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Brazilian Journal of Deve/opment 155493

ISSN: 2525-8761

Sensibilização em Acessibilidade Cultural: resultado Bonito (MS -


Brasil)1

Awareness on Cultural Accessibility: results of Bonito (MS - Brazil)

DOI: 10.34117/bjdv7n6-113

Recebimento dos originais: 07/05/2021


Aceitação para publicação: 07/06/2021

Verônica de Andrade Mattoso


Mestre em Ciência da Informação pelo convênio entre o Instituto Brasileiro de
Informação em Ciências e Tecnologia (IBICT) e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Endereço: Av. Carlos Chagas Filho, 373- Bloco J- sala 28 box 2- Cidade
Universitária- RJ- Cep: 21941-590.
E-mail: veronicamattoso@uol.com.br

Ivone Angela dos Santos


Especialista em Acessibilidade Cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Endereço: Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559- Centro- Campo Grande- MS-
CEP 79004-331.
E-mail: ivoneangela@gmail.com

Márcio José Felipe


Tecnólogo em Redes de Computadores pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) -
Rio de Janeiro- RJ. Consultor em Tecnologia da Informação.
Endereço: Alameda Pai Benedito, casa 31 - Pavuna- Rio de Janeiro- RJ- Cep:
21520-670.
E-mail: mfelipeti@gmail.com

Patricia Silva Dorneles


Pós-Doutora em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Endereço: Rua Maestro Francisco Braga, 486/401- Copacabana- Rio de Janeiro- RJ
- Cep: 22041-070.
E-mail: patricia.dorne1es.ufrj@gmail.com

RESUMO
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul promoveu ações de sensibilização em
Acessibilidade Cultural durante a vigésima edição do Festival de Inverno de Bonito, de
25 a 28 de julho de 2019. Com objetivo de romper barreiras atitudinais, as ações foram
fundamentadas na premissa "Nada sobre nós, sem nós" - portanto realizadas com a
participação de pessoas com deficiências - e instrumentalizadas por meio do Cinema, da

1 Documento originalmente elaborado e aprovado por Comissão Científica para apresentação por

meio de Comunicação Oral e por meio de Resumo Expandido durante o VII Encontro Nacional de
Acessibilidade Cultural, realizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 2019, integrando os Anais do
evento.

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Gastronomia e de Rodas de Conversas. Com os recursos de audiodescrição, janela de


Libras e legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) foram exibidos os filmes
brasileiros "No seu lugar", "Sobre Rodas" e "Teu mundo não cabe nos meus olhos", todos
seguidos de Rodas de Conversas. A Escutatória "Nada sobre nós, sem nós" debateu o
protagonismo de pessoas com deficiências nos ambientes culturais. Um "Happy Hour
Sensorial" foi realizado para enfatizar a relevância da Acessibilidade Cultural em
Gastronomia, objetivando a comensalidade para todos. A participação de pessoas com
deficiências no Festival de Bonito somada às ações de sensibilização promoveram, não
somente a quebra de barreiras atitudinais, como deixaram um legado de possibilidades de
acolhimento e convívio equânimes nos ambientes culturais, gastronômicos e de
hospitalidade da cidade.

Palavras-chave: Sensibilização, Acessibilidade Cultural, Festival de Inverno de Bonito


2019.

ABSTRACT
The Cultural Foundation of Mato Grosso do Sul has promoted awareness actions on
cultural accessibility during the 20th edition ofBonito's Winter Festival, from July 25th
to July 28 th of 2019. The objective was to break attitudinal barriers. The actions were
based on the premise "Nothing about us, without us" - thus, it was held with the
involvement of disabled people - and exploited through cinema, gastronomy and
discussions. With audio description, LIBRAS transcription and subtitle for deaf and hard-
of-hearing (SDH), the following Brazilian movies were shown: "In your place" (No seu
Lugar), "On Wheels" (Sobre Rodas) and "Your world doesn't fit in my eyes" (Teu mundo
não cabe nos meus olhos); ali ofthem followed by discussions. The debate (Escutatória)
"Nothing about us, without us" has approached the protagonism of disabled people in
cultural spaces. A "Sensorial Happy Hour" was held to emphasize the relevance of
cultural accessibility in gastronomy, with the purpose to promote commensality for ali.
The participation of disabled people in Bonito's festival and the development of
awareness actions have not only broken attitudinal barriers, but also have left a legacy of
possibilities to equal acceptance and coexistence in cultural, gastronomic and hospitality
spaces ofthe city.

