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Tecnologia de Tratamento
de Resíduos
Volnei Knopp Zibetti
Endrigo Pino Pereira Lima
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
SUL-RIO-GRANDENSE
Campus Pelotas-Visconde da Graça
Pelotas - RS
2013
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Diagramação
Cássio Fernandes Lemos/CTISM
Leandro Felipe Aguilar Freitas/CTISM
CDU 504.064
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo a Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma
das ações do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando cami-
nho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos
e o Sistema S.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país,
incentivando os estudantes a concluir o ensino médio e realizar uma formação
e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação
profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das
instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Março de 2013
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones
5 e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 6 Tecnologia da Informática
Sumário
Palavra do professor-autor 9
Apresentação da disciplina 11
Projeto instrucional 13
Referências 84
Currículo do professor-autor 86
7 e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor
Prezado(a) estudante
9 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina
Diante das intensas atividades naturais que vêm assolando as diversas partes
de nosso Planeta, o uso da palavra “Ecologia” vem se intensificando cada
vez mais, ora para explicar a ocorrência de tais fenômenos, ora para buscar
soluções que diminuam tais atividades de impacto. A massificação do uso
dessa palavra tem de certa forma, banalizado o termo.
Bons estudos!
11 e-Tec Brasil
Palavra instrucional
Projeto do professor-autor
CARGA
OBJETIVOS DE
AULA MATERIAIS HORÁRIA
APRENDIZAGEM
(horas)
Ambiente virtual:
Relacionar os principais conceitos da plataforma Moodle.
1. Fundamentos de
ecologia, contextualizando com as Apostila didática. 20
ecologia
condições ambientais locais e globais. Recursos de apoio: links,
exercícios.
Ambiente virtual:
2. Fundamentos plataforma Moodle.
Correlacionar os elementos componentes
de ecologia – o Apostila didática. 20
dos sistemas e dos ecossistemas.
ecossistema Recursos de apoio: links,
exercícios.
Ambiente virtual:
3. Tecnologias de Reconhecer conceitos e técnicas relativos plataforma Moodle.
tratamento de ao gerenciamento e tratamento de Apostila didática. 20
resíduos – parte 1 resíduos, efluentes e emissões. Recursos de apoio: links,
exercícios.
Reconhecer as características dos
principais resíduos, efluentes e emissões Ambiente virtual:
4. Tecnologias de gerados nos processos de produção plataforma Moodle.
tratamento de de biocombustíveis, bem como as Apostila didática. 20
resíduos – parte 2 técnicas e procedimentos utilizados Recursos de apoio: links,
para tratamento e aproveitamento dos exercícios.
mesmos.
13 e-Tec Brasil
Aula 1 – Fundamentos de ecologia
Objetivos
Agora, vamos analisar sob uma sequência lógica: uma capivara (organismo)
possui hábitos de convivência em grupo, estando associada ao seu bando
(população). Essa população convive com outras populações, como as de
carrapatos, de garças e de corticeiras-do-banhado (Erythrina crista-galli), só
Figura 1.2: Pirâmide de números representada por: (1) árvores; (2) insetos e (3) pássaros
Fonte: CTISM, adaptado de Amabis e Martho, 2004
Figura 1.3: Pirâmide de biomassa representada por: (1) campo de pastagem, (2) gado
leiteiro e (3) menino
Fonte: CTISM, adaptado de Odum e Barrett, 2008
1.1.6 Coevolução
O planeta Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos, porém a vida surgiu
em torno de 3,5 bilhões de anos atrás. Para nossa realidade de vida atual,
muitas espécies surgiram e outras tantas foram extintas, passando por diversos
estágios evolutivos. Nossa própria espécie é um exemplo. Antes do Homo
sapiens ter chegado ao atual estágio, tantas outras espécies de hominídeos
existiram, como o Australopithecus afarensis, o Homo erectus e o Homo
neanderthalensis, dentre outras espécies. Assim, da mesma forma que ocorrem
os processos evolutivos, também acontecem os processos coevolutivos.
Nos locais hostis, como os citados acima, o primeiro processo que ocorre é a
sucessão primária. Já a sucessão que acontece em local desabitado, anterior-
mente ocupado por outra comunidade biológica que já tenha sofrido alguma
perturbação, como queimada, avalanche de terra, incêndios ou alguma ação
Algumas dessas relações são caracterizadas pelo benefício mútuo entre os seres
vivos ou de apenas um deles, sem promover prejuízo ao outro. Essas relações
são denominadas harmônicas ou positivas. Outras relações caracterizam-se
pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro e são deno-
minadas interações desarmônicas ou negativas.
