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Introdução

TRANSPORTE DE CARGAS
As principais regras definidas para o transporte rodoviário de cargas realizadas no Brasil
estão previstas na Lei 11.442/07, que define o transporte rodoviário de cargas como sendo
uma atividade econômica de natureza comercial.

Todo condutor profissional tem responsabilidade perante a sociedade pelo que transporta em
seu veículo, e tais responsabilidades podem ser classificadas como:

1. LEGAL
2. FISCAL SOCIAL E AMBIENTAL
3. PATRIMONIAL
4. TRANSPORTE DE PESSOAS

RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR
1. Legal - O transportador será responsabilizado pela carga que transporta, não podendo
transportar produtos considerados ilícitos;
2. Fiscal – as cargas só poderão ser transportadas com os impostos e taxas
correspondentes em dias;
3. Social e ambiental – as cargas devem ser transportadas de modo a não colocar em risco
a sociedade e o meio ambiente;
4. Patrimonial – o condutor profissional será responsabilizado por danos causados ao
patrimônio rodoviário;
5. Transporte de pessoas – o transporte deverá sempre ser feitos com respeito e
segurança.
Conhecer os riscos oferecidos pela carga e saber como proceder antes, durante e após o
transporte desta, de modo a evitar qualquer risco à sociedade e ao meio ambiente e
consequências de um possível acidente, é DEVER de todo condutor de veículo transportador
de carga e produtos perigosos.
TRANSPORTE DE CARGAS INDIVISÍVEIS
Conceito
Carga unitária, representada por uma única peça estrutural ou por um conjunto de
peças fixadas por rebitagem, solda ou outro processo, para fins de utilização direta
como peça ou, ainda, como parte integrante de conjuntos estruturais de montagem
ou de máquinas ou equipamentos, e que pela sua complexidade, só possa ser
montada em instalações apropriadas.
Essas cargas NÃO podem ser fracionadas ou particionadas para o transporte, pois são peças
únicas. No caso de blocos de rochas e toras de madeira, por exemplo, a carga é transportada
unitariamente até o local onde será feita sua manipulação e fracionamento.

Um exemplo de equipamentos ou máquinas de grande porte são as hélices e turbinas, que


são previamente soldadas ou rebitadas antes do transporte, de forma que possam ser
imediatamente instaladas ou utilizadas em seu destino final. Isso ocorre devido ao complexo
processo de montagem e acabamento da peça, que deve ser feito em local apropriado,
utilizando equipamentos especiais. Essas cargas indivisíveis apresentam grandes dimensões,
dificultando seu processo de deslocamento.

CONJUNTO TRANSPORTADOR – é a combinação de veículo mais carga.

Carga indivisível segundo a Resolução 210/06 do Contran


O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) é o órgão responsável por regulamentar o
trânsito no país. Por isso, é comum que ele edite normas para complementar o CTB e
discipline diversas questões sobre o tema. A Resolução 210 de 2006 é a norma que traz o
conceito da carga indivisível. Para ela, é classificado como tal o elemento que ultrapassa os
limites regulamentares.

E quais seriam esses limites?


 O texto legal apresenta as seguintes medidas:
 ● largura máxima — 2,60 metros;
 ● altura máxima — 4,40 metros;
 ● comprimento total:
 14 metros — veículos não articulados;
 15 metros — veículos não articulados de transporte coletivo de
passageiros;
 18,6 metros — veículos articulados de transporte coletivo de
passageiros;
 18,6 metros — veículos articulados com duas unidades, do tipo
caminhão-trator ou semirreboque;
 19,8 metros — veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão,
ônibus ou reboque;
 19,8 metros — veículos articulados com mais de duas unidades.
Carga indivisível segundo a Resolução 01/2016 do DNIT O DNIT (Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes) editou a Resolução 01/2016 que tem a função de disciplinar a
utilização das rodovias brasileiras para o transporte de cargas indivisíveis.