Key-words: Awareness, Cultural Accessibility, 2019 Bonito's Winter Festival.

1 INTRODUÇÃO
A ideia de elaborar uma programação composta por ações de sensibilização em
Acessibilidade Cultural para a vigésima edição do Festival de Inverno de Bonito
promovido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul entre os dias 25 e 28 de
julho de 2019 foi, em parte, fundamentada em experiências conjuntamente vivenciadas
pelos quatro autores deste artigo, com destaque para atividades ocorridas nas edições
2017 e 2018 do Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural (ENAC): duas edições do
"Happy Hour Sensorial" e a "Oficina Gastronomia Acessível e Acessável:
compartilhando conhecimento e cultura a partir de nossas receitas de família". Importante
contextualizar. As três atividades do ENAC foram realizadas sob a coordenação da autora

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Verônica de Andrade Mattoso -professora do Curso de Bacharelado em Gastronomia da


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - e desenvolvidas por alunos das
disciplinas Acessibilidade em Gastronomia, Gestão de Eventos Gastronômicos, Etiqueta
e Comensalidade e Comunicação em Gastronomia, todas por ela ministradas; com a
consultoria do autor Mareio José Felipe- consultor em recursos de Tecnologia Assistiva.
As atividades foram desenvolvidas a convite da autora Patrícia Silva Dorneles -
coordenadora do Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural da UFRJ - , das
quais participou a autora Ivone Angela dos Santos, especialista em Acessibilidade
Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, responsável por convidar
Verônica e Márcio para elaborar e participar das atividades relacionadas à Acessibilidade
Cultural realizadas na edição 2019 do Festival de Inverno de Bonito. Este artigo é,
portanto, um relato de experiência, fruto da observação participante e do aprendizado
conjunto vivenciado pelos autores validado pela avaliação do público presente àquelas
atividades.
Considerando aspectos metodológicos, valem-se os autores dos pressupostos a
seguir para evidenciar a escolha pela tipologia de estudo para publicação. No documento
intitulado "Sobre estudos de caso e relatos de experiência", o professor Marcos Venícios
de Oliveira Lopes (2012), da Universidade Federal do Ceará, explicitou que tanto o estudo
de caso quanto o relato de experiência "para produzirem evidências científicas confiáveis,
necessitam de tanto rigor metodológico quanto qualquer outro tipo de estudo" (LOPES,
2012, p.2). Após lamentar a existência de grande confusão nas definições de ambos,
enfatizou que "a literatura é particularmente incipiente sobre esta diferenciação,
sobretudo quando se busca uma caracterização mais exata dos relatos de experiência"
(LOPES, 2012, p.2) e, na sequencia, definiu este tipo de investigação:

Um relato de experiência pertence ao domínio social, fazendo parte das


experiências humanas, devendo conter tanto impressões observadas quanto
conjecturadas. Este tipo de estudo é importante para a descrição de uma
vivência particular que suscitou reflexões novas sobre um fenômeno
específico. [... ] O foco é a experiência e a reflexão sobre a experiência vivida.
(LOPES, 2012, p.2)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com o objetivo de romper barreiras atitudinais, para elaborar as ações de
sensibilização em Acessibilidade Cultural para o Festival de Inverno de Bonito, os autores

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elencaram definições, conceitos e noções no contexto das pessoas com deficiências e da


acessibilidade relacionados a: sensibilização, empatia e da educação em arte.

