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Em Veranópolis,

hospitalidade
não tem idade!

Secretaria de Turismo e Cultura de Veranópolis


BR 470, km 177, nº 2201 (esquina Rua 24 de Maio) – Casa Saretta
(54) 3441-2232 / turismo@veranopolis.rs.gov.br

Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Veranópolis


Rua Alfredo Chaves, 366
(54) 3441-1477, ramal 2008 / sedec@veranopolis.rs.gov.br

www.veranopolis.rs.gov.br
facebook.com/PMVeraCity
Organizadores
Lilian Zieger
Diana Alessio Tomiello
Gisele Martins da Cunha

Em Veranópolis,
hospitalidade
não tem idade!

Porto Alegre, RS
IGES
Março de 2019
Copyright dos autores
O conteúdo publicado é de total responsabilidade
dos autores de cada artigo.
Publicação:
IGES - INSTITUTO GAÚCHO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
Prefixo Editorial 54977
Edição e produção:
marcon.brasil Comunicação Direta
(51) 3221-7878 - correio@marconbrasil.com.br

Projeto gráfico: Evandro Marcon

Fotos: Arquivo da Prefeitura de Veranópolis - Secretaria de


Turismo e Cultura

Ilustrações: Luca Risi

ISBN desta edição:


978-85-54977-01-6

Março de 2019

Catalogação na Fonte
Bibliotecária Responsável Ginamara de Oliveira Lima
CRB 10/1204

V475
Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade! /
Organizadores Lilian Zieger, Diana Alessio Tomiello,
Gisele Martins da Cunha. –­ ­Porto Alegre : IGES,
2019.
72 p. : il. ; 23cm

ISBN: 978-85-54977-01-6

1. Veranópolis. 2. Turismo. 3. Hospitalidade.


I. Zieger, Lilian. II. Tomiello, Diana Alessio. III. Cunha,
Gisele Martins da.

CDD: 380.8098165
981.65533
CDU: 379.85:981.65
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA OBRA..................................................................... 7

MENSAGEM DO PREFEITO..................................................................... 9
Waldemar de Carli

MENSAGEM DO IGES............................................................................ 10
Lilian Zieger

VERANÓPOLIS TURISMO..................................................................... 12
Antônio Henrique Chiaradia (Toni Formaiari)

PROJETO VERANÓPOLIS CIDADE PARA TODAS AS IDADES...........23


Adriane Maria Parise

TURISMO, HOSPITALIDADE E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.. 25


Gisele Martins da Cunha
Diana Alessio Tomiello
Cristiano Valduga dal Pai
CUIDADOS E LIMITAÇÕES NO IDOSO: CUIDADOS PARA UM
MELHOR ATENDIMENTO NO COMÉRCIO....................................32
MD. MSc. Berenice Maria Werle

SERVIÇOS, VENDAS E MARKETING 60+........................................... 39


Martin Henkel
AUTONOMIA COMO FATOR DE QUALIDADE DE VIDA NO
ENVELHECIMENTO HUMANO: ATENDIMENTO AO CLIENTE
IDOSO COM EMPATIA E RESPEITO ............................................ 49
Lilian Zieger
ATENDIMENTO AO IDOSO: RELAÇÕES INTERGERACIONAIS E
APRENDIZAGENS...........................................................................58
Maria Angelica Paiva

DEPOIMENTOS...................................................................................... 67
Fabiane Favero
Marilene Salete Atolini Bocalon
Natal Attolini
Lorita Pavan Pivato
Bernadete Mossi
Benedita Zandoná Ceccato e Makielen Zandoná Ceccato

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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6 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
APRESENTAÇÃO DA OBRA
Para melhor acolher os idosos e turistas, as Secretarias
de Turismo e Cultura e de Desenvolvimento Econômico, junta-
mente com a ACIV – Associação Comercial Cultural e Industrial
de Veranópolis, desenvolveram o Projeto de Qualidade no
Atendimento ao Idoso e ao Turista – Hospitalidade não Tem
Idade, capacitando comerciantes, prestadores de serviços e
empreendedores do turismo e seus estabelecimentos para bem
acolher a todos no município de Veranópolis/RS.
Somando a esta equipe, o IGES – Instituto Gaúcho de
Educação Superior – trouxe para Veranópolis profissionais de
diversas áreas para apresentar questões teóricas e práticas
como subsídios na qualificação do atendimento aos idosos, aos
turistas e pessoas em geral, em diferentes espaços do muni-
cípio. A primeira turma do curso foi atendida no município em
março de 2019, com segunda turma em julho do mesmo ano.
A partir dessa parceria no desenvolvimento do Curso,
surge este livro, com materiais de reflexão e dicas práticas
abordadas pelos palestrantes, que enriqueceram debates no
transcurso dos encontros. A participação dos presentes foi
essencial para o sucesso do curso, pois trouxeram suas vivên-
cias e dúvidas, ampliando, assim, as discussões sobre o tema.
Apresentamos a vocês essa caminhada, na esperança
que lhes auxilie no atendimento ao público de forma gentil,
respeitosa e acolhedora.
Desejamos uma boa leitura a todos!

As organizadoras

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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8 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
MENSAGEM DO PREFEITO
É um orgulho para Veranópolis ser reconhecida mundial-
mente pela longevidade de seu povo, pela sua população hos-
pitaleira e por ser um lugar onde se vive melhor. Através deste
livro buscamos auxiliar comerciantes e empresários a terem um
olhar mais sensível sobre como atender e tratar da melhor forma
os idosos, em busca de melhores resultados.
A cada ano a população idosa aumenta significativamente
e com ela nascem novas necessidades. A preocupação com
esta importante parcela da população é um dever de todos nós
a começar pela conscientização e valorização desse público tão
sábio e que ainda tem muito a acrescentar no desenvolvimento
de nossa cidade. Quando o idoso é valorizado, toda a sociedade
ganha.
Veranópolis, uma cidade amiga de todas as idades.

Waldemar de Carli
Prefeito de Veranópolis

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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MENSAGEM DO IGES
A aceleração do envelhecimento populacional no mundo
hodierno consiste em realidade inegável. A diminuição dos índices
de natalidade no Brasil e os avanços da medicina, associados a
outros múltiplos fatores, vêm provocando uma diferente pirâmide
etária social brasileira. Agregado a essa realidade, o medo dos
seres humanos de envelhecer e, por conseguinte, morrer gera
angústias, preocupações, inseguranças, vulnerabilidades.
O estudo sobre o fenômeno do envelhecimento dos seres
humanos já se encontra gravado na história das sociedades há
alguns séculos. Nos diferentes momentos históricos, atribuíram
significados diferentes às fases da vida dos indivíduos. Nem
sempre essas atribuições têm correlação com fatores firmados
numa materialidade ou em base biológica, quanto às aptidões
e possibilidades dos sujeitos e, sim, em relações tecidas num
tempo social dinâmico e em profundas transformações.
Veranópolis, Capital Nacional de Longevidade, assim como
todas as outras cidades, como espaços concretos de viver das
sociedades, precisam se adaptar a essa nova realidade. Ruas,
avenidas, prédios, lojas, hospitais... necessitam compreender o
envelhecimento populacional e adaptar espaços físicos e, tam-
bém, mentais e psicológicos. Como atender os idosos? O que
eles esperam dos atendentes do comércio, dos restaurantes, dos
espaços de saúde e lazer, das famílias, enfim, de todos!
O espaço entre o cuidar e o tutelar parece-nos o mais ade-
quado e humano. Respeitar a autonomia do idoso, sem lhe tratar
como um “coitado que precisa sempre da mão para lhe segurar”,
mas também não lhe deixar inseguro diante de uma escada que
precisa subir, ou de um produto no alto de uma prateleira.
Para tanto, todos precisam reconhecer sua finitude e enve-
lhecimento. Vestir a pele do outro nos faz sentir empatia. Assim,
estabelecemos o necessário respeito para a vida em sociedade
de forma harmoniosa e com qualidade de via.

Lilian Zieger
Diretora

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Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
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VERANÓPOLIS TURISMO
Antônio Henrique Chiaradia (Toni Formaiari)
Guia de Turismo

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A HISTÓRIA DE VERANÓPOLIS
No início da colonização, a área onde hoje está à cidade
de Veranópolis servia como ponto de passagem e de descanso
aos tropeiros que circulavam entre o então município de Santo
Antônio da Patrulha e seus distritos de Lagoa Vermelha e
Vacaria. Veja que desde aquela época a Terra da Longevidade
despertava nos rústicos viajantes o desejo para um momento
de parada e descanso. Aliado a paisagem belíssima composta
por vales e montanhas, eles encontravam água fresca e limpa
que os fortalecia para o complemento da jornada. Como ainda
pertencia ao Governo Imperial, estas terras ficaram conhecidas
como ROÇA REIÚNA OU REÚNA (ROÇA DO REI).
Com o passar do tempo, estes mesmos tropeiros foram
tomando posse das terras, das matas e do Rio das Antas para o
cultivo de milho e extração de erva-mate. Devido a esta ocupa-
ção indevida, somada ao interesse do governo em criar novas
colônias, foi instalada em 1884 a COLÔNIA ALFREDO CHAVES,
homenagem ao político Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves,
que fora Diretor Geral da Colonização. Os colonizadores de
nossa cidade foram os imigrantes Italianos, vindos principal-
mente das províncias de Treviso, Padova, Cremona, Mantova,
Belluno, Tirol e Vicenza, representando aproximadamente 90%
da colonização.
Seguindo com a história de Veranópolis, em 1889, che-
garam também os imigrantes poloneses que, por terem vindo
depois dos italianos, acabaram se estabelecendo as margens
dos Rios das Antas e da Prata e dos Arroios Jaboticaba e Retiro.
Cada família adquiriu do Governo Imperial uma colônia de ter-
ras e tinham um prazo de dois anos para pagar pelas áreas.
A Colônia de Alfredo Chaves, atual Veranópolis, foi à quarta
colônia italiana da Serra Gaúcha, surgindo após as Colônias de
Caxias, Conde d’Eu (atual Garibaldi) e Dona Isabel (atual Bento
Gonçalves), colonizadas em 1875.

