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Ciencia Do Solo - Teoria e Pratica
Ciencia Do Solo - Teoria e Pratica
Lages, SC
2012
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Solos são produtos de interação entre o clima, os organismos vivos, o material de origem, o relevo
e o tempo. Esses são os fatores de formação do solo, que juntamente com os processos de formação
inferem as características morfológicas dos solos.
A morfologia trata do estudo das formas de um corpo natural. Quando se fala em morfologia do
solo, essa se refere à descrição das características do solo diagnosticadas geralmente em um perfil de solo.
A morfologia do solo é avaliada através da descrição detalhada e padronizada do solo em seu meio e em
condições naturais, sendo a unidade de estudo denominada perfil do solo ou pédon. Nesse se quantifica e,
ou qualifica as características visíveis a olho nu ou perceptíveis por manipulação.
Dessa forma, o conhecimento e a identificação das características morfológicas do solo são
fundamentais para a descrição e classificação dos solos.
O solo apresenta características externas próprias (morfologia) que precisam ser estudadas e
descritas com critério para se ter uma visão integrada do solo na paisagem. Algumas dessas características
permitem inferências importantes sobre sua formação e seu comportamento em relação ao uso agrícola
(capacidade de produzir, adequação à práticas agrícolas, propensão à erosão, desertificação, etc.)
O estudo da morfologia refere-se à descrição daquelas propriedades detectadas pelos sentidos da
visão e do tato (manuseio), como, por exemplo: cor, textura, estrutura, porosidade, consistência, transição
entre horizontes e, ou, camadas. Este estudo é feito no campo (descrição do perfil) para cada horizonte ou
camada individualmente, fazendo-se o registro.
Para a descrição morfológica de um solo, abre-se uma trincheira de tamanho suficiente para que se
possa avaliar as características e coletar amostras de solo para análises posteriores em laboratório
(análises físicas e químicas).
1ª ETAPA:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS EXTERNAS (AMBIENTAIS)
2ª ETAPA:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS INTERNAS (ANATÔMICAS)
a) Espessura e transição entre horizontes
b) Cor do Solo
c) Textura
d) Estrutura
e) Porosidade
f) Consistência
g) Cerosidade
h) Superfícies de fricção - Slickensides
i) Nódulos e concreções de minerais
a) b) c) d)
Figura 1 - Forma de transição entre horizontes. (a) plana; (b) ondulada; (c) irregular; (d) descontínua.
Tabela 3. Descrição da forma de transição entre horizontes (extraído de Santos et al., 2005).
Forma ou
Características
topografia
Plana Paralela à superfície, com pouco ou nenhuma irregularidade
Ondulada Sinuosa, com desníveis em relação a um plano horizontal mais largos que
profundos
Irregular Irregular, com desníveis em relação a um plano horizontal mais profundos que
largos
Descontínua Descontínua, em que partes de um horizonte estão parcial ou completamente
desconectadas de outras do mesmo horizonte
Horizontes do solo:
Horizontes principais
Os horizontes do solo formados pela ação dos processos pedogenéticos são chamados de
horizontes genéticos ou pedogenéticos. Correspondem ao julgamento qualitativo do avaliador que
considera alterações resultantes da formação do solo. Os principais horizontes pedogenéticos são os
seguintes:
Horizonte E – constituído de material mineral com predomínio de partículas grosseiras como areia e silte,
devido a translocação de argila, ferro, alumínio ou matéria orgânica para horizontes subseqüentes.
Conhecido como horizonte eluvial.
Horizonte C – Horizonte ou camada mineral de material não consolidado sob o solum, pouco afetado por
processos pedogenéticos, guardando maiores características com as do material do qual o solo
presumivelmente se formou.
Horizonte R – constituído de material mineral consolidado, como a rocha. Não pode ser cortado com uma
pá, mesmo quando úmido.
Um solo pode ter apenas um horizonte sobre a rocha ou ter inúmeros horizontes. Isso vai depender
do tipo e grau de desenvolvimento do solo.
Para indicar propriedades ou processos específicos de formação do solo num dado horizonte são
usados sufixos. Embora sejam muitos, os mais frequentes em solos do Brasil são:
Horizontes de transição
São horizontes que apresentam características de dois horizontes principais, situados na zona de
transição de um para outro. Quanto à identificação, aquele horizonte que predomina sobre o outro aparece
na frente da notação, por exemplo: horizonte AB, apresenta características de A e B, entretanto,
predomina aquelas de A, sendo considerado A para fins de classificação. Outros exemplos de horizontes
transicionais são os seguintes: BA, AC, EB, BE, BC, CB, etc.
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Horizontes intermediários
São horizontes ”mesclados”, podendo ou não ser transicionais, onde porções de um horizonte
penetram na área de outro horizonte, sendo possível identificar as diferentes partes. Estes horizontes são
identificados da seguinte maneira: A/B, A/C, B/C, B/C/R. Onde a primeira letra indica o horizonte que
ocupa maior volume.
B) COR DO SOLO
Matiz: representa o espectro da cor R = Red YR = Yellow-Red Y = Yellow variando de 5R até 5Y.
Valor: brilho ou tonalidade.
Croma: intensidade ou pureza da cor em relação ao cinza
Figura 2. Exemplo de uma página da carta de cores de Munsell para solos. Cada página corresponde a um
matiz. Fonte: Nascimento, 1995.
C) TEXTURA DO SOLO
A textura do solo refere-se ao conteúdo percentual das frações areia, silte e argila presentes no
solo.
Frações Diâmetro
Areia Grossa 2 a 0,2 mm
Areia Fina 0,2 a 0,05 mm
Silte 0,05 a 0,002 mm
Argila < 0,0002 mm
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No Campo
A textura é feita por estimativa, esfregando uma massa de solo úmida e homogeneizada entre os dedos
para perceber as distintas sensações que as partículas nos dão. Como o solo é normalmente composto
pelas três frações granulométricas (areia, silte e argila) e raramente por apenas uma dela, teremos uma ou
duas sensações predominantes.