2.1 SENSIBILIZAÇÃO
Em 2005, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial,
publicou, em cinco fascículos, o manual intitulado "Projeto Escola Viva: garantindo o
acesso e permanência de todos os alunos na escola", cujo Volume 3, intitulado
"Sensibilização e Convivência", foi organizado por Maria Salete Fábio Aranha (2005).
No documento, Aranha (2005, p.1 O) caracteriza em dois tipos as atividades que os autores
compreendem de sensibilização, apesar de não estar explicitado textualmente desta
forma: 1) as simulações e 2) as de reflexão intelectual. Para a autora, as simulações
seriam aquelas que favoreceriam "a ampliação perceptual do que é conviver com
características e consequências de deficiências". Para tanto, os envolvidos "simulariam",
por exemplo, a deficiência visual ao amarrar uma venda nos olhos com cuidado para que
não passasse nenhuma luz. As de reflexão intelectual (grifos da autora) seriam aquelas
que proporcionariam pensar a temática, a partir de debates sobre produtos culturais que
tenham pessoas com deficiências como protagonistas ou abordem, de alguma forma, a
questão da deficiência (filmes, desenhos, peças de teatro etc). Aranha incentiva a prática
destas ações, seguidas de momentos de diálogo nos quais os participantes possam dizer
como se sentiram "principalmente naquelas em que são simuladas vivências de
deficiências, pois sabemos que essas podem se constituir em experiências muito
enriquecedoras e marcantes para a pessoa" (ARANHA, 2005, p.ll).
O outro documento selecionado e que aborda a noção de sensibilização
relacionada à acessibilidade é intitulado "Capacitação em Acessibilidade". Criado em
2013 pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(SNPD), refere-se a um conteúdo que teve por objetivo geral fornecer metodologia para
"capacitar" profissionais e agentes sociais para atuarem na fiscalização, planejamento e
implantação da Acessibilidade nos estados e municípios brasileiros. Propõe metodologia
desenvolvida por meio de uma série de atividades expositivas. No sumário da
Metodologia, o primeiro painel, intitulado "Acessibilidade, Panorama e Tendências",
propõe na aula 1 "Sensibilização sobre o tema, definições e conceitos" (SNPD, 2013, p.l-
2). Na continuidade, o documento, não especifica uma dinâmica que tenha sido
empreendida para "sensibilizar" os participantes, tampouco de que modo teria sido
desenvolvida e/ou realizada. Todavia, é possível perceber no conteúdo da aula 1 que a

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abordagem de "Sensibilização", prevista no sumário, dá lugar, no item 1.1, a "Definições


e Conceitos", os quais iniciam-se com ênfase em Direitos Humanos e, na página 31,
enfatiza a vulnerabilidade a que estão expostas as pessoas com deficiências, quanto às
barreiras atitudinais:

O enfoque de direitos humanos que embasa as políticas da SNPD não visa


somente às soluções materiais. Às vezes os recursos existem, mas o acesso a
eles é dificultado por preconceitos, discriminação, negligência e até mesmo
por falta de conhecimento sobre as dificuldades enfrentadas por essa
população. Deficiência é, em grande parte, aquilo que a estrutura fisica, social
e de atitude da sociedade imputa às pessoas que têm restrições em suas
funcionalidades. O conhecimento desse modo de vida diferente nos alerta e
nos ajuda a entender a deficiência, não como uma circunstância pessoal, mas
como uma estrutura social que estabelece deveres entre os organismos
internacionais, órgãos do Estado, movimentos organizados e grupos sociais,
contando sempre com a participação das pessoas com deficiência.

Conclui-se, então, que a maior complexidade para ver garantido às pessoas com
deficiências o direito à inclusão sociocultural pode, absurdamente, estar nas chamadas
barreiras atitudinais que estão nas pessoas por medo, por preconceito e até por ignorância
para lidar ou conviver com as pessoas com deficiências, como complementam Lima et al
(2010, p.3):

As barreiras atitudinais, portanto, partem de uma predisposição negativa, de


um julgamento depreciativo em relação às pessoas com deficiência, sendo sua
manifestação a grande responsável pela falta de acesso e à conseqüente
exclusão e marginalização social vivenciada por todos os grupos vulneráveis,
mais particularmente, por aquelas pessoas vulneráveis em função da
deficiência.

2.2EMPATIA
Para a compreensão das ações de sensibilização, merece ênfase outro elemento
norteador. Este elemento é a noção de "empatia" e está relacionado a como as pessoas
se sentem quando participam e após participar de atividades de sensibilização, como as
que Aranha denominou "vivências de deficiências". O Prof. Augusto Galery, Doutor em
Psicologia Social, pesquisador do laboratório de Estudos em Psicanálise e Psicologia
Social (LAPSO) da Universidade de São Paulo (USP) e professor do Centro Universitário
Álvares Penteado (FECAP), destaca a vulgarização da definição de "empatia" como "a
capacidade de se colocar no lugar do outro", expressa que esta definição contém riscos e
propõe-se a tentar explorá-los, a fim de compreender de que modo faz-se necessário

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"extrapolar o homogêneo e enxergar o diferente" (GALERY, 2018, p.l). Ele micia


justificando "tratar-se de um ato impossível" colocar-se no lugar do outro:

Não temos instrumentos ou capacidade psíquica para tanto. O ser humano pode
sensibilizar-se e pode se identificar com o outro de forma a compreender, a
partir de sua própria experiência, que o outro também é um ser humano. No
entanto, ele nunca poderá realmente se colocar no lugar do outro, pois suas
histórias de vida, suas identidades e mesmo suas caracteristicas
biopsicossociais nunca coincidirão. (GALERY, 2018, p.l)