Assim, ela traz o seguinte conceito: Carga indivisível é a carga unitária com peso e/ou
dimensões excedentes aos limites regulamentares, cujo transporte requeira o uso
de veículos especiais com lotação (capacidade de carga), dimensões, estrutura,
suspensão e direção apropriadas.
Além da definição apresentada, a Resolução apresenta alguns exemplos de Cargas
Indivisíveis para facilitar a compreensão, como:
 ● máquinas;
 ● equipamentos;
 ● peças de grandes dimensões;
 ● transformadores;
 ● reatores;
 ● máquinas de uso industrial;
 ● estruturas metálicas;
 ● silos.

AUTORIZAÇÃO ESPECIAL
ART. 101 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível,


que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN,
poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização
especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as
medidas de segurança consideradas necessárias.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as características
do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do
deslocamento inicial.
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos que o
veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.

§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pela


autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de seis
meses, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.

Definições Legais
CTB - Código de Trânsito Brasileiro
De acordo com o Artigo 101 do Código de Trânsito Brasileiro, combinado com a Resolução
210/06 do CONTRAN, Carga indivisível é a carga unitária com peso e/ou dimensões
excedentes aos limites regulamentares, cujo transporte requeira o uso de veículos especiais
com lotação (capacidade de carga), dimensões, estrutura, suspensão e direção apropriadas.

Para fins de transporte, Carga indivisível é a carga que não pode ser dividida em duas ou
mais partes, sem custos indevidos ou risco de danos.

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes


Para o DNIT, de acordo com a Resolução 01/16, do órgão, carga indivisível é a carga
unitária, representada por uma única peça estrutural ou por um conjunto de peças fixadas
por rebitagem, solda ou outro processo, para fins de utilização direta como peça acabada, ou
ainda, materiais, implementos, partes estruturais, máquinas ou parte de máquinas e
equipamentos, cujas dimensões e/ou peso excedam os limites fixados pelo CONTRAN.
LEGISLAÇÃO
DAS DEFINIÇÕES
Existem definições definidas por resolução em relação ao transporte de cargas indivisíveis,
veremos a seguir algumas delas:

RESOLUÇÃO Nº 1, DE 8 DE JANEIRO DE 2021

Art. 4º Para os fins desta Resolução, serão adotadas as seguintes definições:

I - Autorização Especial de Trânsito-AET: documento expedido pelo DNIT para veículo ou


combinação de veículos e equipamentos destinado ao transporte de cargas indivisíveis e
excedentes em peso ou dimensões aos limites estabelecidos pela Resolução CONTRAN nº
210, de 2006;
Art. 4º

