Você está na página 1de 24

Problemas Metafísicos

Material Teórico
Problemas Metafísicos Contemporâneos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Valter Luiz Lara

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Problemas Metafísicos Contemporâneos

• Introdução
• Época de Crise ou Transformação Profunda de Época?
• Problemas Societários Contemporâneos
• Problemas Contemporâneos de Sentido e de Ordem Ética
• Referências

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar níveis distintos de problemas e contextualizar o alcance
dos diferentes planos da crise da sociedade contemporânea como
crise de época, ou seja, como época de profundas transformações
humanas e societárias que demandam nova postura diante do
projeto civilizatório até aqui desenvolvido pela humanidade.
· Introduzir o aluno no conhecimento dos múltiplos problemas que
estão implicados no avanço e uso da tecnologia, sobretudo daqueles
que se dão na área da informação e da revolução digital.
· Aprofundar novos problemas societários e tendências da sociedade
globalizada atual à luz dos princípios fundamentais do pensamento
crítico filosófico e metafísico.

ORIENTAÇÕES
Olá!
A presente Unidade sobre Problemas Metafísicos Contemporâneos, como
o próprio nome anuncia, traz temas de relevância em nossos dias. O mais
importante agora é você exercitar sua capacidade de distinguir problemas através
dos diferentes modos de analisá-los e interpretá-los.
Você vai notar que Metafísica é um modo de tratar não apenas novos problemas
com novos conteúdos. Os problemas, na maioria das vezes são os mesmos que
são objetos de outras ciências. O enfoque é que varia. Por isso, a Unidade vai
iniciar com uma tipologia de problemas. A proposta é perceber modos diferentes
de nos aproximar e interpretar a natureza dos problemas que nos afetam.
Procure pensar metafisicamente, isto é, buscando sempre princípios, origens e
causas abrangentes para os problemas atuais e você estará no caminho certo
para entender a lógica que determinou a seleção dos temas dessa Unidade.
Faça um bom estudo e aproveite para rever como representante de nosso tempo
o caminho civilizatório que a humanidade tem feito até aqui e o que de fato
deve ser mudado para legar algo de verdadeiramente humano para as futuras
gerações... É esse o grande tema dessa Unidade. E convenhamos, o desafio não
é pequeno e também não é apenas teórico.
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

Contextualização
Leia o artigo “A percepção e o comportamento ambiental dos universitários em
relação ao grau de educação ambiental” dos seguintes autores: Loreni Teresinha
Brandalise Geysler Rogis Flor Bertolini Cláudio Antonio Rojo Álvaro Guilhermo
Rojas Lezana Osmar Possamai. Trata-se da descrição dos resultados de uma
pesquisa feita com estudantes universitários comparando o grau de educação
ambiental daqueles que tiveram em seus currículos uma disciplina de consciência
ambiental com aqueles que não a tiveram. O instrumento utilizado foi adaptado do
modelo VAPERCOM. O estudo contribui à medida que avalia o comportamento
do consumidor considerando sua percepção em relação à variável ambiental,
fornecendo subsídios à gestão organizacional no planejamento de ações de acordo
com as expectativas e avaliação dos consumidores.

O artigo está disponível em: http://goo.gl/ZAUe4n


Explor

Acesso em 23/10/2015 às 12h46

Abaixo transcrevemos as conclusões do trabalho, mas o interessante é ler o artigo


inteiro e inclusive, você mesmo deve tentar responder ao questionário aplicado aos
estudantes e assim fazer uma autoavaliação de seu comportamento em relação
a esse tema que foi trabalhado nesta Unidade como Problema que interessa à
Metafísica, pois coloca outras questões que envolvem não somente nossa atitude
como consumidor, mas como ser humano e seus projetos existenciais.
“Verifica-se que a percepção ambiental não está associada ao grau de
educação ambiental que é recebida. Esta conclusão baseia-se somente
na interferência gerada pelas disciplinas direcionadas às questões
ambientais, não considerando, portanto, outras fontes de informações
e conhecimentos da amostra. Este estudo de caso corrobora outros
resultados de pesquisas, constatando-se que a educação ambiental nas
escolas brasileiras é deficiente e carece ser melhorada. Assim, pode-se
afirmar que não basta a inclusão da educação ambiental nas escolas, é
preciso informar o consumidor para que as mudanças de comportamento
se estabeleçam, já que a mídia é a principal fonte de informações sobre
as questões ambientais para os dois grupos da amostra pesquisada.
Essas informações são úteis para conhecer como o universitário se
posiciona, enquanto consumidor e o que ele leva em consideração ao
escolher determinado produto. Os estudantes são formadores de opinião
e podem contribuir para minimizar a poluição ambiental mudando seu
comportamento de compra. Para as organizações, essas informações são
úteis para nortear as ações empresariais no que tange ao incremento ou
criação de novos produtos cuja demanda depende da difusão da percepção
ecológica, podendo levar o consumidor a valorizar empresas que tenham
um padrão de produção sustentável e a alterar seu próprio padrão de
consumo” (Gest. Prod., São Carlos, v. 16, n. 2, p. 285, abr.-jun. 2009 –
Versão Online disponível no mesmo link acima citado)

6
Introdução
Por uma metafísica desde os problemas cotidianos e societários

Definição de uma tipologia de problemas


O que ou quais são os problemas metafísicos contemporâneos? A pergunta
não é sem sentido. Primeiro é preciso esclarecer o que e só depois indicar quais
são esses problemas. Os problemas contemporâneos são muitos e eles são de
vários tipos. Uma primeira tipologia poderia ser aquela que distingue problemas
individuais e imediatos vividos por nós em diferentes situações do corre-corre do dia
a dia e aqueles que estão na escala da macro sociedade e podem ser vistos como
problemas estruturais que se não causam os primeiros, configuram os contextos
onde eles ocorrem.

