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Direcção de Ensino
Direcção de Ensino
i
Agradecimentos
ii
Índice Geral
Dedicatória ......................................................................................................................... i
Agradecimentos ................................................................................................................. ii
Resumo........................................................................................................................... viii
Abstract ............................................................................................................................ ix
Epígrafe............................................................................................................................. x
PARTE I ............................................................................................................................ 2
3.2. As diferentes finalidades dos uniformes existentes: o caso dos uniformes n.º 1 e n.º
2 ........................................................................................................................................................................................ 13
PARTE II ......................................................................................................................... 10
iii
5.1.1. Pressupostos do estudo ................................................................................................................................. 22
5.2.2. A redução de custos obtida pela adopção de um novo uniforme modular ..................... 33
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 44
APÊNDICES.................................................................................................................... 46
ANEXOS ......................................................................................................................... 58
iv
Índice de Ilustrações
vii
Resumo
Com este trabalho pretende-se evidenciar o que poderá ser uma evolução do plano
de fardamento do Exército Português, no sentido de uma maior racionalidade dos seus
meios orçamentais e financeiros, conseguida através da substituição do uso de dois
uniformes relativos a diferentes fins – o Uniforme n.º 1 e o Uniforme n.º 2 – através de um
único Uniforme Modular. Tem como principal objectivo a apreciação da relação
custo/benefício da substituição dos uniformes n.º 1 e n.º 2 por um uniforme modular.
Esta investigação divide-se em duas partes fundamentais. Na primeira parte efectua-
se o enquadramento teórico onde são analisados vários uniformes e os uniformes que são
objecto de estudo. Na segunda parte apresenta-se o trabalho de campo, a análise e a
discussão dos resultados obtidos durante o trabalho de campo desenvolvido.
A metodologia utilizada na parte teoria baseou-se na análise documental e na
observação directa. Na parte prática, a metodologia utilizada, além da análise documental
foram também os inquéritos por entrevista.
Chegou-se à conclusão que se consegue a reduzir o custo total dos uniformes em
26%, dependendo da qualidade do fardamento e o destino final a dar aos uniformes.
Recomenda-se o estudo da viabilidade económica e social do uso do uniforme B
(camuflado) em algumas ocasiões de uso destinadas ao uniforme n.º 2.
viii
Abstract
This work aims to highlight a possible development plan for Portuguese Army
uniforms, aimed at a more rational approach to its budgetary and financial means, achieved
by replacing the use of two uniforms for different purposes - the No 1 Uniform and No 2
Uniform - by a single Modular Uniform. Its main objective is the appreciation of the cost /
benefit relation of the No. 1 uniform and No. 2’s replacement by a modular uniform.
This research is divided into two main parts. The first part includes a theoretical
framework where various uniforms are analyzed and uniforms that are the subject of the
study. The second part presents the fieldwork, analysis and discussion of results obtained
during the fieldwork development.
The methodology used in the theory was based on document analysis and direct
observation. In practice, the methodology used, beyond the document analysis has also
been investigations by interview.
The conclusion reached was that the total cost of uniforms could be reduced 26%
depending on the quality of the uniforms and the final destination of the uniforms.
It is recommended that the economic and social viability should be studied of using B
uniform (camouflage) on some occasions of use for the No. 2 uniform.
ix
Epígrafe
x
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
No âmbito da estrutura curricular dos cursos ministrados na Academia Militar, surge
o presente Trabalho de Investigação Aplicada, subordinado ao tema “A Adopção de um
Uniforme Modular na Exército Português: Perspectiva Económica”.
Questões derivadas:
1
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
Hipóteses:
Tendo em conta as questões derivadas levantadas, surgem as seguintes hipóteses:
H1: “A junção dos uniformes n.º 1 e n.º 2 é possível.”
H2: “A junção dos uniformes n.º 1 e n.º 2 é economicamente rentável.”
H3: “Os impactos sociais da junção dos uniformes são significativos.”
H4: “A adopção do uniforme modular pode ser concretizada em todo o
Exército Português até um período máximo de três meses após a sua
fabricação."
2
PARTE I
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
1
Cfr. RODRIGUES, Manuel – 300 Anos de Uniformes Militares do Exército em Portugal 1660-1960,
Santarém, Exército Português/Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 1999, p. 19.
2
Cfr. CARVALHO, Manuel (dir.) – O Homem, o Uniforme e a Arma, Porto, Liga dos Amigos do Museu
Militar do Porto, 2006, p. 45.
3
Cfr. Disponível em: http://www.army.mil/asu/, consultado em 28JUN2010, às 19h07m.
3
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
4
Ver HEADQUARTERS OF ARMY – Uniforms and Insignia: Wear and Appearance of Army Uniform
and Insignia, Washington DC, Headquarters of Army, 2005.
5
Cfr. Disponível em: http://www.army.mil/asu/, consultado em 28JUN2010, às 19h07m.
