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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A)

PRESIDENTE DA ...ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA ...ª REGIÃO.

Processo n. ... (número do processo)

O(A) AGRAVANTE, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, vem, perante Vossa Excelência, nos autos
da presente AÇÃO PARA CORREÇÃO DO FGTS ajuizada contra a
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF, igualmente qualificada,
inconformado com a decisão que não admitiu o Recurso
Extraordinário, interpor

AGRAVO REGIMENTAL
com fundamento no art. 1042 do Novo Código de Processo Civil (Lei
n. 13.105 de 2015) pelas razões abaixo explicitadas.

Requer sejam os autos, juntamente com as razões anexas,


remetidos para o Supremo Tribunal Federal, para processamento
e reapreciação da matéria.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade/UF, data.

ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX

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EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS

1. SÍNTESE DA DEMANDA

O(A) Agravante ingressou com a presente ação


postulando a correção dos valores constantes em conta do FGTS
em seu nome, em razão da mesma atualmente ser corrigida, de
forma inconstitucional, pela TR. Requereu sejam os valores
corrigidos pelo INPC ou IPCA.

Após a instrução do feito, foi proferida sentença de


improcedência dos pedidos, contra a qual foi interposto Recurso
de Apelação.

O acórdão negou seguimento ao recurso, pelos seguintes


motivos:

... (copiar acórdão)

Irresignado com a decisão exarada, o Agravante interpôs


Recurso Extraordinário, dentro do prazo legal, ao qual foi negado
seguimento, conforme decisão anexa.

Assim, em face do argumentado, resta clara a


necessidade do presente Agravo Regimental, a fim de que o
Recurso Extraordinário interposto seja admitido e provido em sua
integralidade, principalmente diante das gritantes afrontas a
diversos dispositivos constitucionais constantes no acórdão
atacado.

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2. RAZÕES DO AGRAVANTE

A decisão do Tribunal Regional Federal da ...ª Região, que


não admitiu o Recurso Extraordinário interposto pelo Agravante,
merece ser reformada.
O fundamento da decisão negatória de seguimento ao
Recurso Extraordinário foi de que não houve ofensa à
Constituição da República Federativa do Brasil.
Eis a decisão recorrida:

... (copiar decisão recorrida).

No entender do Desembargador, o fato de a CEF corrigir


os valores do FGTS pela TR não implicaria violação à CFRB/88.
Porém, deixou de atentar o Excelentíssimo
Desembargador que correção monetária e juros aplicados sobre o
FGTS sequer empataram com a inflação do período, razão pela
qual, quem tem seu dinheiro lá aprisionado está perdendo
dinheiro e não ganhando conforme era a expectativa do legislador
com a criação do fundo.
Tal inconstitucionalidade é latente, o artigo 13 da Lei
8.036/90 e artigo 7º da Lei 8.660/1993 desobedecem aos limites
materiais de inúmeros fundamentos e princípios constitucionais,
como o Estado Democrático de Direito, atentando contra a
Dignidade da pessoa humana (art. 1º e inciso III da Constituição
Federal), bem como aos princípios da igualdade, segurança
jurídica (art. 5º caput da Constituição Federal), da proteção ao
direito de propriedade, ao direito adquirido (art. 5º, XXII e XXXVI
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da Constituição Federal) e moralidade (art. 37 da Constituição
Federal).
Ainda, a decisão objeto do presente agravo vai de
encontro a própria jurisprudência do STF, conforme é evidente no
Recurso Extraordinário 747706 de relatoria da Ministra Carmem
Lúcia julgado em 13/06/2013 e publicado no dia 28/06/2013,
onde afirma que a posição da Corte de que a Taxa Referencial (TR)
- que remunera a poupança - não serve para recompor a perda
inflacionária da moeda.

DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


CONSTITUCIONAL. “ÍNDICE OFICIAL DE
REMUNERAÇÃO BÁSICA DA CADERNETA DE
POUPANÇA”: INCONSTITUCIONALIDADE DA
EXPRESSÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO DISSONANTE DA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA: OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. Relatório 1. Recurso
extraordinário interposto com base na alínea a do inc. III
do art. 102 da Constituição da República contra julgado
do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que decidiu:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO.
EXECUÇÃO. PRECATÓRIO/RPV COMPLEMENTAR. EC
N. 62/2009. ART. 100, § 12, DA CF.
CONSTITUCIONALIDADE. INCIDÊNCIA IMEDIATA. 1. O §
12 do artigo 100 da Constituição Federal, introduzido
pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em
10/12/2009), tem aplicação imediata aos feitos de
natureza previdenciária, sendo constitucional. 2.
Entendimento firmado no sentido de que a TR mostra-se
válida como índice de correção monetária. 3. Nada
impede o legislador constitucional ou infraconstitucional
de dispor sobre correção monetária e taxa de juros e, em
se tratando de relação de direito público, não há óbice a
incidência imediata da lei, desde que respeitado período
anterior à vigência da nova norma (vedação à
retroatividade), pois não existe direito adquirido a regime
jurídico” (fl. 68). 2. O Agravante alega que o Tribunal a
quo teria contrariado os arts. 1º, inc. III, 5º, caput e incs.
XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constituição da República.
Argumenta que: “A EC n. 62/2009, em seu art. 1º, § 12,
instituiu que ‘A partir da promulgação desta Emenda
Constitucional, a atualização de valores de requisitórios ,
após sua expedição, até o efetivo pagamento,
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independentemente de sua natureza, será feita pelo
índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança, e, para fins de compensação da mora,
incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
indecentes sobre a caderneta de poupança, ficando
excluída a incidência de juros compensatórios’. Como se
sabe, o índice de remuneração básico da poupança é a
Taxa Referencial – TR, índice controlado pelo Estado, e
utilizado como instrumento de controle da economia –
vide os sucessivos índices mensais zerados, a fim de
controle de aporte de capital nas poupanças. Tanto a TR
não se presta como índice de correção monetária, que o
STF já decidiu nesse sentido: ‘A taxa referencial (TR) não
é índice de correção monetária (...) não constitui índice
que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda’ (ADI
493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plenário, DJ
4.9.1992). (...) Assim sendo, texto tão danoso ao cidadão
não poderá ser tolerado pelo Judiciário, merecendo a
declaração de inconstitucionalidade do § 12 do artigo 100
da Constituição Federal, adicionado pela EC n. 62/2009.
(...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do índice
aplicado ao precatório pago nos autos, deve ser tomado
como vigente e aplicado ao caso concreto o índice IPCA-
E” (fls. 72-73). Apreciada a matéria trazida na espécie,
DECIDO. 3. Razão jurídica assiste, em parte, ao
Recorrente. O Desembargador Relator no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região afirmou: “Quando da
análise do pedido de efeito suspensivo, foi proferida a
seguinte decisão: ‘(...) Firmou-se na 3ª Seção deste
Tribunal o entendimento de que a Lei n. 11.960, de
29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que alterou o
art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, determinando a incidência
nos débitos da Fazenda Pública, para fins de atualização
monetária, remuneração do capital e compensação da
mora, uma única vez, até o efetivo pagamento, dos
índices oficiais de remuneração básica e juros da
