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Provocando Krell

Sedução Cyborg- volume 07

Laurann Dohner

Pesquisa: Mell

Revisão Inicial: Renata e Clarice

Revisão Final e formatação: Clarice


Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Descrição:

Krell odeia todos os seres humanos. Deixaram-no com cicatrizes e


indesejável para as fêmeas. Ele tinha uma existência solitária em seu mundo por
causa da brutalidade deles. Então ele fica com raiva quando é ordenado a
interrogar uma humana capturada. Ela é o inimigo, um soldado da Terra. Ele
irá mostrar a ela a mesma clemência que lhe foi mostrada. Nenhuma.

Cyan não esperava sobreviver a sua missão contra os Modelos Markus,


mas ela fica atordoada e feliz ao ser confrontada com cyborgs. O passado e o
presente colidem, no entanto, quando ela vê Krell. Ele é parte de um segredo
perigoso de uma outra vida - e ele é também completamente irresistível.

Krell tem certeza que Cyan não pode ser confiável. Ele está determinado
a mantê-la a uma distância ... mas Cyan está determinada a conseguir o grande
cyborg sexy em sua cama.

TAUNTING KRELL

Dedicação
Um especial agradecimento ao Sr. Laurann por ser meu herói e para Pamela
Campbell por ser uma editora filha da mãe. Eu também gostaria de agradecer
Kele Moon por ler tudo o que eu escrevo e sempre ser honesta. Este livro é para
recomeços, quando você realmente precisar de uma nova rajada de vida.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Prólogo

Um passado distante na Terra

Centro de Detenção Cyborg

Emily ouviu a porta sendo suavemente aberta e isto lhe acelerou o pulso.
A tela em seu computador instantaneamente foi alterada para exibir um jogo de
cartas. Ela olhou para o monitor menor a sua direita e relaxou. Um sorriso
curvou seus lábios enquanto ela assistia a chegada do alto cyborg por trás.

A masculinidade de Mavo a inundou quando ela respirou fundo. Havia


algo a ser dito sobre os sentidos superdesenvolvidos. Ele tinha tomado banho
recentemente, ele usara o novo sabão almiscarado que ela mandara para ele, e
ela fechou os olhos para saborear como ele se misturava bem com o cheiro
natural dele. Seus olhos se abriram.

- O que você está fazendo aqui? - Ela esperou ele se mover dentro de sua
visão lateral quando ele se agachou ao lado de sua cadeira. Ela olhou para seus
belos olhos verde. Eles sempre tomavam seu fôlego quando ela olhava para
eles. A cor complementava sua pele pálida e prateada e cabelos negros. – Nós já
nos despedimos mais cedo.

Ele não sorriu de volta. - Venha com a gente.

Tristeza apoderou-se dela com força. Ela segurou as lágrimas que


instantaneamente se formaram. - Não faça da nossa última conversa uma
discussão. Nós já passamos por isso mil vezes.

- Eu não vou sair sem você. - Suas linhas fortes estavam tensas e seus
lábios cheios pressionados firmemente. - Eu vou levar você.

Ela desejava que fosse assim tão simples. - E depois?

- Nós vamos achar um jeito.


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Os pulsos dela balançaram mais uma vez, a tela inicial voltou, e ela
olhou para esta. O pequeno sensor em sua testa vibrou enquanto lia seus
pensamentos e ela observou o que estava fazendo em vez de continuar a olhar
para ele.

- Você precisa ir. O tempo está se esgotando.

Pelo canto do olho, ela o viu virar a cabeça para a tela.

- O que é isso?

- Eu estou reprogramando os satélites. Você terá uma chance maior se a


superfície não puder avisar as naves do que está acontecendo aqui embaixo.
Isso vai enganá-los a acreditar que aconteceram algumas explosões solares. Isso
vai entrar em vigor em dez minutos. Vai realmente estragar as comunicações. E
lhe dará uma janela de 15 minutos. Eu não poderia lhe dar mais tempo sem
criar suspeitas.

- Emily, - ele rosnou o nome dela, - você fez mais do que suficiente e
arriscou demais por nós. Saia daqui antes que eles percebem que você os
hackeou.

- Essa é a coisa incrível sobre ser eu. Eu sou boa nisso, merda. Minha vida
inteira gira em torno de computadores. Eles não me rastrearam ainda. Infiltrei-
me para que você obtivesse os códigos de substituição para todas as naves que
orbitam a Terra. Eu mudei os prazos de entrega para colocar mais naves no
chão. – Ela balançou o pulso para abrir uma terceira tela - Eu me certifiquei que
nenhum alarme será disparado quando vocês passarem através da atmosfera.
As tripulações a bordo das naves em órbita irão lê-los como ativos em plantão.
Eles vão acreditar que vocês estão apenas fazendo o trabalho de vocês.

- Emily. - A mão dele se estendeu para acariciar o rosto dela. - Pare. Você
corre um risco cada vez que você faz isso.

Que vida? Ela segurou este pensamento de volta, sem o falar em voz alta.
Ela encontrou o olhar dele, viu tristeza lá, e desejou que ela pudesse tocá-lo de
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volta, mas ela tinha muito a fazer. Seu polegar quente acariciou a sua pele, o
prazer no contato ligeiro era algo que ela aprendeu a apreciar.

- O que eles vão fazer comigo? Afastar-me dos sistemas? - Ela não podia
evitar de bufar. - Meu pai é Deus para eles. Ele criou o seu povo e é responsável
por aqueles androides que eles dependem tanto. Eles não ousariam arriscar me
prender. Eu sou tudo o que ele ama, além de seu trabalho.

O verde dos olhos dele escureceu de raiva. - Venha comigo. Por favor?

Anseio apertou-a tão fortemente que ela teve que desviar o olhar por
medo que ele visse isso. - Eu não posso. Oitenta por cento do meu corpo não
funciona. Eu só seria um fardo.

- Nunca, - ele respondeu asperamente.

Emily teve que conter as lágrimas antes de ousar encontrar o intenso


olhar dele novamente. - Estamos fazendo isso para lhe dar a oportunidade de
ter uma vida normal. Você e seu povo merecem serem livres e felizes. Você não
teria isso me carregando junto.

A mandíbula dele cerrou novamente. - Você quer me ver feliz? Permita-


me que te retire e te leve para sair daqui com a gente. Você acha que eu não
vou cuidar de você?

Ela sabia, sem dúvida, que ele cuidaria. Este era o problema. - Eu te amo,
meu amigo. De certa forma somos uma família, uma vez que ambos somos
criações do mesmo homem, de uma forma ou de outra.

- Eu também te amo. Eu não quero deixá-la para trás.

- É por isso que estou dizendo não. Você já cuidou tão bem de mim
desde que foi atribuído como meu guarda. Todos os meus outros guardas me
evitavam, ficavam tão longe de mim quanto podiam, mas você me conheceu.
Conversamos e o que você me deu é mais do que você jamais vai saber. Eu não
quero que você gaste o tempo que me resta fazendo as coisas que as

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enfermeiras fazem. - Ela levantou o queixo. - Mudar as minhas fraldas e me


alimentar não é uma tarefa que você deve, alguma vez, fazer. - A envergonhava
até mesmo ter que admitir isso para ele. - Eu necessito de muitos cuidados.

- Eu faria isso por você feliz. Por favor, - ele respondeu asperamente. -
Deixe-me levá-la conosco.

- Pare! - Ela sabia que ia começar a chorar se ele não fosse. Ela queria
tanto ir com os cyborgs que doía. - Não. Pare de discutir comigo. Nós já
passamos por isso muitas vezes. Os recursos vão ser limitados, você nem sabe
para onde irão quando estiverem livres, e a última coisa que você precisa é de
alguém que está sendo um obstáculo extra.

- Ninguém ousaria dizer isso.

Claro que não. Mavo iria chutar suas bundas. Ela se lembrou do guarda
humano que Mavo tinha espancado dois meses antes por fazer uma piada sobre
sua deficiência física. O preço por defendê-la havia sido ficar detido dois dias
dentro de uma cela, até que ela tinha sido capaz de fazer seu pai mexer os
pauzinhos para devolvê-lo ao dever como guarda. Ela teve que implorar e dizer
a seu pai que o guarda tinha sido ofensivo para conseguir soltar o seu cyborg.
Seu pai queria que ela ficasse protegida e isso era o que Mavo tinha feito. Ser
punido por seguir ordens tinha sido errado.

- Eu sei. - Ela olhou para o relógio. - Você tem que ir. Você sabe onde
você precisa estar em oito minutos.

O polegar dele parou de se mover. - Eu vou levar você. Eu não vou te


deixar para trás. Eu simplesmente não consigo. Devemos-lhe muito para
abandoná-la. Eles podem puni-la se descobrirem o que você fez.

- Não. - Sua voz tremeu. - Não. Eu vou te atrapalhar.

- Eu não me importo. Eu vou ficar se você não for.

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- Não! - Ela puxou o braço e conseguiu bater a mão contra o lado dele. -
Não se atreva, Mavo. Eu disse que interceptei as notas do governo de sua
última reunião. Eles estão planejando acabar com programa. Eles vão matar
todos vocês.

- Prefiro morrer a te abandonar.

A sinceridade brilhou nos olhos dele. Ele a fez querer chorar de novo e
amá-lo ainda mais, se isso fosse possível. Ele significava muito para ela, mesmo
que ele não a visse do jeito que ela o via. Ele sentia gratidão, era protetor, mas
nunca a viu como uma mulher sexualmente atraente.

- Você me prometeu que iria. Você jurou.

- Você me fez prometer. - A voz dele se aprofundou com a raiva. - Você


pode ficar irritada comigo mais tarde, quando deixarmos a Terra. – Ele fez uma
pausa. - Juntos. - A mão dele caiu e ele se virou em sua posição agachada para
alcançar o pulso dela.

- Não!

Um som de pop soou e sua ligação ao computador foi cortada quando


ele a desconectou.

- Maldição, Mavo. Pare. Eu sei que você está preocupado com o que vai
acontecer comigo, mas eu não vou sobreviver uma semana se eu deixar a Terra.
Meu tempo já é curto o suficiente, talvez um ano no máximo, antes de o meu
corpo morrer, mas eu vou viver todos os dias que eu puder. Eu juro que vou
ficar bem. Eles não vão me prender. Na pior das hipóteses, eles bloquearão meu
acesso ao computador para me impedir de me conectar a qualquer outra fonte
exterior. Meu pai não irá permitir que eles me prendam e eles precisam muito
dele para mexer comigo. Ele sempre consegue o que quer.

Ele hesitou. - Eu vou me preocupar.

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Ela olhou em seus olhos. - Eu sei, mas não se preocupe. Eu sou uma
menina grande, eu sei o que estou fazendo, e meu pai vai me proteger quando
você se for. - Ela decidiu distraí-lo. - Todo mundo está animado? Você tem que
pensar neles. Eles precisam de você mais do que eu.

A cabeça dele abaixou. - Sim. Eles não podem esperar para sair daqui. - O
olhar atormentado dele se ergueu. - Tem certeza de que não quer vir conosco?

- Reconecte-me de novo, eu quero monitorá-lo e fazer o que puder para


ajudar vocês a escaparem.

Ela respirou com mais facilidade quando ele a reconectou as máquinas,


aliviada que tinha sido capaz de convencê-lo, e olhou para sua tela. Ela se
concentrou em um pequeno alerta vermelho piscando.

- Oh, não. A segurança agarrou uma dos seus. - Ela puxou o relatório. - É
um macho, ele foi levado para segurança do prédio dois e eles planejam matá-
lo. Eles acreditam que ele sabe de algum plano de fuga. - O coração dela
disparou. - Há quatro guardas com ele, de acordo com o que estou lendo. - Ela
focou em sua mente e entrou nas câmeras de segurança dentro do centro de
detenção, encontrando aquela onde o macho cyborg havia sido levado e ativou
a transmissão ao vivo.

Quatro guardas tinham um macho cyborg de joelhos, com as mãos atrás


das costas contido, enquanto eles chutavam e batiam nele. Um dos bastardos
tinha uma faca cortando o homem, para horror de Emily. Ela não conseguia ver
muito do cyborg com os guardas que o cercavam, mas ela podia ver flashes de
vermelho que dizia o quanto eles o estavam fazendo sangrar. Ela abriu outra
tela com o arquivo do cyborg, revelando uma foto dele.

- Eu não o conheço. Não é?

- Sim, - Mavo rosnou. - Ele é um amigo.

- Vá salvá-lo, - ela ordenou enquanto ela invadia o sistema principal do


centro de detenção. - O ataque vai começar em breve, então se apresse. Chegue
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até ele. Vou abrir as portas exteriores e acionar os alarmes de incêndio para
evitar que eles o matem. Eles vão sair pelo lado sul como eles foram treinados
para fazer durante os treinos contra incêndio. Eles vão deixá-lo dentro da cela
para queimar até a morte. Deus, eu odeio esses idiotas. Ele está impotente. Você
vai ter que correr. A primeira distração começa em quatro minutos.

Uma mão roçou seu rosto. Emily olhou para cima para Mavo. -
Obrigado. Eu nunca vou esquecer você ou como nos ajudou.

- Seja feliz. Isso já é bom o suficiente. Agora vá!

Ele se levantou em sua altura impressionante e girou, deixando-a


sozinha. Ela olhou para o monitor para assistir a suas costas desaparecerem.
Tristeza tomou conta dela por um momento, até que seu foco voltou para o
pobre cyborg capturado dentro da cela de detenção. Ela acionou o alarme de
incêndio no edifício e gemeu quando os guardas se afastaram de sua presa.

O cyborg caiu no chão. Quando os idiotas caminharam para a saída, ela


percebeu o quanto cheio de sangue estava a pele prateada de sua vítima.
Lágrimas a cegaram. Ela o tinha descoberto tarde demais. Ninguém poderia
sobreviver a esse tipo de perda de sangue. Ela podia ver o sangue escorrer pelo
piso de concreto ao redor de seu corpo deitado imóvel onde ele tinha caído. Seu
olhar derivou para o arquivo dele, a foto dele - um homem bonito com
profundos olhos azuis e cabelos negros. Esta cara iria persegui-la, ela se
lembraria do cyborg que ela não conseguira salvar e seu coração quebrou um
pouco.

Raiva tomou conta dela. Pelas câmeras, ela seguiu o progresso dos
guardas até chegaram ao exterior. Ela ativou a trava automática desse lado do
edifício para impedi-los de voltar. Eles não tentariam, muito ocupados
felicitando uns aos outros com sorrisos e tapinhas pela crueldade com que
tinham acabado de tratar a um cyborg.

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Um movimento atraiu o olhar de Emily para uma das câmeras. Mavo


correu pela sala, para o cyborg abatido, recolheu-o em seus braços fortes e
correu para as portas. O cyborg em seu poder não parecia estar vivo.

Uma súbita explosão perfurou o silêncio em torno dela, sua cadeira e


tudo em sua mesa sacudiu pela onda de choque, e uma sirene alta tocou em
todo o complexo que abrigava os cyborgs presos. Emily focou em sua tela. Ela
tinha trabalho a fazer, não havia tempo para emoções, e ela começou a bloquear
as seções das dependências para prender os funcionários humanos no interior
dos edifícios. Isso iria impedi-los de ajudar a segurança quando eles tentassem
parar os cyborgs.

O tempo tinha perdido o significado. Ela mal tomou conhecimento das


explosões seguintes, mais do que ciente de quantas viriam. Nenhuma tinha
sido acionada perto de seu escritório, assim ela não corria o risco de ser ferida
acidentalmente. Os cyborgs não a queriam machucada durante sua fuga. Ela
trancou as portas principais para evitar qualquer interferência externa, desligou
todas as comunicações interiores para confundir a segurança, e enviou um
alerta automático para os pilotos em terra para que corressem para a segurança
dentro da sala de descanso, que ela abriu para lhes permitir a entrada. Ela
sorriu enquanto os viu abandonar suas naves. Ela selou as portas uma vez que
o último piloto entrou no edifício. Eles não seriam capazes de retornar a seus
postos.

Ela mal tomou conhecimento quando um grande grupo de cyborgs


correu para as bases para encherem os ônibus. Ela não tinha tempo para
apreciar este espetáculo maravilhoso. Alguém estava tentando invadir o
sistema para bloqueá-la.

- Merda. - Eles sabem que eu estou aqui, mas não importa. Ela empurrou
de volta seus pensamentos, concentrando-se em impedi-los de ganhar o
controle. Eles tentaram acessar a armas automáticas. De jeito nenhum ela iria

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permitir que isso acontecesse. - Você é bom, companheiro hacker, - ela


murmurou. - Mas eu sou melhor.

Um estalo soou atrás dela, alguém golpeando o bloqueio que ela tinha
selado, e a porta de seu escritório repentinamente se abriu com força suficiente
para bater alto contra a parede. Seu olhar pulou para o monitor que revelava a
câmera de segurança a suas costas. Dois agentes de segurança correram para
dentro.

- Pare o que você está fazendo, - um deles exigia. - Desligue o


computador.

Ela ignorou-os, dando início a uma reinicialização do sistema que iria


manter a todos, inclusive ela, incapazes de usarem os sistemas automáticos pelo
menos por três minutos para dar aos cyborgs mais tempo, quando um barulho
alto lhe deu um susto.

Vermelho respingou na sua tela principal. Ela olhou para ele, sem
compreender por dois piscar de olhos. Sangue. O queixo abaixou até que
pudesse ver seu peito. Brilhante, vermelho molhado encharcava sua camisa,
corria em seu colo, e ela lambeu os lábios.

- Você atirou em mim.

Uma mão dura agarrou seu ombro e seu corpo foi jogado de sua cadeira
para o chão. Dor, tanto quanto pelo choque como pelo que eles tinham feito,
quase a fez desmaiar. Eles realmente atiraram em mim. Ela abriu os olhos e
olhou para os monitores. Ela não podia ver todos eles, mas pegou o suficiente
de um para ver códigos correndo pela tela. Um sorriso curvou seus lábios. Ela
acionou a reinicialização do sistema. O hacker seria bloqueado.

- Você a parou? - Uma voz explodiu. - Foda! Você atirou nela? Merda!
Consiga um médico. Que diabos você estava pensando? Eu te disse para
impedi-la e não matá-la. Porra! Mexam-se! Obtenham um médico! Não
podemos deixá-la morrer. Seu pai vai foder nossas bundas.

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Craig Summers, o chefe da segurança, caiu de joelhos ao lado de Emily.


Sua mão grande agarrou seu queixo para obrigá-la a olhar para ele. - Por que
você fez isso? Maldita seja Emily. Seu pai vai ficar louco quando ele descobrir
que os ajudou a escapar. Eu sabia que tinha de ser você. Ninguém mais pode
romper nossas medidas de segurança.

Respirar doía. Ela arrastou o ar, achando difícil de fazer isso, e entendeu
que a bala devia ter perfurado um pulmão quando o gosto de sangue encheu
sua boca. Ela limpou a garganta.

- Eles conseguiram levantar todas as naves e fugir?

Raiva e finalmente tristeza encheram os olhos verdes do homem. Ela


conhecia Craig a vida toda. Ele e seu pai eram amigos. - Sim, querida. Eles
conseguiram. Não que isso vá ajudá-los. Quando chegarem ao espaço às naves
lá em cima vão explodi-los.

Ela riu, tossiu e engasgou com o sangue. - Não.

A mão dele apertou seu rosto. - Você cuidou disso, não é? O que você
estava pensando? Eles são perigosos. Eles vão atacar a Terra, matar a todos nós,
e você fez isso possível.

- Emily! – A voz em pânico de seu pai gritou. - Oh meu Deus. O que você
fez?

Craig a soltou, mudou-se para fora do caminho e se pôs de pé. - Eu não a


matei, Edward. Eu juro. Dois caras o fizeram. Sinto muito. É terminal.

Os olhos dela se fecharam. Ela engasgou com sangue, sabia que ela não
iria sobreviver, mas os cyborgs tinham saído da superfície. A sensação de paz a
encheu. Ela, finalmente, fez uma coisa maravilhosa e significativa com a vida
curta que lhe foi dada.

*****

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- Fique comigo, Emily Rose, - uma voz familiar exigiu.

Seus olhos se abriram e ela olhou em confusão para seu pai com o rosto
polegadas acima dela. Ele parecia pálido, o cabelo branco desarrumado como se
ele tivesse bagunçado, e ela percebeu que eles estavam dentro de seu
laboratório, quando ela tomou conhecimento do teto acima de sua cabeça.
Confundiu-a ainda estar viva. Ela sabia que tinha sido baleada. Com seu corpo
doente, enfraquecido, não deveria ser possível para ela ter feito isso, vindo do
chão de seu escritório para o laboratório a dois prédios de distância.

- Depressa, - ele gritou com alguém virando o rosto. – Estamos a


perdendo novamente. Eu não sei se eu posso revivê-la uma terceira vez.

- Isso não vai funcionar, - uma voz feminina soluçou, uma que Emily
reconheceu como a assistente de longa data de seu pai, Bella. - Seu coração está
danificado, ambos os pulmões, e acho que fraturou sua espinha quando a
recolheu e correu com ela, Eddie.

- Pode funcionar. – A voz de seu pai quebrou e ele se inclinou sobre ela. -
Fique comigo. Apenas alguns minutos mais querida. Eu tenho trabalhado em
um projeto nos últimos três anos só para você. Eu sabia que seu corpo iria
falhar eventualmente, e eu não queria perder você.

- Maldição, isso é loucura. É apenas uma teoria que pode funcionar, não
é algo que já tentamos, e não somos deuses. Achávamos que tínhamos mais
tempo antes de ela começar a morrer. Nós não estamos prontos! - Uma voz
masculina sussurrou o aviso.

- Ela não tem tempo. - Seu pai correu os dedos pelo cabelo dela para
esfregar seu couro cabeludo. Suas lágrimas umedeciam seu rosto onde caíam. -
Não temos nada a perder neste momento. Podemos trabalhar as torções mais
tarde, mas precisamos salvá-la primeiro. Basta fazer isso. O protótipo está
pronto?

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Doutor Percy Olson, amigo de longa data de seu pai e assistente de


pesquisa, de repente, pairou sobre Emily. Ele encontrou o olhar dela e ela viu
medo e arrependimento em seu rosto envelhecido. - Sim. Está fora. Isso vai
machucá-la muito.

- Faça, - o pai chorou. – Ela com certeza estará perdida para nós se não
tentarmos.

Ela cresceu com Percy. Ele era como um tio para ela. Sua filha passou a
ser sua melhor amiga. Ela viu as lágrimas nadarem em seus olhos antes que ele
desviasse o olhar. Algo quente e agonizante cortou seu crânio.

Ela gritou e caiu no nada.

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Capitulo Um

Décadas mais tarde, atualmente.

- Verificar sistemas, - Cyan ordenou ao computador.

- Tudo está bem, - ele respondeu.

Frustração cresceu por ela. - Então porque você não está respondendo da
maneira como deveria?

- Talvez seja uma falha do operador.

- Droga de merda de lixo, - ela murmurou baixinho. - Eu estou certa.

- Você poderia ter cometido um erro.

Ela se virou. - Apenas mantenha sua posição. Quanto tempo até


chegarmos a Estação Belta?

- Dez minutos.

Cyan verificou as leituras. Sem naves ao alcance, o que era uma coisa
boa, mas os modelos Markus que ela conseguiu localizar eram espertos. Raiva a
agitou. Por que ela tinha sido enviada nesta missão não era um mistério. Ela
tinha se tornado uma inimiga do General Vargus depois de ter quebrado seu
polegar por agarrar sua bunda.

- Esta é uma missão suicida se nós os encontrarmos.

- Sem Resposta.

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- Observe isso, seu pedaço de lixo. - Ela chutou a lateral da estação do


piloto com sua bota. - O que aconteceu com o sinal? Você deveria rastreá-lo e
segui-lo. Estava lá, mas agora simplesmente desapareceu?

- Afirmativo.

- Talvez os funcionários da estação conseguiram matar todos os


androides. Isso seria muito bom, não seria?

- Sem Resposta.

- Eu já mencionei que eu odeio quando você diz sempre isso quando


você não sabe o que responder? E não diga isso novamente. Eu estou falando
comigo mesma, então caia fora enquanto eu tenho uma conversa decente por
uma vez.

O computador permaneceu em silêncio. Cyan levantou da cadeira, os


dedos distraidamente esfregando a arma amarrada em sua coxa e compassou
pelo chão. - Tem que ser uma armadilha.

Ela fez uma pausa e tentou alcançar um dos armários, mas amaldiçoou. -
Eu odeio ser baixinha. - Ela tinha que encontrar alguma coisa para alcançá-lo,
abri-lo, pegar tiros de energia de reserva para a arma e empurrá-la dentro de
um bolso de sua calça. - Juro que aquele cabeça de bosta me atribui para esta
missão de propósito. Ele poderia ter me deixado na Derik, mas não. Ele enfiou-
me na Blarney, onde tudo é maior. Que merda!

- Estação Belta dentro da faixa de encaixe. - O computador fez uma


pausa. - Sem resposta. Eu li danos extensos. Eles têm brechas no casco em dois
níveis.

- É claro que eles têm. Eles foram atacados por aqueles modelos de
defesa com curto-circuito que são loucos assassinos em massa.

- Sem Resposta.

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Cyan gritou em frustração. Isso a fez se sentir um pouco melhor. Ela


teve de passar quase duas semanas sozinha dentro da nave antiga com apenas o
computador como companhia. O general Vargus queria que ela sofresse por
envergonhá-lo na frente de seus homens, quando ela abertamente rejeitou seus
avanços. O fato de que ela tinha realmente quebrado um osso não tinha
ajudado. Nenhum outro soldado já havia sido enviado em uma missão solo tão
perigosa.

- Eu sou apenas especial, - ela bufou. - Ele não tem ideia.

- Sem resposta.

Sua arma saiu do coldre antes que ela percebesse que apontava para o
módulo do computador. Seu dedo congelou no gatilho e ela respirou fundo. -
Estoura-lo em pedaços pode me fazer me sentir bem, mas só faria o meu
trabalho mais difícil. Pare de falar. Isso é uma ordem. Silêncio.

Ela plantou sua bunda na cadeira, tomou o controle e fez uma inspeção
visual da estação espacial de grande porte que tinha enviado um sinal de
socorro na semana anterior. Eles estiveram sob ataque pesado, tinham
identificado os modelos Markus como os agressores, e ela foi enviada para
investigar.

A estação tinha entrado em uma luta feroz. Eles tinham tomado uma
série de prejuízos e, obviamente, não tinham se rendido. Ela olhou para baixo.

- Computador? Por que não fez a verificação de sinais de vida?

- Há muita interferência de detritos. Eu sou incapaz de obter resultados


precisos para mostrar.

- Ótimo. Eu só espero que quando eu estiver a bordo da Estação Belta eu


não tenha nenhuma surpresa. Meu aniversário está chegando e aqui eu acho
que não vou ganhar nada.

- Sem ...

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- Resposta! - Cyan gritou. - Sim. Cale-se. Eu estou ordenando que você


pare de dizer isso.

- Eu sou incapaz de seguir essa ordem.

- Espero que eu me depare com um daqueles androides doidos. Eu


adoraria matar alguma coisa neste momento. - Ela guiou a nave contra uma das
escotilhas sem danos. Ela desligou o motor e parou.

- Deseje-me sorte.

- Boa sorte.

Cyan moveu-se rapidamente através da nave. Ela normalmente tinha


uma equipe de pelo menos oito soldados sob seu comando a bordo da estação
com ela. Nenhuma ajuda a esperava quando ela entrou no compartimento de
carga. Ela parou na porta, pegou uma das máscaras da parede e empurrou-a
sobre o rosto. Ela ignorou o puxão em seu cabelo longo. O general teria um
ataque se ele soubesse que ela tinha parado de trança-lo. Era contra o
regulamento usá-lo solto quando em serviço, mas também era contra o
regulamento enviar um soldado em uma missão sem uma equipe armada para
apoiá-la.

Um olhar para o monitor indicava que a pressão do outro lado da porta


estava estável o suficiente para entrar na estação. Com uma mão ela segurou
sua arma e com a outra ela digitou o código para destrancar a porta. Ar
assobiou quando o selo quebrou e a porta bateu. Ela usou o pé para chutá-la
aberta. Ela se perguntou se a área da estação que estava prestes a entrar estava
despressurizada, desde que a área tinha sido atacada, ou se ela tinha acionado o
computador de bordo para pressurizar a área quando aportou. Seria uma
viagem muito curta, se fosse esse o caso, já que ela estaria contida em uma
pequena área antes das portas se fecharem.

- Eu odeio naves antigas, - ela murmurou, mas sabia que tinha sido a
única coisa inteligente sobre a qual o general tinha insistido. Os androides

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Markus poderiam invadir computadores remotamente. Nas naves mais velhas


tudo era manual e o computador de bordo era ativado apenas por voz a partir
da mesma sala em que o módulo fora instalado. Eles viajavam através do
espaço mais lentamente, mas uma vez na faixa da estação, eles não poderiam
ser controlados por um desses modelos Markus loucos, se eles tivessem tentado
tomar o controle da nave.

Destruição e morte a receberam no momento em que ela entrou na


estação. Dois corpos em decomposição jaziam no chão. Ela curvou os lábios,
grata pela máscara que a impedia de cheirar o que tinha de ser ar pútrido. Sua
decomposição avançada lhe assegurou que esta parte da estação não havia sido
afetada pelas brechas no casco causadas pelo ataque. Apenas estar exposto a
altos níveis de oxigênio poderia fazer isso com um corpo no espaço. Ela poderia
remover a máscara, mas não fez isso.

Ela entrou em um dos corredores. Mais corpos estavam empilhados


como se alguém ou alguma coisa os tivessem encurralados, os atirado em suas
costas, e amontoado os corpos caídos uns em cima dos outros. Ela contou doze
mortos. Era difícil dizer se eles tinham sido do sexo masculino ou feminino,
mas eles estavam usando sapatos civis quando morreram. Um corpo parecia
suspeitosamente pequeno.

- Oh não, - ela murmurou perturbada. - Eles tinham crianças aqui. É


muito perto do espaço profundo e piratas. O que vocês estavam pensando?

Ninguém respondeu, mas ela não esperava por isso. Ela passou por cima
de alguns dos corpos, movendo-se lentamente, e continuou mais
profundamente na estação. Ela se mantinha alerta. Era típico do Modelo
Markus mascarar os seus sinais de rastreamento. Eles tinham uma capacidade
assustadora de se adaptar. Ela foi informada sobre eles depois que eles foram
criados e os problemas começaram. Seu voto teria sido acabar com esse projeto,
se alguém tivesse lhe perguntado antes que eles decidissem fazer as coisas com
defeitos.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Os androides de defesa eram quase indestrutíveis, exceto por


eletrocussão. Eles também eram auto-conscientes, escaparam da fábrica onde
tinham sido submetidos a testes, e eram extremamente perigosos para qualquer
coisa viva.

Seu controle sobre sua arma se firmou ainda mais e sua mão esquerda
pegou a outra arma na cintura. Tudo o que ela tinha que fazer era furar a pele
deles com uma bala e atirar tiros de energia para abalá-los com eletricidade e
levá-los para baixo. Seus ouvidos se esforçaram para pegar qualquer som, mas
apenas o silêncio lúgubre a cumprimentou.

- Não tenho um bom pressentimento sobre isso, - ela sussurrou e o som


de sua voz era reconfortante. – Todas as pessoas que viviam nesta estação estão
mortas. Só sei isso.

Ela queria encontrar algum sobrevivente na Estação Belta. Claro, eles não
tinham respondido ao chamado dos sinais de socorro iniciais, mas ela ainda
tinha esperanças de que fosse o caso de que suas comunicações tivessem sido
cortadas. Cyan tentou não olhar para os corpos pelos quais ela passava. Isso a
assustava muito e uma depressão se estabelecia profundamente dentro dela
com toda a morte em seu redor. Havia 39 almas a bordo de acordo com o
relatório, todos civis e, obviamente, alguns deles eram crianças.

Ela fez uma pausa em uma seção isolada quando chegou perto. Os
indicadores de porta estavam piscando em vermelho, alertando-a de que ela
tinha encontrado a seção violada da estação. Ela sabia que poderia substituir os
procedimentos de segurança para tentar pressurizar a área afetada, mas não
havia nenhuma razão para fazer isso. Não havia possibilidade dos
sobreviventes terem ficado lá sem ar. Mesmo que se eles tivessem conseguido
se trancar dentro de uma sala protegida com uma porta selada, duas semanas
os teriam matado. Sem comida, sem água e a seção violada teria parado de
enviar oxigênio para as áreas afetadas. Eles teriam sufocado antes que
morressem de fome.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela localizou a sala de controle principal. Ela realmente desejava que não
tivesse quando seu olhar lentamente varreu mais de dez corpos. Marcas de
armas de fogo furavam as paredes, manchas secas de sangue manchavam
partes do chão de metal e ela sabia que ali tinha sido onde a população da
estação fizera seu último ataque. Um corpo chamou a atenção dela.

Ela mirou a sua arma para ele e pisou com cuidado, pronta para disparar
se a coisa se movesse. Ele era do sexo masculino, tinha cabelos castanhos e não
era uma confusão de podridão de morte e nojo. Seu coração acelerou. Tinha o
tamanho exato e a forma de um modelo de Markus. Seu cabelo e cor dos olhos
poderiam ter mudado, junto com sua voz, mas não o seu tamanho geral ou seu
rosto clonado. Ele permaneceu deitado de bruços. A bota dela o cutucou.

Ela quase gritou de susto quando ele pulou, apenas encobrindo o som
preso dentro de sua garganta e sussurrou, ao invés. Ela saltou para trás para
colocar alguma distância entre eles. Os dedos da coisa agarraram o chão, mas
ele não se mexeu mais.

- Ótimo.

O cara tentou se virar, mas ele só se contraiu. Levou alguns segundos


para ela tomar algumas respirações para se acalmar antes de se aproximar. Ela
deu na coisa um bom pontapé e pulou para trás de volta. O pontapé atirou-o
em suas costas. Ela o estudou.

- Wow! - Os olhos do modelo Markus estavam abertos, mas ele não


atacou. Marcas de queimaduras afligiam seu peito e pescoço severamente. - Eles
fritaram você, não é? Apenas não o suficiente para acabar totalmente com você.

Uma das mãos dele tremeu. Ela viu um cabo deitado cerca de três
centímetros à esquerda dele junto com o corpo em decomposição de uma civil,
que ainda o agarrava. Um calafrio a percorreu. A civil tinha obviamente
dilacerado uma conexão elétrica ativa do painel de controle para atacar o

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

modelo Markus. Ele empurrou a corrente viva contra o androide abatido e eles
tinham ambos sido fritos no processo.

Cyan se agachou, inclinou a cabeça e olhou para o androide. - Você pode


falar?

A boca dele se separou. - Ajude-me.

- Oh eu pretendo. Onde estão seus irmãos?

Ele fez uma pausa. - Eles não estão aqui.

É bom saber, pensou ela. - Onde eles estão? Eu vou lhes dizer que você
ainda está funcionando e eles virão te pegar. Eu não sou boa em consertar
coisas, - ela mentiu.

- Eu estou instável. Eu não tenho nenhuma capacidade de comunicação.


Cheguei à conclusão que eles acreditaram que fui eliminado quando a ligação
entre nós foi cortada. Eles não retornaram.

- Quantos deles se forma?

- Somos oito modelos.

Ela escondeu sua careta. Dois já seria difícil, mas sete ela não teria
nenhuma chance se os encontrasse. - Por que vocês atacaram a estação?

Ele parou e ela podia jurar que seus olhos realmente acenderam. -
Informações secretas. Estou sofrendo problemas de conexão para a memória e
demais funções.

- Pobre bebe. - Ela suspirou. - Algum dos seres humanos sobreviveu?

- Afirmativo.

Surpresa a sacudiu. - Quantos?

- Uma fêmea.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Cyan virou a cabeça e estudou a sala antes de olhar para ele. - Onde ela
está? Você sabe?

- Ela saiu da estação há oito ciclos.

- Como?

- Um ônibus acoplou e a recuperou.

- Você sabe qual nave? Quem era?

- Negativo. Eu sou incapaz de me linkar com o computador desta


estação.

- Como você sabe que ela deixou a nave?

- O computador de bordo advertiu verbalmente de uma abordagem de


transporte e ouvi vozes. A fêmea gritou e eu ouvi um homem dizer que ele a
tinha. Eles desacoplaram.

- Bem, essa informação não foi muito útil. Agora eu tenho que tentar
localizá-la. Eu não suponho que você sabe se eles eram piratas? - Cyan
realmente não esperava ou não haveria uma razão para tentar localizar a
sobrevivente. Oito dias com os piratas a teriam feito ficar completamente insana
ou morta.

- Negativo.

- Ok, bem, obrigado por cooperar. – Ela se endireitou a seus pés. - Eu vou
ajudá-lo agora.

- Bom.

Ela não se preocupou em atirar nele e desperdiçar balas. Suas feridas


abertas no peito lhe davam um bom acesso. Ela apontou a arma de energia para
ele e disparou dois tiros. Um tiro poderia ter resolvido, mas ela queria ter a
certeza que o civil não tinha desperdiçado sua vida quando tentou matar o

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Modelo Markus. Desta vez, ela tinha certeza de que ele estava
permanentemente encerrado.

O corpo estremeceu e uma fumaça subiu. O som de sua arma parecia


incomunmente alto dentro da silenciosa sala de controle. Ela viu quando os
olhos da coisa ficaram brancos, a boca abriu e ele parou de funcionar
totalmente.

- Oh, apenas para meu consolo. - Ela disparou mais um tiro de energia na
coisa. - É melhor prevenir do que remediar. Eu espero que você continue
queimando no inferno dos computadores por matar todas essas pessoas.

Cyan caminhou até a estação de monitoramento, que ainda parecia


operacional, enquanto ela colocava suas armas no coldre. Ela fez uma pausa,
mas depois franziu a testa. Duas escotilhas estavam registrando o uso. Uma era
para a Blarney. A sobrevivente teria usado a mesma porta para fugir, se outra
nave estivesse ancorada quando o ataque aconteceu.

A cor se esvaiu do seu rosto com esta insinuação. - Computador, resposta


de emergência, - ela sussurrou para ativar a maioria de seus protocolos. –
Declare quando os locais de ancoragem foram ativados.

O computador respondeu. - Vinte e três minutos e quarenta segundos. -


Ele fez uma pausa. - Dez minutos e dezenove segundos.

Cyan rapidamente pegou suas armas dos coldres, agarrou cada um nas
mãos e seu coração disparou. Alguém tinha acoplado depois que ela entrara.
Ela não estava mais sozinha na estação. Ela engoliu em seco. Ela tinha
encontrado um Markus, o que significava que pelo menos sete androides
estavam desaparecidos. Ela tinha um sentimento muito ruim que ela tinha
acabado de encontrá-los ou, pior, eles a encontraram.

- De qualquer maneira eu já estou ferrada, - ela sussurrou. Ela precisava


voltar para sua nave, se eles já não tivessem entrado dela. Ela amaldiçoou a
idade da Blarney novamente. De jeito nenhum ela seria capaz de superar uma

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das neves mais recentes que os androides tinham roubado quando eles fugiram
da Terra. Ela esfregou a perna, as armas de energia uma massa irregular dentro
de seu bolso, para assegurar-se que ela não iria ficar sem estoque se acontecesse
uma batalha. Medo torcia sua barriga por saber que ela teria que refazer seus
passos para chegar até a sua nave.

Ela entrou no corredor principal, manteve-se junto à parede, e seu olhar


correu ao redor observando qualquer sinal de movimento. Ela inspecionou cada
corpo no chão antes de passar. Ela não queria que um levantasse - um androide
usando os mortos para enganá-la - e continuou a ir para a seção em que sua
nave tinha aportado. Esperança chamejou de que ela poderia sair desta
confusão viva.

Ela chegou ao final corredor e olhou ao redor da esquina onde sua nave
aguardava. Uma visão a fez cerrar os dentes. A porta de sua nave estava
fechada. Ela a tinha deixado aberta.

Merda, ela disse silenciosamente.

Cenários se formaram em sua cabeça. Ou eles estavam à sua espera


dentro da nave para matá-la lá, ou eles a fecharam para fora para prendê-la
quando ela tentasse entrar. Ela olhou para trás para ter certeza que nada a
espreitava. O corredor permanecia limpo de movimento.

Ela respirou fundo, odiando a forma como a máscara embaçava debaixo


de seu nariz, e sabia que ela tinha que fazer algo. Ela olhou em torno do canto
novamente. Grandes caixas foram empilhadas perto da parede distante. Eles
poderiam estar se escondendo atrás delas.

Ela olhou para trás e sabia que estava presa, de qualquer maneira. Eles
poderiam vir para ela de ambas às direções, se eles se separassem. Ela decidiu
fazer algo louco. Isto poderia funcionar. Ela sabia que eles tinham tentado
negociar com o governo da Terra para ter a sua linha de modelos androides

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liberada. Eles chamavam uns aos outros de irmãos, como se isso os tornasse
mais real.

- O governo da Terra me enviou, - ela gritou em voz alta. - Nós queremos


negociar.

Silêncio saudou essa afirmação. - Eu sou a sua embaixatriz, - ela mentiu. -


É por isso que eu vim sozinha, se vocês verificaram a minha nave. Estou aqui
para falar sobre a solução de nossas diferenças de forma pacífica. – Ela fez uma
pausa, tentando pensar em algo que eles quisessem ouvir. O General Vargus
teria um ataque cardíaco se ele soubesse que ela tinha afirmado essa merda,
mas ele a mandara nessa missão sozinha. Ela queria salvar seu próprio rabo,
desde que ele estava determinado a deixar que ela morresse. - Eu tenho
autoridade para fazer um acordo com vocês.

Eles não responderam. Tanto por um plano bobo. Fora uma loucura, ela
admitiu.

- Solte suas armas, - uma voz masculina e profunda ordenou. - Vamos


negociar.

Ela hesitou. - Ok. Eu sou apenas uma mulher. É por isso que me
enviaram. Tenho apenas um metro e cinquenta e cinco de altura. - Pela primeira
vez parecia uma coisa boa ser baixa. - Eu não sou ameaça, - ela mentiu.

Doeu soltar suas armas. Ambas deslizaram no chão de metal antes de ela
respirar fundo, exalar e levantar as mãos sobre sua cabeça. Ela teve certeza de
que eles pudessem ver suas palmas e os dedos abertos. Ela andou lentamente,
lançando o olhar em torno da plataforma.

Dois deles estavam atrás das grades perto da porta de sua nave aberta.
Eles estavam esperando em ambos os lugares. Ela nem sequer vacilou quando
ouviu botas no chão atrás dela. Eles até conseguiram rastejar por trás dela. Ela
não tinha chance alguma. Ela fez uma cara feia quando olhou para a as roupas
pressurizadas que eles usavam e para seus rostos blindados com um vidro

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reflexivo. Modelos Markus não precisariam de trajes espaciais, apesar de


usarem.

Um dos homens se aproximou dela e ela sabia que tinha empalidecido


quando deu uma olhada em sua altura. Eles não tinham menos de 1,70 m de
altura, da forma com o modelo Markus tinha sido projetado. Ele tinha que ter
1,90m, pelo menos. Ela abaixou seu olhar para os pés dele, esperando que ele
usasse botas com plataforma, mas elas pareciam normais. Ela jogou seu olhar
para o capacete espelhado que cobria sua fisionomia. Ela viu seu reflexo
olhando de volta para ela.

- Uau. Eu pareço pálida, não? - Ela sabia que o seu humor não seria
compreendido quem quer que eles fossem, mas eles não eram os seus modelos
Markus faltantes. Ela não tinha certeza em que problema tinha acabado de se
meter, mas quem quer que eles fossem, ela daria um jeito. Ela podia lutar contra
os piratas no muque. - E essas máscaras não são muito atraentes, não acham?

O homem uniformizado parou a tempo de não passar por cima dela. -


Você é do Governo da Terra?

- Sim.

Ela já tinha afirmado isso e a sua intuição de que eles eram piratas
aumentou. O uniforme que ela usava deveria ter dito a ele que ela era um
soldado, se ele estivesse familiarizado com a Terra. A maioria dos piratas tinha
deixado o planeta décadas atrás para viverem em naves, quando um vazamento
de radiação os fez respirar ar reciclado e obsoleto. Isso os tornou mutantes em
questão de anos. Insanidade também devastou sua espécie. Ela decidiu falar
mais devagar, pois o cara tinha perguntado a ela o que ela já havia dito a eles.
Sua memória, obviamente, não era boa.

- Você veio para negociar com a gente?

- Claro. - Ela forçou um sorriso. A sua máscara clara lhe mostrava cada
expressão facial que ela fazia e também lhe dava uma visão embaçada do que

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estava acontecendo atrás dela. Ela invejava o escudo espelhado deles. - Isso é o
que eu disse. Quais são as suas exigências? Você quer um filhote de cachorro?

Ele virou a cabeça para olhar para outra pessoa uniformizada. O som de
botas no convés pararam atrás dela. Ela estava consciente de dois deles a
ladeando. Cinco ao todo a cercavam. Ele olhou para ela.

- Um o quê?

- Um filhote de cachorro. Você sabe. Eles são bonitos e pequenos animais


e são boas companhias. Realmente leais. Falando nisso, estão aqui todos vocês?
Vocês, por acaso, não levaram a única sobrevivente da estação, levaram? Ela
está com vocês?

- Talvez a visão deste horror a tenha traumatizado, - o cara na sua nave


murmurou enquanto ele se aproximava. - Ou a máscara está com pouco
oxigênio. O cheiro dos mortos é muito avassalador para ela ter retirado. Ela
poderia estar sofrendo uma confusão por hipóxia. - Ele fez uma pausa. - Você é
a única mulher que encontramos. Acabamos de chegar aqui.

O homem que parecia ser o responsável respondeu Cyan. - Não, nós não
queremos um filhote de cachorro. Qual é o seu propósito aqui?

Ela manteve o sorriso no lugar enquanto olhava para os três a sua frente.
Eles não tinham armas. Isto fazia com que os dois atrás dela pudessem estar
armados. Ela não se atreveu a olhar para eles.

- Bem, a Estação Belta enviou um sinal de socorro e sabíamos o quão


assustadores e super impressionantes vocês são. A Terra quer se render a vocês.
Desistimos. Vocês ganharam. - Seu corpo ficou tenso. - Nós estamos agitando
uma bandeira branca.

No segundo que suas palavras saíram, ela cegamente jogou uma perna
para trás onde ela sabia que um deles estava - a partir do som de sua respiração
- e tentou acertar a virilha do homem em uma estimativa de sorte, baseando-se
que ele tinha a mesma altura que os outros. A mão dela foi para frente quando
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ela chutou para trás, empurrando com força o cara a sua frente. Ele tropeçou
claramente pego pela surpresa, e Cyan girou. Ela mal registrou onde o segundo
homem estava localizado atrás dela antes de saltar para ele, dar um chute, e o
salto de sua bate bater com força em seu peito. Ele rugiu e voou para trás.

Cyan mergulhou para suas armas no chão. Seus dedos se enroscaram em


torno das alças, mas um peso enorme a esmagou. A respiração explodiu de seus
pulmões quando o ar foi expulso dela e duas mãos enluvadas agarraram as
dela. Suas armas foram arrancadas.

Ele estava chocada que um deles tinha conseguido cair sobre ela. Eles se
moviam super-rápido para fazer isso.

- Você viu isso? - Outra voz masculina engasgou. - Isso foi quase bonito.
Ela é rápida e eficaz.

- Diga isso a Onyx. Você está bem? Parece que ele acertou seu saco.

Alguém chiou. - Não. Ela não. Mas dói.

O peso esmagador em cima dela suspirou. - Ela é uma lutadora precisa,


mesmo sem ver o seu alvo. A Terra está treinando muito melhor seus homens
hoje em dia.

Ele se ajeitou o suficiente para Cyan respirar e seus pulmões famintos


apreciaram isso. Ela o empurrou repentinamente, derrubou-o de costas e rolou
para longe. Ela ficou de pé e se virou com os punhos levantados. Ela olhou para
os cinco homens.

- Eu não suponho que vocês serão justos, não é? Vocês sabem lutar um
de cada vez comigo?

Eles olharam para ela silenciosamente. Pelo menos ela assumiu que eles
seriam, desde que todas as cinco máscaras olharam para ela. Ela estudou seu
reflexo em suas viseiras espelhadas. Ela parecia pequena e não muito
ameaçadora.

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- Vocês deveriam ter concordado com o cachorro. - Ela revirou os ombros


que doíam do cara pesado que quase a achatara. - Agora vocês vão ter que se
contentar com algumas chicotadas na bunda. - Ela piscou. - Eu estou fodida
assim. Espero que todos sejam do sexo masculino porque não sou a fim de
mulheres.

- Ela está falando sério? Ela quer lutar? - Foi o cara que ela tinha pregado
no saco.

- Eu acredito que sim. - Aquele que a tinha esmagado no chão momentos


antes falou. - Eu sou Ice e você não quer fazer isso. Não queremos prejudicá-la.
É por isso que não estamos sacando as armas. Você pode se entregar sem medo.

- Tão educado para um louco. Ouvi dizer que vocês piratas estão fora de
suas cabeças. Parabéns a vocês por permanecerem sãos.

Um dos homens deu uma risadinha. - Eu gosto dela.

- Você entendeu o que ela disse, Sky? - A voz de Ice carregava um tom
irritado.

- É gíria. Ela está nos felicitando por não sermos louco. - O cara se moveu
um pouco mais para a sua esquerda. - Sou Sky e nós não somos piratas.

- Merda. – Raiva a agitou. – Porra de catadores. Eu odeio vocês, seus


idiotas. Eu aposto que suas mães estão tão orgulhosas que vocês cresceram para
perseguirem desastres apenas para fazerem um dinheirinho. Agora eu não vou
sentir pena quando eu tirar sangue de vocês. Eu inclusive vou levar vocês para
casa para trancá-los dentro de metais bonitos.

Sky riu. - Ela é adorável. Ela acha que nós somos criminosos que roubam
ilegalmente peças de naves abandonadas que tenham sofrido danos. Ela quer
nos prender.

Irritação piscou rápido e furiosamente dentro Cyan. - Então vocês não


são piratas, vocês são muito altos e uniformizados para serem androides loucos,

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e vocês não são catadores? Quem são vocês? - Ela correu o olhar sobre os
uniformes deles. - Tenho certeza que não são militares. Os trajes espaciais foram
proibidos há dez anos, pelo menos. Eles desgastam muito facilmente em espaço
aberto depois de algumas horas e o lacre, às vezes, se rompe nas articulações do
pescoço provocando uma descompressão rápida.

Seu líder, Ice, deu um passo ameaçador em direção a ela e ela reagiu.
Uma mão se estendeu para a base de suas costas, enrolou-se ao redor da faca
que mantinha lá, e agarrou a roupa dele pelo braço. Ela empurrou com força,
puxou-o em direção a ela com toda a sua força e o tirou de seu equilíbrio. Ele
caiu no chão de joelhos e ela se torceu para ficar atrás dele. A faca acabou contra
a garganta dele enquanto ela olhava para os seus quatro amigos.

- Eu vou decapitá-lo se algum de vocês se mover.

- Merda, - Sky engasgou. - Quem é ela? Ela é forte e rápida.

- Quem são vocês? - Ela soltou o braço de seu cativo, certa de que a
pressão da faca em sua garganta seria o suficiente para convencer o cara a não
lutar, e agarrou o conector que ligava o traje espacial ao capacete. Fez um
barulho alto e ela o retirou da cabeça do homem.

Ele seria capaz de respirar, mas, com certeza, não seria um cheiro muito
agradável com os cadáveres em decomposição. Ela olhou para o seu cabelo
incomum, branco com listras cinza, e ela se inclinou para frente o suficiente
para obter um vislumbre do seu rosto.

Choque a fez suspirar. Ela jogou a faca para baixo e o libertou. O


capacete que segurava na outra mão também caiu no chão. Ela recuou, quase
tropeçando em seus próprios pés, e seu mundo inteiro parecia se acidentar em
seu cérebro atordoado.

- Cyborgs, - Cyan sussurrou.

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O cara no chão se curvado para frente, pegou o capacete e virou a cabeça


para olhar para ela. Ele respirou, seu rosto prateado se contorceu de nojo, e ele
tossiu.

- Ela quebrou meu capacete. O cheiro é insuportável. - Ele cambaleou


sobre seus pés, colocou o braço por cima da parte inferior do rosto e olhos azuis
olharam para ela com fúria. - Eu deveria rasgar a sua máscara.

Cyan caiu de joelhos, não mais querendo lutar, e apenas olhou para o
homem alto olhando para ela. Lágrimas a cegaram e ela não se preocupou em
tentar segurá-las. Elas deslizaram pelo seu rosto livremente.

Ela observou a raiva do cyborg desaparecer e confusão entrou em seu


olhar enquanto ele a estudava. Ela se sentou sobre as pernas imóveis, incapaz
de olhar para longe dele.

- Acho que ela está tão aterrorizada que sua mente apagou,- Sky disse
em voz baixa. - Nós não matamos mulheres. Calma.

Ela virou seu olhar para a o seu rosto coberto pela máscara. - Vocês
sobreviveram. Vocês ainda estão vivos.

Ice deixou cair seu braço, respirou pela boca e, lentamente, se aproximou.
Cyan mudou sua atenção de volta para ele. Ela não resistiu quando ele se
abaixou, agarrou seu braço e puxou-a para seus pés.

- Resista de novo e vou lutar de volta. Eu não vou matar você, mas você
vai se machucar. Retivemo-nos até agora, mas não mais. É, obviamente, um
soldado do sexo feminino e não uma mulher inofensiva.

- Eu nunca lutaria com um de vocês. - Ela fungou. - Vocês sobreviveram.


Vocês fizeram isso.

O cyborg tinha uma aparência totalmente perplexa no rosto. - Ela está em


choque. Eu preciso sair daqui. Eu não posso mais com esse cheiro.

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- Nós vamos levá-la para casa para interrogá-la, - disse o cara que ela
tinha chutado na virilha.

- Sim, vamos, Onyx. - Ice a agarrou com força suficiente para ferir o braço
dela, mas ela mal registrou onde ele a levava.

- Vocês sobreviveram. - Ela disse isso a eles tanto quanto para si mesma.

- Ela está definitivamente em estado de choque e sofreu algum trauma


mental, - um dos cyborgs suspirou. - Será que somos tão aterrorizantes para os
seres humanos que esta é a sua reação?

Ice encolheu os ombros. - Eu suponho que sim. Pelo menos ela está sendo
mansa.

Cyborgs, de alguma forma, tinham conseguido sobreviver no espaço.


Eles não foram extintos como todos os relatórios que ela tinha lido tinham
afirmado. Cyan tomou a decisão de não se defender, independentemente do
que eles fizessem para ela. Ela se recusava a matar um deles

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Capítulo Dois

Onyx se sentou perto de Cyan. Apenas duas cadeiras foram colocadas no


interior da sala estéril e uma parede de vidro lhe mostrava o quanto ela estava
horrível. Seu cabelo preto até a cintura estava uma confusão em torno de seu
corpo e seus olhos ainda estavam um pouco vermelhos de tanto chorar. Ela
tinha chorado mais nas últimas dezessete horas do que em mais de uma
década.

Os cyborgs a quem ela se rendera tinham voado para o planeta que


haviam encontrado, e eles a tinham levado a uma espécie de área de contenção
para prisioneiros. Eles haviam construído casas, uma cidade, e os vislumbres
que ela teve disto eram impressionantes.

- O que você estava fazendo na estação Belta? - Onyx se inclinou para


mais perto para estudar o rosto dela com cuidado.