4
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
O uniforme completo (Full Dress) foi o mais utilizado pelo Exército Britânico, mas foi
retirado de uso em 1914. O uniforme completo é agora utilizado em situações e Unidades
específicas, como em bandas do Exército em cerimónia ou pela Royal Horse Artillery, e em
cerimónias que são presididas pela Família Real.
5
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
O uniforme n.º 4 (Warm Weather Service Dress) é usado por oficiais que estão
colocados em zonas de climas quentes. Este uniforme é semelhante ao uniforme n.º 2,
embora este não possa ser usado em ocasiões formais nem em parada. 6
6
Cfr. Disponível em: http://www.army.mod.uk/infantry/regiments/6313.aspx, consultado em
29JUN2010, às 14h20m.
7
Cfr. COSTA, Paulo – “A Comissão Permanente de Uniformes” in Revista da Armada n.º426, Lisboa,
[s.d.], 2009, p.12.
8
Cfr. MDN/GCRP – Símbolos Nacionais e das Forças Armadas, Lisboa, MDN/GCRP, 2001.
6
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
9
Ver MATOS, José Alberto – Os uniformes da Artilharia Portuguesa, Lisboa, Associação de
Deficientes das Forças Armadas, 2003.
10
Ver Portaria n.º 1054/97 in Diário da República, I Série B, n.º 240, 16 de Outubro de 1997.
11
Ver Anexo E.
7
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
8
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
12
Cfr. Portaria n.º 810/89 in Diário da República, I Série, n.º 211, 13 de Setembro de 1989.
13
Ver CM - Regulamento de Vida Interna – Guia do Aluno do CM, Lisboa, CM, [s.d.]
14
Ver IO - Regulamento Interno, Lisboa, IO, 2009.
9
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
15
Ver IPE – Regulamento de Uniformes do Aluno, Lisboa, IPE, [s.d.].
10
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
16
Ver Anexo G.
17
Cfr. RODRIGUES, Manuel – 300 Anos de Uniformes Militares do Exército em Portugal 1660-1960,
Santarém, Exército Português/Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 1999, p. 72.
18
Cfr. Entrevista com o Sr. TCor Marquês de Sousa
19
Cfr. . RODRIGUES, Manuel – 300 Anos de Uniformes Militares…, op.cit., p.178.
20
Cfr. Observação Directa com a Dr.ª Cristina Moura, Chefe do Centro Museológico de
Documentação e Imagem das OGFE, em 03JUN2010, às 10h15m.
11
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
significa que o último RUE aprovado, já data de 1948, tendo sido aprovado pelo decreto
37:211 de 14 de Dezembro.21
As referidas alterações ao fardamento, quando aprovadas, deveriam sair em Diário
da República, e consequentemente na Ordem do Exército. Como exemplo de uma outra
alteração que tenha saído em Ordem do Exército, foi a integração do uniforme de campanha
no plano de uniformes. Esta adição ao fardamento decorreu no início da Guerra do Ultramar,
em 1961, onde ditou, na Determinação n.º 11 da Repartição do Gabinete do Ministro:
“Tendo-se verificado inconvenientes no uso das diferentes modalidades de fardamento de
campanha pelas tropas que se encontram nas províncias ultramarinas e tendo a prática das
operações aconselhado algumas mudanças, tanto no que diz respeito ao talho e
manufactura, como à composição e dotação determino: Art. 1º O uniforme de campanha
para o Exército comum a todos os oficiais sargentos e praças, para o uso nas províncias
ultramarinas será designado “Uniforme n.º 2-G”.22
Este uniforme tinha a particularidade de além do normal dos uniformes, calças e dolmam,
variando conforme Inverno ou Verão, fazia também parte deste uniforme o uso de calções.
No entanto, nem todas as mudanças e adições aos uniformes saíram em Diário da
República. Tendo como exemplo uma mudança significativa no Exército Português, a
entrada de militares femininos para a instituição e a consequente adição aos uniformes, das
saias e dos sapatos, estes integraram-se no fardamento através de circulares. 2324 Estas
circulares eram emanadas pela Direcção do Serviço de Intendência para o resto do Exército.
Durante o tempo da Guerra Colonial estas circulares tornaram-se essenciais, por pouparem
tempo, pois aprovar um uniforme por circular era mais rápido que aguardar que este saísse
na Ordem do Exército.
O regulamento disponível para todos os militares, presente na página da intranet no
Exército, data de 1994, com as alterações e adições desde 1948. Note-se que este RUE,
não está aprovado, é apenas uma compilação desde 1948. 25
Estruturalmente, este regulamento está dividido em seis capítulos. No primeiro
capítulo, disposições gerais, estão expressas algumas normas de utilização dos uniformes,
como quem deve estabelecer o uso dos uniformes, os locais onde existe obrigatoriedade do
uso de uniforme e outras normas. No segundo capítulo, plano de uniformes, estão
espelhados os tipos de uniformes, as ocasiões do seu uso e as dimensões, cores e feitios
do fardamento. O terceiro capítulo, relativo a artigos complementares, descreve as peças de
vestuário destinadas a satisfazer exigências específicas de funções, serviços ou actividades,
21
Ver Decreto n.º 37:211 in Ordem do Exército, 1.ª Série n.º 8, 18 de Dezembro de 1948.
