o para os dois ú l t i m o s , d a -
d o o feliz acaso d e u m a m a i o r a b u n d â n c i a de f o n t e s q u e n o s p e r m i t e m
c h e g a r até mais p e r t o da sua i n t i m i d a d e . Q u a n t o a P e d r o , s a b e m o s q u e ,
p o r volta de 1232, r e c e b e da sua irmã u m significativo c o n j u n t o d e r e l i -
quias, q u e abaixo analisaremos, para d e s c o b r i r algo mais s o b r e M a f a l d a ; m a s
é s o b r e t u d o o seu t e s t a m e n t o de 1255 q u e n o s f o r n e c e alguns d a d o s sobre a
d e v o ç ã o pessoal deste a v e n t u r e i r o c o r t e s ã o e g u e r r e i r o 1 5 6 . Assim, revela-se
u m d e v o t o m a r i a n o , ao o f e r t a r ao bispo de M a i o r c a u m a estátua-relicário
e m prata, de N o s s a S e n h o r a , c o m cabelos da m e s m a n o seu i n t e r i o r ; e u m
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

cristão actualizado, p o r possuir à data u m anel d e o u r o de São T o m á s


B e c k e t , u m santo « m o d e r n o » para a é p o c a ( m a r t i r i z a d o e c a n o n i z a d o n ã o
m u i t o antes: f 1170, can. 1173) 157 .
Para Mafalda, a d o c u m e n t a ç ã o é mais generosa: a referida carta, talvez d e
1232, para P e d r o , o i r m ã o p o r q u e m n u t r e u m c a r i n h o especial 1 5 8 , e u m testa-
m e n t o , rico e m legados, de 1256 159 . A infanta revela-se, antes de mais, u m a
devota ciosa e u m a b o a utilizadora de relíquias de santos e outros objectos
c o m virtudes curativas. Assim, logo e m 1232, envia ao infante, a p e d i d o deste,
u m d e d o d o p é d o rei São C a n u t o q u e , c o l o c a d o sobre u m local d o r i d o ,
p r o p o r c i o n a v a i m e d i a t o alívio; e m 1256, deixa ao m e s m o várias pedras de vir-
t u d e , u m coral e u m a maçã de âmbar; u m a outra r e c e b e C o n s t a n ç a Sanches,
sua meia-irmã 1 6 0 . N a m e s m a data, o M o s t e i r o de São D o m i n g o s d o P o r t o é
agraciado c o m relíquias d e São Brás, santo de espalhada d e v o ç ã o medieval,
pelos seus p o d e r e s contra a peste 1 6 1 .
N o e n t a n t o , para além desta v e r t e n t e curativa e miraculosa, p o r assim d i -
zer algo «mágica», o c o n j u n t o de relíquias m a n e j a d o p o r Mafalda p e r m i t e - n o s
supor u m a verdadeira d e v o ç ã o interior, centrada, s e g u n d o t u d o indica, na
O Mosteiro do Lorvão.
paixão de Cristo: c o m efeito, e m 1232 refere u m coral q u e estivera sobre o
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/
Santo Sepulcro, e m Jerusalém, e u m d e d o de Santa Maria Madalena; e m
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
1256, deixa aos pregadores d o P o r t o u m a cruz de o u r o c o m o Santo Lenho, LEITORES.
q u e «diziam ter p e r t e n c i d o a Santa Helena». P o r acréscimo, d o seu t e s o u r o
Mosteiro de Alcobaça, nave
sacro fazem parte vários crucifixos, grandes e p e q u e n o s , alguns e m m a r f i m , central.
o u t r o s e m madeira, e as p e q u e n a s estátuas d e n o m i n a d a s «majestades», q u e se-
F O T O : ALMEIDA D ' E Ç A /
rão t a m b é m crucifixos, o u talvez imagens de D e u s entronizado 1 6 2 . N o m e s - / A R Q U I V O C Í R C U L O DE
m o sentido da existência de práticas devocionais v ã o as referências à sua «ca- LEITORES.

459
V I V E N D O A PALAVRA DE D E U S

pela» (que deixa íntegra, infelizmente sem especificações de recheio, ao


mosteiro arouquense), e a vários livros: u m a bíblia, u m saltério e u m livro d e
horas de Nossa Senhora. O s dois primeiros, q u e deixa a instituições religio-
sas, h a v i a m - l h e sido ofertados pelos m e s m o s círculos (Alcobaça e os T e m p l á -
rios); o ú l t i m o , significativamente, é legado a u m a o u t r a devota, a sua irmã
Urraca Sanches, q u e recebe ainda u m crucifixo 1 6 3 . O apreço pelo papel dos
livros na instrução religiosa está ainda presente na m e n t e de Mafalda e m 1256,
ao deixar ao c o n v e n t o dos pregadores d o P o r t o d u z e n t o s m o r a b i t i n o s velhos,
especificamente destinados à c o m p r a de livros para a biblioteca.
T o d o s estes elementos parecem indiciar u m a vivência religiosa talvez p r o -
funda, p o r parte de Mafalda. C o m o se relacionaria ela c o m a espiritualidade
cisterciense é, p o r é m , difícil de precisar. Apesar de todos os aspectos de prestí-
gio social e político de q u e se reveste a opção pelos seus c o n v e n t o s femininos,
os Cistercienses não deixaram de desenvolver e insistir n u m a espiritualidade de
importantes e originais características. E n t r e estas avulta precisamente a p r o p o s -
ta de u m a religiosidade afectiva, u m a visão feminina e maternal da divindade,
q u e São Bernardo tão b e m formulou 1 6 4 . Para outros países, sabemos q u e n o
século XIII esta espiritualidade encontra u m forte eco na população religiosa f e -
minina 1 6 5 . Seria sem dúvida desejável a realização de investigações a p r o f u n d a -
das, q u e nos permitissem saber se algo de semelhante se passava, nos poderosos
e aristocráticos mosteiros d o Cister p o r t u g u ê s trecentista.

UMA ÉPOCA DE DINAMISMO RELIGIOSO


Dinheiro, poder e caridade: A s PRIMEIRAS INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA d e q u e h á n o t í c i a n o t e r r i t ó r i o
p o r t u g u ê s estão quase invariavelmente ligadas a mosteiros — é o caso da al-
elites urbanas
bergaria situada j u n t o ao c e n ó b i o vimaranense de M u m a d o n a , dos hospitais
e estabelecimentos de existentes e m Santa C r u z de C o i m b r a , Vacariça, São V i c e n t e de Fora, São
assistência (1274-1345) Francisco de Leiria, São D o m i n g o s de Benfica, Salzedas 166 . N o d e c o r r e r dos
séculos x n e XIII, surge p o r t o d o o reino u m a miríade de p e q u e n o s estabele-
c i m e n t o s de assistência, dos mais diversos tipos, localizadas nos eixos viários,
j u n t o às p o n t e s e p e q u e n a s igrejas e, cada vez mais, nas cidades. A diversifica-
ção tipológica e espacial v e m j u n t a r - s e u m a outra, n ã o m e n o s i m p o r t a n t e : o
crescente papel dos leigos — q u e r particulares, q u e r e m confrarias — nas
f u n d a ç õ e s destes estabelecimentos. Este processo culmina, nos séculos x m e
xiv, c o m u m e n o r m e acréscimo de f u n d a ç õ e s congéneres; para a autora q u e
t e m o s v i n d o a seguir, esta proliferação explica-se «talvez pela acção da t e o l o -
gia m e n d i c a n t e e pelo a u m e n t o d o n ú m e r o de pobres, n o m e a d a m e n t e nos
centros urbanos» 1 6 7 . A mais r e c e n t e síntese sobre as Misericórdias n o I m p é r i o
P o r t u g u ê s , referindo-se aos p r i m ó r d i o s e antecessores daquelas instituições,
reforça alguns destes p o n t o s , salientando o p r o t a g o n i s m o laical na f u n d a ç ã o e
direcção dos estabelecimentos de assistência medievais 1 6 8 .
O presente estudo, p a r t i n d o destas linhas d e f u n d o , p r e t e n d e antes d e
mais aclarar a relação estabelecida pelos f u n d a d o r e s leigos entre o acto de ca-
ridade q u e assim praticavam e as expectativas q u e nele p u n h a m . C o m efeito,
sabemos presidir às f u n d a ç õ e s u m c o m p l e x o de objectivos, q u e t e m a ver
desde l o g o c o m u m a dádiva desinteressada de recompensas materiais, mas d e
m o d o n e n h u m gratuita q u a n t o às espirituais e simbólicas. A relação q u e se
estabelecia entre dadores e beneficiários n ã o era simplista, n e m unívoca, e
n ã o se sabe, n o f u n d o , q u e m necessitava mais de q u e m : se os f u n d a d o r e s f o r -
n e c i a m c o n d i ç õ e s d e sobrevivência material aos despojados, estava ao alcance
destes, u m a vez beneficiados, «pagar-lhes» c o m orações pela sobrevivência
eterna. Assim f o r m u l a d a a questão, é fácil c o m p r e e n d e r c o m o a prática de c a -
ridade, antes de todas as explicações espirituais, era u m acto social e x t r e m a -
m e n t e forte, consolidador de interesses desvairados e criador de equilíbrios d e
o u t r o m o d o difíceis de alcançar 1 6 9 .
C o m o e p o r q u ê , p o r é m , se passou para a prática de e m p e n h a m e n t o d i -
recto dos leigos na prática da caridade para c o m os pobres? Afastemos u m
p o u c o explicações globalizantes, c o m o a «influência dos Mendicantes», cuja

460
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

pertinência nos parece ter d e ser provada caso a caso, e s o b r e t u d o , a partir de


u m a reavaliação da «modernidade» m e n d i c a n t e . T e n t e m o s antes p e r c e b e r c o -
m o , e x c e p t u a n d o a via das confrarias, a individualização d o sujeito q u e c o r -
r e s p o n d e àquela urgência poderia, à primeira vista, entrar e m c h o q u e c o m
u m a prática tão socialmente global, f o r t e m e n t e codificada e consolidadora de
equilíbrios colectivos... Para tal, é i m p o r t a n t e adoptar u m a visão histórico-
- a n t r o p o l ó g i c a de t o d o o p r o b l e m a , q u e restitua os actos à sua época. P o r
mais «laical» q u e fosse este tipo de actuação, ela n ã o foi n u n c a «laicizada» —
n o sentido oitocentista e n o v e c e n d s t a d o t e r m o . Envolvia, de facto, u m c o n -
j u n t o de actos de eficácia sacral, c u j o o b j e c t i v o radicava n u m a crença precisa:
alcançar a vida eterna, c o m a salvação da alma e a ressurreição d o corpo 1 7 0 .
A p a r e c e p o r t a n t o associada a outras formas de intercessão salvífica — c o m o a
celebração de missas, a prática de esmolas avulsas, a criação de u m a capela
q u e assegurasse oração p e r e n e pelos m o r t o s envolvidos — cuja força residia
na sua natureza colectiva. A correcta realização destes actos restituía ao sujeito
u m papel social central, t a n t o mais i m p o r t a n t e q u a n t o , muitas vezes, ele p r o -
vinha de grupos sociais carentes d o verdadeiro prestígio, q u e nestas socieda-
des residia m u i t o para além das existências e sucessos individuais.
E portanto preciso inverter u m a perspectiva anacrónica: n o q u e diz respei-
to ao nosso objecto de estudo e m particular, qualquer fundação, m e s m o q u a n -
d o resultante de u m claro protagonismo, de u m a postura social distinta —
aquela que, n u m a leitura simplista, possuiriam os leigos «urbanos» dessa m o d e r -
nidade medieval q u e os Mendicantes inauguram — estava rodeada de u m c o n -
j u n t o de mecanismos q u e devolviam o acto à sociedade, reinserindo p o r sua
vez nela o f u n d a d o r , agora c o m traços de «benfeitor colectivo» — q u e muitas
vezes redimiam, de facto, u m percurso socialmente depreciado, c o m o seja u m a
origem h u m i l d e o u o e n r i q u e c i m e n t o excessivo ou p o r vias m e n o s prestigio-
sas, c o m o o c o m é r c i o e o serviço público. N e s t e c o n t e x t o — e regressamos ao
objectivo inicialmente anunciado — as motivações dos fundadores aparecem a
u m a inversa luz, pois, mais d o q u e da intenção de marcar a diferença, elas tes-
t e m u n h a m de u m a tentativa de identificação/inserção social. Através, p o r u m
lado, d o e l e m e n t o coesionador p o r excelência q u e eram as práticas religiosas; a
partir, p o r outro, da anulação/revalorização d o e l e m e n t o mais problemático
para a entrada dos fundadores n o R e i n o dos Céus: a riqueza 1 7 1 .
P a r e c e - n o s ser a esta luz q u e se torna possível c o m p r e e n d e r o c o n j u n t o
de f u n d a ç õ e s q u e f o r m a o material e m p í r i c o d o presente capítulo, e q u e
constitui, a nosso ver, u m i m p o r t a n t e e significativo g r u p o n o total das f u n -
dações hospitalares portuguesas d o p e r í o d o á u r e o desta f o r m a de caridade n o
Portugal medieval. I m p o r t a n t e pela dimensão das instituições fundadas — es-
tão entre elas quase todas as maiores d o p e r í o d o ; pelo seu carácter público, m u i -
t o mais a m p l o q u e o das inúmeras p e q u e n a s f u n d a ç õ e s e m casas de partícula-
res, q u e e m geral d u r a v a m apenas u m a o u duas gerações da família d o
instituidor; pela associação com o rei e a família régia, quase s e m p r e presente,
através d o custeio de sufrágios, e outras formas de associação de m e m ó r i a ,
p o r vezes c o m proclamação pública; p o r fim, pela g r a n d e riqueza dos f u n d a -
dores, c o m f r e q u ê n c i a disponível e m n u m e r á r i o . Significativo, p o r q u e e n v o l -
ve personagens bastante específicas: altos funcionários da burocracia régia,
grandes validos de o r i g e m n ã o n o b r e , ricos comerciantes. O u seja, a «burgue-
sia urbana» — u m g r u p o de leigos de características m u i t o próprias, q u e até
agora nos escapara quase t o t a l m e n t e .
E s c o l h e n d o esta v e r t e n t e da sua a c t u a ç ã o sociocaritativa, q u e c r e m o s
n u c l e a r q u e r n o c o n j u n t o das suas atitudes religiosas, q u e r n o seu p o s i c i o -
n a m e n t o societal global, p r o c u r a r e m o s alcançar os c o n t o r n o s gerais da reli-
giosidade d o g r u p o . S e m dúvida q u e esta n ã o se caracteriza u n i c a m e n t e pela
f u n d a ç ã o de hospitais; seria necessário estudar o u t r o s aspectos, presentes até
nos próprios d o c u m e n t o s de f u n d a ç ã o , c o m o sejam as devoções, as atitudes
perante a m o r t e , a pertença a confrarias, as ordens religiosas q u e f o r n e c e m
orientação. N o e n t a n t o , está fora d o â m b i t o deste trabalho u m a apresentação
exaustiva da piedade das elites urbanas n o Portugal m e d i e v o , sobre a qual de
resto existem raros estudos 1 7 2 . D e toda a maneira, a d q u i r i n d o a actividade

461
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

f u n d a c i o n a l u m papel tão n í t i d o e a m p l o nos casos q u e de seguida estudare-


mos, a t r e v e m o - n o s a d e f e n d e r q u e , pelas razões acima enunciadas, ela d e s e m -
penharia de facto u m papel m u i t o i m p o r t a n t e n o c o m p l e x o de atitudes reli-
giosas d o g r u p o social e m estudo.
A primeira grande f u n d a ç ã o q u e analisaremos data de 1279, e p e r t e n c e a
Estêvão Anes (f 1279), chanceler de D . A f o n s o III e seu valido. A biografia
deste p e r s o n a g e m é conhecida, depois das sugestões de José M a t t o s o 1 7 3 e dos
trabalhos de B e r n a r d o Sá N o g u e i r a e Leontina Ventura 1 7 4 , a partir dos quais
faremos u m retrato d o p e r s o n a g e m , e m especial nos aspectos q u e aqui nos
t o c a m . D e origens familiares obscuras e humildes, d e v e inicialmente a sua
f o r t u n a às relações de serviço cortesão d e s e m p e n h a d a s p o r seu pai e tio na
corte de A f o n s o II (o p r i m e i r o fora a m o d o f u t u r o A f o n s o III e o s e g u n d o ,
r e p o s t e i r o - m o r d o rei) e, s o b r e t u d o , à posição de colaço o u «irmão de cria-
ção» de A f o n s o III q u e adquire e m virtude daquelas. C o n s o l i d a r a m - n a depois
a relação de amizade, lealdade e serviço q u e sempre m a n t e v e c o m A f o n s o III,
aliada a u m a singular aptidão para a gestão polírico-económica dos vastos bens
que adquire ou recebe. D e s e m p e n h o u ainda, durante onze anos, o importante
cargo de chanceler régio, que só abandona à m o r t e de Afonso III, e m Fevereiro
de 1279 — que aliás antecedeu de p o u c o a sua, e m Abril d o m e s m o ano.
P o b r e e m bens fundiários n o início da sua vida, a c u m u l o u p o r é m ao I o n -
go dela u m a e n o r m e riqueza, s o b r e t u d o a partir de doações d o rei (o Castelo
de Porches, bens e m Faro, casas e m Santarém; c o u t o s e privilégios à sua
grande p r o p r i e d a d e alentejana, a vila e fortaleza de Alvito) e dos concelhos 1 7 5 ,
q u e c o m p l e t a c o m aquisições próprias nos m e l h o r e s lugares d o país, e m espe-
ciai nos férteis c a m p o s da Estremadura, e q u e t e s t e m u n h a m u m a b o a liquidez
financeira 1 7 6 . A sua riqueza e o p o d e r político e r a m suficientes para lhe causar
inimigos; a isto acresce o desprezo social e pessoal q u e lhe é v o t a d o , e x p r e s -
so, e m especial, n o p o d e r o s o veículo q u e e r a m as cantigas de escárnio e m a l -
-dizer, e q u e t e m t u d o a ver c o m a sua f o r m a de e n r i q u e c e r e a sua alegada
avareza — o contrário, precisamente, de atitudes ancestralmente tão valoradas
c o m o a dádiva e a distribuição 1 7 7 .
E n t r e as muitas propriedades fundiárias q u e d e t é m , Estêvão Anes p õ e es-
pecial cuidado na vila d o Alvito, o n d e , ao l o n g o de alguns anos (1251 a 1264),
f o r m a u m vasto s e n h o r i o isento, o n d e n ã o faltam casas e u m a fortaleza, p o r
ele construída. A d o a ç ã o da vila, q u e lhe fora feita pelo c o n c e l h o de Évora
e m 1251, é a u m e n t a d a seis anos mais tarde, a p e d i d o d e A f o n s o III, q u e logo a
c o n f i r m a ao chanceler; n a q u e l e c o n c e l h o adquire o i m p o r t a n t e estatuto d e
«vizinho» dois anos depois. R e c e b e algumas terras limítrofes e m d o a ç ã o
de 1259, p o r parte de D . Gil Martins de R i b a de Vizela e sua m u l h e r ; ele
p r ó p r i o adquire outras n o a n o seguinte, pela elevada quantia de trezentas li-
bras. N o s m e s m o s anos D . A f o n s o III c o u t a - l h e p o r padrões a vila e p r o p r i e -
dades contíguas e, e m 1263, c o n f i r m a a fortaleza q u e ele aí construíra, isen-
t a n d o ainda o c o u t o de hospitalidade e hospedaria régias. Será este verdadeiro
c o m p l e x o habitacional e jurisdicional, tão c u i d a d o s a m e n t e constituído, q u e ,
quinze anos mais tarde, à hora da m o r t e , vai legar aos trinitários d e Santarém,
para q u e aí c o n s t r u a m u m a instituição de assistência, decerto g r a n d e pela ri-
queza d o legado, e, e m t o d o o caso, c o m variadas funções.
E m b o r a n ã o se especifiquem quantos, o hospital a construir deverá alber-
gar u m a vasta gama de necessitados, o q u e justificaria sem dúvida alguma d i -
m e n s ã o e m e s m o especialização: «pobres», «peregrinos» e «enfermos» 1 7 8 . A es-
te ó n u s fica reservado u m terço dos bens. Mas, para além da diversidade
assistencial acima referida, os responsáveis d o hospital d e v e r ã o ainda dedicar-
-se ao resgate de cativos, c o m o era p r ó p r i o da o r d e m a q u e p e r t e n c i a m , e
n o r m a l , dada a p r o x i m i d a d e das fronteiras islâmicas 179 . A isto se destinavam os
restantes dois terços dos r e n d i m e n t o s . Este c o m p l e x o hospitalar e de resgate
de cativos era feito, s e g u n d o a v o n t a d e d o chanceler, e m sua m e m ó r i a , dos
seus parentes e — significativamente — dos seus benfeitores. C o m efeito, v e -
r e m o s serem f r e q u e n t e s nas f u n d a ç õ e s deste g r u p o social referências mais o u
m e n o s expressas da p r o x i m i d a d e ao p o d e r , cujas benesses, f u n d a m e n t a i s na
aquisição d o prestígio social, são «pagas» c o m o custeio de intercessões f ú n e -

462
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

bres, cuja m e n ç ã o , e m reciprocidade, conferia de n o v o — e agora para s e m -


p r e — prestígio ao f u n d a d o r .
O s hospitais q u e i r e m o s estudar de seguida p e r t e n c e m a u m g r u p o de
pessoas ligadas, de u m m o d o o u o u t r o , ao serviço régio cortesão, de A f o n -
so III a A f o n s o IV, c o m u m a m a i o r c o n c e n t r a ç ã o para D . Dinis. U m a p r i -
meira referência, b r e v e pela escassez de dados, mas q u e consideramos p e r t i -
n e n t e pelas dimensões d o hospital e inclusão d o f u n d a d o r n o g r u p o social e m
análise, vai para a f u n d a ç ã o de P ê r o Salgado, c o p e i r o e t e s o u r e i r o - m o r de
D . Dinis. E m data desconhecida, este f u n c i o n á r i o régio f u n d a e m Lisboa u m a
instituição c o m i m p o r t a n t e s semelhanças à de Estêvão Anes. E m p r i m e i r o l u -
gar, q u a n t o às dimensões e polivalência: deveria sustentar algumas m e n i n a s
pobres, auxiliar «pobres e miseráveis» e, ainda, p r o c e d e r ao resgate d e cativos;
as casas disponibilizadas para tal p o r P ê r o Salgado, situadas na freguesia de Capela de Bartolomeu Joanes
Santa M a r i n h a d o O u t e i r o , e m Lisboa, d e v e r i a m ser de significativas d i m e n - (Lisboa, Sé).
sões, pois nelas habitava o fidalgo A f o n s o Sanches, q u e acaba p o r aí p e r m a n e - FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
cer, t r o c a n d o - a s p o r imóveis de alto valor — u m a s casas na via principal de C Í R C U L O DE LEITORES.
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

Lisboa, a « R u a Nova» 1 8 0 e u m «paço» naquela freguesia, para h o s p e d a g e m dos


pobres. U m indício suplementar da g r a n d e d i m e n s ã o d o hospital reside n o
facto de a capela anexa possuir o elevado n ú m e r o d e sete capelães. E m se-
g u n d o lugar, t a m b é m P ê r o Salgado exibe p u b l i c a m e n t e a sua p r o x i m i d a d e ao
rei e retribui a b e n e v o l ê n c i a deste, D . Dinis, m a n d a n d o q u e na capela q u e
fundara se interceda pela sua alma, a par da dele, f u n d a d o r 1 8 1 .
A m a i o r e mais rica recordação d o m e s m o rei, e m todos os hospitais q u e
c o n h e c e m o s , é feita na f u n d a ç ã o seguinte, ordenada pelo o p u l e n t o m e r c a d o r
de Lisboa B a r t o l o m e u Joanes, e m 1224. C e r t a m e n t e n ã o p o r acaso, o seu
hospital é t a m b é m u m dos maiores e m e l h o r d o t a d o s de todas as f u n d a ç õ e s
particulares medievais 1 8 2 .
C o m e c e m o s a análise pelas formas de q u e se reveste a evocação da m e -
mória régia, d a d o o relevo q u e esta característica nos parece ter na capela e
n o hospital de B a r t o l o m e u J o a n e s — o q u e nos p e r m i t e p o r t a n t o p e r c e b e r
m e l h o r as ideias subjacentes a esta i m p o r t a n t e prática. D e s d e logo, a evocação
da m e m ó r i a é colocada não sob o signo da m o r t e , mas da vida: a par dos d o -
ze capelães q u e sufragarão a sua alma na capela ( n ú m e r o significativo, c o m o
veremos), outros q u a t r o d e v e r ã o sufragar e m prol de toda a família real: dois
pelo rei D . Dinis, e outros dois p o r D . Isabel, infante D . A f o n s o e filhos des-
te. O p e r f e c c i o n i s m o posto nestes sufrágios vai ainda mais longe. B a r t o l o m e u
Joanes p o r m e n o r i z a u m c u i d a d o ciclo de missas para o rei e família régia: u m
capelão rezará e m h o n r a da Santíssima T r i n d a d e , o u t r o de Santa Maria, o u t r o
de São Dinis, «por c u j o n o m e o m e u S e n h o r , E l - R e i , é chamado», o ú l t i m o
pela Santa Vera C r u z . N ã o existe dúvida sobre a estreita relação q u e o rico
m e r c a d o r m a n t i n h a c o m o rei, c o m o n o p r ó p r i o t e s t a m e n t o declara: «meu
S e n h o r , E l - R e i , q u e sempre [me] m a n t e v e e aos m e u s bens, e m e d e f e n d e u
e m m i n h a vida na sua mercê» 1 8 3 .
N o e n t a n t o , para além da gratidão e das boas intenções, n o gesto de asso-
ciar a família real aos benefícios espirituais da sua capela reside u m o b j e c t i v o
prático, referido logo de seguida: o de q u e estes príncipes possam zelar pela
sua capela e hospital. D e v e m o s encarar estas atitudes sob o signo da r e c i p r o -
cidade e, ainda, sublinhar q u e o q u e aqui se atribui ao rei é a obrigação d e
velar pelos «bens das almas», f u n ç ã o q u e os vários reis irão progressivamente
c h a m a r a si, n u m processo q u e culmina na r e f o r m a das capelas, hospitais e al-
bergarias levada a cabo p o r D . M a n u e l 1 8 4 . P o r o u t r o lado, n ã o é m e n o s signi-
ficativo q u e nesta capela só se sufraguem a alma de B a r t o l o m e u J o a n e s e as
vidas da família real; o m e r c a d o r reserva para outras f u n d a ç õ e s pias sufrágios
mais «privados», os das almas dos seus progenitores, q u e d e v e r ã o ser realiza-
dos na Igreja de São M a m e d e de Lisboa. A q u i n ã o é p r o p r i a m e n t e f u n d a d a
u m a capela, mas antes se sustenta u m capelão para missas diárias, e se d o a m
valiosos p a r a m e n t o s c o m a i m p o r t a n t e c o n d i ç ã o de q u e o clérigo q u e os e n -
vergue, nas diversas ocasiões especificadas, reze p o r B a r t o l o m e u J o a n e s e seus
pais 185 .
U m s e g u n d o t e m a de análise reside nas próprias características d o estabe-
l e c i m e n t o f u n d a d o . Refira-se, c o m o preliminar, q u e B a r t o l o m e u Joanes era
riquíssimo e m dois aspectos de natureza m u i t o diversa, mas n e m s e m p r e dis-
sociados o u antagónicos: d i n h e i r o e ritualismo litúrgico. A m b o s estão p a t e n -
tes n o seu hospital, c o m o v e r e m o s . L o g o à partida, o m e r c a d o r lisboeta r e v e -
la d i s p o r d e u m a i m p r e s s i o n a n t e l i q u i d e z f i n a n c e i r a , p o i s a s c e n d e à
astronómica quantia de cerca d e 13 500 libras o m o n t a n t e para legados p a r t i -
culares, esmolas da mais variada o r d e m , p a g a m e n t o d o pessoal eclesiástico e n -
volvido e m t o d o o seu extenso percurso f ú n e b r e e, ainda, r e m u n e r a ç ã o dos
testamenteiros. Para a m a n u t e n ç ã o da capela e hospital, p o r seu lado, B a r t o -
l o m e u J o a n e s reserva outra elevadíssima quantia: 20 0 0 0 libras, q u e ele o u os
seus testamenteiros d e v e r ã o gastar na c o m p r a de bens c u j o r e n d i m e n t o anual
permita o p a g a m e n t o de todos os encargos 1 8 6 . Estes, c o m efeito, eram d e
m o l d e a necessitar d e tais somas. D e i x a n d o de lado u m g e n e r o s o sustento
de capelães, vejamos e m p o r m e n o r o q u e é facultado aos pobres — sob o sig-
n o de princípios de reciprocidade claramente anunciados pelo p r ó p r i o f u n d a -
dor: a anulação d o p e c a d o pela dádiva e a p r o t e c ç ã o d e D e u s e dos santos c o -

464
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

m o r e c o m p e n s a da d e v o ç ã o dos h o m e n s («segundo a água mata o fogo, assim


a esmola mata o p e c a d o , c o n f i a n d o p o r é m m u i t o na misericórdia de D e u s
q u e m e haverá m e r c ê à alma e c o n f i a n d o m u i t o na d e v o ç ã o q u e t e n h o ao
Santo A p ó s t o l o Bartolomeu») 1 8 7 .
Refira-se, desde logo, q u e está presente na instituição de B a r t o l o m e u
J o a n e s u m c o n j u n t o de d e v o ç õ e s característico de u m a piedade popular, al-
gures entre o m á g i c o e o religioso: as q u e aliam m o t i v o s centrais dos cultos
mariano, cristológico e santoral, às mais diversas c o m b i n a ç õ e s de n ú m e r o s ,
p o r sua vez t a m b é m usadas na esfera profana c o m o possuidoras de virtudes.
Assim, o m e r c a d o r lisboeta irá estatuir diversos encargos devocionais «quanti-
ficados»: e n t r e outros, três pai-nossos e m h o n r a da T r i n d a d e , cinco e m h o n r a
das chagas de Cristo, e duas vezes sete orações, u m a delas «Glórias» (em h o n -
ra de d e v o ç õ e s q u e é impossível c o n h e c e r pelo m a u estado d o testamento) 1 8 8 .
Mas a d e v o ç ã o n u m é r i c a q u e v e r d a d e i r a m e n t e subjaz à assistência prestada
centra-se n o n ú m e r o doze, c o m o aliás a c o n t e c e noutras f u n d a ç õ e s ( c o m v a -
riantes para o treze): sustentar treze pobres n o hospital de J o ã o A f o n s o de
Santarém; dar a n u a l m e n t e , pelo Natal, treze taças c o m m o e d a s ao h e r d e i r o
d o m o r g a d i o de D . P e d r o de Meneses, e m sinal d o direito à herança 1 8 9 . T e m
sido salientado q u e estas devoções se e n q u a d r a m n u m a piedade cristocêntrica,
c o m a reconstituição da Ú l t i m a Ceia e d o g r u p o dos apóstolos. B a r t o l o m e u
Joanes, de facto, era d e v o t o de u m deles, o seu p a t r o n o o n o m á s t i c o , q u e r e -
fere expressamente. P o d e r á esta d e v o ç ã o aos apóstolos ter algo a ver c o m a
vivência c o m u n i t á r i a d o m e r c a d o r , q u e várias vezes m e n c i o n a a sua pertença
a u m a espécie d e «guilda» mercantil, q u e reveste t a m b é m aspectos religiosos
(alguns m e m b r o s chegarão a enterrar-se na sua capela, c o m o ele augura 1 9 0 )?
O culto dos apóstolos está p o u c o estudado entre nós, assim c o m o as i n v o c a -
ções de confrarias; seria u m a pista interessante a prosseguir' 1 ".
P o r o u t r o lado, estes c o n j u n t o s devocionais t ê m sem dúvida a ver c o m
representações da pobreza — os apóstolos f o r a m os primeiros representantes
q u e Cristo d e i x o u , e os pobres os seus p e r p é t u o s sinais; a c e r i m ó n i a d o lava-
- p é s invocava o m o m e n t o e m q u e o Messias c u m p r e este ritual c o m os seus
discípulos, i n v e r t e n d o as hierarquias sociais e m sinal d o R e i n o dos C é u s
(João, 13: 1-20). N ã o p o r acaso, esta última d e s e m p e n h a u m a i m p o r t a n t e f u n -
ção de h a r m o n i z a ç ã o das distinções hierárquicas, q u e r n o seio da Igreja, q u e r
da sociedade e m geral, t o r n a n d o - s e u m dos mais propagados rituais de p e n i -
tência dos p o d e r o s o s e exaltação dos h u m i l d e s (desde a lavagem dos pés dos
m o n g e s pelo abade — u m a das mais antigas formas desta devoção, cedo inte-
grada nas cerimónias pascais, na Q u i n t a - F e i r a Santa — o u dos dos cónegos da
catedral pelo bispo, até à mesma prática p o r grandes senhores d o século, c o m o
entre nós faziam, p o r exemplo, a rainha Santa Isabel ou a infanta Joana) 1 9 2 .
As formas de q u e se reveste a d e v o ç ã o ao n ú m e r o doze são, c o m o dissé-
mos, elaboradas. O hospital deverá sustentar p e r p e t u a m e n t e doze pobres, q u e
r e c e b e m logo de entrada d o z e soldos para vestuário e terão na casa o n d e h a -
b i t a m d o z e leitos individuais. E m cada serão d e v e m nela reunir-se, para rezar
pela alma d o f u n d a d o r as orações acima referidas, e ainda d o z e pai-nossos e m
l o u v o r dos doze apóstolos, para q u e , c o m o diz B a r t o l o m e u Joanes, «todos se-
j a m rogadores a D e u s p o r m i m , q u e Se amerceie da m i n h a alma, assim c o m o
Ele sabe q u e a m i m cumpre». P o d e r á ainda ter algo a ver c o m esta ritualiza-
ção a o r d e m de B a r t o l o m e u J o a n e s de que, n o hospital, os «seus» p o b r e s «to-
dos c o m a m ensembra a u m a távola». Ligadas a ela estão, decerto, outras pres-
crições relativas à capela anexa: aí dispõe de d o z e capelães para sufrágio da
sua alma, e n o p r i m e i r o a n o após a sua m o r t e o cabido da sé recebe c e n t o e
vinte libras para rezar doze aniversários, distribuídos pelos meses d o ano 1 9 3 .
R e t o r n a n d o às observações iniciais sobre as d e v o ç õ e s numéricas, este e x e m -
pio p e r m i t e u m a clara p e r c e p ç ã o de u m a das suas vertentes «mágicas»: para
além de t o d o s os simbolismos religiosos q u e acima explorámos, existe ainda
u m a eficácia sacral q u e reside na repetição, na ligação numérica de variáveis
dispersas. N a capela q u e D . Leonor de Meneses associa e m 1452 ao m o r g a d i o
de seu pai, já acima referido, verifica-se u m m e s m o padrão de m a n i p u l a ç ã o
da d e v o ç ã o , n o caso as cinco chagas de Cristo: cinco pobres, antigos criados

465
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

Agonia de Jesus no horto, da família, rezam p o r alma de c i n c o antepassados, nas c i n c o missas de chagas
esmalte sobre cobre, França, q u e ela institui, q u e d e v e r ã o ser oficiadas p o r cinco frades d o m o s t e i r o f u n d a -
séculos x i v - x v (Lisboa, Palácio
d o pelo bisavô 1 9 4 .
Nacional da Ajuda).
T e r m i n e m o s c o m u m a síntese geral das restantes características da assis-
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE tência. E desde logo significativo q u e o tipo de p o b r e a auxiliar seja b e m es-
LEITORES. pecífico: «pobres b o n s e vergonhosos, daqueles q u e tiveram algo e caíram e m
pobreza» 1 9 3 . Estamos aqui b e m l o n g e dos «pobres e miseráveis» das institui-
ções anteriores. N e s t e aspecto o f u n d a d o r sabe b e m q u e n ã o p o d i a ser para
todos o seu hospital, tão rico, tão altamente direccionado, e c o m encargos
pios q u e exigiriam dos pobres algum grau de instrução. O s felizes c o n t e m p l a -
dos recebiam p o r ano, além d o j á m e n c i o n a d o , quarenta e cinco soldos para
roupa, calçado e cuidados m é d i c o s («sangrias»), e dois soldos p o r dia para r e -
feições. H a b i t a m n u m local referido c o m o «paço», t e r m o q u e j á v i m o s surgir
n o caso de P ê r o Salgado e q u e se repetirá n o u t r o s hospitais adiante analisa-
dos. O seu e m p r e g o aponta para u m edifício senão d e luxo, pelo m e n o s de
boas condições 1 9 6 . O s pobres d i s p õ e m nele de u m d o r m i t ó r i o , c o m camas
b e m aparelhadas, e d e u m refeitório. J u n t o ao «paço», mas s u f i c i e n t e m e n t e
longe para não causar «nojo», ficavam u m a cozinha e u m a «privada». A o ser-
viço dos p o b r e s estavam u m m o ç o para c o m p r a s e cozinhados, e u m a m o ç a

466
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

para lavagens e amassar o pão. Cada p o b r e tinha ainda direito a u m a lâmpada


q u e ardia de noite, «para q u e possam ver estes pobres» 1 9 7 .
C a t o r z e anos depois da grande realização de B a r t o l o m e u Joanes, Lisboa é
dotada c o m u m n o v o estabelecimento de m o n t a : o hospital de D . Maria de
A b o i m ( f u n d a d o e m 1337). A análise d o seu processo f u n d a c i o n a l e dos p r ó -
prios c o n t o r n o s da instituição p e r m i t e - n o s alcançar novas características destas
fundações, b e m c o m o sublinhar continuidades. E m p r i m e i r o lugar, o facto de
ser destinado apenas a m u l h e r e s faz entrar e m cena u m dos principais destina-
tários da caridade assistencial, sobre o qual recaíam p r e o c u p a ç õ e s algo d i v e r -
sas das q u e presidiam aos restantes tipos de pobres. N o caso das m u l h e r e s —
especialmente as «envergonhadas» o u «caídas e m pobreza», c o m o é aqui o ca-
so — trata-se antes de mais de preservar u m estatuto moral, de e n q u a d r a r u m
g r u p o cada vez mais n o c e n t r o das p r e o c u p a ç õ e s das autoridades leigas e
eclesiásticas, b e m c o m o de teólogos e moralistas, sem dúvida p o r q u e , n o
m e i o u r b a n o , as m u l h e r e s se e n c o n t r a v a m n u m a difícil e a m b í g u a posição —
p o r u m lado, era-lhes mais fácil alcançar relativa a u t o n o m i a d o q u e na socie-
dade rural; p o r o u t r o , r a p i d a m e n t e caíam e m situações de degradação. Se
b e m q u e os cuidados c o m a assistência f e m i n i n a n ã o fossem exclusivos das
mulheres, é i m p o r t a n t e frisar q u e m u i t o s dos estabelecimentos dedicados a
m u l h e r e s p e r t e n c e m à iniciativa destas, s o b r e t u d o n o seu estado de viúvas,
q u a n d o p o d e m dispor mais livremente dos bens 1 9 8 . A p r e o c u p a ç ã o d e m o n s -
trada p o r D . Maria de A b o i m , ela própria u m a d o n a viúva, e m socorrer as
suas congéneres, revela consciência d o lugar privilegiado q u e detinha d e n t r o
d o g é n e r o f e m i n i n o , b e m c o m o capacidade de acção — afinal as vertentes
positivas da n o v a posição q u e a vida urbana c o n f e r e às m u l h e r e s e q u e aqui
s u r g e m prontas a colmatar as negativas.
Alguns elementos, n o e n t a n t o , s u g e r e m linhas de c o n t i n u i d a d e c o m as
f u n d a ç õ e s anteriores, q u e passamos b r e v e m e n t e a salientar. E m p r i m e i r o l u -
gar, a análise da o r i g e m sociológica da f u n d a d o r a insere-a de algum m o d o n o
g r u p o q u e t e m o s v i n d o a analisar. D . Maria de A b o i m era, c o m efeito, filha
de D . J o ã o de A b o i m , o m o r d o m o - m o r de A f o n s o III e valido de D . Dinis, a
única figura q u e , n o r e i n a d o d o Bolonhês, se equipara a Estêvão Anes, tanto
e m t e r m o s de influência sobre o rei q u a n t o e m sucesso n o alcance de f o r t u n a
pessoal 1 9 9 . C o m efeito, D . J o ã o de A b o i m , se b e m q u e de origens sociais
mais elevadas d o q u e as d o chanceler, faz parte d o g r u p o de h o m e n s n o v o s
p r o m o v i d o s p o r A f o n s o III e m f u n ç ã o da lealdade pessoal e da capacidade de
gestão política. A l é m disso, tal c o m o Estêvão Anes, e p o r processos s e m e -
lhantes, alcança u m a riqueza e p o d e r q u e nada n o seu n a s c i m e n t o faziam p r e -
ver. R e c e b e d o rei e dos c o n c e l h o s vastas doações de terras e direitos s e n h o -
riais sobre elas, s o b r e t u d o na região sul d o país; c o m p l e m e n t a - a s c o m
inúmeras compras, e m especial nas ricas regiões da Estremadura, e c o m as b e -
nesses derivadas de u m a relação privilegiada c o m a O r d e m dos Hospitalários;
p o r fim, à hora da m o r t e , p r o c u r a t a m b é m instalar u m c o m p l e x o religioso de
m o n t a n u m a das suas possessões mais importantes, o n d e constrói u m m o n u -
m e n t o f ú n e b r e , e n t r e g a n d o t u d o aos Hospitalários, q u e c e d o e n r i q u e c e r ã o o
local c o m u m a das mais simbólicas relíquias d o Portugal medieval 2 0 0 .
E, se D . J o ã o de A b o i m n ã o f u n d a u m hospital, mas sim u m grande m o s -
teiro para a O r d e m d o Hospital, na sua vasta p r o p r i e d a d e d o M a r m e l a r , tal
tarefa é d e s e m p e n h a d a pela sua filha D . Maria. Esta, m o v e n d o - s e d e c e r t o e m
círculos aristocráticos elevados, pela posição d o pai e pelos casamentos q u e
contrai, revela n o gesto f u n d a c i o n a l s o b r e t u d o ser senhora de u m a considerá-
vel f o r t u n a , tal c o m o os restantes f u n d a d o r e s analisados, e deter u m s e m e -
lhante à - v o n t a d e na sua gestão, só possível n u m g r u p o social h a b i t u a d o à
convivência política c o m o p o d e r e o dinheiro. Apenas assim, de facto, seria
exequível a u m a d o n a sozinha realizar u m gesto da envergadura da f u n d a ç ã o
d o seu hospital, d e grandes dimensões, claras regras de f u n c i o n a m e n t o , e e x i -
g i n d o a gestão de u m vasto p a t r i m ó n i o fundiário 2 0 1 .
T e r m i n e m o s pela rápida caracterização d o hospital-mercearia de D . M a -
ria, cujas características mais marcantes, para além das relativas à sua f u n d a d o -
ra acima referidas, são sem dúvida as dimensões e p a t r i m ó n i o . A f u n d a ç ã o d a -

467
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

ta de 1337 e é feita n o t e s t a m e n t o da s e n h o r a , j u n t a m e n t e c o m u m a capela n o


M o s t e i r o de São D o m i n g o s e vários o u t r o s legados pios. Para ela destina o
seu «paço» d e Lisboa, s i t u a d o às P o r t a s d e S a n t o A n t ã o , q u e seria, sem d ú v i -
da, u m a i m p o r t a n t e p r o p r i e d a d e . C o m e f e i t o , descrições p o u c o p o s t e r i o r e s
mostram u m c o n j u n t o de habitações, c o m «compartimentos térreos e sobra-
d a d o s e m pisos d i f e r e n t e s , vários quintais, u m deles c o m u m p o ç o , e u m a
t o r r e , a l é m d e q u a t r o boticas. A o lado d o H o s p i t a l , n u m a s h a b i t a ç õ e s p e r t e n -
c e n t e s a este, m o r a v a o p r o v e d o r » 2 0 2 . As b o t i c a s e v i d e n c i a v a m talvez da exis-
tência de boticários privativos. N e s t e vasto e b e m p r o v i d o e s p a ç o d e v e r i a m
ser albergadas dez m u l h e r e s p o b r e s , «de b o a n o m e a d a » , q u e r e c e b e r i a m d i f e -
rentes quantias diárias e anuais, para a l i m e n t a ç ã o e v e s t u á r i o . E m b o r a n ã o n o s
r e s t e m d a d o s c o n c r e t o s , é possível, à s e m e l h a n ç a de o u t r o s hospitais, q u e as
residentes r e c e b e s s e m t r a t a m e n t o s m é d i c o s , e q u e existisse pessoal auxiliar.
S a b e m o s ainda q u e D . M a r i a d e A b o i m tivera a p r e o c u p a ç ã o d e deixar ao
hospital a sua «liteira», o q u e e v i d e n c i a a l g u m c u i d a d o n o m o d o d e v i v e r das
socorridas. Estas, para s e r e m admitidas, d e v e r i a m o b e d e c e r a d e t e r m i n a d a s r e -
gras d e c o m p o r t a m e n t o , b a s i c a m e n t e relativas a u m a vida irrepreensível, antes
e d e p o i s da entrada n o e s t a b e l e c i m e n t o ; d e v i a m ainda c u m p r i r o d e v e r i n -
c o n t o r n á v e l d e t o d o s os b e n e f i c i á r i o s da c a r i d a d e dos ricos: rezar p o r D . M a -
ria, na capela q u e ela instituíra e m São D o m i n g o s , e estar p r e s e n t e às missas e
outras o r a ç õ e s aí celebradas e m sufrágio d a q u e l a e suas i n t e n ç õ e s 2 0 3 .
C o n c l u i r e m o s o p r e s e n t e t e x t o pela b r e v e análise d e duas f u n d a ç õ e s a v á -
rios títulos m u i t o p r ó x i m a s . D e s d e l o g o , as datas d e f u n d a ç ã o : e m 1343 é cria-
da a m e r c e a r i a d e M a r i a Esteves, e dois a n o s mais t a r d e o hospital para e s c o -
Relicário com corrente, de lares p o b r e s d e m e s t r e P e d r o d e Lisboa, t a m b é m c o n h e c i d o p o r m e s t r e P e d r o
prata, granadas e ametistas e das Leis. D e p o i s , as o r i g e n s socioprofissionais: a m b o s p e r t e n c i a m ao g r u p o
moldura em vidro, podendo dos f u n c i o n á r i o s régios lisboetas, s e n d o M a r i a Esteves viúva d e Aires M a r t i n s ,
observar-se, no seu interior, escrivão da p u r i d a d e d e D . D i n i s , e n q u a n t o q u e m e s t r e P e d r o d e s e m p e n h a r a
algumas relíquias, século xv o cargo d e d e s e m b a r g a d o r de D . A f o n s o IV. P o d e r i a m m e s m o c o n h e c e r - s e
(Lisboa, Museu Nacional de
Arte Antiga). o u ter c o n t a c t o s e m círculos pessoais i d ê n t i c o s : M a r i a Esteves c o n t a e n t r e os
seus t e s t a m e n t e i r o s m e s t r e Gil das Leis, familiar d e m e s t r e P e d r o , e u m m e s -
FOTO: D D F / I N S T I T U T O
P O R T U G U Ê S DE M U S E U S / J O S É
tre « P e d r o d o Sem» — os dois p r i m e i r o s p e r t e n c i a m aliás a u m a i m p o r t a n t e e
PESSOA. b e m relacionada família d o f u n c i o n a r i a t o r é g i o e c a m a r á r i o de Lisboa, c o m

468
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

ligações aos d o Sem, t a m b é m presentes e, entre outros, aos Regras, C a r r e - Jesus diante de Caifás, esmalte
gueiros, Alvernazes, Palhavãs, Almadas 2 0 4 . P o r fim, tanto u m c o m o o o u t r o sobre cobre, França,
séculos x i v - x v (Lisboa, Palácio
revelam u m a forte ligação a igrejas paroquiais, nas quais f u n d a m as capelas as-
Nacional da Ajuda).
sociadas aos hospitais: São L o u r e n ç o de Lisboa para mestre P e d r o , Santo A n -
FOTO: JOSÉ M A N U E L OLIVEIRA/
dré de Lisboa para Maria Esteves. Esta característica é m u i t o i m p o r t a n t e pois, / A R Q U I V O C Í R C U L O DE
e m b o r a apenas estudos mais a p r o f u n d a d o s o possam p r o v a r de f o r m a definiti- LEITORES.
va, p a r e c e - n o s ser certo q u e d e t e r m i n a d o s círculos da burguesia lisboeta —
precisamente aqueles a q u e p e r t e n c e r i a m os nossos dois f u n d a d o r e s — n u n c a
a b a n d o n a r a m as suas igrejas paroquiais, n ã o obstante alguma forte simpatia,
nas diversas gerações, pelos c o n v e n t o s m e n d i c a n t e s da cidade 2 " 5 .
Apesar de algumas particularidades, p o r t a n t o , o e n q u a d r a m e n t o social dos
f u n d a d o r e s m a n t é m - n o s na linha dos estudados até aqui. O m e s m o se passa
c o m várias outras características. E m p r i m e i r o lugar, se os estabelecimentos
f u n d a d o s e r a m talvez m e n o s ricos q u e os anteriores, e m t o d o o caso p o s -
suíam dimensões apreciáveis: a mercearia de Maria Esteves deveria sustentar
«sete m u l h e r e s pobres de boa ffama e q u e o u u e r o n algo de sseu e d e s q u e c e -
ram dei» 206 . As beneficiárias r e c e b e r i a m a l o j a m e n t o , c o m d o r m i d a e m leitos
b e m preparados; d i n h e i r o diário para a alimentação e u m a ração semanal de
trigo; panos, vestuário e calçado. A f u n d a d o r a era aliás senhora de u m vasto

469
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

p a t r i m ó n i o imóvel, na valorizada zona de Lisboa e t e r m o ; o seu t e s t a m e n t o


d e m o n s t r a além disso que, à h o r a da m o r t e , dispunha de u m a elevada liqui-
dez financeira 2 0 7 . Q u a n t o a mestre P e d r o das Leis, a falta d o seu t e s t a m e n t o
não p e r m i t e saber grandes p o r m e n o r e s sobre a f u n d a ç ã o ; e m t o d o o caso ela
possuía o significativo ó n u s de m a n t e r três rapazes n o E s t u d o Geral, d u r a n t e
sete anos, c o m todas as despesas de alimentação, vestuário e livros. Nas d é c a -
das seguintes, vários parentes d e i x a m mais b e n s à capela para lhe a u m e n t a r e m
os encargos caritativos: u m s o b r i n h o , L o u r e n ç o Peres, acrescenta mais u m es-
tudante, q u e deverá ir até aos estudos universitários, e a alimentação de o i t o
pobres; u m c o n s a n g u í n e o , J o ã o das Leis, mais dois estudantes n o E s t u d o G e -
ral d u r a n t e oito anos, c o m t o d o s os encargos; u m a última descendente, a j á
referida Maria Afonso, alimentação e abrigo para sete mulheres. Assim, n u m
processo c u m u l a t i v o familiar, chega-se a u m leque assistencial m u i t o variado
e pesado, a p o n t o d e os administradores d o final d o século x v t e r e m de i m p e -
trar de R o m a drásticas r e d u ç õ e s nos encargos caritativos 2 0 8 .
Para além da dimensão, sabemos q u e pelo m e n o s na f u n d a ç ã o de Maria
Esteves e Aires Martins se m a n t é m a f u n d a m e n t a l característica da j u n ç ã o da
m e m ó r i a e sufrágios pelos reis — D . Dinis e seus sucessores — c o m a dos
f u n d a d o r e s . Assim, é estatuído q u e as p o b r e s assistidas deverão deslocar-se
diariamente à capela e m Santo A n d r é de Lisboa, para rezar e participar nas
cerimónias p o r alma dos instituidores, seus pais e seus filhos, e ainda d e
D . Dinis e seus sucessores, o bispo de Lisboa D . D o m i n g o s J a r d o e o u t r o s
benfeitores não especificados 2 0 9 . A falta d o t e s t a m e n t o de mestre P e d r o das
Leis n ã o nos p e r m i t e verificar se o m e s m o se passava na sua capela.

Mendicantes e redes de 1278, COIMBRA. POR QUE MOTIVO D. M o r Dias, rica senhora da cidade
q u e vivia há quase três décadas c o m as D o n a s de Santa C r u z , decide nesse
piedade feminina
a n o deixá-las, para passar a habitar n u m a s casas q u e e n t ã o m a n d a v a construir
(1278-1336): três donas em j u n t o à p o n t e , e m c o m u n i d a d e c o m donas de Santa Clara? Possuímos escas-
busca de religiosidade sos e l e m e n t o s de resposta a esta p e r g u n t a que, c o n t u d o , marca b e m u m a
própria e uma ordem que época na história da religiosidade f e m i n i n a na Idade M é d i a portuguesa. C o m
efeito, este gesto de M o r Dias inaugura u m conflito q u e se arrastará cerca d e
«descobre» a sua santa quarenta anos, ao l o n g o dos quais se j o g a m importantes batalhas pela a f i r m a -
ção d o p r o t a g o n i s m o f e m i n i n o na escolha de m o d e l o s de religiosidade p r ó -
prios, n u m c o m p l e x o entrelace de «influências franciscanas», resistências das
ordens tradicionais, devotas ricas e princesas piedosas.
O s problemas subjacentes n ã o se esgotam p o r é m c o m a vitória final d o
«sector mendicante», q u e de facto vê estabelecido d e f i n i t i v a m e n t e e m C o i m -
bra o M o s t e i r o de Santa Clara e Santa Isabel da H u n g r i a , n o a n o de 1318. Se
nessa data M o r Dias já há m u i t o falecera (1302), está e m plena actividade reli-
giosa a g r a n d e alma de t o d o o processo, a rainha D . Isabel. D e s d e s e m p r e q u e
ela pautara a sua religiosidade p o r m o d e l o s da órbita franciscana, aí residindo
sem dúvida a raiz da i n t e r v e n ç ã o e m Santa Clara. A partir de 1325, q u a n d o o
estado d e viuvez lhe p e r m i t e a passagem para u m p r o f u n d o e m p e n h a m e n t o
devocional, desloca a sua residência para os paços j u n t o ao mosteiro, e d e s e n -
volve e m seu r e d o r u m a corte devota, m u i t o ligada às práticas das Clarissas.
E - n o s possível alcançar vislumbres deste m o d o de vida, q u e r através da figura
central da rainha, q u e r de u m a outra dama, D . Vataça, t a m b é m ela grande se-
n h o r a secular de origens régias, q u e c o m D . Isabel passa a habitar — pois
u m a d o c u m e n t a ç ã o generosa p e r m i t e - n o s c o n h e c e r , c o m invulgar p o r m e n o r ,
os seus hábitos devocionais e as suas práticas religiosas.
P o r é m , a história n ã o t e r m i n a ainda c o m o falecimento de D . Isabel d e
Aragão, e m 1336. T u d o o q u e se vivera era s u f i c i e n t e m e n t e i m p o r t a n t e para
q u e os M e n d i c a n t e s n ã o deixassem passar a o p o r t u n i d a d e . Nesse m e s m o a n o
(ou, q u a n t o m u i t o , n o seguinte), eles irão canalizar o élan devocional surgido
e m t o r n o da já R a i n h a Santa para, através da escrita hagiográfica e da p r o m o -
ção d o culto, traçarem u m a i m a g e m própria da religiosidade d e Isabel, q u e a
u m t e m p o a apropria à o r d e m , e a insere n o m o d e l o p o r esta criado para
a santidade activa das grandes senhoras seculares.
D e u m gesto a o u t r o — da decisão de M o r Dias e m 1250 à escrita da c r ó -

470
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

nica hagiográfica da R a i n h a Santa, passando pela fase «alta» da vivência reli-


giosa de Isabel e seu círculo f e m i n i n o — traçam-se as linhas de u m p e r c u r s o
s e m p r e fascinante para o historiador da vivência religiosa. C o m efeito, ele
c o r r e s p o n d e ao destino das o p ç õ e s individuais n o seio d e u m a estrutura s o -
ciorreligiosa holística e totalizante, c o m o o era a cristandade medieval. N e s t e
caso, estas o p ç õ e s interessam-nos t a n t o mais q u a n t o p a r t e m de personagens
leigas, e m b o r a p o r vezes b e m p e r t o da fronteira institucional. M o r Dias, Isa-
bel e Vataça: todas elas p r o c u r a r a m , sem dúvida, u m a religiosidade própria;
veio encontrá-las a o r d e m franciscana, então n u m a fase dinâmica, visível t a n -
to n o e x p a n s i o n i s m o para o r a m o f e m i n i n o q u a n t o na construção de p r o p o s -
tas devocionais femininas. Para além de todos os e n r i q u e c i m e n t o s individuais,
q u e nos escapam quase t o t a l m e n t e , deste e n c o n t r o resultará nada m e n o s d o
q u e u m a santa, pois a figura central daquelas donas virá a ser erigida e m m o -
delo de santidade leiga feminina.
Nas linhas q u e se s e g u e m , t e n t a r e m o s analisar este percurso «tripartido»;
a f u n d a ç ã o de Santa Clara de C o i m b r a , a religiosidade de Isabel e Vataça, e a
apropriação da figura da rainha pela hagiografia franciscana.
E x i s t e m j á vários trabalhos sobre o percurso de M o r Dias, apesar de n ã o
se ter ainda avaliado toda a sua i m p o r t â n c i a e aproveitado a apreciável riqueza
d o c u m e n t a l sobre a principal questão da sua vida, a f u n d a ç ã o de Santa Clara
de C o i m b r a 2 1 0 . A partir deles, t e n t e m o s dar os traços gerais da p e r s o n a g e m .
A o r i g e m sociofamiliar de M o r Dias explicará e m b o a parte a primeira
o p ç ã o religiosa q u e t o m a , v i v e n d o c o m as donas de Santa C r u z . O s seus p r o -
genitores estão c o m p l e t a m e n t e integrados na aristocracia c o i m b r ã q u e se r e -
via na canónica regrante: ricos proprietários locais, d e t e n d o i m p o r t a n t e s car-
gos públicos na administração da cidade (o pai foi alcaide-mor) e d o serviço
régio (o m e s m o foi sobrejuiz d o rei e a m ã e era neta d o célebre chanceler J u -
lião Pais). A única filha casada é - o n o seio de u m a família de estatuto social
semelhante 2 1 1 . E m t e r m o s de o p ç õ e s religiosas, a família de M o r Dias m a n -
t é m - s e sem dúvida e m círculos afins da sua posição social: apesar d e se ter se-
pultado, c o m a m u l h e r , na Sé de C o i m b r a — na provável sequência da tradi-
ção de u m a família o n d e a b u n d a v a m altos dignitários da sé — o pai aparece
c o m f r e q u ê n c i a ligado a Santa C r u z ; u m a irmã da m ã e era c ó n e g a regrante
das D o n a s de São J o ã o ; a irmã casada m a n d a r - s e - á sepultar, c o m o m a r i d o ,
n o m o s t e i r o crúzio, n u m «sumptuoso m o n u m e n t o fúnebre»; a irmã professa
virá a ser abadessa da canónica de Santa Ana «além da Ponte»; duas sobrinhas,
p o r fim, reflectindo a c o n t i n u a d a ascensão social da família e as novas o r i e n -
tações religiosas da aristocracia f e m i n i n a , irão entrar n o m o s t e i r o cisterciense
de Celas de C o i m b r a , c h e g a n d o a abadessas, cargo reservado, na prática, aos
m e m b r o s d e famílias mais poderosas; p o r fim, seria t a m b é m sua parente, p o r
via m a t e r n a , D o m i n g a s Peres, u m a das c o m p a n h e i r a s de M o r Dias nas C ó n e -
gas d e São J o ã o q u e saem c o m ela para o n o v o mosteiro 2 1 2 .
A primeira o p ç ã o religiosa de M o r aparece-nos, p o r t a n t o , indissociável de
u m c o m p l e x o círculo de relações familiares, e m particular femininas, o n d e as
m u l h e r e s professam sem p e r d e r e m o p o d e r q u e as suas origens sociais e ri-
queza lhes conferia. A própria f u n d a ç ã o d o n o v o c o n v e n t o d e clarissas n ã o
está isento destes m e c a n i s m o s tradicionais, algo i n c o n f o r m e s c o m u m a v i v ê n -
cia mais pura d o espírito franciscano — D o m i n g a s Peres, a p a r e n t e acima r e -
ferida, fica c o m o abadessa d o n o v o mosteiro, à m o r t e de M o r Dias, p o r e x -
presso desejo desta, regressando depois à órbita regrante, e m Celas da P o n t e ,
e m protesto pelas inovações reformistas causadas pela vinda de clarissas espa-
nholas, trazidas pelos Frades M e n o r e s e pela rainha D . Isabel, c o m o o b j e c t i -
v o de f o m e n t a r u m a vida v e r d a d e i r a m e n t e religiosa, c o n f o r m e ao espírito de
Clara...
N e s t e e n q u a d r a m e n t o , o percurso pessoal de M o r Dias t e m , n o e n t a n t o ,
e l e m e n t o s surpreendentes. Sobre o ingresso nas D o n a s de São J o ã o pairam
duas grandes questões, indissociáveis: os seus m o t i v o s e a natureza da sua p r o -
fissão. D e i x a n d o os aspectos jurisdicionais aos autores acima referidos, v e j a -
m o s alguns p o n t o s q u e nos aclaram a decisão pessoal de M o r Dias. Q u a n t o
aos primeiros, a d o n a c o i m b r ã declara p o s t e r i o r m e n t e q u e tinha s o b r e t u d o

471
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

intenção de viver e m segurança, e não professar definitivamente; os cronistas


a v e n t a m a hipótese de q u e t e n h a m sido parentes a sugerir esta fórmula, d e
m o d o a q u e a grande riqueza da senhora n ã o passasse para o mosteiro. E c e r -
to q u e d e n t r o da c o m u n i d a d e feminina d e Santa C r u z existiam vários graus
de c o m p r o m e t i m e n t o , q u e p o r acréscimo n e m s e m p r e estão claros para o
historiador 2 1 3 ; mas os d o c u m e n t o s q u e c o m p r o v a m a f o r m a «aberta» d o i n -
gresso de M o r n ã o são p o r é m isentos de suspeita, e m relação aos t e s t e m u n h o s
dos Mendicantes 2 1 4 .
Seja c o m o for, M o r Dias vive algumas décadas entre as Donas de São J o ã o ,
e é nesse p e r í o d o e local q u e contacta c o m as novas propostas religiosas. S e -
g u n d o dados de F. Félix Lopes, os Franciscanos aparecem ao seu lado b e m
antes da ruptura, s e n d o M o r devota de vários santos da o r d e m : datará de a n -
tes de 1278 u m t e s t a m e n t o e m q u e ela deixa esmola aos Frades M e n o r e s para
c o m e m o r a ç ã o da Páscoa, e dos significativos dias de São Francisco, Santo
A n t ó n i o e Santa Isabel. Assim, a o p ç ã o de M o r Dias aparece c o m o algo de
pessoal, dissociado, antes de mais, da rainha D . Isabel, a cuja influência d i r e c -
ta o estudo clássico de A. G. R i b e i r o de Vasconcelos atribuía o m o t i v o da
decisão daquela, v e n d o a rainha c o m o principal difusora da d e v o ç ã o à sua tia
Santa Isabel da H u n g r i a , r e c e n t e m e n t e canonizada (1235): para além das d o a -
ções acima referidas, é certo q u e e m 1283 ( m u i t o p o u c o t e m p o depois da v i n -
da de Isabel de Aragão para Portugal) M o r Dias já pretendia colocar o n o v o
m o s t e i r o sob invocação de Santa Isabel 215 . D e resto, m e s m o v i v e n d o entre as
D o n a s de São J o ã o , seria impossível M o r Dias n ã o participar e m d e v o ç õ e s
q u e sabemos t e r e m sido m u i t o prezadas, na cidade q u e tanto celebrara a c o n -
t e c i m e n t o s a elas ligados: a vinda das relíquias dos Mártires de M a r r o c o s e a
canonização de Santo A n t ó n i o .
Das devoções à decisão de f u n d a r u m m o s t e i r o d e clarissas e nele p r o f e s -
sar vai p o r é m alguma distância; t e n t e m o s ir u m p o u c o mais l o n g e q u a n t o às
m o t i v a ç õ e s de M o r Dias. S e n d o impossível desenvolver u m a análise exaustiva
n o q u a d r o desta obra, n ã o q u e r e m o s p o r é m deixar d e f o r m u l a r algumas h i -
póteses. E m p r i m e i r o lugar, estudos recentes t ê m d e m o n s t r a d o q u e a piedade
m e n d i c a n t e exerceu u m especial fascínio sobre os sectores f e m i n i n o s da s o -
ciedade 2 1 6 . A este respeito, afastemos desde logo a f o r m u l a ç ã o clássica da
influência nefasta dos M e n d i c a n t e s sobre as senhoras ricas, e m boa parte
o r i u n d a das c o m p r o m e t i d a s perspectivas oitocentistas, q u e para além de a n t i -
clericais estavam eivadas de p r e c o n c e i t o s sexistas: as m u l h e r e s dos séculos x m
a xv, s o b r e t u d o q u a n d o p e r t e n c i a m a elevados estratos sociais, possuíam u m a
ampla e própria cultura devocional.
P r e c o n c e i t o s afms t ê m de resto i m p e d i d o q u e se considere, e m s e g u n d o
lugar, u m a i m p o r t a n t e concretização local deste e n q u a d r a m e n t o geral. O pas-
so de M o r Dias p o d e ter u m a base sociopessoal s e m e l h a n t e à de figuras c o m o
os e x - c ó n e g o s regulares Santo A n t ó n i o e Frei Paio de C o i m b r a , o u o clérigo
secular Frei Gil de Santarém, aos quais t u d o a aproximava e m t e r m o s de p e r -
curso social: insatisfação face às ordens religiosas tradicionais, sedução pelas
correntes franciscana e dominicana 2 1 7 . Para as novas gerações — descendentes
dos cavaleiros de C o i m b r a ou dos cidadãos da próspera Lisboa p ó s - R e c o n -
quista, q u e t i n h a m sido filo-regrantes e m f u n ç ã o da m o d e r n i d a d e das p r o p o s -
tas crúzias — esta era u m a e v o l u ç ã o natural, e m t e r m o s de respostas religiosas
às suas inquietações.
É certo q u e as formas femininas de viver a religião depressa a d q u i r e m ca-
racterísticas sociológicas mais conservadoras: t e m sido salientado q u e as f u n -
dações d e clarissas são b e m mais tardias q u e as d o r a m o masculino da o r d e m ,
e q u e quase sempre revestem formas elitistas, senão aristocráticas, de f u n d a ç ã o
t> T ú m u l o de Isabel de e recrutamento 2 1 8 . A mitigação das regras é imposta pelos fundadores e aceite
Aragão, atribuído a mestre de b o m grado pelas autoridades eclesiásticas, conhecedoras do perigo da p o b r e -
Pêro, c. 1 3 3 0 (Coimbra, za radical nos dois sexos, mas e m especial n o f e m i n i n o (casos, entre outros, d o
Igreja de Santa mosteiro de Vila d o C o n d e , f u n d a d o e m 1318 por D . Afonso Sanches — e,
Clara-a-Nova).
m u i t o mais tarde, e apesar de toda a questão da observância, d o Mosteiro da
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/ C o n c e i ç ã o de Beja, q u e fora desejado pelos aristocráticos p a t r o n o s c o m o t o -
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
LEITORES. t a l m e n t e «observante» 2 1 9 ). Santa Clara de C o i m b r a depressa se tornará u m l o -

472
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

473
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

cal de eleição para damas nobres, t a m b é m e m c o n s e q u ê n c i a da presença da


rainha D . Isabel 220 . E verdade, p o r fim, q u e M o r Dias n ã o era u m a reformista
«pura»: v i m o s c o m o ela planeia u m a sucessão «familiar» d e n t r o da casa q u e
f u n d a , e c o m o a sucessora reage mal a u m a «profissionalização» d o mosteiro.
N o e n t a n t o , o e m p e n h o c o m q u e resiste a todas as tentativas de obstrução ao
seu p r o j e c t o , os recursos de q u e lança m ã o , a f o r m a c o m o planeia n ã o só as
novas casas, mas t a m b é m formas de vida comunitária e assistencial, o b r i g a m a
q u e se considere esta d a m a c o m o alguém m u i t o diverso, seja de u m a religiosa
tradicional, seja de u m m e r o j o g u e t e entre Franciscanos e C ó n e g o s de Santa
C r u z . O s c o n t e ú d o s da sua religiosidade, q u e d e c e r t o c o n t r i b u i r i a m para
aclarar o seu perfil e m toda esta questão, são-nos infelizmente mal c o n h e c i -
dos; mas talvez a j u d e m a chegar a eles alguns paralelos c o m as duas damas
c o n t e m p o r â n e a s q u e de início referimos, e q u e t a m b é m se e n c o n t r a m , de d i -
versos m o d o s , envolvidas nestes assuntos, a m b i e n t e s e locais: a rainha D . Isa-
bel e a sua d a m a e amiga Vataça Láscaris.
T a n t o para u m a c o m o para outra, as d e v o ç õ e s pessoais e privadas o c u p a m
u m local central n o c o n j u n t o dos hábitos piedosos. Tal é indiciado pela
Relicário de Santa Isabel q u a n t i d a d e e variedade de objectos devocionais, imagens religiosas, alfaias sa-
(Coimbra, Museu Nacional
Machado de Castro). eras, livros de m e d i t a ç ã o e livros de liturgia referidos nos seus testamentos e
e m d o c u m e n t o s de e x e c u ç ã o destes. T o d o s eles d i z e m respeito, d e u m m o d o
FOTO: D D F / I N S T I T U T O
P O R T U G U Ê S DE M U S E U S / J O S É
o u de o u t r o , a u m espaço q u e assim se adivinha m u i t o i m p o r t a n t e : a capela
PESSOA. o u oratório privado. N i s t o e m t u d o se a p r o x i m a m das tendências gerais e u -

474
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

ropeias dos séculos x i v e xv, tal c o m o a historiografia r e c e n t e as t e m caracte-


rizado: a piedade leiga, f e m i n i n a e m particular, c a m i n h a n o sentido de u m
r e c o l h i m e n t o interior, q u e se dota dos meios materiais propícios a u m a m e -
lhor vivência d o espiritual. O r g a n i z a r e m o s p o r t a n t o a nossa exposição e m
t o r n o deste aspecto, t e n t a n d o agregar a ele o u t r o s e l e m e n t o s válidos sobre a
piedade e d e v o ç ã o senhorial feminina.
A rainha D . Isabel refere várias vezes a sua capela, nos dois testamentos
q u e faz 221 . E m 1314, instituindo-a c o m o legado ao m o s t e i r o de Odivelas,
m e n c i o n a - a p o r j u n t o , sem p o r m e n o r e s . São p o r é m doados à m e s m a casa
objectos sacros q u e p o d e m o s c o n j e c t u r a r t e r e m p e r t e n c i d o àquele local de
oração, o u pelo m e n o s servirem às práticas devocionais da rainha: u m a cruz
de o u r o e «relíquias». Estes dados, apesar de esparsos, t e s t e m u n h a m q u e a
oração privada de Isabel se faria n u m espaço rico, e q u e o recurso às relíquias,
para intercessão, teria u m papel significativo. P o d e m o s c o m p l e t a r esta visão
c o m os dados d o t e s t a m e n t o de 1327, m u i t o mais generoso e m informações.
C o m e c e m o s pela «capela», agora legada a Santa Clara de C o i m b r a . E m b o r a
c o n t i n u e a ser referida de f o r m a genérica, sabe-se q u e ela t e m cruzes de o u r o
e de prata, cálices, turíbulos, paramentos, «e todas as outras coisas q u e à c a p e -
la p e r t e n c e m » , f i c a n d o - l h e ainda o q u e sobrasse, e m prata o u móveis, após
c u m p r i d o o testamento. A l é m disso, fazia parte dela u m a «santa», q u e a rai-
nha deixa t a m b é m àquele mosteiro, c o m a c o n d i ç ã o de a emprestar às noivas
q u e a pedissem, para c u m p r i r u m ritual de casamento q u e ela fazia c o m as
donzelas da sua casa.
Sobre a capela e m geral nada mais sabemos, além de q u e seria, p o r t a n t o ,
rica e b e m provida, i n d i c a n d o u m a d e v o ç ã o vivida c o m alguma m a g n i f i c ê n -
cia, apesar da austeridade franciscana de q u e nos falará p o s t e r i o r m e n t e a l e n -
da. A «santa», p o r é m , é identificada p o r A. N o g u e i r a Gonçalves c o m u m a
i m a g e m d e Nossa S e n h o r a c o m o M e n i n o , e m prata, depositada n o M u s e u
N a c i o n a l M a c h a d o de Castro. Esta i m a g e m , e x t r e m a m e n t e rica e de «tama-
n h o fora d o c o m u m » , é b e m representativa de u m a piedade afectiva, centrada
na m a t e r n i d a d e de Maria, q u e , tal c o m o o M e n i n o , ostenta u m ar sereno e
h u m a n i z a d o (o rito p r o t e c t o r das noivas, e m q u e era usada, t e m claramente
esta vertente). E de referir q u e n ã o deixa p o r é m de ostentar as marcas d o p o -
der d o século q u e a m a n d a r a fazer, marcas q u e p o r v e n t u r a seriam interpreta-
das c o m o u m a p r o t e c ç ã o celestial a este último: o cinto da túnica da S e n h o r a
ostenta brasões de Portugal e Aragão 2 2 2 . Esta ostentação da marca familiar —
n o caso, dinástica — era u m a prática c o m u m para os objectos devocionais da
nobreza, q u e marcava para sempre, e aos olhos de todos, a benfeitoria d o d a -
dor, ao m e s m o t e m p o q u e sugeria u m a especial atenção divina 2 2 3 . P o d e m r e -
tirar-se e l e m e n t o s afins da análise de u m a outra peça d o m u s e u , t a m b é m d o
t e s o u r o da rainha, q u e talvez pertencesse à sua capela: a cruz processional e m
ágata e prata. A d e v o ç ã o cristocêntrica, agora a partir d o martírio, está subja-
c e n t e à representação d e Cristo C r u c i f i c a d o , c o m a M ã e e São J o ã o , n o verso
da placa central; n o reverso, u m a representação d o Cristo Juiz, q u e se e n q u a -
drava b e m n o a m b i e n t e de alto p o d e r t e m p o r a l a q u e pertencia, e q u e tentava
conciliar majestade e despojamento, p o d e r e austeridade. Tal c o m o na peça a n -
terior, estão gravados na cruz pequenos escudos de Portugal e Aragão 2 2 4 .
Para além da capela — o u f a z e n d o parte dela, mas s e n d o desintegrados
p o r D . Isabel, para legados vários — são m e n c i o n a d o s vários o b j e c t o s d e v o -
cionais significativos. Assim, às infantas suas netas deixará u m a crux de ligno
Domini, u m a coroa de o u r o c o m relíquias encastoadas e m jaspe, e u m a cadeia
de o u r o c o m relíquias de São B a r t o l o m e u , encastoadas e m cristal. Este i m -
p o r t a n t e g r u p o de peças de ourivesaria, luxuosas e ricas, o n d e as relíquias
e r a m expostas, v e m b e m na linha dos gostos nobiliárquicos p o r objectos de
d e v o ç ã o magnificentes 2 2 5 . P o r é m , apenas para o relicário d o Santo Lenho é
possível u m m a i o r c o n h e c i m e n t o , pois só ele c h e g o u aos nossos dias. Peça
magnífica, e m coral, prata e esmeraldas, integra-se p e r f e i t a m e n t e neste c o n -
j u n t o e m q u e os m o t i v o s religiosos mais h u m i l d e s são exaltados c o m m a t e -
riais e arte de luxo: a relíquia d o Santo Lenho estava n o c e n t r o de u m a r e p r e -
sentação d o Calvário, c o m o C r u c i f i c a d o , Nossa S e n h o r a e São J o ã o 2 2 6 .