caderneta de poupança, aplica-se imediatamente aos
feitos de natureza previdenciária, sendo constitucional.
Não há razão para tratamento diferenciado em relação ao
§ 12 do artigo 100 da Constituição Federal, introduzido
pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em
10/12/2009), que trata especificamente da situação a
atualização de valores de requisitórios, após sua
expedição, até o efetivo pagamento. A Taxa Referencial,
segundo entendeu o Superior Tribunal de Justiça, pode
ser utilizada como índice de correção monetária. O que
não se mostra possível é sua substituição em pactos já
firmados, de modo a violar o direito adquirido e o ato
jurídico perfeito. A Súmula n. 295 do Superior Tribunal
de Justiça, a propósito, enuncia: A Taxa Referencial (TR)
é indexador válido para contratos posteriores à Lei n.
8.177/91, desde que pactuada. Colhe-se da
jurisprudência desta Corte: (...). A situação dos autos é
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um pouco diversa, pois se discute sobre a incidência
imediata de norma que dispôs sobre os acréscimos
aplicáveis aos débitos previdenciários. Apropriada,
contudo, a aplicação do entendimento de que a TR
mostra-se válida como índice de correção monetária. Por
outro lado, nada impede o legislador constitucional ou
infraconstitucional de dispor sobre correção monetária e
taxa de juros. Em se tratando de relação de direito
público, nada obsta a incidência imediata da lei, desde
que respeitado período anterior à vigência da nova norma
(vedação à retroatividade), pois não existe direito
adquirido a regime jurídico. Assim, tratando-se de norma
nova que dispôs, para o futuro, sobre os acréscimos
aplicáveis a créditos previdenciários, não se cogita de
violação à cláusula constitucional que assegura o direito
de propriedade (art. 5º, XXII, CF), ou mesmo àquela que
protege o direito adquirido e o ato jurídico perfeito (art.
5º, XXXVI, CF). Como não se cogita de violação do
princípio da isonomia, certo que situações díspares
podem receber tratamento diferenciado, de modo que a
utilização de indexadores diversos, mas idôneos, para
atualização de créditos de naturezas diversas, não
contraria o artigo 5º, caput, da Constituição Federal. Da
mesma forma, como a norma produz efeitos para o
futuro, não está a ofender a coisa julgada (art. 5º, inciso
XXXVI CF), certo que a coisa julgada somente incide em
relação às situações especificamente na decisão judicial,
de modo que a definição do índice de correção monetária
referente a período posterior não está forrada ao advento
de mudança normativa. Consigno, por fim, que a norma
que validamente dispõe sobre os acréscimos aplicáveis a
débito do poder público evidentemente não está a violar
os princípios da moralidade e da eficiência (art. 37 da
CF). Oportuna a referência a precedentes do Superior
Tribunal de Justiça: (...). Segue em sentido assemelhado
precedente do Supremo Tribunal Federal que espelha a
posição daquela Corte: ‘Agravo regimental em agravo de
instrumento. 2. Execução contra a Fazenda Pública.
Juros de mora. Art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação
dada pela MP n. 2.180. 3. Entendimento pacífico desta
Corte no sentido de que a MP n. 2.18035/2001 tem
natureza processual. Aplicação imediata aos processos
em curso. 4. Agravo regimental a que se nega provimento’
(AgR no AI n. 776.497. Relator: Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 15/02/2011. Órgão Julgador: Segunda
Turma STF). Diante de todo o exposto, defiro o pedido de
efeito suspensivo’. Não havendo novos elementos a
ensejar a alteração do entendimento acima esboçado,
deve o mesmo ser mantido por seus próprios
fundamentos, dada a sua adequação ao caso concreto”
(fls. 66-67 v. - grifos nossos). O acórdão recorrido destoa
da jurisprudência deste Supremo Tribunal, que declarou
a inconstitucionalidade da expressão “índice oficial de
