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COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES No capitulo 3 tego consideragdes sobre algumas ques- tes éticas ¢ suas aplicacées, discorrendo sobre como valo- tes, necessidades e contexto sociopolitico sio mutaveis ¢ ex- pressam o desenvolvimento de um povo, de um grupo, de ada individuo. Cabe ressaltar a importincia de se resgatar os caminhos percorridos, que possibilitaram sua elaboracio, pot meio da apresentagao das resolugdes do Conselho Federal de Psicologia, disponiveis no site do CRP, de 1996 a 2005. Agru- pei-as por tépicos, a fim de contemplar algumas alteragoes oriundas da pritica profissional ¢ da evolucio cientifica em diversas éreas do saber. As resolucées do Conselho Federal de Psicologia, complementando c esclarecendo artigos ¢ ali nneas do cédigo, sio citadas e algumas vezes apresentadas de forma total ou parcial, no sentido de acompanhar as inova- sGes cientificas, as transformagées sociais, as demandas ¢ reflexdes da classe profissional, da sociedade, com seus mpasses ¢ dificuldades, como nossa atuagio em prol da luta antimanicomial, contra 0 ato médico, entre outras. No capitulo 4 sio apresentadas as regulamentagdes que norteiam a legislagio do exercicio da profissio e as normas dis- ciplinares. No capitulo 5, as regulamentagées sobre as especi- alizages c residéncia em psicologia e no capitulo 6 sio aborda- das questées ¢ procedimentos para a pesquisa em psicologia. No capitulo 7 trabalha-se a delimitagio do campo de atuacio do psicélogo, com destaque para a avaliagio psico- Sica, as psicoterapias, as terapias nao reconhecidas cienti- ficamente e as priticas mediadas por computador. Os anexos apresentam um pouco de nossa identidade profissional, ao trazerem na fintegra nossos cédigos de ética anteriores ¢ as definigdes das especialidades em psicologia. 1 Cédigo de Etica Profissional do psicdlogo a0 7 gO0% ‘Toda profissio define-se a partir de um corpo de priticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrées técnicos ¢ pela existéncia de normas éticas que ga- rantam a adequada relagio de cada profissional com seus pa- res ¢ com a sociedade como um todo. Um Codigo de Etica profissional, ao estabelecer padrdes esperados quanto as praticas referendadas pela respectiva categoria profissional pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexio exigida de cada individuo acerca da sua praxis, de modo a responsabilizé-lo, pessoal ¢ coletivamente, por ages ¢ stias conseqiiéncias no exercicio profissional. A mis- sio primordial de um cédigo de ética profissional nao é de normatizar a natureza técnica do trabalho, ¢, sim, a de asse- gurar, dentro de valores relevantes para a sociedade ¢ para as priticas desenvolvidas, um padrao de conduta que forta- leca 0 reconhecimento social daquela categoria. Cédigos de Etica expressam sempre uma concepgio de homem e de sociedade que determina a direcio das relagdes entre 0s individuos. Traduzem-se em principios normas que devem se pautar pelo respeito a0 sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressio de valores universais, tais como os constantes na Declaracio Univer- sal dos Direitos Humanos; socioculturais, que refletem a realidade do pafs; e de valores que es fi) BEOFEGHUNAERSITARIA PROF ROGER PATTI 6 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES sao, um cédigo de ética ni pode ser visto como um con- junto fixo de normas ¢ imutivel no tempo. As sociedades mudam, as profissées transformam-se ¢ isso exige, também, uma reflexio continua sobre o proprio cédigo de ética que nos orienta. A formulagio deste Cédigo de Etica, o terceiro da profis- sio de psicélogo no Brasil, responde ao contexto organiza- tivo dos psicélogos, a0 momento do pais ¢ ao estigio de de- senvolvimento da psicologia enquanto campo cientifico e pro~ fissional. Este Cédigo de Etica dos Psicdlogos é reflexo da necessidade, sentida pela categoria ¢ suas entidades repre- sentativas, de atender 3 evolucio do contexto institucional le- gal do pais, marcadamente a partir da promulgacio da deno- minada Constituigio Cidada, em 1988, ¢ das legislacoes de- la decorrentes. Consoante com a conjuntura democrética vigente, 0 pre- sente Cédigo foi construfdo a partir de miltiplos espacos de discussio sobre a ética da profissio, suas responsabilidades € compromissos com a promogio da cidadania. O processo ocorreu ao longo de trés anos, em todo 0 pais, com a parti- cipagio direta dos psicdlogos e aberto a sociedade. Este Cédigo de Etica pautou-se pelo principio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexdo do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicblo- go. Para