Galery enfatiza que a consciência de que o outro é diferente de nós é fundamental


e que "só teremos certeza de que nosso pensamento coincide com o do outro" por meio
de um ato "muito simples, no entanto, extremamente complexo e pouco utilizado":
relacionando-se com ele. O professor afirma que a empatia serve para "desobjetificar" o
outro, possibilitando vê-lo como um sujeito, autônomo, e não como "mero reflexo de nós
mesmos". Esta compreensão é essencial "para que percebamos a diferença" e para
compreender tratar-se de um movimento duplo: perceber o outro humano igual a si
próprio e, ao mesmo tempo, percebê-lo como outro diferente de si. "Só há empatia quando
existe a compreensão da igualdade (de poder ser, existir, ter direitos) e da diferença (de
necessidades, desejos etc.) simultaneamente".

2.3 EDUCAÇÃO DA SENSIBILIDADE


A compreensão sobre a urgência da quebra de barreiras atitudinais com vistas a
uma sociedade inclusiva apontou novo percurso conceitual, agora em direção à
"Educação da Sensibilidade", assim articulada por Lena Vania Ribeiro Pinheiro, que faz
referência a Herbert Read:

O reconhecimento da educação como foco central deste processo está presente


no pensamento de Read, para o qual "a arte não é conteúdo, é a base da
educação e da própria formação". Nas suas obras Arte e sociedade, Arte e
indústria, Significado da arte e, especialmente, Educação pela arte, Read
clama pela "educação da sensibilidade", que ele lamentava estar esquecida,
proclama a imagem como fonte de todo o conhecimento e conclui que "é
lentíssima a evolução da sociedade nas suas dimensões mais profundas,
comparada à rapidez dos sonhos dos indivíduos" (PINHEIRO, 2005, 53-54).

Para a cientista da informação, "a arte e a produção artística são comunicadas sob
a forma de informação artística e tendo como suporte as novas tecnologias de informação,
o que pode levar à concretização de um trabalho social e educativo" Portanto, "a
convergência do trinômio arte, educação e sociedade pode sustentar a formação
individual e social, norteadora da consciência e propulsora da inclusão social"

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(PINHEIRO, 2005, p. 53). Outro aspecto abordado por Pinheiro relaciona arte à
consciência humana, evidenciado nas seguintes afirmativas que, segundo ela, "se
vinculam mutuamente: 'a arte não é um subproduto do desenvolvimento social (senão)
mas um dos elementos essenciais que entram na constituição da sociedade' e '... foi, e
ainda é, o instrumento essencial para o desenvolvimento da consciência humana'. E
conclui o raciocínio refletindo sobre a ação de educar na atualidade, agora fundamentada
no pensamento de Takahashi:

[... ]Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar
as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se
de investir na criação de competências suficientemente amplas[ ... ]. Trata-se
também de formar indivíduos para ' aprender a aprender'[ ...] (TAKAHASHI,
2000 apud PINHEIRO, 2005, p.53)

Pinheiro conclui a reflexão destacando a importância de na "Educação da


Sensibilidade" pensar-se em rede e recorre à metáfora das "portas que se abrem" por meio
do aprendizado:

Na abertura de portas ou, quem sabe, no ultrapassar muros e montanhas, alguns


empecilhos sejam enfrentados. Em primeiro lugar, o antigo problema das
"duas culturas" que Snow (1997) há tanto tempo (1959) percebeu e que, apesar
da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade hoje tão estudadas, é difícil na
sua passagem para ação, mesmo hoje existindo "áreas de confluência". Ainda
não foi conseguido, na prática e na medida do necessário, anular a distância
entre a "cultura humanística" e a "cultura científica", ou entre ciências físicas
e naturais e as artes, ou mesmo entre engenharias e tecnologias e as
humanidades. As propostas teóricas, como informação em arte, ainda muito
nova, e educação pela arte e "educação da sensibilidade" trazem para o centro
do processo arte e educação, de forma articulada, muitas vezes periféricas e
dispersas na implementação de políticas públicas. Para que a inclusão social
seja plenamente alcançada, o essencial é que ideias inovadoras sejam
incorporadas e ações integradas e integradoras permeiem todo o processo, até
que o conhecimento e a consciência possam guiar verdadeiros cidadãos.
(PINHEIRO, 2005, p.55)

