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Cerimonial e Protocolo

Ana Cláudia do Lago Figliuolo

Curso Técnico em Eventos

CÓDIGO DE BARRAS
ISBN
Cerimonial e Protocolo
Ana Cláudia do Lago Figliuolo

Belém-PA
2013
Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

© Instituto Federal do Pará


Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal do Pará e a
Universidade Federal de Santa Catarina para a Rede e-Tec Brasil.

Equipe de Elaboração Coordenação de Design Instrucional


Instituto Federal do Pará – IFPA Beatriz Helena Dal Molin/UNIOESTE e UFSC

Coordenação Institucional Coordenação de Design Gráfico


Erick Alexandre de Oliveira Fontes/IFPA Juliana Tonietto/UFSC

Coordenação do Curso Design Instrucional


Marinete da Silva Boulhosa/IFPA Eleonora Schlemper Mendonça/UFSC
Dóris Roncarelli/UFSC
Professor-autor
Ana Cláudia do Lago Figliuolo/IFPA Web Master
Rafaela Lunardi Comarella/UFSC
Comissão de Acompanhamento e Validação
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Web Design
Beatriz Wilges/UFSC
Coordenação Institucional Mônica Nassar Machuca/UFSC
Araci Hack Catapan/UFSC
Diagramação
Coordenação do Projeto Juliana Tonietto/UFSC
Silvia Modesto Nassar/UFSC
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC

Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária


da Universidade Federal de Santa Catarina

F472c Figliuolo, Ana Cláudia do Lago


Cerimonial e protocolo / Ana Cláudia do Lago Figliuolo. – Belém-
-PA: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará,
2013.
80 p.: il., tabs.

Inclui bibliografia
Curso Técnico em Eventos

1.Cerimonial. 2. Protocolo. 3. Eventos. I. Título.


CDU: 394.1
Apresentação e-Tec Brasil

Bem-vindo a Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui
uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-
nico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como
objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propi-
ciando caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promo-
toras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação
dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país,
incentivando os estudantes a concluir o ensino médio e realizar uma forma-
ção e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de
educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, - é capaz de
promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com auto-
nomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar,
esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!


Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Março de 2013
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br

3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de


linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o


assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão


utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes


desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em


diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

5 e-Tec Brasil
Sumário

Palavra da professora-autora 9

Apresentação da disciplina 11

Aula 1 - Cerimonial e protocolo: definições e histórico 13


1.1 Conceitos e definições 13
1.2 Histórico 15

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 19


2.1 Histórico do mestre de cerimonia 19
2.2 Definições 20
2.3 Funções do cerimonial 25

Aula 3 - Normas do cerimonial público


e a ordem geral de precedência 29
3.1 Precedência 29
3.2 Critérios para o uso da precedência 31
3.3 Ordem de Precedência 33
3.4 Decreto N° 70.274 de 09 de março de 1972 38
3.5 Precedência entre bandeiras 41

Aula 4 – Símbolos nacionais 43


4.1 Conceito 43
4.2 A bandeira nacional 43
4.3 O Hino Nacional Brasileiro 52
4.4 As armas nacionais 55
4.5 O selo nacional 57

Aula 5 - Pronomes de tratamento 59


5.1 A correta utilização dos
pronomes de tratamento 59

7 e-Tec Brasil
Aula 6 – Recursos humanos 63
6.1 Recursos humanos utilizados em eventos 63
6.2 Profissionais envolvidos no cerimonial
de um evento – perfil e atribuições 68
6.3 Normas e comportamentos no cerimonial 73
6.4 Ética no cerimonial 73

Aula 7 – Técnicas de como falar em público 75


7.1 Requisitos necessários para ser um
bom locutor/mestre de cerimônias 75

Referências 78

Currículo da professora-autora 80

e-Tec Brasil 8
Palavra da professora-autora

Prezado estudante!

É com o espírito de amor à educação que damos boas vindas à disciplina


Cerimonial e Protocolo. Esperamos que você possa se apropriar dos saberes
que serão apresentados. Esperamos também que você siga com os seus pró-
prios passos, que trilhe novos caminhos, que ouse, que transforme, com a
humildade de um eterno aprendiz.

A participação de cada um é de suma importância, sabemos que estamos


em um processo de ensino/aprendizagem diferenciado, é algo novo, e que
requer mais empenho por parte de todos os participantes, portanto, cada
participação é fundamental.

“Não é suficiente que saibamos, devemos aplicar;


não é suficiente que tenhamos boas intenções,
devemos agir.” (GOEHTE )

Bom estudo!
Professora Ana Cláudia do Lago Figliuolo

9 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina

Bem vindo à disciplina Cerimonial e Protocolo.

Esta disciplina é de fundamental importância para o desenvolvimento de


eventos. Você estará estudando a alma dos eventos, todos os procedimen-
tos, regras e condutas que regem um cerimonial; bem como as formalidades
e técnicas a serem seguidas.

Estamos felizes com a sua participação!

Esta disciplina está dividida em 07 (sete) aulas. Na primeira aula será aborda-
da a conceituação de cerimonial e protocolo, que muitas vezes é divergente
de autor para autor, e faremos um histórico. Na segunda aula será apresen-
tado o perfil do mestre de cerimônias, bem como do cerimonialista; em se-
guida apresentaremos as normas de precedência, depois os símbolos nacio-
nais, na sequência as regras e normas de conduta dos recursos humanos, os
pronomes de tratamentos e por fim, as técnicas de como falar em público.

Como podemos observar a disciplina se dá numa sequência, portanto vamos


nos empenhar ao máximo e aproveitar cada instante de nossas aulas.

Para você aproveitar ainda mais esta disciplina, sugerimos que ao longo des-
se caderno, cumpra com as atividades de aprendizagem propostas em cada
aula e sempre que precisar busque auxilio de seu tutor, através do Ambiente
Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA).

Boa sorte!

11 e-Tec Brasil
Aula 1 - Cerimonial e protocolo:
definições e histórico

Objetivos

Compreender as definições de cerimonial e protocolo e suas devi-


das diferenças.

Conhecer as razões e evolução do cerimonial e protocolo ao longo


da história.

Entender a importância do cerimonial e do protocolo na vida


profissional.

1.1 Conceitos e definições Cerimonial


É o conjunto das formalidades
A palavra cerimonial vem do latim, “cerimonialis”; significando conjunto que devem ser seguidas em
de formalidades que se deve observar em uma solenidade pública; regra que um ato solene ou festa pública.
Regra que estabelece tais
estabelece essas formalidades e livro que as contém. formalidades. Também chamado
de protocolo, é um ramo de ativi-
dade onde se congrega todos
Segundo Bettega (2002) cerimonial e protocolo são considerados sinônimos os procedimentos sociocultural,
protocolar público-privado das
por alguns autores, e por outros não. regras para a realização de atos
e solenidades. Todas as ativi-
dades correlatas a eventos de
Paulo Sérgio Schneider diz que “Protocolo significa a ordem hierárquica que inaugurações e atos envolvendo
atividades de classe, entidades
determina as regras de conduta aos governos e seus representantes em oca- políticas, estudantil, onde se
siões oficiais particulares”. “É a rigorosa observância de certas formalidades exige a normatização, programa-
ção, rotina é um trabalho do
em eventos oficiais, entre autoridades nacionais e estrangeiras” Cerimonial.

Protocolo
O protocolo codifica as regras que regem o cerimonial, define a precedên- O termo protocolo tem um
significado bastante amplo,
cia, formas de tratamento, lugares, trajes, e regulamenta o uso de Símbolos identificando-se diretamente
Nacionais, valorizando o resultado do evento por meio da adequação de com o próprio procedimento.
Por extensão de sentido,
cada ato ou atividade. Assim podemos dizer que cerimonial é um conjunto ”protocollo” significa também
de diretrizes preestabelecidas, que precisam ser conhecidas e observadas em um trâmite a ser seguido para
alcançar determinado objetivo
eventos oficiais ou especiais, sendo o indicador de como os participantes (“seguir o protocolo”).
devem se comportar no convívio social formal.

Aula 1 - Cerimonial e protocolo: definições e histórico 13 e-Tec Brasil


Para Lins (1991) “Cerimonial é o conjunto das normas para conduzir atos
oficiais sob as regras da diplomacia tais como a ordem geral de precedên-
cia”. “É a técnica de conduzir cerimônias, assim como a sequência lógica de
programa, recepção, evento, etc.”.

Portanto, concluimos que a boa observância do protocolo é a chave do ce-


rimonial. O cerimonial está relacionado com a sequência de acontecimentos
que resultam em um evento, e o protocolo, codifica as regras que irão reger
este cerimonial, dando privilégios e prerrogativas a quem de direito.

Observe nas Figuras: 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4 as circunstâncias de cada cerimônia.

Pode-se também entender a


inter-relação entre cerimonial,
protocolo e eventos, pela simples
identificação das funções do
cerimonial”. Para saber mais acesse:
http://www.al.ms.gov.br/Portals/0/
CONCEITUA%C3%87%C3%83O.
pdf

Figura 1.1: Cerimônia de posse


Fonte: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bancoImagemFotoAudiencia/bancoImagemFotoAudiencia_AP_111399.jpg

Figura 1.2: Cerimônia de formatura


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/813648

e-Tec Brasil 14 Cerimonial e Protocolo


Para saber ampliar seu
conhecimento sobre o assunto
“Cerimonial e protocolo” acesse
o site http://dicasdecerimonial.
blogspot.com.br/

Assista ao vídeo “Curso de


Cerimonial e Protocolo com
Lúcia Maria Vieira” disponível
em http://www.youtube.com/
watch?v=Ke5tHyWon8U e na
sequência faça um resumo e
poste sua tarefa no AVEA em um
Figura 1.3: Cerimônia de juramento à bandeira arquivo em mídia digital.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/129289

1.2 Histórico
É muito importante para você saber a razão da importância do cerimonial e
do protocolo na vida profissional e tomar conhecimento as razões e evolu-
ção dos mesmos ao longo da história.

Figura 1.4: Cerimônia de casamento


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1049540

Aula 1 - Cerimonial e protocolo: definições e histórico 15 e-Tec Brasil


1.2.1 Fundamentação histórica
do cerimonial e do protocolo
Desde a antiga Roma e França de Luis XIV, os esplendores da arte de servir e
os hábitos e costumes cerimoniosos já eram regulamentados.

Mas é importante saber que na corte de Faraó no antigo Egito o cerimonial


civil se confundia com o religioso. Todas as manhãs os sacerdotes com más-
caras de deuses realizavam uma cerimônia para o banho do rei em águas
sagradas, veja a Figura 1.5.

Figura 1.5: Cerimônia com máscaras de deuses


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/999545

Quando falecia algum membro da família real eram praticados longos rituais
de honras póstumas.

Os orientais, por cultivarem a disciplina, a hierarquia e o respeito mútuo,


foram grandes mestres de cerimônia, sendo os chineses os primeiros a pro-
duzirem a obra de cerimonial e etiqueta mais antiga. As cerimônias mais
desenvolvidas por eles eram as de casamento, de torneios de arqueiros e de
maior idade dos jovens, todas elas centradas nos ensinos de Confúcio (Fun-
dador do Confucionismo, sistema filosófico chinês preocupado com a moral,
política, pedagogia e religião).

e-Tec Brasil 16 Cerimonial e Protocolo


Figura 1.6: Cerimônia de casamento na China
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1081827

Nas civilizações gregas e romanas o cerimonial voltava-se para as crenças da


época e se manifestavam em funerais, casamentos e outros.

Na Idade Média, o cerimonial ganhou luxo e ostentação, destacando-se nas


cortes renascentistas da Itália, Áustria, Espanha e França. Os austríacos ela-
boraram várias normas com refinados rituais para seus reis e suas cortes.
Esses cerimoniais foram copiados pela maioria das cortes europeias e apri-
morados nos séculos XV a XVII.

O que se observa é que desde sempre, os rituais, cerimônias religiosas, es-


portivas, sepultamento, pinturas e danças indígenas e outras faziam parte do
mundo do homem primitivo. Talvez por um desconhecimento, por solidão
ou por uma forte necessidade de crer em algo, bem como disputa pelo po-
der, tudo se transformava em cerimônias de adoração e em rituais diversos.