tanto, na sua construcio buscou-se: a. Valorizar os princfpios fundamentais como grandes cixos que devem orientar a relacio do psicdlogo com a sociedade, a profissio, as entidades profissionais c a cién- ia, pois esses cixos atravessam todas as priticas e estas demandam uma continua reflexio sobre 0 contexto so- cial institucional. ETICA NA PSICOLOGIA 7 b._Abrir espago para a discussio, pelo psicslogo, dos li- mites e intersecdes relativos aos direitos individuais e co- letivos, questio crucial para as relagdes que estabelece com a sociedade, os colegas de profissio ¢ 0s usudrios ou beneficiarios dos seus servigos. c. Contemplar a diversidade que configura o exercicio da profissio e a crescente insergao do psicélogo em con- textos institucionais e em equipes multiprofissionais. d. Estimular reflexes que considerem a profissio co- mo um todo e€ nao em suas priticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos nio se restringem a priticas especificas ¢ surgem de atuagio. Ao aprovar e divulgar 0 Cédigo de Etica Profissional do m quaisquer contextos Psicdlogo, a expectativa é de que cle seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades deveres do psicélogo, oferecer diretrizes para a sua forma- fo ¢ balizar os julgamentos das suas ages, contribuindo para o fortalecimento ¢ ampliagio do significado social da profissio, Princfpios fundamentais I. O psicélogo baseard o seu trabalho no respeito ¢ na promocio da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que em- basam a Declaragio Universal dos Direitos Humanos IL. O psicélogo trabalhard visando promover a satide a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e con- tribuiré para a eliminagio de quaisquer formas de negli géncia, discriminagao, exploracio, violéncia, crueldade c opressio. 18 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES IIL. O psicélogo atuaré com responsabilidade social, ana- lisando critica e historicamente a realidade politica, eco- némica, social ¢ cultural. IV. O psicélogo atuari com responsabilidade, por meio do continuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo cien- tifico de conhecimento e de pritica V._O psiclogo contribuiré para promover a univer- salizagio do acesso da populagio as informacées, a0 co- nhecimento da ciéncia psicolégica, aos servigos ¢ aos padres éticos da profissio. VI. O psicélogo zelara para que 0 exercicio profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situacées em que a Psicologia esteja sondo aviltada. VII. O psicélogo considerari as relagdes de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relagdes sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de for- ma critica ¢ em consonincia com os demais principios deste Cédigo. Das responsabilidades do psicélogo Art. 1° Sio deveres fundamentais dos psic6logos: a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Cé- digo; b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teérica © tecnicamente; c._ Prestar servicos psicol6gicos de qualidade, em con- dices de trabalho dignas ¢ apropriadas & natureza desses servicos, utilizando principios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciéncia psicolégica, na ética e na legislacdo profissional; TICA NA PSICOLOGIA " 4d, Prestar servicos profissionais em situagdes de calamida- de piblica ou de emergéncia, sem visar beneficio pessoal; €. Estabelecer acordos de prestacio de servigos que res- peitem os direitos do usuario ou beneficidrio de servicos de Psicologia; £ Fornecer, a quem de direito, na prestacio de servicos psicol6gicos, informagdes concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g Informar, a quem de direito, os resultados decorren- tes da prestagio de servigos psicolégicos, transmitindo somente o que for necessario para a tomada de decisdes que afetem 0 usuério ou beneficidrio; h. Orientar a quem de dircito sobre os encaminhamen- tos apropriados, a partir da prestacao de servicos psico- logicos, ¢ fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; i. Zelar para que a comercializacao, aquisicio, doagio, empréstimo, guarda e forma de divulgago do material privativo do psicdlogo sejam feitas conforme os princfpios deste Cédigo; j. Ter, para com o trabalho dos psicélogos ¢ de outros profissionais, respeito, consideracao ¢ solidariedade, ¢, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k. Sugerir servicos de outros psicélogos, sempre que, por motivos justificdveis, nio puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente fornecendo ao scu substituto as informacées necessirias, a continuidade do trabalho; 1. Levar a0 conhecimento das instincias competentes © exercicio ilegal ou irregular da