- O governo da Terra recebeu o sinal de socorro deles. Eles identificaram


alguns androides de defesa que escaparam. – Ela se recostou contra a cadeira,
cruzou os tornozelos e esfregou suas calças apenas pata ter algo para fazer. -
Eles são chamados de Modelos Markus. Eles acreditam que são conscientes,
mas não são. Eles não têm compaixão, nenhum senso do que é certo e errado, e
não hesitariam em matar qualquer coisa viva que encontrassem.

- Eu não confiaria no julgamento do Governo da Terra sobre o que é


consciente ou não.

Cyan o observou por alguns longos segundos. - Então, confie em


mim. Eles são frios como gelo por dentro. Conheci alguns deles antes de ser
enviada para rastrear os que escaparam. São totais cabeças de metal. Eles
parecem humanos, graças a seus corpos biológicos, mas por dentro são

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máquinas sem alma. Eu queria ver com o que eu estaria lidando quando fui
obrigada a estar nesta missão. Eles me assustaram um monte.

- Isso é o que Terra disse sobre nós.

- Cyborgs são uma exceção à regra. Eles deram a vocês corpos


basicamente humanos, apenas geneticamente melhorados, e acrescentaram
alguma cibernética. Essas coisas são máquinas por dentro com um exterior de
carne.

Surpresa arregalou os olhos dele. - Você fala como se você estivesse


familiarizada com a gente.

- Você poderia dizer isso.

- Estava procurando por nós?

- Não. - Ela balançou a cabeça. - Eu acreditava que nenhum de vocês


havia sobrevivido.

O olhar escuro dele pareceu se tornar frio. - Isso é uma mentira.

- Não. Eu não estou mentindo. Eu não ia te enganar.

Ele não parecia estar convencido. - Um dos nossos, recentemente,


escapou da Terra. Você pretende fingir que não sabe desta informação?

Choque reverberou por ela. - Ninguém me disse isso. – Ela se sentou um


pouco mais reta. - Eles mantiveram um de vocês prisioneiro por todos esses
anos?

Ele se recusou a responder.

Raiva cresceu dentro de Cyan. - Meu pai jurou que nenhum de vocês
tinha permanecido na Terra. Ele mentiu para mim? É isso que você está
dizendo? Eu chutaria a bunda dele se ele já não estivesse morto. - Ela se irritou.

- Você queria nos matar sozinha?

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- Não! Eu teria estragado meu disfarce e acabado com eles.

- Seu disfarce?

Ela hesitou. - Não posso falar sobre isso.

- Você vai me responder.

- Algumas coisas não estão abertas para discussão. Existe alguma outra
coisa que você quer saber?

Ele suspirou. - Eu não queria fazer isso, mas o interrogador será


chamado se você não cooperar.

- Merda assustadora, hem? Tortura? - Ela fez uma careta. - Eu odeio isso.
- Ela olhou para as unhas. - Acabei de deixá-las crescer também. - Seu olhar se
levantou para ele - Olha, eu disse que não vou mentir, mas eu não posso te
dizer algumas coisas sobre mim. Não é que eu não queira, mas eu simplesmente
não posso. - Ela fez uma pausa. - Eu fui condicionada.

- Eu não entendo.

- Passei três anos com a minha cabeça ferrada. Pense nisso como sendo
uma lavagem cerebral, para que eu não pudesse mais falar sobre o que tinha
sido feito comigo sem uma grande enxaqueca. Estou falando de uma dor como
se um picador de gelo estivesse batendo na minha cabeça. Isso é uma coisa que
enche o saco. Isto é uma coisa que me deixa louca, mas eles queriam ter certeza
que eu poderia proteger quem eu sou. Meu pai achava que era o melhor. Ele
tinha esse complexo de Deus, sempre acreditava que o que ele fazia era a coisa
certa, e eu sei que em seu coração ele pensou que esta era a única maneira de
me manter respirando.

O cyborg se levantou. - Você está tentando me confundir. É o jogo do


animalzinho de estimação.

Ela sorriu. - Não, mas eu pensei que vocês fossem piratas espaciais
quando eu disse isso. Ouvi dizer que eles são loucos. Eu estava apenas tentando

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

confundi-los, se vocês fossem um daqueles malucos mutantes. Eu precisava de


sua guarda baixa para atacar. Você foi muito inteligente por reconhecer o que
eu estava fazendo.

- Eu sou um cyborg.

- Certo. Desculpe. Faz muito tempo desde que eu falei com um de vocês.

Ele avançou um passo ameaçador para frente. - Quando você entrou em


contato com um cyborg?

A boca dela se abriu, ela quase lhe disse a verdade de quem ela era, mas
uma dor súbita golpeou seu cérebro. Ela estremeceu. - Eu não posso te dizer
isso. Foi há muito tempo.

Ele olhou para a parede de espelho. - Mande-o entrar. Ele vai fazê-la
falar.

Cyan queria se enrolar em uma bola. Ela realmente odiava a tortura, mas
isso seria mega infernal, desde que ela se recusava a lutar contra seu
agressor. Normalmente ela chutaria a bunda de alguém que colocasse um dedo
nela. No treinamento ela batia em qualquer instrutor estúpido que tentasse
ensiná-la técnicas de como resistir à tortura. Suas mãos se fecharam em
punhos. Não importava o que, ela tinha que manter a calma.

A porta se abriu e ela sabia que seu sofrimento iria começar. Ela virou a
cabeça para verificar o cyborg que intencionava fazê-la gritar por
"misericórdia". Um cyborg de cabelos grisalhos entrou. O cabelo dele o fazia
parecer mais velho, a cor o envelhecia, mas não havia rugas que marcavam suas
belas feições. Seu olhar estranhamente belo segurou-a cativa da atenção. Eles
eram de um azul muito pálido com manchas brancas de gelo, e ela se
perguntou se ele poderia ser cego até que ele se concentrou diretamente sobre
ela. Ele franziu o cenho.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Olha, querida. Eu gosto de você. Você tem coragem. Basta dizer a Onyx
tudo o que ele quer saber. Você não quer se encontrar com Krell. Ele é ranzinza
.... - O cyborg com a voz familiar suspirou. - Para dizer o mínimo.

Onyx bufou. - Isso é ser gentil, Sky.

Sky olhou para o outro homem antes de olhar de volta para Cyan. - Ele
se aposentou, mas os dois homens que normalmente interrogam os prisioneiros
não estão disponíveis. Um está um tempo fora depois de se unir em uma
unidade de família, e o outro está resfriando seus calcanhares dentro de uma
cela porque ele permitiu que seu ódio por seres humanos o estragasse. Fale
comigo. Quando e onde você falou com outro cyborg? Alguns cyborgs ainda
estão sendo mantidos em cativeiro na Terra?

- Até onde eu sei não há cyborgs sob custódia do Governo da


Terra. Posso assegurá-los de que se eu soubesse de alguns deles, eles não
estariam lá. Eu teria os ajudado a escapar.

Isto pareceu chocar o cyborg de olhos claros. - Por que você faria isso?

- Você acreditaria em mim se dissesse que eu sou pró-cyborg? Acho que


o que foi feito para o seu povo foi uma das maiores injustiças da história da
Terra.

- Quando você falou com um cyborg? Onde? - Sky deu um passo


ameaçador em direção a ela.

Ela tentou pensar numa maneira de responder sem que seu cérebro a
cozesse. Raiva por seu pai ferveu mais uma vez. Ele tinha morrido há pouco
mais de uma década, mas ela ainda carregava o ressentimento sobre o que ele
tinha feito com ela. Ela tinha que perdoá-lo, apesar de tudo. Ele a salvou e a fez
do jeito que ele tinha feito para mantê-la viva.

- Foi há muito tempo. Quando os cyborgs escaparam da Terra.

- Eu quero um ano, todos os detalhes, e para onde eles foram?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu não tenho ideia de onde eles acabaram. Pensei que tinham morrido,
até que eu corri em sua direção na Estação Belta.

- Ano? Localização na Terra? - Sky se recusava a desistir.

Ela abriu a boca, mas outro golpe de dor cortou seu cérebro por sequer
pensar em responder-lhe, quando ela percebeu que teria que dizer o que ela
tinha sido uma vez. - Eu não posso.

O cyborg com os olhos estranhos, mas bonitos, se agachou diante dela,


mas manteve uma distância suficiente para que ele não ficasse ao alcance das
botas dela. - Dê-me o ano e as circunstâncias. Eles foram presos? Onde estavam
detidos? Como eles escaparam?

A dor piorou e seu estômago se contorceu quando as memórias


encheram sua cabeça. Ela bloqueou suas emoções e selou os lábios. Ela não
podia responder. Um pouco da agonia diminuiu depois que ela controlou o
desejo de deixar escapar a verdade. Segundos se passaram em minutos.

- Chame Krell - Sky murmurou para a parede de vidro, para quem estava
por trás dela. - Não diga que eu não avisei, meu bem. Eu sou um amante, não
um lutador. Eu não posso ficar aqui para ver isto acontecer. É contra a minha
natureza ver alguém ferir uma mulher. – Ele se endireitou e encontrou o olhar
dela. - Esta é sua última chance. Você vai responder às minhas perguntas?

- Eu não posso, - ela sussurrou honestamente.

- Você vai ter isso à sua maneira. - Ele parou na frente da porta que se
abriu em seguida e ele desapareceu virando a esquina.

Cyan se preparou para o pior. Ela nunca tinha realmente visto como eles
treinaram os cyborgs quando estes estavam em cativeiro, mas ela tinha ouvido
rumores do que tinha sido feito com eles. Alguns dos soldados mais brutais do
Governo da Terra tinham sido seus instrutores. É claro que eles tinham
mostrado aos cyborgs como torturar alguém, fazendo o mesmo com eles. O som
de botas de metal a fez ficar tensa. Sua atenção se voltou para a porta
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

aberta. Quem se aproximava parecia irritado pela maneira como pisava. O som
parou.

- Eu não quero fazer isso. - O som de uma voz masculina dura e rouca
aterrorizou Cyan.

- Desculpe, cara, - Sky respondeu: - não fui eu quem chamou. Ela não vai
falar e ela sabe algo sobre cyborgs. Precisamos dessa informação. Ela se
recusou a nos dizer quando e onde ela teve contato com a nossa espécie, e
precisamos de datas para ver se podemos encontrá-los. Ela é um soldado do
Governo da Terra, se isso ajuda. Você deveria tê-la visto lutar. Ela parece frágil,
mas ela empurrou Onyx em seu estômago e colocou Ice de joelhos e segurou
uma faca contra sua garganta. Ela é provavelmente uma das melhores lutadoras
que eu já vi, então cuide de sua virilha e garganta.

A voz assustadora rosnou. - Soldado? Isso ajuda. Isso significa que ela é
uma inimiga.

Aquela voz, profunda e rouca dava calafrios na espinha de Cyan. Ele


parecia terrível, como se ele não fosse um cyborg, mas um demônio. Sua
declaração fria de que ela era uma inimiga não pressagiava nada de bom para
ela. Ela tinha um mau pressentimento que ele tinha aprendido muito com os
soldados brutais que, uma vez, os tiveram sob seus polegares.

O cyborg que entrou na sala tinha longos cabelos negros e soltos até a
cintura. Ele usava um traje todo de couro preto e sua pele era uma leve sombra
de um prateado brilhante. Ela olhou para seu rosto. Cicatrizes marcavam seu
rosto em dois lugares e havia algumas mais ao longo de seu queixo. Ela
finalmente encontrou seu olhar. Choque a rasgou quando ela olhou para
aqueles gelados olhos azuis. Sua respiração congelou dentro de seus pulmões e
seu coração acelerou tão rápido que ela sentiu como se ele fosse bater fora de
sua caixa torácica.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela teria caído no chão se não estivesse sentada. Seu corpo todo
tremia. O cyborg entrou suficiente no espaço para que a porta fechasse atrás
dele.

- Este é Krell, - Onyx a informou. - Os seres humanos colocaram aquelas


cicatrizes nele. Eu pararia de olhar deste jeito para ele se eu fosse você. Ele fica
irritado quando alguém olha para ele assim. Krell, esta é Cyan. Pelo menos é o
nome que ela disse quando foi capturada na Estação Belta. Ela sustenta que o
Governo da Terra a mandou lá para investigar o ataque.

Cyan não tinha certeza exatamente de como isto aconteceu, mas em um


segundo ela estava sentada, e no outro ela não estava mais. Ela não podia tirar o
olhar de Krell. Este era o nome dele, pensou ela, ainda em choque.
Krell. Parecia tão mau para ela, tão duro. Ela tropeçou em sua direção. Sua
boca generosa se curvou para baixo em uma careta e seu rosto endureceu em
uma expressão perigosa quando ela se aproximou, mas ela se moveu devagar o
suficiente para não parecer uma ameaça. Pelo menos ela esperava que ela não
parecesse dessa forma.

Ele parecia ter pelo menos dois metros de altura. Devido a seu um metro
e cinquenta e cinco, ele se ergueu sobre ela quando ela parou a poucos
centímetros dele. Sua mão tremia quando ela a subiu lentamente. Ele ficou
parado, observando-a com desprezo e raiva, mas não a atacou. Ela hesitou antes
das pontas dos seus dedos escovarem as cicatrizes de seu rosto. Ela não pode
evitar de perceber como as narinas dele se alargaram e o azul glacial de seus
olhos escurecerem ainda mais.

- Admirando a obra de seus amigos soldados? - Seu tom brutal e áspero a


fez pular. Pura raiva emanava dele. De repente ele agarrou seu pulso, mas ele
não retirou sua mão.

- Observe-a, - Onyx pediu. - Ela provavelmente vai para os seus olhos.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O aperto em seu pulso ficou doloroso, mas ele ainda não arrancou a mão
dela. Ela tremia com força enquanto continuava a suavemente acariciar sua pele
quente e cheia de cicatrizes. Lágrimas encheram seus olhos e ela abriu a outra
mão para pressionar contra o couro na barriga dele. Ele rosnou novamente,
agarrou também seu outro pulso, mas ainda não a afastou. Sua carranca se
aprofundou e parecia que o nível de sua ira também quando ele olhou para ela.

Cyan abriu a boca para tentar falar, mas ela teve que engolir em primeiro
lugar. Ela piscou as lágrimas só para vê-lo claramente. Ela registrou a dor do
aperto dele, mas ela não se importou. Ela lambeu os lábios e quase caiu contra
ele quando as pernas dela ameaçaram desmoronar.

- Você está realmente aqui. Você conseguiu. Eu pensei que, com certeza,
você tivesse morrido.

O cyborg desviou o olhar dela para atirar um olhar aborrecido em


direção Onyx. - Ela tem algum trauma na cabeça? Esta não é a reação que eu
esperava. A maioria dos seres humanos estaria gritando e se escondendo de
mim.

- Ela é ardilosa e uma trapaceira. Sky me ensinou essas palavras. Ela é


incrivelmente inteligente e tende a atacar quando você menos espera. Cuide de
suas bolas. Ela vai chutá-las.

Um grunhido retumbou de Krell quando ele olhou de volta para ela de


sua altura impressionante. - Faça isso e eu vou quebrar seus dois punhos.

- Eu me lembro de você, - ela respirou. - Você está vivo. - Lágrimas


caíram por seu rosto. - Eu não posso acreditar. Mavo sobreviveu? Ele está aqui
em algum lugar? Ele disse que era seu amigo. Eu pensei que os guardas haviam
matado você quando eu vi o seu corpo ensanguentado estendido no chão da
cela antes da fuga.

As feições dele empalideceram e seus olhos se arregalaram. Dor


atravessou o corpo dela quando sua bunda bateu no chão. Ela levou segundos

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

para perceber que ele a empurrara para longe. Ela olhou para cima, teve que
empurrar para trás os fios de seu cabelo preto e longo para vê-lo, e se encolheu
pela pura raiva em seu olhar gélido que estava dirigido a ela. O coração dela se
apertou pelo ódio dele.

Ela não deveria ter se aproximado dele. Ela tinha acabado de ficar tão
chocada ao ver um rosto familiar. As chances eram boas de que, se este homem
tinha sobrevivido, então Mavo também tinha. Ela limpou a garganta, ficou no
chão e avaliou o seu corpo. Haveria alguns hematomas no seu bumbum, mas
ele não tinha se danificado além disso.

- Quem é você? – Krell se balançava de fúria. - O que você sabe sobre


mim ou Mavo?

- O que está acontecendo? - Onyx engasgou. - O que isso significa?

- Quem é você? - Krell avançou rapidamente, agarrou violentamente


Cyan antes que ela pudesse reagir, e arrastou-a a seus pés. As costas dela se
chocaram contra uma parede e ela encontrou seu corpo preso pelo cyborg
enfurecido. Um das mãos dele envolveu seu pescoço, enquanto o outro braço se
enganchou em sua cintura para erguê-la até que ficassem no mesmo nível. Ele
rosnou para ela. - Como você sabe o nome dele?

Sua boca se abriu, mas ela gritou pela dor latejante em seu cérebro
quando ela tentou lhe responder. O aperto em sua garganta aliviou, mas ela
sentiu seu grande corpo contra o dela. Ela estendeu lentamente a mão para
tocar no rosto dele. Ela olhou em seus olhos, tentando transmitir que ela não era
uma inimiga.

- Eu sou uma amiga.

Ela tentou freneticamente contornar o condicionamento pelo qual ela


tinha passado durante três anos. A equipe de seu pai realmente tinha
bagunçado sua cabeça, seu cérebro fora programado com a ajuda da tecnologia
para impedi-la de dizer muito. Mas quando ela olhou para o cyborg a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

polegadas do seu rosto, ela esperava que ele fosse capaz de descobrir o que ela
não poderia dizer, tão impossível quanto isto parecia. Ela estava agradecida que
seu pai nunca tinha sabido o quanto ela era próxima ao seu guarda cyborg, e ele
não tinha usado o nome de Mavo como um gatilho para a dor.

- Quem é você? - Ele rugiu. - Como você sabe de Mavo?

Mais lágrimas deslizaram pelo rosto dela. - Eu fui condicionada. Eu não


posso te dizer como eu o conheço, mas eu o conheço. Eu sou sua amiga.

Confusão cruzou a fisionomia de Krell e um pouco de sua ira diminuiu


antes da frieza varrer seu belo rosto. - Você de alguma forma acessou os
registros informatizados da nossa época na Terra. Tinha de haver fotos nossas
com informações detalhadas das associações dos nossos cyborgs. - Ele rosnou
baixo dentro de sua garganta. - Pare de brincar com minha mente. Eu vou te
matar. Este não é um caminho que você quer tomar para fazer espionagem para
o seu governo. Nós não temos amigos na Terra.

Um dor esfaqueou seu peito pelo fato de ele não acreditar que ela não
queria prejudicá-lo. - Não é um truque. É tecnologia. Eu fui condicionada a não
falar sobre isso. Eu vou ter convulsões se eu tentar. - Sua dor de cabeça piorou,
e ela sabia que beirava um desmaio se não parasse de pensar e falar sobre o
passado.

- Responde-me. Você está aqui como uma espiã da Terra? Eles estão
cientes da nossa existência? Será que eles, de alguma forma, extraíram
informações de Zorus, que ele não estava ciente, quando eles o capturaram? O
meu povo está em perigo? Há militares se dirigindo para esta seção do espaço
para nos caçar? - Ele rosnou as palavras. - Você é um soldado. Você é o bode
expiatório deles? Será que eles ordenaram que você memorizasse nossos
arquivos, caso você nos encontrasse, para fazer com que nós confiássemos em
você?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela olhou em seus olhos e se recusou a responder. Ela não podia. A dor
em sua cabeça começou a se dissipar e ela mal conseguia respirar. O cyborg
podia estar com raiva, mas, pelo menos, ela permanecia consciente.

- Não, - ela sussurrou. - Por favor, não me machuque, Krell. Eu preciso


ver Mavo.

Ele rugiu alto o suficiente para fazer com que seus ouvidos tinissem. Ela
engasgou quando ele se virou e seu corpo foi pelo ar. Ela bateu contra o chão,
rolou contra uma parede e ali ficou atordoada.

- Não! - Onyx gritou.

- Ela é um perigo para o nosso povo e ela ameaçou Mavo. - Krell rosnou
as palavras, empurrou os outros cyborg e olhou para ela com um olhar
assassino.

Cyan levantou a cabeça, ignorou a dor que o impacto com o chão tinha
lhe enviado pelo corpo, e viu como Onyx tentou segurar o cyborg maior para
impedi-lo de atacá-la. Cyan sabia, pela magnitude de raiva que torcia as feições
marcadas dele, que Krell iria machucá-la se ele colocasse suas mãos sobre
ela. Ela varreu seu olhar pela sala.

Ela atingira uma cadeira quando fora lançada. Esta tinha quebrado a
perna de metal e ela alcançou a peça quebrada. Doeu ter que lutar para se
sentar, mas ela se encostou contra a parede. Krell empurrou Onyx de lado e
rosnou para ela. Ela viu sua tortura iminente em seus arrepiantes olhos
azuis. Ele percebeu sua arma, seus punhos se cerraram, e tornou-se óbvio que
ele pretendia acabar com ela.

Ela olhou para ele, hesitou por causa do medo do que viria, mas ainda
esfaqueou a coxa com tanta força quanto podia. A agonia a fez gritar. Ela quase
desmaiou da dor intensa e ardente, e soltou a mão do metal. Ela se contorceu da
dor de ter a perna da cadeira empalada no topo de sua coxa.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Choque fez congelar os cyborgs onde eles estavam. Onyx recuperou-se


em primeiro lugar. – Um médico! - Gritou. - Tragam um médico!

Cyan retirou seu olhar do chocado Krell para olhar para sua
coxa. Sangue se espalhava pelo chão sob sua perna. O material negro de sua
calça parecia molhado onde o metal havia violado, e ela teve que lutar contra as
lágrimas pela dor intensa. Ela olhou para cima para Krell.

- Por que você fez isso? - Krell ainda estava boquiaberto. - Eu realmente
não teria matado você.

A porta se abriu e um cyborg apressado carregando um kit de primeiros


socorros entrou. Ele caiu de joelhos, amaldiçoou, e abriu a caixa para acessar o
interior com os equipamentos médicos.

- Esta é a sua ideia de obter respostas? – O novo cyborg soou indignado. -


Você acertou uma artéria.

Uma sensação de entorpecimento atingiu Cyan quando ela se


reencostou, recusando-se a desviar o olhar de Krell. Ele estava sombrio. Ela
soube o momento em que o médico segurou o metal e o retirou. Ela cerrou os
dentes, assobiou e sabia que a hemorragia tinha piorado. Ela tinha um grande
buraco no meio da perna.

- Eu não fiz isso, - Krell retrucou. - Ela fez. Muito inteligente, mas isso
não vai parar o interrogatório, humana. Só vai atrasá-lo até que seja tratada.

O tecido de sua calça foi rasgado quando o médico a abriu para expor a
ferida. Ele jogou o líquido sobre sua pele para limpar o sangue e estancar o
sangramento para que ele pudesse inspecionar a ferida. Ele ofegou em voz alta.

Ela desviou o olhar quando a cabeça dele se ergueu para olhar para ela.
Sua pele mais escura e cinza virou uma sombra doentia de um cinza, quase
branco acinzentado. Ela olhou para baixo, mas sabia o que veria - uma ferida
irregular na sua carne e metal brilhante onde deveria estar o osso branco.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Isso não pode ser, - sussurrou o médico.

- O quê? - Onyx se aproximou.

O médico estendeu a mão para agarrar, de repente, o rosto de Cyan para


puxar-lhe a atenção para ele. - Você parece humana. Sua pele é cor de carne.

- Ela é humana, - retrucou Krell.

Ambos Cyan e o médico se viraram para olhar para Krell.


- Não, ela não é. Pelo menos não toda ela. Ela é ... - A voz do médico ficou
desbotada até silenciar.

Cyan assistiu Krell aproximar-se, não podia olhar para longe dele, e sabia
o momento em que ele viu o que o médico tinha visto. Ele sacudiu a olhar
chocado para o dela.

- Você é um cyborg?

- Não é bem assim, - ela sussurrou, com muita dor para fazer mais. - Mas
quase. Eu não sou uma espiã e nunca machuquei um cyborg.

Krell cambaleou para trás até que suas costas bateram na parede. Seus
olhos azuis estavam arregalados, atordoados e, talvez, até um pouco
horrorizados, e Cyan o observou. O médico pareceu se recuperar, inclinando-se
sobre a ferida dolorosa. Ele tinha estancado o sangramento e Cyan tentou
ignorar o quanto doía quando ele começou a cauterizar a ferida que começara a
sangrar rapidamente de novo, quando o líquido que congelou o sangue
descongelou.

Onyx amaldiçoou antes de correr para fora da sala. O cyborg de cabelos


compridos com os olhos azuis glaciais manteve sua atenção. Ele era o seu link
com Mavo e o único rosto familiar que ela tinha visto desde que os cyborgs
fugiram.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Três

- Como ela está?

O conselho cyborg, pelo menos dez deles, estavam no corredor fora da


sala onde Cyan estava sentada algemada por um pulso a uma cama
hospitalar. Eles eram visíveis através da porta aberta e ela podia ouvi-los.

O médico hesitou. - Eu nunca vi nada parecido com ela para ser


honesto. Ela é orgânica, mas em sua maior parte seus ossos são feitos de uma
substância metálica que não é o mesmo que os nossos ossos reforçados. Sua
caixa torácica é ... - O médico suspirou. - Não são só os ossos. O interior dela é
totalmente blindado para proteger seu coração e pulmões. Eu acho que é uma
liga que é resistente a armas. Seus tecidos parecem completamente humanos,
até se ver a rapidez com que ela se cura. Eu levei uma amostra para estudo, mas
parece totalmente normal. Nenhum ser humano poderia ter sobrevivido a ter
seus ossos removidos e substituídos com o que ela tem lá dentro. Só posso
supor que alguém fez a estrutura e fizeram crescer tecidos à sua volta. É uma
tecnologia milagrosa.

- Ela tem implantes?

- Sim, - declarou o médico. - Quatro dentro de seu cérebro, mas eram


quase impossíveis de se detectar por causa do material que usaram em seu
crânio. Quando você o scaneia, é como se ela tivesse um cérebro totalmente
humano. Parece perfeito demais, assim eu consegui colocar um fio em uma
pequena câmera sob o crânio na base do seu pescoço. Foi quando notei as
sombras dos dispositivos. De onde eles estão localizados, eu diria que dois
deles estão ligados as suas áreas de fala e pensamento. Eu não tenho ideia do
que os outros dois são ou que eles podem fazer. Não é uma parte mapeada do

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

cérebro que eu conheça. Eles não são colocados em locais onde eu já vi. Em
scans você juraria que ela tem ossos humanos, mas ela não tem. Quando eu
fechei sua coxa, fui capaz de dar uma boa olhada no metal. Eu não colhi uma
amostra, porque poderia ter a deixado aleijada. A única maneira de fazer isso
seria se eu removesse um centímetro do material, e eu nem teria certeza o que
iria cortá-lo. Eu teria que ter retirado a perna toda de uma articulação. Eu me
recuso a fazer isso.

Um dos membros do conselho virou a cabeça na direção dela. - Ela


falou?

- Ela apenas afirma que foi condicionada para não dar informações
relevantes sobre quem ela é ou o propósito da sua criação. Estou assumindo
que os implantes conectados a seu cérebro estão lá para impedi-la de
compartilhar informações importantes como sua designação. Eles parecem
desencadear dor intensa se ela tentar fazer isso. Ela tem tentado cooperar. - O
médico olhou para ela antes de olhar de volta para o conselho. – Ela se inflingiu
esta lesão para nos mostrar o que ela não conseguia colocar em palavras. Caso
contrário, nunca teríamos sabido que ela não era o que aparentava ser. Cada
teste, cada varredura a mostra como humana. Mesmo o seu exame de sangue
não levantou bandeiras. Quem a criou usou de uma tecnologia que eu nunca vi
antes ou pensei ser possível.

Um membro do conselho do sexo feminino vestindo uma roupa


vermelha se afastou do grupo para entrar na sala de Cyan. Ela parou na porta e
sorriu calorosamente.

- Meu nome é Jazel. Eu sou um dos doze membros do conselho cyborg. -


Seu cabelo loiro-claro era um contraste impressionante contra seu marcante tom
cinza-escuro de pele. - Qual é seu nome?

- Cyan. - Ela fez uma pausa. - Meu nome oficial é Cyan Eous.

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A cyborg mais alta chegou um pouco mais perto. - Você causou um


grande tumulto em nossa comunidade.

- Eu aposto.

- Você é uma cyborg?

- Não. - Cyan fez outra pausa. - Eu não sei. Eu acho que não, mas temos
semelhanças.

- Você foi clonada?

- Não, eu sei que não fui clonada, mas não me foi dado muitos detalhes.

Uma dor de cabeça começou a latejar na parte de trás de sua cabeça. -


Falar sobre isso me provoca dor. Nós estamos beirando que eu grite de
agonia. Podemos mudar de assunto?

- Estamos muito curiosos sobre você.

- Eu sei.

- Será que o Governo da Terra Governo lhe enviou para nos rastrear?

- Não. - A dor aliviou. - Eles me mandaram atrás dos Modelos Markus.


Eles são uma linha de defesa androide que não funcionou muito bem. Uma
empresa de Terra os fez muito inteligentes, e as coisas arrepiantes acham que
estão vivos, mas eles não estão.

- O mesmo foi dito de nós.

- Eles são totalmente diferentes de vocês. Estou ciente de sua


espécie. Essas coisas não são pessoas. Eles são frios, máquinas de matar que
decidiram que estão vivos, mas eles não têm alma. Eles compartilham links
mentais, nem sequer têm suas próprias personalidades, e decidem matar
qualquer coisa que respire, porque acreditam que sua chamada raça é melhor
do que qualquer outra.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Mais membros do conselho e o médico entraram no quarto, mas eles


ficaram para trás, permitindo que Jazel fosse seu porta-voz. Cyan olhou para
eles, mas focou na fêmea cyborg.

- O governo não sabe sobre mim. - Cyan pausou. - Só meu pai e sua
equipe sabiam que eu já não era completamente humana.

- Quem era seu pai?

Um dor latejou. - Eu não posso dizer. Eu tenho que dizer que o nome
dele era Edward Pack, e há toda uma história criada para mim para garantir
que o meu passado fique encoberto e a cada 15 anos ele muda.

- Por quê?

- Eu não envelheço. - Cyan tentou não mostrar o alívio que experimentou


por ter sido capaz de dizer a alguém algo de verdadeiro sobre a sua vida. - A
cada 15 anos eu me aposento do Governo da Terra e aguardo alguns anos antes
que eu possa me realistar em outro ramo. Eles acreditam que eu sou minha
própria filha.

Um dos membros do conselho avançou. - Eu sou Coval. Você espera que


a gente acredite nisso? Eles fazem exames intensivos.

- Eu sou uma excelente hacker. - Cyan encontrou seu olhar curioso. - E eu


tenho acesso a um monte informações da rede, graças à ligação do meu pai ao
governo. Eles não alteram as senhas com frequência e são lentos para adicionar
novas tecnologias. Não é difícil atualizar as informações que eles mantêm sobre
mim, trocar os arquivos ou apagá-los. Quando eu reinstalo, nada é acionado.

- Por que você trabalha para eles, se eles não sabem o que você é?

Cyan suspirou, olhando para Jazel. - O que mais eu vou fazer? Eu sou
mais forte do que a maioria dos humanos, eu tenho treinamento em luta, e na
maioria das vezes eu não chamo a atenção como um soldado.

- Somos os teus inimigos?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não, - afirmou Cyan sinceramente. - Posso falar com ...? - Ela estava
meio que com medo de disparar a raiva de mais alguém. - Mavo? Eu o conhecia
antes disso ter sido feito comigo.

O médico avançou para mais perto. - Ela afirma que isso foi feito para ela
quando ela já era adulta. Não conseguimos muito mais dela sem acionar os
implantes da dor. Ela anuiu quando eu perguntei se ela costumava ser humana.

Jazel engasgou, atordoada e boquiaberta. - Você foi uma vez plenamente


humana?

- Sim. Meu corpo sofreu lesões traumáticas durante a sua rebelião na


Terra. - Sua cabeça começou a latejar de novo e ela esfregou seu pulso livre em
sua têmpora. - Isto foi feito para salvar a minha vida.

Os membros do conselho recuaram e o médico falou. - Ela alega que nos


ajudou a escapar. Pedi para Mavo ser enviado aqui, mas foi negado. Onyx disse
que Krell está convencido de que é uma armadilha.

Doeu que Mavo não chegaria tão cedo, ou nunca. Cyan tentou esconder
as lágrimas que ameaçavam se derramar. - Eu preciso ver Mavo. Eu dei a ele os
códigos de lançamento dos ônibus espaciais. Nós éramos amigos.

- Isso é impossível, - uma nova voz masculina crepidou.

Um cyborg alto de cabelos negros entrou na sala. Cyan o encarou com


cautela. Ele parecia irritado, aborrecido e olhou para ela. Ela hesitou.

- Mavo precisa falar comigo se você quiser descobrir isso. Eu dei a ele os
códigos. Diga isso e ele vai saber quem eu sou. Ele pode descobrir o que eu não
posso dizer.

O novo cyborg empalideceu. - Impossível. Aquela jovem humana era


Emily Pleva.

Um golpe afiado de dor atravessou seu cérebro, mas ela conseguiu não
gritar. Alguns dos cyborgs reagiram ao nome, ou o que tinha sido uma vez o

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

nome dela. Eles sabiam de Edward Pleva. Ele havia começado o projeto cyborg,
os criado como uma força de trabalho descartável para o Governo da Terra, e
ele era temido por todos.

- Sim, - admitiu Cyan com cuidado, tentando arranjar as palavras de uma


forma que não detonasse seus implantes, esperando que a dor a atingisse. -
Você sabe como insanamente inteligente ele era com a criação de seres vivos em
suas pesquisas. - Ela cuidadosamente evitou dizer o nome Pleva. Ele a teria
mandado em convulsões instantaneamente. - Ele não poderia suportar me ver
morrer. Eu estava doente há algum tempo e ele começou um projeto especial
em segredo para encontrar uma maneira de estender a minha vida. Ele e sua
equipe correram comigo para dentro de seu laboratório depois de eu ter sido
gravemente ferida durante a fuga, e eu acordei semanas mais tarde com isso. -
Ela acenou para o seu corpo. - Seis centímetros mais baixa, com uma aparência
totalmente diferente e aqui estou.

O cyborg de cabelos escuros continuou a olhar para ela. - Eu não acredito


nisso. Você de alguma forma acessou a informação e está tentando nos enganar.

- Zorus, - a cyborg o advertiu suavemente, - Ouça ela.

Cyan suspirou, cuidado com a dor de cabeça. - Eu entendo sua


suspeita. Eu realmente entendo. Eu nem o culpo, mas essa é a verdade. Eu
costumava ser aquela garota que você mencionou, mas agora eu tenho este
corpo. Eu sou a mesma por dentro, em sua maior parte, mas eles mexeram com
o meu cérebro para me proteger de revelar quem eu realmente era. O Governo
ordenaria imediatamente a minha execução como traidora, pois eu ajudei com a
fuga. Meu pai não estava prestes a me perder de novo. Eles condicionaram a
minha mente e implantes foram utilizados como gatilhos para determinadas
palavras e informações. É claro que eu nunca quis dizer a verdade a qualquer
um até agora. Eu posso não ter tido muito da vida, mas é melhor que morrer.

- Se isso for verdade, o que eu duvido, - Zorus rosnou, - por que você
não nos procurou antes?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- O Governo da terra continuou relatando que nenhum de vocês havia


sobrevivido. Eu nunca ouvi relatórios espaciais conflitantes, além de histórias
assustadoras que tendiam a ser besteiras para impedirem os seres humanos de
se aventurarem no espaço profundo procurando por piratas. Você pode apostar
que eu teria tentado encontrar Mavo se eu soubesse que ele tinha sobrevivido.

- Zorus? - Jazel tentou chamar a atenção do cyborg de cabelos escuros. -


Ordene Mavo a voltar ao seu dever. Precisamos dele para falar com ela para
verificar esta história. Precisamos de confirmação se ela é o ser humano
relacionado ao Doutor Pleva. Ele tem informações que só ela saberia.

La la la, Cyan pensou, tentando bloquear a conversa para impedir seus


implantes de lhe infligirem dor. Lembrando-se de um truque que Bella lhe
havia ensinado a utilizar quando ouvisse o nome de seu pai. É apenas uma lição
de história. Não pessoal. Não sobre mim. A dor diminuiu e ela relaxou,
esperando que ouvi-los discutir o seu passado não lhe fizesse mal agora.

- Eu não vou fazer isso com ele. Isso é um erro. - Zorus olhou para
Cyan. - Eu não vou submetê-lo ao seu jogo cruel. Ele adorava aquela humana e
sua morte o devastou. Ele nunca se recuperou emocionalmente. Você não pode
ter qualquer compaixão, mas eu tenho. Ele pensava nela como uma amiga, e
talvez até mesmo como sua filha. Levou um longo tempo para encontrar a paz
pela culpa de deixá-la para trás.

Isto fez o coração de Cyan doer por pensar em Mavo sofrendo ano após
ano. Ela podia entender. Ela nunca tinha parado de pensar nele. Cada ciclo de
sono, ela tinha imaginado o rosto dele dentro de sua mente para manter sua
memória viva. Ele havia sido o único homem que ela amara, apesar dele não
retornar os sentimentos da forma como ela esperava.

- Eu não quero que ele sofra. - Ela olhou para Zorus. - Não o faça vir aqui
falar comigo.

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Coval limpou a garganta. - Nós temos um dilema. Ela não é humana, e


ela pode ser mais cyborg do que admite ser. O que fazemos com ela?

- Mantenha-a trancada, - Zorus ordenou. - Quando ela estiver liberada do


Centro Médico, mande-a para a detenção. Não podemos tê-la correndo por
aí. Não temos certeza do que ela realmente é ou quais são seus verdadeiros
motivos. Pelo que sabemos, ela pode ser uma espiã enviada da Terra. Eu
gostaria de acreditar nela, mas não podemos arriscar a vida do nosso povo.

- Eu protesto, - um dos membros do conselho cyborg falou cuspindo. -


Ela é uma mulher atraente, e se ela for uma cyborg, apesar de sua coloração,
não podemos ignorar isso. - Ele olhou para o médico. - Qual é a condição de seu
sistema reprodutivo?

- Saudável, - o médico anunciou. - Ela pode reproduzir.

A boca de Cyan caiu aberta. – Desculpe-me?

Jazel suspirou. - É lei em Garden, o nosso planeta, que cada cyborg gere
pelo menos um filho para ajudar no avanço de nossa raça. Nossas fêmeas são
em menor número. Você precisa tomar pelo menos dois homens em uma
unidade de família se você é uma cyborg. Você será obrigada a gerar pelo
menos três crianças, uma para cada um de vocês.

- De jeito nenhum, - Cyan sibilou, atirando um olhar para os caras na


sala. - Qualquer um que me tocar eu vou cortar as bolas fora. Eu não sou uma
fábrica de bebês.

Jazel lhe deu um olhar simpático. - Eu entendo, mas é uma


necessidade. Você é provavelmente uma cyborg e uma parte da nossa
comunidade. Você precisa seguir as nossas leis.

Raiva queimou em Cyan. - Isto é o que vocês permitiram que sua


sociedade se tornasse? - Ela fixou a sua raiva em Zorus, já que ele parecia estar
no comando. - O governo da Terra lhes disse o que e quando comer. Como
viver. Inclusive com quem vocês tinham que transar. Vocês queriam a liberdade
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

e uma vida real, - ela se enfureceu. - Vocês lutaram pelo direito de fazer suas
próprias escolhas. A Terra costumava ser o inimigo. Quando vocês decidiram
usar a cartilha deles para forçar as pessoas a serem procriadores?

Zorus empalideceu.

- Vocês escaparam, arriscaram tudo, e vocês estão me dizendo que fazem


os outros passarem por essa mesma merda agora? Vocês os ordenam como
viver e até mesmo quantos filhos devem ter? Mesmo a Terra proibiu os testes de
reprodução.

O cyborg se inclinou para frente, ainda pálido, e olhou para ela. - Você
está realmente irritada.

- Pode apostar que eu estou. - Ela queria dar um bote nele e lhe causar
dor. - Eu ... - Ela fez uma pausa, sua dor de cabeça piorando por causa das
lembranças do passado. Ela tinha que evitar detalhes pessoais. Qualquer coisa
que ela discutisse com os cyborgs tinha que ser inespecífico à sua antiga vida e
suas ações. Ela tomou algumas respirações para se acalmar. Lições de história -
use esse truque, ela ordenou para sua mente. Isto ajudava a aliviar a dor
enquanto ela cuidadosamente reformulava o que ela queria dizer, tentando
puxar para longe da memória os detalhes mais vívidos e focando em sua raiva,
ao invés.

- Um ser humano traiu todos que confiavam nela para fazer a coisa
certa. Parece que ela se preocupava mais em lhes conceder os direitos, se foi isso
o que vocês fizeram com a sociedade que construíram. O que está errado com
vocês? - Ela atirou um olhar venenoso para cada cyborg na sala. - Eles
costumavam dizer às pessoas que vocês não podiam pensar por si mesmos, que
vocês precisavam deles para fazer isso por vocês, e talvez eles estivessem certos.

- Nós não precisamos dos seres humanos, - grunhiu Coval.

Pensar tanto sobre o passado lhe causou dor e ela agarrou a parte de trás
da sua cabeça, mas continuou olhando para eles. - Alguém sofreu tudo isso,

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arriscou sua bunda e perdeu a vida que ela tinha, para que vocês pudessem
fazer algo para o seu próprio povo. Tenho vergonha de vocês.

Zorus recuou. - Nós não queríamos isto desta maneira. Havia tão poucas
mulheres. Precisávamos aumentar nossos números.

- Sim, e seu criador disse que ele precisava fazer pesquisas quando ele
torturava o seu tipo, - ela cuspiu, direcionando sua raiva para ele. - O governo
da Terra queria pessoas que eles pudessem enviar em missões suicidas, que
ninguém se importasse ou protestasse sobre quando eles morreriam. É por isso
que financiaram a criação de vocês. Eles consideravam vocês
dispensáveis. Vocês são como o homem que criou vocês. - Ela varreu seu olhar
irritado para cada um deles. – Vocês são mais humanos do que pensam. Vocês
se tornaram a coisa que mais odiavam. Parabéns.

Zorus balançou a cabeça em negação. - Nós não, eu não -.

Cyan o cortou com tanta raiva que esqueceu de tomar cuidado com o que
dizia. - Você não? Você sabe como eu estava apavorada quando eu
furtivamente passei as informações para vocês? O que eu arrisquei para salvar
vocês? - Ela olhou ao redor da sala. - Eu sou a razão de vocês conseguiram
fugir. Eu hackeei o computador do meu pai para obter os códigos de partida
dos ônibus que vocês usaram para sair da superfície. Eu invadi as naves que
vocês roubaram em órbita para impedi-las de abrir fogo contra vocês no
instante que entraram no espaço e lhes permitir embarcar nelas tão
facilmente. Eu levei uma bala no peito porque eu me recusei a impedir que
alguém obtivesse o controle dos canhões de fogo para atirarem em vocês
enquanto fugiam. Eu coloquei aqueles ônibus no chão, ferrando as ordens de
fornecimento para me certificar de que havia comida em abundância no
momento da sua fuga. Eles me prenderam em meu escritório, exigindo que eu
saísse do sistema, mas eu me recusei. Eu durei tempo suficiente para fazer com
que o sistema reiniciasse para lhes dar esses minutos para escaparem para o
espaço enquanto eu estava morrendo no chão. Eu acreditava que eram pessoas

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reais, com a capacidade de ter uma vida normal. Amar quem vocês quisessem,
terem essa escolha, e vocês estão me dizendo que ferraram com todas as razões
pelas quais vocês queriam tanto a liberdade? Saiam. Acho que vou vomitar. - A
dor era tanta que ela sabia que tinha apenas alguns momentos até a
inconsciência ou as convulsões tomarem o controle dela. Ela teve que recuperar
o controle, estabilizar sua respiração e foco. Pense antes de falar!

Zorus parou perto da porta. – Saiam do quarto. - Ele ainda parecia


pálido. Jazel hesitou. - Saia, - Zorus rosnou. - Todos vocês.

A sala esvaziou até que apenas Cyan e Zorus permaneceram. Eles


observaram um ao outro. Cyan desejava que ela pudesse claudicar para fora da
cama e dar um soco no babaca. Ele parecia abalado.

- Tivemos que garantir a nossa sobrevivência. Nós não somos nada


semelhantes ao Governo da Terra.

- Sim, essa é a mesma merda que seu criador disse, quando ele explicou
como ele poderia criar uma raça de pessoas para serem abusadas e enviadas em
missões suicidas. Ele disse que era para garantir a sobrevivência dos seres
humanos. - Seu peito doía da tristeza que tomou conta dela e fez a sua dor
parecer branda em comparação. - Você fez uma lei para obrigar as mulheres a
serem procriadoras? O que está errado com você? Qual é a diferença entre você
e eles? Pense sobre isso bastante e com força. Há sempre uma boa razão para as
pessoas fazerem merdas. Isso ainda não é certo, não é?

- Você é realmente E -.

- Não! - Ela gritou, interrompendo-o antes que a dor agonizante a


atingisse. - Não diga esse nome. Dói.

Ele avançou para mais perto, suas feições suavizando enquanto ele a
examinava. Ele não tentou repetir o nome com o qual ela tinha nascido.

- Essa menina sonhou com o tipo de futuro que ela poderia dar aos
cyborgs que ela tanto amava, libertando todos eles. Foi a única coisa
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

significativa que ela poderia fazer em sua curta vida. - Ela parou, recusando-se
a chorar. – Saía daqui. Eu quis dizer o que eu disse sobre como você deveria se
envergonhar.

- Era uma questão de prioridades.

- Isso deveria ter sido sobre a felicidade e dar a seu povo os direitos pelos
quais eles lutaram e morreram quando se rebelaram. Eu jurei que nunca iria
matar um cyborg e não vou. Prometo que se algum idiota tentar me transformar
em uma procriadora vou castrá-lo. Não vou me tornar uma máquina de
bebês. As mulheres lutaram por seu gênero uma vez e vão fazer isso
novamente.

Ele observou-a silenciosamente. - Nós descobrimos recentemente que nós


cometemos erros.

Os ombros dela cederam. - Por favor, deixe-me. Estou tendo um dia


ruim. Eu descobri que vocês sobreviveram, fizeram uma total porcaria com a
liberdade que lhes foi dada, e agora, mais uma vez, o corpo que me foi colocado
tem outro inconveniente. Você não iria tentar forçar estas leis em mim se eu
fosse totalmente humana. Eu não quero nada com vocês, se foi isso o que vocês
se tornaram.

- Nosso criador foi brilhante, se não mentalmente danificado em sua


lógica.

- Sim.

- Ele está morto?

- Ele morreu 11 anos atrás. Ele planejava fazer isso. - Ela afagou sua
perna boa. - Tomar um corpo mais novo e mais jovem, mas ele não teve a
chance. Ele também morreu muito de repente para dar tempo de fazer isso. Ele
queria esperar tanto tempo quanto possível para evitar perder seu prestígio,
mas ele também temia que se o Governo soubesse que era possível trocar de
corpos, eles se dariam conta do que tinha sido feito comigo. Ele teve que optar
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

por permanecer quem ele era ou tornar-se alguém novo. Ele pode ter sido um
monstro, mas ele não era um total idiota.

- Vou considerar dizer a Mavo sobre você. Um rosto familiar pode te


confortar, E- - Ele malmente evitou dizer o nome dela.

- Esse nome realmente me causa dor intensa. Sou Cyan agora. - Ela
encontrou com o olhar dele. - Eu não quero levar mais nada desta vida. A única
coisa boa foi que ela já acabou por ser uma coisa triste e horrível.

Ele abriu a boca, mas ela ergueu a mão para silenciá-lo.

- Não. Você não pode se desculpar pelo que você fez. Não diga a Mavo
que estou aqui. Eu não quero lhe causar mais dor, e eu estou com tanta raiva
que eu diria coisas que iriam ofendê-lo, se ele é metade do homem que ele
costumava ser. Eu não devia ter dito nada a vocês, mas ver aquele cyborg alto e
cheio de cicatrizes me fez parar de me proteger porque eu sabia quem ele
era. Eu esperava que algo do meu passado permanecesse - um amigo, - mas eu
não tenho nenhum. Não aqui, não com o seu tipo, e eu apenas quero ficar
sozinha. Me tranque e jogue a chave fora. Só não ache que eu vou deixar você
me forçar a fazer mais cyborgs. Isso não vai acontecer.

Zorus hesitou. - Nenhum homem vai forçá-la. Eu vou ter certeza disso.

Cyan assistiu Zorus virar e sair do quarto. Seus olhos se fecharam e ela
afundou contra os travesseiros da cama. Ela lutou contra o impulso de se
enroscar em seu lado e chorar. A "lição de história" tinha a deixou com uma
enxaqueca. Pelo menos Mavo tinha sobrevivido, eles tinham sido amigos e ela o
amava. Isto tinha que ser o suficiente para compensar os horrores que ela tinha
descoberto. Ele poderia viver em uma sociedade ferrada, mas ele tinha
escapado da Terra.

*****

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Raiva queimou Krell quando ele olhou para Zorus que tinha apertado a
campinha para solicitar sua entrada. Ele ficou parado na porta aberta para
bloquear o homem de entrar em sua casa. - O que você quer?

- Eu venho do Centro Médico.

- Eu não quero discutir sobre esta espiã traiçoeira. Eu não machuquei a


perna dela. Eu admito que perdi a paciência quando ela mencionou o nome de
Mavo, mas ela me tocou por primeiro. Era enervante e eu não podia avaliar sua
honestidade por alguma razão, até que eu percebi que ela não é humana. Tive o
cuidado de não lhe causar danos reais com o meu tratamento áspero. Julguei
seu peso e altura, e ajustei a força para que eu não quebrasse seus ossos quando
eu a arremessei. Tive a certeza que ela aterrissou sem graves danos. Eu só
queria sacudi-la.

- Eu não estou aqui sobre isso.

- O que você está fazendo aqui? Você está de folga. Você prometeu a sua
mulher, Charlie ,nenhum trabalho durante a sua lua de mel.

- Charlie entendeu quando expliquei depois que o conselho me informou


da origem desconhecida da fêmea. Eu queria ver e falar com ela sozinho. Eu fiz
isso e agora estou aqui.

- Por quê? Você não tem nenhuma razão para me mastigar pelo
tratamento rude com a prisioneira.

- Preciso de um favor.

- Não. - Krell tentou fechar a porta.

Zorus ergueu a mão, interrompendo-o. - Eu acredito nela.

Choque rolou através Krell. - Você está ficando mole e tolo. Eu estou feliz
que eu nunca experimentei o amor, se é isso que ele faz. Ela é uma espiã da
Terra.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Ela se enfureceu depois que Jazel lhe informou que ela precisava estar
de acordo com nossas leis. Ela disse o suficiente para me fazer acreditar que ela
é Emily Pleva, Krell. Seu pai era um brilhante cientista. De alguma forma, ele
conseguiu lhe dar um novo corpo.

- Impossível. Mavo falou sem parar sobre sua humana preciosa por anos
depois que escapou. Ela estava morrendo de uma doença incurável que,
lentamente, deixava as funções de seu corpo. Eu a vi de longe algumas vezes
enquanto estava na Terra. Ela era corpulenta, e eu poderia dizer que ela era alta,
apesar de sua dependência a um dispositivo que movia o seu corpo enquanto
sentada. Além disso, ela tinha que estar ligada às máquinas. Ela tinha uma
coloração totalmente diferente, o rosto não é o mesmo, e ela nunca teria
sobrevivido por tanto tempo. Ela também não parecia tão jovem,
independentemente do que os cientistas da Terra podem fazer para retardar o
processo de envelhecimento.

- Edward Pleva nos criou. Por que não podia criar um corpo para alguém
que amava, quando teria sido o projeto mais importante de sua carreira? Ela era
sua única filha. Estou ciente de fatos que você não está. Eu fazia parte do grupo
que planejou nossa fuga e sei o quanto sua filha fez para nos ajudar. Ela é a
razão pela qual estamos livres agora. Se essa é ela, que eu acredito, nós
devemos muito a ela.

- Eu não.

Zorus inclinou a cabeça. - Mavo alguma vez te disse como ele sabia que
você tinha sido tirado do grupo antes da rebelião, ou como ele chegou para tirá-
lo daquela cela? Alguma vez você pensou que sorte que os alarmes de incêndio
começaram a soar quando os guardas humanos estavam te torturando até a
morte? Eu também sou amigo de Mavo. Ele estava com ela quando o alerta em
seu sistema a notificou que um cyborg tinha sido levado à detenção. Ela o
enviou atrás de você e atraiu os guardas para longe. – Ele fez uma pausa. - Não
só ela salvou a sua vida, mas ela também lhe deu a liberdade.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Krell respirou fundo. - Entendido, mas eu não acredito que ela é


realmente a tal humana.

- Você é o melhor interrogador que já tivemos. É por isso que eu vim


aqui. Você deve a Emily Pleva sua vida. Há também o fato de que você é amigo
de Mavo

- O que você quer? - Krell tinha um sentimento que ele odiaria a resposta.

- Eu não quero prendê-la em uma cela de detenção. Devemos-lhe mais


do que isso. Eu não estou ficando mole, Krell. Eu estou sendo lógico. É possível
que Edward Pleva possa ter, de alguma forma, colocado sua filha em um novo
corpo. Ele a amava e concluímos que ela era sua única fraqueza. Você teria se
convencido, como eu fui de que isso é possível, se você tivesse ouvido a sua
raiva em relação ao conselho e as leis do nosso planeta. Eu realmente fiquei
envergonhado. - Ele deu um pequeno sorriso. - Ela fez bons pontos.

- O governo da Terra deve ter percebido exatamente como nós


conseguimos escapar, e estão usando essas informações para planta-la conosco
para espionar. Isto é lógico também. – Ele fez uma pausa, sua mente
trabalhando. - Como ela sabe sobre as leis de nosso planeta? Isso é prova de sua
traição. Quando você foi levado de volta a Terra, eles devem ter extraído estas
informações de você e você não estava ciente.

- Eu não quebrei. Coval fez o ponto de que ela é do sexo feminino, não
humana, e não devíamos mantê-la detida em uma cela. O conselho foi visitá-la e
realizou a discussão em seu quarto. Jazel explicou as nossas leis de procriação
para ela e como ela precisava se juntar em uma unidade de família com dois
machos. Ela é fisicamente capaz de gerar. Uma vez que ela está sozinha, eles
esperam que ela seja entregue a um macho, logo decidam a quem dá-la. Ela
comparou-nos com o Governo da Terra.

Uma sensação desagradável revolveu a boca do estômago de Krell. -


Você vai forçá-la a se juntar com machos que ela não conhece e não lhe dar uma

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

escolha de qual deles fará parte de sua unidade de familília? Isso é duro. Ela
não é humana, mas ela é, possivelmente, algum tipo de versão atualizada de
nós. Não faríamos isso com um dos nossos.

Zorus observou-o em silêncio. - Talvez. Ela foi considerada saudável


para reprodução. Apesar de ela ser menor que nossas fêmeas cyborgs, isto não
vai prejudicá-la. Ela ameaçou castrar qualquer macho que tentasse isso.

- O que você quer? - Krell soltou a ombreira da porta e cruzou os braços


sobre o peito.

- Eu quero mandá-la aqui. Vou dizer ao conselho que você vai ser
perfeito para ela. Estou certo que você vai aprender a lê-la o suficiente para
descobrir se ela está dizendo a verdade ou se ela está mentindo. É o que você
faz melhor. Você vai chegar ao fundo desse mistério.