Naquela época já havia uma ordem de precedência, nobres à frente dos


súditos assessores ao lado, e a figura da pessoa que os anunciava estava
sempre em destaque. Era o início da figura do Mestre de Cerimônias, que
será estudado com maior detalhe em outra aula.

Porém não havia nada pré-estabelecido, e a sequência dos eventos nem


sempre era a correta ou era cumprida. Portanto havia a necessidade, além
da observância das regras de etiqueta e boas maneiras, no mundo governa-
mental, além dessas necessitava-se também da fixação de normas do uso de
tratamentos, observar a sequência de uma programação que se constitui de

Aula 1 - Cerimonial e protocolo: definições e histórico 17 e-Tec Brasil


um conjunto de formalidades. Tendo resolvido este problema, resta outro, o
cerimonial estava pronto a sequencia programada, mas faltava algo que en-
volve a vaidade do ser humano, a ordem no falar, na posição de sentar, etc.

Para estabelecer uma ordem a esses acontecimentos surgiu o protocolo.

1.2.2 História do cerimonial no Brasil


Com a chegada de D. João VI, rei de Portugal e do Brasil juntamente com sua
Para ampliar seu conhecimento corte, em 18 de janeiro de 1808 intensificou-se a utilização do cerimonial no
acesse “Guia de Eventos,
Cerimonial e Protocolo” que diz respeito a instalação de todos no Rio de Janeiro, bem como todas
no site http://www.ifrj.edu.br/ as atividades pertinentes a seu reinado. Diante da cultura e hábitos comple-
webfm_send/1563
tamente diferentes dos da corte portuguesa, eles procuraram manter seus
Em 09 de março de 1972 foi costumes inserindo-os aos súditos brasileiros, e após o retorno da família
aprovado o Decreto nº 70.274
que estabelece as normas real, os seguidores da realeza procuraram manter os costumes adquiridos.
para o cerimonial público e a
ordem geral de precedência, Vale ressaltar que houve influências dos holandeses e espanhóis.
devendo ser utilizada ou servir
de base nos cerimoniais federais,
estaduais e municipais no Brasil. Vale ressaltar que a Lei nº. 5.700, de 1º. de setembro de 1971, rege a apresen-
Para saber mais acesse o link tação dos símbolos nacionais brasileiros, acrescentado-se ao Decreto nº 70.274.
http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/D70274.htm
Resumo
Nesta primeira aula você pode ver conceitos de diferentes autores sobre
cerimonial e protocolo. Pode observar que mesmo que alguns autores con-
siderem os termos sinônimos, eles possuem diferenças.

Atividades de aprendizagem
1. A partir da leitura do material, dos links e vídeos disponibilizados, faça um
resumo sobre as diferenças entre cerimonial e protocolo, o histórico no Brasil
e no mundo, e poste no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA).

e-Tec Brasil 18 Cerimonial e Protocolo


Aula 2 - O mestre de cerimonia
e o cerimonialista

Objetivos

Entender a diferença entre as figuras do mestre de cerimônia e do


cerimonialista. Compreender a história e as atribuições do mestre
de cerimônia e do cerimonialista.

Conhecer as funções do cerimonial.

2.1 Histórico do mestre de cerimonia


Para entendermos as atribuições, bem como as definições do mestre de
cerimônia e do cerimonialista, é necessário que voltemos um pouco no
tempo e vejamos que havia a presença do mestre de cerimônia entre os gre- Mestre de cerimônias ou MC
É o anfitrião de um evento públi-
gos há três mil anos a.C., os mesmos anunciavam as fases das reuniões que co ou privado. O MC geralmente
aconteciam nos anfiteatros. Já na China e no Japão, Mil anos a.C., o Mestre apresenta atuações como falar
com a plateia em geral, fazendo
de Cerimônias narrava os torneios de arco e flecha. com que o evento mantenha um
movimento. Consoante o evento,
o MC pode até contar piadas ou
anedotas, incentivar o público
a dançar, noticiar algum acontec-
imento importante, opinar sobre
um determinado assunto, entre
outros.

Cerimonialista
Pessoa encarregada da condução
da solenidade, ou seja, é o
responsável pelo cumprimento
das normas protocolares.

Figura 2.1: Solenidade


Fonte: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bancoImagemFotoSolenidade/bancoImagemFotoSolenidade_AP_95481.jpg

Na Roma antiga, eles eram utilizados como chefe dos trombeteiros que,
montado em seu cavalo, após tocar as trombetas eles anunciavam a passa-
gem do Imperador ou as medidas reais como aumento de taxas, proibições
e sanções, e outras decisões importantes.

Já na nossa era, ele aparece na figura do arauto. Com vestes de acordo com
os costumes da época, o mesmo anunciava quando os convidados entravam
em festas da nobreza, o anúncio era feito com as três batidas de um bastão
sobre um batente, produzindo um som alto e seco.

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 19 e-Tec Brasil


Dessa maneira o mestre de cerimônia foi ocupando seu espaço, sempre em
posição de destaque, iniciando e conduzindo as fases dos eventos.
Para saber mais acesse
“Historiando o cerimonial”
disponível no site http://www.
sertaoinformado.com.br/
conteudo.php?id=9887&sec=
2.2 Definições
COLABORADORES&cat=Zulei O Mestre de Cerimônias não deve ser confundido com o Chefe do Cerimonial.
de%20Goncalves

2.2.1 O mestre de cerimônias


O chefe do cerimonial também chamado de coordenador de eventos é res-
ponsável pelo planejamento, coordenação e organização do evento, em to-
das as fases, é também responsável pelo protocolo de implantação com as
precedências e os tratamentos utilizados de acordo com a legislação perti-
nente, planejando o roteiro da solenidade.

O mestre de cerimônias é a pessoa responsável em apresentar e dirigir um


encontro mantendo o assunto dentro da pauta. Definimos também o mestre
de cerimônias como o condutor do evento. É ele quem conduz, com segu-
rança, o evento, do início ao fim; também lê o roteiro que foi elaborado pelo
chefe do cerimonial.

Para o bom profissional de cerimonial é aquele que nunca se surpreende


com nada , evita, desfaz conflitos, assume todas as culpas (preserva sempre
o nome da instituição e do seu líder), gera alto conceito e boa imagem da
empresa, apresenta sempre soluções e não problemas.

Então de acordo com as definições acima, é impossível para o chefe do ceri-


monial ser o mestre de cerimônias, pois ele possui muitos detalhes para ve-
rificar, que seria impossível não sair da tribuna para solucionar os problemas
que por ventura ocorressem durante o evento, fato que o cerimonialista tem
que fazer no decorrer de todo o evento.

Seguindo estas definições quais características que um mestre de cerimônias


precisa ter?

• Primeiramente é importante ressaltar que o perfil do mestre de cerimônia


estará em foco. As luzes do evento estarão voltadas a ele em muitos mo-
mentos do evento. Seu vestiário, gestos, atitudes, tom de voz, tudo, ab-
solutamente tudo será observado e julgado pelos participantes do evento.

• O mestre de cerimônia deve ter discrição, ter compromisso ético, saber


contornar situações inesperadas, ter iniciativa, ser tranquilo, não se expor

e-Tec Brasil 20 Cerimonial e Protocolo


na hora das cerimônias, deve saber se dirigir e conquistar a plateia, sem
aparecer. Sim, sem aparecer, porque mesmo conduzindo o acontecimen-
to, existem os anfitriões, os convidados especiais, os conferencistas e a
plateia. São esses os donos do evento.

• O mestre de cerimônia necessita ter conhecimento, treinamento e aper-


feiçoamento de sua função; também precisa saber o que faz, como sair
de imprevistos.

• Vaidade, prepotência e arrogância não fazem parte da do mestre de ce-


rimônias. Também humildade excessiva, timidez, medo do público e pâ-
nico não combinam com ele. Estudos da oratória afirmam que para o ser
um bom orador não adianta apenas falar com elegância, é necessário
persuadir e convencer.

Figura 2.2: Mestre de cerimônia


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/462506

Há uma história contada aos oradores em aulas que diz que, “a diferença
entre os dois maiores oradores que o mundo conheceu Demóstenes e Cícero
(Roma, ano 106 a.C.); quando Cícero discursava o povo exclamava: ‘Que
maravilha’, e quando Demóstenes falava, o povo seguia em marcha.

Avaliando estes homens que pertenceram à história, concluímos que o bom


mestre de cerimônias precisa ter:

a) determinação e entusiasmo que possam convencer a plateia;

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 21 e-Tec Brasil


b) clareza e objetividade na sua fala, utilizando acima de tudo, aquilo que
tem de mais forte: o dom da palavra.

Na cerimônia também é importante observar que o mestre de cerimônia não


passa a palavra e sim anuncia quem falará, convida a usar da palavra. Ele
também não deve utilizar o verbo registrar para a presença de alguém e sim
agradecer a presença do mesmo.

Figura 2.3: Cerimônia


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1095489

2.2.2 O cerimonialista
O cerimonialista tem que estar atento as leis, normas, costumes, heráldica
(Ciência das figuras e cores dos escudos de armas, conjunto de emblemas
e brasão), vexilologia (estudo das bandeiras, pavilhões e estandartes), bem
como ao emocional das pessoas. A ele cabe a coreografia do evento

Ele tem que saber não só como fazer, mas também o porquê de fazer de
determinada maneira, para que o poder de argumentação seja melhor en-
tendido. Se ele não domina o assunto, fica tudo mais difícil.

Outro ponto crucial, é que o cerimonialista tem que saber administrar as vai-
dades, pois esse sentimento está presente no ser humano, e em se tratando
de eventos, de se sobressair, vale tudo para muitas pessoas.

Ele também deverá ter raciocínio rápido e um perfeito equilíbrio emocional


para poder conduzir um evento, ser discreto, pontual. A imagem também é
de fundamental importância, saber distinguir o traje, o perfume de acordo
com o tipo do evento.

e-Tec Brasil 22 Cerimonial e Protocolo


É sempre bom lembrar que num evento o cerimonialista está trabalhando,
ele não é um convidado.
Para ampliar seu conhecimento
e entender melhor o
assunto acesse o site http://
www.comunidea.com.br/
cerimonialista.html

Assista ao vídeo “Cerimonialistas


de casamento” disponível em
http://www.youtube.com/
watch?v=RsYkbmjyHmc e a
seguir faça um resumo sobre o
vídeo, com a sua opinião sobre
a função e importância de um
cerimonialista. Poste a sua tarefa
no AVEA em num arquivo em
mídia digital.

Figura 2.4: Cerimonialista: planejamento, administração e organização do evento


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/510382

Figura 2.5: Cerimônia de casamento


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/128742

2.2.3 Diferenças
Como já foi visto nas definições, a diferença está no fato do cerimonialista ser
a pessoa que planeja, administra e coordenada a organização do evento em
todas as suas fases, ele participa do evento desde o início, bem diferente do
mestre de cerimônias que no dia do evento faz a locução do mesmo, é respon-
sável pela apresentação do evento, seguindo um pauta previamente definida.

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 23 e-Tec Brasil


Devemos evitar também uma confusão atualmente frequente: Mestre de
Cerimonias não é Cerimonialista que cuida da organização de eventos ou
Continue a leitura acessando o de festas ou banquetes, Mestre de Cerimonias é aquele que apresenta e dá
site http://mestredecerimonial.
blogspot.com.br/ andamento ao evento observando as regras, a etiqueta, e cuidando de uma
correta postura social e profissional. Mestre de Cerimonias cuida do conjun-
to de formalidades, regras e normas, a serem seguidas na cerimônia oficial,
em especial, definindo a sua sequência lógica e regulando os diversos atos
que compõe. Ele é responsável pelo conjunto de procedimentos a serem
observados em eventos, festas, atos solenes

2.2.4 Atribuições
O PROJETO DE LEI N.º 5.425-A, de 2009 (Arnaldo Faria de Sá), que “dispõe
sobre a regulamentação da profissão de Cerimonialista e suas correlatas”
(relatora: Deputada Manuela D’Ávila) define oito atividades e atribuições dos
cerimonialistas, que são:

1. Planejamento, pesquisa, administração, coordenação e execução de pro-


jetos de Cerimonial;
2. Elaboração de orçamentos e definições operacionais e funcionais de pro-
jetos de Cerimonial;
3. Estudos de viabilidade técnica e financeira para implantação de projetos
e programas de Cerimonial;
4. Fiscalização e controle da atividade de Cerimonial;
5. Suporte técnico e consultoria em Cerimonial;
6. Estudos, análises, avaliações, vistorias, pareceres, perícias e auditorias de
projetos e programas de Cerimonial;
7. Ensino, pesquisa, experimentação e divulgação de novos instrumentos,
normas e procedimentos;
8. Qualquer outra atividade que, por sua natureza, se insira no âmbito de
suas profissões.

e-Tec Brasil 24 Cerimonial e Protocolo


Para saber mais acesse o site
http://www.camara.gov.br/
proposicoesWeb/prop_mostrar
integra;jsessionid=B92871723
85DAF9AA496BAAE8668873D.
node1?codteor=669689&filena
me=Avulso+-PL+5425/2009

Figura 2.6: Cerimonial


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/916221

2.3 Funções do cerimonial


As funções do cerimonial variam de acordo com as demandas específicas de
cada evento a ser realizado. Cada uma destas funções terá maior ou menor
destaque a depender da natureza do evento que está sendo realizado.