profissio, transgressdes 0 GOLEGAO ETICA NAS PROFISSOES 4 principios e diretrizes deste Cédigo ou da legislagio profissional Art. 2° — Ao psicélogo é vedado: a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que ca- racterizem negligéncia, discriminagio, exploragio, vio- léncia, crueldade ou opressio; b. Induzir a convicgies politicas, filoséficas, morais, ideoldgicas, religiosas, de orientagao sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercfcio de suas fungées profissionais; ¢. Utilizar on favorecer 0 uso de conhecimento ¢ a uti- lizagio de praticas psicolégicas como instruments de castigo, tortura ou qualquer forma de violéncia; d. Acumpliciar-se com pessoas ou organizagdes que exergam ou favoregam 0 exercicio ilegal da profissio de psicdlogo ou de qualquer outra atividade profissional; e. Sercon ente com erros, faltas éticas, violagio de di reitos, crimes ou contravencées penais praticados por psi- célogos na prestacao de servigos profissionais; £ Prestar servicos ou vincular 0 titulo de psicdlogo a servigos de atendimento psicol6gico cujos procedimentos, técnicas e meios nao estejam regulamentados ou reco nhecidos pela profissio; g- Emitir documentos sem fundamentagio e qualidade técnico-cientifica; h, Interferir na validade e fidedignidade de instrumen- tos € técnicas psicolégicas, adulterar seus resultados ou fazer declaragdes falsas; i. Induzir qualquer pessoa ou organizagio a recorrer a seus servicos; ETICA NA PSICOLOGIA 2 Jj. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vinculo com o atendido, relagao que possa inter- ferir negativamente nos objetivos do servigo prestado; k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situacdes nas quais seus vinculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ow a fidelidade aos resultados da avaliacio; 1. Desviar para servico particular ou de outra instituigio, visando beneficio proprio, pessoas ou organizagées atendi das por instituigao com a qual mantenha qualquer tipo de vinculo profissional; m. Prestar servigos profissionais a organizagées con- correntes de modo que possam resultar em prejuizo para as partes envolvidas, decorrentes de informagdes privilegiadas; n. Prolongar, desnecessariamente, a prestagio de ser vigos profissionais; ©. Pleitear ou receber comissdes, empréstimos, doagées ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorérios contratados, assim como intermediar transacées financeiras; p. Receber, pagar remuneracio ou porcentagem por en- caminhamento de servigos; q. Realizar diagnésticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de servigos psicol6gicos em meios de comunicagio, de forma a expor pessoas, grupos ou organi zacées. Art. 3°—O psicdlogo, para ingressar, associar-se ou per= manecer em uma organizacio, considerard a misao, a filo- sofia, as politicas, as normas e as priticas nela vigentes e sua compatibilidade com os prinefpios ¢ regras deste Cédigo. 2 COLECAO ETICA NAS PROFISSOES Pardgrafo tinico — Existindo incompatibilidade, cabe ao psicélogo recusar-se a prestar servicos e, se pertinente, apresentar dentincia ao érgio competente. Art. 4° ~ Ao fixar a remuneragio pelo seu trabalho, 0 psicdlogo: a. _Levard em conta justa retribuigao aos servicos pres- tados e as condigdes do usuario ou beneficiério; b. Estipulard o valor de acordo com as caracteristicas da atividade ¢ 0 comunicara ao usuario ou beneficiério antes do infcio do trabalho a scr realizado; c. Asseguraré a qualidade dos servigos oferecidos inde- pendentemente do valor acordado, Art. 5° - O psicélogo, quando participar de greves ou paralisagOes, garantira que: a. As atividades de emergéncia nio sejam interrom- pidas; b. Haja prévia comunicacio da paralisacio aos usuarios ou beneficidrios dos servigos atingidos pela mesma Art. 6° — O psicélogo, no relacionamento com profis- sionais nio psicdlogos: a. _Encaminharé a profissionais ou entidades habilitados € qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuacio; b. Compartilhard somente informagées rclevantes para qualificar o servigo prestado, resguardando o carter con fidencial das comunicac6es, assinalando a responsabili- dade, de quem as receber, de preservar o sigilo, Art. 7° — O psicélogo poder intervir na prestagio de servigos psicolégicos que estejam sendo efetuados por ou- tro profissional, nas seguintes situagoes: a. Apedido do profissional responsivel pelo servigo: b, Em caso de emergéncia ou risco ao beneficidrio ou usué- rio do servigo, quando dard imediata ciéncia ao profissional; ETICA NA PSICOLOGIA a ¢. Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupgio voluntiria e definitiva do servico; 4d. Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervengio fizer parte da metodologia adotada. Art. 8° ~ Para realizar atendimento nao eventual de cri- anga, adolescente ou interdito, o psicélogo devers obter au- torizagio de ao menos um de seus responsaveis, observadas as determinagoes da legislagao vigente; § 1° — No caso de nio sé apresentar um responsivel le- gal, o atendimento devers ser efetuado e comunicado as au- toridades competentes; § 2° — O psicélogo responsabilizar-se-4 pelos encami- nhamentos que se fizerem necessarios para garantir a pro tecio integral do atendido. Art. 9° — E dever do psicélogo respeitar o sigilo profis- sional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizagées, a que te- nha acesso no exercicio profissional Art. 10 — Nas situagdes em que se configure conflito entre as exigéncias decorrentes do disposto no art. 9° € as afirmacées dos princfpios fundamentais deste Cédigo, ex- cetuando-se os casos previstos em lei, o psicélogo poderd decidir pela quebra de sigilo, baseando sua deciséo na busca do menor prejuizo. Pardgrafo tinico ~ Em caso de quebra do sigilo previs- to no caput deste artigo, 0 psicdlogo deverd restringir-se a prestar as informagées estritamente necessirias. Art. 11 — Quando requisitado a depor em juizo, o psicd- logo poder prestar informacGes, considerando 0 previsto neste Cédigo. Art. 12 — Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, 0 psicélogo registrard apenas 24 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES as informagées necessérias para 0 cumprimento dos obje- tivos do trabalho. Art. 13— No atendimento a crianga, a0 adolescente ou a0 interdito, deve ser comunicado aos responsiveis o estritamen- te essencial para se promoverem medidas em seu beneficio. Art. 14—A utilizacio de quaisquer meios de registro e observacio da pratica psicol6gica obedecera as normas des- te Cédigo e a legislacio profissional vigente, devendo o usus- rio ou beneficiério, desde o infcio, ser informado. Art. 15 — Em caso de interrupgao do trabalho do psic6- logo, por quaisquer motivos, ele deverd zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. § 1° — Em caso de demissio ou exoneragio, 0 psicélogo deverd repassar todo o material ao psicdlogo que vier a subs- tituf-lo, ou lacré-lo para posterior utilizagdo pelo psicélogo substituto, § 2° - Em caso de extingio do servigo de Psicologia, o psicélogo responsavel informaré ao Consclho Regional de Psicologia, que providenciaré a destinagio dos arquivos con- fidenciais. Art. 16 ~ O psicélogo, na realizacio de estudos, pesqui- sas ¢ atividades voltadas para a produgio de conhecimento ¢ desenvolvimento de tecnologias: a. Avaliard os riscos envolvidos, tanto pelos procedimen- tos, como pela divulgacio dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizages e comuni- dades envolvidas; b. Garantir4 0 cardter voluntério da participacio dos en- volvidos, mediante consentimento livre ¢ esclarecido, salvo nas situacdes previstas em legislacio especifica e respeitando os principios deste Cédigo; 4] y 4 \ ! ETICA NA PSICOLOGIA ro c. Garantiré 0 anonimato d: : S Pessoas, grupos ou orga- nizagdes, salvo interesse manifesto destes; 4. Garantiré 0 acesso das pessoas, grupos ou organiza ges aos resultados das pesquisas ou estudos, apés seu encerramento, sempre que assim 0 desejarem. Art. 17 ~ Cabers aos psicslogos docentes ou superviso- res esclarecer, informar, orientar ¢ exigir dos estudantes a observancia dos principios ¢ normas contidas neste Cédigo. Art. 18 ~ O psicélogo nao divulgaré, ensinaré, cederd, emprestaré ou vender a leigos instrumentos e téenicas psi col6gicas que permitam ou facilitem 0 exercicio ilegal da profissio. : Art. 19-0 psicélogo, ao participar de atividade em vef- culos de comunicacio, zelara para que as informagées pres- tadas disseminem 0 conhecimento a respeito das atribui- ses, da base cientifica e do papel social da profissio. Art. 20 — O psicdlogo, ao promover publicamente seus servicos, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a. Informard o seu nome completo, o CRP ¢ seu ni mero de registro; b. Fard referéncia apenas a titulos ou qualificagoes profissionais que possua; ¢. Divulgara somente qualificagées, atividades e recur sos relativos a técnicas © priticas que estejam reconheci- das ou regulamentadas pela profissao 4. Nio utilizard o prego do servigo como forma de pro- paganda; ¢. Nao fard previsio taxativa de resultados; £ Nio fard autopromogio em detrimento de outros pro fissionais; 26 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES g. Nio propord atividades que sejam atribuigées privativas de outras categorias profissionais; h. Nio faré divulgacio sensacionalista das atividades