II - Caminhão munck ou guindauto:equipamento com sistema hidráulico para


movimentação, içamento, remoção de equipamentos e máquinas, que possui um braço
hidráulico telescópico;
III - Carga composta de mais de uma unidade indivisível: carga constituída de duas ou
mais unidades de cargas indivisíveis;
IV - Carga indivisível: carga unitária que, quando carregada, apresenta peso ou dimensões
excedentes aos limites regulamentares, ou cujo transporte requeira o uso de veículos
apropriados com lotação, dimensões, estrutura, suspensão e direção adequadas, a exemplo
de equipamentos, máquinas, peças, pás eólicas, vagões, transformadores, reatores,
guindastes, máquinas de uso industrial, máquinas da construção civil, do segmento agrícola
e de terraplanagem, estruturas metálicas, silos, caminhões basculantes ou veículos de
serviço fora de estrada, dentre outros;
V - Comboio: grupo constituído de duas ou mais combinações de veículos transportadores,
independentes, realizando transporte simultâneo e no mesmo sentido, separados por uma
distância de até 150 m (cento e cinquenta metros);
VI - Conjunto transportador: veículo ou combinação de veículos, utilizados na operação
de transporte;
VII - Consulta de viabilidade: análise da viabilidade do transporte a partir do
levantamento das condições e das limitações físicas e operacionais da rodovia, quanto à sua
transitabilidade;
VIII - Eixos em tandem: dois ou mais eixos que constituam um conjunto integral de
suspensão, dotados de sistema de equalização de peso entre eles, podendo qualquer deles
ser ou não motriz;
IX - Empresa de escolta credenciada: empresa devidamente credenciada pela PRF para
execução dos serviços de escolta aos veículos transportadores de cargas indivisíveis
excedentes em peso ou dimensões;
X - Escolta: acompanhamento e custódia, realizado pela Polícia Rodoviária Federal-PRF ou
por empresa de escolta credenciada pela PRF, de determinado conjunto veicular ou comboio
de veículos, quando excederem os limites de dimensão ou peso regulamentados;
XI - Estudo de Viabilidade Estrutural-EVE: estudo da capacidade das OAE existentes ao
longo de determinado itinerário, para fins de viabilização ou não da passagem de conjunto
transportador com PBTC acima de determinados limites, compreendendo a análise das
características estruturais e do estado de conservação e, quando for o caso, do seu projeto e
memória de cálculo, devendo constar no relatório final as indicações das providências que
deverão ser tomadas para possibilitar o transporte;
XII - Estudo de Viabilidade Geométrica-EVG: estudo de verificação dos gabaritos
verticais e horizontais e intervenções nas rodovias, tais como viadutos, passarelas, túneis,
pórticos, curvas e intersecções;
XIII - Excesso de peso: peso bruto por eixo, ou conjunto de eixos, ou ainda Peso Bruto
Total Combinado -PBTC e Peso Bruto Total-PBT, que é transmitido ao pavimento, superior
aos pesos máximos permitidos na Resolução CONTRAN nº 210, de 2006;
DOS HORÁRIOS PARA TRANSPORTE
RESOLUÇÃO Nº 1, DE 8 DE JANEIRO DE 2021

Art. 7º O horário normal de trânsito será do amanhecer ao pôr do sol, inclusive sábados,
domingos e feriados, atendidas as condições favoráveis de visibilidade.

Tipos de Cargas Indivisíveis


O transporte de cargas indivisíveis requer condições especiais de trânsito, quanto à horários,
velocidade, sinalização do veículo e da carga, acompanhamento por batedores, e outras
medidas específicas de segurança nas estradas, bem como para segurança de propriedade
de terceiros e da própria rodovia. Ele também pode ser classificado em três tipos:

 1 . CARGA INDIVISÍVEL COMPOSTA


 2 . CARGA INDIVISÍVEL UNITIZADA
 3 . CARGAS NAS PARTES EXTERNAS

CARGA INDIVISÍVEL COMPOSTA


É a carga constituída de até duas unidades de carga indivisível, excedente em dimensões,
arranjada e acondicionada de modo a possibilitar a movimentação e o transporte como uma
única unidade.

CARGA INDIVISÍVEL UNITIZADA


É a carga constituída de mais de uma unidade de carga indivisível, excedente em
comprimento, arranjada e acondicionada de modo a possibilitar a movimentação e o
transporte como uma única unidade.

CARGAS NAS PARTES EXTERNAS


É a carga que ultrapassa os limites físicos da carroçaria do veículo, quanto a sua largura ou
ao seu comprimento.

Documentação
Os veículos ou os equipamentos de transporte, transportando produtos perigosos, somente
podem circular pelas vias públicas quando acompanhados dos seguintes documentos:

1. Certificado de Licenciamento Anual do Veículo


2. Autorização Especial de Trânsito - AET
3. Documento Fiscal da Carga
4. Conhecimento de Transporte Rodoviário
5. Autorização de Carregamento e Transporte
6. Ordem de Coleta de Carga
7. Manifesto de Carga
8. Certificado de Capacitação

Certificado de Licenciamento Anual - CRLV


O CRLV é o documento de porte obrigatório que licencia, anualmente, o veículo a circular
pelas vias públicas e só será emitido ao veículo que NÃO tenha débitos fiscais ou de multas
de trânsito ou ambientais.

Autorização Especial de Trânsito - AET


Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, que não se
enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida,
pela autoridade com circunscrição sobre a via, Autorização Especial de Trânsito (AET), com
prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas
necessárias.