Lins (1991) em seu livro Etiqueta, Protocolo & Cerimonial, estabelece as prin-
cipais funções desempenhadas pelo cerimonial. Para ele, a mais importante
diz respeito ao disciplinamento das precedências, mas acrescentam outras
como segue abaixo:

a) Ritual: além das precedências, os gestos e preceitos, honrarias e privilé-


gios, símbolos do poder;

b) Semiológica: linguagem formal, linguagem internacional e diplomática,


tratamento e fórmulas de cortesia, redação e expressão oficial e diplo-
mática;

c) Legislativa: codificação das regras e preceitos em normas de protocolo


e cerimonial, nos planos interno e externo;

d) Gratuita: hedonismo, frivolidade, festividade, atividade lúdica que pode


chegar à disfunção e descaracterizar e etiqueta;

e) Pedagógica: ensino de civilização e cultura.

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 25 e-Tec Brasil


Para Salgado (2007), podem-se resumir as funções do cerimonial da seguin-
te maneira:

1. Disciplinar: regular precedência e adotar outras normas protocolares;

2. Organizacional: definir rituais, gestos, honrarias e privilégios, símbolos


do poder, ordenando-os sincronicamente, como partes de um evento ou
cerimônia;

3. Semiológica: prever a linguagem formal, internacional e diplomática,


e as formas de cortesia, de etiqueta social, de tratamento, de redação e
expressão oficial;

4. Legislativa: codificar a legislação, as regras, os costumes e preceitos, em


normas de protocolo, no plano interno e externo;

5. Pedagógica e Ética: comunicar e ensinar para transmitir valores, formas


de etiqueta e boas maneiras, de acordo com as culturas e civilizações,
comunidades ou organizações públicas ou privadas;

6. Informal: realizar e comemorar datas e eventos sociais de toda ordem.

Para saber mais sobre o assunto


acesse o site http://www.
sinprorp.org.br/canal/Canal122/
artigo1.htm

Figura 2.7: Cerimonial


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/916224

e-Tec Brasil 26 Cerimonial e Protocolo


Resumo
Nesta segunda aula você pode entender as diferenças entre as figuras do
mestre de cerimônia e do cerimonialista, assim como, compreender a sua
história e atribuições. Pode conhecer as diversas funções do cerimonial, e
por fim, viu que cada uma destas funções terá maior ou menor destaque a
depender da natureza do evento que está sendo realizado.

Atividades de aprendizagem
1. Agora que você já conhece as diferenças entre as figuras do mestre de
cerimônia e do cerimonialista, assim como, compreendeu a sua história
e atribuições, acesse o AVEA e realize as atividades de aprendizagem
propostas no ambiente de nossa disciplina.

Aula 2 - O mestre de cerimonia e o cerimonialista 27 e-Tec Brasil


Aula 3 - Normas do cerimonial público
e a ordem geral de precedência

Objetivos

Saber o que é precedência e reconhecer que é a base do cerimonial.

Aprender os conceitos e critérios para o uso de precedência.

Conhecer o tratamento adequado para cada pessoa, bem como a


definição dos lugares.

Conhecer a legalidade do processo para não ferir o decreto e nem


cometer gafe.

3.1 Precedência
A precedência constitui a base do protocolo. É o conceito ou ordem hierár-
quica de disposição de autoridades, de instituições, de bandeiras, de honras,
ou de grupos sociais. Precedência
O que vem antes, o que deve ser
realizado previamente, atividade
Atualmente, no Brasil, a precedência está definida pelo Decreto nº 70.274, necessária para conclusão do
evento que segue. Direito de pre-
de 09 Mar 72, alterado pelo Decreto nº 83.186, de 19 Fev 79, sendo neces- ceder; preferência. A organização
do local de trabalho precede a
sária sua atualização permanente, pois suas disposições são adaptadas, às execução de uma tarefa.
vezes oficiosamente, para acomodar situações individuais e institucionais de
autoridades e/ou pessoas, haja vista a constante reformulação ou criação de
cargos e funções, especialmente, no Poder Executivo.

A precedência é o reconhecimento da primazia de uma hierarquia sobre


a outra, que é o cerne, é a base do cerimonial. Nesta aula você estará em
contato com um dos itens mais contestados e difíceis, que é o tratamento
adequado para cada pessoa, bem como a definição dos lugares. Como o ser
humano é cheio de vaidades, nós temos que nos cercar da legalidade para
não ferirmos o decreto, e nem cometermos gafe.

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 29 e-Tec Brasil


Figura 3.1: Mesa arrumada segundo a etiqueta
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/671745

3.1.1 Conceitos
No latim, precedência significa precedere, sentar-se a frente, de onde deri-
vam também passar na frente.

Speeers (1984) afirma “A precedência é reconhecer a primazia de uma hierar-


quia sobre a outra, e tem sido, desde os tempos mais antigos, e em todas as par-
tes, motivo de normas escritas, cuja falta de acatamento provoca desgraças.”

“A precedência é o conceito ou ordem pela qual se estabelece a estrutura


máxima do Estado, a medida que determina a ordem hierárquica de dispo-
sição das autoridades de um Estado, de um organismo ou de todo grupo
organizado ou grupo social. De acordo com Jean Serres, ela é particularmen-
te indispensável na administração, cujo objetivo essencial é o exercício do
poder público” (D´ARCHANCHY, 1998, p.7).).

Por que essa matéria é tão difícil? É que ninguém quer sentar atrás, todos
querem ocupar lugar de destaque. Quem fala primeiro, quem fala por último?

É por esse jogo de vaidades que o assunto é longo e cheio de problemas.


Para tentar diminuir problemas no Brasil o assunto está regulamentado pelo
Decreto n° 70.274, de 09/03/1972 com alterações posteriores no Decreto n°
83.186, de 19/02/1979. Este último decreto tem uma diferença dos anterio-
res, ele apresenta a ordem de precedência nos três níveis.

e-Tec Brasil 30 Cerimonial e Protocolo


3.2 Critérios para o uso da precedência
Define a importância de cada elemento em um evento público ou privado.

Nas cerimonias não oficiais ou mistas, podemos utilizar muitos critérios; Para saber mais sobre o Decreto
n° 70.274, de 09/03/1972
isto é, temos diferentes maneiras para organizar a posição das pessoas, dos acesse o site http://www.
discursos ou dos lugares. Nas cerimonias oficiais, o critério é o Decreto n° planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/D70274.htm e sobre
70.274. Um critério muito utilizado é o “anfitrião”. o Decreto n° 83.186, de
19/02/1979, acesse o site http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Veja os critérios e informações para o uso da precedência: decreto/D83186.htm

a) Critério hierárquico
Este critério decorre de uma convenção adotada internamente por estru-
tura estabelecida, quer seja no público, quer no privado.

b) Critério do anfitrião
É a posição do anfitrião que serve como ponto de partida para a elabora-
ção da lista de precedência. O anfitrião é a pessoa “dona” do evento e é a
pessoa mais importante presente, sempre ocupando um local de destaque.

c) Critério de idade
É um critério muito adotado e tem respaldo no Decreto n° 70.274/72.

d) Critério de sexo
No ocidente, que é o caso do Brasil, a precedência é do sexo feminino.

e) Critério da ordem alfabética


É um critério prático que muitas vezes evita alguns desentendimentos

f) Critério de constituição e criação


É um critério utilizado em casos de estados, por exemplo, a hierarquia
vem da data de criação dos estados. Além da precedência oficial, a su-
pervisão de cerimonial deverá conhecer as precedências especiais, deter-
minadas por tradição, história e aspectos legais. São elas:

a) GOVERNADORES: a precedência é obedecida de acordo com a ordem


de constituição e criação do Estado que ele representa.

b) MUNICÍPIOS: a precedência dos prefeitos é determinada de acordo


com o número de habitantes e a ordem de criação do município que
ele representa.

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 31 e-Tec Brasil


c) FORÇAS ARMADAS: por ordem de criação e patente.

1) MARINHA
Almirante-de-Esquadra
Vice-Almirante
Contra-Almirante, etc.
1. Capitão – de – Mar - e - Guerra
2. Capitão - Tenente
3. Primeiro Tenente

2) EXÉRCITO
1. General - de – Exército
General – de – Divisão
General – de – Brigada
2. Coronel (Tenente-Coronel; Major)
3. Capitão (1º e 2º Tenente)

3) AERONÁUTICA
1. Tenente – Brigadeiro - do – Ar (Major-Brigadeiro; Brigadeiro)
2. Coronel (Tenente-Coronel; Major)
3. Capitão
4. 1º e 2º Tenente

3.2.7 Informações relevantes


• Nos casos omissos, o Chefe do Cerimonial, quando solicitado prestará escla-
recimento de natureza protocolar, bem como determinará a colocação das
autoridades e personalidades que não constem da Ordem de precedência.

• Em jantares e almoços, nenhum convidado poderá fazer-se representar.

• Quando o Presidente da república se fizer representar em solenidades


ou cerimônias, o lugar que compete a seu representante é o à direita da
autoridade que as presidir.

• Nenhum convidado poderá fazer-se representar nas cerimônias a que


comparecer o Presidente da República.

• A Ordem de Precedência citada refere-se à entrada das pessoas, compo-


sição de mesas, citação etc.

• Para pronunciamento, a ordem é inversa, ou seja, a maior autoridade se


pronuncia por último e a menor em primeiro lugar.

e-Tec Brasil 32 Cerimonial e Protocolo


Figura 3.2: Jantares e almoços
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/767401

3.3 Ordem de Precedência


Conforme vimos anteriormente, as normas do Cerimonial Público da Repú-
blica Federativa do Brasil e a Ordem Geral de Precedência foram criadas por
meio do Decreto nº. 70.274, de 9 de março de 1972, quando era presidente Para saber mais acesse o site
http://www.portaleducacao.
o general Emílio Garrastazu Médici. com.br/iniciacao-profissional/
artigos/20750/ordem-de-
precedencia/pagina-1
3.3.1 Relacionada à estrutura do evento
a) Eventos de plenário: caracteriza-se pela composição de mesa de hon-
ra, diretora ou de trabalho, na qual os lugares são determinados de acor-
do com a presidência da solenidade.

Recomenda-se não compor a mesa de honra com mais de nove integrante;


caso seja necessário, montar braços laterais ou utilizar as primeiras fileiras
da planéria.

Informações relevantes

• A maior autoridade é a primeira a ser chamada, obedecendo o Decreto,


ou a ordem hierárquica da iniciativa privada;
• Quem presidirá a mesa será a primeira pessoa a ser chamada;
• A posição do anfitrião na mesa é central; o primeiro convidado es-
pecial à sua direita, o segundo à esquerda, e assim sucessivamente (
número impar);

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 33 e-Tec Brasil


• No caso de mesa diretora com número par de integrantes, deve ser uti-
lizado o princípio da cabeceira dupla, devendo o anfitrião sentar-se ao
centro-esquerdo, dando sua direta para o convidado especial;

• A ordem de pronunciamento é inversa: a maior autoridade fala por últi-


mo, encerrando o evento.