pro- fissionai Das disposicées gerais Art. 21 — As transgressdes dos preccitos deste “édigo cons- ‘40 disciplinar com a aplicagio das seguintes pe- nalidades, na forma dos dispos a. Adverténcia; b. Multa; c. Censura publica; 4 <0 legais ou regimentai Suspensio do exercicio profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Consetho Federal de Psicologia; e. Cassacio do exercicio pro selho Federal de Psicologia. Art, 22 — As diividas na observancia deste Cédigo ¢ os casos omissos sero resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 23 - Competird ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudéncia quanto aos casos omissos e fazé-la incorporar a este Cédigo. sional, ad referendum do Con- Art. 24 — O presente Cédigo poderd ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa prépria ou da categoria, ouvidos os Const 108 Regionais de Psicologia. Art. 25 — Este Cédigo entra em vigor em 27 de agosto de 2005 Na legislagao do Conselho Federal de Psicologia nao ha mengio a nenhum juramento profissional formal, mas qual quer tipo de juramento deve levar em conta os preceitos acima apresentados no Cédigo de Etica. 2 0 Cédigo de Etica Profissional do psicdlogo — percurso histérico Origens histéricas Desde a década de 1560, a disciplina de Psi nacional, aplicada aos emas educacionais. Com a aceleragio do desenv logia co- cout a ser ministrada em territé pro to s6cio-econdmico-cultural, as mudangas tornaram- is rapidas e abrangentes, exigindo outros padroes de respostas ¢ formas de compreensio da realidade no campo «la psicologia. Pioneiros como Franco da Rocha e Durval Marcondes dedicaram-se a introduzir e aplicar as técnicas psicanaliticas, desenvolvidas na Europa, para tratar nossos Jocntes mentais. Assim a psicologia foi se impondo, passo a paso, gracas aos estudiosos que partilha mentos ¢ formavam, de modo nao institucionalizado, ou- trox profissionais na rea psi Em 1945 foi fundada a Sociedade de Psicologia de S40 , por Klinenberg ¢ Anita Cabral, promovendo reuni- Ses cientificas, conferéncias, cursos de extensio, seminé- trios... Apesar de em 1954 ter sido fundada a Associacio Bra~ sileira de Psicélogos (ABP) que representou 0 Brasil na International Union of Scie bro de 1953 foi enviada a primeira proposta para a cria~ glo do Curso de Psicologia no Brasil. A Lei estadual 3.862 de 28/05/1957 regulamentou o curso que teve seu inicio em_ 1958, na Universidade de Sao Paulo. A primeira turma for- ™m seus conheci- fic Psychology, apenas em novem- 28 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES mou-se em 1960, no Rio de Janeiro. Os professores eram oriundos de outros paises, nem sempre compreendendo ¢ trazendo alternativas para nossos problemas sociais. A formalizagio da Psicologia como profissio ocorrett com a Lei 4.119 de 27/08/1962 que dispoe sobre os cursos de for~ magio em psicologia e regulamenta a profissio de psicdlo- go ¢ o Decreto 53.464, de 21/01/1964 que regulamenta a Lei 4.119 ¢ discorre sobre a estruturacio dos cursos de psicolo~ gia, nas Faculdades de Filosofia, em cursos de bacharela- do, licenciatura e psicologia, seu curriculo minimo ¢ sobre 08 direitos conferidos ao diplomado em cada um deles. Ao bacharel cabe lecionar Psicologia em cursos de grau médio; a0 licenciado, lecionar Psicologia; a0 psic6logo, ensinar Psi- cologia ¢ exercer a profissio. Estabelece como fungées pri- vativas do psicélogo o diagnéstico psicolégico, a orienta~ Gio € selegio de pessoal, a orientacao psicopedagégica, a so- lugio de problemas de ajustamento, a colaboragio em as- suntos psicolégicos ligados a outras ciéncias. Determina como exigéncia para 0 funcionamento dos cursos, a organizagio de servicos clinicos e de aplicagio educacao ¢ a0 trabalho, abertos ao ptiblico. Essa lei também regulamenta o exercicio profissional daqueles que jé vinham, exercendo ou que tivessem exercido a profissio por mais de cinco anos, podendo ser expedido o registro profissio- nal de psicélogo. © parecer 403/1962 do Conselho Federal da Educagio versa sobre 0 curriculo do curso de Psicologia no territério brasileiro, com a colaboragio dos professores Lourengo Fi ho ¢ Nilton Campos (Universidade do Brasil), Carolina Martuscelli Bori (Universidade de Si Paulo), Padre An- tonius Benko (Pontificia Universidade Catélica do Rio de ETICA NA PSICOLOGIA Janciro), Pedro Parafita Bessa (Universidade de Minas Gerais). Em scu pardgrafo inicial, reproduzido abaixo, con- textualiza a importincia da criagdo do curso ¢ as preocupa- Ges éticas que perduram até os dias de hoje Esta éa primeira vez que, no Brasil, fixa-se oficialmente um curricula de Psicologia, visando a direitos de exercicio pro- fissional. Tais