Areia: sensação aspereza, não plástico, não pegajoso.
Silte: sensação sedosidade, plástico, não pegajoso.
Argila: Sensação sedosidade, plástica, pegajosa.
Para classificar o solo em uma classe textural, utiliza-se o triângulo textural, entrando com os
percentuais de areia, silte e argila e assim encontrando o nome da classe do solo.
0
100
10
90
20
80
Muito Argilosa 30
70
40
60
Sil
,%
te,
gila
50
%
50 Argilosa Argilo-
Ar
Argilo- siltosa
60
40 arenosa
Franco-argilosa Franco-argilo-
siltosa 70
30 Franco-argilo-
arenosa
80
20
Franca
Franco-arenosa Franco-siltosa 90
10
Areia
- franc Siltosa
a 100
Arenosa
0
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Areia,%
Triângulo textural para a Classificação das classes texturais do solo, adotado pelo Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos.
D) ESTRUTURA DO SOLO
É a união das partículas primárias (areia, silte e argila) do solo formando agregados, separados entre si
pelas superfícies de fraqueza.
A descrição de estrutura é feita no campo, observando-se detalhadamente os agregados por ocasião de
sua remoção no perfil.
1) Os graus de estrutura
a) Sem unidades estruturais ou peds: grãos simples – não coerente; maciça-coerente.
b) Com unidades estruturais ou peds:
1) Fraca: as unidades estruturais são pouco frequentes em relação à terra solta
2) Moderada: as unidades estruturais são bem definidas e há pouco material solto.
3) Forte: as unidades estruturais são separadas com facilidade e quase não se observa material de
solo solto.
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3) Tipos de estrutura
E) POROSIDADE
F) CONSISTÊNCIA
É o termo usado para designar manifestações das forças físicas de coesão e adesão entre as
partículas do solo, conforme variações dos graus de umidade. Refere-se à característica de resistência e
moldabilidade que o solo oferece quando está seco, úmido e molhado. Sua determinação no campo se
baseia na sensibilidade ao tato.
Determinação
Solo seco dureza
Solo úmido friabilidade
Solo molhado plasticidade
pegajosidade
Influenciam na consistência do solo: Umidade, textura, tipo de argilominerais, CTC e Matéria
Orgânica.
A consistência do solo nos informa sobre as condições e a facilidade de mecanização do solo.
a) Solo seco: caracterizada pela dureza ou tenacidade. Para avaliá-la, deve-se selecionar um torrão seco e
comprimi-lo entre o polegar e o indicador.
Solta: não coerente entre o polegar e o indicador.
Macia: massa do solo fracamente coerente e frágil quebra-se em material pulverizado ou grãos,
sob pressão muito leve.
Ligeiramente dura: fracamente resistente à pressão, facilmente quebrável entre o polegar e o
indicador.
Dura: moderadamente resistente à pressão, pode ser quebrado nas mãos sem dificuldade, mas é
dificilmente quebrável entre o polegar e o indicador.
Muito Dura: muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser quebrado nas mãos.
Não é quebrável entre o polegar e o indicador.
Extremamente Dura: extremamente resistente à pressão. Não pode ser quebrado com as mãos.
b) Solo úmido: caracterizada pela friabilidade e determinada num estado de umidade intermediário entre
o seco e a capacidade de campo. Deve-se umedecer o torrão de solo ligeiramente e deixar que o excesso
de água seja removido da amostra antes de testar a consistência. Depois tentar esboroar na mão uma
amostra ligeiramente úmida.
Solta: não coerente.
Muito friável: o material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por
compressão posterior.
Friável: o material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o polegar e o
indicador e agrega-se por compressão posterior.
Firme: o material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o polegar e o indicador, mas
apresenta resistência distintamente perceptível.
Muito firme: o material do solo esboroa-se sob forte pressão. Dificilmente esmagável entre o
indicador e o polegar.
Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão muito forte. Não pode
ser esmagado entre o polegar e o indicador e deve ser fragmentado pedaço por pedaço.
c) Solo quando molhado: caracterizada pela plasticidade e pela pegajosidade e determinada em amostras
pulverizadas e homogeneidade, com conteúdo de água ligeiramente acima ou na capacidade de campo. A
quantidade de água é ajustada adicionando solo ou água à medida que se manipula a amostra.
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G) CEROSIDADE
Aspecto brilhante/ceroso que ocorre na superfície dos agregados, decorrente de material coloidal
(argila ou óxido de ferro).
Determinação
Quanto ao grau de desenvolvimento: fraca, moderada e forte
Quanto à quantidade: pouco, muito e abundante
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, R.D. Manual de descrições e coletas de solo o campo.5ª ed. revisada e ampliada Viçosa,
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 100 p. 2005.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manuais técnicos em
geociências Divulga os procedimentos metodológicos utilizados nos estudos e pesquisas de
geociências. IBGE. 316p. 2007.
AMARO FILHO,J. Física do solo: conceitos e aplicações/Joaquim Amaro Filho. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2008.
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Exercício 2 – Relatório
PERFIL:
Data:
Classificação:
Unidade mapeamento:
Localização, município, estado:
Coordenada:
Altitude:
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil:
Litologia:
Formação geológica:
Cronologia:
Material originário:
Pedregosidade:
Rochosidade:
Relevo local:
Relevo regional:
Erosão:
Drenagem:
Vegetação Primária:
Uso atual:
Clima:
Descrito e coletado por:
Descrição Morfológica:
Horizonte e espessura:
Cor:
Textura:
Estrutura
grau:
classe:
tipo:
Consistência quando seco:
Consistência quando úmido:
Consistência quando molhado:
plasticidade:
pegajosidade:
Transição:
Observações:
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Perfil: Pedregosidade:
Data: Rochosidade:
Classificação: Relevo local:
Localização: Relevo regional:
Situação e declive: Erosão:
Altitude: Drenagem:
Litologia: Vegetação primária:
Formação geológica: Uso atual:
Período: Clima:
Material originário: Descrito e coletado por:
Consistência
Horizontes Molhado Cerosidade Raízes Porosidade Mosqueados Concreções
Seco Úmido
Plasticidade Pegajosidade
Observações:
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a) Identificar a cor (matiz, valor e croma) das amostras de solo com auxílio da caderneta de
Munsell.
b)Verificar a sensação que as frações areia, silte e argila de forma isolada proporcionam ao tato.
c) Estimar pela sensação ao tato as frações areia, silte e argila das amostras de solo e definir uma
classe textural para cada amostra, com auxílio do triângulo textural.