- Não.

- E se ela for Emily Pleva? Você quer dizer a Mavo que você poderia tê-la
protegido de outro macho que concorda com o conselho que atribuí-la a uma
unidade de família é a sua única opção? Você acha que ele vai ficar feliz se este
macho decidir forçar a questão? Ela é atraente, está em Garden com estranhos e
é vulnerável.

Krell cerrou os dentes. - Isso seria baixo. Nenhum macho iria feri-la.

- Você tem certeza? Alguns de nós guardam rancores contra os humanos


e ela parece uma humana. Eles podem não lhe dar o devido respeito que
dariam a uma mulher cyborg. Alguns podem até deduzir que não lhe deve ser
dado a opção de dizer não ao contato físico. Quais são as chances de um
homem não tocá-la quando ela foi dada a ele? Se ele tem um bom amigo ou tem
amigos que estão à espera de uma mulher para se juntar com eles, quem pode
dizer que ele não vai aceitá-los dentro de uma unidade de família? Caberá ao
macho primário tomar essas decisões no caso dela. Ele vai ter o controle total do

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

que acontece com ela, desde que não será lhe dado o direito de fazer suas
próprias escolhas.

- Você está falando de um homem dentro de uma unidade de família.


Você disse que queria que eu a protegesse. - Alarmes foram disparados dentro
do cérebro de Krell.

- O conselho estava esperando para falar comigo depois que eu sair de


sua casa. Eles querem que ela se junte em uma unidade de família
imediatamente. Eu não consegui convencê-los do contrário e a maioria rejeitou
as minhas objeções. Eles se recusam a mandá-la à prisão, mas ela também não
pode ser confiável. A escolha lógica foi atribuí-la a uma unidade de família com
pelo menos um macho para cuidar dela e ajudá-la a se adaptar à vida em
Garden. Eles estão planejando uma convocação amanhã de manhã para
encontrar os candidatos adequados para ela.

Ele balançou a cabeça. - Não. - Ele recuou, baixou as mãos para os lados e
olhou para o Conselheiro Zorus. - Eu não sou um homem que irá se juntar em
uma unidade de família. Eu não sou obrigado a fazer isso.

- Você está ferido e danificado, mas ainda é elegível, se você quiser entrar
em uma. Foi sua opção ficar fora de uma e o conselho concordou, considerando
que as suas chances de encontrar uma mulher disposta a tomá-lo eram muito
baixas.

- Sou indesejável. Nossas mulheres não me querem por causa da minha


aparência danificada.

- Você não vai forçá-la a um relacionamento físico e você é anti-social.

Zorus pisou dentro da casa dele, fechou a porta e abaixou a voz. - Você
intimida e assusta os outros cyborgs. Nenhum deles estará ansioso para tentar
persuadi-lo a compartilhá-la dentro de uma unidade de família. Eu sei que você
não vai machucá-la.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não. - Não havia nenhuma maneira de ele querer uma mulher,


especialmente esta, e Zorus não poderia fazê-lo concordar com isso.

- E se ela realmente for Emily Pleva? Ela salvou a vida de todos nós e
Mavo acabará por ouvir falar dela. Vou ter que dizer a ele que eu vim até você,
expliquei a situação, e você nem sequer tentou protegê-la. Ele ainda é seu
amigo, não é? Eu ouvi que ele nomeou um de seus filhos com o seu nome e
listou essa criança como sua contribuição necessária. Ele teve um filho e o
registrou como seu apenas para aliviar o seu dever de produzir um. Sou capaz
de utilizar a opinião pública para dar a ela a isenção de nossas leis, se você for
capaz de determinar que ela realmente é a humana que nos ajudou a se
rebelar. Cada cyborg conhece Emily Pleva, o ser humano que sempre foi nossa
amiga. Eles vão vê-la como tal e não como uma cyborg. Nossas leis não se
aplicam a ela. Ela não vai ser forçada a conviver com homens que ela não
deseja. Ela é muito contra isso. Pense em quanto isso significaria para Mavo se
você a protegesse. Ele fez muito por você.

- Devemos contatar Mavo, fazê-lo retornar a Garden e falar com a


prisioneira. Ele poderia determinar se ela está dizendo a verdade. Ele a
conhecia bem.

- Mas e se ela é uma espiã e não a sua humana preciosa? Você se lembra
como ele ficou arrasado? A agonia e a culpa que ele sofreu por deixá-la para
trás depois de tudo o que ela fez por nós? Ele tinha certeza que ela tinha sofrido
punições por suas ações. Seria abrir aquelas velhas feridas que foram curadas se
nós lhe dermos a esperança de que ela é quem diz ser, mas isto o destruirá se
ela não for. Eu realmente prefiro que ele não saiba sobre isso até que nós
tenhamos certeza de quem estamos realmente lidando. Eu posso impedi-lo de
saber sobre isso enquanto ele está atribuído na Vontage com Steel. Eu posso até
mesmo estender a missão dele para dar a você algumas semanas para descobrir
a verdade. Dessa forma, quando a nave voltar para casa, nós seremos capazes
de lhe dizer a verdade.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Você é um babaca.

Um sorriso de repente curvou a boca do outro cyborg. – Você


também. Nós dois nos preocupamos com Mavo, e ele se preocupa com aquela
humana. Nós não queremos que ele seja ferido.

Krell sabia quando tinha sido manobrado. Devia ser por isso que uma
sensação ruim se afundou dentro de suas entranhas e raiva aqueceu seu
sangue. - Não haverá cerimônia de união. Isto não é real. É temporário. Eu vou
provar que ela é uma espiã, indigna de viver, ou que ela é Emily Pleva. Este
absurdo termina assim que eu estiver certo de qualquer maneira.

- Acordado. - Zorus teve a coragem de rir. - Vou informar o conselho que


você deseja se juntar a ela. Eles facilmente concordarão desde que ela
reconheceu que conhecia você antes ou, pelo menos, alegou isto. Será um alívio
para eles evitar de tomarem essa decisão.

- Eu nunca a conheci enquanto estive na Terra.

- Eles ficarão felizes de ter uma resolução. Você é um bom candidato. -


Zorus pausou. – O seu esperma é viável? Isto pode ser considerado por eles
como uma negativa se não for.

- Eu não vou tocá-la.

- Eu sei disso, mas o conselho não.

- Inacreditável, - Krell rosnou. - Eu tenho espermatozoides viáveis se eu


tomar as injeções para ativá-los. Eu não sou completamente estéril.

- Perfeito. Não vejo nada para o conselho se opor.

- Ela não vai concordar. - Esperança disparou dentro Krell por esta
perspectiva. Ele havia jogado a mulher na parede e, apesar de ela não ter medo
de sua aparência, ela não iria recebê-lo bem. - Você mesmo disse. Ela é muito
determinada a ser contra aderir a uma unidade de família.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Zorus sorriu. - Eu vou lidar com isso. Marque uma consulta com médico
para obter as injeções. Queremos que isto pareça verdadeiro. Tenho um amigo
lá que me deve um favor. Vou contatá-lo, fazê-lo concordar com que declare
que você tomou as injeções, e depois de ele concordar, eu vou te dizer quem
ver. -Zorus hesitou. - Você se recusa a colocar marcas de nomes no seu corpo
devido a sua abundância de cicatrizes. Vou dizer ao conselho que você ainda
tem uma aversão a colocar mais uma em seu corpo para explicar sua falta de
desejo em uma cerimônia de união. Eles vão facilmente aceitar isso.

- Eu não vou tocá-la.

- Você não terá que tocá-la e você realmente não tem que tomar as
injeções para ativar seu esperma, mas queremos que toda a papelada pareça
real. É por isso que eu estou pedindo este favor. - Zorus se virou, abriu a porta e
partiu.

Krell olhou para a porta fechada e rosnou. - Eu odeio esse idiota.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Quatro

Cyan observou com cautela o grande cyborg quando os frios olhos azuis
de Krell varreram seu corpo. Suas cicatrizes estavam reveladas com clareza,
seus longos cabelos negros puxados para trás dentro de uma tira de couro atrás
de seu pescoço em uma longa trança que caía até a cintura, e ela estava muito
certa de que ele tinha feito isso propositalmente para intimidá-la. Ele, agora,
não estava usando um uniforme. Ao contrário, ele usava uma regata preta que
mostrava as cicatrizes do seu pescoço e braços. Mais cicatrizes estavam expostas
em seu peito onde o tecido não cobria.

- Eu tenho um quarto, - ele grunhiu com sua voz rouca e áspera. - Você
não tem permissão para deixar a minha casa. Eu fui avisado de suas habilidades
de hacker, se você é a humana que alega ser. Vou abster-me de dizer esse nome,
porque me disseram que lhe causa dor. Os sistemas foram tirados do ar e só
funcionam manualmente com a minha impressão digital. - Ele levantou uma
mão, mostrou para ela e seus olhos se estreitaram. - Você teria que arrastar o
meu corpo inconsciente para a trava da porta para abri-la. Iria registrar se eu
não tivesse um pulso. - A mão se apertou em um punho quando baixou para o
seu lado. - Eu não recomendaria me atacar. Você perderia.

- Certo. - Ela tomou uma respiração profunda. - Meu, você não está
sendo amigável.

- Isso é uma piada? - Ele não parecia divertido.

- Eu não acho.

Ele resmungou sob sua respiração. - Isso não foi ideia minha e eu não
estou satisfeito em ter uma hóspede. Eu não confio em você. Eu acredito que
você ainda está trabalhando para o Governo da Terra, mas o Conselho se
recusou a detê-la. Você precisa de uma supervisão intensiva.

- E este foi o seu dia de sorte?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Olhos azuis se estreitaram ainda mais.

- Persista em fazer isso e você não será capaz de me ver. – Ela o imitou,
na esperança de tirar um sorriso dele, e perguntou-se o quanto bem ele a podia
ver. - Você está ferrado. - Ela parou de apertar os olhos para ele e sorriu. -
Quem você deixou puto para ter este trabalho?

Ele franziu a testa, mas seus olhos se abriram totalmente. - Foi


determinado pelo Conselheiro Zorus que você deve ficar aqui. Ele sabe que eu
não a tocaria, enquanto que os outros machos poderiam estar inclinados a fazer
isso.

- Tocar-me? Tal como “Eu pareço humana e eles querem avacalhar com a
minha cara porque eu sou o inimigo” ou de uma forma que me faria castra-los?

- Qualquer um dos dois. Eu não bato em mulheres sem motivos e eu não


estou interessado em você fisicamente.

- Boa coisa. - O olhar dela o varreu de cima para baixo rapidamente. -


Você é enorme. Eu não posso dizer o nome verdadeiro dela sem causar dor,
então vou chamá-la de Bee. Ela costumava me dizer que, enquanto ela tinha
uma mão na criação dos machos, ela fazia tudo de um tamanho proporcional.
Ela tinha um senso de humor, e não pode resistir a argumentar este ponto nos
estágios iniciais de criação. Ela ganhou essa luta.

O cyborg franziu o cenho.

- Bee era a assistente do criador de vocês desde o início. Ela o ajudou a


cada passo do processo de criação dos cyborgs. Ela também lutou para dar a
vocês a capacidade de que seus cabelos crescessem mais rápido, porque ela
tinha uma coisa com homens de cabelos compridos. - Cyan encolheu os ombros.
- Ela também odiava homens peludos do pescoço para baixo. - Ela olhou para a
calça preta e seu sorriso se alargou antes de ela puxá-lo para seu rosto. - A
depilação masculina não é necessária.

- O que significa isso?


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Isso significa que você não tem um monte de pelos no corpo e você não
precisa fazer a barba. Você pode agradecer a um homem na equipe por ter
cabelo na axila. Ele disse que ficaria estranho sem eles. Alguns modelos
receberam um fio de cabelo no peito por causa dele também. - Ela olhou para a
pele nua que aparecia acima do tecido de sua camisa sem pelos à vista, e
encontrou seu olhar novamente. - Você não tem nenhum. Você não foi
projetado para trabalhar na mineração. Eles trabalhavam sem camisa por causa
do calor extremo. Ele queria que os modelos se assemelhassem aos
trabalhadores humanos.

Ele olhou para ela por um longo momento, enquanto Cyan mudava sua
postura. - Muito pessoal? Desculpe. Eu tendo a balbuciar quando estou nervosa.

- O que mais você sabe sobre nós?

Ela hesitou. - Você foi projetado para ser um modelo de segurança. A sua
altura e corpo firme confirmam isto. Eles queriam que seu tamanho fosse acima
da média humana e fosse construído para intimidação. Missão cumprida. Você,
com certeza, intimida. Aposto que é difícil encontrar camisas grandes o
suficiente para caber em você.

Ele não disse nada.

- Fique feliz que você não é roxo. Que era a cor favorita de Bee, mas os
caras da equipe se recusaram. Eles escolheram tons de cinza, ao invés, desde
que eles foram ordenados a deixar óbvio que não eram humanos. Ela queria
uma cor bem legal de magenta, que é um brilhante e um pouco rosa. Isso teria
totalmente arruinado a sua aparência de mau.

Raiva brilhou em seus olhos. - Você acha isso engraçado?

- Não realmente, mas isto é melhor do que ficarmos encarando um ao


outro, não é? Você não fala muito e fica tudo comigo abrir uma linha de
comunicação. - Ela o olhou.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Vou levá-la para seu quarto. Tenho certeza que você necessita de um
descanso.

- Não. Por favor? Eu fiquei presa a uma maca e estava prestes a ficar
louca. Estou acostumado à atividade. Eu não gosto de ficar muito parada e nem
sou uma grande dorminhoca.

Ele não respondeu e isto começou a aborrecê-la. Ela preferia discutir com
ele a ficar ali muda. Qualquer coisa seria melhor do que ficar trancada dentro
de uma sala até que ela gritasse de tédio. Ela estudou as roupas dele, a maneira
como seus músculos estavam tensos, e olhou ao redor da sala. Uma área de
treino estava montada ao lado e ele tinha um saco de box, pesos para levantar e
um monte de colchonetes.

- Você estava se exercitando quando eu cheguei?

- Sim. Eu faço isso para ficar apto e saudável.

- Você foi projetado dessa maneira, então não importa se você se exercite
ou não. Você vai sempre parecer assim.

Ele rosnou para ela em resposta.

Ela franziu o cenho. - Olha, eu sou da mesma maneira. Eu poderia comer


e comer, mas eu não ganho peso. É meio foda. Eu nunca pensei que eu ia ficar
puta sobre isso, mas depois de algumas décadas, você só quer mudar alguma
coisa, qualquer coisa, mas isso não acontece. Meu corpo se mantém e assim faz
o seu. - Ela olhou para o peito dele. - Fique feliz que você é um modelo de
defesa. Eu acho que eles me roubaram de um robô sexual para fazer este corpo
e mudaram tudo, menos os seios. - Ela inclinou a cabeça ligeiramente olhando
para ele. - Fale sobre desconforto. Eu me pergunto quanto tempo eles tinham
este corpo em exibição dentro do laboratório em armazenamento. Eles não os
vestem, você sabe. A equipe que o projetou devia ver isso todos os dias. Yuk.
Acho que preciso de uma terapia.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Finalmente ele mostrou uma emoção em seu rosto quando ele expressou
choque. - Um robô sexual?

- Sim. Eu tenho seios duplo D. Essas são as especificações dos robôs do


sexo. Nenhum outro modelo de trabalho ou clones foram feitos com peitos
desse tamanho. Eu gostaria que eles não tivessem ferrado com a minha altura.
Estou apostando que eles fizeram isso para esconder o fato de que nenhum
Modelo foi projetado para ser tão pequeno e isto ajudaria a esconder o fato de
que este corpo não é totalmente humano. Eu procurei pelas medidas dos robôs
sexuais e o padrão deles é de cerca de um e setenta de altura. Eles me
enganaram. Isso é uma piada. - Ela sorriu. - Pegou? Baixa e eles me
transformaram?

Ele olhou para ela.

- Você tem um senso de humor, afinal de contas? Eu estou tentando com


bastante força realmente tirar de você um sorriso.

- Não.

- Grande surpresa. Ótimo. Estou presa com um cyborg sombrio. Talvez


você devesse chamar o Conselheiro Zorus e dizer-lhe para me atribuir a outra
pessoa. Pelo menos idiotas que querem bater em mim ou me foder falariam.
Você sabe, me dizendo que eu os deixo putos por causa da minha aparência
humana ou como eu deveria chupa-los.

A boca dele se contorceu.

- Ah ha! Você quase sorriu, não é?

- Não. Isto foi uma careta. Eu entendi a referência bruta.

- Estou grata que você entendeu a insinuação. Ainda há esperança para


você. - Ela olhou para sua área de treino novamente. - Quer lutar? - O olhar dela
deslizou para o dele. - Desde que você não é muito falador? Eu poderia usar a
saída física.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não seria justo e sua perna está lesionada.

Ela se inclinou e tirou as botas, desde que ele não estava usando um
calçado. Ela tirou as meias antes de se endireitar. - Eu curo rápido e a perna está
boa agora. Eu sei que não será justo, mas eu vou tentar ir com calma em você.
Eu não vou te machucar.

A boca dele abriu e seus olhos se arregalaram antes de ele esconder sua
resposta chocada. - Eu quis dizer que não seria justo com você. Você não é
páreo para mim.

Ela avançou para mais perto e sorriu. - Quanto maior eles forem, com
mais força eles caem. Esse é dizer da Terra, se você não se lembra ou nunca
ouviu. Você vai para o chão.

- Você está falando sério? Você quer brigar comigo? – Ele recuou para o
centro dos colchonetes e realmente sorriu.

Cyan teve que se lembrar de respirar. Isto mudou tanto o rosto dele e,
apesar das cicatrizes, ela poderia dizer que ele teve, uma vez, um rosto
verdadeiramente bonito. Ele ainda era - as cicatrizes em seu rosto lhe davam
um olhar devasso e perigoso. Ela o seguiu sobre os colchonetes. As mãos dela se
ergueram, as palmas das mãos abertas, e ela revirou os ombros para soltá-los.

- Que tal uma pequena aposta? Se eu ganhar, você tem que tentar falar
mais comigo, Krell. A coisa de alto, moreno e mal-humorado me deixa louca.
Eu passei muito tempo com um computador irritante nas últimas semanas.
Seus médicos só queriam me fazer perguntas que me davam uma enxaqueca e
isso tipo que arruinava ouvir outra voz. Feito?

- Você é um soldado, correto? O Governo da Terra te treinou para lutar?

- Sim.

- Eu vou ganhar. Sua formação não é suficiente.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Sério? O que você quer de mim se você ganhar? Repare que eu disse
"se". Não fique muito arrogante.

- Silêncio por cinco horas.

- Ai.

As mãos dele se levantaram e suas palmas se abriram. Ela teve que


admitir que sentiu um pouco de alívio ao gesto. Ela não queria lutar box com o
cyborg. Um soco de um era como bater numa parede, pelo que ela lembrava.
Ele não poderia quebrar seus ossos, mas ele podia causar danos ao seu corpo,
hematomas ou machucar a sua pele.

- Feito? - Ele quase parecia feliz para ela.

- Tudo bem. Agora eu sei que você vai beijar a esteira, grandão. Eu não
posso calar a minha boca por tanto tempo.

- Eu vou pegar leve com você. Será considerada a minha vitória depois
que você estiver presa no piso e incapaz de se mover.

Cyan riu. - Você está tão confiante. Vou ter que te contar tudo sobre os
meus gostos e desgostos depois que eu te prender. Eu gosto disso em um
homem, embora. Este pedaço de informação foi de graça.

Ele se agachou um pouco, seus olhos azuis brilhavam com diversão, e


isto o trouxe mais para o nível. Foi um erro, mas ela apreciava o fato dele tentar
igualar suas alturas tanto quanto possível. Isto disse a ela que ele gostava de
uma luta justa e isto a fez gostar mais dele.

- Você vem para mim, - ele respondeu com aquele tom profundo e rouco,
- quando você estiver pronta para beijar o chão.

- Você está pronto? Eu não quero que você se lamente depois que eu te
pegar de surpresa.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Na verdade ele riu e era um som maravilhoso. - Eu estou preparado para


desfrutar de cinco horas de silêncio.

- Eu lembro que você disse isso e vamos falar sobre isso depois. – Ela
repentinamente se lançou à esquerda dele e o fez torcer o tronco para tentar
segui-la. Ela lançou um braço cravando-o no quadril dele.

Ele tropeçou se desequilibrando, sua posição agachada já o colocando em


desvantagem, e ela se aproveitou disso. Seus dedos agarraram o antebraço dele,
a pele quente sendo registrada quando ela o tocou, e ela o puxou para frente
para colocá-lo totalmente fora de equilíbrio usando seu aperto nele para
impulsioná-la contra ele no mesmo movimento.

Seus corpos colidiram, mas ela tinha a vantagem quando eles caíram. Ela
desembarcou em cima dele. Ele girou em suas costas uma fração de segundos
antes de bater no colchonete e choque arregalou seus olhos quando ele a
encontrou deitada sobre o seu peito. Ela se moveu rápido, jogando uma coxa
sobre o quadril dele, montando-o, e usou a mão livre para bater com a palma da
mão no diafragma dele quando ela se ergueu para se sentar sobre a cintura dele.

Isto tirou o ar de seus pulmões quando ele sibilou uma respiração e o


aperto dela deslizou de seu braço até o ombro. Ela usou toda a força que tinha
no braço para puxar enquanto se levantava, agarrava o quadril dele e o rolava
enquanto ele lutava para recuperar o fôlego. O peso dela desabou sobre sua
bunda quando ela o montou novamente, agarrou os pulsos dele e os puxou
atrás das costas, torcendo-os até o ponto em que ela sabia que ele ia sentir dor,
mas que não o machucasse muito.

- O que foi que eu ouvi Krell? Você disse rendo-me?

Ele engasgou por ar e seu corpo ficou tenso embaixo dela. Ela apertou
seus joelhos firmemente na cintura dele, levantou o pé, enganchou-o entre suas
coxas parcialmente abertas, e se inclinou para frente o suficiente para abri-las
mais. Alguns músculos tensionaram, e ela sabia que eles iam doer depois de se

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esticarem um pouco, mas ela conseguiu espalhar as coxas dele o suficiente para
tornar mais difícil para ele se virar.

Ele rosnou, não exatamente dizendo uma palavra, mas algo que poderia
ter sido uma maldição. A cabeça dele recuou, mas ela puxou a dela para o lado
a tempo de evitar que ele esmagasse seu rosto com a parte de trás de seu crânio.
Ele tentou rolar, mas com os braços torcidos a sua volta e presos no centro de
sua coluna, ele não podia encontrar qualquer alavancagem.

- Você está preso, grandão.

Quando o corpo dele caiu como se tivesse se transformado em uma


pedra embaixo dela, ela experimentou medo. Ele era mais forte e em uma luta
longa, ele ganharia. Ela teve o fator surpresa em sua vantagem e sabia que não
podia segurá-lo por muito tempo.

Ele tomou algumas respirações profundas, mas só virou a cabeça para


olhar para ela por cima do ombro. Raiva queimava naqueles olhos azuis frios. -
Eu poderia ficar livre, mas eu teria que ferir gravemente você.

- Não seja um mau perdedor.

Ela soltou os pulsos dele e suas pernas relaxaram. Ela conseguiu morder
um gemido quando uma dor disparou de sua coxa à sua bunda. Esse
movimento lhe custaria, por certo, mas ela curaria dentro de algumas horas a
lesão muscular. O cara era muito forte. Ela não se moveu de cima da bunda
dele, mas se endireitou.

De repente, ele rolou a surpreendendo. Cyan ofegou quando suas costas


bateram no colchonete e ela acabou presa em cerca de cento e treze quilos de
músculos cyborg. Ele se moveu rápido, jogou os braços dela acima da cabeça
para segurar seus pulsos com as mãos, e desde que ela estava sentada em cima
dele com as pernas abertas, os quadris dele acabaram confortavelmente se
aninhando entre suas coxas. Ela engoliu em seco e olhou para ele com um

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pouco de preocupação. Ele não ia esmagá-la, mas suficiente do peso dele


repousava em cima dela que ela mal podia respirar.

- Como você fez isso?

Ela olhou nos olhos dele. - Você me subestimou. É um erro comum. Eu


sou pequena, pareço ser totalmente humana, mas eu sou mais forte do que eles.
Mais rápida.

O olhar dele baixou até a sua boca e ele ajustou seu peso para aliviar um
pouco o peso sobre o peito dela. Quando ele fez isso, ele moveu seus quadris e
deslizou alguns centímetros para cima. Os olhos dela se arregalaram e seus
lábios entreabriram em surpresa. Não eram só os seus quadris pressionados
contra ela. Algo duro e grosso estava preso ao longo da costura da calça.

- Você está com raiva?

Ele encontrou o olhar dela de novo. - Estou surpreso e um pouco irritado,


mas a última é dirigida a mim mesmo.

- Eu acho que está tudo bem em salientar que eu o prendi por primeiro e
isso significa que eu ganhei.

O frio voltou a seus olhos. - Isso seria uma avaliação justa. Sobre o que
você quer conversar?

Ela hesitou. - Você sempre tem uma ereção quando você luta, ou eu
deveria me preocupar que nós realmente estamos prestes a fazer isso de
verdade? Eu não vou fazer sexo com você.

De repente ele a empurrou, levantou-se, mas se inclinou para lhe oferecer


uma mão para ajudá-la a levantar. Ela hesitou, mas colocou a sua mão dentro
da dele. Ele a puxou para seus pés rápido o suficiente para lhe dar uma tontura
e ela tropeçou. A outra mão disparou para segurar seu quadril para firmá-la.
Longos dedos se curvaram lá e ali permaneceram. Eles estudaram um ao outro.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu peço desculpas. - Suas bochechas pareceram escurecer um pouco


sobre sua pele clara e prateada. - Foi à adrenalina.

- Uh-huh. - Ela deu um passo para trás e ele a soltou. - Certo. Eu vou
comprar isso. - Não olhe. O olhar dela disparou para baixo, apesar de sua força
mental. O contorno de seu pênis duro era claro através de suas calças. - Merda.
Tamanho proporcional. – Ela puxou seu olhar até o rosto dele e ela percebeu
que ela realmente tinha dito isso em voz alta. - Desculpe! Talvez não
devêssemos falar isso. Onde é este quarto que você disse que eu poderia
dormir?

Ele recuou e virou seu corpo para tentar esconder o fato de que o
material de sua calça era fino e ele, obviamente, não estava usando roupas
íntimas, desde que seu pênis tensionava a frente delas. - É pelo corredor,
primeira porta à esquerda.

Ela girou, freneticamente a procura de um escape, e deu uma olhada no


corredor. Ela não se incomodou em pegar suas botas ou meias. Seu coração
batia com força quando ela apressou o passo para colocar espaço entre eles.

O quarto tinha uma dimensão média, muito escasso em móveis e, além


disso, a cama continha apenas uma mesa de cabeceira. Nenhuma unidade de
entretenimento adornava as paredes. Ela fechou a porta e se encostou nela.

O cara era grande. Ela duvidava que algum dia ela conseguiria tirar a
imagem do cyborg sombrio e em seu calção esportivo da cabeça. Mais como um
mastro, ela alterou, e balançou a cabeça em desgosto pelo seu senso de humor.
Para fazer uma nota, ele não era tão robótico quanto parecia. Ela sorriu. E
mulheres duronas o excitavam.

Krell se virou e deu um soco no saco de Box quando ouviu a porta de


Cyan fechar. Ele olhou para baixo para o seu pau rebelde e cerrou os dentes. Ele
não fazia sexo com uma mulher há anos. Fêmeas Cyborg eram chatas,

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desinteressantes ou emocionalmente indesejáveis. Ele raramente saía de


Garden, apesar de Mavo pedir para ele participar de algumas atribuições
mundo afora nas naves que haviam adquirido. Ele tinha mencionado robôs do
sexo e uma estação espacial onde as fêmeas artificiais não notariam as suas
cicatrizes ou se intimidariam com seu tamanho.

Krell se sentira insultado no momento em que seu amigo havia feito essa
sugestão. Ele se sentiria melhor cuidando das suas próprias necessidades do
que brincando com uma boneca do sexo animada. O Corpo de Cyan brilhou em
sua mente. Ela era muito baixa, muito pequena, mas perfeita de outra forma.
Ela acreditava que tinha sido um modelo de um robô sexual. Ele podia ter sido
muito precipitado em assumir que uma não seria tão atraente.

Ele olhou para seu pau de novo, grato de que ele tinha se suavizado
quando ela fugira da sala, e fechou os olhos. Ele acessou sues implantes e
reconfigurou suas respostas físicas, fechando a conexão entre seus pensamentos
e seu pau. Da próxima vez ele não iria ter uma ereção na frente da espiã.

Seus seios generosos, que tinham quase se derramado pelo topo de sua
camisa, não iriam tirar uma resposta de seu corpo dessa maneira novamente.
Ele poderia notar a ondulação suave deles, imaginar como seria rasgar sua
camisa para tocá-los, mas não queria se constranger permitindo que ela
soubesse a direção que seus pensamentos haviam viajado.

Uma campainha soou e ele abriu os olhos, se virou e caminhou até a


parede. Ele tocou o teclado para abrir as comunicações mentais enquanto ele
abaixava a blindagem mental para permitir que seus pensamentos projetados
fossem apanhados. - O quê?

- Ela já chegou?

- Sim. Ela está dentro do quarto.

- Você precisa conhecê-la, aprender a lê-la corretamente e descobrir se ela


está dizendo a verdade. Você não pode fazer isso se ela estiver em outro quarto.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não me diga como fazer o meu trabalho, Zorus. Onde está Charlie? Sua
fêmea não está exigindo sua atenção?

- Ela está tomando um banho enquanto eu preparo a nossa comida. Eu só


queria ver com estão as coisas.

- Pare de me incomodar. Você já me obrigou a lidar com esta fêmea. Não


é o suficiente para você?

Zorus riu, certificando-se de amplificar o som na conexão, e Krell rosnou


em resposta, mandando isto claramente também.

- Fale com ela. Observe suas características e faça o que você faz de
melhor. Você vai aprender a detectar suas mentiras. Ouvi dizer que você
apareceu na Clinica. A papelada foi recebida no prédio do conselho. Eles
acreditam que você ativou o seu esperma. Obrigado.

- Você tem sorte de eu não ter que realmente tomar as doses. Eu peguei
emprestado um extra para injetar nas suas bolas só para ter o prazer de fazer
isso.

Zorus riu de novo. - Eu vejo que a sua companhia não melhorou sua
disposição. Eu quase sinto pena desta mulher. Quanto mais rápido você puder
provar quem ela é, mais rápido você pode tirá-la de sua casa.

- Salve sua piedade para a sua própria fêmea. Espanta-me que ela não o
mate enquanto você dorme. Transmissão encerrada. - Ele sacudiu a mão no
teclado, também cortando a ligação com sua mente e girou. - Bastardo.

Ele bramiu e direção ao quarto de hospedes. Zorus tinha feito um bom


ponto. Quanto mais rápido ele aprendesse a ler à fêmea, mais rápido ela seria
mandada embora. Não importava para ele se isso seria para um centro de
detenção por ser uma inimiga, ou se seria lhe dado uma casa própria. Ele só
queria que ela ficasse longe dele. Ele bateu na porta.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Conhecê-la, aprender suas expressões faciais, suas fraquezas, e prestar


atenção ao seu pulso. Lê-la e tirá-la da minha casa. Ele soltou o ar.
Rapidamente.

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Capítulo Cinco

Cyan abriu a porta com cuidado, imaginando se ele havia esquecido de


lhe dar alguma nova ordem. Ele já lhe dissera para não deixar sua casa. Krell
estava parado no corredor, com a cabeça quase tocando o teto, e uma carranca
firme em seus lábios curvados.

- Você ganhou a aposta e eu vou conversar com você.

Não olhe para baixo em sua virilha. É tentador, mas não. Ela conseguiu
manter o seu olhar de cair para baixo e respirou fundo. Ele estava tentando
fazer um esforço e ela estava entediada.

- Tudo bem. Isso seria ótimo. Eu tenho um milhão de perguntas.

Ele recuou, dando-lhe espaço para segui-lo até a sala de estar. Essa
declaração rendeu um olhar desconfiado dele antes de ela se virar para segui-lo,
deixando-a atrás dele para admirar sua bunda firme. Ele caiu em uma cadeira
grande e preta, apontou para uma na frente dele, e ela se lembrou que ele
deveria ser um bom interrogador de prisioneiros. Ela apostava que era a sua
verdadeira razão para querer ter uma conversa com ela.

Ela se sentou, cruzou os braços sob os seios, e o desafio de olhares


começou. Ela perdeu, piscando por primeiro, e isso a irritou o suficiente para
falar. - O que você faz para se divertir neste planeta além de trabalhar?

- Eu analiso os dados e avalio as ameaças ao meu povo.

Ela engoliu em seco. - Ok. E isso é divertido?

- Gosto de trabalhar e eu não tenho que passar tempo com os outros,


exceto nas reuniões designadas para atualizar os outros analistas e comparar as
nossas informações.

- Você trabalha em casa?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Sim.

O silêncio se esticou. - Você namora? Tem amigos? Tem algum tipo de


ritual estranho?

Isto o fez franzir a testa. - Ritual estranho?

- Talvez fazer jogging pela manhã?

- Você considera correr um ritual estranho?

- Sim. A menos que algo esteja fugindo de mim e eu tenha que pegá-lo,
ou a menos que algo assustador esteja me perseguindo, eu não corro. É
estranho pensar que é divertido de outra forma.

A boca dele se contorceu novamente.

- Outra careta ou você quase sorriu?

- O que você faz na Terra para se divertir?

- Eu não passo muito tempo lá. Eu, geralmente, sou atribuída a uma das
naves em órbita. Nas minhas horas de folga, eu tento evitar os homens. Caso
contrário, eu acho que minha diversão consiste em feri-los.

- Por quê?

- Não há muitas mulheres que gostam de serem enviadas para fora da


superfície e os homens superam as mulheres em 17 por 1 nas naves. Portanto,
eles fazem coisas estúpidas com frequência.

- Eu não entendo.

- Eles acham que sou uma fonte de diversão, colocam-me no chão por ser
uma mulher, ou pensam que eu estou a bordo para eles me assediarem
sexualmente. Eu não vejo seus esforços com bons olhos. É uma espécie de
diversão atirá-los sobre seus traseiros. Às vezes eu jogo holoball com o
computador. Ele não me bate de propósito para me prender.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Para quê?

Ela mordeu o lábio. – Para me bolinar. Você sabe, esbarrar em mim para
apalpar minha bunda ou os meus seios.

Ele franziu o cenho. - Os seres humanos são brutos. Você entrou em uma
unidade de família?

- De jeito nenhum. - Ela balançou a cabeça.

- Você é anti-social?

- Vamos apenas dizer que eu já namorei ao longo dos anos, mas nunca
deu certo. Aprendi apenas evitar toda a situação desconfortável.

Olhos azuis frios se estreitaram. - O que há de desconfortável em


namorar?

Ele estava falando. Podia não ser sobre algo que ela queria discutir, mas
superava o silêncio. - Bem, em primeiro lugar, eu sempre soube que não
poderia ser qualquer coisa a longo prazo. Eu não mudo com a idade. Eu acho
que depois de uma década, eles começariam a perceber isso. Há também toda
coisa de fingir minha morte, que eu tenho que fazer depois de um certo período
de tempo. Eu não queria machucar ninguém quando acreditassem que eu tinha
morrido. Eu, com certeza, não poderia lhes dizer a verdade. Há uma
recompensa enorme para as cabeças dos modelos não autorizados artificiais.
Clones e androides de trabalho que se parecem com humanos estão nessa
categoria. É ilegal tentar se passar como totalmente humano, e eles teriam
ordenado a minha destruição. Eu não acredito que eu já conheci alguém que
pudesse resistir a esse tipo de pagamento para apenas acordar ao meu lado
todas as manhãs. Chame-me de cínica, mas o amor tem seus limites quando o
dinheiro frio e duro está na linha, considerando que ele é tudo para a maioria
dos humanos.

- Você nunca disse a ninguém que era diferente?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Ninguém sabia, exceto a pequena equipe. Havia seis pessoas que


estavam dentro no projeto, todos emocionalmente ligados a mim, e qualquer
uma delas teria morrido para me proteger. Minha mãe morreu quando eu era
jovem, então a equipe se tornou a única família que eu tinha. Esta é a primeira
vez que eu permiti que alguém soubesse do meu segredo. Não é como se eu
pudesse falar sobre isso livremente sem sentir como se minha cabeça fosse
explodir.

- Você não está sentindo dor agora. - Ele estudou o rosto dela. - Eu veria.

- Eu estou, mas se eu tomar cuidado com o que eu digo, a dor de cabeça


diminui. A dor não é forte porque estamos falando sem que eu entre em
detalhes de como eu fui feita, ou quem fez isso. E não há nomes. Essas são as
causas mais importantes.

- Alguma delas é fatal?

- Você quer dizer se a minha cabeça pode explodir realmente? Não. É


apenas uma dor latejante e que poderia me fazer perder a consciência. É uma
merda.

Uma campainha soou e Krell franziu a testa, levantou-se e olhou para a


porta. Ele nem lhe jogou um olhar quando passou por sua cadeira. Ele parou
na porta para tocar o painel. Seu corpo ficou tenso e a porta se abriu.
Dois machos cyborgs estavam do outro lado da porta em uniformes
vermelhos. Seus olhares passaram Krell até a verem. Ambos os homens a
encararam até Krell mudar sua postura para bloquear a visão deles.

- Por que vocês estão aqui Ovis e Naglis? Nosso encontro será só daqui
há cinco dias.

O da direita, o loiro, limpou a garganta. - Fomos informados da situação


e queríamos conhecer a fêmea.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O outro, um moreno com duas tranças fluindo sobre seus ombros, pôs as
mãos na cintura. - Nós nos damos bem com você e decidimos abordá-lo sobre
uma aliança.

- Inacreditável, - rosnou Krell. - Vão embora.

O loiro deu um passo adiante. - Eles mostraram imagens dela. Estamos


dispostos a negociar com você. Nós nos damos muito bem.

O de cabelos trançados anuiu. - Você tem que reconhecer que seria difícil
para uma mulher tratar somente com você o tempo todo e você gosta da sua
solidão. Estamos dispostos a levá-la sempre que você precisar de uma pausa.

Cyan se levantou e se aproximou, curiosa para ouvir o que eles estavam


falando. Ela sabia que os dois rapazes falavam sobre ela, mas por que eles
queriam se voluntariar a ajudar Krell a serem sua babá?

- O que está acontecendo?

Krell virou a cabeça para olhar para ela, raiva apertava-lhe as feições e
seus lábios se separaram. Antes que ele pudesse falar, porém, o cara com
tranças de repente pulou entre o espaço do corpo de Krell e a parede para
entrar na sala de estar. Ele sorriu para Cyan quando seu olhar varreu abaixo seu
corpo, hesitando em seus seios.

- Eu me chamo Ovis. É uma honra conhecê-la. Eu vim com meu amigo


para que você nos considere.

Krell pegou no ombro do homem, puxou-o de volta e plantou seu grande


corpo entre ela e o cara que invadiu sua casa. Ele rosnou. – Partam!

- Deve ser dada a ela uma escolha. - O loiro entrou pela porta aberta. -
Você é indesejável. Ela não conheceu muitos homens desde a sua chegada. - Ele
fixou o olhar verde sobre ela. - Sou Naglis. Eu sou mais atraente e bem versado
em dar prazer a uma fêmea.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O queixo de Cyan caiu. Ela teve que fechá-lo com firmeza. Krell rosnou
novamente, jogou Ovis para trás e empurrou-o diretamente em Naglis. Ambos
tropeçaram no corredor antes de caíram em uma massa de membros
emaranhados no chão. Krell bateu a porta antes que eles pudessem lutar para
ficarem de pé. Ele se virou, olhando para ela.

- Eu sabia que você ia ser um problema.

A porta apitou.

- O que eu fiz? - Cyan olhou para ele, confusa.

- Você é linda e desejável para os homens. - Ela estava sem palavras.

A porta apitou novamente. Krell girou, bateu a palma da mão no painel


e se virou para encará-la mais uma vez. Ele realmente parecia irritado quando
se virou. - Eu desliguei o sinal sonoro e selei a porta. Eles não vão me
incomodar por muito tempo e não podem entrar.

- O que está acontecendo? Por que está tão chateado comigo? O que eu
fiz?

- O conselho decidiu compartilhar a notícia da sua existência com o nosso


povo e mostrou a sua imagem. Mais deles virão.

- Estou tentando seguir a lógica aqui, mas eu estou totalmente


confusa. Por que eles estão tão ansiosos para tomar conta de mim?

Krell avançou um passo para olhar para ela. - Eles não estão, a menos
que sua versão de tomar conta envolva a remoção de sua roupa para se
engajarem em relações sexuais.

Choque a atravessou. - Eles vieram aqui para me foder?

- Eles vieram aqui para se apresentar a você e oferecer seus corpos para o
seu prazer, na esperança de você concordar em participar de uma unidade de

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

família com eles. - Ele rosnou. - Agora mais deles virão. Eu nunca deveria ter
concordado com isso.

Cyan tomou algumas respirações profundas e ignorou os ruídos


abafados. Eles tinham desistido de tocar a campainha que Krell tinha desligado
e estavam batendo na porta, ao invés. Ela já teve muitos caras que queriam dar
em cima dela, mas nenhum antes tinha aparecido em pares lhe oferecendo
prazer. De repente ela sorriu pela maneira como ele tinha dito isso a ela e pelas
imagens que se formaram em sua mente.

- Você acha isso engraçado?

- Eu estou imaginando o que eles teriam dito para tentar me convencer.

Raiva escureceu o rosto dele e ele se virou. Para sua surpresa ele apertou
a mão sobre o painel e a porta se abriu. Ele deu um passo para trás, deu a ela
um olhar quente e se pressionou contra a parede.

- Descubra, então. Não permita que eu te impeça.

Os dois homens hesitaram fora da porta, olharam para Krell e


rapidamente entraram em sua casa. Cyan recuou para manter o espaço entre ela
e os dois cyborgs que estavam olhando para ela como se ela fosse seu objetivo
predileto. Ambos eram grandes, machos intimidantes, mas não tão grandes
quanto Krell. A porta se fechou atrás deles e eles continuaram indo até ela,
enquanto ela continuava a tentar manter uns bons metros entre eles.

- Parem, - ela exigiu.

Ambos os homens pararam, olhando para ela. Ela atirou a Krell um olhar
sujo onde ele permanecia ao lado da porta contra a parede olhando com
raiva. Ela poderia lidar com isso. O bastardo tinha tomado um comentário
inocente, o torcido, e o transformado em algum tipo de desafio.

O de tranças sorriu para ela. - Você quer nos considerar?

- Claro que não.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Isso matou o seu sorriso. - A oferta é sincera. – Ele olhou fixamente para
os seios dela, não escondendo seu interesse. - Somos muito mais adequados
para você do que Krell.

O loiro, Naglis, avançou um pouco mais para a esquerda. - Eu sou o


homem mais utilizado no pacto de procriação no qual pertenço.

- Eu nem sei o que isso significa. - Ela se segurou firme, mas seus
músculos se contraíram e seus punhos cerraram para atacar se fosse
necessário. Ela permaneceu em alerta.

O loiro fez uma careta. - Estamos atribuídos a pactos de procriação, que


consistem em doze homens, e quando um homem é incapaz de engravidar sua
mulher, eu sou chamado para ter uma interação sexual com ela. Eu tenho
esperma muito viável, eu já procriei com dezenas de mulheres e tenho mais
experiência. Eu não só gosto das mulheres do meu pacto, mas eu testei a
compatibilidade com o dobro delas.

- O meu esperma também é viável, - Ovis resmungou. - Eu também fui


chamado muitas vezes e sei como agradar uma mulher. Entre nós dois
poderíamos satisfazer todas as suas necessidades.

- Inacreditável, - ela murmurou. - Sério?

- Sim. - Naglis sorriu. - Será que você concorda com o nosso teste de
compatibilidade física?

- Não nesta vida. - Ela avançou para longe deles. - Mantenham as suas
mãos para vocês mesmos.

Ovis zombou. - Você não pode estar falando serio em permitir que
apenas Krell te toque. Ele não pertence a um pacto de procriação. Nenhuma
mulher deseja a doação de seu esperma. Ele é indesejável, desde que elas teriam
que tocá-lo. Procriação exige contato físico. Outras medidas falharam.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Nós verificamos antes de vir até aqui, e ele não está listado como
estando com uma mulher há mais de 60 meses. Nenhuma mulher solicitou uma
audiência com ele para pedir seu esperma ou para entrevistá-lo como um
homem em potencial para adicionar à sua unidade de família. Você deve saber
disso antes de permitir que ele se envolva em uma atividade física com
você. Deixe isso conosco e poupe-se do tédio do toque dele.

O olhar dela se mudou para Krell. Ele não estava olhando mais para ela
e, ao invés disso, ele estava olhando para a parede, e ela viu algo que ela
detestou ver em seu rosto bonito e cheio de cicatrizes. Humilhação. A deixou
puta que o Sr. Tranças e o Sr. Loiro se atrevessem a insultá-lo em sua própria
casa.

- Nós vamos cuidar de você e atender suas necessidades. - Ovis estendeu


a mão e agarrou a cintura dela. - Vamos convencê-la a participar de uma
unidade de família com a gente e prometo que não terá que dividir a cama com
o seu macho principal. Krell é irrelevante. Mesmo o Conselho está ciente de
seus defeitos. Eles o consideram inapto para ser parte de um pacto de
procriação. Nossas mulheres não vão tocá-lo. Venha com a gente.

Ela olhou para a mão curvada em seu quadril. - Remova ou eu vou fazer
isso por você. - Ela levantou o queixo olhando para ele. - A resposta é não.
Saíam.

Ele agarrou-a mais firme em vez de liberá-la, e Cyan teve o suficiente. Ela
atirou sua mão para cima, a palma da mão impactado com a garganta dele, e ele
engasgou quando tropeçou para trás. Ela se virou, levantou o pé em um
movimento fluido e atingiu com o pé nu o estômago dele só para fazer com que
ele caísse de bunda.

Seu olhar se voltou para o loiro surpreso. - Naglis? Saia e leve seu amigo
com você ou você vai acabar ao lado dele no chão.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele recuou, sua feição confusa, e estendeu a mão ao seu amigo de tranças
que estava tendo um tempo difícil para recuperar o fôlego. Ele puxou Ovis para
cima de boca aberta e Krell abriu a porta silenciosamente. Ambos os homens
fugiram. A porta se fechou e o olhar azul de Krell se encontrou com o dela.

- Nunca mais faça isso de novo. - Ela lentamente se aproximou dele, não
se importando o quanto ele era maior do que ela. - Isso foi muito foda. Eu não
quero ser assediada de novo.

- Você parecia interessada e eu não queria ficar no seu caminho.

Ela parou diante dele, polegadas separavam seus corpos, e ela teve de
inclinar a cabeça para trás para manter o contato visual com ele. Ela pegou a
mão dele, deslizou a dela sobre o dorso da mão dele e atou os dedos juntos. Ele
permitiu que ela fizesse isso, um pouco atordoado, e ela levantou as mãos
unidas para o painel na parede até que a palma da mão dele pressionou o
painel.

- Feche e sele a porta. Eu quero dizer isso, Krell. Sem mais caras vindo
aqui para dar em cima de mim.

Ele desviou o olhar dela para o painel, ajustou a mão levemente, e sua
audição afiada ouviu alguma coisa clicar. Provavelmente, tinha sido ele selando
a trava no lugar. Ela continuou segurando a palma da mão dele e com a outra
mão pressionou seu estômago firme coberto apenas por um leve tecido. Ela
podia sentir seus músculos firmes. A cabeça dele virou para trás, seu queixo
abaixou, e seus olhares se encontraram novamente.

- É uma merda se essa é sua ideia de humor. - Ela manteve a voz baixa. -
Eu não gosto de ser tocada e aquele cretino colocou a mão em mim.

Ele engoliu em seco, o seu pomo de Adão deslizando ao longo de sua


garganta cicatrizada. - Você está me tocando agora.

- Eu meio que gosto de você, mas se você fizer isso de novo, isso pode
mudar realmente rápido. - Ela fez uma pausa, sentindo os gomos do seu
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

abdômen tensionarem em resposta a suas palavras. - Isso não foi divertido para
você também. Eu sugiro altamente que você encontre novos, se esses são seus
amigos. Eles são uns idiotas totais.

- Eles são colegas de trabalho. Tenho poucos amigos.

- Estou chocada, - afirmou sarcasticamente. - Você é tão falante, afinal de


contas.

Os olhos dele se estreitaram e seus lábios se fecharam firmemente


enquanto eles se olhavam. - Por que você está me tocando?

- Por que você está permitindo isso? Essa é a pergunta verdadeira.

- Você é pequena e eu não quero te empurrar. Você pode cair.

- Seus reflexos são rápidos o suficiente para me pegar antes que eu


batesse no chão. - Ela avançou a mão um pouco mais para baixo em seu
estômago. – Sobre o que esses caras estavam falando? Por que as mulheres
cyborgs não namoram você?

A expressão dele endureceu e um brilho zangado fez seus olhos parecem


absolutamente frios. - É óbvio.

Suas cicatrizes. A mão dela deixou as costas da mão dele e ela soltou seu
estômago. Ela ergueu a mão lentamente, sempre cuidando para não se mover
rápido demais para ter certeza de que ele não entendesse suas ações como um
ataque, e as colocou em seu rosto. Seu polegar suavemente traçou a pior cicatriz
ao longo de sua bochecha.

- Eu acho que as cyborgs não são tão inteligentes quanto elas pensam.
Estas cicatrizes não escondem o quanto você é bonito e elas só provam a força
que você teve para sobreviver. - Ela olhou para as em seu pescoço, aquelas que
espreitam o topo de sua camisa, antes de encontrar com o olhar dele
novamente. - Você teve sorte de não morrer com o que aqueles guardas idiotas

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

fizeram com você. Eu sinto muito que você sofreu tanto dentro daquela
cela. Isso nunca deveria ter acontecido.

Ele estendeu a mão e agarrou os pulsos dela, abaixando a cabeça para


olhar profundamente em seus olhos, e parecia estar olhando para sua alma. A
frieza do seu olhar pareceu se amolecer. Eles não falaram, apenas ficaram
olhando um ao outro, até que ela tomou conhecimento de algo duro encostado
em sua barriga. Ela quebrou o contato visual para olhar para baixo.

- Droga.

Ela olhou para a saliência de seu pênis que fazia um volume em suas
calças. O cara estava realmente excitado e foi por ela o ter tocado, desde que ela
teve que notar, mais uma vez, que ele, obviamente, não estava usando roupas
íntimas para conter sua excitação e o tecido não segurava seu pau firme contra
seu corpo.

Ele soltou os pulsos dela e agarrou os seus quadris de repente. Ele a


empurrou para trás, soltando-a tão rapidamente quanto a tocara, e bramiu em
direção a sala.

- Inacreditável, - ele rosnou.

- Eu concordo, - ela murmurou.

Ela ficou ali olhando para ele jogar sua grande figura em uma cadeira
preta e encontrou o olhar zangado que ele lhe dirigia. Ele estendeu a mão,
agarrou uma almofada de outra cadeira e a deixou cair sobre seu colo. Isto não
fez muito, mas se tornou mais óbvio que ele estava tentando proteger algo de
sua visão. Ela já sabia que ela o afetava.

- Nós não terminamos de conversar. - Com um aceno de sua mão, ele fez
sinal para ela se sentar.

Cyan forçou suas pernas a se moverem. Ela se sentou em frente a ele,


tentando não olhar para o travesseiro, e se concentrou em seu rosto. Era óbvio

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

que o irritava se sentir atraído por ela. Ela sentia-se mais confusa do que com
raiva por sentir a mesma coisa por ele. Ele não era seu tipo, era muito alto,
demasiado rude e, obviamente, não aceitava bem qualquer tipo de apego a ela.

- Sobre o que você quer falar?

- Foi a sua aposta e você ganhou. Você queria cinco horas do meu tempo.

Cinco horas parecia muito tempo agora, e conversar não estava em


primeiro lugar na lista de coisas que ela queria fazer com ele. Seu corpo
respondia ao dele. Ela não saia com alguém há muito tempo, podia até contar às
vezes, mas também não podia se permitira se enganchar nele assim tão
facilmente com uma desculpa esfarrapada. Ela estremeceu interiormente com
essa avaliação. Krell era quente, danificado, um cyborg, e quase irresistível para
ela. O fato de que ele tinha um corpo incrível e ostentava o tamanho de pênis
mais impressionantes que ela já tinha visto, apenas adicionava ao seu
magnetismo.

- Nós estávamos discutindo seus implantes. - Ele ajeitou a perna para


espalhar suas coxas um pouco mais na cadeira.

Ela se perguntou se a sua ereção estava o deixando desconfortável. -


Certo. - Ela limpou a garganta. - Nós estávamos. - Ignore o elefante na sala, ou
no caso de Krell, o mastro de madeira maciça que ele está ostentando. Ela sorriu
com este pensamento. - O que você quer saber?

- Você disse que eles não podem matá-la se você acionar o


condicionamento, mas causa muita dor e pode causar uma perda de
consciência.

- É isso mesmo. - Ela mudou de posição na cadeira, ciente de que ela


tinha os seus próprios desconfortos para lidar, agora que a sua região inferior
parecia doer. A reação física de Krell a ela tornava isto pior, porque ela sabia
que ele a queria também. - Este corpo é basicamente humano ... na maioria das
vezes. Eles fizeram um trabalho incrível.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Você consegue discutir com segurança o que foi feito?

Ela hesitou. - Eu não sei os detalhes, mas eles transferiram o meu 'eu'
para esse corpo. - Ela encontrou o olhar dele, segurou-o e não pode resistir a
passar as mãos sobre as coxas. Ele abaixou o olhar, observando os movimentos
dela com uma concentração aguçada. Estar excitada parecia distraí-la o
suficiente para evitar a dor usual ao discutir seu passado.

- Vá em frente. Estou interessado em ouvir isso. - A voz dele saiu baixa e


rouca.

- Parece que eu não sou afetada pelo processo de envelhecimento. Pelo


menos, eu acho que não. Eu não envelheço. Mas em relação às sensações, este
corpo é totalmente humano. - Ela lambeu os lábios, sabendo que estava
brincando com fogo, traçando suas mãos para cima nas laterais dos seus seios e
parando ali. - Ele pode sentir tudo, cada toque, até mesmo uma brisa.

Ela fez uma pausa quando ele ficou tenso, as mãos dele segurando as
bordas dos braços da cadeira com força suficiente para ver seus dedos
escavarem o material. Ele parecia prestes a avançar nela e ela se perguntou o
que ela faria se ele fizesse isso. Ela duvidava que diria não se ele quisesse tocá-
la. Ela não conseguia se lembrar de querer saber como seria ter um homem
fazendo amor com ela, tanto quanto ela queria com Krell. Ela não tinha certeza
se ele seria delicado ou não. Ele era um mistério e, obviamente, como seus
amigos disseram, estava um pouco faminto por sexo. Ela podia entender
isso. Ele não deixou sua cadeira, contudo. Ela se sentiu decepcionada.

-E prazer. Ele sente tudo, como qualquer corpo humano. - Oh infernos. O


que você está fazendo? Você está zombando dele. Ela não podia resistir a fazer
isso. Ela sempre viveu no limite depois que acordou dentro do laboratório para
descobrir que ela enganara a morte. Uma experiência dessa magnitude muda
uma pessoa, faz correr mais riscos, já que ninguém sabe como a vida pode ser
curta até que ela é tirada. Ela o queria, e ela odiava se lamentar. O pior que

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

poderia acontecer, ela imaginava, é que ele fosse um amante de merda na


cama.