475
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

P o r fim, não é referida n o t e s t a m e n t o u m a última peça h o j e guardada n o


referido m u s e u , e x t r e m a m e n t e ilustrativa das características q u e t e m o s v i n d o
a referir: u m b o r d ã o de peregrina j a c o b e i a , e n c i m a d o p o r u m a d e c o r a ç ã o d e
prata e ágata, e gravado c o m motivos compostelanos. U m a peça alusiva à h u -
mildade d o peregrino, q u e teria sido dada à rainha pelo arcebispo d e C o m p o s -
tela, «para parecer peregrina de Santiago», é completada c o m ricos materiais,
e m nada d e s t o a n d o da magnificência daqueles c o m q u e a rainha celebrava
q u o t i d i a n a m e n t e a sua «despojada» fé 2 2 7 .
P r ó x i m o s n o t e m p o , os d o c u m e n t o s relativos a Vataça f a z e m - n o s v i s l u m -
brar de m o d o ainda mais a p r o x i m a d o as formas e o a m b i e n t e desta religiosi-
dade de c o r t e feminina 2 2 8 . D e facto, tanto os testamentos de 1323 e 1336, c o -
m o o inventário desta última data, p e r m i t e m - n o s c o n h e c e r u m rico t e s o u r o
de bens religiosos, i n c l u i n d o vários livros. N o p r i m e i r o daqueles, é apenas r e -
ferido u m o b j e c t o devocional: o relicário de o u r o , que, tal c o m o o d e
D . Isabel, c o n t i n h a o Santo Lenho. Esta relíquia surge, de facto, c o m o o ele-
m e n t o central das mais ricas capelas privadas de leigos e eclesiásticos 229 . A par
deste, u m «livro d o Génesis» q u e , significativamente, deixa à rainha D . Isabel,
j u n t a m e n t e c o m o relicário de o u r o . A l é m deste livro, Vataça tinha p o r é m
vários outros, na data da sua m o r t e .
D e i x e m o s de lado u m i m p o r t a n t e c o n j u n t o de n o v e livros de temática
profana, q u e revelam c o n t u d o vastos interesses culturais e jurídicos; interessa-
- n o s mais aqui a literatura religiosa desta d o n a , só p o r si e x t r e m a m e n t e rica.
N o c o n j u n t o dos seus livros litúrgicos e d e oração avultam, desde logo, três
saltérios: u m «francês de letra grande», u m «com muitas figuras», u m « p e q u e -
no» — alguns ricos, grandes e iluminados, destinados p o r v e n t u r a ao culto
público; u m o u t r o p e q u e n o , talvez para oração pessoal. D e p o i s , esse livro
f u n d a m e n t a l da d e v o ç ã o privada da Baixa Idade M é d i a q u e foi o breviário.
P o r fim, o missal, t a m b é m p e r t e n c e n t e ao oratório privado, q u e assim v e m o s
Túmulo de D. Vataça p e r f e i t a m e n t e e q u i p a d o para a celebração d o culto. A par dos livros litúrgi-
(Coimbra, Sé).
cos, Vataça possuía u m c o n j u n t o de obras de m e d i t a ç ã o e d e v o ç ã o , c o m p r o -
F O T O : VARELA P É C U R T O /
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
v a n d o u m a vivência religiosa interiorizada e culta, m u i t o para além da m e r a
LEITORES. assistência cortesã aos ofícios: u m «livro de lendas de santos» (que, a equivale-

476
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

r e m as referências d o t e s t a m e n t o e inventário de 1336, seria feito e m p e r g a m i -


n h o e escrito e m castelhano); u m a «leenda», sem outras especificações além
da língua (latim); u m a Leenda das confissões (as Confissões, de Santo Agostinho?,
o u u m m a n u a l de confissão, para preparação d o acto penitencial? — n u m ca-
so o u n o u t r o , de diferentes formas, a p o n t a m para u m a vivência religiosa
aprofundada). A l é m destes, p o r fim, os textos sacros — já referimos o Livro
dos actos dos apóstolos (Lenda dos apóstolos), talvez na tão divulgada versão de
B e r n a r d o de B r i h u e g a (seria t a m b é m deste a «lenda dos santos» e m castelha-
n o , nesse caso os Feitos e paixões dos santos mártires?)230.
Para além dos livros, Vataça possuía u m a série vasta de outros objectos d e -
vocionais avulsos. Imagens e quadros, desde logo: duas pinturas sobre p e r g a m i -
n h o representando São J o ã o , três quadros de motivos não indicados ( u m dos
quais u m triptico), majestades e m materiais precisos, o crucifixo c o m a relíquia
d o Santo Lenho, u m b o m n ú m e r o de agnus dei (onze). Depois, u m c o n j u n t o
de alfaias sacras q u e fariam p r o v a v e l m e n t e parte da sua capela — caldeiras, cal-
deirão de água benta, cruzes várias, frontais e panos de altar, relicários. Daquela
sabemos ao certo, pelo testamento de 1336, q u e se destacam, n o seu recheio,
cálices, cruzes, paramentos, frontais e panos, quadros de m a r f i m e madeira,
majestades e «empolas» de prata (para além dos livros litúrgicos referidos).
C o m o viviam M o r Dias, Isabel e Vataça nestes ambientes de cortesã e rica
piedade, elas q u e p r o t e g e m e s e g u e m u m a religiosidade despojada, na esteira
desses Francisco e Clara q u e tanto veneram? É - n o s m u i t o difícil dizê-lo ao cer-
to. O q u e nos resta é u m a leitura, já m u i t o enquadrada, d o percurso de u m a
delas, a princesa. N o entanto, é desde logo e x t r e m a m e n t e significativo q u e seja
precisamente este u m dos grandes temas subjacentes ao Livro que fala da boa vida
que fez a Raynha de Portugal, dona Isabel: o da conciliação entre a vida dos p o -
derosos deste m u n d o — q u e , para a b o a o r d e n a ç ã o da sociedade, n ã o p o d e
acabar invariavelmente n o d e s p o j a m e n t o total — c o m u m a piedade interior
austera e santificante, q u e os próprios leigos c o n s i d e r a m e d e f e n d e m c o m o
via única para a salvação da alma. D e facto, m u i t o mais q u e nos séculos p r e -
cedentes, as elites leigas devotas e cultas p r e c o n i z a m u m m o d e l o de religiosi-
dade q u e n ã o passe só pelas propostas da Igreja institucional, antes t e n h a e m
conta os seus anseios e respostas. A tarefa de o enquadrar, de m o l d e a n ã o g e -
neralizar opções radicais — q u e f o r a m feitas u m p o u c o p o r toda a parte, e m
especial na área de I t á l i a / A r a g ã o / S u l de França — , é assim delicada, e exige
u m a subtileza adicional. É u m p o u c o de t u d o isto q u e se j o g a n o Livro que fa-
la da boa vida que fez a Raynha de Portugal, dona Isabel, e dos seus boõs feitos e
milagres em sa vida e depoys da morte231.
Esta obra, q u e terá sido escrita pelo p r ó p r i o confessor da rainha, o m e n -
dicante Frei Salvado Martins, c h e g o u até nós apenas n u m a versão q u i n h e n t i s -
ta, s e n d o o título acima indicado u m a reconstituição. N o e n t a n t o , além de
alguns acrescentos n o f i m d o texto, o grosso da obra p e r m a n e c e fiel ao origi-
nal e constitui p o r t a n t o u m rico material de trabalho 2 3 2 . N a impossibilidade
de nos alongarmos sobre ele, a p o n t a r e m o s aqui algumas ideias, na linha da
a b o r d a g e m de início proposta.
P o d e r - l h e - í a m o s talvez c h a m a r u m a «crónica hagiográfica», pois o facto
de evocar a vida de u m a g r a n d e senhora leiga fa-la seguir algumas regras da
biografia cortesã; mas é necessário insistir n o carácter exemplar, d e c o n s t r u -
ção da santidade, q u e manifesta, pois este é singularmente semelhante ao de
outras vidas de grandes nobres ligadas aos Franciscanos. P a r e c e - n o s residir
aqui a sua m a i o r importância, n e m s e m p r e realçada pelo e n f o q u e de q u e t e m
sido alvo, excessivamente literário e restringido a Portugal. D e facto, os tra-
ços biográficos d e Isabel de Aragão são e m t u d o «versados» n o m o d e l o d e v i -
da q u e p e r c o r r e u m certo n ú m e r o de vidas de grandes damas da corte q u e
o p t a m pela vivência franciscana, entre as quais avulta Isabel da H u n g r i a , tia-
- a v ó da santa. As circunstâncias reais da vida das várias santas reflectem-se e m
diferentes enredos; p o r é m , s e m p r e presente, está u m a das propostas francisca-
nas de concretização prática d o ideal d e pobreza, p o r parte de grandes s e n h o -
ras temporais. E n t r e as várias, p r e c i s a m e n t e aquela q u e p r o p õ e a vida i n t e r -
média. V e j a m o s c o m o .

477
VIVENDO A PALAVRA D E DEUS

D a d a a grande receptividade d o franciscanismo n o seio das cortes reais e


senhoriais da E u r o p a d o Sul, pôs-se m u i t o c e d o o p r o b l e m a da oposição e n -
tre a riqueza e pobreza, entre p o d e r e d e s p o j a m e n t o e, c o m m a i o r acuidade
n o caso das mulheres, entre o seguir a D e u s o u c u m p r i r a sua f u n ç ã o social,
m o r m e n t e n o j o g o das alianças matrimoniais 2 3 3 . N e m s e m p r e os Frades M e -
nores s o u b e r a m f o r m u l a r o «elogio da moderação» q u e alcançou consenso
entre os seus c o n g é n e r e s pregadores 2 3 4 . S u r g e m assim o p ç õ e s radicais, c o m o a
de D a u p h i n e e Elzéar de Sabran (f 1360 e 1323), u m casal da mais alta nobreza
provençal, q u e opta pela castidade c o n j u n g a l e, mais, tenta criar n o seu caste-
lo e terras u m a espécie de sociedade pura, m a n d a n d o banir pelos seus oficiais,
os «sensuais e impudicos» e os adúlteros renitentes 2 3 5 . As influências dos espi-
rituais franciscanos são claras nesta atitude, q u e esteve longe de ser única: há
vários o u t r o s casos semelhantes 2 3 6 , e o casal de aristocratas provençais teve
u m a vasta rede de apoiantes o u admiradores na França d o Sul, Espanha m e -
diterrânica e Itália, ao nível das famílias da alta nobreza, c o m o d e m o n s t r o u o
i n q u é r i t o para a canonização.
Facilmente se vê, p o r é m , o perigo social da generalização desta atitude,
q u e os franciscanos mais m o d e r a d o s t e n t a m limitar. N o j o g o de influências
q u e se d e s e n h o u n o seio da própria o r d e m , tão d e p e n d e n t e de apoios políti-
cos, p o d i a m ser decisivas as f o r m u l a ç õ e s alcançadas n u m p r o b l e m a q u e tocava
de p e r t o a própria f u n ç ã o e objectivos d o p o d e r temporal. A corte de A r a -
gão, de o n d e p r o v i n h a Isabel, era u m a bolsa de influência franciscana i m p o r -
tante (Jaime de Aragão, avô da santa, patrocina u m a primeira tentativa de ca-
nonização dos Mártires de M a r r o c o s , c o m o vimos), ligada ainda p o r laços
matrimoniais às dinastias d o C e n t r o da E u r o p a , o n d e h o u v e pela m e s m a é p o -
ca u m florescimento de santas e beatas e n t r e as altas senhoras d e corte 2 3 7 .
Assim, a m e n s a g e m q u e vitae c o m o a d e Santa Isabel da H u n g r i a o u Isa-
bel de Aragão fazem passar é a da «fidelidade à regra» através da dupla c o n d u -
ta. N ã o n o sentido d e duplicidade, mas n o sentido de vida interior, de p e r -
feição n o s vários papéis sociais — rainha, esposa, m ã e — , de vida devota
orientada. Se existem condições para tal, a n o b r e senhora p o d e r á então fazer
m u d a n ç a s radicais: é o caso da viuvez de Isabel de Aragão, q u e verdadeira-
m e n t e inaugura a sua nova vida. D e s d e l o g o anunciada n o privado cortesão:
presente j u n t o de D . Dinis nos últimos m o m e n t o s deste, a rainha retira-se l o -
go de seguida à sua câmara e veste o h á b i t o de Santa Clara das m ã o s de u m a
freira da o r d e m . Mas t a m b é m e m público, n o p r i m e i r o aniversário da m o r t e ,
e de u m a f o r m a b e m simbólica. I n d o e m secreta peregrinação a Santiago, e n -
trega aí valiosas jóias e tecidos ricos, e o p r ó p r i o símbolo daquilo a q u e r e -
nunciava: «a mais n o b r e coroa q u e ela avia c o m muitas pedras preciosas» 2 3 8 .
As esmolas e os j e j u n s q u e fazia às escondidas de D . Dinis e q u i p a r a m - s e aos
cuidados d e Isabel d e H u n g r i a , q u e participava dos faustosos jantares de corte
mas tentava saber pelos criados se os alimentos q u e c o m i a t i n h a m sido o b t i -
dos j u s t a m e n t e . U m a e outra v ã o f u n d a n d o hospitais e m a n t e n d o pobres e m
vida dos maridos, p o r vezes s e n d o p o r eles censuradas, c o m o a lenda lembra
para Isabel de Aragão, através d o «milagre das rosas». M a s é v e r d a d e i r a m e n t e
depois da viuvez q u e , mais libertas da f u n ç ã o política, p o d e m disponibilizar
os seus b e n s para a causa da pobreza. D e resto, d u r a n t e a vida d o m a r i d o e
depois da m o r t e deste, Isabel de Aragão é a santa e x e m p l a r d o p o n t o de vista
político: pela via da m o d e r a ç ã o , evita várias vezes os c o n f r o n t o s armados e n -
tre os m e m b r o s masculinos da sua família. Desde criança: o seu avô faz as pazes
c o m o filho, pai de Isabel, enquanto t e m à sua guarda a p e q u e n a infanta 239 .
A este e l e m e n t o central agregaríamos apenas mais três ideias. E m p r i m e i -
ro lugar, a presença n o m e i o deste grande q u a d r o de c o n d u t a de outras p e -
quenas lições, e m especial sobre a piedade quotidiana das senhoras de corte.
O s m o m e n t o s devocionais de Isabel são c u i d a d o s a m e n t e retratados: «ela e m
cada u u dia rezava as oras canónicas e as oras de Santa Maria e dos passados e
fazia c o m e m o r a ç o m de m u i t o s santos e santas e saia-se aa capela q u e ela c o n -
sigo trazia, m u i rica e m u i b e m apostada» 2 4 0 . Depois, u m a atenção especial às
mulheres, p o r parte desta santa feminina, d e m o n s t r a d a na esmola às pobres
envergonhadas, n o casamento das j o v e n s , n o e n s i n a m e n t o das donzelas. É es-

478
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

p e c i a l m e n t e interessante o facto de esta p r o t e c ç ã o se p r o l o n g a r após o faleci-


m e n t o da rainha, pois t a n t o nos milagres i m e d i a t a m e n t e após a m o r t e , c o m o
nos q u e refere o i n q u é r i t o d e canonização iniciado e m 1576, a maioria das
beneficiadas são mulheres 2 4 1 .
P o r fim, a atenção dada aos aspectos dinásticos n o c o n j u n t o desta obra
m e r e c e alguma atenção. T e m sido o b j e c t o de debate historiográfico o papel
dos carismas familiares e dinásticos na d i m e n s ã o da santidade dos reis e rai-
nhãs. D a d a a persistência, ao l o n g o de t o d o o p e r í o d o medieval, da crença na
transmissão dos carismas pelo sangue, e da posse destes pelas dinastias r e i n a n -
tes e aristocracias, os primeiros autores q u e investigaram a santidade régia
t e n d e r a m a ver nela u m a sobrevivência, cristianizada, das ideias carismáticas
da realeza sagrada, de o r i g e m germânica o u d o m u n d o antigo. Mais r e c e n t e -
m e n t e , insiste-se antes n o carácter pessoal — e n ã o de função, o u de carisma —
dos h o m e n s e m u l h e r e s q u e , d e s e m p e n h a n d o cargos régios o u principescos,
ascenderam à santidade. O q u e n ã o implica, p o r é m , q u e nas interpretações
posteriores e, s o b r e t u d o , nos usos destas santidades, afinal e m i n e n t e m e n t e
«políticas», n ã o se tivesse t e n t a d o s o b r e p o r ao esforço individual de perfeição
a ideia de u m d o m h e r d a d o , transmitido pelo sangue 2 4 2 . N a s vidas de santos
reis e rainhas influenciados pela espiritualidade m e n d i c a n t e , o n d e é tão clara a Capela do Espírito Santo
(Sintra, Palácio da Pena).
afirmação da v o n t a d e individual e m seguir preceitos de santificação novos,
p o d e m o s falar da presença de crenças mais arcaicas q u a n t o à f o n t e dos seus FOTO: JOSÉ M A N U E L OLIVEIRA/
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
poderes? Se sim, c o m o se conciliam elas c o m as o p ç õ e s conscientes de vida LEITORES.

479
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

q u e preconiza a religiosidade d o tipo «moderno» q u e é a mendicante? N ã o p o -


d e n d o responder totalmente a este vasto problema, n o âmbito deste trabalho,
alinhemos u m a síntese, restringindo-nos ao nosso estudo da rainha Santa Isabel.
Já referimos a f u n ç ã o pacificadora de Isabel n o seio da aristocracia g u e r -
reira da sua parentela; f u n c i o n a nela c o m o u m a espécie de tutelar da paz li-
nhagística, f u n d a m e n t a l para o equilíbrio e m a n u t e n ç ã o d o p o d e r . A pertença
de Isabel a u m a vasta rede de príncipes e reis é várias vezes realçada na obra,
duas das quais e m reminiscência da própria senhora: n o e n t e r r o d o avô vira
ela dois reis e três rainhas, e n o fim da vida, n o M o s t e i r o de C o i m b r a , o r g u -
lhava-se de ser a rainha q u e vira mais parentes, h o m e n s e mulheres, nas várias
famílias reinantes 2 4 3 . C o m o já referimos, d e n t r o da parentela régia de Isabel
existiam várias santas rainhas e princesas, q u e p o r vezes f u n c i o n a r a m c o m o
m o d e l o s umas para as outras. É ainda ela q u e m trata das missas p o r sufrágio
da filha Constança, c o m a qual m a n t é m u m a c o m u n i c a ç ã o além da m o r t e 2 4 4 .
Por fim, os seus descendentes irão p o r vezes colocar-se sob o seu patrocínio
directo e m a c o n t e c i m e n t o s especialmente i m p o r t a n t e s para a família real.
R e f e r i m o - n o s ao casamento d o infante D . D u a r t e na capela sepulcral da sua
antepassada, j u n t o ao p r ó p r i o t ú m u l o , e às palavras d o infante D . H e n r i q u e ,
relatando a cerimónia, ao referir q u e a infanta noiva repousara algum t e m p o
n o paço da rainha Santa Isabel: «parecia q u e casava da casa da R a i n h a D . Isa-
bel, e assim foi d ' A r a g o m , e todos e n t e n d e m o s q u e pela santidade da dita
R a i n h a D . Isabel foy esto feito tão b e m , e h o n r a d a m e n t e da sua casa» 245 .
T a m b é m n u m o u t r o r a m o da família, q u e na geração seguinte se i n c o m -
patibilizará c r u e l m e n t e c o m este, se m a n t é m a referência à antepassada santa:
o condestável D . P e d r o de Aragão, filho d o c o n d e D . P e d r o , felicita-se p o r
contar c o m Isabel e n t r e os seus antepassados, p o r q u e é sem dúvida santa, a p e -
sar de ainda não canonizada pela Igreja. Bastante mais tarde, este i n v e s t i m e n -
to p e r m a n e c e , c o m o c o m p r o v a a p r e o c u p a ç ã o de R u i de Pina e m referir e x -
pressamente na Crónica de D. Afonso IV a fama de santidade e m u i t o s milagres
da m ã e d o rei biografado 2 4 6 . Atingirá u m a expressão m á x i m a , sem dúvida, na
p r o m o ç ã o da antepassada santa levada a c a b o p o r D . M a n u e l , n o c o n t e x t o d e
várias outras manipulações d o passado e da sacralidade d o reino, q u e culmina
c o m a beatificação d e Isabel e m 1513247.
Regressando ao século xrv, devemos referir que, n o seu c o n j u n t o , os dife-
rentes indícios não nos parecem provar u m a crença na origem carismática dos
poderes de Isabel de Aragão. N o relato da sua vida, é m u i t o maior a insistência
n o c a m i n h o de aperfeiçoamento individual, essencialmente baseado na renúncia
e n o sacrifício. O d o m da paz e a comunicação c o m o A l é m (de resto c o m u m a
presença m u i t o discreta) v e m da sua relação privilegiada c o m Deus, e o facto de
se exercerem t a m b é m sobre a sua parentela (não só de sangue, note-se bem) não
os prende a laços sacrais de origem familiar. N o entanto, existiram sem dúvida
apropriações dinásticas da própria rainha, q u e se estendem até às santas suas p a -
rentas. Mas funcionaram n u m sentido inverso à transmissão dos carismas nos p e -
ríodos mais antigos, o u seja, a posteriori: a partir de santidades individuais, tingi-
ram-se os laços familiares da aura que delas derivava. O que não deixa de p ô r
e m evidência u m interessante contraste: a percepção das santidades individuais,
por outros que não os próprios candidatos à santidade o u o seu círculo p r ó x i m o ,
fazia-se afinal por traços b e m tradicionais.

VIVÊNCIAS E DEBATES EM TEMPO


DE AUTONOMIZAÇÃO DOS LEIGOS
Salvação individual e o A FUNDAÇÃO DE CAPELAS FÚNEBRES é t a l v e z u m d o s m a i s d i s t i n t i v o s a s -
pectos da religiosidade dos leigos, e m especial na Baixa Idade M é d i a . C o m
culto dos antepassados: a
efeito, se o seu n ú m e r o é já significativo n o século x m , nos dois seguintes
fundação de capelas de dá-se u m a verdadeira explosão desta expressão particular da intercessão f ú n e -
morgadio nos séculos xiv bre, q u e n ã o deixará depois de figurar entre as mais procuradas formas de
lembrança e sufrágio dos m o r t o s , talvez até m e a d o s d o x v m . Escasseiam ainda
e xv
os trabalhos sobre este assunto e m Portugal 2 4 8 . N o e n t a n t o , u m a vasta série

480
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

de r e n o v a d o r e s estudos n o seio da historiografia medieval francesa, espanhola


e, s o b r e t u d o , anglo-americana sustenta a f o r m u l a ç ã o c o m q u e abrimos este
capítulo, t o r n a n d o impossível passar e m claro o t e m a , e m q u a l q u e r trabalho
sobre a piedade e religiosidade leigas 249 . N a s linhas q u e se seguem, e d e n t r o
dos limites q u e aqui se i m p õ e m , t e n t a r e m o s u m a primeira a b o r d a g e m deste
tema, a partir de u m riquíssimo material, m u i t o característico da Península
Ibérica e de Portugal e m particular — as capelas de m o r g a d i o , d u r a n t e os sé-
culos x i v e xv.
Este tipo particular de capelas caracteriza-se, antes de mais, p o r u m a es-
treita ligação ã f u n d a ç ã o vincular, p r e c o n i z a n d o - s e assim o sufrágio religioso
pelo f u n d a d o r e da sua l i n h a g e m c o m o algo indissociável dos bens de m o r g a -
dio. Através d o seu estudo p o d e m o s analisar m u i t o s e l e m e n t o s sobre os c o n -
teúdos e as práticas da d e v o ç ã o leiga q u e são, p o r assim dizer, eclesiais, e c o -
m u n s às restantes capelas; mas é - n o s t a m b é m possível ir mais l o n g e e alcançar
u m aspecto q u e as distingue daquelas, pela importância q u e aqui adquire: os
usos familiares e linhagísticos da religião. O u m e l h o r , as apropriações de q u e
esta é o b j e c t o e m f u n ç ã o d e u m o b j e c t i v o «religioso» n o sentido a n t r o p o l ó g i -
co d o t e r m o : consolidar essas unidades f u n d a m e n t a i s da vivência dos leigos
q u e e r a m a casa e a família — expressões determinadas da linhagem, estrutura
«complexa» e m t e r m o s de realidade simbólica, pois vinha dos antepassados,
era representada pelas gerações presentes, e o seu capital destinava-se aos v i n -
douros.
Assim, partimos d o princípio f u n d a m e n t a l de q u e a «casa» tinha, e n q u a n -
to estrutura de c o m u n i d a d e , claras dimensões religiosas 250 : ensino dos f u n -
d a m e n t o s catequéticos, participação e m associações de piedade e caridade,
ligação à circunscrição paroquial (que era local), o u à regular (que era quase
s e m p r e linhagística), prática de d e v o ç õ e s privadas (com espaços internos
e mobiliário p r ó p r i o para tal) e, p o r fim, a gestão d o «culto» dos f u n d a d o r e s e
dos familiares falecidos. Este n ã o t e m , de m o d o algum, características de u m
«culto» organizado, c o m o p o r vezes o uso d o t e r m o p o d e i n c o r r e c t a m e n t e
sugerir. N o e n t a n t o , a prática de sufrágios e lembranças litúrgicas várias tinha
c o m o base, e reforçava, u m a crença na intercessão dos m o r t o s da linhagem,
c o m o q u e u m a especificação da intercessão geral dos santos, q u e se traduzia
e m h o n r a e prestígio na terra, e e m r e c o m p e n s a espiritual n o C é u . Foi o es-
q u e c i m e n t o , o u a i n c o m p r e e n s ã o , desta dimensão da l i n h a g e m q u e causou a
indignação liberal p e r a n t e m o r g a d i o s e capelas — q u e p ô d e assim ser feita e m
n o m e de princípios religiosos «puros». D o m e s m o m o d o , de resto, q u e a i n -
c o m p r e e n s ã o de formas de a u t o - r e g u l a m e n t a ç ã o d o sistema social d o A n t i g o
R e g i m e causou a rejeição de aspectos «sociais» d o m o r g a d i o (os c o m p l e x o s
m e c a n i s m o s de e x c l u s ã o / r e c o l o c a ç ã o das linhas secundárias, n u m h o r i z o n t e
parental m u i t o mais vasto q u e a família nuclear burguesa).
O s instituidores de m o r g a d i o s t i n h a m ao seu dispor u m a vasta p a n ó p l i a
d e m e c a n i s m o s destinados a distinguir o h e r d e i r o , c o l o c a n d o - o n u m a p o s i -
ção d e s u p r e m a c i a real e simbólica, necessária à aceitação da sua chefia p e l o
resto da l i n h a g e m : uso d e armas, de apelido, b o a c o n d u t a m o r a l e política,
c o r r e c t a gestão das p r o p r i e d a d e s e dos d o c u m e n t o s familiares, o u m e s m o ,
p o r vezes, d e t e r m i n a d a s características físicas e mentais 2 5 1 . A j u n ç ã o e n t r e a
a d m i n i s t r a ç ã o d o m o r g a d i o e o e n c a r g o das capelas f ú n e b r e s (ou seja, as al-
mas dos antepassados) n ã o é das m e n o s i m p o r t a n t e s : antes, c o n s t i t u i u m si-
nal b e m real d e q u e o h e r d e i r o d e t i n h a u m a relação privilegiada c o m os
antepassados e c o m o p a t r i m ó n i o da l i n h a g e m . D e v e s u b l i n h a r - s e q u e a
cláusula d e c o n d u t a pessoal e familiar mais referida e m t o d o s os m o r g a d i o s
é p r e c i s a m e n t e aquela q u e c o n f e r e ao h e r d e i r o a gestão d o c u l t o dos m o r -
tos. Esta responsabilidade é, p o r si só, e x t r e m a m e n t e significativa da sua
posição c o m o r e p r e s e n t a n t e actual dos antepassados. A o m e s m o t e m p o , p o -
d e m o s verificar c o m o as c e r i m ó n i a s de r e c o r d a ç ã o e p r o p i c i a ç ã o f u n c i o n a -
v a m c o m o e l e m e n t o a g r e g a d o r da família, pois e r a m e n t e n d i d a s c o m o u m
e n c a r g o d o seu c h e f e ; é t a m b é m n í t i d o o elo e n t r e o p a t r i m ó n i o dos a n t e -
passados e a intercessão p o r sua alma.
A importância de c u m p r i r as obrigações pias é sublinhada pelo facto de,

481
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

482
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

e m geral, a sua transgressão c o n d u z i r à perda da p r o p r i e d a d e ; o administrador


está, neste aspecto, sujeito à vigilância dos estabelecimentos eclesiásticos o n d e
se realizam as cerimónias. Algumas instituições acrescentam às sanções reais a
ameaça da pena de consciência, o u m e s m o a maldição d o instituidor. Estas
p r e c a u ç õ e s dos particulares são completadas pela legislação relativa aos casti-
gos a aplicar aos administradores q u e n ã o c u m p r i a m o consignado.
P o d e m o s c o m p r e e n d e r as formas de d e v o ç ã o e práticas religiosas subja-
centes ao f e n ó m e n o das capelas familiares através d o estudo de algumas f u n -
dações p a r t i c u l a r m e n t e pormenorizadas. V e j a m o s , p r i m e i r o , algumas caracte-
rísticas de base, para depois analisarmos dois casos paradigmáticos.
As capelas e r a m quase s e m p r e erguidas e m t o r n o d o t ú m u l o d o institui-
dor, m a r c a d o c o m os sinais familiares — os m e s m o s q u e o m o r g a d o terá de
usar o b r i g a t o r i a m e n t e e q u e estavam colocados na casa q u e é cabeça d o m o r -
gadio. Assim sucede c o m N u n o A f o n s o de Sequeira, filho d o célebre mestre
de Avis e aio de D . J o ã o I, F e r n ã o R o i z de Sequeira. E m 1436, ao instituir o
seu m o r g a d i o , estipula o uso das armas «dos Sequeiras»; a correcta disposição
destas, b e m c o m o a ascendência a q u e estavam ligadas, fora posta e m escrito
n o testamento, redigido oito anos antes: «faça p o e r [o C o n v e n t o d o C a r m o
de M o u r a , o n d e fora edificada a capela] ssobre m j n h a sepultura h ú a q u a m p a a
e s e r o m e m ella postos m e u s sjnaes de sequeira e d j g u a m as leteras e m ella
emtalhadas " a q u i jaz n u n o f e r n a n d e z de sequeira filho d o mestre d aujs d o m
f e r n a m R o i z n e t o de d o m p e r o b r a v o de sequeira". E os m e u s sjnaaes s o m
e m h u u m escudo çinco ujeiras azulles postas e m m o d o de qujnas E o q u a n p o
d o escudo d ouro» 2 5 2 . Esta indicação revela-nos o d o m í n i o de u m v o c a b u l á -
rio técnico p o r parte d o instituidor, b e m c o m o t e s t e m u n h a o uso das cores
nas pedras de armas tumulares, t a m b é m elas u m código, e factores adicionais
de impacte público; n ã o é p o r acaso que, n u m a outra instituição, se inclui
entre as obrigações d o h e r d e i r o a de m a n t e r as pinturas d o t ú m u l o e capela.
T o d o s estes e l e m e n t o s r e f o r ç a m a percepção, para u m c a m p o entre nós
mal estudado, de q u e u m a i m p o r t a n t e c o m p o n e n t e da cultura da nobreza
seria o c o n h e c i m e n t o da técnica heráldica, da onomástica, e das tradições
linhagísticas; e que, e n t r e os canais da transmissão destes saberes, se p o d i a m
incluir os d o c u m e n t o s directos do antepassado, guardados nos arquivos f a m i -
liares. P o r vezes, este m e s m o t ú m u l o , o u a capela q u e o envolve, f u n c i o n a
c o m o u m a espécie d e local de registo d o brasão: nele estão colocadas, e m l o -
cal de destaque, as armas tal c o m o d e v e m ser usadas pelos sucessivos h e r d e i -
ros. Gesto significativo, q u e marca a autoridade d o instituidor m o r t o , e r e f o r -
ça a ligação e n t r e as honras a prestar à sua alma e o legítimo p o r t e dos sinais
familiares 2 5 3 .
S u b s e q u e n t e m e n t e , os administradores o r n a m os t ú m u l o s familiares de f o r -
m a ainda mais grandiosa, c o m o q u e sublinhando u m c o n d i g n o d e s e m p e n h o da
representação familiar. E assim q u e a capela d o morgadio d o Esporão, situada
na Sé de Évora, vai ser, n o século xvi, objecto de grandes e dispendiosas obras,
ordenadas p o r u m administrador m u i t o consciente da importância da gestão
das práticas familiares. R e f i r a - s e ainda o e m p r e g o dos epitáfios, q u e p o r vezes
se t o r n a m textos narrativos da m e m ó r i a d o f u n d a d o r ; j u n t a m e n t e c o m o s i m -
b o l o familiar e a grandeza d o m o n u m e n t o , f o r m a m u m c o n j u n t o a r q u i t e c t o -
nico e u m espaço sagrado o n d e são apresentados a todos o prestígio, a anti-
guidade e a história familiares.
O e n t e r r a m e n t o n o m e s m o local, p o r obrigatoriedade o u faculdade da
instituição, é u m f u n d a m e n t a l factor de coesão, t a n t o para o presente, c o m o
para a relação c o m o passado. Nas famílias dos estratos superiores da nobreza,
os locais de sepultura e o c u m p r i m e n t o das obrigações pias o b e d e c e m a estra-
tégias de eleição de ordens e casas religiosas preferenciais (seja pelo seu prestí-
gio, seja pelas ligações familiares; estes factores c o i n c i d e m f r e q u e n t e m e n t e ) .
S u r g e m assim alguns verdadeiros panteões familiares, nos principais mosteiros <] Placa funerária de R u i de
Sousa, finais do século xv
dos locais ligados à família: p o r vezes terras próprias (Góis, Silveiras e Lemos:
(Évora, Casa Cadaval).
Góis, Oliveira d o C o n d e e T r o f a d o Vouga), n o u t r o s casos e m mosteiros fa-
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA/
miliares (a Graça de Santarém para os Meneses, São M a r c o s de T e n t ú g a l para
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE
os Teles da Silva, Vila d o C o n d e para os A l b u q u e r q u e ) 2 5 4 . LEITORES.

483
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

N ã o parece improvável, p o r é m , q u e m e s m o e m estratos de m e n o r i m -


portância social esteja presente a consciência da ligação c o m os antepassados
através d o local de sepultura. Alguns esparsos e x e m p l o s incitam a u m a invés-
tigação a p r o f u n d a d a , q u e apuraria n o m e a d a m e n t e os sistemas de relações fa-
miliares. É assim q u e a m u l h e r d o administrador d o m o r g a d i o da P ó v o a , e m
1373, se m a n d a sepultar n o t ú m u l o de seu pai, mestre J o ã o das Leis, f u n d a d o r
d o m o r g a d i o de São L o u r e n ç o , e m Lisboa; e m 1433, L o p o R o i z Fuseiro, m o -
rador e m Évora, m a n d a - s e enterrar c o m o seu avô. M u i t o mais tarde, n o p r i -
m e i r o quartel d o séc. xvi, Isabel R o i z Bota, t a m b é m de Évora, m a n d a , na sua
instituição de m o r g a d i o , q u e a e n t e r r e m «Jumto da sepoltura dos Arnalhos,
o n d e Iaz m e u marido» 2 5 5 .
Para as instituições religiosas o n d e estava edificada a sepultura o u capela, e
q u e t i n h a m a seu cargo a realização das cerimónias f ú n e b r e s , o f u n d a d o r d o
m o r g a d i o f u n c i o n a v a c o m o o iniciador de u m a d e v o ç ã o . Este tipo de relação
entre a Igreja, nas suas diferentes formas, e a família n o b r e , t e m sido salienta-
d o p o r alguns autores. A «projecção religiosa» d o g r u p o familiar é e n q u a d r a d a
institucionalmente, sem deixar, p o r é m , d e revestir as mesmas características
de d e v o ç ã o particular. D o p o n t o de vista dos leigos, os rituais cristãos são u t i -
lizados e m b e n e f í c i o da m e m ó r i a d o antepassado, e dos sufrágios pela sua al-
ma. O s exorbitantes n ú m e r o s de missas estipuladas, b e m c o m o os p o r m e n o -
res d o culto, o b r i g a m a u m a r e c o r d a ç ã o quotidiana d o f u n d a d o r . P o r vezes
utiliza-se e m p r o v e i t o p r ó p r i o a linguagem litúrgica: e m certos casos o r d e n a -
-se q u e as cerimónias c o m e c e m c o m a evocação d o n o m e dos f u n d a d o r e s ,
antepassados e descendentes, n o u t r o s dão-se instruções precisas q u a n t o ao d e -
senrolar das cerimónias.
P o d e ainda acontecer q u e os instituidores atribuam a si m e s m o s formas
mitigadas de o f i c i a m e n t o cerimonial, c o m o pensamos ser o caso d o f u n c i o n á -
rio régio G o m e s Borges e m relação a algumas festas da vila de T o r r e de M o n -
corvo, o n d e se situava o seu vínculo. C o m efeito, a capela anexa a este era ri-
c a m e n t e dotada de objectos litúrgicos, referidos c o m propositada minúcia na
d o c u m e n t a ç ã o d o m o r g a d i o (1470): «dous callezes de prata c o m suas patanas,
h u u m t o d o d o u r a d o e o u t r o d o u r a d o e m partes; tres vestimentas, h u u a de p a -
n o d ' o u r o de luca e as outras duas de panos pintados c o m suas aluas e m a n i -
pollos e estollas e c o m todollos outros seus c o r r e g i m e n t o s c o m p r i d a m e n t e ;
E mais h u ú a cruz de prata toda dourada, de troços». Estes bens irão p e r t e n c e r
aos sucessivos herdeiros d o m o r g a d i o , e serão administrados p o r eles. N o s dias
das festas principais da Igreja d e Santa M a r i a da vila ( o n d e , sublinha o i n s t i -
t u i d o r , se situa o j a z i g o familiar), as alfaias p o d i a m ser e m p r e s t a d o s para as
c e r i m ó n i a s . N e m p o r isso, p o r é m , d e i x a m de estar a cargo d o leigo q u e é
administrador d o morgadio 2 5 6 . O s ricos p a r a m e n t o s e o b j e c t o s sagrados, sinais
r e c o n h e c i d o s da f o r t u n a dos m o r g a d o s , são emprestados para as festas p r i n c i -
pais da santa padroeira da igreja a q u e estão ligados, mas n ã o são entregues
aos intermediários clericais. O uso familiar destes i n s t r u m e n t o s litúrgicos,
b e m c o m o a f o r m a particular d e estar presente nas festas da santa protectora,
são dois indicativos d e u m a apropriação específica d o religioso. Assim, respei-
t a n d o e m b o r a as vias institucionais, desviam-se para u m o u t r o o b j e c t i v o as fi-
nalidades d o acto sagrado e parte d o i m p a c t e da c e r i m ó n i a pública.
U m a outra m o d a l i d a d e desta atitude consiste e m se e v o c a r e m nas ceri-
mónias religiosas prescritas os factos e m q u e os m e m b r o s da família a d q u i r i -
r a m glória, o u e m se e v i d e n c i a r e m relações prestigiosas. D e n t r o d o p r i m e i r o
caso, t e m o s a imposição de Fernão Lopes L o b o , escudeiro de É v o r a q u e ins-
titui m o r g a d i o e m 1422, q u e se reze u m a missa na véspera d o dia de Santa
Maria de Agosto, cada ano, « p o r q u a n t o e m tall dia el R e y d o m I o h ã o d e
portuguall V e n ç e o e desbaratou el R e y d e castela e m o c a m p o N a Batalha
q u e se Fez e m A l l J u b a R o t a e m a qual E u estiue e m hidade de dezassete o u
dezoito anos e l i u r o u - n o s deos e a b e m auenturada santa maria d o p o d e r i o e
sogeição dos castelães». T e r á d e ser u m a missa oficiada, na presença de toda
a c o m u n i d a d e monástica, c o m t o q u e de órgãos (caso haja q u e m os t o q u e
bem); d u r a n t e o t e m p o da missa, arderão dois círios grandes, pagos pelas r e n -
das d o m o r g a d i o 2 5 7 .

484
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

Cruz processional de D. João


das Regras, c. 1400
(Guimarães, Museu Alberto
Sampaio).
FOTO: D D F / I N S T I T U T O
P O R T U G U Ê S DE M U S E U S / J O S É
PESSOA.

485
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

N o s e g u n d o caso, q u e j á v i m o s ser c o m u m na f u n d a ç ã o de hospitais estão


as associações d o bispo de L a m e g o , D . Giraldo, a D . Dinis (1319); de F e r n ã o
Gonçalves C o g o m i n h o a D . A f o n s o IV (1357); e de N u n o M a r t i n s da Silveira
a D . D u a r t e e sua família, e m 1431. Para a l é m de zelar pelas almas dos institui-
dores, os herdeiros terão de sufragar as destes ilustres personagens; p r o l o n g a -
-se assim, através da linha familiar, u m a relação de serviço q u e o f u n d a d o r
mantivera para c o m o m o n a r c a de seu t e m p o .
Pensamos q u e o c o n j u n t o de obrigações pias q u e revestiam a f o r m a d e
auxílios caritativos d e v e ser i n t e r p r e t a d o n o m e s m o sentido de propiciação da
alma dos f u n d a d o r e s . C o m efeito, ao m a n t e r , mais o u m e n o s c o n s t a n t e m e n -
te, pobres o u doentes, o f u n d a d o r o b t i n h a e m t r o c o a intercessão dos m e s -
m o s pela sua alma; ao m e s m o t e m p o , dava-se f o r m a visível ao p o d e r familiar,
e n q u a d r a d o e m t e r m o s de sociabilidade assistencial. Gil L o u r e n ç o de M i r a n -
da, f u n c i o n á r i o régio q u e institui u m v í n c u l o e m 1430, e m Guimarães, m a n -
da sustentar para s e m p r e u m «pobre familiar», a q u e cada h e r d e i r o d o m o r g a -
dio terá de dar vestuário e alimentação. A n o s depois, o escudeiro M a r t i m
Garcia d e Oliveira o r d e n a q u e o h e r d e i r o d o m o r g a d i o p o r ele instituído na
C h a r n e c a , t e r m o d e Lisboa, t e n h a sempre, na casa q u e é cabeça d e m o r g a d i o ,
u m a cama de r o u p a para u m p o b r e q u e apareça. As esmolas anuais ao h o s p i -
tal são o b j e c t o das p r e o c u p a ç õ e s de G o m e s Borges, e m 1470; a d i c i o n a l m e n t e ,
cada h e r d e i r o d o seu m o r g a d i o pagará, n o dia de Páscoa, u m a refeição c o m
carne, p ã o e v i n h o a todos os p o b r e s d o hospital, seja qual for o seu n ú m e r o .
Esta c e r i m ó n i a , a realizar n u m dia central d o calendário litúrgico e agrícola,
teria d e c e r t o u m impacte p ú b l i c o suficiente para prolongar, através das g e r a -
ções, u m a ligação e n t r e a família d e t e n t o r a d o v í n c u l o e o b e m - e s t a r social
dos mais carenciados da população. C o m p l e t a v a , na v e r t e n t e caritativa, as e x -
pressões públicas d o p o d e r dos m o r g a d o s q u e j á referimos a p r o p ó s i t o das
procissões na vila, c o m G o m e s Borges. A ligação c o m o hospital local é ainda
consignada para toda a descendência, p o r u m o u t r o instituidor, Álvaro d e
Orneias, q u e vincula bens n o Funchal, n o fim da centúria de Q u a t r o c e n t o s .
U m ú l t i m o aspecto a referir é a presença de u m a ligação real e o b r i g a t ó -
ria entre a família — as pessoas concretas q u e a f o r m a m — e o acto sagrado.
O s indícios q u e possuímos são escassos, mas p e n s a m o s ser válido apontá-los,
c o m o primeiras pistas para u m i n q u é r i t o q u e seria interessante prosseguir, n o
a p r o f u n d a m e n t o dos problemas das relações entre a o r d e m guerreira e a o r -
d e m sagrada. N a d o c u m e n t a ç ã o , estes indícios são de dois tipos. E m p r i m e i r o
lugar, a insistência d e u m dos instituidores para q u e os capelães q u e r e z e m as
horas dos m o r t o s na sua capela sejam d o seu sangue (D. Giraldo, bispo de La-
m e g o , e m 1319)258. Esta atitude, q u e se poderia aclarar c o m o e s t u d o das rela-
ções preferenciais q u e as famílias nobres cultivam e m relação aos religiosos
seus parentes, p o d e ser interpretada c o m o u m a espécie de b e n e f í c i o e m favor
de familiares entrados e m religião. Mas p a r e c e - n o s t a m b é m p o d e r m e n c i o n a r
aqui u m e l e m e n t o d e mentalidade: a crença na ligação de sangue c o m o m e i o
de t o r n a r mais eficaz a intercessão sagrada. E u m a prática q u e v e m d o f u n d o
dos séculos: a ligação entre os vivos e os m o r t o s da m e s m a família, expressa
na obrigação de os primeiros r e c o r d a r e m e sufragarem os segundos, para p o -
d e r e m beneficiar d e u m a p r o t e c ç ã o sobrenatural.
N o m e s m o sentido se d e v e m interpretar as indicações de o u t r o s institui-
dores d e q u e os herdeiros d e v a m estar presentes às cerimónias litúrgicas e m
h o n r a dos antepassados. N e m s e m p r e são c o n c o r d a n t e s , mas o b e d e c e m a u m
m e s m o princípio. Assim, N u n o Martins da Silveira (1431) r e c o m e n d a q u e o
m o r g a d o , o u o seu representante (ligado a ele p o r laços de família, carnais o u
artificiais), esteja presente na missa semanal na capela da família. D . Maria d e
Vilhena (1483) estipula q u e as três missas p o r alma dos instituidores se d i g a m
n o local o n d e o h e r d e i r o d o m o r g a d o estiver, à data das festas; são cerimónias
p a r t i c u l a r m e n t e i m p o r t a n t e s p o r q u e , tal c o m o refere n o seu t e s t a m e n t o ,
«o p r e ç o destas tres Missas dos ditos Bees seja reservado, h e eu o R e s e r v o
para S e m p r e pera nossas Almas e m sinall de D i r e i t o , universais Senhores e
D o m í n i o dos ditos Bees» 259 .
A globalização d e todos estes dados, n o sentido d e definir os p a r â m e t r o s

486
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

d o uso social da religião p o r estas famílias, p o d e r á passar pelo estudo de al- T ú m u l o de Fernão Teles
(Mosteiro de São Marcos de
guns casos, m e l h o r d o c u m e n t a d o s , e q u e se p o d e m considerar e m b l e m á t i c o s .
Tentúgal, M o n t e m o r -
As obrigações pias n ã o d e v e m ser desligadas das indicações fúnebres, n e m das -o-Velho).
estruturas materiais q u e p r o p o r c i o n a v a m a realização dos actos públicos da
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
m o r t e (exposição d o c o r p o , cortejos fúnebres, capelas familiares e suas formas C Í R C U L O DE LEITORES.
de organização). N o s dois p e q u e n o s e x e m p l o s q u e passamos a analisar, é p o s -
sível a p r e e n d e r algumas destas ligações. D e s d e logo, ressalta u m a clara c o n s -
ciência da i m p o r t â n c i a da preparação das cerimónias da m o r t e e das moradas
terrenas d o d e f u n t o . U m e o u t r o caso são, cada u m ao seu m o d o , elaborados
programas de transmissão de u m a m e n s a g e m ao presente e ao f u t u r o .
N o p r i m e i r o caso, relativo ao m o r g a d i o dos Teles (Santarém), há u m n í -
tido i n v e s t i m e n t o simbólico a partir d o m o m e n t o f ú n e b r e . D . Maria de V i -
lhena, a instituidora, j á atribuíra ao vínculo, q u e f u n d a r a n o a n o de 1483, o
sentido de m e m ó r i a visível de u m m o r t o , d a n d o - l h e a f o r m a de m e n s a g e m
aos filhos sobre o seu d e f u n t o pai. O funeral, para o qual dá instruções nos
seus t e s t a m e n t o e codicilo de 1495 e 1502, é a conclusão desta c a m i n h a d a para
a m o r t e , realizada desde anos antes — e é talvez p o r isso q u e se apresenta tão
preparado, c o m o algo q u e c o m p l e t a as últimas atitudes p e r a n t e a família viva

487
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

e a família morta 2 6 0 . O m a r i d o estava desde há m u i t o sepultado n o p a n t e ã o


da sua família paterna, n o M o s t e i r o de São M a r c o s de T e n t ú g a l ; o t ú m u l o aí
c o n s t r u í d o era s u m p t u o s o , e o epitáfio narrava, para todos, as virtudes d o d e -
f u n t o . O enterro de D . Maria representa a r e u n i ã o c o m o esposo. P e d e , as-
sim, q u e a levem até ao mosteiro, possivelmente desde Santarém, o n d e m o -
rava e faz o testamento. N ã o refere p o r m e n o r e s sobre esta viagem, mas talvez
implicasse u m cortejo, prática t e s t e m u n h a d a e m fontes coevas. E m Castela, a
procissão f ú n e b r e , o u simplesmente o e n t e r r o , era presidida pelo chefe de li-
n h a g e m , o q u e lhe permitia mostrar p u b l i c a m e n t e q u e t o m a v a posse dos s i m -
bolos familiares. Fossem quais fossem os p o r m e n o r e s , é i m p o r t a n t e referir a
força d o ú l t i m o m a n d a m e n t o dos progenitores, n o relativo ao funeral: deixar
o pai (neste caso a mãe) p o r enterrar significava, s e g u n d o tradições m u i t o d i -
fundidas, c o n d e n a r a sua alma à errància, e sujeitar-se às penas d e filho i n -
grato.
N o mosteiro, tinha lugar u m a segunda cerimónia: a deslocação d o c o r p o
d o d e f u n t o Fernão Teles, de u m a cova n o chão para o seu m o n u m e n t o f u -
nerário, e a colocação da sua esposa na referida cova. C o m instruções p r e c i -
sas, D . Maria refere q u e a sepultura d o m a r i d o deveria ser aberta p o r detrás,
s e g u r a m e n t e para n ã o danificar o t ú m u l o . D e p o i s , p r o c e d e r - s e - i a a duas o b r i -
gações c o m p l e m e n t a r e s , q u e m a r c a v a m a i m p o r t â n c i a dos d e f u n t o s , e a e n -
trada dos corpos na sua c o n d i g n a morada. E m p r i m e i r o lugar, a entrega de
todos os objectos e o r n a m e n t o s da capela; este acto deveria ser feito, p r o v a -
v e l m e n t e , pelo filho mais v e l h o , q u e era o testamenteiro. E m s e g u n d o lugar,
a oferta d e u m b o d o aos trinta pobres, n u m a prática q u e e n c o n t r a v a as suas
raízes nos antigos b a n q u e t e s fúnebres. P o r fim, assinalava-se toda a data d e
u m a maneira grandiosa: c o m o refere D . Maria, dir-se-ão nesse dia «as mais
Missas q u e se p o d e r e m dizer». T a m b é m n o t e s t a m e n t o , aliás, sumaria as m i s -
sas q u e se deverão rezar p o r sua alma e d o m a r i d o , e m b o r a n ã o refira d u r a n t e
q u a n t o t e m p o . D . Maria de Vilhena terá e m seu sufrágio mil setecentas e
c i n q u e n t a missas, o b r i g a n d o a u m a persistente r e c o r d a ç ã o da f u n d a d o r a , n u -
ma geografia significativa, e n u m tipo d e mosteiros n ã o m e n o s ocasional:
São Francisco de A l e n q u e r , Xabregas, São Francisco de Leiria, Santa Maria
das Virtudes, São D o m i n g o s d e Benfica, V a r a t o j o e São D o m i n g o s de S a n -
tarém.
N o s e g u n d o caso estudado, a insistência desloca-se d o m o m e n t o f ú n e b r e
para u m a espécie de transmissão p e r p é t u a das qualidades d o m o r t o , u m a r e -
cordação q u e possa ser actualizada e m cada geração. C o m efeito, se n ã o p o s -
suímos dados sobre o funeral d e D . P e d r o de M e n e s e s , c o n h e c e m o s n o e n -
tanto o processo através d o qual a sua filha Leonor, trinta anos mais tarde,
i m p õ e ao f u t u r o a m e m ó r i a d o pai, f a z e n d o u m uso particular das estruturas
institucionais da vivência religiosa.
Antes de analisarmos e m p o r m e n o r as características da capela, salientare-
m o s apenas que, n o p r ó p r i o m o r g a d i o , D . P e d r o fizera j á vasto recurso a as-
pectos d e distinção ritual e simbólica. A este facto n ã o era d e c e r t o alheia a si-
tuação política d o capitão de C e u t a q u e , representante da mais p o d e r o s a
família da época fernandina, se viu obrigado a conquistar e consolidar u m a si-
tuação social semelhante, após a ascensão ao t r o n o da dinastia d e Avis. N ã o
m e n o s significativo da força das tradições familiares é p o r é m o facto d e q u e
D . P e d r o , para alcançar este objectivo, n ã o renega o seu passado — antes as-
senta nele, n o prestígio antigo da l i n h a g e m , toda a r e c u p e r a ç ã o de p o d e r a
q u e p r o c e d e . A o m e s m o t e m p o , f u n d a n d o u m m o r g a d i o c o m u m a c e n t o tão
claro na m e m ó r i a da linhagem, vai f o r n e c e r o eixo e m t o r n o d o qual os des-
c e n d e n t e s irão articular u m a série de acções posteriores.
D . P e d r o de M e n e s e s só tivera filhas legítimas, dos três casamentos q u e
contraíra. Para obviar ao d e s a p a r e c i m e n t o da linha masculina q u e tal implica-
va, instituiu e m 1431 u m riquíssimo m o r g a d i o , n o c o n t r a t o de d o t e para a fi-
lha mais velha, consagrando a obrigação d e transmitir, na linha p r i m o g é n i t a
dos descendentes desta, t o d o o vasto c o r p o de tradições d e q u e era c o m p o s t o
o capital simbólico da sua l i n h a g e m . D e s d e logo, o sucessor terá de usar o
apelido de Meneses e o m o t o d o capitão d e C e u t a (na libré, para a qual são

488
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

consignadas determinadas cores); o instituidor e as almas daqueles de q u e m


ele d e s c e n d e serão invocadas q u o t i d i a n a m e n t e , n u m m o m e n t o central da s o -
ciabilidade de corte (o almoço), através de u m a oração. P o r fim, terá d e tra-
zer s e m p r e as armas da l i n h a g e m , q u e o c o n d e expressamente faz desenhar e
pintar n o c o n t r a t o de casamento, para q u e sejam usadas de u m m o d o c o r r e c -
to. Estas armas, precisamente, e v o c a m t o d o s os antepassados d o c o n d e , m a l -
- q u e r i d o s pelas circunstâncias políticas da época fernandina. Mais, são as p r ó -
prias armas d o pai, sem q u a l q u e r alteração, q u e D . P e d r o c o n t i n u a a usar e
i m p õ e aos sucessores. D e facto, ele é o representante activo e consciente de
u m a l i n h a g e m cujos c o n t o r n o s define, ao caracterizar o p a r e n t e mais c h e g a d o
q u e p o d e descender: da «linha direita d e d o m afonso tellez de meneses, padre
d o c o n d e d o m J o h a m afonso a u o o deli dicto S e n h o r conde».
P o r fim, consciente da importância da primazia d o chefe de linhagem,
D . P e d r o de Meneses consigna u m a espécie de ritual anual, e m q u e o d e t e n t o r
dos bens dá ao f u t u r o herdeiro u m sinal de q u e a herança lhe pertencerá: «E ao
q u e eses bees asy ficarem dara aa parte q u e depois os o u u e r herdar de direito
e m cada h u n a n o p o r dia de natall ç e m dobras cruzadas e m o u r o o u e m prata
vjnte marcos de bastiaães dourados n o u o s e m treze taaças. Esto p o r c o n h e c i -
Cofre-relicário de D . Luís
m e n t o q u e a herança h e sua, e depois lhe n o m possa seer negada.» A época li-
Vaz da C u n h a , c. 1457
túrgica escolhida, e os p o r m e n o r e s práticos d o acto (a quantia, as moedas esco- (Guimarães, Museu Alberto
lhidas, as treze taças), contribuiriam decerto para u m e n q u a d r a m e n t o simbólico Sampaio).
da relação entre o administrador e o herdeiro, c o m o forma concreta de marcar FOTO: D D F / I N S T I T U T O
a diferença de direitos, deveres, e expectativas. P o r o u t r o lado, esta cerimónia P O R T U G U Ê S DE M U S E U S /JOSÉ
reforçaria, aos olhos de todos, a crença de q u e a posse real n ã o reside n u m o u PESSOA.

