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flbert~instev

eopo Infel
A EVOLUÇAO
DA FISÍCA i%-
De Newton até à Teoria dos quanta - ,
2.
p e c c ã o Vida e Cuitura M W i i tivrosdoBrasl-li&m F:
Este clássico da divulgação cien-
tífica, divulgação que os «puristas»
têm vindo, ao longo do tempo, a con-
siderar como supérflua ou, até, im-
possível, foi, e continua a ser, um
livro básico para a compreensão -a
nível do grande público, evidente-
mente -da física moderna e, em
particular, da teoria da relatividade.
O admirável trabalho de colaboração
entre Leopold Infeld e Albert Eins-
tein, no qual a modéstia dos verda-
deiros sábios não desempenha menor
lugar que o seu imenso saber, veio,
com efeito, abrir a muita gente pers-
pectivas de maravilha sobre o livro
cifrado que a Natureza incessante-
mente nos vai dando a ler!
por ALBERT EINSIEIN
e LEOPOLD INFELD

«O esforço para ler o grande r o


mance policial da Natureza é vel!lo
rorno o próprio pensamento humano.
Mas há apenas uns três séculos que
OS estudiosos começaram a com-
preenda a língua em que o livro
está escrito. E a partir desse tempo
-a *a de W l e u e Newton-
a leitaira passou a fazer-se com ra-
pidez. Foramse desenvolvendo t6c-
nicas de invaitigação, métodos sis-
tem6ticos de descobrir e seguir
pistas. Alguns dos enigmas ~ecebe-
ram sdução -embora muitas solu-
ções fossem p~ecáriase acabassem
abandonadas em consequência de
posteriores pesquisas.
Um problema fundamental, e por
milhares de anos completamente
o b d d o p&s suas próprias com-
plicações, é o do movimento. Todos
os movimentos obçmáveis na Na-
tureza - o da pedra lançada pma o
ar, o do navio que sulca as águas, o
do automóvel que roda pela es-
trada -são na realidade muito com-
plicados. Para comp~eendê-10stemos
que começar pelos casos mais sim-
ples e gradualmente irmos subindo.
Consideremos um corpo em repouso,
no qual não haja nenhum movi-
mento. Paira mudar a posição desse
corpo t necessário que sobme ele
exerçamos alguma influência -em-
puirrá-10, erguê-lo ou deixar que
outros corpos, h o os cavalos ou
os motms, o façam. A nossa ideia
intuitiva do movimento comelacio-
n a a a actos de puxar, empurrar, le-
vantar. Expexiênoias muito repetidas
fazem-nos arriscar a ideia de que
temos de empurrar com mais força,
se querwmos que o corpo se mova
mais depressa. Parece natural con-
cluir que, quantu maior for a acção
exercida sobre um corpo, tanto
maior será a sua velocidade. A in-
tuição diz-nos que a velocidade está
essencialmente ligada A acção.»
C O L E C Ç A O V I D A . E C U L T U R A

A L B E R T EINSTEIN
LEOPOLD I N F E L D

O desemolvimento das ideias


desde os primiivos conceitos até à Rebtiiiade
e aos h n t a

EDIÇAO aLIVROS DO BRASILn LISBOA


R u a dos Caetanos, 22
Tituio da ediçdo origiml:
THE EVOLUTION O F PHYSICS
The growth of idem from early concepts
to relativity and quanta

Traduçüo de
IONTEIRO LOBATO

Capa de
A. PEDRO

Reservados os direltoa pela le~lniação em vigor

Edição Portuguesa feita por acordo com


-
a Companhia Editora Nacional - S. Paulo Brami1
VENDA INTEFtDITA NA BEPOBUOA
FEDERATIVA DOS ESTADOS
U N I D O S DO B R A S I L
1N D I C E

Agradecimentos ........................................... 5
Prefácio ................................................... 7

SliRTO DA INTERPRETAÇAO MECANICISTA .................. g


O grande romance m c i a l , I I -A primeira p h , 13-
Vectores, 18-0 enigma do movimento, 25 -Uuna pista que
permanece. 57 - E o calor uma substanda?, 41 -A h t a n h a -
-russa, 48- h taxa de c%mbio, 51 -O fundo filosófico, 54 -
Teoria cinética da m a í k a , 58

.jECLfNIO DA cONCEPÇAO MECANICISTA .................. 67


Os dois fluidos eléctricas, 69- 0 s fluidos magnéticas, 78 -
Primeira diiiculdiade séria, 82 -A velocidade da luz, 87 -Luz
como substância, 89 -0 enigma da cor, 92 -Que é uma
cmda?, 95- A teoria ondulat6ria da luz, roo -Ondas l u d -
nosas langitudh~isou tu-anwensais, r09 -O &ter e a teoria
mecanicista, I I I

C 4MPO. RELATIVIDADE ..................................... 115


-
O campo w m o representação, I 17 0s dois pilares da teoria
de campo, 128 -A realidade do campo, 133- Campo e
-
Bter, 139-O andaime mecanico, 142 Eter e movimato, 151
- -
Tempo. distancia. relatividade, 162 Relatividade e me-
-
cânica, 175 0 contínuo espaçetempo, I& - Relatividade
geral, 188- Dentro e fora do elevador. 192-Gieometrila e
experihcia, 199 -Relatividade geral e sua verificação, 210 -
Campo e matéria, 214

Continuidadedes~ndnuidride,223 -0 s aquaaitan elementares


de matéria e de electricidade, 225-0s aquantan de luz, 230
-Espectro da luz. 236-Ondõç de matéria. 241 -Probabi-
Ydades-ondulat6rias, 247 -Física e realida&, 258
AGRADECIMENTOS

Desejamos expressar os nossos sinceros agrade.


cimentos a quanto5 tão amavelmente nos auxilia-
ram na preparação deste livro, particulawnte:

Aos Profs.: A. G. Shenstone, de Rincetown, Nova


jersey. e St. Loria, de Lwow. Polónia. pelas fotogra-
fias da página 219.

Ao Sr. I. N. Steinberg, pelos seus desenhos.

i DrP M. Phillips, pela revisão do manuscrito c


pela sua valiosa cooperação.
Quem pega neste Hvro tem o &Mto de indtigar da ma
razüo de ser e de perguntar a que pbbfico se dirige.
No começo da obm não é P&l a resposta; torna-se f d d
no fim - m a é jd supérflua. Bem mais simples senZ; &r
o que o fivm não é. Não é, por exemplo, um compêndio de
ffsica-nada de um c u m elementur de teorias e factos
ffsicos. A no= intenção pende mais pam um largo esboço
das tentativns do espírito humano no apreender as conexdes
entre o mundo das ideias e o dos fenómenos. Pam isso pro-
cumremos ver as forças activas que compelem a ciência a
inventar i&s em cor~espondênciacom a realidade do nosso
mundo. Mas a representuçdo tem que ser simples. No amon-
toado de factos e conceitos temos de escolher uma estmda
que nos pareça a mais cumcterfstica e significativa. Factos
e teorias não alcanpdos por esta estmda serão omitidos.
O fim que visamos obriga-nus a fazer uma escoiha bem deli-
nida de factos e ideias. A importdncia de um problema ndo
depende do número de &ims a ele comqmdas. Deixámos
de lado algumas linhas essenciais de pensamento; não que as
considerássemos sem imprtdncia, mas poryue não se achavam
à beim do caminho.
Durante a feitura do livro, lonps debates tivemos a pre
yósito das características do leitor idealizudo, ponto que muito
nos preocupou. lmcigindms um leitor de gmndes qualidades.
mas por completo desconhecedor da física e das matemáticas;
interessado, entretanto, em ideias fisicas e filosólicas-e muito
admiramos a paciência desse leitor nas passaps menos
interessantes e mais penosas. lmaginúmos um leitor que sabe
que, pam entender qualquer pdgina do livro, tem de k r cui&
dosamente as precedentes. Um leitor que sabe que um livro
de ciência, embora popular, não pode ser lido como se ]&em
OS romances.
Trata-se de uma simples convem entre nós, de um lado.
e esse leitor imaginário, do outro. Poderá ele achar a obra
interessante ou maçadora, excitante ou sonolenta - mas
o nosso objectivo terá sido atingida se lhe dermos uma ideia
da luta sem fim em que o espfrito humano se empenhou para
u compreensão das leis que regem os fenómenos ffsicos.
SURTO DA IWTERPR~AÇÁO MfCANICISIA
O GRANDE ROMANCE POLICIAL

m r n ~ p a i ~ ~ i e 3 E 6 9 t t n e i ~ o . k
mance Jnosaai todos os fios da n~eadaou piseas essenciais,
e canipele-nos a fcmnu~lwa nossa teoria p d sobre o
caso. Se seguirmos c u i d a d m e n t e o emdo, por nós pdprios
descobriremos a solução, ,antes que o autor nela desvende
no fim do l i m . E, além de nos apmm no momento exacto
em que a espeaa~nos,não #nosdiesaponta- ao contrário do
que se dd nos mistérios vulgares.
Ser-nos& possível m p a m o leitor de tai romance aos
cientistas ,que através de sucessivas geqões continuam a
procurar a chave dos mistérios do liwo da Natuma? A com-
parayão é faka; terá -s tarde de ser abandonadaL. mas
possui uma parcela de justificaqão que pode ser ahgada e
modificada com proveito para 4 d q o da ciência no decifrar
dos mistérios do Universo.
O grande romance policial do Universo está ainda m
solução. E nem sequer podemos afirmar que comporte solu-
ção. A sua ieitura já nos deu (muito; ensinou-nos os d h m -
tos & língua da Natureza. habilitou- a apreender nume-
m m fios da meada, e ttm sido uma fonte de excitação
e deleite na penosai maarhn da ciência. Ptircebemos, entn%mto,
que, apesar de todos os volumes lidos e campmndidm,
estaunos ainda muito longe da soluqão completa -se é que
existe. Em cada,e d g i o procimrmm encontrar explicação que
harmonize os pontos j4 descobertos. Teorias hipotéticas têm
explicado muitos fartas, mas nenhuma solução gerd, que
reúna tados os fios, apa1wa-a ainda. Frequentemente urna
teoria na apartncia perfeita mostra-se falha logo que a leitura
do grande livro proaregue. Novas factos surgem que a contra-
dizem ou não são por ela explicados. Quanto mais leimos a
Natureza, mais lhe apremdeimos ai perfeiqão -embora a solu-
ção do enigma se afaste com essa, maiar leitura.
Em todos os romances policiais, desde as primorosos de
Conm Doyle, momento chega em que o detective reúne todo6
os elementos de que nmssita para resolver pelo menos parte
do problema. Esses elementos podm parecer muito estranhos
entre si, e incoemtes. O arguto detective, mímtmto, sente
que bamm, e que apenas pela força do pensamento poder&
ligá-los todos num conjunto wlucionador. E vem então a hora
e m que os Sklocks pegam do violino ou se estiram na
cadeira preguipsa, de cachimbo na boca, até que... Santo
De& HCR1IP1CQ't h- Não 96 mooniitraan a explicação paira
os factos já cdigidos, como deduza que umas tantas c o b
devem ter oconado. E como saibem agora para onde se dirigir.
p d m , se querem, coiigir anais faams comprovatWo5 das suas
tearies.
Mas o cientista que 1ê o livro da Natureza tem que achar
a solução por si mesmo; aião pobe, como o te i&or
de nodtis, saltar paginas para ver o Mecho, Para obter uma
soluqão, ainda que parcial, o cientista sendo ao mesmo íennp
leitor e p e s q u i d a rem de reunir factos e à força de pensa-
mento Iógiao coorden&IÚs, coerente .e extensivaanaxte.
O nosso objectivo, nas &iÙia~ que se seguem, é descrever
em largos traqos a obra dos fkk06, que às con-
jectura, às «Muçães» do detective. Preocupar-haçernos.
sobretudo, aam o papei do pensamento e das ideias na wen-
turosa caça de soluções denim do m u d a físico.
A PRIMElk4 PISTA

O esfarço paira ler o gramde romance policial da N a m a


é velho como o próprio p e n s a m t o h-0. Mas há apenas
uns três sécuios que os estudiosos com- a1 compreender
a língua em que o livro está d t o . E a partir desse tempo -
a épaca de Galileu e Newton - a leitura passou a fazer-se com
rapidez. Fora'm-se desenrvolvendo técnicas de hvestiggão,
m6todos sistemáticos de descobrir e seguir pistas. Alguns dos
enigma6 receberam solução -embora muitas soluqões fossem
precdrias e acabassem abandonadas em consequência de pos-
teriores pesquisas.
Um problema fundamental, e por milham de anaç com-
.
pletamente obscurecido pelas suas próprias complicayões,
é o do movimento. Todos os movimentos observáveis na
Natureza- o da pedra l q d z para o ar, o d o navio que
wlca as águas, o do au&el que roda pela estrada-são
na realidade muito carnplicados. Para compeendê-los t e m a
que comeqar pelos casos mais simples e graduahnente irmos
subinao. Consideremos um corpo em repouso, no qual não
haja nenhum movimento. Pam mudar a pasiqão desse corpo
é necessário que sobre ele e x q ã m o s alguma influh&-
empurrá-lo, erguê-lo ou deixar que outros corpos, como os
cavalos ou os motores, o façam. A nossa ideia intuitiva do
movimento correlacionm a actos de puxar, empurrar, levan-
tar. Experiências muito repetidas fazem-nos amscas a ideia
de que temos de empurrar cam mais força, se queremos que
o corpo se mova mais depressa. Parece natural concluir que,
quanto maior for a acção exercida sobre um c-, tanto
maior será a sua velocidade. Um carro de quatro camlos vai
mais depressa que uun de dais. A fntuicão diz-nos que a veloci-
*

dade está essen~ia~lmente ligada, à acção.


Os leitores de novelas sherlockiamas sabem camo as pistas
fdsas perturbam a história e atrasam a solução. O método de
raciocinar ditado pela intuigão era1 uma pista m a d a q w levou
a ideias &as sobre o movimento, as quais perduraram p r
& u h . A g r a d e autoridade de Arist6teies foi tailvez a causa
principail dai longa fé no intuito. Na Mecdnica, que há dois mil
anos C atribuída a esse fiósafo, lemos o seguinte:
O corpo em movimento estaciona quando a força que
o impele cessa de agir.
A dacoberta e o emprego do raciocínio científico, que
d e m o s a Galileu, foi um dos mais hprtamtes triunfos regis-
-
tados na história do pensamento humano e mmaun o verda
deiro começo dai ciência fisicá~ Ensina-nos essa descoberta
que as conclusões intuitivas baseadas na obsewaqão imediata
nem sempre merecem fé, porque muitas vezes levam a pistas
emdas.
Mas como erra a intuição? Poderá ser erro dizer que um
carro de quatro animais deve radar mais depressa que um de
apenas dois?
Examinemos mais de perto as factos fundamentais do
movimento, tomando como ponto de partida simples experiên-
cias de todos ,os dias, familiares ao hamem d d e os começos
da Civilização e adquiridas na árdua luta peb existência.
Suponhamos que a l g h vai por m a estrada plana
a empurrar um a n i n h o e subitamente pare de e m p d - 1 0 .
Antes de imobilizar-se, o cmrinho ainda se mover4 até curta
distância'. Surge a pergunta: como será p d v d aumentar
essa distância? Há vários meios: mitm o eixo, tomar a
estrada. mais lisa. Quanto mais lisa for a estrada e mais
maciamente g i r a m as rodas, maior será a distância per-
comida. E que acontecieu em consequênch do azeiíamenito do
eixo e do alisaunemo da estrada? Apenas isto: diminuição das
influências externas. O efeito do que chamamos atrito d h i -
nuiw, tan~tono contacto do eixo m a rodas, m o no das
rodas com o chão. Isto já C uma hterpn%yão te6rica da
evidência obsewárel -tuna interpretação, na realidade, arbi-
- trAsria. Se clermos )mais um passo à frente, entraremos na pista
cwta. Imaginemos uma estrada perfeitamemie lisa e um sis-
tema de eixo e rodas em que não haja nenhum atrito. Neste
caso, nada interferiria no caminho. o qual d a r i a perpetua-
mente. Formulam esta cmclusão unicamente por força do
pensamento, iàealizamh uma experiência que não pode ter
realidade, visto ser i m ~ v e eliminar
l todas as influências
externa. Mas esra experiência iddizada dá-nos a' base me-
cânica{do movimento.
A compa~rqãodos dois métodos de abordar o problema
permite-nos dizer: a ideia intuitiva é que quanto for
a x@o, tanto maior será a velocidade. Assim, a velocidade
indica se há ou, não forças externas actuando sobre o corpo.
Gdileu mostrou mais ccmectarmieate que, se iun corpo não é
puxado ou i'mpelido, nem influenciado de qualquer maneira
(ou, mais sinteticamente, se nenhuma força externa actua
sobre ele), esse corpo se move uniformemente, isto 8, sempre
com a mesma vdocida& e em linha recta. Sendo mim,
a velocidade não indica que forças externas estejam ou não
agindo sobre o corpo. A conclusão de Gdileu foi mais tarde
fornuladai spx Isaac Newton nos aennnos da lei i dainércia.
Tomou-se umai das primeiras coisas que de física castumamos
decarar na escola:

Todos os corpos se conservam em estado de repouso, ou


em movimento uniforme em linha recta, salva se fonim com-
pelidos a sair desse estado por acção de forças exercidas
sobre ele.

Já vimos que esta lei da inércia não pode ser directamente


deduzida de qualquer experiência; decarre do pensamento
especultùtivo baiseâdo na observação. A experiência ideal que
o caso exigia, conquanto não passa ser realizada, leva-nos
a uma profunda compreensão das experiências redizáveis.
Da variedade de movimentos complexos que nos cerca
vamos tornair, para, nosso primeiro exemplo, o ccmovimenito
uniforme)). É o mais simples, porque wrti livre de farças
extemas actuantes. Mas o Imovimento uniforme ngo pode ser
nxdizado; ai pedra que cai de umai torre ou o aninho empur-
rado na estrada não lpodem, nunca, ~ m w e r ede modo absalu-
tamente uniforme, parque é hpoaIivd eliminamos a influên-
cia das forças externas.
Nos m a n c e s policiais, as p'has mais óbvias frequente-
mente levam-nos a suspeitas injustas. Nas uiossas tentativas
para apreender as leis da NaturiiQac igualmente verificaùnos
que as explica@es mais intuitivamente óbvias nos levalm
também. muitas vezes, a erros.
O p e n m e n t o d o homem cria do Universo um quadro em
perpétua m u d q a . A contribuição de Gdileu destruiu a inter-
p t q ã o intuitiva para enntraniza~umai interpretação nova.
I? essa ai grande significação da sua descoberta.
Uma pergunta relativa, ao movimento surge
Se a1 velocidade não é r d t a n t e das forças externas aictumtes
sobre um corpo, que é então? A resposta P esta questão funda-
mental foi dada por Galileu e, de modo ainda m& conciso,
por Newton - a d v i n b dai mais uma pista para a nossa inves-
tilgaqão.
Para conseguirmos a resposta correcta, temos de pen-
sar um pouco mais al fundo no caso do carrinho a &r na
estrada perfeiralmiente lisa,. Na nossa experiência ideal a uni-
formidade do movimento é devida à a&cia de forças a t a - -
nas. 1,maginemos agora que a esse caminho em movimento
uniforme damos um impulso no sentido deste movimento.
Que acontece? Claro que a velocidade aumenta. Se déssemos
um impulso no sentido contdrio, a velocidade decresceria.
Uo primeiro C,- O caminho acelera o movimento grgas ao
impulso, e m segundo retarda-. Conclusão: a x ~ ã de o uma
força externa muda ri velocidade. M m , a velocidade pre
priamente dita não é consequência do impulso dado a o c m i -
nho, mas as variaqões da velocidade ou as acelwaQks do
nisvimento é que o sãs. A foiya interferente atumenlta ou
diminui a velocidade conforme actua no sentido do movimento
ou no sentido cmtrário. Gdileu percebeu-o e com clareza
o disse em Duas Ciências Novas:

...qualquer velocidade comunicada a um corpo cm movi-


mento ser& mantida enquanto as causas externas de acele-
ração ou retardamento estiverem ausentes, condição que s6 é
mcontmda em planos horizontais; se os planos forem inclina-
dos para baixo, estard sempre presente uma causa de acelera-
ção; e se inclinados para cima. um retardamento; disto se
conclui que o movimento ao longo de um plano horizontal
é perpktuo; pois se a velocidade for uniforme não poderd ser
diminuída, e muito menos ser destruída.