Problemas cotidianos
Os problemas mais imediatos também são coletivos, mas o consideramos
individuais no sentido de que estão presentes de forma muito perceptível e
concreta nas vidas das pessoas como sujeitos singulares, com nome, endereço e
história bem particular. São problemas que enfrentamos em casa junto à família, no
trabalho ou na escola. Há problemas pessoais que se devem a relacionamentos mal
resolvidos; há os de natureza financeira e os de natureza exclusivamente pessoal
que guardamos para nós mesmos e às vezes os compartilhamos com os mais
íntimos. São aqueles problemas que podem variar de pessoa para pessoa, incluem
dificuldades com o corpo, a saúde, a comida, dependência, compulsão, trauma e
outras dificuldades de aceitação de si mesmo ou qualquer outro desafio ainda não
superado e que perturba a vida.

Problemas societários
O segundo tipo de problema são aqueles que, embora sejam muito objetivos,
visíveis e objeto de permanente incômodo, são abstrações coletivas de situações
que afetam a sociedade como um todo ou alguns setores, grupos ou classes sociais
em particular. Eles não são necessariamente distintos dos primeiros no sentido
do conteúdo que eles apresentam, mas sim na forma de percebê-los. O problema
do desemprego é um problema desse tipo. É problema macrossocial e afeta
muita gente, sobretudo, as classes mais vulneráveis da sociedade, mas é também
problema imediato e individual quando o indivíduo se vê nessa situação. Note bem,
o problema é o mesmo, mas a forma como é percebido e se torna objeto de análise
ou de vivência prática é distinta. Um é realidade presente na vida do indivíduo e
a outra, sem excluir a primeira, é realidade coletiva, macrossocial, problema cuja
abstração permite analisar sua gênese, a forma como ocorre, porque se dá com
tanta frequência e quais podem ser as soluções para superá-lo.

7
7
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

Os problemas sociais, a violência na rua, o congestionamento no trânsito, as


mazelas da política pública ou a ausência dela, a escassez da água, a péssima qualidade
dos serviços públicos na área da saúde, educação e habitação, a corrupção política, a
desigualdade social, as guerras no mundo, as migrações forçadas, a crise econômica,
o aquecimento global, os tráficos de drogas e de seres humanos e tantos outros
problemas que perdemos o fôlego ao descrevê-los. Estes são problemas societários.

Problemas metafísicos
Embora nenhum desses problemas sejam diretamente objeto e conteúdo
imediato da Metafísica, qualquer que seja o problema sempre há uma ligação com
ela. A ideia de que tudo está interligado não é só um bordão da física quântica
ou da filosofia holística. Para a reflexão metafísica importa recuperar a visão do
todo e a unidade que liga todos os seres a uma ordem cuja lógica compreende
conexões causais que precisam ser descobertas, mesmo que nem sempre seja tão
óbvias e transparentes.

Filosofia holística é a tendência ou corrente de pensamento que propõe uma visão do todo
Explor

em tudo o que se investiga, procurando superar a fragmentação do saber e da análise com-


partimentada da realidade. A palavra “holística” deriva da grega “holem” que significa “todo”.

Por isso, não é demais admitir que todo problema, por menor, cotidiano e
mais individual que seja tem um aspecto metafísico, pois como fato, fenômeno
ou situação real é como tal um ente que evoca, direta ou indiretamente, o ser
em geral. Neste sentido, todo problema de certo ponto de vista, o da metafísica,
exige que sua descrição ultrapasse o nível das aparências imediatas e chegue ao
da compreensão de suas causas, princípios, e o de seu sentido e ligação com os
demais fenômenos da realidade.

Sendo assim, podemos agora admitir que a crise de múltiplos aspectos que
vivemos em nosso tempo não só merece como exige um tratamento metafísico.
Eis a proposta dessa Unidade: tratar os problemas e desafios fundamentais da
sociedade contemporânea à luz da reflexão metafísica, a saber, à luz de uma busca
por compreender as razões que dão origem, fundam e explicam o sentido que tem
o que estamos chamando de crise de época.

O programa para essa Unidade passa então por três grandes momentos. O
primeiro deve esclarecer em que sentido se pode falar da contemporaneidade
como (1) época de crise e de grandes mudanças ou se na verdade trata-se mais
propriamente de uma mudança de época. Em seguida, o segundo momento
será dedicado à apresentação de um conjunto de problemas que são provocados
pelo desenvolvimento do (2) modelo econômico produtivo e tecnológico
predominante e suas implicações societárias. Depois, serão levantados (3)
problemas de ordem ética e do sentido maior da existência numa época em
que as responsabilidades humanas se projetam para muito além de nós mesmos e
do tempo presente em que vivemos.