489
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

n o u t r o , mas n o elo q u e os u n e e é anualmente figurado: a pertença ao t r o n c o


familiar. O m o m e n t o da sucessão representava a entrada na posse dos símbolos
familiares, e a entrada na linha ininterrupta dos antepassados.
A capela f u n d a d a pela sua filha D . Leonor n ã o d e s m e r e c e e m nada da sa-
bedoria simbólica e ritual d o c o n d e . E m t e r m o s de f u n ç õ e s d e n t r o da e s t r u -
tura familiar, fora L e o n o r a encarregada d e p e r p e t u a r e e n g r a n d e c e r a m e m ó -
ria paterna, e de transmitir as tradições familiares. É interessante estudar u m
p o u c o mais de p e r t o a distribuição de papéis d e n t r o da família, e c o m p r e e n -
der q u e as f u n ç õ e s assinaladas a Leonor seriam tão i m p o r t a n t e s c o m o as dos
restantes m e m b r o s , colocados n o exército e na Igreja, o u noutras famílias,
pelo m a t r i m ó n i o . C o m o referimos acima, o c o n d e D . P e d r o de M e n e s e s
apenas t e m filhas legítimas; o ú n i c o filho, bastardo, sucede-lhe, a par d o g e n -
ro casado c o m a filha p r i m o g é n i t a , n o cargo militar. A primeira filha é h e r -
deira da casa, através de u m c o n t r a t o de casamento o n d e , instituindo-se m o r -
gadio, se p e r p e t u a p o r linha f e m i n i n a a direita sucessão d o apelido, armas e
p a t r i m ó n i o d o c o n d e . A outra filha legítima é casada n u m a casa n o b r e de r e -
levo, os condes de Cascais, e as filhas ilegítimas c o m n o b r e s d e m é d i a i m p o r -
tância, alguns dos quais subordinados militares d o c o n d e , e m C e u t a .
Leonor, a secundogénita, fica solteira até m u i t o tarde; o casamento q u e
acaba p o r contrair é algo inesperado e dura p o u c o t e m p o , v i n d o ela a m o r -
rer, sem filhos. O n o i v o , filho d o c o n d e de Arraiolos, era m u i t o mais n o v o
q u e Leonor, e voltará a casar d e n t r o de p o u c o t e m p o . O enlace foi talvez
efeito d e u m a estratégia política q u e nos escapa; Leonor, aliás, n o seu ú l t i m o
t e s t a m e n t o , refere-se mais ao sogro q u e ao marido, d i z e n d o t e r - l h e sido o b e -
d i e n t e n o m a t r i m ó n i o q u e fizera c o m seu filho. A filha d o c o n d e D . P e d r o
t e m assim o perfil d o parente q u e , na extensão horizontal da linhagem, se e n -
carrega d e assegurar a transmissão das tradições familiares, a par d o chefe da
linhagem. Dá-se, nesta família, d e c e r t o pela d i m e n s ã o d o seu p o d e r , c o m o
q u e u m a divisão de capitais a transmitir: u m , de p r i m e i r o impacte, mais c o n -
creto (armas, apelido, chefia, cargos oficiais, p a t r i m ó n i o ) , passa à filha mais
velha; o u t r o , de s u p o r t e deste ( m e m ó r i a dos feitos dos antepassados, objectos,
etc.), à filha solteira. Destinavam-se, de resto, a ser unificados depois da m o r -
te desta última: Leonor c o m e ç a p o r n o m e a r c o m o p r i m e i r o administrador da
sua capela e m o r g a d i o o p r i m e i r o filho da irmã mais velha.
E m t o r n o da capela funerária de D . P e d r o , a sua filha vai r e u n i r os ele-
m e n t o s q u e deseja transmitir c o m o t e s t e m u n h o s da m e m ó r i a d o pai. E m p r i -
m e i r o lugar, o p r ó p r i o m o n u m e n t o , q u e é u m a disposição espacial de feitos e
símbolos, através d o recurso a diferentes linguagens, n o m e a d a m e n t e a a r q u i -
tectónica e a heráldica. G r a n d e e l u x u o s o , é descrito c o m m i n ú c i a :
«Item m a n d o q u e m e u s testamenteyros fação a m e u Padre h u m a s e p u l t u -
ra e m m e y o d o arco da Capela grande de Santo A g o s t i n h o da parte q u e vay
contra S. J o h a n & tirem a p a r e d e e fique t o d o e m arco b e m alto c o m h ú a
grilanda m u i fermosa q u e seya quase soço [sic] aa sepultura & seya o m o y -
m e n t o d e labastro & d o u r a d o o n d e c u m p r i r cercado d e r e d o r de h u m a grade
de ferro & dourada o u prateada & esto seya asy o r d e n a d o q u e a sua pessoa &
estado seya c o r r e s p o n d e n t e & c o n t e n t e m os frades daquello q u e for c o n u y -
hauel p o r se esto c o m p r i r e neste lugar q u e eu o r d e n o . E p o r a m suas armas
todas & letreiro da b o a m e m o r e a & da m u n t a m e r ç e q u e D e u s lhe fez e m
boas andanças q u e lhe d e u & c o m o s e m p r e v e n c e o e n u n c a foi v e n c i d o si-
g u n d o t o d o c o m p r y d a m e n t e & m i l h o r p o d e r ser e m seu m o y m e n t o o n d e el-
les v y r e m q u e mais possa luzir & aparecer & suas bandeiras & armas e e s t e n -
darte sobre o m o y m e n t o esteem p e n d u r a d a s assy q u e t o d o esto ê tall guiza
q u e Sua sepoltura seya e m aquele m o d o q u e seu estado & b o a m e m ó r e a r e -
q u e r e o qual m o y m e n t o seya da peleya d o c e r q u o d ' A l m i n a & desbarate q u e
elle fez & grande façanha & seia a sepoltura daquella grandeza & altura
q u e seu h o n r a d o n o m e & r e q u e r e & o m i l h o r q u e se possa fazer & d o f u n d o
d o arco q u e ha de estar sobre o m o y m e n t o q u e sera quase soço aa sepoltura
esteem pintadas as suas armas na m e t a d e & as d e l R e y & as de Sam J o r g e & as
d e Santyago da o u t r a & todas de f u n d o & m e y o d o arco c o m o u r o & finas
tintas.»

490
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

O administrador d o m o n u m e n t o f ú n e b r e é o r e c e p t o r dos efeitos da gesta


d o seu antepassado. C o m o tal, está t a m b é m encarregue dos objectos através
dos quais ele realizou as façanhas: as bandeiras, armas e estandarte, p e n d u r a -
dos sobre o t ú m u l o ; a espada e a relíquia da C r u z , a guardar pelo administra-
dor. D e t e n h a m o - n o s u m p o u c o sobre este aspecto.
Salienta-se antes de mais q u e estamos p e r a n t e u m e x e m p l o claro de o b -
j e c t o s familiares, transmitidos c o m intenções específicas. O s t e s t e m u n h o s des-
te tipo são escassos, e os estudos sobre as práticas subjacentes, t a m b é m ; p a r e -
c e - n o s p o r t a n t o i m p o r t a n t e algum p o r m e n o r . O espólio d o c o n d e f u n c i o n a
c o m o o sinal dos feitos d o antepassado, e p a t r i m ó n i o legítimo daquele q u e
t e m p o r cargo a sua alma. E n ã o são objectos de p o u c o relevo. U m p r i m e i r o
c o n j u n t o é c o n s t i t u í d o pelos suportes dos símbolos linhagísticos d o c o n d e e
pelos i n s t r u m e n t o s através dos quais marcava o d e s e m p e n h o de cargos p ú b l i -
cos (bandeiras, armas e estandarte). D e v e ser exposto na capela f ú n e b r e , situa-
da e m plena igreja. M a r c a v a m , c o m efeito, os critérios pelos quais, para o
h o m e m aí sepultado, e para a sua família, se pautava a supremacia.
U m s e g u n d o c o n j u n t o t e m u m carácter ainda mais arcaico. O s dois o b -
j e c t o s pessoais d o c o n d e , a espada e a relíquia, são p a t r i m ó n i o d o t ú m u l o , e
t r a n s m i t e m a m e m ó r i a d o guerreiro, tanto q u a n t o as cerimónias sacras. A r e -
c o m e n d a ç ã o de q u e d e v e m andar s e m p r e j u n t o s c o n d u z - n o s mais f u n d o :
u m a eficácia m ú t u a , u m uso fetichizante da relíquia cristã. Trata-se de u m
e x e m p l o c o n c r e t o d e apropriação, pelo g r u p o g u e r r e i r o e leigo, de e l e m e n -
tos da religiosidade oficial, a utilizar de m o d o a u t ó n o m o . A espada, e m espe-
ciai, era u m o b j e c t o t e m i d o pelos teorizadores da supremacia eclesiástica, q u e
a t r a n s f o r m a m n u m símbolo usado de m o d o contrário ao dos guerreiros: sinal
da o r d e m celestial, só é l e g i t i m a m e n t e possuída pelos bellatores se lhes tiver si-
d o e n t r e g u e pelos oratores. A interiorização deste g é n e r o de mensagens pelos
guerreiros, s e g u n d o os estudos existentes, foi superficial e, m e s m o , d e s d e n h a -
da. As espadas p e r m a n e c i a m c o m o o símbolo de u m a superioridade concreta,
e p o u c o cristianizável. E n c a r n a v a m , sim, mensagens diversas, p r o v e n i e n t e s de
u m o u t r o p a n t e ã o d e deuses: a força natural, a f e c u n d i d a d e , o d o m í n i o dos
seres mágicos.
U m ú l t i m o g r u p o d e f u n ç õ e s agregadas à capela v e m - n o s t e s t e m u n h a r d o
uso mais directo da religiosidade oficial e m p r o v e i t o familiar: trata-se das
missas p o r alma e d o tipo de intercessores d o sagrado. As primeiras revestem
u m a f o r m a c o n h e c i d a : a d o n ú m e r o cinco, e m h o n r a das chagas de Cristo.
Esta prática, e n q u a d r a d a n u m culto m u i t o d i f u n d i d o n o p e r í o d o t a r d o - m e -
dieval (o das C i n c o C h a g a s , i n t e g r a d o na m e d i t a ç ã o s o b r e o C r i s t o o u a
V i r g e m dolorosos), n ã o nos parece n o e n t a n t o t o t a l m e n t e isenta de u m a
c o m p r e e n s ã o mágica da sua eficácia. Já antes c o n t a c t á m o s c o m práticas s e m e -
lhantes, na f u n d a ç ã o de B a r t o l o m e u Joanes. T u d o t e m de ser feito n u m d e -
t e r m i n a d o n ú m e r o : cinco missas p o r alma de o u t r o s tantos antepassados, c i n -
co antigos criados da família a r e z a r e m nelas, cinco frades d o m o s t e i r o
f u n d a d o pelo bisavô a oficiarem. O u t r o s t e s t e m u n h o s da época atestam-nos a
existência de formas específicas de recriação de práticas cristãs, e m t o r n o de
e l e m e n t o s mágicos c o m o o n ú m e r o , o u o n o m e . O esforço eclesiástico para
r e c o n d u z i r as crenças à pureza d o «merecimento», o u da c e r i m ó n i a e m si (e
n ã o e m f u n ç ã o das vezes a q u e era assistida, o u d o n o m e d o clérigo q u e a
oficiava, p o r e x e m p l o ) , n e m s e m p r e foi b e m sucedido. São n u m e r o s o s na
tradição p o p u l a r os e x e m p l o s d e orações e práticas c o n d i c i o n a n d o a eficácia
divina à repetição n u m é r i c a dos atributos, o u dos favores pedidos.
P o r ú l t i m o , n ã o é m e n o s significativo de u m a apropriação familiar d o r e -
ligioso oficial o facto de os intercessores da capela estarem presentes e m f u n -
ção da sua ligação à família. Q u a n t o aos criados, e m particular, especifica
L e o n o r de Meneses: «Deverão ser m a n t i d o s c i n c o pobres, à h o n r a das cinco
chagas, às quais c o r r e s p o n d e m t a m b é m as cinco capelas q u e m a n d o cantar, e
aos pobres. Serão boas pessoas, q u e j á t e n h a m tido bens neste m u n d o , e vies-
s e m a cair e m pobres. Serão de criação d o c o n d e , o u m i n h a , o u de m e u s
avós (por parte de m e u pai o u mãe). Se n ã o os h o u v e r e m , n ã o t o m e m o u -
tros, mas sim criados dos filhos de m e u pai, e netos, e assim de toda esta li-

491
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

n h a g e m d e m e u pai descendente.» U m dos encargos d o administrador da ca-


pela, aliás, será o d e t o m a r c o n t a destes antigos servidores, q u e estarão
presentes nos diferentes ofícios sagrados, e q u e receberão e m p a g a m e n t o b e -
nefícios vários.
T o d a esta paciente c o n s t r u ç ã o de u m a m e m ó r i a , caracterizada p o r u m
uso específico de práticas religiosas correntes, será c o m p l e t a d a p o r outras i n i -
ciativas d e Leonor e da família, e m diferentes canais. N o m o s t e i r o v ã o e n t e r -
rar-se, sucessivamente, o u t r o s m e m b r o s da linhagem, a c o l h e n d o - s e à s o m b r a
q u e r dos mais r e m o t o s f u n d a d o r e s , avós d o c o n d e D . P e d r o , q u e r deste h e -
rói, c u j o t ú m u l o , destinado a f u n c i o n a r c o m o c e n t r o de u m culto p r ó p r i o ,
marcava aos olhos d e todos o favor d i v i n o e m q u e e r a m tidos os Meneses.
A própria lápide funerária evocava os avós d o c o n d e , f u n d a d o r e s d o c o n v e n -
to (o c o n d e de Barcelos D . J o ã o A f o n s o T e l o e a condessa D . G u i o m a r ) , e os
pais; nas cerimónias da capela, r e c o r d a v a m - s e estes últimos (o c o n d e de V i a -
na e D . Maria Portocarreiro). M e n o s de n o v e anos mais tarde, a condessa
de A t o u g u i a , d e s c e n d e n t e da irmã d o c o n d e de Viana (ou seja, da única tia
de D . P e d r o de Meneses), m a n d a construir na Graça d e Santarém duas s u m p -
tuosas sepulturas familiares: u m a para a sua mãe, e outra para os seus avós, os
f u n d a d o r e s d o c o n v e n t o . N u m e n o u t r o se exalta a ascendência familiar, e n o
de J o ã o A f o n s o T e l o e G u i o m a r Ferreira a carreira política d o p r i m e i r o .
Assim, n u m p e r í o d o c u r t o — m e n o s d e quarenta anos — e atravessando
m o m e n t o s cruciais para a definição dos quadros de p o d e r n o b r e q u a t r o c e n t i s -
ta, a l i n h a g e m de D . P e d r o c o n g r e g a e m t o r n o de u m dos seus m e m b r o s t o -
das as glórias e símbolos dos antepassados, n u m a orgulhosa p r o c l a m a ç ã o d e
auto-sufíciência. Peças de base d o edifício, de q u e l a n ç a m m ã o vários m e m -
bros da família, c o n v e r g e n t e s naquilo q u e desejam p e r p e t u a r , os m o r g a d i o s
f u n d a d o s p e r m i t e m a transmissão p e r p é t u a das tradições q u e e r a m u m a das
forças da linhagem, e as capelas a eles anexas c o n s t i t u e m u m sinal visível da
ligação privilegiada destes senhores c o m o Além 2 6 1 .

Entre a corte e o ermo: N o FINAL DA CENTÚRIA DE TREZENTOS e d u r a n t e t o d o o século seguinte,


as sociedades d o O c i d e n t e medieval são atravessadas p o r u m intenso debate
reformismo e radicalismo
sobre o q u e p o d e r í a m o s c h a m a r de «verdade», o u «gratuidade», da vivência
religiosos (fins do religiosa. A afirmação dos leigos c o m o e n t i d a d e f u n d a m e n t a l da Igreja tornara
século xiv-século xv). centrais temas c o m o o peso da estrutura sobre a crença, a necessidade e as
formas d e mediação c o m o divino, o r e l a c i o n a m e n t o da Igreja c o m a políti-
ca. P o r o u t r o lado, n u m m o v i m e n t o de r e f o r m a q u e é m u i t o n o v o p o r q u e
parte «de baixo», mas n ã o se fica p o r aí, f o r a m i n ú m e r o s os religiosos e ecle-
siásticos q u e se c o l o c a r a m ao lado dos fiéis e r e c l a m a r a m a b e r t a m e n t e c o n t r a
a c o r r u p ç ã o da Igreja, ensaiando formas novas de vida religiosa e i n t e r v e n ç ã o
pastoral. O debate c o n c r e t i z o u - s e e m t o r n o d o r e c o r r e n t e t ó p i c o cristão da
«reforma», essa nostalgia da «pureza primitiva» q u e tantas vezes assomara j á à
história d o cristianismo. Simplesmente, agora talvez mais q u e n u n c a , através-
sava u m a sociedade inteira, dizia respeito a todos, e devia ser p o r todos resol-
vido, t a n t o leigos c o m o estrutura eclesiástica.
U m reflexo, afinal, de m u t a ç õ e s m u i t o mais globais? E c o m o se, acalma-
dos os v e n t o s de guerras, pestes e fomes, a Cristandade, aliviada dos males fí-
sicos, t e n h a e n f i m c o n s e g u i d o t e m p o para tratar desse grande mal de c o n s -
ciência q u e pairava desde a acalmia d o entusiasmo m e n d i c a n t e — o u , talvez
m e l h o r : desde a falência de muitas das propostas mais puras dos p r i m ó r d i o s ,
esmagados pela institucionalização e pela dureza das realidades políticas.
O l h a n d o para o f u t u r o , serão p o r v e n t u r a as dores de p a r t o de u m m u n d o e m
m u t a ç ã o , o n d e o m o d e l o holístico da Cristandade m e d i e v a n ã o t e m mais ca-
b i m e n t o , e o n d e deixa de ser possível u m a sociedade consolidada a partir d o
religioso. M i c h e l d e C e r t e a u , n u m dos seus extraordinários textos, crê b e m
t> Calvário, fresco tardo- q u e a fractura c o m a m o d e r n i d a d e passou p o r aqui: «Ao l o n g o da Idade M é -
-medieval (Leiria, Igreja de dia, e ainda n o século xvi, é aceite q u e a m o r a l e a religião t ê m u m a m e s m a
São Francisco). fonte: a referência ao D e u s ú n i c o organiza e m c o n j u n t o u m a revelação h i s t ó -
F O T O : N U N O CALVET/ARQUIVO rica e u m a o r d e m d o cosmos; faz das instituições cristãs a legibilidade d e u m a
C Í R C U L O DE LEITORES. lei d o m u n d o . A sociedade articula-se e m t e r m o s de u m a crença integrativa.

492
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

‫׳•«ויי י‬.••

493
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

A o nível da prática q u e se explicita à superfície visível da sociedade [...], a vi-


da privada, tal c o m o a vida profissional, m o v e m - s e n u m q u a d r o cristão: a r e -
ligião e n v o l v e as condutas. N o s séculos xvii e XVIII esta u n i d a d e abre fendas,
depois afunda-se.» 2 6 2
Antes da resposta violenta e autoritária d o século das inquisições e das
guerras d e religião, os h o m e n s da centúria de Q u a t r o c e n t o s t e n t a r a m traçar
u m o u t r o c a m i n h o . E n t r e o riquíssimo mas desacreditado passado das respos-
tas tradicionais, e o f u t u r o brilhante, e m b o r a d o r i d o , das propostas m o d e r n a s ,
o seu c o n t r i b u t o foi grande: ser u m t e m p o de múltiplas e x p e r i m e n t a ç õ e s ,
q u e se s u c e d e r a m a u m r i t m o m u i t o rápido; ser u m a época q u e s o u b e rejeitar
o q u e j á n ã o era aproveitável d o antigo, e lançar sementes f u n d a m e n t a i s para
o n o v o . A angústia motivada pela consciência das dificuldades esteve talvez
presente e m muitas das soluções, q u e afinal se s u c e d e r a m r a p i d a m e n t e pela
sua p o u c a exequibilidade. A generosidade e entusiasmo das tentativas f o r a m ,
p o r é m , inegáveis.
C o m o palcos e actores maiores destas experiências, destacavam-se dois
c o n j u n t o s de ambientes e pessoas, a p a r e n t e m e n t e opostos, mas d e facto liga-
dos p o r laços p r o f u n d o s : as cortes régias, principescas e senhoriais, p o r u m la-
d o e, p o r o u t r o , os cristãos q u e seguiram u m a o p ç ã o religiosa radical (seja a
solidão, seja a inserção e m grupos m u i t o restritos e austeros). Nas linhas q u e
se seguem, t e n t a r e m o s evocar uns e outros, b e m c o m o p ô r e m evidência o
q u e os unia: p o r u m lado, a p e r t e n ç a a u m a elite sociocultural q u e buscava
a r e f o r m a através de u m e m p e n h a m e n t o pessoal p r o f u n d o e esclarecido, a i n -
da q u e p o r vezes revestindo a f o r m a d o total d e s p o j a m e n t o ; p o r o u t r o , o es-
forço e m p e n h a d o e c r e n t e de r e f o r m a interna, q u e ainda n ã o aceita a divisão
c o m o solução, n e m , s o b r e t u d o , consegue pensar a salvação fora d o religioso.
C o m e ç a r e m o s p o r u m a p a n o r â m i c a geral d o apoio das elites à r e f o r m a reli-
giosa, para depois estudarmos e m m a i o r detalhe alguns percursos individuais.
O p r i m e i r o florescimento da observância e m P o r t u g a l data d e finais d o
século x i v e diz respeito à O r d e m dos Frades M e n o r e s . E x p a n d e - s e c o m u m a
rapidez extraordinária: e m 1392, Frei G o n ç a l o M a r i n h o e o u t r o s frades da
província de Santiago e n t r a m e m Portugal e f u n d a m , n u m só a n o , cinco e r e -
mitérios n o N o r t e de Portugal (o p r i m e i r o j u n t o a Viana d o Castelo; os o u -
tros: Nossa Senhora da Insua, M o s t e i r o , São Paio d o M o n t e e São C l e m e n t e
das Penhas). Esta r e f o r m a continuará ao l o n g o de t o d o o século xv, a v u l t a n -
d o as f u n d a ç õ e s de Santa Catarina da C a r n o t a (1408), Santa Cristina de T e n -
túgal (1437) e São B e r n a r d i n o d e A t o u g u i a (1451). T o d o s estes c o n v e n t í c u l o s
r e c e b e m protecções nobiliárquicas e régias, a v u l t a n d o a ligação da Casa d e
Bragança e de Vila R e a l à Insua, d o infante D . P e d r o , d u q u e de C o i m b r a , e
de D . G u i o m a r C o u t i n h o a Santa Cristina, de D . J o ã o I, D . D u a r t e e suces-
sores à C a r n o t a — para citarmos só alguns exemplos 2 6 3 .
E m t o r n o de 1400 os dois grandes c o n v e n t o s franciscanos de A l e n q u e r e
Leiria a d e r e m aos m o v i m e n t o s reformistas, c o m o a p o i o da m o n a r q u i a e d e
vários p a t r o n o s nobres, p e r t e n c e n t e s a famílias q u e os c o n t i n u a r ã o a auxiliar
nas décadas subsequentes. E o caso dos Ataíde, C a s t e l o - B r a n c o , Sousas C h i -
c h o r r o e A z e v e d o , para A l e n q u e r ; e dos senhores de C a n t a n h e d e , d o I n f a n t e
Santo, da infanta D . Isabel m u l h e r d o r e g e n t e D . P e d r o , entre n u m e r o s a o u -
tra nobreza local, para Leiria. São j á observantes a m a i o r parte dos c o n v e n t o s
q u e se f u n d a m de seguida, c o m o sejam, para além dos eremitérios acima r e -
feridos, o de São Francisco de O r g e n s , j u n t o a Viseu (1407) e o d e São F r a n -
cisco de Setúbal (1410) — u m e o u t r o c o n t a n d o c o m o impulso e apoio d e c i -
sivos de várias famílias nobres e patronos ricos: o p r i m e i r o é f u n d a d o a partir
da doação de G o n ç a l o Esteves, c o n t a d o r d o rei, e e m t o r n o dele irão c o n s t e -
lar as famílias dos Castro, Teixeira, Silva senhores de O r g e n s , Freire de A n -
drade da alcaidaria d e Viseu, e Cabral de B e l m o n t e ; o s e g u n d o deve a sua
o r i g e m à f o r t u n a de Maria A n e s Escolar, d o n a de Setúbal, q u e a herdara d o
pai, antigo v e d o r da Fazenda d e D . F e r n a n d o . U m dos netos da f u n d a d o r a ,
Vasco Q u e i m a d o de Vila-Lobos, depois de u m a vida aventurosa, irá professar
n u m c o n v e n t o da mais estrita observância, São B e r n a r d i n o de A t o u g u i a . Aí
será c o m p a n h e i r o d e o u t r o n o b r e , de elevada cepa, D . J o ã o de Ataíde, h e r -

494
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

deiro dos c o n d e s d e A t o u g u i a , cuja entrada para a vida c o n v e n t u a l p r o v o c a «O milagre da Eucaristia de


grandes conflitos familiares, c o m o v e r e m o s da análise d o seu percurso na se- Santo António», iluminura do
Breviário da Rainha D. Leonor,
g u n d a parte deste texto.
c. 1500 ( N o v a Iorque,
O s reis e a família real n ã o se ficam atrás da nobreza. Aos franciscanos da Pierpont M o r g a n Library).
observância c o u b e u m a larga fatia nas p r o t e c ç õ e s régias: desde D . J o ã o I q u e
FOTO: © PIERPONT MORGAN
se privilegiavam os ramos reformistas da o r d e m ; v a m o s e n c o n t r a r mais tarde LIBRARY/ART R E S O U R C E , N Y .
D . D u a r t e a f u n d a r o M o s t e i r o das Virtudes e a patrocinar os p e q u e n o s o r a -
tórios d o N o r t e e C e n t r o d o país, da Insua à A t o u g u i a e à C a r n o t a , r e f e r i n d o
apenas os mais importantes. D . A f o n s o V e o seu filho mais n ã o f a z e m q u e
prosseguir nesta política, reforçada pela presença cada vez mais assídua de
franciscanos observantes na corte, c o m o confessores o u conselheiros 2 6 4 . V á -
rios o u t r o s e x e m p l o s se p o d e r i a m aduzir, mas p o r limitações d e espaço referi-
r e m o s apenas q u e , a partir de m e a d o s d o século, m u i t o s dos favores aos O b -

495
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

servantes vão estar d e a l g u m m o d o ligados a D . Beatriz, duquesa de Viseu e


Beja, seja directa, seja i n d i r e c t a m e n t e . Assim, e m 1475, ela intervirá na trans-
ferência d o oratório recolecto d e São C l e m e n t e das Penhas para local mais
salubre, d a n d o o r i g e m ao R e a l C o n v e n t o da C o n c e i ç ã o de M a t o s i n h o s ; e m
1479 constrói-se e m zona mais p r ó x i m a da p o v o a ç ã o , e c o m o seu apoio, o
C o n v e n t o de São Francisco d o Funchal; e m 1489 fica p r o n t o o O r a t ó r i o d e
Santo A n t ó n i o de Beja, erecto pela d u q u e s a para os frades q u e dessem a p o i o
ao M o s t e i r o da C o n c e i ç ã o . N o Sul d o país, t a m b é m D . M a n u e l e a sua irmã
D o n a L e o n o r a j u d a m a implantação da observância: o p r i m e i r o f u n d a n d o e m
1502 o C o n v e n t o d e Santo A n t ó n i o de Serpa, c o m o apoio dos M e l o locais
(em especial de H e n r i q u e de M e l o , seu g u a r d a - m o r , q u e era a l c a i d e - m o r da
cidade), a segunda i n t e r v i n d o na o b t e n ç ã o para os Observantes d o C o n v e n t o
de Santo A n t ó n i o d e C a m p o M a i o r , e m 1514. E m O l i v e n ç a , o C o n v e n t o d e
Fragmento da pedra São Francisco fora f u n d a d o j á e m 1500 p e l o c o n d e D . Alvaro (filho d o d u q u e
fundacional do C o n v e n t o de de Bragança D . F e r n a n d o ) e pela sua m u l h e r , t a m b é m da l i n h a g e m dos
Jesus (Setúbal).
Melo.
FOTO: JOSÉ MANUEL OLIVEIRA.
P o r o u t r o lado, a r e f o r m a das Clarissas — esta d e c i d i d a m e n t e firmada n o
Sul d o país — r e c e b e u m impulso notável a partir das senhoras da família real
e Casa d e Bragança, c o m e ç a n d o c o m a f u n d a ç ã o da C o n c e i ç ã o de Beja p o r
D . Beatriz, e m 1489, q u e e m b a i x o analisaremos c o m mais detalhe. E o suces-
so desta f u n d a ç ã o q u e vai dar u m i m p u l s o decisivo à r e f o r m a dos mosteiros
f e m i n i n o s , pois dela sairão n ã o só as f u n d a d o r a s de vários c o n v e n t o s f e m i n i -
nos da observância — C o n c e i ç ã o d o F u n c h a l (1495), Chagas de Vila Viçosa
(1535) e São J o ã o de E s t r e m o z (1540) — mas t a m b é m u m precioso capital h u -
m a n o s e m o qual os n o v o s m o d e l o s religiosos n ã o se p o d e r i a m i m p o r : as r e -
f o r m a d o r a s de antigos c o n v e n t o s claustrais (Santa Clara de C o i m b r a , de Vila
d o C o n d e , e da própria vila d e Beja, e Ara Coeli, e m Alcácer d o Sal). A o
m e s m o t e m p o , a acção da rainha D . L e o n o r e da d u q u e s a de Bragança, sua
irmã, dava u m m a i o r substrato ao m o v i m e n t o reformista, a p o i a n d o o u f u n -
d a n d o os dois grandes mosteiros de Jesus d e Setúbal (1489) e da M a d r e d e
D e u s de Lisboa (1508) e, de n o v o mais a sul, da Assunção de Faro, e m 1519265.
Assim, e m especial desde m e a d o s d o século xv, os focos portugueses da
r e f o r m a das observâncias q u e varriam a E u r o p a d o Sul d e s e n v o l v e r a m - s e e m
t o r n o de certas famílias da n o b r e z a , e e m zonas geográficas m u i t o partícula-
res: o C e n t r o e, s o b r e t u d o , o Sul d o País. O r d e n s novas, c o m o os C ó n e g o s
de São J o ã o Evangelista (Lóios) o u os J e r ó n i m o s , v ê m j u n t a r - s e aos ramos r e -
f o r m a d o s de outras j á existentes, entre os quais se destacam os q u e t e m o s v i n -
d o a referir — franciscanos da observância e franciscanos da província da P i e -
dade. O s dois primeiros b e n e f i c i a m d o a p o i o da c o r t e régia de D . D u a r t e e
D . A f o n s o V, n u m dos casos, e de D . M a n u e l , n o s e g u n d o . N o Sul, os Lóios
são protegidos pelos M e l o de Évora, e a sua Igreja d e São J o ã o Evangelista
(fundada e m 1485) transformar-se-á n o p a n t e ã o daquela família. R e c o r d e - s e ,
ainda, q u e p e r t e n c i a m a esta o r d e m tanto o mestre dos filhos d o d u q u e , p a -
dre Baptista, c o m o , mais tarde, o confessor d o j u s t i ç a d o d u q u e D . F e r n a n d o ,
seu apologista e celebrado cronista da o r d e m 2 6 6 . ‫ ־‬O s J e r ó n i m o s v ã o t a m b é m
contar c o m o a p o i o d o alto clero e n o b r e z a de É v o r a . O c o n v e n t o d o E s p i -
n h e i r o torna-se local privilegiado de sepultura de várias famílias da região; a
Pena, Berlengas, São J e r ó n i m o d o M a t o e B e l é m são locais queridos d e
D . M a n u e l ; D . J a i m e de Bragança dá aos H i e r o n i m i t a s o seu C o n v e n t o
de Santa M a r i n h a da Costa, e m G u i m a r ã e s (1528)267. É m e n o s claro o a p o i o
da realeza e das elites às tentativas de r e n o v a ç ã o eremítica, s o b r e t u d o pela
precariedade das formas desta; mas existiu sem dúvida, consubstanciado nas
várias p r o t e c ç õ e s régias à serra de Ossa e ermitérios associados, s o b r e t u d o
a q u a n d o da actuação de M e m G o m e s de Seabra, e n t r e cerca de 1415 e 1481;
o u n o a p o i o da Casa de Bragança, s o b r e t u d o a partir d o estabelecimento da
sua c o r t e e m Vila Viçosa 2 6 8 .
U m a investigação a p r o f u n d a d a deste m o v i m e n t o terá de passar pelo estu-
d o da lógica subjacente à variedade das iniciativas, q u e nos parece residir na
própria relação e n t r e os leigos e os religiosos q u e estes p r o c u r a m «reformar»
o u auxiliar na concretização dos m o v i m e n t o s de observância. A o l o n g o dos

496
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

quase 150 anos q u e vão das primeiras tentativas de r e f o r m a dos R e c o l e c t o s


até à rápida expansão n o país de u m a das últimas grandes reformas francisca-
nas, q u e foi p a r t i c u l a r m e n t e austera, a dos Piedosos, aquela relação evoluiu
de m o d o particular. Assim, desde inícios d o século xv, pelo m e n o s , q u e cada
vez mais se exigia o c u m p r i m e n t o integral das regras religiosas, u m a vida
r e a l m e n t e p o b r e , e a p r o m o ç ã o de d e v o ç õ e s viradas para a interiorização da
piedade. N u m a época e m q u e u m crescente n ú m e r o de leigos desejava passar
de simples espectador a participante, estas exigências assentavam na c o n d i ç ã o
de q u e o a c o m p a n h a m e n t o religioso, e m vida dos patronos, e a intercessão,
às suas mortes, encontrassem u m a garantia na autenticidade de vida dos reli-
giosos. Explica-se deste m o d o o grande e m p e n h a m e n t o dos leigos na r e f o r m a
dos M e n d i c a n t e s , os mais p r o c u r a d o s directores espirituais e intercessores d o
final da Idade M é d i a , q u e desejavam de resto m a n t e r essa posição, ameaçados
q u e estavam pela c o n c o r r ê n c i a de u m a série de ordens novas o u renovadas,
algumas das quais t i n h a m nascido n o seu interior e t i n h a m g a n h o a u t o n o m i a
precisamente pela sedução q u e e x e r c i a m j u n t o de certas camadas sociais.
P o r é m , o sucesso de m o v i m e n t o s c o m o o dos c a p u c h o s da Piedade, d é -
cadas mais tarde, só se explica t e n d o e m conta n o v o s p a r â m e t r o s d e análise.
E m p r i m e i r o lugar, é preciso n ã o subestimar a extraordinária força q u e estes
grupos de frades radicais assumiam j u n t o de cortes principescas a u m t e m p o
luxuosas e determinadas a apoiar reformas q u e p r e c o n i z a v a m u m p r o f u n d o
d e s p o j a m e n t o . D e p o i s , a sedução q u e as suas propostas de espiritualidade aus-
tera e p r o f u n d a m e n t e conservadora exerciam sobre h o m e n s cosmopolitas c o -
m o u m dos seus principais apoiantes leigos, o d u q u e D . J a i m e , q u e m a n t i n h a
u m a corte de humanistas: os traços de p r o f e t i s m o d o discurso q u e d e f e n d i a m ,
os c o n t o r n o s de «santos vivos» e conselheiros q u e assumiam, seriam talvez
u m c o m p l e m e n t o d o esclarecimento intelectual q u e p o r outras vias se alcan-
çava. D e facto, a moralização social q u e m o v i m e n t o s deste g é n e r o sugeriam,
passando p o r u m a religiosidade radical e fundamentalista, surgia na esteira d o
e s g o t a m e n t o dos m o d e l o s trecentistas e quatrocentistas d e e m p e n h o religioso
dos leigos de cariz mais conciliatório ( c o m o j á analisámos e m p o r m e n o r para
o caso da rainha D . Isabel). Estes p r e c o n i z a v a m a f ó r m u l a d o grande s e n h o r
leigo q u e recebia na sua corte os religiosos e m p e n h a d o s e reformistas, mas os
apoiaria m e l h o r se se mantivesse n o m u n d o .
M o v i m e n t o s subsequentes v ê m substituí-la pela proposta de u m a vida
quase dupla — o cortesão v i v e n d o e m privado na m a i o r austeridade, n u m a
ascese guiada pelos frades q u e implicava grande participação nas vivências r e -
ligiosas destes — o u , nalguns casos, o p r ó p r i o a b a n d o n o total d o m u n d o c o -
m o única f o r m a de salvação. O s franciscanos recolectos d o oratório da Insua,
n o rio M i n h o , p o r e x e m p l o , f u n c i o n a v a m u m p o u c o deste m o d o : D . F e r -
n a n d o , m a r q u ê s de Vila R e a l (f 1497), vinha p o r vezes servir os frades n o r e -
feitório, e m exercício de penitência; ficava c o m f r e q u ê n c i a c o m eles, c o n s i -
d e r a n d o - o s seus conselheiros. O d u q u e de Bragança D . J a i m e , p o r seu lado,
tinha p o r d e v o ç ã o a c o m p a n h á - l o s nas matinas, à m e i a - n o i t e . A n o s mais tar-
de, a d u q u e s a de Bragança D . J o a n a (segunda m u l h e r de D . J a i m e ) e a e n t e a -
da, D . Isabel, f o r a m grandes devotas d o c a p u c h o Frei Francisco da Gatta, f r a -
de m u i t o austero d o c o n v e n t o de Borba, q u e consultavam e m vida e cuja
túnica solicitaram depois de m o r t o , u m a vez q u e desejavam ser c o m ela e n -
terra das. A d i m e n s ã o de conselheiro e profeta q u e este frade adquire e m vida
terá m e s m o ultrapassado os serviços feitos à Casa de Bragança pois, p o r su-
gestão da sua c o n s o r t e D . Isabel, filha de D . M a n u e l , o p r ó p r i o Carlos V o
m a n d a consultar e m 1535, a p r o p ó s i t o da t o m a d a de T u n e s . O c o n v e n t o de
Vila Viçosa tinha de resto albergado u m o u t r o grande santo, c o m u m p e r c u r -
so algo semelhante ao q u e teria sido o de D . J a i m e , n ã o fora d u q u e de B r a -
gança: Frei J o ã o de Ataíde, o h e r d e i r o d o c o n d a d o da A t o u g u i a q u e se fizera
frade franciscano da observância (f 1507) — a q u e m j á nos referimos e c u j o
percurso analisaremos na segunda parte deste texto 2 6 9 .
Sobre este p a n o r a m a de f u n d o , r e c o r t a m - s e algumas trajectórias indivi-
duais, c u j o estudo nos p e r m i t e p e r c e b e r m e l h o r c o m o se processavam na p r á -
tica as relações entre os reformistas e m p e n h a d o s , mas q u e p e r m a n e c i a m n o

497
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

século, e aqueles q u e faziam o p ç õ e s de vida mais radicais. S i n t o m a t i c a m e n t e ,


verifica-se q u e u m a decisão deste tipo p o r parte d e u m m e m b r o da família
foi quase s e m p r e mal aceite, g e r a n d o conflituosidades várias e p o n d o e m e v i -
dência alguns limites d o entusiasmo reformista leigo. N o e n t a n t o , ao l o n g o
d o século x v e nas primeiras décadas d o século xvi, f o r a m - s e d e s e n v o l v e n d o
formas de conciliação, c o m o o crescente prestígio dos «santos vivos», a i m -
portância política dos «conselheiros proféticos» e — n u m a época e m q u e
a pertença ã corte se i m p u n h a cada vez mais c o m o factor de ascensão so-
ciai — o c o n t r a p o n t o moralizante d o elogio da r e n ú n c i a ao m u n d o cortesão,
hipócrita e vão (que, c o m o se sabe, revestiu outras formas para além d o
a b a n d o n o religioso).
U m estudo c o m p l e t o das formas radicais de vida religiosa é u m p r o g r a m a
ambicioso, pela multiplicidade d e campos d e pesquisa. A benefício de i n v e n -
tário, r e c o r d e m o s alguns dos mais importantes, para depois os t e n t a r m o s e v o -
car a partir d o e s t u d o dos percursos individuais. E m p r i m e i r o lugar, seria
necessário tratar dos vários m o v i m e n t o s eremíticos, desde aqueles q u e assu-
m i r a m formas mais organizadas — e n t r e os quais avulta a serra de Ossa — até
aos i n ú m e r o s eremitérios q u e f o r a m sendo i n c o r p o r a d o s tanto nas ordens r e -
ligiosas mais antigas (em especial nas ordens terceiras mendicantes), c o m o nas
novas (Jerónimos e Lóios, t e n d o os segundos, e m particular, traçado m ú l t i -
pios laços c o m a vida eremítica e c o m os beatérios femininos). Estes últimos
m e r e c e r i a m t a m b é m u m a análise detalhada, pelo seu grande n ú m e r o , f r e -
q u e n t e resistência à i n c o r p o r a ç ã o , e modalidades desta, quand0 / f i n a l m e n t e
sucede; a título de e x e m p l o , são m u i t o interessantes os casos de É v o r a ( o n d e
pelo m e n o s os três mais i m p o r t a n t e s vão dar o r i g e m a c o n v e n t o s f e m i n i n o s
de D o m i n i c a n a s e Agostinhas: as «Galvoas», as «pobres da Casa de D . Beatriz
de Meneses», e as «beatas de D . Maria da Fonseca»), o u os antecedentes d o
M o s t e i r o de São D o m i n g o s de Aveiro. Estas duas linhas de análise t ê m sido
estudadas u l t i m a m e n t e pela historiografia espanhola, f o r n e c e n d o válidos para-
lelos para o caso português, c o m o qual existem grandes afinidades e m e s m o
p r o l o n g a m e n t o s de acções concretas 2 7 ".
N ã o m e n o s i m p o r t a n t e é a f o r m a c o m o a sociedade e m geral, fora dos
círculos reformistas, encarava estes m o v i m e n t o s de «beguinagem», designação
genérica e muitas vezes pejorativa, q u e chega a ser aplicada aos Lóios e é
quase s e m p r e e m p r e g u e nas queixas feitas nas cortes c o n t r a os «falsos T e r c e i -
ros» e as beatas «sem regra conhecida». P o r fim, u m ú l t i m o i n q u é r i t o a p r o -
m o v e r a esta multifacetada realidade incidiria sobre formas de c o m p o r t a m e n -
to tidas c o m o «bizarras», q u e c o n d u z e m p o r vezes à loucura; se é u m a das
m e n o s felizes facetas d o m o v i m e n t o , n ã o t e m m e n o r sentido, u m a vez q u e
nos permitirá c o m p r e e n d e r o involuir de t o d o s estes m o v i m e n t o s : c o m o se
sabe, c o m o avançar d o século xvi, a t e n d ê n c i a é para a assimilação dos m o -
v i m e n t o s religiosos de franja q u e resistem à grande investida das o r d e n s reli-
giosas aprovadas, c o m a marginalidade dos errantes, p o b r e s e loucos (cada vez
m e n o s «loucos de Deus», cada vez mais p e r i g o social).
O r d e n a n d o c r o n o l o g i c a m e n t e os nossos estudos d e caso, c o m e ç a r e m o s
pela história de G o n ç a l o da Silveira, p r i m o g é n i t o de N u n o Martins da Silvei-
ra, rico fidalgo de É v o r a q u e adquire g r a n d e i m p o r t â n c i a política n o reinado
de D . D u a r t e e regência de D . Leonor 2 7 1 . D o s três percursos q u e estudare-
mos, este é o m e n o s c o n h e c i d o , o q u e n ã o desfaz na sua importância; d e t e r -
- n o s - e m o s p o r t a n t o nele c o m a l g u m p o r m e n o r . S e n d o o mais v e l h o dos fi-
lhos d o referido fidalgo, era a G o n ç a l o q u e se destinava a administração d o
m o r g a d i o e capela familiar. Estava a isso destinado desde a infância, e t u d o o
indiciava c o m o tal. D e s d e logo, o n o m e p r ó p r i o c o m q u e fora baptizado era
u m n o m e de «responsabilidade linhagística» — o dos dois antepassados pelos
quais, p o r via feminina, viera b o a parte da f o r t u n a familiar. E m 1431, data de
instituição d o v í n c u l o e m q u e é n o m e a d o p o r herdeiro, andava pelos dezas-
seis anos; t u d o indicava q u e se iria c u m p r i r a v o n t a d e d o pai, e q u e G o n ç a l o
representaria os Silveira d e n t r o dos parâmetros paternos. A vida deste f u t u r o
m o r g a d o , p o r é m , veio a desenrolar-se de m o d o bastante diferente. E n t r e 1434
e 1442, data e m q u e t e m o s a certeza da sua m o r t e , s u c e d e m - s e a c o n t e c i m e n -

498
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

tos e m q u e o filho mais v e l h o d o fidalgo eborense se afasta de m o d o definiti-


v o dos planos d o pai, a p o n t o de p r o v o c a r u m a reacção violenta deste.
A partir de 1434, G o n ç a l o da Silveira leva a cabo u m a breve mas fulgurante
carreira c o m o clérigo de ordens menores, estudante de Direito n o Estudo G e -
ral e alto funcionário régio, o n d e interveio sem dúvida a influência d o pai.
N o s cinco anos seguintes àquela data, acumula vários e valiosos benefícios e
cargos: e m 1435, o canonicato, prebenda e arcediacato da Sé de Évora; os ca-
nonicatos de Lisboa, P o r t o e Silves; e o estatuto de «familiar» de D . Duarte; e m
1436, a tesouraria da Sé de Lisboa, p o r intercessão d o rei j u n t o da cúria r o m a -
na; e m 1437, o cargo de p r o t o n o t á r i o apostólico, e vários benefícios inerentes à
sua condição de estudante universitário; e m 1438, o cargo de secretário de
D . D u a r t e e, depois da m o r t e deste, o de escrivão d o C o n s e l h o de R e g ê n c i a ;
e m 1439, o cargo de secretário de D . Afonso V. Refira-se q u e o usufruto dos
cargos eclesiásticos n ã o implicava u m a pertença p e r m a n e n t e à Igreja, o q u e
obrigaria à ordenação sacerdotal. Apenas u m a minoria dos j o v e n s q u e eram
apresentados às matrículas para receber as primeiras ordens clericais tomava d e -
pois as ordens sacras. N e s t e caso, c o m o noutros, não significava, portanto, q u e
o usufrutuário dos benefícios deixasse de ser o herdeiro da linhagem. T e m o s
aliás u m a indicação de q u e p o r esta época manteve, talvez, actividades q u e se
c o a d u n a v a m c o m u m a outra faceta dos j o v e n s nobres d o seu t e m p o , as g u e r -
reiras: c o m b a t e u n o palanque de Tânger, e m O u t u b r o de 1437. Mais tarde, terá
u m a intervenção f u n d a m e n t a l n o cerco militar d o Crato, n o c o n t e x t o dos
conflitos entre partidários da viúva de D . D u a r t e e d o regente D . Pedro.
Para G o n ç a l o , p o r é m , o apelo religioso n ã o se c o a d u n a v a c o m a d e t e n -
ção de cargos q u e levariam — caso optasse pela o r d e n a ç ã o sacerdotal — a
u m a carreira de alto f u n c i o n á r i o eclesiástico; e era ainda s u f i c i e n t e m e n t e forte
para o fazer abdicar da chefia da l i n h a g e m e da herança paterna. E n t r e J u n h o
d e 1439, a última data e m q u e é referido c o m os diferentes benefícios q u e
e n u m e r á m o s , e Abril d o a n o seguinte, G o n ç a l o dá u m passo súbito, talvez
inesperado, q u e p õ e o seu pai fora de si: a b a n d o n a n d o t u d o , ingressa c o m
outros c o m p a n h e i r o s na O r d e m dos Frades M e n o r e s , e s c o l h e n d o o c o n v e n t o
d e A l e n q u e r , c o n h e c i d o pela sua austeridade. N u n o Martins da Silveira c o m -
porta-se c o m o o s e n h o r t o d o - p o d e r o s o q u e a sua carreira política d e m o n s t r a
ter sido, e c o m o o pai autoritário de q u e t e s t e m u n h a m as características da
f u n d a ç ã o d o m o r g a d i o : c o m h o m e n s armados, assalta o c o n v e n t o , apanha o
filho p r i m o g é n i t o , tira-lhe o h á b i t o à força e o b r i g a - o a «envergar de n o v o as
vestes d o século». A o t o d o , a aventura de G o n ç a l o dura apenas dez dias.
E n t r e t a n t o , os a c o n t e c i m e n t o s políticos precipitam-se a t i n g i n d o de m o d o
v i o l e n t o a família dos Silveira, q u e é d i r e c t a m e n t e atingida pela crise da r e -
gência. A p ó s u m a reclusão nos d o m í n i o s familiares, terão talvez participado
n o l e v a n t a m e n t o militar q u e culmina n o cerco d o C r a t o e na posterior fuga
da rainha para Castela: e m D e z e m b r o de 1441, data destes últimos a c o n t e c i -
m e n t o , é G o n ç a l o da Silveira q u e e n c o n t r a m o s a d e f e n d e r a fortaleza alente-
jana. R u i de Pina, a principal f o n t e para este a c o n t e c i m e n t o da vida de G o n -
çalo, nada refere sobre a sua carreira anterior, o u a fuga para o c o n v e n t o d e
A l e n q u e r , e dá breves dados sobre o cerco, aliás contestados p o r outras f o n -
tes. D o resto da história, t e m o s apenas a versão de u m nobiliário familiar seis-
centista: decidida a r e n d i ç ã o pelo partido da rainha, os revoltosos t o m a m o
c a m i n h o de Castela. G o n ç a l o , c o m o seu i r m ã o Vasco, m o r r e p o u c o s meses
depois, e m A g o s t o de 1442, e m Z a m o r a , j u n t a m e n t e c o m alguns dos mais
i m p o r t a n t e s partidários da rainha, talvez e n v e n e n a d o s . É, p o r fim, e n t e r r a d o
n u m c o n v e n t o da O r d e m de São Francisco.
Sabemos, p o r é m , q u e a m o r t e de G o n ç a l o , apesar de ter tido lugar e m
Castela, n ã o se d e u nas circunstâncias depois difundidas. Liberto da influência
paterna, o filho p r i m o g é n t o de N u n o Martins entra d e f i n i t i v a m e n t e para a
O r d e m de São Francisco, p e r d e n d o os cargos eclesiásticos seculares q u e d e t i -
nha, e acabando p o r m o r r e r c o m o frade franciscano. E m 1452, na m e s m a data
e m q u e se t e m a c o n f i r m a ç ã o definitiva da m o r t e , o seu pai r e c e b e resposta
da Santa Sé para a súplica e m q u e pedira p e r d ã o de, d o z e anos antes, ter i n -
v a d i d o o c o n v e n t o d e A l e n q u e r e f o r ç a d o o filho a despir o hábito.

499
‫כ<נ<‪5‬‬
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

O a r r e p e n d i m e n t o , o desgosto talvez, t i n h a m levado este o r g u l h o s o se-


n h o r a dirigir-se, agora para o b t e r p e r d ã o , à m e s m a cúria de q u e impetrara
tantos benefícios para o filho. A gravidade d o acto o b r i g o u a q u e o caso fosse
j u l g a d o pelo tribunal papal dos casos de consciência, a Sacra Penitenzieria
Apostolica. A força destas circunstâncias p e r m i t e talvez a p r e e n d e r algo, p o r
p o u c o q u e seja, d o t r a u m a familiar e pessoal q u e os vestígios s u g e r e m .
U m a última palavra, para G o n ç a l o . D e s t e d o u t o r e m decretos, alto f u n -
cionário da Igreja e da corte, deste guerreiro e depois franciscano, n e n h u m
t e s t e m u n h o directo nos restou. T e n t a r discernir o q u e pensava, o q u e o c o n -
duziu a t o m a r decisões tão contrárias ao q u e se esperava dele, e a persistir n e -
las até às últimas consequências, é assim quase impossível. Apesar d o c o n t e x t o
de r e f o r m i s m o religioso q u e acima referimos, a sua c o n d u t a parece excessiva,
aos olhos dos seus familiares. D e c i d e - s e , além d o mais, p o r u m a o r d e m rival
daquela q u e seu pai privilegia até à m o r t e , os D o m i n i c a n o s . N o e n t a n t o , sa-
b e m o s q u e n ã o d e u sozinho os passos decisivos: foi e m c o m p a n h i a de outros,
seculum contemplentes, q u e t r o c o u a corte p o r São Francisco de A l e n q u e r .
A influência de correntes religiosas mais radicais jogaria aqui m u i t o p r o v á v e l -
m e n t e o seu papel, talvez p o r duas vias. E m p r i m e i r o lugar, o Sul d o país, e m
q u e se radicava a família, e q u e era palco, p o r estes anos, de u m a g r a n d e r e -
n o v a ç ã o eremítica, especialmente na serra de Ossa. Depois, existiriam cir-
cunstâncias familiares, fortes a p o n t o de contradizer as outras, planeadas p o r
seu pai. G o n ç a l o devia ter tido c o n h e c i m e n t o directo, desde criança, de u m
o u t r o caso de vocação religiosa radical n o seio da sua família. P o r volta d o
a n o e m q u e nasce, os pais r e c e b e m vastos bens p o r doação de u m seu p a r e n -
te, t a m b é m c h a m a d o G o n ç a l o da Silveira, q u e se intitula «poure de spiritu»;
c o m o o m e s m o refere expressamente, D e u s c h a m a r a - o para o seu serviço e
para o servir e m pobreza, n ã o lhe c u m p r i n d o p o r t a n t o estar o c u p a d o e m r e -
g i m e n t o de b e n s e negócios d o m u n d o . N a instituição da capela, N u n o M a r -
tins fala t a m b é m de «Gonçalo da silueira o proue»; e repete a referência, n e s -
tes termos, n o t e s t a m e n t o .
As opções radicais não foram apanágio masculino; entre as mulheres e n c o n -
tramos casos vários, alguns dos quais extremamente interessantes. N ã o p o d e n d o
referir todos — avultariam, entre eles, o de u m a Brites Leitoa (e seu marido, n u -
ma primeira fase) o u u m outro, fundamental, de Beatriz da Silva — , estudare-
mos u m dos mais marcantes de toda a centúria de Quatrocentos, tanto pela i m -
portância da personagem, c o m o pela força da sua ruptura, e ainda a riqueza da
informação possível: a entrada e m religião da princesa «Santa» Joana 2 7 2 .
A principal f o n t e para a história da v o c a ç ã o da «Infanta Santa» é a crónica
de Margarida P i n h e i r o , freira d o M o s t e i r o de Jesus, q u e c o n v i v e u , serviu e
p r o f u n d a m e n t e a d m i r o u a princesa. O Memorial da mujto excellente Princesa273
é, nestas circunstâncias, u m a obra «empenhada» e, mais d o q u e isso, u m t e x t o
afectivo e reverenciai. T e m , ainda, u m e n r a i z a m e n t o c o n c r e t o e m situações
reais de conflito, de passado r e c e n t e — n ã o só os aspectos políticos, mas toda
a o p ç ã o religiosa da princesa; p o r fim, retrata u m a espiritualidade f e m i n i n a
vivida de m o d o n ã o isento de críticas, p o r parte da Igreja, apesar de, c o m o
aqui, quase s e m p r e se confinar a claustros de mosteiros 2 7 4 . E além disso u m
t e x t o t o c a d o pela própria experiência de santidade q u e narra, q u e foi forte e
arrojada a p o n t o de marcar u m a das suas testemunhas de m o d o indelével,
e reflectir-se na obra escrita, de m o d o a quase c o m ela se f u n d i r . A própria
afectividade e a força posta na transmissão das d e v o ç õ e s e experiências vividas
da infanta t o r n a m n o v o este texto, u m dos primeiros relatos, ainda q u e i n d i -
recto, de u m a vivência mística de o u t r o m o d o inacessível — e q u e é afinal a
pedra de t o q u e de t o d o o percurso «radical» de J o a n a .
Através d o Memorial, a «Infanta Santa» surge-nos, antes de mais, c o m o
u m a g r a n d e lutadora pela liberdade de prosseguir u m a experiência religiosa
pessoal, de cariz afectivo e místico, q u e n ã o c o n t e m p o r i z a v a c o m razões de
Estado o u c o m vivências religiosas impostas: «a n ã o vencida donzela e forte <\ Retrato da Infanta Santa
batalhadora de Cristo mais q u e mártir» 2 7 5 . T o d a a espiritualidade pessoal q u e Joana (Aveiro, Museu
e x p e r i m e n t a desde p e q u e n a desenvolve-se e m t o r n o de traços típicos, dos Municipal),
quais destacaremos três: i) s e g u i m e n t o pessoal da paixão d e Cristo; ii) c o n s - FOTO: JOSÉ M A N U E L OLIVEIRA.

501
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

ciência aguda do p e c a d o e e m p e n h a m e n t o existencial, físico, na r e d e n ç ã o dos


pecadores; iii) relação directa c o m Deus.
Assim, a infanta seguia passo a passo a liturgia da Paixão, identificando-se
ao Cristo sofredor através de gestos físicos d e flagelação e dor 2 7 6 ; preparara-se
para a m o r t e recriando de diferentes formas a agonia d e Cristo 2 7 7 ; toda a vida
c o n t e m p l a os passos, sinais e i n s t r u m e n t o s da Paixão: coroa de espinhos, o r a -
ção n o h o r t o , agonia. C h o r a a b u n d a n t e m e n t e , cai n o chão, e g e m e , r e p e t i n -
d o as palavras de Cristo, q u a n d o o u v e o u lê a Paixão, q u e t e m representada
n o q u a r t o n o seu q u a d r o preferido, c e n t r o d o oratório privado 2 7 8 . Q u a n d o
m o r r e , é o p r ó p r i o C é u q u e c o n f i r m a esta ardente d e v o ç ã o da princesa: u m
seu capelão, longe d o c o n v e n t o , c o n h e c e a sua m o r t e através de u m a i m p r e s -
siva visão — u m a grande claridade, e n o m e i o dela «uma m u i t o grande, f o r -
mosa e resplandecente coroa de espinhos; e assim a c o r o a c o m o os espinhos
e r a m t o d o s robricados e cheios d e u m m u i t o v e r m e l h o e fresco sangue e e m
cada p o n t a de cada u m dos espinhos p e n d i a u m a m u i t o grande e clara gota
de sangue» 2 7 9 .
O p e c a d o , p r ó p r i o e alheio, era para a princesa u m t e m a central, vivido
de f o r m a quase obsessiva. Inventava penitências especialmente dolorosas para
o sacrifício pessoal, f o n t e de redenção; assentava n u m p e q u e n o papel q u e tra-
zia s e m p r e consigo todos os pecados q u e c o m e t i a para depois se confessar e
penitenciar; orava e pregava c o n t i n u a m e n t e pela salvação dos pecadores, d i -
z e n d o m e s m o as irmãs q u e ela, em vida, salvara d o p e c a d o várias c o n d i s c í p u -
las, pelas suas orações 2 8 0 .
P o r fim, a infanta várias vezes recebe mensagens divinas directas, b e m c o -
m o se dirige a Cristo e Nossa Senhora e c o m eles conversa. Assim, é u m
«fremoso e splandecente m a n c e b o » q u e l h e anuncia a m o r t e d o m a r i d o q u e
D . J o ã o II lhe p r e t e n d e i m p o r , t e n d o ela caido e m «leve sonho» n o decurso
da oração e m q u e implorava desesperado socorro ao «seu a m a d o sposo» (o
q u e r e m e t e esta ocorrência para o c a m p o da visão, e n ã o d o s o n h o e m s o n o
p r o f u n d o ) 2 8 1 . A cena da sua m o r t e é atravessada p o r alocuções directas a
D e u s , p e d i n d o misericórdia e perdão: «falava c o m ele razoando-se c o m o
amigo e s e n h o r q u e m u i t o s e m p r e amara e amava e desejava ver»; a Nossa
Senhora e as outras imagens q u e estavam j u n t o ao leito; e, s u b l i n h e m o s o
facto, ao Santíssimo S a c r a m e n t o , q u a n d o o recebe 2 8 2 . T o d o o t e x t o é, p o r
fim, p e r c o r r i d o pela convicção nos dotes proféticos da princesa, manifestação
evidente da sua relação privilegiada c o m D e u s .
O d o m da profecia e a sabedoria da santidade, q u e na «Princesa Santa» já
são tão acentuados, s u r g e m t a m b é m nas fontes c o m relação a o u t r a figura q u e
impressionou ambientes afins, algumas décadas mais tarde: Frei J o ã o de Atai-
de, o h e r d e i r o d o c o n d a d o de A t o u g u i a q u e r e n u n c i o u à herança e título p a -
ra se «fazer frade da Observância». D o b r e v e retrato q u e dele traça Garcia de
R e s e n d e na Crónica de D. João II ressalta o seu carácter de excepção, n u m a
corte recheada de hipócritas — carácter q u e o incitava à r e n ú n c i a desse m u n -
do, e à c o n c o m i t a n t e passagem a u m a outra esfera de r e l a c i o n a m e n t o c o m o
rei: única pessoa capaz de o consolar n o transe da m o r t e d o príncipe
D . A f o n s o e seu conselheiro «santo». A t é chegar a este p o n t o , p o r é m , e tal
c o m o G o n ç a l o da Silveira e D . J o a n a , tivera de ultrapassar grandes o b s t á c u -
los. T a m b é m ele sofrera a oposição de toda a família, t e n d o sido tirado v i o -
l e n t a m e n t e pelos parentes d o c o n v e n t o de A l e n q u e r , para o n d e fugira. N o t e -
-se q u e esta oposição v e m de u m a família q u e tinha u m a longa tradição de
apoio aos Observantes: o C o n v e n t o de São Francisco d e Xabregas é f u n d a d o
e m
1455, e m Lisboa, c o m o decisivo impulso de D o n a G u i m a r , 1.a condessa
de A t o u g u i a e avó d e D . J o ã o (f c. 1468), q u e contribuíra t a m b é m extensiva-
D> Livro de Horas de m e n t e para o O r a t ó r i o de São B e r n a r d i n o de A t o u g u i a .
D. Manuel, prólogo iluminado F o r ç a d o a casar e a f r e q u e n t a r a corte, e d u c o u os filhos alertando-os c o n -
por António de Holanda,
tra os perigos d o m e i o cortesão, e levou s e m p r e u m a vida austera, o n d e des-
c. 1517-1538 (Lisboa, M u s e u
Nacional de Arte Antiga). p o n t a v a m j á os sinais da sua virtude: c u r o u u m paralítico na c o m p a n h i a de
D . J o ã o II e restantes cortesãos, a todos p r o c u r a n d o e s c o n d e r o sucedido; e m
FOTO: D D F / I N S T I T U T O
P O R T U G U Ê S DE M U S E U S / JOSÉ
Africa foi m i r a c u l o s a m e n t e a j u d a d o nas lutas contra os m o u r o s . A p ó s a m o r t e
PESSOA. da m u l h e r , r e n u n c i o u n o filho a sucessão ao título, e foi a Castela t o m a r o

502
A RELIGIÃO NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

l$?M2llxrcd que c tu
I, HStcíh: ‫ ג‬uno cu cit.
jaud ‫ ו‬o are numero c xvii

503
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

hábito, para evitar novas oposições. R e g r e s s a d o ao r e i n o p o r i n t e r v e n ç ã o d o


rei, n ã o d e i x o u p o r é m de viver nos mais p o b r e s oratórios da estrita o b s e r v â n -
cia (Santo A n t ó n i o da Castanheira, Santa Cristina da Carnota). O d u q u e d e
Bragança D . J a i m e era seu particular amigo, gostando de conversar c o m ele e
de beneficiar da sua santidade. Foi a seu p e d i d o que, d e 1503 até à m o r t e , e m
1507, o frade viveu n u m o u t r o eremitério: o da Piedade, e m Vila Viçosa 2 8 3 .
Alguns traços da biografia de Frei J o ã o de Ataíde, aqui s u m a r i a m e n t e tra-
tada, p e r m i t e m - n o s referir p r o b l e m a s interessantes neste c o n t e x t o e q u e c r u -
zam o a m b i e n t e de corte c o m estas personagens q u e o recusam, mas q u e ela
aos p o u c o s vai r e i n t e g r a n d o . Assim, tanto D . J o a n a c o m o D . J o ã o de Ataíde
se v ê m a tornar referências morais e, depois, sobrenaturais de u m a corte satu-
rada de palacianismo. A r e n ú n c i a ao p o d e r t e r r e n o , d o qual e r a m afinal h e r -
deiros naturais, a partir da constatação de q u e ele é t e m p o r á r i o e vão, é p o r -
ventura a característica das suas «santidades» q u e os torna mais admirados.
A força deste m o d e l o revela-se noutras situações: m o m e n t o s p a r t i c u l a r m e n t e
p u n g e n t e s , reveladores da vaidade dos grandes d o m u n d o , desencadeiam v o -
cações de a b a n d o n o . Já v i m o s c o m o à m o r t e de D . A f o n s o apenas D . J o ã o d e
Ataíde consola D . J o ã o II; a m o r t e deste m o n a r c a é ocasião d o ingresso nos
franciscanos da Arrábida de u m o u t r o i m p o r t a n t e cortesão, Aires Teles d e
Meneses, até aí valente guerreiro, célebre na corte pelos seus d o n s de lutador,
e afamado poeta 2 8 4 . A t e n d ê n c i a agudiza-se a par e passo c o m a artificializa-
ção da corte, a p o n t o de n o r e i n a d o de D . M a n u e l o a b a n d o n o d o m u n d o
pelo e r m o , c o m o c o n d i ç ã o de salvação, se ter t o r n a d o n u m t e m a r e c o r r e n t e
da cultura cortesã.
E n t r e os vários e x e m p l o s q u e p o d e r i a m aduzir-se, refiram-se dois p a r t i c u -
l a r m e n t e claros. E m p r i m e i r o lugar, o p o e m a e m q u e Francisco M e n d e s de
Vasconcelos, destacado cortesão m a n u e l i n o , celebra a sua despedida da corte,
para se j u n t a r aos franciscanos da observância. Perpassam p o r toda a c o m p o s i -
ção as ideias de a r r e p e n d i m e n t o pela vida até aí levada, remissão, liberdade na
entrega ao v e r d a d e i r o s e n h o r e, p o r fim, desejo de u m a m o r t e santa. D a m a s ,
favores régios, riqueza: nada disto vale c o n t r a u m a o p ç ã o de vida religiosa,
q u e seja p o r é m simples e sem vaidade, «de limpa d e u a ç a m e vontade» 2 8 5 . N ã o
m e n o s ilustrativo desta c o r r e n t e é o p o e m a de C a t a l d o Sículo, dirigido à rai-
nha D . Leonor, viúva de D . J o ã o II, sobre a m o r t e d o filho desta, o p r í n c i p e
Sarcófago dos Santos Mártires D . A f o n s o . A c o m p o s i ç ã o adopta o g é n e r o literário da visão, c o m o p r í n c i -
de Marrocos (Coimbra, pe falecido a consolar a mãe, n a r r a n d o - l h e a sua feliz vida n o A l é m e f a z e n d o
Museu Nacional Machado de
n u m e r o s a s reflexões sobre as ilusões da vida terrena. Data de 1506, p o u c o s
Castro).
anos decorridos sobre u m a o u t r a famosa fuga para entrada e m religião: a d o
FOTO: D D F / I N S T I T U T O
P O R T U G U Ê S DE M U S E U S /
d u q u e d e Bragança D . J a i m e . Esta é, p o r feliz coincidência, u m dos principais
/ A R N A L D O SOARES. tópicos d e reflexão d o d e f u n t o príncipe. O d u q u e d e Bragança surge c o m o

504
A RELIGIÃO NO SÉCULO: VIVÊNCIAS E DEVOÇÕES DOS LEIGOS

u m h o m e m c h e i o de virtude, q u e teve a c o r a g e m de tentar deixar e m vida as


p o m p a s d o m u n d o e as vãs glórias da sua alta c o n d i ç ã o terrena, para alcançar
J e r u s a l é m e u m a vida de santidade 2 8 6 .
R e f i r a m o s p o r fim u m a outra linha q u e atravessa estes percursos, se m a s -
culinos, e q u e se liga estreitamente à anterior. A m e d i d a q u e avança o sé-
culo xv, é u m traço de união quase i n e q u í v o c o a pertença destes «radicais» ao
g r u p o da nobreza tradicional e guerreira q u e se encontra ligada ao N o r t e de
Africa. Já vimos q u e D . J o ã o de Ataíde combatera e m África, sendo mais tarde
os seus feitos lidos e m chave miraculosa; u m a outra figura f u n d a m e n t a l e m
todos estes transes, de q u e m t a m b é m seria o p o r t u n o traçar o percurso, J o ã o
da Silva de Meneses, mais tarde Frei A m a d o r , fora criado nos círculos da n o -
breza militar de C e u t a , e p r e t e n d e r a , ao deixar o m u n d o vão da corte, alcan-
çar o sacrifício nas terras mouriscas... U m a esclarecedora via de análise seria a
ligação e n t r e os profetismos e r e f o r m i s m o s q u e t ê m capacidade de sedução
nestes meios, e a guerra de África e n q u a n t o «nova R e c o n q u i s t a » — o c u p a ç ã o
mais digna d o q u e a política cortesã. D o p o n t o de vista de m o d e l o de espiri-
tualidade, t a m b é m aqui teve g r a n d e impacte a proposta de algumas ordens,
e m particular a franciscana: ao d e s e n c a n t o c o m u m a sociedade cosmopolita
mas contraditória, substituía-se u m a acção antiga e segura, a conversão dos
infiéis. O s discípulos de Frei J o ã o de La Puebla t i n h a m c o m o t e r r e n o de elei-
ção G r a n a d a o u C e u t a ; aquele f u n d a d o r dedica aos Mártires de M a r r o c o s u m
dos conventos q u e erige, e pede m e s m o a D . J o ã o II relíquias daqueles santos.
E q u e m surge c o m o i n t e r m e d i á r i o na sacra transacção é Frei J o ã o da P ó v o a ,
o f a m o s o vigário-geral dos Observantes, na altura confessor d o rei, e c o n s e -
lheiro espiritual de vários grandes senhores portugueses, entre eles os B r a g a n -
ça. E curioso que, desde m u i t o c e d o , as observâncias franciscanas e n c o n t r a m
m o t i v a ç õ e s e h o r i z o n t e s nesta conversão dos infiéis norte-africanos — n o
q u e seria u m a actualização dos c a m i n h o s d o f u n d a d o r , u m a nova partida?: f o -
ra ao oratório r e c o l e c t o de Santa Catarina da C a r n o t a q u e D . J o ã o I doara
d o z e colunas de jaspe trazidas da mesquita de C e u t a , para q u e p u d e s s e m san-
tificá-las, i n c o r p o r a n d o - a s n u m t e m p l o cristão 2 8 7 ...