3 CINEMA, GASTRONOMIA E DIÁLOGOS (MATERIAIS E MÉTODOS)


Quatro ações de sensibilização em Acessibilidade Cultural compuseram a
programação da vigésima edição do Festival de Inverno de Bonito, em 2019.
Os filmes "Sobre Rodas" e "Teu mundo não cabe nos meus olhos" foram exibidos
com os recursos de acessibilidade comunicacional (audiodescrição, Libras e legendas
para surdos e ensurdecidos - LSE), conforme recomendados pelo Guia Orientador para
Acessibilidade de Produções Audiovisuais (MINC, 2015), oportunizando aos
participantes conhecer de que modo pessoas com deficiência visual e pessoas com
deficiência auditiva têm acesso ao conteúdo de obras filmicas.

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Na mesma dinâmica, uma trilogia sensorial foi composta por meio da exibição do
curta metragem "No seu lugar". Num primeiro momento, os participantes foram
convidados a assistir ao filme com os olhos vendados para conhecer a audiodescrição que
favorece o acesso a imagens a pessoas com deficiência visual. Na sequencia, abriram os
olhos para conhecer a relevância da janela de Libras e da legendagem para o acesso de
pessoas com deficiência auditiva à obra filmica. Por fim, foram convidados a, novamente
vendados, participar de um "Happy Hour Sensorial", com ênfase nos sentidos do olfato,
do tato e do paladar para conhecer a cultura gastronômica de Mato Grosso do Sul.
A Escutatória "Nada sobre nós, sem nós" foi realizada para debater o
protagonismo de pessoas com deficiências nos ambientes culturais.
O método "Escuta Sensível" de René Barbier (2002) norteou a realização de todas
as atividades de sensibilização em Acessibilidade Cultural realizadas no Festival, posto
que todas foram seguidas de Rodas de Conversas, as quais promoveram oportunidade de
aprendizado coletivo para a todos os presentes.

4 RESULTADO BONITO
De acordo com os gestores da vigésima edição do Festival de Inverno de Bonito,
o público participante das quatro ações de sensibilização em Acessibilidade Cultural
realizadas totalizou 98 pessoas, composto por: 24 presentes na exibição do filme "Sobre
Rodas", 12 no filme "Teu mundo não cabe nos meus olhos", 38 na Trilogia Sensorial e
24 na Escutatória "Nada sobre nós, sem nós". As atividades foram realizadas em datas e
horários diferentes, oportunizando aos interessados participar de todas. Dos participantes
- que, em sua maioria, compareceram a todas as atividades - 22 pessoas responderam ao
Questionário de Avaliação elaborado na plataforma Google Forms, com perguntas
fechadas e abertas. Convites para responder ao formulário foram enviados por e-mail e
pelo aplicativo Whatsapp no dia 30 de agosto de 2019. Da "Escutatória" participaram 16
pessoas; 18, do filme "Sobre Rodas"; 20, da Trilogia Sensorial; e 14, do filme "Teu
mundo não cabe nos meus olhos".
Todos brasileiros, 45,5% do sexo feminino e 54,5% do sexo masculino; 17 do
estado de Mato Grosso do Sul, dois do estado do Rio de Janeiro e um do estado de São
Paulo; sendo oito residentes em Bonito, três em Bela Vista, seis em Campo Grande, um
em Dourados, dois no Rio e um em São Paulo. Com idades em 23 e 61 anos, dentre os
participantes, duas pessoas com deficiência: um cego e um paraplégico, usuário de
cadeira de rodas. Entre as profissões: artista, produtor cultural, gestores culturais,

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tecnólogo em redes de computadores, professores, pedagogos, cineasta, capoeirista,


