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RELAÇÕES

Conceito de Relação:

Intuitivo vs. Formal: Similaridade entre abordagens intuitivas e formais.

Exemplos Cotidianos:

Parentesco

"Maior ou igual" (ex. estatura)

"Igualdade" (ex. números reais)

Lista telefônica: Assinante → Número

"Faz fronteira com": Países

Filas em bancos: Caixas diversos.

Computação e Informática:

Base em relações e conceitos derivados, como funções.

Construções exclusivas: Banco de Dados Relacional, Rede de Petri.

Desenvolvimento de Conceitos:

Relação Dual: "Virar" ou "Inverter" a relação.

Composição de Relações: Aplicação de uma relação sobre o resultado de outra.

Tipos de Relações: Funcional, Injetora, Total, Sobrejetora, Monomorfismo, Epimorfismo, Isomorf-


ismo.Ênfase na Computação e Informática:

Diferença em relação à abordagem matemática tradicional.

Exemplos: Injetora e sobrejetora usualmente definidos para funções na matemática tradicional,


na Computação, relação e função parcial igualmente importantes.

Correlação de Conceitos: Funcional e total são conceitos duais de injetora e sobrejetora, simplifican-
do definições e provas.

Conceito de Relação em Matemática e Computação:

Usado no cotidiano, presente na Matemática e, consequentemente, na Computação e Informática.

Exemplos de Relações: a) Teoria dos Conjuntos:

Igualdade e contenção. b) Lógica:

Equivalência e implicação.

Tipos de Relações:

Binárias, ternárias, quaternárias, unárias, etc.

Algumas relações definidas sobre coleções não conjuntos.

Definição de Relação (4.1):

Relação (pequena e binária) R de A em B é subconjunto de AxB.

Partes: Origem A, Destino B, Conjunto de Pares R.


Interpretação:

Para (a, b) ∈ R, a relaciona-se com b.

Exemplo de Relação (4.12):

Sejam A = {a}, B = {(a, b)}, C = {0, 1, 2}. a) ∅ é uma relação de A em B, A em C, B


em C, etc. b) AxB = {(a, a), (a, b)} é relação com origem em A e destino B. c) Relação de
igualdade em A e B é {(a, a)}. d) CxC = "menor que" de C em C: {(0, 1), (0, 2), (1, 2)}. e)
CxB = {(0, a), (1, b)} é relação de C em B.

Denotação de Relação:

R ⊆ AxB denotada como R: A → B.

Elemento (a, b) ∈ R frequentemente denotado como aRb (infixado).

Exemplo 4.2 - Relações Específicas: a) Para C: P(B) > P(B), "a" está relacionado com "b" em
C. b) Para <: C-C, 0 está relacionado com 2 em C. c) Para =: A > A, "a" é igual a "a" em A.

Relações e Endorrelações:

Relações nem sempre relacionam entidades do mesmo conjunto.

Exemplo: Lista telefônica relaciona pessoas com números.

Relacionar entidades do mesmo conjunto é chamado de endorrelação.

Definição 4.2 - Endorrelação ou Auto-relação:

Relação R: A > A em um conjunto A.

Exemplo 4.3 - Endorrelações: a) Ns é uma endorrelação em N. b) (Z, <) é uma


endorrelação. c) (0, =) é uma endorrelação. d) (P(A), 6) é uma endorrelação. e) (P(R), C)
é uma endorrelação.

Representação Gráfica:

Diagrama de Venn usado para representar R: A > B.

Elementos relacionados ligados por setas.

Exemplo: (a, b) em R: A > B e endorrelação (C, <).

Conceitos Importantes:

Domínio de Definição: Conjunto A em R: A > B. Se (a, b) pertence a R, então R está definida


para "a".

Conjunto Ima gem: Conjunto B em R: A > B. Se (a, b) pertence a R, então "b" é a


imagem de "a".
Endorrelação como grafo
Representação de Endorrelações como Grafos:

Toda endorrelação R: A > A pode ser representada como um grafo, proporcionando uma
visão clara do relacionamento e de suas propriedades.

A representação física como grafo é útil, mesmo para relações com um número infinito
de pares.

Representação de Endorrelação R: A > A como Grafo:

Cada elemento de A é um ponto ou círculo (nodo).

Cada par (a, b) da relação é uma seta, arco ou aresta, originando-se em "a" e indo para
"b".

Exemplos de Endorrelações como Grafos: a) Endorrelação S: A > A é representada por um


grafo sem arestas. b) Endorrelação (B, =), definida por ((a, a), (0, b)), é representada por
um grafo. c) Endorrelação (€, <), definida por £((0, 1),(0,2),(1,2)), é representada por
um grafo. d) Endorrelação R: C=C, definida por R=((0,2),(2,0),(2,2)), é representada por
um grafo.

Observações:

Possibilidade de definir endorrelações com múltiplos arcos distintos entre o mesmo par de
nodos.

Nem todo grafo é uma relação, sendo importante compreender essa distinção.