8
Época de Crise ou Transformação Profunda
de Época?
Que estamos vivendo uma época de crise em vários setores da vida planetária
não há dúvida. A questão que interessa à reflexão metafísica é saber se há um eixo
causal a partir do qual se entenda as diversas manifestações de crise e o que elas de
fato significam no arranjo do todo.

A palavra crise tem origem no vocábulo grego “krísis” que significa “julgamento,
seleção, resultado de uma avaliação” derivada do verbo “krinein, “separar, decidir,
julgar, discriminar, distinguir, peneirar”. Crise é palavra que tem um parentesco
com o substantivo “crisol”, recipiente utilizado para apurar e purificar a prata e
outros metais preciosos. Os médicos antigos usavam a palavra num sentido bem
particular: quando o doente, depois de medicado, entrava em crise, era sinal de
que haveria um desfecho: a cura ou a morte. Crise significa separação, decisão
e definição de seu quadro. Este é o caso do momento que estamos passando
desde a primeira guerra mundial no século XX e, sobretudo, depois da segunda
que alterou profundamente o quadro das relações entre Estados, nações e povos,
provocando um processo de desenvolvimento ainda maior de produção, consumo
e tecnologia, mas também de desigualdade, miséria, doenças e novos conflitos
em nível local potencializando outros que já haviam no passado. Veja como se
pronunciam em relatório publicado por especialistas da Organização das Nações
Unidas a esse respeito:
Apesar de muitas transições ao longo da história da Terra, nada desta
natureza tinha acontecido durante a história humana. Nunca a humanidade
tinha experimentado uma mudança tão radical na sua dimensão em tão
pouco tempo e numa tal escala. É provável que a nossa espécie nunca mais
venha a passar por uma mudança tão profunda (CIPQV1, 1998, p. 2).

Cf. Site Origem da Palavra Disponível em http://goo.gl/l9CZWp


Explor

Acesso em 15/10/2015 às 08:38h


Dicionário Etimológico Online disponível em http://goo.gl/GVKg7e
Acesso em 15/10/2015 às 08:34h.

Os processos de mudança são muito rápidos e a transformação atinge todas


as áreas da vida. Na era da informação digitalizada a comunicação é instantânea,
se dá em tempo real e a produção do conhecimento ocorre numa velocidade
assustadora. O conhecimento adquirido ontem já não vale mais hoje, pois é muito
provável que já tenha sido contestado e superado por uma nova evidência ou por
uma nova teoria científica.

1 Sigla para abreviar “Comissão Independente População e Qualidade de Vida”.

9
9
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

A tecnologia desenvolvida hoje se tornará em pouco tempo obsoleta. Alguns


falam de Era da obsolescência, da produção dos objetos descartáveis. Este é um
processo que condiciona inclusive comportamentos. As relações sociais estão
igualmente dominadas pela matriz da descartabilidade. Quando estamos nos acos-
tumando com os novos padrões, objetos e produtos tecnológicos que regulam o
funcionamento do dia a dia, outros chegam e revolucionam o que ainda estávamos
aprendendo a usar. E assim quantas vezes não achamos apenas que os nossos
objetos são ultrapassados, mas nós mesmos que não fomos capazes de acompa-
nhar o produto da última geração ou o aplicativo da última moda.

Dos objetos que se tornam obsoletos passamos com muita facilidade a rotular
pessoas como obsoletas. Algumas frases que você já deve ter ouvido pressupõem
como essa é uma realidade: “O que, você ainda não tem WhatZapp? Não entrou no
Face?” “Não tem Face?” “O que é Face?” “O Facebook?” “Assim não dá, se liga!”

Na área da computação e dos aparelhos da tecnologia de informação como


celulares esse fenômeno de aceleração das mudanças é impressionante. No
passado recente, foi o micro computador fixo que acessou a internet para o
ambiente doméstico, depois o notebook que deu maior mobilidade ao indivíduo.
Mas não parou aí, o celular foi evoluindo e hoje é o instrumento de comunicação
mais versátil do indivíduo e continua a agregar inúmeras funções. É impressionante
o tempo que dispensamos de olho na telinha, hoje não mais da televisão, mas da
telinha que temos na palma da mão. E em nossas mãos... O mundo inteiro!
Vivemos numa época em que os modelos sociais, os métodos ensaiados
e os valores desaparecem antes que novas formas e metodologias
tenham tido tempo de tomar corpo. Os valores e as tradições antigas são
contestados enquanto a própria mudança se mantém indefinida ou ainda
não articulada de forma sistemática. Mas à medida que a aceleração da
taxa de crescimento diminui, o crescimento econômico estagna, a imagem
do poder e o medo de perdê-lo revestem-se da maior importância. Para
alguns, é impossível continuar a aderir aos velhos valores, enquanto
outros se agarram desesperadamente a eles. Os novos valores, contudo,
levam tempo a estabelecer-se; por vezes, enquanto parecem finalmente
irrefutáveis, surgem de repente novas soluções (CIPQV , 1998, p. 3).

Quais são as manifestações societárias mais visíveis e problemáticas dessa


mudança de época e de crise?