Figura 3.3: Evento de plenário


Fonte: http://cerimonialdkabral.blogspot.com/2010_03_01_archive.html

b) Eventos abertos: caracterizam-se pela mobilidade dos participantes,


sem composição de mesa-diretora.

Informações relevantes:
• A ordem de chamada para os pronunciamento é igual às de plenário;

• Exemplos de eventos abertos: shows, comícios, lançamento de pro-


dutos, etc.

Figura 3.4: Evento aberto: show


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/597418

e-Tec Brasil 34 Cerimonial e Protocolo


c) Eventos em estilo linear: utilizados para reuniões, almoços e jantares,
podendo ser montados com ou sem definição de cabeceira.

• Cabeceira inglêsa:

Cabeceira Inglesa

Anfitrião

Figura 3.5: Cabeceira inglêsa

Cabeceira Inglesa Preferencial

1 2

3 4

5 6

Figura 3.6: Cabeceira Inglêsa Presidencial

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 35 e-Tec Brasil


• Cabeceira francesa: é utilizada quando o objetivo primeiro da
reunião é a interlocução entre o anfitrião(A) e o convidado especial
(C.E), à sua frente. Essa formação, pressupõe a participação ativa de
todos (reunião de negócios)

C.E

A = Anfitrião C.E = Convidado Especial

Figura 3.7: Cabeceira francêsa

3.3.2 Num dispositivo de cumprimento


A disposição das autoridades locais para cumprimento de autoridades es-
taduais, federais e outras, quando em visitas, receptivos de eventos e re-
cepções de aeroportos deverá ser feita com a Ordem Geral de Precedência,
conforme os exemplos abaixo:

a) No Município
–– Governador do Estado;
–– Prefeito do Município;
–– Presidente da Câmara Municipal;
–– Presidente do Tribunal de Justiça ou Juiz da Comarca;
–– Comandante da Área Militar (se houver);
–– Representante da Igreja;
–– e outros.

b) Na Empresa Privada

–– Prefeito do Município,
–– Presidente da Empresa (anfitrião)
–– Presidente da Câmara Municipal,
–– Presidente do Tribunal de Justiça ou Juiz,
–– Outra autoridades Estaduais ou Municipais,
–– Diretores e gerentes da empresa.

e-Tec Brasil 36 Cerimonial e Protocolo


c) Numa Recepção
–– Anfitrião,
–– Cônjuge do anfitrião,
–– Homenageado,
–– Cônjuge do homenageado.

Evite filas ou dispositivos grandes. É deselegante e cansativo.

3.3.3 O anfitrião
O anfitrião é sempre cumprimentado em primeiro lugar. Ele deve se colocar
à entrada do local da solenidade, para receber os convidados.

Algumas regras básicas:


–– Se o anfitrião presidir a mesa, uma equipe do cerimonial recebe os
convidados, e quando chegar a autoridade de maior destaque no
evento, esta deverá ser encaminhada até o anfitrião.
–– Se o anfitrião não presidir a solenidade, deve sentar à esquerda da
pessoa que preside a mesma.
–– Em jantares o anfitrião é o último a ser servido, porém cabe a ele
convidar os presentes para iniciar a refeição.
–– Uma refeição termina oficialmente quando o anfitrião se levanta.
–– Ao final do evento, o anfitrião deve acompanhar os convidados até
a porta.

Figura 3.8: Anfitriões


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1080165

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 37 e-Tec Brasil


São obrigações de quem recepciona:
a) estar descontraído e bem-humorado;
b) receber pessoalmente cada um dos convidados;
c) dar a mesma atenção a todos os convidados.

3.3.4 Lugar de honra


Em qualquer evento o lugar de honra é à direita da maior autoridade.
–– O anfitrião deve sempre ficar à esquerda de quem preside.
Para saber mais consulte o –– Em automóveis o lugar de honra é no banco traseiro e à direita.
Decreto na íntegra no site http://
www.casamilitar.sc.gov.br/ –– Nas aeronaves ou ônibus, a maior autoridade ocupa a primeira fileira
cerimonia.htm à direita (janela).

3.4 Decreto N° 70.274 de 09 de março de 1972


Este Decreto aprova as normas do cerimonial público e a ordem geral de
precedência.

3.4.1 Considerações
Tendo em vista que este Decreto é muito longo, faremos aqui algumas co-
locações a respeito do mesmo, porém todos têm que ter em mente que é
imprescindível o conhecimento do mesmo, ou pelo menos que o mesmo
seja sempre levado em eventos que envolvam autoridades do poder público.

No momento, ainda está vigorando no Brasil o Decreto nº 70.274, 9 de mar-


ço de 1972, na gestão do General Emílio Garrastazu Médice, que define as
“Normas do Cerimonial e a Ordem de Precedência”, o mesmo precisa de ser
revisado para que sejam incorporadas as alterações impostas pela Constitui-
ção de 1988, no que diz respeito à criação de novos Tribunais.

O referido Decreto determina, em 96 artigos, todos os procedimentos hierárqui-


cos das autoridades constituídas em todos os níveis (Federal, Estadual e Munici-
pal) que participem de todo e qualquer ato público, que necessite de protocolo.

Informações relevantes:

• Nas solenidades federais, a presidência das mesmas, cabe, nesta ordem,


ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente; Presidente da Repú-
blica presidirá sempre a cerimônia a que comparecer. Nos Estados e no
Distrito Federal, o Governador presidirá as solenidades a que comparecer,
salvo a dos Poderes Legislativo e Judiciário;

e-Tec Brasil 38 Cerimonial e Protocolo


• Os Ministros de Estado presidem as solenidades promovidas por seus
ministérios ou órgãos subordinados;

• Os presidentes das instituições federais presidem as solenidades de seus


órgãos, quando o Ministro não comparecer;

• Nas solenidades estaduais, os Governadores presidem as solenidades, des-


de que não compareça o Presidente ou o Vice-Presidente da República.

• No respectivo Estado, o Governador, o Vice-Governador, o Presidente da


Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça terão, nessa
ordem, precedência sobre as autoridades federais.

• No município, o prefeito presidirá as solenidades municipais.

• As solenidades dos poderes Legislativo e Judiciário, bem como as militares


seguem Cerimonial próprio e são presididas por membros dos respectivos
poderes e forças armadas. Os governadores ocuparão lugares de honra.

• Considera-se a direita de um dispositivo o lado de quem está participan-


do do mesmo. Desta forma, a direita em uma mesa, é a de quem está
sentado participando da mesma e não de quem assiste da plateia.

• Os representantes das autoridades não têm a mesma precedência das au-


toridades que representam, exceto os dos Poderes Legislativo e Judiciário
(senadores, deputados, ministros dos Tribunais, desembargadores, etc.).

• O representante do Presidente da República ou do Governador do Estado


em solenidades federais e estaduais respectivamente, ocupará o lugar de
honra, que é a direita da autoridade que preside. Quando o Presidente
da República estiver presente, não poderá comparecer representante. Em
jantares e almoços, nenhum convidado poderá se fazer representar.

• O Decreto n. 70.274 não prevê a ordem de precedência nos municípios,


para tal deve ser adaptada a ordem de precedência do Estado, relacio-
nando Prefeito para Governador, Vereador para Deputado Estadual, Se-
cretário Estadual para Secretário Municipal e assim por diante.

• Dentro das precedências, cabe ressaltar a precedência dos estados. A


precedência dos mesmos é obedecida de acordo com a ordem de criação
dos Estados que eles representam:

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 39 e-Tec Brasil


Bahia Piauí
Rio de Janeiro Rio Grande do Norte
Maranhão Santa Catarina
Pará Alagoas
Pernambuco Sergipe
São Paulo Amazonas
Minas Gerais Paraná
Goiás Acre
Mato Grosso Mato Grosso do Sul
Rio Grande do Sul Rondônia
Ceará Tocantins
Paraíba Roraima
Espírito Santo Amapá
Distrito Federal

O Distrito Federal, onde está a sede do Governo Federal, não possui carac-
terísticas jurídicas e bem como estrutura organizacional de Estado, sendo,
portanto, é o último na lista de precedência. A ordem dos ministérios segue
a Lei 8.490, de 19/11/92 – art. 14.

• Art. 14. São os seguintes os Ministérios:

I - da Justiça;
II - da Marinha;
III - do Exército;
IV - das Relações Exteriores;
V - da Fazenda;
VI - dos Transportes;
VII - da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária;
VIII - da Educação e do Desporto;
IX - da Cultura;
X - do Trabalho;
XI - da Previdência Social;
XII - da Aeronáutica;
XIII - da Saúde;
XIV - da Indústria, do Comércio e do Turismo;

e-Tec Brasil 40 Cerimonial e Protocolo


XV - de Minas e Energia;
XVI - da Integração Regional;
XVII - das Comunicações;
XVIII - da Ciência e Tecnologia;
XIX - do Bem-Estar Social;
XX - do Meio Ambiente.

Parágrafo único. São Ministros de Estado os titulares dos Ministérios, da


Casa Civil da Presidência da República, da Secretaria-Geral da Presidência
da República, da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da
Presidência da República, da Casa Militar da Presidência da República, do
Estado-Maior das Forças Armadas, da Secretaria de Assuntos Estratégicos e
da Secretaria da Administração Federal.

Sempre que os presidentes são trocados, há alteração nos ministérios, muitas


vezes criando, outras extinguindo, fazendo necessário que se tome cuidado
e observe estes fatos. Vale ressaltar que a menor autoridade se pronuncia em
primeiro lugar e a maior por último.

3.5 Precedência entre bandeiras


A precedência entre bandeiras é um assunto bastante delicado, pois o seu
esquecimento, a colocação errada, pode acarretar problemas sérios entre
municípios, estados, empresas e até mesmo nações.

Antes de falarmos do posicionamento, gostaríamos de ressaltar que quando


falarmos de direita é considerado a direita de uma pessoa colocada junto a
bandeira e voltada para a rua, ou plateia que a observa.

As formas de precedência entre bandeiras estrangeiras é feita da seguinte


forma:

a) por ordem alfabética;


b) por ordem de chegada do chefe da nação;
c) para eventos realizados no Mercosul é seguida a mesma ordem das au-
toridades aplicadas ao MERCOSUL.

Aula 3 - Normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência 41 e-Tec Brasil


Figura 3.8: Bandeira do Brasil
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/497368

Resumo
Nesta aula você soube o que é precedência e reconheceu que é a base do
cerimonial. Aprendeu os conceitos e critérios para o uso de precedência, e
conheceu o tratamento adequado para cada pessoa, bem como a definição
dos lugares. Conheceu também a legalidade do processo para não ferir o
decreto e nem cometer gafe.

Atividades de aprendizagem
1. Discuta no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Ensi-
no-Aprendizagem (AVEA) sobre Normas do cerimonial público e a ordem
geral de precedência.

2. Acesse o Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem no espaço da disci-


plina e desenvolva as atividades sugeridas. Lembre-se, se houver alguma
dúvida não hesite em consultar o seu tutor.

e-Tec Brasil 42 Cerimonial e Protocolo


Aula 4 – Símbolos nacionais

Objetivos

Conhecer os Símbolos Nacionais.

Aprender o uso adequado dos Símbolos Nacionais.

4.1 Conceito
Os Símbolos Nacionais brasileiro foram definidos na Lei 5.700 de 1º de se-
tembro de 1971. Nela, foram estabelecidos quais são os símbolos, esta lei
também determina como os mesmos devem ser usados, padrões e formatos,
significados, etc. Estes símbolos são muito importantes para nossa nação,
pois representam o Brasil dentro e fora do território nacional. Portanto, de-
vem ser respeitados por todos os cidadãos brasileiros.

Os símbolos expressam o espírito cívico da nação e são regulados por diplo-


mas legais que estabelecem suas normas. Os quatro símbolos oficiais da Re-
pública Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Consti-
tuição do Brasil são: a bandeira nacional, o hino nacional e o selo nacional.

Assim, de acordo com a Lei nº 5.700 de 1971 são os símbolos nacionais: Ban-
deira Nacional; o Hino Nacional; Armas Nacionais e o Selo Nacional.

4.2 A bandeira nacional


A Bandeira Nacional do Brasil utilizada nos dias de hoje, foi instituída em
19 de novembro de 1889, pelo decreto número 4, após a Proclamação da
República. Os Estados da Federação são representados por estrelas.