1.2.1.2 Sociedade
Agrupamento de indivíduos de mesma espécie com divisão de atividades e
hierarquias. Representada pelas vespas (Figura 1.8), formigas, cupins e abelhas.
Os indivíduos pertencentes a uma sociedade possuem autonomia própria,
ou seja, não são unidos entre si. A espécie humana e alguns primatas estão
classificados nessa interação.
1.2.1.3 Canibalismo
É um modo de predação que ocorre entre indivíduos da mesma espécie.
Muito comum em algumas populações de aranhas, nas quais a fêmea devora
o macho após a cópula (Figura 1.9). Em algumas tribos do continente africano,
na antiguidade, ocorria antropofagia – canibalismo humano.
1.2.2.3 Mutualismo
É a relação existente entre dois indivíduos de espécies diferentes na qual
ambas são beneficiadas, sendo a associação obrigatória para a manutenção
de suas sobrevivências. Um clássico exemplo dessa relação pode ser perce-
bido na associação de algumas espécies de algas com espécies de fungos
específicos, onde juntos formam os liquens (Figura 1.12). A parte do líquen
que corresponde à alga (do reino Plantae) realiza a fotossíntese, favorável
ao crescimento da estrutura. Já a estrutura que corresponde ao fungo (do
reino Fungi) apropria-se de nutrientes disponíveis no local, sintetizando-os e
agregando-os à sua formação.
Figura 1.12: Liquens com formações diferentes significa que ocorrem associações
entre organismos de espécies diferentes, tanto de algas quanto de fungos
Fonte: http://www.ra-bugio.org.br/especies/1135.jpg
1.2.2.6 Parasitismo
Interação na qual uma espécie parasita – organismo que vive em associação
com outros, retirando desses os meios para sua sobrevivência – associa-se à
outra – o hospedeiro, causando-lhe prejuízo ao alimentar-se dele. Em geral,
essa relação não leva o hospedeiro ao óbito. O parasito pode instalar-se na
parte externa do hospedeiro, chamado, assim, de ectoparasito (do grego
ectos = fora) – por exemplo, piolhos, pulgas e carrapatos. Também, existem
organismos parasitando o interior do hospedeiro, conhecidos como endopara-
sitos (do grego endos = dentro) – por exemplo, lombrigas, solitárias, bactérias
e vírus. No reino vegetal também ocorre parasitismo, como por exemplo, a
erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis) (Figura 1.14), uma espécie de
trepadeira que se instala em troncos de árvores, retirando de seu hospedeiro
sua seiva bruta.
1.2.2.7 Herbivorismo
Interação similar à predação, ocorrendo entre um herbívoro e as plantas que
lhe servem de alimento. É por meio da herbivoria que a energia solar captada
pelos autótrofos é transferida para os demais níveis tróficos da cadeia alimentar.
São classificados como herbívoros os bovinos, caprinos, capivaras (Figura 1.15)
e algumas espécies de insetos, como os gafanhotos.
Atividades de aprendizagem
Escolha a alternativa correta:
a) Espécie.
b) Hermafroditas.
c) Indivíduos únicos.
d) Mutualistas.
a) Hábitats.
b) Nichos.
c) Cadeias alimentares.
d) Teias alimentares.
6. Coevolução é:
a) É um tipo de “involução”.
c) Uma antievolução.
Objetivos
Algumas das principais matérias que entram e saem dos sistemas são os
nutrientes que, a partir dos ciclos biogeoquímicos, são fundamentais para a
existência da vida em nosso Planeta. As plantas absorvem nutrientes presentes
no solo, somados ao dióxido de carbono (CO2), à água e à radiação solar,
compondo sua biomassa, a partir da fotossíntese (Figura 2.1).
O solo, uma vez erodido e particulado, irá formar materiais com diferentes
estruturas, como os regolitos. Os regolitos são formados a partir de ações de
A latitude influencia o clima. Dos polos ao Equador, ou seja, das regiões mais
frias às mais quentes, encontramos biomas diferentes, com fauna e flora
Grande quantidade de
Faixa equatorial: regiões Vegetação exuberante,
nichos ecológicos devido à
de clima quente e alto com árvores de grande
rica biodiversidade presente,
índice pluviométrico, como Florestas tropicais porte perenifólias (folhas
como flora e fauna (anfíbios,
o norte da América do Sul, não caem) e latifoliadas
mamíferos, répteis, aves,
América Central e Ásia. (folhas largas).
invertebrados, etc.).