Seguindo a boa pista chegamos a uma compreensão mais


profunda do pblema do oovi~mento.A conexão entre a f o r p
e vatriaqão de velocidade (e n,?o entre a força e velocidade,
como pareceria intuitivo) constitui o alicerce da, mecânica
clássica formulada px N e w n .
Estamos ai fazer uso de dois m e i a o s muito importantes
nm mecânica de Newton: o de força e o d e variaqão de veloci-
dade. No ulterior desenvolvimento da ciênciai serão ambos
dargados e generalizados. Por esse motivo temos de examiná-los
mais de perzo.
Que C f w p ? Intuitivamente sentimos que é o que a próc
pria palavra significaL O conceito inwitivo de força a d h
do esfoqo de empurrar, puxar cru h ç a r ; advém dia sensação
muscdar que acompanha esses actos. Mas, se generalizamos,
iremos muito além desses simples exemplos. Podemos pemsar
em força sem figuramos um animal que puxa um carro.
Falamos da força de atracção entre o Sol e ai Terra, entre a
Terra e a Lua, como também falamos das forças que causam
as marés. Fa~lamosda força por meio da qual s Terra com-
pele tudo quanto sobre ela existe a permanwer sob a' sua
esfera de influhcia; fa~lamosda força dos ventos a ondear a
água dos oceanos ou a agitar a folhagem das árvores. Sempre
que observama uma variaqão de velocidade, temos de admitir
uma faça externa, respondvel. Diz Newton nos seus
Princípios:

Uma força actuante é uma acçdo exercida sobre um corpo.


de modo a mudar-lhe o estado, seja de repouso, seja de movi-
mento uniforme e em linha recta.
Esta força consiste apenas na acção; e não permanece no
corpo depois que a acção passa. Porque o corpo mantém cada
novo estado adquirido em mzão da ((visinertiae))-da força
da inércia. As forças actuantes são de diferentes origens, como
as que vêm da percussão. & pressão, da atracção centrípeta.

Se iwlai pedra é largado do alto de uma torre, o seu mwi-


manto de nenhum modo é uniforme: a docidade aumenta
à medida que a pedra cai. Podemos conclub que uma força
externa está actuando na direcç5o do movilmento. Por outras
palmas: a tema atrai a pedra. Vejaanos outro exemplo. Que
acontece com a pedira lançada para cima? A velaidade vai
decmcendo até que a p d m chega a um ponto mais dto
e começa ai cai'r. F,ste decréscimo da velocidade é causado pela
mesma força que acelera a queda de itm corpo. Num caso
a força actua no sentido do movimento e no outro actuo em
sentido contráaio. A força é a miemnia, mas determina acele-
r a @ ~ou diminuição da velocidade, conforme o sentido do
movimento da pedra for para cima ou para baixo.

Todos os movimentos que vimos considerando são recti-


Iíneos, isto C, em lilnha rectac-~emcisagora de dar um passo
adiante. Com analisar os casos mais simples gamhhos c m -
preensão das leis da Natureza; nestas primeiras tentaltivas,
t i i a m o s de fugir dos casos waiss inbrincados.
A linha recta é mais simples que a curva(, mas não podamos
satisfazer-nos aipenas cam a compreeusão d o movimento recti-
líneo. Os movimentos da Lua, da Tema e dos planetas, justa-
mente os corpos aos quais os principias da m â n i c a faram
aplicados com lmalior brilhantismo, são ~movimen~tos curvos -
e ai passagem d o movimento rectilíineo para o m&mento
curvilinm . traz-nos novas dificuldades. Precisamos ter a
coragem de enfrentá-las, caço queiramos compreender os
pnncfpios da velha mecânica que nos deram as pirneiras
pistas e assim formaram o ponto de partida do desenvolvi-
mmto da ciência.
Consideremos outra experiência ideal, em que m a esfera
perfeita mla uniformmente sobre uma mesa perfeitamente:
lisa,. Já sabemos que se demos impulso h esfera, isto é, se
u m força externa actuar sobre ela, a sua velocidade muda.
Suponhamos agora que a direcção d o impulso não é, camo no
exemplo do carrinho, na direcção do movimento, mas sim
perpendicular à linha do movimento. Que sucede à esfera'
Três estádios d o movimento podem ser distinguidos: s movi-
mento i n i d , a a q ã o da força e o movimento final depois
que ai força cessa de agir. De acordo com a lei da inércia.
as velocidades de antes e de depois dai acção da força são
ambas perfeitamente uniformes. Mas há uma d i k m p entre
o movimento uniforme de antes e o de depois da acção da
força: a direcção mudou. O m o inicial da esfera e a direc-
ção da força são perpendiculam entre si. O movimento
final não será naf dimqão de nenhuma dessas linhas, mas
entre elas, mais perto da direcção da força, se o impulso
for forte e a velocidade inicial pequena, e mais perto da linha
original do movimento, se o impulso for f m o e a velocidade
inicial gramde. A n m a conclusão, baseada na lei da inércia,
6 que, em geral, a acção de uma força externa muda não
só a velocidade como ainda pode mudar a direcção do
movimento. A compreensão d a t e facto prepara-nos para
3 gneralizaqão introduzida na física pelo conceito de vector.
Prossigama rm msço rudimentar modo de raciocinar.
O ponto de partida continua sendo a lei da inércia de Galileu.
Ainda estaunos longe de esgotar as consequências desta pre-
pista d o enigma d o mavimento.
Consideremos duas esferas que sobre a mesa lisa se m o v m
e m direcçõieç diferentes. Para termos uma mpmentação
mental definida, vamos admitir que as duas d i ~ c ç õ e ssão
perpendiculares entre si. Desde que não há forfas externas
actuantes, temos movimentos perfeitamente unifomes. S u p
nùiamos ainda que as velocidades são iguais, ou que as esferas
percorrem a mesma distância no mesmo espayo de tempo.
Poderemos dizer que as duas esferas têm a mesma velocidade?
A resposta será sim ou não! Se os marcadores de velocidade
de dois ca~rrosmostram igualmente quarenta quilómetm por
hora, o usual é dizer-se que OS c m o s têm a mesma velocidade.
Mas a ciência precisa de criar língua e conceitos próprios para
U ~ X )próprio. Os conceitos científicos em regra camqaan com

os usados na linguagem comum e ganham em precição,


de modo a serem aplicáveis ao pensamento cientifico.
Do ponto de vista físico é vantajoso dizer que as veloci-
dades das duas esferas a moverem-se em direcções diferentes
são também diferentes. Por mera convenção, o mais conve-
niente é dizer que quatro carros que se afasta~mde um mesmo
ponto por diferentes estradas não t&m a mesma velocidade,
embora os respectivos velocímetros registem a de quarenta
quilómetros por h m . Esta diferenciação entre a velocidade
e a raipidez ilustra o mudo pelo qual a física, partindo de c m -
mitos em uso na vida comum. os transforma de um m d o
útil ao desenvolvimento científico.
Se uma distância é medida, o resultado exprime-se por um
certo numero de unidades. O comprimento de uma vara @e
ser de três metros e sete centímetros; o peso de um objecto
pode ser de dois quilos e três graunas; um intervalo de tampo
pode ser de tantos minutos ou segundos. Em cada casca
a medida exprime-se por um número. Mas um n h e r o apenas
nem sempre é bastaate para exprimir os conceitos física.
O reconheciimento deste facto assinaEou um sério a v a q o na
investigação científica. Assim, uma direcção. tanto quanto
um número, C essencial para a caraute~izaqãoda velocidade.

Toda a quantidade possuindo siimultaineamente grandeza e


direcção é repmentada pelo que se chama vector. Podeaios
adequadamente simboljá-10 por m a flecha
A velocidade será representada pùr umna flecha. oul,segunda
a nossa conven@o, por wm vectcu cujo comprimento, em qual-
quer escala de unidades que esccdhmos, é a {medidada veloci-
dade e cuja di'recqão é a direcção do movimento.
Se quatro carros partem com a anesma velocidade do
mesmo ponto ahstando-çe em direcqões divergentes, as suas
respectivas velocidades podem ser representadas par quatro
vectores do mesmo camprianmto, como se vê no gráfico.
Na escala usada. cada centímeúro representa quarenta quilQ
merxos por h-. Deste modo qudquer velocidade pude ser
expressa por um vector; e, inversamente, se a escala é conhe-
cida, podemos conhecer ai velocidade por meio de um vectw.
' Se dois carros se cniz'am numa estrada e os seus velocí-

metros marcam quatrenita quilámems por hora, caracterizamos


essas velocidades por meio de dois diferentes vectores a j a s
flechas apontam para di<mçõesopostas. Nos metropolitanos
de Nova Iorque vemos flechas em direcções opostas indicando

,up€own» e mbwntownn. Mas tcxios os comboios que, com


a mesma rapidez, se movem «uptown» têm a mesma veloci-
dade, a qual pode ser nepresentadai por uun vector único.
Nada há no vector que indique as estaqães pelas quads
Q comboio passa, ou em qud das linhas paralelas d e com.

Por outras pailavras: todos os vectures, camo os figurados


logo abaiixo, podem ser convencion~ente oJhadw como
iguais; estirralm-se aw> l a g o da mesma linha ou de linhas paira-
Mas, são de igual comprimento e as suas flechas apontam
ria mesma direcção.
O &fico seguinte mostra iectores diferentes, porque
variam de cmprimenito ou dri.ecção, ou de comprimento
e dkção.

Esses quatro vectares podem ser traçados todos a divergi-


rem de um m a m o ponto:

Desde que o ponto d e partidai não importa, tais vvectorw


podem representar as velocidades de quatro camas que se
àfastaan d e u m mesmo ponto, ou as velocidades d e quatro
I ~ Y K E que corram em diferentes pastes d o pais, viajando nas
direcções indica&, c m a rapidez indicada.
Esta r e p m t q ã o por meio d e vectom pode %r usada
para descrever os factos já discutidos amtmimmnte e rela-
cionados com o movimento linear. F a l h o s do. carrinho a
mover-se uniformemmtc em linha recta e a a e b e r uni
impulso na,direcç50 do movimento, impulso que lhe aumenta
a velocidade. Graficamente isto pode ser figurado por doi5
vectores, um mais curto, representamdo a velocidade antes do
impulso e um mais lango, na mesma direc~ão,representando
a velocidade depois do impulso. A significaqão do vectar em
linha pontuada C clara: (representa a rnudaqa de velocidade

causada pelo impulso. E no caso em que ai força do impulso


se dirige em sentido contrário do movimento do carrinho.
fazendo-o diminuir de velocidade, o diagrama varia assim:

Novamente a linha, pontuada corrwpnde a uma unudmçs


de velocidade; ma6 neste caso em direcção diferente. Tarna-se
claro que não só as próprias velocidades, como tannbém as
suas vairigões, são vectores. Mas cada variqão de velocidade
é devida A xção de m a força externa; assim, essa força
t m l h pode ser representada por um vector. Para1 cmacte-
rizar uma força não basta conhecer o &TO com que empur-
ramos o carrinho; temos ainda de dizar em que clirecção
o empurramos. A força, do mesmo maio que a velocidade ou
a sua variaqão, deve ser repnsentada por imm v e m e n%o
por um número apenas. Por isso: a foqa exterior C também
um vector e háde ter a ,mesma direcção da mudança de velo-
cidade. Nas duas Últijmas figuras os vectores de linhas pon-
tuadas lmostram cam igua,l correcção a direcção da foqa e a
da mudança de velocidade.
Neste ponto, o cépcn observará que não vê vantagem na
introdução dos vectores, já que tudo niio passa do m u l a d o
de factores previamente adrnitidos para uma linguagem pouco
fmillar e complicada. De momento é difícii convencer
o cCptico de que está errado. Quem tem razão de momento
é malmente ele. A seguir, entretanto, veremos que esta lin-
guagem estranha nos leva a importante generalizaqão na qual
os v e c t m aparecem coono essenciais.

O ENIGMA DO !MOVIMENTO

Enquanto lidamos apenas com o movimento em linha recta


torna-se-nos impossível compreender os movimentos ohser-
vados na Naturatt Ternos que atentar nos movimentos
em c w a e determinax as leis q m os governam. Não é fácil
a tarefa. No caso do movimento rectillneo, os nossos conceitos
de velocidade, v&@o de velocidade e força, mostram-se
muito úteis. Mas não vemos como aplicá-los aos movimentos
em curva e somos levados a imaginar que os velhos conceitos
são i~nadequados? descrição
i do movimento em @, e que
novos conceitos têm que ser criados. Que fazer? !3eguir o velho
trilho ou procu~rarcaminho novo?
A generailizaqão de um conceito C processo frequentemente
usado pela ciência. E não existe aipenas um método de gene-
ralizar, mas sim váaios. Um requisito, porém, é rigorosamente
exigido de todos: qualquer conceito generalizado deve poder
reduzir-se m conceito original quando as condi^ originais
se realizam.
Explicaremos mlhor, recomendo a~ exemplo já empregado.
Podemos generallizar os velhos conceitos de docidade, varia-
@o de velocidade e força, estendmdwx ao movimento m
linha curva. Tecnicamente, quando falamos em curval, in-
cluimos a liaiba recta. A linha niecta niio & um wpecid
e trivial exemplo de linha curva. Portanto, se velocidade,
variaqão de velocidade e forqai são introduzidas no movimento
em curva, claro que também são introduzidas no movimento
em linha recta^ Mas este m l t a ~ d onão deve contradizer cw
resultados previamente obtidos. Se a curva se toma linha1 recta,
todos os conceitos generaaizados &vem ser redutíwis aos
conoeitos familiares sobre movimento mtilfneo. Esta restrição,
p a r h , não basta para a l u t o r h a generalização. Deixa muitas
possibilidades em aberto. A histária da ciência mostra que as
mais simples gemalizaqões são As vezes correctas e outras
vezes não. Temos primeiramente de conjecturar. No caso pre-
m t e é coisa simples conjecturar sobre o mdtodo certo de genie-
radizaqão. Os novos conceitos provam o seu próprio valor
aijudandcmos a m p e e n d e r o movimento talnto da pdra
lançadai ao ar como dos planetas.
Vejmm, pois, que significam a velocidade, a variaqão
de vekcidade e a farça no caso do movimento em linha curva.
Comecemos pela velocidade. Ao longo da curva desta figura
!emos um pequeno corpo a mover-se da esquierda~para a
direita. Tal corpo é com frequência chamado partícula.

O ponto negro na figura mostra a posição da particuia


num dado momento. Qual a velocidade comespondente a essa
posi~ãoe a esse tempo? De novo Gdileu nos ajuda a achas
o meio de estudar a velocidade. Precisamos, uma1 vez mais,
tirar partido da imaginqão e p d g u r a r uma experiência
idealizada: A partícula move-se ao longo da curva, da esquerda
para a1 direita, influenciada por f o q externas. Su,pnhamos
que, em dado momento, e no lugar indicado pelo ponlto negro,
todas as forças subitamente cessam de agir. Nesse momento,
de acordo com a lei da1 in&cia, o movimento deve ser miifome.
Isto na experiência idalizado, porque na prhtica não há
corpos libertas de influências exrernns. Podemos apenas con-
jecturar o «que sucederia se...?)) e julgar do adequado da
nossa conjectura por meio das conclusões dela tilradas e da
confha@o dansas concl& pela experiência. O vecmr
abaixo indica a direcção conjectura1 desse movimento uni-
forme, no caso da supressão de todas as forças externas.
E a dkqFio da tangente. Examinando ao mimosc6pio a par-

ajcuia em movimento, m o s m a parte da curva, a qual


aparece como pequeno segmento. A tangente é o prolonga-
mento desse segmento. Deste modo, o vector da figura repre-
senta a velocidade num dado momento. O vector da velocidade
está na tangente. O campnmmto desse vector representa a
grandeza da velocidade, ou ai rapidez, como a indica. por
exemplo, o veldmetro do cmo.
A nossa experiência iddizada, da supresão das influên-
cias externas do movimento para o enconltro do vector da
velocidade, não deve ser tomada muito ai rigor. Apenas nas
ajuda a compreender o que puaiariamos cha~mmvector da
velocidade e nos habilita ai determiná-lo num dado ponto
e num dado marimto.
Esta outra figura mosm as vectores de velocidade de três
diferentes p o s i ç k de uma prticdal a mover-se em linha
cu,rva. Neste caso, mão s6 a direcção como a grandeza
da velocidade, indicada pelo comprimento do vector, variam
durante o movimento.

Satisfari este novo conceito de velocidade a d o s os nequi-


sitos necessários As generaiiza&s? Isto E: poderá reduzir-se
ao conceito anterior, se a, curva se tmair linha m t a ? Claro
que poderá. A tangente a uma linha recta é e s a pr6pria linfha.
O vector da velocidade te.m a direc~ãoda linha do movhenm,
exactamente como no caso do cairrin!ho e das esferas.
O passo i d i a t o consiste no estudo da variação de velo-
cidade de uma particula o moveroe ao longo de uma linha
curva. Isto também pode seir f i t o de válias maneiras, das
quis va~mosescolher a1 mais simples e conveniente. A figura
anterior mostrou diversos vectores de velocidade r q r m -
tando o movimento em virios pontos do percUTs0. Os vectores
n.OR I e 2 podem ser novamente desenhados com um p t o de
partida comum, coisa que sa~bemos posçivel para todos os
vectom.
O vector de linha pontuada é chamado o vector da varia-
cão da velocidade. O seu ponm de partida esta no fim do
primeiro w t o r e o seu término a p m para o fim do segundo
vector. Esta definifão da variaqão da velocidade pode, h pri-
meira vista, parecer artificial e sem significaqão. Torna-se
multo mais c1aù.a no caso especial em que os vectores ( I )
e (2) têm a mesma direcção. Isto naturalmente significa
\dver ao caso do movifmento em linha recta. Se ambos os
vectores partem do mesmo ponto, o vector de linha panrudai
liga de novo os seus extremos. E a figura toma+se idêntica
h da página 24, ficando o conceito primitivo reduzido a um
(n60 especiad do novo conceito.