Problemas Societários Contemporâneos


Os problemas societários por definição são problemas de toda humanidade,
sobretudo, quando o mundo de fato se transformou numa verdadeira aldeia global.
O fenômeno da globalização não é apenas econômico, mas perpassa as diversas
esferas das relações entre as pessoas, diminuindo as distâncias e transformando

10
problemas locais em verdadeiras demandas globais. O inverso também é verdadei-
ro: as demandas globais tornam-se exigências de mudança local. O primeiro desses
problemas é a crise ecológica que é no fundo uma crise ambiental.

Problema ecológico
A crise ecológica não é apenas uma crise entre outras. Trata-se de um problema
que coloca em risco a sobrevivência da própria espécie humana no Planeta e já
comprovadamente compromete a qualidade de vida inúmeras populações, além
de extinguir a vida de outras espécies mais frágeis. Desmatamento, poluição do ar,
aquecimento global, degradação de rios e mananciais de água potável e o uso de
matriz energética com base fóssil ou nuclear com graves riscos à saúde e segurança
planetária continuam a exigir mudanças profundas e atitudes pontuais nem sempre
fáceis de serem adotados. As dificuldades de acordos internacionais e consenso
entre as nações mostram o quanto estamos longe para adequar atitudes práticas de
transformação de nosso comportamento às reais urgências que o problema exige
que sejam feitas.

O problema ambiental coloca uma questão de fundo sobre o processo civilizatório


e o sentido da atividade humana no planeta. Eis uma questão que demanda seria
reflexão metafísica, pois requer o posicionamento de princípios que estão para
além do alcance científico em descrever os processos que regulam a realidade.
Demandam, na verdade, a avaliação de nosso projeto ou proposta de humanização
e relacionamento com tudo o que existe. Afinal, que sistema é esse criado pela
própria humanidade que pode causar sua própria autodestruição? Por que é tão
difícil encontrar saídas e quando as encontramos, realmente assumi-las como
prática de alteração dos processos de produção e reprodução societária?

O desafio ecológico nos remete ao que alguns chamam de “ecologia profun-


da”. Nós poderíamos chamá-la de metafísica ecológica, pois aborda os temas
mais importantes da metafísica, ligando o ser humano não só à ciência, mas à
filosofia, cultura, espiritualidade, mística e religião. Veja como se expressa a esse
respeito Fritjof Capra:
A palavra “ecologia” vem do grego oikos (casa). Ecologia é o estudo
de como a Casa Terra funciona. [...] Como filosofia, é conhecida como
“ecologia profunda”, uma escola de pensamento fundada pelo filósofo
norueguês Arne Naess no início da década de 1970. Naess estabeleceu
uma distinção importante entre “ecologia rasa” e “ecologia profunda”.
Ecologia rasa é antropocêntrica. [...] A ecologia profunda não separa o
homem do ambiente; na verdade, não separa nada do ambiente. Não
vê o mundo como uma coleção de objetos isolados e sim como uma
rede de fenômenos indissoluvelmente interligados e interdependentes. [...]
Em última análise, a consciência da ecologia profunda é uma consciência
espiritual ou religiosa. Quando o conceito do espírito humano é entendido
como o modo de consciência no qual o indivíduo se sente conectado ao
cosmo como um todo, fica claro que a consciência ecológica é espiritual

11
11
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

em sua essência mais profunda. Assim, não é de admirar que a ecologia


profunda seja compatível com a chamada “filosofia perene” das tradições
espirituais, como a espiritualidade dos místicos cristãos, a dos budistas,
ou a filosofia e cosmologia que estão por trás das tradições dos índios
americanos” (CAPRA, 2003, p. 20-21).

Problema econômico e social


O sistema de globalização como estágio atual do desenvolvimento das forças
produtivas, embora não seja apenas econômico, tem na esfera da economia o
seu motor propulsor. O problema em questão para o pensamento crítico desde o
ponto de vista da metafísica é a predominância das lógicas, escolhas e processos
econômicos nas demais dimensões da vida humana e na administração do
sistema planetário como se fosse algo natural e o único modelo possível. Tanto o
cidadão individualmente considerado quanto a sociedade global, desde as famílias,
movimentos, instituições sociais e os próprios estados, incluindo o aparelho
jurídico, legislativo e seu braço executivo são dominados pela determinação do
econômico. Políticos, governos e projetos caem ou se levantam conforme a
oscilação do mercado financeiro. Vidas e projetos de felicidade sucumbem às
condições e os limites igualmente impostos pelo mercado. Não há coisa não possa
ser transformada em mercadoria, inclusive bens intangíveis, como o tempo, a arte,
o saber, a ciência e o lazer.

A promessa de igualdade e emancipação da humanidade não parece ter atingi-


do a todos. Último Relatório da ONU sobre a pobreza revela que a desigualdade
tem aumentado:
Desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
o Relatório “Humanity Divided: Confronting Inequality in Developing
Countries” (Humanidade Dividida: Confrontando a Desigualdade nos
Países em Desenvolvimento) demonstra que a diferença de renda entre
ricos e pobres ampliou, apesar do aumento dos indicadores sobre
prosperidade material. Nas últimas décadas, o produto interno bruto
(PIB) per capita nos países de renda baixa ou média mais que dobrou em
termos reais. No mesmo período, a expectativa de vida nos países em
desenvolvimento passou de 63.2 anos para 68.6 anos. Entretanto, ainda
que o mundo esteja globalmente mais rico que nunca, mais de 1.2 bilhões
de pessoas vivem em extrema pobreza. O 1% mais rico da população
mundial possui aproximadamente 40% dos bens. [...] O Relatório conclui
que a preocupação com a desigualdade ecoa entre toda a população
mundial e pressiona os tomadores de decisão a tornar esse problema
central na agenda mundial do desenvolvimento sustentável pós-2015
(AçãoEducativa, 2014).