16
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e) Separar as unidades estruturais das amostras de solo e classificá-las de acordo com o formato e
o grau de desenvolvimento.
17
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A matriz ou esqueleto do solo é composta por sólidos minerais (originários da rocha matriz) e
orgânicos. A análise granulométrica permite classificar os componentes sólidos em classes, de acordo
com os seus diâmetros, em areia, silte e argila. Essa separação define a textura do solo.
A textura é uma característica do solo que representa as proporções relativas das frações areia,
silte e argila do solo, a qual não pode ser alterada, pois é inerente ao solo.
A granulometria do solo é indispensável para a classificação do solo, predição de seu
comportamento em resposta ao manejo e classificação quanto à aptidão de uso. Além disso, a
granulometria é fator determinante das propriedades de retenção e capacidade de armazenamento de água
e nutrientes, na distribuição de poros e, conseqüentemente, das propriedades de condução de água e gases,
afetando a dinâmica das trocas com plantas e atmosfera (assunto que será visto em propriedades físicas do
solo).
a) Fração Areia
A fração areia é solta, com grãos simples (não forma agregados), não plástica, não pode ser
deformada, não pegajosa, não higroscópica, predominam poros grandes na massa, não coesa, pequena
superfície específica, capacidade de troca de cátions praticamente ausente.
b) Fração Silte
A fração silte é sedosa ao tato, apresenta ligeira coesão quando seco poros de tamanho
intermediário, ligeira ou baixa higroscopicidade, superfície específica com valor intermediário,
capacidade de troca iônica baixa.
c) Fração Argila
A fração argila é plástica e pegajosa quando úmida, dura e muito coesa quando seca, alta
higroscopicidade, elevada superfície específica, alta CTC, poros muito pequenos, contração e expansão,
forma agregados com outras partículas.
2. Processo de dispersão
Para a separação das frações areia, silte e argila utilizam-se da dispersão química e da física. A
dispersão química (NaOH 1 N) visa neutralizar a ação de íons floculantes (cálcio e magnésio) e agentes
de cimentação (material orgânico, óxidos de ferro e de alumínio e outros sais que dificultam a obtenção
de frações isoladas do solo). A dispersão física completa o processo iniciado pela dispersão química pelo
uso de processo mecânico (agitação).
Para realização da análise granulométrica utiliza-se o enunciado da lei de Stokes: “ A velocidade
de queda (sedimentação de um material sólido no líquido ocorre de acordo com seu diâmetro (esférico) e
a viscosidade do líquido”.
18 h
t
g ( ps pl ) ²
Exemplo1. Qual o tempo necessário para que toda a fração inorgânica com diâmetro maior que
0,05 mm se desloque até uma profundidade de 5 cm, tendo como ponto de início a superfície do líquido,
numa proveta.
18 x0, 008007 x5
t t = 17,82 s
980(2, 65 0,99949) x0, 005²
3. Métodos
4. Conversões de unidades
As frações granulométricas (areia, silte e argila) podem ser expressas em % ou dag kg -1 ou g kg -1.
Sendo que: 1 % = 1 g/100 g = 0,01 g/g = 1 dag/kg = 10 g/kg
1 kg = 1000 g = 100 dag (decagrama); 1 dag = 10 g
Exemplo: 1 % = 0,01 g/g = 0,01 g/ 0,001 kg; como 0,01/0,001 = 10, então podemos dizer que 1 %
= 10 g/kg (ou g kg -1).
6. Grau de Floculação
O grau de floculação é um índice, que avalia a tendência da fração argila estar floculada ou não:
AT AN
GF *100
AN
AT = Argila Total
AN = Argila Natural
Horizonte B de Argissolo
AN = 20 %
AT = 25 % GF = 20 % (muita argila dispersa em água)
20
21
10
90
20
80
Muito Argilosa 30
70
40
60
S il
,%
te,
gila
50
%
50 Argilosa Argilo-
Ar
Argilo- siltosa
60
40 arenosa
Franco-argilosa Franco-argilo-
siltosa 70
30 Franco-argilo-
arenosa
80
20
Franca
Franco-arenosa Franco-siltosa 90
10
Areia
- franc Siltosa
a 100
Arenosa
0
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Areia,%
Figura 1. Triângulo para a Classificação das classes texturais do solo, adotado pela SBCS (Lemos;
Santos, 1984).
c) Areia total:
AT
(massaAreia pl ) pl *100
massaAmCorrigida
d) Areia fina:
massaAreiaFina
AF *100
massaAmCorrigida
e) Areia grossa:
(massaAreiaTotal massaAreiaFina)
AG *100
massaAmCorrigida
f) Prova em branco:
pb massaBec ker soluçãoNaOH1N massaBec ker
21
22
g) Argila:
massaArgila bec ker bec ker pb
Argila *20*100
massaAmCorrigida
h) Silte:
Silte 100 Argila AreiaTotal
fc = fator de correção
pl = peso da lata
pb = prova em branco
a) Areia total:
massaAmCorrigida
b) Areia fina:
AF = MassaAreiaFina *100
massaAmCorrigida
c) Areia grossa:
d) Argila:
e) Silte:
Silte = 100 – (Argila + Areia)
Onde:
Exercício 1. Determine a granulometria de dois solos da aula prática pelos métodos da pipeta e do
densímetro. Expresse os resultados em % e g kg-1 e classifique a classe textural dos solos.
B) Método da Pipeta
Amostra ML Areia ML+Areia Areia Grossa MBecker MB+Argila
...............................................g...........................................