Cumpre observar que na figulra sepa&mos as duas linhas,


para que não coincidam e desse miodo possam ser distinguidas.
Vamos agora dar o último passo no nosso processo de
generaliza@ - formulando a mais importante das suposiçõles
que até aqui fizamos. A conexão entre a força e variqão de
velocidade tem que ser e~ta~belecida de modo que possamos
entrar no caminho da compreensão do problema geral do
movimento.
A pista para a explanação do movimento em linha recta
era simples: a força externa responde pela va~riaqãode velo-
cidade; o vector da foqa tem a mema direcção do vectar da
variaqão de velocidade. Agora, por6m, qual a explicaqão do
movimento em curva? Exactaimente o mesmo! A única dife-
rença esta em que agora a variaqão de velocidade tem uma
significa~ãomais larga do que antes. Uma vista de olhos aos
vectores de linhas pontuadas das duas Últimas figuras escla-
recera. Se a velocidade em talas os pontos da curva 6
conhecida, a d k ç ã o da força em q u d q w dos pontas pode
ser deduzida ilediamente. Podemas traçar os vectores da
velqcidade para1 dois instantes separados por um culto inter-
valo de tempo e portanto c o ~ d l e a t e a s posi~õiesmuito
próximas entre si. O vector que vai do ponto tminaà do
primeiro ao ponto terimim1 do segundo indica a direcção da
força amante. Mas é essencid que a dois wtores da velo-
cidade sejam separados par m intervalo de tempo «muiro
curto». A análise rigohsa de tais expressões, ((muito pró-
xi'mo» e «muito curto», não é simpies, e foi o que Iwuu
Newton e Leibnia à dscoberta do cálculo difermciail.
Muito penoso é o caminho que leva à generdizaç50 de
Gaiileu, e não podanos mostrar aqui como foi abundante
e fecundo em comquências. A sua, aplicação conduz-nos a
simples e convincentes explanqões de muitos factos a~teentão
sem nexo e incompreensíveis.
Da g r a d e variedade de movionemtos vamos tomar o mais
simples para a demmstrgão da lei acima formuladal.
Uma bala que parte da carabina. uma pedra lançada a dis-
tância, u~m jacto de água: tados estes corpos em movimento
desenevem uma curva que nos é familiar. a parábola. Imagi-

n a o s um velocímetro ligado, por exemplo, à pedira, de modo


que o vector da velocidade possa ser traçado a quadquw
momeaito.
O resultado pode muito bem ser represantado nesta figura.
A direcção da força actuante na pedira é a mesma que a da
O vector de linha pontuada, é chamado o vector da varja-
qão dai velocidade. O seu ponto de partida esta no fim d o
primeiro m t o r e o seu término aiponta para o fim do segundo
vector. Esta definição da variação da velocidade pode, h pri-
meira vista, parecer artificial e sem significaqão. Torna-se
muito mais clam no caso especial em que os vectores ( I )
e (2) têm a mesma direcção. Isto naturalmente significa
~ o l v e ra~ caso do movimento em linha recta. Se ambos os
vectores partem d o m a m o ponto, o vector de linha pontuadai
liga & novo os e x t m o s . E a figura tornabse idêntica
A da págilitri 24, ficando o conceito pPiunitivo reduzido a, um
c n ~ especid
, do novo conceito.

Cumpre observar que na figulra sepairámos as duas linhas,


para que não coincidam e d w e modo possam ser distinguidas.
V m o s agora dar o último paciso no nasso processo de
genaralização - formulando a mais importainte das suposiçõles
que até aqui fizamos. A conexão entre a f o r p e variaqão de
velocidade tem que ser e~ta~belecida de modo que posamos
entrar n o caminho da compreensão do problema geral do
movimento.
A pista paira a explanação do movimento em linha recta
era simples: a força extema responde pela va~rialçãode velo-
cidade; o vector da força tem a mesma direcção do vwtar da
variação de velocidade. Agora, porém. qual a explica~çãodo
movimento em curva? Exactaimente o mesmo! A única dife-
rença esta m que agora a varialção de velocidade tem uma
significação mais larga do que antes. Uma vista de olhos aos
vectores de linhas pontuadas das duas últimas figuras escla-
recer& Se a velocidade em todos os pontos da curva é
conhecida, a d k ç ã o da f o q a em qudqiùer dos pontos pode
ser deduzida imediatamente. Pad- -ar os vetares da
velocidade para dois instantes separados por 'u'm curto inter-
vaio' de tempo e portanto cormpndmtes a posiçk muito
próximas entre si. O vector que vai do ponto temninail do
primeiro ao ponto terminal do segundo indica a dimcqão da
força actumte. Mas é essenciaJ que os dois vectons da velo-
cidade sejam separados por unn intavalo de tempo «muito
curto)). A amálise rigoiosa de tais expressões. m u i t o pr&
ximo)) e amuito cucto~,não é simples. e foi o que lwou
Newton e Leibnitz à descoberta do cálculo difereaiciail.
Muito penoso é o caminho que leva à genõrdiza@o de
Gadileu, e não podanos mostrar aqui como foi abudaininte
e fecundo em conquênciar;. A sua aplicação conduz-nos a
simples e convincentes explanqões de muitos factos alté então
sem nexo R incompreençíveis.
Da grande v a i r i d e de movianmtus vamos tomar o mais
simples para a demmstrgão da lei acima formulada^
Uma bala que parte da ca~abima,uma pedra Imçada a dis-
tância. um jacto de água: todos estes corpos em movimento
descrevem uma curva que nos é familiar. a parábola. Iaagi-

n m o s um velocímetro ligado, por exemplo, A pkt, de modo


que o vector da velocidade possa ser traqado a quailquer
momemto.
O resultado pode muito bem ser representado nesta figura.
A dimção da f o r p actuainte na pedra é a mesma que o da
vahqão de xelwidade, e já vimos como pode ser. determinada.
A figura seguinte mostra que a força é vertical e dirigida
paira baixo. Exactamente o.mesmo que se dá quando a pedra
cai de uma torre. As trajectórias são diferentes, como tam-

bém são d i f m t e s as velocidades, mas a variqão da veloci-


dade, isto é, a aceleração do movimento tem a mesmal direcção
-O centro da Tema.

Uma pedra ligada a um c d d e girada em plano horizon-


tal diescreve uma trajecthria circular.
Todos OE vect<uies do diagmm &r, nepresentando
e t e movimmm, possuem o mwmo mI>rime3~o,quando a
velocidade for u~nifomne.
Não obtmte, a wiucidade não é unifarmiie, porque o
tlaniinllio a 6 0 é em linha nxm. Unáaunente m moviimieni~to
unifmme m t i l h não há f m p immfermtes. AqiJ, no
e m t o , há tais f a p s , e a velwidiadie muda, M o m grandeza,
mias em & I E ~ ~ Y De) . acordo cmn a lei d~ movimento deve
existir aiguima f o v respolnsáwl p estn m w h q a , u m f q
que aparece enm a pedra e a mão que segura o d w l . Surge
então a pergunta: em que d i q ã o age essa força? De novo
o d b p a n a veczoaiiail nios dá a respom. Traçado8 os vectcms
da wIiocidade de duis p u s muito próxiimios, o da vark@o
da velocidade, ou ecelerq5o do miwiimienito esta114 encomtmdo.

Este úIitlmu> vector dkige-se iaio -1 db c d d para o


L W ~do círculo e é sempre ~i~ ato v w m da velo-
cidade, que cem a, direcção da tangente. Par ouiwats palavras:
p meio do c d e l a mão e x m mbre a pedm uma força.
Muito semelhante a isto é o caso da rev01ução da Lua em
&r da Tara,, que pode ser a i e v n i t a d i a como um movi-
-manto u~n,ibmecircular. A forp d h i g x e para á Tema pela
m m i a razão que no ÚItinlo exemplo se dirigia pam a mão.
Não há cordel ligaaido a Tema h Lua, mas podemos imaginas
mma Iiuiha mtre as: mim dos d& corpos; a fmp c o m a - s e
w> Iongo diesm linha, tendo a sua direcção pam o centro da
rem, iustatmente camo a f o r p no caso de u m pedra l@a
para cifma ou a cair de m a m.
Tudo qua~nitodi19semaç a respeito do movimento pode
a~sumir-senuma só senireya. Força actuante e variação de
.elocidade ou aceleração são bectores com a mesma direcçüo,
E d aqui o caminho inicial para a sol~uqãodo p m b l d~ o
,movimento, mas nião b a m p m l a m p l e l t a explicação de todbs
as wvimienitm otwewadw. A tmmiqão do peaxwmeaiita dr
rbrirtóteles p m O de Gdileu colnartirui a mais i m p t a n t e pedra
.linguilar da ciêncb. Reakada, esta pamagam, o ruinuo de futuros
desenùvolvimienitos m m - w claro. O nosia interesse m i d e n o s
w e i
r o s estAgias do desenvolvimento: no seguir as sendas
in,ichis e m r a r como os cooimitas fisiiocrs niawem desça penma
ata m m as velhlas ideias. A prieacupaçãu, dmte livro só val
;ma as trabalhos pianeim da c i k i a , os que lhe revelaram
:iovos e ilnesperados caiminihos de de5ienivolvime~nto;ção as aven-
rwas do p n s a m n t o científico que criaim ulma c m c ~ ã o
a e m p m mudaqa do Univem. Os p a m s fundamentais e:
,niciais &o sâmpre de cairáictm revolucimário. Quando ti ima-
g i ~ q ã ockitífica acha os velliob concei1tos muito cmfinudob,
suàstitulss par conceitos novos. Mas antes que isso se torne
~iecexiiriopaaa a conquista de uon novo campo, o desenvolvi-
:nentto dm ideias num rumo já tmlado está mais nia naibuunan
da evolu~ção.Para que compreendamos que r a x k e dificuldades
IOS f q a m a mdiificar impoflmtes conceitos, devemos conihe-
=r n ã 6 ~ ss çaiminthss i~niciakcomo também aiç cmçlustks a
que eles es Ievm.
Uma d ~ miais
a impmnitÊs çmacteristicas da fkim mo-
denna é que as crrnçluições tiradas dos caminhos iniciais &o
igdmn,te qualitmtivac; e qulantitartivas. Atentemos de novo na
pedra a ca,ix-da torre. Vimos que a sual velocidade cnesce, mas
gstadamos de sim algo mais. Que p p ç ã o tem este
aumento? Qual a posição e ri velocidade da pedm em qualquer
nurmmto dai queda? @aremos hlabiilimtr-nm a pnediueir o que
-.ai dar-se e ai deteminar pela experiêncita se a observaqãs
.onfima esas prediqõt?ç e, pontamito, as s u p i q õ e s iniciais.
Para esmiklecsr mnchsões quamti~uativasprecisamos ulwr
.I linguagem d a mam5ticas. A maim parte &s ideias cien-
+]ficasfunda,mentais são na essência simpies e em gemi podem
ser expresws em termas compreensiveis a todas. Mas par?
prosseguir m desdiobra~mennodessas ideias há que ter cmhlec~-
m a t o s ck .requintada técnica de investigação. Se q u m o c
obter cmclulsões que possam ser mcorrfimladas pela experiência.
temos de usar ais matemáticas camo imtnimmãnco de ~âcicdnniu>.
\kw como só estairnas in~temsadosmias i d e h físicas funda-
menca~is,podemos fugir à linguagem matemática. É delibemda-

mente que nestas página6 fazemas imo e, prtanto, m o s


forçados o a a s i o ~ h e n kà a p ~ a ç ã sem
o p v a s de algum6
resultados 'miessários à c a m ~ p n s ã ode impraantes princípios
que iniflum no diesenimlvimmto u&rerjm.O preço a ser pago
pelo a ~ b a n h oda linguagem matemática é a perda de precGs
e la necessidade de As w 7 apmsemcair
~ mulltadios sãm mostrar
ramo faram obtidm.
Importante exemplo de movimento, remdo ao da Terra
em redor d~ Sol. 9aikse que a órbita demita é uma ouwn
fechada, chamada elipse. A canstrução do v c w r da variação
da velocidade nimtra que a força de gravitação exercida sobre
a Terra se dirige para o %I. Mas isto é pouco.
Gosom'wmos de predizer a pxição da Terra e das demais
plamta~snum d a d ~immento; p t a d m o s de predizer a data
e a du~raçãodo próximo eclipse do Sol e de muitos outros
ncontecimenitos astrmámiros. São coisas possipossi~~s de fazer,
mas não c m base m nossos caminhos i~niciais,porque se
torna necedtio canihecer niío só a direcção da f q a como
talmbem o seu va1y)ir absoluto, a sua grandeza. A Newtm
devamas a hpirada canjectrura que m l v e u o problema. De
.?cardo cam a sua lei da gravitação, a força de otracqão entw
dois m r p depende da distância a que estes se acham entre si,
Toimse menor quandb a disitância sufmenira. Mais precisa-
meate, toma-se 2 x 2 = 4 vezaç m~ se a distância dobra:
3 x 3 = 9 vezes mwmr se ia distância ioriplica.
Vemos, pois, que no caso dia hrqa de giravita@ canse-
~ u i exprimir
~ s de um modo simples a depemdênciat entre n
folya e a disthcia de dois corpos celestes em movi~mmto.
C procedanas da m m a n1laneim em todas os c a w em que
f o n p de diferremks tipos (eiléc~rlco,magnético, etc.) entram
em acção. E x p e n m d m o s w r iâ forqa ama e x p d o simples,
expressão que só se ju~tifica porque as isncncksões que dela
tiramas são cmflnnaidias pela ex@.ência.
Mas este conhecimento da força de girawikqão não basta
para a descriqão dos rmovimen!ros pldimAxi~~~. Já vimw que
tem a mesma dilmqão os vectom repmsenramd~esta força e
a acelieimqão clo movimento para um mrto intervalo de tempo,
mas temo6 que seguir Newtan e admitir uma mlaqão simples
e n m us cmprinmnto6 dos wtwres. Dado que sejam ats mesmas
todas outras condiqães, e o carpo em movimento seja con-
sidmdo iguais intervalos de tampo, então, de acordo com
Newtm, a vairkqão de velocidade é p r o p o x i m l à forqa.
Assim, duas conjlec~mrascomplmentanes são m e s á r i a s
para cancl~uisõesquaatii6aitivas em irelaqão a o ~ m ~ m t dos w >
planetas. Uima, de carácter geral: a que estabelece a, conexão
en~tma Ewya e a rmziidanca de velocidade. Outra iespeciiad: a que
tmtmbelece a exacta dependência entre a força particuilair eniivol-
\ida e a dktânscia enltre os corpos. A primeira é a lei geral do
niovimento, de Newton; a segunda, a sua lei da giraivi~taição.
Cmtjm1asBessa5 leis determinam o movimento. U m raciwíouo
elmwnMr pxielr5 m a r isto m ' k claro. Supanhiaimos que, num
dado momento, a posição e a, velocidade de um planeta @em
seir datermlndas, e que a força é conhecida. Nesse caso, de
~cardolcom as leis de Newton nds s a b e m a aceleração d s
niovimenro, duraante ulm curto hmwào de tempo.
E sabedom da velocidade b i d e da sua variaqão, @e-
mos tachar a velocidade e a posição do planeta no fi~m d t
pequem i~nitmrvalode tempo. Com a continua repetição d a t e
,xwvsao, podamos tirruçar toda a órbita d o movimento s n i
recomrmos a nenhum dado de observqão. Quer dizer que,
em princípio, a i~nterprataçãom â n 8 i c a torna possível a p e -
dição do cuuw de um corpo em movimienitrx mfas este mdtado
>ferem grande dificuldade na prática, ande eme pmm a, passo
,@ria extmmamenlte tdioso e çam precisão. Felizmente, não h~
aec&dade de mrrmer a ele; as mateimáticas fonnecelm uni
m l h o que possibilira a exacta descrição do movimemo com
m a a r gasto de tinra do que o preciso palra ieiçarever uma frase
As sonclusciaç deste miud'o alca~qadaspodem ser provadas OU
;erificadas pela o k g ã o .
Na pedra que cai e nla revduqão da Lua na sua órbita
r~onhecealcxço mesmo t i p de força exitmm: a atracção da
T'erra- Newtm admitiu que o movimento da pedra que caia,
r > movitmento da Lua e dos plainms mão passam de mlamifes-
t q ã o de uma í o q a de gravi&ão ai agir entre dois ~wpx.
Nm casos simples o m o v h m m pode cxr descrim e predito
pol. meio das maitieimá~ticas.Em c a m extremamente ooonpiexos.
que implicam a acção de muitas ampm utm wbre as mtm,
a descrição matemática aùão é pies-^ os pnndpim
im&menm,k ccmervaim-se a mesmos.
As conclusCes a que c h e g h m com aB nmsas pistas iniciais,
vemo-las miizad; no movimento de luma +a no w, nu
movimento dla Lua, da Tenra e das planetias.
Mas o n m o sisiteunia inteiro de cmjectuaas tem que x:
alxr>vadr> OIU mtt&dr> pela experibncb. Nenhuma das hipD
teses pode ser ii901âda para wm teste w p m d o . No caso do^
pl,lane€as lem movimento em redw d o Sal, esse sistmna de iãiiter-
p m q ã o miecâniica fumcwna miagnificiaunm~te. Não obstante.
pudemos multo h imaigincaa que ourro sistema, bmeado em
outras cmjecltuiras, vmha a justificar-se igualmente h.
Os conceitos da física são cria~õesd a @rito humano,
ç não, como pcnssam parecer, coisas d e t m h d a s pelo mundo
exmo. Nus n06~~) eSforqo para c c n n p m d e r a realidade i
nossa posição lembra a de um homem que procura adivinhar
o m.ecaaiçmr, d e 'uim rel6gio f e o h h . Esse h m ã m vê a mo+
trador e as p l t e i o s , ouve o tiquetaque, mas não tem m e i a
de abrir a caixa que esconde s maquinism~.Se é um homem
cngenbuso, pode fazer ideia de üim \maqui~rtianrYoresponsável
por tudo o que observa exterionmente. m i a não poderá nunca
Ter a certeza de que o maquinismo que imagina seja o único
que possa explicar as moviunmtos exmiones.
Não poderá nunca comparar a ideia que forma d o meca-
n irno interno com a m11idade desse unececaniaimo -nem sequer
pode imaginar a possibilidade ou a sigailfiraição de cal c m p a -
rafla. Mas realmiente r& que, 2 medida que o mu conheci-
mento cresce, a sua repriasenta@o da realidade se mrna mais
P mais simples, e explimtiva de mais e mais wisas. E pode
ainda crer na existência de l i m i m para o mhwimieoi~M,,e
~ r o espiiriito hmnmo se aproxima de-
a d ~ m i que limites. E s e
extremo ideal será «a verdade objectiva^.