22
Cfr. Repartição do Gabinete do Ministro – “Determinação” n.º 11 in Ordem do Exército, I Série n.º 8,
Repartição do Gabinete do Ministro, 1961.
23
Exército Português/DSI – Circular n.º 9, Lisboa, Exército Português/DSI, 28 de Março de 1994.
24
Ver anexo A.
25
Cfr. Disponível em: http://cie-pwebs/C8/C3/RET/Document Library/Projecto RUE (aprovado -
1997).pdf, consultado em 25 de Maio de 2010, às 15h50.
12
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
artigos destinadas à protecção dos militares e ainda outros artigos visando adornar a
apresentação dos militares. Relativamente ao quarto capítulo, distintivos, descrimina os
distintivos que são usados exclusivamente por militares e as condições para existir direito ao
seu uso. O quinto capítulo, disposições finais, estão prescritas as dotações para os militares,
a exclusividade de artigos de uniforme e a uniformidade de fabrico. Por último, no sexto
capítulo estão as gravuras, que apresentam a configuração dos artigos de uniforme e
distintivos constantes nos capítulos dois, três e quarto. 26
3.2. As diferentes finalidades dos uniformes existentes: o caso dos uniformes n.º 1
e n.º 2
Como já foi supra citado, o Exército Português tem cinco tipos de uniformes, os de
cerimónia, de passeio, de serviço, de campanha e os uniformes especiais. Nos uniformes de
cerimónia estão incluídos o grande uniforme, o uniforme da jaqueta, o uniforme de cerimónia
e o uniforme n.º 1. Os primeiros dois uniformes são utilizados apenas pelos oficiais do QP, o
terceiro uniforme é utilizado apenas pelos sargentos do QP e o último uniforme é utilizado
por oficiais e sargentos do QP. Os uniformes apelidados de passeio consistem no uniforme
nº1 e o uniforme n.º 2. O uniforme n.º 1 é utilizado por oficiais e sargentos do QP, com a
particularidade que os todos os militares da Banda do Exército envergam esta farda,
incluindo as praças. Os uniformes de serviço são os uniformes n.º 2, uniforme n.º 2 pré-natal
(para militares femininos) e o uniforme B (vulgo camuflado). O uniforme de campanha é
apenas o uniforme B, e como uniformes especiais estão o uniforme NBQ, o uniforme para
guarnição de carro de combate e os uniformes para fins especiais. Neste último uniforme
estão incluídos o uniforme para o deserto e o uniforme para a neve.
O móbil deste trabalho consiste na perspectiva económica da junção de dois
uniformes, o uniforme n.º 1 e o uniforme n.º 2. Tendo em conta esse móbil, iremos descrever
os dois uniformes, indicando as ocasiões de uso e outras particularidades dos uniformes.
Como já foi referido, o uniforme n.º 1 pode ser usado em cerimónia ou em passeio e
apenas para os sargentos e oficiais. Quando é utilizado em cerimónia o uniforme designa-se
uniforme n.º 1-E ou n.º 1-F. Quando é utilizado em passeio é denominado uniforme n.º 1-G
(ilustração 7), com as variantes G1, G2 ou G3 dependendo da camisa usada. Os uniformes
n.º 1-E e n.º 1-F têm como base o boné (vulgo cap), dolmam, calças ou saia, gravata preta,
cinto de cerimónia, cinto de precinta preto, camisa branca ou cinzenta, luvas brancas,
peúgas pretas, sapatos de polimento preto, espada com fiador e suspensão de espada. O
que diferencia ser n.º 1-G ou n.º 1-F é o uso das medalhas e condecorações para n.º 1-G e
no n.º 1-F, estas são substituídas pelas respectivas fitas.
26
Ver DSI/CEUE - Regulamento de Uniformes do Exército, Lisboa, DSI/CEUE, 1994.
13
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
15
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
No RUE não está estipulado que os militares em regime RV/RC usem sapatos com o
uniforme n.º 2, devendo sempre utiliza-lo com botas, no entanto, não é isso que se verifica.
Este uniforme destina-se ao serviço de guarnição (guarda aos aquartelamentos e
exteriores, rondas e escoltas); ao serviço diário interno (oficiais, sargentos, e cabos de dia,
ordenanças e plantões); serviço normal em secretarias, repartições e estabelecimentos de
ensino; serviço de altas entidades (condutores e ordenanças); guardas de honra, paradas e
desfiles, quando superiormente não for determinado o uso de outros uniforme; na ida e
regresso às Unidades, Estabelecimentos e Órgãos e em passeio. Em período pré-natal, as
militares utilizam o uniforme n.º 2 pré-natal que é composto por bivaque, túnica, saia
alçapão, camisa, gravata verde, meias e sapatos de calfe pretos. Em substituição da saia
alçapão pode usar-se a calça com peitilho. Este uniforme é usado em serviço diário (oficiais,
sargentos e cabos de dia, ordenanças e plantões); em serviço normal de secretaria,
repartições e estabelecimentos de ensino; na ida e regresso às Unidades, estabelecimentos
e órgãos e em passeio. 27
27
Ver DSI/CEUE - Regulamento de Uniformes do Exército, Lisboa, DSI/CEUE, 1994.