Campo Natural 50,00 19,0561 32,8835 0,6888 49,845 50,2493
Argissolo Amarelo 50,73 18,8822 39,0326 3,9726 49,5567 50,1296
Argissolo Vermelho-Amarelo 50,48 20,3799 32,9462 3,8649 49,0867 50,3392
Cambissolo Húmico 50,70 18,8300 26,4636 3,8466 48,554 49,742
Neossolo Quatzarênico 50,76 20,3355 66,5975 5,8268 48,9347 49,0948
Latossolo Vermelho 50,22 17,4163 20,8722 0,8692 50,3956 52,0576
Prova em Branco (PB) 50,9060 50,9356
ML Areia = massa da lata da areia, g; ML+Areia = massa da lata + Areia, g; MBecker = massa do Becker,g e MB+Argila =
massa do Becker + argila, g
C) Método do Densímetro
Solos Leitura
g L-1
Campo Natural 21,0
Argissolo Amarelo 14,5
Argissolo Vermelho-Amarelo 28,0
Cambissolo Húmico 29,5
Neossolo Quartzarênico 2,0
Latossolo Vermelho 34,0
Temperatura das amostras = 23 ºC
Temperatura da Prova em Branco = 26 ºC
23
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO FILHO,J. Física do solo: conceitos e aplicações/Joaquim Amaro Filho. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2008. 298p.
KLEIN, V.A. Física do Solo. Ed. Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo. 2008. 212p.
Van LIER, Q. J. Física do Solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2010. 298p.
24
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Agregado pode ser conceituado como um grupo de duas ou mais partículas primárias que aderem
umas às outras mais fortemente do que as partículas que as circundam. O tamanho do agregado determina
a suscetibilidade à movimentação pelo vento, pela água e também o espaço poroso e o seu arranjo,
interferindo na movimentação da água e do ar do solo. É, pois, um dos principais fatores condicionadores
para o crescimento do sistema radicular das plantas.
A matéria orgânica, os óxidos e hidróxidos são agentes cimentantes tanto das partículas primárias
do solo quanto das secundárias. A vegetação e seus resíduos protegem os agregados da superfície da
desagregação pelo impacto da chuva e por variações bruscas de umidade; ao mesmo tempo, o contínuo
fornecimento de material orgânico serve de energia para a atividade microbiana, cujos subprodutos,
constituídos de moléculas orgânicas, atuam como agentes de formação e estabilização dos agregados. O
aumento da estabilidade dos agregados está intimamente relacionado com a capacidade da matéria
orgânica de aderir às partículas minerais do solo, formando ligações argilo-metal-húmicas.
Objetivo
Avaliar a estabilidade de agregados em água de diferentes tipos de solo e discutir os fatores e os agentes
da agregação das partículas primárias do solo.
Metodologia:
Distribuição do tamanho e estabilidade de agregados estáveis em água: Método por Via Úmida Padrão
(Kemper, W. D. & Chepil, W. S., 1965)
1) Coletar as amostras a campo quando o solo estiver úmido. Coletar preferencialmente torrões maiores.
2) Trabalhar com as amostras no ponto de friabilidade do solo (até um mês após a coleta). A separação
dos agregados maiores em agregados menores deve ser realizada com as mãos, nos planos naturais de
fraqueza, aplicando forças no sentido de tração e nunca de compressão, não compactando ou
pulverizando o solo.
3) Peneirar as amostras de solo no conjunto de peneiras 8 e 4,76 mm. Guardar em potes plásticos com
tampa aproximadamente 150 gramas de cada amostra que passou pela peneira de 8 mm e ficou retida na
peneira de 4,76 mm.
4) Antes da agitação em água, passar as amostras novamente pela peneira de 4,76 mm, retirando os
cascalhos e os restos vegetais. Pesar amostras de aproximadamente 25 g cada, sendo que uma deve ser
transferida para lata de alumínio pré-pesada e levada a estufa a 105 ºC por 24 h, pesando o solo seco para
a correção da umidade da amostra.
5) Preparar o aparelho de oscilação vertical colocando os conjuntos de peneiras pela seguinte ordem
decrescente de tamanho: 4,76; 2,00; 1,00 e 0,250 mm.
25
26
6) Acrescentar água no aparelho de agitação vertical, ajustar o nível da água até atingir aproximadamente
1 cm acima da base das peneiras de 4,76 mm quando o conjunto estiver em sua posição mais alta; e não
submergir por completo as peneiras de 4,76 mm em sua posição mais baixa. Ajustar a rotação do aparelho
para 42 rotações por minuto. As peneiras não devem bater entre si ou nas paredes do aparelho.
7) Distribuir uniformemente a amostra sobre a peneira de 4,76 mm de um conjunto. Os agregados
deverão ficar submersos em água por 10 minutos em repouso para umedecimento.
8) Após o tempo de repouso, ligar o aparelho e deixar oscilando por 10 minutos.
9) Desligar o aparelho, retirar os conjuntos de peneiras da água e transferir o material retido em cada
peneira para latas de alumínio, previamente pesadas e identificadas, com auxílio de jatos de água.
10) Eliminar o excesso de água e colocar as latas em estufa de circulação de ar a 105 ºC por 24 h. Após
secar, pesar o material retido em cada peneira.
11) Para amostras de solos mais cascalhentos, determinar a quantidade de material inerte (outros que não
agregados) retida em cada peneira. Para isso, transferir os agregados de cada lata para sua respectiva
peneira utilizando jatos de água e imergir a peneira em uma solução de hidróxido de sódio NaOH 1N.
Mexer por aproximadamente 1 minuto o solo com um bastão de vidro até sobrar apenas areia e cascalho.
Lavar com jato de água, transferir o material inerte para lata de alumínio e secar em estufa. Pesar o
material seco e descontar da massa de cada classe de agregados.
Cálculos:
Onde:
mAgri = massa seca de agregados em cada classe (g)
mi = massa de material inerte em cada classe (g)
TAgr = massa de agregados da amostra inicial (g)
miT = massa de material inerte total (de todas as classes) (g);
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Exercício 2. Determine a porcentagem de agregados de dois solos da aula prática e plote os resultados em um
gráfico.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO FILHO,J. Física do solo: conceitos e aplicações/Joaquim Amaro Filho. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2008. 298p.