UMA PISTA QUE PERMANECE

Quando camgamczs a estudar lmlecânica tiemos a imp&n'


de que tudo nesta ciência é simpks, funidammml e fixo pam
todo o sempre. Dificilmnite swpeita~ri'aimrxde uma pista quc
pasuou dapercebida tnezentos anos. Essa pista liga-se a um do$
-onceitm fundarnonirais da mecCnlica - o conceito de massu
Vdtem,os de novo a experiikia idealizada do carrinho
a~bilea superfic~ie pdeitamente lisal. !k o cairnniho inicial-
m n t e p m i o m b e um impuko, p-rá a mover-se unifor-
memente can m a velocidade. S~lganihlaimcãque a acsão da
forca poss ser mpetida tantas vezes q u a n t a quisemos, cmi
o mecanismo d o i m , p h actua& no m a m o d d s e exei-
d o a mesma farsa. Par malis que a experiênciat se repita,
LI veiocidade fina116 seirnpre a (mesma. Mas que acontece %
J: experiência muda. se o caminho a t a r a al princípio vazio c
agora. esta carregado! O carri~nhocaitrregfuds terá no final um3
%-elocidademenor que o carrinho vazio. -4 cançllmão 6: se ,i
mesma força age em dois diferentes corpos, ambos inicial-
"mente em m p s o , a velociidadles m ~ l t a w t e snão serão az
a
.- Daí d~~ que a velocidade &pende da mawa do
cmrpo, sendo m o r se a massa é maior.
~~~, prx-tamto, pelo menos em temial. como determinar
r massa de um caripo, au, ma~ise=taimte, qwmas v e m
+iimdada m wa é maior que outra. Temos f o w a idênticas
dctuando em d w m s s a s em regaum. Se verificamos que a
wlwldanle da primeira é três vezes maior que a da segunda,
i.oncluímos que a primeira mama é três vezes menor que a
@a. Não 6 isto, ceiicaimenite, um meio prhtico de detei-
miniair a m l q ã o de dum massas. Mas f i z e m d o balseados IIJ
.~plicqãodia lei da i'n.ércia.
&mo ma prática determinar a massa? De nsnhuni modo
Ja maneira acilmai descrita. T d o o mniuydio sa~ko melhor 51s-
lema: p e ç a d o o cospo na baknqa.
Vejamos mais detalhadalmente os dois melos de determ-
idr massas.
A primeira experiencia nada tem com a gravidade ou
i~tsaqãoda Terra. Depois de reoebido o impuluo. o carrinho
Inove-se pam a, frente sobre o plains perfeitamente liso e hori-
~anita~l. A força da gmvidade que o faz manter-se sobre esse
plano não muda e não repnesenlta nenhum paipel na determi-
~iaqãoda massa: Já tudo muda na balatnqa. Não poderhmss
qxa-la se a Perra iiào atraísse os corpos, se ri gravidade não
cxietiçse. A difeiieinp mwe as duas d e k r m i n a q k de massa
t. que. a primeira nada tem com a gravidade e ai segunda se
batda nela essencialmeaite.
Perguoiitaimm: ob-OS igualis mdranios se determi-
umnos a relaçio de duas mamas pelos dois procesw,s acima
rlesrritos? A resposta expesimenta~l6 clara. Os resultados são
cxmtaimenite aç mesrnm! Esta conclusão não tinha sido pre-
.ista; baseou-se na obsarvação, ndo na r z ã o . Por amor i
birnplicidade chamemos i m a s i determinada pelo primeifro
:nodo, inercial; e A deteminada pelo segundo, gravitacional.
No nwxsso mundo acontece que são iguais, mas podemos ima-
ginar que não o fossem. Nova questão se ergue imediatamente*
essa âdeineintidade dos dois tipos de miaistua seri4 pwamemte aciden-
tal a u psssui signifiiaqão mais profunda? A m p t a da velha
Iisica C: a identidade das duas m ~ w 6s a c i d m ~ t le nenhumri
significação mais profuinda lhe pode ser atribuida. A r e s p t a
da física miaderna C o o p t m a idkntidade das duas massas
C fu~iaùne~11td e constitui uma pista nova essencial que leva
a luma c u r m ~ G o (maisprofulnd'a. Isto foi, de facto, uma das
iniaiis i m p t a a t e ç plstas de que se d e m v d v e u a chamada
r 4 a da relatividade.
Uma novela policial p a r e m 5 de inferior qualidade, se
explica os acanrcecimeniitos estranhos como m;erm acide~ntes.
Muito mais saitisfaitória ser& se seguir m plano racional. Assim
iambem ri ~ a r Pque oferece explicação ~ J aUidentidade da
i a s a inercial e gravi~tarimslé superior i que a interpreta
como m m e m l t e acidental - conimto que, sem dúvida, as
duas teotrias sejam i p d m m t e justificadas pela okerva@o dw
factos.
Cmno â identidade das dum ma- foi básica para a toi-
:nda@o da teoria da datividade, estamos justifi~ados de
exaimiiná-la aqui um p u c s mais de perto. Que experibcias
demonstram qw as duas massas são ais mesmas? Gaililleu fei
cair diferentes ~ m a t s sdo alto & uma torre e verificou que
O t a i n p gasto na queda era sempuie o imesmo, isto é, que o
ntovimen~odo corpo que cai não &pende da ~ m m Para . 1iga)r
i identidade das diaas rruaiwas o ramiltâdr, desta ex@êaCia
:Ao simples, m a tão imporiaainte, temos de r m m r a unq
omplicado raciocínio.
IJm campo em negoum c& à acqão de uma f o r p exteirna.
q~vve-see atinge urna certa velocidade. M e anais au menm
facilmente, de afioirdo m m a sua mima imrcicul; &te maii-
:o movimenm, se a massa é mim; e menos, .se é menor.
l'odemos dizer, embora não em rigor: a prontidão cam que um-
o p r e s p d e ao apelo de urna forqa e x b e m depende da, sua
missa inercial. Se fase verdade que a Terra atrai tados os
orpos cam a m a m a força, a mim M a hercial mover-se-ia
mais lentalmmte na queda do que qualquer outra menor. Mas
nào é esçe o caso; todos os c m p m caem da Imwma maneira
Isto significa que a força com a qual a T m a atrai d i f m n t v
tii~ssasdeve ser diferente. A Terra atrai a pedsa com a força
da gravidade, sem nmhama atenção para cam a sua massa
imlriail. -4 f m p de «apeio)>dá Tema depende dia mama gravi-
taciaml. O muwimanto de «mpostai» da pedra depeade da sua
mama inexiail. Dade que o m o v i m t o de « ~ a é sempre
»
o Imesmo- bodas crç mpos l m p d m da mamia ~ l r u r acaiem
da m e m a mlanieira -temos que cancluilr que la mama inerciar
e a gr~vitaciana~l são iguais.
O físico formIla mais pedantescamienrte ressa conclusão: a
.iceleiracão de um campo que cai cresce nta ~pnoporçãoda sua
mlasscl g~avitacional e deorase na pmprção da sua uniassa
incrcial. E d d e que tmbs os corpos que caem i a p m ~ t a i ma
meqm2 acelerqão, duas rnams d e v a ser iguais.
Na nossa grande novela policial MO e x h p b l m ~
i.esalvidos definitimrnmite p r a 'rodo o 8amp-e. Após trezieaiirm
-~iiosde estaigna$ão wtorniamos ao problema i~niciaildo movi-
;iiento, para rever o processo de iniviesrigaqão e descobrir pistas
que passaram desperoebidas - adquirindo n h assim uma dife-
mte represenra~ãodo U n i v m ,

E O CALOR UMA SUBSTÂNCIA?

Aqui cavmiQ6 a w u i r m a nova pista no reino dos


whuemx cio dor. I m p o ~ w l ,todiavia. separar a cihcia em
-ecq&s sem ligqão. Breve verificairamos que os inovos c m -
ieitos agoia introduzidoti se entdaçatm m as que já nos sã[
Ia~miliairesa com os que \'aimos amidiair. Ulnila linha de ps-
iiienito que se desaravolve num mmo da ciência p i e muita..
\cm ser aplicadla % aiescriqão de coisas d e carácter na apa-
;C.ncia divem. Neste p m e s o os conceitos originais são fre
.iuen,temente indificados d e modo a atemdex aos dois ficl
Os conceitos fundammtais d o fenómeno c(calor,, são tem-
iWratUN e calor. Muito tempo levou a ciência pa ieistabeleces
esta distilnqão, mias depois que a estaikleceu os prognxsw
toraim dpidm. Embara sejam cunceitos familiares a toda a
gente, vamm emminl-Ias de perto para I k acentuar a,\
i iferenqas.
O nosso sen,tido d o tacto dizmxs qiw um a m p está quente
e o u m frio. Ma6 é um oritério puiraimmte quiallirraitivo,iinsufi-
t i e m paira uma descrição quauiairaitiva -e às v a e s aimbíguo
iJma simples experiêncila o pmva: tamios três vúmx, com água:
quente, m m a e fria. Se ù n ~ g u ~ l h w m oluma
s das mãos ns
água quente e a o u m na fria, recebamos ai ilmpresão do
quente e do frio. Se depais disso mmgulhumar as duas mãm
na Agua morna rembemos duas impressões contradit&rias, umn
mi cada mio. I'eb mesmo motivo um esqui(& e um e q u a h a
que num dia de Primavera se encanibrem e m Nova Iorque t&c
oph,iões d i f e m t a mbre se Q duma C frio ou quente. N6s
i,esoiiwmos essas dSividas par meio do mm&metro, u m insbni-
iiiento concebido pcxr Gallileu. De inovo ele! O uso d o lmrn6-
wetm bacseia-sr em alguimas óbvias mnijechwas físicas. Vamos
mnscrever algumias linha6 de Blxk, fixadair; sécudo e meiu
AS, e que contribuíram para esckmxw os canceitos de teni-
pmrn e d o r ,
por meio deste insitaumenits podemos kerificar que, 3c
iomarmos mil ou mais c o i w difermtxs, como metais, pedra,.
sais, madeiras. lãs, água e m a vairidade de oultros Iiquid~s.
:dos de difarentes calores, e os p u m m num miesirnu>recintc~
bem aquecimento e no qual o sol não penetre, s calor comu-
+arse-a e n m esses oarpos do mais quente para o mais frif:
dumme h m s , talvez, ou n o curso de um dia; e, se a o cabo
medirmos com o termírmetm, veremos que esses objecto.<
mdicarão o mesmo gmu.

A palavra c~caloes),e o que h+ ch~~maimos temperaturus.


U'm m&lico que tira Q termómetro d a boca de um doenre
pode raciocinax assim: «O termámiebro indica a a y
ua próprid
írmperatwa pela extensão da coluim de mercúrio. S a ~ h o ~
que a) e x ~ n s á odessa coluna cresce na proparção d o aumento
de Wmgeratulra. Mas o mrmámaro esbeve alguns minutos em
onitacto com o meu doente d e modo que s doente e o termo-
iiie01-0 ficaraim com a meçma temlpratura. Concluo, portanto.
que a t e m ~ r ; ~ t u ! rdo
a meu doente esta registada no t a m w
?ietro.i, Na prkicai esse m&iro agirá de modo mecânico, sein
pensar que está aplicando princípios fkicos.
Mas c m t h s m m b m e t r s a mesma soma de calor d o
urpo h~manio?Claro qim niio. Afirmar que dois s o r p cone
:em Iguais qulmtidades de calor s5 porque a6 temperaturas s h
? p a i s , seria. como Black notou,

.con<lu1r multa apmsada~mmte.Seria confiundir a quan t i-


I& de cailar em diferentes corpas com a intensidade do calo1
: sendo (.Iam que quentidude e ini&dde são coisas dite-
,.enites, devemos wmpR distinguli-Ias quando pensairnos n a d1.s-
* ribuiqão d o c alar.))
Melhm compreensão desta difereqa pode ser alcanqada
c m uma experiêricia muito simples. Um litro de água colo-
cadn wbre um bico de gAts leva algum r e m p p r a ir da m p e -
ratwa m b i i t e ao p t o de fervuira. Muím mais tmpo seri
wquerido para f m e r doze litros de água na, mamia chama e
na m m a vaailha. Temios de interpretar este facto como indi-
wivo de que mnk «ailpma coisa)) se nieceSSj!tia ali - e essa
rlgumn coisa C o que chaimamos calor.
Calor específico: este importainte conceito &nos &do pela
experlêmh de uma vadha com 6gua e de ou<tracom mercúrio,
submetidas aio memo pracesso de aquecimento. O mercúrio
aquece muita mais Idepresça que a dgm. mlcwtrando assim que
muito mm ((calor» se torna necessário pam elevar de um
grau a sua tenipat~ura.Em regra, difmniks qiiauiitid'ades de
I aJwr são necesá~rbspaira mudar de um grau. d i g a o s de
.~uinzea dezasseis graus. as tempwaturas de diferentes subs-
?ânci[aai,cais como águial, mieucúrio, ferro. cobre. madei,ra. etc.,
tadas com a inama massa. Dizmos que cada substância tem
a sua capacidade M ~ i d u w lde callor- ou calor específico.
Uma vez apreendido s conceito de calor podemos inveslti-
gar imis de peirto a msua natureza. Temas dois corpos. uni
!uenite, auap frio, isto C. um em teunptwa mais ailital que
~utro.Ponhamo-los em contacto, livra de qualquer influência
~~XWM Acaibarão
~. por adquirir a mesma temperatura. Mias que
icwinecau? Que aconteceu entre o instamte em que esses corpos
mtram m mùtaçts e aquele em que se igwidim em tempe-
ratura? O calor u fluiu» de um carpo para mtm- a mmnia
hagem da Agua que flui de um dve1 m a s a~ltopara um mais
baixo. A representação disto, C O ? U Q U I ~primitiva.
~~ adequa-se
..; muitos faato~,de modo que a auidagila serve.

Água - L a h
Sível mais alto -Temperatura rmis alta
-
Nível mais baixo T~mpera~euira.
mfalisbaixa
A corrente perdura até que ambos os níveis e aimbas a<
iemperajturas se igualem. Esta ingénua nepresentação pode se7
ace~tmdapor meio de considemqões quan~timtivas.Se m a a e
&remninadas de água e Alcml, cada 'uma a cem m p a ~ i t z i r a .
sãs misturadas, o mnhiecimenm dos resptivcs calones espe-
cíficos pode ;levar-nm a predizer a m p m a ~ m r afinal da mis-
rum. Invesamenite, a ohservaqão da tmperatum final, jumm
I om um pouco de Dgebm, p i e habilitar-nos a e n m n w 2
relat$k dos dois caloiies específicos.
Reconhecemos no conceito do ca,lor que laqlui aparem simi-
raridade com oultm canceiuos físicos. O callor 6, segundo esse
ponto de vhstia. uma substância, como a massa na mecânica
? sua quantidade pode mwdalr ou não, c o m o &nheiro padt
ser posto niuim cofre ou gasta A soma de dinheiro num cofw
p m a n e c c irraltorada, enquanto o cofre panmamece fechado
sssim também a quantidade de massa e de calar ainirm c m p
iroliado. Mais, tal como a massa de um sistema i d a d o n6c
muda ainda que uma itira~nsformaiçãoquímica se realize, assin-
o calor se conserva ainda que #passede imn mpo p m outro
4inda que o c a h nGo seja usado elevar a tmnpemiturra
de ulm corpo mas sim para demater gelo, ou paira mudar A ~ U T
em vapor, pdemm julga-Po c o m mbtância e nuvammtc
reavê-lo congelando a água ou Piquefazendo o v a p r . Os vel~hw
names - calw lateme de fusão au vaporizaqão - m t r a r r
que estes conceitos decairrem da ideia de calor m a whtâinciz?
O calm I a t a está tamparariclimante oaulito, m o o dinheirc.
que esd oc~ulcomas é utilizAvel se alguém camague abrir
0 60f;~.
O calar, porém, não é umB suhtâacia nb me9mo semtido
que a anama. A massal @e ser awriguwki púr meio da b a h q n
--mas o calor? Ulm pedaw de fmm frio pesa mais do que
quando em brasa? A expeiiência m t r a que ,&o. Se o calm i
uma substância, será então uma substância sem peso. O ((calor-
-su~hstânchnfoi usuahmite ~halriadocalórics e r õ p m t o ~
o nosso primeim contacto com a grande Ealmília das submân-
.ias sem peso. Mais adiante t e m o s opontun~kkkd e conhecer
.I história desta família, o sua açcerusão e queda. Por enquanto
bmra aumniiailarmm o pu;~sci~mlenito deste m m b m . O propósito de
qualqum Iteoria fíisica é explicar o maior número possível de
. e h w i m . Ela, é tanto mais aceiitávd quanto mais factos tome
io m v d i d o s . A temia d o d a r m b s t â n c i a explica1 muitos
dos fmómenm callwificos. Entretanto, logo se verá que tam-
Sém esta C uma fdsa pista, e que o calor não @e ser consi-
derado cano uma mlbstâmia sem p. ISTO será e h se nos
a e p a r t a m a sinigalas experiências que foram realizadas ao
princfpio da nossa civi~lizqão.
A nicmsa ideia de substância C a d e uma coisa que não pode
x r criada nem destrui&. Os homem primitivos e n m t m t o
ymduziam par meio da fricção o calor n d i o parra queimar
^: madeira. Os exemplos de calar par fricção mostram-se de
ra11fanma abLmdaintes que siao valle a perna m m i m d - l m . Em
tcxlbs cxs cams uma m t a quantidade d e calor & criada, facto-
difícil de a m c d a x - s e a ideia d o cahr~11bot3ncia~.Não ha
luvida que um ddenlsor da ideia ad~uzi~rA argumennwxç a favor.
- 1 wu raciminb d este: «A t d i a da substância pode explicar
2 apawnw c r i q ã o dr, calor. Tomiemos o caso de b i s pedaços
de madeira f r i c c i e rum contra o mm. O açto de friccio-
ínar C ailgo que infliumcia a lmadeim e lhe muda as propriedades.
:n muito provável que as prcpiiedarleç sejam modificadas de
modo que uma quantidade fixa de calor venha a pnodnizk uma
iernpesaiawa mais alta que a anterim. No fim de tudo, a iinica
-o& que ohaervaangs 6 o aiumemto de m p e r a ~ t u r a .É possível
que a fricçãú mude o calor eqecífico da madeira e não a m a
mta~ldo cabr.,)
Nate pnto Ido debate seria inútil arguir ccm Rim adepto
da t w r h da su,hstâ~nci~, p q w u aainirilto d poidienia ser m l -
vido pela expi6ncia. Imaginamos doii p e d a p de madeira
idêinticos e suipanhaimo-10s submetidos a igulais miudanqas de
mmperatura, o l b t l h por difeoleaiites 1m6tdcs: num cam. pela
fricção e em oumo eaw, pela a q ã o de um irradiadar de calor.
Se os dois p e d a w apresentarem o mesmo calor especifico
sob a nova tamperauuira, B lwria do calor-su~btânciadesaba
Há métodos muito simplies de dmrminar o calor específico -
e o j u i l g m m final da teoria depende dessa5 merilçuiraqk
Lxperiência com capacidade de dar m t t q a de vida e lmcmr!te
a m a teolria são frequentes na histária da física -e cha-
mam-se experiêmiais cruciais. O valor cnisiial de u m expe-
riêlncia revela-se micammte pelo mudo de f o m l a r a questão
e apenas uma teoria do fenbmiaru, pode ser levada a esse tri-
bmial. A d~termiinq50dos calares ~ ' f i c o sde dois corpos
da mama espécie, enn igual temperatura, obtida peh fricção
ou pelo flluxo do d a r de um para mm conpo, C exemplo
iípico & lum2 experiência crucia'l. Foi miizada há século e
meio (por Rumfford-resulltando m golpe die monte para a
teoria do cador-substância.

((Acontece com frequência)),diz Rulmford, «que m o u m


aildi~náriioda vida se apresentam aporihmidades para( a cooihem-
plaqão de a11guna-sdas m a s mnis curiosas opera@s da Natu-
reza; e expexiências filos6fi~asde rnuilto interesse podm ser
feitas q u e seni traballho ie gastos, por m i o de maquinismos
c a n s t m í b para as prapósitcs mnecâ~nimdas artes e mam-
facturas.))
Muitas vezes tenho tido o m j o de faew esta 0b&eU7Pa(çã0;
estou pcnuiaidido de que o hdbito de ter os alhos aErarros para
tudo que se faz rn vida di9ria nu>.,teun levaK10, seja pcrr mem
acidente, seja, par 5~4geçtã10da imaginativa, a fieaundm dúvidas
r sérim planas de investigasão e melhoria, em grau muito
m~aiarque a mais intenta meditação dos filósafios nas horas
dedicaidas expressamente ao estudo.. .
Esmndo eu ultimamente dirigindo a perfuira~çk de um
canhão no msena'l de Muinique, fiquei h p d u r m l d i o pelo a h
grau de cabr que o bronze rapidamente adquire durante a
operação de ser furado; e com o calor ainda mais intenso
~niaiorque o da água em fervura, como verifiquei) da cisadhs