América do Norte
Regiões com períodos Gramíneas e algumas
(pradarias) e América do Campos ou pradarias
marcados pela seca. arbustivas.
Sul (pampa).
Na África, predominam os
grandes mamíferos, como
elefantes, leões, girafas,
África, Austrália e Arbustos e árvores de
Savanas rinocerontes, e, no Brasil,
Américas. pequeno e médio porte.
temos o cerrado, cujas
árvores apresentam-se sob
aspecto retorcido.
Plantas adaptadas ao
África (Saara), Ásia Alguns animais apresentam
déficit hídrico, como
(Góbi) e América do Sul Desertos hábitos noturnos, devido à
cactáceas e pequenos
(Atacama). intensa radiação solar.
arbustos.
O bioma cerrado vem perdendo suas áreas nativas devido à expansão da agro-
pecuária. Dentre os biomas brasileiros citados, o pampa (também conhecido Nas páginas do Instituto
como campos sulinos) é o único que se encontra somente em um estado Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), encontramos
brasileiro: no Rio Grande do Sul. No entanto, esse bioma faz parte, também, os mapas atualizados e
de nossos países vizinhos – Argentina e Uruguai. A caatinga é o único bioma informações sobre os principais
biomas brasileiros:
estritamente brasileiro, limitado apenas à região nordeste. http://mapas.ibge.gov.br/
http://www.ibge.gov.br/home/
presidencia/noticias/noticia_
visualiza.php?id_noticia=169
2.5 Ecossistemas aquáticos
Os ecossistemas aquáticos compreendem os principais meios hídricos exis-
tentes, sejam eles de água doce (rios, açudes, lagos) ou de água salgada
(oceanos e mares). Por apresentarem composições químicas diferentes entre
si – quanto à composição de sais, por exemplo, os ambientes de água doce e
de água salgada também apresentam composições diferentes tanto de fauna
quanto de flora, formando, assim, ecossistemas peculiares a cada condição
física, química e biológica existente.
• Zona fótica (do grego photos = luz) – aquela na qual a luz atinge até
200 m de profundidade.
Não confunda esse processo com o efeito estufa que é um processo natural
e indispensável para a manutenção da vida da Terra. O termo “efeito estufa”
tem sido amplamente difundido na atualidade, sendo, muitas vezes, taxado
como vilão e como principal responsável pelas catástrofes climáticas que
ocorrem em nosso Planeta. Sem ele, a temperatura estaria constantemente
abaixo de zero grau Célsius. O termo é uma analogia às estufas – ambientes
artificiais utilizados na agricultura para criar condições favoráveis para certas
cultivares, como vegetais e flores (Figura 2.6). Dos raios solares que chegam
à superfície da Terra, parte é absorvida pelos ecossistemas e outra parte é
refletida novamente para o espaço. Alguns desses raios não seguem esse curso
Figura 2.6: Estufa utilizada para meios de culturas vegetativas – analogia ao fenô-
meno “efeito estufa”
Fonte: Autores
Encontre informações e
notícias sempre atualizadas
acerca do tema água e demais
temas ambientais, acessando
as páginas eletrônicas da
Universidade da Água e
Ambiente Brasil, em:
http://www.uniagua.org.br
http://www.ambientebrasil.
com.br
No segundo caso (ciclo longo), há participação dos seres vivos. A água pre-
sente no solo será absorvida pelas plantas, através das raízes. Parte da água
será liberada a partir da respiração, retornando à atmosfera; outra parte será
consumida por algum herbívoro – ao se alimentar do vegetal – e outra parte
será liberada após a decomposição dos materiais restantes. O herbívoro, ao
alimentar-se, consome também a água presente na estrutura da planta, sendo
esta sintetizada pelo seu organismo.
Atividades de aprendizagem
Leia com atenção a proposição e assinale a alternativa correta.
a) Comunidade.
b) População.
d) Sociedade.
a) Ecótono.
b) Hábitat.
c) Sobreposição de nicho.
d) Variante.
a) Vegetação e fauna.
c) Altitude e latitude.
d) Clima e solo.
a) Simbiose.
b) Parasitismo.
c) Eutrofização.
d) Crescimento populacional.