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No início, a Colônia de Alfredo Chaves pertencia ao
município de Lagoa Vermelha, mas em 15 DE JANEIRO DE 1898,
através do Decreto nº 124-B, do Presidente do Estado do Rio
Grande do Sul, Júlio Prates de Castilhos, a colônia foi elevada
à categoria de Vila de ALFREDO CHAVES, deixando a condição
de Colônia, passando a ser um MUNICÍPIO AUTÔNOMO.
O nome Alfredo Chaves permaneceu até o dia 31 de
dezembro de 1944, e a partir de 1º DE JANEIRO DE 1945 o
nome da cidade mudou para VERANÓPOLIS, nome sugerido
pelo Sr. Mansueto Dal Pai (morador do município), que significa
“Cidade de Veraneio.” A mudança de nome foi necessária por
ter sido criada uma lei que não permitia cidades com o mesmo
nome no Brasil. Uma vez que já existia outra cidade mais antiga
com o mesmo nome no Estado do Espírito Santo, tivemos que
alterar o antigo nome de nosso município.
Veranópolis já foi conhecida pelas designações de
“Princesa dos Vales” e “Imperatriz dos Vales” e atualmente, é
conhecida como “Terra da Longevidade e Berço Nacional da
Maçã.”

BERÇO DA MAÇÃ
Quem já sentiu o aroma das macieiras e o gosto doce,
suave e saboroso da maçã certamente vai gostar de saber que
Veranópolis é o “Berço Nacional da Maçã”. Isso porque fomos
a primeira cidade do Brasil a cultivar a macieira. Sua cultura
foi introduzida na localidade de Lajeadinho, por volta do ano
de 1935, pelo agricultor José Bin. Foi assim: Após comprar
uma única maçã, importada da Califórnia, em um dos antigos
mercados da cidade, José Bin plantou as sementes da fruta
e conseguiu a sobrevivência de um pezinho que foi poste-
riormente enxertado, conseguindo uma qualidade especial.
Atualmente, a variedade vem sendo cultivada com a finalidade

14 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


de preservar a história da maçã em nosso município. Devido a
este pioneirismo, Veranópolis realiza periodicamente a Festa
Nacional da Maçã – Femaçã. A última foi realizada no ano de
2019.

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TERRA DA LONGEVIDADE – NOSSA MAIOR
CONQUISTA
Veranópolis começou a se tornar conhecida como a
“Terra da Longevidade” a partir de uma reportagem publicada
na Revista Geográfica Universal, de maio de 1981, intitulada
“Os Celeiros da Longa Vida pelo Mundo”, que falava: “... na
América do Sul, no Estado Brasileiro do Rio Grande do Sul,
existe uma localidade denominada Veranópolis, no meio de
montanhas, onde vive um apreciável número de velhinhos, na
quase totalidade, descendente de imigrantes italianos”.
A reportagem estava baseada em dados do IBGE indi-
cando que a cidade possuía uma população considerada idosa,
que passava dos 17%, enquanto a média nacional não era su-
perior a 3%. Esta breve citação não escapou aos olhos atentos
do geriatra Emílio Moriguchi, então chefe do Departamento de
Geriatria do Hospital São Lucas e Coordenador do Mestrado da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
que em 1994 começou a desenvolver o “Projeto Veranópolis”,
baseado em um estudo epidemiológico do envelhecimento.
O projeto, desenvolvido pelo Instituto de Geriatria da
PUC-RS em parceria com a prefeitura e comunidade, atingia
uma população-alvo inicial de 100 velhinhos, e compreendia
trabalho de pesquisa e de exames de laboratório. Os estudos
mostraram resultados surpreendentes: A garantia da longe-
vidade se dava através de hábitos saudáveis dos habitantes.
Atividades físicas, ingestão correta de proteínas e gorduras,
integração na comunidade, vida familiar, despreocupação com
a morte vinda da intensa fé em Deus, gosto pelo trabalho, não
fumar e o hábito de beber, moderadamente, vinho às refei-
ções foram aspectos apontados como fatores de vida longa e
que projetaram o município internacionalmente. Ainda hoje,
os estudos da Longevidade continuam sendo realizados em
Veranópolis.

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OS SEGREDOS DA LONGEVIDADE
POR TONI FORMAIARI
Há mais de vinte anos trabalho como Guia de Turismo
e acompanho centenas de visitantes em nossa cidade. Assim,
pensei em criar uma forma didática para as pessoas memo-
rizarem os segredos da Longevidade. Não tenho a pretensão
de me aprofundar na questão científica, mas sim passar a
“minha visão” dos segredos da longevidade descobertos em
nossa cidade. Deste modo, apresento neste livro o método que
há anos já venho explicando verbalmente para os visitantes.
Vamos lá: É simples gravar os principais segredos da
vida mais longeva da Terra da Longevidade. Estes segredos são
revelados nas seis primeiras letras do nome de nossa cidade:
VERANO

DICA DO TONI FORMAIARI


Se lembrarmos do nome da cidade VERANÓPOLIS, e
memorizarmos as seis primeiras letras “V E R A N O”, grava-
remos com facilidade os principais segredos da longevidade
aqui pesquisados.

VINHO
O hábito de beber vinho, moderadamente, entre as
refeições é considerado um dos segredos da longevidade.
As pesquisas mostram que pessoas que costumam beber
diariamente uma taça de vinho têm menos placas de gordura
em suas artérias em comparação àquelas que não apresentam
este hábito.
O vinho, ou mesmo o suco de uva, possui uma subs-
tância chamada “Resveratrol”, benéfica para nossa saúde,
ajudando a evitar o colesterol e diminuindo as chances de
problemas cardíacos.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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Esta rotina de consumir o vinho é muito comum nas
regiões de colonização italiana, herança dos antepassados.

EXERCÍCIOS
A prática de exercícios físicos regulares é outro segre-
do para uma vida mais longeva.
No passado, estes exercícios provinham do trabalho
diário dos imigrantes italianos. A longa jornada de trabalho,
praticamente de sol a sol, era mais uma necessidade do que
um pensamento de uma vida mais saudável.
Atualmente, sabemos dos benefícios que os exercícios
fazem para nossa saúde evitando os males causados por uma
vida sedentária.
Podemos substituir a enxada do passado por atitudes
simples no dia a dia. Caminhadas, subir escadas ou praticar
algum esporte ajudam a manter uma vida mais saudável.

RELIGIOSIDADE
Ao falarmos da religiosidade, estamos falando da fé
em Deus.
Foi ela que manteve o ânimo e uma perspectiva de vida
melhor nos primeiros imigrantes que aqui chegaram.
Em meio a tantas dificuldades da época, o apego à
religiosidade acompanhou os desbravadores vindos da Itália.
A fé permite termos a perspectiva de uma vida mais
longa, ajudando a vencer as dificuldades.
Esta fé ainda hoje continua forte nos corações dos
moradores da Terra da Longevidade.

ALIMENTAÇÃO
Embora todas as dificuldades que existiram nos pri-
meiros anos da imigração européia, a mesa farta sempre teve

18 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


um papel importante para os imigrantes que aqui chegavam.
Local de reunião de toda família, de espiritualidade e, princi-
palmente, o local de repor a energia perdida no trabalho diário.
Neste aspecto, o italiano soube dosar bem a ingestão correta
de proteínas e gorduras, e o resultado disto se refletiu em uma
vida saudável.
Atualmente, sabemos da importância de uma alimenta-
ção saudável, mas será que estamos nos alimentando certo?
Por isso, devemos cuidar muito dos alimentos que comemos,
dando preferência aos alimentos naturais, não industrializados
e sem agrotóxicos.

NATUREZA
A natureza não foi um hábito ou costume deixado por
nossos antepassados, mas um presente que recebemos de
“Deus”.
A natureza privilegiada de nossa região também é um
dos segredos da Terra da Longevidade. Clima, relevo, vege-
tação, altitude, ar puro. Não é por acaso que nossa cidade já
recebia muitos veranistas em busca desta condição exuberante
e benéfica, já nas décadas de 1930 e 1940.
Estudos mostram que, cidades localizadas em gran-
des altitudes, associadas com o trabalho no campo e na terra
e ausência de stress tendem a ter maior longevidade ou um
envelhecimento bem sucedido, ou seja, com poucas doenças
ou formas mais leves de doenças que acometem as pessoas
mais velhas.

ORGANIZAÇÃO SOCIOFAMILIAR
Para mim, Toni Formaiari, aqui se encontra um dos
principais segredos da longevidade ou, ao menos, de uma lon-
gevidade com mais qualidade de vida: a convivência do idoso
na família e sua integração ativa na comunidade.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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Ainda, hoje, é comum vermos morando em uma mesma
casa três ou quatro gerações, onde a experiência dos avós
acaba sendo participativa na vida com seus familiares. Assim, o
idoso é amado, ouvido, respeitado, cuidado e valorizado dentro
da hierarquia familiar e dentro da comunidade que integra e
participa.
Esta condição por si só já significa uma diminuição nos
riscos de saúde associados ao envelhecimento.
Aqui, na Terra da Longevidade, as pessoas não têm
muita pressa de se encontrar com “DEUS”.
Estes dias eu estava conversando com uma senhora
nonagenária (96 anos) e questionei de como ela se sentia em
relação a sua idade, e ela me respondeu o seguinte:
“Olha, eu por mim viveria até os 100 anos, me sinto
bem, mas a minha filha é que anda um pouco cansada. Não
Sei! Deus é quem sabe!”