O momento de crise parece apontar para a exaustão do modelo econômico


predominante e não é necessário assumir esta ou aquela ideologia para admitir
esse fenômeno. A pobreza ainda não foi extirpada e as desigualdades aumentam

12
ao invés de diminuir e a concentração de renda nas mãos de pouco ainda é o
maior desafio da humanidade naquilo que se refere ao relacionamento entre os
iguais de sua própria espécie. E o problema se agrava ainda mais quando se vê
que os Estados estão subordinados e fragilizados diante do que se considera como
processo natural como se não dependesse das decisões humanas.
Mais do que nunca, as desigualdades sociais, econômicas políticas e
culturais estão lançadas em escala mundial. [...] O mesmo processo de
globalização que debilita o Estado-Nação, ou redefine as condições de
sua soberania, provoca o desenvolvimento de diversidade, desigualdades
e contradições em escala nacional e mundial (IANNI, 1996, p. 50).

A novidade desse processo é que as divisões ideológicas do passado foram


superadas com o fenômeno da globalização da economia. A China, bem como
outros países que ainda resistiam ao modelo de sociedade de consumo e livre
mercado, parecem cada vez mais incluídos no modo de vida ocidental.

Além disso, a legitimação do sistema a partir da ideia de que o desenvolvimento


econômico por si só traria paz e garantiria a satisfação das necessidades de todos e
com o tempo a superação da desigualdade não é o que tem ocorrido. Em trabalho
exaustivo, fruto de 15 anos de pesquisa, o economista Thomas Piketty chegou
a uma conclusão escandalosa em seu livro O capital no século XXI (2013): os
dados verificados desde o século XVIII em mais de 20 países demonstram que o
capitalismo tende a criar um círculo vicioso de desigualdade, pois, a longo prazo, a
taxa de retorno sobre os ativos é maior que o ritmo do crescimento econômico, o
que se traduz numa concentração cada vez maior da riqueza.

E assim está colocado um problema que transcende à ordem econômica


e social. Pois esse é um modelo que dita as regras não apenas das instâncias
econômicas da sociedade, compromete o meio ambiente e o futuro da humanidade.
O condicionamento atinge a totalidade da realidade, incluindo o horizonte do
imaginário, da ética e da própria dimensão da transcendência e da espiritualidade.
A teologia de boa parte das religiões contemporâneas explicita com muita clareza
o valor da prosperidade econômica como sinal da complacência divina.
Nesse sentido é que a formação da sociedade global modifica
substancialmente as condições de vida e trabalho, os modos de ser, sentir,
pensar e imaginar (IANNI, 1996, p. 52).

O trabalho, como apontou Otávio Ianni também tem sofrido alterações que se
sucedem num ritmo cada vez mais crescente de aceleração. Mas isso nos remete
ao problema do avanço tecnológico.

13
13
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

Os impasses do avanço tecnológico.


O paradigma do modelo capitalista que faz predominar a lógica do econômico
está associado ao avanço e uso da tecnologia como valor absoluto. Somos
testemunhas de uma verdadeira revolução societária comandada pelo fenômeno
que Dreifuss chamou de complexo teleinfocomputrônico:
Vivemos em meio a uma profunda e abrangente reestruturação produtiva
e reorganização societária, ancorada na entronização (em larga escala,
densidade e intensidade) da microeletrônica e eletrônica digital; da
eletrônica de concepção, produção e consumo; da informática; das
telecomunicações; da automação; e da robótica, tanto no processo de
produção e no próprio produto quanto nas novas formas de existência
social. [...] Esse conjunto de impressionantes recursos configura um
“complexo capacitador teleinfocomputrônico”, que possibilita a
ocorrência “coetânea” de exploração, discernimento e experimentação
de novidades materiais e de métodos e a “concomitância” do desenho e
da criação de objetos e procedimentos com a “imediata” e “simultânea”
elaboração de novas explicações e teorias. [...] Isto tudo aponta, por sua
vez, para a formação de sistemas 9integrados, interativos e totalizadores0
de pesquisa científica e aplicação tecnológica nas áreas de fronteira do
conhecimento, com consequências de alcance (vivencial e normativo)
mundial de abrangência (produtiva e financeira) global e de escopo
(institucional e político) planetário DREIFUSS,

Que metafísica está implicada nesta aceleração tecnológica da produção e do


consumo? Muita metafísica! O filósofo brasileiro Álvaro de Vieira Pinto (1909-
1987), por exemplo, escreveu um livro, O Conceito de Tecnologia (2005), com
esse objetivo de análise: detalhar pressupostos, causas, influências, teorias e
implicações que estão dadas no conceito de tecnologia.