interprete de Libras e servidores públicos do município, do estado e federais.
Do total, 70% trabalham, há mais de dois anos, na área da acessibilidade e
inclusão; os demais em projetos, área administrativa, produção audiovisual e museologia.
Escolaridade: nível superior incompleto (30,4%), nível superior completo (30,4%) e pós-
graduação (30,4%). Apesar do expressivo percentual dos que trabalham na área, ao serem
questionados "Acessibilidade serve para quem?", 82,6% disseram que é para todos;
entretanto, 17,4% responderam "para pessoas com deficiência" e chamou a atenção o fato
de serem todos estes, profissionais que atuam na área.
Das atividades de que participaram, 17 as avaliaram como impactantes e
eliciadoras (me levaram a reflexões sobre Acessibilidade Cultural e sobre inclusão); 15
como esclarecedoras (aprendi muitas coisas que não sabia sobre acessibilidade e
inclusão), 3 como desmitificadoras (descontruí muitas ideias equivocadas sobre
acessibilidade, inclusão e pessoas com deficiência) e 1 pessoa (que participou somente de
uma das exibições de filmes) disse que a atividade foi indiferente (não a sensibilizou),
pois já trabalhava na área.
Especificamente sobre a Escutatória "Nada sobre nós, sem nós", 90% disseram
que aprenderam a importância de aprender com as pessoas com deficiências, pois são elas
que vivenciam cotidianamente a inacessibilidade e a exclusão. A Escutatória promoveu
mobilização posterior dos participantes para a elaboração da "Carta de Bonito pela
Acessibilidade Cultural".
Quanto aos filmes exibidos com audiodescrição, Libras e LSE, destaca-se o
Festival de Inverno de Bonito como a primeira oportunidade de conhecer um filme com
acessibilidade comunicacional plena: 4 7,6%, além de não saber que para ser acessível
uma obra audiovisual deveria conter estes três recursos de Tecnologia Assistiva, nunca
tinham assistido a um filme com audiodescrição, enquanto 19% nunca tinham assistido a
um filme com acessibilidade para surdos.
Especificamente sobre a participação em um evento gastronômico às cegas como
uma atividade de sensibilização, 90% declararam ter sido a primeira oportunidade. Tendo
sido feita uma descrição do ambiente em que o evento ocorreu por meio da qual fora
informado onde estavam dispostos os doces, salgados e bebidas, 67% destacaram
facilidade para localizar e consumir os produtos, ainda que estivessem com os olhos
vendados. Estando os produtos totalmente embalados individualmente, questionados
sobre o modo como escolheram o que iriam consumir, responderam usar o olfato, o tato

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e a audição para perceber o que os outros participantes estavam falando. Um participante


disse ter feito uma escolha aleatória. O cardápio do evento foi composto por comidas e
bebidas tradicionais de Mato Grosso do Sul, entre as quais a sopa paraguaia, a saltenha,
o bolinho de arroz com guavira e o chá mate gelado. Questionados sobre a sensação de
identificar na boca a cultura sul-mato-grossense, destacaram ter sido "uma delícia de
sabor", "conseguimos identificar melhor os alimentos" e "muito interessante a descoberta
de sabores e aromas".
Bonito não tem cinemas, teatros ou casas de espetáculos. Tampouco museus. No
contraponto, restaurantes, bares e hotéis são, atualmente, os ambientes de trocas culturais
da cidade. Chamou atenção a declaração espontânea de empresários do setor de
hospitalidade destacando o fato de terem sido "tocados" e naturalmente e
consequentemente transformados pelo aprendizado construído pelo convívio com as
pessoas com deficiências: as presenças de um cego e de um cadeirante contribuíram para
que os gestores destes empreendimentos aprendessem com eles a como bem acolher
pessoas com deficiências em seus empreendimentos.
Questionados se, depois de participar das atividades de sensibilização, os 22
participantes que responderam ao questionário percebiam em si uma transmutação em
sua forma de observar estes espaços de hospitalidade, responderam que "sim" e "com
certeza", destacando: "ainda falta muito para ter acessibilidade"; "precisa de uma
capacitação e uma grande troca de conhecimentos para acessibilidade para todas as
pessoas, principalmente nos restaurantes, bares e hotéis para quebrar barreira atitudinal";
"estão acontecendo algumas mudanças"; "além de ser uma cidade turística, precisa de
mais acessibilidade"; "a cidade deve investir em espaços de cultura acessíveis" e na
"democratização da cultura". Um participante destacou: "As pessoas nativas da região
não estão contempladas no Festival. Apenas em uma atividade paralela que fui havia
inclusão cultural de pessoas que vivem na região e expuseram sobre cultura local".
Considerando que a cidade de Bonito é estruturada com acessibilidades urbana e
arquitetônica, com grande potencial de tomar-se uma referência em turismo acessível,
perguntamos: o que falta, então? Dos 22 participantes, 21 responderam:

Falta os senhores proprietários abrir espaço para a acessibilidade em geral.

Precisa quebrar todas as barreiras arquitetônicas, instrumental, metodológica,


natural e duas barreiras que são muito importantes: atitudinal e
comunicacional. Quebrando essas duas barreiras eu acho que a outras vão ser
quebradas tranquilamente. Claro que não pode faltar a barreira programática

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que ajuda a levar acessibilidade e inclusão a frente investir em projetos para


sensibilizar muito mais as pessoas da cidade de Bonito e as cidades vizinhas
não só pessoas do comércio mas os familiares das pessoas com deficiência e
sem deficiência.