16
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
28
Cfr. Entrevista com o Sr. TCor Marquês de Sousa no Apêndice B.
17
PARTE II
TRABALHO DE CAMPO
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
CAPITULO 4 – METODOLOGIA
4.1. Métodos de recolha e tratamento da informação
A elaboração deste trabalho segue a metodologia de investigação científica adoptada
nas Ciências Sociais, respeitando a metodologia nas etapas esquematizadas por Quivy e
Campenhoudt:29
29
Cfr. QUIVY, Raymond e CAMPENHOUDT, Luc Van – Manual de Investigação em Ciências Sociais,
Lisboa, Gradiva, 1998, pp. 278 e 279.
18
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
30
Cfr. Idem, p.191.
31
Documento original na posse do autor.
19
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
32
Documento original na posse do autor.
20
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
33
Cfr. Idem.
34
Cfr. Ibidem.
21
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
35
Ver Repartição de Recrutamento/DORH – Livro da Estatística 2010, Repartição de
Recrutamento/DORH.
22
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
36
Cfr. Entrevista com o Sr. TCor. Torrado no Apêndice A.
23
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
A ilustração 15 reflecte o preço unitário das peças do uniforme n.º 2 para os alunos
da ESE. Para os alunos da ESE o custo do uniforme é de 889,35€ e para as alunas o custo
é de 912,31€. No total os 144 alunos que ingressaram na ESE em 2009 custaram ao Estado
128.387,84€.
25
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
A seguinte ilustração reflecte o preço unitário das peças do uniforme n.º 2 para os
militares que incorporaram em regime RV/RC em 2009. Para os militares masculinos o custo
do uniforme é de 248,06€ e para os militares do sexo feminino o custo é de 293,98€. No
total os 4886 militares que ingressaram na instituição para o regime RV/RC custaram ao
Estado 1.268.112,44€. Com a análise deste quadro, é realçado o facto do fardamento
distribuído aos militares contratados ter DIF consideravelmente inferiores quando
comparadas com as DIF para a AM e para a ESSE, devido ao facto da sua permanência no
Exército não ser de longa duração.
1.400.000,00 €
1.200.000,00 €
1.000.000,00 €
800.000,00 €
600.000,00 € Unifome N.º1
400.000,00 € Uniforme N.º2
200.000,00 €
- €
AM ESE RV/RC
Ilustração 17 – Gráfico resumo dos preços unitários dos uniformes n.º 1 e n.º 2
27
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
Com esta investigação pretende-se a extinção dos uniformes n.º 1 e n.º 2 para dar
lugar a um uniforme modular que seja utilizado por todos os militares do Exército Português,
o que não se verifica presentemente. Os militares contratados que actualmente recebem os
dois uniformes são os militares que fazem parte da Banda do Exército. Com o uniforme
modular todos os militares receberão o mesmo uniforme, à excepção do dolmam, que
apenas será recebido pelos militares do QP.
A adopção da medida anteriormente descrita advém da necessidade de redução dos
custos, pois ao distribuir dolmans – peça mais cara do fardamento – aos militares
contratados, que no máximo estão na instituição 7 anos, seria aumentar os custos
significativamente. Os militares em regime RV/RC, geralmente, em cerimónia utilizam o
uniforme B, e raramente outro uniforme. Sempre os militares colocados em Unidades,
Estabelecimentos ou Órgãos tiverem de participar numa formatura, na qual para os militares
do QP seja requisitado o uniforme n.º 1, os militares em regime RV/RC utilizarão o uniforme
modular, tal como faziam diariamente, colocando apenas as fitas das medalhas e
condecorações.
Com esta modularidade de uniformes, os militares terão de gerir o seu fardamento de
modo a que se apresentem sempre impecavelmente fardados, ou seja, sem que o uniforme
esteja desgastado, ou uma peça mais desgastada que outra, neste caso as calças mais
gastas que o dolmam ou vice-versa. Esta premissa deverá levar a que os militares
estabeleçam entre as peças que lhes são atribuídas umas para o serviço diário e outras
para as cerimónias.
Para se puder comparar economicamente os uniformes modulares com o actual
fardamento, o efectivo dos militares utilizado será o mesmo utilizado anteriormente, os de
2009. Para verificar a viabilidade económica, ou seja, em quanto tempo se começará
efectivamente a economizar, os dados dos efectivos serão os de Maio de 2010.
As DIF presentes nestes quadros não são uma junção das DIF do uniforme n.º 1 com
as do uniforme n.º 2, mas estão baseadas nas DIF da Força Aérea Portuguesa, pois nesta
instituição já é utilizado um uniforme modular.