505
V I V E N D O A PALAVRA DE DEUS

NOTAS
1
MATTOSO - Ricos-homens, p . 2 0 - 2 1 ; IDEM - A nobreza medieval, p . 139-145 e 258-259.
2
COSTA - Mumadona, p . 121.
3
C f . , p o r t o d o s , A nobreza medieval.
4
FLICHE; MARTIN - Hisloire, vol. 7.
5
E d . e m D C 7 6 e, c o m t r a d u ç ã o l i v r e e n o t a s c r í t i c a s , e m CARDOSO - Testamento; cf. RAMOS
- O mosteiro, v o l . 1, p . 51-52.
'‫ י‬CARDOSO - Testamento, p . 2 4 e p . 32.
7
DUVAL - Auprès; IDEM - « L o c a s a n c t o r u m » . JOUNEL - Le eulte.
8
ROSENWEIN - To be neighobour, p . 2 0 2 ss.
9
CARDOSO - Testamento, p . 2 6 e p . 32; s o b r e a f u n ç ã o s o c i a l d a s m a l d i ç õ e s , c f . MATTOSO -
Sanetio; LITTLE - Benedictine.
10
C f . T H O M P S O N - From «alms» e «Habendum».
11
CHRISTIAN JR. - De los santos, p . 5 0 - 6 0 .
12
DAVID - Études, p . 2 0 1 - 2 0 2 , CHIOVARO - Les saints, p . 37-53.
13
‫׳‬ GARCIA RODRIGUEZ - El culto, p . 197; s o b r e as r a z õ e s d a i n f l u ê n c i a o r i e n t a l , c f . DAVID -
Étude, p . 211-212.
14
GARCIA RODRIGUEZ - El culto, r e s p e c t i v a m e n t e p . 194, 185-187, 201, 212, 198, 217, 215, 181,
174-176, 174.
15
OLIVEIRA - Lenda, p . 155.
16
S o b r e o c u l t o , DAVID - Études, p . 218-219.
17
GARCIA RODRIGUEZ - El culto, p . 231-234 e 303.
18
IDEM - p . 2 2 4 - 2 2 5 .
19
KRUS - Tempo, p . 112-117.
20
OLIVEIRA - História, p . 59.
21
S o b r e e s t e s c u l t o s , DAVID - Études, p. 219-220.
22
KRUS - Tempo, p . 117-119.
23
P o r e x e m p l o D C 138, 152; p a r a u m a a n á l i s e h i s t ó r i c o - a n t r o p o l ó g i c o d o p a p e l d a s r e l í q u i a s
n o c u l t o d o s s a n t o s , s ã o f u n d a m e n t a i s o s t r a b a l h o s d e GEARY - Le vol; IDEM - Living.
24
D C 61.
25
C f . MATTOSO - Le monachisme, 233-234, p a r a o s m o s t e i r o s d e i n f a n ç õ e s ; o a s s u n t o f o i r e c e n -
t e e e x t e n s a m e n t e e s t u d a d o e m Les mouvances.
26
MATTOSO - A nobreza medieval, P . 201.
27
CONSOLINO - Ascetismo, p . 23-32.
28
PAPI - «In castro», p . 315-316; p . 3 0 5 - 3 0 9 p a r a a e v o l u ç ã o h i s t o r i o g r á f i c a .
29
MARQUES - E v o l u ç ã o , p . 9 2 .
30
CABRE I PAIRET - « D e o d e d i c a t a e » .
31
MATTOSO - A nobreza, p . 373-388.
32
E n t r e o u t r o s , FANNING - F r o m «miles»; BARBERO - Un santo; WOLLASCH - P a r e n t e .
33
DALARUN - La d o n n a .
34
C o n t i n u a a s e r r e f e r i d a c o m o deuota d o c e n ó b i o e m 9 6 0 e 9 6 4 ; MATTOSO - A nobreza me-
dieval, p . 142.
35
MATTOSO - S o b r e v i v ê n c i a , p . 14-15, 18, 2 0 e 2 3 - 2 4 .
36
IDEM - S . R o s e n d o , p . 4 8 .
37
ROSENWEIN - Feudal; IOGNA-PRAT - L a c r o i x ; LITTLE - Benedictine.
38
SIGAL - U n a s p e c t ; PLATELLE - C r i m e , BOESCH-GAJANO - Agiografia.
39
P o r e x e m p l o G o n ç a l o M e n d e s , filho d e M u m a d o n a , e m D C 9 9 e 138.
40
P a r a e s t e ú l t i m o a s p e c t o , MATTOSO - Religião, p. 527-29.
41
MATTOSO - Religião, p. 286-288.
42
C f . , p o r t o d o s , DUBY - Guerreiros.
43
MATTOSO - Religião, p . 511-526.
44
D C 1 0 0 ; MATTOSO - A nobreza medieval, p . i n ; MARQUES - E v o l u ç ã o , p . 93.
45
PAZ MARINAS - La m u j e r , 3 6 7 .
46
S o b r e a b i b l i o t e c a d e M u m a d o n a , cf., p o r t o d o s , MATTOSO - A cultura, 3 8 0 - 3 8 4 e Religião,
p . 528-529.
47
D C 99.
48
D C 138.
49
D C 81; FERNANDES - Portugal, p . 84.
50
D C 152; p a r a a d a t a FERNANDES - Portugal, p . 7 2 .
51
MATTOSO - S. R o s e n d o , p . 4 9 - 5 0 .
52
MATTOSO - Religião, p . 528.
53
MATTOSO - O s m o ç á r a b e s , p . 34.
54
SARAIVA - A épica, p . 6 3 - 6 7 .
55
PRADALIÉ - Les f a u x , p . 95.
56
«David proles», c o m o se i d e n t i f i c a n o s e u t e s t a m e n t o , d e 1087: D C 177. S o b r e S i s n a n d o e a
C o i m b r a d a s u a é p o c a , cf. t a m b é m as a n á l i s e s r e c e n t e s d e MARTINS - O mosteiro, p . 33-35,
p. 4 9 - 6 2 e 63-65.
7
‫י‬
58
COSTA - S e s n a n d o , p . 848.
59
Loc. cit. - p . 35.
60
MATTOSO - Ricos-homens, p . 182.
61
Ibidem, p . 22-23.
61
MATTOSO - Ricos-homens, p . 14 e p . 34; IDEM - A nobreza, p . 117.
61
MATTOSO - Ricos-homens, p . 14.

506
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S DOS LEIGOS

64
COSTA - S e s n a n d o , p . 848.
65
MATTOSO - Ricos-homens, p . 52; GARCIA GOMEZ; MENENDEZ PIDAL - El conde; MACIAS -
R e s e n h a , p. 426.
66
GARCIA GOMEZ; MENENDEZ PIDAL - El conde, p . 37-38.
67
GARCIA GOMEZ; MENENDEZ PIDAL - El conde, p . 39-40; cf. a i n d a PRADALIÉ - Les faux, p . 9 0 .
68
DAVID - Etude, p . 4 2 6 - 4 2 9 .
69
C f . , p a r a t u d o , DAVID - Etude, p . 3 9 9 - 4 2 2 .
70
DAVID - Étude, 427-428.
71
COSTA - P a t e r n o .
72
PRADALIF,, Les faux, p. 89-90.
73
A s l i n h a s q u e se s e g u e m c o n s t i t u e m t ã o - s ó u m a t e n t a t i v a d e s í n t e s e d o s t r a b a l h o s s o b r e o
a s s u n t o , q u e o t r a t a r a m e x a u s t i v a m e n t e : e m e s p e c i a l PRADILÉ - Les faux; cf. t a m b é m MATTOSO -
O s m o ç á r a b e s , p . 2 6 - 2 7 e Dois séculos, p . 41-43. A i n t u i ç ã o d e P r a d a l i é s o b r e a i m p o r t â n c i a das
alianças m a t r i m o n i a i s e n t r e as f a m í l i a s d i r i g e n t e s d e C o i m b r a e o s n o b r e s f r a n c o s f o i c o n f i r m a d a
p e l a s i n v e s t i g a ç õ e s r e c e n t e s d e VENTURA; MATOS - C a v a l e i r o s .
74
MATTOSO, A nobreza medieval - p . 205; IDEM. - Ricos-homens, p . 6 0 e 133.
75
MATTOSO - D o i s s é c u l o s , p . 4 2 .
76
T r a d u ç ã o nossa.
77
PRADILÉ - Les faux, p. 95-96.
78
P a r a a l é m d a b i b l i o g r a f i a e f o n t e s c i t a d a s infra, e s t e t e x t o é l a r g a m e n t e t r i b u t á r i o d o s t r a b a -
l h o s d e J o s é M a t t o s o . S o b r e o c o n t e x t o r e l i g i o s o e s o c i o l ó g i c o g l o b a l , cf., d e s t e a u t o r , Le mona-
chisme; O monaquismo, p . 55-72; Cluny, crúzios; A nobreza medieval portuguesa - as correntes.
79
I n SOUSA - Provas, p . 120-122.
80
S o b r e S a n t o T i r s o e a f a m í l i a p a t r o n a l , cf. MATTOSO - A f a m í l i a ; O m o n a q u i s m o b e n e d i t i -
n o ; O m o s t e i r o d e S a n t o T i r s o ; Le monachisme, passim, esp. p . 6 4 , 4 0 - 4 4 .
81
S o b r e os s e n h o r e s d a M a i a : Le monachisme, p . 7 7 - 7 9 ; Ricos-homens, p . 50-54; Identificação. V o l . 1,
p . 176-178; A nobreza rural portuense, p . 208-217; s o b r e os s e n h o r e s d e R i b a d o u r o : Le monachisme,
p . 73-76; Ricos-homens, p . 54-60; Identificação, v o l . 1, p . 166-169; A nobreza rural portuense, p . 184-196.
82
C f . KRUS - O tema.
83
WHITE - Custom.
84
P a r a u m a d e s c r i ç ã o d o c o n j u n t o d e p r á t i c a s , W H I T E - Custom, p . 31-39.
85
S o b r e P a ç o d e S o u s a , cf. MATTOSO - Le monachisme, passim, esp. p . 16-24, 6 4 , 142, 323-327,
356-357; IDEM - A nobreza rural portuense, p . 168-170.
86
SOUSA; MONTEIRO - L i v r o , p . 271.
87
W H I T E - Custom, p . 31.
88
MATTOSO - O m o n a q u i s m o i b é r i c o , p . 7 0 .
89
MATTOSO - D o i s s é c u l o s , p . 36.
90
S o b r e S a n t a C r u z d e C o i m b r a , d o p o n t o d e vista d a h i s t ó r i a i n s t i t u c i o n a l , cf., p o r t o d o s ,
MARTINS - O mosteiro; p a r a o e n q u a d r a m e n t o r e l i g i o s o e s ò c i o c u l t u r a l , MATTOSO - A nobreza
medieval; C l u n y , c r ú z i o s ; Ricos-homens e VENTURA - P r e â m b u l o .
91
DUPRONT - Du sacré, p . 2 6 0 - 2 6 1 , 380-386.
92
BATE - L'Oeuvre.
93
N o s e n t i d o d e CONGAR - C l e r c s e t laics.
94
ROSA - A s f e r i d a s , p . 122.
95
Ibidem, p . 9 4 - 1 0 0 .
96
HEFFERNAN - Sacred; ROSA - Os modelos.
97
BOUREAU — L'événement.
98
MARTINS - O mosteiro.
99
S o b r e a h a g i o g r a f i a d e S a n t a C r u z d e C o i m b r a : MARTINS - O mosteiro, v o l . 1, p . 229-239 e
v o l . 2, p . 6 8 6 - 6 8 9 ; IDEM, Santa Cruz, p . 39-41; NASCIMENTO - H a g i o g r a f i a , M i l a g r e s , V i d a d e
D . T e l o , V i d a d e S. T e o t ó n i o , S a n t a C r u z ; NASCIMENTO; GOMES - S. Vicente; ROSA - Os modelos
e Hagiografia; MENDES - C r ó n i c a ; FRIAS - De signis, v o l . 1 e IDEM - F o n t e s ; MATTOSO - Le Portu-
gal; o b r a s c i t . a l í n e a 2. P a r a as e d i ç õ e s d e f o n t e s u t i l i z a d a s , cf. b i l i o g r a f i a .
100
S o b r e o De Expugnatione Scalabis: CINTRA - Crónica, v o l . 1, p . c c c x c i - c c c x c v . PEREIRA -
A conquista.
101
MARTINS - U m t e x t o .
102
S o b r e a p r o d u ç ã o a n a l í s t i c a , MATTOSO - C l u n y , c r ú z i o s , p . 114; Identificação, v o l . 2,
p . 80-81; Anais; MARTINS - S a n t a C r u z , p . m - 1 1 2 ; CRUZ - Santa Cruz; SILVÉRIO - A imagem.
103
As três faces, p . 31-32.
104
GOMES; NASCIMENTO - S. Vicente, p . 10-11, 24; NASCIMENTO - M i l a g r e s , p . 458.
105
Vida de D. Telo, p . 15.
106
NASCIMENTO - S a n t a C r u z .
107
Vida de D. Telo, p . 9 - 1 0 .
108
C f . s o b r e estes ROSA - A s f e r i d a s , p . 115.
109
Vida de D. Telo, p . 13.
110
C f . PLATELLE - C r i m e ; SIGAL - U n a s p e c t ; W H I T E - P r o p o s i n g .
111
V i d a d e S. T e o t ó n i o , p . 33.
112
V i d a d e S. T e o t ó n i o , p . 13.
113
IDEM, p . 11, 12, 30; POMAR - D. Teresa, p . 213.
114
NASCIMENTO - V i d a d e S. T e o t ó n i o , p . 22.
115
IDEM, p . 36-37.
116
IDEM, p . 35.
117
SILVÉRIO - A i m a g e m .
1,8
MARTINS - S a n t a C r u z , p . 113.
119
DUBY - As três ordens, p . 223-230; s o b r e a c r i s t i a n i z a ç ã o d o s g u e r r e i r o s , BARBERO - Santi;

507
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

ROUSSET - L'idéal; DELARUELLE - Les saints; FLORI - Mort; para o espírito de cruzada entre nós,
cf. ERDMANN - A ideia e, sobretudo, THOMAZ - Descobrimentos.
12,1
Refira-se que a coexistência de imagens várias de Afonso Henriques só é obliterada em tempos
tardios, e em função de necessidades de reforço da consciência nacional. C o m efeito, até pelo menos
Duarte Nunes de Leão, existe uma memória do rei nem sempre consentânea com a visão pio-heróica
que prevaleceu depois da total afirmação do milagre de Ourique (sobre isto c f , para além de MATTO-
so - As três faces, BUESCU - O milagre e, recentemente, os vários trabalhos reunidos no vol. 3 das Ac-
tas do 2.° Congresso Histórico de Guimarães («D. Afonso Henriques na história e na arte»),
121
MATTOSO - Ricos-homens, p. 206-207.
122
Cf., por tudo, IDEM - As três faces.
12
•‫ י‬PEREIRA - A conquista; ROSA - O corpo, p. 109-110, para os motivos folclóricos presentes no texto.
124
BRANCO - A conquista.
125
ROSA - O corpo.
126
LOPES - Franciscanos; MATTOSO - O enquadramento; MOREIRA - Implantação; BAQUERO -
O poder; MARQUES - O s franciscanos; GOMES - O mosteiro, p. 6.
127
MATTOSO - O enquadramento, p. 339.
128
ARIÉS - L'homme, p. 187-197.
129
CHIFFOLEAU - Pour une écnomie; VINCENT - Y a-t-il une mathématique; VOGEL - D e u x
conséquences.
130
BARBERO - Un santo, cap. 6.
131
Cf. FRUGONI - Francesco, p. 321 ss.
132
ROSA - Dos mendicantes.
133
ROSA - D.Jaime, duque de Bragança.
134
Cf., por tudo, as investigações mais recentes sobre os diversos mosteiros: para Sancha e
Celas: MORUJÃO - Um mosteiro; Teresa e Lorvão: BORGES - Arte e, para o século xrv, SANTOS -
O domínio; para Arouca e Mafalda: COELHO - O mosteiro de Arouca.
135
BOUTON - Les Abesses, p. 192-194.
136
COCHERIL - Les infantes, p. 46.
137
BORGES - Arte, p . 172-173.
138
C O E L H O ; M A R T I N S - O monaquismo, p. 491-492.
139
COELHO - O mosteiro de Arouca, p. 23-31.
140
BORGES - Arte, p. 171, p. 175.
141
MORUJÃO - Um mosteiro, p. 29-30.
142
MATTOSO - O ideal, p. 319-320.
143
Cf. BRÁSIO - O infante, p. 188-189.
144
BORGES - Arte, p . 169-170.
145
MORUJÃO - Um mosteiro, p. 18.
46
' ALMEIDA - História, vol. 1, p. 139.
147
COELHO - O mosteiro, p. 31.
148
BRÁSIO - O infante, p. 232-237.
149
NASCIMENTO - Lenda.
150
Cf., por todos, THOMAZ - Descobrimentos, p. 106-107.
151
TRATADO, p. 30.
152
TRATADO, p . 3 0 - 5 2 ; BRÁSIO - O i n f a n t e , p . 1 6 9 - 1 7 2 ; PESSOA - A c o z e d u r a .
153
TRATADO, p . 7 9 ; M A R T I N S - O mosteiro, 1, p . 3 9 5 - 3 9 6 ; BORGES - Arte, p . 2 2 2 - 2 2 3 .
154
KRUS - Celeiro. r P Í
155
ROSA - Dos mendicantes; AUREL - Messianisme.
156
BRÁSIO - O i n f a n t e , p . 188-189 e 2 3 2 - 2 3 7 .
157
Dix MILLE, p . 4 8 7 .
158
BRÁSIO - O i n f a n t e , p . 181-182 e 2 0 1 - 2 0 2 .
,59
C O E L H O - O mosteiro de Arouca, p. 32-37 e 60-62.
160
Estes objectos, de valor altíssimo, destinavam-se a evitar a peste. COELHO - O mosteiro de
Arouca, p. 34; muito mais tarde, no final do século xv, a «santa duquesa» Constança de N o r o n h a
opera, c o m u m p o m o , destas estranhas curas, sob o patrocínio dos franciscanos de Guimarães:
ROSA - Dos mendicantes.
161
Dix MILLE, p. 94; JANIN - Blaise; COELHO - O mosteiro de Arouca, p. 36.
162
Glossário em GOELHO - O mosteiro de Arouca, p. 84.
163
Sobre a importância dos livros de horas na religiosidade feminina da época, PAPI - Devozioni.
164
Cf., por todos, BYNUM - Jesus; IDEM - «... And woman».
165
ROISIN - L'efflorescense; IDEM - L'hagiographie.
166
TAVARES - Pobreza, p. 127.
"7‫ י‬TAVARES - Pobreza, p. 129; enquadramentos globais em: LOBRICHON - La religion, p. 104-107;
VINCENT - La p l a c e ; SWANSON - Religion, p . 206-215; VAUCHEZ - A espiritualidade, p . 156-167.
168
SÁ — Quando, p. 34-40.
169
FLYNN - Sacred.
170
Sobre o tratamento e formas de difusão destas ideias pela Igreja medieval, é fundamental a
abordagem de BYNUM - The resurrection.
171
Enquadramento histórico-antropológico inovador em: CAMPOREALE - La morte; COHN Jr.
- Death; LITTLE - Religious; La Conversion; PANARELLI - II corpo; ROSENTHAL - The purchase; sobre
o papel das fundações na devoção da burguesia urbana: entre outros, THOMSON - Piety; SAUNIER
- Pour un; DOBSON - Citizens; DINN - Death.
172
Alguns dados em SILVA - Contribuição; CONDE - U m a estratégia; ROSA - Pero Afonso,
P• 33-39•
173
MATTOSO - História, vol. 3, p. 211, n. 97.
174
NOGUEIRA - O testamento; VENTURA - A nobreza, vol. 2, p. 585-594.

508
A R E L I G I Ã O NO S É C U L O : V I V Ê N C I A S E D E V O Ç Õ E S D O S LEIGOS

175
M o n ç ã o , S a n t a r é m , A b r a n t e s , L i s b o a , S i n t r a , M o n t e m o r - o - N o v o , É v o r a , E l v a s e B e j a ; cf.
s o b r e esta f o r m a d e enriquecimento d o C h a n c e l e r , MATTOSO - Identificação, v o l . 1, - 441.
176
Lista c o m p l e t a d e b e n s e m VENTURA - A n o b r e z a , v o l . 2, p . 587-590.
177
C o m o v i m o s n o c a p . 1, r e l a t i v a m e n t e a o s c o n d e s p o r t u c a l e n s e s ; p a r a o c h a n c e l e r , MATTO-
s o - Identificação, v o l . 1, p . 232; v o l . 2, p . 41, 54, 109.
178
P a r a estes ú l t i m o s TAVARES - Pobreza, p . 9 0 , 129.
179
CIPOLLONE - II P o r t o g a l l o , p . 597 ss.
180
L o c a l o n d e se s i t u a v a m as m e l h o r e s e m a i s caras casas d a c i d a d e : ROSA - Pero Afonso, p . 32.
181
S í n t e s e a p a r t i r d e COSTA - H o s p i t a i s , p . 2 7 7 - 2 7 8 e TAVARES - Pobreza, p . 95, 129.
182
S o b r e e l e : HERCULANO - T ú m u l o ; NOGUEIRA - Esparsos, p . 85-88; CASTILHO - Lisboa,
v o l . 5, p . 28 e v o l . 6 , p . 104-120; TÁVORA - A h e r á l d i c a ; TAVARES - Pobreza, p . 95, p . 130; c o m
p r e c a u ç õ e s : LIMA - B a r t o l o m e u .
183
T e s t a m e n t o , e d . e m TÁVORA - A h e r á l d i c a , p . 54.
184
ROSA — O e s t a d o m a n u e l i n o .
185
CARDOSO - Testamento, p . 41.
186
CARDOSO - Testamento, p. 46.
187
CARDOSO - Testamento, p . 48.
188
S o b r e estas d e v o ç õ e s , cf. ROSA - O morgadio, p . 129-130; DUFFY - The stripping, p . 238-256;
GONZÁLEZ NOVALIN - Misas; BOSSY - C h r i s t i a n ; s o b r e o s d i v e r s o s n ú m e r o s u t i l i z a d o s , CABROL -
Nombres.
189
VILAR - R i t u a i s , p . 170; ROSA - O morgadio, p . 104.
190
A l g u n s m e m b r o s c h e g a r ã o a e n t e r r a r - s e n a s u a c a p e l a , c o m o ela a u g u r a : CASTILHO - Lis-
boa, v o l . 5, p . 128; s o b r e o c e n á r i o « m e r c a n t i l e b u r g u ê s » d a f u n d a ç ã o d e B . J o a n e s , cf. t a m b é m
TÁVORA - A h e r á l d i c a , p . 8, p . 57.
191
S í n t e s e s o b r e a e v o l u ç ã o d e s t a i m p o r t a n t e d e v o ç ã o e m ZIMMERMAN - Apôtres.
192
CATTANEO - L a v a n d a ; LECLERQ - L a v e m e n t , cols. 2 0 0 4 - 2 0 1 0 ; e d . NUNES - Vida e milagres,
p . 42; SANTOS - O mosteiro, p . 4 0 .
193
CARDOSO - Testamento, p. 45-49.
194
ROSA - O morgadio, p . 131-132; cf. infra, p . 4 9 1 - 4 9 2 .
195
CARDOSO - Testamento, p . 4 9 ; s o b r e esta c a t e g o r i a d e p o b r e s : TAVARES - A pobreza,
p. 44-60.
196
ROSA - Pero Afonso, p . 101.
197
CARDOSO - Testamento, p . 4 8 - 4 9 .
198
C f . a l é m deste, o caso a seguir e s t u d a d o d e M a r i a Esteves e, e n t r e o u t r o s , j á n o século x v ,
M a r i a A f o n s o e m L i s b o a , C o n s t a n ç a R o d r i g u e s n o F u n c h a l (COSTA - H o s p i t a i s , p . 265, p . 285).
199
S o b r e e l e cf., p o r ú l t i m o , VENTURA - J o ã o ; IDEM - A nobreza, v o l . 2, p . 565-572.
200
S o b r e i s t o , cf. FREIRE - N o t í c i a h i s t ó r i c a , LVII-LIX; MENDEIROS - O s a n t o ; ESPANCA -
A c o m e n d a ; SOUSA - V e n c e r ; IDEM - O s a n g u e .
201
P a r a e s t e , TAVARES - N ó t u l a s , p . 392-393 e p . 396; e d . d o t e s t a m e n t o e m FREIRE - N o t í c i a
h i s t ó r i c a , p . 177-180.
202
TAVARES - N ó t u l a s , p . 380.
203
S í n t e s e a p a r t i r d e TAVARES - N ó t u l a s ; IDEM - Pobreza, p . 4 7 , 9 5 - 9 6 , 132, 141.
204
C f . ROSA - Pero Afonso, p . 30-31; e , e m e s p e c i a l , GOMES - A corte, p . 134-142; c a r r e i r a s d e
P e d r o e G i l d a s Leis: HOMEM - O desembargo, p . 308, p . 375-376.
205
ROSA - Da paróquia; s o b r e i m p o r t â n c i a p e r e n e d a c i r c u n s c r i ç ã o p a r o q u i a l , v e r - L ' e n c a -
d r e m e n t , i - i v ; BASSET - Death; BURGESS - A fond thing; W R I G H T - F o r t h e i n c r e a s e .
206
P . 738 d a e d . d o t e s t a m e n t o e m PEREIRA - A s o b r a s , p . 738-754.
207
CARDOSO - Testamento, p. 742-747.
208
P a r a t u d o , COSTA - H o s p i t a i s , p . 2 6 4 - 2 6 5 .
209
PEREIRA - A s o b r a s , p . 723.
210
P o n t o da situação e s i n o p s e b i b l i o - d o c u m e n t a l e m SOUSA; MONTEIRO - N o t a s ; c o m p l e m e n t a r
c o m o i m p o r t a n t e e s t u d o aí n ã o r e f e r i d o d e LOPES - F u n d a ç ã o , e os t r a b a l h o s p o s t e r i o r e s d e MAR-
TINS - O mosteiro, vol. 1, p . 4 4 5 - 4 6 0 e MOREIRA - Breve; biografias familiares t a m b é m e m VENTURA -
A nobreza, v o l . 2, p . 654-657; s o b r e os cavaleiros d e C o i m b r a e S a n t a C r u z , cf. supra, p . 4 4 4 ss.
211
VENTURA - A nobreza, v o l . 2, p . 633-638.
212
MARTINS - O mosteiro, v o l . 1, p . 453-454; LOPES - F u n d a ç ã o , p . 189.
213
MARTINS - O mosteiro, p . 457-452.
214
LOPES - Fundação, p . 186.
215
LOPES - Fundação, p . 174, 185; 173.
216
MICHAUD - L i a i s o n s ; VAUCHEZ - L ' a c c e s s i o n , p . 8 6 2 - 8 6 9 ; IDEM - S a i n t e C l a i r e .
217
ROSA - Dos mendicantes.
218
MATTOSO - O e n q u a d r a m e n t o , p . 344; MARQUES - O s f r a n c i s c a n o s , p . 158-161; M A R -
QUES - E v o l u ç ã o , p . 9 6 - 9 7 ; e n q u a d r a m e n t o i n t e r n a c i o n a l : BARONE - S o c i e t à , p . 85.
219
MARTINS - O c i c l o , p . 154-155; ROSA - A f u n d a ç ã o .
220
NUNES - Vida, p . 48; NUNOZ FERNANDEZ - Mujer, p . 53.
221
E d . e m VASCONCELOS - Evolução, v o l . 2, p . 3-18.
222
GONÇALVES - O tesouro, p . 9-13.
223
ROSA - O morgadio, p . 113-115, 194; CORBET - L ' a u t e l ; MARTINDALE - P a t r o n s ; GASTON -
Liturgy.
224
GONÇALVES - O tesouro, p . 18-19.
225
VAN OS - The art; SILVA - A I g r e j a .
226
GONÇALVES - O tesouro, p . 16-17.
227
GONÇALVES - O tesouro, p . 24-25.
228
D o e . p u b l i c a d a e j á a n a l i s a d a s o b v á r i o s â n g u l o s , n o m e a d a m e n t e as i d e n t i f i c a ç õ e s de
o b r a s , q u e s e g u i m o s n a g e n e r a l i d a d e , e m COELHO/VENTURA - V a t a ç a ; IDEM - O s b e n s .

509
VIVENDO A PALAVRA DE DEUS

229
FROLOW - La relique; IDEM - Les reliquaires.
230
S o b r e estas o b r a s e b i b . das e d . , CEPEDA - Bibliografia, p . 51-58.
231
NUNES - Vidas.
232
E s t u d o s p r i n c i p a i s : VASCONCELOS - A evolução; M U N O Z FERNANDEZ - Mujer, IDEM - Santa
I s a b e l ; FOLZ - Les saintes; MACHADO - « L i v r o » .
233
VAUCHEZ - Réligion, p . 19-56; IDEM - I n f l u e n c e s .
234
BARBERO - Un santo, p . 285.
235
VAUCHEZ - Les laics, p . 212.
236
VAUCHEZ - Les laics, p . 2 0 3 - 2 0 9 .
237
Q u a d r o g e n e a l . e m KILANICZAY - The uses, p . 1 0 0 ; CARVALHO - C o n q u i s t a r , p . 7 1 - 7 2 .
238
N U N E S - Vida, p . 52.
239
N U N E S - Vida, p . 18-19; FOLZ - Les saintes, p . 147-149.
240
N U N E S - Vida, p . 41; M U N O Z FERNANDEZ - S a n t a I s a b e l , p . 1132-1136.
241
M U N O Z FERNANDEZ - S a n t a I s a b e l , p . 1142-1143.
242
P o n t o s d a s i t u a ç ã o e m CORBET - Les saints; LAUWERS - S a i n t e t é ; KLANICZAY - S a i n t e t é
243
N U N E S - Vida, p . 2 0 , 6 4 - 6 6 .
244
N U N E S - Vida, p . 2 6 - 2 8 .
245
VASCONCELOS - Evolução, v o l . 1, p . 2 7 3 - 2 7 4 .
24
'‫ י‬B i o g r a f a d o p a r a o s d o i s c a s o s , FONSECA - A m o r t e , p . 524.
247
ROSA - A s f e r i d a s , p . 121; IDEM - A a b e r t u r a .
248
P a r a a l é m das m o n o g r a f i a s , d e c a r á c t e r l o c a l e r a r a m e n t e p r o b l e m a t i z a n t e s , d e s t a c a m - s e a p e n a s
SILVA - C o n t r i b u i ç ã o ; BEIRANTE - C a p e l a s ; IDEM - A s « h e r a n ç a s d a s almas»; SOUSA - L e g a d o s .
249
E n t r e o s m a i s i m p o r t a n t e s : ROSENTHAL - The purchase; BURGESS - Stategies; IDEM - For the
increase; KREIDER - English; W O O D LEICH - Perpetuai; DOBSON - C i t i z e n s ; C U H N - The cult;
RICHARDS - C h a p e i s ; YARZA-LUACES - La c a p i l l a ; PARAVY - Dela chrétienne; PRO R U I Z - L a s c a -
p e l l a n í a s ; EHLINGER - T h e l i t u r g i c a l ; SANCHÉZ SAUS - A s p e c t o s ; FINCH - A c c o r d i n g ; MARTINDA-
LE - P a t r o n s ; STAUB - E u c h a r i s t i e .
250
MERTES - T h e h o u s e h o l d ; KLAPISH-ZUBER - La maison; H U G H E S - F a m i l i a l ; SWAIN -
Faith; WEBB - W o m a n .
251
S o b r e i s t o c f . s í n t e s e e m ROSA - O morgadio, p . 102-131.
252
IDEM, p . 114.
253
IDEM, p . 113-144.
254
IDEM, p . 112.
255
IDEM, p . 117.
256
IDEM, p . 118.
257
IDEM, p . 119-144.
258
IDEM, p . 120.
259
IDEM, p . 121.
2611
P a r a o e s t u d o d e c a s o q u e se s e g u e , cf. IDEM, p . 122-124.
261
IDEM, p . 124-131.
262
D u système, p. 449.
263
MOREIRA - O Franciscanismo, p . 2 0 - 2 2 ; ALMEIDA - História, v o l . 1, p . 331-333; CARVALHO -
«Nobres»; IDEM - A I g r e j a .
264
MENDONÇA - F r a n c i s c a n i s m o ; MARQUES - F r a n c i s c a n o ; a t e n d ê n c i a e r a a m e s m a n o u t r o s
r e i n o s e u r o p e u s : CASTRO - C o n f e s o r e s ; LOPES - C o n f e s o r e s ; LA SELLE - Le service des âmes; M I -
N o i s - Le confesseur.
265
ROSA - A f u n d a ç ã o ; s o b r e o p a p e l d e D . L e o n o r n a r e f o r m a d a s C l a r i s s a s , c f . a i n d a SOUSA
- A r a i n h a D . L e o n o r ; IDEM - A r a i n h a D . L e o n o r e a i n t r o d u ç ã o .
266
P a u l o d e P o r t a l e g r e , s o b r i n h o d o p r i m e i r o ; c f . s o b r e e l e SOBRAL - U m a u t o r ; ROSA -
O d u q u e D . J a i m e ; s o b r e o s e u t i o : SANTA MARIA - O Ceo, v o l . 2, p . 715-736.
2 7
' ‫ י‬ROSA - O d u q u e D . J a i m e ; s o b r e a e x p a n s ã o d a o r d e m : SANTOS - Os Jerónimos; e especial-
m e n t e CARVALHO - N a s o r i g e n s .
268
ROSA - O d u q u e D . J a i m e ; s o b r e a t e r r a d e O s s a : MATTOSO - M e n d o ; IDEM - E r m i t i ;
MARTINS - D e c o m o ; BEIRANTE - E r e m i t é r i o s .
269
ROSA - O d u q u e D . J a i m e .
270
MUIRAS ANDRADES - Formas; IDEM - BEATAS; SANCHEZ HERRERO - B e g u i n a s ; BOTINA
MONTEIRO - L a s b e g u i n a s ; GRANA C I D - U n a t e n t a t i v a ; M u f i o z FERNANDEZ - Beatas.
271
S o b r e e s t e c a s o c f . ROSA - O morgadio, p . 148-161.
272
S o b r e e s t e c a s o c f . ROSA - Dos mendicantes.
273
SANTOS - O mosteiro, v o l . 2 / 2 ; c f . MARTINS - P r o s a , p . 2 9 5 - 2 9 8 ; BRANCO - Vida da Infanta,
p . 1 7 6 - 1 7 7 ; BRANCO - Crónica, p . 6 6 0 - 6 6 1 .
274
VAUCHEZ - Les laics, p . 2 4 5 - 2 4 9 , 2 6 5 - 2 7 5 .
275
Memorial, i n SANTOS, v o l . 2 / 2 , p . 2 6 4 .
276
IDEM, p . 2 4 4 , 2 6 9 , 2 7 6 , 2 8 6 .
277
IDEM, p . 275, 2 8 0 , 2 8 6 - 2 8 7 .
278
IDEM, p . 2 4 4 .
279
IDEM, p . 295.
280
IDEM, p . 259, 2 6 8 , 271, 2 8 4 , 255-256.
281
IDEM, p . 2 6 4 .
282
IDEM, p . 2 7 7 , 2 8 4 - 2 8 5 , 2 8 0 .
283
S o b r e e s t e c a s o , c f . i n v e s t i g a ç ã o e m c u r s o d e ROSA - La religiosité.
284
BRAGA - Poetas, p . 312-313.
285
Cancioneiro Cerai, e d . ROCHA, v o l . 4 , p . 1 4 0 - 1 4 9 .
286
ROSA - O duque D.Jaime.
287
ROSA - O duque D.Jaime, p. 327-328.

5IO
BIBLIOGRAFIA

SIGLAS:

B A C - Biblioteca de Autores Cristianos


CCL - Corpus Cristianorum. Series Latina.
CSEL - Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum.
I A C - Instituto d e Alta C u l t u r a
I N I C — Instituto Nacional de Investigação Científica
MGH AA — Monumenta Germaniae Histórica. Auctores Antiquissimi.
MGHLeg — Monumenta Germaniae Histórica. Leges.
PG - Patrologiae Cursus Completus. Series Graeca.
PL - Patrologiae Cursus Completus. Series Latina.
PLS - Patrologiae Cursus Completus. Series Latina. Supplementum.
PMH - Portugaliae Monumenta Histórica.

FONTES IMPRESSAS:

A D TRASIMUNDUM r e g e m v a n d a l o r u m . I n PL. 6 5 , 1892, c o l . 2 2 3 - 3 0 4 .


A F O N S O X - Primeyra Partida. E d i t i o n e t é t u d e . P u b l i c a ç ã o d e J o s é d e A z e v e d o F e r r e i r a . B r a -
ga: I N I C , 1980.
— Foro Real. E d i ç ã o e e s t u d o l i n g u í s t i c o d e J o s é d e A z e v e d o F e r r e i r a . L i s b o a : I N I C , 1 9 8 6 .
A G O S T I N H O DE H I P O N A - E p i s t u l a 3 6 . I n CSEL . 34:1, 1895, p . 3 1 - 6 2 .
AJBAR Machmua (Colección de tradiciones): Crónica anónima dei siglo xi. D a d a a l u z p o r 1." v e z ,
t r a d u c i d a y a n o t a d a , e d . e t r a d . p o r L a f u e n t e y A l c a n t a r a . M a d r i d , 1868.
ALDHELMUS — P o e m a d e A r i s B e a t a e M a r i a e e t d u o d e c i m a p o s t o l i s d e d i c a t i s . I n PL. 89,
[s.d.], c o l . 291-293.
A L - M A Q Q A R I — Ahbâr Majmu'a. T r a d u ç ã o d e E m í l i o d e L a f u e n t e y A l c â n t a r a . M a d r i d , 1984.
— Apêndice II de Ahbâr Majimi'a. T r a d u ç ã o d e E m í l i o d e L a f u e n t e y A l c â n t a r a . M a d r i d , 1984.
ÁLVARES, J o ã o , f r . - Obras. C a r t a s e t r a d u ç õ e s d e A d e l i n o d e A l m e i d a C a l a d o . C o i m b r a :
U n i v . , 1959, v o l . 2.
ANNALES D . A l f o n s i P o r t u g a l l e n s i u m R é g i s . E d . M ó n i c a B l o c k e r - W a l t e r - Alfons I. von Por-
tugal. S t u d i e n z u G e s c h i t e u n s S a g e d e s B e g r u n d e r s d e r p o r t u g i e s i s c h e n U n a n b a n g i g k e i t . Z u r i -
q u e : Fretz u n d W a s m u t h , 1966.
ANNALES l a u r b a n e n s e s . I n PMH: Scriptores. L i s b o a , 1956.
ANNALES p o r t u c a l e n s e s v e t e r e s . I n DAVID, P i e r r e , e d . - Études historiques sur la Galice et le Por-
tugal du vf au xif siècle. P a r i s ; L i s b o a , 1 9 4 7 , p . 291-312.
A N T Ó N I O DE LISBOA, S. — Obras completas: sermões dominicais e festivos. Intr., trad. e notas de
H e n r i q u e P i n t o R e m a . P o r t o : Lello & I r m ã o , 1987. 2 v o l .
A P R Í N G I O DE BEJA, ver VEGA, A . C . , e d .
ARRAIS, A m a d o r , f r . - Diálogos. C o i m b r a : A n t o n i o d e M a r i s , 1589.
ATANÁSIO - E p i s t u l a a d D r a c o n t i u m . 4 . I n PG. 25, [ s . d . ] , c o l . 523-534.
— E p i s t u l a a d E p i c t e t u m . I n PG. 2 6 , [ s . d . ] , c o l . 1 0 5 0 - 1 0 7 0 .
AZEVEDO, P e d r o d e — B e n z e d o r e s e f e i t i c e i r o s d o t e m p o d e D . M a n u e l . Revista Lusitana.
3 (1894-1895) 3 2 9 - 3 4 7 .
— S u p e r s t i ç õ e s p o r t u g u e s a s n o s é c u l o x v . Revista Lusitana. 4 (1895-1896) 197-215.
BEATO DE LIÉBANA - OBRAS completas. E d . b i l i n g u e p r e p a r a d a p o r J o a q u i n E c h e g a r a y ; A l b e r t o
d e i C a m p o ; L e s l i e G . F r e e m a n . M a d r i d : B A C , 1995.
BEDA - M a r t y r o l o g i u m . I n Q U E N T I N , H . , e d . - Acta Sanctorum. B r u x e l l e s , 1 9 4 0 , v o l . 2.
B E N T O DE NÚRSIA, S. - Regra de S. Bento. S a n t o T i r s o : M o s t e i r o d e S i n g e v e r g a , 1992.
BULÃRIO Português: Inocêncio III (1198-1216). Publ. d e A v e l i n o de Jesus da Costa; Maria Alegria
F. M a r q u e s . C o i m b r a : I N I C , 1989.
CABIDO da Sé: Sumários de Lousada: Apontamentos dos Brandões: Livro dos Bens Próprios dos Reis
e Rainhas. L i s b o a : C â m a r a M u n i c i p a l , 1954.
CANIVEZ, J o s e p h - M a r i e - Statuta Capitolorum Generalium Ordinis Cisterciensis ab Anno 1116 ad
Annum 1786. [S.I.: s . n . ] , 1935, v o l . 3.
CANTIGAS d'escarnho e mal dizer. E d i ç ã o d e M . R o d r i g u e s L a p a . [S.l.]: E d . G a l a x i c a , 1965,
p. 203-205.
C A R D O S O , M á r i o - Testamento de Mumadona. G u i m a r ã e s : S o c i e d a d e M a r t i n s S a r m e n t o , 1975.
CARTULAIRE (Le) Baio-Ferrado du Monastère de Grijó (xf-xnf siècles). I n t . e n o t a s d e R o b e r t
D u r a n d . P a r i s : F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n ; C e n t r o C u l t u r a l P o r t u g u ê s , 1971.
CELANOVA, O r d o n o d e - Vida y Milagros de San Rosendo. Ed. de M . C . Díaz y Díaz; M . V.
P a r d o G ó m e z ; D . Vilarino Pintos; J o s é C a r r o O t e r o . La C o r u í i a : F u n d . Barrie, 1990.
CENSUAL do cabido da Sé do Porto. E d i ç ã o d e J o ã o G r a v e . P o r t o , 1 9 2 4 .
CHANCELARIA d e D . A f o n s o V , l i v . v , fl. 6 v . I n Arquivo Histórico Português. V o l . 3, p . 4 3 0 .
CHARTULARIUM Universitatis Portugalensis. D i r . A. M o r e i r a d e Sá. Lisboa: I A C ; I N I C , 1966-
-1983. 9 v o l .

5 "
BIBLIOGRAFIA

C H R O N I C A A l b e l d e n s e . Boletim de la Academia de la História. Ed. de G ó m e z - M o r e n o . Madrid.


78 (1952).
C H R O N I C A A l b e l d e n s e . E d . d e G ó m e z M o r e n o . I n LAS PRIMERAS CRÓNICAS DE LA RECON-
QUISTA. M a d r i d : B A C , 1952.
C I P R I A N O DE CARTAGO - E p i s t u l a 6 7 . I n C C L . 3 C , 1 9 9 6 , p . 4 4 6 - 4 6 2 .
C I R I L O DE ALEXANDRIA - C a t e c h e s e s 17. I n P G . 33, [ s . d . ] , c o l . 9 6 5 - 1 0 1 4 .
CODERA, F . - Biblioteca Arabico-Hispana. M a d r i d , 1883-1895, v o l . 3.
C O N C I L I U M A r e l a t e n s e . I n C C L . 148, 1 9 6 3 , p . 3 - 2 4 .
C O N C I L I U M C o n s t a n t i n o p o l i t a n u m I . I n ALBERIGO, J . [ e t . a l . ] , e d . - Conciliorum oecumenico-
rum, decreta. B o l o g n a , 1973, p . 21-35.
C O N C I L I U M N i c a e n u m I. I n ALBERIGO, J . [ e t . a l . ] , e d . — Conciliorum cecumenicorum, decreta.
B o l o g n a , 1973, p . 1-19.
CONQUISTA de Lisboa aos mouros em 1147. Carta de um cruzado inglês. L i s b o a : L i v r o s H o r i z o n t e ,
1989.
CONSTITUIÇÕES d o a r c e b i s p a d o d e L i s b o a , d e c r e t a d a s p o r D . J o ã o E s t e v e s d e A z a m b u j a
( 1 4 0 2 - 1 4 1 4 ) . Revista Archeologica. 1 (1887).
C O N T I N U A T I O B y z a n t í n a - A r a b i c a [ d e 7 4 1 ] . I n CORPUS Scriptorum Muzarabicorum.
CORPUS Scriptorum Muzarabicorum. E d . J u a n G i l . M a d r i d : I n s t i t u t o A n t o n i o N e b r i j a , 1973.
CORTES portuguesas: Reinado de D. Afonso IV (7525-1357). L i s b o a : I N I C , 1 9 8 2 .
CORTES portuguesas: Reinado de D. Fernando I (1367-138}). Lisboa: I N I C , 1990.
CORTES portuguesas: Reinado de D. Pedro I (1357-1367). L i s b o a : I N I C , 1986.
COSTA, A n t ó n i o D o m i n g u e s d e S o u s a - L i b e r d i s p e n s a t i o n u m . S u m u l a s u p e r d e c i m i s e c c l e -
s i a s t i c i s . R e d a c ç õ e s d o c a n o n i s t a J o ã o d e D e u s . Revista Portuguesa de História. 13 (1971) 2 6 9 - 2 9 7 .
COSTUMES e f o r o s d a G u a r d a . I n PMH: Leges.
CRÓNICA de Cinco Reis de Portugal. E d . d e A r t u r M a g a l h ã e s d e B a s t o . P o r t o , 1945.
CRÓNICA dei Moro Rasi. Ed. D i o g o Catalan e Maria Soledad de Andres. Madrid: ed. Gredos,
1975•
CRÓNICA dos Frades Menores (1209-1285). E d . d e J . J o a q u i m N u n e s . C o i m b r a , 1918, v o l . 2 .
CRÓNICA dos Sete Primeiros Reis de Portugal. E d . C a r l o s da Silva T a r o u c a . L i s b o a : A c a d e m i a
P o r t u g u e s a d e H i s t ó r i a , 1952-1954, v o l . 1.
CRÓNICA Geral de Espanha de 1344. E d . L . F . L i n d l e y C i n t r a . L i s b o a : I N C M , 1951-1954. 2 v o l .
CRÓNICA Mozárabe de 754. E d . J o s é E d u a r d o L ó p e z P e r e i r a . S a r a g o ç a , 1 9 8 0 .
CRÓNICAS Asturianas. E d . J . G i l F e r n a n d e z ; J . L . M o r a l e j o ; J . I. R u i z d e L a P e n a . O v i e d o ,
1985, p . 2 2 8 - 2 3 9 .
DAMÁSIO, M a n u e l d e S. C a e t a n o , f r . - Thebaida Portuguesa: compêndio histórico da Congregação
dos Monges Pobres de Jesus Cristo da Serra de Ossa chamada depois de S. Paulo I Eremita em Portugal.
L i s b o a , 1793.
D E EXPUGNATIONE S c a l a b i s . T r a d . A l b i n o d e F a r i a . I n BRANDÃO, A n t ó n i o , f r . - Crónica de
D. Afonso Henriques. E d . A . M a g a l h ã e s d e B a s t o . P o r t o : L i v r . C i v i l i z a ç ã o E d . , 1945, p . 341-345.
D Í A Z Y D Í A Z , M a n u e l C . - Códices Visigóticos eu la Monarquia Leonesa. L e ó n : C e n t r o d e E s t u -
d i o s « S a n I s i d o r o » , 1993.
— Index scriptomm latinorum medii aevii hispanorum. M a d r i d , 1959.
DOCUMENTOS da chancelaria de D. Sancho I. E d . d e R u i d e A z e v e d o ; A v e l i n o d e J e s u s d a C o s -
ta; M a r c e l i n o P e r e i r a . C o i m b r a : U n i v . d e C o i m b r a , 1979.
DOCUMENTOS históricos da cidade de Évora. E d . d e G a b r i e l P e r e i r a . É v o r a , 1885-1891. 3 v o l .
DOCUMENTOS medievais portugueses: documentos régios. E d . d e R u i d e A z e v e d o . L i s b o a : A c a d e -
m i a P o r t u g u e s a d e H i s t ó r i a , 1958-1961, v o l . 1.
DOCUMENTOS referentes a las relaciones con Portugal durante el reinado de los Reyes Catolicos. Ed. de
A n t o n i o d e la T o r r e ; L u i s S u a r e z F e r n a n d e z . V a l l a d o l i d , 1958, v o l . 2.
D U A R T E , D o m - Leal Conselheiro. P a r i s , 1842; E d . d e J o s e p h P i e i . L i s b o a : B e r t r a n d , 1 9 4 2 .
ELEMENTOS para a história do município de Lisboa. E d i ç ã o d e E d u a r d o F r e i r e d e O l i v e i r a . 2' e d .
L i s b o a , 1932, v o l . 1/1.
E R D M A N N , C a r l - Papsturkunden in Portugal. B e r l i n , 1927; B e r l i n , 1940.
ESPERANÇA, M a n u e l d a , f r . — História Seraphica da ordem dos frades menores de S. Francisco na
provinda de Portugal. L i s b o a , 1656, v o l . 1.
ESTRABÃO - G e o g r a p h i a . I n GARCÍA Y BELLIDO, A . , e d . - Espana y los espatioles hace dos mil
anos según la «Geografia» de Strabon. M a d r i d , 1978.
EULÓGIO DE C Ó R D O B A - M e m o r i a l e S a n c t o r u m , n . ° 21. I n CORPUS Scriptorum Muzarabicorum.
EUSÉBIO DE CESAREIA - Historia ecclesiastica. E d . G . B a r d y . M a d r i d , 1958.
FAUSTINO E MARCELINO - D e c o n f e s s i o n e u e r a e fide e t o s t e n t a t i o n e s a c r a e c o m m u n i o n i s ( L i -
b e l l u s p r e c u m ) . I n CCL. 6 9 , 1 9 6 7 , p . 361-391.
FEBÁDIO DE A G E N - L i b e r c o n t r a a r i a n o s . I n PL. 2 0 , 1845, c o l . 13-30.
FONTAINE, J . , e d . , ver VIE de saint Martin.
FONTES Franciscanas. Braga: E d . Franciscana, 1994-1996. 2 vol.
FORAES de Vila Viçosa. C o o r d . e n o t a s d e M a n u e l I n á c i o P e s t a n a . V i l a V i ç o s a : C â m a r a M u n i -
cipal, 1993.
FOROS d a G u a r d a . I n LIVROS inéditos de História Portugueza. L i s b o a : I m p r e n s a N a c i o n a l , 1925,
v o l . 5.
FOROS d e B e j a . I n LIVROS inéditos de História Portugueza. L i s b o a : I m p r e n s a N a c i o n a l , 1925, v o l . 5.
FOROS d e S a n t a r é m . I n LIVROS inéditos de História Portugueza. Lisboa: I m p r e n s a N a c i o n a l ,
1925, v o l . 4 .
FREIRE, J o s é G e r a l d e s - Commonitiones Sanctorum Patrum. C o i m b r a , 1974.
— A versão latina por Pascásio de Dume dos «Apophthegmata Patnm». C o i m b r a , 1971.
FRUTUOSO DE BRAGA - R e g u l a . I n CAMPOS, J . ; ROCA, I., e d . - Santos Padres Espatioles. Ma-
d r i d , 1971, v o l . 2, p . 1 2 9 - 1 6 2 .

512
BIBLIOGRAFIA

GAIFFIER, B. de, ed. - Le Breviarum apostolorum. Analecta Bollandiana. 81 (1963) 89-116.


GAVETAS (AS) da Torre do Tombo. Lisboa: Centro de Estudos Ultramarinos, 1960-1975. 11 vol.
GÓIS, Damião de - Chronica do Felicíssimo Rei D. Emanuel. Coimbra; Lisboa: Francisco C o r -
rea, 1 5 6 6 .
HILÁRIO DE POITIERS - Collectanea antiariana parisina. In CSEL. 65, 1916, p. 155-156.
— Liber de Synodis. In PL. 10, 1845, col. 479-546.
HOBNER, A., ed. - Inscriptiones Hispatiiae Christianae. Berlin, 1871.
— Inscriptiones Hispaniae Christianarum Supplementum. Berlin, 1900.
IDÁCIO - Chronicon. 111 TRANOY, A., ed. - Hidace: «Chronique», introduction, texte critique. Pa-
ris, 1 9 7 4 .
INDICULUM Fundationis Monasterii S. Vincentii I. Trad. Albino de Faria. In BRANDÃO, A n -
tónio, fr. - Crónica de D. Afonso Henriques. Ed. A. Magalhães Basto. Porto: Livr. Civilização Ed.,
1945. P• 346-351•
INVENTÁRIO de compras do Real Mosteiro de S. Vicente de Fora (cartulário do séc. XIII).
Publ. de Maria Teresa Barbosa Acabado. Arquivo de Bibliografia Portuguesa. Coimbra. 14 (1969).
Separata.
INVENTÁRIO dos Códices Alcobacenses. Lisboa: BNL, 1978, vol. 6.
IRENEU - Aduersus haereses. 1. In PC. 7, [s.d.], col. 550-660.
ISIDORO DE SEVILHA - D e ecclesiasticis officiis. In PL. 83, col. 737-826.
— De Viris Ulustribus. Ed. C. C o d o n e r Merino. Salamanca, 1964.
— Etimologias. Ed. J. O r o z Reta; M . A. Marcos Casquero. Madrid: B A C , 1993.
JERÓNIMO - C o m m e n t a r i o r u m in Isaiam Prophetam, 2. In PL. 24, 1845, col. 57-92.
— Epistula 75. In CSEL. 55/2, 1912, p. 32-33.
JESUS MARIA JOSÉ, Pedro, fr. - Chronica da santa e real provinda da Imaculada Conceição e Portu-
gal, da mais estreita observância do serafim chagado S. Francisco. Lisboa, 1754.
JOÃO CRISÓSTOMO - Epistula ad haebraeos. Praef. In PG. 63, 1982, col. 11.
JOÃO DE BICLARA - Chronicon. In CAMPOS, J., ed. - Juan de Biclaro, o bispo de Gerona, su vida
y su obra. Madrid, 1960.
LEÃO I - Ad Turibium Asturiensem episcopum de priscillianistarum erronibus. In PL. 54,
1881, c o l . 6 9 3 - 6 9 5 .
LEGILDO - D e Habitu Clericorum, n.° 1. In CORPUS Scriptorum Muzarabicorum.
LÍBER (Le) ordinum. In FÉROTIN, M., ed. - Le «Liber Ordinum» en usage dans 1'Église wisigo-
thique et mozarabe d'Espagne. R o m a , 1996.
LÍBER Fidei Sanctae Bracarensis Ecclesiae. Ed. critica de Avelino de Jesus da Costa. Braga: Junta
Distrital, 1965-1990. 3 vol.
LICIANO DE GARTAGENA. Epistulae. In MADOZ, J., éd. - Liciano de Cartagena y sus cartas (édi-
ción crítica y estúdio histórico). Madrid, 1948.
LIVRO de Leis e posturas. Ed. de N u n o Espinosa Gomes da Silva; Maria Teresa Campos R o -
drigues. Lisboa: Univ. de Lisboa-Faculdade de Direito, 1971.
LIVRO dos bispos da Sé de Coimbra escrito no século xn pelo cónego Pedro Alvares Nogueira. Leitura
e publ. de António Gomes da R o c h a Madahil. Coimbra, 1942.
LIVRO preto da Sé de Coimbra. Coimbra: Arquivo da Univ., 1977-1979. 3 vol. [Publ. do vol. 1
de A. R o c h a Madahil; dos vol. 2 e 3 de Avelino de Jesus da Costa; Leontina Ventura; Maria T e -
resa N o b r e Veloso].
LIVRO Santo de Santa Cruz. Transcrição e introdução de Leontina Ventura e Ana Santiago
Faria. Coimbra: I N I C , 1990.
LIVRO Vermelho de D. Afonso V. In COLLECÇÂO de Livros inéditos de Historia Portugueza. Lis-
boa, 1793, vol. 3.
LOPES, Fernão - Crónica de dom João I de boa memória. Lisboa: I N C M , 1963-1968.
LULL, R a m ó n - El Liber predicationis contra judeos. Edição de J. Millás Vallicrosa. Madrid; Bar-
celona, 1957.
MARTINHO DE BRAGA - Instrução pastoral sobre superstições populares: De correctione rusticorum.
Ed. Aires de N a s c i m e n t o . Lisboa: Edições C o s m o s , 1997.
— Opera omnia. Ed. C. W . Barlow. N e w Haven, 1950.
MÁRTIRES, T i m ó t e o dos, fr. - Crónica de Santa Cruz. Coimbra, 1938. 2 vol.
MARTYROLOCIUM romanum ad formam editionis typicae scholiis historiciis instructum. Bruxelles: Boi-
landistes, 1940.
MARWÂN, Abu - Al Muktabas: Um texto árabe do século x relativo ã nova fundação de Évora e aos
movimentos muladi e berbere no Ocidente andaluz. Trad. por Abel Sidarus. Évora, 1994.
MESTRE ESTEVÃO - Translatio et miracula sancti Vicentii. In PMH: Scriptores.
MISSAL (O) de Mateus: Manuscrito 1000 da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Braga. Intro-
dução, leitura e notas de Joaquim O . Bragança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1975.
MONARQUIA Lusitana. Introdução de A. da Silva R e g o . Edição fac-similada. Lisboa: I N C M ,
1973-1988. 8 v o l .
MONUMENTA Henricina. Col. por A. J. Dias Dinis. Lisboa: Comissão Executiva das C o -
memorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, 1964, vol. 6, p. 117-120, doe. 52.
MONUMENTA Portugalie Vaticanae. Vol. 2: Súplicas dos pontificados de Clemente VII, Bento XIII e
Bonifácio IX. Ed. António Domingues de Sousa Costa. Porto: Livr. Ed. Franciscana, 1970.
NASCIMENTO, Aires Augusto do, ed., ver SÃO JOÃO, Baltazar de.
OLIVER, Bernardo - El tratado «Contra Caecitatem Iudeorum» de fray Bernardo Oliver. Edição de
Francisco Cantera Burgos. Madrid; Barcelona, 1965.
ORDENAÇOENS do Senhor Rey D. Afonso V. Ed. fac-similada c o m notas textológicas de Eduar-
do Borges Nunes. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 1984. 5 vol.
ORDENAÇÕES del-rei D. Duarte. Edição de Martim de Albuquerque e Eduardo Borges Nunes.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.

513
BIBLIOGRAFIA

ORDENAÇÕES Manuelinas. C o i m b r a : R e a l I m p r e n s a da U n i v e r s i d a d e , 1797. R e p . «Fac-simile»:


L i s b o a : F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1984. 5 v o l .
O S Ó R I O , J e r ó n i m o - De Rebus Emmanuelis Lusitaniae invietissimi virtute et Auspicio Gestis Libri
Dudecim. L i s b o a , 1571.
PAIS, Á l v a r o - Colírio da f é contra as heresias. L i s b o a : I A C , 1 9 5 6 , v o l . 2.
— Speculum Regurn. E d . M i g u e l P i n t o d e M e n e s e s . L i s b o a , 1955, v o l . 1.
PASIONARIO hispânico (siglos vu-ix). E d . d e F a b r e g a G r a u . M a d r i d ; B a r c e l o n a , 1953-1995. 2 v o l .
PAULO ÁLVARO DE C Ó R D O B A — I n d i l i c u s L u m i n o s u s , n . ° 5. I n CORPUS Scriptorum Muzara-
bicorum.
— E p i s t u l a 4 . I n CORPUS Scriptorum Muzarabicorum.
PAULO O R Ó S I O - C o m m u n i t o r i u m de errore priscillianistarum et origenistarum. I n PL. 31,
[ s . d . ] , c o l . 1211-1216.
— H i s t o r i a r a m a d u e r s u s p a g a n o s . I n IDEM - História contra os pagãos (Esboço duma história da
antiguidade oriental e clássica). I n t r o d u ç ã o d e L ú c i o C r a v e i r o d a S i l v a . B r a g a : U n i v e r s i d a d e d o M i -
n h o , 1 9 8 6 , p . 5-17.
— L i b e r a p o l o g e t i c u s , c o n t r a P e l a g i u m , d e a r b i t r i i l i b e r t a t e . I n PL. 31, [ s . d . ] , c o l . 1173-1211.
PEREIRA, G a b r i e l - Documentos históricos da cidade de Évora. É v o r a , 1885-1891, v o l . 1.
PEREIRA, Isaías d a R o s a - V i s i t a ç õ e s d a I g r e j a d e S . M i g u e l d e T o r r e s V e d r a s ( 1 4 6 2 - 1 5 2 4 ) . Lu-
sitania Sacra. 7 (1995) 181-252.
PORTUCALIAE Monumenta Histórica: Diplomata et Chartae. L i s b o a : A c a d e m i a R e a l das C i ê n c i a s
d e L i s b o a , 1867 [-1873]. 3 v o l .
PORTUCALIAE Monumenta Histórica: Leges et Consuetudines. Ed. de Alexandre Herculano. Lis-
b o a , 1859-1868. 2 v o l .
PORTUCALIAE Monumenta Histórica: Scriptores. L i s b o a : A c a d e m i a d a s C i ê n c i a s , 1856.
POTÂMIO - D e L a z a r o (Le « D e L a z a r o » d e P o t a m i u s ) . The Journal of Theological Studies. 19
(1918) 2 8 9 - 3 0 4 .
— E p i s t u l a d e s u b s t a n t i a P a t r i s e t Fillii e t S p i r i t u s s a n c t i . I n PLS. 1, 1958, c o l . 2 0 2 - 2 1 6 .
PRÓSPERO DE AQUITÂNIA - C h r o n i c a . 111 MGH AA. 9 , 1961, p . 341-485.
REGULA C o m m u n i s . I n CAMPOS, J . ; ROCA, I., e d . - Santos Padres Espaiioles. M a d r i d , 1971,
v o l . 2, p . 172-208.
RESENDE, A n d r é d e - H i s t ó r i a d a a n t i g u i d a d e d a c i d a d e d e É v o r a . I n OBRAS portuguesas. Lis-
b o a , S á d a C o s t a , 1963.
RESENDE, G a r c i a d e - Cancioneiro Geral. C o i m b r a : I m p r e n s a d a U n i v e r s i d a d e , 1910, v o l . 1.
RIBEIRO, J o ã o P e d r o - Dissertações Chronologicas e Criticas. L i s b o a , 1857, v o l . 2.
— Extracto de huma Memoria sobre a Tolerância dos Judeus e Mouros em Portugal. L i s b o a , 1821.
SÁNCHEZ A L B O R N O Z , C l á u d i o - Fuentes para el estúdio de las divisiones eclesiásticas visigodas. San-
t i a g o , 1930.
SANTA MARIA, F r a n c i s c o d e , f r . - O Ceo aberto na Terra: historia das sagradas congregações dos co-
negos seculares de S. Jorge em Alga de Venesa & de S.João Evangelista em Portugal (...). L i s b o a : OFF.
d e M a n o e l L o p e s F e r r e y r a , 1697.
SANTA MARIA, N i c o l a u , f r . - Chronica da Ordem dos Conegos regrantes do Patriarcha Santo Agos-
tinho. L i s b o a : O f i c i n a J o ã o d a C o s t a , 1 6 6 8 .
SÃO BOAVENTURA, F o r t u n a t o d e , f r . , - Historia Chronologica e Cristica da Real Abbadia de Alco-
baça. L i s b o a , 1827.
SÃO JOÃO, B a l t a z a r d e - Vita Beati Aegidii Sanctarenensis. Trad. d e Aires N a s c i m e n t o a partir
da hagiografia d e Baltazar d e São J o ã o . Lisboa: I N I C , 1990.
SERMO a r r i a n o r a m . I n PL. 4 2 , 1 8 8 6 , c o l . 6 7 7 - 7 0 8 .
SERMO f a s t i d i o s i a r r i a n i . I n PL. 6 5 , 1892, c o l . 3 7 5 - 3 7 7 .
SULPÍCIO SEVERO - C h r o n i c a . I n CSEL. 1, 1 8 6 6 , p . 1-105.
SYNODI S a r d i c e n s i s . I n CSEL. 6 5 , 1916, p . 131-139.
SYNODICON Hispanum. V o l . 2: Portugal. Ed. de A n t o n i o García y García; Francisco Cantelar
R o d r i g u e z ; A v e l i n o d e J e s u s d a C o s t a ; Isaías d a R o s a P e r e i r a ; A n t o n i o G u t i e r r e z R o d r i g u e z .
M a d r i d : B A C , 1982.
TERTULIANO - Aduersus Iudaeos. I n C C L . 2 , 1 9 5 4 , p . 1337-1396.
TRACTATUS ( d e W i i r z b u r g ) . I n CSEL. 18, 1889, p . 1 - 1 0 6 .
TRATADO (El), ver O L I V E R , B e r n a r d o .
TRATADO de Confissom. E d i ç ã o d e J o s é d e P i n a M a r t i n s . L i s b o a : I N C M , 1973.
VALÉRIO DE BIERZO - D e g e n e r e m o n a c h o r a m . I n PL. 8 7 , 1863, c o l . 4 3 7 - 4 3 9 .
— D e o r d o . I n PL. 8 7 , 1863, c o l . 4 3 9 - 4 4 7 .
VEGA, A . C . , e d . - Apringii Pacensis Episcopi: Tratactus in Apocalypsin. E s c o r i a i , 1941.
VIDA de D. Telo. T r a d . q u a t r o c e n t i s t a d e M e s t r e Á l v a r o d a M o t a ; e d . d e F e r n a n d o P e i x o t o
d a F o n s e c a - Vida de D. Telo e notícia da fundação do Mosteiro de S. Cruz de Coimbra. Guimarães:
[s.n.], 1984.
VIDA de S. Teotónio. Pref., trad. e notas de Maria H e l e n a da R o c h a Pereira. C o i m b r a : Ed. da
Igreja d e Santa C r u z , 1987.
VtE de saint Martin. E d . d e J. F o n t a i n e . Paris, 1967-1969. 3 v o l .
V I G Í L I O - E p i s t u l a a d P r o f u t u r a m B r a c a r e n s e m . I n ALMEIDA, F o r t u n a t o d e , e d . - História da
Igreja em Portugal. P o r t o ; L i s b o a , 1971, v o l . 4 , p . 4 9 - 5 3 .
VITA Martini Sauriensis. Ed. e tradução inéditas d e A. A. N a s c i m e n t o (no prelo).
VITA S a n c t i F r u c t u o s i . I n D Í A Z Y D Í A Z , M . C . , e d . - La vida de San Fructuoso de Braga (estúdio
y edición critica). B r a g a , 1 9 7 4 .
VITA S a n c t i T h e o t o n i . I n PM: Scriptores. L i s b o a , 1956.
VITAE s a n c t o r u m p a t r u m e m e r i t e n s i u m . E d . A . M a y a S á n c h e z . I n CCL. 116, 1 9 9 2 .
VIVES, J . , e d . - Inscripciones cristianas de la Espana romana y visigoda. B a r c e l o n a , 1971.
— L a v i t a T o r q u a t i e t c o m i t u m . Analecta Sacra Tarraconensia. 2 0 (1947) 227-230.