;cartada pelo i n s m m o perfuramte. .
De onde vem o calor que surge nessa opera~çãomecânica'
será fornecido pela c b l h a que o iinstnwmenito parfumnlte des-
r a ~ ada mal= d o mieitali?
Se o caso fosse esse, então, de acordo cam & i s r i a c
iiiodernais do calor latente e d o calórico, a sua capacidade
.-alarifica deveria não somente mudar, mas a mludaniiça sofrida
deveria ser suficimtemnite gralnde para explicar todo o calor
produaido.
Mas n&ma mudanqa se verifica; parque obsvei que.
:ornando pesas iguais dessa cisailiha e de fragmrmx do mesmo
metal destacados por &o de amla sem, i a g ~ m d o - o s â
m a m a tmpwa~mlta(a da Agua em ebudipão) e pondo-a em
igual quantidade de Agua fria (59 '/2 F.), a m ã o de 5g.m
que recebetu a cklhia mão foi, aipa~rãnitanmm,niem mais nem
inenos aquecida que a que m e h a frwmemms serrados,

E depois e x m í a conclusão:

Raciociiniando s d h este assumo, devemos não m esquecer


de consideralr a notável circunstância de que a fonte do calor
gerado pela fricção nessas experiências p a w e inexaurível,
E desniecWArio acrescentar q~ueq~ualquiercoisa que, n~an
c o p isolado, ou num sistema d e ooapas,podie, sem limitação,
coatinuar a ser foùniiecida, não pode ser unia substância mate-
rial; e a mim me parece ex~trmaimantedifícil, se mão i m p s -
sivel, formar qualq~umideia sobre qualquer coisa capaz de ser
excitada e transmitida da maneira pela qual o calor 6 excitado
e transmitido nesws experiências, exmpto o MOVIMENTO.

.Assisti(mos aqui ao desaba~men~to


da velha teuria; au, para
:esm mais exactos, vemm que a teoria da mbsltâncila se limita
zos problemas d o movimento d o cahr. E novamente, como
kuimfad sugere, tomos que p x w a r outra pista,. Ponhairna
momentmeamen~teà margem o pmblema do calor e vokemoc
a mwânisal,

4 MONTANHA-RUSSA

Ei.w~os diante d e s e d i v e n t h ~ t opapular chamado mon-


m h a - m s a . Um carrinho é levado ao ponto mais alto de um.8
Imha d e trilhos. Entregue 14 A f q a d e gravidade, descai, r
,o&: e desce pela linha f a a m t k a m m t e curva, dando aos qur
- 3 0 de,atro todati as semaqões vwlenitas das súbitas n~udantçai
de velocidade.. 0 c m i n h o parte sempre d o ponto mlab alto
1 ni paate mnhujrna d o percurso alcança p n m mais alto qut
.tquele. -4 completa diesorição d o seu m v i ~ m e n ~ tsariai
o campli-
ada. De uim lado temos o aspecto mecânico d o problema, a>
.nudanças de velocidade e de pic;ãx>n o tempo. Do outro ladt
iemm o aitrlro e p m t o a criarão de calor n i a ~rodas e nos
:i-idhos. S;epdlrammnestes dois m p t w o processo físico a f ini
1ie possibilitar o uiso dos conceitos ainterhmenite discutida..
h diviGs canduz-nos a uima experiência ideal, porque un.
,9rscem ffsico n o qual 90 a p a w a o aspecto mecânico pe~tenct
io cai- da imq$n!ação, não ao da reailidde.
Para essa experiência ideailizada tanm dk suipar quç
dguéim descobriu como eliminar totalmente o atrito quc
ierntpre ammpaimha o movimento. Esse ailgdm decide-se :
~ p l i c a sa sua descoberta h canstmção d e uma montanha-russ.?
c tem de desmbricr por si mesmo m m arma-h. O caminh,.~
rem que mrer palra clmu~e para baixo, cam o panm de partida,
digamos, a cem metros d o chão. Pelo processo d e «experiênci:
e erro» o cmçtrmitor v2 que deve segulir wgra muito simples
i liuuhla pxk ser do cmnpimen~taque for, cantamto que
;

renha p t o nenhum miais alto que o pamtici. !% o ~;11rrin1hc


esta livre de m m r ate ao fim da linlia, poderá no perruirsc
chegar a cem mtm d e a l m a q~uanitasvezes queira, mas num1
pcitxa disso. Na realidade não sena d m , porque existe r]
atrito; mão piodieirá depois da partida subir à m e m a altura do
pmto d a W d a -por causa d~ aiorito; mas na nossa e x p -
r i k b idalhada o h i p 6 t i c ~eaiipheim suprimiu o atrito.
Vamos seguir o mu>Wmemdeme caminho a partir desses
cem m m . A proporção que ele se move, a dh~ânciaa que
está d o chão dimhui, mas a suia velocidade aiuonieata. A pri-
meira vista a t a obsewaqá~l e m b r a m aquele excmpb de
1i~nguagm-i:((Eu não teniho nen~hum lápis, mas você tem seis

lmíwjam, -mas não é a s a tão estúpida aimo parece. Porque


se mão h& MeWhu i m nexo entre um aão ter lápis e autm ter
seis lairanjjas, &e uma mal ligqão entre a distância do
c m o ao ch% e a ma .-v Pudemos a qwailquer
mmnento oailouh a veiocidade do c m i h se soukmos em
que dillnimtde amái Wse ~ m m a t o ;mas aqui v a m d i h a r por
cima dleste aqxam qmtiúaitivo, que d por mio de f h u ~ l a i s
maremficas p i e ser bm-i expressado.
No poaiitio de paultida, o 'mais alito, o carrinho está com
z m vehxidrude e a cem nieitras do chão. No prrnto mais baixo
pw&d, nião Êita sepairh do chão por distância iãeaal~um
e atingiu o mdxirmo da wlociidaKie. Etms fwm piodiam seir
expressos de outra forma,. No p m anais alto o caminho
poinsiui energia potencial, mas mão pamii energia cinética w
mmgia de mvimmto. No p t o mais baixo m á no máximo
da energia cim&ich e já san mIYbuuna energia potenci~al. Em
tmdwk. É c- se um homem tivesse de pagatr a si próprio
c m S o em fmmm pam tmar dólatraç por Ehm, con-
serv'arglo ele o dbheim d!a comimão de ,Ti1i0d10 que a soma de

A TAXA DE CAMBIO
foi m h k m da Cuma 3irâ Batviienai. Temos ainda o cervejeim
inglês Jairle, que lrm sem mamemtos de lazwr, nedhui algumas
das mis i~rn'pammtmexpienêincias rehtivas A mmemaçãiu da
e m .
J d e verificau expeamiencalmmte a hipótese do d a r
como f m a de energia e ~ ~ i m iaio mu a de câmbio.
Vejlaunos as suas experiências.
. .
A energia c i d t i c x i e pommiai1 de um sistema camWmi a
energia mecânica desse sistema. No catw da ma-
fizemos a mlposi@o de que pa& da emergia m A n i m se
tinha canvemtido em dor. Se btn está certo, deve haiver aqui,
e em todos os prcmsms físimis s i m h e s , uma defbkb taxa
de câmbio entre o calor e a ~ i i mecânica. a Embora q u e
qiraatitotiva. o facto de uma &da quantidade de awxgh
mecânica1 poder mudar-se numa definida quantidade de calor,
< dai maior impontânicla. Gostm'a~miosde saber quai o número
que expresça sanelhame taxa de câmbio, isto é, quanto calor
obtemos de uma dada qwaaiitidade de mmgiia mecânica.
A d e m i n a @ o deste númem foi objecto b iutvdgsiqões
de Jwk. O mecanismo de uma das suas expmiêmias lembra
o de um m1óp & pesos. A «d» de tais mk@s 00nSiSae
em elevar dois pesos que o abastecem de eniiesgia patend.
GmduLahianhe os pmx cbescie3n e o i m q u i h do relógio
a&. No fi'm de certo tempo cm pesas ahegm A pwi@o mais!
baixa e o A6gh @a. Que çuoecleu com a energia? A energia
potencial das pesas mudourse em mmgia cidtia e gsadwl-
mente se dissipou em d o r .
Uma habil a i l ~ w oneste m q ~ habilitouo Joule a
medir o calm perdido e a e s m i b e k a taxa de c h b i o . No
seu apauph, os dois pesas faziam gim- dieaihi.o de água um
eixo crun paihetas.
A energia potencial dos pem ~ ~ o s m a n;a v em@
a ~
cidtica das p t e s móveis e depois em calor; o q u d elevii~a
a temperatura do líquido. Jonile mediu esta mudança de tem-
(I) 60°F são aproximadamente 1 5 ~centígrados. A libra pesa
453.6grs. O ~4 mede 0.~33.
O FUNDO FILOS6FICO

Frequentemente os resultados da kwstigaqão c h í f i c a


farçam r n r u h q s na visão f í í f i c a d a problemas que esca-
pam aos domínios estreitas da ciênck. Quial o objectivo da
Por conimqão, o doce é doce p mnivmçZo, o amargo
é aimaqp; por c c u ~ m q ão ~quente C quente: par convenqão.
a cor é cor. Mas m, mlidkide 90 ihd áttoimm e vácuo. Isto 6 ,
os abjectos que as missxx 9anitidi06 =tem s6 supoera~mm~tesãs
&. Só u á m e o v4cuo t h realidade.
Esta ideb surge nm antiga filosofia apenas como enge-
n h ficqão hgiuinitiva. As I& da Natureza eram dmonlie-
c i b dos Gegos. Ciencia que ligam teoria e experiência foi
coisa começada mm Gaililw. Já seguimos ~ I S p h hiIclais
que nos h m m As leis do movimento. AtrméJ de ~ c t i o s
a m de iùtvmtigaqáo, a fmp e a m d r i a pieaniaaieciertaùn aamo
mhceioos básicos de t d a s as mtairivas de oampa~ensãioda
Natuma. E impú~91'vd imaginair Rima sem a ouirra, p q u e a
matéria dwmiaiicst~aa suu existência como fmte de ma pela
sua acção sobore outra mat6ria.
C-ioaindemnos o mais ekmtm&ar dos cai90s: dwas partícutlx
com forças actilaates emím si. A força mais el-r que
podemos m~uclekC a da aitn-acção e repuleão. Nus dois a m s
os vwms dhs forcas e s t ã ~ma~ M a que lit@ os poaims mate-
mis. As exigenicias da simplicidade levam-nios a repe9Bntar
do -seg,uiate modo a atracção e repullsão da6 pmtícu~las:

A tracção

Repulsão
e<- +e
Esra visudiza@o pmm ingkmia para um físico de hoje.
Causamx medo pensar que a mxrrvilhma aventura da inves-
A TEORIA CINÉTICA DA MATÉRIA

Será parsível explicair o fcmómeno da calor c o m o mul-


tado do movimento to prti'culh que se anitmhwam? Um
vam fechado cmtém certa de &, de ar, por exemplo,
nuuna certa temperatura. A q n i i m , ekvaimm a tempera-
tum c desse modo anmxmtam a energia. Mas que &qão
existe emme este cabr e o m o v i m t o ? A poaçibilinlade de m a
rehiqão é su~gwiIdia tauirto pelo ~oissopanm de vista filosárfico
quQnto p e i ~mceiito de que o c&r se gera do mvimento.
O cdm tem de ser e m i a mecânica, já que todas as pro-
blemas são mecânicos. A p m t w a esta luz o mceito cke'
maitéria é o objecm da teoria cinética. De aicxrrdo mm tal teoria
um gás &o pama da cioingrega@o de einame u ú m m de p r t í -
cuiw, oni molécuhs, que se m v e m um toda^ as dkçõies,
colidido mtre si e mudanicùo a direcção do mvirmianim a cada
colido. Deve existir para as mdéculw uma velr>ciWe médi~,
camb m&na grade cidade existe u~mamédia de idade ou de
riqueza. Haver& pmtmto, m média de mmgia &ica, por
~ ~ 1MK&S a d o. r m vam sigmiificará maior m& de emrgia
c%btka. Assim, dentro deste ponto de vista, o calw 60é
forma espechl de energia diferente da energia mecânica,
nm(9 Stmp- a energia cidtica do movimento mlleoulair.
A qm~lqimerb e a n i ~ m adefinida muwponde umia média de
am@a çidtica pkx m o l h ~ l a ~Se. desejamas ter uma raprsen-
ta@o mecânica dh rnaittkk sarna forçados a ol~hara a m g i a
ckdtka de u m o i t i o h ~ b acorno medi& de Itempra~rnmdo gás.
Esta t& &o é u m pum jogo dk imaginaqão. Não só
está dk amydo cmn ai expaiíikia, m o ruaç leva a a~mamim-
~u am& ptdumuia,daç f m m . Algum exemplos ilustrarão
as nossas p i a m
Tmm um vaso fechado por um pistão qiue pode ser
movi& facilime~~ite. O vaw contém cema quaaiitidade de &
nmhtidü em temparaitm couidante. Se o piatão está inicial-
mente em demanso lem q d q u m pdqão, pode ser movido para
baixo pela mçâo de um peso e movi& para cima pelo afasta-
mento desse pm. P m impeli40 p r a baixo uma força teim
que sm mada cmm a do gás. Qual na tearia cin6tica
o mecainismK, diesaa p w s ã o interna? O tremendo numero de
pmtkmlas. que cmmtitnirn o gds e se movem am todas as
dkecções. Essas ~ ' h& b a r d k i a i m as p e d e s do pistão.
coam bolas elásticas que batem num mulm e voltam. O conti-
mado bombardeio c-w o pistão em certa dmra, opondase
i fwça da gn+avidade do p&% e do peso que o impele paira
M o . Há ~uaaf u r p gmitacional comtame numa diiimqão;
nauitraa, há os i d m m dhcquas Inrieg~uia~s das mol&uilas.
O Rfeiito mim o pistão de todas usestas pequmas forças irre-
g u i l m deve ser @ali ao da força da gravidade logo que haija
equilíbrio.
S u p o n h a m que o pistão C empurrado para baixo de d o
ri c m ~ o gás r a urna f ~ x ç ã do
o voIwme primitivo, digamios,
à mw&, 'sem que a tempraaulra sofra mnidanqai. Que pcde-
mena qddcos. Significa que o n h m de m16culas n,um
dado vdutne, a certa temperamira e sab cem pressão, é c x x -
t d t i c a não de 1m-1certo gáã ( m e de tada m gases. É admi-
r á d &e a te~& cinéjtica não só pmhp a existência de tal
número un!iv& m o ainda nos habilite a dwteinniulá-b.
A teuriai chética da matéria explana qutiaaitiva e quaiiita-
timunemte asi b i s dos gases es-das pela experiência. Além
d k m não se -nge aos gaws, emlb~a£e neles que obtivesse
maior tThlnIf0.
Um gás pode ses liquefeito @o abaixamlento da tampe-
raimira. A queda da ternptma siginiflca d ~ ~ da,mm & o~
de q i a chética das padcuim. Toma-, pis, c l m que a
emergia dnética média de umna pantíaula líquida 6 m i
em que
a de uma padimla do grhç ~arrespoaidein~te.
U m frisante manifestação do movimento das prtícu~hs
no liquido &nas dada pelo chama& m o v i m t o browniano,
mtkd fendammo que p e r n a m i a inexplicáved se não fosse
a teoria cin6tica da ma&a. Foi pela primeira vez obsermd~
pelu botâniao. Brown, e explica& oitenta ancts mais tarde,
nm coaneços do m06su séaulo. O a r n o niecesUah para a
obae;rvrÙção desse mvlmm é o micra9cbpio.
Estava Boown emmimdo grãos de p 6 h de ceoitm plantas,
C, paaitdculas ou grân~dmde mmanhm vriiriá~senlw dez
e doze rniiésimcts de cenicenihetro.
E diz ele:
Se hagiaimmm essas n i o l ou!men& ~ ~ & modo que
se tomem visíveis ao microscópio, ela dariam para mcher uma
caixa quadrada de qu-rn metros de MD.
'Podemos com facilidade c a l d a r a de uma d é c u l a
de hidrogénio dividi& I pelo mmwo acima. O mi1cado é
um nnírinímm fanitmticmenite miùiúdo:

repesmtauiido a mas% de uma mléoula de hichgIénib.


As experiências do movilmentobrownhno fazem paate das
muitas experiências independentes que também Imm ? deter-
i
mhgão desse número.
Na teoria cidtica da matéria e em tdm as sem h p -
tmtes aspectos vemos a mliza@o de um progsaimia filosófico
geral: reduzi?.a explicação de t a l a s os Eenómems a, uima acção
r e c i p a entre as pmtídais da matéria.

RESUMINDO:

Na mecânica, a órbita de um corpo em movimento pode


ser predita. e a brbita passada pode ser determinada, se conhe-
cermos as suas condições presentes e as forças que agem sobre
ele. Assim, por exemplo, a futura brbita de t d o s os planetas
pode ser prevista. As forças activas são as forças gravitacionais
de Newton, sb dependentes da distância. Os grandes resultados
da mecdnica cldssica sugerem que a concepção mecânico pode
ser consistentemente aplicada a todos os ramos da física; e que
todos os fenómenos podem ser explicados pela acção de forças
representado n atracção ou a repulsão, dependentes apenas da
distância e agirido entre partículas imutáveis.
Na teoria cidtica da matéria vemos como esta coracepçiio,
saída de problemas mecânicos, abraça os fenbmenos do calor,
e como nos leva a uma aceitável representação da estrutura
da matéria.
(Fotografia (Ir 1. P~rrin)
Pnrticiah de Bmwn vistas ao micrasc0pio

I
ílaotografia de Brumberg c Vavilov)

Pãiiticula de Brown Potogrdfada


com longa exposicão e cobrindo
uma superfície

~~oiacciitivasposições tii: 4 trajectorinniédis dw&


iioia partícula de Brown posifõès consecutivas
DA CONCEPÇ AO MfCANICISTA
MC~NIO
OS DOIS FLUIDOS ELB&TRICOS

s página6 seguintes contêm um insulso relato de a d g u m


experiencias muito simples. Será uim relato mqador, não
s6 porque a simples descriGo não tem o interesse da rea-
hzação das experiências, como parque a significaqão dessas ex-
periências não se torna clara1 antes que a teoria a ilumine.
O nosso propósito é dar um sugestivo exemplo do papel da!
t&a na física
I . Presa a1 um suporte de vidlro temos uma barra de metal.
cujas extremidades se ligam por um fio ao electnwcópio. Que
é 6 electroscópio? Um simples aparelho com duas folhas de
ouro penduradas num dispositivo de metal. encerrado numa
rampânula de vidro e devidamente isolado. k experiência
C a seguinte: antes de ma,k nada, ver se aí íolhas de ouro
estão justapostas; é ai @cão em que normalmente devem
estar. Se p o r acaso não estiverem nesta posi~ãonorma& uím
toque com o M o na bama de metal as reunirá. Tamaunos
agora uma r&ua de borracha e depois de esFreg5-la vigorosa-
rnmte com flanela pomo-la m contacto com a barra de metal.
Imediatamente as folhas de ouro se separam! E fimm s e p
ndas mesmo depois de interrompido s cmtacto da régua com
- barra.
2 . Numa segulnda experiência juntamos outra w z
tolhas de ouro, e depois de friccionada a régua aiproximam~.s!
da barra de metail, sem m~liíparo contacto. Novamente as folhas
de ouro se separm, mas desta vez não f i m separadas depois
que a régua é afastada -justa@em~se normalmente.
3. Numa teroeilra experiência modificamos de leve o con-
junto. A b a m de metal é substituída por duas barras juntas.
I'riccionamcx a régua e aproximamo-la da bairra. -4s f o h s

reparam-se. Ma6 agora vamos desiigatr i ~ 9duas barras, e reti-


rar a régua'. Que acontece? As folha de outro conservam-se
*paradas, em vez de se justaporem camo na expriênci.?
;interior.
Não nos entusiasmemos com estas simples e ingénua,
experiências. Quem as fizesse na Idade Média seria prova-e;-
mente encarcerado; para nós apresentam-se hdpidas e ilógi-
..as. Seria difícil repeti-las, depois de Idas, s e m ficarmos con-
fusos. M a a teoria toma-as compm'veis. Memias dize-
.linda mais: estas experiências não poderiam vir por acidentv,
sem a preexistência de ideias definidas sobre a sua signi-
I icaqão.
Vamos expor a m i a que as explica.
Existem dois fluidos eléctricos, um chamado positivo ( + i
e o outro, neptivo (-). São qudquer coisa como ai substân-
;ia no sentido já explicado- coisa susceptível de aumento ou
diminuição, mas com total constante. Há, todaviai uma dife-

rença essencial entre este caso e o do calar, da matéria e da


energia. Temos aqui duas substâncias eléctricas, e é impos-
hd recomr àquela colmparqão do dinheiro, sailvo se genm-
lizanmas um pouco malis. Um corpo achase electricamente em
estado neutro quando as fluidas positivo e negativo se anulam
mwtualmenre. Um homem nada pcssui ou porque realmente
nada p u a ou porque deve uma m a & dinheiro exaçta-
mente iguad à que guarda no cofre.
A Pmediata conjectura, é que dois fluidos eléctricos do
iiiesmo tipo se repelem, e dois fluidos de tipos cantrárim se