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PERFIL DA CIDADE
-- Data de criação do Município: 15 de Janeiro de 1898;
-- Município de origem: Lagoa Vermelha;
-- Municípios emancipados de Veranópolis:
-- Cotiporã – 12 de maio de 1982
-- Fagundes Varela - 8 de dezembro de 1987
-- Vila Flores – 12 de maio de 1988
-- Área do Município: 289,4 km²
-- Localização Geográfica: Serra Nordeste do estado do Rio
Grande do Sul;
-- Coordenadas Geográficas:
-- Latitude 28º 56’ sul
-- Longitude 51° 33’ oeste
-- Gentílico: Veranense;
-- População: 25.936 habitantes(estimada em 2018)
-- Altitude média: 705m (80m à 718m);
-- Clima: Subtropical;
-- Vias de acesso: BR 470, RS 459 e RS 355;
-- Limites do Município: VILA FLORES ao norte, BENTO
GONÇALVES ao sul, NOVA ROMA DO SUL a leste, ANTÔNIO
PRADO a nordeste, COTIPORÃ a oeste, e FAGUNDES VARELA
a noroeste.
-- Distâncias:
-- Porto Alegre: 170 km
-- Caxias do Sul: 80 Km
-- Bento Gonçalves: 40 km
-- Vila Flores: 10 Km
-- Nova Prata : 20 Km
-- Passo Fundo: 130km

SAIBA MAIS SOBRE OS ATRATIVOS DE VERANÓPOLIS EM:


www.veranopolis.rs.gov.br - Secretarias - Turismo e Cultura
www.termaselongevidade.com.br

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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22 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
PROJETO VERANÓPOLIS
CIDADE PARA TODAS
AS IDADES
Adriane Maria Parise
Secretária de Desenvolvimento Social, Habitação e Longevidade
e Presidente do Conselho Municipal do Idoso - CMI

O município de Veranópolis, com o Título de Terra


da Longevidade, com mais de 20 anos de pesquisas sendo
desenvolvidas na área, com estudos sobre envelhecimento e
qualidade de vida, surgiu-se a necessidade de efetivar Políticas
Públicas voltadas à população idosa. Em 2013, foi instituída,
através de Lei Municipal, a Política Municipal do Idoso, que tem
por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando
condições para sua autonomia, integração e participação efetiva
na sociedade, através da Criação do Conselho Municipal do
Idoso e Fundo Municipal do Idoso. A partir dessa nova etapa,
Veranópolis foi convidado a fazer parte dentre os municípios
que adotaram os princípios do envelhecimento ativo estabele-
cidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para se tornar
uma Cidade mais Amiga do Idoso.
O Projeto “Veranópolis: Município para todas as idades”
foi desenvolvido em parceria entre o Conselho Municipal do
Idoso (CMI), a Prefeitura de Veranópolis, o Centro Internacional
de Longevidade Brasil (ILC-BR) e a Associação Veranense
de Assistência em Saúde (AVAES), em conjunto com a CPFL
Energia. Desde então, a iniciativa vem se desenvolvendo, ga-
nhando novos parceiros e trazendo a consciência global, afinal,
o mundo está envelhecendo e se urbanizando. A cada ano mais
pessoas envelhecem e, enquanto poder público e cidadãos, te-
mos que nos preparar para recebermos essa transformação e a
necessidade de adequar nossa cidade e programar ações para

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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promover o município mais amigo do idoso, na qual a prática
do envelhecimento ativo passa a ser uma realidade do dia a
dia. Uma cidade que desenvolve uma política mais amiga do
idoso é necessariamente uma política que será desenvolvida
para todas as idades.
O início deste projeto foi em 2016, com o desenvol-
vimento de uma pesquisa em que o idoso foi o protagonista
na formulação das propostas, gerando o Plano de Ação
Intersetorial, ponto de partida para o desenvolvimento de políti-
cas públicas. Todos os setores foram convidados e mobilizados
a participarem na implantação dos projetos. Com a meta de
três anos, os setores de assistência social, saúde, educação,
turismo, cultura, agricultura, comércio e infraestrutura estão
desenvolvendo as etapas de seus projetos; e a consequente
necessidade de responder a esta mudança demográfica do
envelhecimento populacional, estão articulando novos proje-
tos para incremento da política amiga ao idoso voltada a um
município que atenderá todas as idades e gerações que por
ela passar.

24 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


TURISMO, HOSPITALIDADE
E DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO

Gisele Martins da Cunha, Diana Alessio Tomiello

e Cristiano Valduga dal Pai

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


25
Gisele Martins da Cunha
Turismóloga

O turismo é resultante das atividades realizadas por


pessoas que se deslocam para lugares distintos do seu entorno
habitual, por um determinado período com fins de lazer e ne-
gócios, resultando em relações com o local visitado e sua co-
munidade. Ainda, conforme a Organização Mundial do Turismo
(OMT), “as viagens devem gerar movimentação econômica,
trabalho, emprego, renda e receitas públicas, constituindo-se
instrumento de desenvolvimento humano e social, promoção
e diversidade cultural e preservação da biodiversidade”.
Inserido no setor terciário da economia, o efeito
multiplicador do turismo compreende um imenso número de
empresas e atinge os mais variados segmentos, desde a in-
dústria até a agricultura, impactando em mais de 50 atividades
econômicas. Este efeito cria uma dinâmica integrando a própria
comunidade com o turismo, através das relações econômicas
geradas entre turista e local. O comércio e os prestadores de
serviços são os que diretamente percebem esta dinâmica,
como restaurantes, lojas, mercados, hotéis, postos de gasolina,
hospitais, farmácias, agências de viagens, transportadoras,
promotores de eventos, atrações culturais e de entretenimento.
Aqui não esquecemos, que através da movimentação turística,
há o uso dos serviços públicos, como infraestrutura e segu-
rança, e a geração de impostos para o município.
Não existem fronteiras para os turistas, em termos de
destinos e em termos de relacionamento com a comunidade
local, exigindo aqui uma união de esforços para que os setores
estejam integrados e que a comunidade seja conhecedora de
sua própria história e cultura e capaz de superar as expecta-
tivas destes visitantes sem perder suas características locais,
buscando minimizar impactos negativos e buscar os benefícios
desta atividade para o município e região.

26 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


OS GRANDES NÚMEROS DO TURISMO BRASILEIRO
Entenda a importância do setor para a economia
nacional:

-- 1º do mundo em recursos naturais


-- 3º do planeta em aviação comercial doméstica
-- 9ª economia turística do mundo
-- 10º lugar no ranking do World Travel & Tourism Council
(WTTC) que compara a relevância do turismo no PIB dos países

Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e


Turismo. Comércio e turismo viajam juntos. Rio de Janeiro: Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 2017.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


27
Diana Alessio Tomiello
Secretária de Turismo e Cultura

Hospitalidade sempre foi associada com bondade, de-


vido ao desejo de ofertar ao hóspede todas as necessidades
que possam garantir sua satisfação e felicidade; tem como
definição uma ação acolhedora ou efeito de hospedar. Uma
cidade hospitaleira tem qualidade no lugar, boa acolhida e
expressa gentileza e amabilidade.
O conceito de hospitalidade está bastante relacionado
com o turismo, hotelaria e comércio, que buscam gerar o
pleno conforto dos seus clientes e hóspedes a partir da rede
de serviços e estruturas que garantam este objetivo. Seja nos
hotéis, pousadas, restaurantes, comércios e outros estabeleci-
mentos que lidam diretamente ou indiretamente com turistas,
a qualidade no atendimento é primordial para o sucesso do
empreendimento.
O turismo está ligado a diversos segmentos, entre eles
o turismo de consumo, onde são organizadas excursões com
o objetivo principal de fazer compras. O turismo religioso é
realizado em regiões com tradição religiosa e tanto o turismo
cultural, rural e ecológico podem ser realizados por pequenos
ou grandes grupos que buscam conhecimento, entretenimen-
to ou simplesmente descanso. Esses pequenos ou grandes
grupos são considerados turistas, pessoas de qualquer idade
que saem do seu local de morada para uma viagem ou visitas
rápidas em outros locais fora de sua cidade região ou país.
Portanto, hospitalidade e turismo são consideradas um
grupo de atividades econômicas e profissionais bastante inter-
ligadas entre si, a ponto de serem consideradas setorialmente,
ou, mais frequentemente como uma só e mais abrangente,
sob diferentes denominações- turismo e hotelaria, turismo e
hospitalidade.