direitos decorrem da Lei 4.119 de 27 de agos- to tilkimo, que veio inegavelmente, a0 regulamentar aprofissio de Psicélogo, preencher uma lacuna de que jé se ressentia 0 quadro de nossos trabilhadores de grau universirio. Dadas, porém, as caracterfsticas muito especiais da nova profissio, é preciso que desde logo se procure elevar este curso um nivel de qualificago intelectual e de prestigio social que permita aos seus diplomados exercer 0 mister do trabalho psicolégico de ‘modo eticaz ¢ com plena responsabilidade. Para isso é impe~ rativo que se acentue 0 carster cientifico dos estudos a serem realizados, que s6 assim hi de ser possivel assegurar psicolo- gia a posicio de relevo que Ihe cabe, 0 conceito das chamadas profiss6esliberaise, pari pass, evitar as improvisagbes que, do charlatanismo, a levariam fatalmente ao descrédito, Em 1967, a Associagio Brasileira de Psicdlogos, presidi- da por Arrigo Angelini claborou e aprovou um Cédigo de Etica, composto por cinco principios fundamentais e 40 artigos, que foi modificado em 1975 transformando-se no Primeiro Cédigo de Etica oficial de nossa classe profissional (Vilarinho, 2000) Somente em 1971, a Lei 5.766 cria o Conselho Federal 08 Conselhos Regionais de Psicologia, com 0 fito de regula- mentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercicio da pro- fissio, claborando o primeiro Cédigo de Etica, aprovado pela Resolugao CFP 008/75, de 02/02/1975, publicada no Didrio Oficial da Unido em 08/04/1975. 30 COLEGAO BTICA NAS PROFISSOES Codigo de Etica Profissional do Psicélogo de 1975 Aborda nos cinco 05 FUNDAMENTAIS apresen- tados a regulamentacio da formagio profissional, o trabalho embasado no respeito pelo outro ¢ por sua integridade, com a observincia do Princfpio da Benevoléncia, a importincia da formagio, da responsabilidade profissional e do aprimo- ramento pessoal c profissional. Consta ainda de 13 capitu- 1eOLOGO (deveres € RINC los: DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO atos vedados —art. 1° ¢ 2°), DAS RESPONSAB (© CLIENTE (art. 3° a0 5°), DAS RESPONSABL COM AS INSTITUIGOES EMPREGADORAS (art. 6° € 7°), DAS RELA GOES COM OUTROS PSICOLOGOS (art. 8° a0 11°), DAS RELACOES COM OUTROS PROFISSIONAIS (art. 12° € 13°), DAS RELACOES COM ASSOCIAGOES CONGENERES E REPRESENTATIVAS DO PSICOLOGO (art. 14° ¢ 15°), DAS RELAGOES COM AJUSTICA (art. 16° a0 20 Dos! ONAL (art, 21° ao 24°), DAS COMUNICAGOES, CIENTIFICAS E DAS PUBLICAGOES (art. 25° a0 31°), DA PUBL DADE PROFISSIONAL (art. 32° ¢ 33°), DOS HONORARIOS PROFIS~ SIONAIS (art. 34° e 35°), DA FISCALIZAGAO DO EXER FISSIONAL DA PSICOLOGIA E CUMPRIMENTO DOS PRIN COS (art, 36° a0 38°), DISPOSIGOES GERAIS (art. 39%e 40°). Cédigo na integra é apresentado no Anexo 1 - O Cédigo de Etica de 1975 j4 enfatizava a importancia da formagio continua, do conhecimento e do respeito pe- as limitagées impostas pelo desenvolvimento pessoal, es truturacao da personalidade e saber de cada profissional Salientava também as fungdes sociais da psicologia, deven- do ser aplicada em prol do bem-estar da coletividade, ve- dando o uso mercantilista, o desrespeito a privacidade, a0 sigilo, & confidencialidade, a utilizagio de titulos impré- DADES PARA COM DES E RELAGOES ILO PROFI ETICA NA PSICOLOGIA prios, o desvio de pacientes, a cumplicidade com o exerci cio ilegal da profissio, o uso de técnicas hipnéticas em in terrogatérios. Cabe lembrar que esse Cédigo foi elaborado na época do regime militar, quando as liberdades de imprensa, de ex- Pressao, estavam proibidas e a repressio imposta pelo regi- me ditatorial imperava com violento desrespeito pelos di- reitos humanos, gerando medo, perseguiigdes, torturas ¢ de- saparecimentos. Era preciso salientar essa preocupagio no Cédigo de Etica de forma sutil, para que o mesmo também nao fosse vetado. Ap6s quatro anos da regulamentacio do primeiro Cédi- go de Etica oficial, em 1979, por ocasiéo da comemoragio do centenirio da psicologia como ciéncia comportamental, igumas reformulagées foram realizadas no primeiro cédi- 80 € aprovadas pela Resolucio do CFP 029/79, que revoga a Resolucao CFP 08/1975 de 02/02/1975 Cédigo de Etica Profissional do Psicdlogo de 1979 O segundo Cédigo, reformulado no contexto politico da ditadura militar, apresenta cinco Princ TAIS ¢ 50 artigos, 10 a mais que o primeiro e mais alineas. No quarto Principio Fundamental ¢ salientado o traba em equipe. Dispéc de 12 capitulos: DAs RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICOLOGO (deveres ¢ atos vedados — art. 1° e 2°), DAS RESPONSABILIDADES PARA COM © CLIENTE (art. 3° a0 5°), DAS RESPONSADILIDADES E RELACOES COM AS INSTITUIGOES EM- REGADORAS E OUTRAS (art. 6° € 7°), DAS