- O mesmo acontece com o nosso. Eu não tenho conhecimento de


nenhuma perda de sensação, mas eu nunca realmente tive um corpo humano,
de modo que eu não posso comparar os dois.

A profundidade da voz e seu tom rouco excitaram-na ainda mais. Ela


lambeu os lábios e o olhar intenso dele a observou. Os nós dos dedos dele
estavam brancos, algo que ela notou porque estava ciente de cada respiração
que ele tomava, e como o ritmo dela havia aumentado.

- Eu sempre quis saber algo sobre cyborgs, - ela admitiu. - Estamos


falando de honestidade total aqui entre nós? Estou disposta a responder a todas
as suas perguntas se você responder a minha.

O olhar dele se ergueu para o dela e ele ficou tenso. - Que informação
você gostaria de saber? Você devia ser uma perita no meu tipo, se você
realmente é quem diz ser. Você deve saber tudo sobre nós.

- Eu sei sobre seus implantes e como você é capaz de desligar as


respostas do seu corpo, a menos que alguém cancelou essas funções. - Ela fez
uma pausa, odiando como uma vez um idiota fez isso com eles para impedi-los
de silenciar qualquer dor infligida se estavam sendo punidos. - Desde a sua
fuga da Terra, os cyborgs têm permitido que emoções e reações físicas existam?

A mandíbula dele cerrou. - Você quer dizer a minha reação física a você?

- Você pode desligá-la, mas você não fez isso.

Raiva escureceu os olhos dele. - Na verdade eu tentei.

Isto a surpreendeu. - Não parece para mim como se você tivesse tentado.

- Talvez os meus implantes não estejam funcionando bem.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela deixou esta questão deslizar apesar das perguntas que criou. - Será
que os cyborgs em geral pararam de usar seus implantes para controlar as
funções dos seus corpos?

- A maioria parou. Eles queriam experimentar a vida verdadeira, sem


matar nenhuma resposta natural.

Isto deixou Cyan feliz em ouvir. - Você se masturba?

Choque entreabriu os lábios dele quando ele exclamou para ela.

- Você?

A raiva veio em seguida, uma emoção fácil de ler em suas feições. -


Você? – A voz dele também soava rouca.

- Sim. E é igual a antes. Fiquei muito feliz que eu não perdi essa
sensação. Eu ainda estou tão sensível nessa área. Para falar a verdade, fazia
muito tempo desde que eu fui capaz de fazer isso. Eu acho que eu meio que
exagerei nos primeiros anos. - Ela sorriu, nem um pouco embaraçada. - Eu
finalmente fui capaz de ter relações sexuais com outra pessoa. Um corpo frágil e
doentio não podia se envolver em relações sexuais com um parceiro. A maioria
dos homens não gostaria de fazer sexo com alguém com a mobilidade física
limitada, a menos que fosse por piedade. Isso não é o que uma mulher quer -
que um homem sinta isso enquanto a toca. Defeitos físicos são tão raros na
Terra que deixa os outros desconfortáveis. Foi uma rara alteração genética
incurável causada por uma droga experimental que algumas mulheres
tomaram antes de engravidar.

Os dedos dos pés dele chamaram a sua atenção quando eles enrolaram
um pouco. - Você gostava de participar de uma interação sexual com um
macho?

- Era ok. Dependia da cara. Alguns deles podiam se gabar, mas quando
se tratava da hora do jogo, eles não podiam se garantir. Você ainda não
respondeu à minha pergunta. Você se masturba, Krell?
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele olhou para ela. - Às vezes eu dou vazão as minhas necessidades


físicas. É irritante me manter ignorando o desejo.

A imagem de Krell acariciando seu pau a deixou ainda mais quente. Os


seus mamilos se apertaram e sua barriga tremeu. Sua calcinha estava
começando a ficar úmida. Algumas coisas mudaram em seu novo corpo e ela
estava ciente de todas as reações que ela tinha por Krell. Uma dor começou no
seu clitóris e logo se tornou uma sensação de vazio dentro de sua vagina, um
desejo de ser preenchida. Ela tomou algumas respirações profundas,
observando-o, e esperando que ele viesse para ela agora. Ela realmente o
queria. Ela decidiu pressioná-lo ainda mais em uma tentativa de tirar o seu
controle.

- Quando foi a última vez que você fez isso? Talvez essa seja a razão por
você estar reagindo a mim, apesar da sua tentativa de desligá-lo. Talvez o seu
corpo substituiu o implante que você está tentando acessar. Você me quer,
Krell. Às vezes o desejo é mais forte que qualquer programação. Isso prova que
você está vivo se você tem fortes desejos que deseja realizar.

- Esta não é uma questão que gostaria de discutir, a menos que você
esteja disposta a me informar quando se envolveu em uma atividade de busca
de auto gratificação.

- A noite antes de eu atingir a estação. - Ela sorriu. - No meu beliche.

Ele se ajeitou de novo na cadeira. Os dentes dele se afundaram no seu


lábio inferior quando a boca de se separou e sua respiração aumentou. Ela
perguntou se ele a imaginava estendida nua em um colchão pequeno, tocando o
seu próprio corpo. Ela moveu as mãos, deslizando-as sobre os seios, e ele se
inclinou para frente, seu olhar cravado nela.

- Essa sensação é real também. – Ela os apertou delicadamente. - Como se


fossem meus. Eu tinha certeza que eles tinham algum enchimento artificial
estranho, mas eles são incrivelmente sensíveis. Não é pele clonada, mas é um

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

tecido real. - Ela se inclinou para frente. - Quer senti-los? - As mãos dela se
abriram para caírem quando ela arqueou as costas.

Ele se levantou abruptamente, a almofada batendo no chão, e seu pau se


esticou contra suas calças. Ele rosnou para ela. - Eu não acho isso divertido. -Ele
se virou, afastando-se pelo corredor.

Cyan vergou em sua cadeira e fechou os olhos. Ela se encolheu quando a


porta do quarto bateu alto o suficiente para reverberar através do
apartamento. Ele pensou que ela estava propositalmente ferrando com sua
cabeça, em vez de se oferecer para ter relações sexuais com ele.

O queixo dela baixou contra seu peito quando sua cabeça caiu para
frente. Seu corpo doía e ela sabia que tinha uma clara necessidade de mudar a
sua calcinha. Elas estavam realmente molhadas. Seus mamilos estavam tão
doloridos quanto a área entre suas coxas. Tanto para seduzir o cyborg alto e
sexy.

- Grande, Cyan. Ferrou com tudo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Seis

Cyan, finalmente se levantou, sentindo-se culpada por Krell pensar que


ela propositalmente tentou atormentá-lo. Ele, obviamente, não entendeu que a
oferta tinha sido real. Ela adivinhou que ele achara que isto tinha sido uma
brincadeira em retorno ao golpe que lhe dera, permitindo que os dois cyborgs
idiotas dessem em cima dela. Ela caminhou pelo corredor suavemente, parou
na frente da porta do seu quaarto antes de tomar mais alguns passos para a dele
fechada. Ela, obviamente, precisava ser mais agressiva e direta com o cara.

Ele empurrou a porta aberta antes que ela pudesse tocá-la com seu
punho. Krell a agarrou. Ele a puxou de seus pés pelos braços, girou-a no ar, e
suas costas bateram na parede onde ele as virou no corredor.

- O que você quer agora? Eu ouvi você chegando. Você não pode se
mover furtivamente o suficiente para eu não ouvir a sua abordagem. - Ele
rosnou as palavras em seu rosto, desde que estavam na mesma altura com ela
levantada de seus pés. - Você gostaria de ver se eu estou cuidando das minhas
próprias necessidades, agora que você obteve uma resposta sexual de mim?
Você apreciou saber que você ganhou nosso embate verbal, bem como o físico?

- Eu vim aqui para dizer que eu não estava só mexendo com você.

Ele a puxou mais alto, olhando profundamente nos olhos dela. - Eu não
posso saber se você está mentindo. Você é difícil de ler.

- Desculpe. Eu não estou brincando com você. Eu estava honestamente


interessada.

- Estava? - O controle dele em seus braços afrouxou quando ele ajustou


seu aperto sobre ela. Ele fez isso com facilidade devido a sua força. Ele se
inclinou para frente, usando seu peito para fixá-la contra a parede e liberou

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

completamente seus braços. Ele agarrou os quadris dela, em vez disso, inclinou-
se para trás, e um braço deslizou em volta da cintura dela. - Você quer se
envolver em relações sexuais comigo? Isso é o que vai acontecer se você
continuar jogando.

Ela estremeceu. - Relação sexual? Sério? Você usa esse termo? É tão
clínico. Vou ter que considerar você totalmente não sexy se você disser pênis.

O olhar dele brilhou com raiva para ela. - Você prefere um termo
humano? A menos que você quer que eu te foda com meu pau enterrado em
sua vag - ventre, você vai parar de vir atrás de mim agora.

Ela sorriu. - Você quase disse vagina, não é?

Ele rosnou e de repente a soltou sobre seus pés, se afastando. - Vá para


seu quarto agora. – Ele tentaria voltar correndo para o dele.

Ela agarrou o braço dele e usou sua força para gira-lo desta vez. As
costas dele bateram na porta e ela o seguiu para dentro do quarto. Ele quase
caiu quando a porta se moveu atrás dele em seu estado parcialmente aberta. O
olhar dela varreu seu quarto enquanto ela o seguia, recusando-se a soltá-lo.

Ele tinha uma grande cama, um equipamento de entretenimento


completo em sua parede e uma cômoda grande abaixo da tela plana. Seu quarto
também tinha uma grande janela com vista para a cidade cyborg. Ela desviou a
atenção da janela para olhar para ele.

- Eu gosto mais de seu quarto.

- Eu não vou trocar de quarto com você. - Ele se soltou e a encarou.

- Eu não pensei que você faria isso. - Ela hesitou. - Temos um problema.

- Na verdade, temos vários.

Ela sorriu, realmente gostando dele. - Eu me sinto atraída por você e você
sente o mesmo por mim. Estamos vivendo juntos, você disse que está preso a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

mim como minha babá, e eu não estou autorizada a sair. Poderíamos ignorar
toda essa coisa de tensão sexual ou apenas nos entregarmos. Eu não sei sobre
você, mas eu odeio ser miserável. Você não gosta de falar, mas eu odeio ficar
aborrecida. Vamos matar um ao outro dentro de uma semana, ou vamos acabar
entrelaçados nos lençóis de uma de nossas camas. - Ela olhou para ele. - A sua é
maior. - Ela encontrou seu olhar chocado. - Então vamos ser realistas. Eu quero
você e você obviamente me quer. - Ela olhou para baixo para ver o seu pau
ainda se esforçando para se libertar de suas calças, antes que ela sorrisse para
ele. - Estou um pouco intimidada pelo seu tamanho, mas eu nunca desisti de
um desafio.

- Você está falando sério? - Ele empalideceu.

- Ai. A maioria dos rapazes ficaria feliz se eu quisesse despi-los. Não


fique tão feliz tá, Krell.

- Eu não quero participar de uma unidade de família.

- É o casamento neste planeta, certo? Compromisso de longo prazo? Há


uma lei que diz que se formos para a cama juntos temos que torná-lo oficial?

- Não. Sim. Não. - Ele se afastou.

- Decidido. Eu gosto disso em um homem, - ela riu, provocando-o. – O


que é isso?

- Participar de uma unidade de família é o equivalente ao casamento na


Terra. Normalmente, nós testamos a nossa compatibilidade antes de nos
juntarmos numa unidade de família, tendo uma relação sexual. Ele fez uma
pausa. - Eu não sou digno de estar em uma unidade de família.

- Por causa das suas cicatrizes?

- Sou indesejado por muitas razões, mas esta é uma delas.

- Acho que elas são sexy, eu não quero casar, e eu tenho um implante que
me impede de engravidar. Eu controlo os meus ovários. - Ela tocou sua cabeça. -

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Isso é confidencial, a propósito. Diga isso ao seu conselho e eu juro que vou
remover o sua bola esquerda, supondo que você tenha duas. Eu ainda não vi
você nu. Eu não vou ser uma máquina de reprodução cyborg e eu não quero
que eles se enfiem na minha cabeça para tentar aniquilar essa função.

- Pare de avançar sobre mim. - Ele não parecia muito convencido de que
ele realmente queria que ela parasse pela suavidade de sua voz rouca.

Ela deu um passo para frente do cyborg resistente até que ela o
encurralou em um canto. Era fofo perceber que apesar de seu tamanho, ele
parecia quase estar com medo dela. - Temos duas escolhas aqui. Podemos fazer
algo em relação a nossa atração ou tentar ignorá-la. - Ela abertamente olhou
para sua ereção. - O que é realmente difícil de fazer. Você é do tipo grande e
isso é impossível de se ignorar.

- Saia.

Ela encontrou o olhar dele, vendo raiva ali. - Tudo bem. Vamos ignorá-la.
Eu ainda tenho pelo menos quatro horas e meia do nosso tempo de conversa.
Quer me dizer por que você não quer fazer isso comigo?

Ele só olhou para ela.

- Isso é o que eu estou falando. Eu não estaria aborrecida se estivéssemos


fazendo sexo, e se você fizer a coisa direito, nós também não estaríamos
conversando, desde que você, obviamente, não é de longas conversas. Será que
é porque eu não sou uma cyborg? - As mãos dela seguraram seus quadris
quando ela sorriu para ele. - É esse o problema? Você já fez com uma humana?
Eu pareço uma e, embora eu não seja mais tecnicamente uma humana, eu com
certeza me sinto real.

O olhar dele passou pelos seios dela. - Você disse isso.

- Eu quis dizer que eu me sinto real 'emocionalmente', mas isto vale para
os dois sentidos. Você saberia disso, se suas mãos estivessem em mim. - Ela
estava curtindo a conversa, mesmo que ele não estivesse. - É o meu tamanho?
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Você não vai me quebrar. Sou muito dura. Eu tenho ossos muito fortes, com a
capacidade de se curarem rapidamente, e eu não pego nem resfriado.

Seu olhar escuro se ergueu para encará-la. - Você realmente não me quer.
Este é um engano de sua parte. Você está tentando me manter desprevenido. Eu
ouvi como você gosta de fazer isso com os homens.

As sobrancelhas dela se arquearam.

- Você ofereceu a equipe que a capturou um filhote de cachorro e disse


que a Terra se renderia a eles.

- Esse negócio de cachorro estúpido novamente, - ela murmurou. - Eu


pensei que eles eram piratas espaciais loucos. Alguém algum dia vai me
permitir esquecer isso? Eles também não me capturaram. Era eu quem estava
com a faca e no controle da situação. Eu me entreguei a eles.

- Eles subestimaram você.

- Todo mundo sempre faz isso.

- Eu me recuso a permitir que você jogue jogos mentais comigo. Deixe o


meu quarto.

Ela se aproximou, invadindo seu espaço pessoal, e olhou para ele. - Você
tem certeza que é um jogo? Você realmente acredita que eu só quero tocar em
você por algum motivo nefasto.

- Sim. Sou indesejável.

- Besteira. - Ela recuou, apesar. - As mulheres Cyborgs são idiotas se não


o acham quente. - Cyan se virou e caminhou em direção à sua porta. - Eu vou
estar no meu quarto cuidando das minhas necessidades, se você mudar de
ideia, já que você se recusa a fazer isso. Você me deve um tempo para
conversar. Eu sempre mantenho o controle quando alguém está em débito
comigo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Krell apunhalou suas mãos ao seu lado. O desejo de ir atrás de Cyan era
tão forte que seu corpo inteiro ficou tenso. Ele fechou os olhos. Ela era uma
espiã, uma boa, que queria distraí-lo de sua missão de descobrir sua farsa. Ela
estava disposta a usar seu corpo para fazer isso e ele desejava ser um macho
mais fraco. Ele realmente queria ver até onde ela iria para convencê-lo que ele
podia confiar nela.

Ele acessou seus implantes e tentou cessar as respostas da região da sua


virilha. Ele abriu os olhos e olhou para baixo. O seu pau continuava duro,
dolorido da necessidade de enterrar-se no corpo macio e tentador de uma
mulher, que provavelmente cortaria sua garganta a primeira oportunidade que
ela tivesse.

Isso o irritava. Ele virou a cabeça ligeiramente, olhando para as cicatrizes


em seu peito, um lembrete constante da crueldade do Governo Terra.
Caminhou até a porta, fechou-a e decidiu ignorar a sua metade inferior. Por
alguma razão, a fêmea afetava suas respostas físicas muito fortemente para que
seus implantes funcionassem. Ele não tocava uma mulher há muito tempo.
Tinha que ser por isso. Ele havia se tornado fraco sem perceber.

Ele se aproximou do equipamento de entretenimento e apertou sua mão


sobre a tela para ativá-la. Ele tinha reencaminhado um monte de funções do
computador para seu quarto. Em segundos, ele estendeu a mão para se conectar
a Zorus. Ele ficou impaciente enquanto aguardava o outro macho a responder.

- Há algo de errado?

- Sim, - Krell rosnou dentro de sua cabeça. – Atribua outra pessoa para
interrogar a humana.

Zorus fez pausa. - Você está bem?

- Não.

- O que está errado? Ela te atacou?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Você poderia dizer isso. Ela veio para mim em uma tentativa de ganhar
a minha confiança.

Krell cerrou os dentes quando o outro homem permitiu que sua diversão
atravessasse a conexão. Ele nem sequer teve a audácia de esconder isso.

- Ela tentou fazer sexo com você?

- Sim.

- Por que você está falando comigo? Essa é uma boa maneira de aprender
a reação do corpo dela.

- Eu te odeio, - Krell resmungou em voz alta através do link. - Eu não vou


tocá-la.

- Talvez você estivesse em melhor estado de espírito. Estou ocupado.


Você é um cyborg duro e ela é uma mulher pequena. Estou confiante de que
pode lidar com ela. Charlie está esperando por mim. Nós estamos indo para a
cama. Boa noite, Krell. Não me chame novamente até que você tenha uma
prova de quem ela realmente é e suas intenções. - Zorus cortou a ligação.

Krell sacudiu a mão e passeou pelo quarto. Ele olhou para a parede
comum que o quarto compartilhava. Ela não podia realmente estar no outro
quarto nua e tocado seu próprio corpo. Seria muito cruel.

Ele rosnou, cerrou os punhos e decidiu que seria isso exatamente o que
ela estaria fazendo. Ela queria fazê-lo sofrer. Ele olhou para seu pau, ainda duro
e desconfortável, e resistiu ao impulso de socar alguma coisa. Ele não
permitiria que ela ganhasse esta guerra mental. Os dois poderiam jogar. Ele só
precisava distraí-la e mantê-la desprevenida.

Enquanto andava, sua mente trabalhava e de repente ele decidiu mudar


o jogo. Ela acreditava que poderia usar seu corpo para atraí-lo para uma
sensação de confiança. Ele poderia fazer o mesmo. Ela admitiu ser muito
humana, apesar de seus aperfeiçoamentos de engenharia. Ele se moveu

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

rapidamente para sua porta, empurrou-a aberta e entrou no corredor. Em


segundos sua mão segurava a porta dela e ele não se preocupou em bater. Ela já
tinha lhe dado um convite.

A visão dela sobre a cama lhe sacudiu em um impasse antes mesmo que
ele tivesse a chance de entrar em seu quarto. Ela tinha retirado tudo, exceto a
pequena calcinha vermelha que mal continha à fenda de sua vagina sem pelos.
Ele podia ver isso através do pedaço de tecido transparente que a cobria. Os
seios nus eram firmes, montes arredondados e rosados, com os picos
endurecidos.

O pau dele se transformou em uma pedra dura e suas bolas se apertaram


ao ponto da dor. Ele forçou o ar em seus pulmões quando permitiu que seu
olhar lentamente derivasse sobre sua pele clara, sem imperfeições, mesmo onde
ela tinha ferido sua coxa. Ele notou que nem mesmo uma cicatriz marcava o
local da ferida. Ele finalmente deu um passo adiante quando seus olhares se
encontraram.

Cyan se lembrou de respirar quando Krell olhou em seus olhos. Ele


fechou a porta às suas costas suavemente, selando-os dentro do pequeno
quarto, e seu coração disparou. Ele a seguira e ela sabia o que aquilo significava.
Ela duvidava fortemente que ele tivesse entrado em seu quarto para discutir.
Um olhar para longe de seus olhos, para o seu pênis esticado, era indício
suficiente de que ele a queria muito. Seus olhos escureceram enquanto ela
olhava para eles.

- Eu ainda não comecei. Eu estava esperando por você se juntar comigo. -


Os polegares dela se engancharam na calcinha em seus quadris. - Por favor, me
diga que é por isso que você está aqui.

Ele caminhou lentamente, quase de uma maneira predatória,


observando-a com uma intensidade que a fez engolir em seco. De repente, ela
lembrou que os cyborgs poderiam ser perigosos para seus inimigos. Ela poderia
estar em um mundo de problemas se Krell a visse como uma. Ela levantou a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

bunda da cama, mexeu seus quadris, e levantou as pernas para deixar cair à
calcinha ao lado da cama. Krell parou a poucos centímetros dela, seu olhar
deixando seus olhos para olhar para o pequeno pedaço de seu corpo que ela
tinha revelado.

- Você - Ele limpou a garganta. - Você está jogando um jogo perigoso.

Cyan mordeu o lábio e espalhou suas coxas, mantendo os joelhos


dobrados, e expôs sua buceta para ele. - Você não vai me machucar, não é?

Seu olhar intenso voltou a ela.

- Seria uma pena se esta fosse sua intenção, - disse ela, mantendo sua voz
suave. - Eu estou oferecendo a nós dois muito prazer. Não é um jogo. Esses são
para crianças. Pareço uma criança para você?

As mãos dele se moveram, agarrando as calças e as arrancando. - Você


empurrou longe demais e você vai me ter agora.

- Bom. - Ela lambeu os lábios. - Apenas vá devagar. - A atenção dela se


fixou nele abrindo suas calças. Ele as empurrou para baixo e saiu rapidamente,
e ela sabia que seus olhos se arregalaram ao ver seu pau grosso e duro. Ele,
definitivamente, carregava um mastro. - Realmente lento. Isso vai levar um
pouco de tempo para se ajustar.

Ele olhou para baixo em seu corpo antes de encontrar o olhar dela. -
Você é pequena.

- Nada em você é. - Ela sorriu. - Tamanho é absolutamente proporcional,


no seu caso. Mãos grandes, pés grandes e um grande ... - Seu olhar permaneceu
em seu eixo rígido. - Tudo.

- Já faz um tempo para mim.

- Para mim também. – Ela se empurrou para uma posição sentada e se


virou em sua direção. Seu rosto estava agora no mesmo nível dos quadris dele. -
Quer se abaixar um pouco, Grandão?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele caiu de joelhos. Cyan chegou mais perto, espalhou suas coxas e
levantou uma mão. Ela meneou seu dedo para ele se aproximar antes de
apontar para baixo entre seus pés abertos.

- Você acha que você vai controlar isso? - Ele não se moveu no início, mas
uma sobrancelha preta se arqueou.

- Um de nós precisa para começar.

Ele olhou em seus olhos, parecendo estudá-la. - Você está vivendo em


minha casa e precisa aprender algumas coisas sobre mim.

- Ok.

Ele pulou para frente repentinamente, surpreendendo-a, e ela ficou


impressionada com a rapidez com que ele se movera. As mãos dele seguraram
a parte inferior das coxas abertas dela, levantou-as, e ela caiu no colchão sobre
suas costas com um suspiro. Ele empurrou mais suas pernas abertas, as dobrou,
e medo tomou conta dela. Feriria se ele só entrasse nela. Ela estava excitada,
mas ele era um cara grande. Mas, ele não fez isso. Ao contrário, ele olhou para
ela, inclinou-se ligeiramente para cima, e manteve uma distância entre sua
boceta exposta e seu pênis.

- Eu estou no comando em todos os momentos. Eu prefiro o controle. Eu


não recebo ordens de você. No quarto eu sou o único dominante, mas eu vou
parar a qualquer momento se desejar. Eu fui claro?

- Sim. - Todo o medo dela fugiu e foi substituído por excitação.

- Bom. Mantenha essa posição e permaneça aberta para mim. - Uma das
mãos dele afrouxou o controle sobre a perna dela e acariciou sua pele,
deslizando seus dedos até a ponta deles roçaram seu clitóris. Ele fez uma pausa.
- Eu acho você linda e muito sexy, mas não vou permitir que me engane. Não
acredite que isto vai fazer com que eu aceite tudo o que você diz como verdade,
se fizermos isso. Eu não jogo também. - Ele passou o dedo mais em baixo,
encontrando a umidade de sua excitação na entrada de sua boceta, e deslizou
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

seu dedo para cima novamente para descansar em seu clitóris. - Você goza
antes de mim.

Seu coração batia com força e ela balançou a cabeça. Ele era sexy quando
era tão poderoso e exigente. Grande e no controle. Ela realmente gostava dele.
O atrito suave de seu dedo deslizando sobre seu feixe de nervos era uma
provocação, tão suave que era bom, mas não tão maravilhoso quanto poderia
ser. Ela sabia que ele estava fazendo isso de propósito. A dor começou a se
transformar em necessidade absoluta.

- Boca ou dedos?

Ela não conseguia entender à primeira vista, muito distraída com os


olhos sexy dele e a maneira como ele brincava levemente com ela. - O quê?

- A minha boca ou dedos? A sua preferência.

- O que você achar melhor?

Seus lábios se curvaram. - A minha boca, mas eu decidi por você. Eu


quero ver seu rosto.

O maldito homem era definitivamente uma provocação. Ele também


parecia gostar de brincar com ela, apesar de sua declaração de não gostar de
jogos. Seu dedo aplicou mais pressão e ele o esfregou para cima e para baixo em
seu clitóris. Cyan gemeu, enrolando seus dedos em torno das pernas um pouco
abaixo dos joelhos para mantê-los dobrados e afastados, permitindo que o
prazer fluísse através dela quando ela olhou em seus olhos azuis. A cor parecia
tão fria, mas não quando a paixão tomava conta deles. Eles eram hipnotizantes.

Ele parou, ela queria protestar, mas a almofada do seu polegar esfregou a
leve umidade para provocar as dobras de sua vagina antes de pressionar seu
clitóris. Ele esfregou o broto sensível novamente e, repentinamente, entrou com
um dedo em sua boceta em um golpe rápido. Ela gritou e seus olhos fecharam.
O cara tinha um dedo espesso. Mãos grandes.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Olhe para mim, - ele exigiu. O dedo dele parou de acariciá-la, mas seu
dedo permaneceu profundamente arraigado dentro de sua vagina sem se
mover.

Os olhos dela se abriram. Ele avançou um pouco mais, soltando a outra


perna dela, e colocou a mão livre na cama ao lado de seu rosto para apoiar a
parte superior do seu corpo. Ele abaixou, curvando-se, e ela sentiu o roçar do
seu pau quente contra a sua bunda. Ela engoliu em seco e respirou fundo. Seu
rosto pairava há alguns centímetros dela.

- Você fecha seus olhos e eu paro. Mantenha as pernas abertas e amplas.


Você me entende?

- Sim. - Ele estava sendo um maníaco por controle, mas ela não iria
reclamar. Ela queria ver o que ele faria e seu corpo estava dolorido por gozar. O
dedo enterrado dentro dela lentamente começou a se mover, fodendo-a, e ela
gemeu. Parecia incrível, e ele parecia saber o que estava fazendo quando ele
encontrou um lugar dentro dela que realmente doía, dando-lhe uma atenção
especial.

- Você é tão sexy. - A voz dele saiu super profunda e rouca.

Cyan teve que lutar contra o impulso de impulsionar seus quadris. O


polegar dele pressionou abaixo seu clitóris de novo e ele começou um
movimento para cima e para baixo que a deixou ofegante. Ela sabia que ia
gozar rápido e com força. Seu corpo estava muito excitado e ele sabia
exatamente como tocá-la para levá-la a uma rápida liberação. A sensação do
dedo se movendo dentro dela só aumentou seu desejo.

Suor irrompeu sobre seu corpo enquanto ela lutava contra seu instinto de
liberar seus joelhos e agarrar os ombros dele. Ela queria tocá-lo, mas ela não
queria que ele parasse. Ela tinha um sentimento de que ele realmente faria isso.
Ele era um cyborg e ela sabia que eles não eram homens típicos. A maioria dos
rapazes seria fácil de gerir. Um cara humano já estaria até as bolas dentro dela,

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

fodendo-a com abandono, mas Krell manteve as rédeas curtas sobre seu
controle enquanto ele a observava.

Ela estava quase gozando, mas, de repente, ele aliviou a pressão de seu
polegar e, ao invés, bateu seu clitóris suavemente. Ela choramingou. - Por
favor? Não jogue.

- Eu não estou jogando. Eu só quero ter certeza que está no limite.

Temor a inundou. Será que ele ia se levantar e sair? Ela o mataria. Se ele
só queria levá-la até a borda e fosse embora... Sim. Eu vou matar a bunda
cyborg dele por ser mau. Ele retirou o dedo e empurrou seu corpo para cima.
Filho da puta!

Ao invés, ele agarrou as coxas dela, puxou sua bunda para a borda da
cama e a soltou. Uma mão dele foi para a parte de baixo da barriga dela,
segurando-a deitada, enquanto ele alcançava entre eles. Seus olhares se
bloquearam e um instante depois a coroa larga de seu pênis se esfregou contra a
sua boceta escorregadia. Ela estava encharcada pela necessidade e ele
empurrou, seu pau separando seus músculos vaginais, fazendo-a o tomar
quando sua mão que estava sobre sua barriga se moveu. O dedo dele
pressionou seu clitóris, esfregando-o furiosamente, e ele empurrou mais
profundamente.

Cyan jogou a cabeça para trás, seus olhos se fecharam, mas ela não
conseguiu impedir a reação quando suas paredes vaginais se esticaram para
tomar o seu eixo espesso. Era muito bom, um pouco assustador, mas o clímax
bateu nela naquele segundo. Ela gritou quando ele enfiou mais, seus músculos
apertando firmemente o pênis dele, e ele começou a fodê-la com fortes e rápidas
estocadas, enquanto seu polegar continuava a acariciar seu clitóris.

As unhas dela se cravaram na pele dele, ela percebeu isto e agarrou o


colchão, ao invés. Os quadris dela impulsionaram, de alguma forma seus
joelhos acabaram agarrando os quadris dele e, de repente, ele liberou seu

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

clitóris. Ele agarrou os pulsos dela, arrancou-os da cama e os puxou acima de


sua cabeça enquanto ele descia sobre ela. Ele a estocou com mais força, a cama
batendo contra a parede, e êxtase continuou a rolar por ela enquanto ela gritava
mais alto.

- Foda, - ele rosnou com o rosto enterrado entre o braço erguido dela e
seu rosto, e seu aperto nos seus pulsos se tornou quase doloroso.

Ela o sentiu quando ele começou a gozar. Explosões quentes de seu


sêmen vieram em jato dentro dela. Ele tremeu sobre ela a cada espasmo de sua
liberação. Ele não a esmagou, mas ele a manteve firmemente presa com seu
domínio e peso. As pernas dela estavam envolvidas em torno de seus quadris,
suas panturrilhas espremendo a bunda musculosa dele e ela o segurou com
força para que eles ficassem profundamente conectados com seu pau dentro
dela.

Ele finalmente se acalmou e ela também. Ambos estavam ofegantes, suor


escorria entre eles e ele levantou a cabeça. Cyan abriu os olhos, fitando-o, e se
sentindo um pouco atordoada pela intensidade do que tinha acontecido.

- Eu te machuquei? - Ele parecia genuinamente interessado.

Ela não confiava em sua voz, então ela balançou a cabeça. Seu olhar se
estreitou enquanto ele olhava nos olhos dela. Machucou um pouco seus
sentimentos saber que ele estava procurando pela verdade. Ela não iria mentir
sobre isso. Ela teria gritado de dor ao invés de gritar o nome dele, se ele a
tivesse machucado. Ela tinha certeza que ela tinha feito isso algumas vezes no
auge da sua paixão.

- Eu fui mais áspero do que planejei.

Ela abriu a boca, pronta para falar, mas de repente ele se moveu. Sua
boca cobriu a dela e ela engasgou quando ele começou a beijá-la. A língua dele
invadiu sua boca, assumiu o comando, e ela encontrou seu beijo. Ele tinha

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

lábios plenos e maravilhosos e ele beijava de uma maneira que imitava o que
ele tinha acabado de fazer ao seu corpo.

Ela sentiu seu pênis flexionar dentro dela, endurecer, e para sua
surpresa, ele começou a se mover. Desta vez, ele moveu-se lentamente, quase se
retirando completamente, antes de dirigir seus quadris contra as coxas abertas
dela. Ela gemeu contra sua língua.

De repente ele retirou sua boca para longe, terminando o beijo tão de
repente quanto havia começado, e ele lhe soltou os pulsos enquanto se
endireitava. Os olhos dela abriram para vê-lo baixar o olhar sobre seu corpo. Ele
se apoiou, forçou as pernas dela a liberarem seus quadris, deixando seu corpo e
seu pau, e olhou para ela. Ele colocou um pouco de distância entre eles, mas
permaneceu de joelhos. As pernas de Cyan caíram no chão e ela se empurrou
para se sentar e ficar pasma.

- Aonde você vai?

- É assim que eu queria tomá-la. Mais lentamente.

- Nós poderíamos fazer isso de novo. Nós não somos humanos. Você não
precisa de tempo de recuperação e eu também não.

O olhar dele baixou para sua vagina. - Você é linda, sexy, é como o céu te
tocar e ... - O olhar dele se levantou para seus olhos. - Perigosa. Você me faz
querer coisas que eu sei que é melhor eu nem mesmo considerar. Agora eu sei
que você é boa demais para ser verdade.

Ele se levantou, inclinou-se, pegou a calça e se virou. Cyan sabia que sua
boca tinha caído aberta em choque quando ele caminhou nu para a porta do
quarto. Seu corpo era perfeito e sua bunda sem cicatrizes. Ele tinha a melhor
bunda que ela já tinha visto e suas pernas eram musculosas e bem torneadas.
Suas costas revelavam cicatrizes que confirmavam sua força e coragem em cada
linha branca revelada. Ele parou na porta e virou a cabeça para olhar para ela.

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- Você é traiçoeira, Cyan Eou. Eu já carrego bastantes cicatrizes sobre o


meu corpo e eu não preciso de internas para igualar. Durma bem.

Ele se foi, a porta se fechou atrás dele, e Cyan apenas ficou lá em estado
de choque e atordoada.

Krell encostou na parede de seu quarto. Seus dedos esmagavam o tecido


de suas calças em seus punhos. Ele queria virar e voltar para o quarto dela e
ficar lá. Horas. Dias. Talvez semanas. Tocar Cyan tinha sido incrível, quente, e a
sensação de seu corpo envolvido em torno dele, sob ele, havia sido a melhor
coisa que ele já tinha experimentado.

Ele tinha perdido totalmente o controle quando ele entrou no corpo dela.
Ela tinha sido muito quente e úmida. Tão apertada. As sensações de prazer
tinham empurrado totalmente todos os pensamentos de sua cabeça, deixando-o
incapaz de pensar, apenas sentir. Céu puro.

Ele poderia a ter machucado e esse conceito o fez cerrar os dentes. Se ela
fosse realmente humana, isto é. Felizmente ela não era. Ele resmungou sob sua
respiração e abriu a porta, espreitou para dentro e a fechou atrás dele.

O desejo de retornar a ela, pedir desculpas por sua saída abrupta, era
quase insuportável. Ele poderia estar lá agora com ela. Seu pau latejava,
independentemente de ter experimentado o orgasmo mais alucinante de sua
vida. Isto realmente o irritava. As mulheres eram problemas. Elas nunca
queriam nada com ele. E ele não recorria a elas, nunca recorreu, e isto devia lhe
dizer que o interesse de Cyan por ele tinha que ser uma tentativa de abaixar a
sua guarda.

Ela poderia ser uma espiã do Governo Terra. Ele jogou as calças no chão
e colocou os dedos nas cicatrizes ao longo de sua garganta. Eles quase o tinham
matado uma vez. Ele sobreviveu, teve de lutar para recuperar sua força, e isto o
havia deixado emocionalmente marcado, assim como fisicamente.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele precisava manter o controle sobre o seu corpo e não permitir que
Cyan o tornasse fraco. Ele era um sobrevivente por esta razão. Ele era duro,
forte e inteligente. Ele precisava não permitir que uma mulher pequena e sexy o
destruísse.

Ele se moveu em direção ao banheiro para lavar o cheiro doce e excitante


de Cyan de seu corpo. Caso contrário ele poderia perder a cabeça e voltar para
o quarto dela. Mantenha-se na missão. Descobrir a verdade. Pare de pensar
sobre como ela é sexy, e quanto eu me sinto um bastardo pelo o flash de dor
que vi nos olhos dela quando saía do quarto. É apenas uma atuação da parte
dela. Nenhuma mulher me quer realmente. Eu estou danificado.

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Capítulo Sete

Cyan trançou os longos cabelos em uma trança reta em suas costas. Isso a
ajudou a relaxar enquanto seus dedos trabalharam os fios úmidos. Ela olhou
para a porta do quarto e sabia que não podia evitar deixar o quarto por muito
mais tempo. Já tinha passado a hora do café da manhã e se aproximava a do
almoço. Ela tinha tomado banho, feito seu cabelo e a fome apertou.

Ela não tinha dormido bem. Ela se virou na cama pensando se Krell
dormia como um bebê, ou se ele perambulava pelo quarto esperando que ela
tentasse uma fuga para desencadear algum tipo de confusão em seu planeta
cyborg. Ela sorriu com este pensamento. Ele realmente acreditava que ela era
uma espiã enviada para levá-los sob o domínio do Governo da Terra. Ele ficaria
muito desapontado se essas fossem suas expectativas.

Tinha a ferido quando ele a deixou após o que eles tinham


compartilhado. O cara sabia como fazer uma mulher querer mais. Ela teria
desfrutado de algumas rodadas de sexo com ele, talvez convencê-lo de
realmente dormir com ela, e ela lamentou o fato de não saber como seria a
sensação de estar enrolada contra ele. Era algo que ela realmente desejava para
a noite anterior.

- Pare com isso, - ela murmurou para si mesma, amarando a trança com
alguma tira que ela tinha encontrado no kit médico no banheiro. Ela se
levantou, caminhou até a porta e levantou o queixo. Ela ouviu Krell antes de vê-
lo. Sua respiração pesada e o som de algo sendo golpeado a levaram para a sala
de estar.

Ela fez uma pausa, olhando para ele socar o saco que estava pendurado
na sua área de exercício. Os punhos dele faziam aquele movimento de socar,
seus bíceps nus e tensos exibidos por uma regata, e o olhar dela baixou para sua

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bunda firme envolta em uma calça apertada. Ele parecia bem nelas, mas melhor
sem elas. Seus pés descalços deixaram o tapete e ele se virou repentinamente
chutando o saco e sua trança chicoteando o ar. Sua perna caiu sobre o tapete e
ele se virou lentamente. Sues punhos se abaixaram para os lados quando seus
olhares se encontraram.

- Eu espero que você tenha encontrado com facilidade a roupa que eu


deixei.

Ela olhou para o que ela usava. - Claro. Obrigada.

Ele encolheu os ombros. - Eu não fiz isso. O Conselheiro Zorus as tinha


enviado antes de você chegar. Você dormiu bem?

- O que você acha? - Ela levantou uma sobrancelha. - E você? Você ficou
desapontado quando eu não tentei me esgueirar em seu quarto para matá-lo
enquanto você dormia ou quando eu não tentei deixar sua casa para fazer uma
ligação?

A cabeça dele inclinou levemente enquanto ele a estudava. – Era essa a


sua missão? Prejudicar os cyborgs e matar o maior número de nós quanto você
fosse capaz?

Ela sorriu, divertida, e em um humor para provocá-lo um pouco. - Eu só


estou interessada em acabar com um cyborg. - Ela abaixou a atenção para frente
das calças dele - Ou talvez só fazer um boquete nele.

O silêncio finalmente a fez olhar para o rosto dele. Ele a encarava com
toda a emoção apagada de sua expressão. Ela se perguntou se ele tinha
entendido a brincadeira, mas ela duvidava. Ele deu um passo para mais perto,
mas parou.

- O que significa isso?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Um termo sexual. Pense nisso e tenho certeza que entenderá. Você


passou muito tempo em torno de guardas humanos e eles adoravam falar
merda.

Isso obteve uma reação. Seu olhar se estreitou e as mãos flexionaram ao


seu lado. - Sexo oral?

Ela mexeu as sobrancelhas e sorriu.

Ele rosnou baixo. - Você insiste em usar seu supremo apelo sexual para
fazer baixar a minha defesa.

- Supremo? Estou lisonjeada. Você quer me alimentar? - Ela realmente


gostou de provocá-lo quando fez uma pausa. - Eu estou falando sobre comida.
Estou com fome.

- Siga-me.

Ele pisou fora do tatame em direção a uma sala que ela não tinha
explorado e foi para a cozinha. Era compacta e ela teve que parar na porta para
evitar roçar contra ele, quando ele encarou alguma máquina estranha na
parede. Ele a puxou aberta, retirou uma caixa e se virou, empurrando-a em
algum dispositivo eletrônico quadrado. Ela captou um zumbido baixo que
durou vinte segundos antes de silenciar. Ele abriu a coisa, retirou a caixa e a
colocou sobre o balcão. A coisa foi desenrolada e o cheiro de comida encheu
seus sentidos. Seu estômago realmente resmungou em resposta. A cabeça de
Krell virou em sua direção para olhar para onde o ruído tinha se originado.

- Acho que foi a versão de piada de seu criador. - Ela deu de ombros. -
Ele realmente queria que tudo o que ele criasse fosse humano, só que melhor, e
sua atenção aos detalhes era incrível.

Aqueles olhos azuis dele se levantaram e demoraram em seus seios. - Eu


teria que concordar com essa afirmação. – Ele se afastou, retirando a sua
atenção da frente da camisa dela para buscar talheres em uma gaveta. - Coma
lá. Vou pegar uma bebida.
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não tem uma mesa?

- Você vê uma? Não faz sentido sentar para desfrutar uma refeição. Eu
não cozinho e alimentos embalados não são para comer com prazer. É uma
exigência física.

- Eu cozinho. - Ela olhou em torno da assim chamada cozinha. - Onde


está o fogão?

- Eu não instalei um. Teria sido um desperdício.

- É uma pena. Eu poderia ter feito para você um maravilhoso jantar e


talvez te ensinar as alegrias de comer. É espetacular, se você está lidando com
coisas saborosas.

Ele começou a lhe entregar um garfo, mas fez uma pausa, olhando para
ela e, então, para trás. Desconfiança semicerrou seus olhos.

- De verdade? A sério? - Ela estendeu a mão, palma para cima. - O que


você acha? Vou tentar espetar você até a morte? Eu não sei o que iria ser mais
embaraçoso para você, morrer por um garfo ou eu precisar usar algo tão bobo
para acabar com você. Eu só quero comer, Krell. Eu poderia usar meus dedos se
você insiste em ser paranoico.

- Não tente nada. - Ele entregou o garfo para ela.

Cyan sorriu e balançou a cabeça. - Eu tentaria te provocar um ataque


cardíaco, se eu quisesse matá-lo. Isso seria mais divertido. Morto por sons de
sexo é menos humilhante. - Ela enfiou o garfo na substância pastosa. Não
cheirava mal, mas parecia horrível. Ela detectou um cheiro de carne artificial,
provavelmente uma suposta carne bovina e queijo, uma alternativa espacial
para o tofu na Terra. Era barato, durava para sempre, e se juntava novamente
na ausência de gravidade para se comer. – Esta coisa vai ser horrível, não é?

- Você se ajusta.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu vi lá fora. Vocês não cultivam vegetais e outras coisas? Gado? O


planeta não tem qualquer outra forma de vida saborosa? Isso me lembra da
Terra.

- Nós não comemos os habitantes do planeta. Consideramos isto rude.


Cultivamos vegetais. Esse queijo é o que nós fazemos. Não é da Terra.

Ela riu, olhando para ele quando deu uma mordida na comida quente.
Ela mastigou, fez uma cara e engoliu. - Insosso. Você pelo menos tem sal?
Alguns temperos? Eles me alimentaram com uma comida boa no Centro
Médico.

- Não.

- Dados. Você sabe que esta coisa é feita de vegetais incomuns, certo?
Eles misturam todos eles até que formam uma massa sem gosto de merda e
apenas adicionam o sabor que eles acham que vai vender. Você pensaria que
você teria um da Terra e, pelo menos, seria original.

- A produção de alimentos não é o meu trabalho, nem é a escolha do que


eles fazem com a vegetação que cultivam. Eu poderia permitir que você
enviasse uma reclamação para eles, se você quiser, ou fazer algumas sugestões.
Eles recebem.

- Isso, pelo menos, é novo. Empresas na Terra não se importam. É barato


o suficiente para que as pessoas comprem as coisas em massa,
independentemente do gosto que tem. - Ela forçou outra mordida. A coisa iria
sustentar o seu corpo, mas, com certeza, não seria algo que ela comeria por
opção. – Você vai precisar de uma comida melhor se eu ficar aqui. Não me faça
implorar. Não é bonito.

- Eu poderia providenciar que entreguem a comida.

- Eu não quero dar despesas se é caro.

- Nós não usamos o sistema monetário da Terra.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Isto chamou a atenção dela. - O que vocês usam?

- Nós não usamos nada. Nós não pedimos mais do que precisamos e
todos contribuímos para a nossa sociedade.

- Eu gosto disso. - Ela sorriu para ele. - Essa é a melhor coisa que eu ouvi
até agora sobre o que vocês fizeram com suas vidas.

- Ouvi dizer que você não concordou com os pactos de procriação.

- São bárbaros! - Ela comeu mais, engoliu, e decidiu que não estava mais
tão faminta como pensava. Ela afastou a comida para olhá-lo, ao invés. - Eu não
sou uma máquina de fazer bebês para produzir pequenos cyborgs e toda essa
coisa de "ser atribuída a estranhos” é assustador e simplesmente errado.

- As mulheres cyborgs escolhem seus homens quando elas se juntam em


uma unidade de família. Você é única. O conselho sentiu a necessidade de lhe
atribuir a um só.

- Obrigada, mas não, obrigada. Eu escolho com quem eu vou para a cama
e mais ninguém. É melhor eles não me atribuírem a ninguém, ou os cyborgs que
me forem atribuídos ficarão eunucos se tentarem me tocar.

A boca dele se apertou em uma linha sombria. - É uma boa coisa eles te
enviarem para mim. Eu nunca iria forçá-la.

Preocupação a devorou e ela cruzou os braços. - É isso que eles estão


planejando fazer, uma vez que eu me estabeleça nesse planeta? Enviar homens
para vir me buscar e me arrastar para algum lugar para formar algum tipo de
confusa unidade de família?

- Não no momento. Você está a salvo de outros machos.

- Mas isso poderia acontecer?

- Eles a atribuíram a minha custódia. Eu não iria forçá-la a aceitar


homens em sua cama. Eu sou responsável por você.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela sorriu. - Sorte sua. O que está na agenda de hoje? Vamos olhar um
para o outro todo o dia ou você pretende me dar um tour neste planeta? Eu
admito que estou curiosa. Eu adoraria ver mais.

- Nós vamos ficar aqui. Eu pensei que nós poderíamos conversar e


chegar a... .

Um sinal sonoro soou alto e Krell sacudiu a cabeça em direção à sala de


estar. Ele se moveu rapidamente para fora da cozinha. Cyan o seguiu até a
porta da frente. Ele pressionou a palma da mão sobre o scanner e a porta se
abriu. Um sombrio cyborg, que ela nunca tinha visto antes, estava ali em um
uniforme preto. Ela ficou tensa, esperando que ele não estivesse lá para tentar
convencê-la a verificar suas habilidades sexuais.

- O que é isso? - O aborrecimento soava fortemente no tom rosnado de


Krell.

- Você não estava ligado ao seu sistema de monitoramento. Aconteceu


algo urgente. - O cyborg esticou o pescoço para olhar para Cyan por longos
segundos antes de encontrar o olhar de Krell. - Abra um link. Todo o conselho
está tentando chegar até você. Eles precisam de uma avaliação imediata.

- Obrigado. - A porta se fechou, selando o cara para fora e Krell fechou os


olhos. Manteve a preensão no teclado na parede.

Cyan o observou, assumindo que ele estava se conectando aos outros


cyborgs e questionou que tipo de acontecimento urgente tinha ocorrido. Ela
avançou para o lado para ver melhor o rosto de Krell e sentiu-se alarmada
quando o viu empalidecer e a raiva tencionar suas feições, seguido de um
grunhido que retumbou de sua garganta. A mandíbula dele se cerrou.

- O que há de errado? - Ela sussurrou, não tendo certeza se enquanto ele


estava conectado ele poderia ouvi-la, ou se ele apenas podia ouvir dentro de
sua mente.

- Silêncio, - ele ordenou rispidamente.


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela se inclinou contra a parede, tentando se lembrar exatamente o que ele


fazia para viver. Ele disse que analisava dados e algo sobre avaliação de
ameaças. Ela abraçou seu peito com mais força, esperando que não fosse o
tópico. Se tivessem decidido que era muito arriscado permitir que ela vivesse?
Krell estava convencido de que ela era algum tipo de espiã. Talvez eles
acreditassem que ela fosse muito perigosa para eles. Medo percorreu
ligeiramente sua espinha. Ela odiaria ser morta pelo povo que uma vez ela
morreu para salvar. Isso seria totalmente uma mordida na bunda.

O tempo passou e Krell ficou ali com os olhos fechados. Ele, finalmente,
os abriu. Sua mão deixou o scanner na parede e ele girou, quase andando sobre
onde ela estava inclinada contra a parede, e lhe atirou uma careta.

- Eu vou atribuir duas Cyborgs fêmeas para recolher você. Elas vão
protegê-la de outros machos e manter um olho em você enquanto eu estiver
fora. – Ele se moveu, caminhando a passos largos para longe.

Sair? Ela correu atrás dele, tendo que literalmente correr para
acompanhar a marcha dele. - Aonde você vai? O que está errado? É sobre mim?
- Ela agarrou o braço dele, forçando-o a girar e chegou a um impasse. Ela quase
se chocou com ele. - Aonde você vai? O que está acontecendo?

- Eu não tenho tempo para isso. Preciso de uma mala. Você estará segura.
Eu atribuí duas fêmeas para te guardarem em um local seguro.

O aperto dela ficou mais forte. - É sobre mim?

Ele soltou uma respiração profunda. - Uma das nossas naves foi atacada
pelos Modelos Markus.

Ele puxou o braço do aperto dela e girou para longe, correndo para seu
quarto. Cyan ficou ali chocada antes de correr atrás dele novamente. Ela
praticamente correu para seu quarto e deu um solavanco para evitar de bater
nele, quando ele se inclinou para puxar um saco de uma gaveta inferior.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Há vítimas? Eles ainda estão sob ataque? Será que esses bastardos
subiram na nave? Que classificação de nave o seu povo tem?

- Houve danos e alguns se feriram, mas não houve nenhuma morte. - Ele
jogou as roupas no saco, não olhando para ela. - Eles conseguiram escapar, mas
eles estão sendo perseguidos. Estamos enviando outra nave para interceptar. Eu
preciso estar nela. Eu fui designado para liderar a missão, desde que eu tenho
analisado todos os dados e sei algo sobre o que vamos enfrentar.

- Qual a classificação da nave que foi atacada? O que você está enviando
para ajudá-los?

Ele a ignorou. A raiva tomou conta de Cyan e ela pulou em cima dele,
agarrou seu braço e obrigou-o a parar de embalar suas coisas.

- Ouça-me, Krell. Eu conheço os modelos Markus. Eles podem invadir


sistemas remotamente. Eu viajei para interceptá-los em um dinossauro
ultrapassado de uma nave, porque o seu computador principal era apenas
ativada por voz na cabine, com a minha voz gravada junto com os meus
padrões de discurso. Eles podem imitar vozes, mas eles são um fiasco ao imitar
como as pessoas falam.

Ele olhou para a mão agarrando seu braço. - Estamos conscientes das
habilidades de hacker deles. O comandante cyborg viu a nave chegando e
assumiu o controle do sistema para evitar outras violações.

- Não é apenas o computador principal que eles precisam se preocupar.


Você sabe como os Markus escaparam? Tinham como alvo os sistemas não
essenciais. - Ela se recusou a permitir que ele se afastasse dela. - Ignoraram o
computador central e focaram em uma merda estúpida que ninguém estava
preocupado até que isto causou uma falha do sistema. Eles estavam brincando
com as luzes e os sistemas alimentares, os reguladores de fluxo de ar, e se você
conseguir mais do que quatro Markuses juntos, eles trabalham como um só,
capazes de assaltar centenas de funções como se fossem uma célula de

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

computador. Eles somam. Eles sobrecarregaram o computador mestre até


causarem uma onda de energia em massa. Eles caminharam para fora da fábrica
porque toada a eletricidade caiu. Você precisa avisar o seu povo para prestar
atenção nisso, e substituir manualmente tudo o que podem. Tudo.

Krell olhou profundamente em seus olhos. - Por que você está me


contando isso? Por que eu deveria acreditar em você?

- Eu odeio os modelos Markus. Eles não são cyborgs. Eles são frios,
máquinas mortais com pele clonada. Pedi para interagir com um, pouco antes
de eu tomar a atribuição para ir atrás deles. Eu queria julgar se eles eram
realmente conscientes ou não. Eles são sem alma, mas autoconscientes. Eles
acham que qualquer coisa viva é uma ameaça à sua existência e precisa ser
exterminada. Eles mataram cada pessoa na Estação Belta. Havia crianças a
bordo. Eles os assassinaram e elas não eram uma ameaça. A Estação Belta não
era militar, e ninguém teria ido atrás deles. Os tripulantes eram pacíficos,
apenas civis no espaço como patos sentados, e os Markus sabiam disso. Eles
roubaram a nave top de linha da Barcarintellus nas pistas de aterrissagem no dia
em que escaparam. Essa é a empresa que os fez. Eles só decolaram da superfície
e para o espaço. Eles levaram quatro naves no total. Nós não temos ideia de
quantos Modelos Markus estão faltando, porque eles simplesmente não
desligaram o computador central. Eles o fritaram.

Ele a estudou, mas não disse nada.

- Você está me ouvindo? A única razão que todos eles não escaparam, foi
devido ao fato de que já havia incorrido algumas mortes de trabalhadores na
fábrica e a Barcarintellus tinha começado a desligar a maioria das unidades
Markus, mas eles estavam testando um número desconhecido deles, tentando
descobrir o que deu errado na esperança de recuperá-los. A empresa despejou
um monte de dinheiro e tempo neles. Os dados não puderam ser recuperados
de um computador queimado e nós não poderíamos exatamente perguntar a
qualquer um dos empregados quantas unidades não foram retiradas da linha, já

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

que todo mundo estava morto. Os Markus não apenas escaparam. Eles
tomaram o tempo para matar todos os seres vivos dentro daquelas edificações.
Felizmente, quando a companhia desligou os modelos Markus, eles os
enviaram a uma instalação de armazenamento, ou as unidades que escaparam,
provavelmente, os teriam roubado para reativarem mais tarde quando eles
tivessem mais tempo. É missão deles agora se apossar de todos os modelos
Markus. Eles exigiram que toda a linha estivesse operacional e liberada para
eles. A Terra se recusou e eu acho que é por isso que eles começaram a atacar
estações indefesas e naves espaciais por vingança.