28 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Veranópolis é reconhecida pela Organização Mundial de
saúde desde 2016, como uma cidade Amiga do Idoso. O reco-
nhecimento se deu a partir da realização do Projeto “Município
Para Todas as Idades”; ao integrar essa rede global, Veranópolis
amplia as possibilidades para o desenvolvimento de projetos
voltados ao envelhecimento populacional, tornando-se uma
cidade acolhedora onde a hospitalidade não tem idade, um
trabalho contínuo de avaliações e aprimoramento e benefícios
proporcionados à população.
A Hospitalidade e o bem receber estão nas ações da
Secretaria de Turismo e Cultura valorizando o turista e o idoso,
pois gentileza gera gentileza.
(Fonte: Turismo e Hospitalidade – Portal do MEC e Dicionário Online)

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


29
Cristiano Valduga dal Pai
Secretário de Desenvolvimento Econômico

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico sur-


giu da união de outras duas Secretarias do Município de
Veranópolis, a Secretaria de Indústria e Comércio e a Secretaria
da Agricultura e Meio Ambiente, no ano de 2017. O principal
objetivo desta unificação é manter em uma única pasta, os
setores da economia que geram renda ao município, ou seja,
o PIB do município.
Dentro da SEDEC - Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, várias ações nas áreas especificas da indústria,
do comércio e da agricultura acontecem, sendo que uma das
mais importantes tem a parceria com a Secretaria de Turismo
e Cultura, com o projeto Cidade Para Todas as Idades “Projeto
de Qualidade no Atendimento ao Idoso e ao Turista”.
Somando-se as secretarias municipais, a ACIV –
Associação Comercial, Cultural e Industrial de Veranópolis,
também possui a sua responsabilidade no projeto, que nada
mais é do que: qualificar, capacitar, conhecer novas formas de
atendimento, buscar a excelência, reconhecer as necessidades,
enfim, despertar nos comerciantes, nos prestadores de serviço,
nos empreendedores do setor do turismo e seus estabeleci-
mentos a importância de receber da melhor forma possível a
nossa população e o nosso visitante idoso, afinal, somos a Terra
da Longevidade, reconhecida como Cidade Amiga do Idoso pela
Organização Mundial da Saúde desde o ano de 2016.
Nesse período de projeto as ações envolvem esse pú-
blico específico despertando nas pessoas o que elas possuem
de melhor: o sorriso no rosto, a atenção e o respeito ao idoso,
com a orientação dos melhores profissionais da área e do maior
número de informações referente a essa história linda que

30 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


acontece dentro do nosso município, a Terra da Longevidade,
como nasceu, como se mantém e o que temos para o futuro.
Nosso respeito ao Conselho Municipal do Idoso, a
CPFL Energia pela ajuda financeira e ao Centro Internacional
de Longevidade Brasil pelo apoio técnico.
Hospitalidade não tem idade! Veranópolis, cidade amiga
das pessoas!

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


31
CUIDADOS E LIMITAÇÕES
NO IDOSO: CUIDADOS PARA
UM MELHOR ATENDIMENTO
NO COMÉRCIO
MD. MSc. Berenice Maria Werle

32 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


O envelhecer traz consigo diversas alterações como
diminuição da visão, audição e mobilidade; tudo isso se traduz
no comprometimento da interação do idoso com o ambiente
em que vive.
Ao adaptar um ambiente para o idoso deve-se valori-
zar capacidades, despertar interesses individuais, estimular
a comunicação e a criatividade, contribuindo assim para o
desenvolvimento saudável do processo de envelhecimento e
sua aceitação.
Os Indivíduos desenvolvem afetos pelos ambientes
onde transitam todos os dias, transformando esses espaços em
territórios emocionais que expressam em seus sentimentos.
(Pinheiro e Bonfim 2009)

AMBIENTE IDEAL PARA IDOSO


O que caracteriza um lar/bairro/município não é so-
mente o ambiente físico, mas também as preferências colo-
cadas em cada espaço, na forma dos objetos, das atividades
desenvolvidas, dos relacionamentos e da funcionalidade.
Ambientes favoráveis são aqueles capazes de ajustar
as capacidades e preferências dos idosos, fornecendo a eles
um melhor controle do ambiente, autonomia, independência,
eficácia, privacidade, dignidade e familiaridade.

ACESSIBILIDADE
Acessibilidade é um processo de transformação do
ambiente e de mudança da organização das atividades humanas
que diminuem o efeito de uma barreira ambiental.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


33
Todo indivíduo tem direito a ambientes acessíveis, que
promovam autonomia e independência, trazendo qualidade de
vida.
O Direito de ir e vir do idoso deve ser obedecido a risca
tanto nas áreas publicas quanto em seu ambiente domiciliar.
Devido às limitações motoras e sensórias que aumen-
tam durante o processo de envelhecimento, os idosos acabam
por ser os mais afetados pelas inadequações de estruturas
residenciais e urbanas.
Aproximadamente 35 a 40% das pessoas acima de 65
anos sofrem pelo menos uma queda por ano. Metade destas
chega a sofrer mais de uma queda.
A prevalência aumenta com a idade, chegando a 50%
acima dos 80 anos (CUNHA, 2013)

ENVELHECIMENTO E O CURSO DE VIDA


A qualidade física do espaço público como promotor
e estimulador do estado psicológico para a participação do
cidadão nas atividades, sem distinção de faixa etária.

ENTRADA – JANELAS E PORTAS


-- A porta da frente deve oferecer um vão igual ou maior do
que 80cm livre, o que permite maior mobilidade e, inclusive, a
passagem de cadeiras de rodas;
-- As maçanetas devem ser do tipo alavancas, facilitando a
sua abertura;
-- O exterior deve ser bem iluminado para facilitar a visão;
-- As janelas devem ter aberturas de correr ou portas que
abrem para dentro de casa e serem teladas ou gradeadas.

34 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


EMPREENDIMENTOS E ATRATIVOS TURÍSTICOS
Alguns turistas idosos têm mobilidade reduzida, sendo
importante se observar a acessibilidade nos espaços e destinos
turísticos, especialmente:
-- Evitar degraus muito altos.
-- Adequar pisos para serem antiderrapantes.
-- Em caso de pacotes turísticos, dar preferência a atra-
tivos e equipamentos adaptados às normas e padrões de
acessibilidade.
-- Disponibilizar corrimãos nas escadas e declives.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


35
DICAS PARA ATENDER BEM
Para incluir esse público no turismo, é necessário
levar em conta algumas recomendações - dicas para atender
bem turistas e idosos retirado da cartilha de mesmo nome
lançado em 2016 pelo Ministério do Turismo, em parceria com
o Ministério da Justiça e Cidadania e o Conselho Nacional dos
Direitos do Idoso:
-- Identificar as necessidades específicas de cada pessoa
idosa.
-- Buscar ferramentas para tratar as pessoas idosas com
dignidade e respeito.
-- Sentir-se seguro com as pessoas idosas, escutá-las e
aprender com elas.
-- Fazer com que elas tenham prazer em viajar, participem
das atividades de recreação, sintam-se confortáveis e à von-
tade em todos os momentos, o que aumentará sua sensação
de bem-estar físico.
-- Tratá-las com consideração, respeito, compreensão e
amabilidade para que se sintam acolhidas, animadas e alegres.
-- Proporcionar entretenimento e oportunidades de novas
amizades.
-- Haja naturalmente e não se sinta mal em perguntar se a
pessoa precisa de ajuda e como deve ajudá-la.
-- Observe as normas e padrões de acessibilidade de forma
a oferecer mais conforto ao público idoso.
-- Invista na qualificação do atendimento dirigido às pessoas
idosas.
-- Reserve assentos preferenciais.
-- Apresente placas/sinalizações de fácil visualização e com
cores fortes.
-- Ofereça filas preferenciais.
-- Não subestime ninguém física, cultural ou intelectualmente.

36 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


A VELHICE NÃO COMEÇA AOS 60 ANOS
A velhice não começa em uma idade cronológica, nem
ocorre de forma igual para todas as pessoas. Fruto de nossos
hábitos e costumes, o envelhecimento é um processo pessoal,
que difere de época para época. Na década de 1940, por exem-
plo, uma pessoa de 50 anos era considerada “velha”, já que
a expectativa de vida da população brasileira era de 45 anos.

A PESSOA IDOSA NÃO DEVE RECEBER TRATAMENTO


INFANTILIZADO
As pessoas idosas que requerem cuidados não são
crianças e não podem ser tratadas como tal. Essa atitude as
invalida como indivíduos e retira delas direitos e deveres. Se
lhes for negada a possibilidade de serem adultos, dificilmente
serão pessoas produtivas ou terão seu espaço social e auto-
estima preservados.

COMUNICAÇÃO
Algumas pessoas possuem redução de mobilidade e
das capacidades sensoriais, principalmente da visão e da au-
dição. Dessa forma, para garantir um bom atendimento desses
turistas, deve-se atentar para a comunicação.
A comunicação deve ser simples, clara e objetiva, de
modo que todos entendam a mensagem.
Algumas dicas para uma boa comunicação:
-- Não gritar.
-- Sempre fazer contato visual.
-- Falar pausadamente.
-- Assegurar que a pessoa tenha compreendido o que foi dito.
-- Dar tempo para que a pessoa responda a cada pergunta.
-- Não responder por outras pessoas.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


37
NEM SEMPRE A PESSOA IDOSA DESEJA VIAJAR EM GRUPO
Muitas vezes, o turista idoso prefere viajar sozinho,
na companhia de parentes ou amigos, em vez de viajar em
excursões específicas para turistas idosos.

A PESSOA IDOSA NÃO GOSTA SÓ DE BAILE


Com o envelhecimento da população, a pessoa idosa
torna-se cada vez mais plural. É preciso combater os estereó-
tipos que se tornam inevitavelmente elementos impeditivos na
procura de soluções precisas e de medidas adequadas. A dança
traz a possibilidade de relembrar e reviver momentos prazero-
sos, além de desenvolver diversas habilidades – sociabilidade,
talentos, melhoria da capacidade física, estímulo da sensualidade,
desenvolvimento do gosto pela música e aumento da imaginação
e fantasia. Porém essa atividade não se restringe apenas à po-
pulação idosa, ela tem efeitos positivos em qualquer faixa etária.