543
BIBLIOGRAFIA

VIVES, J . ; M A R Í N M A R T Í N E Z , T . ; M A R T Í N E Z D Í E Z , G . , e d . - Concílios Visigóticos e Hispano-Ro-


manos. B a r c e l o n a ; M a d r i d , 1963.
Z E U M E R , K . , e d . - L e g e s v i s i g o t h o r u m . I n MGHLeg. 1, 1 8 4 9 .

ESTUDOS:

ALARCÃO, J o r g e d e - O domínio romano em Portugal. L i s b o a : P u b l . E u r o p a - A m é r i c a , 1988.


— I d e n t i f i c a ç ã o d a s c i d a d e s d a L u s i t a n i a p o r t u g u e s a e d o s s e u s t e r r i t ó r i o s . I n LES VILLES de la
Lusitanie Romaine. P a r i s , 1 9 9 0 , p . 21-34.
— S o b r e a r o m a n i z a ç ã o d o A l e n t e j o e d o A l g a r v e . Arqueologia. 11 (1985) 103-110.
— T o m b o d o p r i o r D . A f o n s o E s t e v e s d o m o s t e i r o d e G r i j ó . Revista Portuguesa de História.
11:1 ( 1 9 6 4 ) 115-143•
ALARCÃO, J o r g e d e ; E T I E N N E , R . ; MAYET, F . - Les villas romaines de São Cucufate (Beja, Portu-
gal). P a r i s , 1 9 9 0 , v o l . 1.
ALBERTINI, E . - Les divisions administratives de 1'Espagne romaine. Paris, 1923.
ALBUQUERQUE, L u í s d e - Introdução à História dos Descobrimentos Portugueses. Mem Martins:
P u b l i c a ç õ e s E u r o p a - A m é r i c a , 1989.
ALDEÃ, Q . — P a t r i m o n i o e c l e s i á s t i c o . I n DICCIONARIO de Historia Eclesiástica de Espana. Ma-
d r i d , 1973, v o l . 3, p . 1 8 8 8 - 1 9 4 0 .
ALMEIDA, F o r t u n a t o d e - História da Igreja em Portugal. 2. a e d . E d i ç ã o p r e p a r a d a e d i r i g i d a p o r
D a m i ã o P e r e s . P o r t o : P o r t u c a l e n s e E d . , 1967-1971. 4 v o l .
A L O N S O ÁVILA, A . - E l i m p a c t o v i s i g o d o e n la a c t u a l p r o v í n c i a d e A v i l a . I n Los VISIGODOS:
Historia y civilización. Antigiiedad y cristianismo. M u r c i a , 1 9 8 6 , v o l . 3, p . 1 9 7 - 2 0 7 .
ALONSO ÁVILA, A . ; SAGREDO SAN EUSTÁQUIO, L . ; O R T I Z DE ZARET, S . C . - Hispania Visigoda:
Bibliografia sistematica y síntese histórica. V a l l a d o l í d , 1985.
A L O N S O CAMPOS, J . I. - S u n n a , M a s o n a y N e p o p i s : L a s l u c h a s r e l i g i o s a s d u r a n t e la d i n a s t i a
d e L e o v i g i l d o . I n Los VISIGODOS: Historia y civilisación: Antigiiedad y cristianismo. M u r c i a , 1986,
v o l . 3, p . 151-157.
A L O N S O , C a r l o s - A g o s t i n h o s . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: Círculo
d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 1 ( n o prelo).
A M A D O , T e r e s a - Fernão Lopes, contador de História: Sobre a Crónica de D. João I. L i s b o a : E s -
t a m p a , 1991.
AMARAL, L u í s C a r l o s - O p a t r i m ó n i o f u n d i á r i o d a S é d e B r a g a e n t r e 1 0 7 1 e 1108. I n C O N -
GRESSO INTERNACIONAL: I X CENTENÁRIO DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA - Actas. B r a g a , 1 9 9 0 ,
v o l . 1, p . 513-550.
— São Salvador de Grijó na segunda metade do século xiv: Estudo de gestão agrária. L i s b o a : C o s -
m o s , 1994.
ANDRADE, A n t ó n i o A l b e r t o B a n h a d e [ e t al.] - A s s i s t ê n c i a s o c i a l c a r i t a t i v a : I n t r o d u ç ã o - 1.
A A s s i s t ê n c i a n a I d a d e M é d i a . I n DICIONÁRIO de História da Igreja em Portugal. D i r i g i d o p o r A . B a -
n h a d e A n d r a d e . L i s b o a , 1 9 8 0 , v o l . 1, p . 6 3 1 - 6 6 1 .
ANDRADE, M a r i a F i l o m e n a - O mosteiro de Cheias: Uma comunidade feminina na Baixa Idade
Média: património e gestão. C a s c a i s : P a t r i m o n i a , 1 9 9 6 .
ANTUNES, J o s é - A cultura erudita portuguesa nos séculos xiu e xiv (juristas e teólogos). Coimbra:
F a c u l d a d e d e Letras, 1995.
— A t e o l o g i a . I n HISTÓRIA da Universidade em Portugal: (1290-15)6). C o i m b r a : 1 9 9 7 , v o l 1/1,
p. 237-270.
ANTUNES, J o s é ; OLIVEIRA, A n t ó n i o R e s e n d e d e ; M O N T E I R O , J o ã o G o u v e i a - C o n f l i t o s p o l i -
t i c o s n o r e i n o d e P o r t u g a l e n t r e a R e c o n q u i s t a e a E x p a n s ã o : e s t a d o d a q u e s t ã o . Revista de Histó-
ria das Ideias. C o i m b r a . 6 (1984) 2 5 - 1 6 0 .
ARAÚJO, A n a C r i s t i n a - M o r t e . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. L i s b o a : C í r c u -
lo d e Leitores, 2001, vol. 3 (no prelo).
ARAÚJO, L u í s M a n u e l d e - O s m u ç u l m a n o s n o O c i d e n t e p e n i n s u l a r . I n HISTÓRIA de Portugal.
D i r . d e J o s é H e r m a n o S a r a i v a . L i s b o a : P u b l . A l f a , 1983, v o l . 1.
ARCE, J . - M é r i d a t a r d o r r o m a n a ( 2 8 4 - 4 0 9 d . C . ) . I n HOMENAJE a José Maria Saenz de Buruaga.
B a d a j o z , 1982, p . 2 0 9 - 2 2 6 .
Á R I É , R a c h e l - E s p a n a M u s u l m a n a ( s i g l o s v m - x v ) . I n HISTÓRIA de Espana. Dir. de T u n o n de
L a r a . B a r c e l o n a : E d . L a b o r , 1983, v o l . 3.
ARIES, P h i l i p p e - L'homme devant la mort. P a r i s : S e u i l , 1 9 7 7 .
ASÍN PALACIOS, M i g u e l - U n a s p e c t o i n e x p l o r a d o d e l o s o r í g e n e s d e la T e o l o g i a Escolástica.
I n M M , v o l . 2.
— La escatología musulmana en la Divina Comédia seguida de la historia y crítica de una polemica.
M a d r i d ; G r a n a d a , 1943.
A U B R U N , M i c h e l - La Paroisse en France des origines au xv' siècle. P a r i s : P i c a r d , 1 9 8 6 .
AUREL, M a r t i n - M e s s i a n i s m e r o y a l e d e la c o u r o n n e d ' A r a g o n . Annales E. S. C. 52:1 ( 1 9 9 7 )

AVRIL, J o s e p h — E g l i s e , p a r o i s s e , e n c a d r e m e n t d i o c é s a i n a u x x m c s i è c l e , d ' a p r é s l e s c o n c i l e s e t
s t a t u s s y n o d a u x . Cahiers de Fanjeaux: La paroisse en Languedoc. T o u l o u s e . 25 ( 1 9 9 0 ) 2 3 - 4 9 .
— Le gouvernement des évêques et la vie religieuse dans le diocese d'Angers (1148-1240). Paris: E d .
du Cerf, 1985. 2 v o l .
— La p a r t i c i p a t i o n d u c h a p i t r e c a t h é d r a l a u g o u v e r n e m e n t d u d i o c è s e . Cahiers de Fanjeaux:
Le monde des Chanoines (xf-xiV s.). T o u l o u s e . 2 4 ( 1 9 8 9 ) 4 1 - 6 3 .

515
BIBLIOGRAFIA

AYALA, J o r g e M . — E l A r t e M u d é j a r , u n a r t e d e c o n v i v ê n c i a t i p i c a m e n t e e s p a n o l . Mediaevalia:
Textos e Estudos. 5 - 6 ( 1 9 9 4 ) 108-118.
AZEVEDO, C a r l o s A . M o r e i r a - B i b l i o g r a f i a p a r a a h i s t ó r i a d a I g r e j a e m P o r t u g a l . Humanística
e Teologia, 2 (1981) 91-112, 2 0 3 - 2 3 8 ; 3 ( 1 9 8 2 ) 99-115, 195-232; 5 (1984) 109-113, 2 3 5 - 2 7 8 ; 6 (1985) 2 3 0 -
- 2 4 8 , 3 3 7 - 3 8 7 ; 8 (1987) 2 1 7 - 2 5 8 , 335-388; 10 (1989) 2 3 5 - 2 5 6 , 3 6 9 - 4 0 2 . [ A b r a n g e p u b l i c a ç õ e s d e 1 9 6 1
a 1984].
AZEVEDO, J . L ú c i o d e - O r g a n i z a ç ã o e c o n ó m i c a . I n HISTÓRIA de Portugal. B a r c e l o s , 1929.
AZEVEDO, LUÍS G o n z a g a d e - História de Portugal. E d i ç ã o a n o t a d a p o r D . M . G o m e s d o s S a n -
t o s . L i s b o a , 1 9 4 2 , v o l . 5.
AZEVEDO, M a r i a A n t o n i e t a S o a r e s d e - B e n e p l á c i t o r é g i o . I n DICIONÁRIO de História de Portu-
gal. D i r . p o r J o e l S e r r ã o . P o r t o : F i g u e i r i n h a s , 1 9 8 9 , v o l . 1, p . 3 2 8 - 3 2 9 .
AZEVEDO, P e d r o d e — D o A r e e i r o à M o u r a r i a , t o p o g r a p h i a h i s t ó r i c a d e L i s b o a . O Archeologo
Português. 5 (1899-1900) 212-224, 257-279.
AZEVEDO, P e d r o d e ; BAIÃO, A n t ó n i o — O Arquivo da Torre do Tombo: Sua história, corpos que
o compõem e organização. 2,' e d . L i s b o a : A N T T ; L i v r o s H o r i z o n t e , 1 9 8 9 .
AZEVEDO, R u i d e - Documentos falsos de Santa Cruz de Coimbra (séculos XII e xm). L i s b o a , 1935.
— A s o r i g e n s d a o r d e m d e É v o r a o u d e A v i s . História. L i s b o a . 1 : 4 (1932) 233-241.
BABUT, E . - C h . - Priscillien et le priscillianisme. Paris, 1909.
BAQUERO M O R E N O , H u m b e r t o - Ver M O R E N O , H u m b e r t o B a q u e r o .
BACKMUND, N . - Les o r i g i n e s d e 1' o r d r e d e P r é m o n t r é a u P o r t u g a l . Boletim Cultural da Câ-
mara Municipal do Porto. 2 2 (1959) 4 1 6 - 4 4 1 .
BAPTISTA, J ú l i o C é s a r - L i m i t e s d a d i o c e s e d e É v o r a . A Cidade de Évora. 29:55 ( 1 9 7 2 ) 2 3 9 - 2 7 5 •
Separata.
— P o r t u g a l e o C i s m a d o O c i d e n t e . Lusitania Sacra. 1 (1956) 6 5 - 2 0 3 .
— R e s t a u r a ç ã o d a d i o c e s e d e É v o r a . A Cidade de Évora. 32:58 (1975) 8 3 - 1 4 4 . Separata.
— S. Manços: Evolução biográfica. É v o r a , 1 9 8 0 - 1 9 8 1 .
BARBERO, A b í l i o ; V I G I L , M a r c e l o - Sobre los orígenes sociales de la Reconquista. Barcelona: Ariel,
!974•
BARBERO, A l e s s a n d r o - S a n t i l a i c i e g u e r r i e r i : L a t r a s f o r m a z i o n e d i u n m o d e l l o n e l T a g i o g r a f i a
a l t o m e d i e v a l e . I n BARONE, G i u l i a [ e t a l . ] , d i r . - Modelli di santità e modelli di compartamento. Con-
trasti, interscezioni, complementarità. T o r i n o : R o s e n b e r g & Sellier, 1994, p . 125-140.
— Un santo in famiglia: Vocazione religiosa e resistenze sociali nell'agiografia latina medievale. Tori-
n o : R o s e n b e r g & S e l l i e r , 1991.
BARBOSA, J o ã o M o r a i s - O «De Statu et Planctu Ecclesiae»: Estudo crítico. L i s b o a , 1 9 8 2 .
— A s r e l a ç õ e s e n t r e a I g r e j a e o E s t a d o n o « D e P l a n c t u E c c l e s i a e » d e Á l v a r o P a i s . Arquivos do
Centro Cultural Português. 7 (1973) 3 8 7 - 3 9 7 . S e p a r a t a .
BARBOSA, J o r g e - A m ú s i c a n a l i t u r g i a b r a c a r e n s e n o s s é c u l o s x u e XIII. Modus: Revista do Ins-
titulo Gregoriano de Lisboa. 3 ( 1 9 8 9 - 1 9 9 2 ) 81-271.
BARBOSA, P e d r o G o m e s — Povoamento e estrutura agrícola na Estremadura Central: séc. XII a 1325.
Lisboa, 1992.
BARKAI, R o n - Cristianos y musulmanes en la Espana medieval. M a d r i d : R i a l p , 1984.
— Diálogo filosófico-religioso e n e l s e n o d e las t r e s c u l t u r a s i b é r i c a s . I n DIÁLOGO filosófico-
-religioso entre Cristianismo, Judaísmo e Islamismo durante la Edad Media en la Península Ibérica. L o u -
v a i n : B r e p o l s , 1 9 9 4 , p . 11-12.
BARLOW, C . W . , e d . — Martini Episcopi Bracarensis: Opera omnia. N e w H a v e n , 1950.
BARONE, G i u l i a — S o c i e t à e r e l i g i o s i t à f e m m i n i l e ( 7 5 0 - 1 4 5 0 ) . I n SCARAFFIA, L . ; ZARRI, G . ,
e d . - Donne e fede: Santità e vita religiosa in Italia. R o m a ; B a r i : L a t e r z a , 1 9 9 4 , p . 61-113.
BARONE, G i u l i a [ e t al.] — Modelli di santità e modelli di comportamento: Contrasti, intersezioni,
complementarità. T o r i n o : R o s e n b e r g & S e l l i e r , 1 9 9 4 , p . 125-140.
BARRACLOUGH, G e o f f r e y - T h e M a k i n g o f a B i s h o p i n t h e M i d d l e A g e s : t h e P a r t o f t h e P o -
p e i n L a w a n d F a c t . Catholic Historical Review. W a s h i n g t o n . 19 (1933-1934) 2 7 5 - 3 1 9 .
BARREIRA, J o ã o — Arte portuguesa: as artes decorativas. L i s b o a : E d . E x c e l s i o r , [ s . d . ] , v o l . 1.
BARRIOS G A R C Í A , A n g e l — R e p o b l a c i ó n d e la z o n a m e r i d i o n a l d e i D u e r o : F a s e s d e o c u p a -
c i ó n , p r o c e d ê n c i a s y d i s t r i b u i c i ó n e s p a c i a l d e l o s g r u p o s r e p o b l a d o r e s . Studia histórica. 3 (1985)
33-82.
BARROCA, M á r i o J o r g e - C o n t r i b u t o p a r a o e s t u d o d a s e p í g r a f e s m e d i e v a i s p o r t u g u e s a s do
M u s e u N a c i o n a l M a c h a d o d e C a s t r o ( s é c . x i - x v ) . Portugália. 16 (1995) 111-201.
BARROS, A n a A n d r e a d e A b r e u S o e i r o - A aquisição e gestão de bens pelo cabido da Sé de Braga
na primeira metade da centúria de Trezentos (1300-1350). Dissertação de mestrado apresentada à U n i -
v e r s i d a d e d o M i n h o . Braga, 1999.
BARROS, H e n r i q u e d a G a m a - História da admnistração pública em Portugal nos séculos XII a xv.
2,' e d i ç ã o . L i s b o a : S á d a C o s t a , 1 9 4 5 - 1 9 5 4 . 11 v o l .
— J u d e u s e m o u r o s e m P o r t u g a l e m t e m p o s p a s s a d o s . Revista Lusitana. 3 4 (1936) 1 6 5 - 2 6 5 ; 35
(1937) 161-238.
BARROS, M a r i a F i l o m e n a L o p e s d e - A comuna muçulmana de Lisboa: sécs. xiv-xv. Lisboa: Hu-
gin, 1998.
— A s c o m u n a s m u ç u l m a n a s e m P o r t u g a l ( s u b s í d i o s p a r a o s e u e s t u d o ) . Revista da Faculdade
de Letras: História. P o r t o . 7 (1990) 85-100.
BARTHES, H e n r i - Les a b b a y e s d e P r é m o n t r é e n L a n g u e d o c : F o n t c a u d e . Cahiers de Fanjeaux:
Le Monde des chanoines (xf-xiv1 s.). T o u l o u s e . 2 4 (1989) 2 0 9 - 2 3 6 .
BASSET, S t e p h e n , e d . - Death in Towns: Urban Responses to the Dying and the Dead, 100-1600.
Leicester; N e w Y o r k : L e i c e s t e r U . P . , 1992.
BASTO, A r t u r d e M a g a l h ã e s - M e m ó r i a s s o l t a s e i n v e n t á r i o s d o O r a t ó r i o d e S . C l e m e n t e d a s
Penhas e d o M o s t e i r o d e N . Senhora da C o n c e i ç ã o de M a t o z i n h o s dos séculos x i v e xv. Boletim
Cultural da Câmara Municipal do Porto. 3:1 ( 1 9 4 0 ) . S e p a r a t a .

516
BIBLIOGRAFIA

BASTOS, M a r i a d o R o s á r i o C o s t a - Santa Maria da Oliveira: Um domínio monástico no Entre


Douro e Minho em finais da Idade Média. Dissertação de m e s t r a d o apresentada à Faculdade de Le-
t r a s d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1993.
BATE, A l a n K . - L'oeuvre de Map. I n M A P , W a l t e r - Contes pour les gens de cour. T r a d . e a p r e s .
A l a n K . B a t e . L o u v a i n : B r e p o l s , 1993.
BECQUET, J e a n - C h a n o i n e s r é g u l i e r s e t é r é m i t i s m e c l é r i c a l . I n VIE Canoniale en France aux
x!-x1f siècle. L o n d o n : V a r i o r u m R e p r i n t s , 1985, p . 3 6 1 - 3 7 0 .
— L ' é v o l u t i o n d e s c h a p i t r e s c a t h é d r a u x : r é g u l a r i s a t i o n s e t s é c u l a r i s a t i o n s . Cahiers de Fan-
jeaux: Le monde des Chanoines (xf-xiV s.). T o u l o u s e . 2 4 ( 1 9 8 9 ) 1 9 - 4 0 .
C C
— L a r é f o r m e d e s c h a p i t r e s c a t h é d r a u x e n F r a n c e a u XI e t XII s i è c l e s . I n VIE CANONIALE en
France aux xf-xifsiècles. L o n d o n : V a r i o r u m R e p r i n t s , 1985, p . 31-41.
BEIRANTE, M a r i a A n g e l a d a R o c h a - C a p e l a s d e É v o r a . A Cidade de Évora. 6 5 - 6 6 (1982-1983)
21-50.
— Confrarias medievais portuguesas. Lisboa, 1990.
— E r e m i t é r i o s d a P o b r e V i d a d o A l e n t e j o d o s s é c u l o s x r v - x v . I n JORNADAS DE H I S T Ó R I A
MEDIEVAL: 1383-1385 E A CRISE GERAL DOS SÉCULOS x r v / x v - Actas. L i s b o a : H i s t ó r i a & C r í t i c a ,
1985, p . 2 5 7 - 2 6 6 .
— E r e m i t i s m o . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. C í r c u l o de Leitores, 2 0 0 0 (no
prelo).
— Évora na Idade Média. L i s b o a : F C G ; J N I C T , 1995.
— A s « h e r a n ç a s d a s a l m a s » n a d i o c e s e d e É v o r a n o i n í c i o d o s é c u l o x v i . I n CONGRESSO DE
HISTÓRIA N O I V C E N T E N Á R I O DO SEMINÁRIO DE ÉVORA - Actas. É v o r a : I n s t i t u t o S u p e r i o r d e
T e o l o g i a ; S e m i n á r i o M a i o r d e É v o r a , 1 9 9 4 , v o l . 1, p . 105-117.
— P a r a a h i s t ó r i a d a m o r t e e m P o r t u g a l ( s é c . x i i - x r v ) . I n ÉSTUDOS de História de Portugal: Ho-
menagem a A. H. de Oliveira Marques. L i s b o a : E d . E s t a m p a , 1982, v o l . 1, p . 357-383.
— A p r o p r i e d a d e e a e c o n o m i a : P o r t u g a l das invasões g e r m â n i c a s à « R e c o n q u i s t a » . In NOVA
História de Portugal. Dir. Joel Serrão; A. H . de Oliveira M a r q u e s . Lisboa: E d . Presença, 1993,
v o l . 2, p . 2 9 0 - 3 1 7 .
BENNASSAR, B . ; BONNASSIE, P . - Histoire des Espagnols. P a r i s : A . C o l i n , 1985, v o l . 1.
BERNEJO BARREIRA, J . C . - Mitologia y mitos de la Hispania prerromana. M a d r i d , 1 9 8 6 , v o l . 2.
BETHENCOURT, F r a n c i s c o - O imaginário da magia: feiticeiras, saludadores e nigromantes no sé-
culo xvi. L i s b o a , 1 9 8 7 .
BIARNE, J a c q u e s - L ' e s s o r d u m o n a c h i s m e o c c i d e n t a l ( 4 3 0 - 6 1 0 ) . I n MAYEUR, J . M . ; PIETRI,
C h . E . L . ; V A U C H E Z , A . ; V E N A R D , M . - Histoire du christianisme. P a r i s : D e s c l é e , 1995, v o l . 2 ,
p. 917-958
BISHKO, C . J . - T h e D a t e a n d N a t u r e o f t h e S p a n i s h C o n s e n s o r i a M o n a c h o r u m . American
Journal of Philology. 6 9 (1948) 3 9 2 - 4 0 2 .
— P a c t u a i M o n a s t i c i s m i n t h e R e p o p u l a t i o n o f C a s t i l l e . I n SPANISH and Portuguese Monastic
History, 600-1300. L o n d o n : V a r i o r u m R e p r i n t s , 1 9 8 4 , p . 513-531.
— T h e P a c t u a i T r a d i t i o n i n H i s p a n i c M o n a s t i c i s m . I n SPANISH and Portuguese Monastic Histo-
ry, 600-1300. L o n d o n : V a r i o r u m R e p r i n t s , 1984.
BLÁSQUEZ M A R T Í N E Z , J . M . - Ciclos y temas de la historia de Espana: la romanización. Madrid,
1990.
— Nuevos estúdios sobre la romanización. M a d r i d , 1989.
— Religiones en la Espana Antigua. M a d r i d : E d . C á t e d r a , 1991.
— Religiones primitivas de Hispania: I. Fuentes literarias y epigraficas. M a d r i d , 1962.
B O E S C H - G A J A N O , S o p h i a , e d . - Agiografia altomedievale. B o l o g n a : II M u l i n o , 1 9 7 6 .
BOISARD, M a r e e i A . - L'Humanisme de 1'Islam. Paris: A l b i n M i c h e l , 1979.
BOISSELLIER, S t é p h a n e - La vie rurale entre Tage et Guadiana de 1'Islam à la reconquête (xe-x1ve
siècles). D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a à U n i v e r s i d a d e d e N a n t e s . N a n t e s , 1 9 9 6 .
BOLOGNE, J e a n C l a u d e - Da chama à fogueira: magia e superstição na Idade Média. Lisboa:
D . Q u i x o t e , 1998.
B O L T O N , B r e n d a - A Reforma na Idade Média. L i s b o a : E d . 7 0 , 1983.
BORGES, N e l s o n C o r r e i a - Arte monástica em Lorvão: sombras e realidades. V o l . 1: Das origens a
1737. D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e L e t r a s d a U n i v e r s i d a d e d e C o i m -
bra. C o i m b r a , d a c t . , 1992.
BOSSY, J o h n - C h r i s t i a n L i f e i n t h e L a t e r M i d d l e A g e s : P r a y e r s . Transactions of the Royai His-
torical Society. 6 (1991) 137-148.
BOTÃO, M a r i a d e F á t i m a - Poder e influência de uma igreja medieval: A Colegiada de Santa Maria
da Alcáçova de Santarém. C a s c a i s : P a t r i m o n i a , 1998.
BOTINA M O N T E R O , E l e n a [ e t al.] - L a s b e g u i n a s : s a b i d u r i a y a u t o r i d a d f e m i n i n a . I n GRANA
C I D , M a r i a d e i M a r , e d . - Las sabias mujeres: educación, saber y autoria (ss. m-xvii). M a d r i d : Ass.
C u l t u r a l A l - M u d a y n a , 1 9 9 4 , v o l . 1, p . 2 8 3 - 2 9 3 .
BOULARAND, E . - L'hérésie d'Arius et la «foi» de Nicée. P a r i s , 1 9 7 2 .
BOUREAU, A l a i n - Vévénement sans fin: Récit et christianisme au Moyen Age. P a r i s : Les B e l l e s
L e t t r e s , 1993.
— P o u r u n d i s c o u r s d e la m é t h o d e r e l i g i e u s e m é d i é v a l e . I n C O L L O Q U E TENU À LA CASA V E -
LÁZQUEZ ( 1 9 8 6 ) : LA LÉGENDE. A N T H R O P O L O G I E , HISTOIRE ET LITTERATURE - Actes. M a d r i d , 1 9 8 9 ,
p. 29-54.
B O U T O N , J e a n d e la C r o i x - Les a b e s s e s c i s t e r c i e n n e s : Les r e l i g i e u s e s d a n s l e c l o i t r e e t d a n s l e
m o n d e d e s o r i g i n e s À n o s j o u r s . I n C O L L O Q U E ( D E U X I É M E ) INTERNATIONAL DU C E R C O R - Ac-
tes. S t . É t i e n n e : P u b l . d e 1 ' U n i v e r s i t é d e S t . É t i e n n e , 1 9 9 4 , p . 1 8 7 - 1 9 6 .
BRAGA, I s a b e l M a r i a M e n d e s D r u m o n d - Mouriscos e cristãos no Portugal quinhentista. Lisboa:
H u g i n , 1999.
— O s m o u r i s c o s p e r a n t e a I n q u i s i ç ã o d e É v o r a . Eborensia. 13-14 ( 1 9 9 4 ) 4576‫־‬.

517
BIBLIOGRAFIA

BRAGA, P a u l o D r u m m o n d - Setúbal medieval. S e t ú b a l : C â m . M u n i c i p a l , 1998.


BRAGANÇA, J o a q u i m O l i v e i r a - A a d o r a ç ã o d a C r u z n a e s p i r i t u a l i d a d e d o O c i d e n t e : «Ordi-
n e s » i n é d i t o s d a F r a n ç a m e r i d i o n a l . Didaskalia. 5 (1975) 255-281.
— A b ê n ç ã o d o p e r e g r i n o n o s c ó d i c e s p o r t u g u e s e s . Didaskalia. 4 (1974) 223-228.
— C â n t i c o g r a d u a l d e N o s s a S e n h o r a . Didaskalia. 10 ( 1 9 8 0 ) 3 6 1 - 3 8 0 .
— D e v o c i o n á r i o d e S a n t a M a r i a d e B o u r o : L i s b o a , B . N . C o d . A l e . 85. Didaskalia. 8 (1978)
9387-398.
— I n f l u ê n c i a r e l i g i o s a d a F r a n ç a n o P o r t u g a l m e d i e v o . Didaskalia. 9 ( 1 9 7 9 ) p . 133-156.
— « M e m o r i a l d o s p e c a d o s » d e G a r c i a d e R e s e n d e . Didaskalia. 9 (1979) 2 0 9 - 2 3 6 .
— O m i s s a l v o t i v o d e S a n t a C r u z . Didaskalia. 1 (1971) 3 6 3 - 3 6 6 .
— A s m i s s a s m e d i e v a i s d e S a n t o A g o s t i n h o . Didaskalia. 19 ( 1 9 8 9 ) 115-125.
— O r d o a d v i s i t a n d u m i n f i r m u m d o P o n t i f i c a l d e B r a g a d o s é c . x m . Didaskalia. 11 (1981) 221-238.
— P o n t i f i c a l d e B r a g a d o s é c u l o XII. Didaskalia. 7 (1977) 3 0 9 - 3 9 8 .
— O «Sacramental» d e C l e m e n t e Sánchez de Vercial e o seu c o m e n t á r i o a o P a i - N o s s o . Di-
daskalia. 8 (1978) 157-174.
— V e s t í g i o s d e m i l e n a r i s m o e m A l c o b a ç a ? . Didaskalia. 1 (1971) 1 7 3 - 1 7 6 .
BRANCO, M a r i a J o ã o V i o l a n t e - A c o n q u i s t a d e L i s b o a r e v i s i t a d a : e s t r a t é g i a s d e o c u p a ç ã o d o
e s p a ç o p o l í t i c o , físico e s i m b ó l i c o . I n CONGRESSO H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. Guimarães:
C â m a r a M u n i c i p a l ; U n i v e r s i d a d e d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 2 , p . 119-137.
— C r ó n i c a d a f u n d a ç ã o d o M o s t e i r o d e J e s u s d e A v e i r o . I n DICIONÁRIO de Literatura Medieval
Portuguesa. O r g . e c o o r d . G i u l i a L a n c i a n i ; G i u s e p p e T a v a n i . L i s b o a : C a m i n h o , 1993, p . 6 6 0 - 6 6 1 .
— R e i s , bispos e cabidos: a d i o c e s e d e Lisboa d u r a n t e o p r i m e i r o século da R e s t a u r a ç ã o . Lu-
sitania Sacra. 10 (1998) 5 5 - 9 4 .
— S t . M a r t i n o f B r a g a , t h e S u e v e s a n d G a l l a c c i a . I n FERREIRO, A l b e r t o , e d . - The Visigoths
Studies in Culture & Society. Leiden: B o s t o n - K õ l n , 1999.
— V i d a d a I n f a n t a S a n t a J o a n a . I n DICIONÁRIO de Literatura Medieval Portuguesa. Org. e coord.
G i u l i a L a n c i a n i ; G i u s e p p e T a v a n i . L i s b o a : C a m i n h o , 1993, p . 6 6 0 - 6 6 1 .
— Ver também SILVA, M a r i a J o ã o V i o l a n t e B r a n c o M a r q u e s d a .
BRANDÃO, M a r i a A n g e l i n a d e C a s t r o M e n d e s P i n h o - D. Jorge da Costa na arquidiocese de Bra-
ga (1486-1501). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o
P o r t o . P o r t o , 1996.
BRÁSIO, A n t ó n i o - O i n f a n t e D . P e d r o , s e n h o r d e M a i o r c a . Anais: Academia Portuguesa da
História. 9 (1959) 1 6 1 - 2 4 0 .
B R O W N , P . - Le culte des saints: Son essor et sa fonction dans la chrétienté latine. Paris: C e r f , 1984.
[ T r a d u ç ã o d o inglês].
BRUNDAGE, J a m e s A . - Medieval Canon Law. L o n d o n : L o n g m a n , 1995.
B R U N E T I , A l m i r d e C a m p o s - A lenda do Graal no contexto heterodoxo do pensamento português.
Lisboa: S o c i e d a d e d e E x p a n s ã o C u l t u r a l , 1974.
BUESCU, A n a I s a b e l - O milagre de Ourique e a História de Portugal de Alexandre Herculano: Uma
polémica oitocentista. Lisboa: I N I C , 1987.
BULL, M a r c u s - Knightly Piety and the Lay Response to the First Crusade: The Limousin and Gas-
cony, c. 970-c. 11}0. O x f o r d : C l a r e n d o n P r e s s , 1 9 9 3 .
BURCKHARDT, J a c o b - A civilização da Renascença italiana. L i s b o a : P r e s e n ç a , [s.d.].
BURGESS, C l i v e - « A F o n d T h i n g V a i n l y I n v e n t e d » : a n E s s a y o n P u r g a t o r y a n d P i o u s M o t i -
v e s i n L a t e M e d i e v a l E n g l a n d . I n W R I G H T , S . J . , e d . - Parish, Church and People: Local Studies in
Lay Religion, 1350-1750. L o n d o n : H u t c h i n s o n , 1988, p. 56-84.
— F o r t h e I n c r e a s e o f D i v i n e S e r v i c e : C h a n t r i e s i n t h e P a r i s h i n L a t e M e d i e v a l B r i s t o l . Jour-
nal of Ecclesiastical History. 36:1 (1985) 4 6 - 6 5 .
— S t r a t e g i e s f o r E t e r n i t y : P e r p e t u a i C h a n t r i e s i n L a t e M e d i e v a l B r i s t o l . I n HARPER-BILL, C . ,
e d . - Religious Belief and Ecclesiastical Careers in Late Medieval England. Woodbridge: T h e Boydell
P r e s s , 1991, p . 1 9 7 - 2 3 8 .
BYNUM, C a r o l i n e W . - « . . . A n d W o m a n h i s H u m a n i t y . . . » : F e m a l e I m a g e r y i n t h e R e l i g i o u s
W r i t i n g o f t h e L a t e r M i d d l e A g e s . I n BYNUM, C a r o l i n e W . - Fragmentation and Redemption: Es-
says on Gender and the Humam Body in Medieval Religion. N e w Y o r k : Z o n e B o o k s , 1992.
—Jesus as Mother: Studies in the Spirituality of the High Middle Ages. Berkeley: U . of Califórnia
Press, 1982.
— The Resurrection of the Body in Western Christianity, 200-13)6. N e w York: C o l u m b i a U . P.,
1995•
CABRE I PAIRET, M . - « D e o d i c a t a e » y « d e o v o t a e » : L a r e g u l a c i o n d e la r e l i g i o s i d a d f e m e n i n a
e n l o s c o n d a d o s c a t a l a n e s , s i g l o s IX-XI. I n M U N O Z FERNANDEZ, A . - Las mujeres en el cristianismo
medieval: Imágeties teóricas y cauces de actuación religiosa. M a d r i d : A l - M u d a y n a , 1 9 8 9 , p . 1 6 9 - 1 8 2 .
CABROL, F . - N o m b r e s . I n DICTIONNAIRE d'archéologie chrétienne et de liturgie. Paris: Letouzey
e t A n é , 1 9 3 6 , v o l . 12, c o l . 1 4 6 5 - 1 4 6 9 .
CAEIRO, F r a n c i s c o d a G a m a - A s e s c o l a s c a p i t u l a r e s n o p r i m e i r o s é c u l o d a n a c i o n a l i d a d e
p o r t u g u e s a . Arquivos de História da Cultura Portuguesa. L i s b o a . 1:2 ( 1 9 6 6 ) . S e p a r a t a .
— F o n t e s p o r t u g u e s a s d a f o r m a ç ã o c u l t u r a l d o s a n t o . Itinerarium. 2 7 (1981) 110-111, 1 3 6 - 1 6 4 .
— H e r e s i a s e p r e g a ç ã o e m P o r t u g a l n o s é c u l o x i v - a a c ç ã o d o s D o m i n i c a n o s . I n ENCONTRO
( I I I ) SOBRE HISTÓRIA D O M I N I C A N A - Actas. P o r t o , 1 9 8 9 , v o l . 2 , p . 2 9 9 - 3 0 8 .
— El Lulismo m e d i e v a l p o r t u g u ê s c o m o e j e m p l o de diálogo filosófico-religioso. In DIÁLOGO
JilosóJico-religioso entre Cristianismo, Judaísmo e Islamismo durante la Edad Media en la Península Ibérica.
L o u v a i n : B r e p o l s , 1994, p. 461-475.
— A organização d o ensino e m Portugal n o p e r í o d o anterior à f u n d a ç ã o da universidade.
Arquivos de História da Cultura Portuguesa. L i s b o a . 1:2 ( 1 9 6 6 ) . S e p a r a t a . 2:3 ( 1 9 6 8 ) .
— O s p r i m ó r d i o s d o s F r a d e s P r e g a d o r e s e m P o r t u g a l : E n q u a d r a m e n t o h i s t ó r i c o - c u l t u r a l . Ar-
quivo Histórico Dominicano. L i s b o a . 3:1 (1984) 161-173.

518
BIBLIOGRAFIA

— Santo António de Lisboa. Lisboa, 1967-1969. 2 vol.


— Sobre heresias medievais: em tomo dos «Decretos» de Sueiro Gomes. C o i m b r a , 1983.
CAMPOREALE, S . - L a m o r t e , la p r o p r i e t à e il p r o b l e m a d e l i a s a l v e z a : T e s t a m e n t i e u l t i m e v o -
l o n t à a S i e n n a d a l 1 2 0 0 al 1 8 0 0 . II Rosario: Memorie Dominicane. 2 2 (1991) 3 8 1 - 4 0 4 .
CARVALHO, C r i s t i n a M a r i a P e i x o t o d e - O património do cabido da Sé de Braga nos finais do sé-
culo xiv. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à U n i v e r s i d a d e d o M i n h o . B r a g a , 1 9 9 9 .
CARVALHO, E l i s a M a r i a D o m i n g u e s d a C o s t a - A morte do alto clero bracarense (séculos xn a xv).
D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à U n i v e r s i d a d e d o M i n h o . B r a g a , 1999.
CARVALHO, J o a q u i m d e - Desenvolvimento da filosofia em Portugal na Idade Média. I n IDEM -
Obras completas. L i s b o a : F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1978.
CARVALHO, J o s é A d r i a n o F r e i t a s d e - C o n q u i s t a r e p r o f e t i z a r e m P o r t u g a l d o s fins d o s é -
c u l o x r v a o s m e a d o s d o s é c u l o x v i : I n t r o d u ç ã o a u m p r o j e c t o . Revista de História. 11 (1991) 6 5 - 9 3 .
— A I g r e j a e as r e f o r m a s r e l i g i o s a s e m P o r t u g a l n o s é c u l o x v : A n s e i o s e l i m i t e s . I n C O N G R E S -
s o INTERNACIONAL DE HISTÓRIA - El tratado de Tordesillas y su época. M a d r i d : S o c i e d a d V C e n t e -
n a r i o d e i T r a t a d o d e T o r d e s i l l a s ; C N C D P , 1995, v o l . 2, p . 6 3 5 - 6 6 0 .
— N a s o r i g e n s d o s J e r ó n i m o s n a P e n í n s u l a I b é r i c a : d o f r a n c i s c a n i s m o à O r d e m d e S. J e r ó n i -
m o - o i t i n e r á r i o d e F r . V a s c o d e P o r t u g a l . Revista da Faculdade de Letras: Línguas e Literaturas.
P o r t o . 1 (1984) n - 1 3 1 .
— «Nobres leteras... Fermosos volumes»: Inventários de bibliotecas dos franciscanos observantes em Por-
tugal no século xv: Os traços de união das reformas peninsulares. P o r t o : C a d e r n o s d a V i a S p i r i t u s , 1995.
CARVALHO, M á r i o S a n t i a g o d e - E m t o r n o d a s i t u a ç ã o d e S a n t o A n t ó n i o n o p e n s a m e n t o fi-
l o s ó f i c o - t e o l ó g i c o . Itinerarium. 41:152 (1995) 161-194.
— A temática da fidelidade n o C o l l y r i u m d e Á l v a r o P a i s : J u r i d i f i c a ç ã o e r e l a ç ã o . Revista da
Faculdade de Letras: Série de Filosofia. P o r t o . 5-6 (1988-1989). S e p a r a t a .
CASCIARO, J . M . - El diálogo teológico de Santo Tomas con musulmanes y judios: El tema de la pro-
feda y revelacion. M a d r i d , 1969.
CASTILHO, J ú l i o d e - Lisboa antiga: Bairros orientais. 2,' edição. Lisboa: C â m a r a Municipal,
1 9 3 6 , v o l . 5, 6 .
CASTRO, J ú l i a I s a b e l C o e l h o C a m p o s A l v e s d e - O Mosteiro de S. Domingos de Donas de Vila
Nova de Gaia 1345-1513. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e L e t r a s d a U n i v e r s i d a -
d e d o P o r t o . P o r t o , 1993.
CASTRO PÉREZ, L a d i s l a o - T e s t i m o n i o s d e S a n T o r c u a t o e n e l O b i s p a d o d e O r e n s e . I n CL-
CLO (1.°) DE CONFERÊNCIAS S . R O S E N D O E O S á c . x - Actas. S a n t o T i r s o , 1994, p. 45-90.
CASTRO, M a n u e l d e - C o n f e s o r e s f r a n c i s c a n o s e n la c o r t e d e l o s R e y e s C a t ó l i c o s . Archivo
Ibero-Americano. 3 4 ( 1 9 7 4 ) 55-126.
CATTANEO, E n r i c o - L a v a n d a d e i p i e d i . I n ENCICLOPÉDIA Cattolica. Città dei Vaticano: E n t e
p e r l ' E n c i c l o p e d i a e p e r il l i b r o c a t t o l i c o , 1951, v o l . 7 , c o l . 9 6 7 - 9 6 8 .
GAVADINI, J o h n C h r i s t o p h e - The Last Christology of the West: Adoptionism in Spain and in
Gaul, AD 785-817. U M I : A n n A r b o r , 1988.
CELANOVA, O r d o n o d e - Vida y Milagros de San Rosendo. Ed. de M . C . Díaz y Díaz; M.a V.
P a r d o G ó m e z ; D . V i l a r i n o Pintos; J o s é C a r r o O t e r o . La C o r u n a : F u n d . Barrie, 1990.
C E P E D A , I s a b e l V i l a r e s - Bibliografia da prosa medieval em língua portuguesa. L i s b o a : I B N L , 1995.
CERQUEIRA, J o s é S a l g u e i r o - A exploração económica das propriedades do cabido da Sé de Braga nos
finais da Idade Média (1465-1515). Dissertação de mestrado apresentada à Universidade do M i n h o .
B r a g a , 1998.
CERTEAU, M i c h e l d e - D u s y s t è m e r e l i g i e u x À 1 ' é t h i q u e d e s L u m i è r e s (17°-18 C s i é c l e s ) : la f o r -
m a l i t é d e s p r a t i q u e s . I n C O N V E G N O S T U D I DI STORIA SOCLALE E RELIGIOSA: LA SOCIETA RELIGIO-
SA NELL'ETÀ M O D E R N A - Atti. C a p a c c i o - P a e s t u m , 18-21 m a g g i o 1 9 7 2 . N a p o l i : G u i d a E d . , 1973, p .
447-508.
C H A D W I C H K , H . - Prisciliano de Avila. M a d r i d , 1978. [ T r a d u ç ã o d o inglês],
CHAMPEAUX, J a c q u e l i n e - La religion romaine. P a r i s : Le L i v r e d e P o c h e , 1 9 9 8 .
CHANTIERS Mèdiévaux. P a r i s : Z o d i a q u e ; D e s c l é e d e B r o u w e r , 1995.
C H Â T I L L O N , J e a n - La spiritualité de 1' ordre canonial (vuf-xuf siède): Le mouvement canonial au
Moyen Age: Réforme de l'église, spiritualité et culture. P a r i s , 1 9 9 2 , p . 1 3 2 - 1 4 0 .
CHAVES, LUÍS - C o s t u m e s e t r a d i ç õ e s v i g e n t e s n o s é c . v i e n a a c t u a l i d a d e . S . M a r t i n h o d e
D u m e : « D e c o r r e c t i o n e r u s t i c o r u m » . Bracara Augusta. 8:3-4 (1957) 243-278.
C H E J N E , A n m a r G . - Historia de Espana Musulmana. M a d r i d : E d i c i o n e s C á t e d r a , 1980.
C H E N E Y , C . R . - English Synodalia of the Thirteenth Century. Oxford: Oxford University
Press, 1968.
CHEVALIER, R . - C i t é e t t e r r i t o i r e : S o l u t i o n s r o m a i n e s a u x p r o b l è m e s d e 1 ' o r g a n i s a t i o n d e
1 ' e s p a c e : P r o b l é m a t i q u e 1 8 4 8 - 1 9 7 3 . Aufstieg und Niedergang der Rômanischen Well. 2:1 ( 1 9 7 4 ) 7 2 6 -
-766.
CHIFFOLEAU, J a c q u e s - L ' i n s t i t u t i o n e c c l é s i a l e d a n s la c r i s e d e la fin d u M o y e n A g e , q u e l q u e s
r é f l e x i o n s . I n RECHERCHES sur 1'économie ecclésiale à la fin du Moyen Age autour des collégiales de Sa-
voie. A n n e c y : A c a d é m i e S a l é s i e n n e , 1991, p . 215-231.
— P o u r u n e é c o n o m i e d e 1 ' i n s t i t u t i o n e c c l é s i a l e à la fin d u M o y e n A g e . L ' i n s t i t u t i o n e c c l é -
s i a l e à la fin d u M o y e n  g e . Mélanges de 1'Ecole firançaise de Rome: Moyen Age-Temps modemes.
9 6 (1984) 2 4 7 - 2 7 9 . S e p a r a t a .
C H I O V A R O , F r a n c e s c o - Les s a i n t s d a n s 1 ' h i s t o i r e d u C h r i s t i a n i s m e . I n C H I O V A R O , F r a n c e s c o
[ e t a l . ] , d i r . - Histoire des saints et de la sainteté chrétienne. P a r i s : H a c h e t t e , 1 9 8 6 , v o l . 1, p . 11-103.
CHRISTIAN J R . , W . A . - D e l o s s a n t o s a M a r i a : p a n o r a m a d e las d e v o c i o n e s a s a n t u a r i o s e s p a -
n o l e s d e s d e e l p r i n c i p i o d e la E d a d M e d i a h a s t a n u e s t r o s d i a s . I n LISON TOLOSANA, C . , d i r . - Te-
mas de antropologia espanola. M a d r i d : A k a l E d . , 1976, p. 49-106.
C I N T R A , L . F . L i n d l e y - Estudos de dialectologia portuguesa. L i s b o a : S á d e C o s t a , 1983.
C I P O L L O N E , G i u l l i o - II P o r t o g a l l o p u n t o s t r a t e g i o d e l F o p e r a d i riscatto d e i T r i n i t a r i (XIII-

519
BIBLIOGRAFIA

- x v ) . 111 CONGRESSO INTERNACIONAL BARTOLOMEU D I A S E A SUA ÉPOCA - Actas. Porto: Univ.


P o r t o ; C N C D P , 1 9 8 9 , v o l . 5, p . 5 8 9 - 6 0 3 .
1
COCHERIL, M a u r - C a l a t r a v a y las O r d e n e s m i l i t a r e s p o r t u g u e s a s . Cistercium. 10:59 ( 9 5 8 ) 331-339•
— Les i n f a n t e s T e r e s a , S a n c h a , M a f a l d a e t 1' o r d r e d e C í t e a u x a u P o r t u g a l . Revista Portuguesa
de História. C o i m b r a . 16:1 (1978) 3 9 - 4 9 . S e p a r a t a .
— Les o r d r e s m i l i t a i r e s c i s t e r c i e n s a u P o r t u g a l . Bulletin des Études Portugaises. 28/29 (1967-68)
11-71.
— Routier des Abbayes Cisterciennes du Portugal. Paris: F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n ; Centro
C u l t u r a l P o r t u g u ê s , 1978.
C O E L H O , A n t ó n i o B o r g e s - Portugal na Espanha árabe. L i s b o a : S e a r a N o v a , 1973; L i s b o a : E d i -
t o r i a l C a m i n h o , 1989.
COELHO, M a r i a H e l e n a da C r u z - O arcebispo D . G o n ç a l o Pereira: u m q u e r e r , u m agir.
I n C O N G R E S S O INTERNACIONAL: I X C E N T E N Á R I O DA D E D I C A Ç Ã O DA SÉ DE BRAGA - Actas.
B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a ; C a b i d o M e t r o p o l i t a n o e P r i m a c i a l , 1 9 9 0 , v o l . 2:1,
p. 389-463•
— Arouca: Uma terra, um mosteiro, uma santa. A r o u c a : C â m a r a M u n i c i p a l , 1 9 8 9 .
— O Baixo Mondego nos finais da Idade Média. C o i m b r a , 1983. 2 v o l .
— C o f r a d í a s , G r é m i o s , S o l i d a r i d a d e s e n la E u r o p a M e d i e v a l . I n SEMANA ( X I X ) DE ESTÚDIOS
MEDIEVALES: ESTELLA'92 - Actas. E s t e l l a : G o v . d e N a v a r r a , 1993, p . 149-183.
— Homens, espaços e poderes: séculos xi-xvi. V o l . 1: Notas do viver social. L i s b o a : L i v r o s H o r i -
z o n t e , 1990.
— O mosteiro de Arouca no século x ao século XIII. C o i m b r a : C e n t r o d e H i s t ó r i a d a Universida-
d e , 1 9 7 7 . 2. A e d . A r o u c a , 1988.
— O s m o s t e i r o s m e d i e v a i s n u m t e m p o d e h o s p e d a r e d e c a r i d a d e . Codex Aquilarensis: Cua-
demos de Investigación dei Monasterio de Santa Maria La Real. 6 (1982) 9 - 3 5 . S e p a r a t a .
— P a t r i m ó n i o e c l e s i á s t i c o . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: Círculo de
Leitores, 2 0 0 0 , vol. 3 ( n o prelo).
— Santo A n t o n i n o de Barbudo: U m protagonista monástico da região bracarense e m t e m p o s
m e d i e v o s . I n IDEM - Homens, espaços e poderes: séculos xi-xvi. Lisboa: Livros H o r i z o n t e , 1990,
v o l . 2, p . 7 - 2 9 .
— O s e n h o r i o c r ú z i o d o A l v o r g e n a c e n t ú r i a d e T r e z e n t o s . I n IDEM - Homens, espaços e po-
deres: séculos xi-xvi. L i s b o a : L i v r o s H o r i z o n t e , 1 9 9 0 , v o l . 2, p . 3 1 - 9 2 .
COELHO, M a r i a H e l e n a d a C r u z ; MARTINS, R u i C u n h a - O m o n a q u i s m o f e m i n i n o c i s t e r -
c i e n s e e a n o b r e z a m e d i e v a l p o r t u g u e s a ( s é c u l o s x n i - x i v ) . Theologica. 28 (1993) 4 8 1 - 5 0 6 .
COELHO, M a r i a H e l e n a d a C r u z ; MATOS, J o s é d a C u n h a - O c o n v e n t o v e l h o d e S. D o m i n -
g o s d e C o i m b r a ( c o n t r i b u t o s p a r a a s u a h i s t ó r i a ) . I n E N C O N T R O ( 2 . ° ) SOBRE H I S T Ó R I A D O M I N I C A -
NA - Actas. P o r t o , 1 9 8 6 , v o l . 2 , p . 41-53. C o l e c ç ã o A r q u i v o H i s t ó r i c o D o m i n i c a n o P o r t u g u ê s ,
v o l . 3/2, 1 9 8 6 .
C O E L H O , M a r i a H e l e n a d a C r u z ; VENTURA, L e o n t i n a - O s b e n s d e V a t a ç a : v i s i b i l i d a d e de
uma e x i s t ê n c i a . Revista de História das Ideias. 9 ( 1 9 8 7 ) . S e p a r a t a .
— V a t a ç a - u m a d o n a n a v i d a e n a m o r t e . I n JORNADAS (2. AS ) LUSO-ESPANHOLAS DE H I S T Ó -
RIA MEDIEVAL - Actas. P o r t o : I N I C , 1 9 8 7 , v o l . 1, p . 159-193.
C O H N J R . , S a m u e l - The Cult of Remembrance and the Black Death: Six Renaissance Cities in
Central Italy. L o n d o n ; B a l t i m o r e : T h e J o h n s H o p k i n s U . P . , 1 9 9 2 .
— Death and Property in Sienna, 1205-1500: Strategies for the after Life. B a l t i m o r e ; L o n d o n : The
J o h n s H o p k i n s U . P . , 1988.
COLLINS, R . - D ó n d e e s t a b a n l o s a r r i a n o s e n e l a n o 589? I n CONCILIO III de Toledo: XIV
Centenario 589-1989. T o l e d o , 1991, p . 211-222.
COLOMBAS, G . M . - E l c o n c e p t o d e m o n j e y v i d a m o n a s t i c a h a s t a f i n e s d e i s. v . Studia Mo-
nastica. 1:2 (1959) 2 5 7 - 3 4 2 .
C O L O M E R , E . - L a C o n t r o v é r s i a i s l a m o - j u d e o - c r i s t i a n a e n la o b r a a p o l o g é t i c a d e R a m o n
M a r t i . I n DIÁLOGO filosófico-religioso entre cristianismo, judaísmo e islamismo durante la Edad Media en
la Península Ibérica. L o u v a i n : B r e p o l s , 1 9 9 4 .
CONDE, M a n u e l Sílvio Alves - U m a estratégia d e passagem para o A l é m : o t e s t a m e n t o d e
B e a t r i z F e r n a n d e s . C a l ç a P e r r a ( T o m a r , 1 4 6 2 ) . I n PRIMEIRAS Jornadas de História Moderna. Lisboa:
C e n t r o d e H i s t ó r i a da U n i v e r s i d a d e d e Lisboa, 1986. Separata.
— S o b r e o p a t r i m ó n i o da colegiada d e Santa M a r i a d e A l c á ç o v a d e S a n t a r é m : D a s o r i g e n s a o
f i n a l d o s é c u l o x v . I n HORIZONTES do Portugal medieval: estudos históricos. Cascais: Patrimonia,
1 9 9 9 , p . 163-219.
— Tomar medieval: O espaço e os homens. Cascais: P a t r i m o n i a , 1996.
CONGAR, Y v e s - C l e r c s e t laics d u p o i n t d e v u e d e la c u l t u r e a u M o y e n A g e : «laicus» = «sans
lettres». I n STUDIA medievalia et mariologica P. Carolo Balia. R o m a : E d . A n t o n i a n u m , 1971, p . 3 0 9 - 3 3 2 .
CONGRESSO INTERNACIONAL PENSAMENTO E T E S T E M U N H O : V I I I C E N T E N Á R I O DO N A S C I M E N -
TO DE SANTO A N T Ó N I O - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a ; F a m í l i a F r a n c i s c a n a
P o r t u g u e s a , 1996. 2 vol.
CONSOLINO, F r a n c a E . - A s c e t i s m o e m o n a c h e s i m o f e m m i n i l e i n Italia dalle o r i g i n i a l f e t à
l o n g o b a r d a (RV-VIII s e c o l o ) . I n SCARAFFIA, L . ; ZARRI, G . , e d . - Donne e fede: Santità e vita religiosa
in Italia. R o m a ; B a r i : L a t e r z a , 1 9 9 4 , p . 3-41.
CONVERSIONE (LA) alia povertà nelVItalia dei seculi XII-XIV: atti dei XXVII convegno storico interna-
zionale. S p o l e t o : C e n t r o Italiano di S t u d i sulTAlto M e d i o e v o , 1991.
C O R B E T , P . - L ' a u t e l p o r t a t i f d e la c o m t e s s e G e r t r u d e d e B r u n s w i c k (v. 1 0 4 0 ) : T r a d i t i o n
royale d e B o u r g o g n e et c o n s c i e n c e aristocratique dans 1 ' E m p i r e d e s S a l i e n s . Cahiers de Civilisation
Médiévale. 3 4 : 2 (1991) 9 7 - 1 2 0 .
— Les saints ottoniens: Sainteté dynastique, sainteté royale et sainteté féminine autour de l'an Mil.
Sigmarigen: Thorbecke, 1986.

520
BIBLIOGRAFIA

C O R B I N , S o l a n g e - Essai sur la Musique religieuse portugaise au Moyen Age (1100-1385). P a r i s : Les


B e l l e s L e t t r e s , 1952.
COSTA, A d e l a i d e P e r e i r a M i l l á n d a - O e s p a ç o d o s v i v o s e o e s p a ç o d o s m o r t o s n a s c i d a d e d a
B a i x a I d a d e M é d i a . I n O REINO dos mortos na Idade Média peninsular. Organizado por José Matto-
so. L i s b o a : J o ã o Sá d a C o s t a , 1996, p . 177-186.
COSTA, A n t ó n i o D o m i n g u e s d e S o u s a - A p r o x i m a ç ã o d a e s p i r i t u a l i d a d e d e Sta. B e a t r i z d a
Silva e seu i r m ã o B e a t o A m a d e u c o m os Frades d o S a n t o E v a n g e l h o e C a p u c h o s , e v a n g e l i z a -
d o r e s d a A m é r i c a , Á f r i c a e í n d i a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL BARTOLOMEU D I A S E A SUA
ÉPOCA - Actas. P o r t o : C N C D P , 1 9 8 9 , v o l . 5, p . 159-341.
— À volta da edição d o «Apparatus in C o n c i l i u m Q u a r t u m Lateranense» de M e s t r e Vicente
H i s p a n o . Antonianum. 56 (1981) 815-831. S e p a r a t a .
— Bispos de Lamego e de Viseu no século xv (revisão crítica dos autores). Vol. 1: 1394-1463. Braga:
E d . F r a n c i s c a n a , 1986.
— C o l e g i a d a s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. p o r Joel Serrão. Porto: Figueiri-
n h ã s , 1989, v o l . 2, p . 9 9 - 1 0 0 .
— C o n c í l i o p r o v i n c i a l d e C o m p o s t e l a r e a l i z a d o e m 1292, c o m a p a r t i c i p a ç ã o d e b i s p o s p o r -
t u g u e s e s e a data d o e f e c t u a d o a o t e m p o d o a r c e b i s p o D . J o ã o Arias ( n o a m b i e n t e das c o n c o r d a -
t a s d e e l - r e i D . D i n i s ) . Itinerarium B r a g a . 33:129 (1987) 3 9 3 - 4 7 0 .
— C ó n e g o s R e g r a n t e s d e S a n t o A g o s t i n h o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por
J o e l S e r r ã o . P o r t o : F i g u e i r i n h a s , 1 9 8 9 , v o l . 2, p . 149-151.
— A s c o n c o r d a t a s p o r t u g u e s a s . Itinerarium. B r a g a . 12:51 ( 1 9 6 6 ) 2 4 - 4 6 .
— D . F r e i T e l o , a r c e b i s p o - p r i m a z e as c o n c o r d a t a s d e D . D i n i s . I n CONGRESSO INTERNACIO-
NAL: I X C E N T E N Á R I O DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r -
t u g u e s a , 1 9 9 0 , v o l . 2, p . 2 8 3 - 3 1 6 .
— D . G o m e s , r e f o r m a d o r d a a b a d i a d e F l o r e n ç a e as t e n t a t i v a s d e r e f o r m a d o s mosteiros
p o r t u g u e s e s n o s é c u l o x v . Stvdia Monastica. 5 (1963). S e p a r a t a .
— D e ã o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por Joel Serrão. Porto: Figueirinhas,
1989, v o l . 2, p. 2 6 9 - 2 7 0 .
— D o m i n i c a n o s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. D i r . p o r J o e l S e r r ã o . P o r t o : F i g u e i r i -
nhãs, 1 9 8 9 , v o l . 2 , p . 334-335.
— Doutrina penitencial do canonista João de Deus. Braga, 1956.
— Estudos sobre Alvaro Pais. L i s b o a , 1 9 6 6 .
— H o s p i t a i s e albergarias n a d o c u m e n t a ç ã o p o n t i f í c i a da s e g u n d a m e t a d e d o s é c u l o x v . In
A POBREZA e a assistência aos pobres na Península Ibérica durante a Idade Média. L i s b o a : I A C , 1973,
v o l . 1, p . 2 5 9 - 3 2 7 .
— Mestre Silvestre e mestre Vicente, juristas da contenda entre D. Afonso II e suas irmãs. Braga:
E d i t o r i a l F r a n c i s c a n a , 1963.
— Um mestre português em Bologna no século X/H: João de Deus: Vida e obras. B r a g a , 1 9 5 7 .
— T h e o l o g i a e t I u s C a n o n i c u m I u x t a C a n o n i s t a m A l v a r u m P e l a g i i . I n C O N V E N T U S INTER-
NATIONALIS CANONISTARUM - Acta. R o m a , 1 9 7 0 .
COSTA, A v e l i n o d e J e s u s - A p r í n g i o d e B e j a . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por
J o e l S e r r ã o . P o r t o : I n i c i a t i v a s E d i t o r i a i s , 1 9 8 4 , v o l . 1, p . 1 6 5 0 .
— A biblioteca do cabido da Sé de Braga nos fins do século xv, e o seu tesouro em 1589. L i s b o a : A c a -
d e m i a das C i ê n c i a s , 1984.
— A b i b l i o t e c a e o t e s o u r o d a S é d e B r a g a n o s s é c u l o s x v a XVIII. Theologica. 18 (1983) 1 0 7 -
- 2 7 0 . S e p a r a t a : B r a g a , 1985.
— A biblioteca e o tesouro da Sé de Coimbra nos séculos XI a xvi. C o i m b r a : Biblioteca Geral da
U n i v e r s i d a d e d e C o i m b r a , 1983.
— O bispo D. Pedro e a organização da diocese de Braga. B r a g a , 1959. 2 v o l .
— O b i s p o D . P e d r o e a o r g a n i z a ç ã o d a d i o c e s e d e B r a g a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL:
I X C E N T E N Á R I O DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA - Actas. B r a g a , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 3 7 9 - 4 3 4 [ o b r a c i -
t a d a c o m o O b i s p o D . P e d r o (1990)].
— C a b i d o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por Joel Serrão. Porto: Figueirinhas,
1989, v o l . I, p . 4 0 9 - 4 1 2 .
— Calendários portugueses medievais (estudo e texto). D i s s e r t a ç ã o p o l i c o p i a d a . C o i m b r a : F a c u l d a -
d e d e Letras, 1950.
— D . J o ã o Peculiar c o - f u n d a d o r d o M o s t e i r o de Santa C r u z de C o i m b r a , bispo d o P o r t o e
a r c e b i s p o d e B r a g a . I n SANTA CRUZ de Coimbra do século xi ao século xix: Estudos no IX Centenário
de S. Teotónio. C o i m b r a , 1 9 8 4 , p . 59-83.
— Dedicação da Sé de Braga. 28 de Agosto de 1089: Resposta a Bernard F. Reilly. Braga: C a b i d o
M e t r o p o l i t a n o e P r i m a c i a l B r a c a r e n s e , 1991.
— Estudos de cronologia, diplomática, paleografia e histórico-linguísticos. Porto: Sociedade Portu-
g u e s a d e E s t u d o s M e d i e v a i s , 1992.
— M u m a d o n a D i a s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. p o r Joel Serrão. Porto: Inicia-
t i v a s E d i t o r i a i s , 1 9 6 8 , v o l . 3, p . 121-122.
— A Ordem de Cluny em Portugal. B r a g a , 1948.
— O r d e m d e S a n t o A g o s t i n h o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por Joel Serrão.
P o r t o : F i g u e i r i n h a s , 1 9 8 9 , v o l . 1, p . 5 9 - 6 0 .
— P a t e r n o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. p o r J o e l Serrão. P o r t o : Iniciativas E d i -
t o r i a i s , 1 9 6 8 , v o l . 3, p . 316.
— P o r c i o n á r i o . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. p o r Joel Serrão. Porto: Iniciativas
E d i t o r i a i s , 1 9 8 4 , v o l . 5, p . 122.
— S a n t a I r i a e S a n t a r é m : R e v i s ã o d e u m p r o b l e m a h a g i o g r á f i c o e t o p o n í m i c o . Revista Portu-
guesa de História. 14 ( 1 9 7 4 ) . S e p a r a t a .
— A Santíssima Eucaristia nas constituições diocesanas portuguesas desde 1240 a 1954. B r a g a , 1989.