Operações em Relações: Dualidade e Composição

Duas questões fundamentais no estudo de relações são a inversão das componentes de cada
par ordenado, criando uma relação dual, e a aplicação de uma relação sobre o resultado de
outra, gerando uma relação composta. Essas operações, junto com operações em conjuntos
como união e interseção, formam uma álgebra de relações, sendo uma álgebra extensa,
pois a coleção de todas as relações não é um conjunto (justificativa sugerida como exercício).

Relação Dual
Seja R: A > B uma relação
A Relação Dual ou Oposta de R, denotada por R: B > A ou >A, é dada por Ri = ((b, a) |
(a, b) ∈ R).

Observação sobre Terminologia


O termo "relação dual" ou "oposta" é preferido ao termo "relação inversa" para evitar
confusão com o conceito de uma relação que possui inversa.

Exemplo - Relação Dual:

Relação Dual e Composição de Relações


Se A = {a}, B = {a, b} e C = {0, }.

1, 2

Exemplos de relações e suas relações duais:

A > B: ((a, a))T(0, a), (1, b) ∈ C - B

B = 0P : ((a, a))T((0, a), (1, b)) F ∈ C != ((a, 0), (b, a)) ∈ B > C

A x B: (a, b) ∈ A x B

A > B: (a, b) ∈ A - B

A x B: (a, b) ∈ B > A

D: ( , a) ∈ B >
P = 0: B > A < C > C < O P = 0: B > A < C > C

Ilustração Gráfica:

A relação < : C > C e sua dual <0P: C - C são representadas na Figura

4.7 (esquerda e direita, respectivamente) usando Diagramas de Venn.

Comparação com o Exemplo 4.5 - Representação de Relação no Plano Cartesiano

Exemplo 4.9 - Representação de Relação Dual no Plano Cartesiano:

a) Relação Trigonométrica Seno:

R: y = sen(x), representada na Figura 4.8 (esquerda);

R^o: y = sen(x), representada na Figura 4.8 (direita).

b) Figura Geométrica Parábola:

R: R^a = {(x, y) | x = y^2}, representada na Figura 4.8 (esquerda);

R^o: R^0P = {(y, x) | x = y^2}, representada na Figura 4.8 (direita).

Figura 4.9 : Grafos - Endorrelações e as Correspondentes Endorrelações Duais: a) <R>: 0 -> 1, 1

-> 2, 2 -> 0 (0/1/2); b) <R^o>: 0 -> 0, 1 -> 1, 1 -> 2, 2 -> 0 (0/1/1/2).

Figura 4.10: Matrizes - Relações e as Correspondentes Relações Duais:

4.4.2 Composição de Relações:

Definição : Composição de Relações:

Sejam R: A -> B e S: B -> C relações. A Composição de R e S, resultando na relação


composta R;S: A -> C, é tal que: R;S: ((a, c) | (a, b) ∈ R ∧ (b, c) ∈ S).

Graficamente:
O grafo da relação composta R;S é o dual da endorrelação, ou seja, o grafo dual do grafo R e
S.

Figura 4.11: Composição de Relações:

Exemplo:

Sejam G = (A,(A,B)) e G' = (B,(B,C)), com os seguintes grafos:

G: R = {(0, 1), (1, 2), (2, 0)} (Figura 4.9, esquerda);

G': S = {(1, x), (2, 9), (5, 9), (5, 2)} (Figura 4.9, direita).

A composição R;S = {(a, x), (d, y), (d, 2)} (Figura 4.11).

É importante verificar se a composição de relações é associativa.

As endorrelações correspondentes <R> e <R^o> são definidas como segue:

<R>: 0 -> 1, 1 -> 2, 2 -> 0 (0/1/2);

<R^o>: 0 -> 0, 1 -> 1, 1 -> 2, 2 -> 0 (0/1/1/2).

A Figura 4.9 (direita) ilustra essas endorrelações e suas respectivas relações duais.
Relação como matriz
Suponha que A seja um conjunto finito com elementos a1, a2, ..., an, e B seja outro
conjunto finito com elementos b1, b2, ..., bm. A representação de uma relação R: A - B na
forma de matriz é especialmente interessante para implementação em um sistema
computacional. A representação é a seguinte:

O número de linhas é n (o número de elementos do domínio).

O número de colunas é m (o número de elementos do contradomínio).

Portanto, a matriz resultante possui m + n posições ou células. Se (ai, bj) pertence a R,


então a posição da matriz determinada pela linha e coluna j contém o valor verdadeiro;
caso contrário, contém o valor falso. Por simplicidade visual, nas matrizes, são usados os
dígitos 0 e 1 para representar falso e verdadeiro, respectivamente.

Exemplo 4.7 - Relação como Matriz:

Sejam as matrizes A = (a1, a2, a3), B = (b1, b2) e C = (0, 1, 2).

Na Figura 4.5, as seguintes relações são representadas:

a) R: A - A (como seria a relação R: C - ?). b) R = {(a, a), (b, b)}. c) R: C - B tal que R
= {(0, 1), (0, 2), (1, 2)}.