A VELHICE NÃO É IGUAL PARA TODOS


Quando se pensa na população idosa, deve-se conside-
rar que ela faz parte de um grupo muito diverso. Há diferentes
fatores envolvidos para determinar o perfil de uma pessoa, seja
idosa ou não: idade, gênero, origens étnicas e culturais, área de
residência (urbana ou rural, em países industrializados/países
em desenvolvimento), condição social e econômica, nível de
escolaridade, modo de vida (moram sozinhas, em família ou
em instituições de longa permanência).

REFERÊNCIAS
Cartilha dicas para atender bem turistas e idosos. Ministério do Turismo.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/images/pdf/27_09_2016_car-
tilha_idoso.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2019.

38 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


SERVIÇOS, VENDAS
E MARKETING 60+
Martin Henkel
especialista em consumo 60+, publicitário e fundador da SeniorLab

O especialista em consumo 60+, publicitário e fundador


da SeniorLab, Martin Henkel, propõe que as ciências do con-
sumo e marketing de serviços sejam atualizadas à fim de en-
tender, atender e cativar o novo e exigente consumidor sênior.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


39
As questões demográficas do envelhecimento po-
pulacional brasileiro têm sido diária, intensa e amplamente
debatidas na imprensa e setores do poder público. Sem entrar
no debate de questões político-econômicas da reforma da
previdenciária o fato é que a antiga pirâmide etária já mudou
de formato em especial no Rio Grande do Sul onde já em 2018
tínhamos mais homens e mulheres com 60 anos ou mais do
que crianças de zero a nove anos. A pirâmide está se encami-
nhando para virar um pentágono.

EXTRATO POPULAÇÃO HOMENS E MULHERES


-- Pessoas com 60 anos ou mais: 1,9 milhões
-- Crianças de zero a nove anos: 1,4 milhões
Fonte: Estudo SeniorLab com base em dados do IBGE projeção
populacional 2018

Até poucos anos atrás as projeções demográficas


apontavam para 2025 os números que já atingimos em 2018.
14,4% da população brasileira tem 60 anos ou mais.
Entre as mulheres que por várias questões biológicas
e principalmente de atitude, os números são bem distintos
quando se fala em expectativa. Um conjunto de fatores entre
eles a diminuição da natalidade – consequência de métodos
contraceptivos mais eficientes e da mudança gradual das ex-
pectativas das mulheres em relação à maternidade e necessi-
dades da carreira profissional – causou um efeito demográfico
muito curioso e transformador.

POPULAÇÃO MULHERES NO RIO GRANDE DO SUL 2018


-- Mulheres com 60 anos ou mais: 1,1 milhões
-- Meninas de zero a quatorze anos: 1,0 milhão
Fonte: Estudo SeniorLab com base em dados do IBGE população
RS 2018

40 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Quando mergulhamos nos números gerais entre ho-
mens e mulheres encontramos alguns efeitos similares.

POPULAÇÃO 60+ HOMENS E MULHERES RIO GRANDE DO SUL 2018


-- Homens e Mulheres com 60 anos ou mais: 2,0 milhões
-- Meninos e meninas de zero a quatorze: 2,0 milhões
Fonte: Estudo SeniorLab com base em dados do IBGE projeção
populacional 2018

A expectativa média de vida ao nascer aumentou


significativamente nos últimos anos e tem uma projeção de
elevação de dois meses e meio a cada ano até 2055, ou seja,
passaremos de 78,55 para 83,55 anos de expectativa média
de vida no Rio Grade do Sul.
A população 60+ atual tem grandes expectativas a
respeito dos produtos e serviços que lhes são oferecidos. Já
identificamos que eles têm uma percepção ruim e muitas vezes
são obrigados a consumir por absoluta falta de opções. O fato
é que temos muitas oportunidades de melhorar a experiência
do consumidor sênior e poucas empresas estão se preparando
para competir pelos bilhões que passarão em suas mãos este
ano e pelo trilhão que terão para gastar em 2020.
O “aging in place” que preconiza oferecer condições
estruturais, arquitetônicas, de segurança no lar, médicas e
econômicas para que as pessoas possam envelhecer, segu-
ras, felizes, independentes e pelo maior tempo possível, nas
suas casas, é um mercado em crescimento e milionário. São
desde serviços até equipamentos desenvolvidos e pensados
para suprir antigas e novas necessidades se adequando aos
novos comportamentos dos 60+ que se encontram nos graus
I e II de cuidados.
O que se propõe é que ampliarmos a visão do aging
in place (envelhecendo no lugar) no tema longevidade, para

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


41
tratarmos a relação dos 60+ com o mercado de consumo e seu
novo modo de vida. O impacto no “aging in place” é imediato
pois viver mais tempo dentro do seu lar depende de todos os
serviços e produtos que estão fora dele. O marketing já estudou
e ainda estuda tanto os millennials e as melhores formas de
se relacionar com eles. Faz total sentido dar a mesma atenção
para o consumidor 60+.
O que já foi descoberto vai alterar a percepção e o foco
de atenção dos empresários, diretores comerciais, marketing,
produto e varejistas. Pequenos ajustes e adequações, podem
melhorar muito a relação e a preferência dos 60+ e atender
melhor este nicho. Os 60+ representam mais de 21% do
consumo de bens duráveis e serviços nas famílias no Brasil.
Marcas, produtos e serviços só têm a ganhar ampliando o
olhar sobre eles.
O AGING IN MARKET é um conceito que provoca e
promove uma nova visão, interação, curiosidade das marcas
e produtos quanto às motivações de consumo, interesses,
características físicas e sutilezas de design necessárias a
uma experiência de compra e relacionamento mais adequada
dos 60+. A aplicação do AGING IN MARKET ampliará partici-
pação de mercado e de marca. Aquela antiga história de que
o consumidor da terceira idade não troca de marca ficou no
baú do passado. O novo consumidor 60+ está aberto a novas
experiências desde que perceba estar recebendo uma entrega
e uma experiência singular.
Ao contrário do que possa parecer o AGING IN MARKET não
se propõe apenas a desenvolver novos produtos e novas marcas.
Antes de tudo ele propõe ampliar e ajustar o olhar para este consu-
midor, entendendo suas necessidades, desejos, motivações, gatilhos
cognitivos, desafios de design, usabilidade de embalagens, formato,
peculiaridades no relacionamento (se leia atendimento) e detalhes
de layout de loja e PDV. Simples assim, certo? Aí que está o desafio.

42 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


O segmento 60+ passou batido pela maioria dos cur-
rículos universitários e MBAs assim como nos estudos de
mercado dos anos 1990 e primeira década dos anos 2000
que formaram e influenciaram os profissionais que atuam e
movem o mercado hoje. Estamos iniciando uma transição, mas
o novo, o jovem ainda exerce grande atração no marketing e
desenvolvimento de produtos, o que deixa os 60+ fora do radar.
A própria terceira idade de hoje está sendo a responsável por
esta ruptura. São diferentes hoje porque na sua juventude que-
braram todos os tabus e transformaram o mundo. Pense bem
no que uma pessoa que tem hoje entre 65 e 78 anos viu e viveu
na sua adolescência. O fenômeno Elvis Presley que mudou a
música para sempre, o surgimento da pílula anticoncepcional,
woodstock, sutiãs sendo queimados, mulheres entrando no
mercado de trabalho, homem pisando na Lua, do rádio a válvulas
para a smart tv, do carteiro ao Whats app. Eles sim, nossos
60+ foram e ainda são revolucionários. Possivelmente você
nem se deu conta, mas nossos avós são os responsáveis pelo
estilo de vida que temos hoje.
O AGIN IN MARKET irá ampliar os horizontes na área de
tecnologia. Hoje temos mais de 8 milhões de 60+ com perfil no
Facebook no Brasil. 18 milhões de celulares nas mãos de pesso-
as com 6 anos e mais. A indústria de desenvolvimento de apps
que investe milhões para conquistar os usuários Millennials que
por sua vez não querem pagar nada pelo serviço. Querem os
apps de graça e sempre encontrarão outro aplicativo gratuito
que substitua o que ousar cobrar alguma coisa. Já os 60+
entendem que se o aplicativo é bom, se atende suas necessi-
dades é justo pagar alguma coisa por isto. Esta é a memória
de valor x custo x benefício das relações com o mercado que
eles construíram. Desta forma faz todo o sentido focar neste
usuário com soluções adequadas e obter grande rentabilidade.
Anote: o AGING IN MARKET é uma grande oportunidade para
startups de tecnologia.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


43
OUTROS EXEMPLOS PRÁTICOS DE AJUSTES E
OPORTUNIDADES QUE O AGING IN MARKET PODE OFERECER
Comunicação: utilizando uma linguagem e referências
que considerem seus valores, desejos e que sejam percebidas
como age friendly. Mais do que apenas aparecer no filme ou no
anúncio eles querem ter certeza que sua marca os compreende.
Observe os filmes durante os jornais da noite, horário que o
público 60+ domina as grades de audiência. São raros os que
conversam com eles. Na mídia impressa as cores e suas to-
nalidades não são um detalhe para este público. As mudanças
na estrutura ocular muda a percepção das cores e tons pastéis
por exemplo, são interpretados como cinza.
Desenvolvimento de aplicativos: com navegação in-
tuitiva aos códigos dos 60+ assim como um web design que
apresente menos ruídos visuais e distrações sem finalidade
nas telas. Objetividade, linguagem clara e coloquial garantirão
uma boa experiência.
Design de Embalagem: muitas marcas ainda produzem
embalagens que são um desafio tanto na abertura quanto em
sua manipulação por mãos mais fracas e envelhecidas pela
idade. Após os 50 anos de idade muitas mudanças acontecem
nas articulações principalmente das mãos. Por exemplo a força
de pinça do polegar com o indicador, não tem mais a mesma
capacidade de puxar, rasgar ou torcer um lacre ou uma tampa.
PDV: desde corredores com obstáculos e pouca ilumi-
nação até disposição dos produtos mais comprados pelos 60+
em alturas de prateleiras que desconsideram a antropometria
(altura média) das brasileiras desta faixa etária transformam
a experiência de compra em um exercício de determinação e
muitas vezes na perda de um cliente porque simplesmente ele
não alcança o produto.
Indústria de alimentos: que possam ampliar suas linhas
desenvolvendo produtos com menos sódio, menos açúcar e