Objetivos
3.2.1 Classificação
As decisões técnicas e econômicas tomadas em todas as fases do ciclo de
vida de um resíduo, desde a sua geração até a sua destinação final, devem
basear-se, não somente em função de sua origem, mas também da classifica-
ção deste resíduo, em função dos riscos que este pode apresentar ao homem
e ao meio ambiente.
b) Classe IIA – Não inertes – são os resíduos que por suas características,
não se enquadram nas classes I (perigosos) ou IIB (inertes). Esses resíduos
podem apresentar propriedades como: solubilidade em água, biodegra-
dabilidade, combustibilidade. Ex.: Restos de alimentos, papeis e pape-
lões, madeiras, tecidos.
3.2.2 Gerenciamento
A Lei nº 12.305 de 02/08/10, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, define gerenciamento de resíduos sólidos, como o conjunto de ações
exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, trans-
bordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo
com o respectivo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).
Um PGRS tem como objetivo assegurar que todos os resíduos sejam geren-
ciados de forma apropriada e segura, desde a geração até a disposição final.
3.2.2.3 Armazenamento
Guarda temporária dos resíduos já acondicionados, realizada em área especí-
fica, até o momento da coleta e transporte externos para a sua destinação final.
3.2.3.1 Eliminação/minimização
Consistem em práticas e procedimentos que objetivam eliminar ou reduzir
a geração de resíduos em uma instalação, devendo ser alcançada na fonte,
evitando-se a formação do resíduo em sua origem. Através da minimização é
possível reduzir custos de tratamento e disposição dos resíduos, economizar
em transporte e armazenamento, reduzir prêmios de seguros e diminuir gastos
com segurança e proteção à saúde.
3.2.3.2 Reciclagem
É o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolvem a altera-
ção de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas
à transformação em insumos ou novos produtos. O ato de reciclar permite
trazer de volta à origem, sob a forma de matérias-primas, aqueles materiais
que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo
suas características básicas.
3.2.3.3 Compostagem
Define-se como compostagem o processo controlado de transformação
de resíduos sólidos orgânicos em um composto bioestabilizado, através da
decomposição, oxigenação e oxidação. A compostagem é um método natural
através da qual os resíduos orgânicos são transformados em material humifi-
Figura 3.6: (a) Compostagem de resíduos de casca de arroz e peixe e (b) compostagem
de resíduos orgânicos domésticos e restos de vegetais
Fonte: Autores
3.2.3.4 Minhocompostagem
Processo no qual as minhocas são os atores principais, interagindo com
outros microrganismos na produção do húmus a partir de resíduos orgâni-
cos, podendo ser de origem animal, como estercos de bovinos (Figura 3.8)
ou de origem vegetal – restos de horta. A principal diferença desse processo
quando comparado à compostagem é que o composto apresenta grande
biodiversidade de microrganismos, em função do processo apresentar apenas
uma fase de temperatura (mesofílica). Mesmo não tendo a fase termofílica,
microrganismos patogênicos são predados e eliminados pelas minhocas.
Considerando que cerca da metade do que chamamos de lixo é constituído
por materiais orgânicos e estes têm como destino final os aterros sanitários
ou lixões clandestinos, esses resíduos orgânicos podem ser reciclados a partir
da minhocompostagem, atenuando possíveis danos ambientais e gerando
renda ao produtor de húmus. O material final (húmus) destina-se às produ-
ções agrícolas orgânicas que, além de produzir alimentos mais saudáveis,
livres de produtos químicos sintéticos, ainda minimizam potenciais impactos
causados pelos adubos químicos. A produção de húmus não fica restrita
apenas à escala comercial ou em propriedades rurais. Muitas pessoas têm se
utilizado dessa técnica para produzir seu próprio húmus em casa – mesmo
em apartamentos – utilizando seus próprios resíduos. No Brasil, o processo de
minhocompostagem é conhecido popularmente como vermicompostagem.
3.2.3.5 Incineração
A incineração é uma das tecnologias térmicas existentes para tratamento de
resíduos, consistindo num processo químico de oxidação a altas temperaturas
(geralmente acima de 900ºC), em mistura com uma quantidade apropriada
de ar e durante um tempo pré-determinado, que destrói, inertiza, reduz
o volume ou recupera materiais, substâncias ou energia presentes em um
resíduo. Existem vários tipos de incineradores, sendo o mais comum o de
câmaras múltiplas.