521
BIBLIOGRAFIA

— Sesnando. In DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por Joel Serrão. Porto: Iniciativas
Editoriais, 1968, vol. 3, p. 848-849.
— A Virgem Maria Padroeira de Portugal na Idade Média. Lusitania Sacra. 2 (1957) 7-49.
COSTA, J. C . da; SILVA, J. M . da - Bibliografia patrística lusitana. In CONGRESSO INTERNACIO-
NAL: IX CENTENÁRIO DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA -— Actas. Braga, 1990, vol. 1, p. 167-220.
COSTA, Manuel Gonçalves da - História do bispado e cidade de Lamego. Vol. 1: Idade Média
(A mitra e o município). Lamego, 1977. Vol. 2: Idade Média (Paróquias e conventos). Lamego, 1979.
COSTA, Mário Júlio de Almeida - Origem da enfiteuse no direito português. Coimbra: Coimbra
Ed., 1957.
— Raízes do censo consignativo. Coimbra: Adântida, 1961.
COSTA, Paula Maria de Carvalho Pinto - A Ordem Militar de S. João do Hospital em Portugal,
dos finais da Idade Média à modernidade. Dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de
Letras da Universidade do Porto. Porto, 1998. 2 vol.
— A Ordem Militar do Hospital em Portugal (séculos xn-xiv). Dissertação de mestrado em Histó-
ria Medieval apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 1993.
COUTO, João; GONÇALVES, António Manuel - A ourivesaria em Portugal. Lisboa: Livros H o r i -
zonte, 1960.
CRUZ, António - Os bispos senhores da cidade. Vol. 2: D e D. Pedro Salvadores a D. Vasco
Martins. In HISTÓRIA da cidade do Porto. Direcção de A. C r u z e Damião Peres. Porto: Portucalen-
se editora, 1962, vol. 1, p. 184-248.
— D. T e o t ó n i o , prior de Santa C r u z o primeiro cruzado e o primeiro santo de Portugal. In
SANTA CRUZ de Coimbra do século xi ao século xix: Estudos no IX Centenário de S. Teotónio. C o i m -
bra, 1984.
— Santa Cruz de Coimbra na cultura portuguesa da Idade Média. Porto: Ed. Autor, 1964.
CRUZ, Guilherme Braga da - O direito de troncalidade e o regime jurídico do património português.
Coimbra, 1941, vol. 1.
CUNHA, Maria Cristina de Almeida - A comenda de Oriz da O r d e m de Avis. Bracara Augus-
ta. Braga. 40 (1989). Separata.
— A O r d e m de Avis e a monarquia portuguesa até ao final do reinado de D . Dinis. Revista
da Faculdade de Letras do Porto. Porto. 12 (1995) 113-123.
— A Ordem Militar de Avis (das origens a 1}29). Dissertação de mestrado em História Medieval
apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 1989.
CUNHA, Maria Cristina de Almeida; PIMENTA, Maria Cristina - A casa do infante D. H e n r i -
que: organização social e distribuição regional. In JORNADAS sobre Portugal Medieval. Leiria, 1983,
p. 397-468•
— A comenda de Albufeira da O r d e m de Avis: breve abordagem. In JORNADAS (I) DE HIS-
TÓRIA DO ALGARVE E ANDALUZIA - Actas. Loulé: Câmara Municipal, 1987, p. 307-349.
CUNHA, Mário Raul de Sousa - A Ordem Militar de Santiago (das origens a 1327). Dissertação
de mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Porto, 1991.
CUNHA, R o d r i g o da - História eclesiástica dos arcebispos de Braga: Braga, 1634. R e p r o d u ç ã o fac-
-similada c o m nota de apresentação de José Marques. Braga, 1989, vol. 1.
CUSTÓDIO, Jorge - Religiosidade medieval e conflitos religiosos na urbe ducentista. In
S. FREI GIL de Santarém e a sua época: catálogo da exposição. Santarém: Câmara Municipal, 1997,
p. 71-85.
DALARUN, Jacques - La donna vista dai chierici. In KLAPISCH-ZUBER, C., dir. - Storia delle
donne: H Medioevo. R o m a ; Bari: Laterza, 1990, p. 25-55.
DAVID, Pierre - Etudes historiques sur la Galice et le Portugal du vf au xtf siècles. Lisboa; Paris:
Portugália Editora; Les Belles Lettres, 1947.
— Français du Midi dans les évèches portugais (1279-1390). Bulletin des études portugaises. 9
(1943) 26-70.
— La métropole ecclésiastique de Galice du vil' au X1E siècles: Braga post-visigoda. Revista
Portuguesa de História. 4 (1949) 211-251.
— Regula Sancti Augustini: A Propos d'une fausse charte de fondation du Chapitre de
Coimbre. Revista Portuguesa de História. 3 (1947) 27-39.
DE LA TORRE, Juan Maria — El Carisma Cisterciense y bernardiano. In BERNARDO DE CLARA-
VAL - Obras completas. Vol. 1: Introducción general y Tratados (1.°). Madrid: B A C , 1993, p. 3-72.
DELARUELLE, E. - Les saints militaires de la région de Toulouse. In IDEM - L'idée de croisade
au Moyen Age. Torino: La Bottega d'Erasmo, 1980.
DELPECH, F. - La légende: réflexions sur un colloque et notes p o u r une histoire élargie de la
légende. In LA LEGENDE: ANTHROPOLOGIE, HISTOIRE ET LITTÉRATURE: COLLOQUE TENU À LA CA-
SA VELÁZQUEZ, 1986 - Actes. Madrid, 1989, p. 291-305.
DEREINE, Charles - Chanoines, des origines au XIU' siècles. In DICTIONNAIRE d'Histoire et de
Geographie Ecclesiastiques. Paris, 1953, vol. 12, p. 354-404.
— Les origines de Prémontrè. Revue de Histoire ecclésiastique. 42 (1974) 352-360.
DIÁLOGO Filosójico-Religioso entre cristianismo, judaísmo e islamismo durante la Edad Media en la
Península Ibérica. Louvain: Brepols, 1994.
DIAS, Geraldo C o e l h o - Os Beneditinos e as vicissitudes do Mosteiro de S. B e n t o da Vitó-
ria. In CICLO DE CONFERÊNCIAS - Actas. Porto: Arquivo Distrital do Porto, 1997, p. 25-40.
— Introdução. In O MOSTEIRO de S. Bento da Vitória: 400 anos. Porto, 1997.
DIAS, J. S. Silva - Correntes de sentimento religioso em Portugal (séculos xvt a xviu). Coimbra:
Universidade de Coimbra, 1960.
DIAS, Pedro - O Gótico: História da Arte em Portugal. Lisboa: Publ. Alfa, 1986, vol. 4.
DIAZ ESTEBAN, Fernando - Lápidas judias en Portugal. In ESTUDOS Orientais. Vol. 2: O legado
cultural de judeus e mouros. Lisboa: U N L ; Instituto Oriental, 1991, p. 207-215.

522
BIBLIOGRAFIA

D Í A Z M A R T Í N E Z , P a b l o d e la C r u z - C o m u n i d a d e s m o n a s t i c a s y c o m u n i d a d e s c a m p e s i n a s e n
la E s p a n a v i s i g o d a . I n Los VISIGODOS: Historia y civilización: Antigiiedad y cristianismo. Márcia,
1 9 8 6 , v o l . 3, p . 189-195.
— Formas económicas y sociales en el monacato visigodo. S a l a m a n c a : E d . U n i v . S a l a m a n c a , 1 9 8 7 .
D Í A Z Y D Í A Z , M a n u e l C . - Códices Visigóticos en la Monarquia Leonesa. L e ó n : C e n t r o d e E s t u -
d i o s « S a n I s i d o r o » , 1993, p . 1 6 7 , 193.
— E n t o r n o d e l o s o r í g e n e s d e i c r i s t i a n i s m o h i s p â n i c o . I n LAS RAÍZES de Espana. Madrid,
1967, p. 4^3-443•
— E l e r e m i t i s m o e n la E s p a n a v i s i g ó t i c a . Revista Portuguesa de História. 6 (1955) 2 1 7 - 2 3 7 .
— L ' e x p a n s i o n d u c h r i s t i a n i s m e e t l e s t e n s i o n s é p i s c o p a l e s d a n s la P é n i n s u l e i b é r i q u e . Revue
d'Histoire Ealésiastique. 6 (1983) 8 4 - 9 4 .
— Index scriptorum latinorum medii aevii hispanorum. M a d r i d , 1959.
— L a s o r i g e n e s c r i s t i a n a s d e la P e n í n s u l a v i s t o s p o r a l g u n o s t e x t o s d e i s i g l o v i l . Cuademos Es-
tudios Gallegos. 2 8 (1973) 2 7 7 - 2 8 4 .
D I N N , R o b e r t - D e a t h a n d R e b i r t h i n L a t e M e d i e v a l B u r y S t . E d m o n d s . I n BASSET, S t e -
p h e n , e d . - Death in Toums: Urhan Responses to the Dying and the Dead, 1000-1600. Leicester;
N e w Y o r k : L e i c e s t e r U . P . , 1 9 9 2 , p . 151-169.
Dix MILLE saints: Dictionnaire hagiographique. Benedictínos de Ramsgate, red. Louvain: B r e -
p o i s , 1991.
D O B S O N , R . B a r r i e - C i t i z e n s a n d C h a n t r i e s i n L a t e M e d i e v a l Y o r k . I n ABULAFLA, D . [ e t
a l . ] , e d . - Church and City: Essays in Honour of Christopher Brooke. C a m b r i d g e : C U P , 1 9 9 2 , p . 311-
‫־‬331•
— T h e R e s i d e n t i a r y C a n o n s o f Y o r k i n t h e xv* h C e n t u r y . Journal of Ealesiastical History.
C a m b r i d g e . 3 0 ( 1 9 7 9 ) 145-174.
D O M I N G U E S , J o s é D . G a r c i a - Aspectos da cultura luso-árabe. L i s b o a , 1968.
— História luso-árabe. L i s b o a , 1945.
D O M Í N G U E Z D E L VAL, U . - P o t a m i o d e L i s b o a : S u o r t o d o x i a y d o c t r i n a s o b r e la c o n s u s t a n -
c i a l i d a d d e i H i j o . La Ciudad de Dios. 172 (1959) 2 3 7 - 2 5 8 .
D O Z Y , R o b e r t - Histoire des musulmans d'Espagne jusqu'à la conquête de 1'Andalousie par les Al-
moravides (yn-mo). E d i c t i o n d e L é v i - P r o v e n ç a l . L e y d e , 1932. 3 v o l .
D U A R T E , LUÍS M i g u e l d e O l i v e i r a — U m b u r g o m e d i e v a l q u e m u d a d e s e n h o r : E p i s ó d i o s d a
v i d a d o P o r t o m e d i e v o . Ler História. 5 (1985) 3 - 2 9 .
— C a s a d e o r a ç ã o o u c o v i l d e l a d r õ e s ( n o t a s o b r e o d i r e i t o d e asilo e m P o r t u g a l d u r a n t e
a I d a d e M é d i a ) . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X CENTENÁRIO DA DEDICAÇÃO DA S É DE BRAGA
- Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a ; C a b i d o M e t r o p o l i t a n o e P r i m a c i a l , 1991,
v o l . 2, p . 6 1 7 - 6 4 5 .
—Justiça e criminalidade no Portugal medievo (1459-1481). L i s b o a : F C G ; F C T , 1999.
D U B Y , G e o r g e s — O ano mil. L i s b o a : E d . 7 0 , 1 9 8 6 .
— Le chevalier, la femme et le prêtre: Le mariage dans la France médièvale. P a r i s : H a c h e t t e , 1981.
— Guerreiros e camponeses: os primórdios do crescimento económico europeu do século vu ao século XII.
Lisboa: E s t a m p a , 1980.
— As três ordens ou o imaginário do feudalismo. L i s b o a : E s t a m p a , 1982.
DUFFY, E a m o n - The Stripping of the Altars: Traditional Religion in England, 1400-1580. New
H a v e n ; L o n d o n : Y a l e U . P . , 1992.
DUPRONT, A l p h o n s e - Du sacré: Croisades et pèlerinages: Images et langages. Paris: Gallimard,

DURÃES, M a r g a r i d a ; RODRIGUES, A n a M a r i a - F a m í l i a , I g r e j a e E s t a d o : a s a l v a ç ã o d a a l m a e o
c o n f l i t o d e i n t e r e s s e s e n t r e o s p o d e r e s . I n JORNADAS ( I . M ) SOBRE AS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO E
EXERCÍCIO DOS PODERES NA EUROPA D O SUL, SÉCS. XIII a x v m - Arqueologia do Estado. Lisboa:
H i s t ó r i a & C r í t i c a , 1988, v o l . 2 , p . 8 1 7 - 8 3 6 .
D U R A N D , R o b e r t — Les Campagnes portugaises entre Douro et Tage au xif et xuf siècle. P a r i s :
F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1982.
DUVAL, Y v e t t e - Auprès des saints corps et ames: L'inhumation «ad sanctos» dans la chrétienté
d'Orient et d'Occident du uf au vif siècle. P a r i s : E t u d e s A u g u s t i n i e n n e s , 1988.
— «Loca sanctorum Africae»: Le culte des martyrs en Afrique du iv' au vif siècle. R o m a : E c o l e
f r a n ç a i s e d e R o m e , 1982.
DUVERNOY, J e a n - L'Histoire des Cathares. T o u l o u s e : P r i v a t , 1989.
— La Religion des Cathares. T o u l o u s e : P r i v a t , 1989.
EDWARDS, K a t h l e e n - The English Secular Cathedrals in the Middle Ages. M a n c h e s t e r : M a n -
c h e s t e r U n i v e r s i t y Press, 1967.
EGRY, A n n e d e - O Apocalipse do Lorvão e a sua relação com as ilustrações medievais do Apocalipse.
Lisboa: F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1972.
EHLINGER, L . D . - T h e L i t u r g i c a l F u n c t i o n s o f M i c h e l a n g e l o ' s M e d i c i C h a p e i . Mitteilungen
des kuntshistorichen Institutes in Florenz. 2 2 (1978) 2 8 7 - 3 0 4 .
EKELUND, R o b e r t B . [ e t al.] - Sacred Trust: The Medieval Church as an Economic Firm. Oxford:
O x f o r d U n i v e r s i t y Press, 1996.
ENCADREMENT ( L ' ) r e l i g i e u x d e s fidèles a u M o y e n â g e . I n C O N G R E S ( 1 0 9 ) NATIONAL DES S O -
CIETES SAVANTES - Actes. P a r i s : C T H S , 1985.
ENCARNAÇÃO, J o s é d ' - A r e l i g i ã o . I n SERRÃO, J . ; MARQUES, A . H . d e O . , d i r . - Nova História
de Portugal. L i s b o a : P r e s e n ç a , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 4 4 2 - 4 6 1 .
E R D M A N N , C a r l - A ideia de cruzada em Portugal. C o i m b r a : Instituto A l e m ã o da Universidade
d e C o i m b r a , 1940.
— O papado e Portugal no primeiro século da história portuguesa. C o i m b r a , 1935. S e p a r a t a d o Bo-
letim do Instituto Alemão.
— Papsturkunden in Portugal. B e r l i n , 1927; B e r l i n , 1940.

523
BIBLIOGRAFIA

ERLANDE-BRANDEBURG, A l a i n - La Cathédrale. Paris: F a y a r d , 1989.


ESCRIBANO PANO, M . V . - C r i s t i a n i z a c í o n y l i d e r a n z o e n la L u s i t a n i a t a r d i a . I n REUNIONES
(IV) de Arqueologia (Paleo) Cristiana Hispânica. B a r c e l o n a , 1995, p . 2 6 7 - 2 7 5 .
— Iglesia y Estado en el certamen pricilianista causa ecclesia y iudicium publicum. S a r a g o ç a , 1988.
— S o b r e la p r e t e n d i d a c o n d e n a n o m i n a l d í c t a d a p o r e l c o n c i l i o d e C a e s a r a u g u s t a d e i a n o
3 8 0 . I n C0NC1U0 (I) Caesaraugustano (MDC aniversario). S a r a g o ç a . 1981, p . 123-133.
ESPANCA, T ú l i o - A c o m e n d a d e V e r a C r u z d o M a r m e l a r . A Cidade de Évora. 5 7 ( 1 9 7 4 ) 1 4 6 -
-158.
ESPÍRITO SANTO, A r n a l d o M . d o - A recepção de Cassiano e das Vitae Patmm: Um estudo literário
de Braga no século vi. T e s e i n é d i t a d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e L e t r a s d a U n i v e r -
s i d a d e d e L i s b o a . L i s b o a , 1993.
ESQUIEU, Y v e s - Autour de nos Cathédrales: Quartiers Canoniaux du Sillon Rhodanien et du Lit-
toral Méditerranéen. Paris: C N R S E d . , 1992.
— Quartier Cathédral: Une cité dans la Ville. P a r i s : D e s c l é e d e B r o u w e r , 1 9 9 4 .
É T I E N N E , R . - Le culte impérial dans la Péninsule Ibérique, d'Auguste à Dioclétien. Paris: E d . d e
B o c c a r d , 1974.
— Le c u l t e i m p é r i a l , v e c t e u r d e la h i é r a r c h i s a t i o n u r b a i n e . I n LES VILLES de la Lusitanie Ro-
maine. P a r i s , 1 9 9 0 , p . 215-231.
— M é r i d a c a p i t a l e d u v i c a r i a t d e s E s p a g n e s . I n HOMMACE a Sáenz de Buruaga. B a d a j o z , 1982,
p. 201-207.
FABIÃO, C a r l o s - O p a s s a d o p r o t o - h i s t ó r i c o e r o m a n o . I n M A T T O S O , J . , d i r . - História de Por-
tugal. L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1 9 9 3 , v o l . 1, p . 7 7 - 2 8 3 .
FABREGA G R A U , A . , e d . - Pasionario hispânico (siglos vn-xi). M a d r i d ; B a r c e l o n a , 1953, 1 9 9 5 .
2 vol.
FACI, J . - E s t r u c t u r a s s o c i a l e s y p r o p i e d a d e c l e s i á s t i c a e n l o s s i g l o s XII y x m . I n HISTORIA de
la Iglesia en Espana. D i r . p o r R i c a r d o G a r c í a - V i l l o s l a d a . M a d r i d : La E d i t o r i a l C a t ó l i c a , 1982,
vol. 2/2, p. 63-78.
FANNING, S . - F r o m « m i l e s » t o « e p i s c o p u s » : t h e I n f l u e n c e o f t h e F a m i l y o n t h e C a r e e r of
V u l g r i n u s o f V a n d ô m e ( c . 1 0 0 0 - 1 0 6 5 ) . Medieval Prosopography. 4 (1983) 125-137.
FARO, J o r g e - Receitas e despesas da Fazenda Real de 1384 a 1481. L i s b o a : I N E , 1965.
FATAS, G . - C a e s a r a u g u s t a C h r i s t i a n a . I n CONCIUO (I) Caesarugustano (MDC aniversario). Sara-
g o ç a , 1981, p . 135-160.
FAVREAU, R o b e r t - L a r é s i d e n c e d a n s les c h a p i t r e s d u d i o c è s e d e P o i t i e r s a u M o y e n A g e . I n
CRISES et reformes dans 1'Eglise de la réforme grégorienne À la préréforme. Paris: E d . C T H S , 1990, p. 39-
‫־‬54•
FEIGE, P e t e r - L a p r í m a c i a d e T o l e d o y la l i b e r t a d d e las d e m á s m e t r o p ó l i s d e E s p a n a : E l
e x e m p l o d e B r a g a . I n LA INTRODUCCION dei Cister en Espana y Portugal. B u r g o s : L a O l m e d a , 1991,
p . 61-132.
FERNANDES, A . d e A l m e i d a - A acção dos cistercienses de Tarouca (as granjas nos séculos xn e xm).
G u i m a r ã e s , 1974.
— Portugal no período vimaranense (868-1128). G u i m a r ã e s : [s.n.], 1972.
FERNÁNDEZ A L O N S O , J . - La cura pastoral en la Espana romana visigoda. R o m a , 1955.
— S o b r e la a u t o b i o g r a f i a d e S a n V a l é r i o y s u a s c e t i s m o . Hispania Sacra. 2 ( 1 9 4 9 ) 2 5 9 - 2 8 4 .
FERNÁNDEZ C A T Ó N , J . M . - Manifestaciones ascéticas en la Iglesia hispano-romana dei siglo tv.
L e o n , 1962.
— San Maneio, culto, legenda y relíquias: Ensayo de crítica hagiografica. L e ó n , 1983.
FERNÁNDEZ C O N D E , J . - C e n t r a l i s m o a d m i n i s t r a t i v o y fiscalismo d e A v i n o n : S u s i n c i d ê n c i a s
e n la i g l e s i a e s p a n o l a . I n HISTORIA de la Iglesia en Espana. Dirigida p o r R i c a r d o García-Villoslada.
M a d r i d : La E d i t o r i a l C a t ó l i c a , 1982, v o l . 2 / 2 , p . 3 9 3 - 4 0 4 .
— C r i s i s a d m i n i s t r a t i v a y e c o n ó m i c a d e la I g l e s i a p e n i n s u l a r . Ibidem, p. 40-47.
— L a i n c i d ê n c i a d e la c r i s i s d e i s i g l o x i v e n las e s t r u c t u r a s y e n l a v i d a d e la I g l e s i a . I n Ibidem,
p. 426-442.
FERNÁNDEZ CORRALES, J . M . - E l t e r r i t o r i o d e A u g u s t a E m e r i t a y l o s l i m i t e s e n t r e la B e t i c a y
L u s i t a n i a . I n CONCRESO ( X I X ) Nacional de Arqueologia. S a r a g o ç a , 1 9 8 9 , v o l . 1, p . 8 8 9 - 8 9 8 .
FERREIRA, J o s é A u g u s t o - Fastos episcopais da igreja primacial de Braga (século m-século xx). B r a g a :
E d . da M i t r a B r a c a r e n s e , 1928-1930. 4 v o l .
FERREIRA, J o s é d e A z e v e d o , ver A F O N S O X .
FERREIRA, M a n u e l P e d r o - A s o r i g e n s d o g r a d u a l d e B r a g a . Didaskalia. 25 (1995) 5 7 - 9 6 .
FERREIRA, M a n u e l a B a r r o s - V e s t í g i o s d o r o m a n c e m o ç a r á b i c o e m P o r t u g a l . Arqueologia Me-
dieval. 1 ( 1 9 9 2 ) 2 1 7 - 2 2 8 .
FERREIRA, M a r i a d a C o n c e i ç ã o F a l c ã o - B r e v e s n o t a s s o b r e f e i t i c e i r a s e f e i t i ç o s n o Portugal
d e Q u a t r o c e n t o s . Agua Mole. B r a g a . 3 ( 1 9 8 9 ) . S e p a r a t a .
— Uma ma de elite na Guimarães medieval 13/6-1520. Guimarães, 1987.
— Os testamentos de Pedro Afonso, cónego de Guimarães: u m querer de vontades di-
v e r s a s ( 1 4 9 4 - 1 4 9 8 ) . I n CARLOS Alberto Ferreira de Almeida: In Memoriam. P o r t o , 1 9 9 9 , v o l . 1,
p. 315-323•
FERREIRA, M a r i a C e l e s t e B r a n d ã o - Os bens, direitos e rendimentos do cabido da Sé de Braga nos
finais da Idade Média. Dissertação de mestrado apresentada à Universidade d o M i n h o . Braga,
2000.
FERREIRO, A . - T h e M i s s i o n a r y L a b o r s o f S t . M a r t i n o f B r a g a i n 6 t h C e n t u r y G a l i c i a . Studia
Monastica. 23:1 (1981) 11-26.
— The Visigoths in Gaul and Spain A. D. 418-711: A Bibliography. N e w Y o r k , 1988.
FERRO, M a r i a J o s é P i m e n t a - Os judeus em Portugal no século xiv. L i s b o a : I A C , 1 9 7 0 ; 2' e d .
Lisboa: G u i m a r ã e s , 1979.
— Ver também TAVARES, M a r i a J o s é P i m e n t a Ferro.

524
BIBLIOGRAFIA

FÉVRIER, P a u l A l b e r t - M a r t y r e e t s a i n t e t é . I n LES FONCTIONS des saints dans le monde occiden-


tal (uf-xuf siècle). R o m a , 1991, p . 51-80.
— V e i l l e u r s - R e l i g i o s i t é t r a d i t i o n n e l l e e t c h r i s t i a n i s a t i o n j u s q u ' a u m i l i e u d u VII c s. I n L E
G O F F , J a c q u e s ; R É M O N D , R e n é , d i r . - Histoire de la France Religieuse. 1988, v o l . 1, p . 3 9 - 1 6 7 .
FINCH, J o n a t h a n - A c c o r d i n g t o t h e Q u a l i t y a n d t h e D e g r e e o f t h e P e r s o n D e c e a s e d : F u n e -
ral M o n u m e n t s a n d t h e C o n s t r u c t i o n o f S o c i a l I d e n t i t i e s , 1 4 0 0 - 1 7 5 0 . Scottish Archaeological Re-
view. 8 (1991) 105-114.
FLETCHER, R . A . - The Episcopate in the Kingdom of Leon in the xn111 Century. O x f o r d , 1978.
FLICHE, A . ; FOREVILLE, R . ; ROUSSET, J . - Du premier concile du Latran à Vavènement d'Inno-
cent III (1123-1198). I n HISTOIRE de VEglise. D i r . d e A . Fliche; V . M a r t i n . Paris, 1946, vol. 9.
FLOREZ MANJARÍN, F . - C o m p l u d o : p r i m e r m o n a s t e r i o d e S . F r u c t u o s o . Bracara Augusta. 22
(1969) 3-10.
FLORI, J e a n — M o r t e t m a r t y r e d e s g u e r r i e r s v e r s 1 1 0 0 : L ' e x e m p l e d e la p r e m i è r e c r o i s a d e .
Cahiers de civilisation médiévale. 3 4 : 2 (1991) 121-140.
FLYNN, M a u r e e n - Sacred Charity: Confraternities and Social Welfare in Spain, 1400-1700. Itha-
ca; N e w Y o r k : C o r n e l l U . P . , 1989.
FOLZ, R o b e r t - Les saintes reines du Moyen Age en Occident (vf-xuf siècles). B r u x e l l e s : S o c i é t é
des B o l l a n d i s t e s , 1992.
FONSECA, LUÍS A d ã o d a - O condestável D. Pedro de Portugal. L i s b o a : I N I C , 1982.
— A m o r t e c o m o t e m a d e p r o p a g a n d a política na historiografia e na poesia portuguesa d o
s é c u l o x v . Biblos. 59 (1993) 5 0 7 - 5 3 8 .
FONTAINE, J . — F i n e t m o y e n s d e 1 ' e n s e i g n e m e n t e c c l é s i a s t i q u e d a n s 1 ' E s p a g n e w i s i g o t i q u e .
I n LA SCUOLA nell'Occidente latino delValto medioevo. S p o l e t o , 1972, p . 145-202.
— P a n o r a m a espiritual dei o c c i d e n t e p e n i n s u l a r e n los siglos rv y v: p o r u n a n u e v a p r o b l e -
m á t i c a d e i p r i s c i l i a n i s m o . I n PRIMERA Reunión Gallega de Estúdios Clásicos. S a n t i a g o d e C o m p o s -
t e l a , 1981, p . 1 8 5 - 2 0 9 .
FOREVILLE, R a y m o n d e - Latran I, II, III et Latran IV. P a r i s : L ' O r a n t e , 1 9 6 5 .
FOURNÉE, J e a n - Le r e n o u v e a u c a n o n i a l e n N o r m a n d i e a u x n e s i è c l e . I n CRISES et Reformes
dans VEglise de la Reforme Grégorienne a la Préréforme. P a r i s : E d . C T H S , 1991, p . 2 7 - 3 8 .
F O U R Q U I N , G u y - Les Soulèvements populaires au Moyen Age. P a r i s , 1 9 6 9 .
FRANCISCO M A R T Í N , J . — Conquista y romanización de Lusitania. S a l a m a n c a , 1989.
FREIRE, A n s e l m o B r a a m c a m p — N o t í c i a h i s t ó r i c a . I n AZEVEDO, P e d r o , e d . — Livro dos bens de
D. João de Portel. L i s b o a : A r c h i v o H i s t ó r i c o P o r t u g u e z , 1 9 0 6 - 1 9 1 0 .
FRIAS, A g o s t i n h o F . - De signis pulsandis: leitura hermenêutica de Santo António de Lisboa e Frei
Paio de Coimbra. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o e m Filosofia M e d i e v a l . P o r t o : dact., 1994. 2 v o l .
— F o n t e s d e c u l t u r a p o r t u g u e s a n a V i t a T h e o t o n i i . I n CONGRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE G U I -
MARÃES — Actas. G u i m a r ã e s : C â m . M u n . ; U n i v . d o M i n h o , [s.d.], v o l . 4, p . 142-149.
— Lettura Ermeneutica dei «Sermones» di Sant'Antonio di Padova: Introduzione alie radiei culturali
dei pensiero antoniano. P a d o v a : C e n t r o S t u d i A n t o n i a n i , 1995.
FROLOW, A . - Les reliquaires de la Vraie Croix. P a r i s , 1965. A r c h i v e s d e 1 ' O r i e n t C h r é t i e n ; 8.
— La relique de la Vraie Croix: Recherches sur le développement d'un culte. P a r i s , 1961. A r c h i v e s
de 1'Orient C h r é t i e n ; 7.
F R U G O N I , C h i a r a - Francesco e 1'invenzione delle stigmate: una storia per parole e per immagini fino
a Bonaventura e Giotto. T o r i n o : E i n a u d i , 1993.
G A N S H O F , F . L . - N o t e s u r 1 ' é l e c t i o n d e s é v ê q u e s d a n s 1 ' E m p i r e r o m a i n a u rv‫ *׳‬e t p e n d a n t la
p r e m i è r e m o i t i é d u V s i è c l e . Revue internationale des droits de 1'antiquité. 4 (1950) 4 6 7 - 4 9 5 .
GARCIA, J o ã o C a r l o s - A l f a j a r d e P e n a : R e c o n q u i s t a e r e p o v o a m e n t o n o A n d é v a l o d o s é -
c u l o XIII. I n JORNADAS ( I I I ) LUSO-ESPANHOLAS DE HISTÓRIA MEDIEVAL - Actas. Porto: INIC,
1989. S e p a r a t a .
— O espaço medieval da Reconquista no Sudoeste da Península Ibérica. L i s b o a : C e n t r o d e E s t u d o s
G e o g r á f i c o s , 1986.
GARCIA, J o s é M a n u e l - Religiões antigas de Portugal: Aditamentos e observações às Religiões da Lu-
sitânia de J. Leite de Vasconcelos. L i s b o a : I N C M , 1991.
GARCÍA DE CORTÀZAR, J . A . - L a é p o c a m e d i e v a l . I n HISTORIA de Espana. D i r . M i g u e l A r t o l a .
2. A e d . M a d r i d , 1988, v o l . 2.
— O r g a n i z a c i ó n social d e i e s p a c i o . P r o p u e s t a s d e r e f l e x i ó n y análisis h i s t o r i c o d e sus u n i d a -
d e s e n la E s p a n a m e d i e v a l . Studia Histórica. 5 (1988) 1 9 7 - 2 3 6 .
— La sociedad rural en la Espana. M a d r i d : S i g l o V e i n t i u n o , 1988.
GARCÍA DE VALDEAVELLANO, L u i s — Historia de Espana. V o l . 1: De los orígenes a la baja Edad
Media. 2,' e d . M a d r i d : R e v i s t a O c c i d e n t e , 1955. 2 v o l .
— L a c u o t a d e l i b r e d i s p o s i c i ó n e n e l d e r e c h o h e r e d i t á r i o d e L e o n y C a s t i l a e n la A l t a E d a d
M e d i a ( N o t a s y D o c u m e n t o s ) . Anuário de Historia dei Derecho Espanol. 9 (1932) 1 2 9 - 1 7 2 .
GARCÍA GALLO, A f o n s o - E l c o n c i l i o d e C o y a n z a : C o n t r i b u c i ó n al e s t ú d i o d e i d e r e c h o c a -
n ó n i c o e n la A l t a E d a d M e d i a . Anuário de Historia dei Derecho Espanol. M a d r i d . 2 0 (1950) 2 7 5 - 6 3 3 .
GARCÍA G O M E Z , E . ; M E N E N D E Z PIDAL, R . - E l c o n d e m o z á r a b e S i s n a n d o D a v i d i z y la p o l i -
t i c a d e A l f o n s o V I c o n las t a i f a s . Al-Andaluz. 12 ( 1 9 4 7 ) 2 7 - 4 1 .
GARCÍA M O R E N O , L . A . - L a c o n y u n t u r a p o l í t i c a d e i I I I C o n c i l i o d e T o l e d o : U n a h i s t o r i a
l a r g a y t o r t u o s a . I n CONCILIO (III) de Toledo: XIV Centenario 589-1989. T o l e d o , 1991, p . 2 7 1 - 2 9 6 .
— E l i t e s y I g l e s i a H i s p a n a s e n la t r a n s i c i ó n d e i I m p é r i o r o m a n o al r e i n o v i s i g o d o . I n LA
CONVERSIÓN de Roma: Cristianismo y paganismo. M a d r i d , 1991, p . 2 2 3 - 2 5 8 .
— Historia de Espana. M a d r i d , 1989.
— I g l e s i a y c r i s t i a n i z a c i ó n e n P o r t u g a l e n la A n t i g i i e d a d ( s i g l o s m - v ) . I n CONGRESSO INTER-
NACIONAL DE HISTÓRIA: MISSIONAÇÃO PORTUGUESA E E N C O N T R O DE CULTURAS - Actas. Braga,
1993, v o l . 1, p . 2 2 7 - 2 4 5 .
— Los judios de la Espana Antigua. Madrid: RIALP, 1993.

52.5
BIBLIOGRAFIA

— Prosopografla dei Reino Visigodo de Toledo. S a l a m a n c a , 1974.


GARCÍA R O D R I G U Í Z , C a r m e n - El culto de los santos en la Espana romana y visigoda. Madrid:
C S I C , 1966.
GARCÍA-VILLOSLADA, R . , d i r . - Historia de la Iglesia en Espana: La Iglesia en la Espana Romana
y Visigoda (siglos l-vm). M a d r i d , 1 9 7 9 , v o l . 1.
GARCÍA Y BELLIDO, A . - E l c u l t o a M i t h r a e n la P e n í n s u l a i b é r i c a . Boletín de la Real Academia
de la Historia. 122 (1948) 2 8 3 - 2 9 7 .
GARCÍA Y GARCÍA, A n t o n i o - Estúdios sobre la canonistica portuguesa medieval. M a d r i d , 1976.
— O « L i b r o d e las C o n f e s i o n e s » d e M a r t i m P é r e z . Itinerarium. 31:84 ( 1 9 7 4 ) 137-151.
GASPAR, R o b e r t o - Cristianismo/Islamismo. P o r t o : E d i t o r i a l P e r p é t u o S o c o r r o , 1991.
GASTON, R o b e r t - L i t u r g y a n d P a t r o n a g e i n S a n L o r e n z o , F l o r e n c e , 1350-1650. I n KENT,
F . W . , S I M O N , P a t r í c i a , e d . - Patronage, Art and Society in Renaissance Italy. C a m b e r r a ; O x f o r d :
H u m a n i t i e s R e s e a r c h C e n t e r ; C l a r e n d o n P r e s s , 1 9 8 7 , p . 111-133.
G A U D E M E T , J e a n - D e 1 ' é l e c t i o n à la n o m i n a t i o n d e s é v è q u e s . I n EGLISE et sociétè en Occident
au Moyen Age. L o n d o n : V a r i o r u m R e p r i n t s , 1 9 8 4 , p . 2 3 - 3 0 .
— L'Eglise dans 1'empire romain (tV-V siècles). P a r i s , 1958.
— Les élections dans 1'Église latine des origines au xvf siècle. P a r i s , 1 9 7 9 .
— Les i n s t i t u t i o n s e c c l é s i a s t i q u e s e n F r a n c e d u m i l i e u d u XII ‫ ־‬a u d é b u t d u X1V s i è c l e . I n His-
TOIRE des Institutions Françaises. Vol. 3: Institutions ecclésiastiques. Paris: P U F , 1962.
— L a p a r t i c i p a t i o n d e la c o m m u n a u t é a u c h o i x d e ses p a s t e u r s d a n s 1' E g l i s e l a t i n e : E s q u i s s e
h i s t o r i q u e . I n LA SOCIETE ecclésiastique dans 1'Occident médièvale. London: Variorum Reprints,
1980, p. 308-326.
GEARY, P . J . - Living with the Dead in the Middle Ages. I t h a c a ; L o n d o n : C o r n e l l U . P . , 1 9 9 4 .
— Le vol des reliques au Moyen Age: Furta Sacra. P a r i s : A u b i e r , 1 9 9 0 .
G E N I C O T , L é o p o l d - Une Source mal connue de revenus paroissiaux: Les Rentes Obituaires: L'e-
xemple de Frizet. L o u v a i n - l a - N e u v e , 1980.
GEREMEK, B r o n i s l a w - H é r é s i e s m é d i é v a l e s e t d é r a c i n e m e n t s o c i a l . I n HORIZONS Marins, Iti-
néraires Spirituels (V-xviif siècles): Hommage au Professem Michel Mollat. P a r i s , 1 9 8 7 , v o l . 1, p . 82-111.
G I G A N T E , J o s é A n t ó n i o M a r t i n s - Instituições do direito canónico. 3 . ' e d . B r a g a , 1954, v o l . 2 .
G O D D I N G , R . - Le prêtre dans la Gaule mérovingienne. Tese de d o u t o r a m e n t o apresentada à
U n i v e r s i d a d e de L o u v a i n . L o u v a i n - l a - N e u v e , 1996. 2 vol.
G O D O Y FERNANDEZ, C . - B a p t i s t é r i o s h i s p â n i c o s ( s i g l o s i v al v m ) : A r q u e o l o g i a y l i t u r g i a . I n
C O N G R È S ( X I ) INTERNATIONAL D A R C H E O L O G I E C H R E T I E N N E - Actes. R o m a , 1 9 8 9 , v o l . 1,
p. 607-635.
G O D O Y , C . ; VILLELA, J . - D e la « f i d e s g o t h i c a » a la o r t o d o x i a n i c e n a : i n i c i o d e la t e o l o g i a
p o l í t i c a v i s i g ó t i c a . I n Los VISIGODOS: Historia y civilización: Antiguedad y Cristianismo. Múrcia,
1 9 8 6 , v o l . 3, p . 117-144.
G O G L I N , J e a n - L o u i s - Les misérables dans 1'Occident médiéval. Paris: Seuil, 1976.
G O M E S , J . P i n h a r a n d a - História da diocese da Guarda. B r a g a , 1981.
— História da filosofia portuguesa. V o l . 2: A patrologia lusitana. P o r t o : L e l l o & I r m ã o , 1983.
G O M E S , R i t a C . - A corte dos reis de Portugal no final da Idade Média. L i s b o a : D i f e l , 1995.
G O M E S , S a u l A n t ó n i o - C ó n e g o s R e g r a n t e s d e S a n t o A g o s t i n h o . I n DICIONÁRIO de História
Religiosa de Portugal. Lisboa: C í r c u l o d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 2 ( n o prelo).
— O C o n v e n t o d e S . F r a n c i s c o d e L e i r i a n a I d a d e M é d i a . Itineraimm. 4 0 (1994). S e p a r a t a .
— É t i c a e p o d e r : E m t o r n o d o M o s t e i r o d a B a t a l h a . I n E N C O N T R O ( I I I ) SOBRE H I S T Ó R I A
D O M I N I C A N A - Actas. P o r t o , 1 9 8 9 , p . 3 0 9 - 3 2 0 .
— G r u p o s é t n i c o - r e l i g i o s o s e e s t r a n g e i r o s . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel Serrão;
A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. Dir. de Maria Helena da
C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L. d e C a r v a l h o H o m e m . Lisboa: P r e s e n ç a , 1996, p. 309-371.
— H á 5 0 0 a n o s , e m S . F r a n c i s c o d e L e i r i a . Cadernos ESAP. P o r t o . 2:3 ( 1 9 9 7 ) 132-141.
— O Mosteiro de Santa Maria da Vitória no século xv. C o i m b r a : I n s t i t u t o d e H i s t ó r i a d e A r t e
d a F a c u l d a d e d e Letras d e C o i m b r a , 1990.
— A m o u r a r i a d e Leiria: P r o b l e m a s s o b r e a p r e s e n ç a m o u r a n o c e n t r o d o país. I n O LEGADO
cultural de judeus e mouros. L i s b o a : I n s t i t u t o O r i e n t a l , 1991.
— N o t a s e d o c u m e n t o s s o b r e as c o n f r a r i a s p o r t u g u e s a s e n t r e o fim d a I d a d e M é d i a e o s é -
c u l o x v i i : o p r o t a g o n i s m o d o m i n i c a n o d e S t . 3 M a r i a d a V i t ó r i a . Lusitania Sacra. 7 (1995) 8 9 - 1 5 0 .
— N o t í c i a s o b r e o s f r e s c o s d e S . F r a n c i s c o d e L e i r i a . Lusitania Sacra. 8 ( 1 9 9 7 ) 5 7 3 - 5 9 8 .
— A s o r d e n s m e n d i c a n t e s n a C o i m b r a m e d i e v a l : N o t a s e d o c u m e n t o s . Lusitania Sacra. 1 0
(1998) 1 4 9 - 2 1 6 .
— O r g a n i z a ç ã o p a r o q u i a l e j u r i s d i ç ã o eclesiástica n o p r i o r a d o d e Leiria d o s s é c u l o s x i i A x v .
Lusitania Sacra. 4 (1992) 163-310.
— O s p a n t e õ e s r é g i o s p o r t u g u e s e s n o s s é c u l o s x i i e x m . I n CONGRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE
GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m . M u n . ; U n i v . d o M i n h o , 1 9 9 6 , v o l . 4 .
— P e r s p e c t i v a s s o b r e o s m e s t e i r a i s d a s o b r a s d a B a t a l h a n o s é c u l o x v . I n VÉSPERAS Batalhinas:
Estudos de História e Arte. L e i r i a : E d . M a g n o , 1 9 9 7 , p . 133-166.
— P r e m o n s t r a t e n s e s . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o -
res, 2 0 0 0 , vol. 3 ( n o p r e l o ) .
— R e l a ç õ e s e n t r e S a n t a C r u z de C o i m b r a e Santa M a r i a d e A l c o b a ç a ao l o n g o da I d a d e
M é d i a : A s p e c t o s g l o b a i s e p a r t i c u l a r e s . I n C E N T E N Á R I O ( I X ) DO N A S C I M E N T O DE S . BERNARDO:
E N C O N T R O S DE ALCOBAÇA E SIMPÓSIO DE LISBOA - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u -
g u e s a ; C â m a r a M u n i c i p a l d e A l c o b a ç a , 1991. S e p a r a t a .
— A solidariedade eclesial na p r o m o ç ã o d e escolares p o b r e s a e s t u d o s universitários: o
e x e m p l o c o i m b r ã o nos séculos xiv e xv. Universidade(s): história, m e m ó r i a , perspectivas. In
C O N G R E S S O DE H I S T Ó R I A DA U N I V E R S I D A D E - Actas. C o i m b r a : U n i v e r s i d a d e , 1991, v o l . 4 ,
195-234.

526
BIBLIOGRAFIA

— Visitações a mosteiros cistercienses em Portugal: séculos xv e xvi. L i s b o a : I P P A R , 1 9 9 8 .


GOMES, S a u l A n t ó n i o ; NASCIMENTO, A i r e s A . - S. V i c e n t e d e F o r a e s e u s m i l a g r e s m e d i e -
vais. L i s b o a : E d . D i d a s k a l i a , 1988.
G Ó M E Z - M O R E N O , M a n u e l - A r t e á r a b e h a s t a l o s a l m o h a d e s : A r t e m o z á r a b e . M a d r i d , 1951.
A r s H i s p a n i a e ; 3.
— Iglesias mozárabes. G r a n a d a : P a t r o n a t o d e la A l h a m b r a , 1975.
— L a s P r i m e r a s C r ó n i c a s d e la R e c o n q u i s t a . Boletim de la Academia de la História. Madrid.
1 0 0 (1952) 6 0 4 .
GONÇALVES, A n t ó n i o N o g u e i r a - Estudos de ourivesaria. P o r t o , 1984.
— O tesouro de D. Isabel de Aragão, rainha de Portugal. C o i m b r a : I P P C ; M N M C , 1983.
GONÇALVES, I r i a - O património do Mosteiro de Alcobaça nos séculos xiv e xv. L i s b o a : U n i v e r s i -
d a d e N o v a d e L i s b o a , 1989.
GONÇALVES, I r i a ; BOTÃO, F á t i m a - A s c o n f r a r i a s m e d i e v a i s d a r e g i ã o d e A l c a n e n a . Boletim do
Centro de Estudos Históricos e Etnológicos. F e r r e i r a d o Z ê z e r e . 4 (1989).
G O N Z Â L E Z , T e o d o r o - L a I g l e s i a d e s d e la c o n v e r s i ó n d e R e c a r e d o h a s t a la i n v a s i ó n á r a b e . I n
HISTORIA de la Iglesia en Espana. D i r . p o r R i c a r d o García-Villoslada. M a d r i d : La Editorial C a t ó l i -
c a , 1 9 7 9 , v o l . 1, p . 4 0 1 - 7 4 7 .
G O N Z Â L E Z BLANCO, A . - E l c â n o n 7 d e i c o n c i l i o d e Z a r a g o z a ( 3 8 0 ) y s u s i m p l i c a c i o n e s s o -
c i a l e s . I n CONCILIO (I) Caesaraugustano (MDC aniversario). S a r a g o ç a , 1981, p . 2 3 7 - 2 5 3 .
— E l d e c r e t o d e G u n d e m a r o y la h i s t o r i a d e i s i g l o VIL I n Los VISIGODOS: Historia y civilisa-
ción. M u r c i a , 1 9 8 6 , v o l . 3, p . 1 5 9 - 1 6 9 .
G O N Z Â L E Z N O V A L I N , J o s é G . - M i s a s s u p e r t i c i o s a s y m i s a s v o t i v a s e n la p i e d a d p o p u l a r d e i
t i e m p o d e l a R e f o r m a . I n MISCELANEA José Zunzenegui. Vitória: Ed. Eset; Seminário D i o c e s a n o ,
1975, v o l . 2 , p . 1 - 4 0 .
GONZÂLEZ PALENCIA, A . - Historia de la literatura arábigo-espanola. Barcelona; B u e n o s Aires,
1928.
GORGES, J . - G . - Les «villae» hispano-romaines: Inventaire et problématique archéologique. Paris,
1979•
GRABMANN, M a r t i n - Historia de la Teologia Católica. T r a d . c a s t . d e P . D a v i d G u t i é r r e z . M a -
drid, 1940.
GRANA C I D , M . d e i M a r - U n a t e n t a t i v a f r u s t r a d a d e a u t o n o m i a r e l i g i o s a f e m i n i n a : las t e r -
c i a r i a s f r a n c i s c a n a s e n A n d a l u c í a ( s i g l o s x v - x v i ) . I n E N C U E N T R O (2.°) INTERDISCIPLINAR DE E S T U -
DIOS DE LA M U J E R EN ANDALUCÍA: LAS M U J E R E S EN ANDALUCÍA - Actas. C o o r d . M . T e r e s a L o -
p e z B e l t r á n . M á l a g a ; S e r v i c i o d e P u b l i c , d e la D i p u t a c i ó n P r o v i n c i a l , 1993, v o l . 2 , p . 163-188.
GRIFFE, M g r . - E t u d e s u r l e c â n o n 11 d u p r e m i e r c o n c i l e d e S a r a g o s s e . I n CONCILIO (I) Cae-
saraugustano (MDC aniversario). S a r a g o ç a , 1981, p . 161-175.
GRYSON, R . - Les é l e c t i o n s é p i s c o p a l e s e n O c c i d e n t a u rv® s i è c l e . Revue d'Histoire Ecclésiasti-
que. 7 5 ( 1 9 8 0 ) 2 5 7 - 2 8 3 .
— Les origines du célibat ecclésiastique du premier au septième siècle. G e m b l o u x , 1 9 7 0 .
GUERREIRO, M a n u e l V i e g a s - M o u r o s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. de Joel
S e r r ã o . P o r t o : L i v r . F i g u e i r i n h a s , 1971, v o l . 4 .
G U R T Y ESPARRAGUERA, J . M . ; RJPOLL L Ó P E Z , G . ; G O D O Y FERNANDEZ, C . - T o p o g r a f i a d e la
A n t i g i i e d a d t a r d i a h i s p â n i c a : R e f l e x i o n s p a r a u n a p r o p u e s t a d e t r a b a j o . Antiquité Tardive. 2 (1994)
161-180.
GUSMÃO, A r t u r N o b r e d e - Românico-português do Noroeste: alguns motivos geométricos na escul-
tura decorativa. 2' e d . L i s b o a : V e g a , 1 9 9 2 .
G U Y O N , J . ; BOISSAVIT-CAMUS, B . ; SOUILHAC, V . - T o p o g r a p h i e c h r é t i e n n e d e s a g g l o m é r a -
t i o n s . I n VILLES et agglomérations urbaines antiques du sud-ouest de la Gaule: Histoire et archéologie: Si-
xième supplément â l'Aquitaine. B o r d e a u x , 1990, p. 391-404.
G U Z Z E T , C h e r u b i n o M . - Cristo e Allah: Convergense tra Cristianesimo e Islàm nella fedde e nella
vita. L e u m a n n ( T o r i n o ) : E d i t r i c e E l i e d i C i , 1983.
G Y , P i e r r e - M a r i e - La Liturgie dans 1'Histoire. Paris: C e r f , 1990.
— L a l i t u r g i e d e s c h a n o i n e s r é g u l i e r s d e S a i n t - R u f . Cahiers de Fanjeaux: Le monde des chanoi-
nes. 2 4 (1989) 181-191.
H A - C O H E N , Y o s e f - El valle dei Llanto ('Emeq ha-Bakha). Barcelona: Riopiedras ed., 1989.
H E E R S , J a c q u e s — La ville médiévale. Paris, 1994.
H E F E L E , C h a r l e s - J o s e p h - Histoire des Concites d'après les documents originaux. Paris, 1913,
v o l . 5/2.
H E F F E R N A N , T h o m a s J . - Sacred Biography: Saints and their Biographers in the Middle Ages. New
Y o r k ; O x f o r d : O x f o r d U n i v . P r e s s , 1988.
H E I N Z E L M A N N , M . - Bischofsherrschat in Gallien. Zur Kontinuitãt rõmischer Fuhrungsgeschichten
vom 4. bis zum 7. Jahrhundert: soziale, prosopographische und bildungsgeschichte Aspekte. Munique,
1976.
— P r o s o p o g r a p h i e e t r e c h e r c h e d e c o n t i n u i t é h i s t o r i q u e : 1 ' e x e m p l e d e s IV^-VII'' s i è c l e s . Me-
langes de 1'Ecole Francaise de Rome: Moyen-âge-Temps Modemes. R o m a . 1 0 0 / 1 (1988) 2 2 7 - 2 3 9 .
H E L E N O , M a n u e l - Os escravos em Portugal. L i s b o a , 1933.
H E R C U L A N O , A l e x a n d r e - História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal. Lisboa:
B e r t r a n d , 1975, v o l . 1.
— História de Portugal: Desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III. Prefácio
e n o t a s c r í t i c a s d e J o s é M a t t o s o . A m a d o r a : L i v r a r i a B e r t r a n d , 1 9 8 0 ; 1981. 4 v o l .
— Túmulo de Bartolomeu Johanes. O Panorama. 9 (1852) 4 1 - 4 2 .
H I L G A R T H , J . N . - L a c o n v e r s i o n d e l o s V i s i g o d o s : N o t a s c r i t i c a s . Anacleta Sacra Terraconensia.
3 4 (1961) 1 1 - 4 6 •
H Í L T O N , R o d n e y - Bond Men Made Free: Medieval Peasant Movements and the English Rising of
1994. London, 1973.

527
BIBLIOGRAFIA

HISTÓRIA da Universidade em Portugal. V o l . 1: (1290-1536). Coimbra: Universidade de Coimbra;


F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1997.
HOMEM, A r m a n d o Luís d e C a r v a l h o - C o n s e l h o real o u c o n s e l h e i r o s d o rei? A p r o p ó s i t o
d o s p r i v a d o s d e D . J o ã o I. I n IDEM - Portugal nos finais da Idade Média: Estado, instituições, socieda-
de política. Lisboa: Livros H o r i z o n t e , 1990, p. 220-278.
— D a vedoria da Fazenda ao bispado d o P o r t o - A carreira de D . J o ã o A f o n s o A r a n h a . In
IDEM - Portugal nos finais da Idade Média: Estado, instituições, sociedade política. L i s b o a : L i v r o s H o r i -
z o n t e , 1990, p. 214-220.
— O Desembargo Régio (1320-1433). P o r t o : I N I C , 1990.
— D i o n i s i u s e t A l f o n s u s , D e i g r a t i a r e g e s e t c o m m u n i s u t i l i t a t i s g r a t i a l e g i f e r i . Revista da Fa-
culdade de Letras: História. P o r t o . 11 ( 1 9 9 4 ) . S e p a r a t a .
— P r o s o p o g r a p h i e e t h i s t o i r e d e l é t a t : L a b u r e a u c r a t i e d e s r o i s p o r t u g a i s a u x XIV^ e t XV" s i è -
c i e s : r e c h e r c h e s f a i t e s , r e c h e r c h e s a f a i r e . I n L'ÊTAT MODERNB et les élites, xnf-xviif siècles: Apports
et limites de la methode prosopographique. Paris, 1996. Separata.
H O U R L I E R , J a c q u e s - L ' a g e c l a s s i q u e (1140-1378): L e s r e l i g i e u x . I n HISTOIRE du Droit et des ins-
titutions de léglise en Occident. Paris: E d . C u j a s .
H U G H E S , J o n a t h a n - F a m i l i a l R e l i g i ó n . I n IDEM - Patrons and Visionaries: Religión and Secular
Life in Late Medieval Yorkshire. W o o d b r i d g e : T h e B o y d e l l P r e s s , 1988, p . 10-35.
H U I C I M I R A N D A , A m b r o s i o - L o s A l m o h a d e s e n P o r t u g a l y las c a m p a n a s d e Y a ' q u b al M a n -
s ú r e n 1190 y 1191. Anais da Academia Portuguesa da História. 5 (1954) 9-51.
— Las Crónicas latinas de la Reconquista: Estúdios prácticos de latin medieval. V a l e n c i a , 1913. 2 v o l .
IOGNA-PRAT, D . - L a c r o i x , l e m o i n e e t 1 ' e m p e r e u r : d é v o t i o n à la c r o i x e t t h é o l o g i e p o l i t i -
q u e à C l u n y a u t o u r d e l ' a n m i l . I n S O T , M i c h e l , c o o r d . - Haut Moyen-Age. Culture, éducation
et société. É t u d e s offertes à Pierre R i c h é . La G a r e n n e - C o l o m b e s : E r a s m e ; P u b l i d i x , 1990,
p. 449-475•
IZBICKI, T h o m a s - T h e p r o b l e m o f C a n o n i c a l P o r t i o n i n t h e l a t e r M i d d l e A g e s : t h e A p p l i -
c a t i o n o f « S u p e r C a t h e d r a m » . I n PROCEEDINCS of the Seventh International Congress of Medieval Ca-
non Lau‫׳‬. V a t i c a n o , 1988, v o l . 8, p . 4 5 9 - 4 7 3 .
JAEGER, W . - Cristianismo primitivo e «Paídeia» grega. L i s b o a , 1991.
JANIN, R . - B l a i s e ( s a i n t ) , é v è q u e d e S e b a s t e . I n DICTIONNAIRE d'Histoire et de Géographie Ec-
clesiastiques. Paris: L e t o u z e y et A n é , 1937, v o l . 9, c o l . 6 9 .
JAVIERRE M U R - La Orden de Calatrava en Portugal. B o l e t í n d e la R e a l A c a d e m i a d e H i s t o r i a .
130 (1952) 3 2 3 - 3 7 6 .
JIMENEZ DUQUE, B a l d o m e r o - La espiritualidad romano-visigoda y mozarabe. Madrid, 1977.
JOMIER, J a c q u e s - Pour connaitre 1'Islam. P a r i s : Les E d i t i o n s d u C e r f , 1988.
JORGE, A n a M a r i a C . M . - L'épiscopat de Lusitanie pendant VAntiquité Tardive (nf-vif siècles).
T e s e d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d e L o u v a i n . L o u v a i n ,
1998.
JORGE, V i r g o l i n o F e r r e i r a - C a p t a g e , a d d u c t i o n , d i s t r i b u t i o n e t é v a c u a t i o n d e l ' e a u d a n s l ' a b -
b a y e c i s t e r c i e n n e d ' A l c o b a ç a ( E s t r e m a d u r e , P o r t u g a l ) . I n L'HYDRAULIQUE monastique. Dir. Léon
P r e s s o u y r e ; P a u l B e n o i t . G r a n e , 1 9 9 6 , p . 221-233.
JORGE, V i r g o l i n o F e r r e i r a ; MASCARENHAS, J o s é M a n u e l - L e s y s t è m e h y d r a u l i q u e d e 1 ' a b b a y e
c i s t e r c i e n n e d A l m o s t e r ( R i b a t e j o , P o r t u g a l ) . I n L'HYDRAULIQUE monastique. Dir. l i o n Pressouy-
re; P a u l B e n o i t . G r a n e , 1996, p . 235-245.
JOUNEL, P i e r r e - Le culte des saints dans les basiliques du Latran et du Vaticain au xif siècle. R o -
m a : E c o l e française d e R o m e , 1977.
JOVER ZAMORA. J . M . , d i r . - Historia de Espana: Espana romana. M a d r i d , 1 9 8 2 , v o l . 2.
JUDAISM on Trial: Jewish-Christian disputations in the Middle Ages. E d . H y a n M a c c o b y . L o n d o n :
T h e L i t t m a n Library o f J e w i s h C i v i l i z a t i o n , 1996.
K I N G , P . D . — Derecho y sociedade en el Reino Visigodo. M a d r i d : A l i a n z a U n i v e r s i d a d , 1981.
KLANICZAY, G a b o r - S a i n t e t é r o y a l e e t s a i n t e t é d y n a s t i q u e a u M o y e n A g e : T r a d i t i o n s , m e t a -
m o r p h o s e s e t d i s c o n t i n u i t é s . Cahiers du Centre de Recherches Historiques. 3 (1989) 35-47.
— The Uses of Supernatural Power: The Transformation of Popular Religión in Medieval and Early-
-Modem Europe. C a m b r i d g e : C U P , 1990.
KLAPISH-ZUBER, C h r i s t i a n e - La maison et le nom: Statégies et rituels dans ITtalie de la Renais-
sance. P a r i s : E H E S S , 1 9 9 0 .
KNOWLES, M . D . ; OBOLENSKY, D . - Le Moyen Age. I n L4 NOUVELLE Histoire de 1' Église.
V o l . 2. P a r i s : E d . D u S e u i l , 1 9 8 6 .
KREIDER, A l a n - English Chantrie: The Road to Dissolution. C a m b r i d g e (Ma.): H a r v a r d U . P.,
!979•
KRUS, L u í s - C e l e i r o e r e l í q u i a s : o c u l t o q u a t r o c e n t i s t a d o s M á r t i r e s d e M a r r o c o s e a d e v o -
ç ã o d o s N u s . Estudos Contemporâneos. 6 (1984) 2 1 - 4 2 . I n IDEM - Passado, memória e poder na socie-
dade medieva. R e d o n d o : P a t r i m o n i a , 1994, p. 149-169.
— O t e m a das o r i g e n s da n o b r e z a p o r t u c a l e n s e n o relato f u n d a c i o n a l da l i n h a g e m dos se-
n h o r e s d a M a i a ( f i n a i s d o s é c u l o XIII). I n A MEMÓRIA da nação. O r g . F . B e t h e n c o u r t ; D . R . C u r -
t o . L i s b o a : L i v r . Sá d a C o s t a E d . , 1989, p . 71-79.
— T e m p o d e G o d o s e t e m p o d e m o u r o s : as m e m ó r i a s d a R e c o n q u i s t a . I n I D E M - Passado,
memória e poder na sociedade medieval portuguesa: Estudos. R e d o n d o : P a t r i m o n i a , 1994.
LA SELLE. X a v i e r d e - Le sewice des âmes à la Cour. P a r i s : E c o l e d e s C h a r t e s ; C h a m p i o n , 1995.
LAUWERS, M i c h e l - S a i n t e t é r o y a l e e t s a i n t e t é f e m i n i n e d a n s 1 ' O c c i d e n t m é d i é v a l : A p r o p o s
d e d e u x o u v r a g e s r é c e n t e s . Révue d'Histoire Ecclésiastique. 83:1 (1988) 5 8 - 6 9 .
LAVAJO, J o a q u i m C h o r ã o - A l v a r o P a i s , u m t e ó r i c o d a R e c o n q u i s t a c r i s t ã e d o d i á l o g o i s l a -
m o - c r i s t ã o . Eborensia. 14-15 (1995). S e p a r a t a .
— A c o n t r o v é r s i a j u d e o - c r i s t ã d e 1263 e m B a r c e l o n a , n o c o n t e x t o d o d i á l o g o r e l i g i o s o m e -
d i e v a l . Eborensia. 13-14 ( 1 9 9 4 ) . S e p a r a t a .

528
BIBLIOGRAFIA

— Cristianismo e islamismo na Península Ibérica: Raimundo Marti, um precursor do diálogo religioso.