44 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


mais cálcio, por exemplo. O cuidado na alimentação passou a
ser a prioridade número um para os 60+. Vá ao supermercado
no meio da manhã ou da tarde e observe-os lendo ou tentando
ler os rótulos e suas composições.
Design de Serviços: a fila de atendimento prioritário
não é mais um diferencial. Só isto não basta. Eles estão viven-
do mais, vivendo melhor e muito mais ativos. Com isto novas
necessidades e oportunidades surgem a cada dia. De serviços
de auxílio a organização e segurança no lar, à atividades lúdicas
e de lazer para manter a mente ativa e estimulada.
Varejo e Experiência do Cliente: com equipes treina-
das para interagir e se relacionar melhor com este público,
conhecimento sobre as linhas de produtos mais amigáveis e
principalmente preparados para oferecer uma experiência de
compra ajustada ao timing e forma que os 60+ tomam suas
decisões. Muitos manuais e programas de treinamento de ven-
das não contemplam o tema diminuição da Atenção Dividida,
normal em qualquer pessoa com mais de 50 anos de idade.
Não é um detalhe, é a diferença entre atender bem ou não,
fechar uma venda ou não.

Em 2018 a população 60+ teve nas mãos R$ 861 bilhões


para gastar ou não em produtos e serviços. Hoje boa parte des-
te dinheiro é consumido em produtos e serviços que poderiam
ser melhor desenhados e ajustados para os 60+. O AGING IN
MARKET chegou para melhorar a vida tanto de quem consome
quanto das marcas e produtos que os atendem.
A expeciência do consumidor é um dos capítulos
das ciências do consumo que se se preocupa em entender
a relação consumidor varejo. O nome original em inglês é
customer experience, que no comércio, turismo ou serviços,
coloca a experimentação do cliente como um dos principais

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


45
atributos na relação da organização e um cliente, ao longo de
seu relacionamento.
Entendemos porém que o formato atual do desenrolar
da customer experience não consegue contemplar adequada-
mente, considerando as características peculiares, o consumi-
dor 60+. Em 2018 em um trabalho em parceria da SeniorLab
mercado & consumo 60+ e a Polia Resultados de Porto Alegre/
RS, percebemos com mais clareza o espaço desatendido e
com foco equivocado do acompanhamento da experiência do
cliente. Nasceu ali a Customer eXperience 60+ que desafiou
a revisitar cada etapa da jornada do cliente dentro do varejo
e permitir identificar os pontos de oportunidade de melhoria.
Antes porém vamos fixar alguns conceitos e objetivos
da Customer eXperience 60+:
-- O CX60+ é uma estratégia para implementação em curto prazo;
-- Percorre todos pontos de contato do varejista como consumidor
60+;
-- Considera necessidades e peculiaridades do consumidor sênior;
-- Busca garantir uma experiência agradável e gratificante com
os agentes de interação e a marca.
Etapas:
Diagnóstico / Recomendações / Implementação / Acompanhamento.

46 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Tenha em mente que o consumidor 60+ é um cliente
racional:
-- Escolhas ponderadas;
-- 70% não compram por impulso;
-- Os novos 60+ não são mais tão fiéis;
-- A lealdade (empresa- cliente) tem que ser bilateral;
-- Comprar ou utilizar um serviço precisa ser uma experiência
prazerosa;
-- Baixa tolerância ao mau atendimento;
-- O preço é importante, mas não é o principal atributo;
-- Para eles comprar ou utilizar um serviço é estreitar
relações.
-- Dentro da loja, hotel ou estabelecimento:
-- Não os infantilize e trate-os com se tivessem 40 anos
-- Não gostam de corredores apertados
-- Não querem fazer suas compras com pressa
-- Se preocupam em não atrapalhar o fluxo
-- Têm receio de serem atropelados pelos carrinhos
-- Preferem mais espaço para se locomover
-- Escolhem horários de menos fluxo
-- “Inimigos #1” – os repositores (em supermercados)

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


47
O envelhecimento natural e os impactos nos sentidos
tornam exigem, às marcas que desejam estreitar seu relacio-
namento, uma depuração das suas estratégias. Abaixo relacio-
namos os pontos de maior impacto nas relações de consumo
causados pelo ciclo normal e esperado da vida:

Martin Henkel é consultor de marketing 60+, Fundador da


SeniorLab mercado & consumo 60+, autor do conceito Aging in
Market, escreve sobre o tema para diversos jornais, revistas e sites
nacionais e internacionais, curador da Geronto Fair, palestrante
e se tornou uma referência nacional no tema marketing 60+.

48 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


AUTONOMIA COMO FATOR
DE QUALIDADE DE VIDA
NO ENVELHECIMENTO
HUMANO: ATENDIMENTO
AO CLIENTE IDOSO COM
EMPATIA E RESPEITO
Lilian Zieger
Diretora do IGES

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


49
PRA COMEÇO DE CONVERSA...
A sociedade envelhece e precisa aprender a conviver
com isso: vivendo bem!
A sociedade contemporânea se depara com o aumento
da longevidade humana e uma das significações atribuídas a
este fator (longevidade) tem sido da inutilidade de quem ficou
velho. Tal compreensão gera, portanto, uma nova realidade
permeada por contradições e conflitos. Como resistência a esse
quadro, surge um repensar sobre o significado do envelhecer
e a qualidade de vida nesta fase do desenvolvimento humano.
Neste contexto, são urgentes estratégias que se direcionem à
reconquista da cidadania de homens e mulheres idosos.
Movimentos sociais da atualidade provocaram uma
nova visão da necessidade desse sujeito: ser cuidado, sem lhe
tirar autonomia de viver! O distanciamento entre o abandono
e o cuidar e o papel da autonomia como direito e necessidade
humana consistem num espaço de reflexão importante para a
busca da qualidade de vida na velhice.

EMPATIA E RESPEITO PELO IDOSO


COMPREENDER O/A IDOSO/A? COMO?
Envelhecer com autonomia e dignidade. Todos me-
recem! Isso depende das pessoas que estão conosco nessa
caminhada de viver!
Para compreender o idoso, precisamos ter empatia.

MAS, AFINAL, O QUE É EMPATIA?


Empatia significa a capacidade psicológica para sentir
o que sentiria uma outra pessoa, caso estivesse na mesma
situação vivenciada por ela.
Consiste em tentar compreender sentimentos e emo-
ções, procurando experimentar o que sente outro indivíduo.

50 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Ou seja, empatia é “vestir a pele do outro” por um mo-
mento e acionar seus sentidos, sua sensibilidade.
Para tratar com a pessoa idosa, precisamos ouvi-la,
nas suas necessidades e expectativas.
A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras.
Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo
próximo - e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo
consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar
no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo
princípios morais.
A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se
desenvolve através da empatia, ajuda a compreender melhor
o comportamento alheio em determinadas circunstâncias e a
forma como outra pessoa toma as decisões.
Com origem no termo em grego empatheia, que signi-
ficava “paixão”, a empatia pressupõe uma comunicação afetiva
com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e
compreensão psicológica de outros indivíduos.
Entretanto, é importante saber que a empatia é um sen-
timento que pode ser praticado. Uma das maneiras de exercitar
a empatia é o exercício cotidiano de manter um olhar de afeto
sobre as necessidades de outras pessoas.
A empatia é diferente da simpatia, porque a simpatia
é maioritariamente uma resposta intelectual, enquanto a em-
patia é uma fusão emotiva. Enquanto a simpatia indica uma
vontade de estar na presença de outra pessoa e de agradá-la,
a empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer
outra pessoa.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


51
JOGO DA IMAGINAÇÃO:
-- Envelhecer é um dos medos mais profundos das pessoas.
-- Imagina que muitos anos se passaram e estás velho/a.
Como te vês?
-- O que mais te amedronta em relação a tua velhice?