Um olhar para as pessoas com alguma deficiência

Acredito que falta mais acessibilidade

Ampliar a acessibilidade, não apenas para pessoas com mobilidade reduzida,


mas para todas as deficiências

Eu caminhava em uma rua paralela à avenida principal e vi uma senhora


reclamar que precisava andar no meio da rua para evitar buracos na calçada. A
meta de acessibilidade é dificil, mas deve estar por todos os lados, não só nos
espaços principais.

Tomar acessível a todos.

Precisa ter acesso a libras.

Mais conhecimento sobre o tema acessibilidade.

O que falta para a cidade de Bonito se tomar mais acessível é se colocar no


lugar (empatia) e desconstruir algumas ideias PRÉ conceituosas/estereotipadas
que grande parte das pessoas, por ignorância, apresenta. Como por exemplo:
uma pessoa com cegueira andando na rua sozinha ouve o seguinte
questionamento, você está andando sozinha? Cadê sua mãe/acompanhante para
te guiar. Além disso, a cidade precisa promover mais formações como a que
ocorreu em Bonito para fazer propagar o conhecimento.

Regras estabelecidas pelo poder publico, para que empresários possam se


adequar sem ter prejuízos, e assim fazer um trabalho de qualidade para
acessibilidade de todos.

Por parte da administração pública e privada falta vontade, atitude e também


falta que essas pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida se façam
presentes e assim exijam que os seus direitos sejam respeitados. Frequentar os
espaços mesmo antes deles estarem I 00% acessíveis criando a necessidade de
adequação e melhorias. Pois quando não há demanda, os responsáveis por estas
melhorias não terão sensibilidade para fazê-las.

Adaptações e os moradores locais ter conhecimento dessa acessibilidade.

Falta um treinamento maior e conscientização do frade. De modo que este


possa se preparar melhor; é saber que este é um mercado a ser explorado.

Conhecer mais sobre acessibilidade para atender o turista.

Falta mais acesso, mais eventos para mostrar pro público.

Compromisso dos governantes, falta às pessoas com deficiência e mobilidade


reduzida se fazerem presentes para que os espaços as acolham da melhor forma
possível.

Capacitação para trabalhadores da área hoteleira, turismo, educação e


comercio.

Capacitação para as pessoas que trabalham com o público.

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Muito mais sinalização, equipamento de acessibilidade e materiais de divulgação


com linguagens inclusivas. Das atrações que fui não encontrei possibilidade de
inclusão nos equipamentos.

Para analisar se o objetivo de sensibilizar os participantes fora alcançado, eles


foram questionados sobre o que sentiram depois da experiência de "se colocar no lugar
outro", ainda que por breves minutos, durante as atividades de sensibilização propostas
no Festival de Bonito:

Pudemos pensar no próximo e não só em si próprio.

Foi momento único, de muita aprendizagem e comunicação.

É onde a gente deve estar sempre: no lugar do outro, pois só assim vamos
entender a necessidade de cada um, inclusive entender melhor a nossa própria
condição.

Sentir na própria pele o que o outro sente.

Vivenciar as dificuldades que o outro sente.

Uma sensação ímpar, que faz vermos as dificuldades que as pessoas passam.

Dificil: me senti deslocada.

Maravilhoso. A minha percepção mudou muito, me fez ter mais empatia.

Uma experiência que todos deveriam ter, acredito que assim a sociedade
poderia compreender a importância da acessibilidade no nosso meio.

Foi único. Pude aprender mais sobre acessibilidade e poderia passar para quem
quiser aprender.

Esse é um exercício muito dificil, mas que deveria ser cotidiano, empatia é
fundamental.

Mudança de perspectiva, respeito e empatia sempre.

Repensar muitas das minhas práticas e dos espaços em que vtvo


cotidianamente.

No último item do questionário, abriu-se espaço para comentários, criticas e


sugestões. Além dos agradecimentos, assim os participantes se pronunciaram:

Em minha opinião tinha que falar sobre os surdos.

Poderia ter mais integração e inclusão com todo o festival com acessibilidade
seria plena para todos.

Que continue com a inclusão, foi importante para as pessoas que almejam
conhecer esses eventos de grande valia para todos, agradeço pela minha
participação e espero que continue sempre assim.

Agradeço pela iniciativa que tiveram e pela oportunidade de servir.

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Só tem a agradecer essa experiência que foi sensacional.