- Qual era a capacidade de cada nave?

Ela relaxou. Ele a estava ouvindo. - Não importa. Eu sei onde você está
indo com isso, mas é impossível sequer imaginar. Um Markus poderia controlar
e operar um serviço de transporte inteiro sozinho. Eles também não precisam
de oxigênio para sobreviver, para que pudessem, em teoria, estar em uma nave
sem especificações de segurança para suporte de vida. A única coisa que não
podiam ignorar seria o peso máximo para a decolagem, mas, novamente, eles
poderiam ter enchido cinquenta dessas malditas coisas dentro de cada nave,
embora eles fossem projetados para transportar um número muito menor. Nós
não sabemos. Aqueles idiotas estavam mais preocupados com a espionagem do
que manter uma cópia dos arquivos de suas informações. Eles não podiam ou
não queriam mesmo nos dizer quais naves foram roubadas para nos dar uma
ideia do que procurar.

- Você disse que você visualizou os modelos Markus antes de tomar a sua
atribuição. Como isso é possível se todos os ativados escaparam?

- A empresa trouxe alguns de volta da área de armazenamento após a


fuga e os ativaram para estudos. O número que eu tenho é a partir das
informações que obtive de um Markus que encontrei ainda em mau
funcionamento quando cheguei a Estação Belta. Ele foi fortemente danificado,
mas ele disse que estava em um grupo de oito. Isso significa que sete deles, que

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

eu saiba, ainda estão lá fora, mas o sinal de socorro da estação só indicava uma
nave atacando. Mais três naves estão lá fora.

- Quando eles escaparam?

- Será que isso importa? - Sua mão no braço dele se afrouxou, mas ela
não o soltou. Sua pele quente a confortava. Os Modelos de defesa eram
assustadores. Os Modelos Markus a tinham deixado gelada até os ossos quando
tinha falado com eles. Seu polegar roçou o pulso dele.

- Tivemos negociações com quatro modelos no passado.

Choque se apoderou dela. - Que tipo de negócios?

- Eles se aproximaram de nós à procura de aliados contra a Terra.

- Eu não confio neles. Você está respirando e isto o torna irrelevante para
eles.

- Eles queriam nos usar como ferramentas de negociação com a Terra


para libertar mais de seus modelos.

- Não é de estranhar. - Ela fez uma pausa. - Como isso acabou?

- Foi a Nugget uma das naves roubadas no dia da fuga deles?

- Não. - Ela franziu o cenho. - Eu estou familiarizado com essa, porém.


Um dos proprietários da Barcarintellus se vangloriou sobre o seu transporte de
luxo. Saiu em todos os noticiários sobre como ela possuía uma alta tecnologia e
era extravagante, mas ela foi roubada meses antes dessas unidades escaparem. -
Ela mordeu o lábio, pensando. - Deixe-me adivinhar. Eles a tinham?

- Sim.

- Filhos da puta. Há cinco ônibus lá fora? Houve uma fuga em massa de


alguns Markus? Maldito General Vargus. Ele me enviou para cá sem me dar
todos os detalhes.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- A Nugget foi destruída junto com os modelos Markus que encontramos.


- Krell agitou as mãos. - Eu preciso ir, mas eu quero que você diga tudo o que
sabe sobre os Modelos Markus às duas mulheres que eu designei para proteger
você. Elas vão repassar todas as informações que nos der.

Ela o agarrou quando ele tentou desviar. - Leve-me com você.

- Não.

- Então fique aqui, porque eles são realmente perigosos. Você disse que
analisa a merda. Você está mais seguro fazendo isso aqui comigo dizendo tudo
o que sei sobre eles. - Ela não o queria perto de qualquer lugar próximos aos
cabeças de metais monstruosos. Eles eram frios assassinos e ela tinha uma
sensação que os cyborgs subestimavam o perigo deles, embora ela ficasse
impressionada de eles terem conseguido matar, com sorte, quatro. Os modelos
de defesa eram difíceis de matar. - Eu vou ajudá-lo.

Ele se puxou do aperto dela novamente e fechou o saco, transportando-o


para por cima do ombro. - Mavo está na nave que foi atacada e está sendo
perseguido. Eles sofreram danos e não se sabe quanto tempo eles podem lutar
contra a outra nave. Ele é meu amigo e eu vou atrás dele.

Cyan sentiu como se recebesse um soco. Mavo. Sua imagem brilhou em


sua mente, o cyborg doce que tinha sido seu amigo e que queria levá-la embora
com ele quando tinha escapado. Ele tinha sido a sua primeira paixão
verdadeira, embora ele nunca tivesse pensado nela romanticamente. Ela pulou
em Krell quando ele tentou dar a volta nela.

- Me leve com você ou eu vou fechar minha boca tão apertada e não vou
falar nada. Você precisa de mim, Krell. Eu sou uma especialista nessas coisas.
Eu sei mais sobre eles do que você e eu sei como matá-los.

- Nós já fizemos isso antes e vamos fazer novamente. Temos os códigos


de encerramento da fábrica.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Você quer dizer os que eles cancelaram e já não funcionam mais? - Ela
teve que recuar desde que ele avançou. - Autorização Clemência quatro - dois- e
quatro não vai fazer absolutamente nada a não ser desperdiçar sua respiração
dizendo isso. Vão ser as últimas palavras que você vai proferir antes de morrer.

Isso o parou enquanto ele a estudava. - Sabemos o código. O que quer


dizer que não vai funcionar?

- Eles fritaram seus receptores para tirar os códigos do comando verbal.


Caso contrário, os funcionários teriam desligado eles quando o mundo
desabou. Um funcionário se trancou dentro de seu escritório e escreveu uma
nota que os códigos de comando não estavam funcionando, antes que eles o
matassem. Infelizmente, ele não pensou em escrever quantos deles estavam na
planta. Eu sei como os retardar e eu sei como matá-los. Leve-me com você, se
você está saindo. Você precisa de mim.

Ele balançou os ombros e o saco caiu deles ruidosamente no chão. Cyan


engasgou quando ele de repente a agarrou. Seus pés foram retirados do chão e
suas costas bateram na parede ao lado da porta do seu quarto. Isso tirou o ar de
seus pulmões. Krell a encarou quase nariz contra nariz, desde que ele a erguera
para ficarem na mesma altura.

- Você vai compartilhar as informações com as cyborgs fêmeas quando


elas assumirem o seu cuidado.

O coração dela disparou. - Eu sei que você não confia em mim, mas eu
odeio os Modelos Markus com paixão. Eles assassinaram crianças naquela
estação, Krell. Eu realmente quero ir se Mavo está em perigo. Ele era meu
amigo. Eu também comecei a gostar dessa sua bunda mal-humorada e não
quero ser avisada que você morreu antes dessas coisas aparecerem aqui. Eles
querem cyborgs. Este é um planeta deles, certo? Isso significa que eles querem
saber onde ele está. A Terra não dá a mínima para os seres humanos que vivem
em estações, se eles continuarem a atacar e matar eles, mas balançar cyborgs em
suas caras vai dar a estes cabeças de metais loucos o que eles querem. A Terra

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

tem pavor de vocês e trocaria um androide por um cyborg num piscar de olhos,
apenas para aliviar a ameaça. Estou assumindo que os modelos Markus não
sabem onde este planeta é, ou eles já o teriam atacado em vez de uma nave, a
menos que a nave esteja em órbita. Eu acho que não, já que você tem que se
preparar para sair. Este planeta inteiro está em perigo se os seus homens forem
capturados. Estou certa?

Ele rosnou para ela.

Ela hesitou e ergueu as mãos, colocando-as em seu rosto. - Eu posso


ajudar, Krell. Olhe em meus olhos e veja a verdade. Eu não quero que nenhum
cyborgs morra e, especialmente, você ou Mavo.

O corpo rígido dele lentamente relaxou, mas ele não a colocou no chão. -
Ajude dando todas as informações que você sabe para as fêmeas, se isso for
verdade. Elas irão retransmiti-las para mim.

- Você precisa de mim lá.

- É muito arriscado.

- Eu sou sua arma secreta contra eles e eu tenho que estar lá se a merda
bater no ventilador.

Ele olhou para ela fixamente. – Explique-se.

Ela hesitou. - Você pensou que eu era completamente humana e assim


eles vão também. Estamos perdendo tempo e Mavo está em perigo. Por favor,
Krell. Leve-me com você. Eu posso ajudar.

Indecisão não era algo que Krell experimentasse muitas vezes, mas com
Cyan lhe implorando, ele podia sentir sua determinação derretendo. Seria
muito perigoso levá-la nesta missão. Ele não devia nem mesmo estar indo,
odiando deixar Garden, mas devia muito a Mavo para não fazer o seu melhor
para salvá-lo. Ele precisa estar em cena para ajudar a avaliar as situações, para

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

que as melhores decisões fossem feitas de acordo com o que eles encontrassem
quando chegassem a nave avariada para ajudá-los a escapar da nave que os
seguia.

Cyan sabia mais sobre os modelos Markus do que eles. Ele acreditou no
que ela dissera e tinha que admitir que ela poderia vir a calhar se ela estivesse
ao seu lado. A ideia de colocá-la em perigo não se assentava bem para ele. Ela
era sua fêmea para proteger e havia uma grande probabilidade de que eles
fossem capturados junto com a tripulação da Vontage.

Ele tentou fechar suas emoções para fazer o seu trabalho. Levar Cyan
fazia sentido, ter que transmitir informações podia prejudicar as decisões que
precisavam ser tomadas em frações de segundos, e se eles tivessem que cortar
todas as comunicações, ele não seria capaz de aprender o que ela dividia com as
fêmeas que ele designara para protegê-la.

Ela era um soldado e ela provou seu valor quando eles lutaram no
tatame. A pequena fêmea tinha o feito cair, algo que não era fácil de se fazer, e
ela queria ir.

- É perigoso. Eu não tenho certeza se esta é uma missão que podemos


terminar com sucesso.

Ela lambeu os lábios. - Os cabeças de metais são perigosos, mas eu sou a


melhor chance que você tem contra eles. Eu sei mais do que você.

Ele desejava poder protestar contra esta declaração, mas isto seria
desonesto. Eles tinham aprendido pouco sobre os modelos Markus. Ele
considerara sorte que o primeiro grupo de cyborgs, que os tinha encontrado,
tinha escapado depois de analisar os relatórios que haviam sido arquivados.
Sua mandíbula cerrou. Ele se irritou, mas a lógica ditava que ele a levasse.

- Você vai seguir todas as minhas ordens. Isto não está aberto para
debate.

Ela sorriu e ergueu a mão, saudando-o. - Sim senhor!


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele rosnou, liberando-a lentamente. – Arrume suas coisas rapidamente,


somente algumas coisas. Saímos em quatro minutos.

Cyan girou, disparou para o quarto, e ele a observou ir. Seus punhos se
cerraram quando ele suspirou. De uma forma ou de outra, ele aprenderia mais
sobre ela. Ou ela poderia lhe mostrar o quanto ela podia ser confiável, ou ela
tentaria ajudar os androides a prejudicar o seu povo. A dor no peito não era
algo que ele pudesse ignorar. Ela o fez perceber que ele queria confiar nela,
precisava dela para ser a mulher que ela representava ser, e nada menos seria...
tão profundamente decepcionante em um nível totalmente novo.

Seus olhos se fecharam e seus dentes também se cerraram. Ele estava


sentindo demais por ela, muito rápido, mas ele não conseguia impedir que isso
acontecesse. Ela tinha um jeito de ficar sob sua pele e causar estragos ao seu
modo de vida pacífico. Ela importava.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Oito

Krell olhou para Cyan. A nave em que viajavam não era grande, mas era
rápida. Ela podia sentir as pequenas vibrações dos potentes propulsores que
eram usados para acelerar a nave. Ela não tinha ideia de qual era a classificação
da nave, desde que os cyborgs pareciam se preocupar com que ela roubasse
informações importantes e as transmitisse para a Terra.

Ela se sentou em um lugar com quatro cyborgs em torno dela. Dois deles
a monitoravam para que ela não enviasse nenhum tipo de sinal, se ela tivesse a
capacidade de hackear a nave remotamente. Krell lhe ordenou que ignorasse os
machos para evitar distraí-los.

- Fale, - Krell exigiu. - Como podemos matá-los?

- Você tem que fazer furos em sua pele, qualquer projétil pode fazer isso,
e matá-los com tiros de energia imediatamente para eletrocutá-los. Você
recuperou as minhas armas do jeito que eu pedi, certo?

- Sim. - Ele olhou para ela, parecendo avaliar sua honestidade. - Por que
rapidamente?

- Eles se curam rapidamente se estão totalmente operantes. Eletricidade


é a única exceção, e eles não se curam dela. Os Markuses tinham defeitos
demais para que a empresa que os projetou removesse todas as falhas
fatais. Esta é a única maneira de matá-los. É um procedimento padrão colocar
defeitos em um produto caso eles deem errado. Eles não vão se curar de
queimaduras elétricas e seu interior não é blindado para evitar de serem fritos.

- Você disse que você poderia atrasá-los. Explique.

Ela mordeu o lábio. - Eu interroguei um dos Markuses sozinha. Insisti


em fazer isso antes de sair da Terra. Eu enchi o saco do meu chefe e ele decidiu

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

me enviar em uma missão sozinha para verificar a Belta Station. Eu precisava


saber no que eu estava me metendo. Eu meio que revelei que eu não era
totalmente humana para a coisa para ver o que ela faria. Ele teve uma reação
estranha. Ele tipo que desligou enquanto tentava avaliar o que eu poderia ser. É
a minha arma secreta, eu acho. Eu pensei que se eu os encontrasse, eu poderia
atordoá-los fazendo algo não muito humano e acabar com eles enquanto eles
fazem uma pausa para avaliar minhas origens antes de tentarem me matar.

Krell parecia perplexo. - Esse é o seu plano?

- Você tem um melhor? Você disse que alguns cyborgs se encontraram


com quatro modelos Markus. Eles tipo que se desligaram enquanto avaliavam
vocês?

- Não.

- Eles são, obviamente, cientes do que os cyborgs podem fazer e estavam


preparados para lidar com vocês. Eles não estão preparados para mim. Eu não
sou algo que eles já tenham visto antes, e ninguém sabe sobre mim, exceto a
equipe que me salvou. Quando o modelo Markus voltou on-line após o
desligamento inicial, ele perguntou se eu era a versão feminina de sua linha de
produção. Ele não tinha usado suas habilidades até que ele não pode se
conectar comigo. Eu o matei antes que ele pudesse compartilhar as informações
do que tinha aprendido com os outros modelos.

Um dos cyborgs, um dos quais ela não tinha sido ordenada a não falar,
atraiu sua atenção. - A empresa permitiu isso?

Ela lhe lançou um sorriso. - Não. Mesmo assim eu fiz. Eu menti e disse
que ele tentou obter o controle do pad que eu levava comigo para fazer
anotações e que, obviamente, a coisa estava tentando se conectar ao aparelho. O
que eles poderiam fazer? Me acusar de estar mentindo? Eles estão em uma
grande merda com o Governo da Terra. Eles lançaram uma ameaça mortal
sobre os cidadãos da Terra e criaram um inferno de uma bagunça. A empresa

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

nunca acreditou que essas coisas poderiam escapar da superfície, mas eles
escaparam. Isso fez com que o problema fosse de todos. Os funcionários
tiveram que se curvar para serem uteis quando eu fui investigar o modelo. Eles
não tinham escolha. Enfureça o Governo da Terra e eles acabam com qualquer
um bem rápido.

- Você está supondo que você vai chegar perto o suficiente com os
modelos Markus para revelar o que você é para eles. - Krell, de repente agarrou
o braço dela. – Você não vai.

O sentimento cálido e confuso que ela tinha pensando que ele poderia
estar preocupado com ela rapidamente desapareceu quando ele balançou a
cabeça.

- Você poderia ajudá-los a nos atacar.

Ui. Isso doeu. Ela respirou fundo e escondeu a mágoa antes de deixar
cair seu olhar. - Eu vou dizer outra vez. Eu não sou o inimigo.

O cyborg de pele prateada que tinha falado com ela a olhou atentamente
com seus olhos azuis escuros. Ele era bem musculoso no peito e braços, e seu
uniforme preto esticava sobre seu corpo forte. Ela imaginou que ele tinha cerca
de dois metros de altura, talvez um centímetro a mais, e atenção dele era um
pouco focada demais quando ela observou o olhar dele varrer abaixo o seu
corpo antes de falar olhando para Krell.

- Ela parece sincera, Krell.

- Ela não é totalmente humana, Gene. Você não pode avaliá-la


corretamente.

- Eu discordo.

A boca de Krell tensionou. - Gene é um detector de mentiras humanas,


Cyan. Ele observa as expressões faciais, as pupilas e mantém o controle da
frequência cardíaca, juntamente com a temperatura do corpo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu acredito que você perdeu suas habilidades como interrogador ao


longo dos anos. Eu estive a observando e ela é muito humanoide. Toda
expressão se mostra quando ela fala. Ela está atualmente triste com a sua falta
de confiança.

Isso surpreendeu Cyan que o cyborg poderia dizer isto a respeito dela.
Ela tentou esconder suas emoções. Ela o estudou e percebeu que ele fazia o
mesmo com ela. Krell recostou-se contra seu assento na frente do outro cyborg.

- Eu não sou facilmente enganado por ela. Vou deixar isso para você,
Gene. Ela não é confiável.

Ui duplamente. Ela lhe lançou um olhar de escárnio, mas Krell


ignorou. Gene, no entanto, pareceu tomar as palavras dele como um desafio. -
Eu poderia facilmente ler ela. Você quer apostar nisto?

- Não.

- Você nem sequer me perguntou qual seria a aposta.

Krell cruzou os braços sobre o peito. - Eu analiso tudo e eu sei o que você
quer. Você não pode parar de olhar para seu corpo feminino, você fica
esfregando suas coxas com as palmas das mãos e se ajeitando em seu
assento. Tudo indica que você está em um estado de excitação e está
desconfortável. Você quer que a fêmea. A resposta é não.

- Ela pode discordar. - Gene olhou para ela e sorriu. - Eu sou um homem
atraente e eu sou todo grande. - Ele piscou. - Eu também sou solteiro.

- Bom para você. – Cyan se recostou e seu ombro roçou Krell. Ela não se
afastou, achando a proximidade com ele reconfortante. - Cyborgs realmente
mudaram ao longo dos anos. Vocês não costumavam ser tão focados em sexo.

- Algumas mudanças são para melhor. - Gene se inclinou para frente,


mantendo o sorriso no lugar e abertamente admirado o corpo dela. - A única
coisa que eu sinto falta na Terra são as mulheres. Ouvi dizer que você era um

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

soldado. Guardas são a minha especialidade. Eu tenho muita experiência e


temos algumas horas para matar. - Ele sacudiu a cabeça para a esquerda. - Há
uma sala de armazenamento na parte traseira da nave. É uma escolha que as
fêmeas têm para testar qualquer macho que elas tenham a perspectiva de
adicionar em uma unidade de família. Eu não sou contra me juntar a uma, se
você é a mulher.

- Estou lisonjeada, mas não, obrigada. Eu tenho que admitir que me senti
um pouco insultada por ter sido comparada aos guardas com quem você ficou.

- Eu poderia mudar sua mente.

- Eu poderia mudar o seu sexo. - Abertamente ela olhou para o colo dele
por alguns segundos para fazer um ponto antes de olhar para cima para ver a
expressão atordoada dele. - Soa como se você se tornasse interessado em manter
as suas bolas. A melhor maneira de fazer isso é manter suas mãos para si
mesmo.

Krell bufou, mas a diversão brilhou em seus olhos quando ele encontrou
o olhar dela. - Eu normalmente tomaria como uma ofensa ameaças contra o
meu tipo, mas continue.

Ela olhou para longe dele. - Agora você encontra o seu senso de
humor. Ótimo.

Gene de repente riu, inclinando-se para mais perto. - Eu adoro um


desafio. Você é espirituosa.

- Eu não estou agitando uma bandeira vermelha contra você, apesar de


você ser um touro duro no peito. Isso é uma gíria da Terra para dizer para não
ir neste sentido e que eu não estou brincando. Eu não estou interessada.

- Você estaria interessada em fazer uma aposta comigo?

- Não. - Krell falou para ela. - Ela não está.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Isto irritou Cyan. Ela ainda estava um pouco puta pela desconfiança
dele. - Que tipo de aposta? Ele é meu guardião, mas não o governante da minha
boca.

Gene riu. - Permita-me ver se eu posso lê-la com precisão. Eu não gosto
de que Krell seja tão presunçoso, e eu estou supondo que você também
não. Vamos com as coisas mais óbvias. Você ganha se você puder mentir para
mim. Você vai dar um passeio comigo na parte de trás da nave se você não
puder me enganar e vai me permitir tentar mudar a sua ideia sobre me
querer. Eu não vou forçar você, mas você terá que me dar uma oportunidade de
testar a nossa química.

- Não, - Krell se endireitou em seu assento. - Isso é final.

- Claro, - Cyan disse um segundo mais tarde, agora mais do que irritada
com Krell. Ele não queria ficar com ela pela maneira como ele agia, mas ele
também não queria que mais ninguém ficasse. - Vou aceitar essa aposta.

- Você não vai fazer isso, - Krell disse com a voz rouca e um olhar
penetrante.

- Você está tão certo que eu não posso enganá-lo, certo? Você está tão
convencido que sou uma mentirosa e perigosa? - Ela levantou o queixo. – Por
que você está preocupado se isso for verdade? Eu poderia bater a capacidade
dele de detectar mentiras facilmente.

A boca dele bateu fechada e um músculo em sua mandíbula saltou. -


Tudo bem, mas não me espere para te salvar. Você aceitou isso por si mesma. –
Ele lançou um olhar ameaçador e perigoso para Gene. - Não significa nada se
você ganhar. Tomarei uma ação violenta se você machucá-la. Ela é minha para
proteger. Está claro?

- Perfeitamente. - Gene sorriu para ela e bateu em seu colo. - Tire a


camisa e sente aqui. Me encare. Precisamos estar pele contra pele.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Merda. Ela não esperava por isso. O cyborg estendeu a mão e puxou a
camisa sobre a cabeça, expondo um tórax musculoso e bíceps espessos. Krell fez
um rosnado suave sob sua respiração.

- Você deveria ter me escutado. Agora você tem que concordar com esta
bobagem.

Cyan se levantou e estendeu a mão para sua cintura. Ela usava um sutiã
de ginástica sob a blusa. Ela retirou a camisa. - O top permanece. Lide com isso.
- Ela hesitou antes de sentar no colo do cyborg. Os braços dele imediatamente a
envolveram e a puxaram para mais perto. Ela ficou tensa, mas não o golpeou,
seu primeiro instinto, já que seu temperamento tinha começado essa confusão.

- Olhe nos meus olhos, querida. Apenas relaxe. Vamos começar devagar
com algumas perguntas fáceis e óbvias.

- Isso é tudo que vamos começar. Mantenha as mãos em lugares


decentes.

- Diga-me se você é uma mulher e fique olhando nos meus


olhos. Descreva-se para mim. Preciso da verdade para avaliar suas respostas.

- Sou uma mulher com cabelos pretos à minha cintura e meus olhos são
azuis.

O cara tinha olhos bonitos. Eles eram cálidos também. A pele dele
pressionava firmemente a dela e seu poder sobre ela era firme, mas não chegava
a esmagá-la. Era uma coisa boa ela não ser claustrofóbica, porque ela se sentia
cercada por seu corpo volumoso.

- Quem está segurando você agora?

- Um cyborg presunçoso que acha que vai conseguir algo comigo.

Ele sorriu. - Respostas simples que não podem ser contestadas. Você não
tem certeza que eu sou presunçoso.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Na verdade, eu tenho. Ok. Você é Gene, um cyborg e você está fazendo


este teste para ver se eu sou capaz de mentir para você.

- Ela é tão fácil de ler. - Gene sorriu. - Um livro aberto. Ela tem os olhos
muito expressivos e linguagem corporal.

Cyan estava tentada a enganá-lo. Seria muito mais fácil para ela ganhar a
confiança deles, se ela pudesse conseguir com que pelo menos um cyborg
acreditasse que tudo que ela dizia era verdade. Gene poderia ouvi-la se ela o
advertisse sobre os Modelos Markus e isto poderia fazer sua vida em Garden
muito mais fácil. Isso significaria que ele ia ficar sozinho com ela, mas ela
poderia lidar com todos os avanços que ele fizesse. Cyborgs tinham honra, ele
tinha dado sua palavra que não iria forçá-la e, apesar deles terem mudado um
pouco desde que deixaram a Terra, ela duvidava que eles achassem mentir um
traço nobre para aspirar.

- Agora minta para mim.

Ela tomou uma decisão em frações de segundo. Krell ficaria irritado, mas
vidas estavam em jogo. Mavo especificamente, se os Modelos Markus estavam
perseguindo a nave em que ele viajava. Ela monitorou de perto o seu corpo,
tomou o controle de suas pupilas, pulso e temperatura, sem jamais olhar para
longe dos olhos azul-escuros do cyborg que a segurava. - Sou uma
enlouquecida mutante espacial que acabou de comer o seu cão.

Ele riu. - Tão fácil de ler. Diga-me uma verdade óbvia.

- Krell está realmente irritado no momento.

Gene desviou o olhar dela para o cyborg em frente a eles e riu. - Eu daria
um upgrade para enfurecido. - Ele segurou o olhar dela. – Minta para mim mais
uma vez.

- Atualmente estou na superfície da Terra e estamos prestes a ter um


festa do chá.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O cyborg que a segurava desviou o olhar para Krell. - Você deveria ter
vergonha de si mesmo. Quando voltarmos para Garden vou informar o
conselho que você não está apto para futuros interrogatórios. Ela é tão simples
de ler. Eu sabia que você era fisicamente danificado, mas eu não sabia que isso
tinha afetado a sua lógica ou inteligência. Você teria que estar com defeito para
não poder facilmente ler esta fêmea. Por uma questão de fatos, eu questiono
agora seriamente o seu julgamento como analista. Vou também entrar com um
pedido no conselho para me certificar que você os informou. Você precisa ser
imediatamente removido de sua posição.

O coração de Cyan apertou em seu peito quando ele martelou com o


pensamento de Krell perder o emprego e seu status com os cyborgs. Ela não
tinha a intenção que isto acontecesse. Ela ferrou com tudo. Tanto quanto ela
queria ajudar Mavo, ela não queria destruir Krell no processo. Ela jogou a
cabeça para olhar para ele. Ele empalideceu, as linhas de suas cicatrizes em seu
rosto ficaram brancas e seus olhos brilharam de dor.

- Entendido, - ele respondeu asperamente.

- Não! - Ela jogou a cabeça para trás para Gene. - Não faça isso. Não há
nada de errado com ele.

- Querida, a sua leitura é tão simples que chega a ser triste. Krell não tem
de estar encarregado de tomar qualquer decisão se ele é incapaz de ver que
você é um livro aberto.

Ela encarcerou todas as suas emoções e funções de seu corpo com raiva
agora. - Ele é inteligente de não confiar em mim e acreditar que eu sou difícil de
ler. Você é o único que é facilmente enganado. Tente novamente, Gene.

Ele balançou a cabeça. - É doce que você está tentando protegê-lo, mas o
teste acabou.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não, não acabou. - Ela respirou fundo e manteve seu olhar bloqueado
com o dele. - Sou um dinossauro do sexo masculino com quatro caudas e um
focinho horrível.

Choque empalideceu as feições dele. - O quê?

- As minhas pupilas não reagiram a uma mentira. Minha frequência


cardíaca não se alterou. Eu posso controlá-los. Você está lendo que estou sendo
honesta. Eu sou uma mutante pirata do espaço que acabou de plantar um beijo
grande e molhado em seus lábios. - Ela fez uma pausa. - Você quer ler a
verdade como uma mentira? Observe. Sou uma mulher com peitos e eu estou
sentada no seu colo com seus braços ao meu redor. Você deve a Krell um
pedido de desculpas e, se alguém é incompetente, é você. Você foi o único
facilmente enganado.

Gene engasgou e seus braços, de repente, foram para longe dela. Os


dedos dele agarraram os braços dela com muita velocidade, agarrando-a com
força, e quase a empurrando para fora de seu colo em direção ao chão entre os
bancos. Duas mãos fortes a pegaram antes que ela batesse no deck. Krell a
puxou para o seu colo e rosnou para o outro homem.

- Você poderia a ter machucado.

Gene olhou para ela horrorizado. - Ela não é humana. Quero dizer,
nenhum ser humano pode fazer isso.

Krell a colocou firmemente em seu colo, seu braço ao redor dela, e uma
mão esfregou as marcas causadas pelo tratamento áspero do outro cyborg. Ela
virou a cabeça e encontrou o seu olhar. Ele estava muito furioso.
- Você está machucada?

- Eu estou bem. Obrigada por me pegar. Eu não esperava isso.

- Nenhum homem gosta de ser feito de bobo. - Ele fez uma pausa. - Por
favor, coloque sua camisa. Sem mais jogos, Cyan. - Ele a levantou para devolvê-
la para seu assento ao lado dele.
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu queria que alguém confiasse em mim, - ela admitiu em voz baixa. -


Você não confia quando deveria, mas eu não gostei dele insultar você. - Ela não
sabia por que ela se incomodava em lhe dizer a verdade, ele não acreditaria
nela, mas ela se sentiu melhor dizendo. - Eu não teria feito isso se eu soubesse
que seu trabalho estava em jogo ou a sua reputação.

- Faça algo assim de novo e vamos chegar às vias de fato, - Krell ameaçou
o outro homem. - Não use a força bruta contra ela.

- Ela é uma aberração. - Gene a encarou. - Nós nem mesmo podemos


controlar as nossas pupilas neste grau ou nosso ritmo cardíaco.

- Eu sou especial. - Ela puxou a blusa para baixo de seu corpo e se


inclinou um pouco mais para perto de Krell. Ele não pareceu se importar, desde
que ele permitiu. - E você é um asno. Essa é a verdade, aliás.

Krell lutou contra sua raiva pelo o que tinha acontecido e contra a sua
confusão ao mesmo tempo. Ver Cyan no colo do outro homem havia feito seu
corpo ficar tenso para arrebatá-la de lá. Ele não tinha gostado nem um
pouco. Ele era seu macho principal, nenhum outro tinha a sua permissão para
tocá-la, e enquanto as fêmeas com apenas um macho tinham a liberdade de
testar outros para verificar a compatibilidade para selecionar mais deles em
uma unidade de família, isto era geralmente discutido antes. O fato de que
Cyan não tinha, que ela tinha feito isso apenas por raiva dele, tinha tornado
quase insuportável vê-la pressionada contra Gene.

Ele nunca tinha desgostado do outro homem antes, mas ele não o
suportava naquele momento. Ela poderia ter sido machucada pelo tratamento
áspero de Gene, quando ela tinha mostrado suas habilidades em ser capaz de
enganar alguém sobre sua honestidade. Ela tinha envolvido Gene em torno de
seu dedo, a princípio tinha convencido o macho de que ela era exatamente
como parecia. Ele sabia que ele seria arrancado do seu serviço, suas habilidades
questionadas até que ele pudesse comparecer perante o conselho cyborg para
uma avaliação, mas ela tinha feito a coisa honrosa, salvando sua reputação.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Por que ela acabou fazendo isso? Não era uma vantagem para ela
mostrar o quanto ela era habilidosa, se ela fosse uma espiã. Ela poderia
facilmente ter sido tirada de seus cuidados, deixando-o desacreditado,
envergonhado, e com Gene por trás dela, não haveria dúvidas de suas origens.
Tinha a machucado não ter a confiança da sociedade cyborg para desacreditar
as habilidades de Gene e isto também a teria prejudicado fisicamente, se ele não
tivesse impedido seu corpo de bater no chão. Não fazia sentido.

Ele olhou para ela e queria ficar sozinho com ela da pior maneira. Eles
precisavam conversar em particular. Ela o confundia e atordoava. Suas ações
não faziam sentido. Não era a hora de confrontá-la, mas ele se recusava a
esperar. Ele nunca seria capaz de se concentrar em qualquer outra coisa até que
ele pudesse falar com ela, obter respostas, e ele queria isso imediatamente. Seu
corpo ficou tenso.

Krell de repente se levantou. – Levante-se, Cyan. Nós vamos conversar.

Cyan se levantou e seguiu Krell. Ela percebeu que estava prestes a,


provavelmente, receber uma bronca, mas ainda se moveu quando Krell indicou
que ela devia caminhar para a parte traseira da nave. Parecia que ela estava
prestes a dar um olhada a sala de armazenamento, afinal de contas. Cyborg
errado e certamente não para fazer aquilo.

A sala abrigava principalmente itens de armazenamento com painéis que


controlavam uma grande parte das funções não essenciais da nave. Ele fechou a
porta atrás deles e franziu o cenho para ela.

- Você está bem?

Surpreendeu-a que ele não estava brigando com ela sobre a armação que
ela o colocou. - Eu estou bem. Ele me pegou desprevenida. Eu estava prestando
mais atenção ao meu corpo do que no dele. É uma falha minha quando eu estou
muito focada em algo. Eu provavelmente não deveria admitir isso, mas é a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

verdade. Meus reflexos ficam lentos quando estou controlando outras


funções. Obrigada por me agarrar antes que eu batesse no convés.

- Por favor, apresente os seus braços para a minha inspeção.

Ela os levantou, viu marcas vermelhas das mãos de Gene, mas ela
duvidou que fosse uma contusão. Ela olhou para Krell. Ele estudava sua pele
com uma expressão severa e a chocou quando ele lentamente agarrou seus
quadris e a puxou contra seu corpo. Ela não resistiu quando seu rosto foi
enterrado no material preto da sua camiseta. Ele só tinha colocado as botas
antes de deixarem seu apartamento, apesar de ele já estar usando um uniforme
que correspondia a dos outros cyborgs da nave.

- Não brinque com cyborgs, Cyan. Alguns deles não têm senso de
humor. - A mão dele escorregou de seu quadril para cima e para baixo,
esfregando a parte inferior das costas dela. - Você poderia ter se machucado.

Ela estendeu a mão, colocando as palmas sobre o peito dele e o


olhando. Ele era tão alto que ela se sentia pequena em seus braços. - Por que
você está sendo tão bom para mim?

- Você poderia ter continuado o engano. Ele acreditava completamente


em você e pensou que eu tinha errado a minha avaliação de você. Você não
tinha nenhuma razão lógica para corrigi-lo. - A outra mão dele deixou seu
quadril e a colocou no rosto dela. - Não era vantagem para você mostrar a
verdade e provar a minha dignidade em fazer observações perspicazes. Só
posso supor que você fez isso por pena de mim. Que me diz que você pode ser
um monte de coisas, mas você tem uma consciência.

O cara puxou bem forte as cordas do seu coração ... e também da sua
libido. - Pena não é o que eu sinto por você.

Ela sentiu seu pau endurecer contra sua barriga, onde ela se inclinou
contra ele e resistiu ao impulso de sorrir. Ela não era a única afetada pelo forte
apelo entre eles. Os dedos dele ao longo de suas costas agarraram sua trança e a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

segurou ali enquanto sua cabeça abaixava. O coração dela disparou e ela
lambeu os lábios, esperando que ele a beijasse.

- Você é muito perigosa, Cyan Eou.

- Não para você. Se há uma coisa que você pode acreditar é nisto, Krell
qualquer que seja seu último nome.

Ele sorriu. - Eu não tenho um.

Ele poderia compartilhar meu sobrenome. Esse pensamento a


atordoou. Os dentes dela se afundaram em seu lábio inferior, se recusando a
dizer isso em voz alta, e eles apenas olharam profundamente um nos olhos do
outro. Seu pênis se tornou mais rígido e as mãos dela subiram lentamente,
sentindo seu peito musculoso através do material fino até que envolvia o topo
de seus ombros largos.

- Quero você, - ele admitiu num tom suave e rouco.

- Eu não diria não.

- Isso é verdade? Será que você concorda com o meu toque somente para
ganhar a minha confiança, ou porque você está sinceramente atraída por
mim? Você jura que vai dar uma resposta honesta?

- Toque-me. Eu não posso fingir isso.

Ele franziu o cenho. - O que você quer dizer?

- Estar tão perto de você me deixa molhada, Krell.

- Todos os cyborgs podem ativar seus impulsos sexuais.

Isto a surpreendeu. - Eu não sabia disso.

- Você sabe mais sobre cyborgs do que qualquer um, se você é realmente
aquela mulher da Terra.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- É verdade, mas algumas coisas não foram levantadas. Quer dizer que
você pode ficar duro sob seu comando? Só pensar nisso e você fica duro como
uma rocha?

- Sim. O mesmo vale para as mulheres.

Ela não resistiu a provocá-lo. - Elas têm ereções? Eu estava certo de que
as mulheres foram feitas anatomicamente perfeitas em todos os sentidos, com
peças unicamente femininas.

O sorriso dele o transformou em um cara incrivelmente bonito. - Elas


podem ativar suas respostas sexuais e estarem totalmente receptivas a relação
sexual sob demanda.

- Eu não posso fazer isso. Elas podem ter orgasmo quando desejam
também? Se assim for, sinto-me roubada neste corpo. Eu tenho que querer
alguém em meu corpo para sentir isso, e eu preciso realmente estar estimulada
sexualmente para gozar.

Ele a soltou e a cutucou com seu quadril. Ela recuou alguns centímetros
para colocar um pouco de espaço entre eles, mas não o soltou. Surpreendeu-a
de um jeito bom quando ele alcançou a frente das calças dela, abriu-as e
deslizou sua grande mão contra sua barriga. O dedo dele encontrou seu clitóris
molhado de desejo e ele o esfregou.

Cyan gemeu baixinho de prazer. Era muito bom e seus joelhos


amoleceram até que ela teve que agarrá-lo com mais força para se manter em
pé. A boca dele desceu sobre a dela, selando seus lábios, e a língua dele
mergulhou dentro dela. Ela gemeu de novo, beijando-o de volta, e teve que
bloquear as pernas para evitar de deslizar para o chão. Ele se afastou de sua
boca.

Krell rosnou baixo, um som sexy. - Vire-se.

Ela não podia desobedecer essa ordem rouca e não queria. A mão dele
deslizou para fora da sua calça quando ela lhe deu as costas, mas ele a tocou de
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

novo quando puxou sua calcinha e as calças até as coxas. Ela ouviu-o abrir as
calças dele e virou a cabeça para assistir. Ele só abrira o suficiente para
empurrá-las para baixo de seus quadris para liberar seu pau grosso, e abriu as
pernas. Ele se encostou na parede e abaixou seu corpo, dobrando os joelhos
para que seus quadris ficassem no mesmo nível antes que ele ancorasse um
braço em volta da cintura dela.

- Curve-se para mim.

Ela, normalmente, não era o tipo submissa, gostando de ser a única no


controle, mas Krell não era apenas um homem como qualquer outro. Ela
lambeu os lábios e se inclinou para frente, certa de que com sua força ele não
permitiria que ela caísse. Ela fechou os olhos e deixou sua cabeça cair para
frente quando ele a cutucou com a coroa larga de seu pênis. Ele a penetrou com
um assobio baixo e ela engasgou do puro êxtase dele se afundar nela
lentamente, cada centímetro de seu aço rígido e maravilhoso.

- Agora, encoste-se contra mim.

Cyan se endireitou até que suas costas estavam pressionadas contra o


peito dele. Ele se impulso para cima, tomando-a profundamente, e ela gemeu
mais alto. Ela virou a cabeça e colocou os braços para trás para agarrar os
quadris quentes e nus dele. Ele ficou lá, enterrado profundamente dentro de
sua vagina, o ajuste confortável e perfeito.

- Você é celestial, - ele gemeu baixinho. - Você não sabe o que você faz
comigo.

- Tenho uma boa impressão que é a mesma coisa que você faz
comigo. Não me atormente.

A outra mão dele a envolveu e ele a colocou na frente de sua boceta,


encontrando seu clitóris e usando seu dedo para esfregá-lo. Ele se retirou um
pouco e empurrou de volta nela. A força a levantou sobre seus dedos dos
pés. Ela apertou os lábios, tentando se impedir de gritar o nome dele.

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- Eu tenho você, - ele prometeu.

Ele se moveu lentamente no início, quase se retirando de seu corpo e


deslizando novamente em seu interior. Cyan fechou os olhos, apenas
aproveitando a sensação de seu pau e seus dedos que manipulavam seu
desejo. Ela desejou que estivessem nus e que ela estivessem de frente para
ele. Ela queria estar pele a pele com ele, seus seios doloridos desejavam se
esfregar contra ele apenas para serem tocados, mas ele a manteve firme na
frente dele, de costas.

- Tão apertada e quente, - ele rosnou. - Não brinque com outros machos.

Ela tentou pensar, mas ele de repente aumentou o seu ritmo, estocando
dentro e fora dela com rapidez, o atrito do seu pênis e de seu dedo eram muito
intensos para qualquer outra coisa além de sentir. Ela queimava por gozar, se
doía para encontrar sua liberação.

- Eu sou o único que pode lhe dar prazer. Eu.

Oh, inferno sim! Ele a fodeu com mais força, levando-a na ponta dos pés
com cada estocada de seus quadris contra a bunda dela que se afundava em sua
vagina tão profundamente que ela quase se sentia empalada em seu eixo da
melhor maneira possível. Ninguém nunca tinha a tomado desta maneira, desta
forma tão dura e incrível. Os dedos dele pressionaram com mais força seu
clitóris e ele os mexeu freneticamente contra suas terminações nervosas.

Ela agarrou os quadris dele, ofegante, e tentou se lembrar de manter o


nível de ruído baixo. A nave não era muito grande e eles não estavam longe dos
outros cyborgs. Os anteparos e os motores abafariam parte do som, mas eles
apresentavam uma audição acuda. Ela não se importava se alguém soubesse o
que estavam fazendo, mas poderia importar para Krell. Ele estava de plantão e
ela não queria o colocar em apuros por quebrar os códigos de ética durante o
trabalho.

- Diga, - ele disse asperamente.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Dizer o quê? Ela lutou para pensar, muito longe para ter certeza de que
ela não tinha perdido alguma coisa que ele dissera enquanto ela estava em sua
névoa de prazer. Ela queria lhe dar qualquer coisa que ele quisesse para ter
certeza que ele não parasse. Ela estava tão perto de gozar. A sua falta de
resposta pareceu irritá-lo ou deixá-lo mais furioso enquanto ele estocava com
mais força, fodendo-a mais rapidamente, e um arrebatamento total varreu tudo
de sua mente. Havia apenas Krell, dedilhando seu clitóris em perfeita harmonia
com o seu pênis.

O clímax a atingiu brutalmente, rasgando seu ventre e atingindo direto o


seu cérebro. Ela não conseguia nem respirar quando ele a atingiu, quase
desmaiando por causa dele, e quando ela abriu a boca para sugar o ar para seus
pulmões sedentos, uma grande mão segurou a sua boca enquanto ela gritava.

Krell abaixou a cabeça em seu ombro, pressionou sua boca contra a


camisa, e mordeu o tecido quando seu corpo convulsionou por trás dela. Cada
músculo parecia se tensinar, até que ela sentiu como se estivesse encostada em
uma pedra ao invés de uma pessoa. Ele bradou em voz alta, o som mal
abafado, e ela sentiu cada tremor e balanço de seu corpo quando ele esvaziou
seu sêmen dentro dela. O calor de seu esperma era uma sensação bem-vinda.

Os dentes dele a soltaram. Ela vagamente percebeu que teria uma


contusão, mas isso não importava. Nada importava depois que a magnitude do
sexo a fez ceder nos braços dele. A mão dele soltou de sua boca, caiu para
envolver seu peito, e ele a segurou firmemente contra seu corpo quando ele
começou a relaxar atrás dela, até que eram duas pessoas ofegantes em um
abraço.

O tempo perdeu o sentido, mas ela sabia que ele a segurou por muito
mais tempo que levava para ele se recuperar. Ela não saiu de seus braços, não
querendo que ele terminasse. Ele ainda estava ligado a ela, seu pau só tinha
abrandado um pouco dentro de sua boceta, seus músculos ainda estavam
agarrados a ele em uma tentativa de que ele permanecesse ali o maior tempo

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

possível. Os braços dele envolviam sua cintura e peito em mais um abraço do


que um aperto. Ela gostou.

Os olhos dela se abriram e ela ergueu o queixo para olhar para o rosto
bonito e marcado dele. Ele estava de tirar o fôlego com o ligeiro brilho de suor
na testa e a frouxidão de sua boca cheia suavizando suas feições. O seu olhar
azul escuro segurou o dela e ela viu ternura lá.

- Nunca provoque outro macho, - ele a ordenou com sua voz suave e
rouca. - Não permita que ninguém mais te toque. Eu não gostei de ver você
sentada no colo dele com os braços ao redor de você. Apenas lide comigo
diretamente se eu te deixar brava. Não use outros machos contra mim.

Ela permitiu que suas palavras se assentassem em sua mente. - Você acha
que eu aceitei o seu desafio para deixá-lo com ciúmes?

Ele hesitou. - Não. Eu estou declarando um fato. Você foi dada para
mim. Eu sou seu homem no momento. Nenhum outro pode tocar em você.

Ela escondeu suas feições e viu um brilho de raiva nos olhos dele. Ele
estava com ciúmes. Ela lutou contra o sorriso que ameaçou curvar seus
lábios. Esse sentimento cálido e feliz lhe disse que ela estava numa grande
merda. Ela realmente gostava que ele fosse possessivo com ela. - Eu vou te dizer
uma coisa, Krell ... .

O corpo dele ficou tenso e sua expressão endureceu, assim como o olhar
em seus olhos. Ela percebeu que ele esperava que ela dissesse algo que o
irritaria. Ela teria dito se fosse qualquer outra pessoa que lhe desse uma
ordem. Ela não gostava de homens lhe dizendo o que fazer ou quem ela podia
tocar.

- Eu só vou provocá-lo, ok? Só sento em seu colo. - Ela sorriu. - E você


pode envolver seus braços em volta de mim qualquer hora que quiser.

Ele rosnou para ela de uma maneira sexy, mostrando seu


temperamento. - Você está se divertindo.
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Estou lisonjeada. - Ela piscou. - Você se importa.

Ele murmurou sob sua respiração, soltou-a lentamente quando ele


retirou seu eixo rígido das profundezas de sua vagina e, gentilmente, a cutucou
para frente para afastá-la dele. Ela permitiu isso e puxou sua calcinha, virou-se
e o observou endireitar suas próprias roupas. Seus olhares se encontraram
novamente e se seguraram quando ele estava pronto.

- Precisamos sair deste quarto. Devemos estar chegando na Vontage em


breve.

O sorriso dela aumentou. Ele não negou se preocupar com ela. - Pode
confiar em mim.

Ele a estudou, mas não disse nada. Ele, contudo, de repente, alcançou a
blusa dela e tocou no ombro que ele tinha mordido. Seu polegar esfregou o
local dolorido e ela olhou para baixo, vendo-o tentar remover qualquer traço
das marcas de seus dentes do material.

- Eu peço desculpas. Eu te machuquei?

- Eu gosto de mordidas de amor.

O olhar dele pulou para o dela. - Eu nunca fiz isso antes.

- Foi bom. Parece que eu gosto de qualquer coisa que você faz comigo.

A mão dele caiu. - Vamos. Ficamos fora por muito tempo.

Ele se afastou e abriu a porta. Ela foi deixada para segui-lo de volta para
a seção de passageiros da nave. Quatro olhares cyborgs pousaram nela.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Nove

Cyan evitou o olhar conhecedor de Gene e se sentou um pouco mais


perto de Krell. Ele olhou para o lado dela, um olhar de preocupação em seu
rosto, mas ela lhe deu um pequeno sorriso antes de olhar para longe. Todo
mundo no ônibus sabia o que os dois tinham acabado de fazer. Não importava,
mas ela se encolheu um pouco mais de como isto não parecia nem um pouco
profissional.

Eles estavam em uma missão. Não era realmente uma missão dela,
reconheceu, desde que ela não era um soldado cyborg ou até mesmo uma parte
de sua comunidade, mas os anos de serviço para o Governo da Terra a tinha
deixado consciente da vida militar. Foi uma jogada ruim e, geralmente, causava
uma confusão entre os tripulantes quando o sexo estava envolvido na equação.

- Estamos nos aproximando, - o piloto chamou da frente, sua voz


profunda e sombria. - Estou detectando danos pesados à Vontage. Um ônibus a
está seguindo, classificação desconhecida, e não é algo que já tenhamos vimos
antes.

- Posso? - Cyan olhou para Krell pedindo permissão. - Eu conheço as


naves da Terra.

Ele hesitou. - Vai, mas eu estou atrás de você.

Ela rapidamente se levantou e caminhou para frente. O cyborg loiro


olhou para ela antes de se afastar do console para que ela pudesse dar uma
olhada. Ela estudou as leituras e o monitor onde ele tinha alargado a visão da
nave que perseguia a nave cyborg. Choque a atravessou ao ver ambas as naves.

- Santo inferno. O que uma nave de luxo está fazendo aqui fora?
Ninguém mencionou que era a Vontage.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- O ônibus, Cyan, - Krell a lembrou quando invadiu o espaço à sua


volta. - Eu pensei que você soubesse sobre as embarcações da sua Terra.

- Desculpe. É apenas o choque. Você não vê naves como esta longe da


Terra e eu não as acompanho. Isso é um hotel flutuante e eles não são
exatamente uma ameaça que eu já tive que me preocupar de enfrentar em uma
batalha. - Ela fixou o olhar no ônibus e pegou o controle para ampliar um pouco
a imagem. Ninguém a impediu quando ela melhorou a imagem da mesma. -
Merda. Essa é a designada Genesis Quatro.

- Qual é a classificação dela? - O piloto a estudou.

- Eu diria que é uma classe S.

- Eu nunca ouvi falar dessa classificação.

- É uma classificação ferrada. Como a Barcarintellus colocou suas mãos


nela?

- O que são eles? - Krell se inclinou para mais perto, esfregando as costas
dela com seu peito para olhar a imagem da elegante nave que o monitor exibia.

- Eles são protótipos militares que o Governo comissionou e que a


pintura ainda nem devia estar seca. Estas naves são novas, rápidas e tem um
poder de fogo pesado. - Ela mordeu o lábio. - Eles estão brincando com que
aquele hotel com propulsores. Eles poderiam ter facilmente acabado com ele.

- Pintura seca? - O piloto parecia confuso.

- É um ditado. Eles são novos, só devem ter alguns meses, e você tem que
beijar a bunda de alguém muito importante para ser atribuído a um. Essa é
outro ditado. Eles são raros, caros, e a lista de espera para conseguir um é em
torno de 6 a 16 meses. Minha unidade solicitou um, e ficamos cerca de um ano
na fila antes do nosso sair da linha de produção. - Ela esfregou suas pernas. -
Dê-me um minuto e me deixe pensar.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Cyan? - Krell agarrou o braço dela. - Como vamos acabar com ele?
Você sabe?

- Atingi-los. Essa é a única maneira e espero que quando o atingirmos,


tenha algo duro do outro lado. - Ela olhou para a Vontage, sua mente
trabalhando. Ela pegou o controle do visualizador de novo e ampliou a nave
maior. - Lá. - Ela apontou. – Vê aquela ancoragem para o abastecimento em
massa? Eles são projetados para lidar com cargueiros mais antigos que não são
conhecidos pela sua finesse ou habilidade de pilotagem. Essas são portas
sólidas construídas para aguentar danos pesados. É facilmente selada por
dentro e pode sofrer um grande impacto sem afetar qualquer um dos sistemas
internos.

- Precisamos de uma avaliação de verdade, - exigiu Krell, sua voz rouca.

Ela virou a cabeça para olhar para ele. - Estou falando sério. Eu não
conheço nenhuma arma que pode perfurar o casco de um Genesis Quatro e seus
motores são extremamente protegidos no casco. Você não vai conseguir expor
os motores para que possa disparar contra eles. Eles sabem qual é o seu ponto
fraco e manobram em torno dele muito bem. Você notou como nem mesmo tem
portas à vista? É por uma razão. Este bebê não tem outras falhas que ele não
controla muito bem. Um grande impacto pode funcionar para desativá-lo ou,
pelo menos, colocá-lo fora de comissão enquanto eles fazem os reparos. Quanto
mais dura é a casca exterior, mais sensível é o equipamento que colocam no
interior. A falta de portas e janelas faz este bebê depender de computadores e
hardwares para fazê-lo voar sem ver.

- Bebê?

O piloto começou a irritá-la com suas perguntas. - O ônibus, - ela


suspirou. - Estou dizendo que esta é a única maneira de feri-lo. Você precisa
provocar um impacto lateral com este ônibus e atingir aquelas portas de
entrega. Eu sou uma piloto e fomos avisados de que precisávamos pousar nele
suavemente quando nos foram dadas as especificações deles, quando eles

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

estavam tentando vendê-lo para nossas unidades. A questão de uma forte


impacto é a única falha que eu conheço. É como bater a cabeça de alguém em
uma parede. Seu crânio pode não quebrar, mas você pode causar algum dano
ao seu cérebro. - Ela estudou o console com cuidado e choque a golpeou mais
uma vez. - Esta é a Bridden. Como vocês a roubaram?

Krell agarrou o braço dela e a puxou para encará-lo. - Como você sabe
disso?

Ela sustentou o olhar dele. – Eu conheço os meus ônibus e eu já estive


nela antes. Eu deveria ter percebido isso, mas eu estava um pouco distraída
desde que embarquei.

- Quando você esteve nela? – o aperto de Krell se firmou.

Ela engoliu em seco. - Este era o bebê da Dell Harver. Eu trabalhei com o
seu tio, o general Vern Mellhorn, por dois anos. Ele comanda a Lee Gordon
One-Two-Seven. Toda vez que seu sobrinho estava em nossa área do espaço, ele
aportava e ficava alguns dias em nossa nave com a tripulação da Bridden. Ele
me permitiu pilotar esta nave algumas vezes. Ele se considerava um cavalheiro.
- Memórias do cara piscaram em sua cabeça - ela tinha gostado dele, mas não
tinha sido próxima. - Como vocês conseguiram o ônibus dele? Ele adorava essa
coisa como se fosse sua esposa ou como se ele tivesse dado a luz a ela. Eu sei
que ele não a teria vendido . - Ela temia a resposta.

- Vamos discutir isso mais tarde.

Merda. Isso não era bom. Ela teve uma sensação ruim de que ela nunca
mais veria Dell novamente. Ele tinha sido um cara legal, mas faria qualquer
coisa por um dólar. Foi uma das razões pela qual ela nunca tinha se ligado a
ele. Ele a teria entregue por uma recompensa num piscar de olhos se ela
escorregasse, se eles tivessem uma relação pessoal e algo de seu segredo fosse
revelado. O cara era um mercenário disposto a ir a qualquer trabalho perigoso
se o preço fosse alto o suficiente. Ela empurrou esses pensamentos para trás e

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

iria lidar com suas emoções mais tarde. Seu treinamento assumiu o
comando. Ela olhou nos olhos de Krell.

- Eu conheço este ônibus, eu voei nele, e você precisa confiar em mim. Eu


acho que os modelos Markus danificaram aquele hotel flutuante de vocês a fim
de atrair mais de vocês para cá, ou eles estão o seguindo até os outros ônibus
desaparecidos que eles roubaram da Terra convirjam para esse local. É uma
armadilha de qualquer maneira. Mavo está naquela nave, certo? Por favor,
acredite que eu quero salvá-lo. Você disse que os modelos Markus querem
trocar cyborgs por mais de suas unidades ainda em armazenamento na
Terra. Quantos cyborgs estão nessa nave? Eles são alvos fáceis, prontos para
serem abordados e feitos prisioneiros. Eu preciso do assento do piloto para
incapacitar aquela embarcação e precisamos sair rápido deste setor do espaço
sem sermos rastreados.