Seguidamente encontram-se nove quadros: os primeiros três, referem-se ao
uniforme modular A, os seguintes ao uniforme modular B e os últimos ao uniforme modular
C. Dentro de cada grupo de três, primeiro é exposto o quadro referente à AM, seguidamente
à ESE e o último referente ao regime RV/RC.
Posto isto, começa-se por analisar o uniforme modular A. Como já foi referido este
uniforme corresponde ao uniforme com melhor qualidade, e por isso os preços unitários são
os mesmos das peças do uniforme da n.º 1.
Analisando o quadro da ilustração 18, o uniforme modular A para os alunos da AM
custará, ao todo, 2.649,35€ e para as cadetes custará 3.026,79€. No total os 155 iriam
28
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
custar, com esta modalidade, 420.085,25€. Salienta-se que as DIF são totais, pois embora
os alunos não recebam no 1.º ano todo o fardamento, haverá cadetes do 3.º ano a receber o
restante fardamento, logo perfaz a totalidade das DIF. O mesmo se verificará na
apresentação dos restantes uniformes modulares atinentes à AM.
UNIFORME MODULAR A (AM)
Preço Unitário DIF Preço
Artigo Género Género Género
M F M F M F
Boné 86,87€ 109,41€ 2 2 173,74€ 218,82€
Bivaque 11,07€ 11,07€ 4 4 44,28€ 44,28€
Calças 112,48€ 112,48€ 6 6 674,88€ 674,88€
Dolmam de Cerimónia/Serviço 250,86€ 307,72€ 2 2 501,72€ 615,44€
Camisa com manga 40,38€ 40,38€ 8 8 323,04€ 323,04€
Camisa meia manga para gravata 30,04€ 30,04€ 3 3 90,12€ 90,12€
Camisa manga sport 31,52€ 31,52€ 8 8 252,16€ 252,16€
Cinto de precinta 7,40€ 7,40€ 3 3 22,20€ 22,20€
Saia 72,88€ 3 -€ 218,64€
Luvas pretas de pele 26,27€ 26,27€ 2 2 52,54€ 52,54€
Gravata 20,52€ 20,52€ 2 2 41,04€ 41,04€
Cinto de cerimónia 64,70€ 64,70€ 1 1 64,70€ 64,70€
Suspensão da espada 22,21€ 22,21€ 1 1 22,21€ 22,21€
Francalete dourado 7,03€ 7,03€ 1 1 7,03€ 7,03€
Luvas brancas de pele 25,73€ 25,73€ 2 2 51,46€ 51,46€
Casacão impermeável 268,03€ 268,03€ 1 1 268,03€ 268,03€
Camisola lã (Abafo) 30,10€ 30,10€ 2 2 60,20€ 60,20€
TOTAL 1.035,21€ 1.187,49€ TOTAL 2.649,35€ 3.026,79€
Ilustração 18 - Quadro dos Pu do Uniforme Modular A para os alunos da AM
29
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
Passemos então à análise do uniforme modular B. Mais uma vez, os preços unitários
apresentados neste uniforme modular são a média entre os preços unitários das peças do
uniforme n.º 1 com as peças do uniforme n.º 2.
31
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
33
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
2.500.000,00 €
2.000.000,00 €
1.500.000,00 €
Uniforme n.º1 + n.º2
1.000.000,00 €
Uniforme Modular A
500.000,00 €
- €
AM ESE RV/RC
1.800.000,00 €
1.600.000,00 €
1.400.000,00 €
1.200.000,00 €
1.000.000,00 €
800.000,00 € Uniforme n.º1 + n.º2
600.000,00 € Uniforme Modular B
400.000,00 €
200.000,00 €
- €
AM ESE RV/RC
34
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
1.400.000,00 €
1.200.000,00 €
1.000.000,00 €
800.000,00 € Uniforme n.º1 +
n.º2
600.000,00 €
Uniforme Modular
400.000,00 €
C
200.000,00 €
- €
AM ESE RV/RC
O gráfico seguinte é o resumo dos últimos três gráficos. Deste gráfico obtém-
se uma visão geral do estudo, onde se verifica que o uniforme modular mais rentável,
comparativamente com o actual plano de uniformes, será o uniforme modular C.
2.500.000,00 €
2.000.000,00 €
1.500.000,00 €
AM
1.000.000,00 € ESE
500.000,00 € RV/RC
- €
Uniformes Uniforme Uniforme Uniforme
n.º1 + n.º2 modular A modular B modular C
O seguinte gráfico expõe o custo total dos uniformes modulares. Como é sabido, o
orçamento da DMT relativamente aos uniformes é de aproximadamente 3 milhões de euros.