Continuar com acessibilidade, a inclusão, isso é de grande valia e as pessoas


com deficiências serem incluídas.

Ensinar os moradores locais e hotéis a ter acessibilidade voltada para turistas


com deficiências.

Muito bom, obrigado pela oportunidade!

As atividades de sensibilização para a Acessibilidade Cultural foram ótimas.


O ideal seria a participação de pelo menos O1 representante de cada setor da
sociedade. Ex: educação, hotelaria, segurança etc.

Para os próximos anos, que mais pessoas se envolvam/participem das


atividades pois foram ótimas.

Penso que faltou algo mais sobre a percepção de cultura e gastronomia das
pessoas participantes. Bem como, a questão da cultura regional que o Festival
pouco contempla ou invisibiliza. Interessante pensar em invisibilidade cultural
e deficiências; um diálogo bem interessante a se provocar nas pessoas do
Evento e em outros espaços.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao inserir ações de sensibilização em Acessibilidade Cultural na programação da
vigésima edição do Festival de Inverno de Bonito, os gestores da Fundação de Cultura de
Mato Grosso do Sul talvez não tivessem vislumbrado o impacto e a transformação
ocorrida na cidade, principalmente quanto à quebra de barreiras atitudinais.
Em nossa observação e fundamentados nas respostas ao Questionário de
Avaliação, concluímos que, a partir desta vigésima edição do Festival, Bonito aprendeu
a aprender, na prática, a relevância da premissa "Nada sobre nós, sem nós". Proprietários
de estabelecimentos gastronômicos declararam espontaneamente o quão relevante foi o
fato de pessoas com deficiências estarem presentes em seus estabelecimentos e o hotel no
qual se hospedaram pessoas com deficiências, no dia seguinte ao encerramento do evento,
iniciou obras de adequação às normas de acessibilidade arquitetônica.
Considerando que, de acordo com o Observatório de Turismo e Eventos de
Bonito, a busca da cidade como destino turístico cresceu 6% em relação a 2018, nesta
cidade com população de pouco mais de 19 mil habitantes (IBGE, 2011 ), na qual 60%,
de algum modo, vivem do turismo, sensibilizar 98 formadores de opinião para multiplicar
a acessibilidade pode ser considerada uma iniciativa exitosa e, sem dúvida, de grande
contribuição para futuras conquistas do trade.

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Pelas respostas dos participantes que avaliaram as atividades de sensibilização


realizadas no Festival de Inverno de Bonito e pela mudança de paradigma nos
equipamentos de hospitalidade traduzida na forma de melhor estruturarem-se para acolher
todas as pessoas, ao final do evento é possível afirmar que o primeiro passo em direção à
inclusão é, de fato, uma escolha humana.

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REFERÊNCIAS

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permanência de todos os alunos na escola : necessidades educacionais especiais dos
alunos I Maria Salete Fábio Aranha. - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Especial, 2005.

CARTILHA DO CENSO 2010 - Pessoas com Deficiência I Luiza Maria Borges


Oliveira I Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) I
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD) I
Coordenação-Geral do Sistema de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; Brasília
: SDH-PR/SNPD, 2012.

GALERY, Augusto. Empatia na educação inclusiva: conviver e ensinar na diferença.


In: DIVERSA. Publicado em 12.01.2018. Disponível em:
https:lldiversa.org.brlartigoslempatia-na-educacao-inclusiva-conviver-ensinar-na-
diferenca/. Acesso em: 13.05.2021

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) (2011) -


Censo 2010.

LIMA, F.; GUEDES, Lívia C.; GUEDES, Marcelo C. Áudio-descrição: orientações


para urna prática sem barreiras atitudinais. Revista Brasileira de Tradução Visual,
América do Norte, 2, mar. 2010.

LOPES, Marcos Venícios de Oliveira. Sobre estudos de casos e Relatos de


Experiência... Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, vol. 13, núm. 4, 2012.
Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, Brasil.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Guia Orientador para Acessibilidade de Produções


Audiovisuais. Secretaria do Audiovisual. 2015.

PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro. Educação da sensibilidade: informação em arte e


tecnologias para inclusão social. Inclusão Social, Brasília, v.1, n.1, p.51-55, out./mar.
2005.

RENÉ BARBIER, L'écoute sensible dans la formation des professionnels de la santé.


Conférence à l'Ecole Supérieure de Sciences de la Santé. Brasília, juillet 2002.

SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA- Capacitação em Acessibilidade. 2013.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.6, p. 55493-55507 jun. 2021

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