KLEIN, V.A. Física do Solo. Ed. Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo. 2008. 212p.
Van LIER, Q. J. Física do Solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2010. 298p.
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Objetivo: Quantificar o volume das partículas sólidas de diferentes tipos de solos desconsiderando o
volume existente de poros.
Metodologia
Na determinação da Dp é necessário obter o valor da massa da amostra de solo e depois o volume
dos sólidos presentes. A massa é obtida por simples pesagem em balança analítica. Quanto ao volume,
pode ser obtido pelo método do balão volumétrico, como descrito a seguir.
Materiais utilizados
1 balão volumétrico de 50 ml
1 bureta de 50 ml
1 funil
1 frasco de álcool
29
30
1 balança de precisão
Procedimento
1 – Macerar, em gral de ágata, aproximadamente 50 g de TFSA (terra fina seca ao ar), colocar em lata de
alumínio e secar em estufa a 105° C por 24 horas.
2 – Aferir o volume de balões volumétricos de 50 ml (com bureta) com antecedência.
3 – Retirar as amostras de solo da estufa e resfriar em dessecador.
4 – Transferir aproximadamente 20 g de TFSE (terra fina seca em estufa) para o balão aferido de 50 mL.
5 – Adicionar álcool absoluto (etílico) numa bureta de 50 mL.
6 – Utilizando a bureta, adicionar o álcool no balão com o solo, aproximadamente até a metade, e agitar
cuidadosamente com movimentos circulares para eliminar o ar até a ausência de bolhas.
7 – Prosseguir adicionando álcool até ajustar o volume de álcool na marca de aferição de 50 mL do balão
8 – Anotar o volume de álcool gasto.
9 - Calcular o volume das partículas ou sólidos (Vs), pela diferença de 50 ml – volume gasto de álcool.
OBS.: 1mL = 1cm3.
Cálculo:
MSS
3
Dp (g cm ) =
Vp
Onde:
MSS = massa do solo seco a 105 ºC (g);
Mb = massa do balão
Va = volume do álcool adicionado (mL);
Vp = volume de partículas.
30
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Exercício 1. Calcule a densidade de partículas (Dp) dos cinco tipos de solos da aula prática e explique as
diferenças existentes entre os solos.
Solo Massa do Solo Volume Gasto de Álcool Dp
g ml g cm-3
Neossolo Quartzarênico 20,02 42,22
Latossolo 20,00 42,78
Cambissolo 19,97 42,05
Neossolo Litólico 20,00 41,61
Argissolo 19,91 42,85
Exercício 2. Calcule a densidade de partículas (Dp) de um Chernossolo Háplico Órtico típico localizado
na localidade de Cadeados na Palmeiras - SC e explique as diferenças existentes entre os
horizontes.
Horizonte Profundidade Massa do Solo Volume Gasto de Álcool Dp
cm g ml g cm-3
O 3-0 20,06 35,69
A 0-18 20,05 41,40
AB 18-25/30 20,04 41,71
BA 25/30-50/55 20,08 42,61
B 50/55-92/100 19,99 42,04
BC 92/100-120/130 19,83 42,66
C1 120/130-155+ 19,99 41,66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO FILHO,J. Física do solo: conceitos e aplicações/Joaquim Amaro Filho. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2008. 298p.
KLEIN, V.A. Física do Solo. Ed. Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo. 2008. 212p.
Van LIER, Q. J. Física do Solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2010. 298p.
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32
Objetivo: Determinar a densidade e as porosidades de diferentes tipos e manejos dos solos e relacionar as
alterações nos atributos com as culturas agrícolas e florestais.
1. Densidade do solo
A densidade do solo (Ds) pode ser definida como sendo a relação existente entre a massa de uma
amostra de solo seca em estufa a 105° C e a soma dos volumes ocupados pelas partículas e pelos poros
(Volume da amostra), ou seja, o volume do solo.
A Ds geralmente aumenta com a profundidade do perfil, pois, as pressões exercidas pelas camadas
superiores sobre as subjacentes, provocam o fenômeno da compactação, reduzindo a porosidade. A
movimentação de material fino (principalmente argila) dos horizontes superiores para os inferiores, por
eluviação, também contribui para a redução do espaço poroso e aumento da densidade dessas camadas.
Nos solos minerais os valores da Ds variam de 1, 1 a 1,8 g cm-3 enquanto que em solos orgânicos esses
valores encontram-se entre 0,6 a 0,8 g cm-3.
Em condições de lavoura os valores da Ds são alterados pelas condições de manejo impostas ao
solo. O tráfego de máquinas agrícolas e o pisoteio animal em condições de alta umidade aumentam a Ds
pelo processo de compactação.
Com o aumento da densidade do solo, devido à compactação, ocorre a redução na quantidade e
continuidade dos poros, o que reduz a infiltração de água no solo, a aeração e dificulta o crescimento das
raízes das plantas comprometendo o crescimento e a produtividade das culturas agrícolas.
Atualmente a pesquisa tem definido alguns valores de densidade do solo que são considerados
restritivos ao crescimento das raízes das culturas agrícolas. Os valores de densidade considerados críticos
variam conforme a classe textural do solo, e são apresentados a seguir:
Metodologia
Para a determinação da densidade do solo é necessário obter o valor da massa da amostra de solo
com sua estrutura (agregados + poros) preservada e depois o volume total da amostra. A coleta das
amostras é realizada com anéis metálicos com volume conhecido. Esses anéis são inseridos no solo sem
alterar a estrutura natural do solo. A massa é obtida por simples pesagem em balança analítica.
32
33
Procedimento
1) Introduzir o anel no solo com auxílio do extrator e do martelo (Figura 1)
2) Ajustar o volume do solo ao volume do anel
3) Colocar o solo do anel dentro da lata ou manter no próprio anel
4) Pesar o conjunto anel + solo úmido e deixar secar em estufa a 105°C durante 24 horas.