Documento Fiscal da Carga


Documento que comprova a posse da mercadoria e tem como principal objetivo as
exigências do Fisco quanto ao trânsito das mercadorias e das operações realizadas entre
adquirentes e fornecedores.

Conhecimento do Transporte Rodoviário - CTRC


É o documento que comprova a contratação do transportador pelo embarcador para a
realização do serviço de transporte rodoviário de cargas.

Esse documento, emitido pelo transportador, representa que as mercadorias estão sob sua
responsabilidade para a realização de sua entrega, de acordo com o que está descrito no
conhecimento.

Autorização de Carregamento e Transporte


Será utilizada no transporte de carga quando, no momento da contratação do serviço, não
forem conhecidos os dados relativos a peso, distância e valor da prestação do serviço; sendo
que a utilização da autorização de carregamento não dispensa a posterior emissão do
Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas.

Ordem de Coleta da Carga


Utilizada pelo estabelecimento transportador que executar serviço de coleta de cargas no
endereço do remetente, e destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço do
remetente até o do transportador, para emissão obrigatória do Conhecimento de Transporte
Rodoviário de Cargas, no qual será anotado o número da ordem de coleta.

Manifesto de Carga
É de uso obrigatório somente no transporte rodoviário de carga fracionada, sendo utilizado
pelos transportadores de cargas que executarem serviço de transporte intermunicipal e
interestadual.

Certificado de Capacitação - CONDUTOR


O motorista que pretenda conduzir veículo de transporte de cargas indivisíveis precisa obter
um Certificado de Formação em Curso Especializado de Transposte de Cargas Indivisíveis.

Atenção: A comprovação do certificação de Capacitação em Curso Especializado ocorre pela


apresentação do certificado original, ou através de anotação no campo de observações da
CNH. Fique atento, é necessário realização de prova no DETRAN para garantir a
informação diretamente na CNH.

Acondicionamento e Amarração
de Cargas
Os requisitos legais e a boa técnica exigem que todas as cargas transportadas em
veículos sejam devidamente acondicionadas e amarradas, independentemente do
tipo de percurso. Este acondicionamento permite proteger as pessoas envolvidas nas
operações de carga, descarga e condução do veículo, em conjunto com outros usuários da
estrada, a própria carga e o veículo.
Além do Transportador, o Embarcador é responsável por transportar de forma segura o seu
produto.

As operações de carga e descarga devem ser conduzidas por pessoas com formação
específica e conscientes dos riscos envolvidos. Os condutores devem ter consciência do
risco adicional que representa o deslocamento da carga, ou partes dela, durante a condução
do veículo. Esta condição é aplicável a todos os veículos e a todos os tipos de carga.
FUNÇÃO DA AMARRAÇÃO DAS CARGAS
Quando uma carga não está devidamente amarrada, pode se deslocar durante uma freada
brusca ou curvas mais acentuadas. Portanto, a amarração garante que a carga se mantenha
estável no caminhão e chegue ao destino final em segurança, mesmo em condições
adversas.

PROIBIÇÃO DAS CORDAS PARA AMARRAÇÃO – RES. 552 DO


CONTRA
Uma das maiores mudanças proporcionadas por essa nova legislação é a proibição do uso de
cordas para amarração e fixação das cargas nos caminhões. Em geral, as cordas poderão ser
utilizadas apenas para prender a lona que cobre a carga.

PONTOS DE AMARRAÇÃO DAS CARGAS


Outro ponto relevante a ser destacado na Resolução 552 é a definição dos pontos de
amarração. Em geral, está proibida a utilização de dispositivos de amarração em pontos que
sejam de madeira ou de metal, mas estejam ligados às partes de madeira da carroceria.

CINTAS E CABOS DE AMARRAÇÃO DAS CARGAS


A partir de agora deverão ser utilizadas cintas têxteis, cabos de aço e correntes que tenham
uma resistência de, no mínimo, o dobro do peso da carga. Além disso, equipamentos como
barras de contenção, trilhos, malhas e separadores podem ser utilizados como dispositivos
adicionais de segurança, não sendo, portanto, obrigatórios.