Aula 4 – Símbolos nacionais 43 e-Tec Brasil


Figura 4.1: Bandeira Nacional - Brasil
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/494501

A bandeira nacional foi idealizada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel


Lemos, com desenho de Décio Vilares. Ela foi inspirada na antiga Bandeira
Para saber mais consulte o do Império cujo desenhista foi o pintor francês Jean Baptiste Debret, sendo
endereço http://www.brasil-
turismo.com/bandeira.htm que a esfera azul-celeste e a divisa com a inscrição “Ordem e Progresso” está
no lugar da Coroa Imperial, tal fato deve-se a Benjamim Constant que o su-
geriu a Raimundo Teixeira Mendes. A expressão foi extraída da fórmula má-
xima do Positivismo: “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso
por fim”, que se decompõe em duas divisas usuais - Uma moral, ‘Viver para
outrem’ (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o interesse alheio
acima de seu próprio interesse, e outra estética, ‘Ordem e Progresso’, ou
seja, cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida
social. Dentro da esfera, está representado o céu do Rio de Janeiro, com a
constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889, dia da
Proclamação da República. As estrelas foram inspiradas nas que, realmente,
brilhavam no céu do Brasil, na histórica madrugada de 15 de novembro de
1889: “Espiga, Procium, Sirius, Canopus, Delta, Gama, Epsilon, Seta, Alfa,
Antares, Lambda, Mu, Teta e outras”.

Em 1992, uma lei alterou a bandeira para permitir que todos os 26 estados
brasileiros e o Distrito Federal estejam representados por estrelas.

O dia 19 de Novembro é comemorado como o Dia da Bandeira.

• Como símbolo da pátria, a Bandeira Nacional permanece hasteada na


Praça dos Três Poderes, em Brasília. Quando tem que ser substituída, a
Para mais informações relevantes
acesse o site http://www.
nova é hasteada antes que a antiga seja arriada. Ela tem 20 metros por
brasilrepublica.com/usobandeira.htm 14,3 metros é a maior bandeira brasileira.

e-Tec Brasil 44 Cerimonial e Protocolo


• Todos os dias, a bandeira precisa ser hasteada no palácio da Presidência
da República e na residência do presidente; nos ministérios; no Congres-
so Nacional; no Supremo Tribunal Federal; nos tribunais superiores e fe-
derais; nos edifícios-sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
nas missões diplomáticas, em delegações com organismos internacionais
e repartições consulares; em repartições federais, estaduais e municipais
situadas na faixa da fronteira; e em unidades da Marinha Mercante.

• Nas escolas, públicas ou particulares, é obrigatório o hasteamento solene da


Bandeira Nacional, durante o ano letivo, pelo menos uma vez por semana.

• Nenhuma bandeira de outra Nação pode ser hasteada no país sem que
haja ao seu lado direito, de igual tamanho e em posição de destaque, a
Bandeira Nacional. A exceção são as Embaixadas e os Consulados.

• A posição da Bandeira Nacional na Guarda da Bandeira será no centro da tes-


ta ou em posição que mais se aproxime do centro e à direita deste. Na Guarda
da Bandeira não poderão ser incluídos mais do que dois (2) Estandartes.

• O hasteamento e arriamento são tradicionalmente feitos às 8h e 18h,


respectivamente, o que não impede que isso ocorra a qualquer hora do
dia ou da noite. Quando exposta à noite, porém, a bandeira deve estar
bem iluminada.

• A bandeira em mau estado deve ser entregue a uma unidade militar para
ser incinerada no Dia da Bandeira.
Para saber mais acesse o site
http://www.brasil-turismo.com/
bandeira.htm

Figura 4.2: Bandeira nacional hasteada


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/497368

Aula 4 – Símbolos nacionais 45 e-Tec Brasil


4.2.1 Proibições com a bandeira nacional
Conforme o site http://www.brasilrepublica.com/usobandeira.htm é
proibido:
Para ampliar seu conhecimento
sobre o assunto acesse o site
http://www.brasilrepublica. a) fazer saudação com a Bandeira Nacional, salvo em retribuição a sauda-
com/usobandeira.htm ção idêntica feita por outro navio ou estabelecimento.

b) utilizar bandeiras de Nação como parte de embandeiramento em arco


ou fazer uso nesse embandeiramento de bandeiras de sinais que possam
com elas confundir-se;

c) fazer uso nos navios e órgãos da Marinha de qualquer Bandeira-Distintivo ou


Bandeira-Insígnia não aprovada oficialmente pela autoridade competente;
d) fazer uso, no cerimonial dos navios e órgãos da Marinha, de Bandeira-
-Distintivo ou Bandeira-Insígnia confeccionada com material diferente
daquele que for determinado como padrão;

d) fazer uso de Bandeira Nacional que não se encontre em bom estado de


conservação;

e) fazer uso da Bandeira Nacional como reposteiro ou pano de boca, guar-


nição de mesa ou revestimento de tribuna, cobertura de placas, retratos,
painéis ou monumentos a serem inaugurados;

f) fazer uso da Bandeira Nacional para prestação de honras de caráter par-


ticular por parte de qualquer pessoa natural ou entidade coletiva;

4.2.2 As antigas bandeiras do Brasil


As bandeiras antigas do Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE, disponível no site http://www.brasil-turismo.com/
bandeira.htm são:

• Bandeira da Ordem de Cristo (1332 a 1651): a primeira hasteada em


solo brasileiro. Os marcos traziam de um lado escudo português e de
outro a Cruz de Cristo.

e-Tec Brasil 46 Cerimonial e Protocolo


• Bandeira Real (1500 a 1521): a primeira do Reino de Portugal, nas naus
do descobrimento. Apresenta pela primeira vez o escudo de Portugal

• Bandeira de D. João III (1521 a 1616): usada no Brasil durante a coloni-


zação. O Laboro desse soberano, cognominado o “colonizador” tomou
parte em importantes eventos de nossa história.

• Bandeira do Domínio Espanhol (1616 a 1640): utilizada durante o do-


mínio espanhol em terras portuguesas. Foi criada por Felipe II da Espanha.

• Bandeira da Restauração (1640 a 1683): bandeira do Reinado de D.


João VI, marca o fim do domínio espanhol, caracterizando então o res-
surgimento do reino lusitano sob a casa de Bragança.

• Bandeira do Principado do Brasil (1645 a 1816): primeiro sinal de


presença do Brasil, no campo político mundial, como parte integrante da
nação portuguesa.

Aula 4 – Símbolos nacionais 47 e-Tec Brasil


• Bandeira de D. Pedro II de Portugal (1683 a 1706): bandeira do reina-
do de D. Pedro II, utilizada após a morte de D. Afonso VI. Esta bandeira
presenciou o apogeu da epopeia bandeirante, que muito contribuiu para
a nossa expansão territorial.

• Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816 a


1821): bandeira do período de D. João VI. Criada em consequência da
elevação do Brasil a categoria de Reino em 1815.

• Bandeira do Regime Constitucional (1821 a 1822): última a tremular


no Brasil com traços que lembram Portugal. A revolução do Porto de
1820 fez prevalecer em Portugal os ideais liberais da Revolução Francesa,
abolindo a monarquia absoluta e instituindo o regime constitucional.

• Bandeira Imperial do Brasil (1822 a 1889): marca da emancipação


política do Brasil, utilizada até a Proclamação da República. Assistiu ao
nosso crescimento como Nação.

Para ampliar seu conhecimento • Bandeira Provisória da República: utilizada de 15 a 19 de novembro


sobre o assunto acesse o de 1889, sendo substituída pela atual. Esta bandeira foi hasteada na
site http://www.ibge.gov.br/
ibgeteen/bandeiras/index.html redação do jornal “A Cidade do Rio”, após a proclamação da República.

e-Tec Brasil 48 Cerimonial e Protocolo


4.2.3 Uso da bandeira nacional
O uso da bandeira nacional é regulado pela Lei nº 5.700, de 1º de setembro
de 1971, alterada pela Lei nº 8. 421 de 11 de maio de 1992. Conforme o site
http://www.brasilrepublica.com/usobandeira.htm temos:

a) Proporção bandeira e mastro


Sua largura não deve ser maior que 1/5 nem menor que 1/7 da altura
do mastro.

b) Em linha de mastros
Deve estar em posição central ou mais próxima do centro. Com número
par de bandeiras, ficará à direita do dispositivo.

c) Composição artística
Em flâmulas, escudos e panóplias, igual ou maior que as demais e em
destaque.

d) Em recinto fechado
Deverá estar em mastro, à direita da mesa ou desfraldada, acima da
cabeça do presidente da sessão quando estiver em sala ou salão, em
reuniões, conferências ou solenidades, ficará erguida por detrás da ca-
deira da presidência ou do local da tribuna, sempre acima da cabeça do
respectivo ocupante.

e) Em funeral e luto oficial


Colocada sobre ataúdes ou a meio-mastro, quando hasteada.

f) Em desfiles civis
Desfraldada ou em mastro, destacada à frente das demais bandeiras

g) Porta-bandeira
Posição de descansar, ombro-armas e em continência (na posição de
“ombro armas” o Porta-bandeira conduz a bandeira apoiada no seu
ombro direito e inclinada com o conto mais abaixo. A mão direita fica na
altura do peito, mantendo o pano seguro e naturalmente caído ao lado
recobrindo o braço do Porta-bandeira).

h) Saudações militares
Abater espadas, continência individual e apresentar-armas.

Aula 4 – Símbolos nacionais 49 e-Tec Brasil


i) Saudações civis
De pé, descoberto, em silêncio e com respeito.
Para saber mais e visualizar as
fotos demonstrativas acesse o
site http://www.brasilrepublica. j) Desfraldada
com/usobandeira.htm Em edifícios (quando distendida e sem mastro, em rua ou praça, entre edi-
fícios, ou em porta) será colocada de modo que o lado maior do retângulo,
ou seja aquele em que é medido o comprimento da Bandeira, fique na
horizontal e a estrela isolada (Espiga) em plano superior ao da faixa branca.

k) Reproduzida
Em aeronaves

l) À noite
Deve ter sempre iluminação

4.2.4 Bandeira nacional junto a outras bandeiras


Conforme Britto & Fontes (2002):

a) Com a bandeira do Estado: Nacional à direita e Estado à esquerda

Brasil Estado

b) Com a bandeira do município: Nacional à direita e Municipal à esquerda.

Brasil Município

c) Com as bandeiras do Estado e do município: Nacional ao centro,


Estado à direita e municipal à esquerda.

ESTADO BRASIL MUNICÍPIO

d) Com bandeira do estado e da empresa: Nacional ao centro, Estado à


direita e empresa à esquerda.

ESTADO BRASIL EMPRESA

e-Tec Brasil 50 Cerimonial e Protocolo


e) Com bandeira do Estado, município e empresa: Nacional no centro-
-direita, Estado à esquerda da Nacional, dividindo as duas o centro, mu-
nicipal à direita e empresa à esquerda, ao lado da bandeira do Estado.

MUNICÍPIO BRASIL ESTADO EMPRESA

f) Com bandeiras de vários Estados: coloca-se a bandeira do Estado an-


fitrião à direita da bandeira do Brasil. Os demais Estados seguem a ordem
de criação histórica.

RJ Estado anfitrião Brasil BA PE

g) Bandeira Nacional e de outro país: Nacional à direita e do país visitan-


te à esquerda.

Brasil País visitante

h) Com bandeiras de outros países: segue a ordem alfabética dos países


visitantes, pelo idioma do país, exceto se for em organismos internacio-
nais, segue o idioma oficial.

País visitante A BRASIL País visitante B

i) Bandeira de outros países e do Estado anfitrião: sobe a bandeira do


país visitante de primeira letra alfabética (ex. Argentina), que fica à direita da
bandeira do Brasil, em segundo lugar sobe a do Estado anfitrião, à esquerda,
se for número impar de bandeiras. Os países seguem ordem alfabética.

País visitante B País visitante A Brasil Estado País visitante C

j) Com bandeira de outro País, do Estado e da empresa: sobe a ban-


deira do país visitante, que fica à esquerda da do Brasil; em segundo
lugar sobe a do Estado anfitrião, à direita e o por último a da empresa, à
esquerda do país visitante.