5) Pesar o conjunto anel + solo seco
Figura 1 – Procedimento para coleta de solo com estrutura deformada para a determinação da
densidade do solo. Foto: Sequinatto, 2010.
Cálculo
MSS
Ds (g cm3) =
Vs
Vs (cm3) = π r2h
Onde:
Ds: densidade do solo (g cm-3)
MSS: massa do solo seco (g)
Vs: volume do solo ou do anel (cm-3)
r = raio do anel
h = altura do anel
Questões
a) Quando a densidade do solo aumenta, o espaço poroso aumenta, diminui ou permanece constante? Por
quê?
2. Porosidade do solo
A porosidade do solo é representada pelos espaços do solo ocupados por água e/ou ar. Entre os
agregados do solo formam-se os poros maiores conhecidos como macroporos e no interior dos agregados
formam-se os poros menores conhecidos por microporos. Os macroporos são os principais responsáveis
pela infiltração de água e a aeração do solo e os microporos são responsáveis pela retenção da água no
solo.
Metodologia
A porosidade total pode ser determinada saturando-se com água uma amostra de solo coletada
com anel. Inicialmente a amostra é saturada e pesada e em seguida é seca em estufa por 48 horas a 105° C
para obter-se a massa seca de solo. Pela diferença entre a massa de solo saturado e a massa do solo seco,
sabe-se o volume de água que estava no interior dos poros do solo.
A porosidade total de um solo também pode ser calculada em função da densidade do solo e da
densidade das partículas do solo.
Cálculos
Ds Ds
PT (m3m3 ) 1 ou PT (%) 1 *100
Dp Dp
Onde :
Pt: porosidade total do solo em % ou cm3cm-3
Dp: densidade de partículas (g cm-3)
Ds: densidade do solo (g cm-3)
34
35
Exercício 1.
Foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada em anéis metálicos em duas áreas de lavoura,
em diferentes profundidades. O solo do local é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo e
apresenta textura franca arenosa até os 50 cm de profundidade. Sabendo-se que a densidade de partículas
desse solo é de 2,65 g cm-3, e o anel utilizado apresenta 5,7 cm de diâmetro e 4 cm de altura, faça os
cálculos solicitados nas tabelas abaixo e responda as questões.
ÁREA 1
Massa do Massa do
Massa do Massa do Massa do
Prof. N° Vol. anel anel + solo anel + solo Ds
anel solo úmido solo seco
anel (cm3) úmido seco
(cm) ...................................................g.................................................. g cm3
ÁREA 2
Massa do Massa do Massa do Massa do Massa do Ds
Prof. N° Vol. anel anel + solo anel + solo anel solo úmido solo seco
anel (cm3) úmido seco
(cm) ...................................................g.................................................. g cm3
a) Qual das áreas estudadas apresenta maiores problemas de compactação? Quais as camadas de solo
mais compactadas (profundidade)?
b) Os valores de densidade nas camadas consideradas compactadas representam algum risco para o
crescimento das raízes das plantas?
35
36
Exercício 3. Calcule a umidade volumétrica (Uv) e a densidade do solo (Ds) nos diferentes
sistemas de manejo do solo. Foram utilizados nas coletas das amostras anéis metálicos com
diâmetro interno de 5,96 cm e altura de 5,00 cm.
Solo
Solo Solo Úmido a Solo Seco a Massa
Sistema Camada Saturado Uv Ds
Úmido+Anel 60 cm+ Anel 105º +Anel do Anel
+ Anel
cm .........................g............................. cm3cm-3 g cm-3
PC 0-5 324,99 404,12 360,99 317,72 155,57
PC 5-10 363,06 403,01 372,53 326,38 145,67
PC 10-20 376,52 404,12 381,37 331,76 144,16
Pinus 0-5 316,55 347,34 324,68 280,01 144,84
PD 0-5 377,81 406,50 384,51 334,00 145,33
PD 5-10 387,74 402,24 392,86 339,99 145,12
PD 10-20 411,81 421,15 414,79 364,70 156,50
PC = Plantio convencional, PD = Plantio Direto
a) Qual dos sistemas de manejo tem menor umidade volumétrica (Uv) na camada 0-5 cm? Quais são as
causas das diferenças?
b) Considerando o valor crítico de densidade do solo (Ds) de 1,50 g cm-3 algum dos sistemas de manejo
do solo encontra-se com restrições físicas? Quais são as consequências para as plantas em sistemas ou
camadas do solo com Ds acima do valor crítico?
a) Existem diferenças entre os valores de densidade e porosidade do solo na linha e na entre linha
do vinhedo? Explique
36
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO FILHO,J. Física do solo: conceitos e aplicações/Joaquim Amaro Filho. Fortaleza: Imprensa
Universitária, 2008. 298p.
KLEIN, V.A. Física do Solo. Ed. Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo. 2008. 212p.
Van LIER, Q. J. Física do Solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2010. 298p.
37
38
Figura 1 - Corte de uma amostra de solo com estrutura preservada, mostrando a estrutura do solo
(agregados + macroporos + microporos).
38
39
Cálculos
Ds Ds
PT (m3m3 ) 1 ou PT (%) 1 *100
Dp Dp
Onde :
Pt: porosidade total do solo em % ou cm3cm-3 ou m3 m-3
Dp: densidade de partículas (g cm-3)
Ds: densidade do solo (g cm-3)
Cálculos
mSsat - mSsec
3 -3
PT (cm cm ) = ou
VA
MSsat - MSsec
PT (%) = * 100
V
Onde:
PT: porosidade total do solo em % ou cm3cm-3 ou m3m-3
mSat = Massa do solo saturado
mSsec = Massa do solo seco em estufa
V = Volume do anel
Microporosidade
(mS 60 cm mSS ) (mS 60 cm mSS )
Micro(m3 m3 ) = ou Micro(%) = *100
V V
39
40
Macroporosidade
Macro(m3m3 ) PT Micro Macro(%) PT Micro *100
Onde:
mS60 cm = massa do solo a 60 cm de coluna de água
mSS = massa do solo seco em estufa
V = volume do anel
PT = porosidade total
A umidade gravimétrica do solo representa a massa de água contida por unidade de massa do solo.