RELACOES COM OU= TROS PSICOLOGOS (art. 8° a0 13°), DAS RELACOES COM OUTROS DFISSIONAIS (art. 14° ¢ 15°), DAS RELAGOES COM ASSOCIA- 30 Cc 32 COLECAO ETICA NAS PROFISSOES ETICA NA PSICOLOGIA GOES CONGENERES F REPRESENTATIVAS DO PSICOLOGO (art, 16° © 17°), DAS RELAGOES COM AJUSTICA (art. 18° a0 22°), DO SIGE LO PROFISSIONAL (art. 23° a0 29°), DAS COMUNICAGOES CIEN= TIFICAS E DA DIVULGACAO AO PUBLICO (art. 30° 20 37°), Da pU~ BLICIDADE PROFISSIONAL (art. 38° ¢ 39°), DOS HONORARIOS PRO FISSIONAlS (art, 40° e 41°), DA OBSERVANCIA, APLICACAO F CUM= PRIMENTO DO CODIGO DE ETICA (art. 42° ao 50°). O Cédigo na integra 6 apresentado no Anexo 2 Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo de 1987 (€ resolugées complementares) © Cédigo de 1987 apresenta sete prINciPtos FUNDAMEN- TaIs, 50 artigos, ¢ uma grande quantidade de alineas, ex- Pressando as dificuldades ¢ reflexes ao longo do percurso. Nos princfpios fundamentais é enfocado o respeito pelo outro © por sua integridade, com a observincia do principio da benevoléncia; a importancia da formacio, da responsabili- dade profissional e do aprimoramento pessoal e profissio- nal. Acrescenta a fungio social do psicélogo por meio de tuma anilise critica da realidade e da “colaboracao na criagéo de condigées que visem eliminar a opressio ea marginalizagéo do ser ‘fiumano” (Principio Fundamental IV) e pode enfim citar, no VII Principio Fundamental, a observancia do estabelecido na Declaragao dos Direitos Humanos (aprovada em 10/12/ 1948). Dispde de 10 capftulos: Das RESPONSABILIDADES GE- als DO PsIcOLOGO (deveres € atos vedados — art. 1° a0 3°), com detalhamento, distribufdo em um total de 23 alfneas, DAS RESPONSABILIDADES E RELAGOES COM AS INSTITUICOES EM- PREGADORAS (art. 4° a0 6°), DAS RELAGOES COM OUTROS PRO- FISSIONAIS OU PSICOLOGOs (art. 7° a0 14°), DAS RELAGOES COM A CATEGORIA (art. 15° € 16°), DAS RELAGOES COM A JUSTI= CA (art. 17° a0 20°), Do sIGLo PROFISSIONAL (art. 21° a0 29°) PAS COMUNICAGOES CIENTIFICAS E DA DIVULGAGAO AO PUBLI- Co (art. 30° a0 35°), DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL (art. 36° a0 38°), DOS HONORARIOS PROFISSIONAIS (art. 39° e 40°), Da OBSERVANCIA, APLICACAO E CUMPRIMENTO DO CODIGO DE ETICA (art. 41° a0 50°), Em 20.02.1995, a Resolucio CFP 002/95 introduz a alf= “o” no art 2° “pre Pode-se observar uma referéncia a0 trabalho em equipe, despontado na época (no quarto principio fundamental, no art. 4° alfnea “b” e art. 26. A diminuigio do autoritarismo politico faz-se notar também pela exclusio da alinea “h” do art. 4° do primeiro Cédigo que vetava o interrogatério sob agio hipnética. Artigos mais explicitos a respeito do sigilo Profissional, garantindo a confidencialidade e a anuéncia do examinando foram acrescentados nos artigos 25 parigrafos Ie 2°, 26, 27 ¢ parigrafo tinico, 29, 33, 34 ¢ 35; as relacdes com a Justiga tornaram-se mais explicitadas, definindo-se também o grau de parentesco permitido nos casos de peri- fagem. A autonomia para exercer as fungées de ensino, pes- Quisa € supervisio foram mencionados nos artigos 30, 37 € 49. Com o aumento do mimero de psicélogos as relacdes com a classe foram mais explicitadas nos artigos 11, 12 ¢ 13. Ap6s 25 anos da regulamentagio da profissio ¢ oito apés @ regulamentagao do tiltimo Cédigo, com uma situacio Politica menos ameacadora ¢ mais democritica, foi aprova- da em 15/08/1987, a Resolugio do CFP 002/87 que apre- senta 0 terceiro Cédigo de Etica Profissional dos Psicélo- 80s, revogando a Resolucio CFP 029/79 de 30/08/1979, bem como as demais disposig6es em contrario, nea star servico ou mesmo vineular seu titulo de 4 COLEGAO ETICA NAS PROFISSOES Psicélogo a servicos de atendimento psicolégico por via telefinica O Cédigo de Etica com a reformulagio é apresentado no Anexo3. A Resolucio CFP 005/198, de 1° de outubro de 1988 institui o Cédigo de Processamento Disciplinar, dispondo sobre os: procedimentos preliminares para a instauracao dos processos disciplinares; os atos processuais; a instrugio do processo; as penalidades; os recursos; os julgamentos do CFP. as execugies ¢ as revisoes. década de 1990 varias Resolugdes do Conse- Iho Federal de Psicologia foram criadas para complementar ¢ retificar 0 Cédigo de Etica, atendendo as especificagdes, mudangas, dilemas que demandam das constantes mudan- idade que nos cerca e da forma como a percebe- gas da rea mos ¢ interpretamos, 0 que nos impde desafios, nos ques- tiona, nos coloca em busca de respostas parimetros para que possamos regulamentar alguns aspectos possive O Conselho Regional de Psicologia 6* Regio possui um regimento interno aprovado pelo Conselho Federal de Psi- cologia, pela Resolugio CFP 016/2001 