Outro trabalho importante alinha mais crítica da produção de ciência e tecnologia


é o artigo de Renato Dagnino (2002). Em seu artigo, ele mostra o panorama
dos autores que têm produzido uma crítica ao desenvolvimento e ao rumo que
ciência e tecnologia impuseram ou estão sofreram como realidades igualmente
condicionadas pelo modelo do sistema produtivo vigente. Sua conclusão apela para
o desafio da mudança dos rumos a que estão submetidos ciência e tecnologia em
função da adoção de uma nova dinâmica de sua produção, uso e, por conseguinte,
de seu sentido.
A busca de alternativas à produção em larga escala, que favorece a
oligopolização, dificultando a existência de produções de pequena e
média escala, que internalize variáveis ambientais e os impactos na saúde
do trabalhador e dos cidadãos, no desenho científico-tecnológico, estaria
como mencionamos, na raiz de uma nova dinâmica. A exploração de
conceitos científicos, relações entre eles, hipóteses de comportamento,
questões e polêmicas etc., descartados ao longo da trajetória até agora
seguida e abandonados pela ciência dominante teriam, provavelmente, que
ser recuperados e fertilizados por essa nova dinâmica (DAGNINO, 2002).

14
A reflexão filosófica metafísica impõe a atualização da análise do fenômeno
do avanço tecnológico e as implicações na esfera da ética e do comportamento
humano. É preciso se posicionar diante da visão de mundo em transformação
implicada na dinâmica do avanço tecnológico e refletir o alcance que isso provoca
para as novas gerações que estão sob o seu impacto. Dagnino tem razão em alertar
que será preciso mobilização e muito esforço para alterar os rumos da tecnologia
centrada e subordinada ao direcionamento econômico e se isso não acontecer o
risco do desequilíbrio social permanece:
Isto é uma tarefa que depende da mobilização de um grande número de
atores e pode ser difícil para a esquerda, dado a distância entre a ciência
que tem como único objetivo a maximização do lucro e da economia
de mão-de-obra e aquela que pretende atender aos anseios de toda a
sociedade e visualizar uma alternativa. Mas é um desafio que não podem
deixar de lado, sob pena de limitar o avanço na construção de uma
sociedade mais democrática e equilibrada social e ambientalmente, pela
inexistência de desenvolvimentos científicos e tecnológicos que atendam
a estes objetivos (DAGNINO, 2002).

O que Dagnino levanta é um problema do sentido da tecnologia que no fundo


transcende a questão tecnológica em si mesma, pois coloca o problema metafísico
de princípio: o “para quem”, o “para que” da tecnologia, além de seu “o que
fazer” e o “como decidir”. A mentalidade ideológica que postula a neutralidade e
o determinismo do avanço tecnológico precisa ser superada em direção de novas
posturas éticas e humanas. O problema está na concepção do sentido que queremos
dar a existência humana, mas, sobretudo, em sua relação consigo mesmo, o mundo
e agora, cada vez mais, com um novo sujeito: as futuras gerações.

Problemas Contemporâneos de Sentido e


de Ordem Ética
O que está em jogo nessa virada de época como sempre ocorre quando os
processos de transformação convergem para diferentes modalidades de crise é o
sentido que damos a existência humana diante do outro. O problema da alteridade
é também o da identidade. Que identidade humana queremos viver, construir e
legar para as próximas gerações. Qual é o sentido da vida e o nosso lugar no
mundo diante de nós mesmos e dos outros (a sociedade, natureza, mundo cósmico
e daqueles que virão)?

Pela primeira vez na história essa consciência tornou-se explícita, a responsa-


bilidade das decisões que tomamos nesse presente histórico pode comprometer o
destino das futuras gerações, inclusive de nossa sobrevivência como espécie no pla-
neta. Está em jogo, no mínimo, a qualidade de vida humana e das demais espécies
que compartilham conosco o ambiente planetário.

15
15
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

José Saramago (1922 – 2010), escritor português, ganhador do Prêmio Nobel


de Literatura denunciou a grande dificuldade que a humanidade tem de se aproximar
do outro, o seu semelhante:
A mesma esquizofrênica humanidade capaz de enviar instrumentos a um
planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente
à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a
Marte do que ao nosso próprio semelhante. Alguém não anda a cumprir
o seu dever (SARAMAGO, 2014). O grifo é nosso.

O problema do sentido está colocado e com ele segue o problema do dever.


A dimensão ética num mundo plural premido pelas necessidades impostas pela
lógica da razão instrumental foi legada a planos secundários da existência. Importa
dominar a natureza e fazer o que é útil a uma mentalidade centrada nos interesses
individualistas. A subjetividade da pessoa transforma-se em individualismo
egocêntrico e pragmático. O sujeito vai perdendo a noção da alteridade e cada
vez mais se refugia nos problemas do seu próprio ego, de seus desejos individuais
e do anseio de prosperidade material que povoa a mente de todos em busca de
adaptação às exigências da moda e do consumo. O lema predominante é: se eu
quero e posso, vou realizar. O contexto e as consequências em relação aos outros
não importam.

O problema do alcance e impacto que o avanço da ciência e da tecnologia causa


à capacidade de amadurecimento ético é enorme. É notório o descompasso entre
a velocidade de um em relação à lentidão do outro. Estamos adquirindo níveis de
controle e intervenção na reprodução genética e do prolongamento da vida que
desafiam valores tradicionais que postulam o respeito aos processos naturais. O
que significa respeitar a vida quando aparelhos forçam o que a natureza já teria
levado embora?