U n i v e r s i d a d e d e É v o r a , 1988. 2 v o l . T e s e d e d o u t o r a m e n t o .
— A C r ó n i c a d o M o u r o R a s i s e a h i s t o r i o g r a f i a p o r t u g u e s a m e d i e v a l . I n O LEGADO cultural
de judeus e mouros. L i s b o a : I n s t i t u t o O r i e n t a l , 1991. S e p a r a t a .
— M a r i a e o i s l a m i s m o . Brotéria. 129 (1989) 3 0 9 - 3 2 9 . S e p a r a t a .
— A R e c o n q u i s t a h i s p â n i c a : f é , p á t r i a o u s o b r e v i v ê n c i a ? I n E N C O N T R O ( 2 . ° ) DE HISTÓRIA
REGIONAL E LOCAL DE PORTALEGRE - Actas. L i s b o a : A s s o c i a ç ã o d e P r o f e s s o r e s d e H i s t ó r i a , 1 9 9 6 .
Separata.
L E G O F F , J a c q u e s - A p o s t o l a t m e n d i a n t e t f a i t u r b a i n d a n s la F r a n c e m é d i é v a l e : T i m p l a n t a -
t i o n d e s o r d r e s m e n d i a n t s . P r o g r a m m e . Q u e s t i o n n a i r e p o u r u n e e n q u ê t e . Annales E. S. C. 23: 2
(1968) 335-352.
— A civilização do Ocidente medieval. L i s b o a : E d . E s t a m p a , 1983, v o l . 1.
— Os intelectuais na Idade Média. L i s b o a : G r a d i v a , 1983.
— O nascimento do Purgatório. L i s b o a : E d . E s t a m p a , 1995.
— O r d r e s m e n d i a n t s e t u r b a n i s a t i o n d a n s la F r a n c e M é d i é v a l e . Annales E. S. C. 25: 4 ( 1 9 7 0 )
924-946.
LE ROY LADURIE, E m m a n u e l - Montaillou: cátaros e católicos numa aldeia francesa. Lisboa: Ed.
70, 1987.
LEAH, E . - L'unité de 1'homme et autres essais. P a r i s , 1 9 8 0 .
LEBRIGAND, Y v e t t e - O r i g i n e s e t p r e m i è r e d i f f u s i o n d e 1 ' O r d r e d e S a i n t - R u f : Le m o n d e d e s
c h a n o i n e s . Cahiers de Fanjeaux. 2 4 (1989) 1 6 7 - 1 8 0 .
LECLERQ, H . - L a v e m e n t ( l a v a g e l i t u r g i q u e d e la t ê t e , d e s m a i n s , d e s p i e d s ) . I n DICTIONNAIRE
d'Archéologie Chrétienne et de Liturgie. P a r i s : L e t o u z e y e t A n é , 1 9 2 9 , v o l . 8, c o l . 2 0 0 2 - 2 0 1 0 .
— O r d i n a t i o n s i r r é g u l i è r e s . I n DICTIONNAIRE d'archéologie chrétienne et liturgie. P a r i s : L e t o u z e y
e t A n é , 1936, v o l . 12, c o l . 2 3 9 1 - 2 4 0 1 .
LECLERQ, J e a n - L a s p i r i t u a l i t é d e s c h a n o i n e s r é g u l i e r s . I n LA VITA commune dei clero nei secoli
xi e XII: Atti de la Settimana di Studio. M i l a n o , 1959, v o l . 1, p . 117-135.
LEEF, G o r d o n - H é r é s i e s a v a n t e e t h é r é s i e p o p u l a i r e d a n s l e B a s M o y e n A g e . I n HÉRÉSIES et
Sociétés dans l'Europe Pré-Industrielle. Paris, 1968.
LEGUAY, J e a n - P i e r r e - O « P o r t u g a l » g e r m â n i c o . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel
S e r r ã o ; A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . L i s b o a : E d i t o r i a l P r e s e n ç a , 1993, v o l . 2, p . 11-115.
LEITE, A n t ó n i o - B e n e p l á c i t o r é g i o . I n DICIONÁRIO da História da Igreja em Portugal. Lisboa,
1983, v o l . 2, p . 4 1 8 - 4 2 3 .
LEJARZA, F i d e l d e - O r i g e n e s d e la d e s c a l c e z f r a n c i s c a n a . Archivo Ibero-Americano. 2 2 (1962) 15-
-131.
LEKAI, L o u i s J . - Los cistercienses: Ideales y realidad. B a r c e l o n a , 1 9 8 7 .
LEMARIGNIER, J e a n - F r a n ç o i s - Les institutions ecclésiastiques e n France d u milieu d u xe au
m i l i e u d u XII ‫ ־‬s i è c l e . I n HISTOIRE des Institutions Françaises. P a r i s : P U F , 1 9 6 2 , v o l . 3.
LENCART, J o a n a - O costumeiro de Pombeiro: Uma comunidade beneditina no século X111. L i s b o a :
E s t a m p a , 1997.
LEPELLEY, C . - Les cités de 1'Afrique romaine au Bas-Empire. V o l . 1: La permanence d'une civilisa-
tion municipale. Paris, 1979.
LESNE, E . - Les o r i g i n e s d e la p r é b e n d e . Revue historiaque de droit français et étranger. Paris. 8
(1929) 242-290.
LÉVI-PROVENÇAL, E . - La civilisation arabe en Espagne, vue génerale. P a r i s , 1961. T r a d u ç ã o : La ri-
vilisación árabe en Espana. M a d r i d : E s p a s a - C a l p e , S. A . , 1977.
— L'Espagne musulmane au x siècle: Institutions et vie sociale. P a r i s , 1932.
— Historia de Espana: Espana Musulmana (711-1031). M a d r i d , 1957, v o l . 4 - 5 .
LEYSER, K a r l - The Gregorian Revolution and Beyond. L o n d o n , 1994.
LIMA, H e n r i q u e L . - B a r t o l o m e u J o a n e s e o s e u t e m p o ( a c h e g a s p a r a u m e s t u d o h i s t ó r i c o -
- g e n e a l ó g i c o ) . Olisipo. 43-48 (1948-1949) v v .
LIMA, M a r i a J u s t i n i a n a P i n h e i r o M a c i e l - O cabido de Braga no tempo de D. Dinis (1278-1325).
D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à U n i v e r s i d a d e d o M i n h o . B r a g a , 1998.
LINAJE C O N D E , A . - L a c o n d i c i ó n s o c i a l y e l r é g i m e n l a b o r a l e n e l m o n a c a t o v i s i g o d o . Ligar-
zas. 2 ( 1 9 7 0 ) 5-19.
— L a c o n s t a n t e m i s i o n e r a e n el m o n a c a t o p o r t u g u ê s , d e s d e S a n M a r t i n d e B r a g a . I n C O N -
GRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA DA MISSIONAÇÃO: MISSIONAÇÃO PORTUGUESA E E N C O N T R O
DE CULTURAS - Actas. B r a g a , 1993, v o l . 1, p . 2 0 7 - 2 2 0 .
— E n t o r n o d e la Regula Monachontm y s u r e l a c i ó n c o n o t r a s r e g i a s m o n á s t i c a s . Bracara Au-
gusta. 21 ( 1 9 6 7 ) 123-163.
— Los origenes dei monacato benedictino en la Península Ibérica. L e ó n , 1973, v o l . 1.
LIRA, S é r g i o - O Mosteiro de S. Simão da Junqueira (dos primórdios a 1300). D i s s e r t a ç ã o d e m e s -
t r a d o e m H i s t ó r i a M e d i e v a l a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o ,
1993. 2 v o l .
LITTLE, L e s t e r K . - Benedictine Maledictions: Liturgical Cursing in Romanesque France. Ithaca;
L o n d o n : C o r n e l l U n i v e r s i t y P r e s s , 1993.
— Religious Poverty and the Profit Economy in Medieval Europe. L o n d o n : P a u l E l e k , 1 9 7 8 . ( T r a d .
e s p a n h o l a : Pobreza voluntária y economia de beneficio en la Europa Medieval. M a d r i d : T a u r u s , 1980.)
LOBÃO, M . A . e S o u s a d e - Tractado Practico Compendiaria dos Censos. L i s b o a , 1815.
L O B R I C H O N , G u y - La religion des laics en Occident ( x f - x v f siècles). P a r i s : H a c h e t t e , 1 9 9 4 .
LOMAX, D e r e k W . - La Reconquista. B a r c e l o n a : E d i t o r i a l C r í t i c a , 1984.
LOPES, D a v i d - O d o m í n i o á r a b e . I n HISTÓRIA de Portugal Dir. de D a m i ã o Peres. Barcelos,
1 9 2 8 , v o l . 1, p . 391-431.
— Nomes árabes de terras portuguesas. Dir. d e José P e d r o M a c h a d o . Lisboa: Sociedade da L i n -
gua Portuguesa; Círculo David Lopes, 1968.

529
BIBLIOGRAFIA

— Toponímia árabe cm Portugal. Paris, 1902.


LOPES, F e r n a n d o F é l i x - Colectânea de estudos de história e literatura. Lisboa: A c a d e m i a Portu-
g u e s a d a H i s t ó r i a , 1 9 9 7 , v o l . 2: A Ordem Franciscana na história e cultura portuguesa.
— Franciscanos de Portugal antes de formarem província independente: Ministros provin-
c i a i s a q u e o b e d e c i a m . Archivo Ibero-Americano. 4 5 (1985) 3 4 9 - 4 5 0 .
— F r a n c i s c a n o s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. por Joel Serrão. Porto: Figueiri-
n h ã s , 1 9 8 9 , v o l . 3, p . 7 1 - 7 3 .
— F u n d a ç ã o d o M o s t e i r o de Santa Clara de C o i m b r a : P r o b l e m a d e direito medieval. Colec-
tânea de Estudos. 4 : 2 (1953) 1 6 6 - 1 9 2 .
LOPEZ, A t a n a s i o - C o n f e s o r e s d e la f a m í l i a r e a l d e C a s t i l l a . Archivo Ibero-Americano. 31 (1929)
6-75•
LUCAS, M a n a C l a r a d e A l m e i d a - Hagiografia medieval portuguesa. L i s b o a : I C L P , 1984.
M A C E D O , F r a n c i s c o P a t o d e - M a n i f e s t a ç õ e s a r t í s t i c a s . I n NOVA História de Portugal. Dir. de
J o e l S e r r ã o ; A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. Dir. de Maria
H e l e n a da C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L. d e C a r v a l h o H o m e m . Lisboa: P r e s e n ç a , 1996, p. 692-745.
M A C H A D O , A n a M a r i a L i m a - L i v r o q u e fala d a b o a v i d a q u e f e z a r a i n h a d e P o r t u g a l ,
D . I s a b e l . I n DICIONÁRIO da literatura medieval galega e portuguesa. Coord. de G. Tavani; G. Lan-
c i a n i . L i s b o a : C a m i n h o , 1993, p . 4 1 7 - 4 1 8 .
— Vicente Hispano: Aspectos biográficos e doutrinais. L i s b o a , 1965.
M A C H A D O , J o s é P e d r o - Influência árabe no vocabulário português. L i s b o a , 1961.
MACÍAS, S a n t i a g o - Mértola islâmica: Estudo histórico-arqueológico do Bairro da Alcáçova (séculos xn-
-xm). M é r t o l a : C a m p o A r q u e o l ó g i c o d e M é r t o l a , 1996.
— R e s e n h a d o s f a c t o s p o l í t i c o s . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José Mattoso. Lisboa: C í r c u -
l o d e L e i t o r e s , 1 9 9 2 , v o l . 1, p . 4 1 7 - 4 3 2 .
MACIEL, M . J u s t i n o P i n h e i r o - O « D e c o r r e c t i o n e r u s t i c o r u m » d e S. M a r t i n h o d e Dume.
Bracara Augusta. 3 4 / 7 8 (1980) 483-561.
— São M a r t i n h o de D u m e e a cristianização d o f u t u r o território português: Fé, cultura e ar-
q u i t e c t u r a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA DA MISSIONAÇÃO PORTUGUESA: M I S S I O -
NAÇÃO PORTUGUESA E E N C O N T R O DE CULTURAS - Actas. B r a g a , 1 9 9 3 , v o l . 1, p . 2 4 7 - 2 5 5 .
— T e x t o s o b r e as c r e n d i c e s . I n E N C O N T R O ( I I I ) SOBRE HISTÓRIA D O M I N I C A N A - Actas. Por-
t o , 1 9 8 9 , v o l . 11, p . 3 0 9 - 3 2 0 .
MACIEL, M . J u s t i n o P i n h e i r o ; MACIEL, T a r c í s i o P i n h e i r o - A propósito de u m a nova ara
a E n d o v é l i c o . Caya. 4 (1986) 9-11.
MACIEL, M . J u s t i n o ; MACIEL, T . D a n i e l - F r a g m e n t o d e ara a E n d o v é l i c o , d e J u r o m e n h a
( c o n v e n t o s p a c e n s i s ) . Ficheiro Epigráftco. 15 (1985) 6 4 .
MADAHIL, A n t ó n i o Gomes da Rocha - O privilégio do isento de Santa Cruz de Coimbra.
C o i m b r a , 1940.
M A D O Z , J . - A r r i a n i s m o y p r i s c i l i a n i s m o e n G a l i c i a . Bracara Augusta. 8 (1957) 6 8 - 8 7 .
MAILLO SALGADO, F e l i p e - Vocabulário básico de Historia dei Islam. M a d r i d : A k a l , 1 9 8 7 .
MAISONNEUVE, H . - M é t r o p o l e , M é t r o p o l i t a i n . I n CATHOLICISME. P a r i s , 1982, v o l . 9 , c o l . 7 2 -
‫־‬73•
MANARICUA, A . E . d e - E l n o m b r a m i e n t o d e l o s o b i s p o s e n la E s p a n a v i s i g ó t i c a y m u s u l m a -
n a . Scriptorium Victoriense. 13 ( 1 9 6 6 ) 8 7 - 1 1 4 .
MANSILLA, D e m é t r i o - A n t i g u a s d i v i s i o n e s p o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i v a s d e E s p a n a . Burgense. 30
(1989) 4 3 3 - 4 7 5 •
— F o r m a c i o n d e la p r o v í n c i a b r a c a r e n s e d e s p u é s d e la i n v a s i o n a r a b e . Hispania Sacra. 14
(1961) 5 - 2 5 . ^
— I n o c ê n c i o III y l o s r e i n o s h i s p a n o s . Anthologica Annua. R o m a . 2 (1954) 9 - 4 9 .
MANTEUFFEL, T a d e u s z - Naissance d'une Hérésie, les adeptes de la pauvreté volontaire au Moyen
Age. P a r i s ; L a H a y e : M o u t o n , 1 9 7 0 .
MARIANI, U g o - E r e m i t a n i d i S a n t ' A g o s t i n o . I n ENCICLOPÉDIA Católica. V o l . 5, 4 8 5 - 4 8 6 .
MARQUES, A . H . d e O l i v e i r a - D e s a m o r t i z a ç ã o , Leis d e . I n DICIONÁRIO de História de Portu-
gal. D i r . p o r J o e l S e r r ã o . P o r t o : I n i c i a t i v a s E d i t o r i a i s , 1975, v o l . 2 , p . 2 8 7 - 2 8 8 .
— I n q u i r i ç õ e s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. p o r J o e l Serrão. P o r t o : Inicitivas
E d i t o r i a i s , 1975, v o l . 3, p . 3 2 8 - 3 3 0 .
— Portugal na crise dos séculos xiv e xv. Lisboa: Presença, 1987.
— A sociedade medieval portuguesa. e d i ç ã o . L i s b o a : Livraria Sá da C o s t a , 1987.
MARQUES, J o ã o F r a n c i s c o - F r a n c i s c a n o s e d o m i n i c a n o s c o n f e s s o r e s d o s r e i s p o r t u g u e s e s d a s
d u a s p r i m e i r a s d i n a s t i a s . I n ESPIRITUALIDADE e corte em Portugal (séculos xvi a xvm). Porto: Instituto
d e C u l t u r a P o r t u g u e s a , 1993, p . 5 3 - 6 0 .
MARQUES, J o s é - A p r o p ó s i t o d o s r e c o m e n d a d o s d e D . L u í s d a G u e r r a (1434). Bracara Augus-
ta. 31 ( 1 9 7 7 ) 3 - 4 6 .
— A arquidiocese de Braga no século xv. L i s b o a : I N C M , 1988.
— O s c o r p o s a c a d é m i c o s e o s s e r v i d o r e s . I n HISTÓRIA da Universidade em Portugal. Coimbra:
U n i v . C o i m b r a ; F u n d a ç ã o C . G u l b e n k i a n , 1 9 9 7 , v o l . 1, p . 6 9 - 1 2 7 .
— D . A f o n s o I V e as j u r i s d i ç õ e s s e n h o r i a i s - I n JORNADAS ( I I I ) LUSO-ESPANHOLAS DE H I S T Ó -
RIA MEDIEVAL - Actas. P o r t o : I N I C , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 1 5 2 7 - 1 5 6 6 .
— O s F r a n c i s c a n o s n o N o r t e d e P o r t u g a l n o s f i n a i s d a I d a d e M é d i a . Boletim do Arquivo Dis-
trital do Porto. 1 (1982) 153-189. S e p a r a t a .
— I n v e n t á r i o s p a r o q u i a i s . Diário do Minho. (11 d e S e t e m b r o d e 1 9 9 0 ) 5, 3.
— O m o n a c a t o b r a c a r e n s e e m f a s e d e m u d a n ç a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C E N T E -
NÀRIO DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA - Actas. B r a g a , 1 9 9 0 , v o l 1
— O m o s t e i r o d e G u i m a r ã e s . Boletim de Trabalhos Históricos. G u i m a r ã e s . (1990). Separata.
— R e l a ç õ e s e n t r e a I g r e j a e o E s t a d o e m P o r t u g a l n o s é c u l o x v . Revista da Faculdade de Le-
tras. P o r t o . 11 ( 1 9 9 4 ) 137-171.

530
BIBLIOGRAFIA

— S a n t a M a r i a d a O l i v e i r a , c e n t r o n a c i o n a l d e p e r e g r i n a ç õ e s . I n SANTUÁRIO DE N . A SR. A DA
P E N H A : SIMPÓSIO M A R I O L Ó G I C O - Actas. B r a g a , 1 9 9 4 , p . 6 5 - 8 9 .
— O s e n h o r i o d e B r a g a n o s é c u l o x v . Bracara Augusta. B r a g a . 1997. Separata.
MARQUES, M a r i a A l e g r i a F e r n a n d e s - A l g u n s a s p e c t o s d o p a d r o a d o n a s i g r e j a s e m o s t e i r o s d a
d i o c e s e d e B r a g a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C e n t e n á r i o d a D e d i c a ç ã o d a S é d e B r a g a -
Actas. B r a g a , 1 9 9 0 , v o l . 2, p . 359-87.
— B e n s d e dois m o s t e i r o s cistercienses n o séc. x v : Santa M a r i a d e Seiça e Santa M a r i a d e
B o u r o . I n AMAR, sentir e viver a História: Estudos de homenagem a Joaquim Veríssimo Serrão. L i s b o a ,
1995, v o l . 2 , p . 8 9 7 - 9 2 8 .
— O c l e r o - h o m e n s d e o r a ç ã o e a c ç ã o . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel Serrão;
A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. Dir. d e Maria H e l e n a da
C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L . d e C a r v a l h o H o m e m . L i s b o a : P r e s e n ç a , 1996, p . 225-241.
— Estudos sobre a Ordem de Cister em Portugal. Lisboa: C o l i b r i ; F a c u l d a d e d e Letras d e Coim-
bra, 1998.
— E v o l u ç ã o d o m o n a q u i s m o f e m i n i n o até ao século x m , na região d e E n t r e D o u r o e T e j o :
N o t a s p a r a u m a i n v e s t i g a ç ã o . I n A MULHER na sociedade portuguesa: Visão histórica e perspectivas ac-
tuais. C o i m b r a : I E H S ; F L U C , 1 9 8 6 , v o l . 2 , p . 89-114; I n IDEM - Estudos sobre a Ordem de Cister
em Portugal. L i s b o a : C o l i b r i , 1998, p . 9 - 2 8 .
— I n o c ê n c i o II e a p a s s a g e m d o m o s t e i r o d e L o r v ã o p a r a a O r d e m d e C i s t e r . I n IDEM - Es-
tudos sobre a Ordem de Cister em Portugal. L i s b o a : C o l i b r i , 1 9 9 8 , p . 75-125.
— A i n t r o d u ç ã o d a O r d e m d e C i s t e r e m P o r t u g a l . I n IDEM - Estudos sobre a Ordem de Cister
em Portugal. L i s b o a : C o l i b r i , 1998, p . 29-73.
— O papado e Portugal no tempo de Afonso III (1245-1279). Tese de doutoramento e m His-
tória Medieval a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d e C o i m b r a . C o i m b r a ,
1990.
— A s p r i m e i r a s f r e i r a s d e L o r v ã o . I n IDEM - Estudos sobre a Ordem de Cister em Portugal. Lis-
b o a : C o l i b r i , 1998, p . 127-180.
— A restauração das dioceses d e E n t r e D o u r o e T e j o e o litígio B r a g a - C o m p o s t e l a . In C O N -
GRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m . M u n . ; U n i v . d o M i n h o , [ s . d . ] ,
v o l . 5.
— A v i a b i l i z a ç ã o d e u m r e i n o . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel Serrão; A. H . de
O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. D i r . d e M a r i a H e l e n a da C r u z C o e -
l h o ; A r m a n d o L. d e C a r v a l h o H o m e m . L i s b o a : P r e s e n ç a , 1996, p . 23-37.
MARQUES, M a r i a I n e z G o n ç a l v e s - A colegiada de S. Martinho de Sintra nos séculos xiv e xv: Pa-
trimónio e gestão. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F C S H d a U n i v e r s i d a d e N o v a d e L i s b o a .
Lisboa, 1996.
MARREIROS, M a r i a R o s a F e r r e i r a - O s c o u t o s d o M o s t e i r o d e S ã o J o ã o d e T a r o u c a n a I d a d e
M é d i a : S u a o r g a n i z a ç ã o a d m i n i s t r a t i v a e j u d i c i a l . Bracara Augusta. 4 2 (1991-1992) 321-343.
— E c o n o m i a : É p o c a m e d i e v a l . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. L i s b o a : C í r c u -
lo d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 1 ( n o prelo).
— O p a t r i m ó n i o d o m o s t e i r o c i s t e r c i e n s e d e S. J o ã o d e T a r o u c a n o s s é c u l o s x i i e x m . In
CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE O CISTER EN GALICIA E PORTUGAL - Actas. O r e n s e , 1 9 9 2 , v o l .
1, p . 496-551• , .
— P o d e r s o b r e a t e r r a - S u p o r t e s o c i o e c o n ó m i c o d o s g r u p o s s o c i a i s . I n NOVA Historia de
Portugal. D i r . d e J o e l S e r r ã o ; A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de frontei-
ras. D i r . d e M a r i a H e l e n a d a C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L . d e C a r v a l h o H o m e m . L i s b o a : P r e s e n ç a ,
1996, p . 185-205.
— O s e n h o r i o d a O r d e m d o H o s p i t a l e m A m a r a n t e ( s é c s . XIII-XTV): s u a o r g a n i z a ç ã o a d m i n i s -
t r a t i v a e j u d i c i a l . Estudos Medievais. 5 / 6 (1984/1985) 3-38.
— S e n h o r i o s . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel Serrão; A. H . de Oliveira Marques.
V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. D i r . d e M a r i a H e l e n a da C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L. d e
C a r v a l h o H o m e m . Lisboa: P r e s e n ç a , 1996, p. 584-602.
M A R T I N , V i c t o r , d i r . - Histoire de 1 Eglise depuis les origines jusqu'à nos jours. P a r i s : B l o u d &
G a y , 1934, v o l . 7 .
MARTINDALE, A n d r e w - P a t r o n s a n d M i n d e r s : t h e I n t r u s i o n o f t h e S e c u l a r i n t o S a c r e d S p a -
c e s i n t h e L a t e M i d d l e A g e s . I n THE CHURCH and the Arts. O x f o r d : C l a r e n d o n Press, 1992.
M A R T Í N E Z D I E Z , G o n z a l o - El Patrimonio Eclesiástico en la Espana Visigoda. C o m i l l a s : U n i v e r -
s i d a d P o n t i f í c i a , 1959.
M A R T I N S , A r m a n d o A l b e r t o - O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, séculos xn-xv: História e
instituição. D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o e m H i s t ó r i a M e d i e v a l a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras
da U n i v e r s i d a d e d e Lisboa. Lisboa, 1996. 2 vol.
— Santa Cruz de Coimbra nos séculos x / í e xm: Aspectos de cultura e forma de mentalidade a partir
dos seus manuscritos. Provas de aptidão científica e capacidade pedagógica e m História Medieval
d e P o r t u g a l . L i s b o a , 1989.
— U m texto n ã o diplomático n o Livro de D . J o ã o T e o t ó n i o , cartulário de Santa C r u z de
C o i m b r a ( s é c . XII). I n AMAR, sentir e viver a História: Estudos de homenagem a Joaquim Veríssimo Ser-
rão. L i s b o a , 1995, v o l . 1, p . 211-236.
MARTINS, A l c i n a M a n u e l a d e O l i v e i r a - O Mosteiro de S. Salvador de Lorvão na Idade Média: o
percurso de uma comunidade feminina. Dissertação de d o u t o r a m e n t o apresentada à Faculdade de Le-
tras d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1999. 2 v o l .
— O s v o t o s d e S a n t i a g o . 111 DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: C í r c u l o de
Leitores, 2 0 0 0 , vol. 3 (no prelo).
— Os votos de Santiago no Norte de Portugal (sécs. xn-xv). Santiago de Compostela: X u n t a de
G a l i c i a , 1993.
MARTINS, A r m a n d o - O mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, séculos xn-xv: História e instituição.

531
BIBLIOGRAFIA

D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras d a U n i v e r s i d a d e d e L i s b o a . Lis-
b o a , 1996. 2 vol.
MARTINS, F e r n a n d o - A Colegiada de Santa Cruz do Castelo e a capela de D. Isabel de Sousa.
D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o ,
1996.
M A R T I N S , M á r i o - A s a c u s a ç õ e s c o n t r a T o m á s E s c o t o e a s u a i n t e r p r e t a ç ã o . I n IDEM - Estu-
dos de literatura medieval. B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956, p . 2 8 5 - 3 0 6 .
— Alegorias, símbolos e exemplos morais da literatura medieval portuguesa. L i s b o a , 1975.
— A Bíblia na literatura medieval portuguesa. L i s b o a : I C P , 1979.
— O c i c l o f r a n c i s c a n o d a n o s s a e s p i r i t u a l i d a d e m e d i e v a l . Biblos. 2 7 (1957) 1 4 1 - 2 4 7 .
— Correntes da filosofia religiosa em Braga (séculos iv-vu). P o r t o : T a v a r e s M a r t i n s , 1950.
— D e c o m o e r a m o s e r e m i t a s d a s e r r a d e O s s a . Brotéria. 129 (1989) 4 0 3 - 4 1 0 .
— Estudos de cultura medieval. V o l . 1: B r a g a : V e r b o , 1 9 6 9 . V o l . 2 : L i s b o a : B r o t é r i a , 1985.
— Estudos de literatura medieval. B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956.
— F r e i Á l v a r o P a i s e o p o e t a A f o n s o G e r a l d e s . I n IDEM - Estudos de cultura medieval. Braga,
1956, vol. 2, p. 7 0 - 7 6 .
— Frei J o ã o M o n g e d e Alcobaça e controversista. I n IDEM - Estudos de literatura medieval.
B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956, p . 3 1 7 - 3 2 6 .
— Guia Geral das Horas del-rei D. Duarte. 2." e d . L i s b o a , 1 9 8 2 .
— Introdução histórica à vivência do tempo e da morte. B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1 9 6 9 , v o l . 1, p . 7 5 - 9 2 .
— O « L i v r o d a s C o n f i s s õ e s » d e M a r t i m P é r e z ( s é c . x i v ) . I n IDEM - Estudos de literatura medie-
vai. B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956, p . 8 1 - 9 2 .
— O «Livro dos M i l a g r e s d e S a n t o A n t ó n i o » . I n IDEM - Estudos de cultura medieval. Lisboa:
V e r b o , 1969, v o l . I, p. 217-227.
— O monacato d e S . F r u c t u o s o d e B r a g a . Biblos. 2 6 (1950) 315-412.
— O penitencial d e M a r t i m P e r e z e m m e d i e v o - p o r t u g u ê s . Lusitania Sacra. 2 (1957) 55-110.
— Peregrinações e livros de milagres na nossa Idade Média. L i s b o a , 1954. 2. A e d . L i s b o a : B r o t é r i a .
!957•
— A p o l é m i c a r e l i g i o s a n a l g u n s c ó d i c e s d e A l c o b a ç a . I n IDEM - Estudos de literatura medieval.
B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956, p . 3 0 7 - 3 1 6 .
— P r o s a f e m i n i n a : M a r g a r i d a P i n h e i r o , d o m i n i c a n a . I n ALEGORIAS, símbolos e exemplos morais
na literatura medieval portuguesa. 2.A e d . L i s b o a : B r o t é r i a , 1 9 8 0 , p . 2 9 5 - 2 9 8 .
— O s e r m o n á r i o d e F r e i P a i o d e C o i m b r a d o C ó d . Á l c . 5 / c x x x . Didaskalia. 3 (1973) 337-
-361.
— U m c a p í t u l o d e m í s t i c a e u m e m p a r e d a d o e m F e r n ã o L o p e s . I n IDEM - Estudos de Litera-
tura Medieval. B r a g a : L i v r a r i a C r u z , 1956, p . 4 6 7 - 4 7 6 .
— A v i d a e c o n ó m i c a d o s m o n g e s d e S. F r u t u o s o . Brotéria. 4 4 : 4 (1947) 3 9 1 - 4 0 0 .
— Vida e obra de frei João Claro (c. 1520): Doctor parisiensis e professor universitário. Coimbra:
U n i v e r s i d a d e , 1956.
MARTINS. R u i C u n h a - O e s p a ç o p a r o q u i a l d a d i o c e s e d e B r a g a n a A l t a I d a d e M é d i a
( s é c . v i - x i ) : U m e s t a d o d a q u e s t ã o . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C E N T E N Á R I O DA D E D I C A -
ÇÃO DA SÉ DE BRAGA. B r a g a , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 2 8 3 - 2 9 4 .
— Património, parentesco e poder: O mosteiro de Semide do século XII ao século xv. Lisboa: Escher,
1992.
MATA, J o e l S i l v a F e r r e i r a - A comunidade feminina da Ordem de Santiago: A comenda de Santos
na Idade Média. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o
P o r t o . P o r t o , 1991.
— A comunidade feminina da Ordem de Santiago: a comenda de Santos nos finais do século xv e no
século XVI: Um estudo religioso, económico e social. D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o a p r e s e n t a d a â F a c u l -
d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1999. 2 vol.
M A T T O S O , J o s é - Vabbaye de Pendorada des origines à 1160. C o i m b r a : F a c u l d a d e d e L e t r a s d a
U n i v e r s i d a d e d e C o i m b r a , 1962.
— A c u l t u r a ç ã o r e l i g i o s a n a I d a d e M é d i a . Trabalhos de Antropologia e Etnologia. 3 0 (1990) 83-93.
— A c u l t u r a m o n á s t i c a e m P o r t u g a l ( 9 7 5 - 1 2 0 0 ) . I n IDEM - Religião e cultura na Idade Média
portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982, p . 355-393.
— A n a i s . I n DICIONÁRIO da literatura medieval galega e portuguesa. Coordenação de G. Tavani;
G . L a n c i a n i . L i s b o a : C a m i n h o , 1993, p . 50-51.
— B r e v e i n t e r p r e t a ç ã o d o f e n ó m e n o p r i s c i l i a n i s t a . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José M a t -
t o s o . L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1993, v o l . 1, p . 2 9 0 - 2 9 2 .
— C l u n y . 111 DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. de Joel Serrão. Porto: Figueirinhas,
1 9 8 9 , v o l . 2 , p . 81-82.
— C l u n y , C r ú z i o s e C i s t e r c i e n s e s n a f o r m a ç ã o d e P o r t u g a l . I n IDEM - Portugal medieval: No-
vas interpretações. L i s b o a : I N C M , 1 9 8 4 , p . 101-122.
— D . A f o n s o II, o G o r d o . I n HISTÓRIA de Portugal. L i s b o a : P u b l i c a ç õ e s A l f a , 1 9 8 6 , v o l . 1,
P• 531-551•
— D . S a n c h o I, o P o v o a d o r . I n HISTÓRIA de Portugal. L i s b o a : P u b l i c a ç õ e s A l f a , 1 9 8 6 , v o l . 1,
p . 507-531.
— D . S a n c h o II, o C a p e l o . I n HISTÓRIA de Portugal. L i s b o a : P u b l i c a ç õ e s A l f a , 1 9 8 6 , v o l . 1,
P• 553-572•
— A d i f u s ã o d o c r i s t i a n i s m o n a H i s p â n i a . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José M a t t o s o . Lis-
b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1993, v o l . 1, p . 2 8 3 - 2 8 7 .
— D o i s s é c u l o s d e v i c i s s i t u d e s p o l í t i c a s . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. José Mattoso. Lisboa:
C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1 9 9 2 , v o l . 2, p . 23-163.
— O e n q u a d r a m e n t o s o c i a l e e c o n ó m i c o d a s p r i m e i r a s f u n d a ç õ e s f r a n c i s c a n a s . I n IDEM -
Portugal medieval: Novas interpretações. L i s b o a : I N C M , 1984, p. 329-346.

532
BIBLIOGRAFIA

— A é p o c a s u e v a e v i s i g ó t i c a . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José M a t t o s o . Lisboa: Círculo


d e L e i t o r e s , 1993, v o l . 1, p . 3 0 2 - 3 5 9 .
— E r e m i t a s p o r t u g u e s e s d o s é c u l o XII. I n IDEM - Religião e cultura na Idade Média portuguesa.
L i s b o a : I N C M , 1982, p . 103-146.
— E r e m i t i p a o l i n i p o r t o g h e s i . I n DIZIONARIO degli istituti de perfezione. R o m a : Ed. Paoline,
1 9 7 6 , v o l . 3, 1195-1199.
— A f a m í l i a d a M a i a n o s é c u l o XIII. I n IDEM - Portugal medieval: Novas interpretações. Lisboa:
I N C M , 1 9 8 4 , p . 331-342.
— A s f a m í l i a s c o n d a i s , p o r t u c a l e n s e s d o s s é c u l o s x e x i . I n A nobreza medieval portuguesa.
A família e o poder. L i s b o a : E s t a m p a , 1982, p . 101-157.
— A f o r m a ç ã o d a n a c i o n a l i d a d e n o e s p a ç o i b é r i c o ( 1 0 9 6 - 1 3 2 5 ) . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir.
d e J o s é M a t t o s o . L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1993, v o l . 2 .
— A f o r m a ç ã o d e P o r t u g a l e a P e n í n s u l a I b é r i c a n o s s é c u l o s XII e x m . I n IDEM - Fragmentos
de uma composição medieval. L i s b o a : E d . E s t a m p a , 1987, p . 4 9 - 7 2 .
— A h i s t ó r i a d a s p a r ó q u i a s e m P o r t u g a l . I n IDEM - Portugal medieval: Novas interpretações. Lis-
b o a : I N C M , 1984, p. 37-56.
— O i d e a l d e p o b r e z a e as o r d e n s m o n á s t i c a s e m P o r t u g a l d u r a n t e o s s é c u l o s x i - x i n . I n IDEM
- Religião e cultura na Idade Média portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982, p . 281-323.
—- Identificação de um país: Ensaio sobre as origens de Portugal (1096-132$). L i s b o a : E s t a m p a , 1985,
v o l . 1; 2' e d i ç ã o . L i s b o a : E s t a m p a , 1 9 8 6 , v o l . 2.
— O s m o ç á r a b e s . Revista Lusitana. 6 (1985); I n IDEM - Fragmentos de uma composição medieval.
L i s b o a : E s t a m p a , 1 9 8 7 , p . 19-34.
— Le monachisme ibérique et Cluny: Les monastères du Diocese de Porto de Van mille à 1200. Lou-
v a i n : P u b l . d e 1 ' U n i v e r s i t é d e L o u v a i n , 1968.
— O m o n a q u i s m o b e n e d i t i n o p o r t u g u ê s n o p r i n c í p i o d o s é c u l o XIII. I n IDEM - Portugal me-
dieval: Novas interpretações. L i s b o a , I N C M , 1984, p . 3 8 9 - 4 0 8 .
— O m o n a q u i s m o i b é r i c o e C l u n y . I n IDEM - Religião e cultura na Idade Média portuguesa.
L i s b o a : I N C M , 1 9 8 2 , p . 55-72.
— O monaquismo tradicional em Portugal no século x / í . I n LA INTRODUCCION dei Cister en Espana
y Portugal. [ S . l ] : L a O l m e d a , 1991, p . 4 3 - 6 0 .
— A m o n a r q u i a f e u d a l . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José M a t t o s o . Lisboa: C í r c u l o de
L e i t o r e s , 1 9 9 6 , v o l . 1.
— O m o s t e i r o d e S a n t o T i r s o e a c u l t u r a m e d i e v a l p o r t u g u e s a . I n IDEM - Religião e cultura na
Idade Média portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982, p . 4 8 1 - 5 1 0 .
— A nobreza medieval portuguesa: A família e o poder. 2,' e d i ç ã o . L i s b o a : E s t a m p a , 1 9 8 7 .
— A n o b r e z a m e d i e v a l p o r t u g u e s a - as c o r r e n t e s m o n á s t i c a s d o s s é c u l o s x i e x n . I n IDEM -
Portugal medieval: Novas interpretações. L i s b o a : I N C M , 1984, p. 197-223.
— A n o b r e z a r u r a l p o r t u e n s e n o s s é c u l o s x i e x i i . I n IDEM - Portugal medieval: Novas interpre-
tações. L i s b o a : I N C M , 1 9 8 4 , p . 161-253.
— A n o v a f a c e d e A f o n s o H e n r i q u e s . I n CONGRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas.
G u i m a r ã e s : C Â M . M u n . ; U n i v . d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 1, p . 35-55.
— N o t a s críticas a A l e x a n d r e H e r c u l a n o . I n HERCULANO, A l e x a n d r e - História de Portugal.
L i s b o a : B e r t r a n d , 1 9 8 0 , v o l . 3.
— Le P o r t u g a l d e 9 5 0 à 1550. I n G . PHIPPART, d i r . - Hagiographies. T u r n h o u t : Brepols, 1996,
v o l . 2, p . 83-102.
— P o r t u g a ] n o r e i n o a s t u r i a n o - l e o n ê s . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José Mattoso. Lisboa:
C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1 9 9 2 , v o l . 1, p . 4 3 9 - 5 6 5 .
— O p r a n t o f ú n e b r e n a p o e s i a t r o v a d o r e s c a g a l e g o - p o r t u g u e s a . I n O REINO dos mortos na Ida-
de Média peninsular. O r g a n i z a d o p o r J o s é M a t t o s o . L i s b o a : E d i ç õ e s J o ã o Sá d a C o s t a , 1996,
p . 201-215.
— R a í z e s d a m i s s i o n a ç ã o p o r t u g u e s a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA DA M I S -
SIONAÇÃO PORTUGUESA: MISSIONAÇÃO PORTUGUESA E E N C O N T R O DE CULTURAS - Actas. Braga,
1993, v o l . 1, p . 6 7 - 8 0 .
— Religião e cultura na Idade Média portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982.
— R e l i g i ã o e c u l t u r a . I n HISTÓRIA de Portugal. D i r . p o r J o s é M a t t o s o . L i s b o a : C í r c u l o d e L e i -
t o r e s , 1 9 9 2 , v o l . 1, 5 0 9 - 5 2 9 .
— Ricos-homens, infanções e cavaleiros: A nobreza medieval portuguesa nos séculos xi e xii. 2' e d .
L i s b o a : G u i m a r ã e s E d i t o r e s , 1985.
— S . M a r t i n h o d e D u m e e as c o r r e n t e s m o n á s t i c a s d a s u a é p o c a . I n IDEM - Portugal medieval:
Novas interpretações. L i s b o a : I N C M , 1992, p . 7 7 - 8 6 .
— S . R o s e n d o e as c o r r e n t e s m o n á s t i c a s d a s u a é p o c a . I n IDEM - Religião e cultura na Idade
Média portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982, p . 2 9 - 5 4 .
— S a n c t i o ( 8 7 5 - 1 2 0 0 ) . I n IDEM - Religião e cultura na Idade Média portuguesa. Lisboa: INCM,
1982, p . 394-440•
— S e n h o r i a s m o n á s t i c a s d o N o r t e d e P o r t u g a l n o s s é c u l o s x i a XIII. I n IDEM - A nobreza me-
dieval portuguesa: A família e o poder. L i s b o a , 1981, p . 2 6 9 - 2 7 8 .
— S o b r e v i v ê n c i a d o m o n a q u i s m o f r u t u o s i a n o e m P o r t u g a l d u r a n t e a R e c o n q u i s t a . I n IDEM
- Religião e cultura na Idade Média portuguesa. L i s b o a : I N C M , 1982 p . 11-27.
— A s t r ê s f a c e s d e A f o n s o H e n r i q u e s . Penélope. 8 (1992) 2 5 - 4 2 .
M A T T O S O , J o s é ; HERCULANO, A l e x a n d r e - M e n d o G o m e s d e S e a b r a . I n DIZIONARIO degli isti-
tuti de perfezione. R o m a : E d . P a o l i n e , 1 9 7 6 , v o l . 5, p . 1212-1213.
M A T T O S O , J o s é ; KRUS, LUÍS; ANDRADE, A m é l i a - O castelo e a feira: A terra de Santa Maria nos
séculos xi a xm. L i s b o a , 1 9 8 9 .
MAURÍCIO, M a r i a F e r n a n d a - Entre Douro e Tâmega e as inquirições afonsinas e dionisinas. Lis-
boa: Ed. Colibri, 1997.

533
BIBLIOGRAFIA

M E L O , A r n a l d o R u i A z e v e d o d e S o u s a - O couto de Santo Tirso (1432-1516): Espaço e economia.


D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e do Porto. Porto,
1995. 2 v o l .
MENDEIROS, J o s é F. - O s a n t o l e n h o d a Sé d e É v o r a . A Cidade de Évora. 1 0 : 3 3 - 3 4 (1953) 2 5 9 -
-298. Separata.
MENDES, J o a q u i m - C r ó n i c a da t o m a d a d e Lisboa aos m o u r o s e da f u n d a ç ã o d o M o s t e i r o d e
S. V i c e n t e . I n DICIONÁRIO da literatura medieval galega e portuguesa. Coord. de G. Tavani; G. Lan-
c i a n i . L i s b o a : C a m i n h o , 1993, p . 1 7 7 - 1 7 9 .
M E N D O N Ç A , M a n u e l a - F r a n c i s c a n i s m o d o s m o n a r c a s n o s é c u l o x v . I n SEMINÁRIO ( I - I I ) :
O FRANCISCANISMO EM PORTUGAL - Actas. L i s b o a : F u n d a ç ã o O r i e n t e , 1 9 9 6 , p . 139-152.
M E N E N D E Z PELAYO, M . - Historia de los heterodoxos espanoles. M a d r i d ; S a n t a n d e r , 1956, v o l . 1.
M E N E N D E Z PIDAL, R a m ó n - La Espana dei Cid. B u e n o s A i r e s , 1 9 4 3 . 4.' edição. Madrid: Es-
p a s a - C a l p e , 1947. 2 vol.
— Espana, eslahón entre la cristiandad y el islam. M a d r i d : E s p a s a - C a l p e , 1 9 6 8 .
MERÊA, P a u l o - D o a ç õ e s « p o s t - o b i t u m » e d o a ç õ e s « r e s e r v a t o u s u f r u c t u » . I n IDEM - Estudos
de Direito Hispânico Medieval. C o i m b r a , 1952, v o l . 1, p . 193-198.
— S o b r e a c h a m a d a «reserva hereditária». I n IDEM - Estudos de Direito Hispânico Medieval.
C o i m b r a , 1953, v o l . 2, p . 75-81.
— S o b r e as o r i g e n s d a t e r ç a . I n IDEM - Estudos de Direito Hispânico Medieval. Coimbra, 1952,
v o l . 1, p . 5 5 - 7 4 .
MERLO, G r a d o G i o v a n n i - P r o p r i e t à ecclesiastiche e p o t e n z a delle c h i e s e v e s c o v i l e n e l s e c o -
l o XII. I n STORIA deWItalia Religiosa. R o m a ; B a r i : E d i t o r i L a t e r z a , 1993, v o l . 1, p . 2 9 3 - 3 0 9 .
M E R T E S , R . G . K . A . - T h e H o u s e h o l d as R e l i g i o u s C o m m u n i t y . I n ROSENTHAL, J o e l T . ;
R I C H M O N D , C o l i n , e d . - People, Politics and Community in the Fifteenth Century. Gloucester; N e w
Y o r k : A . S u t t o n ; S t . M a r t i n ' s P r e s s , 1 9 8 7 , p . 123-139.
M E S L I N , M . - Les Ariens d'Occident 335-430. Paris, 1967.
— P e r s i s t a n c e s p a i e n n e s e n G a l i c e v e r s la f i n d u v i ' s i è c l e . I n HOMMACES À Mareei Renard.
B r u x e l l e s : L a t o m u s , 1 9 6 9 , v o l . 2 , p . 512-524.
MICHAUD, F r a n c i n e - L i a i s o n s p a r t i c u l i è r e s ? F r a n c i s c a i n s et t e s t a t r i c e s à M a r s e i l l e (1248-1320).
Annales du Midi: Révue de la France méridionale. 1 0 4 : 1 9 7 (1992) 7 - 1 8 .
M I N O I S , G e o r g e s - Le confessem du Roi: Les directeurs de conscience sous la monarchie française. Pa-
ris: F a y a r d , 1988.
M I R A N D A , M a r i a A d e l a i d e - A iluminura de Santa Cruz no tempo de Santo António. Lisboa:
E d . Inapa, 1996.
— A inicial iluminada românica dos manuscritos alcobacenses. Dissertação de mestrado apresentada
à F a c u l d a d e d e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s d a U n i v e r s i d a d e N o v a d e L i s b o a . L i s b o a , 1985.
M I T R E , E m i l i o ; GRANDA, C r i s t i n a - Las Grandes Herejías de la Europa Cristiana (380-1520).
M a d r i d : E d . I s t m o , 1983.
M I U R A ANDRADES, J o s e M a r i a - B e a t a s y b e a t e r i o s a n d a l u c e s e n la B a j a E d a d M e d i a : S u v i n -
c u l a c i ó n c o n la O r d e n d e P r e d i c a d o r e s . I n CABRERA, E m i l i a , c o o r d . - Andalucia entre Oriente
y Occidente (1236-1492). C ó r d o v a : D i p u t a c i ó n P r o v i n c i a l , 1988, p . 527-535.
— B r e v e h i s t ó r i a d a s C l a r i s s a s e m P o r t u g a l . I n C O N G R E S O ( I I ) INTERNACIONAL: SALAMANCA,
2 0 - 2 5 SEPTIEMBRE 1993: LAS CLARISAS EN ESPANA Y PORTUGAL - Actas. M a d r i d : A s o c i a c i ó n H i s -
p â n i c a d e E s t ú d i o s F r a n c i s c a n o s , 1 9 9 4 , v o l . 1, p . 211-231.
— F o r m a s d e v i d a r e l i g i o s a f e m i n i n a e n la A n d a l u c i a m e d i e v a l : E m p a r e d a d a s y b e a t a s . I n
M u f í o z , A n g e l a ; GRANA C I D , M a r i a d e i M a r , e d . - Religiosidad feminina: expectativas y realidades,
ss. viii-xvm. M a d r i d : A s s . C u l t u r a l A l - M u d a y n a , 1991, p . 1 3 9 - 1 6 4 .
M O L L A T , M i c h e l ; W O L F F , P h i l i p p e - Ongles bleus, Jacques et Ciompi: Les Révolutions Populaires
en Europe aux x / F ‫ ׳‬et xv1 siècles. P a r i s , 1 9 7 0 .
M O N C A D A , LUÍS C a b r a l d e - A reserva hereditária no direito peninsular e português. C o i m b r a , 1921,
v o l . 2.
M O N T E I R O , J o ã o G o u v e i a - Fernão Lopes: Texto e contexto. C o i m b r a : M i n e r v a , 1988.
M O N T E I R O , M a r i a T e r e s a ; SOUSA, J . J . R i g a u d d e - N o t a s s o b r e o p l e i t o e n t r e D . M ó r D i a s ,
f u n d a d o r a d o C o n v e n t o d e Santa Clara de C o i m b r a e os c ó n e g o s d o M o s t e i r o de Santa C r u z
( C o i m b r a ) . Estudos Medievais. P o r t o . 1 (1981) 81-93.
MOORMAN, J o h n - A History of Franciscan Order. N e w Y o r k ; O x f o r d : U n i v e r s i t y Press, 1968.
M O R A R D , F . - Monachos, moine. Histoire du terme grec jusqu'au iV siècle: Influences bibliques et
gnostiques. F r i b u r g , 1974.
MOREIRA, A n t ó n i o M o n t e s - B r e v e h i s t ó r i a d a s Clarissas e m P o r t u g a l . I n CONGRESO (II) IN-
TERNACIONAL: LAS CLARISAS EN ESPANA Y PORTUGAL. S a l a m a n c a , 2 0 - 2 5 S e p t i e m b r e 1993 - Actas.
M a d r i d : A s o c i a c i ó n H i s p a n i c a d e E s t ú d i o s F r a n c i s c a n o s , 1 9 9 4 , v o l . 1, p . 211-231.
— Implantação e d e s e n v o l v i m e n t o da O r d e m franciscana e m Portugal, séculos xin-xvii. In
O FRANCISCANISMO EM PORTUGAL - Actas. L i s b o a : F u n d a ç ã o O r i e n t e , 1 9 9 6 , p . 13-28.
— Potamius de Lisbonne et la controverse arienne. L o u v a i n , 1 9 6 9 .
— Le r e t o u r d e P o t a m i u s d e L i s b o n n e à 1 ' o r t h o d o x i e n i c é e n n e . Didaskalia. 5 (1975) 3 0 3 - 3 5 4 .
M O R E I R A , D o m i n g o s A . - F r e g u e s i a s d a d i o c e s e d o P o r t o . Boletim Cultural da Câmara Muni-
ripai do Porto. 3 4 (1971) 1 9 - 1 4 9 , 3 3 6 - 4 1 7 ; 35 (197^) 141-137• [ S e p a r a t a : P o r t o , 1 9 7 3 - 1 9 7 4 . 2 v o l . ]
B. C. C. M. Porto. 2 ( 1 9 8 4 ) 7 - 8 6 ; 3 - 4 ( 1 9 8 5 - 1 9 8 6 ) 61-157; 5 - 6 ( 1 9 8 7 - 1 9 8 8 ) 7 - 5 3 ; 7 - 8 ( 1 9 8 9 - 1 9 9 0 )
7-117.
M O R E I R A , M . A . F . - A c r i s t i a n i z a ç ã o d o c o n v e n t u s b r a c a r a u g u s t a n o (sécs. i v - v i ) . Caminiana.
5 (1981) 31-88.
MORENO, H u m b e r t o B a q u e r o - O assalto à J u d i a r i a G r a n d e d e Lisboa e m Dezembro de
1 4 4 9 . Revista de Ciências do Homem. 3 (1970). Separata.
— A f e i t i ç a r i a e m P o r t u g a l n o s é c u l o x v . Anais da Academia Portuguesa de História. 2 9 (1984)
19-41.

534
BIBLIOGRAFIA

— Injúrias e blasfémias proferidas pelo h o m e m medieval p o r t u g u ê s na sua vida de relação so-


c i a i . I n IDEM - Tensões sociais em Portugal na Idade Média. [S.l.]: A t h e n a , [s.d.], p . 8 9 - 1 0 6 .
— O p o d e r r e a l e O f r a n c i s c a n i s m o n o P o r t u g a l m e d i e v o . I n SEMINÁRIO ( I - I I ) : O FRANCISCA-
NISMO EM PORTUGAL - Actas. L i s b o a : F u n d a ç ã o O r i e n t e , 1 9 9 6 , p . 8 7 - 9 6 .
— A p r o t e c ç ã o r é g i a a o s f r a d e s n o C o n v e n t o d e S. F r a n c i s c o d o P o r t o n o s é c u l o x v . Boletim
do Arquivo Distrital do Porto. 1 (1982) 5 - 9 .
M O R R I S , C o l i n - The Papal Monarchy: The Western Church from 1050 to 1250. O x f o r d : C l a r e n -
d o n , 1991.
MORUJÃO, M a r i a d o R o s á r i o B a r b o s a - G e r a l d o P e r e s , c ó n e g o da S é d e C o i m b r a n o s é c u -
l o x r v . Revista Portuguesa de História. 31:1 ( 1 9 9 6 ) .
— Um mosteiro cisterciense feminino: Santa Maria de Celas - séculos xm a xv. D i s s e r t a ç ã o d e m e s -
t r a d o e m H i s t ó r i a M e d i e v a l a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o ,
1991. C o i m b r a , 1 9 9 6 .
M O U V A N C E S (LES) LAÍQUES DES O R D R E S R E L I G I E U X : C O L L O Q U E (3 E ) I N T E R N A T I O N A L DU
C E R C O R . T o u r n u s , 1 7 - 2 0 j u i n 1 9 9 2 - Actes. St. E t i e n n e : P u b l . d e 1 ' U n i v . d e St. E t i e n n e ,
1996.
M U C H E M B L E D , R o b e r t - La Sorríère au Village (xV-xvuf). Paris: Julliard; G a l l i m a r d , 1979.
M U N Õ Z FERNANDEZ, A n g e l a - Beatas y santas neocastellanas: Ambivalência de la religion y políticas
correctoras dei poder (ss. xtv-xvi). M a d r i d : C o m u n i d a d d e M a d r i d ; D i r e c c i ó n G e n e r a l d e la M u j e r ,
1994.
— Mujer y experienría religiosa en el marco de la santidad medieval. M a d r i d : A l - M u d a y n a , 1988.
— Santa Isabel R e i n a d e Portugal: u n a infanta aragonesa p a r a d i g m a d e religiosidad y c o m -
p o r t a m i e n t o f e m e n i n o e n e l P o r t u g a l b a j o m e d i e v a l . I n JORNADAS ( I I ) LUSO-ESPANHOLAS DE H I S -
TÓRIA MEDIEVAL - Actas. P o r t o : I N I C , 1 9 8 9 , v o l . 3, p . 1127-1143.
NASCIMENTO, A i r e s A u g u s t o d o - Os códices alcobacenses da Biblioteca Nacional de Lisboa e seu
significado cultural. Lisboa, 1979.
— Diferenças e c o n t i n u i d a d e na e n c a d e r n a ç ã o alcobacense; sua i m p o r t â n c i a para a história
d o s c r i p t o r i u m d e A l c o b a ç a . Revista da Faculdade de Letras de Lisboa. (1983) 136-157.
— E m b u s c a d e c ó d i c e s a l c o b a c e n s e s p e r d i d o s . Didaskalia. 9 (1979) 2 7 9 - 2 8 8 .
— A e x p e r i ê n c i a d o l i v r o n o p r i m i t i v o m e i o a l c o b a c e n s e . I n I X CENTENÁRIO D O N A S C I M E N -
TO DE S . BERNARDO: E N C O N T R O S DE ALCOBAÇA E SIMPÓSIO DE LISBOA - Actas. B r a g a : U n i v e r s i -
d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a ; C â m a r a M u n i c i p a l d e A l c o b a ç a , 1991, p . 121-146.
— Hagiografia, Lenda e Livro dos milagres dos Mártires de Marrocos, Milagres, Vida de
D . T e l o , V i d a d e S . T e o t ó n i o . I n DICIONÁRIO da literatura medieval galega e portuguesa. Lisboa: C a -
m i n h o , 1993, p . 3 0 7 - 3 1 0 , 3 8 8 - 3 8 9 , 4 5 8 - 5 9 , 6 6 1 - 6 6 3 , 6 6 9 - 6 7 1 .
— O l i v r o d e t e o l o g i a : g é n e s e d e u m a e s t r u t u r a e e s t r u t u r a ç ã o d e u m a c i ê n c i a . Didaskalia. 25
(1995)•
— L i v r o s e c l a u s t r o n o s é c u l o x m e m P o r t u g a l : o i n v e n t á r i o d a livraria d e S. V i c e n t e d e F o -
r a , e m L i s b o a . Didaskalia. 15 (1985) 2 2 9 - 2 4 2 .
— L i v r o e l e i t u r a s e m a m b i e n t e a l c o b a c e n s e . I n C E N T E N Á R I O ( I X ) DO N A S C I M E N T O DE
S . BERNARDO: E N C O N T R O S DE ALCOBAÇA E SIMPÓSIO DE LISBOA - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a -
t ó l i c a P o r t u g u e s a ; C â m a r a M u n i c i p a l d e A l c o b a ç a , 1991, p . 1 4 7 - 1 6 5 .
— U m « M a r i a l e » a l c o b a c e n s e . Didaskalia. 9 (1979) 3 3 9 - 4 1 2 .
— S a n t a C r u z d e C o i m b r a : as m o t i v a ç õ e s d e u m a f u n d a ç ã o r e g u l a r . I n CONGRESSO ( 2 . ° )
H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. Guimarães: Câmara Municipal; Universidade do M i n h o ,
1 9 9 6 , v o l . 4 , p . 116-127. 7 v o l .
— Le s c r i p t o r i u m d ' A l c o b a ç a : i d e n t i t é e t c o r r é l a t i o n s . Lusitania Sacra. 4 (1992) 1 4 9 - 1 6 2 .
N A S C I M E N T O , A i r e s A u g u s t o d o ; G O M E S , S a u l - S . Vicente de Lisboa e seus milagres medievais.
L i s b o a : D i d a s k a l i a , 1988.
NATIVIDADE, J o a q u i m V i e i r a — A s g r a n j a s d o M o s t e i r o d e A l c o b a ç a . Boletim da Junta de Pro-
vinda da Estremadura. 5 (1944) 3 5 - 6 0 .
N E L L I , R e n é - Os cátaros. L i s b o a : E d . 7 0 , 1 9 8 0 .
NETANYAHU, B e n z i o n - Los Marranos espaiioles según las fuentes hebreas de la época (siglos xiv-
-xvi). J u n t a d e C a s t i l l a Y L e ó n , 1 9 9 4 .
N E T O , J o a q u i m M a r i a - O leste do território bracarense. [S.l.], 1975.
N I E T O SORIA, J . M . — Iglesia y poder real en Castilla: El episcopado (1250-1350). Madrid: Univ.
C o m p l u t e n s e , 1988.
N O G U E I R A , A l e x a n d r a M a r i a M o n t e i r o - A formação e defesa do património do cabido da Sé de
Braga nos finais da Idade Média (1351-1500). Dissertação de mestrado apresentada à Universidade d o
M i n h o . B r a g a , 1999.
NOGUEIRA, B e r n a r d o Sá - O t e s t a m e n t o d e E s t e v ã o A n e s , c h a n c e l e r d ' e l - R e i D . A f o n s o III.
Revista da Faculdade de Letras de Lisboa. (1987) 7 9 - 9 1 .
— Ver também SÁ-NOGUEIRA, B e r n a r d o .
N O G U E I R A , J o s é A . - Esparsos: Arqueologia, etnografia, bibliografia e história. C o i m b r a : I m p r e n s a
d a U n i v e r s i d a d e , 1934.
OLIVEIRA, M i g u e l d e — História eclesiástica de Portugal. 4." e d . L i s b o a : U n i ã o G r á f i c a , 1968.
— Lenda e história: Estudos hagiográficos. Lisboa: U n i ã o Gráfica, 1964.
— A m i l í c i a d e É v o r a e a O r d e m d e C a l a t r a v a . Lusitania Sacra. 1 (1956) 5 1 - 6 4 .
— As paróquias rurais portuguesas: Sua origem e formação. L i s b o a : U n i ã o G r á f i c a , 1950.
O L I V E R , A n t o n i o - L a h e r e j í a e n l o s r e i n o s h i s p â n i c o s . I n HISTORIA de la Iglesia en Espana.
D i r . p o r R i c a r d o G a r c í a - V i l l o s l a d a . M a d r i d : L a E d i t o r i a l C a t ó l i c a , 1 9 8 2 , v o l . 2 , p . 78-111.
— L a i n q u i s i c i ó n m e d i e v a l . I n HISTORIA de la Iglesia en Espana. Dir. por Ricardo García-
- V i l l o s l a d a . M a d r i d : L a E d i t o r i a l C a t ó l i c a , 1 9 8 2 , v o l . 2, p . 111-116.
O L I V E R , B e r n a r d o - El tratado «Contra Caedtatem Iudeorum». Edição de Francisco Cantera
B u r g o s . M a d r i d ; B a r c e l o n a , 1965.

535
BIBLIOGRAFIA

ORLANDIS, J o s é - A b a d e s y c o n c í l i o s e n la H i s p a n i a v i s i g o d a . I n Los VISIGODOS: Historia y ci-


vilización. Antigiiedad y cristianismo. M ú r c i a , 1 9 8 6 , v o l . 3, p . 221-233.
— E l a r r i a n i s m o v i s i g o d o t a r d i o . Cuadernos de Historia de Espana. 6 5 - 5 6 (1981) 5 - 2 0 .
— L o s c o n c í l i o s e n e l r e i n o v i s i g o d o c a t ó l i c o . I n HISTORIA de los Concílios de la Espana Roma-
na y Visigoda. D i r . d e J o s é O r l a n d i s ; D o m i n g o R a m o s - L i s s ó n . P a m p l o n a : E d i c i o n e s U n i v e r s i d a d
d e G r a n a d a , 1986, p . 161-507.
— L a d i s c i p l i n a e c l e s i á s t i c a e s p a n o l a s o b r e la v i d a e r e m í t i c a . Ius Canonicum. 4:1 (1964) 147-
-163.
— E l e l e m e n t o g e r m â n i c o e n la I g l e s i a e s p a n o l a d e i s i g l o VIL Anuário de Estúdios Medievales.
3 (1966) 2 7 - 6 4 .
— Hispania y Zaragoza en la Antiguedad Tardia. Estúdios vários. S a r a g o ç a , 1 9 8 4 .
— Historia de Espana: Época visigoda (409-711). M a d r i d , 1987.
— L o s m o n a s t e r i o s d ú p l i c e s e s p a n o l e s e n la A l t a I d a d M é d i a . Anuário de Historia dei Derecho
Espahol. 3 0 ( 1 9 6 0 ) 51-88.
— L o s m o n a s t e r i o s f a m i l i a r e s e n E s p a n a d u r a n t e la A l t a I d a d M é d i a . Anuário de Historia dei
Derecho Espanol. M a d r i d . 25 (1956) 5 - 4 6 ; I n ESTÚDIOS sobre la instituciones monásticas medievales.
P a m p l o n a , 1971, p . 125-164.
— L e R o y a u m e w i s i g o t h i q u e e t s o n u n i t é r e l i g i e u s e . I n L'EUROPB heritiére de VEspagne wisio-
thique. M a d r i d , 1 9 9 2 , p . 9 - 1 6 .
— E l t r a b a j o e n e l m o n a c a t o v i s i g o d o . I n LA IGLESIA en Ia Espana Visigótica y Medieval. Pam-
p l o n a , 1976, p. 237-256.
ORLANDIS, J . ; RAMOS-LISSON, D . - Historia de los concílios de la Espana Romana y Visigoda.
P a m p l o n a : E d . U n i v . G r a n a d a , 1986.
ÕROZ-RETA, J. - Saint A u g u s t i n et saint F r u c t u e u x : paralléles d o c t r i n a u x d e leurs régies m o -
n a s t i q u e s . Studia Patrística. 10:1 ( 1 9 7 0 ) 4 0 7 - 4 1 2 .
PACHECO, M a r i a C â n d i d a M o n t e i r o - Santo António de Lisboa: Da ciência da escritura ao Livro
da Natureza. Lisboa: I N C M , 1997.
PACIOS LOPEZ, A n t o n i o - La disputa de Tortosa. M a d r i d ; B a r c e l o n a , 1957, v o l . 1.
PALLAZINI, P i e t r o - A n a c o r e t a . I n ENCICLOPÉDIA Cattolica. C i t t à d e i V a t i c a n o , 1 9 4 7 , v o l . 1,
p.1127-1129.
PANARELLI, F . - II corpo e 1'anima: Vita quotidiana e attegiamenti mentali tra Medioevo ed Età Mo-
derna. T o r i n o : S E I , 1 9 9 6 .
PAPI, A . B e n v e n u t i - D e v o z i o n i p r i v a t e e g u i d a d i c o s c i e n z e f e m m i n i l e n e l l a F i r e n z e dei
D u e - T r e c e n t o . Ricerche Storiche. 3 (1988) 5 6 5 - 6 0 6 .
— «In castro poenitentiae»: Santità e società femminile nelVItalia medievale. R o m a : H e r d e r , 1990.
— U n a s a n t a v e d o v a . I n IDEM - «In Castro Poenitentiae»: Santità e società femminile nelVItalia
medievale. R o m a : H e r d e r , 1990, p. 59-98.
PARAVY, P i e r r e t t e - De la chrétienté romaine à la reforme en Dauphiné: évèques, fidèles et déviants
(v. 1340-v. 1530). R o m a : E c o l e f r a n ç a i s e d e R o m e , 1 9 9 3 .
PARISSE, M i c h e l - D a n s l e c l o í t r e e t h o r s d u c l o i t r e : Les r e n o u v e l l e m e n t s d e la v i e r é g u l i è r e
( v . 1 0 5 0 - v . 1120). I n HISTOIRE du Christiannisme. D i r e c t i o n de J. M . M a y e u r ; A. V a u c h e z ; M . V e -
n a r d . P a r i s : D e s c l é e ; A . F a y a r d , 1993, v o l . 5, p . 141-175.
— Les nonnes au Moyen Age. [ S . l . ] : C h r i s t i n e B o n n e t o n e d . , 1983.
PASTOR DE T O G N E R I , R e y n a - Del Islam al Cristianismo: En las Fronteras de dos formaciones eco-
nómico-sociales. 2." e d . B a r c e l o n a : E d . P e n í n s u l a , 1985.
PAZ MARINAS, L . - L a m u j e r y la p r á c t i c a r e l i g i o s a : e l e j e m p l o d e la c o n d e s s a I l d u a r a ( c a .
8 8 0 - c a . 9 6 0 ) . I n M U N O Z FERNANDEZ, A . - Las mujeres en el cristianismo medieval: Imágenes teóricas
y cauces de actuación religiosa. M a d r i d : A l - M u d a y n a , 1 9 8 9 , p . 3 6 3 - 3 7 1 .
PEREIRA, A r m a n d o d e S . - A c o n q u i s t a d e S a n t a r é m n a t r a d i ç ã o h i s t o r i o g r á f i c a p o r t u g u e s a .
I n CONGRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m a r a M u n i c i p a l ; U n i v e r s i -
d a d e d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 5, p . 2 9 7 - 3 2 3 .
PEREIRA, Isaías d a R o s a - D o s livros e dos seus n o m e s : Bibliotecas litúrgicas medievais. Ar-
quivo de Bibliografia Portuguesa. C o i m b r a . 17 (1971-1973) 139-148.
— L i v r o s d e d i r e i t o n a I d a d e M é d i a . Lusitania Sacra. 7 ( 1 9 6 4 - 1 9 6 6 ) ; 8 ( 1 9 7 0 ) .
— A s o b r a s d e m i s e r i c ó r d i a n a I d a d e M é d i a : as m e r c e a r i a s d e M a r i a E s t e v e s . I n A POBREZA e
a assistência aos pobres na Península Ibérica durante a Idade Média. L i s b o a : I A C , 1973, v o l . 2, p . 7 1 7 -
‫־‬759•
— A «Pecia» e m m a n u s c r i t o s universitários: E s t u d o d e três c ó d i c e s a l c o b a c e n s e s d o s s é c u l o s
xm e x r v . Anais. L i s b o a . 2 2 (1973). S e p a r a t a .
— U m p r o c e s s o i n q u i s i t o r i a l a n t e s d e h a v e r I n q u i s i ç ã o . I n ANAIS da Academia Portuguesa de
História. 2 7 (1982) 1 9 3 - 2 7 7 .
— V i s i t a ç õ e s d a I g r e j a d e S . M i g u e l d e T o r r e s V e d r a s ( 1 4 6 2 - 1 5 2 4 ) . Lusitania Sacra. 7 (1995)
181-252.
PEREIRA, M a r i a T e r e s a L o p e s - Alcácer do Sal na Idade Média. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e -
sentada à F a c u l d a d e d e C i ê n c i a s Sociais e H u m a n a s da U n i v e r s i d a d e N o v a d e Lisboa. Lisboa,
1998.
PÉREZ CASTRO, F r e d e r i c o , e d . - El manuscrito apologético de Alfonso de Zamora. T r a d u ç ã o e es-
t u d o . M a d r i d ; B a r c e l o n a : I n s t i t u t o A r i a s M o n t a n o , 1950.
PÉREZ DE URBEL, J . - Los monjes espanoles en la Edad Media. M a d r i d , 1945, v o l . 1.
PESSOA, A l b e r t o - A c o z e d u r a d o s o s s o s d o s S a n t o s M á r t i r e s d e M a r r o c o s , t r a z i d o s p a r a o
M o s t e i r o d e S a n t a C r u z d e C o i m b r a . I n COIMBRA. Colectânea de estudos organizados pelo «Instituto»
de Coimbra e dedicada à memória do seu consócio honorário Dr. Augusto Mendes Simões de Castro.
C o i m b r a : O I n s t i t u t o , 1943, p . 1 9 5 - 2 0 0 .
PETERS, E d w a r d - The Shadow king: Rex Inutilis in Medieval Law and Literature, 751-1327. New
H a v e n ; L o n d o n : Y a l e U n i v e r s i t y Press, 1970.

