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DISCIPLINA: Comunicação e Expressão

Atividade

Leia o texto seguinte e responda ao que se pede:

Você conhece Frida Kahlo?

Por Adriana Franzin - Portal EBC*

Filha do famoso fotógrafo judeu-alemão Guillermo Kahlo e de Matilde Calderon y Gonzales,


mestiça indígena, Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 em Coyoacan, México.
Quando criança, ela se vestia como menino. Aos seis anos, ela sentiu uma forte dor na perna
direita. Descobriu que era poliomielite. Passou nove meses isolada, em casa. Ficou com uma
deficiência no pé e mancava. Seu pai a ajudou a suportar as dificuldades e deboches incentivando ela
a praticar esportes como natação, boxe e luta.
Durante a infância, o México passou por um período conturbado de revolução. O conflito
marcou a personalidade dela, fortalecendo a cultura nacional. Ela foi uma das primeiras mulheres a
entrar na Escola Preparatória Nacional, em 1922. Aos 15 anos, aprendeu a ler em três idiomas e decidiu
que queria ser médica.
Em 1925, o ônibus em que estava se colidiu com um bonde. O bonde atravessou o ônibus,
atropelando muitas pessoas. Os médicos achavam improvável que Frida sobrevivesse: tinha quebrado
a coluna e a pélvis em três lugares; a perna direita, em onze; a clavícula e três costelas; o pé direito
tinha sido deslocado e esmagado.
Precisou ficar deitava para se recuperar por muito tempo. E, para passar o tempo, começou a
pintar.
Ela pintava para si mesma, como uma forma de lidar com a dor que sentia e para preencher o
tempo. Suas obras retratam a sua vida, seus sofrimentos e dores e, também, seus sentimentos intensos
de paixão, resiliência, amor à vida.
Aos 21 anos ela estava recuperada e partiu para a cidade. Uniu-se a um grupo de socialistas,
marxistas, onde se encontrou e se apaixonou por Diego Rivera, pintor muralista muito reconhecido na
época. Já tinha sido casado duas vezes e tinha três filhos. Ele gostava das pinturas dela e passou a
gostar de Frida também. Logo se casaram.
O casamento tinha muitas complicações e Frida sofria muito com isso. Passou a pintar telas
cada vez menores e sem anseios de se tornar uma artista reconhecida. Mas suas obras, tão expressivas,
fortes, marcantes e de um estilo singular foram pintadas nessa época. Engravidou e perdeu o bebê.
Eles moraram em São Francisco, Nova Iorque e Detroit, nos Estados Unidos. Ela teve o
segundo aborto e quase morreu outra vez. Voltaram ao México e Diego se envolveu com a irmã dela.
Frida cortou os cabelos, deixou de vestir vestidos coloridos e floridos e se mudou pra outra casa,
levando seu macaco. Depois de um ano, Frida fez as pazes com a irmã e com Diego e foram morar
juntos numa mansão construída por ele. Tempos depois participou de uma exposição coletiva e
começou a atrair a atenção dos críticos de arte.
Foi convidada, em seguida, para expor suas obras em Nova Iorque e foi um sucesso. Dali seguiu
para França, onde também foi aclamada. Aos 32 anos, ela já era conhecida e reconhecida por seu
trabalho. Se separou novamente de Diego e sua saúde se complicou outra vez. Ela se tratou em São
Francisco e, depois de um tempo, decidiu se casar novamente com Diego.
Problemas de coluna pioraram drasticamente e Frida se viu presa ao leito e a vários coletes, de
aço e gesso para se sustentar. Ela não andava mais. E pintava retratos sobre ela e sobre o comunismo.
Em 1953, uma amiga de Frida, Lola Bravo, quis fazer uma exposição só com as obras dela.
Ela estava acamada. E foi assim que recebeu seus
amigos e admiradores. Eles cercaram a cama dela
e fizeram uma grande festa. Dois meses depois,
os médicos decidiram amputar a parte inferior da
perna direita dela, por conta do agravamento do
estado do pé defeituoso.
Em seu último quadro, pintado dias
depois da cirurgia, ela retratou melancias
cortadas e escreveu "Viva la vida" (Viva a vida).

Vítima de uma embolia pulmonar,


Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon
morreu em 13 de julho de 1954, aos 47 anos.
Ela foi encontrada sem vida na casa construída pelo seu pai, onde nasceu. As últimas palavras foram
encontradas em seu diário: “Espero alegre a minha partida – e espero não retornar nunca mais”.
(Disponível em <http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2016/04/voce-conhece-frida-kahlo> )

a. A imagem de Frida Kahlo tornou-se uma das mais conhecidas e marcantes do século XX. O que,
no texto, chamou a sua atenção para que a artista fosse considerada conhecida e marcante? Explique.
b. Reproduzida em camisetas, sacolas, canecas, adesivos e outros produtos, a
figura de Frida Kahlo transformou-se em um ícone pop. Esta premissa anuncia
apenas uma das dualidades ou ambivalências presentes na vida e obra desta
extraordinária artista mexicana, feminina e masculina ao mesmo tempo, de
um corpo frágil e personalidade forte, sofrida e alegre, extrovertida e
intimista, uma mulher à frente de seu tempo e completamente distante da ideia
de superficialidade. Por que se pode dizer que Frida Kahlo foi uma mulher à
frente de seu tempo? Explique.