Estado Brasil País visitante Empresa

Aula 4 – Símbolos nacionais 51 e-Tec Brasil


Figura 4.3: Bandeira de Portugal
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1368640

4.3 O Hino Nacional Brasileiro


O Hino Nacional Brasileiro tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971,
através da lei nº 5700. A letra do hino nacional do Brasil foi escrita por Joa-
quim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e a música é de Francisco Manuel
da Silva (1795-1865). O Hino foi adquirido por 5:000$ cinco contos de réis
a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de
21 de agosto de 1922 pelo então presidente Epitácio Pessoa e oficializado
pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial
(suplemento) de 02 de setembro de 1971.

Existe uma série de regras que devem ser seguidas no momento da execução
do hino. Deve ser executado em continência à Bandeira Nacional http://
www.suapesquisa.com/geografia/bandeiradobrasil.htm, ao presiden-
te da República, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional. É
executado em determinadas situações, entre elas: cerimônias religiosas de
cunho patriótico, sessões cívicas e eventos esportivos internacionais A le-
tra do hino nacional do Brasil foi escrita por Joaquim Osório Duque Estra-
da (1870 – 1927) e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865).
Tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971, através da lei nº 5700
(BRITTO&FONTES, 2002).

e-Tec Brasil 52 Cerimonial e Protocolo


Hino Nacional Brasileiro
Poema de Joaquim Osório Duque Estrada
Música de Francisco Manoel da Silva

Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
de um povo heroico o brado retumbante,
e o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade


conseguimos conquistar com braço forte,
em teu seio, ó liberdade,
desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada, idolatrada, salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido


de amor e de esperança à terra desce,
se em teu formoso céu, risonho e límpido,
a imagem do cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,


és belo, és forte, impávido colosso,
e teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada, entre outras mil,


és tu, Brasil, ó pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,


pátria amada, Brasil!

Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
ao som do mar e à luz do céu profundo,
fulguras, ó Brasil, florão da América,
iluminado ao sol do novo mundo!

Aula 4 – Símbolos nacionais 53 e-Tec Brasil


Do que a terra, mais garrida,
teus risonhos lindos campos têm mais flores;
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida em teu seio mais amores.

Ó pátria amada, idolatrada, salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


o lábaro que ostentas estrelado,
e diga o verde-louro dessa flâmula
- paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


verás que um filho teu não foge à luta,
nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada, entre outras mil,
és tu, Brasil, ó pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,


pátria amada, Brasil! (*************).

4.3.1. Regras para execução Hino Nacional Brasileiro


Algumas das principais regras para a sua execução, de acordo com Britto &
Fontes (2002):

• Ao ser executado em uma solenidade, o público deve estar de pé, em


silêncio, mantendo uma postura formal em sinal de respeito, sendo que
os civis devem estar com as cabeças descobertas e os militares em conti-
nência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.

• Não se deve aplaudir após o Hino Nacional.

• Sua execução só terá início depois que o Presidente da República tiver


ocupado o lugar que lhe estiver reservado (isso vale para qualquer auto-
ridade que estiver presidindo o evento).

e-Tec Brasil 54 Cerimonial e Protocolo


• É obrigatória a tonalidade de si bemol para sua execução instrumental.

• O canto deve ser em uníssono.

• É vetada a execução de quaisquer arranjos vocais ao Hino a não ser a do maestro Para saber mais sobre o assunto
acesse o site http://www.
Alberto Nepomuceno; também não será permitido as execuções artísticas patriotismo.org.br/default.
instrumentais que não sejam autorizadas pelo Presidente da República, ouvido asp?pag=mostra&Id=318

o Ministério da Educação e Cultura.

• Nas execuções simples, será tocado uma só vez, integralmente.

• Nos casos de simples execução vocal, será cantada as duas partes do poema.

• Será executada na ocasião do hasteamento da Bandeira nacional.

• Utiliza-se o Hino cantado nas cerimônias ao ar livre ou em grandes espaços.


O hino será instrumentado em solenidades fechadas.

• Nas cerimônias em que se tenha de executar um hino estrangeiro este deve,


por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.

4.4 As armas nacionais


As armas nacionais foram instituídas por Decreto nº 4, de 19/11/1889, Armas nacionais
Um dos quatro símbolos oficiais
alteradas com a substituição de sua legenda de “República dos Estados Uni- da República Federativa do
dos do Brasil” para “República Federativa do Brasil”. Brasil, conforme estabelece o
art. 13, § 1.º, da Constituição
do Brasil. Os outros símbolos da
República são a bandeira na-
A figura representada por um escudo redondo, pousado em uma estrela de cional, o hino nacional e o selo
cinco pontas, com o Cruzeiro do Sul ao centro e sobre uma espada. Traz um nacional. O Brasão de Armas do
Brasil foi idealizado pelo engen-
ramo de café à direita e outro de fumo à esquerda. Numa faixa em cima da heiro Artur Zauer e desenhado
espada, encontram-se as legendas “República Federativa do Brasil”, ao cen- por Luís Gruder sob encomenda
própria do presidente Manuel
tro, “15 de novembro”, à direita, e “de 1889”, à esquerda. Deodoro da Fonseca.

Aula 4 – Símbolos nacionais 55 e-Tec Brasil


Figura 4.4: Brasão de Armas do Brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Coat_of_arms_of_Brazil.svg

As Armas Nacionais (ou Brasão Nacional) representam a glória, a honra e a


nobreza do Brasil e foram criadas na mesma data que a Bandeira Nacional.
O uso das armas é obrigatório nos edifícios-sede dos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) dos governos federal, estaduais e municipais, além
dos quartéis militares e policiais e em todos os papéis oficiais de nível federal
(publicações, convites etc.).

É obrigatório o uso das Armas Nacionais:

–– no palácio da Presidência da República e na residência do Presidente


da República.
–– nos edifícios-sede dos Ministérios.
–– nas casas do Congresso Nacional.
–– nos edifícios-sede dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário dos
Estados, Territórios e Distrito Federal.
–– nas Prefeituras e Câmaras Municipais.
–– na frontaria dos edifícios das repartições públicas federais.
–– nos quartéis das forças federais.
–– na frontaria ou no salão principal das escolas públicas, etc.

A bandeira com Armas Nacionais, quando hasteada em frente ao Palácio


do Planalto ou Palácio da Alvorada, indica que o Presidente da República
encontra-se nos próprios Federais.

e-Tec Brasil 56 Cerimonial e Protocolo


4.5 O selo nacional
O selo nacional foi instituído para autenticar os atos de governo e bem
assim os diplomas e certificados expedidos pelos estabelecimentos de ensino
oficiais ou reconhecidos. Selo Nacional
Um dos quatro símbolos
oficiais da República Federativa
do Brasil, conforme estabelece a
Lei 5 700, de 1º de setembro de
1971 e a Constituição Fed-
eral em seu artigo 13, parágrafo
segundo. Os outros símbolos da
República são a Bandeira Nacio-
nal, o Hino Nacional e o Brasão
de Armas. Foi criado através do
Decreto nº 4, de 19 de novembro
de 1889, e atende às seguintes
especificações: é formado por
um círculo representando uma
esfera celeste, idêntica à da ban-
deira nacional, tendo em volta as
palavras “República Federativa
do Brasil”.

Figura 4.5: Selo Nacional


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:National_Seal_of_Brazil_(color).svg

O selo nacional brasileiro é formado por um círculo representando uma esfe-


ra celeste, exatamente igual à da Bandeira Nacional, tem ao redor as seguin-
tes palavras: “República Federativa do Brasil”. O Selo é usado para conferir Para ampliar seu conhecimento
acesse o site http://www.
a autenticidade dos atos de governo e dos diplomas e certificados expedidos sohistoria.com.br/ef2/
por escolas oficiais ou reconhecidas. simbolosnacionais/

Resumo
Nesta nossa aula você conheceu os quatro Símbolos Nacionais da República
Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição
do Brasil, que são: a bandeira nacional o hino nacional, armas nacionais, e o
selo nacional, e aprendeu sobre o uso adequado dos mesmos.

Atividades de aprendizagem
1. Após esta nossa conversa sobre os Símbolos Nacionais da República Fe-
derativa do Brasil, dirija-se ao AVEA da nossa disciplina e realize as ativi-
dades propostas.

Aula 4 – Símbolos nacionais 57 e-Tec Brasil


Aula 5 - Pronomes de tratamento

Objetivos

Aprender o correto uso dos pronomes de tratamento.

Conhecer a maneira adequada de utilizar os pronomes de tratamento.

5.1 A correta utilização dos


pronomes de tratamento
Aprender o correto uso dos pronomes de tratamento é imprescindível para
o profissional que lida com cerimonial:

• As formas de tratamento se constituem nos modos pelos quais nos diri-


gimos às autoridades, quer por meio de correspondência oficial, quer de
forma verbal em atos solenes.
• As formas de tratamento obedecem a uma secular tradição.
• O pronome de tratamento deve ser usado na sequência do diálogo.
• O vocativo é usado para chamar a pessoa a qual se dirige e também se
emprega como destinatário no cabeçalho do documento.

Exemplos de utilização:

Vossa excelência (v.exª) para: VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exmº.Sr)


e Meritíssimo (MM) para juízes

• Presidente da República
• Vice-Presidente da República
• Ministros de Estado
• Chefe do Estado Maior das Forças Armadas
• Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República
• Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República
• Consultor Geral da República

Aula 5 - Pronomes de tratamento 59 e-Tec Brasil


• Chefe do Serviço Nacional de Informações
• Presidentes e Membros das Assembleias Legislativas dos Estados
• Governadores de Estado e Vice-governadores
• Prefeitos Municipais
• Secretários de Estado
• Senadores
• Deputados
• Juízes do Trabalho, Juízes de Direito e Juízes Eleitorais
• Procurador Geral da República
• Embaixadores e Cônsules
• Generais e Marechais

Vossa senhoria (v.sª) para:


• Funcionários graduados
• Organizações comerciais e industriais
• Particulares em geral - VOCATIVO: Ilustríssimo Senhor (Ilmº.Sr.)

Vossa eminência (v.emª) para:


• Cardeais - VOCATIVO: Eminentíssimo Senhor (Emmº.Sr.)

Vossa excelência reverendíssima (v.exª.revmª) para:


• Arcebispos e Bispos - VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exmº.Sr.)

Vossa santidade (v.s.) para:


• Papa - VOCATIVO: Santíssimo Padre ou Beatíssimo Padre

Reverendo (revdº.) para:


• Sacerdotes
• Clérigos
• Religiosos

Vossa majestade (v.m.) para:


• Imperadores
• Reis
• Rainhas

e-Tec Brasil 60 Cerimonial e Protocolo


Vossa alteza (v.a.) para:
• Príncipes e Princesas

Vossa magnificência para:


• Reitores de Universidades - VOCATIVO: Magnífico Reitor

Existem duas possibilidades de tratamento a autoridades:

VOSSA - quando nos DIRIGIMOS à Autoridade, como na frase “Vossa Exce-


lência viajará amanhã?”.

SUA - quando nos REFERIMOS à Autoridade, como na frase “Sua Santidade


avisa que concederá audiências.”

Outros títulos

• Senhor (Sr.): para homens em geral, quando não existe intimidade

• Senhora (Sr.ª): para mulheres casadas ou mais velhas

• Senhorita (Srt.ª): para moças solteiras, quando não existe intimidade.

• Vossa Senhoria (V. S.ª): para autoridades em geral, como alguns funcio-
nários públicos ou diretores de empresas

• Doutor (Dr.): para quem possui doutorado, é atribuído ao indivíduo que Para ampliar seu conhecimento
sobre o assunto acesse o site
tenha recebido o grau acadêmico de doutorado, o qual é conferido por http://www.sgex.eb.mil.br/
uma universidade ou outro estabelecimento de ensino superior autoriza- index.php?option=com_cont
ent&task=view&id=79&Item
do, após a conclusão de um curso de Doutorado ou Doutoramento. id=100

Resumo
Nesta aula você aprendeu o correto uso dos pronomes de tratamento, e
conheceu a maneira adequada de utilizá-los. Aprendeu que as formas de
tratamento se constituem nos modos pelos quais nos dirigimos às autorida-
des, quer por meio de correspondência oficial, quer de forma verbal em atos
solenes, e que o correto uso dos pronomes de tratamento é imprescindível
para o profissional que lida com cerimonial.