536
BIBLIOGRAFIA

PICARD, C h r i s t o p h e - Histoire du Portugal et de VEspagne Occidentale à l'époque musulmane (début


viif milieu-xuf siècle). P a r i s : L i b r . O r i e n t a l i s t e P a u l G e u t h n e r S . A .
PIEL, J o s e p h M . - O m o n a c a t o d e S . F r u c t u o s o d e B r a g a . ‫ ׳‬Biblos. 2 6 (1954) 315-41 2 ••
P1ETR1, C . - Les a b b é s d e b a s i l i q u e . Revue d'Histoire de VEglise de France. 6 9 (1983) 5 - 2 8 .
PIMENTA, M a r i a C r i s t i n a G o m e s - A o r d e m m i l i t a r d e A v i s ( d u r a n t e o m e s t r a d o d e D . F e r -
n ã o R o d r i g u e s d e S e q u e i r a ) . I n IDEM - As ordens militares no reinado de D. João I. P o r t o , 1 9 9 7 ,
p . 1 2 9 - 2 4 2 . M i l i t a r i u m O r d i n u m A n a l e c t a ; 1.
— Ver também PINTO, M a r i a C r i s t i n a M . G o m e s P i m e n t a A g u i a r .
PINA, I s a b e l C a s t r o - R i t o s e i m a g i n á r i o d a m o r t e e m t e s t a m e n t o s d o s é c u l o x r v e x v . I n
O REINO dos mortos na Idade Média peninsular. O r g a n i z a d o p o r J o s é M a t t o s o . L i s b o a : J o ã o Sá d a
C o s t a , 1 9 9 6 , p . 125-164.
P I N T O , M a r i a C r i s t i n a M . G o m e s P i m e n t a A g u i a r - A Ordem Militar de Avis (durante o mestra-
do de D. Fernão Rodrigues de Sequeira). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras
d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1989.
— As ordens de Avis e Santiago na Baixa Idade Média: o governo de D.Jorge. Dissertação de d o u -
toramento apresentada à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1999. 2 v o l .
PIZARRO, J o s é A u g u s t o d e S o t t o M a y o r - Linhagens medievais portuguesas: Genealogias e estraté-
gias (1279-1325). D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o e m H i s t ó r i a ; p o l i c o p i a d a . P o r t o , 1997. 3 v o l .
PLATELLE, H e n r i - C r i m e e t c h â t i m e n t À M a r c h i e n n e s : É t u d e s s u r la c o n c e p t i o n e t l e f o n e -
t i o n n e m e n t d e la j u s t i c e d ' a p r è s l e s « M i r a c l e s d e S a i n t e R i c t r u d e » (x11 e s . ) . Sacris Erudiri. 24
(1980) 155-202.
POMAR, R o s a - D . T e r e s a , m u l h e r e g o v e r n a n t e d o s é c u l o XII. I n CONGRESSO ( 2 . ° ) H I S T Ó R I -
CO DE GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m a r a M u n i c i p a l ; U n i v e r s i d a d e d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 5,
p . 205-221.
PONTES, J . M . C r u z - Estudo para uma edição crítica do Livro da Corte Enperial. C o i m b r a , 1957.
POWELL, J a m e s , D i r . - Innocent III: Viçar of Christ or Lord of the World?. W a s h i n g t o n , 1994.
PRADALIÉ, G . - Les f a u x d e la c a t h é d r a l e e t la c r i s e à C o i m b r a a u d é b u t d u XII ‫ ־‬s i è c l e . Mélan-
ges de la Casa Velasquez. P a r i s . 10 ( 1 9 7 4 ) 7 7 - 9 8 .
P R I N Z , F . - D i e b i s c h õ f l i c h e S t a d t h e r r s c h a f t i m F r a n k e n r e i c h v o m 5. b i s z u m 7 . J h . Historis-
che Zeitschrift. 2 1 7 ( 1 9 7 4 ) 1-35.
PRO RUIZ, J u a n - Las capellanías: Familia, iglesia y p r o p r i e d a d e n el A n t i g u o R é g i m e n . His-
pania Sacra. 4 1 (1989) 5 8 5 - 6 0 2 .
RAMOS, C l á u d i a M a r i a N o v a i s T o r i z d a S i l v a - O mosteiro e colegiada de Guimarães (ca. 950-
-1250). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o .
P o r t o , 1991.
RAMOS-LISSÓN, D o m i n g o - L o s c o n c í l i o s h i s p â n i c o s a n t e s d e la c o n v e r s i o n d e R e c a r e d o . I n
HISTORIA de Los Concílios de la Espana Romana y Visigoda. D i r . d e J o s é O r l a n d i s e D o m i n g o R a -
m o s - L i s s ó n . P a m p l o n a : E d i c i o n e s U n i v e r s i d a d d e G r a n a d a , 1 9 8 6 , p . 21-159.
— E s t ú d i o s o b r e e l c â n o n v d e i I c o n c i l i o C a e s a r a u g u s t a ( 3 8 0 ) . I n CONCILIO (I) Caesaraugusta-
no (MDC aniversario). S a r a g o ç a , 1981, p . 2 0 7 - 2 2 4 .
RAPP, F r a n c i s - L'église et la vie religieuse en Occident a la fin du Moyen Age. P a r i s : P U F , 1971.
RAU, V i r g í n i a - Sesmarias medievais portuguesas. 1." e d . L i s b o a : P r e s e n ç a , 1 9 8 2 .
RAU, V i r g í n i a ; GONÇALVES, I r i a - A s o r d e n s m i l i t a r e s e a t r i b u t a ç ã o r é g i a e m P o r t u g a l . Do
Tempo e da História. 4 (1971) 119-123.
REAL, M a n u e l L u í s - O p r o j e c t o d a C a t e d r a l d e B r a g a , n o s finais d o s é c u l o x i , e as o r i g e n s
d o r o m â n i c o p o r t u g u ê s . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C E N T E N Á R I O DA DEDICAÇÃO DA SÉ
DE BRAGA - Actas. B r a g a , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 4 3 5 - 4 8 9 .
REBELO, L u í s d e S o u s a - A concepção do poder em Fernão Lopes. L i s b o a : L i v r o s H o r i z o n t e , 1983.
REEVES, M a i j o r i e - Joachim of Fiore & the Prophetic Future: A medieval study in historical thinking.
R e v i s e d e d i t i o n . L o n d o n : S u t t o n Publishers, 1999.
REINO (O) dos mortos na Idade Média peninsular. D i r . J o s é M a t t o s o . Lisboa: J o ã o Sá da C o s t a ,
1996.
RIBEIRO, J o ã o C a r l o s T a v e i r a - A instituição capitular bracarense no século xiv (1325-1374). Disser-
t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à U n i v e r s i d a d e d o M i n h o . B r a g a , 1998.
— A v i d a d e u m c ó n e g o n o s é c u l o x r v . I n CONGRESSO ( 2 . ° ) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Ac-
tas. G u i m a r ã e s , 1 9 9 7 , v o l . 6 , p . 7 5 - 9 1 .
RIBEIRO, O r l a n d o - A formação de Portugal. L i s b o a : I C A L P , 1987.
RICHARDS, M a r i e - C h a p e i s a n d C h a n t r i e s i n L a t e M e d i e v a l a n d E a r l y M o d e r n B e s a n ç o n :
t h e R e c o r d B o o k o f J e a n F e r r e u x , C h a p l a i n . Journal of Medieval History. 2 0 (1994) 121-132.
RICHÉ, P . - L ' é d u c a t i o n a 1 ' é p o q u e w i s i g o t h i q u e : les « i n s t i t u t i o n u m d i s c i p l i n a e » . Antiquité
Tardive.j (1971) 171-180.
— Éducation et culture dans 1'occident barbare, vf-vuf siècle. P a r i s , 1973.
RIVERA R Í C I O , J u a n F r a n c i s c o - El adopcionismo en Espana - siglo VIII: Historia y doctrina. Tole-
d o , 1980.
— L a I g l e s i a m o z a r a b e . I n HISTORIA de la Iglesia en Espana. Dir. de Ricardo García-Villoslada.
M a d r i d : B A C , 1 9 8 2 , v o l . 2, p . 2 1 - 6 0 .
— L a s u p r e s s i ó n d e i rito m o z a r a b e y la i n t r o d u c c i o n d e i r o m a n o . I n HISTORIA de la Iglesia en
Espana. D i r . d e R i c a r d o G a r c í a - V i l l o s l a d a . M a d r i d : B A C , 1982, v o l . 2.
ROBLIN. M . - F o n t a i n e s s a c r é e s e t n é c r o p o l e s a n t i q u e s , d e u x sites f r é q u e n t s d ' é g l i s e s p a r o i s -
s i a l e s r u r a l e s d a n s les s e p t a n c i e n s d i o c è s e s d e 1 ' O i s e . Revue d'Histoire Ecclésiastique. 6 2 ( 1 9 7 6 ) 235-
‫־‬251•
R O C H A , P e d r o R o m a n o - L'Office Divin au Moyen Age dans VEglise de Braga: Originalité et De-
pendances d'une Liturgie Particulière au Moyen Age. Paris: F u n d . Calouste Gulbenkian, 1980.
— Le r a y o n n e m e n t d e 1 ' O r d r e d e S a i n t - R u f d a n s la P é n i n s u l e I b é r i q u e , d ' a p r é s sa l i t u r g i e :
Le m o n d e des chanoines ( x ^ - x i v 5 siècles). Cahiers de Fanjeaux. 2 4 (1989) 193-208.

537
BIBLIOGRAFIA

RODRIGUES, A n a M a r i a S . A . - C o l e g i a d a s . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal.


Lisboa: C í r c u l o d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 1 (no prelo).
— A s c o l e g i a d a s d e T o r r e s V e d r a s n o s s é c u l o s x r v e x v . Didaskalia. 15 (1985) 3 6 9 - 4 3 4 ; I n IDEM
- Espaços, gente e sociedade no Oeste: Estudos sobre Torres Vedras medieval. Cascais: P a t r i m o n i a , 1996,
p . 195-274.
— D e s a m o r t i z a ç ã o (Leis d e ) . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: Círculo
de Leitores, 2 0 0 0 , vol. 1 (no prelo).
— O d o m í n i o r u r a l e u r b a n o d a c o l e g i a d a d e S . P e d r o d e T o r r e s V e d r a s n o final d o s é -
c u l o x v . I n IDEM Espaços, gente e sociedade no Oeste: Estudos sobre Torres Vedras medieval. Cascais:
P a t r i m o n i a , 1 9 9 6 , p . 135-159.
— A f o r m a ç ã o e e x p l o r a ç ã o d o d o m í n i o d a c o l e g i a d a d e S. P e d r o d e T o r r e s V e d r a s ( f i m d o
s é c u l o x u i - f i m d o s é c u l o x v ) . I n Ibidem, p . 101-134.
— O p a t r i m ó n i o das d o n a s d e S a n t o s n o t e r m o d e T o r r e s V e d r a s d u r a n t e a I d a d e M é d i a . In
Ibidem, p. 177-192.
— O s p r a z o s d o c a b i d o d a S é d e B r a g a n o s s é c u l o s x i v e x v . I n CONGRESSO INTERNACIONAL:
CENTENÁRIO I X DA DEDICAÇÃO DA S É DE BRAGA - Actas. Braga, 1990, vol. 2/1, p. 463-483.
— Torres Vedras: A vila e o termo nos finais da Idade Média. L i s b o a : F C G ; J N I C T , 1995.
RODRIGUES, C r i s t i n a [ e t al.] - O E n t r e C á v a d o e M i n h o , c e n á r i o d e e x p a n s ã o s e n h o r i a l n o
s é c u l o XIII. Revista da Faculdade de Letras de Lisboa. 2 (1978) 3 9 9 - 4 4 0 .
RODRIGUES, J o r g e - O m u n d o r o m â n i c o ( s é c u l o s x i - x m ) . I n HISTÓRIA da Arte Portuguesa.
D i r . P a u l o P e r e i r a . L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1995, v o l . 1, p . 183-330.
RODRIGUES, T e r e s a d e J e s u s - O Entre Minho e Lima de 1)81 a 1514 (antecedentes e evolução da
comarca eclesiástica de Valença do Minho). Dissertação d e m e s t r a d o apresentada à F a c u l d a d e d e Letras
da U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1997.
R O D R Í G U E Z CASIMIRO, T . - La Galicia romane. La C o r u n a , 1982.
R O D R I G U E Z M O L I N A , J o s é - El obispado de Baeza-Jaén (siglos xm-xiv): Organización y economia
diocesanas. J a é n , 1 9 8 6 .
RODRÍGUEZ, F . - C o n c i l i o I d e Z a r a g o z a : T e x t o crítico. In CONCILIO (I) Caesaraugustano
(MDC aniversario). S a r a g o ç a , 1981, p . 9 - 2 5 .
ROISIN, S i m o n e - L ' e f í l o r e s c e n s e c i s t e r c i e n n e e t l e c o u r a n t f é m i n i n d e p i e t é a u XIII C s i è c l e .
Révue d'histoire ecclésiastique. 39 (1943) 3 4 2 - 3 7 8 .
ROISIN, S i m o n e - L'hagiographie cistercienne dans le Diocese de Liége au xuf siècle. L o u v a i n , 1 9 4 7 .
ROSA, M a r i a d e L u r d e s - A a b e r t u r a d o t ú m u l o d e A f o n s o H e n r i q u e s . I n C U R T O , D i o g o R a -
m a d a , d i r . - O tempo de Vasco da Gama. L i s b o a : D i f e l , 1 9 9 8 , p . 347-351.
— D . J a i m e , d u q u e d e B r a g a n ç a : e n t r e a c o r t i n a e a vidraça. In CURTO, D i o g o Ramada,
d i r . - O tempo de Vasco da Gama. L i s b o a : D i f e l , 1 9 9 8 , p . 319-332.
— Da paróquia ao mosteiro: fundação de capelas por letrados e funcionários lisboetas (sécs. xm-xv).
( A p u b l i c a r n a r e v i s t a Lusitania Sacra. 13).
— Dos mendicantes aos místicos: os percursos da santidade individual. (A publicar na revista Lusita-
nia Sacra. 13).
— O E s t a d o m a n u e l i n o : a r e f o r m a d e capelas, hospitais, albergarias e confrarias. In CURTO,
D i o g o R a m a d a , d i r . - O tempo de Vasco da Gama. L i s b o a : D i f e l , 1998, p . 205-210.
— A s f e r i d a s d o c h e f e g u e r r e i r o , as c h a g a s d e C r i s t o e a q u e b r a d o s e s c u d o s : c a m i n h o s d a
m i t i f i c a ç ã o d e A f o n s o H e n r i q u e s n a B a i x a I d a d e M é d i a . I n CONGRESSO (2.°) H I S T Ó R I C O DE G U I -
MARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m a r a M u n i c i p a l ; U n i v e r s i d a d e d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 3, p . 83-123.
— A f u n d a ç ã o d o M o s t e i r o da C o n c e i ç ã o d e B e j a pela d u q u e s a D . Beatriz. I n CURTO, D i o -
g o R a m a d a , d i r . - O tempo de Vasco da Gama. L i s b o a : D i f e l , 1998, p . 2 6 5 - 2 7 0 .
— Hagiografia e santidade. I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: Círculo d e
Leitores, 2 0 0 0 , vol. 2 ( n o prelo).
— Modelos de santidade (sécs. vi-xu). ( A p u b l i c a r n a r e v i s t a Lusitania Sacra. 13).
— O morgadio em Portugal, séculos xiv-xv: Modelos e práticas de comportamento linhagístico. Lisboa:
E s t a m p a , 1995.
— Pero Afonso Mealha: Os bens e a gestão de riqueza de um proprietário leigo do século xiv. Re-
d o n d o : P a t r i m o n i a , 1995.
— ROSÁRIO, A n t ó n i o d o , f r . - L e t r a d o s d o m i n i c a n o s e n P o r t u g a l n o s s é c u l o s x u i - x v . Reperto-
rio de Historia de las Ciências Eclesiásticas en Espana. 7 (1979) 509-511. S e p a r a t a .
— P r i m ó r d i o s d o m i n i c a n o s e m P o r t u g a l : N o t a s p a r a o e s t u d o d a e x c e l s a figura p o r t u g u e s a
de D. F r . S u e i r o G o m e s , O . P . (1217-1233). I n CONGRESSO H I S T Ó R I C O DE PORTUGAL M E D I E V O -
Actas: Bracara Augusta. 2 0 (1965) 2 0 5 - 2 4 9 .
ROSENTHAL, J o e l - The Purchase of Paradise: Gift giving Among the Aristocracy, 1307-1485. Lon-
d o n ; T o r o n t o : R o u t l e d g e & K e g a n P a u l ; U n i v . o f T o r o n t o , 1972.
ROSENWEIN, B a r b a r a — F e u d a l w a r a n d m o n a s t i c p e a c e : c l u n i a c l i t u r g y as ritual agression.
Viator. 2 (1971) 129-157.
— To be Neighbour of St. Peter: The Social Meaning of Cluny's Property (909-1049). Ithaca; L o n -
d o n : C o r n e l l U . P., 1989.
ROUSSET, P . - L ' i d é a l c h e v a l e r e s q u e d a n s d e u x « v i t a e » c l u n i s i e n n e s . I n ETUDES de_ civilisation
médiévale (1x?-x1f siècles): Mélanges E.-R. Labande. Poitiers: U n i v . de Poitiers; C e n t r e d'Études S u -
p é r i e u r e s d e Civilisation M é d i é v a l e , 1974, p. 623-633.
R U C Q U O I , A d e l i n e - L a r é f o r m e m o n a s t i q u e e n C a s t i l l e a u xv® s i è c l e : u n e a f f a i r e s o c i a l e . I n
D U B O I S , H e n r i , d i r . [ e t al.] - Horizons marins, itinéraires spirituels (1f-xvuf siècles): Hommage au Pro-
fesseur Michel Mollat. P a r i s , 1 9 8 7 , v o l . 1, p . 239-253.
S . FR. GIL de Santarém e a sua época: exposição. [Catálogo]. Santarém: C â m a r a Municipal,
1997•
SÁ, A . M o r e i r a d e - O P o r t o e a c u l t u r a n a c i o n a l n o s s é c u l o s x i i e XIII. Arquivos de História
da Cultura Portuguesa. L i s b o a . 2:2 (1968).

538
BIBLIOGRAFIA

— P r i m ó r d i o s d a c u l t u r a p o r t u g u e s a . Arquivos de História da Cultura Portuguesa. L i s b o a . 1:1


( 1 9 6 6 ) ; 2:1 ( 1 9 6 8 ) .
SÁ, I s a b e l d o s G u i m a r ã e s - Quando o rico se faz pobre: Misericórdias, caridade e poder no impéno
português, 1500-1800. Lisboa: C N C D P , 1997.
SAEZ, E . - L o s a s c e n d i e n t e s d e S . R o s e n d o : N o t a s p a r a e l e s t ú d i o d e la m o n a r q u i a a s t u r -
- l e o n e s a d u r a n t e l o s s i g l o s r x y x . Hispania. M a d r i d . 8 (1948) 3 - 7 5 .
SAITTA, B . - L a c o n v e r s i o n e d i R e c a r e d o : n e c e s s i t a p o l i t i q u e , c o n v i c z i o n e p e r s o n a l e ? I n EL
CONCIUO III de Toledo. XIV centenário 509-1089. T o l e d o , 1991, p . 375384‫־‬-
SAMPAIO, A . - A s v i l l a s d o N o r t e d e P o r t u g a l . I n MAGALHÃES, L . d e , e d . - Estudos históricos
e económicos. P o r t o , 1923, v o l . 1, p . 3 - 2 5 4 .
SÃNCHEZ A L B O R N O Z , C l á u d i o - Despoblación y repoblación dei valle dei Duero. Buenos Aires:
Instituto de Historia de Espana, 1966.
— Espana, un enigma histórico. B u e n o s Aires, 1952.
SÁNCHEZ H E R R E R O , J o s é - B e g u i n a s y T e r c e r a O r d e n R e g u l a r d e S a n F r a n c i s c o e n Castilla.
Historia: Instituciones: Documentos. 19 (1992) 433-447.
SÁNCHEZ M A R T I N E Z , M a n u e l - A l - A n d a l u z (711-1031). I n HISTORIA de Espana. V o l . 3: La Alta
Edad Media. M a d r i d : H i s t o r i a 16, 1 9 8 0 .
— A p o g e o y c r i s i s d e i e s t a d o c o r d o b e s . I n HISTORIA de Andalucia. M a d r i d , 1 9 8 0 , v o l . 1.
SÁNCHEZ SALOR, E . - Jerarquias eclesiásticos y monacales en época visigótica. Salamanca, 1976.
SÁNCHEZ SAUS, R a f a e l - A s p e c t o s d e la r e l i g i o s i d a d u r b a n a b a j o m e d i e v a l : las f u n d a c i o n e s f u -
n e r a r i a s d e la a r i s t o c r a c i a s e v i l l a n a . I n C O L O Q U I O ( V I ) INTERNACIONAL DE HISTORIA MEDIEVAL
DE ANDALUCÍA. LAS CIUDADES ANDALUZAS, SIGLOS XIII-XVI - Actas. E d . J o s é L ó p e z d e C o c a C a s -
t a n e r ; A n g e l G a l á n S a n c h e z . M á l a g a : U n i v e r s i d a d e d e M á l a g a , 1991, p . 299-311.
SANCHIS, P i e r r e - Arraial, festa de um povo. L i s b o a : D . Q u i x o t e , 1983.
SÁ-NOGUEIRA, B e r n a r d o d e - A c o n s t i t u i ç ã o d o s e n h o r i o f r o n t e i r i ç o d e M a r v ã o , P o r t a l e g r e e
A r r o n c h e s e m 1271: A n t e c e d e n t e s r e g i o n a i s e s i g n i f i c a d o p o l í t i c o . A Cidade: Revista Cultural de
Portalegre. 6 (1991) 1 9 - 4 5 .
— G e o g r a f i a e c l e s i á s t i c a : É p o c a M e d i e v a l . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lis-
boa: C í r c u l o d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 2 (no prelo).
— I g r e j a e E s t a d o : É p o c a M e d i e v a l . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa:
C í r c u l o de Leitores, 2 0 0 0 , vol. 2 (no prelo).
— A o r g a n i z a ç ã o d o p a d r o a d o r é g i o d u r a n t e o r e i n a d o d e D . D i n i s : listas d a s a p r e s e n t a ç õ e s .
I n ARQUEOLOGIA do Estado: 1." Jornadas sobre formas de organização e exercício dos poderes na Europa
do Sul, séculos xii a xiv. L i s b o a , 1 9 8 8 , v o l . 1, p . 4 2 1 - 4 4 5 .
— O t e s t a m e n t o d e E s t ê v ã o E a n e s , c h a n c e l e r d ' e l - r e i D . A f o n s o I I I . Revista da Faculdade de
Letras. L i s b o a . 8 (1987) 79-91.
SANTA Cruz de Coimbra do século XII ao século xx: estudos. C o i m b r a , 1984.
SANTANO M O R E N O , B e r n a r d o - T h e F i f t e e n t h - C e n t u r y P o r t u g u e s e a n d C a s t i l i a n T r a n s i a -
t i o n s o f J o h n G o w e r , C o n f e s s i o A m a n t i s . Manuscripta. 39 (1991) 2 3 - 3 4 .
SANTOS, C â n d i d o d o s - Os Jerónimos em Portugal: das origens aos fins do século xvii. Porto:
I N I C , 1980.
SANTOS, D o m i n g o s M . G o m e s d o s - O Mosteiro de Jesus de Aveiro. Lisboa: D i a m a n g , 1963;
1967. 2 vol.
SANTOS, M a r i a J o s é A z e v e d o - Contributo do Liber Fidei para o estudo de alguns aspectos das rela-
ções eclesiásticas entre Braga e Galiza nos séculos xi-xin. C o i m b r a , 1986.
— D . P e d r o e o « p o d e r d a e s c r i t a » n a S é d e B r a g a . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C E N -
TENÁRIO DA DEDICAÇÃO DA SÉ DE BRAGA - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a ; C a b i d o M e t r o -
p o l i t a n o , 1 9 9 0 , v o l . 1, p . 5 6 5 - 5 7 4 .
— Da visigótica à carolina - A escrita em Portugal de 882 a 1172 (aspectos técnicos e culturais). Lis-
b o a : J N I C T ; F u n d a ç ã o C a l o u s t e G u l b e n k i a n , 1994.
— A e v o l u ç ã o d a l í n g u a e d a e s c r i t a . I n NOVA História de Portugal. D i r . d e J o e l S e r r ã o ; A . H .
d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. Dir. de Maria H e l e n a da C r u z
C o e l h o ; A r m a n d o L. d e C a r v a l h o H o m e m . Lisboa: P r e s e n ç a , 1996, p. 604-634.
— O « o r n a m e n t o literário» e m d o c u m e n t o s medievais: o p r e â m b u l o o u arenga (773[?]-N23).
Biblos. 58 ( 1 9 9 2 ) 3 0 7 - 3 3 4 .
— R e m a r q u e s s u r les c o n d i t i o n s d e c o n s e r v a t i o n d e s a c t e s e t d e s l i v r e s a u P o r t u g a l (XI^-XV
s i è c l e s ) . Scriptorium. Revue Internationale des Études Relatives aux Manuscrits. B r u x e l l e s . 50:2 (1996)
397-406.
— Vida e morte de um mosteiro cisterciense: S. Paulo de Almaziva: séculos XIII-XVI. Lisboa: Colibri,
1998.
SANTOS, M a r i a L e o n o r F e r r a z d e O l i v e i r a S i l v a - O domínio de Santa Maria de Lorvão no sé-
culo xiv: Gestão feminina de um património fundiário. Dissertação de mestrado e m História Medieval
apresentada à F a c u l d a d e de Ciências Sociais e H u m a n a s da U n i v e r s i d a d e N o v a de Lisboa. Lis-
boa, 1997.
SANZ SANCHO, I l u m i n a d o - La Iglesia y el obispado de Cordoba en la baja Edad Media
(1236-1426). M a d r i d : E d . d e la U n i v . C o m p l u t e n s e , 1 9 8 9 . 2 v o l .
— SÃO BOAVENTURA, F o r t u n a t o - Colecção de inéditos portugueses dos M." 30, 1240: séculos xiv e
xv. R e p r o d u ç ã o f a c - s i m i l a d a d a e d i ç ã o e x i s t e n t e n a B i b l i o t e c a P ú b l i c a M u n i c i p a l d o P o r t o , c o m
u m e s t u d o i n t r o d u t ó r i o p o r J o s é M a r q u e s . P o r t o , 1988 [1. a e d . , C o i m b r a , 1 8 2 9 ] , v o l . 1, p . 17 ss.
SARAIVA, A n t ó n i o J o s é - O crepúsculo da Idade Média em Portugal. L i s b o a : G r a d i v a , 1988.
— A épica medieval portuguesa. 2. A e d i ç ã o . L i s b o a : I C A L P , 1991.
SAUMAGE, C h . - Saint Cyprien de Cartage. P a r i s , 1975.
SAUNIER, A n n i e - P o u r u n e é t u d e d e s c h a p e l l e s h o s p i t a l i è r e s à P a r i s , d u x m f a u x v " s i è c l e :
L ' e n c a d r e m e n t r e l i g i e u x d e s fidèles a u M o y e n â g e . I n C O N G R E S (109®) NATIONAL DES SOCIETES
SAVANTES - Actes. P a r i s : C T H S , 1985, p . 6 4 5 - 6 6 1 .

539
BIBLIOGRAFIA

SAYERS, J a n e - Innocent III: Leader of Europe, 1198-1216. L o n d o n : L o n g m a n , 1994.


SCHACK, A d o l f o F . d e - Poesia y Arte de los Árabes en Espana y Sicilia. S e v i l h a , 1881, v o l . 2 .
SCHAEFERDIEK, K . - Die Kirche in Reichen der Westgoten und Suewen bis zur Erriditung der wes-
tgotischen katholischen Staatskirche. B e r l i n , 1967.
SCHEIBELREITER - Der Bischof in merowingischen Zeit. V i e n a ; C o l ó n i a , 1983.
S C H M I T T , J e a n - C l a u d e - Les « s u p e r s t i t i o n s » . I n HISTOIRE de la France Religieuse. Direction de
J a c q u e s L e G o f f e t R o g e r R é m o n d . P a r i s : S e u i l , 1988, v o l . 1, p . 417-551.
SERNA GONZÁLEZ, C l e m e n t e d e la - E l M o n a s t e r i o M e d i e v a l c o m o C e n t r o d e E s p i r i t u a l i d a d
y C u l t u r a T e o l o g i c a . CODEX Aquilarensis: Cuadernos de Investigación del Monasterio de Santa Maria
la Real. 3 ( 1 9 8 9 ) .
SERRA, P e d r o C u n h a - Contribuição topo-antroponimica para o estudo do povoamento do Noroeste
peninsular. Lisboa, 1967.
— A i n f l u ê n c i a árabe na P e n í n s u l a Ibérica: A s p e c t o s da sua d i m e n s ã o e p r o f u n d i d a d e . In Is-
LÃo e arabismo na Península Ibérica. É v o r a , 1 9 8 6 , p . 9 7 - 1 1 2 .
SIDARUS, A . - Le Livro da Corte Enperial e n t r e 1 ' a p o l o g é t i q u e l u l l i e n n e et 1'expansion catalane
a u x i V s i è c l e . I n DIÁLOGO fúosófico-religioso entre Cristianismo, Judaísmo e Islamismo durante la Edad
Media en la Península Ibérica. T o u r n h o u t : B r e p o l s , 1 9 9 4 , p . 131-172.
SIGAL, P i e r r e - U n a s p e c t d u c u l t e d e s s a i n t s : Le c h â t i m e n t d i v i n a u x x i ' ' e t x n e s i è c l e s d a p r è s
la l i t t é r a t u r e h a g i o g r a p h i q u e d u m i d i d e la F r a n c e . I n LA RELIGIÓN populaire en Languedoc. Tou-
louse: P r i v a t , 1976, p . 39-59.
SILLIÈRES, P . - V o i e s r o m a i n e s e t l i m i t e s d e s p r o v i n c e s . I n LES VILI.ES de la Lusitanie Romaine.
Paris, 1990, p. 73-88.
SILVA, A u g u s t o V i e i r a d a - As freguesias de Lisboa (estudo histórico). L i s b o a , 1943.
SILVA, C a r l o s M a n u e l C . G u a r d a d o d a - 5 . Vicente de Fora no período da sua formação
(séculos xii-xin). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d e
Lisboa. L i s b o a , 1997.
SILVA, I s a b e l L u í s a M o r g a d o d e S o u s a e - A O r d e m d e C r i s t o d u r a n t e o m e s t r a d o d e D . L o -
p o D i a s d e S o u s a (1373?-1417). I n As ORDENS Militares no reinado de D.João I. P o r t o , 1 9 9 7 , p . 5 -
- 1 2 6 . M i l i t a r i u m O r d i n u m A n a l e c t a ; 1.
— A Ordem de Cristo (1417-1521). Dissertação de d o u t o r a m e n t o apresentada à Faculdade de
Letras d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1998. 3 v o l .
SILVA, I s a b e l L u í s a M o r g a d o d e S o u s a e ; PIMENTA, M a r i a C r i s t i n a G o m e s - Castro Marim:
U m a c o m e n d a d a O r d e m d e C r i s t o . Cadernos Históricos. 3 (1992) 6 2 - 9 3 .
SILVA, L ú c i o C r a v e i r o d a - I n t r o d u ç ã o . I n PAULO O R Ó S I O - História contra os pagãos (Esboço
duma história da antiguidade oriental e clássica). B r a g a : U n i v e r s i d a d e d o M i n h o , 1 9 8 6 , p . 5-17.
SILVA, M a n u e l a S a n t o s - C o n t r i b u i ç ã o p a r a o e s t u d o d a s o l i g a r q u i a s u r b a n a s m e d i e v a i s : a i n s -
t i t u i ç ã o d e c a p e l a s f u n e r á r i a s e m Ó b i d o s n a B a i x a I d a d e M é d i a . I n A CIDADE: Jornadas Inter e plu-
ridisciplinares. L i s b o a , 1993, v o l . 2, p . 113-127.
— E n s a i o p a r a u m a m o n o g r a f i a d a s c o l e g i a d a s d e Ó b i d o s . Clio: Revista do Centro de História
da Universidade de Lisboa. 3 (1998) 7 - 2 4 .
— A f o r m a ç ã o d e u m p a t r i m ó n i o eclesiástico: o da Igreja d e Santa M a r i a de Óbidos. In
A REGIÃO de Óbidos na época medieval - Estudos. [S.I.], 1 9 9 4 , p . 183-198.
SILVA, M a r i a J o ã o V i o l a n t e B r a n c o M a r q u e s d a - Aveiro medieval. A v e i r o , 1991.
— N o r m a e desvio: c o m p o r t a m e n t o s e atitudes face ao sagrado na diocese bracarense (sécu-
l o s v i - x v i ) . I n CONGRESSO INTERNACIONAL: I X C E N T E N Á R I O DA DEDICAÇÃO DA S É DE BRAGA -
Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a , 1 9 9 0 , v o l . 2 , n . ° 2, p . 119-146.
— P o r t u g a l n o r e i n o d e L e ó n : E t a p a s d e u m a r e l a ç ã o ( 8 6 6 - 1 1 7 9 ) . I n EL REINO de León en la
Alta edad Media. La Monarquia (1109-1230). Léon: C e n t r o de Estúdios y Investigación San Isidoro,
1993, v o l . 4 , p . 533-625.
SILVA, N u n o V a s s a l o e - A I g r e j a c o m o t e s o u r o . I n HISTÓRIA da Arte Portuguesa. Dir. Paulo
P e r e i r a . L i s b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1995, v o l . 1, p . 4 5 7 - 4 7 1 .
SILVEIRA, J o a q u i m d a - T o p o n í m i a p o r t u g u e s a : E s b o ç o s . Revista Lusitana. 35 (1935) 5 0 - 1 3 9 .
SILVÉRIO, C a r l a A . S. d e B r i t o - A i m a g e m d a r e a l e z a n a a n a l í s t i c a m e d i e v a l p o r t u g u e s a d o s
s é c u l o s x i e XII. I n CONGRESSO ( 2 . ° ) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m a r a M u -
n i c i p a l ; U n i v e r s i d a d e d o M i n h o , [ s . d . ] , v o l . 3, p . 33-41.
S I M O N E T , F . J . - Historia de los mozárabes de Espana. Madrid: Ed. Turner, 1983. 4 vol.
SIMONETTI, M . - A r i a n e s i m o l a t i n o . Studi Medievale. 8 (1967) 6 8 9 - 7 2 0 .
— L a c r i s e a r i a n a e 1 ' i n i z i o d e l i a riflessione t e o l o g i c a i n S p a g n a . I n COLLOQUIO italo-spagnolo
sul tema: Hispania romana. R o m a , 1974, p. 127-147.
SOARES, T o r q u a t o S o u s a - C o n f i r m a ç õ e s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. de Joel
S e r r ã o . P o r t o : I n i c i a t i v a s E d i t o r i a i s , 1975, v o l . 2 , p . 153.
— Reflexões sobre a origem e a formação de Portugal. C o i m b r a : F a c u l d a d e d e Letras, 1962.
SOBRAL, C r i s t i n a - U m a u t o r i g n o r a d o e a r e c e p ç ã o d a h a g i o g r a f i a n o s é c u l o x v . I n A GÉNE-
SE do texto medieval. L i s b o a : C o s m o s , 1 9 9 7 , p . 156-165.
S O T O RÁBANOS, J o s é M a r i a - L a i g n o r a n c i a d e i p u e b l o C r i s t i a n o l l a n o , u n o b s t á c u l o p a r a e l
d i á l o g o i n t e r r e l i g i o s o . I n DIÁLOGO fúosófico-religioso entre Cristianismo, Judaísmo e Islamismo durante
la Edad Media en la Península Ibérica. L o u v a i n : B r e p o l s , 1 9 9 4 , p . 9 9 - 1 1 4 .
SOTOMAYOR Y M U R O , M a n u e l - L a I g l e s i a e n la E s p a n a r o m a n a . I n HISTORIA de Ia Iglesia en
Espana. D i r . R . G a r c í a V i l l o s l a d a . M a d r i d : L a E d i t o r i a l C a t ó l i c a , 1 9 7 9 , v o l . 1, p . 7 - 4 0 0 .
SOUSA, A n t ó n i o C a e t a n o d e S o u s a , e d . - Provas da história genealógica da Casa Real portuguesa.
2,' e d i ç ã o . C o i m b r a : A t l â n t i d a E d . , 1953, v o l . 3.
SOUSA, A r m i n d o d e - 1325-1480. I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. José Mattoso. Lisboa: Círculo
d e L e i t o r e s , 1993, v o l . 2.
— B e n e d i t i n o s e m e n d i c a n t e s e m P o r t u g a l n o s finais da Idade M é d i a ( u m a q u e s t ã o d e prestí-
g i o ) . I n C I C L O DE CONFERÊNCIAS - Actas. P o r t o , 1 9 9 7 , p . 153-172.

540
BIBLIOGRAFIA

— Conflitos entre o bispo e a câmara do Porto nos meados do século xv. P o r t o , 1983.
— O m o s t e i r o d e S a n t o T i r s o n o s é c u l o x . Estudos Medievais. 1 (1981) 9 5 - 1 5 6 .
SOUSA, B e r n a r d o V a s c o n c e l o s e - Os Pimentéis: Percursos de uma linhagem da nobreza medieval
portuguesa (séculos xm-xiv). Dissertação de d o u t o r a m e n t o apresentada à Faculdade de Ciências So-
c i a i s e H u m a n a s d a U n i v e r s i d a d e N o y a d e L i s b o a . L i s b o a , 1995.
— A propriedade das albergarias de Évora em finais da Idade Média. Lisboa, 1990.
— O s a n g u e , a c r u z e a c o r o a : a m e m ó r i a d o S a l a d o e m P o r t u g a l . Penélope: Fazer e Desfazer
a História. 1 (1988) 5 5 - 9 4 ; 2 (1989) 2 7 - 4 8 .
— V e n c e r o u m o r r e r : A B a t a l h a d o S a l a d o ( 1 3 4 0 ) . I n BETTENCOURT, F r a n c i s c o ; C U R T O ,
D . R a m a d a , e d s . - A memória da nação. L i s b o a : S á d a C o s t a , 1 9 8 9 , p . 505-514.
SOUSA, B e r n a r d o V a s c o n c e l o s e ; SILVA, F e r n a n d o V i e i r a d a ; M O N T E I R O , N u n o - O « L i v r o
d a s d e s p e s a s d o p r i o s t e » d o c a b i d o d a S é d e É v o r a (1340-1341). Revista de História Económica e So-
ciai. 9 (1982) 91-143.
SOUSA, C r i s t i n a M a r i a P i n a ; G O M E S , S a u l - Intimidade e encanto: O mosteiro cisterciense de St."
Maria de Cós (Alcobaça). Leiria: M a g n o ; I P P A R , 1998.
SOUSA, IVO C a r n e i r o - L e g a d o s p i o s d o C o n v e n t o d e S . F r a n c i s c o d o P o r t o : A s f u n d a ç õ e s d e
m i s s a s n o s s é c u l o s x v e x v i . Boletim do Arquivo Distrital do Porto. 1 (1982) 59-119.
— A r a i n h a D . L e o n o r e a e x p e r i ê n c i a e s p i r i t u a l das clarissas c o l e t i n a s d o M o s t e i r o d a M a d r e
d e D e u s d e L i s b o a : 1509-1525. Via Spiritus. 1 ( 1 9 9 4 ) 23-53.
— A rainha D . Leonor e a i n t r o d u ç ã o da r e f o r m a coletina da O r d e m de Santa Clara e m P o r -
t u g a l . I n C O N G R E S O ( I I ) INTERNACIONAL: LAS CLARISAS EN ESPANA Y PORTUGAL. S a l a m a n c a , 2 0 - 2 5
S e p t i e m b r e 1 9 9 3 - Actas. M a d r i d : A s o c i a c i ó n H i s p â n i c a d e E s t ú d i o s F r a n c i s c a n o s , 1 9 9 4 , v o l . 2 : 2 ,
p. 1033-1070.
SOUSA, J . J . R i g a u d d e ; M O N T E I R O , M a r i a T e r e s a , e d . - L i v r o d o s t e s t a m e n t o s d o m o s t e i r o
d e P a ç o d e S o u s a . Bracara Augusta. 2 4 ( 1 9 7 0 ) 138-283.
— N o t a s sobre o pleito entre D . M ó r Dias, f u n d a d o r a d o C o n v e n t o de Santa Clara, de
C o i m b r a , e o s C ó n e g o s d e S a n t a C r u z ( C o i m b r a ) . Estudos Medievais. 1 (1981) 81-93.
SOUSA, J o ã o d e , fi‫־‬. - Vestígios da língua arábica em Portugal. [S.l.]: E d i ç õ e s A . F a r i n h a d e Car-
valho, 1981.
SOUSA, J o ã o S i l v a d e - A casa senhorial do infante D. Henrique. L i s b o a , 1991.
SOUSA, L u í s d e , f r . - História de S. Domingos. P o r t o : Lello e I r m ã o , 1977.
S O U T H E R N , R . W . - A Igreja medieval. L i s b o a : Ulisseia, [s.d.].
STAUB, M . - E u c h a r i s t i e e t b i e n c o m m u n : l ' é c o n o m i e d ' u n e n o u v e l l e p r a t i q u e f o n d a t r i c e à
1 ' e x e m p l e d e s p a r o i s s e s d e N u r e m b e r g d a n s la s e c o n d e m o i t i é d u x v " s i è c l e : s é c u l a r i s a t i o n o u r e -
l i g i o n c i v i q u e ? . I n V A U C H E Z , A . , d i r . - La religion civique à l'époque médiévale et modeme (Chrétienté
et Islam). R o m a : É c o l e f r a n ç a i s e d e R o m e , 1995, p . 4 4 5 - 4 7 0 .
STOCKMEIER, P . - L ' é l e c t i o n d e 1 ' é v ê q u e p a r l e c l e r g é e t l e p e u p l e d a n s 1 ' É g l i s e a n c i e n n e .
Concilium. 157 ( 1 9 8 0 ) 13-21.
STROHEKER, K . F . - S p a n i e n i m S p á t r õ m i s c h e n R e i c h ( 2 8 4 - 4 7 5 ) . Archivo Espanol de Arqueolo-
gía. 4 5 / 4 7 ( 1 9 7 2 - 1 9 7 4 ) 5 8 7 - 6 0 5 .
SWAIN, E l i s a b e t h - F a i t h i n t h e F a m i l y : t h e P r a c t i c e o f R e l i g i o n b y t h e G o n z a g a . Journal 0J
Family History. 8 (1983) 1 7 7 - 1 8 9 .
SWANSON, D o n a l d - Religion and Devotion in Europe, c. 1215-c. 1515. C a m b r i d g e : C U P , 1995.
SWANSON, R . N . - Church and Society in Late Medieval England. O x f o r d : Basil B l a c k w e l l Ld.,
1989.
TAROUCA, C a r l o s d a S i l v a - A s o r i g e n s , d a O r d e m d o s C a v a l e i r o s d e É v o r a ( A v i s ) s e g u n d o as
c a r t a s d o A r q u i v o d o C a b i d o d a S é d e É v o r a . A Cidade de Évora. 5 (1947) 25-39.
TAVARES, M a r i a J o s é P i m e n t a F e r r o - A s s i s t ê n c i a : É p o c a M e d i e v a l . I n DICIONÁRIO de História
Religiosa de Portugal. Lisboa: C í r c u l o d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. I (no prelo).
— C o n f l i t o s s o c i a i s e m P o r t u g a l n o s é c u l o x i v . I n JORNADAS «1383-1385 E A CRISE GERAL DOS
SÉCULOS x r v E x v » - Actas. L i s b o a : H i s t ó r i a e C r í t i c a , 1985, p . 311-321.
— H e t e r o d o x i a . I n DICIONÁRIO de História Religiosa de Portugal. Lisboa: C í r c u l o d e Leitores,
2000, vol. 2 (no prelo).
—Judaísmo e Inquisição: Estudos. Lisboa: P r e s e n ç a , 1987.
— Os judeus em Portugal no século xv. L i s b o a : U N L , 1 9 8 2 . V o l . 1; L i s b o a : I N I C , 1985, v o l . 2.
— Los Judios en Portugal. M a d r i d : M a p f r e , 1992 ( C D r o m , M a p f r e , 1997).
— N ó t u l a s para o e s t u d o da assistência hospitalar aos p o b r e s , e m Lisboa: os hospitais d e
D . M a r i a d e A b o i m e d o c o n d e D . P e d r o . I n A POBREZA e a assistência aos pobres na Península Ibé-
rica durante a Idade Média. L i s b o a : I A C , 1973, v o l . 1, p . 3 7 1 - 4 0 0 .
— Pobreza e morte em Portugal na Idade Média. L i s b o a : E d . P r e s e n ç a , 1989.
— A v i g a i r i a d e T o m a r n o s finais d o s é c u l o x v . Do Tempo e da História. 4 (1971) 139-151.
TÁVORA, LUÍS d e L a n c a s t r e e - A h e r á l d i c a m e d i e v a l n a S é d e L i s b o a . Boletim Cultural da As-
sembleia Distrital de Lisboa. 8 8 / 1 (1982) 1 4 3 - 2 0 0 . S e p a r a t a .
T A Z I , A b d e l h a d i - A b u c A b d - A l l â h a l - Y â b u r i , u n c h e i c k m a r o c a i n d u v n e / x m e s i è c l e . I n Is-
LÁ o e arabismo na Península Ibérica. É v o r a , 1 9 8 6 .
TEIXEIRA, C a r l a M a r i a d e S o u s a A m o r i m - Moralidade e costumes na sociedade de além-Douro:
1433-1521 (a partir das legitimações). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras da
U n i v e r s i d a d e d o P o r t o . P o r t o , 1996.
TEIXEIRA, S ó n i a M a r i a d e S o u s a A m o r i m - A vida privada entre Douro e Tejo: estudo das legiti-
mações (1433-1521). D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e L e t r a s d a U n i v e r s i d a d e d o
P o r t o . P o r t o , 1996.
TELLES, I n o c ê n c i o G a l v ã o - Apontamentos para a história do direito das sucessões português. Lis-
b o a , 1963.
TERÉS, E l i a s - Materiales para el estúdio de la toponímia hispanoárabe: Nómina fluvial. Madrid:
CSIC, 1 9 8 6 , v o l . 1.

541
BIBLIOGRAFIA

T H O M A Z , LUÍS F i l i p e - D e s c o b r i m e n t o s e e v a n g e l i z a ç ã o : D a C r u z a d a À m i s s ã o p a c í f i c a . I n
CONGRESSO INTERNACIONAL DE H I S T Ó R I A : MISSIONAÇÃO PORTUGUESA E E N C O N T R O DE C U L T U -
RAS - Actas. B r a g a : U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a P o r t u g u e s a ; C N C D P ; F u n d a ç ã o E v a n g e l i z a ç ã o e C u l -
t u r a s , 1993, v o l . 1, p . 81-129.
THOMPSON, B e n j a m i n - F r o m «Alms» to «Spiritual Services»: t h e F u n c t i o n a n d Status o f
M o n a s t i c P r o p e r t y i n M e d i e v a l E n g l a n d . I n LOADES, J . , e d . - Monastic Studies II: The Continuity
of Tradition. B a n g o r ; G w y n e d d : H e a d s t a r t H i s t o r y , 1991, p . 2 2 7 - 2 6 1 .
— « H a b e n d u m » et « t e n e n d u m » : Lay a n d Ecclesiastical A t t i t u d e s to t h e P r o p e r t y o f the
C h u r c h . I n HARPER-BILL, C . , e d . - Religious Belief and Ecclesiastical Careers in Late Medieval En-
gland. W o o d b r i d g e : T h e B o y d e l l P r e s s , 1991, p . 1 9 7 - 2 3 8 .
T H O M P S O N , E . A . - T w o N o t e s o n S t . F r u c t u o s u s o f B r a g a . Hermathena. 9 0 (1957) 54-55.
T H O M S O N , J . A . F . - P i e t y a n d C h a r i t y i n L a t e M e d i e v a l L o n d o n . Joumal of Ecclesiastical His-
tory. 1 6 : 2 (1965) 178-195.
To BE Neighbour of St. Peter: The Social Meaning of Cluny's Property (909-1049). Ithaca; Lon-
d o n : C o r n e l l U . P., 1989.
T O R Q U E B I E U - C h a p í t r e s d e s C h a n o i n e s . I n DICTIONNAIRE du Droit Canonique. Direction de
R. N a z . P a r i s , 1937, v o l . 3, p . 5 3 0 - 5 9 5 .
T O R R E S , C l á u d i o - O G a r b - A l - A n d a l u z . I n HISTÓRIA de Portugal. Dir. de José Mattoso. Lis-
b o a : C í r c u l o d e L e i t o r e s , 1 9 9 2 , v o l . 1.
T O R R E S , R u i d ' A b r e u - D í z i m o s e c l e s i á s t i c o s . I n DICIONÁRIO de História de Portugal. Dir. de
J o e l S e r r ã o . P o r t o : I n i c i a t i v a s E d i t o r i a i s , 1975, v o l . 2 , p . 3 2 8 - 3 2 9 .
TOVAR, A . ; BLÁZQUEZ, J o s é M a r i a - Historia de la Hispania Romana. Madrid: Alianza Edito-
rial, 1982.
TRANOY, A . - La Galice romaine: Recherches sur le nord-ouest de la Péninsule ibérique dans 1'Anti-
quité. P a r i s , 1981.
TRINDADE, M a r i a J o s é L a g o s - A p r o p r i e d a d e das o r d e n s m i l i t a r e s n a s i n q u i r i ç õ e s d e 1220. I n
IDEM Estudos de História Medieval. L i s b o a , 1981, p . 129-143.
— U n i v e r s i d a d e ( s ) : h i s t ó r i a , m e m ó r i a , p e r s p e c t i v a s . I n CONGRESSO «HISTÓRIA DA UNIVERSI-
DADE» NO 7 . 0 CENTENÁRIO DA SUA FUNDAÇÃO - Actas. C o i m b r a , 1991. 5 v o l .
VAN O S , H e n k - The Art of Devotion in the Late Middle Ages in Europe, 1)00-1500. London:
M e r r e l H o l b e r t o n , 1994.
VARANDAS, J o s é M a n u e l - Monacato feminino e domínio rural: O património do Mosteiro de Santa
Maria de Almoster no século xiv. P r o v a s d e a p t i d ã o p e d a g ó g i c a e c a p a c i d a d e c i e n t í f i c a a p r e s e n t a d a s
à F a c u l d a d e d e Letras da U n i v e r s i d a d e d e Lisboa. L i s b o a , 1994.
VASCONCELOS, A. Garcia R i b e i r o d e - Evolução do culto de Dona Isabel de Aragão, esposa do Rei
Lavrador D. Dinis de Portugal (a Rainha Santa). C o i m b r a : I m p r e n s a d a U n i v e r s i d a d e , 1894. 2 v o l .
VASCONCELOS, J o s é Leite d e - Antroponímia portuguesa. L i s b o a , 1928.
— Religiões da Lusitânia. L i s b o a : I N C M , 1989 [1931], v o l . 3.
VASCONCELOS, J o s é L e i t e d e ; GUERREIRO, M a n u e l V i e g a s - Etnografia portuguesa: Tentame de
sistematização. L i s b o a : I m p r e n s a N a c i o n a l , 1958, v o l . 4 .
VASCONCELOS, M i g u e l R i b e i r o d e - N o t í c i a h i s t ó r i c a d o M o s t e i r o d a V a c a r i ç a d o a d o  S é d e
C o i m b r a e m 1094 e da Série c r o n o l ó g i c a dos bispos da cidade desde 1064 e m q u e foi t o m a d a aos
M o u r o s . Memórias da Academia Real das Ciências. 1 (1856).
V A U C H E Z , A n d r é - L ' a c c e s s i o n d e s l a i c s À la v i e r e l i g i e u s e . I n HISTOIRE du Christianisme
des origines à nos jours. D i r . J e a n - M a r i e M a y e u r [ e t . a i . ] . P a r i s : D e s c l é e , 1 9 9 3 , v o l . 5, p . 8 4 5 -
-876.
— I n f l u e n c e s f r a n c i s c a i n e s e t r é s e a u x a r i s t o c r a t i q u e s d a n s l e V a l d e la L o i r e : a u t o u r d e la b i e -
n h e u r e u s e J e a n n e - M a r i e d e M a i l l é (1331-1414). I n I D E M , e d . - Mouvements franciscains et sociétêfran-
çaise, x1f-xxr siècles. P a r i s : B e a u c h e s n e , 1 9 8 4 , p . 9 5 - 1 0 5 .
— Les laics au Moyen Age: Pratiques et expériences religieuses. Paris: C e r f , 1987.
— Réligion et sociétê dans 1'Occident médiéval. T o r i n o : La B o t e g a d ' E r a s m o , 1980.
— S . D o m i n g o s , o m a l - a m a d o . I n MONGES e religiosos na Idade Média. Dir. de Jacques Ber-
lioz. Lisboa: T e r r a m a r , 1996, p. 263-270.
— S . F r a n c i s c o d e A s s i s . I n Ibidem, p. 243-262.
— S a i n t e C l a i r e e t l e s m o u v e m e n t s r e l i g i e u x f é m i n i n s d e s o n t e m p s . I n C O L L O Q U E INTERNA-
TIONAL ORGANISE A L ' 0 C C A S I 0 N DU V I I I E C E N T E N A I R E DE LA NAISSANCE DE SAINTE CLAIRE:
SAINTE CLAIRE ET SA POSTERITE. - Actes. D i r . J a c q u e l i n e G r é a l [ e t a i . ] . N a n t e s : C o m i t é d u V I I I e
C e n t e n a i r e d e S t e . C l a i r e , 1995, p . 13-28.
— La Sainteté en Occident aux demiers siècles du Moyen Age d'après les procès de canonisation et les
documents hagiographiques. R o m a . É c o l e F r a n ç a i s e d e R o m e , 1988, p . 3 2 9 - 3 3 4 .
— La spiritualité du Moyen Age Occidental (vitf-xtf siècles). P a r i s , 1 9 7 5 . T r a d u ç ã o p o r t u g u e s a -
A espiritualidade da Idade Média ocidental. L i s b o a : E s t a m p a , 1995.
VÁZQUEZ DE PRAGA, L . - L o s o b i s p o s d e L u g o - B r a g a e n l o s s i g l o s v i u y i x . I n ESTÚDIOS dedi-
cados a Menéndez Pidal. M a d r i d , 1975, v o l . 7:1, p . 4 5 9 - 4 7 5 .
VEGA, A . C . - L a v e n i d a d e S a n P a b l o a E s p a n a y l o s V a r o n e s A p o s t ó l i c o s . Hispania Sacra.
33-34 (1964) 7 - 7 8 .
VELADO GRANA, B . - L a c a r t a s i n o d a l d e s a n C i p r i a n o y o t r o s 3 6 o b i s p o s a f r i c a n o s a las c o -
m u n i d a d e s c r i s t i a n a s d e A s t o r g a - L e o n y M e r i d a . I n C O N G R E S O INTERNATIONAL ASTORGA R O M A -
NA - Actas. A s t o r g a , 1 9 8 6 , v o l . 1, p . 2 8 9 - 2 9 5 .
VELOSO, M a r i a T e r e s a N o b r e - D . Afonso II: relações de Portugal com a Santa Sé durante o seu
reinado. D i s s e r t a ç ã o d o d o u t o r a m e n t o e m H i s t ó r i a , p o l i c o p i a d a . C o i m b r a , 1988. 2 v o l .
— A s p r i m e i r a s m e d i d a s n a s e n d a d o c e n t r a l i s m o . I n NOVA História de Portugal. Dir. de Joel
S e r r ã o ; A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 - Portugal em definição de fronteiras. Dir. de Maria Hele-
n a d a C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L. d e C a r v a l h o H o m e m . L i s b o a : P r e s e n ç a , 1996, p . 89-123.
VELOSO, M a r i a T e r e s a N o b r e ; M A R Q U E S , M a r i a A l e g r i a F e r n a n d e s - O d o m í n i o da Sé de

542
BIBLIOGRAFIA

B r a g a e m t e r r a s d e C h a v e s n a I d a d e M é d i a : O c o n t r i b u t o d o Liber Fidei. Theologica. 2 8 : 2 (1993)


353-374. S e p a r a t a .
VENTURA, L e o n t i n a - A f o n s o I I I e o d e s e n v o l v i m e n t o d a a u t o r i d a d e r é g i a . I n NOVA História
de Portugal. D i r . d e J o e l S e r r ã o ; A . H . d e O l i v e i r a M a r q u e s . V o l . 3 — Portugal em definição de fron-
teiras. D i r . d e M a r i a H e l e n a d a C r u z C o e l h o ; A r m a n d o L . d e C a r v a l h o H o m e m . L i s b o a : P r e s e n -
ç a , 1 9 9 6 , p . 123-144.
— A c r i s e d e m e a d o s d o s é c u l o x m . I n Ibidem, p . 104-123.
— J o ã o P e r e s d e A b o i m : d a t e r r a d a N ó b r e g a à c o r t e d e A f o n s o I I I . Revista de História Econó-
mica e Social. 18 ( 1 9 8 6 ) 5 7 - 7 3 .
— A nobreza de corte de Afonso III. D i s s e r t a ç ã o d e d o u t o r a m e n t o e m H i s t ó r i a M e d i e v a l a p r e -
s e n t a d a à Fac. Letras d a U n i v . d e C o i m b r a . C o i m b r a , 1992. 2 v o l .
— P r e â m b u l o . I n LIVRO Santo de Santa Cruz. C o i m b r a : I N I C , 1990, p. 9-44.
VENTURA, L e o n t i n a ; M A T O S , J o ã o C u n h a - C a v a l e i r o s d a E s t r e m a d u r a ( C o i m b r a , V i s e u e
S e i a ) a o t e m p o d e D . A f o n s o H e n r i q u e s : A p o l í t i c a p o r t u g u e s a e as s u a s r e l a ç õ e s e x t e r i o r e s . I n
CONGRESSO ( 2 . ° ) H I S T Ó R I C O DE GUIMARÃES - Actas. G u i m a r ã e s : C â m a r a M u n i c i p a l ; U n i v e r s i d a -
d e d o M i n h o , 1997, v o l . 2, p . 95-107.
VENTURA, M a r g a r i d a G a r c e s - O A l g a r v e n o s p r i m ó r d i o s d a E x p a n s ã o : U m s e r m ã o m i l e n a -
rista e m L a g o s ( 1 2 . v m . 1 4 1 5 ) . Revista da Faculdade de Letras. 8 (1987) 7 3 - 7 8 .
— H e r e s i a s e d i s s i d ê n c i a s : r e g a l i s m o e a n t i - r e g a l i s m o n o s é c u l o x v . Lusitania Sacra. 10 (1998)
303-333•
— Igreja e poder no séc. xv: Dinastia de Avis e liberdades eclesiásticas (1383-1450). Lisboa: Colibri,
1997•
— O Messias de Lisboa: um estudo de mitologia política (1385-1415). L i s b o a : E d . C o s m o s , 1992.
VIANA, M á r i o - N o t a s s o b r e a o r g a n i z a ç ã o p a r o q u i a l e a t o p o n í m i a d e P o r t a l e g r e e m 1 3 0 4 .
A Cidade: Revista Cultural de Portalegre. 6 (1991) 6 7 - 7 4 .
VICAIRE, M . H . - D o m i n i q u e , S a i n t . I n DICTIONNAIRE d'Histoire et de Geographie Écclesiasti-
ques. P a r i s , 1 9 6 0 , v o l . 14, p . 5 9 2 - 6 0 8 .
V I C E N T E , A n t ó n i o M a r i a B a l c ã o - Santa Maria de Aguiar: Um mosteiro de fronteira: património
rural e paisagem agrícola: séculos xii-xiv. D i s s e r t a ç ã o d e m e s t r a d o a p r e s e n t a d a à F a c u l d a d e d e Letras
da U n i v e r s i d a d e d e Lisboa. Lisboa, 1996.
VILAR, H e r m í n i a V a s c o n c e l o s - C ó n e g o s R e g r a n t e s d e S a n t o A n t ã o . I n DICIONÁRIO de Histó-
ria Religiosa de Portugal Lisboa: C í r c u l o d e Leitores, 2 0 0 0 , vol. 2 ( n o prelo).
— As dimensões do poder: a diocese de Évora na Idade Média (1165-1423). Évora: Universidade de
É v o r a , 1998; L i s b o a : E s t a m p a , 1999.
— N o t a s p a r a o e s t u d o d o c l e r o e b o r e n s e n o s é c u l o x r v : as s ú p l i c a s a R o m a . I n CONGRESSO
DE HISTÓRIA: I V C E N T E N Á R I O DO SEMINÁRIO DE ÉVORA - Actas. É v o r a , 1 9 9 4 , v o l . 2, p . 1 7 - 2 6 .
— R i t u a i s d a m o r t e e m t e s t a m e n t o s d o s s é c u l o s x r v e x v ( C o i m b r a e S a n t a r é m ) . I n O REINO
dos mortos na Idade Média peninsular. O r g a n i z a ç ã o d e J o s é M a t t o s o . Lisboa: J o ã o Sá d a C o s t a ,
1996, p . 165-176.
— A vivência da morte no Portugal medievo: A Estremadura portuguesa (1300 a 1500). Redondo:
P a t r i m o n i a , 1995.
V I N C E N T , C a t h e r i n e - L a p l a c e d e s l a i c s d a n s 1 ' É g l i s e m é d i é v a l e . Historiens et Géographes. 341
(1993) 255-271.
— Y a - t - i l u n e m a t h é m a t i q u e d u s a l u t d a n s l e s d i o c è s e s d u N o r d d e la F r a n c e à la v e i l l e d e
la R é f o r m e ? Revue d'Histoire de 1'Église de France. 7 7 : 1 9 8 (1991) 137-149.
VITERBO, F r a n c i s c o M a r q u e s d e S o u s a - O c o r r ê n c i a s d a v i d a m o u r i s c a . Archivo Historico Por-
tuguez. 5 (1907).
VITERBO, J o a q u i m d e S a n t a R o s a d e - Elucidário das palavras, termos e frases, que em Portugal
antiguamente se usaram e que hoje regularmente se ignoram. E d . C r í t i c a p o r M á r i o F i ú z a . P o r t o : L i v .
C i v i l i z a ç ã o , 1 9 6 2 , v o l . 2.
VIVES, J . - L a s a c t a s d e l o s V a r o n e s a p o s t ó l i c o s . I n MISCELLANEA litúrgica in honorem L. C.
Mohlberg. R o m a , 1 9 4 8 , v o l . 1, p . 33-43.
— L a i n s c r i p c i ó n d e i p u e n t e d e M é r i d a d e la é p o c a v i s i g ó t i c a . Revista de estúdios Extremehos.
13 (1939) 1 - 7 .
VOCABUUSTA in Arábico. E d . S c h i a p a r e l l i . F l o r e n ç a , 1871.
V O G E L , C y r i l l e - D e u x c o n s é q u e n c e s d e 1 ' e s c h a t o l o g i e g r é g o r i e n n e : la m u l t i p l i c a t i o n d e s
m e s s e s p r i v é e s e t l e s m o i n e s - p r ê t r e s . I n GRÉCOIRE le Grand: Colloque intemational organisé par le
CNRS. D i r . J . F o n t a i n e [et al.]. Paris: C N R S , 1986, p. 2 6 7 - 2 7 6 .
V O O G H T , P a u l d e - L'hérésie de Jean Huss. 2' é d i t i o n . L o u v a i n , 1 9 7 5 . 2 v o l .
WEBB, D i a n a M . - W o m e n a n d H o m e : the D o m e s t i c Setting o f Late M e d i e v a l Spirituality.
I n SHEILS, W . J . ; W O O D , D i a n a , e d . - Women in the Church. O x f o r d : Basil B l a c k w e l l , 1990,
p . 159-173•
W H I T E , S t e p h e n - Custom, Kinship and Gift to the Saints: The «Laudatio Parentum» in Western
France, 1050-1150. C h a p e l l Hill; L o n d o n : T h e U n i v e r s i t y o f N o r t h C a r o l i n a Press, 1988.
— I n h e r i t a n c e s a n d L e g a l A r g u m e n t s i n W e s t e r n F r a n c e , 1 0 5 0 - 1 1 5 0 . Traditio. 4 3 (1987) 55-103.
— P r o p o s i n g t h e O r d e a l a n d A v o i d i n g it: S t r a t e g y a n d P o w e r i n W e s t e r n F r e n c h L i t i g a t i o n ,
1050-1110. I n BISSON, T h o m a s N . , e d . - Cultures of Power. Lordship, Status and Process in Twelfht-
-century Europe. F i l a d é l f i a : U n i v e r s i t y o f P e n n s y l v a n i a P r e s s , 1995, p . 8 9 - 1 2 3 .
W1LL1MAN, D a n i e l - Bibliothèques Ecclésiastiques au temps de la Papautê d'Avignon. V o l . 1: Inven-
taires de bibliothèques et mentions de livres dans les Archives du Vatican (1287-1420) - Répertoire. V o l . 2:
Inventaires de prélats et de clercs non français - Édition. Paris: C N R S , 1980.
WOLLASCH, J . - P a r e n t é n o b l e et m o n a c h i s m e r e f o r m a t e u r : O b s e r v a t i o n s s u r les «conver-
s i o n s » à la v i e m o n a s t i q u e a u x XIC e t x u e s i è c l e s . Revue Historique. 2 6 4 (1980) 3-24.
W O O D - L E I G H , K . - Perpetuai Chantries in Britain. Cambridge: C U P , 1965.
W O R K M A N , H . B . -John Wyclif a Study of the English Medieval Church. O x f o r d , 1966. 2 vol.

543
BIBLIOGRAFIA

WRIGHT, S. J., ed. — F o r t h e Increase o f D i v í n e S e r v i c e : C h a n t r i e s i n t h e Parish in Late Me-


d i e v a l B r i s t o l . Journal of Ecclesiastical History. 36:1 (1985) 4 6 - 6 5 .
— Parish, Church and People: Local Studies in Lay Religion, 1350-1750. London: Hutchinson,
1988, p . 56-84..
— S t r a t e g i e s f o r E t e r n i t y : P e r p e t u a i C h a n t r i e s i n L a t e M e d i e v a l B r i s t o l . I n HARPER-BILL, C . ,
e d . - Religious Belief and Ecclesiastical Careers in Late Medieval England. Woodbridge: T h e Boydell
P r e s s , 1991, p . 1 9 7 - 2 3 8 .
YARZA-LUACES, J o a q u i n — L a c a p i l l a f u n e r a r i a h i s p a n a e n t o r n o a 1 4 0 0 . I n N U S E Z , M . ; P O R -
TELA, E . , c o o r d . - La idea y el sentimiento de la muerte en la historia y en el arte de la Edad Media.
S a n t i a g o d e C o m p o s t e l a : U n i v e r s i d a d , 1988, p . 6 7 - 9 2 .
Z E U M E R , K . — Historia de la legislación visigoda. B a r c e l o n a , 1 9 4 4 .
ZIMMERMAN, B . - A p ô t r e s ( o r i g i n e s d u c u l t e d e s s a i n t s ) . I n DICTIONNAIRE d'archéologie chré-
tienne et de liturgie. P a r i s : L e t o u z e y e t A n é , 1 9 2 4 , v o l . 1/2, c o l . 2 6 3 1 - 2 6 3 5 .

544

Você também pode gostar