Para o transporte seguro dessas cargas, a transportadora deverá providenciar, no mínimo,


quatro pontos de amarração e utilizar cintas têxteis, cabos de aços, correntes ou combinar
esses materiais.

MÉTODOS DE FIXAÇÃO DAS CARGAS


FIXAÇÃO ENVOLVENTE (TIE-DOWN), onde o objeto é forçado contra o piso do veículo,
aumentando sua capacidade restritiva através do aumento da força de atrito entre as
superfícies;
FIXAÇÃO DIRETA EM CONTENDORES ESPECÍFICOS, que retem a carga diretamente em
suas estruturas, como carroceria basculante, tanque, etc;
FIXAÇÃO DIRETA ATRAVÉS DE BLOQUEADORES DA PRÓPRIA CARROCERIA DO
VEÍCULO, como painel dianteiro, painel traseiro e grades laterais;
FIXAÇÃO DIRETA ATRAVÉS DE DISPOSITIVOS DE FIXAÇÃO, como correntes, cabos de
aço, cordas, cintas de nylon, locks de conteiner, onde a amarração da carga é feita
diretamente na estrutura do veículo ou de sua carroceria.

Equipamento Registrador Instantâneo


Inalterável de Velocidade e Tempo -
TACÓGRAFO
O equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo
(conhecido como tacógrafo) destina-se ao controle de determinados veículos, em
relação a três quesitos: velocidades, distâncias percorridas e tempos transcorridos,
durante o seu trajeto (incluindo o registro dos momentos de imobilização).
Inicialmente utilizado como ferramenta de controle de frota, de interesse exclusivo dos
proprietários de alguns veículos (em especial os utilizados no transporte rodoviário de
cargas), hoje é previsto, pela legislação de trânsito, como obrigatório para alguns
veículos, nos termos do artigo 105, inciso II, do CTB, e Resoluções do Conselho
Nacional de Trânsito n. 14/98 e 87/99:
- veículos de transporte e de condução escolar;

- veículos de transporte de passageiros com mais de dez lugares (exceto se registrado na


categoria particular e que não efetue transporte remunerado);

- veículos de transporte de produto perigoso a granel (aqueles nos quais a própria estrutura
do veículo é utilizado para o acondicionamento da carga – “caminhão-tanque”);

- veículos de transporte de carga com capacidade máxima de tração igual ou


superior a 19 toneladas; e
- veículos de transporte de carga com capacidade máxima de tração inferior a 19
toneladas, apenas se atender, cumulativamente, as seguintes condições: peso
bruto total superior a 4.536 kg e fabricação a partir de 1991.
Os requisitos técnicos deste tipo de equipamento estão previstos na Resolução n. 92/99
(alterada pela Resolução n. 406/12), a qual prevê, entre outras especificações, que a
extração, análise e interpretação dos dados registrados somente podem ser realizadas por
agente fiscalizador que tenha sido submetido a um prévio treinamento sob responsabilidade
do fabricante, conforme instrução dos fabricantes dos equipamentos ou pelos órgãos
incumbidos da fiscalização.

Todavia, nos casos destes veículos se envolverem em ocorrências de trânsito com vítima,
para garantir a confiabilidade dos dados registrados pelo equipamento, prevê o artigo 279
que somente o perito oficial encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou
unidade armazenadora do registro.

Sinalização em Veículos
O veículo, cujas dimensões excedam os limites fixados pelo CONTRAN, deverá portar na
parte traseira a Sinalização Especial de Advertência prevista nos Anexos I, II e III desta
Resolução.