No gráfico podemos ver que o custo total dos actuais uniformes representa cerca de um
terço desse orçamento, representado na barra a vermelho. Com o uniforme modular A o
orçamento é ultrapassado, e em relação ao custo total dos actuais uniformes, o uniforme
modular A ultrapassa os custos na ordem dos 45%, logo este não apresenta vantagens em
relação ao actual. Com o uniforme modular B, o orçamento total, não é ultrapassado, mas o
custo do uniforme modular é mais elevado que o custo total dos uniformes n.º 1 e n.º 2
aumentando 10%. Relativamente ao uniforme modular C, o seu custo total apresenta uma
diminuição em relação ao custo total dos uniformes n.º 1 e n.º 2, na ordem dos 26%.
35
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
3.500.000,00 €
3.000.000,00 €
2.500.000,00 €
2.000.000,00 €
1.500.000,00 €
1.000.000,00 €
500.000,00 €
- €
Custo total Custo total do Custo total do Custo total do
dos uniformes uniforme uniforme uniforme
n.º1 e n.º2 modular A modular B modular C
Ilustração 31 – Comparação entre o custo total actual com os dos uniformes modulares
37
Cfr. Entrevista ao Sr. Maj Ribeiro no Apêndice C.
38
Cfr. Entrevista ao Sr. Cap Nina Martins no Apêndice D.
36
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
militar acaba por transportar várias vezes muito fardamento, assim com apenas um
uniforme, a logística adjacente a uma mudança de unidade ficaria muito simplificada.
Assim tendo em conta que para o grupo que compreende os postos de tenente-
coronel até general e de sargento-ajudante até sargento-mor recebe um terço das DIF e os
restantes recebem a totalidade das DIF, o custo parcial do investimento para o uniforme
ainda faltar acrescentar o montante em stock no DGME, dos uniformes n.º 1 e n.º 2,
apresentado no seguinte quadro:
38
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
actualmente tenha má qualidade, pois este uniforme é mais utilizado que o uniforme n.º 1,
no entanto mantém-se com qualidade ao longo dos anos. Todos os oficiais do QP
receberam a n.º 2 aquando a seu ingresso na AM, no entanto, existem tenentes-coronéis
que ainda utilizam uniformes recebidos do primeiro ano. 39
Análise Análise
Externa Interna
Oportunidades e Forças e
ameaças fraquezas
Opções estratégicas
Políticas Funcionais:
Produção
Marketing
I&D
Finanças
Recursos Humanos
39
Cfr. Observação directa com o Sr. TCor Torrado, em 23JUN10 às 10h40m.
40
Cfr. Departamento de Estratégia e Política Empresarial do Grupo HEC – STRATEGOR – Política
Global da Empresa, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000, pp. 25 e 26.
41
Ver Anexo F.
39
A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
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Cfr. Observação Directa com o Cap David Rosado, em 22JUL10, às 11h30m.
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A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
poderia reduzir até 26% em relação ao orçamentado para os uniformes n.º 1 e n.º 2. No
entanto, e tendo em conta o montante em stock que o DGME possui, o período em que o
Exército irá ter retorno da implementação inicial será de 45 anos, tendencialmente
minimizado se assumidas umas das propostas que acalentámos para a redução parcial ou
total dos stocks de fardamento.
Chegando ao final da investigação é possível verificar as hipóteses inicialmente
formuladas. Nesse ensejo, temos:
Relativamente à primeira hipótese, “a junção dos uniformes n.º 1 e n.º 2 é
possível”, esta foi totalmente validada, não só pelo facto de se ter provado que se
pode utilizar o mesmo uniforme em várias ocasiões de uso, mas também por não
ser a primeira vez que tal facto se verifica no Exército. Além disso é a modalidade
utilizada pela Força Aérea Portuguesa. No estrangeiro sabemos que esta é a
modalidade que actualmente o Exército dos EUA começou a adoptar. O facto de
existirem outros Ramos e outros Exércitos com esta modalidade prova que é
possível a junção dos dois uniformes;
A segunda hipótese, “a junção dos uniformes n.º 1 e n.º 2 é economicamente
rentável”, foi validada. A junção dos uniformes reduz os custos em 26%, mas
deve ter-se me atenção que devido ao enorme montante em stock no DGME
actualmente, o retorno da implementação do uniforme modular só acontece no
longo prazo. A junção é economicamente rentável, mas a longo prazo;
Na terceira hipótese, “os impactos sociais da junção dos uniformes são
significativos” esta foi validada, embora existam opiniões de que o facto de
existirem dois uniformes é totalmente justificável. Importa referir que, na história
da evolução dos uniformes do Exército Português foram inúmeras as mudanças
de uniformes, com junção em vários momentos. Desde sempre os militares se
adaptaram rapidamente ao novo sistema;
A quarta hipótese: “a adopção do uniforme modular pode ser concretizada em
todo o Exército Português até um período máximo de três meses após a sua
fabricação" foi totalmente refutada, pelo facto de ser impraticável para as OGFE
se organizarem para produzir em massa mais de 15.000 uniformes em três
meses.