Passos importantes em diregdo a questao da garantia dos dircitos humanos tém sido dados por nossa sociedade ¢ embasam nosso cédigo de ética anterior e suas resolucdes complementares, bem como 0 atual. Destacamos a Decla- ragio Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948), a Cons- tituigao Federal do Brasil de 1988, denominada Constituigio Cidadi, o Estatuto da Crianga ¢ do Adolescente (Lei 8.069 de 13/07/1990), o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1/10/2003), a Resolucio do Conselho Nacional da Satide/Ministério da Satide 196/96, que versa sobre as Normas Eticas da Pesquisa nvolvendo Seres Humanos ETICA NA Trinta anos apés a entrada em vigor do primeiro Cédi- g0 de Btica Profissional ¢ 43 anos apés a regulamentagio da Psicologia como profissio, temos aprovado pela Resolugio CFP 10/2005, em vigor desde 27 de agosto de 2005, o atual Cédigo, com discussées democriticas, votagdes pelo site do CRP, amplas plenirias e discussées, refletindo nosso aprendizado democratico ¢ nossa luta pela atuacio social do psicdlogo. Cédigo de Etica Profissional do Psicélogo de 2005 A apresentacao do atual Cédigo de Etica enfatiza sua concepgio reflexiva ¢ norteadora, com a valorizagio de seus princfpios fundamentais que deveriam embasar a relacio psi- cdlogo/sociedade/ciéncia por perpassar stias priticas, inde- pendentemente do campo de atuacio. Um Cédigo de Fxica profissional, ao estabelecer padrdes espera dos quanto is priticas referendadas pela respectiva categoria pro- fissional e pela sociedade, procura fomentar aauto-reflexio exi- luo acerca da sua praxis, de modo a respon- sabilizé-1o, pessoal e coletiva de ética profissions trabalho, c, sim, ade assegurar, dentro de valores relevantes para aasociedade e paraas priticas desenvolvidas, um padrio de conduta que fortaleca o reconhecimento social daquela categoria (Cédigo de Etica Profissional do Psic6logo, p. 5) nte, poragéese: las conseql Jde umn e6digo iatureza técnica do iio é de normatizar. © Cédigo de Ftica € composto por sete PRINCIPIOS FUN- DAMENTAIS € 25 artigos (alguns com vérias alincas), 25 arti- gos a menos que o anterior. Os artigos sdo dispostos de for- ma mais clara ¢ abrangente, em geral englobando as resolu $6es que ao longo desses 18 anos complementaram o se- gundo cédigo. Vale ressaltar que as resolugdes, por serem 36 COLECAO ETICA NAS PROFISSOES mais especificas, trazem procedimentos mais claros sobre cada tema tratado, ainda devendo respaldar 0 exercicio pro- fissional. Possivelmente outras resolug6es ainda sejam edi- tadas se considerarmos a transformacio constante do ser ¢ da sociedade, trazendo sempre novos imperativos para a pri- tica profissional Nos Principios Fundamentais ¢ enfocado o respeito pelo outro € por sua integridade, com destaque para a promo- cio da liberdade, da dignidade, da igualdade. Ao psic6logo 6 atribufda a fungio social de promover a satide ¢ a quali- dade de vida, de promover a andlise critica das situagdes ¢ da realidade que o rodeia ¢ de ser agente de transforma- cio. A importincia da formacio, da responsabilidade pro- fissional ¢ do aprimoramento pessoal ¢ profissional tam- bem € destacada Dispae de dois capitulos, no primeiro: Das RESPONSABIL DADES DO PSICOLOGO, so abordados: os deveres fundamen- tais (art. 1°, 12 alineas); os atos vedados (art. 2°, 17 alfneas), a postura do profissional frente as instituigées (art. 3°); a fixacio da remuneragio (art. 4°, 3 alineas); a postura ao par- ticipar de greves e paralisages (art. 5°, 2 alfneas); 0 relacio- namento com outros profissionais (art. 6°, 2 alfneas e 7°, 4 alincas); os procedimentos para o atendimento, eventual ou nao, de criangas ¢ adolescentes (art. 8°, 2 incisos); a questio do sigilo profissional é melhor explicitada e circunstanciada (art. 9° ao 15°, 2 incisos); os procedimentos de pesquisa (art. 16, 4 alfneas); a docéncia ¢ a supervisao (art. 17); os instru- mentos ¢ técnicas psicolégicas (art. 18°); as atividades em vefculos de comunicacao (art. 19), as condigées necessérias para a promogio piiblica de servigos (art. 20, 8 alfneas). O segundo capitulo versa sobre As DISPOSICOES GERAIS, sendo ETICA NA PSICOLOGIA 7 composto por cinco artigos, que dizem respeito 3 observan- cia do presente cddigo (art. 21° ao 25°. Esse Codigo de Etica explicita em seus artigos a questio do preconccito racial e sexual, englobando a Resolugio CFP 001/99 que estabelece as normas de atuagio para os psicé- logos em relacdo a questo da Orientagio Sexual ¢ a Re- solugio CFP 018/2002 que estabelece normas de atuacio Para os psic6logos em relagio a0 preconceito e 3 discri- minagio racial ;

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