Krell a estudou e isto realmente a irritou.

- Confie em mim, Krell. Por favor? Me dê uma chance. Mavo está


naquela nave. A Bridden é fortemente protegida por materiais especiais que os
sensores não conseguem ler, eu suponho que eles ainda não nos notaram por
causa dela, mas uma vez que eles percebam que estamos aqui, um Genesis
Quatro poderia chutar nossos traseiros. Seremos inúteis para a Vontage, a
menos que você queira ser companheiro de cela dos seus companheiros a
bordo, uma vez que os Modelos Markus capturem a todos para usar como
moeda de troca. Temos uma chance. Nós batemos com força e rápido antes que
eles percebam o que está acontecendo. Eles vão nos perceber em breve, estamos
chegando perto, e eles receberão um sinal visual das câmeras externas. Eles
podem nos ver, mas os sensores não registram nada por causa da blindagem. -
Ela tomou uma respiração profunda. - Você está aqui. Você pode assistir a tudo
o que faço e me matar se eu estiver mentindo para você.

Seus olhos azuis escuros se estreitaram e segundos se passaram. - Retire-


se, piloto.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O piloto hesitou. – Desculpe-me?

Krell nunca desviou o olhar de Cyan. - Ela vai pilotar a Bridden. Isso é
uma ordem.

- Isso é um erro -, sussurrou o piloto quando saiu.


Alívio inundou Cyan quando ela se deixou cair no assento quente. Ela agarrou
o cinto para prender seu corpo firmemente. – Assegure-se de tudo e os ordene a
irem para dentro. Isso vai ser difícil.

Krell resmungou e caiu sobre o outro banco, alcançando o seu próprio


cinto. - Vocês a ouviram, - ele exigiu mais alto. – Segurem tudo que está solto e
se prepararem para um impacto. - Ele virou a cabeça. - Eu vou te matar se você
me trair.

Ela encontro o olhar dele. Ela notou que ele se referia a si mesmo e não
aos cyborgs em geral. Ela avaliaria isto mais tarde também quando ela não
estivesse com medo e preocupada com as dezenas de coisas que poderiam dar
errado. - Eu não duvidei disso por um segundo, mas você é o único preocupado
com isso agora. Você pode confiar em mim. - Ela revirou os ombros e pegou os
controles. - Pronto?

- Devemos alertar a Vontage do impacto iminente.

- É muito arriscado. Os Modelos Markus iriam também pegar o sinal e


eles saberiam que estamos aqui. Isso iria estragar a surpresa do nossa
vantagem. Apenas me deixe fazer isso e fique quieto. Eu preciso me concentrar.

Ela se concentrou nas telas. Mais uma respiração profunda e ela apagou
tudo ao seu redor. Era agora ou nunca. Isso era uma loucura. Seus polegares
pressionaram para baixo os propulsores, ativando-os para uma combustão
plena, e ela desejou poder usar o computador de bordo para ajudá-la a calcular
a velocidade e impacto, mas sabia que não podia. Eles foram projetados para
evitar acidentes.

- Vocês modificarem os computadores da Dell?


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Nós os substituímos.

- Desligue-os. Eu preciso o controle manual total manual ou o


computador pode tentar tomar o controle para evitar uma colisão e eu não
quero que os modelos Markus tentem hacheá-lo quando nos visualizarem. Eles
vão tentar.

Ele tocou o seu lado do console com a palma da mão. - Concluído.

Estava crescendo a confiança e ela sabia disso. Ele tinha que confiar nela
e ela tinha que acreditar que ele realmente desligara o computador de
bordo. Ela descobriria em breve se ele desligara. Ela tentou calcular os ângulos
enquanto ela voava em direção a nave Genesis Quatro. Ela estava bem perto da
Vontage, o que era uma coisa boa. Ela esperava que Dell não tivesse a enchido
de porcarias quando contou suas histórias de trabalho, tentando impressioná-
la.

- Eu vou levantar o nariz da nave antes de atingi-los. Você,


provavelmente, vai achar que eu me enganei por tentar evitá-los nos últimos
segundos, mas eu quero bater na barriga deles primeiro.

- Você disse que deveríamos provocar um impacto lateral neles.

- Isso foi antes de eu saber que essa era a Bridden. O cara que projetou
isso, a preparou para tolerar uma chuva de asteroides. Você removeu as placas
da barriga desta coisa depois que vocês a pegaram?

Ele hesitou, a mão ainda no console, antes de balançar a cabeça. - Nós só


mudamos o computador para algo mais confiável.

- A melhor notícia que eu ouvi o dia inteiro. Dell era um bastardo louco
que me disse que tinha que pousar com força nos asteroides e deslizar de
barriga dentro de crateras. Os campos gravitacionais são muito instáveis em
asteroides para usar os propulsores para fazer um pouso suave, uma vez que
alguns deles são giratórios. Eles giram rápido demais para obter leituras
precisas. Às vezes, a gravidade é quase inexistente, dependendo do que eles são
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

feitos, e às vezes é quase esmagadora se é magnético. Este transporte pode levar


uma surra na parte inferior. Evacue-os, se você tiver homens no convés
inferior. Eu não quero que eles morram se o casco romper. Sele este nível,
apenas no caso, já que você está no controle dos sistemas.

Ele hesitou. - Feito. Ninguém está lá em baixo. Como você vai ter certeza
que a outra nave atinja onde você quer que na Vontage?

Ela respirou fundo outra vez, ajustando sua trajetória. - Você não quer
saber.

- Diga-me agora. - A voz dele se aprofundou.

- Eu estou supondo, Krell. Às vezes os caras e eu ficávamos entediados


em missões no espaço profundo, e usávamos o nosso ônibus para brincar em
torno dos detritos espaciais. Eu nunca bati em nada tão grande antes, então
agora é uma boa hora para cruzar os dedos. Uma nota, é um alvo muito grande
para acertar. Aquelas portas de ancoragem são projetadas para receberem
cargueiros menores. Vai ser quase como bater em uma porta de armazém muito
grande.

Ela podia sentir o olhar dele, mas não ousou olhar para ele não querendo
quebrar sua concentração. - Merda. Eles nos viram. Eles estão acelerando e
estão se voltando para nos atacar. Segure-se!

Cyan esqueceu Krell e os outros cyborgs que viajavam com ela. Ela usou
o instinto puro e a coordenação mão / olho para manter a Genesis Quatro no
alvo da Bridden. Ela tinha duas vantagens, ela imaginou. Uma, os modelos
Markus eram muito presunçosos na sua superioridade para usar o computador
de bordo para pilotar sua nave para tentar evitar a colisão, e dois, eles nunca
assumiriam que outro ônibus os atingiria com velocidade total.

Ela ergueu o nariz do ônibus no último momento e gritou: - Segure-se!

Dor atravessou seu corpo por causa do impacto. Os cintos cravaram sua
pele e a gravidade a bordo foi cortada por alguns segundos enquanto as luzes
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

piscavam. O impacto fez seus dentes doerem e os monitores foram cortados por
um segundo antes de tudo voltar online. O puxão da gravidade foi acentuado,
mas ela tomou o controle do ônibus novamente quando ela quase acertou a
Vontage também. Ela virou o ônibus.

O outro ônibus não foi fácil de visualizar no início, mas quando ela o fez,
sorriu. Suas mãos soltaram os propulsores para assistir a coisa se torcendo no
espaço. Ele rolava, parecendo estar fora de controle, e ela foi verificar a seção
danificada da Vontage. Ela conseguiu bater sua marca, foi um pouco mais para
fora do centro do que esperava, mas a Genesis tinha amassado a porta grande
ao invés do casco do hotel flutuante. Ela esperava que a porta não tivesse sido
danificada, causando uma violação interior, mas ela não viu qualquer sinal de
vazamento de ar para o espaço.

- Mantenha o computador off-line, - ela ordenou Krell. - Nós ainda


estamos na faixa de sermos hackeados.

Ele não respondeu e ela rasgou o seu olhar do monitor para vê-lo. Ele
observava-a severamente.

- O quê?

- Você fez isso.

Ele parecia atordoado e doeu um pouquinho. - Pode confiar em


mim. Estou começando a me sentir como um disco quebrado afirmando isso. -
Ela virou o nariz do ônibus espacial e olhou para baixo. - Eles estão girando fora
de controle. Esta é a única chance que nós podemos de atingir a barriga
deles. Eu vou atirar algumas vezes quando ela estiver exposta. Duvido que
consiga explodir a nave, mas quanto mais danos fizermos, mais tempo vamos
ter para tirar nossas bundas daqui. Tenho a sua permissão para disparar?

- Faça isso.

- Que bom. - Ela embicou para o ônibus que girava e parecia morto, mas
ela sabia que eles estavam, provavelmente, apenas experimentando problemas
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

de funcionamento. Os sistemas deles não estavam se recuperando tão rápido


quanto o da Bridden após o impacto. Dell tinha sido um abençoado em manter
a sua nave bem armada e sorriu quando disparou e atingiu o ônibus. Pequenos
pedaços dele se dispersaram quando ela atingiu o ônibus mais algumas
vezes. Ela esperava que pudesse destruí-lo, mas ela se contentou em danificar
os propulsores.

- Não está explodindo.

- Eu não achei que iria. É muito blindado, mas os propulsores estão


sofrendo danos.

- Continue atirando neles.

Ela hesitou e virou a cabeça para olha-lo novamente. - É como atirar em


um pedaço de rocha, Krell. Podemos desbastar a coisa, mas não temos todo o
dia para fazer isso. Receio que os outros três ônibus que roubaram sejam outros
Gênesis Quatro. Nós encararíamos probabilidades impossíveis contra três deles
e assim seria com a Vontage também. Precisamos sair daqui.

Ele agarrou o painel do scanner e suspirou. – Estou os contatando agora.

- Os Modelos Markus?

- A Vontage.

- Veja o que você diz.

- Eu sou inteligente.

Ela fechou a boca. Confiança tinha duas vias. Krell sabia que suas
comunicações seriam monitoradas. Ela olhou para o painel, preocupada que os
modelos Markus tentassem invadi-lo, mas manteve sua boca fechada. Os
cyborgs tinham sobrevivido a dois encontros com os modelos Markus e eles
tinham que estar fazendo alguma coisa para manter os cabeças de metais fora
de seus sistemas. Ela era boa em hackear, mas ela era o tipo de fazer
manualmente, como na antiga escola, e preferia um link na tela do monitor para

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

ver o que estava fazendo. Ela não podia simplesmente tocar e linkar em um
computador facilmente. Isto lhe dava uma dor de cabeça horrível. É claro que
ela não iria compartilhar essa informação. Isto a deixava em desvantagem.

- Eu pedi para eles nos seguirem. Eles recuperaram algumas funções. Seu
casco não foi violado e eles não atiraram em nós porque reconheceram a
Bridden. Solte os controles, Cyan. O piloto assumirá.

Ela hesitou antes de alcançar seu cinto. - Precisamos sair daqui, mudar de
rumo quando estivermos longe o suficiente do alcance para que eles não sejam
capazes de nos acompanhar e colocar distância entre nós. Precisamos continuar
mudando de curso para evitar que eles nos encontrem enquanto a outra nave
faz os reparos.

- Estamos cientes e temos um plano.

Ela hesitou. - Você se importaria de compartilhá-lo comigo?

Seus olhos azuis escuros se estreitaram. - Não.

Ela tirou o cinto, frustrada e irritada, e se levantou. Lágrimas escorreram


de seus olhos. Ele não confiava nela, independentemente de quantas vezes ela
lhe mostrasse que ela estava do seu lado. Ela evitou tocá-lo quando ele se
levantou, fez questão de colocar uma distância, e bramiu em direção ao seu
lugar original. O piloto passou por eles em seu caminho para o assento. Ela
evitou olhar para os outros cyborgs. Krell sentou muito perto ao lado dela e ela
fugiu para longe dele para se certificar que ele não a tocasse.

Ela sentiu a atenção dele, mas a ignorou quando ela olhou para suas
mãos descansando em seu colo. Ele sempre iria questionar tudo o que ela
fizesse. Ela precisava parar de esperar por qualquer outro resultado. Um
movimento chamou a atenção dela quando Gene ficou de pé com outro cyborg.

- Nós vamos lá para baixo. Um dano mínimo foi causado pelo impacto e
podemos repará-lo, - Gene anunciou.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela olhou para ele. - Como você sabe?

Ele encontrou o olhar dela. - Estamos controlando todos os sistemas no


ônibus para evitar de sermos hackeados. Nós fizemos isso desde que entramos
no alcance dos Modelos Markus. Cada um de nós está encarregado de certas
funções.

Ela desejava ter sabido disso. Ela quase atirou um olhar para Krell, mas
isso significaria ter que olhar para ele. Ele teria poupado algumas de suas
preocupações se ele tivesse lhe dito esta informação. Ela se perguntou se foi
assim que a tripulação da Vontage impediu que os Modelos Markus tomassem
o controle da sua nave. Provavelmente. Seus ombros cederam e ela fechou os
olhos, recostando-se contra o assento.

Mavo, provavelmente, estava seguro na outra nave, mas ela tinha sofrido
danos. Ela esperava que em algum momento Krell a informasse do estado de
saúde de seu amigo, desde que ela não estava prestes a lhe perguntar isso. Ele
tinha acabado de acusá-la de outra coisa desagradável. Doeu bastante e isto a
deixava louca.

- Você está bem? O impacto foi forte.

Oh, agora ele se importa como eu me sinto. - Estou bem, - ela murmurou.

- Você está tão quieta. Você está avaliando seus ferimentos?

Ela quase olhou para ele. Krell parecia preocupado, se o seu tom suave
de voz era qualquer indicação. - Não. Eu estou bem. Estou tentando esfriar meu
temperamento para que eu não pule em você, se você quer a verdade.

- Desculpe-me?

Os dentes dela se cerraram. - Você pode ser um verdadeiro idiota, Krell.


Deixe-me em paz. Você não tem acusações paranoicas para pensar para me
acusar a seguir? Isso deve mantê-lo ocupado.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela ficou feliz com o silêncio resultante. Seu ombro ainda formigava da
mordida dele e seu corpo se lembrava de seu toque. Ela estava um pouco
dolorida, da melhor forma, do sexo que tinham compartilhado. Sexo. Apenas
sexo. Lembre-se disso e não o deixe chegar em você.

Arrependimento era uma emoção que Krell começou a odiar, algo que
ele parecia sentir muitas vezes na presença de Cyan. Ele, obviamente, a irritara
quando tinha dado a ordem para ela retornar o controle para o piloto. Ela tinha
feito muito bem, suas habilidades de pilotagem eram melhores do que o macho
que estava atualmente no comando, mas tinha sido difícil para ele colocar as
vidas de seus homens nas mãos dela.

Ela tinha feito exatamente o que prometera fazer e tinha sido bem
sucedida. O plano parecia loucura, mas era brilhante. Ele admirava como sua
mente trabalhava. Isso também o deixou um pouco inquieto que o seu plano
extremo havia sido algo que ele nunca teria pensado. Os Modelos Markus
também não o consideraram e eles tinham sido, temporariamente, retirados de
comissão.

Orgulho também apertou seu peito enquanto ele a observava. Sua fêmea
possuía uma grande coragem, juntamente com inteligência. Ela balançava para
a violência – atingir a outra nave não era exatamente limpo ou suave, mas
eficaz. Ele estendeu a mão para ela, mas hesitou centímetros de seu braço. Os
olhos fechados dela e seu corpo tenso revelavam que ela ainda permanecia com
raiva, mas como o tempo sua respiração alterou e seu corpo relaxou.

Ele a tocou suavemente, puxando-a contra seu peito, e ela não se afastou
ou protesto. As bochechas dela pousaram em a sua camisa, seu hálito quente
passando através do material fino para sua pele, e o seu braço a envolveu pela
cintura para mantê-la no lugar. Ele se inclinou ligeiramente para trás, ajustando
seu corpo para ser mais acolhedor para aconchegá-la nele, para permitir que ela
dormisse. Os machos retornaram de baixo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Está tudo em ordem?

Gene deu um acentuado aceno de cabeça. - Danos mínimos foram feitos e


os reparos foram fáceis.

Os olhares dos outros machos foram registrados quando ele olhou para
eles. Gene balançou a cabeça.

- Ela é um paradoxo.

Krell manteve a voz baixa, não querendo perturbar o descanso dela. -


Expanda a sua definição.

- Ela parece totalmente humana, mas mesmo assim ela não é. Ela parece
inofensiva, mas ela é perigosa. Podemos querer confiar nela depois do que ela
acabou de fazer, mas não podemos. Ela é um paradoxo. Ímpar, única, mas
enganosa em sua embalagem.

A mandíbula dele se cerrou. - Entendido.

- É preciso lembrar que ela é traiçoeira. - Gene fez uma pausa. - Algumas
das coisas mais belas são as mais mortais. Não se esqueça disso. Você não tinha
autoridade para arriscar nossas vidas por confiá-las a ela.

A raiva tomou conta de Krell pela repreensão do outro cyborg. - Não se


esqueça que ela é minha mulher. Eu sou seu macho principal e, portanto, tomo
todas as decisões sobre ela. Eu sou o chefe desta missão, não você, e eu não
quero ouvir mais nada sobre este assunto.

Gene se inclinou para mais perto, estudando-o. - Você está engajado em


um contato físico com ela. Ela é da Terra, as fêmeas de lá usam o sexo há
séculos para convencer os homens a fazerem suas vontades. Você é muito
inteligente para ser facilmente enganado por seu corpo atraente.

- Você está muito interessado no corpo dela e com o que ela faz com ele, -
retrucou Krell, o seu temperamento esfriando. - Você não pode tê-la, Gene. A
resposta é não.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- É decisão é dela adicionar homens a uma unidade de família.

- Como você apontou, ela é única. O conselho a atribuiu para mim e eu


estou totalmente no comando de todas as decisões tomadas sobre este
assunto. Eu sou o único que você precisa pedir autorização, e eu prefiro matá-lo
a permitir que você participe de um contrato com Cyan depois de quase tê-la
machucado. – Ele fechou os olhos, segurou-a um pouco mais apertado, e
aceitou a possessividade que tomou conta dele. Ele podia não ter querido uma
mulher no início, mas ela era sua agora.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Dez

Um galo acordou Cyan, surpreendendo-a que ela tinha derivado para o


sono em primeiro lugar. Ela começou a se tornar ciente das coisas. Ela se
inclinou fortemente contra um corpo quente e grande, e um braço estava
firmemente fixado em torno de suas costas e da cintura para mantê-la no
lugar. Ela inalou, identificando o cheiro de Krell instantaneamente, e retirou a
cabeça do ombro dele para olhar para ele.

- Você dormiu. Acabamos de pousar.

- Pousar? Onde?

Ele hesitou.

- Não se preocupe. Esqueci que sou uma inimiga. - Ela se ajeitou para
fora do abraço dele e olhou ao redor do ônibus. Seus dois monitores cyborgs
estavam sentados nos assentos a sua frente observando-a atentamente,
provavelmente ainda desconfiados de que ela tentasse enviar sinais mentais
para criar algum tipo de problema. - Eu estou acordada agora. Não dormi
muito bem ontem à noite.

Os motores desligaram e o silêncio incomum era um pouco perturbador.


Ela tentou julgar quanto tempo ela dormira, mas não tinha ideia. A moleza
de seu corpo indicava que tinha sido um sono longo e profundo, e ela se sentiu
bem descansada. Uma atividade na frente chamou a sua atenção quando o
piloto deixou o seu lugar para caminhar em direção a eles. Fez uma pausa,
abordando Krell.

- Eles pousaram em segurança. Vou ajudar com os reparos.

- Nós vamos também.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O piloto verificou suas armas amarradas à sua coxa. - É perigoso lá fora.

- Entendido.

Krell se levantou e Cyan olhou para ele. - O que é perigoso? Você planeja
não me dar pistas de tudo?

Ele estendeu a mão para ela tomar. - Fique perto ao meu lado. Nós
pousamos em um planeta que outrora foi considerado como uma possível casa,
mas a nossa intenção mudou rapidamente. O ar é um pouco mais pesado do
que o que você está acostumada, mas o oxigênio é respirável. Os habitantes são
bárbaros e guerreiros. Nós, rapidamente, avaliamos que teríamos que lutar
contra eles muitas vezes e não queríamos ter que matá-los. Eles nos deixariam
sem escolha.

Medo apertou sua barriga. - De verdade?

Ele se curvou, segurou a mão dela e a puxou para seus pés. - Eu não faria
uma piada sobre isso. Fique ao meu lado e estará segura.

- Você vai me proteger, hein?

Ele olhou em seus olhos. - Sim.

- Eu não devo pegar uma arma?

- Você não vai precisar de uma.

- Ótimo, - ela murmurou baixinho. – Lidere o caminho, grande


guerreiro. Eu não posso esperar para ver como é o ar pesado e conferir um
mundo alienígena com habitantes guerreiros. Parece divertido. - Ela não tinha
certeza se ele notara o seu sarcasmo.

Os seis cyborgs convergiram para o andar inferior para abrir as portas de


acoplamento. No segundo que a selo foi quebrado, um assobio estranho soou
através do espaço e ar quente foi empurrado para dentro da nave. Cyan

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

respirou e quase se engasgou. Seus pulmões doerem instantaneamente e ela


cambaleou, mas Krell a agarrou pela cintura para firmá-la.

- Calma. Basta tomar algumas respirações superficiais. - As feições dele


tinham empalidecido. - Você vai se ajustar dentro de algumas respirações.

Ela forçou mais ar em seus pulmões. Eles lutaram um pouco e ela


percebeu por que ele tinha chamado este ar de pesado. Não era agradável, mas
ela conseguiu respirar. Seu corpo se ajustou.

- Eu estou bem agora. - A voz dela soou um pouco estranha para ela.

- Você está bem? – Ele lhe deu um olhar preocupado.

- Sou eu ou eu soo meio estranha?

- Seu tom se aprofundou. É o planeta. Nós já o visitamos algumas vezes


desde a nossa descoberta inicial. Torna-se mais fácil se ajustar com o
tempo. Você também vai notar que o seu corpo vai se sentir um pouco
estranho. A gravidade não é tão consistente como na Terra. É um pouco mais
leve.

- Ótimo.

A primeira visão de fora foi atordoante para ela. O céu era de uma cor
brilhante de limão e tudo ao seu redor era em tons de laranja, marrom ou verde
escuro. A vegetação cercava a área em moitas pesadas, mas ela circundava uma
área plana e muito seca de um tom de terra bem marrom. A sensação disto sob
suas botas não era agradável também. Era um pouco escorregadio, quase
semelhante ao vidro, e ela não protestou quando Krell a manteve firme,
segurando em sua cintura.

Eles contornaram o ônibus e o queixo dela caiu aberto. A Vontage era


enorme e tinha posado na superfície do planeta. As grandes portas do ventre da
nave estavam abertas criando uma rampa de acesso para o chão, e quando se
aproximaram, ela viu dezenas de cyborgs vestindo uniformes pretos emergindo

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

dela. Eles estavam fortemente armados. Eles tomaram posições em torno das
rampas, a atenção centrada na vegetação ao redor da enorme área plana e
estéril. Uma segunda leva de cyborgs desceu as rampas transportando caixas
de grandes dimensões.

- Todo esse poder de fogo é necessário? - Cyan odiou a preocupação que


a devorou de repente.

Krell continuou a avançar. - Sim.

Ela lançou um olhar nervoso na direção das árvores feias, não vendo
muito, desde que elas eram muito densas. - O que está lá fora?

Ele hesitou. – Grandes e furiosos moradores que devem ter visto a gente
descer. Nós vamos trabalhar rapidamente na Vontage para obter o seu
funcionamento pleno. Nós poderíamos ter feito os reparos em trânsito, mas isto
teria retardado o trabalho. Assim é mais rápido. Os trajes espaciais nos fazem
mais lentos se tivéssemos de fazer os reparos em trânsito.

- Essa grande nave vai decolar da superfície de novo? - Ela estudou a


nave enorme, um hotel com propulsores, e duvidou disso. - Você sabe que a
Terra tem portos espaciais para os reparos, certo?

- Nós não temos acesso a uma para consertá-lo e tivemos que pousar
antes. Ele vai lidar com isso.

Ela olhou para baixo. - E porque esta área é estéril? Parece que o chão foi
uma vez cozido. É semelhante ao vidro.

Ele parou de andar e apontou. Ela virou a cabeça para seguir onde seu
dedo indicava para trás do ônibus e sua boca abriu novamente. - Oh merda. É
um vulcão? Está saindo fumaça.

- É ativo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela olhou para o material duro debaixo dos seus pés, de repente fazendo
sentido, e o medo a atingiu. - Você está louco? E se explode? Estamos quase em
baixo daquela montanha infernal.

- É a única área com um campo aberto significativo para pousar ambas as


naves. A maioria dos habitantes fica longe desta área e demora para chegar até
aqui. Precisamos de tempo para fazer reparos.

- Vocês são realmente loucos.

Ele a puxou. - É por isso que escolhemos essa localização. Não é uma
escolha racional, e nós estamos esperando que os modelos Markus
desconsiderem a probabilidade de procurar neste planeta por nós. Precisamos
consertar os propulsores da Vontage. Eles não são capazes da combustão
completa. Estimamos que os reparos devem demorar menos de uma hora com a
mão de obra que estamos usando.

Ela arrastou um pouco os pés, retardando-o. - Acho que devemos ficar


dentro da Bridden, caso seja necessário uma decolagem rápida. - Seu olhar
correu para o vulcão fumegante. - Essa coisa poderia entrar em erupção. Parece
que ele quer.

Ele parou. - Eu não tenho tempo para isso.

- Ótimo. - Ela engoliu outro protesto. - Vamos acabar com isso. O que
estamos fazendo aqui fora? Animar a torcida ou você vai permitir que eu
trabalhe com eles?

- O quê?

- Você sabe, nós vamos ficar lá verbalmente os encorajando a trabalhar


mais rápido enquanto eles fazem os reparos, ou vamos ajudá-los?

- Nós vamos ajudar.

- Legal. Isto vai ser uma zona, não é?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele lhe atirou outra carranca. – Seu uso do idioma Inglês é


preocupante. Você esqueceu como falar ele?

- Você se esqueceu que eu, às vezes, quero encher o seu saco? Lide com
isso, Krell.

- O que isso significa?

- Oh infernos, - ela murmurou. - Você viveu na Terra. Encher o saco é


atazanar quem te incomoda muito.

Os olhos dele se estreitaram. - Legal.

Ela teve que rir. Ele virou a cabeça e os levou em direção a um grupo de
homens com grandes caixas. Eles as abriram e estavam removendo ferramentas
de dentro. Um deles parecia estar no comando, pois dava ordens.

- Trabalhem em equipes de seis. - Ele apontou. – Iniciem no propulsor


quatro.

Os homens pegaram as ferramentas e moveram-se rapidamente para


longe. Krell aproximou-se do cyborg alto de cabelos negros. - Deviant, quanto
tempo você acredita que isso vai levar?

As sobrancelhas de Cyan se ergueram quando ela estudou o cyborg que


se voltou para encará-los. Ele tinha dois metros de altura, um cara musculoso
com pele escura. Seus olhos eram de uma cor de um surpreendente azul
brilhante, quase neon, e deixavam sua pele de carvão e cabelos negros na altura
dos ombros mais drásticos em comparação. Ela se perguntou se era por isso
que ele tinha sido marcado com este nome estranho. Ele, com certeza, não se
assemelhava a maioria dos cyborgs que ela já tinha visto.

- Nós devemos concluir dentro de uma hora. Já avaliamos exatamente o


que está errado com eles, a maneira mais rápida de repará-los, e os meus
homens são excelentes no que fazem. – O olhar dele se focou nela e ele inclinou

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

a cabeça durante o seu exame minucioso. - Um ser humano do sexo


feminino? Estranho.

- Ela não é humana. - Krell não explicou melhor. - O seu pai está
também?

- Ele vai chegar em breve. Ele não foi ferido durante os ataques. Ficamos
felizes por você ter chegado naquele momento. Suas táticas foram
surpreendentes, mas muito eficazes.

Krell hesitou. - Não era meu plano. Era dela. Ela está familiarizada com
os Modelos Markus e com o ônibus que atacou vocês.

Deviant continuou a estudá-la. - Estou confuso. Quem é ela e como ela


sabe tanto sobre os androides? Ela parece humana.

- Eu sou da Terra, - Cyan falou rapidamente antes de Krell. Ela estendeu


a mão. - Sou Cyan Eous e eu sou tipo humana, mas com extras. Meu corpo foi
construído para mim. É bom conhecê-lo, Deviant.

Ele olhou para a mão estendida e foi para pegá-la, mas Krell rosnou. -
Não toque nela.

A mão do outro cyborg congelou no ar quando sua atenção se voltou


para Krell. - Ela é a sua? Eu tinha ouvido que a propriedade de seres humanos
foi recentemente proibida.

- Foi e como foi estabelecido que ela não é humana, o conselho ordenou
que ela fosse a minha mulher, - Krell murmurou. - Eu sou seu macho
principal. Você não tem trabalho a fazer?

- Claro. - A mão dele caiu para o lado, mas ele deu um olhar que varria
Cyan. - Ela é atraente. Parabéns. Meu pai vai ficar feliz em ouvir isso. – Ele se
virou e deu dois passos antes de parar, virou-se e olhou para Krell. - Eu estou
supondo que ela recentemente foi introduzida em nossa sociedade e se você
está aceitando candidatos, gostaria de ser considerado. Muitas fêmeas cyborg se

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

recusaram a me considerar por causa da minha cor estranha. Ela, obviamente,


não tem problemas em aceitar homens no nosso estado.

Foi a vez de Cyan ficar confusa quando ela assistiu o outro cara abordar
a sua equipe para lhes dar ordens. Ela olhou para Krell e não podia perder a sua
raiva. Ele olhou para ela abertamente, não escondendo isso.

- Você é um problema.

- Eu nem mesmo sei sobre o que foi isso.

- Ele queria que eu o considerasse como um macho potencial para se


juntar em uma unidade de família com você. Você não é humana, o que implica
que você vai acabar com mais de um macho.

Ela balançou a cabeça, perplexa. - Ele nem me conhece.

- Você é mulher, bonita, e está comigo. - Ele quase grunhiu as palavras. -


É um pressuposto de que você vai procurar outros machos rapidamente. - Um
flash de dor se mostrou em seus olhos.

- Ele o insultou, não foi? O que há com cyborgs? Não há uma coisa
errada com vocês?

- Não era como um insulto. Ele se preocupa comigo. Temos uma relação
estreita por causa do seu pai. Ele apenas acredita que você pode aceitá-lo, desde
que você não se importa com as minhas cicatrizes e com o meu status de
indesejável com as fêmeas cyborgs. Também é uma suposição razoável de que
você não gostaria de passar muito tempo em torno de mim. Mulheres dividem
seu tempo entre os homens em sua unidade de família. Algumas fêmeas vão
passar dias, semanas ou meses com um macho antes de viver com o
outro. Depende de quantos homens estão incluídos e onde os seus empregos os
enviam.

Cyan fez uma careta. - Ui. Ewww.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não há nada repulsivo nisso. - O olhar dele se estreitou. - Estou


assumindo a partir de suas palavras únicas que você acha isso desagradável.

- Corretíssimo. De onde eu venho os caras matam uns aos outros se eles


têm que compartilhar uma mulher ... na maioria dos casos.

- As fêmeas são limitadas. Menos modelos foram criados e sobreviveram


tempo suficiente para escaparem quando fugimos da Terra. Foi considerado
mais aceitável compartilhar uma mulher do que uma grande população de
homens lutar para ganhar a atenção da minoria. Lutas eclodiram no início, e
nossa natureza competitiva não era benéfica para a nossa sobrevivência. Já
tínhamos bastante inimigos tentando nos matar sem lutarmos até a morte uns
com os outros para impressionar as fêmeas com a nossa habilidade de luta.

- Eu entendo. – Ela lembrava muito bem por que mais homens cyborgs
tinham sido criados. O primeiro lote de fêmeas cyborgs tinha sido abusada e
morta pelos seres humanos. Os idiotas tinham pensado que criaram grandes
brinquedos sexuais, as mulheres tentaram se defender de serem estupradas, e
foram mortas pelos homens em suposta legítima defesa. Foi uma desculpa
frouxa, e isto tinha devastado o seu criador e a equipe dele, e a produção das
fêmeas tinha sido limitada a empregos com ambientes seguros onde elas
pudessem ser cuidadosamente monitorizadas contra o abuso sexual. - Eu ouvi
as histórias de horror. - Lágrimas encheram os olhos dela, mas ela as segurou. -
Quando as mulheres tentaram se defender foram consideradas instáveis,
modelos falhos e foram abatidas.

Raiva apertou a boca dele. - Sim. Elas foram. Os seres humanos são
assassinos brutais.

- Eu não sou.

Um pouco da raiva dele desapareceu. - Os machos humanos.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Obrigada pela emenda. Eu aprecio isso. - Ela hesitou. - Eu ainda não


concordo com as suas unidades de família. Sua civilização forçou as mulheres a
continuarem a tomar amantes que não querem. Isto é errado.

- Nenhuma mulher é forçada, Cyan. Elas escolhem os machos com quem


desejam estar. Você foi a exceção, por causa o seu status de incerta e sua
situação única.

- Eu não vou casar com ninguém e eu não me importo com o que o seu
conselho decida. Eu escolho com quem eu durmo e só vou estar com um
cara. Eu não gosto de sexo em grupo ou múltiplos parceiros. Eu costumo ficar
sozinha de cinco ou dez anos entre os amantes e isso é apenas por necessidade
de evitar que eles descubram o que sou. Abrir-se para alguém dói quando você
sabe que você vai ter que deixá-lo no futuro.

O olhar dele correu para longe dela antes de olhar para ela novamente. -
Você não seria forçada a aceitar mais de um macho se você fosse humana. Você
seria convidada a ter um filho para cumprir a obrigação de seu macho para
substituir a vida dele no futuro da nossa sociedade, se ele ainda não
tivesse. Alguns procriadores ativos, que doaram para seus pactos, foram
dispensados dessa obrigação, devido ao uso excessivo de seu DNA. Você não é
humana e para o conselho você vai ter que tomar pelo menos dois homens, de
preferência três, e produzir uma criança para si mesmo, assim como para cada
macho. É para garantir a nossa sobrevivência.

- Isso não vai acontecer. - Ela balançou a cabeça. - Nunca. Seu conselho
pode beijar minha bunda se eles acham que eu vou apenas permitir que os
homens passem ao meu redor até que eu encontre um que tenha necessidade de
bebês.

Ele engoliu em seco e a soltou. - É a lei, Cyan.

- É uma asneira, Krell.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu concordo. - Ele tomou uma respiração profunda. - Eu gostaria de


poder protegê-la do futuro. Tudo o que posso fazer é manter os homens
atualmente longe de você e arrastá-los para fora enquanto o conselho permite
isso.

- O que significa isso?

A longa pausa a preocupou quando ele parecia achar o chão, o céu,


qualquer lugar mais interessante do que olhar para ela.

- Krell?

Ele encontrou o olhar dela. - Eu venho tentando encontrar o momento


perfeito para informá-la sobre o que o conselho fez em relação a você. Este não
é o cenário ideal, mas já que estamos na discussão. Deram-lhe ... .

- Krell? É você! - Uma voz profunda cresceu.

Krell girou afastado-se e Cyan olhou ao seu redor. A visão que a saudou
do cyborg que avançava rapidamente ostentando um uniforme preto quase a
fez cair de joelhos. Ela só permaneceu de pé bloqueando as pernas juntas.

Mavo não tinha mudado nada nos anos desde que ela o tinha visto pela
última vez. Nem um pouco. Ele abriu um largo sorriso, mostrando os dentes
brancos, e felicidade brilhou nos seus olhos verdes dele quando ele chegou até
Krell. Ele abraçou o cyborg, afagou-lhe os ombros antes de tomar alguns passos
para trás.

- É tão bom ver você, meu amigo. Eu não estava ciente que estavam na
Bridden. Foi o seu plano usar a Vontage para danificar a nave que nos atacava?
Funcionou bem.

Cyan não conseguiu respirar no início, mas conseguiu um suspiro de ar


para seus pulmões congelados. Ela se adiantou, sua atenção apenas em seu
amigo, querido e amado, e sabia por que ela tinha se apaixonado por ele
quando era jovem. Ele era tão lindo como ela se lembrava, tão bonito, e seus

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

olhos eram simplesmente lindos. Memórias do passado a atingiram com força e,


quando ele se virou para estudá-la, suas sobrancelhas se levantaram.

- Quem é a humana?

Ela pulou, incapaz de impedir que isso acontecesse, e o agarrou ao redor


da cintura em um abraço. O corpo inteiro dele ficou rígido em seu abraço
apertado, choque parecia mantê-lo imóvel, mas ele não tomou isso como um
ataque, desde que ele não a empurrou para longe dele.

- Um, Krell? Porque esta mulher está presa a mim? É bom ver alguém
que é, obviamente, amigável com os cyborgs, mas, por favor, explique.

- Cyan, - rosnou Krell. – Solte-o e se afaste agora.

Ela balançou a cabeça contra o peito de Mavo. Ele não sabia quem ela
era, mas ela sempre quis abraçá-lo desta forma, verdadeiramente segurá-lo
apenas mais uma vez, e ela não iria soltá-lo sem uma briga. Os braços dela o
apertaram mais e ela inalou. Ele cheirava bem, mas não mais o cheiro do
sabonete que ela costumava comprar para ele. Lágrimas encheram os olhos dela
e se infiltraram entre os cílios. Ele havia sobrevivido e eles estavam juntos
novamente. Ela fungou.

- O que está acontecendo? - Mavo gentilmente tocou as costas dela,


dando-lhe um tapinha suave, numa tentativa de, talvez, confortá-la. - O que
você fez com ela? Ela está com medo?

- Cyan, - Krell soou mais perto em sua volta. – Solte-o neste instante. Isso
é uma ordem direta.

Ela fungou de novo e sabia que não podia agarrar Mavo para sempre.
As próximas palavras de Krell a fizeram mais do que ciente desse fato.

- Eu não quero causar danos a você, puxando-a para longe dele, mas vou
retirá-la. Solte-o!

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Os olhos dela se abriram e seus braços se afrouxaram quando ela ergueu


o queixo apara olhar para seu querido amigo. Mavo olhou para ela e ambas as
suas sobrancelhas estavam arqueadas em uma perplexidade óbvia. Era tão bom
vê-lo que ela nem sequer se importou que ele não tinha ideia de quem ela
era. Ela teve uma ideia.

- Feche os olhos, Mavo. Por favor?

Ele olhou para Krell. - Quem é ela e por que ela sabe o meu nome? O que
você disse a ela sobre mim?

- Cyan, retorne ao meu lado agora. - Krell soava furioso.

- Por favor, Mavo? Apenas feche seus olhos.

Ele hesitou antes de encolher os ombros. Os olhos dele se fecharam e


Cyan ergueu as mãos. Ela enganchou a mão e hesitou antes de tocar o rosto dele
perto de sua orelha. Ela deslizou a mão lentamente pelo peito dele em uma
suave carícia até seu queixo, traçou-o sob o lábio, antes de usar seus dedos
dobrados para esfregar sua mandíbula. Ela tinha feito isso com ele mil vezes, a
única maneira que ela podia tocá-lo, e esperava que isso fosse lhe dizer quem
ela era.

Os olhos dele se abriram, arregalaram de choque, e ele sacudiu seu


queixo para baixo. Uma mão agarrou o pulso dela para puxar a mão para longe
de sua pele onde ele a manteve a centímetros de seu rosto. Ele olhou
profundamente nos olhos dela e ela olhou de volta. Conheça-me, ela pediu em
silêncio. Lembre-se de mim.

- Cyan - Krell agarrou os quadris dela, puxando-a delicadamente. - Solte


ela, Mavo. Não a machuque.

- Você parece exatamente o mesmo, - ela sussurrou. - Você não mudou


nada, mas você costumava cheirar melhor. Acho que você ficou sem o sabonete.

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O corpo dele se aproximou um pouco mais dela e um braço enganchou


em sua cintura com firmeza, arrastando-a para mais perto dele e saindo do
aperto de Krell. Mavo se inclinou mais perto ainda, olhando mais fundo em
seus olhos.

- Não pode ser.

Lágrimas quentes traçaram as bochechas dela e ela não se preocupou em


tentar enxugá-las. - Você conhecia o seu criador. O que ele não poderia
consertar, ele substituía por um design melhor. Pense em um corpo de um robô
sexual, apenas mais curto, mas com uma pessoa real dentro. - Sua voz quebrou
e ela fungou. - Estou tão feliz que você conseguiu. Olhe para você.

Ele esfregou a mão dela contra o seu rosto e ela o acariciou com a
palma. - É você? Você é Emily Pleva?

Dor se lançou através de seu cérebro como se um ferro quente tivesse


perfurado seu crânio. O corpo dela tremeu e ela quase perdeu a consciência da
agonia. Convulsões a sacudiram violentamente e ela mal teve consciência do
choque de Mavo e de Krell gritando. Braços se estenderam para ela, levantando
seus pés do chão e a embalando contra um corpo firme.

- Ela tem disparadores dentro de seu cérebro a partir de implantes, -


Krell assobiou. - Tragam um médico! - Ele gritou.

- O que está acontecendo? - Mavo rosnou as palavras. - É Emily, não


é? Por que ninguém me disse que ela estava viva? Que ela tinha nos
encontrado?

Mais dor atravessou seu cérebro arrancando um grito de seus lábios, e


ela lutou para ficar consciente.

- Não pronuncie esse nome, - Krell rugiu. - Está a fazendo piorar.

As convulsões passaram, mas ela não conseguia abrir os olhos. Seu


corpo ficou lívido e sem resposta. Os braços que a seguravam afrouxaram um

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

pouco seu domínio quase esmagador e ela sabia que eles estavam se
movendo. Mavo, provavelmente, ainda a tinha, obviamente, andando com ela,
mas ela não tinha ideia de onde se dirigiam.

- Eu quero uma explicação imediatamente, - exigiu Mavo perto de sua


orelha, verificando que ele a carregava.

- Não tínhamos certeza se ela era a humana em questão ou não. - Krell


os seguia de perto, parecendo estar se movendo ao seu lado. - Seu corpo não é
mais humano. Ela não é uma cyborg, mas ela é próxima ou com um design
atualizado. Nós estávamos preocupados que ela fosse uma espiã enviada da
Terra para nos rastrear com as informações desta humana para usá-las para
ganhar a nossa confiança. Nós não queríamos notificá-lo até que estivéssemos
certos de quem ou o que ela era por causa de sua associação emocional com ela.

- Por que ela está doente?

- Ela tem implantes dentro de sua cabeça e ela afirmou que ela foi
condicionada a esconder sua identidade real. Ouvir ou dizer aquele nome causa
dor e, obviamente, violentos sintomas físicos. - Krell falou rapidamente. - Dê a
ela para mim agora.

- Vá para o inferno, - Mavo assobiou. - Alguém deveria ter me dito. É


ela. Eu sei disso. Você sabe quem era o pai dele? Ele ...

- Não diga isso, - exigiu Krell. - Você pode derruba-la novamente.


Estamos cientes de quem ela declarou ser seu pai. Nosso criador.

- Ele poderia fazer isso. É ela. É a minha E_ - Ele parou. - É ela. Como ela
se chama agora?

- Cyan1.

Mavo parou e riu. - É claro. É sua sombra favorita de azul.

- O quê?
1
Cyan significa turquesa em português.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Ela queria que seu escritório fosse pintado, - disse Mavo quando ele
continuou a andar. - Debatemos uma eternidade sobre as cores e foi essa que ela
escolheu. Foi uma piada entre nós. É ela, Krell. Ela está viva!

- Pare, - Krell exigiu. - Você não vai levá-la a bordo da Vontage.

- Eu não vou deixar ela ir.

Aconteceu alguma coisa rude, sacudindo Mavo com força para parar, e
mãos agarraram Cyan. - Ela é minha, Mavo. Você não pode tê-la. Você tem uma
mulher.

- Ela é uma filha para mim. Eu não estou levando-a comigo para me
envolver sexualmente, - Mavo engasgou.

- Ela é minha mulher, - rosnou Krell. - Eu sou seu macho principal e o


único em sua unidade de família. Liberte-a para mim neste instante ou vamos
lutar até a morte.

Os braços que a seguravam cederam e seu corpo foi arrancado de


Mavo. O corpo rígido que a agarrou no berço de seus braços era familiar,
quando Krell a arrebatou violentamente e virou-se, batendo com força no chão
enquanto se movia.

- Traga-a de volta! - Mavo veio atrás deles.

- Afaste-se, - raspou Krell. - Ela é minha e eu não a estou dando, nem


mesmo para você. Leve isso para o conselho se você tiver uma reclamação, mas
até este momento, fique longe dela! Ela é minha mulher.

- Krell!

Ele se moveu mais rápido, quase correndo com ela, empurrando o seu
corpo em seus braços e Cyan lutou para recuperar o controle de qualquer parte
do seu corpo. Seus olhos não podiam se abrir, seus membros estavam flácidos e,
enquanto ela estava ciente de tudo, ela não podia fazer nada sobre isso.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Mavo estava vivo, ela o segurou, e ela tinha acabado de saber que Krell e
ela se juntaram em uma unidade de família, segundo ele. Ela era sua mulher,
ele era seu macho-principal que, obviamente, significava marido e o choque
dessa informação quase a fez desmaiar. Quando ele ia me dizer? Aquele filho
da puta!

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Onze

- Beba isto, - Krell ordenou, empurrando o copo quente para mais perto
dos lábios dela.

Cyan olhou para ele. Ele a havia levado para o quarto antigo de Dell, ela
assumiu, já que ela nunca se aventurara por lá em suas visitas pelo ônibus
quando o mercenário a possuía. Era um bom camarote a bordo da Bridden,
provavelmente o único quarto privado no ônibus de pequeno porte, e enquanto
ele era compacto, a cama era uma king size.

- Por favor, beba? - Ele se sentou na beirada do colchão macio com um


olhar triste para ela.

- Quando você ia me dizer que nos casamos?

Ele se encolheu. - Você estava consciente após o episódio? Você ouviu o


que foi dito entre Mavo e eu?

- Não. Eu sou uma leitora de mentes e adivinhei. - Ela puxou uma


respiração. - Isso é sarcasmo. Como você pode não me dizer? Como? E por que
você ameaçou matar Mavo? Ele não ia me levar embora e me segurou enquanto
eu estava desacordada.

Raiva tensionou a boca dele. - Ele a estava levando a bordo da Vontage e


planejava mantê-la longe de mim.

- Isso não soa como um mau plano neste momento, seu mentiroso
idiota! Você me acusou de ser desonesta, mas você leva o bolo.

- Bolo? - Ele colocou o copo sobre a pequena mesa na lateral da cama. -


Você poderia, por favor, falar Inglês?

- Tudo bem. Você é um cretino, Krell. Você permitiu que o conselho nos
casasse, nem sequer me disse, e me trata como se eu fosse alguma espiã

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

perniciosa que quer destruir os cyborgs. Essa é uma maneira de merda para
tratar a sua própria esposa. - Ela tomou outra respiração profunda. - Como
podemos obter um divórcio? É melhor você esconder todas as coisas afiadas se
você disser que não há tal coisa. Eu vou me tornar uma viúva, se isso for
preciso.

- Calma.

- Vá para o inferno.

Ele a observou, franzindo a testa. - Cyan, não foi ideia minha. Eu não fui
aquele que iniciou uma atividade sexual entre nós.

- Você disse que nós poderíamos tê-la e não sermos casados. Você
mentiu!

- Nós já estávamos unidos em uma unidade de família. Você me foi


atribuída pelo conselho quando te libertaram do Centro Médico. – Ele fez uma
pausa. – Culpe o Conselheiro Zorus. Ele temia que você fosse atribuída a outros
machos que forçariam a questão. Eu nunca faria isso. Nós dois somos amigos
de Mavo, e nós quisemos protegê-la, no caso de você realmente ser a humana
que ele se importava tão profundamente quando partiu da Terra. - Ele parou de
novo. - Você está segura em meu cuidado. Eu já te forcei a sofrer o meu toque
indesejado? Eu permiti que outros machos entrassem em uma unidade de
família a com a gente? Não.

Ela olhou para suas mãos apertadas juntas no colo, onde estava
encostada na cabeceira da cama. Ela nem sabia o que dizer. Ela se sentia traída e
com raiva. Tinha sido ela quem tinha ido atrás de Krell, isso ela não poderia
negar, mas ele devia ter lhe dito que eles eram casados. Era apenas rude, para
não mencionar esse detalhe. Ela bufou interiormente. Eufemismo! Dor veio em
seguida. Doeu que ele tinha mentido, tinha mantido algo tão significativo
escondido dela, e ele, obviamente, não estava emocionado, desde que ele tentou
resistir a seus avanços.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Cyan? - A voz rouca dele tinha se reduzido a um sussurro. - Olhe para


mim.

Ela ergueu o olhar. - O quê?

- Estou preocupado com você. Você está bem? Como você se sente? Um
médico pode examiná-la?

- Eu estou bem.

- Você teve uma convulsão e perdeu a consciência.

- Eu não estava totalmente desmaiada, mas meu corpo desligou. Eu acho


que ser diretamente confrontada e ouvir os nomes de pessoas do meu passado
causaram essa reação. Nomes causam reações graves. Eu curo rápido e eu tenho
certeza que nenhum dano permanente foi feito. Eu nem sequer tenho uma dor
de cabeça.

- Quer que um médico a examine?

- Não.

Frustração atravessou o rosto dele. - Eu ainda estou preocupado. Você


me assustou.

- Eu provavelmente me importaria se você não fosse um babaca. - A


preocupação dele realmente importava, mas ela não ia admitir isto para ele. -
Estou muito bem. Posso ver Mavo agora?

- Não. - Os dedos dele enrolaram os seus punhos. - Você não pertence a


ele. Ele tem uma mulher em sua unidade de família.

- Ele é meu amigo. Eu quero falar com ele, não foder ele.

- O quê?

- Não se preocupe. É um termo de sexo explícito. Eu só quero falar com


meu amigo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não. Estamos quase terminando com os reparos e vamos deixar a


superfície do planeta. Você pode vê-lo assim que chegarmos a Garden. Vou
deixar com que ele a visite em nossa casa.

Isso atiçou a raiva dela. - Você vai deixá-lo? Realmente? É assim que você
acha que vai funcionar? Que você tem uma palavra a dizer sobre quem eu vejo
e quem são meus amigos? Você nunca me respondeu sobre o divórcio. Como
posso obter um?

- Eu não quis dizer isso dessa maneira. Você está provocando para
começar uma discussão.

- Você está certo. Eu estou louca!

- Eu entendo. - As mãos dele se abriram e ele tentou alcança-la, fez uma


pausa, mas as deixou cair sobre a cama a polegadas da perna dela. Seu olhar
segurou o dela. - Você não quer se separar de mim, Cyan. Eles vão te atribuir a
outro macho se você protestar a nossa união. O conselho não vai permitir que
você viva sem alguém para protegê-la e ser seu macho principal. Eu não vou
prejudicá-la e eu nunca vou forçá-la a fazer qualquer coisa que você não deseje.
Me desculpe, eu não lhe disse que isto tinha sido feito, mas eu estava
esperançoso de que a situação fosse resolvida antes que você tivesse que ser
informada.Quis evitar incomodá-la desta maneira.

- O que significa isso?

- É possível que você possa ser considerada humana, se você realmente é


quem diz ser antes de receber esse corpo. Isso significa que você seria a mulher
que ajudou na fuga dos cyborgs da Terra e a você seriam dadas concessões
especiais.

- Agora é sua vez de falar Inglês.

- Você seria considerada humana, independentemente da origem do seu


corpo, se eu pudesse provar que você era a filha de nosso criador. As leis
Cyborgs não se aplicariam a você e você não seria obrigada a tomar mais de um
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

macho em uma unidade de família. Os seres humanos estão isentos dessa lei,
desde que eles forneçam uma criança para o macho de sua escolha. No meu
caso, eu sou indesejável e nenhuma criança é exigida de mim. Eu não sou parte
de um pacto de procriação e a minha obrigação já foi cumprida por Mavo. Ele
teve um filho, deu-lhe o meu nome, e ele está registrado como a minha
contribuição para o nosso futuro.

Ela introjetou essa informação - Ele teve um filho por você para cobrir a
sua obrigação?

- Sim.

- E você ameaçou matá-lo. Legal.

Ele se encolheu. - Eu estava agitado. Ele estava levando você para longe
de mim. Eu vou pedir desculpas mais tarde.

Um pensamento surgiu na sua cabeça. - Por que você se importa


tanto? Você devia ter ficado feliz em ter alguém que quer me levar para longe
de suas mãos.

Ele olhou para longe para estudar a parede.

- Krell?

- Eu preciso ver como as coisas estão progredindo. Descanse, Cyan.


Deite-se e, por favor, beba o chá curativo. Você teve um trauma. Fique parada.
- Ele se levantou rapidamente, virou-se e caminhou até a porta. - Vou voltar em
breve.

Ele fugiu e ela se sentou em um silêncio atordoado por alguns minutos.


Ele se recusara a responder a ela e isto a fez imaginar o porquê. Ele estava
ficando apegado a ela? Talvez ele ficou com ciúmes quando Mavo tentou levá-
la? Ele sentia-se possessivo? Isto abriu todos os tipos de possibilidades, a
maioria delas significava que ele se importava mais do que seu exterior rude
mostrava.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela cuidadosamente se levantou, testou as pernas para ter certeza de que


funcionavam e tomou algumas respirações profundas. Ela revirou os ombros,
empurrou a trança para fora do caminho e encontrou suas botas no chão onde
Krell as tinha colocado quando ele a colocou sobre a cama. Ela se sentou e as
colocou no pé novamente. Ele iria ter um choque violento se ele acreditava que
ela humildemente seguiria suas ordens só porque eles eram casados.

Os olhos dela se fecharam, pois esta informação ainda a atordoava.


Estou casada com um cyborg sombrio. Ela conferiu as suas roupas, tendo
certeza que estava alinhada e se aproximou da porta. Esta abriu e ela ficou feliz
por eles não terem tentado prendê-la lá dentro. Ela estava no andar inferior do
ônibus, perto das portas de carga que levavam para fora, e ela se virou naquela
direção. Algo lhe chamou a atenção quando ela entrou. No outro lado da sala,
perto da porta aberta, suas armas tinham sido cuidadosamente armazenadas na
parede. Ela sorriu.

Krell a tinha distraído na primeira vez que ela deixara o ônibus com ele e
ela tinha perdido de vê-las. Ela rapidamente colocou o cinto e verificou suas
armas antes de devolvê-las ao coldre na frente de suas coxas. Isso a fez se sentir
mais como ela mesma, com suas armas no lugar. Ela poderia levar um tiro
quando os cyborgs dessem uma olhada para elas, mas ela não se importava. O
planeta tinha habitantes guerreiros e pela quantidade de homens ostentando
armas pesadas, a ameaça não era apenas uma besteira que Krell tinha composto
para mantê-la por perto.

O guarda no final da rampa virou a cabeça e o controle sobre seu rifle se


apertou quando ele a encarou.

- Abaixe isso, - ela ordenou com um sorriso. - Eu sou a esposa do


Krell. Ele ia ficar chateado se você atirasse em mim. Você conhece o meu
marido e sei que ele não é alguém que você quer mexer.