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A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
6.2. Recomendações
Com este estudo abre-se o caminho para a adopção de um uniforme modular. Para
que o estudo seja alcançado é necessário estudar em profundidade o sistema de custeio e
estudar também a qualidades dos tecidos, pois este é um factor que influência bastante o
custo dos uniformes. Se este uniforme realmente fosse adaptado, a realização de um novo
regulamento de uniformes do Exército tornar-se-ia imperativo, pois seria necessário o
estabelecimento de novas regras para o uso do novo uniforme.
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A Adopção de um Uniforme Modular no Exército Português: Perspectiva Económica
BIBLIOGRAFIA
Livros:
CARVALHO, Manuel (dir.) – O Homem o Uniforme e a Arma, Porto, Liga dos Amigos do
Museu Militar do Porto, 2006.
Departamento de Estratégia e Política Empresarial do Grupo HEC – STRATEGOR – Política
Global da Empresa, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000.
MATOS, José Alberto – Os uniformes da Artilharia Portuguesa, Lisboa, Associação de
Deficientes das Forças Armadas, 2003CM - Regulamento de Vida Interna – Guia do
Aluno do CM, Lisboa, CM, [s.d.]
MDN/ GCRP – Símbolos Nacionais e das Forças Armadas, Lisboa, MDN/ GCRP, 2001.
QUIVY, Raymond e CAMPENHOUDT, Luc Van – Manual de Investigação em Ciências
Sociais, Lisboa, Gradiva, 1998.
RODRIGUES, Manuel – 300 Anos de Uniformes Militares do Exército em Portugal 1660-
1960, Santarém, Exército Português/Sociedade Histórica da Independência de
Portugal, 1999.COSTA, Paulo – “A Comissão Permanente de Uniformes” in Revista da
Armada n.º426, Lisboa, 2009.
Legislação e Regulamentos:
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Exército Português/DSI – Circular n.º 9, Lisboa, Exército Português/DSI, 28 de Março de
1994.
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IO - Regulamento Interno, Lisboa, IO, 2009.
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Portaria n.º 1054/97 in Diário da República, I Série B, n.º 240, 16 de Outubro de 1997.
Portaria n.º 810/89 in Diário da República, I Série, n.º 211, 13 de Setembro de 1989.
Repartição do Gabinete do Ministro - Determinação n.º 11 in Ordem do Exército, I Série n.º
8, Repartição do Gabinete do Ministro, 1961.
Artigos e publicações:
COSTA, Paulo – “A Comissão Permanente de Uniformes” in Revista da Armada n.º426,
Lisboa, [s.d.], 2009.
Repartição de Recrutamento/DORH – Livro da Estatística 2010, Repartição de
Recrutamento/DORH.
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http://www.exercito.pt/portal/exercito/_specific/public/allbrowsers/asp/, consultado em
26JUL10, às 18h15m.
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APÊNDICES
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Em 1777 foram feitas ligeiras alterações nas cores dos diversos Regimentos, pois
embora o feitio fosse igual, cada Regimento tinha cores diferentes nas golas, mangas. Em
1806 a alteração mais visível é a Barretina (influencia Inglesa) abandonando o chapéu
tricórnio do século XVIII, e mantém a cor azul ferrete como cor base. Em 1809 e em 1815
foram feitas ligeiras alterações.
Depois foi em 1834 (decreto 25 Outubro 1834) após a vitória do regime Liberal, após
guerras entre absolutistas e liberais e foi influenciado pelo modelo francês, a barretina segue
o modelo inglês. Em 1843 foram feitas algumas alterações e em 1848 foi novamente
realizada uma grande alteração (Decreto 25 Setembro 1848) com o governo de Costa
Cabral (cartistas mais conservadores).
No estrangeiro registava-se uma tendência para usar uniformes mais simples e
menos dispendioso e em Portugal em 1848 foi o abandono do modelo de barretina inglesa
para uma cobertura mais simples semelhante ao modelo francês de 1845 que dará origem
ao képi que se passou a usar em Portugal após 1868/69.
No novo plano de uniformes de 1856 (decreto 6 Fevereiro 1856 e decreto 31 Março
1856) a influência francesa abandona a casaca de abas posteriores e adopta as abas ao
redor de toda a cintura. Em 1862 refira-se a introdução do “raglan” semelhante à actual
peliça. Em 1868 outra inovação foi o abandono do bivaque em uso desde 1852 e a adopção
de uma cobertura cilíndrica achatada semelhante ao actual colégio militar e que se manteve
mesmo após a implantação da república 1910.
Novo plano de uniformes em 1885 com a reorganização militar de Fontes Pereira de
Melo, abandona os modelos franceses e segue modelo mais prussiano (mais elaborado
complexo e dispendioso) de que se destaca o capacete de couro, cópia do pickelhaude
alemão de Bismark. Mantém-se a cor base azul ferrete. Deixam de existir diferentes cores
conforme os Regimentos sendo estes identificados por números e emblemas.
Em 1892 novo plano de uniformes (Decreto de 10 Setembro 1892) preparado para
as campanhas em África para o clima e comodidade para o combate.