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remuneração básica da caderneta de poupança”,
constante do § 12 do art. 100 da Constituição da
República (acrescentado pela Emenda Constitucional n.
62/2009): “o Tribunal julgou procedente a ação para
declarar a inconstitucionalidade da expressão ‘na data de
expedição do precatório’, contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e
das expressões ‘índice oficial de remuneração básica da
caderneta de poupança’ e ‘independentemente de sua
natureza’, constantes do § 12, todos dispositivos do art.
100 da CF, com a redação dada pela EC n. 62/2009,
vencidos os Ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki e
Dias Toffoli. Votou o Presidente, Ministro Joaquim
Barbosa” (ADI 4.357, Relator o Ministro Luiz Fux,
Plenário, DJe n. 59/2013, de 2.4.2013 – grifos nossos). 4.
Quanto à determinação do índice a ser aplicado na
correção monetária do precatório, trata-se de matéria a
ser decidida com base em norma infralegal (Resolução n.
122/2010 do Conselho da Justiça Federal), não afeta a
este Supremo Tribunal: “AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO.
PRECATÓRIO. ATUALIZAÇÃO. ÍNDICE DE CORREÇÃO.
A REPERCUSSÃO GERAL NÃO DISPENSA O
PREENCHIMENTO DOS DEMAIS REQUISITOS DE
ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS. ART. 323 DO
RISTF C.C. ART. 102, III, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
REFLEXA. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 279 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (...). 3. Deveras,
entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido –
como deseja o recorrente – quanto ao índice de correção
monetária adequado para a atualização do valor do
presente precatório, demandaria a análise da legislação
infraconstitucional que disciplina a espécie (Resolução n.
115/2010, do CNJ), bem como o reexame do contexto
fático-probatório engendrado nos autos, o que inviabiliza
o extraordinário, a teor do Enunciado da Súmula n. 279
do Supremo Tribunal Federal, que interdita a esta Corte,
em sede de recurso extraordinário, sindicar matéria
fática, ‘verbis’: (...). (Precedentes: RE n 404.801-AgR,
Relator o Ministro Cezar Peluso, 1ª Turma, Dj de
04.03.05; AI n. 466.584-AgR, Relator o Ministro Nelson
Jobim, 2ª Turma, DJ de 21.05.04, entre outros). 4. ‘In
casu’, o acórdão originariamente recorrido assentou:
‘AGRAVO DE INSTRUMENTO – PRECATÓRIO – NÃO
INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA – INTELIGÊNCIA DA
SÚMULA 17, DO STF – ATUALIZAÇÃO – ÍNDICE DE
REMUNERAÇÃO DA CADERNETA DE POUPANÇA –
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1) É vedada a
incidência de juros no cálculo da atualização dos valores
de precatórios, exceto se houver mora no seu pagamento
(STF: Súmula Vinculante n. 17). 2) Após o advento da
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emenda Constitucional n. 62/2009, a atualização de
valores de precatórios, após sua expedição, até o efetivo
pagamento, independentemente de sua natureza, passou
a ser feita pelo índice oficial de remuneração básica da
caderneta de poupança (CF/88: art. 100, § 12º). 3)
Recurso conhecido e parcialmente provido’. 5. Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE 684.571-AgR,
Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe
30.10.2012 – grifos nossos). 5. Pelo exposto, dou parcial
provimento a este recurso extraordinário (art. 557, § 1º-
A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para
reafirmar a inconstitucionalidade da expressão “índice
oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança”, constante do § 12 do art. 100 da Constituição
da República e determinar que o Tribunal de origem
julgue como de direito quanto à aplicação de outro índice
que não a taxa referencial (TR). Publique-se. Brasília, 13
de junho de 2013. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora.