Imaginar-se como um idoso auxilia a pessoa a “ves-


tir a pele” de quem tem mais de 60 anos (ou 70, 80, 90...).
Percebemos, assim, suas preocupações, possíveis limitações
e necessidades.
Duas angústias se sobressaem nesse processo: medo
de perder alguém que amamos e de termos nossa autonomia
limitada, tanto física, como mental.
Envelhecer nas sociedades contemporâneas, cada vez
mais, se constitui uma causa de preocupação. Num mundo onde
a precocidade do corpo, nas formas de sua beleza, na sua mais
tenra idade, afirma e expõe o ideal de homens e mulheres, o
tempo começa, então, a se configurar como inimigo comum,
pois imprime o pecado de macular a imagem, machucar o olhar,
provocando um redesenho de si para si mesmo e, da mesma
forma, para os outros.
Ser jovem, estar jovem, transformou-se em valor
social ao mesmo tempo em que se nega a importância da
idade como marcador do tempo. Ser jovem pressupõe capa-
cidades e se apresenta como indicador de valores desejáveis
para se alcançar a felicidade humana (FEATHERSTONE apud
OLIVEIRA, 1999). A infância e a juventude são apresentadas
como sinônimos de felicidade e positividade, pois estão na
plenitude da vida. Uma sucessão de imagens de corpos bem
torneados, bronzeados, firmes, tenros em detrimento aos de
aspecto inferior, em especial, aos de idosos, invadem capas
de jornais, revistas, canais de televisão. O mundo da moda, da
mesma forma, estigmatiza mulheres com mais de 25 anos,

52 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


fazendo crer que já estão envelhecendo, logo é preciso apo-
sentar a profissão.
Em muitas vezes, os meios de comunicação, com-
parativamente, veem o idoso como ineficiente, não atraente
e infeliz, não importante, sem utilidade, sem força ou status
(GERBNET apud ACOSTA-ORJUELA, 1999). Nessa mesma
direção, Brink (apud COSTA, 1998) comenta que revistas es-
tadunidenses quando apresentam a velhice, em suas páginas,
fazem de forma nostálgica, como se pudessem exaurir apenas
esse sentimento. Da mesma forma, um dos mais importantes
jornais desse país, o Times, descreveu os personagens centrais
de uma série televisiva como ofegantes, velhos amalucados,
diletantes despreocupados, que preferiam estar tirando um
cochilo (PAPALIA; OLDS, 2000).
No caso brasileiro, a figura do idoso é frequentemente
veiculada ao cuidado de netos, aos fixadores de dentaduras,
aos planos de saúde, aos aparelhos de surdez. Esses estereó-
tipos refletem ideias grosseiras que associam pessoas velhas
a pessoas cansadas, com pouca coordenação, doentes. Não é
comum se encontrar materiais publicitários que relacionem
idosos com sabedoria e experiência de vida acumulada, e
devidamente valorizadas!
Paula (1999), ainda, aborda o problema dos baixos salá-
rios que geram a situação de uma população aposentada com
pensões que não garantem as mínimas condições econômicas
para manter a QV na aposentadoria. O autor complementa tais
reflexões afirmando que os idosos são marginalizados, mas
que também se colocam em posição de aceite dessa discri-
minação, convivendo e afirmando as regras desse “jogo de
opressão” (p. 44).

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


53
Tornstam (1992), pesquisador sueco, mostra que o
abandono do trabalho, ou seja, a aposentadoria pode levar o
idoso à situação de crise, carregada pela perda da autoidenti-
dade e do equilíbrio psicológico. A existência de políticas para o
idoso que considerem suas possibilidades, e não somente suas
limitações, poderiam ser um caminho a trilhar na reconquista
de espaços produtivos para aqueles aposentados que assim
o desejarem, espaços esses de trabalho e contribuição social,
não somente de lazer, turismo, esportes, etc.

PARA CONCLUIR
O tema do envelhecimento pontua debates, reflexões
e estudos, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países
periféricos. No caso brasileiro, o envelhecimento da população
é um fenômeno relativamente recente e os estudos sobre o
mesmo ainda não se apresentam substanciais. Entretanto,
muitos desses estudos têm apontado, de forma recorrente,
que o processo de envelhecimento da população brasileira
poderá ser irreversível, pois o fenômeno do comportamento

54 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


da fecundidade e da mortalidade, registrados nas últimas dé-
cadas, acenam para esse efeito, o que enfatiza a importância
dos estudos sobre a população idosa brasileira e de políticas
públicas para essa fase da vida humana.
O Estatuto do Idoso do Brasil (2003), no seu capítulo
II, art. 10, item IV, § 2º, apresenta que “o direito ao respeito
consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade,
da autonomia, de valores, de ideias e crenças, dos espaços e
dos objetos pessoais”.
O Brasil, neste século, segundo estatísticas apontadas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
apresenta a tendência de possuir uma população mais velha
e mais pobre. Aguiar (in FERREIRA, 2007) afirma que, numa
população de quase 180 milhões de brasileiros, existe uma
estimativa de que 20 milhões de pessoas vivam em condições
de extrema pobreza. Se continuar o processo acelerado de
rejeição ao idoso pelo mercado de trabalho (quem tem mais
de 45 anos apresenta dificuldades em encontrar emprego), a
força de trabalho, em pouco tempo, poderá não ter destinatário.
Outro grande dilema se encontra na seguridade da po-
pulação idosa, pois advém do aumento de sujeitos aposentados
em relação à mão de obra ativa, ou seja, a redução proporcional
do número de pessoas que “financiam” os aposentados. Nos
países onde a expectativa de sobrevida é maior, a situação se
torna mais grave, como na União Europeia, onde a proporção
é de quatro trabalhadores para um aposentado (PIÑERA apud
NUNES, 2003).
Urge, portanto, que as políticas públicas brasileiras
considerem tais fatos, pois os idosos aposentados são, por
muitas vezes, impedidos de continuar trabalhando, mais pelo
preconceito existente quanto à sua inutilidade que pelas reais
condições de trabalho dessas pessoas.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


55
Finalmente, o mercado (lojas, farmácias, clínicas, res-
taurantes, etc) precisam se adaptar a essas mudanças socias,
que são profundas e, a princípio, permanentes. Cada vez mais
e mais idosos estão na posição de consumidores e necessitam
ser tratados com ACOLHIMENTO, RESPEITO E EMPATIA!
Mas não somente na posição de consumidores.
Também, atendentes, vendedores, enfermeiros, médicos,
dentistas, professores, gerentes, garçons... Por que não?
Reinserir idosos aposentados no mercado de trabalho seria
um caminho inteligente, viável e que poderia lhes trazer maior
prazer em viver!

56 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


PARA ILUSTRAR

ENREDO DE FIOS E HISTÓRIAS


Lilian Zieger

Tempo:
Magia inexplicável.
Somos o nosso ontem,
Que se perpetua n’alma.

Passado revivido,
Feito carretel que se desfia,
E se fia no amanhecer.

Fios presos nas lembranças,


Paredes e chão,
Impregnados de recordações,
De um tempo que é tempo,
De recordar...

Brincadeiras da juventude,
Namoros e fantasias,
Enredados na história.

Na rede de pescar,
Peixes grandes são âncoras
De uma história de viver.
Pequenos peixes são contas,
No colar do passado.

Contas e fios
Enredam suspiros de tantas esperas,
Esperanças realizadas
Ilusões que se desfizeram...
Presente vestido de realidade.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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ATENDIMENTO AO IDOSO:
RELAÇÕES INTERGERACIONAIS
E APRENDIZAGENS
Maria Angelica Paiva

58 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Nos últimos anos, percebe-se um aumento da popula-
ção idosa, em parte, devido ao aumento da expectativa de vida
e a diminuição da natalidade. Como consequência, temos tam-
bém um aumento de idosos com necessidades de cuidados. O
processo de envelhecimento, implica em alterações biológicas,
psicológicas e sociais.
A OMS estima que por volta de 2050, o número de
idosos no planeta será igual ao número de crianças. Os siste-
mas de saúde necessitarão buscar estratégias eficazes a fim
de evitar a perda da qualidade de vida de uma população mais
envelhecida, pois embora as pessoas estejam vivendo mais,
não necessariamente estão mais saudáveis. Cabe salientar que
essas estratégias deverão permear também a prevenção, dis-
ponibilizando atenção de maneira acessível a todos os idosos.
Outro estudo realizado pela Sociedade Brasileira de
Varejo e Consumo (SBVC) aponta dados voltados mais es-
pecificamente para o Brasil, relatando que a projeção é de
que em 20 anos seremos um país com 40% da população na
terceira idade.
Uma vez que muitas pessoas tem uma imagem negativa
sobre essa fase da vida, torna-se necessário mudar o conceito
que se tem sobre o velho e de que a velhice é uma fase só de
perdas e declínios.
As gerações e as relações entre elas são continuamente
construídas, desconstruídas e reconstruídas, sempre sendo
refeitas, e por sua vez determinam novos comportamentos das
gerações. Mas como se relacionam os diversos grupos etários
e o que ocorre nessas relações intergeracionais? Segundo
estudo realizado, as relações entre indivíduos jovens e de
idade mais avançada tem variadas implicações e para entender
essas relações intergeracionais é preciso considerar as falas
e pensamentos entre essas gerações.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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Alguns jovens evitam os idosos e criam uma distância
afetiva entre as gerações, como forma de negação, às con-
tribuições que os mais velhos deram e que ainda podem dar.
Por outro lado, há jovens que percebem a necessidade de
cuidados dos idosos que antes eram produtivos, não aceitando
essa posição de dependência e, como meio de defesa do que
está por vir na velhice desejam que os idosos mantenham sua
autonomia de outrora.
Diante disto a pessoa idosa precisa suportar, além das
mudanças internas, as pressões externas, tendo que interagir
de acordo com as exigências impostas pelos mais jovens.
O envelhecimento é um processo biológico inerente ao
ser humano cujas alterações determinam mudanças estruturais
no corpo e modificam suas funções, acarretando consequ-
ências sociais e também psicológicas. É necessário que se
estabeleça uma interação comunicativa, solidária e construtiva
entre todas as gerações, para que os idosos recuperem a identi-
dade de cidadão através da interação social. O fortalecimento da
conscientização, do respeito e do engajamento nas mudanças,
se dá através do diálogo entre as gerações.