;itraam. Isto pode se7 graficamente representado desta ma-
neira:
Uma, final assercão se tom1 necessária. Há dois tipos de
corpos, queles em que os fluidos se movem livrememe, cha-
mados condutores, e aqueles an que não se movem, ahannados
isoladores. Cama de aqm a. tais casos, esta divisão nãc,
deve ser tanada com a'bsoluto dgar. O condutor ou o isolador
ideaã é uma fiqão que nunca pode ser srea~lizada.Os metais.
a terra, o corpo humano, são exea~>losde condutolres, embora
de dlesiguais candutibilidades. O vidro, a borracha, a parcelana.
s5o isoladm. O ar é paircia~lmenteisolador, como quem leu
s descricãr, das expe&ncias já sabe. A humidade constitui
sempre uma baa desculpa para o mau multado das expe-
riências eliectrostáticos, porque aiumenta a condutibilidadv
do ar.
Estas asçerções teóricas bastam para explicar as três expe-
riêiicias descritas. Vamos discuti-las mais uma vez, na mesma
ordem, mas à luz da teoria dos fluidos elktricos.
r. A régua, de bomracha, c a n o todos os corpos em estado
norma4 é dectricamente neutral. Contém os dois fluidos,
o positivo e o negativo. A fricção com ai flanela separa-os.
Esta afilrmativa é pura convanlç50; não p a s a da a2>lica@o da
tminologiá criada twricamente para explicar o processo dai
fricção. O tipo de electricidade que a dguu m excesso
depois é chamado negativo, nome p w m m t e convencimal.
Fe a$ experiências forem realizadas com um bastão de Vidro
fnccionado com pele de gato, temas de chamar positivo a
esse excesso, para que tudo fique dentro da mvenlção. A fim
de prosseguir na expeirihcia, levamos o fluido eléctrico à barra
de metal por meio do contacto da régua friccimadac O fluido
move-se livmmmre nessa baam e nas folhas de ouro. Desde
que a acção do flu,ido negativo wbre o positivo é de mpk60,
as duas folhas prwuira,m d a t a i r e o mais posçi'vel. A barra
de metal repusai nulm suporte de vidro ou q d q w outro
niateria~lisolador, de mado que o fluido que a régua lhe t m s
mitiu nele permanwe enquanto a condutibilidade do ar o per-
mite. Compei~dãmi(xo{agorapolrque nmos de [tocar s a balna
antes do começo dal experiência. Neste caw, o metal, o corpcr
humano e a terra1 formam um vasto sistema condutor, c m
o fluido eléctrico de tal1 modo diluido que praticalmmte não
fica nenhum no elecuurcópio.
2. Esta experiência começa8como a primeira, ma6 a dgua
náo toca na barra; aproxima-a! só. Os dois fluidas no con-
dutor, sendo livres de se moverem, separam-se, ulm atraído,
outro repelido. E misturam-se de novo quando o dgua S d a i -
tada, porque fluidos de sinais contrários atraem-se.
3. Separemos agora a barra & metal em duas partes.
depois de removida, a régua. Neste caso os dois fluidos não
podem misturar-se, de modo que as folhas de ouro retêm
(J excesso do fluido e ccuisewam-se afastadas.
A luz desta simples teoria todos os factos que ai experiênciil
revelou se tornam compreensíveis. E a teoria ainda faz mais.
habilita~nosa compreender, ai& destes, muitos outros factm
obsenáveis no reino da <celectrostática». O objectivo da?
teoù-iaa é guiar-nos na apreensão de novos factos, sumindo
novx expriikcias e Icvaadcwnos a descoberta de novos fenó-
meaia e novas leis. Um exemplo esclarecerá o amnlto. S u p
nhamos que o expenimnt@x c o n m a a dgua de boiiiriachr~
próximo da, barra e ao mesmo t a p o a toca com o dedo. QUE
sucede? A teoria responde: o fluido repelido (-) podera
escapar-se através do corpo do exparimenradm~de modo que
na barra sG fique o positivo.
Só as folhas de oum próximas da régua ficarão afastadas
-\ experiência confirma esta predição teórica.
A teoria aqui exposta, é inghnua, e inadquadal, do ponto
de vista da moderna, física. Não obstante, constitui um exemplo
aracteristico do que é uma teoria física.
Não há na ciência temias eternas. A regra S aJgum &x
factos previstos pela teoria não receber a confimmção da
mperihcia. Cada teoria tem a sua fase de desenvolvimen,to
t triunfo; depois entra em rápido dechio. O surto e a q d
da teoria do cdor como substância, que ]"A estudámos,
dá disso b m exemplo. Outras mais profundas e importantes
serão examinadas no decum desta obra. Quase todos os
graades avanços na cihcia, decoùliem de uma crise da teoria
mtiga, e do esforço para reso1ver as dificuldiades criadas.
remos de analisair velhas ideias, velhas teorias, embora sejam
coisas já do passado, porque é o único meio de bem com-
preendermos a imprtância das novas.
Nas primeiras páginas deste livro c o m p á ~ m o so ppe1 do
investigador ao do detective que, depois de reunir certos

rbmentos, par mera ddu@o d e s c o b ~ o rriminoso. Esta


1-omparação é um simpies shile, bastante suiperficiail. O dete.
:ive tem de estudar c-, examinar impressões digitais, Mas,
revólveres, mas já sabe que Q crime foi cometido. Com o cien-
tista tudo muda. Não !má difícil imaginar alguém que des-
mdheqa em absoluto a elatrici&.de, já que os Antigos viveram
muito felizes sem nada saberem a ,tal respeito. Tomemos esse
h o m e m e demos-lhe o bairra de metal, as folhas de ouro,
.I régua de borracha, a f i a d a , a ca~mpânuIa1e 0 mais da%
iiossas experiências. Por mais culto que seja tal homem, não
lhe ocorrerá. fazer c09 esses oòjectos o que o nosso experimcn-
t'dor fez. Encherá a calsnpânu,la,'de vinho, por exemplo. Com
.r régua traçará riscos. No caso do detective o crime existe,
problema está formulado: quem matou? Mas o cientista,
pelo menos em parte, c m t e o seu próprio crime e ao mesmo
rampo~levap o ~ diante a i~nvestigqão.A l h disso ai sua tarefa
aão se resume em explicar aipenas um caso, mas sim todos
$36 fenhenos que o c o m , ou p w ocorrer.
Na introdução do conceito dos fluidos, vimos a influência
das ideias m e c a n i c h que procuravam tudo explicar pelo
jogo entre as substâncias e as farças que nelas actuam. Para
gerificar se ai concepção mcmcista pade ser aplicada à d s -
crição dos fenómenos eléctncm. temos de levar em conta
o seguiqte problema. Tumemos ~ \ i i xpequena esferas, mbas
carregadas. isto C. com excesso de um dos fluidos. Saibemos
que as esfeias se atraem ou 1repele.m. Mas depende wsa f o r p
da dktâncig? E no cam adYiativo, m o ? A mais simples
suposi~ãoparece-nos a de que essa força depende da d'istância,
h m e m o !nodo que a força da, gravidade, a qual diminui,
digam, paira un nono do que era se a d i d n c i a ~se toma
rês vqes maior. As experiências realizadas por Canilumb
mostrara~mque esta lei é certa. Cem a m depois de Newtan
descobri a lei da grwitação Coulamb verificou uma igual
&pendência entre a f w p eléctrica e a distância. Principais
diferenças entm a lei de Newtm e a de Coulomb: a força cke
~nracçãoda gravidade está m p n e presente, ao passo que
A farça el&ttica só exkte quando m corpos estão carregados.
No caso da gravitação só há atracção; no caso eléctrico há
;mbém rqulsão.
Surge aqui a mesma questão qm surge no caso do d o r .
Xrão as fluidos eléctricos uma lwbstância s i m peso? Por
outras palavras: o peso de uim corpo carregado de fluido será
o 'mesmo desse corpo em estado neutro? As nossas badanças
não mostram difemqa Nanh'cbma-e dad ccmtcluímos que os
fluidas elrktricos pertencem A família dras substâncias sem
peso-
Pos$e~iores progressos na teoria da electricidade exigem
.i introdiirao de novos conceitos. Temos aqui de evitar defii-
@es rigmosas, usando em vez disto analogia com ideias fami-
liam. R d e m m o s de como foi esxncial para a com-
preensão do f e h e n o do calor a distinção entre calor e tem-
peratura. No caço que nos ocupa temm de distinguia entre
o potencial eléctrico e ai carga eléctrica. A diferença entre
oc dois conceitos e s c l m s e com esta maJogita:

i'otenciétl eléctrico -Temperatura


Carga eléctrica -Calar

Dois condutores, duas esferas, por exemplo, de tamanhm


diversos, @em te^ a mesma caga eléctrica, isto é, o mesmo
excesso de um dm fliiidw. mas nos dois cams o potenw:ial será
diferente-será maior para ai esfera menor e menor pam
a esfera maior. O fluido eléctrico má maior densidade e estad
nmis comprimido no pequeno condutor. Desde que as forças
que replem crescem c m a densidade, a tendência da carga,
para escapar do condutor, será maior no caso da esfera menor
do que no da maior. Esta tendência, m e de medida' dimtt.
do seu potencia{l.Para mostralr carn clama a diferenqa a t w
carga e potencial formulairmos umas tamm sentenças mal6
giras quanto à conduta do calor e dos condutores cauregadcs

Electricidade Calor
Dois condutam isolados, Dois corpob, iniciahente a
inicialmente a potenciais difmntes tmpcmturas, fi-
eléctricos diferentes, lapida- cam ?im m a temperatm
m t e adquirem o m m o depois de algum tempo dc
potencia~l,se pstos em con- contacto.
tacto. Iguais quantidades de calor
Sana iguais de cargas e]&- produzem d i f m t e s mudan-
tricas produzem diferenl~~ ças de b e m ~ em m dois
mudmças de potmciail elk- corpos, se a capacidade
trico em dois corpos de ca- aquecimento deste corpm
paridade eléctrica diferente. varia.
U'm ektrcsc6pio em con- Um termómetro em coii-
tacto com um condutor in- tacto com um corpo indica,
dica, pela separação das par meio da altura da coluna
folha .de ouro, o potencial de d r i o , a sua própria
déctriw dessas folhas, e, por- rempaatum e, portanto, tam-
tanto, também o do condutor. Mm a temparatura do corpo.

Mas .esta d o g i a mão pode 8cr kv& Ilini4ao mais &te.


Um exemplo mostrará as diferenças e similaridades. Se um
corpo quente C posto em contacto com um frio, o calor flui
da quente parai o f i o . Por outro lado s-m dois condu-
tores isolados com cargas iguais mas de tipos opostos, u~mpasi-
tivo, outro negativo. Os dois revelam potenciais difames.
Por conven~ãoconsideramos o patenciâl c o m p d e n t e a s
condutor de carga negativa como mais baixo q w o potencial
c o m p h t e ao de calrga positiva. Se os dois condutores
são ligados por uim fio, seguese, de acordo com a beoria dos
fluidos eléctricos, que ,não melaãão cargai e, partanto,
2 n e n i h ~dai f m n p au, pobenciai eléctrico. Tmw de imaginar
um «fluxo» de carga eléctrica de um condutor para outro,
durante o curto q g o de tempo em que a diferença de potm-
cid se desfez. Mas como? Foi o fluido pasitivo que fluiu para
o corpo negativo ou vice-vem?
No materid ptk aqui aipnasentado não temos fm$aniento
para decidir sobre essa alternativa. Podem06 admitir uma ou
outra possibilidade, ou ainda a de que howve fluxo simultâneo
nas duas direççiks. Tudo se reduz a adoptar uma conven~ão,
,sem nenhum significação que a justifique, porque não temos
métodos para a decisão experimenta~l.Mas desenvolvimentos
posteriores, levando a uma teoria muito mais profunda da
electricidade, solucionam este problema, que não tem nenhuma
explicaqão na antiga teoria dos fluidos déctricos. Havemos
aqui de adoptar o seguinte modo de expressão. O fluido eléc-
trico flui do condutor de mais alto potencial para o de mais
baixo. No caso dos nossos \dois cotndutur~s,a electricidade flui
do positivo para o negativo. Esta1 expresção é convenciona[
e completaanente arbitrdria. Mas a dificuldade indica que a
analogia entre o cailor e a electricidade de nenhum modo
é perfeita.

Verifichos a possibilidade de adaptar a concepção me&


nica à descrição das factos eIemientarres da elecm-astdtica.
O meamo se d a d no caso dos femhenos magnéticos.

OS FLUIDOS MAGNETICOS

Vamos proceder & mesma mmeba que antes, @&


de factos muito simpIes e p r r > c d o depois explid-ks tèori-
camate.
I. Tomeimos duas barras rnapétkx, uma suÇpesisai pelo
meio, outra mtnmtida~ nai nossa, mão. Apr~ximem<w as extreimi-
dradeç dos dois inaãs e ~ i q u e m m se se atraem. Se a~~
não se rnanifwa, temas de virar o irnã ie experimentar a1 o u t a
extremidade. Se as barras estão cdimpletahiente magnetizadas.
qualquer coisai acontece. As e x ~ í d a d e sdos iniãs &o cha-
maidas pólos. P m pmsseguir na exper%xido, apresentamos
o pólo do imã que mas na mão a~ &ã iwpenso @o meio,
e vaunos com ele de um iexcrõmo ao ouW. Verificaregna
decrésciuno na atracção i medida que ms aproximamos do
centro. Se continumos a nansai Marcha do centro para a
outra extremidade, observammos repulsão, a quad atinge
« máximo quando ali-06 o seguido N l o dio rnagnet.~
suspeaiso.
2. Esta expeoiêlnrita sugere m a . W a ih5 tem dois *Im.
P o d ~ c sM a r um deles? A ideia que o c m C muito
simpies: quebrair o mmgneto iem duras pamas. Já vimos que
nãoexiste for* lenitneo p 6 1 0 d e m imã e awmtm do outro.
M a o m l t a d o dai quebra do imi3 i5 m t b e l . Cada pedap
c o m p o r b a r ~ áexactaunate camo se comgoaou o h á inteiro.
.i parte do meio, que rw, h ã Inteha mão revekwa nenhuma
f m p , mil qpra i t n a P u s f d em p6b!
Como pucbern ser explica&% estes factos? A p a k e b
ideia é ligar ai teoria do magnatiamo da electricidade. Essai
ideia é-nm sugerida! pelo facto de que qui, como também
n o f e n ~ eiectrostáifico,
o enconmm aitrxqão e repulsão.
Imaginemas duas deras condutoras de igual caügir uma
positiva, outra negativa «Igtral» quer diler do 8miesmovalar
+ -
absoluto; 5 e 5, por exemplo, têm o mesmo vabr absaluto.
.idmitaanos que essas esferas estão ligadas por um isolador
de vidro.
Esq~lema~ticmenite este m m j o p d e ser figurado por uma
flecha dirigida do condutor de carga negativa parai o de posi-
tiva Chamarmos a, esse conjunto dipolo elécrrim. E c k o
que esses dois dipdos comportar-se-ão exactmnlte como
barras mqn6ticas da experiência n." I. Se aceitammos a nossai
mvmção como modelo paira um imã real, admitindo a exk&-
ç L de fluidos magnéticos, esse irmã não passar4 de usn dipolo
magnético. tendo ncis extniermidadcs dois fluidos de d i f m t e s
tipos. Esta sianples teoria, iimiitâtiva da t&a da dectrici-
dade, senne para ai explicaçZo da primeira expeaiência.
Houve atracção n,uma das extremidades e mpulsão na outra
-e um equilibno no meio. Mas, quebrado o isolador de vidm
que liga as esferas, obmmny36 doh p&los x p a d o n - o que
v e m conhariaa a segunda experiência. Esta contiradição força

-nos a, introduzir uma teoria1 um pouco (mais subtil. Temos de


imaginar que o imã consiste em pequeninas dipdos magné-
tica elenientares, que não p i e m sar qiiuebrãidos enn pólos
iBolados. Reina ordem no imã camo um todo, p q u e todos os
dipolos elementares conservam ai m s m a direcção. Percebemos
i r n a d h a r n ~p q u e a divisão do iunã em dois determina
a fioaungão de novos pólos nas mvas extmmidadm. E esta
teoria mais requintada não só explica os factos dai experiência
nO. I cano tambem os da n." 2.
Para muitos factos a teoria mais silmples dá explicação
que disnsaj a outra. Vejamos um exemplo. Sabemos que um
ímã atrai pedalos de femo. Porquê? Num pedaço de ferro
os dois fluidos magnéticos estão mistura dos, de modo que
iienihulm efei'to se torna aparente. Aproximair desse f e m o pólo
positivo de um imá é das uma ordem de divisão)) aos fluidas,
(com atraçqão do fluido negativo do ferro e repulsão do posi-
tivo. I)aá a atracção entre o h á e o ferro. Se o i m ã é a h -
rado, os fluidos retomam >maisou1menos h situgão em que
se achavam, dependendo dai i~ntemsidade dai irnfluência do
magnetismo exercido.
Pouco há que dizer quanto ao aspecto quantitativo do
problema. Com duas longas barras magnéticas podem06 inves-
tigar ai aitnãqão (au repuliião) d w tia~pólos, quandu, os
aiproxima~mos.O efeito nas outras extremidades das barras
é desprezível, se essas barra6 são bastante longas. De que
modo a' atracção e a repulsão dependem da distância entre
os pólos? A resposta dada peia experiência de Cuuloanb é que
esta depdhncia da distância) é ai mama esta~belecidana1 lei
da gravita@o e na lei electrostática.
Nesta teoria vemos outra vez a aplicação de um ponto de
vista geral: a tendência, para descrever todos os fenómenos
por meio de forças que artraem ou repelem paa-tículas, unica-
mente em função dai distância.
Um facto tmuito conhecido deve ser mencionado, em vir-
tude da aplicaqáo que pam ele acharemos mais tarde. A Terra
é um grande dipolo magnético. Não há o menor traço de
explioaqão disto. O pó10 n o m é aproxi~madmeruteo «memm
i-) e o pólo sul é o «maiis» (+) magmdtico. Os nomes
mnis» e ((menos))não passam de convenções, mas habilita-
-nos a designar pólos em quãlqw outro c-. Uma a p h a
magnética supartada por um eixo vertical obedece ao comando
+!
da f o p magriética da Terra. Essa agdha dirige o seu pólu (
para o p&o norte, isto 4, para o pó10 (-) magdtico da Tema.
Embora posamos levar a concepção mecânica para o do-
minio dos fenómenos eléctricos e magnéticos, não há razão
para nos orgulhamos e nos agradamos disso. Alguns aspecto6
da temia mvelatm-se pouco saitisfatórios. Novas espécies de
substância têm que ser inventadas: dois fluidos eléctricos
e os dipolos magnéticos elementares. A riqueza em su'bstân-
cias c o m g a a ser esmagadora!
,. As foqas são simples. E x p ' s a m s e do mesmo imodo que
a graviraciod, a eléctrica, ou a ,ma&tica. Mas o preço desta
simplicidade sobe muito: introdução de novas substâncias sem
peso! Isto cmmponde a aflificialismo bem pouco 'relacionada'
com a mhstância, fundamental - massa.

PRIMEIRA DIFICULDADE SERIA

Vaunos ver agora a primeira dificuldade séria que surge


na aplicação destas teorias. Notammos adiante m o asta
dificuldade, juntamente cam outras ainda mais graves, deter-
minou a completa derrocada da ideia de que todos as fen&
menos podiaim ser explicada mecaúiicanimte.
O tremendo surto d a electricidade como ramo da ciência
e como técnica, comgou ciam a d i e s c o b a dai c o m t e eléc-
trica. Neste ponto mcantramos n a hist6ria da ciência um d m
poucos casos em que o acidente representou o papel pdncipai.
A história da convulsão das peminhas da ,rã 4 contada de
muitos modas. Seja qual for a verdade, o certo é que a xiden-
tal observacão de G a à v d levou Volta, no fim do &do XVXII,