A sinalização deverá estar em perfeitas condições de visibilidade e leitura, não


sendo permitida a inserção de quaisquer outras informações além das previstas
nesta Resolução.
SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA TRASEIRA PARA COMPRIMENTO
EXCEDENTE
Especificações: dispositivo de segurança autoadesivo aplicado diretamente no veículo ou
sobre placa metálica, de madeira de ou material com propriedades equivalentes, possuindo
faixas inclinadas de 45º da direita para a esquerda e de cima para baixo, nas cores preta e
laranja, alternadamente.
SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA TRASEIRA PARA LARGURA EXCEDENTE
Especificações: dispositivo de segurança autoadesivo aplicado diretamente no veículo ou
sobre placa metálica, de madeira de ou material com propriedades equivalentes, possuindo
faixas inclinadas de 45º da direita para a esquerda e de cima para baixo, nas cores preta e
laranja, alternadamente.
SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA TRASEIRA PARA COMPRIMENTO E
LARGURA EXCEDENTE
Especificações: dispositivo de segurança autoadesivo aplicado diretamente no veículo ou
sobre placa metálica, de madeira de ou material com propriedades equivalentes, possuindo
faixas inclinadas de 45º da direita para a esquerda e de cima para baixo, nas cores preta e
laranja, alternadamente.
SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA TRASEIRA DO TIPO BIPARTIDA
Especificações: dispositivo de segurança autoadesivo aplicado diretamente no veículo ou
sobre placa metálica, de madeira de ou material com propriedades equivalentes, possuindo
faixas inclinadas de 45º da direita para a esquerda e de cima para baixo, com adesivo
refletivo na cor preta e laranja alternadamente, com espaçamento máximo de 5,0 cm entre
as duas partes sem alterar ou comprometer as letras e formato da sinalização, nas cores
preta e laranja, alternadamente.

Especificações Técnicas da Sinalização Especial Retrorrefletiva


1. A sinalização especial deve ser constituída por película autoadesiva aplicada
diretamente na traseira do veículo ou sobre placa fixada na traseira do mesmo.
2. Para atender as necessidades especiais de fixação no veículo, a sinalização especial
poderá ser bipartida em seu sentido transversal, contudo, as partes não poderão ter
uma separação maior que 5 cm (cinco centímetros).
3. Coeficiente de retrorreflexão: os materiais retrorrefletores deverão atender aos
coeficientes de retrorrefletividade mínimos definidos na Tabela 1. As medições devem ser
feitas de acordo com o método ASTM E810.
4. Durabilidade: a película deverá reter no mínimo 50% de retrorrefletividade da Tabela 1 e
cor dentro das coordenadas especificadas na Tabela 2 após ser submetida a 1.000 horas no
aparelho de intemperismo artificial de acordo com a ASTM G 155 conforme o ciclo I da
respectiva norma.
5. O fabricante deve manter a disposição do Órgão Máximo Executivo de Trânsito da
União certificado de conformidade,emitido por entidade Federal, Estadual ou do Distrito
Federal de pesquisa e/ou ensino, que comprove o atendimento integral do disposto neste
Anexo.
6. A sinalização especial deverá conter no canto inferior esquerdo do quadro branco, em uma
área de dimensão máxima de 3cm X 10cm com a marca do fabricante da película, nome
da entidade que emitiu o certificado de conformidade da película, o número e a data do
respectivo certificado.
7. A sinalização especial não poderá conter quaisquer outras inscrições.

Infrações e Penalidades
Infrações – Resolução 3.665 ANTT
Art. 49. A fiscalização para a observância deste Regulamento e de suas instruções
complementares incumbe à ANTT, sem prejuízo da competência das autoridades com
circunscrição sobre a via por onde transitar o veículo transportador.