Que responsabilidade temos diante da autonomia das culturas, das opções


subjetivas em torno da sexualidade, da identidade de gênero, da proximidade de
práticas religiosas distintas convivendo no mesmo espaço? Como aceitar e conviver
diante do pluralismo de ideias, costumes e práticas? As divergências de opiniões
e conceitos sobre comida, comportamento, casamento, trabalho, relacionamento,
política, economia, sociedade, religião e educação são possíveis até que ponto?

Qual deve ser o limite de nossa tolerância? Não deve haver limite? Como então
tratar o fenômeno da violência? Como compreendê-lo? É um fenômeno inato e
tendência natural do ser humano ao ser privado de suas necessidades básicas? É
produto da desigualdade e da miséria ou da ganância humana? Como entender
a violência no Brasil? Os números mostram que nos últimos anos a fome e a
miséria foram contidas, o número de pobres diminuiu, mas a violência aumentou.
Isso significa que a pobreza não pode ser alegada como razão direta da violência.
Gente abastada e poderosa também não é violenta? O sistema jurídico, criminal e
prisional tem sido suficientes para conter a violência?

16
O problema da violência humana entre indivíduos, grupos, sociedades e países,
culminando em conflitos e guerras parecem presidir a lógica do desenvolvimento
histórico de nossa espécie. Muitos autores já dedicaram seus esforços para decifrar
esse mistério. Psicanalistas, cientistas sociais e filósofos. Destaco alguns deles,
Hobbes, Rousseau, Marx, Freud e Girard, entre outros, formularam hipóteses para
explicar esse fenômeno.

Thomas Hobbes (1588-1679) entendeu a violência como um fenômeno inato,


presente na natureza do ser humano. “O homem é o lobo do próprio homem”
escreveu Hobbes em sua obra Leviatã (1979). Rosseau (1712-1778), ao contrário,
em seu Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1978) afirmou
que o “homem é bom por natureza, mas é a sociedade que o corrompe”.

Karl Marx (1818-1883) compreendeu a violência como produto da injustiça


social, a partir da teoria do conflito dos interesses entre os homens, segundo o
que ele entendia como luta de classes. Sigmund Freud (1856-1939), fundador da
psicanálise compreendeu a violência como expressão do próprio desejo como força
inconsciente que impele o ser humano à satisfação de sua energia sexual. A vida
em sociedade implica necessariamente a repressão ou sublimação dessa energia,
isto é, exige que seja substituída por outra atividade que a libere. A violência é
expressão dessa natureza conflituosa entre busca da satisfação de suas necessidades
biopsíquicas e a repressão.

René Girard (1923-), estudioso da questão da violência, compreendeu-a como


mecanismo inerente à vida humana. A sociedade é uma tentativa de controlar
através de distintos mecanismos a inevitável manifestação da violência humana.
A razão dessa violência, segundo Girard, é o que ele chama de desejo mimético,
ou seja, o desejo não apenas por objetos como pensava Freud, mas de imitar
(mimético) o desejo do outro. Possuir o que o outro deseja (desejo de imitação)
no afã de desejar o desejo do outro situa o ser humano na esfera da violência
contra o outro. O caráter violento desse comportamento exige soluções sacrificiais
(GIRARD, 1990).

A questão da violência continua a desafiar nossa compreensão, além de ser um


problema muito próximo de todos. As teorias propostas não colocaram um fim
no debate sobre a origem e a natureza da violência entre os seres humanos. O
caráter violento do comportamento humano segue sendo um problema para todas
as áreas e sem dúvida requer, para além de sua descrição histórica e social, um
olhar metafísico que dê conta de interpretar a violência humana à luz de princípios
últimos que favoreça, senão a eliminação, a diminuição de seu poder destrutivo e
o seu controle mais eficiente.

Os problemas metafísicos contemporâneos convergem para uma responsa-


bilidade ética que jamais o ser humano ousara ter que assumir. A conquista
do espaço estelar, o controle da vida pelo conhecimento e manipulação do ge-
noma humano, a realidade da transgenia, o desenvolvimento da nanotecnolo-
gia aplicada à produção de mercadorias com menor necessidade de matéria, a

17
17
UNIDADE Problemas Metafísicos Contemporâneos

transformação da consciência diante de tanta informação e a o progresso da


inteligência artificial tomando lugar do ser humano são realidades que vão exigir
adaptação rápida na formulação de novos critérios de discernimento e decisão.
É nessa hora que a visão do conjunto e a posição sobre o sentido de tudo o que
está acontecendo exige mais do que critérios imediatos. Exige o que compreen-
demos como fruto de um distanciamento metafísico, a saber, de uma capacidade
de colocar em questão o sentido que queremos imprimir à nossa breve e efêmera
existência nesse mundo. Afinal, em última instância, cabe a cada um de nós uma
resposta a todos esses problemas. Não bastam respostas técnicas, o desafio é
maior, pois os problemas estão a exigir nova identidade existencial, uma vez que
a presente está posta em questão.