Em 1911 (Decreto 7 Agosto 1911) o Plano de Uniformes da Republica que consolida
a cor cinzenta, abandonando as peças ou artigos em azul ferrete tradicional desde o Com
de Lippe. Em 1913 (decreto 23 Agosto) foram adoptados os números para designar os
uniformes como actualmente: nº 1, nº 2,nº3, nº 4 (para oficiais, sargentos e praças).
O Plano de 1920, por razões de economia e simplificação em face de efectivos muito
numerosos (mesmo oficiais e sargentos por causa da 1ª Guerra Mundial) regista diferenças
que distinguem os militares do quando (profissionais) dos militares que estão
temporariamente nas fileiras. Mantêm-se os números nº 1, nº 2,nº3, nº 4 (para oficiais,
sargentos e praças).
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4. Entende que a junção do actual uniforme n.º 1 com o uniforme n.º 2 poderia ser
viável perante os propósitos adstritos a cada um desses uniformes?
“Sim. Dada a utilização que é dada ao uniforme nº 2 este podia ser baseado em
artigos do modelo que se destina também a ser usado em ocasiões mais formais, usando o
mesmo dolmam e até a calça.
Em resumo pode ser adoptado um sistema com base em dois modelos apenas:
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à estrutura e capacidades nos centros de finanças com pessoal e capacidade técnica, como
é óbvio. E a direcção de finanças seria o órgão fiscalizador e técnico de apoio.
Subsiste um problema, porque os comandantes têm competências subdelegadas,
continuam a poder fazer cabimento e compromisso, mas depois vai tudo ser tratado nos
centros de finanças, o que poderia gerar algum mal-estar. No entanto, este procedimento
facilitaria a execução de auditorias e a efectivação de apoio técnico.
Agora, em relação aos centros de finanças levantam-se alguns problemas técnicos,
porque não temos no nosso quadro muitos elementos com as competências técnicas
necessárias para o nível do que se pretende com os centros de finanças.
Em termos de planeamento, não é muito fácil, e continua-se a debater o mesmo
problema, porque ao nível das Unidades e ao nível dos OCAD’s (Órgãos Centrais de
Administração e Direcção) têm de se preocupar com o planeamento, e é do planeamento
que depois sai a proposta de orçamento, ou seja se se fizer um mau planeamento o
orçamento que vai à assembleia da república para ser aprovado é o que eles fizeram.
Depois quando é carregado no sistema é esse orçamento que as Unidades têm. O que faz
com quem em Janeiro, quando o orçamento está disponível, na primeira semana aparecem
muitas alterações orçamentais, a pedido das UEO’s, espelhando que o planeamento foi mal
feito, pois as Unidades já estão a fazer alterações orçamentais. Este ano vai ser adoptada
uma medida que vai sair numa circular a distribuir aquando do início da elaboração da
proposta de orçamento para 2011, configurando uma oportunidade inicial de ajustarem o
planeamento de acordo com o orçamento aprovado.
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crise que actualmente se faz sentir a nível nacional e mundial, com a conjuntura que temos,
não é problema da Defesa Nacional.
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Na Direcção de Finanças isso não acontece tanto porque se tem conseguido, desde a
entrada do SIG, uma manutenção de recursos humanos e essa experiência acumulada vai
gerando esse conhecimento e a capacidade de extrair outro tipo de informação.
Na parte de formação dos recursos humanos, é importante não só a formação, mas
também a apetência dos mesmos para trabalhar com o sistema. Quando o sistema entrou
em funcionamento, não era muito user friendly, ou seja havia pessoas com alguma
resistência, primeiro com resistência à mudança e depois resistência ao próprio sistema em
si.
Acho que uma grande dificuldade tem ainda a ver com a organização da Estrutura
Financeira do Exército existente quando o sistema entrou em produtivo. O Exército e a
gestão financeira do Exército, neste caso, que são os responsáveis pela gestão dos
recursos financeiros, deviam repensar a forma como a estrutura financeira está idealizada,
hierarquizada e estruturada, para que alguns processos possam ser mais coincidentes com
as valências que estão parametrizadas no sistema. Não quer dizer que tenha de ser a
organização a adaptar-se ao sistema, porque isso vai contra a lógica de implementação dos
sistemas de informação, no entanto o projecto SIG, é um projecto da Defesa Nacional e os
processos para se adequarem a todo o Ministério, Ramos e aos outros organismos
pertencentes ao Ministério. Eu acho que há alguma resistência interna do Exército em
alterar quer a Estrutura Financeira, quer alguns processos que também precisam de ser
reestruturadas para que mais facilmente sejam transpostas para o SIG. Essa alteração de
processos a que me refiro vai também ao encontro de um desempenho mais simples,
adequado à conformidade legal, eficácia e à eficiência.”
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consegue-se aligeirar a carga do fardamento que teremos de levar. A nível militar vejo essa
junção como sendo muito vantajosa.”
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ANEXOS
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Cfr. Disponível em: http://www.exercito.pt/portal/exercito/_specific/public/allbrowsers/asp/,
consultado em 26JUL10, às 18h15m.
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