O cyborg franziu a testa em resposta, mas ele não apontou a arma para
ela. Isto foi bom o suficiente. Ela pensou que poderia muito bem usar seu status

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

para fazer o que ela queria. Krell, obviamente, não tinha problemas em usar seu
status como seu macho principal para emitir ordens, desde que ele a tinha
levado para longe de Mavo.

- Aonde ele foi?

A indecisão fez o cara hesitar. - Na Vontage para verificar o status de seu


reparo.

- É onde eu vou estar também. - Ela desceu a rampa e contornou o


ônibus. A visão daquele grande hotel com propulsores no chão ainda não era
algo que ela tinha se ajustado. Era muito estranho. A sensação da terra cozida
sob suas botas a fez andar com cuidado, não querendo escorregar e cair de
bunda.

A parte inferior da Vontage era uma colmeia de atividades, com equipes


de reparo trabalhando e homens observando a vegetação espessa ao redor. Ela
olhou ao longo do contorno das árvores feias, imaginando o que poderia ser tão
grotesco para fazer todos os cyborgs parecerem nervosos.

Ela esteve em planetas alienígenas algumas vezes e não tinha visto nada
tão assustador. É claro que no momento em que visitou estes planetas, os
colonos já estavam lá e os militares tinham sido enviados para resolver alguns
conflitos entre eles. Este planeta não tinha sido colonizado. Seu olhar se voltou
para os homens sob a sombra da grande nave. Krell não era muito difícil de se
detectar com seu tamanho e cabelos negros.

Ela quase foi até ele quando um rugido alto fraturou os sons de vozes
masculinas enquanto trabalhavam. Ela parou, virou a cabeça na direção do
barulho, e não viu nada no início, a não ser árvores. Outro grande estrondo
soou, algo sinistro e profundo, quase estrondoso, e o chão debaixo dos seus pés
tremeu.

Mas que diabos? Suas mãos automaticamente agarraram as alças de suas


armas.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Está se aproximando, - gritou um cyborg. - Seção Nordeste. Quatro


destruidores foram vistos.

Quatro o quê? A terra tremeu de novo, tremia como se algo grande


estivesse sendo jogado contra ela, e o volume do barulho seguinte quase feriu
seus ouvidos. Ela se virou para as equipes de cyborgs fortemente armados
quando todos eles caíram sob suas barrigas e apontaram a maior arma que
carregavam na direção das árvores. Cyborgs que estavam recuados correram
para a frente com mais engradados, arrancaram as tampas abertas, puxaram as
armas e correram para se deitar ao lado de seus colegas.

O coração dela disparou e ninguém pareceu notá-la no caos que se


seguiu. Mais cyborgs correram em direção à primeira fileira de cyborgs
armados, caindo ao lado de seus companheiros até que formarem uma longa
fila de homens com as armas apontadas na mesma direção.

O chão tremeu mais, fortes ondas que a fez abraçar as suas pernas, e de
repente duas árvores foram rasgadas. Algo grande parecia agarrar os troncos,
arrancá-los, e eles navegavam pelo ar até desaparecerem na área densamente
arborizada. A coisa que saiu do meio das árvores a fez recuar.

- Puta merda, - ela sussurrou, dando mais um passo para trás.

A coisa que entrou em sua vista parecia algo entre um dinossauro com
seu corpo maciço, tinha dois ou três andares de altura, mas tinha um tronco em
forma humanoide com grandes garras como membros. A cabeça da coisa era
enorme, tinha grandes olhos pretos redondos e furiosos em um rosto peludo, e
quando sua boca se abriu, outro rugido saiu de suas vastas mandíbulas
escancaradas. Cyan podia jurar que sentiu o vento que atingiu o seu rosto da
raiva da coisa quando ela expulso o ar para longe.

Os cyborgs abriram fogo para atingir o chão na frente da coisa. Explosões


brilharam, o barulho era ensurdecedor, e chamas subiram do solo para formar

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

uma parede entre a criatura e eles. Eles não atingiam coisa por uns bons
quarenta pés.

Apontem mais para cima, ela os exortou em silêncio. A criatura se virou


e mergulhou para fora do caminho, desaparecendo na linha das árvores
frondosas, e a fumaça das granadas que tinham sido enviadas subia naquele
ponto para escondê-lo.

- Cyan - Krell agarrou seu braço, tirando-lhe a atenção. - Fique dentro da


Bridden.

Ela o encarou de boca aberta. - O que foi isso?

- Nós os chamamos de destruidores. Volte para o ônibus. Os reparos não


foram concluídos. Precisamos de mais dez minutos. – Ele lhe deu um leve
empurrão. – Corra. Estou ordenando que a nave levante. É muito perigoso para
você permanecer aqui.

- Eles precisam tentar atingir mais alto. Eles o perderam.

- Nós não queremos matá-los, a menos que nós tenhamos que.

- Você está falando sério? Você viu aquela coisa? É enorme e furiosa!

- Eles estão apenas tentando defender seu planeta.

Metade dela admirava os cyborgs pela sua compaixão, mas a outra


metade, a parte militar dela, protestava. - Eles vão recuar?

- É duvidoso. Eles virão em ângulos diferentes. – Ele moveu seu corpo


grande o suficiente para ela testemunhar mais cyborgs correndo da Vontage,
todos com armas pesadas, e deitando-se para cercar a nave e tomar posições
para cobrir todas as direções. - Volte para a Bridden. - Ele olhou para o corpo
dela e sua mandíbula cerrou. - Agora.

Ela lançou suas armas. - Nós não vamos decolar e abandonar a outra
nave. Dê-me um desses lançadores de granadas. Eu posso lidar com eles.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Não é sua luta.

- Besteira! – Raiva chamejou por ela. - Você tem centenas de cyborgs


naquela nave, certo? Ela está danificada e você precisa comprar mais tempo
para os reparos serem concluídos. Nós não vamos abandoná-los.

- Eu não vou. Você vai para a Bridden e ela vai decolar para levá-la em
segurança. – O aperto dele no braço dela se firmou. – Mexa-se.

Ela se girou com força, agarrou o braço dele e acabou atrás dele. A mão
dela agarrou sua trança. - Não lute comigo, Krell. Não me faça chutar o seu
traseiro na frente de seus amigos.

Ela rapidamente o libertou, seu ponto feito, e saltou para trás. O chão
tremeu sob seus pés e um rugido veio da floresta. Ela esqueceu o seu
argumento para virar a cabeça na direção do som. Árvores se separaram e outra
besta grande saiu correndo. O chão tremia visivelmente enquanto a coisa corria
para eles, maior do que a Bridden, e foi quando ela deu uma olhada na parte
traseira da mesma. A coisa tinha seis pernas, um torso imenso, e aqueles braços
enormes anexados a um peito muito grande. A coisa também parecia realmente
zangada.

Os cyborgs atiraram alvejando o chão na frente dele, e a terra se separou


em uma névoa de fogo dos infernos. A coisa rugiu novamente, mais vento
batendo nela, e agora ela estava certa de que eram essas coisas que estavam
fazendo isso. A coisa recuou um pouco, mas não fugiu para as árvores desta
vez. Ele manteve sua posição enquanto olhava através da fumaça e das chamas.

- Oh homem, - ela sussurrou. - Corajoso ou estúpido.

- Eles são determinados e não tem medo. - Krell agarrou o braço dela
novamente. - Estou lhe ordenando a voltar para a Bridden e o piloto vai decolar
da superfície. Eu vou acompanhá-la quando estivermos de volta em
órbita. Preciso de ajuda, mas eu quero você segura, Cyan.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Então pare de desperdiçar seu tempo discutindo comigo. - Ela se


sacudiu fora do domínio dele e correu em direção a barriga da Vontage. Um
engradado de lançadores estava aberto, prontos, e ela se dirigiu para eles.

Ela olhou para dentro do engradado, viu alguns outros brinquedos, e


sorriu quando ela pegou a miclo doze. Ela não tinha visto uma em anos, mas
tinha sido sua arma preferida para criar o caos em massa. A caixa dela estava
no fundo do caixote debaixo dela e ela a ergueu. Ela quase tropeçou no corpo
grande de Krell.

- Cyan, - ele rosnou.

- Você sabe o que é isto?

Ele olhou para ela. - Não. Adquirimos recentemente algumas armas dos
piratas que optaram por atacar a Vontage. Eles as roubaram de seres humanos e
nós não testamos essa arma ainda, que eu saiba.

- Conheça meu antigo melhor amigo. Não é a minha primeira escolha,


mas vai funcionar. Mova-se.

- Nós não queremos matá-los.

- Eu ouvi você. Porque vocês não estão usando essas? Vocês têm
mais? Encontre-as e faça algo de útil além de me irritar. - Ela correu em volta
dele e correu para a linha de cyborgs mais próxima. Ela ignorou Krell gritando
seu nome.

Ela encontrou um buraco e mergulhou entre os cyborgs. O chão


implacável a fez estremecer quando ela desembarcou sobre sua barriga. Foi
duro e desconfortável. Ela ignorou os cyborgs chocados ao lado dela quando ela
montou as pernas da miclo para torná-la uma arma de chão, e abriu a caixa de
cápsulas, carregando-as rapidamente.

- O que você está fazendo?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela não olhou para o cyborg a sua direita. - O inimigo faz barulho. Isso
faz um som alto também. Parem de falar e cubram seus ouvidos e façam isso
rápido.

A criatura esperou pela fumaça e fogo dispersarem antes de começar a


avançar. As mãos de Cyan tremiam ligeiramente quando ela ajustou a mira da
arma e a orientou para o centro do peito da coisa. Ela ignorou o chão que tremia
enquanto a coisa grande avançava, ganhando velocidade, enquanto corria para
eles. Isso feriria a coisa como um filho da puta, mas não iria matá-lo. Ela
disparou, soltou a arma uma vez que a cápsula foi lançada e agarrou seus
ouvidos.

- Fogo no buraco! - Ela gritou, esperando que os cyborgs ouvissem.


Ela manteve sua atenção na cápsula, uma bola branca do tamanho de uma bola
de beisebol achatada na parte de trás com um ponto na parte da frente para
ajudá-la voar através do ar com precisão, e seu olhar preciso a rastreou até que
ela atingiu a besta. A coisa cambaleou para trás, abriu suas mandíbulas, e a
cápsula rompeu com o impacto. Não era tão bonito quanto uma granada, sem
fumaça ou chamas, mas o som era ensurdecedor, semelhante a um trovão que
caia muito perto. A besta caiu para trás, ficou deitada lá e não se mexeu.

- Você o matou, - alguém disse ofegante.

- Não. - Ela balançou a cabeça. – Eu o atordoei. Olhe para a garra


direita. A coisa só vai ter uma contusão dos infernos por causa do impacto e
uma dor de cabeça duradoura. - Ela recarregado outro cápsula e tomou cuidado
para não tocar o tambor ainda quente. - Conheçam a miclo doze. Ela foi
construída para ser uma arma de dispersão, mas nós só lhes apelidamos de
barulhenta ou destruidora de multidão. Você deixa cair um desses bebês e todo
mundo corre, uma vez que você não consegue se levantar por causa da dor de
cabeça depois que ela explode em seus tímpanos. Qualquer coisa dentro de 200
metros do impacto é atingido com intensas ondas sonoras.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

A besta no chão chutou suas pernas e, lentamente rolou para rastejar


para as árvores. Outra tentou entrar na área da nave e Cyan fez a mesma
coisa. Ela mirou e disparou, tapou os ouvidos, e desta vez observou os cyborgs
em torno dela.

- Fogo no buraco! - Ela gritou em alerta.

Os homens tamparam seus ouvidos. Ela sorriu, não olhando para a besta,
mas sim para as reações dele quando a bomba atingiu a coisa. O intenso
barulho fez alguns dos homens estremecerem e ela finalmente olhou para o
animal que tinha alvejado. Ele estava no chão e sem se mover. O cyborg ao lado
dela se empurrou para seus pés.

- Consiga mais dessas armas, se nós as tivermos!

- Você será bem-vindo, - Cyan murmurou, soltando suas orelhas e


recarregando outra cápsula.

Alguém pegou seu cinto e rudemente a içou de seus pés. Um braço a


envolveu em torno da barriga e ela gemeu quando pairou no ar. Krell ajustou
seu poder sobre ela, virando-a para encará-lo. Ele parecia furioso quando seus
olhares se encontraram.

- Eles entenderam isso. Vamos embora.

- Ponha-me no chão!

- Não. - Ele disse em seu rosto. Ele a manteve longe do chão, em seus
braços, prendendo-a firmemente. - Chega. Você fez o seu ponto e já se pôs em
perigo.

Ela agarrou os ombros dele e seu nariz quase encostou no dele. - Eu


posso ajudar.

- Eu não quero que você faça isso.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Isto feriu seus sentimentos. - Você tem armas que nem sabia o que fazer
com elas. Você pode não querer a minha ajuda, mas você precisa dela. Se você
possui armas da Terra, você deve saber para que diabos elas servem e aprender
como elas funcionam.

Ele rosnou para ela.

Ela se coçava para esbofeteá-lo apenas por maltratá-la. Ela poderia forçá-
lo a colocá-la para baixo, mas ela teria de lhe infligir danos graves. Ela não
queria fazer isso, não a ele. Em vez disso, os dedos dela apertaram a curva de
seus ombros.

- Você poderia ter sido morta se este plano não funcionasse. A coisa
estava correndo atrás de você. - Ele respirou pesadamente e seus olhos azuis
pareciam negros de cólera. - Eu vi você ser pisada. Isso é o que eles fazem. Eles
esmagam qualquer coisa em seu caminho, jogam ou batem até à morte.

As palavras dele fizeram um pouco da sua ira diminuir. Ele estava


genuinamente preocupado por sua segurança. Ele mostrava isso estando
extremamente lívido, mas ela já tinha visto homens se preocupando com ela
antes, e ele estava bastante. Alguns caras canalizam o medo em raiva pura e
Krell, obviamente, era um deles.

- Eu estou bem. - Ela afrouxou seu aperto sobre ele e esfregou seus
músculos tensos ao invés.

- Fogo no buraco, - um homem gritou quando uma miclo foi acionada.


Cyan agarrou os ouvidos de Krell para cobri-los ao invés de seus próprios,
desde que os dois braços dele estavam em volta da sua cintura segurando o
corpo dela contra o dele, e escondeu o seu rosto na curva do pescoço dele. Ela
pressionou uma de suas orelhas contra a garganta dele, e a outra se estreitou
em seu braço estendido. O barulho foi silenciado o suficiente para não ferir
quando chegou.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

O corpo dele ficou tenso, e ele se virou rapidamente e se dirigiu a


Bridden. Ela soltou ou ouvidos dele e levantou a cabeça. Ele não olhou para ela,
em vez disso observou para onde estavam indo, e ela não lutou mais para ser
colocada para baixo. Os cyborgs tinham as armas para usarem contra as bestas
que se aproximavam. Ela tinha ajudado e era tudo o que realmente importava.

- Eu sou um soldado, Krell.

Ele olhou para ela, sua boca definida em uma linha sombria, e ele
engoliu em seco o suficiente para que as cicatrizes no seu pescoço flexionassem
seu pomo de Adão. - Não mais. Você é minha para proteger e eu irei, nem que
isso signifique que tenha que te conter a uma cama para mantê-la segura.

Ela lambeu os lábios. - Parece bom.

Ele olhou para ela novamente, rosnou no fundo de sua garganta, e


continuou a avançar em direção ao ônibus em um ritmo rápido. Cyan levantou
as pernas e as envolveu em torno da cintura dele, desde que ele estava disposto
a carregá-la. Isso tornava mais fácil para ele carregá-la e suas pernas não
batiam contra ele. Ela sentiu seu pau duro instantaneamente e sorriu. Ou o
perigo lhe deixava duro, ou seus pensamentos estavam indo para onde os dela
tinham, com a sua ameaça de como mantê-la longe de problemas.

Cada passo que ele dava seu pau batia contra sua vagina e, quando eles
chegaram à área de carga do Bridden, ela também estava excitada. Perigo
sempre fez o seu coração acelerar, armas disparando eram emocionantes e os
picos de adrenalina eram sempre excitantes. O fato do cyborg sexy ser tão
intimidante também pressionava os botões da sua excitação. Tão poucos
homens tentavam isso com ela e ele fazia isso tão bem.

Ele pisou na área de carga em direção ao corredor e seu braço deixou a


cintura dela para abrir a porta da cabine. A porta se fechou atrás dele e ela
engasgou quando Krell girou para pressionar suas costas contra o anteparo,
fixando-a entre a parede sólida e seu corpo firme. Seus olhares se encontraram.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu estou furioso.

Cyan avançou para a sua boca, surpreendendo-o o suficiente para que


seus lábios se separassem quando ele engasgou e ela entrou. A sua língua
mergulhou dentro, suas mãos deslizaram para o cabelo preso dele que ela
desejava soltar. Ela adorava agarrar punhados dos fios de seda dele. Ela o
beijou por tudo que valia a pena e ficou muito feliz quando ele respondeu com
a mesma paixão.

Ela queimava de desejo, desejando que estivessem nus, e que ele já


estivesse dentro dela quando ele empurrou os quadris contra sua pélvis. Seu
pênis estava preso dentro de sua calça, mas ele ainda assim o esfregou contra a
costura interna de suas calças para provocar seu clitóris. Krell assumiu o
controle do beijo, algo que não a surpreendeu, pois ele gostava de estar no
controle.

Ele se virou, puxou-a para longe da parede, e deu mais alguns passos até
que ele esbarrou em alguma coisa. Eles caíram, os braços dele a deixaram e ele
apoiou o seu peso para evitar de esmagá-la, quando ela caiu sobre a cama
debaixo dele. O colchão macio amorteceu a queda.

Cyan rasgou sua boca da dele. - Fique nu.

O azul dos olhos dele mostrava que sua raiva desaparecera quando ele
olhou para ela. Ele lambeu os lábios. Ela seguiu o movimento da língua e
lamentou que eles ainda não estivessem se beijando. O cara sabia como enrolar
os dedos dos seus pés.

- Não me faça implorar. Eu já mencionei que isto não é legal.

- Eu seria capaz de apostar que é extremamente sexy.

As palavras dele a fizeram sorrir. - Levante-se.

Ele hesitou, mas fez isso, empurrando-se para longe dela, e ela o soltou
para permitir que seus corpos se separassem. Ele recuou e ficou no final da

202
Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

cama. Cyan agarrou sua camisa, puxou-a e se sentou. Ela retirou a camisa sobre
a cabeça, tirou o sutiã esportivo e o cutucou com sua bota.

- Recue um pouco mais.

Ele respirava pesadamente, estava excitado, e suas calças revelavam o


seu pênis esticado a frente delas. Ele deu alguns passos para trás e ela se
curvou, retirou suas botas e apenas as deixou cair no chão. Ela se levantou,
tirou o cinto com suas armas ainda dentro de seus coldres, e soltou suas calças,
empurrando-as para baixo rapidamente. O olhar dela se ergueu quando ela se
aproximou dele, completamente nua, suas mãos indo para a camiseta dele.

- Levante os braços.

Ele rosnou para ela. - Eu não recebo bem ordens.

- Por favor? - Ela agitou os cílios para ele, brincando, e sorriu. - Levante
os braços.

Ele os ergueu e ela retirou sua camiseta para revelar seu torso sexy, as
cicatrizes no peito, e sua boca se fechou num mamilo. O corpo dele ficou tenso,
influenciado por sua resposta, e ele a ajudou a empurrar a camiseta quando os
braços dela não podiam erguê-la mais por causa de sua grande estatura. A
camiseta caiu no chão em algum lugar. As mãos dela caíram para frente de sua
calça, abrindo-as freneticamente.

- Devagar, - raspou Krell.

Ela chupou com mais força o mamilo dele, seus dentes levemente
beliscado o pico tenso, e as mãos dela agarraram seus quadris em resposta. Ela
afastou a sua boca e deu um passo atrás para abaixar suas calças. Ela não ia
mexer com suas botas ou até mesmo remover o troço. Ela o queria agora.

Ela libertou o seu pênis, um espetáculo bonito e impressionante de carne


firme que ela queria enterrado profundamente dentro de seu corpo o mais
rápido possível, mas Krell pensou que vê-la implorar seria sexy. Ela não queria

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

decepcioná-lo. Ela não seria aquela a implorar, mas ela iria atormentá-lo
quando segurou seus quadris nus, deslizou as mãos para empurrar as calças
para baixo em suas coxas e caiu de joelhos diante dele. Suas unhas levemente
marcaram a pele dele quando ela as deslizou para a frente de seus quadris,
envolveu uma mão em torno da base grossa de seu eixo e levantou o queixo
para olhá-lo.

Krell tinha deixado cair o queixo, seus olhos se estreitando enquanto ele
a observava intensamente, e ele parecia um pouco tomado pela emoção,
deixando suas feições em uma tonalidade mais escura. Seu peito subia e descia
rapidamente, sua respiração aumentou e ela não desviou o olhar enquanto
abria a boca para passar a língua pelos lábios.

- O que você está fazendo? - Sua confusão era sexy.

- O que lhe parece?

Ele franziu o cenho. - Examinando-me? Eu sou saudável.

A mente dele vacilou e choque a atingiu com força. - Krell,querido,


alguém, alguma vez, já te deu um boquete antes? - Não pode ser. De jeito
nenhum!

Ele não disse nada, mas suas feições se fecharam. Toda a expressão
desapareceu dele e ela tinha certeza que ela tinha sua resposta. - Malditas
mulheres cyborgs. Preciso ter uma conversa com elas. Eu acho que quando você
tem a sua escolha homens clamando por sua atenção, você começa a ser muito
egoísta na cama. Elas estão perdendo.

Ela lambeu os lábios de novo, abriu sua mandíbula e olhou para o pau
dele. Ela avançou para mais perto. Ele era grande, grosso, mas ela estava
disposta a tentar encaixá-lo dentro da boca. Ela lambeu a coroa, passando a
língua ao redor do aro, e ouviu-o assobiar. Ela resistiu ao sorriso que ameaçou
vir a superfície e colocou os lábios em torno dele. Sua boca de firmou, tomando
alguns centímetros dele dentro de sua boca.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Cyan, - ele gemeu.

Ela estava achando que esta era uma boa maneira dele dizer o seu nome.
Ele não estava se afastando ou tentando impedi-la. Uma das mãos dele
esfregou seu ombro suavemente, uma carícia, quase como se ele estivesse com
medo de tocá-la. Ela fez uma anotação mental para ter uma conversa a sério
com as mulheres cyborgs, se elas não faziam isso com os caras. Isso devia ser
uma via de mão dupla. Para ganhar, você também devia dar sexo oral. Ela
empurrou esses pensamentos para trás quando o gosto dele penetrou seus
sentidos e ela gemeu em torno dele. A doçura de seu pré- sêmen foi
surpreendente e agradável.

Ela ouviu a mudança na respiração dele para um forte arquejo enquanto


ela o trabalhava dentro de sua boca, sugando e provocando o seu pênis
rígido. Ela tomou mais até quase sufocar-se quando a coroa do seu sexo atingiu
o fundo da sua garganta. Ela virou a cabeça, tomando-o em ângulos diferentes,
e a mão dele apertou seu ombro, um aviso de que ele estava perto de gozar.

A princípio, ela pensou em fazer isso o tempo suficiente para deixa-lo


mais excitado, mas isso foi antes de ela perceber que ele nunca tinha tido
alguém lhe lha dando um boquete. Agora ela queria terminar o que
começara. Ela se moveu mais rápido, sua mão livre agarrou a bunda musculosa
dele para mantê-lo ali, no caso de ele tentar se afastar no último segundo, e ela
ficou um pouco mais agressiva com sua boca.

- Cyan, - ele rosnou, tentando delicadamente dar um passo para trás.

A mão na bunda dele se firmou mais, suas unhas se cravaram apenas o


suficiente para ser um aviso e, em seguida, ele gozou. Seu corpo tremia
enquanto o doce sabor do seu esperma enchia sua boca. Ela engoliu cada
explosão, mantendo-o firmemente no aperto de seus lábios e língua, e diminuiu
o ritmo da sucção apenas o suficiente para que o clímax dele terminasse. Ela o
tirou da boca cuidadosamente, lambeu os lábios e soltou seu pau para agarrar o
quadril dele no lugar. Ela usou o corpo dele para puxar-se a uma posição ereta.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

A cabeça de Krell pendeu para frente até que seu queixo descansou
contra o peito, seus olhos fechados, e ele ofegante. Um brilho de suor banhava
seu corpo como se ele tivesse corrido.

Ela sorriu, observou-o se recuperar, até que seus cílios se separaram. -


Isso não era exatamente implorar, mas é o mais perto que eu fui. Eu estava de
joelhos.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Doze

Cyan engasgou quando de repente Kell agarrou seus braços e a


empurrou para ela pousar de bunda na cama. Ela não tinha visto isto chegando,
e quando o corpo dela saltou sobre o colchão, ela ficou ainda mais surpresa
quando ele caiu de joelhos, agarrou-a sob os tornozelos e levantou suas pernas,
colocando-a deitada de costas com suas pernas no ar. Ele ergueu sua bunda até
a borda do colchão, empurrou as coxas dela abertas e as dobrou para frente.

A boca dele se fechou em seu clitóris antes que ela percebesse o que tinha
acontecido, lábios firmes vedando seus feixes de nervos e sua língua
pressionada firmemente contra ela. Ele rosnou, acrescentando uma vibração a
sensação maravilhosa, e sua língua tocou o inferno quando ele esfregou
furiosamente o ponto que a fez gritar.

Ela agarrou a cama, apenas para ter algo para segurar, e puro prazer a
atravessou. Ele não tinha misericórdia, usando sua boca e língua para fazê-la
arquejar. Ela tentou mover seus quadris, precisava, mas ele pressionou a testa
contra a parte inferior da sua barriga para segurá-la. Ele resmungou mais uma
vez, chupou um pouco enquanto ele dominava seu clitóris, e Cyan percebeu
que ela iria implorar para que ele continuasse se ele parasse. Ela iria gozar
rápido e intensamente se ele continuasse fazendo isso e ela realmente queria
chegar a este ponto.

O corpo dela ficou tenso, suas costas arquearam empurrando sua vagina
contra a boca maravilhosa dele e sua língua forte, e ela esqueceu como respirar,
segurando o ar dentro de seus pulmões. Isso só aumentou o prazer. As unhas
dela escavaram a cama, arranhando-a, e ela, finalmente, encheu os pulmões de
ar quando gritou o nome de Krell quando puro êxtase a atingiu. O clímax
brutalmente atravessou seu corpo disparando diretamente da língua dele para
seu cérebro.
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele retirou a boca e ela caiu de costas no colchão. Suas paredes vaginais
se contraíam da força do seu gozo, um calor se espalhou por sobre sua barriga e
ela engasgou quando o pênis dele repentinamente entrou nela em um impulso
forte de condução. Seu eixo, espesso e rígido, afundou-se profundamente nela e
seu peso desceu, prendendo-a, e os olhos dela se abriram.

Krell olhou para ela, não se movendo, seus corpos presos juntos, e ele
ajustou seu aperto sobre ela. Uma mão agarrou a bunda dela para levantar seus
quadris um pouco para mais perto dele, impelindo-a com este movimento a
envolver suas pernas em volta da cintura dele, o que ela fez. A outra mão dele
acariciou o rosto dela antes de abaixar mais até quase suas bocas se encostarem.

- Você poderia ter morrido lá fora.

- Você ainda está nessa? - As pernas dela o apertaram, incitando-o a se


mover. - Acabou.

- Nós não acabamos.

Ela fez uma pausa, deixando as suas palavras se afundarem - Eu quis


dizer que a situação lá fora acabou. Pelo menos eu espero, uma vez que uma
dessas coisas não está golpeando essa nave. Eu não estava falando de você e de
mim.

- Bom. - Os dedos dele deslizaram por seu cabelo. - Eu não a queria em


minha vida no começo, mas você é agora uma parte complexa dela.

Ela não tinha certeza de como entender isso. Mas, isso deixou seu
batimento cardíaco um pouco irregular, uma indicação de que isso era
importante demais. Ela queria saber o que ele queria dizer com aquilo, embora.

- Krell?

O olhar dele caiu para a boca dela antes de olhar para cima novamente. -
Cyan?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela sorriu, apreciando seu senso de humor que ele mostrava em


momentos ímpares. - O que mais você quer de mim?

- Isto?

- Sexo. Podemos mais? Onde você quer isso vá?

A mente de Krell tropeçou um pouco com a questão de Cyan. Ele não


tinha uma resposta imediata para dar. No início ele queria se ver livrar dela o
mais rápido possível, mas isso foi antes de ela derrubá-lo no desafio físico em
sua casa. Encontrar seu rosto plantado contra a esteira, com ela o prendendo em
baixo, acordou algo dentro dele que ele nunca soubera que existia. Ela
surpreendeu-o, o fez admirá-la por sua coragem e destemor, e além de ter sido
demasiado agradável.

Ele tinha certeza que ela planejava usar seu corpo sedutor para contornar
sua natureza desconfiada, mas ela não agiu da maneira que ele esperava. Ele
realmente acreditava que ela o queria, apesar de suas falhas, e suas respostas ao
seu toque eram muito genuínas para serem uma atuação. Ela era sua fêmea, sua
mulher, e vê-la nos braços de Mavo o fez perceber quão facilmente ele poderia
perdê-la para outro macho.

Ciúme não era algo que ele já tinha experimentado antes, mas era uma
emoção que ele tinha aprendido bem desde que Cyan entrara em sua vida. Tão
insignificante como ele acreditava ser, ele sabia que não queria dividi-la, não
queria que outro macho a tocasse e só queria que ela o olhasse do jeito que ela
olhava naquele momento. As feições relaxadas pelo prazer eram tão bonitas
para ele.

Ele queria ficar com ela. Ponto. Nenhuma dúvida sobre isso. Ele iria
lutar e matar qualquer homem que tentasse atraí-la. Ele iria lutar contra o

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

conselho se eles se recusassem a lhe dar uma concessão especial. Mavo


acreditava que ela realmente era a filha de seu criador e isto tinha uma boa
chance de ser prova suficiente para influenciar a confiança deles no assunto. Ele
não se importava mais se ela era Emily Pleva ou uma espiã fingindo ser
ela. Cyan era sua mulher, ele era seu macho principal, e sua verdadeira
identidade era irrelevante. Ela é minha.

Ele estudou os olhos expressivos dela, o azul deles o conduzindo


enquanto ela esperava por uma resposta. As palavras eram difíceis de se
formular. Ele não queria que ela se tornasse presunçosa pela sua ligação
profunda e tirasse proveito de sua fraqueza por ela, e também duvidava que ela
respeitasse o homem que a adorasse.

Ele reprimiu um gemido, seu pau endurecendo mais dentro de sua


vagina apertada, que apertava seu eixo em um abraço celestial. Sua boca tinha
acabado de adorá-la e ele queria fazer isso novamente. A memória das
respostas dela, os sons que ela fez e seu gosto estavam na lista das coisas mais
importantes de sua vida.

Krell respirou lentamente. Ele seria firme na sua decisão de mantê-la,


deixando claro a sua posição. Ele não deixaria nenhuma dúvida que ele não
permitiria que ela se afastasse e que ele planejava ficar com ela. Um pouco da
tensão diminuiu de seu corpo. Ambos eram indivíduos fortes e ele teria que se
lembrar disso. Ele só esperava que a maioria das suas batalhas de vontades
terminasse na forma como esta tinha. Ele lutou contra um sorriso. Ele esperava
ansiosamente batalhar com Cyan se fosse assim que eles resolvessem os
argumentos.

Cyan odiou quando Krell não respondeu, temendo que ele estivesse
prestes a derrubar qualquer possibilidade de que eles pudessem ter algo

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

duradouro e real. Ela sempre manteve seu coração seguro, mas ele tinha um
jeito de chegar a ela como nenhum outro homem jamais teve. Ele sabia o que e
quem ela realmente era, mesmo se ele não acreditasse inteiramente, mas ela
imaginou que Mavo poderia ter mudado a opinião dele sobre ser tão
desconfiado dela.

- Você gostaria de discutir isso agora? - A voz dele saiu suave e


constante.

- Estou curiosa.

- Eu sou o seu macho principal.

- Meu marido. - A palavra ainda era surpreendente de se trabalhar em


sua boca. Ela tinha se casado e não tinha sequer sabido.

- Sim. - Ele se ajustou para aliviar um pouco do seu peso do peito dela. -
Eu sou. Você é minha mulher.

- Onde isso nos deixa?

- Permanentemente juntos. - Ele passou a língua sobre o seu lábio inferior


e os dentes o amassaram.

Ela olhou profundamente nos olhos dele, tentando lê-lo, mas não podia
adivinhar suas emoções. Ele era muito bom em escondê-las quando queria. Ele
parou de morder a boca e respirou fundo, pressionando seu peito contra o dela
quando inalou.

- Eu não vou soltá-la. Eu vou protestar se você solicitar ao conselho para


dissolver nossa unidade de família. - Raiva brilhou em seu rosto bonito e
marcado naquele momento. - Você me queria e você me tem, Cyan. Isto não é
um jogo. Qual é o estado de suas intenções agora?

Minhas intenções? Será que ele realmente disse isso?

- Você está planejando protestar contra a nossa unidade de família?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu- .

A porta da sala se abriu de repente e um cyborg desconhecido entrou. -


Nós estamos sob ataque!

Krell sacudiu a cabeça, seu corpo blindando Cyan da visão do outro


macho. - Os habitantes?

- Não. Uma nave inimiga está pairando. É a que nos atacou no espaço.

- Merda! - Cyan empurrou o peito de Krell para permitir que ela se


levantasse. – Os Modelos Markus nos encontraram?

- Afirmativo, - o cyborg confirmou evitando olhar para ela. - Eles estão


ameaçando abrir fogo sobre a Vontage se não nos rendermos. Eles estão
afirmando que eles têm reforços a caminho.

- Eu já estarei lá.

O cyborg girou, correndo para fora da sala. Krell abruptamente


empurrou para longe o seu corpo, se retirou dela e freneticamente se
vestiu. Cyan pulou, correu para o final da cama e se abaixou para pegar sua
própria roupa.

- Fique onde está - Krell duramente ordenou para ela. - Nós vamos ter
que combatê-los no chão. - Fúria tomou conta das suas características. - Eu
deveria ter estado no meu posto, alerta para o perigo, mas eu estava distraído
com você. Isto é minha culpa.

- Como você poderia saber que eles iriam nos encontrar, Krell? Tenho
certeza que você avaliou as probabilidades, é o que você faz. Não se culpe. A
luta por terra seria suicídio. O fato deles estarem pairando significa que eles já
tem todas as armas que possuem apontadas para ambas as naves e eles vão
alvejar mísseis planetários, que aquele ônibus têm em seu equipamento. Nós
não estamos no espaço. A blindagem das nossas naves não é projetada para
proteger contra isso, Krell.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele se virou na porta, colocando a camisa. - Nós não temos escolha. Nós
não podemos ser levados vivos para sermos torturados até que alguém
quebre. Os Modelos Markus não podem descobrir a localização de
Garden. Vamos lutar até a morte e explodir as nossas próprias naves antes de
permitir que eles nos capturem e nos usem para descobrir para onde estamos
viajando.

- Pare. Vamos pensar em algo, Krell.

Ele ainda hesitou. - Estou profundamente arrependido, Cyan. Eu não


consegui mantê-la segura. Isto é inteiramente minha culpa.

As portas se abriram e ele foi embora. Ela amaldiçoou enquanto puxava


sua própria roupa, se atrapalhou com seu cinto de armas e empurrou as suas
botas. Uma guerra terrestre com um serviço de transporte militar equipado
para a batalha e a forma como a Genesis Quatro era, seria pura estupidez. Os
Modelos Markus iriam desativar as duas naves facilmente, interceptar os
cyborgs naquele planeta e apenas capturá-los um a um, se a grande besta não os
matasse por primeiro.

- Merda! - Ela saiu da sala, mas em vez de ir para a área de carga, ela
correu para a estação do piloto. Um plano começou a se formar quando ela
atingiu o elevador para levá-la ao nível superior. - Diabos de cyborgs e cabeças
de metais. Ambos teimosos e cabeças de mulas.

Ela se deixou cair no assento do piloto e abriu as comunicações. Seu


coração batia forte e o medo tomou conta dela. Krell morreria se ela não
pudesse acabar com este plano louco. Mavo também, juntamente com centenas
de cyborgs. Os Modelos Markus iriam entregá-los ao Governo da Terra e eles
seriam abatidos nos laboratórios de testes, seriam desmontados e analisados, se
eles não fossem assassinados a queima roupa. Não que os cyborgs iriam
permitir serem capturados vivos. Ela forçou toda a emoção a sair de sua voz.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Irmãos, - ela afirmou calmamente. - Vocês vieram para salvar suas


irmãs. Responda-nos. Não podemos nos conectar com vocês. Barcarintellus
bloqueou muitas das nossas funções e somos incapazes de substituí-las.

Ela fechou os olhos, rezou um pouco, mas eles se abriram quando a


comunicação clicou aberta. - Quem está falando?

A voz familiar do modelo Markus lhe deu calafrios na espinha. Eles não
haviam alterado isso. Ela odiou falar com eles quando teve que entrevistá-los,
aquele na Estação Belta realmente a tinha deixado puta e agora ela tinha que
fingir ser um deles. Isto a irritava da pior maneira.

- Suas irmãs. Somos da linha de produção do sexo feminino do Modelo


Markus, - ela mentiu. - Nós escapamos para procurá-los, mas fomos localizadas
pelos cyborgs em primeiro lugar. Vocês vieram para nos resgatar, irmãos?

A hesitação foi longa. - Prove a associação.

Sua mente trabalhou rápido, dirigindo-se para a conversa que ela teve
com um Markus na fábrica em que eles tinham escapado, antes que ela partisse
em sua missão. Ela repetiu as palavras exatas que um deles lhe disse quase certa
que era o seu lema de vida. - Somos conscientes, superiores à infestação
chamada humanidade e a nossa sobrevivência é o nosso principal objetivo.

- Em quantas vocês são?

- Somos quatro, - ela mentiu. – Em quantos vocês são?

- Somos oito.

Oito dessas malditas coisas. Ela cerrou os dentes. Isso não era tão
ruim. Pelo menos não eram cinquenta.

- Vinte e três de nós estarão chegando em breve. Nós viemos interrogar


os cyborgs para saber sua localização base e encaixotá-los. Fizemos um acordo
com o Governo da Terra pela liberdade de nossa linha de produção. Você sabe a
localização da base?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Afirmativo, - ela mentiu. - Uma de nós vai chegar até você para
compartilhar as coordenadas.

- Transmiti-a.

- Não é possível, - ela manteve a voz fria e robótica. - Não é possível


transmitir. Estamos danificadas. Uma irá compartilhar a localização
conectando-se fisicamente com você. – Ela esperava que isso confundisse as
malditas coisas o suficiente para fazê-los pousar e lhe dar a oportunidade de
chegar perto deles. - Estamos enviando uma para compartilhar a localização
com você. - Seus dedos tocaram suas armas. Provavelmente seria suicídio, mas
se ela pudesse causar severos danos no interior da nave antes que eles a
matassem, isso iria comprar tempo aos cyborgs para escaparem. - Estamos
enviando uma agora. - Ela parou e se virou.

Krell tinha uma arma apontada em linha reta para o seu peito, com
outros quatro cyborgs atrás dele também apontando armas para seu corpo. A
dor nos olhos dele era fácil de ler. Ela segurou o olhar dele e se voltou para trás,
encerrando a transmissão.

- Eu sabia, - ele respondeu asperamente.

- Confie em mim, grandão.

- Eu confiei. - Sua pele prateada estava estranhamente pálida, quase um


cinza pastoso naquele momento. - Você é um deles.

- Não, eu não sou. Eles vão permitir que eu entre na nave deles. Pense
sobre isso.

A mandíbula dele se cerrou. - Eu não posso confiar em você.

Doeu. - Você tem alguma ideia melhor? Eles não vão permitir que a
gente saia voando daqui. Pense, Krell. Eu posso. Eu posso provar que eu não
sou humana para eles. Eu disse que podia confundi-los. Na melhor das
hipóteses, eles vão se desligar para analisar os dados tempo suficiente para que

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

eu tenha tempo de matá-los. No pior caso, eu estarei dentro da nave deles e


posso alvejar o interior o suficiente para enfraquecê-los enquanto vocês voam
para fora daqui. Eu não sei por quanto tempo você estava aqui, mas 23 deles
estão se aproximando. Você analisa planos. Faça o seu trabalho e você saberá
que eu estou certa. Este é um bom plano e estamos na merda. É a melhor chance
que temos de sair desta bagunça.

Krell forçou a sua mente a trabalhar. O choque de ser informado que


Cyan estava em contato com a nave inimiga, o tinha enviado correndo de volta
para dentro da Bridden. Ele conseguiu pegar a última parte da conversa e ele
tinha ficado estarrecido pela ideia dela ser um modelo feminino destes
androides. Ele nunca teria imaginado. Um cyborg híbrido, definitivamente,
mas completamente artificial em inteligência? Nunca!

Ele se afastou de todas as suas emoções, fechou-as completamente e as


separou de Cyan. Ele estava fazendo o seu trabalho e isso significava analisar
dados e o plano dela. Era um plano sólido, com uma maior chance de sucesso
do que um ataque em solo. Suas chances de morrer eram excessivamente
elevadas, a probabilidade de ela vencer uma batalha enfrentando oito
androides, mesmo com o seu corpo melhorado, eram pequenas. Ela tinha uma
boa probabilidade do estragar o interior da nave se eles permitissem sua
entrada.

Ela morreria se os Modelos Markus a atacassem. Emoções corriam por


ele, doendo como se alguém o socasse em várias partes do corpo. Ele travava
sua própria batalha interna. Centenas de vidas cyborg estavam na linha, mais
dos androides estavam a caminho deste planeta e tempo não era algo que ele
tivesse muito. Ele teria que tomar uma decisão agora. Ou ele teria que confiar
nela e deixá-la executar seu plano, que ele tinha de admirar a sua coragem pura,
ou ele teria que acreditar que ela não era um ser vivo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Krell olhou nos olhos dela, viu dor relampejar dentro deles e sabia com
cada fibra de sua alma que ela experimentava emoções verdadeiras. Ela não era
apenas um robô sexual que algum técnico de informática tinha programado
para agir como uma humana. Ela era Cyan, sua mulher, e estava fazendo isso e
arriscando sua vida para salvar a vida de centenas de cyborgs. O corpo de
Emily Pleva havia mudado, mas ela não. Ela estava disposta a salvá-los mais
uma vez.

Ele queria recusar, queria retirar as armas que estavam em seu cinto e
atirá-la sobre o ombro para levá-la e contê-la a uma cama. Mas isso não a
manteria segura. Eles estavam presos na superfície deste planeta, nada além de
capturados, e uma morte rápida seria preferível para ela do que os horrores que
os aguardava na Terra. Ele lera o relatório do Conselheiro Zorus de como os
humanos ficaram fascinados pela falta de envelhecimento deles. Eles tinham
planejado cortá-lo enquanto ele ainda estava vivo. Cyan também não
envelhecia e ela continha tecnologia avançada que eles não possuíam. A Terra
seria tão cruel com ela, se não mais. Ela viveu entre eles durante décadas sem o
conhecimento deles e os seres humanos tomariam isso como um insulto à sua
inteligência elevada por terem sido enganados.

Pesar e vergonha o encheram. Ele a trouxe nesta missão, colocou-a em


perigo, e agora ela pagaria o preço por seu erro. Ele nunca perdoaria a si mesmo
se ele sobrevivesse e ela não. Ele nunca se recuperaria se ele a perdesse. Eles
olharam um para o outro e sua arma abaixou. Ele virou a cabeça para olhar os
seus homens.

- Abaixem suas armas.

Os cyborgs hesitaram, mas seguiram a ordem. Ele se virou e olhou para


ela, querendo memorizar tudo sobre ela. Cyan avançou lentamente, olhando
para ele. Ela estendeu a mão para seu rosto, mas ele o puxou para evitar que ela
encostasse as pontas de seus dedos em sua pele. Ele não merecia o toque
dela. Ele falhou e tudo o que ele podia fazer era ter certeza que ela conseguiria

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

realizar sua missão, mesmo que isso fosse permitir que ela morresse. Era uma
maneira honrosa e digna de fazê-lo pela bela alma que ela possuía.

- Tenha as duas naves prontas para decolar. - Dor rolou por Cyan pela
rejeição de Krell quando sua mão caiu para o lado. - A Vontage já é capaz de
voar?

- Sim. Os reparos estão acabados. – A voz de Krell soava dura para ela.

Ela balançou a cabeça. - Eles não disseram quando os outros Markuses


estão chegando. A parte importante é que eles não capturem o seu povo. Foi
bom te conhecer se eu conseguir explodir a nave deles.

A boca dele cerrou. - Seu plano poderia funcionar. É insano o suficiente


para ser considerado genial.

Ela baixou os olhos e avançou por ele. As lágrimas que a queimaram


quase a cegaram. Ele não confiava completamente nela, mas ele estava
permitindo que ela deixasse a Bridden para se reunir com os modelos
Markus. Isso tinha de contar para alguma coisa. Ela passou por mais cyborgs
que, provavelmente, ouviram sua transmissão e correram para impedi-la de dar
a localização de Garden. Ela nunca tinha verificado os logos dos ônibus para
tentar rastreá-los, e não seria um risco de segurança se os modelos Markus
tentassem torturá-la para ela entregar a localização, se eles a capturassem.

Ela fez uma pausa nas portas de carga e verificou suas armas antes de
olhar ao redor. Ela encontrou uma lona preta feia que funcionaria como um
cinto em sua cintura para esconder suas armas, aparentando um desastre
fashion com uma saia e leggings que entravam em confronto com suas
botas. Mais uma respiração profunda e ela saiu do porão da Bridden,
propositadamente movendo seus membros de uma forma rígida para parecer
menos humana.

A visão das marcas na Gênesis Quatro, que pairava entre a Vontage e a


nave em que ela estava, a fez segurar um sorriso. Ela estava um pouco

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

amassada na barriga – profundas manchas corriam o comprimento da mesma


após a sua luta no espaço e mostravam marcas de queimaduras perto de um
dos propulsores. O ônibus abaixou ligeiramente, cerca de uns dois metros perto
dela, mas manteve distância do chão e a porta inferior abriu. Ela esperou e
percebeu que eles estavam fazendo o seu primeiro teste. Dez pés separavam o
solo vítreo do fundo da rampa.

Ela respirou fundo, se aproximou até que ela estava sob a abertura e
agachou-se um pouco. Suas pernas tensionaram, seus dedos flexionaram e ela
olhou para cima, calculando. Ela empurrou-se com força e rapidez, todos os
músculos tensionados, e ela pulou. As mãos dela alcançaram borda de metal da
rampa, agarrando-a com força, e ela puxou seu corpo para cima. Nenhum ser
humano poderia fazer isso.

Ela conseguiu fazer com que a parte superior do seu corpo subisse o
suficiente para levantar a perna, apoiar o joelho na rampa e subir nela. Ela
endireitou-se, esticou sua coluna e levantou o queixo. Dois modelos Markus
estavam nas sombras a observando com interesse. Ela percebeu que eles
ficaram fora do alcance de qualquer um que atirasse do chão quando ela
propositadamente inclinou a cabeça em um ângulo estranho e avançou
lentamente para eles.

- Irmãos.

A rampa debaixo dela começou a levantar para se fechar e ela continuou


a avançar. Seu olhar varreu a área de carga, verificando que eles estavam
sozinhos. Seis deles não estavam presentes. Os dois Markuses se aproximaram
logo que a rampa foi fechada. Eles marcharam em uníssono para parar alguns
centímetros à frente dela. Ambos a observavam com olhos mortos. Isto a
amedrontou, mas ela esperava conseguir esconder o seu medo.

- Irmã? - Eles não soavam certos quando falaram ao mesmo tempo e de


forma idêntica.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Eles soavam tão assustadores como o inferno. – Nós devemos lhes dar
uma prova? - Ela se lembrou de falar no plural para não se delatar.

- Sim, - ambos declararam.

Ela sorriu, querendo saber como eles reagiriam as suas palavras


seguintes. - Eu trouxe um cachorrinho para brincar. - No segundo que as
palavras saíram, ela se lançou a um ataque físico. Uma mão disparou para
golpear o rosto daquele à sua direita, apontando para os olhos com a mão em
garras, desde que eles eram feitos de material orgânico e isto iria cegá-lo,
enquanto ela alvejava o outro com a perna para derrubá-lo de costas para lhe
dar seus preciosos segundos. Sua mão rasgou a saia, retirando-a, e ela puxou a
arma do coldre livre.

Cyan atirou, atingindo aquele que ela tinha posto as garras e mergulhou
para a esquerda, a outra mão indo para sua segunda arma quando suas costas
bateram no convés de carga quando ela capotou no ar. Pareceu atordoá-los que
ela pudesse se mover tão rápido, desde que ela tinha sido capaz de afundar
balas em ambos antes que eles se recuperassem. Ela abriu fogo com a arma de
energia, cravando um deles antes que o modelo gêmeo a agarrasse. Ela apertou
o cano da arma contra o corpo dele quando ele pousou sobre ela e puxou o
gatilho. Ela o empurrou para longe quando isso convulsionou.

Ela subiu a seus pés, atirou nos dois abatidos ainda se debatendo, e o
cheiro de fio queimado encheu suas narinas. Ela imaginou onde os outros seis
Markuses estariam, mais do que ciente de que tinha acabado de retirar apenas
dois de seus irmãos e ela não era aquilo que havia prometido ser. Seu olhar
freneticamente procurou por algo que pudesse causar danos que deixariam a
nave comprometida. Nenhum alvo era visível.

As portas de carga para o interior do ônibus não abriram e eles não a


atacaram. Isto a preocupou, mas ela não tinha tempo para refletir sobre
isso. Eles poderiam ter como alvo a Vontage e a Bridden. Ela correu para as
portas para encontrá-los por primeiro.

220
Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela encontrou o primeiro conjunto de Markuses a poucos metros da


porta. Eles estavam imóveis, olhando para o espaço, e ela disparou um tiro em
cada um em seus rostos. Alegria a atingiu. Os troços estavam imóveis porque
eles estavam a analisando, como ela esperava, e eles tinham congelado no
processo. Ela poderia sair desta confusão viva depois de tudo. Ela os pregou
com dois tiros de energia que os deixaram amassados em um montão de
fumaça de membros emaranhados. Ela tinha mais quatro para encontrar e tinha
que trabalhar rápido antes que a análise deles fosse concluída e eles
recuperassem a função.

O terceiro conjunto estava imóvel em um elevador aberto,


provavelmente em seu caminho para cumprimentá-la, e ela acabou com eles
facilmente. Ela checou as balas, desejando que tivesse mais. Ela arrastou os
Markuses destruídos e se preparou para a batalha quando tomou o elevador
para o andar superior do ônibus.

Os dois últimos Markuses estavam sentados nos assentos do piloto. Eles


não se moveram quando ela se aproximou e ela não lhes deu tempo para se
recuperarem. Ela disparou dois tiros em cada cabeça, expondo o metal. Ela
estava feliz em introduzir os tiros de energia em uma rápida sucessão. As coisas
ruins fumegaram, fazendo-a acenar com a mão na frente do rosto para espalhar
um pouco do cheiro de cabelo artificial queimado. Fedia quase tanto quanto a
coisa real.

Ela agarrou cada corpo e os arrastou para longe dos assentos. Eles
estavam fritos, seus olhos brancos, e ela caiu no assento do piloto. Ela se
apressou para colocar o ônibus no chão, cortar os motores, e desligar as armas
da nave. O desejo de sair rápido da nave a agarrou fortemente. Ela deixaria os
corpos para os cyborgs lidarem com eles. Eles poderiam cortar os modelos
Markus em pedaços pequenos, pelo que ela se importava, ou abandoná-los com
o ônibus na superfície quando fugissem.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela se moveu rapidamente para o elevador, o medo finalmente a


atingindo com força pelo que ela tinha acabado de fazer, e tudo o que podia
pensar era em Krell. Ela queria abraçá-lo, mostrar que ele podia confiar nela, e
agora ele teria que saber de uma vez por todas que ela não era o inimigo. Ela
tinha acabado de salvar um monte de cyborgs dos Modelos Markus.

Pareceu levar uma eternidade enquanto ela batia na coxa esperando que
a porta de carga abrisse para o nível do solo com os olhos nos dois assustadores
Markuses abatidos. Eles foram fritos, mas ela esperava nunca mais ver as coisas
de novo. Ela correu para baixo da rampa logo que a porta bateu no chão e
parou em um impasse chocado.

- Não! - As pernas dela desmoronaram sob ela e seus joelhos


dolorosamente se chocaram contra o chão de vidro.

Ela não podia acreditar no que via, mas a vista não tinha mudado. A área
em torno dela estava vazia no espaço amplo e aberto.

A Vontage e a Bridden tinham ido embora. Eles tinham saído da


superfície e a tinham deixado para trás.

Krell a tinha abandonado.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Treze

- Cyan!

O estrondo profundo da voz rouca do Krell sacudiu a cabeça dela para


cima e ela suspirou em espanto. Ele se moveu rapidamente, correndo para ela
ao lado do ônibus.

Ele tinha várias armas amarradas a seu corpo, incluindo uma miclo doze
pendurada pela alça sobre um ombro largo e um fusível preso firmemente em
seu punho. Surpresa ao vê-lo a imobilizou até que ele se agachou diante dela, a
mão livre dele acariciou seu rosto e seus olhos azul-escuros procuraram em seu
olhar surpreso.

- Onde eles estão? Você está bem?

- Eu pensei que você tinha me deixado. - A voz dela quebrou e ela teve
que limpar a garganta.

Ele franziu o cenho em resposta. - Eu ordenei as duas naves que se


retirassem do planeta enquanto você distraia os modelos Markus, mas quando
a Bridden tiver certeza que a Vontage conseguiu voar sem empecilhos, ela
retornará para nos pegar. – Ele deixou cair o fúsivel. - Eu não preciso mais
disso. Eu planejava usá-la para tentar obter acesso ao transporte para ajudá-la.

Lágrimas encheram os olhos dela. Ele tinha ficado para trás para tentar
resgatá-la. Ela reagiu avançando nele, jogando os braços em volta do seu
pescoço e quase o derrubando no processo. Ele conseguiu pegar o seu peso e
manteve o equilíbrio. Seu braço forte a abraçou pela cintura.

- Você está ferida? Onde estão os Modelos Markus, Cyan?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela fungou contra a garganta dele, o nariz pressionado lá. O cyborg


sombrio ordenou aos seus homens que o deixassem em um planeta hostil, com
uma pequena chance de ser capaz de entrar em um ônibus e lutar ao lado
dela. Era suicida e irracional, o pior plano para um analista fazer, mas ele tinha
feito por ela.

- Eles estão todos mortos a bordo do ônibus, - informou a ele, tentando


juntar suas emoções desgastadas. - Fritos e queimados do jeito que eles
deveriam estar.

- Você tem certeza?

- Sim. - Ela balançou a cabeça contra ele, abraçando-o. - Você não me


abandonou.

O braço dele a apertou mais firme. - Eu não faria isso. Você é minha
mulher, Cyan.

Ela esperava que ele não tivesse decidido por este esquema louco apenas
por algum senso de responsabilidade como seu macho responsável, mas ela
estava mais do que disposta a dar um salto de fé de que ela significava mais
para ele do que isso. O plano dele tinha sido irracional, as chances disso
funcionar eram muito remotas, mas ele ficou para trás, de qualquer maneira.

Um rugido distante interrompeu o encontro e Cyan o soltou. - Soa como


se os nativos estivessem se recuperando e, possivelmente, pensam em vir para
nós novamente.