As relações são representadas como matrizes na Figura 4.6 (da esquerda para a direita):

d) R: C - C tal que R = {(0, 2), (2, 0), (2, 2)}. e) A x B: A - B tal que S = {(0, a), (1, a),
(1, b)}. f) R: C - P(A) tal que R = {(0, {a, 1}), (2, {}), (2, {a, b})}.

Essas representações matriciais podem ser úteis para implementações computacionais


eficientes e visualizaçã o de relações entre conjuntos.
Tipos de relações

Funcional e Injetora:

Uma relação pode ser funcional e injetora simultaneamente.

Cada elemento do domínio tem, no máximo, um elemento correspondente no

contradomínio, e vice-versa.

Total e Sobrejetora:

Uma relação pode ser total e sobrejetora simultaneamente.

Cada elemento do domínio tem pelo menos um elemento correspondente no

contradomínio, e vice-versa.

Monomorfismo:

Uma relação é monomorfismo quando é simultaneamente total e injetora.

Epimorfismo:

Uma relação é epimorfismo quando é simultaneamente sobrejetora e funcional.

Isomorfismo:

Uma relação de isomorfismo estabelece uma noção de igualdade semântica entre os

elementos do domínio e do contradomínio.

Esses tipos de relações possuem uma noção de dualidade que simplifica o estudo e

entendimento:

Dualidade:

Em Teoria das Categorias, a dualidade é plenamente explorada, dividindo o trabalho pela

metade.

Funcional é o dual de injetora, e vice-versa.

Total é o dual de sobrejetora, e vice-versa.

Monomorfismo é o dual de epimorfismo, e vice-versa.


Funcional e Injetora em Relações:

Funcional e Injetora são conceitos específicos em relação a uma relação R: A - B.

Relação Funcional:

Cada elemento do conjunto A tem, no máximo, um elemento correspondente no

conjunto B.

Exemplo: Relação entre A = {a} e B = {1, b}, onde cada elemento de A está relacionado, no

máximo, a um elemento de B.

Relação Injetora:

Cada elemento do conjunto B tem, no máximo, um elemento correspondente no

conjunto A.

Exemplo: Relação entre A x B e C, onde cada elemento do B está relacionado, no máximo,

a um elemento de A.

Para determinar se uma relação é funcional ou injetora, podemos analisar sua

representação como matriz ou como grafo. Na representação como matriz, podemos

verificar se existe no máximo um valor verdadeiro em cada linha (para funcional) ou

em cada coluna (para injetora). Já na representação como grafo, podemos verificar se

existe no máximo uma aresta partindo de cada nó (para funcional) ou chegando a cada

nó (para injetora).

É possível analisar uma relação tanto em termos da notação como matriz, verificando a

quantidade de valores verdadeiros em cada linha ou coluna, quanto em termos do grafo,

verificando a quantidade de arestas partindo ou chegando a cada nó.


a) Relações Injetoras

D: A -> B

Cada elemento em A está relacionado com, no máximo, um elemento em B

C = B ∆ A x B: A ->

Cada elemento em B está relacionado com, no máximo, um elemento em A.

Não são Relações Injetoras

B ∆ A B > A < C >

Alguns elementos em B estão relacionados com mais de um elemento em A

x²: Z ->

Para alguns elementos x em Z, existem dois elementos y em Z tal que y =

x².

Exemplos

Exemplo 4.13 - Relação Funciona

Exemplo 4.14 - Relação Injetora

Portanto, os conceitos de relação funcional e injetora não são complementares. É possível

encontrar exemplos de relações que são simultaneamente funcionais e injetoras, assim

como exemplos que não são.

b) Relação Total e Não Total:

Definição 4.10 - Relação Total: Uma relação R: A -> B é total se, e somente se, para cada

elemento a em A, existe pelo menos um elemento b em B que está relacionado com a.

Exemplo 4.15 - Relações Totais:

São Relações Totais

A x B: A ->

Cada elemento em A está relacionado com todos os elementos em B

Z -> Z, onde Z = {(x, x²) | x ∈ Z}

Para cada elemento x em Z, existe um único elemento y em Z tal que y =


x².

Não são Relações Totais


D: A - B, onde D = {(0, a), (1, b)}; C -
Nem todos os elementos em A estão relacionados com um elemento em B.

Ao considerar uma relação total na forma de uma matriz ou de um grafo, é possível


verificar que em uma matriz existe pelo menos um valor verdadeiro em cada linha, e
em um grafo existe pelo menos uma aresta partindo de cada nó.

c) Definição 4.11 - Relação Sobrejetora: Uma relação R: A -> B é sobrejetora se, e somente se,
para cada elemento b em B, existe pelo menos um elemento a em A que está relacionado
com b.

Portanto, em uma relação sobrejetora R: A -> B, cada elemento de B está relacionado com,
no máximo, um elemento em A.

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