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E-Book - Amor - No Divã
E-Book - Amor - No Divã
DESCOLADA
o amor
no divã
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O AMOR NO DIVÃ
Revisão
Érico B. B. Lima
carlosmario@terra.com.br
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Dr. Carlos Mario Alvarez - Psicanalista e
supervisor clínico.
Professor convidado da Université
Sorbonne (Paris 2).
Mestre em Teoria Psicanalítica (UFRJ)
e Doutor em Letras (PUC-Rio).
Professor, Pesquisador visitante na
universidade Rutgers (2010/2011),
NJ - EUA.
Membro fundador da Formação
Freudiana (RJ).
Criador e curador do projeto em Mídias
Sociais, Psicanálise Descolada, onde
desde 2010 realiza intervenções nas
plataformas digitais, articulando artes
visuais, música, psicanálise e estilo de
vida.
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“
O amor é tortuoso,
o amor é absolutamente
improvável, ele é quase uma
fantasia de carnaval que,
quando a gente pode, a gente
veste, se transveste.
Engana. E é enganado.
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O AMOR NO DIVÃ
A ideia que quero compartilhar não é só o conceito
de amor, mas é também falar sobre o amor. Mais
especificamente, transando o amor com algumas
questões da psicanálise.
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Freud dizia que o amor admitiria dois
tipos de relação com o objeto. Um tipo
de amor é aquele da escolha dita ana-
clítica, em que o objeto de amor é um
“outro” na qual as formas de lidar e se
ligar estão, assim, em um processo de
interesse, de admiração, num nível em
que esse “outro” é externo.
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Porém, ele também falava de um tipo de escolha de
amor de objeto que seria a escolha narcísica, no qual
predominaria a escolha por alguém que se parece con-
sigo próprio, ou que fosse tratado como si próprio,
ou, ainda, que se fizesse à semelhança do próprio.
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Na verdade, essas escolhas não são tão diferenciadas,
elas se misturam. Minha amiga prosseguia: “Freud
tem aquela frase que diz que o amor é capaz de sarar.
Quem ama estaria bem. Quem ama e trabalha esse
amor, segundo uma certa postulação do Freud, esta-
ria bem, estaria ordenado.”
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Não existe nada de “redondinho”. Às vezes a pessoa
pensa: “nunca amei” ou “não amo mais”, “não sou
amada”, “não sou amado”. Ok. Nada de “tão” erra-
do com você. O amor é tortuoso, o amor é abso-
lutamente improvável, ele é quase uma fantasia de
carnaval que, quando a gente pode, a gente veste, se
transveste. Engana. E é enganado.
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nômades. Estamos nômades. Estamos o tempo todo
saindo e vindo, chegando, partindo e partido nova-
mente, e não se acha aquilo que se procura. Isso
é bem freudiano, mas isso está em qualquer lugar
que pense seriamente a experiência da vida. Porque
a experiência da vida não é pronta, não vem com
manual, não vem com garantia. Não tem segunda
via. Não tem “seguro” de e para a vida. O negócio é
Live, é ao vivo. É aqui e agora. E não é redondo, não
desce redondo. A vida pode ser boa, pode melhorar,
mas nunca desce redondinha!
Estamos cheios de probleminhas, cheios de percal-
ços, cheios de resistências, cheios de coisas que nos
atrapalham, e nem por isso a gente vai dizer que
“não dá para ser feliz! / Não dá para ser feliz!! ...”.
Dá! Dá para ser feliz às vezes! Por enquanto...
...Enquanto o “Seu Lobo não vem!”. Às vezes dá
para ser feliz até (ou porque) quando o “Seu Lobo”
vem!
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esse negócio de psicanálise só vale a pena se o tal
do deslizamento do significante efetivamente se
opera. A fantasia não é nada mais que essa super,
ultra, hiper montagem de letras, de palavras, de
linguagem e tudo mais.
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Então, se você está achando que a vida não foi interes-
sante para você por nunca ter amado alguém... Está
O.K.! Tem vários, vários e vários que são iguais a você,
e assim mesmo você pode um dia se surpreender e sacar
que amou alguém... Ou se surpreender, pelo contrário,
e dizer: “Poxa!, nunca amei ninguém, mas sempre achei
que amei!”.
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Aquelas histórias de “nunca te vi, mas sempre te amei”
também funcionam aqui, ou seja, amor é um troço
muito complicado e muito passível de gerar DOR,
ARDOR, LOUVOR, RUMOR, HUMOR e qualquer
coisa que você queira rimar.
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Por diversas vezes escrevi versos lindos de amor
Por diferentes tentativas e caminhos cantei
Vibrei e soprei linhas repletas de entusiasmo e glória
Hoje, não sei o que acontece
Não tenho domínio sobre as coisas
Mas preciso escrever
Mais uma vez estou me sentindo desesperadamente só
Uma sensação de desconexão, de desespero, de cólera
Onde estou? Será que fiz algo de errado no caminho?
Não sei bem ao certo, mas a coisa se passa como se es-
tivesse tomado pelo desatino
Abandono? Será que estou me recusando, me rejeitando
eu próprio me abandonando?
Onde estão minhas forças de contenção e retenção?
Preciso delas desesperadamente”
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E este é o primeiro parágrafo dessa carta. É nele que
eu vou ficar. Para você perceber o seguinte: um amor
quebrado, um amor partido, um amor rompido, um
amor pulverizado, isso leva certamente a algum tipo de
desatino, a algum tipo de desespero. Porque vai bater
naquilo que eu comecei falando.
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Entendam que não há amor que não toque a questão narcí-
sica. O meu amigo, o meu autor (desculpem a intimidade,
mas eu fiz meu mestrado sobre ele, falei muito sobre ele)
Sándor Ferenczi, já havia dito que não há amor que não seja
narcísico. E eu vou dizer também que não há amor que não
seja RIMA.
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“
A vida não tem
assentamento.
Não há assentamento
em vida!
Somos o tempo todo
nômades.
Estamos nômades.
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Nós da PSICANÁLISE DESCOLADA
ficamos muito felizes em
compartilhar com você,
ideias, reflexões e experiências
da Psicanálise!
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Psicanálise das Personalidades
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