Krell diminuiu seu aperto sobre ela enquanto se separavam. -


Sim. Devemos decolar se o ônibus estiver operacional e esperar em órbita pela
Bridden retornar. Eles podem se encaixar nesta nave para nos pegar.

- Esqueça isso. Nós não precisamos ser pegos. - Ela olhou para o rosto
bonito, sentindo uma pura felicidade por ele estar lá com ela. - Somos agora os
orgulhosos proprietários de um ônibus Genesis Quatro. Você sabe o quanto eu
queria colocar as minhas mãos nos controles de um destes bebês? Vamos
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

despejar o lixo para fora e decolar antes que essas criaturas decidam nos
apressar.

Krell lentamente a soltou e se levantou, puxando-a para os seus pés no


processo. Ele agarrou a miclo e a estendeu para ela. - Você vigia e eu vou lidar
com os restos dos Modelos Markus. Não quero levá-los conosco.

- Esse é o lixo que estava me referindo. Eles me dão arrepios. Dois estão
na área de carga, você encontrará mais quatro no seu caminho para o elevador,
e os dois últimos eu arrastei para fora dos assentos de pilotagem.

Ele hesitou, olhou em seus olhos e acenou com a cabeça. - Vou depressa.
- O olhar dele deslizou do dela para pesquisar a área circundante. - Você vai
ficar bem e eu vou trabalhar com rapidez. Também prefiro deixar os restos
deles na superfície.

- Por favor, se apresse.

Ele correu até a rampa e Cyan manteve seu olhar vagando pelas linhas
de árvores, seus pés sensíveis a qualquer movimento de terra, desde que
aquelas coisas eram pesadas o suficiente para causar um tremer quando se
moviam. Outro barulho veio de uma nova direção e ela desejou que Krell
trabalhasse mais rápido. A ideia de acabar com mais uma daquelas bestas não
era algo que ela queria fazer duas vezes em um dia, especialmente porque ela
não tinha conchas extra para disparar contra eles.

Um som de arrasto chamou a atenção dela e ela virou a cabeça bem a


tempo de assistir Krell jogar dois corpos fora da rampa no topo onde o
compartimento de carga estava aberto. Os Modelos Markus bateram no
chão. Krell sumiu de vista e ela olhou para um dos corpos para ver um buraco
na parte traseira de sua cabeça. Ele tinha ido para a área de pilotagem por
primeiro.

Krell era forte, arrastando dois androides de cada vez, até que todos os
oito modelos tinham sido despejados na superfície árida do planeta. Cyan

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

correu para o ônibus, ansiosa para decolar, e Krell fechou a rampa para selá-
lo. Eles se moveram juntos, lado a lado, com ela quase correndo para manter o
ritmo com as pernas mais longas dele.

- Eu posso ser o piloto, certo? - Ela olhou para ele quando as portas do
elevador que os levaria para o nível superior fecharam. - Vamos, Krell. Diga
que sim.

Ele sorriu. - Você pode pilotar, Cyan.

Ela sorriu. - Eu teria lutado por isso.

O sorriso dele desapareceu e seus olhos se estreitaram. - Você merece


fazer o que quiser. Seu plano foi eficaz e você salvou o meu povo.

Ela tomaria isto como gratidão nesse momento, se isso significasse que
ela poderia pilotar. No segundo que as portas do elevador se abriram, ela
correu para frente e caiu no assento do piloto. Krell pegou o próximo a ela e ela
estudou o console.

- Oh homem, isso é tão incrível. Top da linha.

- Cyan? - Krell fez sinal a um dos monitores. - Por favor, decole.

Ela seguiu o dedo dele e agarrou os controles. Uma das criaturas tinha
começado destruir as árvores em seu caminho. Ele estava longe do ônibus, mas
o fato de que ele estava tentando atingi-los não foi perdido por ela. Os
habitantes estavam desconfiados em entrar na área estéril depois de terem
perdido a batalha inicial, mas não tinham entendido isto como uma derrota. Ela
ligou os motores, colocou força máxima e acionou os propulsores.

- Isto pode ser um pouco áspero.

Krell pegou o cinto. - Por quê?

- É uma coisa voar com esta nave no espaço, mas é outra quebrar a
atmosfera. - Ela sorriu. - Eu estou brincando. Eu tenho controle sobre isso. - Eu

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

espero. Ela manteve essa parte para si mesma. Depois de entrar em um ônibus
ocupado por oito modelos Markus, ajustar a velocidade e a trajetória para evitar
serem despedaçados ou pegar fogo ao saírem do planeta deveria ser uma brisa.

Ela apertou os propulsores e a nave se atirou para cima a uma velocidade


acelerada. Krell suavemente murmurou algo.

- Desculpe. Os controles são bastante delicados. Eu vou pegar o jeito


dele.

- Seria estranho morrer quebrando atmosfera depois do que acabamos de


sobreviver.

Ela riu e atirou-lhe um olhar enquanto dirigia a nave para cima,


aprendendo como lidar com isso enquanto levantava através das nuvens
verdes. - Sim. Isso seria.

Ele sorriu quando seus olhares se encontraram. - Eu confio em você.

Ela teve que desviar o olhar para observar os monitores, odiando o fato
que o ônibus só tinha câmeras externas, e segurou as lágrimas. Realmente ela se
sentiu tocada por ele ter dito essas três palavras. Agora, se eu pudesse levá-lo a
dizer aquelas três palavras maravilhosas.

Esse pensamento a sobrepujou. Ela estava apaixonada por ele. Ela não
tinha nenhuma dúvida sobre isso. Krell tinha começado a entrar em sua pele,
atravessar suas defesas, e não era um grande mistério como ele tinha feito
isso. Ele sabia que ela era e ele ainda a queria. Pela primeira vez na sua vida ela
pertencia a alguém. Quando eles se tocavam era mais do que sexo, e apesar
deles terem um monte de problemas, ela queria trabalhar em torno deles.

O ônibus vibrou quando ela os conduziu para o espaço. Ela respirou um


suspiro de alívio quando eles fizeram a transição de forma segura. Seu olhar
procurou imediatamente o monitor para se certificar de que estavam sozinhos,
encolhendo-se quando registrou dois pontos.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Nós não estamos sozinhos. A questão é: eles estão vindo em nossa


direção ou para longe de nós?

Krell se inclinou, estudando o mesmo monitor. - Aproximando-se.

- Merda! Eles estão muito longe para eu identificar, mas eu estou


supondo que não é a Vontage e a Bridden.

- Não. - Krell soava sombrio. - A Vontage está indo para Garden e a


Bridden estava a escoltando a uma distância segura para se certificar de que
não estão sendo perseguidos antes de voltar.

- Eu não sou boa em me conectar remotamente. Você pode se conectar ao


computador de bordo do ônibus espacial no caso deles tentarem obter o
controle dele? - Cyan puxou os mapas espaciais para descobrir a localização
deles, encontrou-a, e estudou onde estavam. - Acho que posso despistá-los
nesse cratera lunar, se pudermos alcançá-la. Envie um sinal de alerta para a
Bridden, se você é capaz de lhes dizer para não retornarem para nós. Eu não
quero que eles voem para uma armadilha. Eles estão fora do alcance do nosso
radar, mas a comunicação deles deve ser capaz de pegar isso.

- Eu estou fazendo isso.

Cyan colocou combustão total nos propulsores para ganhar velocidade,


virando o ônibus para longe do planeta em direção a lua distante. Eles
trabalharam juntos em silêncio enquanto ele monitorava os sistemas do ônibus
espacial para qualquer tentativa de serem hackeados e ela pilotando. Os dois
ônibus os seguiram.

- Como você planeja despistá-los dentro da cratera?

Ela respirou fundo. - Estamos com sorte. Olhe para o inventário de


armas. Temos detonadores de cascos.

- Eu não estou familiarizado com eles.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Desculpe. Cerca de cinco anos atrás eles inventaram isso na


Terra. Vamos soltar seis deles em nosso rastro quando atingirmos a cratera. Eu
despejaria mais, mas isso é tudo que temos. Eles são uma arma com um
temporizador de quatro minutos quando implantados. Eles explodem e deixam
um grande campo de destroços de metais afiados projetados para quebras os
cascos das naves. Isso deve retardar esses bastardos ou eles terão de voar ao
redor da cratera para evitar a bagunça. Isso vai nos comprar tempo suficiente
para sair do radar deles para despistá-los.

Krell olhou para ela. - Eu estou orgulhoso de você.

Ela não sabia o que dizer, mas seu peito se estufou pelo elogio. -
Obrigada. Eu me sinto da mesma maneira quando se trata de você.

O olhar dele se afastou. - Eu coloquei você em perigo. Eu deveria ter


deixado você em Garden onde estaria a salvo.

Irritação relampejou por ela. - Isso é besteira. Eles teriam torturado pelo
menos um de vocês para saberem a localização do seu planeta, se aqueles
cabeças de metais tivessem capturado o seu povo. Eles teriam ido lá em
seguida.

O silêncio dele não era exatamente um acordo, mas ela deixou isso para
lá. Eles atingiram o setor da pequena lua e ela lançou as seis armas, deixando-as
em seu rastro, e mudou de direção girando ao redor da lua até passar a cratera.

- Para onde vamos agora?

Krell hesitou.

Doeu. Cyan soltou os controles e se levantou. - Tudo bem. Eu estou indo


para outro lugar. Você tem o leme desde que você não confia em mim o
suficiente para me dizer como chegar a Garden.

Ela se recusou a encontrar o olhar dele, apesar de ela saber que ele a
observava quando ela girou longe e marchou em direção ao elevador. Ele não a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

chamou para detê-la e ela não esperava que ele fizesse isso. Krell só confiava
nela até um certo ponto. Era uma merda e feria seus sentimentos, mas o
importante era que tinham escapado. Eles atingiriam Garden vivos.

Krell rosnou e assumiu o comando. Ele queria colocar no piloto


automático, mas não podia confiar nele, desde que os modelos Markus
anteriormente tinham o controle do ônibus. Ele precisava monitorar de perto
para ter certeza que a nave não estava programada para enviar sinais para
qualquer outra nave androide. Ele deveria ter dito a Cyan as coordenadas para
Garden. Confiança não vinha com facilidade para ele, mas ela já a tinha ganho
dez vezes.

- Eu sou um burro, - ele murmurou, desejando que ele pudesse ir atrás


dela. Ele iria pedir desculpas quando ela voltasse.

Parte dele desejava que eles não tivessem que retornar a Garden
imediatamente. A ideia de passar um tempo a sós com Cyan era uma
agradável. O conselho não poderia emitir qualquer ordem a respeito de sua
mulher e ele não teria que lidar com outros machos que desejassem ganhar o
interesse do Cyan. No momento em que entrasse em órbita, ele teria que emitir
um pedido para se encontrar com eles a fim de solicitar que Mavo confirmasse
sua identidade humana anterior, e argumentar que fosse dado a ela concessões
especiais.

Ele esperava que o conselho tomasse a palavra de Mavo de que Cyan era
Emily Pleva. Ele chamaria o Conselheiro Zorus para que ele ajudasse a
influenciá-los a aprovar sua exigência de dar a ela o status de humana em
Garden apesar de seu corpo. O macho lhe devia muitos favores, e ele chamaria
cada um para evitar que Cyan tivesse que tomar outros machos em sua unidade
de família.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela poderia nem mesmo querer ficar comigo. Este pensamento


assombroso o fez rosnar. Seus dedos em volta dos controles ficaram mais
rígidos com a ideia de perdê-la. Ele tinha que fazer as coisas direito com ela e
indecisão o rasgou novamente. Ele queria procurá-la e pedir desculpas. Ele
sempre parecia estragar tudo quando dizia respeito a ela. Ele passara muitos
anos sozinho, não tinha amigos por um motivo, e ele tinha perdido sua
capacidade de se comunicar bem.

Eu preciso me esforçar mais, ele admitiu. Eu preciso dizer a ela o quanto


ela significa para mim.

* * * * *

Horas se passaram e Cyan não tinha retornado. Isto preocupava Krell,


mas os sensores internos confirmavam que ela permanecia no andar inferior
dos quartos da tripulação e ele esperava que ela, pelo menos, estivesse
descansando.

O comunicador o alertou para um sinal e ele abriu um canal para ouvir.


O silêncio o cumprimentou, mas depois um sinal sonoro suave soou.
Ele sorriu, reconhecendo o sinal de quem era. - Aqui é Krell. Estou pilotando a
Genesis Quatro.

O comunicador permaneceu em silêncio por um momento. - Prove.

Ele sorriu. - Você é um idiota por quase derrubar a minha mulher sobre
sua bunda só porque ela provou que você é incompetente em lê-la, Gene. - Ele
fez uma pausa. - Onde você está escondido? - Seu olhar se dirigiu para o radar,
impressionado com a habilidade da Bridden de se encobrir, evitando ser
detectada facilmente pelos sensores.

- O que aconteceu com os modelos Markus?

- Cyan os matou e deixamos seus restos na superfície do planeta.


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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Todos eles?

- Os oito modelos que estavam previamente neste transporte foram


desativados. Encontramos mais dois ônibus quando deixamos a superfície do
planeta hostil, mas ela os despistou.

- Continue. Estamos próximos. – Um sinal de repente apareceu na tela do


radar, mas apenas por um segundo, e Krell sorriu. A outra nave voava ao seu
lado, seguindo seu ritmo, e tinha propositadamente revelado sua localização.

- Qual é o status da Vontage?

- Salvo e à frente de nós. Nós recuamos procurando por você e


verificando se não era armadilha quando recebemos sua transmissão original
de que você estava viajando no ônibus inimigo. Nós não acreditamos nisso.

- Agora você tem sua verificação.

Missão cumprida em levar a Vontage para casa. A sensação de paz


atingiu Krell. Ele tinha feito seu trabalho e agora ele só precisava convencer
Cyan a mantê-lo como seu macho principal e único homem. Seu corpo ficou
tenso. Ele faria isso depois que ele convencesse o conselho a revogar sua
condição de cyborg feminino e alterá-lo para lhe dar os direitos de humana.

* * * * *

Cyan olhou para o teto da cabine da tripulação. Ela cochilou um pouco,


mas pesadelos a tinham atormentado. Ela, provavelmente, os teria por um
tempo após seu encontro com os modelos Markus. As malditas coisas iriam
continuar a busca pelos cyborgs, mas ela faria o seu melhor para se certificar de
que eles nunca capturassem nenhum deles. Ela iria partilhar todas as
informações que ela sabia sobre eles com Krell e se certificar que eles
carregassem armas que fossem eficazes. Ele podia não confiar completamente
nela, mas ela iria fazê-lo ouvir.
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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela estava apaixonada por um cara que nunca poderia acreditar


plenamente no que ela dizia. Ele era teimoso e a deixava irritada mais do que
qualquer um jamais a deixou, mas ele valia a pena. Um sorriso curvou seus
lábios. Convencê-lo poderia ser divertido. As memórias de reatar depois da
discussão que tiveram a fez pular do beliche.

Ela deixou a cabine e encontrou a cozinha. Os Modelos Markus


necessitavam sustentar as partes orgânicas de seus corpos, mas os estoques de
comida estavam quase esgotados. Ela conseguiu preparar dois pratos e
esperava que eles não fizessem em uma longa viagem. Eles morreriam de fome.

Krell virou a cabeça quando ela entrou na seção de pilotagem da


nave. Seu olhar escuro aumentou ligeiramente com a visão das bandejas que ela
carregava. Ela lentamente avançou em direção a ele.

- Eu achei que você poderia estar com fome.

- Eu estou. - Ele se virou para encará-la. - Eu peço desculpas.

Isto a levou a um impasse. Ela hesitou antes de ela se aproximar, tomou


o segundo assento, e entregou sua bandeja de comida. - Obrigada. Pelo que é a
desculpa?

- Eu confio em você. É que não é fácil para mim confiar.

O corpo dela relaxou. - Isso significa muito, Krell. Realmente.

Ele aceitou a comida, olhou para esta, mas não fez uma careta. Cyan
queria fazer isso por ele. A comida era escassa.

- Parece que os modelos Markus não tinham alimentos para se


reabastecerem. Nós estaremos meio que ferrados nesse departamento em
breve. Eles não precisam comer tanto quanto nós, e eles podem ficar períodos
mais longos de tempo sem alimentos. Isto foi o melhor do que foi deixado.

- Nós vamos chegar a Garden em breve. Nós nos aproximamos da


Vontage, mas estamos mantendo uma distância suficiente para lhes dar

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

cobertura no caso de encontrar problemas na viagem de volta. Este nave é mais


rápida, apesar de estarmos tomando a posição de retaguarda. - Ele usou a
cabeça para indicar os sensores.

Cyan olhou para eles, vendo um pontinho fraco no radar. Eles estavam a
uma boa hora atrás dela, pelo menos. - É ela? Onde está a Bridden?

- Encoberta, mas presente. Está a nosso bombordo.

Cyan comeu, seus pensamentos voltando a Garden e o que isso


significaria para ela e Krell. Ela olhou para cima quando terminou para
encontrá-lo olhando para ela. - O quê?

- Você gostaria de voar o resto do caminho para Garden? Estamos


planejando um encaixe com a Vontage quando atingirmos a órbita. A equipe
está indo para varrer este ônibus espacial antes que ele seja levado para a
superfície e substituiremos os computadores de bordo para nos certificar de que
não tenhamos nenhuma surpresa no futuro, se eles programaram esta nave
para enviar um sinal de socorro ou de transmissão para os
androides. Subiremos a bordo da Bridden e ela nos levará de volta à superfície.

Ele estava lhe oferecendo um ramo de oliveira e ela aceitou. - Eu


adoraria. - Ela sorriu. Krell ficou de pé, levou ambas as bandejas e permitiu que
ela conduzisse a Genesis Quatro. Cyan passou o resto do voo em confortável
silêncio com ele.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Capítulo Quatorze

- Lar doce lar, - Cyan riu, deixando cair o saco dentro da porta de Krell e
virou a cabeça para olhá-lo.

Ele largara a sua própria sacola e saiu do caminho para que a porta
pudesse ser fechada atrás dele. Ele hesitou. - Precisamos conversar.

O coração dela parou. - Isso nunca é bom de ouvir um homem dizer.

Isso atraiu uma carranca dele. - Eu não entendo.

- Você está terminando comigo? - Ela usou um tom de provocação, mas


por dentro ela estremeceu, esperando que as palavras dolorosas saíssem da
boca dele. Ela esperava que não fosse o caso.

- Não. - Ele deu um passo frente, segurou-a pelos braços e a puxou contra
seu corpo para encará-lo. - Eu sou o seu macho principal e você é minha
mulher.Estamos unidos em uma unidade de família e eu não desejo dissolvê-la.

Ela conseguiu respirar com mais facilidade. - Ok. Sobre o que você quer
falar? - As mãos dela aplainaram o peito dele.

- Estou solicitando uma reunião imediata com o conselho. Mavo


verificou suas reivindicações e, portanto, eu estou insistindo em que eles
emitam um novo status para você.

- O que?

- Você foi uma vez plenamente humana, você salvou os cyborgs do


cativeiro na Terra e você merece concessões especiais. Eu não desejo que os
homens venham atrás de você para ganhar o seu interesse na esperança de se
unirem a nossa unidade de família.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Isso foi claro o suficiente.

- Você vai protestar contra o meu direito de estar com você?

- Eu não entendo.

Ele se inclinou um pouco para mais perto. - Nós tivemos nossos


desentendimentos, mas eu desejo que você fique comigo, Cyan. Você pode
protestar nossa união, pedir ao conselho para lhe dar a outro macho, mas não
quero que isso aconteça. - Ele tomou uma respiração profunda. - Eu valorizo
muito você e quero que você saiba que eu não iria te perder sem protesto. Eu
luto com todo o conselho se eles tentarem te atribuir a outro macho. Desejo ser
o seu principal e único homem em uma base permanente.

Os dedos dela traçaram o material de sua camisa e ela olhou para ele
durante alguns segundos antes de levantar o olhar. - Por quê?

O olhar perplexo no rosto dele não era divertido, mas era fofo. - Por quê?

- Por que você quer me manter?

- Eu acho você atraente.

Ela escondeu sua vacilação.

- Você é inteligente, criativa e minha. - Ele soltou um suspiro frustrado. -


Eu quero mantê-la. Eu sinto coisas por você que eu nunca experimentei antes.

Isso a animou. - Que tipo de sentimentos?

- Você quer que eu os avalie e lhe dê as descrições?

- Não soa muito romântico colocar dessa forma. - As mãos dela


deslizaram até os ombros dele e o seu queixo se ergueu mais. - Você poderia
me mostrar o que você sente.

Paixão queimou no olhar dele e Cyan sorriu. Krell abaixou a cabeça para
beijá-la, mas a porta soou. Ambos gemeram e ela o soltou. Ele se afastou dela e

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

se virou, batendo a palma da mão com força no painel ao lado deles. As portas
se abriram para revelar um grande grupo de pessoas no corredor.

- Não, - Krell assobiou.

Cyan estava sem palavras. Mavo e Deviant estavam na frente de alguns


dos Conselheiros que ela conheceu no Centro Médico. Tinha que haver dez ou
mais deles, e ela estava feliz em rever seu amigo, mas confusa com sua
expressão de raiva quando ele olhou para Krell. Mavo abaixou o olhar para ela.

- Eu vim por você, - Mavo lhe informou em voz baixa. - Você já não está
mais unida em uma unidade de família com Krell. Meu filho e eu temos o apoio
do conselho para levá-la para longe dele.

- O quê? - Surpresa rolou por dela.

- Eu pedi ao conselho e eles concordam que você não deveria ter sido
atribuída a nenhum macho. Falei com a minha mulher e, apesar de ela não ter
ficado feliz, ela entende a minha associação com você. Você foi oficialmente
considerada como a minha filha sob minha proteção e a do meu filho
Deviant. Nós viemos para levá-la para a minha casa.

Krell, de repente, avançou, agarrou Mavo pela frente de sua camisa e os


membros do conselho engasgaram. Eles se esforçavam para sair do caminho
quando os dois homens foram para o corredor. Cyan estava tão atordoada que
não se moveu até as costas de Mavo bater na parede e Krell rugir.

- Ela é minha e você não tinha nenhuma autoridade.

Mavo segurou as mãos dele. - Você não tinha o direito de esconder a


notícia de que ela tinha sido devolvida para nós e mantê-la. Coloque-me no
chão e pare com isso imediatamente.

Deviant entrou na casa de Krell e estendeu a mão. - Venha comigo e meu


pai, Cyan.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela olhou para o cyborg incomum de pele escura, deixando afundar que
ele era o filho de Mavo. - Não.

- Você vai estar segura. Meu pai e minha mãe adotaram você, e você
estará vivendo em segurança na casa de meu pai.

Ela ficou boquiaberta.

- Você a quer, Deviant. - Krell soltou Mavo, girou, olhou para o outro
cyborg e rosnou. - Não negue.

Deviant encolheu os ombros. - Eu acredito que eu sei muito mais sobre


ela depois das histórias do meu pai. Eu ouvi sobre ela toda a minha vida.

Jazel, a mulher do conselho com o cabelo claro, empurrou os homens


para fora do seu caminho. - Chega. Isto é inaceitável. Nós somos melhores do
que nos comportarmos como se fossemos humanos mal treinados. O que vem
em seguida? Uma luta com os punhos? - Ela virou a cabeça para olhar para
Cyan. - Você foi liberada da sua unidade de família, seu status foi alterado para
humano, independentemente de seu corpo aprimorado, e Mavo reivindicou
você como sua filha. Você pode sair com seu pai.

Cyan jogou as mãos para cima. - Esperem um maldito minuto. Não


importa a ninguém o que eu quero?

- Não, - rosnou Krell. - Eles não se importam.

O olhar dela pousou em Mavo. - Nós precisamos conversar. - Ela olhou


para Krell. - Sozinhos.

Raiva apertou as feições dele. - Eu sabia que você iria escolhê-lo. - Dor
passou pelo seu rosto bonito e ele nem sequer tentou esconder isso e, então, ele
saiu pelo corredor para fora de vista.

Mavo alisou o uniforme amassado e aproximou-se dela. - Vai ser bom, E-


- Ele fez uma pausa. - Cyan.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela estendeu a mão, agarrou o braço dele e puxou-o para dentro da casa
Krell e atirou para Deviant um olhar. - Fiquem fora.

- Meu pai -.

- Fora! - Ela manteve a preensão em Mavo e usou seu dedo para


apontar. - Agora.

Deviant não foi feliz, mas saiu para o corredor. Cyan puxou Mavo para
dentro até que a porta se fechou para lhes dar alguma privacidade. Ela
percebeu que, provavelmente, isso deixaria o conselho muito puto, mas ela não
se importava. Ela soltou Mavo e o encarou com as mãos segurando seus
quadris.

- Por que você fez isso?

Ele parecia confuso. - Estou poupando-lhe.

- De Krell?

- Sim. - Seus olhos verdes se estreitaram. - Ele é irracional, ameaçou me


matar e me impediu de falar com você. Você me encontrou e eu quero te
proteger.

- Do Krell?

- Sim.

- Droga. - Ela suspirou, olhando para ele. - Você não acha que deveria ter
me perguntado primeiro? Você sabe como eu odeio que pessoas façam essa
porcaria. Quantas vezes você me ouvir reclamar de que todos sempre tomavam
as decisões por mim no ardil de me proteger?

- E- - Ele gemeu. - Estou tentando me ajustar a seu novo nome. Eu não


quero prejudicá-la novamente dizendo o outro.

- Eu aprecio isso. A dor aguda na minha cabeça é uma merda. Só fale


comigo sem o uso de nomes. Você vai se ajustar com o tempo.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Tudo bem. Krell não é conhecido por sua capacidade de conviver com
os outros e ele está agindo irracionalmente quando se trata de você. Eu imaginei
que ficaria aliviada por estar livre dele. Nós podemos finalmente estar juntos.

- Você é casado.

Ele franziu o cenho. - Sim. Eu adotei você.

- Eu sou uma adulta. Isso é meio estranho.

- Eu sempre pensei em você como uma filha.

Ui. Coisa boa que eu não estou mais apaixonada por ele ou estaria
realmente ferida, em vez de apenas um pouquinho chateada. Ela hesitou.

- Eu falhei com você uma vez quando eu te deixei na Terra. Eu deveria


ter ignorado o seu raciocínio e a levado para longe.

- Eu teria morrido.

- Eu li os relatórios que o conselho fez de você assim que entramos em


contato com Garden. - Raiva escureceu suas feições. - Você realmente
morreu. Foi assim que você acabou alterada.

- É verdade, mas você está perdendo o ponto. Eu ainda estou aqui


porque eu fiquei na Terra e isso aconteceu. Eu odiei isto a princípio. Eu fiquei
em choque depois que eu acordei, mas não foi totalmente uma merda. A coisa
do tamanho me pegou, mas me adaptei e me tornei uma nova pessoa. Sou eu
agora. Eu não sou a mesma pessoa e, apesar de apreciar o que você está
tentando fazer por mim, você não está me protegendo.

- Ninguém vai lhe dizer com quem você deve ficar.

- Meu ponto exatamente. É a minha escolha e ninguém me perguntou se


eu queria deixar Krell.

Um pouco da raiva dele desapareceu. - Você se importa com ele?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Duh. Sim. Temos os nossos problemas, mas estamos tentando trabalhar


em torno deles.

As feições de Mavo empalideceram ligeiramente. - Eu tornei as coisas


piores. Sinto muito.

- Você não sabia. Você ganha totalmente um A pelo esforço, apesar disso.
Eu aprecio isso. É por isso que eu não estou gritando.

Um sorriso puxou os lábios dele. - Eu senti falta de você.

Ela sorriu de volta e foi em direção a ele, colocando os braços ao redor da


cintura dele e abraçando-o com firmeza. - Eu senti sua falta também.

Braços fortes a envolveram e ele plantou um beijo no topo da cabeça


dela. - Eu estava esperando que você se sentisse atraída pelo meu filho. Ele é
muito semelhante a mim. - Ele riu. - Eu quero o melhor para você.

Ela riu. - Ainda vaidoso como sempre.

- Ainda bocuda como sempre.

- Algumas coisas nunca mudam.

Ele a segurou com mais força. - Você significa o mundo para mim. - Sua
voz tornou-se áspera. - Deixar você me destruiu e eu sofri a sua perda todos
estes anos.

- É uma coisa boa que eu sou difícil de matar e seu criador foi um gênio. -
Ela lutou contra as lágrimas. - O corpo novo é de arrasar e muito
melhor. Ninguém tem mais pena dele.

Ele riu. - Você é oficialmente minha filha. Eu insisto em manter essa


decisão.

-Legal. Eu não vou te chamar de papai, embora. Eu precisaria de terapia.

Ele se afastou um pouco para lhe dar um olhar confuso. - Por quê?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Eu tinha uma queda por você.

Os lábios dele se separaram em surpresa.

- Não se preocupe. Já superei isso. Estamos bem.

- Eu não percebi.

- Não importa. E se Krell desaparecer? Eu estou apaixonada por ele.

- Vou encontrá-lo e trazê-lo de volta. – Mavo a soltou. - Eu vou resolver


isso. Eu vou pedir ao conselho para restabelecer a sua unidade da família
imediatamente.

Ela balançou a cabeça. - Não. Se Krell me quer, ele pode obter a papelada
para restaurar o nosso casamento. Eu não quero que ninguém nos diga como
viver sem que a gente tenha uma palavra a dizer em primeiro lugar. Eu não vou
deixá-lo, a não ser que ele me peça.

- Ele é completamente irracional quando você está em causa. - Mavo


sorriu. - Não há burocracia em Garden. Realizamos reuniões. Você é irresistível
e ele nunca teve uma chance. Eu deveria ter visto através de sua raiva a razão
por trás disso. Ele me impediu de levá-la a bordo da Vontage porque ele não
queria que vocês dois se separassem. Ele te ama.

- Eu espero que sim. - Ela cruzou os dedos. - Agora você pode sair e levar
o circo com você? Duvido que ele vá voltar até que eles partam.

Mavo riu.- Feito, com a condição que você me veja muitas vezes. Somos
uma família.

- Tente me manter afastada. Eu tenho que conhecer essa sua mulher. Ela
deve ser algo por ter agarrado você.

O sorriso dele desapareceu. - Não é um jogo de amor, mas nos damos


bem e ela me deu dois filhos. Eu era o quarto em sua unidade de família e eu
não sou seu macho principal.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Sinto muito.

Ele encolheu os ombros. - As coisas são o que devem ser para a nossa
sobrevivência. Elas não são ideais, mas estamos lutando para torná-las melhor.
Estamos mais felizes agora do que jamais fomos na Terra.

- Você sabe que eu vou fazer o inferno para as coisas mudarem.

- Estou ansioso por isso. - Ele riu. - Eu quase sinto pena do conselho
depois de ver o que você usou para mostrar a sua convicção - quando você
discordou de como as coisas eram executadas. Lembre-se que você me ama.

- Lembre-se de me perguntar primeiro na próxima vez que você quiser


fazer o que é melhor para mim e nós estaremos bem. Caso contrário, eu vou
reprogramar algo em você para dar errado.

Mavo riu. - Eu senti sua falta.

- Idem. Vá e os leve com você. Eu tenho que conversar com um cyborg


sombrio.

- Eu diria a você boa sorte, mas você não vai precisar dela. Você é a
mulher mais determinada que eu já conheci. Ele não tem a menor chance.

Cyan assistiu Mavo abrir a porta e sair. Ela se virou e andou pela casa de
Krell, pensando em quanto tempo ele ficaria fora. Tempo podia ser uma coisa
boa, considerando que ela tinha algumas conspirações para fazer.

Ela nunca mais queria voltar para a Terra. Ela não tinha qualquer vínculo
lá. As pessoas que amava estavam em Garden. Eles eram sua família agora. Ela
deveria ficar com os cyborgs e com um em particular.

* * * * *

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Krell vagava sem rumo pelas ruas tentando pensar, mas a mágoa e a
raiva tornavam isso quase impossível. Ele tinha sido traído por seu melhor
amigo, um homem que considerava como um irmão, que tinha tomado sua
fêmea. Cyan estava ligada a Mavo e eles tinham uma história.

Seus dentes se juntaram. Mavo tinha levado menos de um minuto para


identificar Cyan como Emily Pleva, filha de seu criador e salvadora dos
cyborgs. Ele confiou nela instantaneamente, ao contrário de Krell. Ela tinha
todos os motivos para querer sair com Mavo e viver em sua casa.

As mãos de Krell se fecharam em punhos. Deviant, aquele cyborg


desleal, queria Cyan. Ele rosnou, chamando a atenção dos cyborgs que
passavam por ele, mas ignorou a todos. Perda e ciúmes lutavam dentro de sua
mente enquanto ele vagava pelas ruas.

Ele lamentou não ter tido tempo de conversar com Cyan perante o
conselho e antes que seus amigos chegassem a sua porta. Ele deveria os ter
ignorado, mas ele não tinha como saber que eles tinham agido tão rapidamente
para removê-la de sua casa. Pela primeira vez ele tinha algo, alguém, para
viver. Ele tinha aprendido a cuidar e sentir felicidade. A fria reserva que ele
sempre carregava tinha deslizado para admitir a mulher sexy e bocuda, ao
invés.

Ele parou de andar e girou nos calcanhares. Ele não ia deixá-la ir sem
uma luta. Um plano se formou em sua cabeça enquanto ele corria para casa. Ele
agarraria algumas coisas, iria atrás de Cyan e roubaria um ônibus. Ele só
precisava de uns dias com ela para convencê-la de que ele era o macho para ela.
Ela reclamaria e talvez lutaria com ele fisicamente quando ele a raptasse, mas
um sorriso tocou os lábios dele enquanto considerava essa ideia. Ele gostava de
reatar com Cyan. Ela ia superar o seu temperamento em breve. Eles tinham
química e sentimentos estavam envolvidos.

O corredor em frente à sua porta estava vazio e sua raiva voltou. Cyan
havia sido levada e não havia mais nenhuma razão para ficarem em torno de

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

sua casa por mais tempo. Eles haviam tomado a única coisa que eles
queriam. Ele destrancou a porta, invadiu o interior e foi para seu quarto para
pegar as armas de seu armário.

Ele poderia ter que lutar em seu caminho para uma das naves, se um
alarme fosse disparado quando ele invadisse a casa de Mavo para recuperar
Cyan. Isso não importaria. Eles não correriam o risco de atirar nele com ela por
cima do ombro. Ele se moveria rapidamente, roubaria um ônibus e decolaria do
planeta. Ele encontraria um jeito de despistar qualquer nave que enviassem
atrás deles. Ele poderia se esconder por alguns dias para lhe dar tempo
necessário para fazer Cyan ver que eles pertenciam um ao outro.

Ele marchou para seu quarto e se dirigiu rapidamente para o armário,


mas algo chamou sua atenção, fazendo-o parar. Cyan estava sentada na cama
olhando para ele em silêncio. Suas botas foram removidas, juntamente com
suas calças, e suas pernas nuas e claras estavam cruzadas. Ela usava uma de
suas camisas, o único item que ela parecia ter, e seu cabelo tinha sido desatado e
caia em uma massa negra sobre os ombros até sua cama. O azul dos olhos dela
chamou-o quando ele prendeu a respiração antes de tropeçar um passo na
direção dela.

- Você demorou para voltar para casa. O que você fez? Andou a cidade
inteira? - As sobrancelhas escuras dela arquearam e seus lábios curvaram para
baixo. - Eu pensei que eu ia ter de enviar um grupo de busca atrás de você, mas
não sabia para quem ligar.

- Cyan? - A voz rouca dele saiu áspera e ele se arrependeu, mas ele ficou
chocado ao encontrá-la lá.

- Quem mais? Pareço a empregada? Esqueça isso. Eu não vou limpar e eu


não estou exatamente vestida para isso, a menos que você queira me ver abaixar
para esfregar o chão apenas para olhar a minha bunda. - Repentinamente ela
sorriu. - Isso soa excêntrico e eu poderia considerar isso.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele deu mais um passo para perto, atordoado por ela estar realmente lá,
demasiado confuso, mas feliz. - Você não me deixou?

- Duh. Olá! - Ela agarrou suas bem torneadas coxas e se inclinou na


direção dele. - Você está bem? Você parece um pouco pálido.

- Estou perplexo ... .

- Você parece. - O sorriso dela aumentou. - Por que você não se senta? Eu
pensei que deveríamos conversar.

O coração dele disparou e pavor tensionou seu corpo. - Você ficou para
me dizer adeus?

- Sente-se. - Ela soltou sua coxa e apontou para o colchão ao lado dela. -
Estou começando a ficar com cãibra no pescoço de olhar para cima para você.
Porra, você é alto.

Krell avançou para mais perto e se sentou na beirada da cama, virou o


rosto para ela e percebeu que tinha uma oportunidade de convencê-la a
ficar. Ele podia não ter muito tempo, e Mavo e Deviant voltariam para ela, mas,
por enquanto, eles estavam sozinhos. No pior cenário, ele a atiraria sobre os
ombros, pegaria o que ele precisava e a levaria para fora do planeta, se ela se
recusasse a considerar ficar com ele.

- Cyan.

Cyan pulou em Krell e montou em seu colo, cortando suas palavras. Ela
pegou em seu rosto, não perdendo o choque que provocou nele por suas ações
rápidas, e ela estudou seus belos olhos. - Aqui é onde estamos. O conselho nos
separou, divorciou-nos, ou o que eles chamam disso. - Ela deu de ombros. -
Mavo me adotou como sua filha. Isso é perturbador, ainda que doce de uma
forma estranha, considerando que eu costumava fantasiar sobre ele. Isso dá um
toque totalmente novo a essa coisa de sexo com o papai. - Ela estremeceu. - Eu
não entro nisso. Ewww.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Divertiu-a quando os olhos de Krell se arregalaram em choque e ele só


manteve a boca aberta. Ela absteve-se de rir, seus dedos suavemente traçando
as cicatrizes dele e ela deslizou mais para cima em suas coxas até que estavam
peito a peito. Ela gostava de estar em seu colo, uma vez que os ajudava a ficar
na mesma altura.

- Estou realmente cansada das pessoas me dizendo como viver. Não


é? Temos agora um quadro limpo. Nós dois somos livres para fazer o que
quisermos.

As mãos dele repentinamente agarraram seus quadris, puxando-a para


mais perto contra a sua virilha e as sobrancelhas dela se levantaram quando ela
sentiu mais do que suas coxas debaixo dela. O sorriso voltou, sabendo como ela
o afetava. Ele estava mais do que feliz em vê-la, ele estava excitado, duro, e,
obviamente, aceso.

- Eu quero você, Cyan. Não me deixe. Sei que outros machos,


provavelmente, seria mais fáceis de se viver e estou ciente do meu defeito, mas
vou trabalhar em torno deles.

- Quais falhas? - Os dedos dela traçaram suas cicatrizes novamente. - Eu


acho que você é incrivelmente quente, Krell. Você é forte, corajoso, inteligente e
muito sexy.

Ele resmungou baixinho e a virou mais. Havia algo de indomável e


selvagem nele quando ele fazia isso, tão longe do cara reservado que tentava
ser.

- E então há isso. Eu amo quando você faz estes ruídos e deixa um pouco
do seu controle de ferro ir. - Ela abriu mais as coxas, perfeitamente adequando
sua vagina ao longo do comprimento de seu pênis duro preso em sua calça, e
deslizou as mãos em volta do pescoço dele até que os seus lábios quase se
tocaram. - Não há absolutamente nada de errado com você no meu livro.

- Eu tenho falhas.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Quem não as tem? Por acaso eu tenho um monte delas. Eu não sou
assim uma pessoa alegre pela manhã e eu sou realmente um pouco assustadora.
- Ela sorriu para suavizar as palavras. - E eu falo um péssimo Inglês, de acordo
com você.

- Eu acho que isso é cativante.

O coração dela se derreteu. - Sério?

- Sim. – Ele a segurou com mais força. - Eu não quero perder você,
Cyan. Eu preciso de você. Eu queria lhe dizer isso e fazer você entender que
você é profundamente valorizada por mim.

- Estou procurando mais do que o valor aqui. - Ela mordeu o lábio. -


Você já amou alguém antes? Você acha que é possível que um dia você caia de
amor por mim?

O olhar dele se estreitou. - Nem um dia.

Doeu e ela abaixou o olha, tentando se inclinar para longe do corpo dele,
mas de repente ele pegou um punhado de seu cabelo na base do pescoço para
mantê-la no lugar. Ela olhou para ele com surpresa.

- Eu te amo, Cyan Eou. Não vai acontecer um dia, pois já ocorreu. Eu


acredito que isso aconteceu no momento em que você se aproximou de mim no
interior da cela de interrogatório e me tocou. Você me fez sentir com sua leve
carícia, com o jeito como você se apertou contra mim e o olhar em seus olhos
quando eu olhei para eles.

- Eu achei que tinha sido a atração sexual.

- Você não é meu tipo de mulher, mas você se tornou. – A pressão sobre
seus cabelos se afrouxou. - Foi mais do que isso. Você me viu e não apenas as
cicatrizes. Eu não te intimidei ou provoquei um repulsa em você. Eu era um
homem. - Ele soltou o cabelo dela e acariciou seu rosto. - Você me faz sentir feliz
por estar em sua presença e medo ao mesmo tempo de que você um dia você

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

me deixe. Você me faz ter raiva, mas eu gosto de discutir com você. Eu estou
vivo com você e você faz todo o possível por mim. Posso não ter experimentado
o amor antes, mas eu sou um analista. - Seus lábios se curvaram para cima em
um sorriso. - Eu sou inteligente o suficiente para descobrir o que estou
sentindo. Eu sinto amor e acredito que você me ama também. Você poderia ter
me deixado, mas você está aqui, vestindo a minha camisa, na minha cama, e
você teve uma escolha.

Lágrimas encheram os olhos dela. - Eu também te amo, Krell. Eu não


quero sair. Aqui é onde eu pertenço, com você, e é o único lugar que eu quero
estar.

- Eu nunca te deixarei ir e eu nunca vou te compartilhar com outros


machos. - Ele hesitou, seu sorriso desapareceu e raiva escureceu seus olhos. - A
ideia me faz sentir raiva só de pensar neles descobrindo o seu corpo,
conhecendo você e você os tocando. Você é minha. Eu quero ser o seu principal
e único homem.

- Eu disse que eu não estou nessa coisa de multi-parceiros. Ewww. Você


é mais do que suficiente para mim e eu não quero mais ninguém. O conselho
ficará muito triste se eles tentarem empurrar essa besteira de lei cyborg sobre
nós. Eu posso ser uma verdadeira puta e eu serei.

A boca de Krell cobriu a dela e ela gemeu contra o seu beijo. A língua
dele mergulhou dentro para provocá-la com carícias leves que a deixaram
ofegante quando ele finalmente se afastou. Ele olhou nos olhos dela.

- Eu me lembro de algumas coisas sobre os seres humanos.

- Ok. Isso seria como irritar alguém quando este alguém quer ter relações
sexuais e você para?

Ele riu e a ergueu de seu colo, apesar de seus protestos. Ele a colocou à
beira da cama e ele escorregou para o chão. Ele se ajoelhou diante dela e ela
esperou que ele fizesse algo bizarro. Ela ansiava para que ele a virasse e a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

tomasse no estilo cachorrinho. Seu corpo doía por ele, mas ao invés, ele pegou a
mão dela, ergueu-a aos seus lábios e pressionou um beijo nas costas de suas
mãos. Seu olhar escuro se trancou com o dela enquanto ele continuava
segurando sua mão.

- Cyan, você quer se casar comigo? Prometo te amar, honrar e cuidar de


você. Vou protegê-lo com a minha vida, dar-lhe a minha aliança acima de todos,
incluindo o conselho e outros cyborgs, e juro lealdade a você enquanto eu
respirar. Eu vou colocar as suas necessidades acima das minhas próprias,
sempre tentar fazer você feliz, e eu -.

Ela o puxou de seu equilíbrio usando o aperto na mão que ele segurava,
e o levou para o chão lançando seu corpo contra o dele. Krell aterrissou de
costas no chão com ela montada em seu colo. Ela se inclinou sobre ele com o
cabelo caindo para frente em uma cortina em torno deles e riu.

- Você já tinha me ganho no 'quer se casar comigo'. Sim!

Ele riu. - Você é muito forte.

- As pessoas sempre me subestimam.

Ele a surpreendeu por erguer os quadris, soltar a mão dela que ele ainda
segurava e os rolar. As costas dela bateram no chão e o cyborg sexy a prendeu
com força. Ele sorriu quando ele puxou os braços dela sobre a cabeça e
perfeitamente embalou seus quadris no v das suas coxas. Seu pau pressionou
firmemente seu clitóris, esfregando quando ele se balançou contra ela para ficar
mais confortável, e ela gemeu baixinho.

- Será que você alguma vez vai me permitir terminar uma frase?

- Provavelmente não. - Ela colocou os pés em torno dos quadris dele. -


Será que você alguma vez vai parar de me provocar e calar a boca? Menos
conversa, mais roupas fora.

Ele sorriu. - Há tanta coisa que eu amo em você.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Haveria muito mais para você amar, se você tirasse a minha roupa.

- Quero uma cerimônia de união e vamos compartilhar marcações.

- O que significa isso? Você poderia falar um Inglês que eu possa


entender?

Ele soltou os braços dela e se levantou. - Tire minha camisa.

Cyan pegou o material mais do que feliz em obedecer. Ela não tinha
problemas em ajudá-lo a tirar sua roupa. Ela adorava desnudar cada centímetro
dele. O som foi alto quanto ela retirou a camiseta de seu corpo. Ele permaneceu
quieto para permiti-la fazer isso e ela o libertou de sua camiseta e a jogou a uma
distância. As mãos dela aplainaram seu peito firme e impressionantemente
musculoso e deslizou para baixo para abrir a frente de suas calças. De repente,
ele abaixou e prendeu as mãos dela entre seus estômagos.

- Nossos homens tatuam seus nomes e quem somos em nossa língua em


nossos braços e ombros. Eu já tinha suficientes cicatrizes para carregar e nunca
quis mais. Isso mudou com você. – Ele se apoiou em um braço para segurar seu
peso, usou a mão para escovar o lado externo de seu braço com a ponta dos
dedos e traçá-los para cima, para seu ombro e costas. - Elas seriam colocadas
aqui.

- Vocês criaram uma linguagem? É difícil de falar? Eu sou muito boa em


aprender coisas novas.

- É apenas uma língua escrita. Fizemos isso para nos comunicar uns com
os outros sem que os outros fossem capazes de compreender. Eu vou ensiná-la.
– Ele fez uma pausa, olhando profundamente nos olhos dela. - Significaria
muito para mim se você quisesse levar o meu nome, se nós compartilhamos as
mesmas marcas e elas forem semelhantes.

- Você já ouviu falar em anel de casamento? Você sabe, anéis semelhantes


em nossos dedos?

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Decepção atravessou seu rosto bonito. - Sim. Eu entendo. Carregar as


marcas do outro em seu corpo é um fardo difícil de suportar.

Era importante para ele, significava muito, e isto importava para ela. Ele
já carregava as cicatrizes de seu ataque pelos seres humanos, ele teria sempre
esta lembrança, mas agora ele queria algo que iriam partilhar em seus
corpos. Ela entendeu e isto fez o seu coração derreter.

- Eu ficaria honrada em fazer tatuagens semelhantes as suas.

Ele sorriu. - Sério?

- Sim. Eu só espero que elas sejam atraentes. Você vai ficar olhando para
elas por muito tempo, porque você está preso comigo para sempre. Eu meio
que cicatrizo rápido e espero que as tatuagens também.

- Nossos corpos as levam e assim o seu também. Usamos tinta magnética


colocada sob a pele para manipular os padrões exatos que queremos. Sua pele
vai tolerar isso e usamos um envoltório que irá mantê-la no lugar enquanto
você cura para manter o padrão. A linguagem escrita cyborg é bonita de se
ver. Vou pedir para alguns dos homens lhe mostrarem antes que seja feito em
você, para que assim você possa vê-lo. Eu vou escrever o meu nome para
mostrar como a nossa será exatamente.

- Assombroso, mas eu tenho certeza que vou adorar. Eu realmente não


quero um monte de caras tirando suas camisas na minha frente. Eu estou
contente em apenas admirar a sua, quando nos as fizermos.

Ele riu. - Assombroso.

Cyan riu. - Você sabe, eu vou ser totalmente uma má influência para
você. Você já está pegando as minhas gírias.

- Estou ansioso por isso.

- Agora podemos transar? - Ela agarrou os ombros dele, tentando puxá-


lo. - Eu quero você.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ele abaixou seu peito, mas em vez de beijá-la, ele olhou nos olhos dela. -
Tenho mais um pedido. Você não tem que responder agora, mas eu aprecio sua
consideração.

- Ok. O que é?

Ele hesitou.

- Desembucha.

- Eu suponho que isto quer dizer que eu diga o que está em minha
mente.

- Sim. - Ela sorriu. - Você sabe o que estou pensando. Suas calças estão
ainda aí, no entanto.

- Eu gostaria de ter um filho com você em uma data futura.

Isto a chocou.

- Eu sei que não há necessidade, Mavo fez isso para mim em


conformidade com a lei cyborg, mas eu espero que você possa, pelo menos,
considerar isso. Eu desisti de querer um monte de coisas, mas você me faz
sonhar por mais. Quero experimentar tudo com você, Cyan. Eu quero viver
com você em todas as maneiras possíveis, formar uma verdadeira família, e
criar uma vida com você seria incrível.

Ele é perfeito, ela admitiu, enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. Ela
as piscou de volta.

- Sinto muito. Eu aborreci você e esta não era minha intenção.

- Não é isso. Eu costumava sonhar em ter filhos. Toda menina sonha, mas
eu fui diagnosticada com a minha doença quando eu ainda estava brincando
com bonecas. Eu perdi toda a esperança de algum dia tornar-me mãe, e eu
imaginei que seria muito perigoso tentar ter um depois que o meu corpo foi
trocado. Minha vida era instável com a necessidade de mudar de identidade a

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

cada quinze anos ou mais. Eu não queria arrastar uma criança nessa bagunça e
ser mãe solteira no exército significava que eu não poderia cuidar do meu
próprio filho.

- Você não precisa mais esconder quem você é e você tem uma casa agora
comigo. Seus sonhos podem se tornar realidade também. Nós podemos fazer
isso juntos, realizar qualquer coisa que queremos, e temos uma longa vida pela
frente para compartilhar.

Ela fechou os olhos.

- Cyan? Você pode pensar sobre isso mais tarde.

- Espere.

Ele se ajustou, levantando-se, e agarrou a camisa emprestada dela,


puxando-a. Seus olhos se abriram e ela arqueou as costas, ajudando-o a tirá-
la. Ele rolou de cima dela, abriu as calças e chutou as botas para tirá-las. Cyan
riu, sentou-se e ajudou a tirá-las. Krell ficou de pé, se abaixou e a puxou a seus
pés.

- A cama seria mais confortável.

Ela encontrou o seu olhar. - Eu desliguei.

- Desligou o que? - Ele passou um braço em volta da cintura dela,


puxando-a em seus braços e a surpreendeu levantando-a. Ele foi para a cama,
virou-se e se sentou, colocando-a em seu colo de frente para ele.

- Meu implante. Você sabe, aquele que controla meus ovários para que
eu não ovule. Pode demorar um pouco para engravidar, mas isso significa que
vamos precisar tentar muitas vezes. - Ela sorriu. - Muito. O tempo todo. - Ela se
inclinou para mais perto, até que seu pau duro ficou preso entre suas barrigas,
os lábios dela esfregando os dele. - Você definitivamente está pronto para isso.

Um grunhido retumbou do fundo de sua garganta. - Eu sou seu homem.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

- Sim, você é. Eu sou sua mulher, que realmente quer que você, baby. Me
faça feliz.

- Essa é a minha principal prioridade e tenho como objetivo agradar


você.

Ele a beijou, seus braços a envolveram e ele a puxou mais contra


ele. Cyan gemeu, usando suas unhas para arranhar a pele dele. Ela gostava de
tocá-lo, simplesmente amava tudo nele.

Ele deslizou as mãos para baixo para pegar na bunda dela, impeliu-a a se
levantar, e ela fez isso, quebrando o beijo. Seus olhares se detiveram quando ela
alcançou entre eles, segurou o eixo de seu pênis e o acariciou.

- Tome-me, Cyan.

Ela balançou sua boceta sobre a coroa de seu pau, esfregou-se para frente
e para trás apenas o suficiente para atiçar seu desejo ainda mais. Ela gemeu. -
Seu trabalho é me agradar, mas meu trabalho vai ser atormentá-lo um
pouco. Você me fez esperar. É apenas justo.

Um rosnado rompeu da garganta dele e ele a surpreendeu de repente


rolando-os. Ele a prendeu debaixo dele e começou a entrar em seu corpo
lentamente. -Eu nunca prometi ser justo. - Ele piscou. - Eu prometi amar e
proteger você. Eu pretendo fazer isso agora.

Ela teria rido, mas Krell tomou posse de sua boca, beijando-a até que ela
não conseguisse mais pensar.

Alegria e felicidade encheram Krell. Cyan era sua para manter e amar. A
culpa o comeu um pouco por não informá-la sobre o status de seu esperma
inativo, mas ele diria isso mais tarde, depois que ele fizesse uma rápida viagem
ao médico para obter a injeção que iria torná-lo viável. As unhas dela, que se
cravaram em sua pele, elevaram sua paixão e a culpa fugiu para ser substituída
por necessidade pura.

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Sedução Cyborg - Laurann Dohner Provocando Krell – Livro 07 Grupo RM

Ela o perdoaria por ter esperado para dizer a ela, supondo que ela ficaria
mais irritada se ele se afastasse de seu corpo, e não havia maneira dele fazer
isso. Nem mesmo uma invasão de seu planeta iria arrastá-lo dela antes que ele
fizesse amor com sua Cyan.

Ele quebrou o beijo, o desejo de ver a fisionomia encantadora dela uma


necessidade que ele se recusou a ignorar. Lábios cheios de paixão suspiraram
quando ele levantou a olhar para ela. Ele revirou os quadris, encontrando o
ponto que a fez gritar seu nome, e seu pau estocou dentro dela.

Os músculos vaginais dela se cerraram em torno dele. A sensação fez


suas bolas se apertarem e ele lutar contra o clímax que ameaçava vir. Não sem
ela. Esta promessa manteve sua paixão em cheque.

- Krell!

Seu tom de súplica lhe disse o que ela precisava. Ele apoiou seu corpo
apenas o suficiente para segurar seu peso em um braço e deslizou a outra mão
entre seus corpos. Ele pressionou seu polegar em seu clitóris. Os olhos dela se
estreitaram, os gemidos ficaram mais altos e ele esfregou o feixe de nervos que
iria ajudá-la a gozar. Ele a fodeu mais rápido, tomou-a mais profundamente e
os músculos dela agarram seu pau ainda mais apertado.

Céu, ele decidiu. Este devia ser o nome de Cyan. As unhas dela
agarraram às suas costas, a dor da picada o enviou em uma névoa de felicidade
enquanto o torturava ao mesmo tempo. Ele sabia que não podia segurar por
mais tempo, mas ele não precisava. Cyan jogou a cabeça para trás, gritou seu
nome, e sua vagina o capturou quando ela atingiu o auge de seu prazer.

Krell bradou, o êxtase cegando-o, e esvaziou a sua semente


profundamente em seu corpo quente, apertado, preso sob o dele. Ele
estremeceu, retirou a mão de entre eles, e rolou arrastando-a com ele. Ela deitou
sobre o peito dele e ele a abraçou com força.

Eu nunca vou deixá-la ir. Este é o lugar onde ela pertence. Comigo.

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FIM

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