Aula 5 - Pronomes de tratamento 61 e-Tec Brasil


Atividades de aprendizagem
1. Discuta no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de En-
sino-Aprendizagem sobre os pronomes de tratamento e a sua correta
utilização. Faça um resumo sobre o assunto com exemplos de utilização
e poste no AVEA.

2. Acesse o Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem no espaço da disci-


plina e desenvolva as atividades sugeridas.

e-Tec Brasil 62 Cerimonial e Protocolo


Aula 6 – Recursos humanos

Objetivos

Identificar a importância da realização do trabalho do cerimonia-


lista de forma ética, seguindo as exigências do Código de Ética
Profissional.

Compreender a importância e atribuições dos profissionais envol-


vidos no serviço de cerimonial.

6.1 Recursos humanos utilizados em eventos


Na organização de qualquer evento, independente de sua dimensão, deve
haver um responsável pela sua execução. Além disso, vários são os setores
e pessoas envolvidas: transporte, hospedagem, vigilância, limpeza, recep-
ção, sonorização, alimentação, cerimonial etc. Todas as tarefas devem ser
executadas por pessoal qualificado, podendo, portanto, se necessário, ser
terceirizado, conforme segue:

a) Cerimonialista
É a pessoa responsável pela organização e o bom andamento do ceri-
monial de uma instituição ou um evento. É encarregada da condução
da solenidade, ou seja, é o responsável pelo cumprimento das normas
protocolares. Pode ser chamado também de formalista ou ritualista.

Figura 6.1: Cerimonialista


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/484010

Aula 6 – Recursos humanos 63 e-Tec Brasil


b) Mestre de Cerimônias
Mestre-de-cerimônias é a pessoa que conduz a solenidade, com atitudes
discretas, boa dicção e atenta ao roteiro estabelecido pelo coordenador
do cerimonial. Não cumprimenta nem se apresenta ao público. Usa de
preferência verbos na terceira pessoa do singular ou na primeira do plu-
ral, conferindo impessoalidade ao discurso. Quando agradece, o faz em
nome da Instituição ou da unidade/órgão.

Sua posição é junto à tribuna — em ambientes abertos, próximo às au-


toridades que discursarão. Condições de trabalho minimamente confor-
táveis devem ser proporcionadas ao mestre-de-cerimônias: boa ilumina-
ção, microfone de bom alcance e de qualidade, tribuna adequada para
apoiar o roteiro, cartões, copo d’água e laptop.

Para saber mais acesse o site


http://mestredecerimonial.
blogspot.com.br/

Figura 6.2: Mestre de cerimônias


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1348194

c) Recepcionista (apoio de palco, apoio de auditório, apoio do cerimonialista).


Podem ser homens ou mulheres. Critérios para seleção: aparência, co-
municação, dinamismo e discrição.

e-Tec Brasil 64 Cerimonial e Protocolo


Figura 6.3: Recepcionista
Fonte:http://iftheshipsinks.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html

d) Serviço de copa
Os critérios de seleção contemplam experiência profissional, aparência,
dinamismo e discrição.

Figura 6.4: Garçom


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/157966

Aula 6 – Recursos humanos 65 e-Tec Brasil


e) Técnico em recursos áudio visuais
O técnico em recursos audiovisuais possui grande responsabilidade em
um evento. Deve ter habilidade para saber o momento certo de sua en-
trada e estar preparado para resolver problemas técnicos e práticos.

Deverá lembrar-se, sempre, de testar os equipamentos antes de cada


evento, acompanhar o roteiro, providenciar CDs, fitas cassete, fitas de
vídeo, pilhas, baterias, microfones para a mesa e a plateia, interagir com
o mestre-de-cerimônias, com o iluminador, ficar atento ao início e ao
término do evento, para acender e apagar as luzes.

Figura 6.5: Técnico


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1287061

f) Tradutores e interpretes
Há eventos que exigem os serviços do tradutor-intérprete simultâneo;
há no mercado empresas especializadas. Contratar pessoas que simples-
mente dominam o idioma estrangeiro de trabalho de um dado evento
não é garantia de bons resultados. São as técnicas específicas de tradu-
ção e interpretação simultâneas que permitem a fluidez e aquela sensa-
ção de que não se está ouvindo uma palestra em língua estrangeira.

Figura 6.6: Tradutores e interpretes


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1182879

e-Tec Brasil 66 Cerimonial e Protocolo


g) Motorista
O motorista deve estar uniformizado, agir de maneira discreta, estudar o
itinerário com antecedência, escolhendo o trajeto mais adequado, che-
gar com 15 minutos de antecedência ao compromisso e se organizar
para fazer as refeições.

Figura 6.7: Motorista


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/988920

h) Primeiros socorros
Devem-se solicitar antecipadamente e por escrito, os serviços de atendi-
mento para casos de urgência, informando dia, local, data, nome da au-
toridade visitante e se possível o tipo sanguíneo. Se ocorrerem acidentes
durante a realização de um grande evento, deve-se solicitar o socorro do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Do mesmo modo,
deve-se solicitar ao SAMU, com antecedência e por escrito, uma viatura
e equipe de emergência de plantão, se necessário. Outra opção é o aten-
dimento de emergência (Pronto-Socorro).

i) Decorador
O local deverá ser decorado conforme o caráter do evento. Os locais
poderão ser decorados com painéis, flores, banners, faixas, balões. Um
decoração/ornamentação discreta geralmente dá melhores efeitos: utili-
zar flores ou outros recursos em tamanho e disposição de forma a não
dificultar a movimentação dos microfones e encobrir a visão das pessoas;
escolher as cores para enfeitar o local, de acordo com o tipo de evento e
com as da instituição; além do senso estético e a criatividade.

Aula 6 – Recursos humanos 67 e-Tec Brasil


Para saber mais acesse o site
http://www.reitoria.unicamp.
br/manualdeeventos/eventos/
re-humanos.shtml

Figura 6.8: Decoração


Fonte: http://www.sxc.hu/photo/676820

6.2 Profissionais envolvidos no cerimonial


de um evento – perfil e atribuições

a) Chefia de cerimonial

Também chamado de Diretor de Cerimonial, chefe do protocolo e ceri-


monial.

Perfil: Capacidade de organizar equipes, conduzir reuniões, estabelecer


planejamento organizacional, ter conhecimento das normas oficiais do
protocolo, ordem de precedência e conhecimento dos serviços do Buffet
de forma a estar apto a supervisionar os serviços contratados.

Responsabilidades, funções e atribuições:


• ter pleno conhecimento sobre o projeto de planejamento e implanta-
ção do evento.
• conhecer o organograma e cronograma do evento.
• elaborar e controlar o checklist na implantação e execução do evento.
• elaborador e conhecedor do programa / ordem do dia (secretaria /
sala VIP/ sala de imprensa / sala de comissão técnica / sala de segu-
rança / sala médica/ gabinete som / tradução). E saber cada uma de
suas atribuições.

e-Tec Brasil 68 Cerimonial e Protocolo


• identificar todos os itens que irá permitir a operacionalização do even-
to, como a decoração do evento, definindo os campos que melhor se
adaptam aos tipos de solenidades e os que não devem ser utilizados.

• providenciar os materiais pedidos na relação dos recursos humanos,


recursos materiais e orçamentários.

• colocar faixas, painéis e banner, em seus devidos lugares dias antes


do evento.

• faixas, banner e painéis, devem ser colocados em lugar de destaque,


mas onde não atrapalhem a visualização.

• os dizeres das faixas devem ser objetivos e claros.

• os prismas de mesa devem conter o nome do participante, seu cargo,


deve estar preenchido em duas faces, uma voltada para o plenário e
outra para pessoa.

• o uso de passadeira é muito elegante em eventos, pode ser colocados


ao chão para cobrir o percurso, ou nas escadas, do lado de fora.

• o chefe de cerimonial deve ter em mãos os nomes das autoridades


que irão compor as mesas, nome dos colandos, nome de seus para-
ninfos e a quantidade de convidados para o dia do evento.

• durante o pré-evento a chefia de cerimonial deve controlar as comis-


sões a ela subordinadas.

• segurança de estacionamento: contratar empresa especializada, que


geralmente trabalha com manobrista.

• supervisionar a decoração do ambiente, recepcionista, segurança,


operador de audiovisual, colandos e convidados.

• observar a quantidade de lugares e se todos os acentos estão de acordo.

• verificar mesa de honra e tribuna e sua boa disposição no espaço.

• colocar identificação em todos os lugares para convidados especiais


(colandos, paraninfos, professores, etc.).

• elaborar e contratar junto a comissão de formatura o roteiro de cerimônia.

• antes da cerimônia, o chefe de cerimonial só deve autorizar o inicio


da cerimônia assim que a mesa de honra estiver presente e todos os
colandos, caso algum se atrase deve se confirmar a presença ou au-
sência do mesmo.

Aula 6 – Recursos humanos 69 e-Tec Brasil


• as duas primeiras fileiras devem ficar vagas para as autoridades e con-
vidados especiais, isolar o espaço colocando cartões com a designação
“reservado”. Em seguida os colandos e seus paraninfos e respectivamen-
te os demais convidados.

• ao final do evento a chefia de cerimonial deve entregar um relatório final


sobre o decorrer do Evento e uma avaliação feita por todos os membros
da comissão organizadora.

• relação de pessoal ou serviços que podem ser necessários:

a) Recepcionistas.
b) Mestre de cerimônias.
c) Fotógrafos.
d) Operador audiovisual.
e) Operador de filmagem.
f) Operador de som e luz.
g) Eletricista.
h) Médico.
i) Motorista.
j) Segurança.
k) Digitador.
l) Faxineiro.
m) Outros.

b) Mestre de cerimônias

Perfil: É a pessoa que conduz o cerimonial. Deve possuir tom coloquial


da voz, boa leitura, atitude confiante e calma, organização pessoa, pos-
tura correta na tribuna, uso correta do microfone e conhecimento das
partes que compõem uma solenidade.

Comportamento esperando: Que se atenha à pauta/script, não pro-


mover acréscimo de informações ou destaques de pessoas (salvo se for
solicitado), traja-se convenientemente para o tipo de solenidade em que
vai atuar. Para solenidade formal, o traje é passeio completo. Para as se-
miformais, é esporte fino e para as informais é esporte.

Responsabilidades, funções e atribuições:

• é a ligação entre as fases da solenidade, os participantes e os convidados;

e-Tec Brasil 70 Cerimonial e Protocolo


• tem a incumbência de anunciar as fases da cerimônia, identificando
os envolvidos em cada uma e acrescentando informações comple-
mentares quando necessário;

• deve seguir o roteiro – chamado ordem do dia – sem exageros. Esse


roteiro deve ser transmitido ao Mestre de Cerimônias pelo organiza-
dor do evento;

• atentar para autoridades ou o anfitrião não faça o papel de mestre


de cerimônias;

• a ordem do dia deve ser elaborada com antecedência e discutida com


todos os envolvidos;

• uma das recepcionistas deve dar apoio ao mestre de cerimônias;

• ele conduzirá todo o evento de com o roteiro.

c) Recepcionistas de evento

Perfil: Devem cursar antes de tudo, um curso básico para seu treinamen-
to. O serviço dos (das) recepcionistas, somado ao do Mestre de Cerimô-
nias, irá determinar os passos de um evento.

Muitos sãos os requisitos exigidos de um recepcionista de eventos. É


indispensável um elevado astral e vontade de colaborar para o sucesso
do evento.