RELAÇÕES INTERGERACIONAIS E
APRENDIZAGEM
No que diz respeito as relações intergeracionais, o
conflito de gerações é um fenômeno importante para a reflexão
sobre o envelhecimento. Ao mesmo tempo em que os mais
jovens, tem dificuldade em aceitar as formas de tratamento
pessoal, costumes e valores dos idosos, os idosos por sua
vez, tem sentimentos contraditórios em relação aos jovens
que perpassam pelo ressentimento, alegria, irritação, inveja,
superioridade e inferioridade.

60 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


“O destino dos “velhos” depende do destino da so-
ciedade, principalmente no que se refere aos seus valores e
princípios. (Beauvoir, 1990).
Em consequência do expressivo aumento da longevi-
dade humana, os idosos vêm se constituindo em um segmento
etário emergente, muitas vezes discriminados e condenados
ao isolamento social. A terceira idade é uma categoria criada
pela sociedade, como sendo uma nova etapa da vida entre a
idade adulta e a velhice. Entretanto, os idosos têm, cada vez
mais reclamado seus direitos, acompanhados de instituições
e mercados especializados em atender as necessidades desse
público.
A interação social, o reconhecimento, a vida grupal
e a aceitação coletiva, são importantes em qualquer fase do
desenvolvimento, principalmente para a população idosa. As
novas possibilidades do envelhecimento refletem avanços so-
ciais que reverberam em novos costumes e estilos de vida com
uma velhice bem-sucedida, ou seja, uma condição individual
e grupal de bem-estar físico e social, preservando o poten-
cial para o desenvolvimento. Além de envolverem relações
familiares, relações entre amigos, vizinhos, grupos culturais,
também implicam estilos de vida, modos de ser, saber e fazer,
valores, ideias, padrões de comportamento, graus de absorção
científica e tecnológica.
Para viabilizar uma relação entre gerações é preciso
quebrar barreiras geracionais, eliminar preconceitos e discri-
minações e resgatar o senso de solidariedade e coletividade.
Esta relação se dá em uma via de mão dupla entre gerações,
resgatando valores, transmitindo conhecimentos e saberes,
proporcionando trocas de experiências de maneira simultânea,
levando em conta interesses próprios, vontades individuais,
influências do meio, semelhanças e diferenças que geram
novos aprendizados.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


61
A aprendizagem intergeracional pode ser considerada
como a troca recíproca de conhecimentos entre pessoas de
diversas idades para que possam aprender juntos, e aprender
uns com os outros e com aqueles que participam em diversas
áreas.
A criança e o idoso talvez se reúnam em uma
dimensão intemporal do ser, a qual eles per-
tencem por direito, um por não haver ainda
saído dela e o outro por te-la reencontrado”. A
presença simultânea das gerações, envolvendo
crianças e idosos, requer uma percepção dos
limites e possibilidades de cada um no seu
tempo, a criança abordando a sua vivência, e o
idoso, que transcende o hoje e resgata as suas
reminiscências. (Novaes 1997)
As pessoas com idades mais avançadas, tendem a
gostar muito da convivência com pessoas de várias idades
e vários pensamentos. Elas absorvem a jovialidade dos mais
novos e não veem nenhum problema nessa convivência, pelo
contrário, consideram importante a amizade que torna o grupo
muito unido.

ATENDIMENTO AO IDOSO
A terceira idade é o grupo etário que mais cresce e
tem se tornado um nicho importante do mercado de consumo
no qual apresenta um rol de oportunidades para àqueles que
souberem trabalhar com este segmento que atualmente possui
maior autonomia, independência financeira e busca qualidade
de vida.
Devido a longevidade, esse segmento representa um
mercado em crescimento, com peculiaridades relevantes no
que diz respeito a fatores econômicos, socioculturais e psico-
lógicos de consumo dispostos a investir mais em produtos e

62 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


serviços que lhes satisfaçam. Esse novo consumidor espera
encontrar um mercado preparado para atender suas necessi-
dades. Entretanto muitas empresas parecem não ter visuali-
zado as necessidades desse segmento e as oportunidades em
setores como entretenimento, saúde, beleza, turismo e lazer.
Torna-se comum ver pessoas acima dos sessenta anos
que trabalham, tem uma vida social ativa e estão com uma si-
tuação financeira estável em busca de produtos e serviços que
possam lhes oferecer uma melhor qualidade de vida. Portanto,
como qualquer outro segmento de consumidor, devem ser
estudados e analisados os hábitos e comportamentos especí-
ficos de cada subgrupo para uma boa estratégia de mercado
para melhor atender e satisfazer esse público. Além disso, é
necessário traçar estratégias para melhorar o atendimento ao
idoso a fim de prestar um atendimento de forma humanizada,
personalizada e inovadora, promovendo o bem-estar e a fide-
lização do cliente. O crescimento da terceira idade traz muitas
oportunidades para empreendimentos e requer empresas
preparadas para isso.
Pesquisas apontam que os principais motivos pelos
quais os idosos deixam de frequentar um comércio são: o mau
atendimento, as filas e estabelecimentos muito cheios, assim
como a maioria dos consumidores. Porém, a diferença é que
se não lhes forem oferecidos o que desejam com qualidade e
atenção, este público pode não voltar mais.
Em sua maioria, esse público tem interesse em co-
nhecer bem os produtos e serviços que vão consumir, sem
importar em pagar mais pela qualidade. Então, prestar um bom
atendimento, com agilidade, boa vontade e gentileza pode fazer
a diferença. É um cliente preferencial, então deve ser atendido
o mais rápido possível.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


63
É importante que a pessoa que vai atender esse seg-
mento ouça com atenção e fale de maneira clara e em tom
adequado, e se for necessário, repita. Tenha paciência, empa-
tia educação e respeito. Com o avanço dos anos, o corpo vai
envelhecendo, vem a perda de força física, do equilíbrio, da
agilidade, a audição e visão ficam prejudicados. É imprescin-
dível ter um negócio organizado, investir em acessibilidade e
principalmente em atendimento personalizado para atender
de forma adequada, com atenção redobrada. Não trate esse
público como criança e sim com seriedade para que possam
tomar suas próprias decisões. O bom atendimento é muito
valorizado e tão importante quanto o produto ou serviços que
buscam. Trata-se de um público em crescimento, então não
perca a oportunidade de atrair esses consumidores e manter
uma excelência no atendimento prestado.

64 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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tunidades. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/
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Acesso em 11 de março de 2019.
RUFFINO, Italo. Conheça a Nova Terceira Idade: um mercado com
mais de 20 milhões de brasileiros e de 1 trilhão de reais. Disponível
em: https://projetodraft.com/conheca-a-nova-terceira-idade-um-mer-
cado-com-mais-de-20-milhoes-de-brasileiros-e-de-1-trilhao-de-reais/.
Acesso em 11 de março de 2019.

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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66 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
DEPOIMENTOS

Buscar a qualidade no atendimento


e o bem receber com hospitalidade são re-
quisitos básicos para que as pessoas se sin-
tam acolhidas em nossos estabelecimentos,
principalmente os idosos, público-alvo deste
projeto. Ter empatia e sensibilidade nos auxi-
lia a atender às expectativas e necessidades
destas pessoas, que buscam sempre novas
experiências. Precisamos tratar os outros,
como gostaríamos de ser tratados, pois um
dia, todos envelheceremos e tomara que possamos passar por
este processo com autonomia e dignidade.
Fabiane Favero
Turismóloga

Quem não envelhece é porque morreu cedo.


Dizem que o celular aproxima as pessoas.
Eu criei: o celular aproxima as pessoas de longe e afasta as
de perto.
Marilene Salete Atolini Bocalon
Decorações Lú - Veranópolis

Qual é o melhor da vida? Ser feliz e fazer os outros felizes.


Natal Attolini
94 anos

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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Gostei muito do curso!
Através das Palestras e das Vivências, tivemos a
oportunidade de entender melhor as dificuldades dos
idosos, ao se locomoverem e até mediante os obstáculos
encontrados nos estabelecimentos que são visitados .
Aprendemos como tratá-los, deixando de lado aquele
sentimento de ”pena“, por eles terem mais idade.
Gostei muito da questão da troca das placas de indi-
cação para prioridades.
Exemplo: Placa para indicar o lugar para estacio-
namento = (desenho da pessoa, com a indicação 60 +), ao
invés de uma pessoa aparentando “um velhinho de óculos e
bem cansado da vida”.
Achei o Curso muito válido, participei da 1ª edição e
2ª edição, continuarei sempre aproveitando essas oportu-
nidades que nos fazem somar conhecimentos para melhor
atender nossos Idosos locais e Turistas Idosos.
Obrigado pela oportunidade.

Lorita Pavan Pivato


Recepcionista de Hotel e Condutora Local de Turismo

Assim posso dizer amar o próximo e ter amor com outro sendo
ele preto ou branco, pobre ou rico, simples e humilde, amor de
mãe mesmo, com dificuldades ou não, podendo ver a vida e
espalhar sua contribuição será sempre grande e imenso, sendo
você simples, puro e sincero. E ver no outro o auxílio de irmão
com a pureza do seu coração.
Bernadete Mossi

68 Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


Hospitalidade
Não tem idade,
Não tem vaidade.
Não é quantidade,
Mas sim qualidade!
Mexe com a saudade,
Desperta a curiosidade!
Traz paz, tranquilidade,
Traz carinho, afetividade!
Desperta em qualquer idade,
Amorosidade!
(Maki)

Benedita Zandoná Ceccato e Makielen Zandoná


Ceccato
(L’arte Ceccato, arte em cerâmica e Filó de Vila Flores)

Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!


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Em Veranópolis, hospitalidade não tem idade!
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