Resolução 11/2004 DNIT


Art. 45. A não observância de quaisquer destes dispositivos importará na aplicação isolada
ou cumulativa das seguintes penalidades:

 – multa prevista no CTB;


 – suspensão do fornecimento de “AET” pelo prazo de até 03 (três) meses;
 – declaração de inidoneidade da empresa ou transportador autônomo, com o
consequente cancelamento definitivo do direito de uso da AET e a revogação das
que já houverem sido fornecidas e não utilizadas.
Tipificações – Resolução 11/2004 DNIT
Art. 46. São infrações punidas pela autoridade de trânsito, independente de outras previstas
na legislação de trânsito e seus regulamentos, aquelas pertinentes a esta Resolução:

– transportar com pesos superiores aos constantes da AET;

– transportar com dimensões superiores aos constantes da AET;

– transitar com alteração de itinerário ou de horário não permitido na AET; IV – transitar


sem o porte da AET;

V – prestar informações incorretas para o fornecimento da AET; VI – adulterar os dados da


AET.

§ 1º. As infrações previstas nos Incisos I, II, III e IV, constantes da AET inicialmente
fornecida , serão punidas em conformidade com a penalidade prevista no Inciso VI do Art.
231 do CTB.
§ 2º. As infrações previstas nos Incisos V e VI serão punidas com multa ou declaração de
inidoneidade da empresa, conforme a gravidade da infração.

Art. 47. A prática simultânea de infrações de diferentes naturezas importará na aplicação das
penalidades previstas na forma da legislação vigente.

Art. 48. As infrações de idêntica natureza serão punidas como uma única infração, não se
considerando a pluralidade de itens que a elas se refiram, salvo no caso de excesso de peso.

Art. 49. A imposição das penalidades previstas nesta Resolução não exonera o infrator de
outras cominações e encargos de naturezas penais, cíveis ou administrativas decorrentes da
prática de infração.

Art. 50. Os veículos mencionados no Art. 4º transportando carga indivisível que apresente
qualquer característica de sua carga ou do itinerário, em desacordo com o constante na AET
ou que não esteja portando a mesma, será retido e autuado, sendo liberado após a devida
regularização e fornecimento de nova AET, nesse caso, pela UNIT onde foi verificada a
infração, respeitadas as competências dos Artigos 28 e 29 e seus incisos e parágrafos desta
Resolução e cobrando-se a TUV desde a origem, quando for o caso.

§ 1º. No caso de ocorrência de infração prevista neste artigo, o acréscimo da TUV e as


multas sobre o excesso de peso, dimensões e alterações de itinerário serão referidas aos
limites constantes da AET inicialmente fornecida, sendo aplicada em conformidade com Art.
46 destas Resoluções.

§ 2º. Na impossibilidade da regularização da carga ou o fornecimento de AET, o


transportador, além de ser multado, será escoltado pelo Agente da Autoridade até o ponto
em que teve acesso à rodovia, ou à cidade mais próxima, cobrando-se as respectivas Tarifas
de Escolta e a TUV, esta, desde a origem, se for o caso, comunicando-se a irregularidade à
Coordenação Geral de Operações Rodoviária.

Resolução 3.056/2009 ANTT


Art. 33. As infrações ao disposto nesta Resolução serão punidas com multa, suspensão e
cancelamento da inscrição do transportador no RNTRC.

§ 1º O cometimento de duas ou mais infrações ensejará a aplicação das respectivas


penalidades, cumulativamente.

§ 2º A aplicação das penalidades estabelecidas nesta Resolução não exclui outras previstas
em legislação específica, nem exonera o infrator das cominações civis e penais cabíveis.

Art. 34. Constituem infrações:

I - efetuar transporte rodoviário de carga por conta de terceiro e mediante remuneração:

sem portar os documentos obrigatórios definidos no art. 39: multa de R$ 550,00;

Revogada;

sem a identificação do código do RNTRC no veículo ou com a identificação em desacordo com


o regulamentado: multa de R$ 550,00;

em veículo não cadastrado na sua frota: multa de R$ 750,00

I - efetuar transporte rodoviário de carga por conta de terceiro e mediante remuneração:

com o registro suspenso ou vencido: multa de R$ 1.000,00;

sem estar inscrito no RNTRC: multa de R$ 1.500,00;

com o registro cancelado: multa de R$ 2.000,00;

para fins de consecução de atividade tipificada como crime: multa de R$ 3.000,00,


cancelamento do RNTRC e impedimento de obter registro pelo prazo de dois anos;