Ainda neste sentido, no dia 27 de maio de 2013, o


ministro Castro Meira, do STJ, proferiu decisão semelhante,
favorável a uma credora da União que teve a indenização
reconhecida pela Justiça por violação de direitos fundamentais. E
foi além: determinou a aplicação do IPCA para atualizar o valor
dos precatórios. A União recorreu da decisão alegando que a
decisão do Supremo ainda não havia sido publicada. No dia 26 de
junho, a 1ª Seção do STJ rejeitou o recurso.

EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.761 -


DF (2008/0132683-2) RELATOR : MINISTRO
PRESIDENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO EXEQUENTE :
HELIANA CALMON DOS REIS INÁCIO DE SOUZA
ADVOGADO : MARCELO PIRES TORREÃO E OUTRO(S)
EXECUTADO : UNIÃO DECISÃO A Coordenadoria de
Execução Judicial-CEJU prestou a seguinte informação:
Transitada em julgado a decisão que homologou os
cálculos apresentados pela União nos embargos à
execução e remetidos os autos a esta Unidade, conforme
decisão de fl. 124 dos embargos, procedeu-se atualização
da conta de liquidação. Apurou-se como devido à
exequente, em abril/2013, o valor de R$ 971.061,57
(novecentos e setenta e um mil, sessenta e um reais e
cinquenta e sete centavos), conforme demonstrado na
planilha anexa. No cálculo do quantum debeatur foram
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mantidos os critérios empregados na conta elaborada
pela União e homologada na decisão de fls. 40-43 dos
embargos, quais sejam: " Incidência de juros de mora no
percentual de 0,5% ao mês, até o trânsito em julgado dos
embargos, ocorrido em agosto/2011; " Correção
monetária pelo IPCA-E/IBGE. Destaque-se que estendeu-
se a utilização do IPCA-E para atualização da conta até a
data corrente, tendo em vista ter sido esse o índice
empregado na conta homologada e, ainda, porque o
Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4357,
acórdão pendente de publicação, julgou parcialmente
inconstitucional o § 12 no tocante às expressões "índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança"
e "independentemente de sua natureza" e, por
arrastamento, essas mesmas expressões constantes no
art. 1°-F da lei n. 9.494/1997, alterado pelo art. 5° da lei
n. 11.960/2009 (Ata n° 5, de 14/3/2013, publicada no
DJe n. 59, de 1/4/2013), excluindo, desse modo, a Taxa
Referencial - TR como fator de atualização das
condenações impostas à Fazenda Pública. Registre-se,
ainda, que nessa ADI também foi declarada a
inconstitucionalidade dos §§ 9° e 10 do art. 100 da
Constituição Federal, que tratam da compensação de
débitos dos beneficiários de precatórios junto á Fazenda
Pública devedora. Diante do exposto, submetemos estes
autos à consideração de Vossa Excelência com a
proposição de que sejam intimadas as partes para se
manifestarem sobre o cálculo atualizado por esta
Unidade para expedição do respectivo precatório (e-STJ
fl. 343). Instadas, as partes manifestaram-se. A
exequente aprovou os cálculos (e-STJ fl. 352), enquanto a
União discordou no ponto em que "foi considerada a
variação do IPCA-e para correção monetária para todo o
período quanto o correto seria aplicar a variação da TR a
partir de julho de 2009, nos termos da Lei 11.960/2009 e
Manual de Cálculos da Justiça Federal" (e-STJ fl. 355). É
o relatório. Decido. Corretos são os cálculos apresentados
pela CEJU, porquanto, além de ter sido o IPCAE o índice
empregado na conta homologada, olvida-se a União de
que o Supremo Tribunal Federal, na ADI 4.357/DF, em
14.3.2013, declarou a inconstitucionalidade, por arrasto,
das expressões "independentemente de sua natureza"
(para efeito de correção monetária) e "índices oficiais de
remuneração básica", contidos no art. 1º F da Lei
9.494/97, com a redação da Lei 11.960/2009. Significa
dizer que, no tocante à correção monetária, mesmo a
partir de julho/2009, continuará sendo adotado o IPCA-
E/IBGE, e não mais o índice previsto no Manual de
Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça
Federal. Ante o exposto, expeça o precatório nos termos
da planilha de cálculos elaborada pela CEJU às e-STJ fls.
343-344. Publique-se. Intime-se. Brasília, 27 de maio de

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2013. Ministro Castro Meira Presidente da Seção
(Ministro CASTRO MEIRA, 31/05/2013)

Razão esta pela qual o acordão deve ser reformado, de


modo que seja concedido ao Agravante a correção do seu FGTS
com a aplicação do índice requerido na Exordial e ainda seja
declarado inconstitucional o artigo 13 da Lei 8.036/90 e artigo 7º
da Lei 8.660/1993, eis que é pacífico nos Tribunais Superiores
que não se aplica a TR como índice de correção.
Desta forma, fica plenamente demonstrado que a
correção dos valores aplicados na conta do FGTS corrigidos pela
TR é uma afronta aos dispositivos e princípios presentes em nossa
Constituição Federal, tal situação fere a dignidade da pessoa
humana ao lhe trazer prejuízos de ordem econômica por confiar
em seu governo, ainda fere os princípios da igualdade, segurança
jurídica, direito de propriedade e ao direito adquirido eis que há
uma grande perda do valor patrimonial causado única e
exclusivamente por tal forma de correção.
Assim, resta demonstrado que no acórdão atacado pelo
Recurso Extraordinário interposto encontram-se flagrantes
violações a diversos dispositivos da Constituição Federal.
Portanto, cabível o Recurso Extraordinário interposto
pelo(a) Agravante, merecendo provimento o presente Agravo
Regimental, para o fim de que aquele seja conhecido e provido.

3. PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja recebido e provido o


presente Agravo Regimental, retificando-se a decisão recorrida,
para o fim de admitir, conhecer, determinar o processamento e, ao

10
final, prover o Recurso Extraordinário interposto pelo(a)
Agravante.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade/UF, data.

ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX

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