Requisitos importantes:

• simpatia
• facilidade em comunicar-se e expressar-se
• cordialidade
• desinibição
• educação (senhor, senhora, senhorita. Obrigada! Por favor!)
• boa apresentação pessoal
• sensibilidade
• percepção
• boa vontade
• conhecimento geral
• criatividade
• excelente atendimento
• competência

Aula 6 – Recursos humanos 71 e-Tec Brasil


Qualidades básicas para as recepcionistas:

• uniformizadas, com a roupa adequada ao tipo de eventos e ao clima da


época. Nada mais desagradável do que ser atendida por uma pessoa
transpirando ou com frio;
• cordiais, simpáticas, mas sérias e distantes;
• maquiadas sobriamente;
• treinadas. Nesse item cabem várias sugestões, que devem ser observadas
pelas profissionais;
• não devem abandonar seu posto em hipótese nenhuma. Caso seja ne-
cessário, solicitar substituição;
• quando em eventos que exijam que permaneçam de pé, estudar posição
para não ficar dançando de um pé no outro;
• quando em eventos que exigem que permaneçam sentadas, estudar po-
sição das pernas – saber sentar bem;
• evitar conversas paralelas com outras recepcionistas;
• evitar conversas com os participantes do evento mesmo que os conheça;
• não mascar chicletes;
• não fumar em público;
• não comer, nem beber nada em público. Sempre existe um lugar reserva-
do para a alimentação do pessoal de apoio;
• conhecedoras da ordem do dia, ou das fases do evento;
• elaboração e controle da lista de presenças;
• sempre todas iguais. De preferência até nos mínimos detalhes;
• cabelos presos;
• eficientes;
• postura ereta, séria e discreta;
• ter a programação do evento em mãos;
• devem usar crachás de identificação;
• são as recepcionistas que conduzem os membros das mesas.

e-Tec Brasil 72 Cerimonial e Protocolo


6.3 Normas e comportamentos no cerimonial
O cuidado com a aparência é fundamental, é certamente a primeira coisa a
ser notada.

• Mulheres: é desaconselhável, decotes, transparência, roupas íntimas


aparecendo, minissaias, corres berrantes, bem como muita estampa, as-
sessórios exagerados, unhas e cabelos mal cuidados, perfume forte.

• Homens: é desaconselhável barba e bigode por fazer, unhas compridas,


cabelos mal cuidados, sapatos mal cuidados, meias que não sejam da
mesma cor do sapato, camisas com colarinhos desgastados, roupas de
cores berrantes, perfumes fortes.

• Tenha na ponta da língua e na escrita a pronuncia e a grafia dos nomes


das pessoas envolvidas no evento, nem como os nomes das empresas.

• Recomendações:
–– fale sempre olhando nos olhos das pessoas;
–– não roa unhas; Para saber mais sobre Cerimonial
e Protocolo, acesse o site http://
–– não fique se mexendo muito; www.ifrj.edu.br/webfm_
–– cumprimente a todos; send/1563

–– trate todos com respeito;


–– seja pontual;
–– seja firme;
–– seja criativo;
–– saiba tomar iniciativas;
–– seja simples, culto, informado, sensível, íntegro e ético;
–– esteja sempre atento ao seu tom de voz;
–– utilize sempre senhor e senhora.

6.4 Ética no cerimonial


Ética se refere a conduta do ponto de vista do bem e do mal, tratando dos Ética
É a parte da filosofia dedicada
atos morais através das manifestações da consciência. Ela é o referencial aos estudos dos valores morais
para o indivíduo agir corretamente em relação a si mesmo e ao próximo. e princípios ideais do compor-
tamento humano. A palavra
“ética” é derivada do grego, e
significa aquilo que pertence ao
Assim, em se tratando de Cerimonial, é falta de ética não cumprir um con- caráter. Diferencia-se da moral,
trato, feito em confiança, sem comprometimento jurídico. Falta de ética pois, enquanto esta se funda-
menta na obediência a costumes
também é entregar um produto inferior ao oferecido anteriormente. Tam- e hábitos recebidos, a ética, ao
bém diz respeito à respeitabilidade que deve presidir atos públicos, solenes, contrário, busca fundamentar
as ações morais exclusivamente
eventos de uma maneira geral. Por princípio ético uma relação de reconhe- pela razão.

Aula 6 – Recursos humanos 73 e-Tec Brasil


cimento e respeitabilidade aos direitos individuais de todos os membros de
uma sociedade deve ser sempre respeitada, principalmente quando se trata
de um evento onde há uma ordem de precedência.

Dessa forma, o Cerimonialista, assim como em todas as profissões, deve


obedecer a legislação. É extremamente necessário, que o profissional, e sua
equipe inteira, estejam imbuídos de uma enorme vontade de fazer o melhor,
mas, com dignidade, respeito e ética para saber e poder concorrer no mer-
cado de trabalho.

Francklin Bezerra, autor do Código do Comitê Nacional do Cerimonial


Protocolo – CNCP, diz ser a ética, no cerimonial, um conjunto de normas
Francklin Bezerra Santos exercitadas no âmbito desta atividade, norteado pelos valores do bem atra-
Membro da Academia Brasileira
de Cerimonial e Protocolo, vés de elevada conduta moral e aplicadas nas relações profissionais entre o
ocupante da cadeira nº10. cerimonialista e todas as pessoas que integram estas relações.
Membro do Conselho de
Ética do Comitê Nacional de
Cerimonial Público – CNCP.
Chefe do Cerimonial da Para Gonçalves (2008) a Ética, apoia-se na moral positiva. Ela Interpreta um
Assembleia Legislativa do Estado conjunto de regras de comportamento e formas de vida através das quais o
de Pernambuco. Professor
universitário de Cerimonial homem se instrumenta para realizar o valor do BEM. Pela ética, o cerimonial
e Protocolo da Universidade cultua a arte, da qual tira o sentido estético que toda solenidade, ou mesmo
Católica de Pernambuco
(UNICAP). a rotina da vida, necessariamente deve ter no seu contexto coreográfico e
simbólico. Rege o comportamento (etiqueta) e os costumes, favorecendo a
projeção de atitudes participativas, responsáveis, conscientes, dos critérios
de valor que enriquecem o diálogo e a cumplicidade do homem consigo
mesmo, com a sociedade e com o próprio universo.

Resumo
Nessa aula você conheceu a importância da realização do trabalho do ceri-
monialista de forma ética, seguindo as exigências do Código de Ética Profis-
Para saber mais sobre o sional, e compreendeu a importância e atribuições dos profissionais envolvi-
assunto acesse “Código
de Ética e Disciplina do
dos no serviço de cerimonial.
Cerimonialista” no site: http://
www.cncp.org.br/default.
aspx?section=10 Atividades de aprendizagem
1. Com base em sua leitura e pesquisa durante esta nossa aula, selecione
um tema de seu interesse e dê sua opinião apresentando: os pontos po-
sitivos, os negativos e as sugestões de melhorias dos serviços dos Profis-
sionais envolvidos no cerimonial de um evento. Aproveite esta oportuni-
dade para explorar sua visão crítica como um futuro Técnico em Eventos.
Salve em um arquivo digital e poste sua tarefa no AVEA da disciplina.
Bom trabalho!

e-Tec Brasil 74 Cerimonial e Protocolo


Aula 7 – Técnicas de como
falar em público

Objetivos

Compreender a importância de desenvolver as qualidades e requi-


sitos necessários para um bom orador/mestre de cerimônia.

7.1 Requisitos necessários para ser um


bom locutor/mestre de cerimônias
• Evite o uso contínuo de jargões técnicos, além de muitas vezes você não
ser entendido, algumas outras você passe por arrogante;

• Não grite e nem sussurre;

• Não use de expressões que denotem intimidade;

• Cuidado com alimentos que possam causar mau hálito;

• Dizer apenas o que for preciso, ou seja, tenha capacidade de síntese;

• É preciso que você aperfeiçoe seu ritmo de fala, aproveitando sua ener-
gia, seu timbre e a sonoridade de sua voz;

• Nunca copie ninguém, o ritmo faz parte do estilo de cada um;

• A voz determina a personalidade de quem fala, qualquer problema de


ordem física ou emocional será revelado pela voz;

• Um dos primeiros cuidados que devemos ter para que tenhamos uma
voz de qualidade desejada é a respiração correta. A respiração mais ade-
quada para falar é aquela que utiliza a inspiração costo-diafragma e ex-
piração costo-abdominal, como fazem os bebês;

• A dicção, que é a pronúncia dos sons das palavras, devemos fazer leitu-
ras em voz alta, colocando obstáculos na boca, como lápis, o dedo ou
qualquer outro que possa dificultar a pronuncia das palavras durante o
treinamento, e ficarmos atentos para a pronuncia dos “r” e “s” no final
das palavras e dos “is” no meio das mesmas;

Aula 7 – Técnicas de como falar em público 75 e-Tec Brasil


• Outro problema é a velocidade correta a ser empregada. Cada orador
terá a sua velocidade própria dependendo de sua capacidade de respi-
ração, da emoção, da clareza da pronuncia e da mensagem transmitida;

• É bom ficar atento também para a expressividade dedicada às palavras


dentro da frase. Cada palavra possui uma ou mais sílabas importantes,
assim como cada frase possui uma ou mais palavras importantes. De-
pendendo da pronúncia mais ou menos acentuadas destas palavras ou
sílabas, a mensagem poderá ser outra;

• É necessário também ficar atento à intensidade da voz, não podemos


nem berrar, nem sussurrar;

• A teatralização é um dos temas mais polêmicos, o orador transmite no


falar e no agir as emoções esperadas pelo público, mas resguardam o
raciocínio e o discernimento para chegar ao objetivo pretendido;

• O vocabulário corporifica e traduz todas as nossas ideias. Se ele for deficien-


te não conseguiremos transmitir o que desejamos. O vocabulário deverá
ser o mais vasto possível, mas melhor do que se ter um vocabulário vasto,
é saber utiliza-lo, mas o vocabulário rico não é útil para termos um vasto
conhecimento, o vocabulário ideal para a utilização e entendimento do pú-
blico é o de fácil compreensão, e adaptadas ao interesse dos ouvintes;

• Todo o nosso corpo fala quando estamos nos comunicando, só nos cabe
tomarmos cuidado para que os gestos não sejam exagerados e chamem
mais atenção do que as palavras;

• A posição das pernas é fundamental para o orador, e para evitar proble-


mas, inclusive de saúde, o orador deverá manter uma posição correta;

• Uma boa coisa a fazer é fazer um treinamento com uma câmera e depois
analisar seu atos;

• Seja natural;

• A roupa deve ser discreta e adequada para a ocasião;


Para saber mais sobre o assunto
acesse “A linguagem do • Os cabelos e unhas devem estar bem tratados, para as mulheres de pre-
Mestre de Cerimônias” no
endereço http://cerimonialista.
ferência que os cabelos estejam presos para não atrapalhar na leitura;
com/artigos/a_linguagem_do_
mestre_de_cerimonias.pdf • A maquiagem também não pode ser exagerada, bem como os acessórios.

e-Tec Brasil 76 Cerimonial e Protocolo


Resumo
Nesta nossa última aula você compreendeu a importância de desenvolver as
qualidades e requisitos necessários para um bom orador/mestre de cerimônia.

Atividades de aprendizagem
1. Agora que chegamos ao final da nossa disciplina é importante que você
acesse o AVEA, da disciplina, e realize todas as atividades propostas de
modo a fazer uma auto-avaliação quanto ao seu entendimento até aqui.
Lembre-se que não podemos seguir se alguma dúvida persistir, por isso
se restar alguma dúvida consulte o seu tutor.

Aula 7 – Técnicas de como falar em público 77 e-Tec Brasil


Referências
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Eventos. Editora Campus, 2003, 356p.

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Operacionalização. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Referências 79 e-Tec Brasil


Currículo da professora-autora

Ana Cláudia do Lago Figliuolo é mestre em Educação pela Universidade


Federal de Brasília (2010). Possui graduação em Letras pela Universidade
Federal do Amazonas (1986) e é especializada em Gestão do Turismo pela
Cândido Mendes e Linguística Aplicada a Língua Inglesa pela PUC-MG. Des-
de 1994 é docente permanente da Coordenação de Turismo, Hospitalidade
e Lazer do IFPA/Campus Belém/PA. Exerceu cargos de Chefe de Departa-
mento de Ensino, Coordenadora de Relações Internacionais, Coordenadora
de Relações Públicas, Coordenadora do Curso de Turismo, Hospitalidade e
Lazer, todos estes cargos exercidos no Instituto Federal de Educação Ciência
e Tecnologia do Pará. Tem experiência na área de Turismo, com ênfase em
Ensino Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: Proto-
colo e Cerimonial, Planejamento e Organização de eventos e Etiqueta.

e-Tec Brasil 80 Cerimonial e Protocolo


Cerimonial e Protocolo
Ana Cláudia do Lago Figliuolo

Curso Técnico em Eventos

CÓDIGO DE BARRAS
ISBN

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