Para a sua determinação é necessário coletar uma amostra de solo, pesar a amostra úmida, secar em estufa
a 105° C por 48 horas e pesar a amostra seca.
Cálculos:
mSu - mSsec
-1
UG (g g ) = ou
MSsec
mSu - mSsec
UG (%) = * 100
MSsec
Onde :
UG : umidade gravimétrica ( % ou g g-1)
mSu : massa do solo úmido (g)
mSsec : massa do solo seco
Cálculos:
mSu - mSsec
3 -3
UV (cm cm ) = ou
V
mSu - mSsec
UV (%) = * 100 ou
V
40
41
UV (cm3 cm-3) = UG * Ds
Onde:
UV: umidade volumétrica (% ou cm3cm-3)
mSu: massa do solo úmido (g)
mSsec: massa do solo seco (g)
V: volume total da amostra ou do anel (cm3)
Ug: umidade gravimétrica do solo (g g-1)
Ds: densidade do solo (g cm-3)
Cálculo:
EA(%) = PT – UV
Onde:
EA: espaço aéreo (%)
PT: porosidade total (%)
UV: umidade volumétrica (%)
41
42
Exercícios
1º) Coletou-se uma amostra de solo à profundidade de 60 cm, com anel volumétrico de diâmetro 7,5 cm e altura 7,5
cm. A massa úmida do solo foi de 560 g e após 48 h em estufa a 105ºC, sua massa permaneceu constante e igual
a 458 g. A) Qual a densidade do solo? B) Qual a sua umidade na base de massa (gravimétrica) e de volume
(volumétrica)?
2º) Qual a porosidade total e a porosidade livre de água da amostra de solo do problema 1º? A densidade de
partículas do solo é de 2,65 g cm-3.
3º) Coletaram-se 300 kg de solo úmido. O valor da umidade do solo foi de 0,33 kg/kg.
A) Calcular o valor da massa de sólidos (mSS) e o da massa de água (mH 2O).
4º) Coletou-se uma amostra de solo com anel volumétrico de 200 cm³ a uma profundidade de 10 cm. Obteve-se
massa úmida (mu) = 332 g e massa seca (ms) = 281 g. Após a coleta, fez-se um teste de compactação do solo
passando sobre ele um rolo compressor. Nova amostra coletada com o mesmo anel à mesma profundidade
apresentou: mu = 360 g e ms = 305 g. Determine antes e depois da compactação densidade do solo (Ds), umidade
gravimétrica (Ug) e umidade volumétrica (θ). A densidade de partículas para o solo em estudo foi de 2,70 g cm -
3
.
5º) No problema 4º, por que Ug deu igual para os dois casos e a θ não? E com porosidade total (Pt) e porosidade de
aeração (α), o que aconteceu?
6º) Fizeram-se medidas de umidade gravimétrica (Ug), g cm-3 e cálculo de densidade do solo (Ds), g cm-3 de um
solo e foram obtidos os seguintes dados:
Camada Ds Ug θ
-3 -1
cm g cm gg cm cm-3
3
a) Determine o armazenamento de água nas camadas 0-50 cm, 0-30 cm, 10-30 cm e 40-50 cm.
7º) Em uma cultura de cana-de-açúcar fizeram-se medidas de umidade volumétrica (θ), ( cm3 cm-3):
Camada 10/mar. 13/mar. 17/mar. 20/mar.
3 -3
cm .....................................cm cm .......................................
0-15 0,325 0,301 0,267 0,443
15-30 0,334 0,312 0,288 0,412
30-45 0,341 0,326 0,293 0,368
45-60 0,368 0,359 0,336 0,321
60-75 0,354 0,355 0,343 0,340
75-90 0,378 0,379 0,372 0,368
a) Determine quantos milímetros da água a cultura perdeu ou ganhou em cada período, na camada 0-90 cm.
42
43
8º) Em um experimento de um solo no qual se pretende plantar algodão e a profundidade de interesse é 50 cm.
Depois de inundada uma área de 3 m x 3 m e esperados 5 dias para o equilíbrio, obtiveram-se os seguintes
resultados:
Prof. Ds Umidade gravimétrica (Ug), g g-1 Média Ug Média θ
cm g cm-3 g g-1 g g-1 cm3 cm-3
0-10 1,43 0,241 0,235 0,238
10-20 1,42 0,250 0,245 0,244
20-30 1,51 0,243 0,241 0,235
30-40 1,48 0,238 0,236 0,241
40-50 1,46 0,235 0,233 0,237
a) Calcule a capacidade de campo (CC) para a profundidade de 50 cm, e expresse o resultado em mm.
b) No cálculo do ponto de murcha permanente (PMP) na profundidade 0-50 cm a umidade gravimétrica foi de
0,173 g g-1 e a densidade do solo média foi de 1,46 g cm-3. Calcule o PMP para a profundidade de 50 cm, e
expresse o resultado em mm.
c) Calcule o volume de água disponível em milímetros.
d) Sabe-se que para o local do estudo a cultura do feijão e/ou Erva-Mate de um ano tem uma
evapotranspiração média de 6 mm/dia. Quantos dias são necessários para o solo perder toda sua a água
disponível na profundidade de 50 cm?
9º) Dada uma extensão de solo de 10 hectares, considerada homogênea quanto à sua densidade e à umidade até
0,30 m de profundidade, quanto de solo seco existe, em toneladas, na camada de 0 – 0,3 m de profundidade? O
valor da umidade do solo é 0,2 kg.kg-1 e o da sua massa específica de 1700 kg.m-3. Quantos litros de água estão
retidos na mesma camada de solo?
10º) A umidade média de um perfil de solo até a profundidade de 60 cm é de 38,3% em volume. Qual a altura
d’água armazenada nesta camada?