a construir o que chamamas a pilha voltaica. Já mão está em
uso, mas ainda seme nas auJw para1 diemonstraqão de como
se f a m a a c o m t e déchrica.
O princípio da sua construção 6 simples. Há diwrsm =i-
pientes de vidro com água e um pouco de ácido sulfúrico.
Em cada) mipiente colocam-se duas placas de metail, uma de
cobre, outra de zinco, Imensas na s01u~qão. A placa de cobre
de um dos recipientes liga-se à placa de zinco d o recipiente
próximo, de modo que isó a placa de zinco do primeiro e a de
cobre do últiimo fiquem sem ligação. Por meio d o elwtruscópio
podemos verificar a diferença de potencial eléctrico entre
o cobre do primeiro recipiente e o zicnco do último, caso a pilha
seja suficientemente poderosa.
Foi. mi~aanenitecom o fiqm de obter a niiediqão conn ~ p i p
aparelho já descrito que introduzianos aqui a pilha v d h c a
de vários elementos. Para ulteriores demonstrações bastara
a de um só elemento. O potenciai do cobre tom-se mais aho
que o do zinco. ((Mais alto» é expressão usada no sentido de
que.+ 2 é maior do que - 2. Se um condutor se liga à p b
de cobre e outro à placa de zinco livre, amcbos se m e w de
fluido, Ulm do positivo, outro do negativo. Até leste ponto nada
a p m pmicu~lamentenovo, ou marcanate, e @lemos tmtar
a aplicação dasnoçsas ideias sobre as diferieniças de potencial.
Já vimos que uima dife~nçade patencial enntre dois condutores
pode ser instantaneamente andada pela ligação de wm fio,
de modo que o fluido passe de u'm condutor para outro. Este
processo equivale ao da iguailizaqão da temperatura pelo ccm
tacto. Mas será que isto acontece na aitaeria voltah? Volta
escreveu no seu relatório que as pdacas se comportavam como
condem

... fracamente carregados, que agem incessantemente ou de


d o que depois da descarga a, carga se ~.eseabeIeçasque,
n m pailama, produzam m a carga ilimitada ou Imponham
uma perpétua acção ou irnpulsão do fluido eléctrico.

O extraordiná,rio multado da sua experiência foi que a


d i f m ç a de potencid entre as chapas de cobre e zinco não
se desvanecia como no c m de dois con~utmesligadas por
um fio. A diferen* persistia e de acordo com a teoria clos
fluiidos tinha' de causar um fluxo constamte de fluido eléctrico,
do aivel de potencial mais alto ( c o b ~ )pau-a o de mais
baixo (zimco). Ccmmo tenta,tiva para msailvar a teoria do f l u o
temos de admitir que ailguma força constante actua para
restabelecer a diferega de potencial e manta o fluxo. Mas
do ponto de vista dai energia em si é estranho. Verifica-se que
um pouco de c J o r se gera no fio que conduz a, comente,
bgaete pam fundi-lo, se este far muim fino. Logo, no fio
f o r n a s e cdorenergia~.Mas o todo da pilho voltaica constitui
um s i s t e m isolado. que não m x b e energia exterior. Se qui-
m o s salvar a lei da c o m @ o da energia,, t e m m a de
descobrir onde as tmndormaqões se realizam e h custa de
que se gera o caJor. Não é difícil imaginair que campiicados
procems químicos se estão jralizmdo am bateria, processos
em que tomam parte activa o mln-e e o zinco mergulhados na
solw$io. Do ponto de v i m da energia irno corresponde a uma
cadeia de tramfomaçõeç: energia química B energia do
fluido eléctrico que flui, isto C, ai corrente )iic-+ callor. Uma
pilha voltaicai não dura eternamente: as mudanps q u h i c a s
associadas a o fluxo da electricidade. depois de algum t a p o ,
tornam-na inerte.
A experiência,, entretanto, que realmemte revelou as grandes
dificuldades da aplicação das ideias m a n i c i s t a s deve parecer
estranha a quem quer que a realize pela primeira vez. Foi
o que há cem mos sucedeu a Oerstad. Diz ele:
Estas experiências mosbrm que a agulha maigri6tica foi
movi& da, sua posição por meio de um aparelho gdvhico,
e isto quando o circuito gdvânim estam fechado. não quando
estava aberto, como anm atrás cftrtoç físicos célebres em vão
0 tentam.
Suponha-se que temos uma pilha voltaica e iiim fio can-
dutor. Se o fio se liga ao cobre e não ao zinco, existirá a dife- .
rença de potencial, mas nenhuma m n t e fluirá. Admitaanos
que o fio se curva em círculo. n o centro do qual uma agulha
magnética é colocada, ambos. fio e a~gulha. conservados no
mesmo plano. Na& acontece enquanto o fio não toca ai chapa
de ziinco. Não surgem furçaç actumtes; a difmnçai de poteli-
ciai não exerce nenhuma influência na agulha(.
Parece difícil de c m p e w i d e r par que motivo «os físicos
c-élebresn de Oerstad esperaram essa influência.
Liguemos agora o fio à chapa de zinco. Imediatamente
algo estramho acontece. A agulha magnética sai da sua posição
primitiva. Um dos seus @os a p t a para 0 leitor, se o piano
do círhlo corresponde ao plano da página em que isto esti
i m p m . O efeito é o de urna foqa perpendicular ao plano,
a actuar sobre cs pólo mgnétkn. Enfmt& os Factos destr.

experiência, dificilmente pderieair>s fugir de tirar uma con-


clusão sobre a direcção da força artuante.
Esta experiência tem v a h , sobretudo porque mostra a
rela@o entre dois femhm~nusna aparência diversas: ,magne-
tismo e c m t e elCctrica. E ainda há mais. A f o ~ amtre
o N o maigai&ico e a peqtum niilssa do filo atravk do qml
a corrente flui, não p d e estar ao longo da direc@o que vai
do fio à agulha, ou das pairticulas de fluido eIéctrico aos
d i p l m 1magn6timselementams. A força é purpendiculair a essi
linha! Pela prhelra, vez apawce aqui uma forqa completa-
mente diversa daquela a que, na cmcepção mecântica, que-
rialmas reduzilr todas as acções do mudo exterior. Lembre
mo-nos de que a foqa da gravitação, a força electrostática e a:
magnética obedecem às leis de Newton e Codomb, agindo a s
b n g o da linha que liga1 os corpos que se atraem ou se re-
pelam.
'- A dificuldade ainda foi mais acentuada pela expienêncié
de Rowlmci feita hA oitenta aairos. Irna-se uma pequena
&em carregada de alec&icida.de que se move a o d o r de uma

agulha magnética. Em principio é a mesma experiência de


g)eisted, com a só difereqa, de que em vez de uma corrente
i.am!Uirn tiamos m a carga eléctrica em movimento, Rowland
~erificou~ que o resultado é similar ar, observado quando uma
torrente flui num fio circular. O imã C deflectido por uma
foqa perpendicular.
Se aulmentaimos a velocidade da carga, ai forca actuante
no imã cresce; a deflexão torna-se mais distinta. Esta1 obser-
r q ã o apresenta outra séria compliayão. Não só a força
deixa de actuar na dimrecqão que vai dai carga ao imã, como
,i intensidade dessa forca fica na dependência da velocidade
da carga. Toda a arquitectu~ra da concepfão mecanicista se
baseava na crença, de que crs fenbmenos podiam ser explicados
m termos de força e distância, e não de velocidade. O resul-
r ~ d odai experibcia de Rowland aibalou esta1 interpretasão.
iejatmos se uma çoluqão é possível sem sairmos das velhas
deias.
Difiouhhdes desta ordem, súbitos e imparados trapeços
ia ~maachaitriunfante de má teoria, são coisas frequentes na
ciência. As vezes uma simples pneralização de velhas ideias
pai- pelo menos tempomiamente, ser de g d e ajuda.
Neste caw, por exemplo, poderia ser suficiente a ~ l q a r
o p r o de vista anterior induzindo mais foqas gerais entre
as partículas elementares. Frequenitemenre, entretanto, tor-
nwse impum'vel remendar uma velha teoria, e as dificuldades
que st aonontoaun acabam por danubá-Ia e dar surto ai m a
nova. No nos90 caso n2o foi apenas o cmportaanmto da
pequenina agulha magnética que derrubou a tecmai mecani-
i-istaf.Outro ataque mais violento ela, sofreu - mas C história
para mais tarde.

A VELOCIDADE DA LUZ

Nas Duas Ciências Novas de Galileu temos o debate entre


s mestre e os discípuhs a, propósito da velocidade da luz.

SAGREDO: Mas de que tipo e proparqões devo considerar


essa velocidade da, luz? É instantânea ou, como outros movi-
mmtos, requer tempo? Pode o assunto ser resolvido pela
experiência?
SIMPLICIO: A expepiência de tudm os dias mostra que a
iuz tem pr?opagqGo instantânea. Qulando vemm o d~kpamde
~ i m ap g a de artilharia a grande distânc$a, o clarão chega-nos
xstantaneamente, e só depois nos chega o som.
SAGREDO: k m , Simplicio, a1 Única coisa que p s o tirar
desse exemplo é que o som caminha menos rapidamente que
2 luz. Não prova que ai luz caminhe instantaneamente, emborâ
prove que é muito ripidat...
SALVIATI: O óbvio desta e de outras conclusões le\a-
rm-me s um método de verificar se a propagaqão da luz 6 real-
iiiwite instantânea .
Salviati explica o seu processo experimentad. Para lhe
apreendermos a ideia, imaginemos que a velocidade da luz é.
não s6 finita, como pequena\, e que o movimento da lu7
C demorado como o da câmara lenta. Dois homens, A e B.
munem-se de duals lanternas fechadas e ficam a uma milhz:
de distância um do outro. B combina, abrir a sua lanterna no
niomento exacto em que vir a luz da lanterna de A. Obser-
1 emos que na nossa «câmara lenta» a luz caminha m a rnilhz

por segundo, A dá o sína~l, abrindo a lanterna. B vê a lu7


um segundo depois e a~brea sua, dando assim ulm sinal que A
recebe dois segundos depois de ter emitido o seu. Quer dizei-
que, se a luz viajame cam a velocidade de uma milha1 pol
iegundo, dois segundos se teriam passado entre o sinal dadc
por A e o por ele recebido - sendo de uma milha a distânci;
entre os dois. Inversamente, se A não conhecia a wlocidadt
da lu/ mas admite que o seu companheiro seguiu as i n s t r u ~ k ~
ombinaldas, e observou o sinal por ele dado dois segundos
dcpoi~do seu, pode concluir que a velocidade da luz é de
uma milha por segundo.
Com a técnica experimental daqueles tempos Galileu tinha
poucas probabilidades de deteminar por esse processo o v e l e
cidade da luz. Se a distância fosse d e uma ,milha, d e terir.
de averiguar intervalos de tempo de i m ~entimi~lésinno de
segundo.
Galileu apenas formulou o problema da deteminação dp
velocidade da luz, não o resolveu. Mas a formdação de um
pi-oblema, é muitas vezes mais importante que a sua solução.
3 qual constitui apenas matéria de matemática ou de habili-
dade experimental. b p o r novas qum@es, admitir movas
possibilidades, encarar velhos problemas sob novos ângulos,
isso requer imaginacão criadora' e assinala reais a v a n p na
ciência. O principio da inhrcia e a lei da C O I ~ S B ~daVener-
~ ~
gia subiram unicamente e m tonseqiiência de ponsaúnentos
novos e originais acerca d e expepibcias e f e n h e n o s já h
conhecidos. Muitos exemplos deste tipo serão repassados no
decurso desta obra -exemplos de velhos factos vistos sob
nova luz.
Voltando à comparativamente simples questão de deter-
ininm a velocidade da luz, cumpre estranhar que Galileu não
se aparcebesse de que a experiêIlcitl podia ser m i t o mais sim-
plesmente feita por um homem s6. Em vez de colocar F
J. distância, A poderia colocar lá um espelho que automatica-
mente lhe devolvesse o sinal enviado.
Século e meio depois foi este processo empregado por
Fizeau, o primeiro físiso que determinou a velocidade da luz
por meio de urna experiencia temtre. Anterimente jã
Ruemer o fizera pela observa~ãoastronólmica, mas som meno.
rigor.
É claro que, em vista, da sua' grandeza, a velocidade da luz
s c ~pode ser medida por meio de distâncias como a, da Terra
4 outro planetal ou por meio de grande apuramento t h i c s .
Roemer empregou o primeiro método e Fizeau o segundo.
4 partir dai a medição tem sido refeita com gramde precisão
Kão há muito que Michelson a repetiu com a máxima perfei-
ção técnica, obtendo as seguintes multdos: a velocidade da
luz ao vácuo é aproximadamente de cento e oitenta e seis mlC
milhas por segundo, ou sejam trezentos mil quli16metros p r
segundo.

LUZ COMO SUBSTANCIA

Vamos de novo tomar como ponto de partida uns ta'ntm


factos experimentais. O número acima dado diz respeita
i velocidade da luz no vácuo. Sem obstaculos, a luz caùninhs,
com essa velocidade a o espap vazio. Podemos v w através
de um mipiente de vidro do qual extraimos o ar. Vemos pla-
netas, estrelas e nebulosas, embora, a luz venha ter ;#xr n o s ~ ~
olhos depois de aimvessa~rimensas esp;lps vazios. O simples
facto de podermos ver através de uim nxipienk no qual fne-
mos o vácuo mostra que a presenp d o ar pouco importa a luz.
Por esse motivo reaJizaanos experiências hçpticas numa sala
comum, com os mesmo$ resultados que obteriamos se as fiz&
sem'& no vácuo.
Um da(; factos 6pticos mais silmples é a propagasão recti-
iinea da luz. Va'mos desc'rever o primitiva e ingénua expe-

riência que o prova. Frontei'm a a pontefonte, colocamois


um écran com um $um. O panitc&~W C uma pequena fonte
de luz, como um buraquinho de u m lanterna fechada). Numa
parede distante o furo no écran será representado como luz
iium fundo escuro. O desenho acima mostra como isto se liga
a propagaç50 rectilínea da luz. Todos estes fenómenos, e ainda
outros mais complicadm, em que luz, sombra e penumbra
aparecem, podem ser explicados com a admissão de que o luz,
aio v k u o ou no ar, se propaga em linha mcta.
Tommos outro exemplo, um caso em que a luz atravessa
a matéria. Temos aqui um raio de luz passando pelo v h o
e incidindo numa h i m de vidro.
Que acontece? Se a lei do movimento mtilíneo ainda
é vAlidas a tzajectóaiiù s e d a mostrada pela linha pontuada,
Mas na realidade não é assim. Ocorre uma mudança de direc-

@o, como se vê no deseniho. A este fiaámeno chamamos


refracção. Todos nos recordamos da experiência d a vara mer-
gulhada na água. que parece toilta~uma das mucitas manifes-
taqões de refracção.
Bastam estes factos para indicar como pode ser arqui-
tectada uma temia mecânica da (luz. O nosso objectivo
presente é mostrar coano as ideias de substâncias, partículas
e forças penetralm o campo da óptica^ e como, afinal, a velha
roncepqáo filosófica desmoronou. É da mais primitiva forma
3 teoria que decorre destes factos. Temos de supor que todos
as corpos Iuuninmx emitem paetfculas de luz, ou corpúsculos,
DS quais, atingindo os nosios olhos, nas dão a s e m ã o da
luz. JA estamos acostumados, quando as contingências da
teoria mecânica o pedem, a admitir novas substâncias, de
modo que m n nenhuma hesitação podemas mais uma vez
usar deste mulrso. Esses corpúsculos viajam em linha =ta
através do espaço vazio com velocidade conhecida$ trazendo-
-nos mensagens dos corpos emiswm de luz. Todos os fmó-
menos que exibem a propagação rectilínea da luz sustentam
9 teoria corpuscular, porque foi justaunena esse tipo de movi-

mento o prescrito parai os corpúsculos. Também com muita


simplicidade ai teoria explana a reflexão da luz pelos espelhos
-um tipo de reflexão como o das bolas elásticas amamessa-
das contra) uma pairede.
A explicação da dracqão já é um pouco mais difícii
Sem entrair em detalhes, podemos admitir a possibilidade
de uma explicaqão mecânica. Se, por exemplo, os carpúscullos
(caem na superficie do vidro, pode ser que as partículas da
matéria exerçam uma foqa sobre eles, forqa que de um modo
muito estranho só age na imediata vizinhança da matéria.
Qualquer f m p actuante numa paùricula em movimento
muda-lhe a valocidade, como já vimos. Se a for* exercida
sobre os corpúsculos de luz é umai atracção ~ d i c u l a a
a superfície do vidro, o novo m o v ~ t estará
o em quallquer
parte entre a direcção da trajectória original e a perpen-
dicular. Para a teorial corpusculm da luz esta explica$ão
parece prometer muita coisal. A f m de apurar a sua validez,
i
entretanto. m o s de investigar novos factos, mais compli-
cados.

O ENIGMA DA COR

Foi ainda o g h i o de Newton que explicou pela primeira


Tez a, riqueza cromática do mulndo. Eis a sua desorição de uma
das expe~iencias:

No ano de 1666 (tempo em que me aplicava ao polimento


de lenta 6pticas não esféricas) preparei um prisma pam
estudar o famoso fenómeno das cmes. E carn esse fim mns-
formei o meu quarto 4x11c h m a escura, com um furo na
janela,. para só entrar uma quantidade conveniente de luz,
n d e cdocando o pisma; a luz refractada ia bater na parede
oposta. Foi a princípio um agradável divertimen'to ver d a -
dobrar-se a luz em vivas e intensas cores.

A luz do sol é ((branca)).Coada aitriwés do p h , mostra


todas a6 cara existentes n o m d o visível. Nas belas faixas
do a r c d r k a1 Natureza mpraiuz o fenómeno. As tentativas
para explicá-lo são muito velhas. A história bíblica, conta
que o arco-íris C a assimtuirai de Daus numa convenção feita
com os hamens; é, em certo sentido, m a «teoria» -mas que
náo explamai de modo saltisfatckio ai r z ã o d o a8rcdris se
repetir tamrto e andair sempre ligado à chuva. Na gmnde obra
de Newton é que pela primeira vez o enigma da cor foi cientifi-
camente atacado.
Uma orla do arceíris é sempre vermelha e a outra, violeta.
Entre a b a s as mais mes se dispõem. Eis a explicaqão que
Newton deu a o fenóimeno: todas as c o m estão presentes na
luz branca. Atmvesando o espaço in~teoplanletárioe ai atmos-
fera. causam-nos o efeito dai luz branco. A luz bramca é, por
amim d k , uma mistura de corpíisculos de diferentes tipos,
pmtencentes As diversas cores. No caso da experiência de
Newtan o prisma] separa-as no espaço, e a refracção C devida,
de acordo com a teoria mecaniicista, a forças que se originam
nas pa~rtícullasdo vidro e actuam nas pa~rtículasde luz. Estas
forças são diferentes para corpúsculos pertencentes a esta ou
Aquela cor, sendo mais fortes para o violeta e mais fracas
para o vermelho. Cada cor, partanto, refractase num curso
diferente, separa~ndme da^ demais quando a luz altravessa
o prismal. No cam do aircdris as gotas de água f a e m o papel
do prisma.
A teoria da, luz como substância fica então mais compli-
cada. Não temos uma substância única para a luz, mas
muitas, uma para cada cor. Porque se há alguma verdade
nesta teoria as suas consequências de- estar de acordo c m