c. Retorne ao texto Você conhece Frida Kahlo? e aponte as três principais ideias.

d. Observe que o texto/figura a seguir apresenta uma relação com outros textos
(intertextualidade) e
com seus conhecimentos
prévios. Sendo assim,
faça a interpretação sobre
ele.

e. O texto a seguir foi retirado da matéria intitulada O que você DEVE saber
sobre a vida de Frida Kahlo, publicada em 6 de Outubro de 2015. O subtítulo
da matéria é “Entenda o que é essencial saber sobre a artista Frida Kahlo e
qual obra é imperdível durante a exposição”. Explique qual a intenção de seu
autor com a imagem a seguir:
O que você DEVE saber
sobre a vida de Frida Kahlo
Entenda o que é essencial saber sobre a artista Frida Kahlo e qual obra
é imperdível durante a exposição

Frida Kahlo foi uma artista mexicana que, com o passar dos anos, ganhou muito destaque
dentro do universo artístico. Até o dia 10 de janeiro de 2016, a exposição Frida Kahlo:
Conexões entre mulheres surrealistas no México estará em cartaz no Instituto Tomie
Ohtake, em São Paulo, possibilitando que o público conheça alguns aspectos sobre Kahlo,
bem como das outras surrealistas mexicanas homenageadas, como Remedios
Varo e María Izquierdo.

Já parou para pensar o que você sabe sobre Frida Kahlo? A fim de criar um guia de tópicos
essenciais sobre a vida e obras da pintora, a Universia Brasil conversou com a curadora
da exposição Teresa Arqc e a coordenadora da Ação e Pesquisa Educativa do Instituto
Tomie Ohtake Galciani Neves. Confira:

 A artista tinha uma personalidade marcante

Segundo Galciani, “Frida Kahlo foi uma personagem contraditória, cheia de características
e aspectos que reforçavam as dualidades, assim como o contexto do México na época”. O
período foi marcado por grandes transformações, já que houve uma forte revolução
popular e a maior discussão da época era a identidade do sujeito mexicano, entrando em
consonância total com as ambiguidades da artista projetadas nas telas.

Teresa Arqc enfatizou que a identidade da personagem estava em constante mudança. Era
uma mulher livre e única, pioneira em muitos sentidos. “A vida de Frida não se resumia a
dor e sofrimento: também havia paixão, celebrações, amigos e muito amor pelo México”,
sendo essas as características essenciais da personalidade.

 O trabalho dela estava conectado com a arte

Para Teresa Arqc, “Frida desenvolveu um estilo único e fez um trabalho incomum criando
autobiografias narradas. Ela pintava a própria realidade, os sentimentos, as dores e cruzava
a linha entre o público e o íntimo”. A curadora afirmou que essa característica pode ser
uma das mais importantes para fazer com que o público sinta empatia pelas obras.

Galciani compartilha da mesma visão: “nós nos reconhecemos e identificamos na


pluralidade de personalidades das obras de Frida”. Ela contou que os autorretratos
costumam ser considerados produções em si mesma das, com uma poética egocêntrica, se
analisadas de maneira mais superficial. No entanto, mostravam uma mulher engajada,
lutando pelos direitos e envolvida com a cultura. “Existem muitas camadas nas obras de
Frida Kahlo, muitas Fridas que convivem juntas e estão ali autocontidas”, afirmou.

Qual é a obra imperdível da exposição?

Para Galciani Neves, a litogravura “Frida e o aborto” é a obra imperdível da exposição,


sendo que muitas vezes os visitantes não prestam muita atenção nela por ter sido feita em
papel e em preto e branco. “É uma obra que fala um pouco da ambiguidade de todos esses
seres tão diferentes contidos na Frida”, justifica a escolha.

Ao analisar a obra, Galciani explica que “de um lado Frida se representa de corpo nu quase
como um desenho de anatomia. Colocou-se ligada a terra, à raiz, à cultura e é como se
saísse das suas costas um vulto de um braço que segura uma paleta de cores. Na outra
metade, tem uma Frida mais límpida, mais clara, com menos detalhes, mas ao lado dela,
há uma representação celular de um zigoto, até de uma criança”. A obra deixa claro uma
mulher dividida. Galciani conta que “Frida era uma mulher ligada às raízes, ma s que vive
o drama de ter sofrido – ou provocado – três abortos”.
Fonte: Shutterstock (disponível em
<http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2015/10/06/1132087/deve-saber-

sobre-vida-frida-kahlo.html>)

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