Respostas:
1º) A) 1,44 g cm-3 B) Ug = 0,22 g g-1 e Uv = 0,31 cm3 cm-3
2º) Pt = 0,46 cm3 cm-3 e PLH2O = 0,15 cm3 cm-3
3º) mSS = 225,56 kg solo e 74,44 kg H2O
4º) Antes da compactação: Ds 1,41 g cm-3; Ug = 0,18 g g-1 e Uv = 0,26 cm3 cm-3
Depois da compactação: Ds 1,53 g cm-3; Ug = 0,18 g g-1 e Uv = 0,28 cm3 cm-3
5º) Antes da compactação: Pt = 0,48 cm3 cm-3 e PLH2O = 0,22 cm3 cm-3
Depois da compactação: Pt = 0,43 cm3 cm-3 e PLH2O = 0,28 cm3 cm-3
6º) 0-50 cm = 184 mm, 0-30 cm = 103 mm, 10-30 cm = 73 mm e 40-50 cm = 42 mm.
7º) 10/mar. = 315 mm; 13/mar. = 305 mm; 17/mar. = 285 mm e 20/mar. = 338 mm
8º) a) 175 mm b) 126 mm c) 49 mm d) 8 dias
9º) a) 51.000 toneladas de solo; b) 10.200 m3 H2O
10º) 230 mm
Obs:
Unidades de densidade do solo e de partículas
1 g cm3 1 kg dm3 1000 kg m3 1 Mg m3 1 t m3
1mm = 1 L m-2
1 mm = 10 m3 ha-1
1 L = 1.000 cm-3
43
44
Exercício 1. Suponha que você profissional é contratado como consultor de uma empresa cujas atividades
estão direcionadas, em maior parte, à produção de grãos e florestas. Para um diagnóstico da situação dos
solos, você solicitou algumas análises laboratoriais cujos resultados encontram-se na tabela abaixo. Foi
utilizado nas coletas das amostras um anel metálico com diâmetro interno de 5,96 cm e altura de 2,51 cm.
Latossolo
Horiz. Prof MSS+MAnel MAnel Ds Dp Micro Pt Macro Micro
-3
cm ..........g........... ......g cm .... cm-3 cm-3 -3 -3
.........cm cm ..........
A1p 0-14 140,71 71,34 2,59 0,38
A2 14-32 153,38 71,84 2,43 0,43
BA 32-58 149,39 72,55 2,50 0,49
Bw1 58-99 153,83 73,35 2,62 0,51
b) Qual o solo apresenta condições mais próximas das ideais, quanto à densidade do solo e a distribuição
de porosidades (Macro e microporos) até a profundidade de 0 a 50 cm.
44
45
Exercício 2. Calcule a umidade volumétrica (Uv) e a densidade do solo (Ds) nos diferentes
sistemas de manejo do solo. Foram utilizados nas coletas das amostras anéis metálicos com
diâmetro interno de 5,96 cm e altura de 5,00 cm.
Solo
Solo Saturado Solo Úmido a Solo Seco a Massa
Camada
Sistema Úmido+Anel 60 cm+ Anel 105º +Anel do Anel Uv Ds
+ Anel
a) Qual dos sistemas de manejo tem menor umidade volumétrica (Uv) na camada 0-5 cm? Quais são as
causas das diferenças?
b) Considerando o valor crítico de densidade do solo (Ds) de 1,50 g cm -3 algum dos sistemas de manejo
do solo encontra-se com restrições físicas? Quais são as consequências para as plantas em sistemas ou
camadas do solo com Ds acima do valor crítico?
45
46
a) Qual sistema de manejo tem melhor aeração na camada 0-5 cm? A proporção entre macroporos e
microporos está ideal nos diferentes sistemas de manejo?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REICHARDT, K. Água em Sistemas Agrícolas. Editora Manoel. 1987. 189p.
LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. São Paulo: EDUSP, 2005. 335 p.
REICHARDT, K. & TIMM, L.C. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e aplicações. Barueri:
Manole, 2004. 478 p.
Professores: Jackson Adriano Albuquerque, Letícia Sequinatto e Rodrigo Vieira Luciano
46
47
Objetivo: Transmitir aos alunos conhecimentos teórico-prático da importância e da dinâmica dos nutrientes no
solo.
Exercício 2 – Cálculos
a) Calcule a SB, CTC efetiva, CTC a pH 7,0, V e m dos quatros tipos de solo localizados em diferentes
regiões do Estado de Santa Catarina.
b) Classifique os quatro tipos de solo em relação a sua fertilidade. Em relação à maioria das culturas
comerciais quais solos necessitam da maior e menor quantidade de corretivos e nutrientes para o pleno
desenvolvimento das plantas. Justifique
47
48
Perfil 1: Caracterização química e física do perfil Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico, situado
no município de Massaranduba, SC.
Fração de amostra total Composição granulométrica da terra fina
Horizonte Grau de Relação
g/kg g/kg floculação Silte/Argila
Areia
Areia Areia Areia muito
Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina muito Areia fina Areia total Silte Argila %
grossa média fina
grossa
Símbolo
0,5- 0,25- 0,106- 2- 0,053-
cm > 20mm 20-2mm < 2mm 2-1mm 1-0,5mm <0,002mm
0,25mm 0,106mm 0,053mm 0,053mm 0,002mm
48
49
49
50
Perfil 3: Caracterização química e física do perfil Chernossolo Argilúvico Férrico típico, situado
no município de Descanso, SC.
Fração de amostra total Composição granulométrica da terra fina
Horizonte Grau de Relação
g/kg g/kg floculação Silte/Argila
Areia
Areia Areia Areia Areia muito Areia
Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina muito Silte Argila %
grossa média fina fina total
Símbolo grossa
0,5- 0,25- 0,106- 2- 0,053-
cm > 20mm 20-2mm < 2mm 2-1mm 1-0,5mm <0,002mm
0,25mm 0,106mm 0,053mm 0,053mm 0,002mm
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, André da. Retenção e disponibilidade de água em solos de Santa Catarina: avaliação e
geração de funções de pedotransferência. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências Agroveterinárias
/UDESC. Lages, 2012. 423 f.
51