3.3 Efluentes
Segundo a Resolução CONAMA nº 430, de 13/05/2011, efluente é o termo
usado para caracterizar os despejos líquidos provenientes de diversas ativi-
dades ou processos, enquanto esgoto sanitário é a denominação genérica
para despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de infiltração na rede
coletora, os quais podem conter parcela de efluentes industriais e efluentes
não domésticos.
• Patogênicos
(parcialmente)
• SS: 60 a 70% • DBO: 60 a 99%
Eficiência de remoção - • DBO: 30 a 40% • Coliformes: 60 a 99%(3)
• Coliformes: 30 a 40% • Nutrientes: 10 a 50%(3)
Mecanismo de tratamento
Físico Físico Biológico
predominante
Cumpre o padrão de
Não Não Usualmente sim
lançamento?(2)
Tratamento mais completo
para matéria orgânica
• Tratamento parcial
• Montante de elevatória e sólidos em suspensão
• Etapa intermediária de
Aplicação • Etapa inicial de (para nutrientes
tratamento mais
tratamento e coliformes, com
completo
adaptações e inclusão de
etapas específicas)
Notas
(1)
Uma ETE a nível secundário usualmente tem tratamento preliminar, mas pode ou não ter tratamento primário
(depende do processo).
(2)
Padrão de lançamento tal como expresso na legislação. O órgão ambiental poderá autorizar outros valores para o
lançamento, caso estudos ambientais demonstrem que o corpo receptor continuará enquadrado dentro da sua classe.
(3)
A eficiência de remoção poderá ser superior, caso haja alguma etapa de remoção específica.
A respeito dos resíduos sólidos, mostramos que os mesmos podem ser dividi-
dos em perigosos ou não perigosos e que esta classificação é fundamental para
a definição do correto gerenciamento dos mesmos. Foram mostrados alguns
conceitos relacionados aos principais processos de tratamento e disposição
final de resíduos sólidos, bem como a importância da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).
Atividades de aprendizagem
Assinale a alternativa correta.
d) Gasoso e inodoro.
a) O planejamento urbano.
c) A modificação de combustíveis.
b) No acondicionamento.
c) No local de armazenamento.
d) Durante o transporte.
b) Eutrofização e autodepuração.
a) Preliminar.
b) Primário.
c) Secundário.
d) Terciário.
Objetivos
Devido ao seu poder calorífico (média de 15,7 MJ/kg de matéria seca), tais
resíduos vêm sendo utilizados para produção de energia nas instalações
industriais de produção de biocombustíveis, trazendo benefícios econômicos
e ambientais a cadeia produtiva.
4.3 Glicerina
O termo glicerina refere-se ao glicerol na forma comercial, com pureza acima
de 95%. O glicerol ou propano-1,2,3-triol é líquido à temperatura ambiente
(25°C), higroscópico, inodoro, viscoso e de sabor adocicado. O glicerol está
presente em todos os óleos e gorduras de origem animal e vegetal em sua
forma combinada, ligado a ácidos graxos (ácido esteárico, oleico, palmítico
e láurico) para formar a molécula de triacilglicerol. O glicerol é gerado na
produção de biodiesel, durante o processo de transesterificação.
A glicerina pode ser ainda utilizada como matéria-prima para a produção de:
4.4.3 Vinhaça
A vinhaça ou vinhoto é o principal subproduto da fermentação alcoólica,
fluindo da base das colunas de destilação, na produção do álcool bruto, na
proporção de 10 a 14 L/L de álcool. A matéria orgânica é o principal consti-
tuinte da vinhaça, basicamente sob a forma de ácidos orgânicos e, em menor
quantidade, cátions como o K, Ca e MG.
Resumo
Nesta aula, vimos que a atividade de produção de biocombustíveis gera resíduos
sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas e que os resíduos sólidos
gerados dependem do processo industrial e do biocombustível produzido.
Atividades de aprendizagem
1. Cite 4 processos de conversão energética de biomassa.
(( ) Ele está presente apenas nos óleos e gorduras de origem animal, ligado
a ácidos graxos.
BRAGA, B., et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2005. 336 p.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. São Paulo: Editora Ática, 2008. 552 p.
85 e-Tec Brasil
Currículo do professor-autor