- deixar de atualizar as informações cadastrais no prazo estabelecido no art. 11: multa de R$


550,00 e suspensão do registro até a regularização;
- apresentar informação falsa para inscrição no RNTRC: multa de R$ 3.000,00 e
impedimento do transportador para obter um novo registro pelo prazo de dois anos;

– apresentar identificação do veículo ou CRNTRC falso ou adulterado: multa de R$ 3.000,00,


cancelamento do RNTRC e impedimento de obter registro pelo prazo de dois anos;

- emitir os documentos obrigatórios definidos no art. 39, para fins de transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiro e mediante remuneração, em desacordo ao regulamentado:
multa de R$ 550,00.

- Deixar de fornecer, o embarcador ou destinatário, documento comprobatório do horário de


chegada e saída do transportador nas dependências da origem ou do destino da carga ou
apresentar informação em desacordo com o art. 31-A: multa de 5% sobre o valor da carga,
limitada ao mínimo de R$550,00 e máximo de R$10.500,00.

Tipificações – Lei 9.503 CTB


Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condutores e, à noite,
não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a providências necessárias para
tornar visível o local, quando:
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediatamente: Infração -
grave;

Penalidade - multa.

Art. 230. Conduzir o veículo:

XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previstas neste Código;

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 231. Transitar com o veículo:

I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;

II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:

carga que esteja transportando;

combustível ou lubrificante que esteja utilizando;

qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

I - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN;

II - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou
pela sinalização, sem autorização:

Infração - grave; Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferido por


equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de excesso de peso


apurado.

Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga excedente;

VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade competente para


transitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver vencida:
Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo.

 Responsabilidade do Condutor
Nunca se esqueça! A estrutura logística para o transporte de uma carga indivisível é
complexa e desafiadora.
Especialistas ensinam que cada carga é um projeto e exige planejamento detalhado,
principalmente porque depois que um caminhão esteja carregado, não se pode mais voltar,
ou seja, a carga tem que chegar ao destino.
Por isso é muito importante seguir todas as recomendações da legislação, para
segurança de todos e eficácia de do trajeto, sem surpresas indesejáveis.

Fatores de Interrupção da Viagem


Vários são os fatores que podem levar à interrupção da viagem, tais como:

1. Falha mecânica
2. Mau tempo
3. Pista obstruída (acidente, queda de barreira)
4. Estado de saúde do condutor
5. Incidentes com a carga
Adote as providências (redefinição de rota, troca de condutor ...) conforme
orientações para o transporte.
O condutor deve interromper a viagem e entrar em contato com a transportadora,
autoridades ou entidades quando ocorrerem alterações nas condições de partida, capazes de
colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente.

Participação do Condutor no carregamento e descarregamento do veículo


Antes de começar a descarga do caminhão, é necessário examinar a Nota Fiscal de entrega e
do Manifesto de Transporte, para verificar se os documentos estão de acordo com pedido de
compra de materiais.

Após verificação dos documentos, direciona-se o caminhão para a doca de descarga


indicada, para que as cargas sejam retiradas, ou seja, para que se realize o processo de
descarga ou descarregamento do caminhão.

Para a carga e descarga é aconselhável a realização de um Exame de avarias e conferência


de volumes. Caso as irregularidades sejam significativas, pode-se recusar a carga.

Se estiver tudo certo, inicia-se a descarga das mercadorias, que pode ser manual ou com o
uso de equipamentos.

Após descarregar o caminhão, é recomendável realizar a conferência quantitativa. Isto é, o


conferente deve verificar, junto ao condutor, se a quantidade de mercadorias que está na
nota fiscal é igual à carga recebida.
Regras Gerais – CTB e Lei 12.619 de 2012
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 horas e meia
ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte
rodoviário de cargas.
§ 1o Serão observados 30 minutos para descanso dentro de cada 6 horas na condução de
veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção
desde que não ultrapassadas 5 horas e meia contínuas no exercício da condução.

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