18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
A política da mudança climática
GIDDENS, Anthony. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 314p.
Trata-se de uma obra de um dos maiores pensadores sociais da atualidade. Nesse
trabalho, ele procurou mostrar a gravidade e urgência do problema das mudanças
climáticas provocadas pelo aquecimento global e algumas situações que dificultam, mas
também exigem que posições políticas e de governança tanto local como planetária
devem ser tomadas se a humanidade não quiser sofrer riscos ainda mais catastróficos
à vida no planeta.
Meio ambiente no século 21
TRIGUEIRO, André (Coord). Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 367p.
Consulte e leia o que puder da obra Meio ambiente no século 21 coordenada por
André Trigueiro com artigos de 21 especialistas de áreas diferentes propondo uma
abrangente reflexão sobre o problema ambiental.

Vídeos
A História das Coisas (versão brasileira)
Asssista com atenção ao Vídeo “A história das coisas”.
Disponível em: https://goo.gl/lTMBJA
Acesso em 23/10/2015 às 14h42.
Lenine - Paciência (Acústico)
Ouça e preste atenção na letra de pura crítica e poesia da música “Paciência” do
cantor e compositor Lenine. Observe como temas sociais, éticos e do cotidiano
contemporâneo são apresentados numa dimensão metafísica, pois questionam o
sentido da vida como um todo:
Para ouvir acesse: https://goo.gl/oTBbPH
Acesso em 23/10/2015

19
19
UNIDADE

Referências
ACÃO EDUCATIVA. Relatório da ONU afirma que mais de 1.2 bilhões de pessoas
ainda vivem em extrema pobreza. Site Ação Educativa. Postado em Fevereiro de
2014. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/index.php/em-acao/52-
acao-em-rede/10004878-relatorio-da-onu-afirma-que-mais-de-12-bilhoes-de-
pessoas-ainda-vivem-em-extrema-pobreza Acesso em 17/10/2015 às 14h12

BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do humano – compaixão pela terra.


Petrópolis: Vozes, 1999. 199p.

CAPRA, Fritjof. “Alfabetização Ecológica: o desafio para a educação do século


21” (p. 19-33) . In: TRIGUEIRO, André (Coord). Meio ambiente no século 21.
Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

CIPQV (Comissão Independente População e Qualidade de Vida da ONU). Cuidar


o futuro. Um programa radical para viver melhor. Lisboa/Portugal: Trinova
Editora, 1998. 389p.

DAGNINO, Renato. “Enfoques sobre a relação Ciência, Tecnologia e Sociedade:


Neutralidade e Determinismo”. In: Revista de Ciência da Informação - v.3 n.6
dez/2002. Versão online no site DataGramaZero. Disponível em: http://www.
dgz.org.br/dez02/Art_02.htm Acesso em 17/10/2015.

DREIFUS, René Armand. A Época das Perplexidades. Mundialização,


Globalização e Planetarização: novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1996. 350p.

GIDDENS, Anthony. A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar,


2010. 314p.

GIRARD, René. A violência e o sagrado. Tradução de Martha Conceição Gambini.


São Paulo: Paz e Terra/ Unesp, 1990. 391p.

HOBBES, Thomas. Leviatã.2.ed.René. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril


cultural, 1979.

IANNI, Octavio, A sociedade global. 4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.


1996. 196p.

MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. In: FERNANDES, Florestan


(Org.) Karl Marx /F. Engels. São Paulo: Ática, 1983.

PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca,


2014. 912p.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem da desigualdade entre os


homens. São Paulo: Abril Cultural. Coleção Os Pensadores. 1978.

20
SARAMAGO, José. Discurso pronunciado por José Saramago no dia 10 de
dezembro de 1998 no banquete do Prémio Nobel. Site da Fundação José
Saramago. Postado em 2014. Disponível em: http://www.josesaramago.org/
discurso-pronunciado-por-jose-saramago-no-dia-10-de-dezembro-de-1998-no-
banquete-premio-nobel/ Acesso em 17/10/2015 às 17h17

VIEIRA PINTO, Alvaro. O Conceito de Tecnologia. Rio de Janeiro: Contra-


ponto, 2005.

WEIL, Pierre. Os Mutantes. Uma nova humanidade para um novo milênio.


Campinas: Verus, 2003. 162p.

21
21

Você também pode gostar

  • Unidade 4
    Unidade 4
    Documento22 páginas
    Unidade 4
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Ficha Das Leituras Correspondentes À Aula Nº8
    Ficha Das Leituras Correspondentes À Aula Nº8
    Documento2 páginas
    Ficha Das Leituras Correspondentes À Aula Nº8
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Unidade 2
    Unidade 2
    Documento20 páginas
    Unidade 2
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Unidade 5
    Unidade 5
    Documento20 páginas
    Unidade 5
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Unidade 1
    Unidade 1
    Documento24 páginas
    Unidade 1
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Descartes Locke Aula 5
    Descartes Locke Aula 5
    Documento2 páginas
    Descartes Locke Aula 5
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Kant Aula 6
    Kant Aula 6
    Documento1 página
    Kant Aula 6
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Skinner Aula 7
    Skinner Aula 7
    Documento2 páginas
    Skinner Aula 7
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Piaget Aula 8
    Piaget Aula 8
    Documento2 páginas
    Piaget Aula 8
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações
  • Bakhtin Aula 9
    Bakhtin Aula 9
    Documento3 páginas
    Bakhtin Aula 9
    Matias Castarataro
    Ainda não há avaliações