a obçarvaqão.
As cores que a e x p i ê n c i a de Newton revelou na luz do
sol recebem o nome de espectro do Sol, ou, mais preckmente,
espectro visível. A d e c o m p i q ã o da luz branca nas suas com-
ponentes recebe o nome de dispersão da luz. As cares do
espectro podem s a n o v a m e unificaidas por m segundo
prisma- a menos que seja d e a a e x p l i c ~ o .O processo
será uma reversão do primeiro -o b t e m o s luz brama com
a fusão das cores separadas. Ntnvtan m ~ expe!rimentaJ-
u
mente que por esse sim* p r w é possivd obter luz
branca. Essas experiências constimíram um forte esteio da
teoria pela qual os corpúsculos pertencentes a cada cor se
çomporta~mcomo substância imutáveis. Diz Newton:

... tais cores não são geradas: tomamase aparentes pela


separaqão; parque, se novamente misturadas, novamente com-
porão a cor que tínhamos a a t a da sepairaqão. E pelo mesmo
motivo eansrnutações feiltais com a tu&% de divansari coras
não são reais; porque, q u d o os $mimsão de novo desde
brados, exibem as mesmas cores que tinham mtas da composi-
são; quando finalimente misturados o pó azul e o marelo,
a p r e c e aos nossos olhos o verde, mas as cores dos corpúsculos
cmponen\tes não se acham hramsmucaidas, ma5 apenas mistu-
radas. Vistas a o microscópio, os corpúsculos aparecem anistu-
radalmente azuis e aimarelos.

Suponha-se que isolámos uma estreita faixa do espectro.


Isto significa) que de todas as c o m só deixamos que umò
passe pela abertura feita n o écmn. O raio que a atravessa
é composto de !luz homogénea, isto é, luz que não pode ser
desdobrada. em compnenices. Isto é uma comquência da
teoria, facilmente c~nfirmávelpela experiência. De nenhum
modo,.taù saio de u m só cor pode ser dividido. Há meios
mui,to simples de obtermos luz homogénea. O Adio, p r
exemplo, emite luz homogénea a m w h quando incauidescene.
Imaginemos que de súbito m a estranha coisa sucede:
o Sol começa a erniti'r luz hounogBriRa de cata cor, d i g a m
a~mmla:A grande variedade de cores que existe no mmdo
imediatamente Iam~erA.Tudo l m m l o ou negro! Esta
predição é coinsequêlich da teorial da luz como substância,
porque novas cores não podem ser cri&. A sua validade
recebe a cmfimação da experiência: num irecinto cuja, Única
fonte luminosa é o &o incaùidmte, tudo fica amarelo ou
negro, A riqueza de cor do mundo reflecte a variedade Iae
cores de que a luz branca se compõe.
A teoria da luz como substância prece em todos estes
c m s justificar-se de modo esplêndido, apesar da necessidade
-
da Intti30du@o de tantas substâncias quaatais as cores o que
torna a teoria um pouco indmoctai. A mposiqão de que todo6
os corpúscuJos da, luz têm exactamente ai mesma velocidade
no espaqo, pame muim amtificid.
Podemos imaginar que outro conjunto de suposiçíjes de
carácter bem diverso igualmente se justifique e tudo explique.
E, de facto, em breve msistilmcs ao surto de outra teoria
baseada em conceitos difmtes, mas também explicativos dos
fenóanwios Ópticos. Antes do estudo dessa Inova teoria,, entre-
tanto, teremos de ;responder ai u m questão de nenhum modo
ligada a considerações ópticas. Retomemos % mecânica e per-
guntemos:

QUE É UMA ONDA?

Um boato nasce rn Washington e rapidamente chega a


Yova lorque, ainda que aenhulma das pessoas que 'tomam
parte na sua disseminação viaje da primeira cidade Ci tsegugnda.
Vemos aqui dois movimentos diversas: o movimento do boa'to
de Washington a: Nova lorque e o da6 pessoas que o espdhacnl.
O vento que paara sobre um campo de trigo forma uma onda
que percome todo o trigal. Tamben aqui distinguimas entre
o movimento da onda e o movimento das plantas sujeitas a
leves oscilações. Todos temos viçto as onda em circulos con-
cêntricos que uma piedm atirada 21 água forma, O movimento
dessas onda^ é muito diferente do movimento das partículas
da água. As partículas apenas sobem e descem. O movimento
observado na onda é movimento na mat&, não da própria
mat6ria. A cortiça a flutuar sobre 2 onda mostra-o claaa-
mente, parque se move para cima e p a baixo de acordo com
o movimento da água!, em vez de ser levada para longe
pela) onda.
Para melhor compreendemos o mecanismo da onda v m m
figurar m a experiência ideal. Suponhamos um g r a d e espafo
unifomemente cheio de hgua, ar ou1 qualquer outro meio,.
Em quralqua parte, no centro desse espaço, está uma esfera.
No começo não há movimento nenhum; súbito, a esfera
êomqa a ((respirar))ritmicamente, com expansão e contracção
do seu volume. embora sem perda da f o m a esférica. Que acon-
tece nesse ((meio?))Comecemos o n m exame no momento
em que a esfera principia a expamdir-se. As partículas do
mu5o)) am imediata vizinhança com ai esfera são impelida.
de modo que m a camada esférica de água ou ar, ou d o que
venha a compor esse meio, se dema. Do mesmo modo, quando
a esfera se contrai ai densidade da parte do meio que a rodeia
decresce. Esias mu-5 de densidade propagam-se par todo
o meio. As p t i c u l a s que o constituem apenms realizam
pequenas vibrações, mas o movimento total é o de uma onda
progressiva, A coisa essencialmente nova é que pela primeira
vez considerzimos o movimento de algo que não é mat6ria,
mas sim energia propagada daaitravésda mtériag.
Por meio do exemplo da esfera que m p i m podemos
i n t d u e i r dois conceitos fisicos gerais, importantes na caracte-
rização das ondas. O primeiro é a velocidade com que elas se
propagam, o que dependk do meio, vairiaaido se for água ou aù=
O segundo conceito t o de comprimento da onda. No caw das
ondas do mar, ou de uun rio, esse comprimento é a di9tância
entre o fundo de umia osida e o dai imediata, ou entre ai crista
de e a crista da próxima, Ass'm, o mar tem ondas de
maior comprimento. que as dos c r i a . No nosso caso das ondas
criadas pelo pulsar da esfm, o comprimento de onda é ai dis-

tância, num &do tempo, entm dois aden~meittosesféricos


vizinhos. É evidente que esta, distância não depende a p a s
do meio. A frequência de p d q ã o da esfera certsPanenlte que
exercerá efeito, tornando o comprimmto da onda anais curto,
Fe e pulsação é mais rápida, ou mais comprido, se é
lenita.
Este conceito de onda trouxe muitos sesultados pam a!
física!. É nitidamente m conceito mecânico. O fenóaneno
reduz-se a movimentos das particuhs qw, de aicordo c m a
teoria cinética, constituem a (matéria. Assim, cada teoria que
empregue o conceito de onda podie, em gwal, ser tida como
mecanicista. A explicação dos fm- acústicos, por exm-
pio;-4 iessencialimmte lxmwh ao conceito de onda. Corpos
em vibrqão, como as d s vocais ou ,as de um violino, são
fontes de mdks m o r a s que se propagam no ar, a o d o de-
crito na experihcia da &em pulsamte. O conceito de onda
p m i t m o s iredw* ao mecaaicbmo todos os h b o s
acústicos.
Já mtáanm qwe há que distinguir abre o movimento dciis
pam'cdas e o da onda em si, a qual cmstimi um lesa0 do

meio. Os dois movimentos são muito diversos, mas torna-se


patente que, no caso dla esfera puùaanite, crs dois movimentos
se d i m na mesma linha recta.
As ptfcultas do meio oscilam aw, longo de cwtos segme*
tos de recta, e a d e d a d e msce e d m c e periodicamente,
& acordo com arçe movimento. A &necção na q d a onda se
propaga coinicide com sii linka em que as oscilaqões se man-
t h . Este tipo de onda C chamado longitudinal. Mas teremos
só este tipo de onda? Para f h s futuros, havemos que imaginar
.ipossibilidade de outro tipo, o transversal.
Modifiquemos o nosso caw, da esfera puhnte. Está d a
agora mergulhada num meio d$feowite, uma espécie de dei-a.
em v a de água ou ar. Além disso, em vez (de pulsar, ai esfera
faz pequenos movimentos de rotacão de ida e vinda, sempre
com o r mesmo rimo e sempre em tomo de wn eixo definido.
A geleia adere à esfera!, e a p m e dai &leia aidarente vê-se
forçada a acompanhar os anovimtos da dera. Essa parte
da geleia força as que lhe estão chega& a f a m o rntzsmc~,
e assim por diante, de modo que uma onda se forma em todo
o meio g e h i n w . Se tivemos em mente a dishqão enm
o movimento do meio e o da,onda, veremos que não se fazem
na mesma linha^ A o& propaga~sena direqão do raio da
dera, q u a n t o as partes do meio se movem pqmdiculah-
mente a essa d k q ã o . D e d o ariámos uma anda t r a m
v d .
As ondas que se propagam ,m superfície do oceano são
~ramvarsais.Uma mha flutuante apenas sobe e desce; mas
a onda segue num plano horizontal. As and;is m m f m e -
cemnos o mais simples exemplo das o& longinidids.
Uma observação ainda: a onda pmuiwida por uma esfera
p h t e ou oscilante dentro de um meio hamogéneo é uma
mda esférica. DenUmulámei aasùim, poque, num diado m e
mato, todos os pontos do meio que d e i a a edemfcmnte
se mrnpmun da mesmtt m e i ~ r a Tamemos
. m a porção do
meio, a p& distância dai fmte. Quanto mais lmge da fonte
e menor fw a POTÇ~Q, mais -ta se assemelha a uun p h o .
Pdemos dizer, mbom sm gu-ande rigor, que não há diferemça
emmcial entre a superficie de uun piam e ai superfície de uma
pequena parte de uma esfera de raio suficientemente p d e .
Fneqwntemente faJaanos de pequenas pc~qÕesde u m onda
esférica muito atastada, como de ondas planas. Quanto mais
recuadamente figuramos a parte sombreada da figura abaixo,
ou mais longe ela estiver d~ centro da esfera, e memr fw
o ângulo mtre os dois raios A e B, methor a n- reprm-
se aproximará dai ond~lplana.
t q ã ~

O conceito de onda plana, como muitos o~~ conceitos


da física', não pasa de ficção, mas é conceito vdioso, de que
necessitaremos mais M e .

A TEORIA ONDULATORIA DA LUZ

Expliquemos o motivo que rn levou a interromper ai de+


crição do f e n h e n o óptico. O nosso intento era introduzir uma
teoria dai luz, diferente da corpuçculm. Para tanto, h o u ~
necessidade de intem- a exposição a fim de int&b
zir O umceito de onda. Voltamos agora ao ponto em que
estávamos.
Foi Huygiens, u m contempcn-ânm de Newton, quem
apresentou essa nova teoria. No seu tratado sobre a luz diz ele:

Se, além disso, a luz leva ~tennpoa caminhar -o que Iremos


ver -segue-se que o movimento i m p s o matéria é suces-
sivo; e ccmseqwntamsne espalli&-se, como faz o m, em
supedkies esféricas e ondas; digo ondas por causa da m e -
l h a n a que têm com as fumadas no água q d o nela atira-
mos um seixo; essa onda a~presentam sucessivo desdobra~r-se
em cí&ulos, embora 'tenha causa diversa, e l-evelalaseunica-
mente na superffcie.

De acordo cam H~uygens,a luz é u m d a , , m a rransfe-


rênch de energia, não de substância. Já virna que a teoria
corpuscular explica muitas dos factos o b s e r v e . Fará
o m e m o esta teoria mddibtóno? Temos de novamente propor
questões que já foralm respondidas peia teoria c x q d m
para ver se também assim m b e m buas soluCc>es. Façamo-lo
sob forma de diálogo entre N e H. N, defensor d a teaia
corpuscular de Newton, e H, defensor da teoria de H u y g m .
Nenhum dos dois utilizará argumentos desenvolvidos depois
dos bra~badhosd e s s dois grandes xnemres.
N: Na tewria corpuscular a vdwidade da luz mm signifi-
cação muito definida. Quer dizer Ia velocidade c m que os cor-
pústulos viajam através d a e s p a p vazio. Que significo a velo-
cidade na, teoria ond~uht&ia?
H: Significa a velocidade de uima onda de luz, é clãira
Cada onda que tmnh8~iemospropagase cam velocidade defi-
nida -e o mesmo se dá com a onda de luz.
N: Não m parece simples. As onidlas sonoras propagam-se
no ac as marinhas, no mar. Cada onda deve mr um meio
rillaiteriail em que caaninhe. Mas a Juz acrwessa o vácuo, que
o wrn não atravessa^ Admitir uma onda num e s p a q vaeio,
equivale á não admitir onda amhwma.
H: Sim, est6 ai uma difiiuldde que não me C mova. O meu
mestre Huygens ponderou imuito cuidadosamte esse ponto.
e declara, que o único meio de resolver a questão é admitir
a exitsthcia de uma substância hipotética. o éter, meio trans-
parente que peumda tado o Universo. O U n i m o está por
assim dizer irnerso no é t a . Se úivennos ai cwagem de btro-
duzir este conceito, tudo mais se tomará c l m e convhcente.
N: Mas m abjecto contra essa admissão. Em primeiro
lugar, trata-se da initirodiução de urna nova substância h i p -
t é t i a - e j5 temos muitas na física. Mas há &. O amigo
admite, sem dúvida, que podemos a* todos os fenámenos
mecanicamente. Mas como explicar mecamicarnente o éter?
P& explicar-me cmo o éter é constituido e c m o se revela,
em outros f&mos?
H: A sua primeira! o b j e o justificase. Mas, pela htro-
du& anitificiai desse éter sem peso, M m m t e nos liber-
tarmos da hipótese muito mais artificial dos corpúsculos de luz.
Te!rema apenas m e <misteriosa» sulhtância, em vez de um
número infinito m e e n a e à g& quantidade de cores
do espectro. Não acha que é prognedir? P e b menos as Wicul-
dades ficam ItIudas concentradas num s6i p t o . Não termos
nec?essidanle de admitir que partículas pertamnites a esta ou
Aquela car transitam coan a mesma wlocidade no @MO.
O seu argumento número dois tamMirn é procedente. Não
@emos &r uma explicação mecânica do &r. Mas quem
sabe se os futuros desenvolvi~ment9sda óptica, ou de outros
fmómenos, nos não revelarão a estrutura? De mamento
r e m a de aguardar novas expmiihcias e conclus0es; mas
espero que a o fim psamos resolver o problema da iesimtuira
mecânica d o der.
N: Abandonemos mamientaaiea~mentea questão, m a vet
que não pode ser resolvida. Eu gastaria de ver corno a sua
tearia, memo depois d o advento dessa p s d v e l wlução futura.
explica os h h n m que ai teoria1 c a r p w u h r torna tão claros
e compreensíveis. T m p exemplo o facto de a luz cami-
nhar no vácuo ou no ar em linha recta. Um p w h p de papel
colocado defronte de uimai vela produz umai sombra nítida na
parede. Sombrai assim nitidamente definida não seria passível
se a te& ondulatáriai fosse exacto, poirque as ondias e m m a r -
-=iam nos bordos do papel e diesse d o diluiriam os bordos
da sombra. Um pequem navio não constitui obstáculo para
as '001idâS do oceano, bem saibe; as andas curvam-se em redor
dele sem projectar s a m h .
H: Esse argumento não é procedate. Tome, num rio,
9n& c w que batam nas c d o s de um grande navio.
As ondas que se foirmarm de um lado não &o vistas do outro
lado. Se ~ L Sondas são mifkienteanenite pequemas e o navio
6 bastante gaade, m a l sombra perkiitannencte distinta apare
c&. É muito gmvávd qlue a' luz dê ai impewão de canninhar
em linha recta^, unicamente porque o ciant-nto das ondas
6 muito pequeno em c a m p - a ç k com o rmaaiho dos &h-

culas e orificios usados nas expriências. Ta\lvez que se pu-


d b o s criar uma, obstri~çãoadequadamente m h h e ne-
nhuma smbm ocorresse. Temos grande dificuldade em
construir um apareljho de expiência capaz & mostrar que
a luz se curva. Não obstamte, se uma tal expieniiência~fosse
seailizávd, seria decisiva MIdernonstnqáo do vdar de umai ou
de ouua 'temia da luz.
N: A teoria ondulatóh pode. no fuma, levar-nos a mvos
factos, não vejo dados experimiantah que a sustentem.
E até que a experiência prove a cwvabilidaide da h z , não
encontro mzZo para o abandono da temia carpusculm- que
nle p a m lmis simples e par i s o anebhor que o anduhtória.

Podemos interromper aqui o debate, embora ai mat&


não esteja esgotada.
R e m mostrar como a 'teoria vdiolaitána wcplia a &e-
ção da luz e ai miedade das cones, h b o 6 que a teoria
corpuscular explicou. Vamo6 comepr com a rrefracção, to-
mando, par comodidade, wn h á m e n o que nada tem que
ver com a óptica.
Figuremos um espaço aben-to onde caminham dois homnc
segurando pelas ponxas luma vara rígida. Comepm a c m i -
nhar para a frente, em recta, com ai mesma, velocidade. h-
quanto a velocidade com que caminham permarme a mesma.
a vara sofrerA um d e s l ú c m t o padelo, isto é, não mudar5
de direcção. Todas as sucessivas posições da vara &O paralelâ~
As anteriores. E m ~ e m o sagora que, por uma fmçk de
segundo, os movimmtos dos dois homens nãs sZo os m s .
Que acontece? Q a ~ oque, dumte eisw breve 3lil~mieait0,a vara
mudará de posição, pmkndo o prailel)snu> em que vinha.
Quando a velocidade dos dois homem se igiialar de novo, o di.
recção da \ra;ria m movimento já não m á a mesma. O h h o
anterior mostras clarmente.
A mudança de direqão deu* durante o i n m a b de
tempo m que a velocidade dos dois homens variou.
Este exemplo habilitaknws a compreender a refracção da
onda. Uma onda plana imn marcha através do ébeir tocai uma
Iamim de vidro. No desenho seguinte vemos m a onda que
apresenta uma f m t e comparativamente ampla. Essa f m t e
é um plano no qud, num dado mommto, todas as pau;tes do
éter se campartaim do memo modo. Desde que a velocidade
depende do meio através do qual ai luz vai passaaino, ela será
diferente na lâmina1 de vidro - diferente da que a luz possufa
no espap vazio. No curto espaTo de tempo em que ai frente
das ondas i r n q no vidro, d i f m t e s partes desb frente
rerão dikmntes velocidades. Torna~sec l m que 'a parte da
onda de luz que alcaaipu o vidro cauninhairá com a «velaoidade
da luz dentro de vidro)).enquanto as outras partes ainda a i -
nham cam ã velocidade da luz no éter. Por causa, desta dife-
rença de velocidade na frente das ondas durante o tempo de
imersão na [mesa do vidro, a direcção da onda muda.
Vemos, pois, que tanto urna teoria como outra explicam
a refracqão. Mas considerações pasturiares, com um pouco de
niatemática~,mostraim que a reoaiai o n d u U a explicaa mais
simplesmente e melhor, e que as suas consequhcias estão
em perfeito acordo com a observação. Realmente, os d t h s
quantitativos habilitam-nos a deduzir a velocidade da luz num
meio refractamte, s;e sabemos m o o mio que o a~wavesase
refractab Medidas directas m f i m a m esplendidamente estaa
predições-e portanto rambém confimm a teoria ondu-
latwia.
Resta ainda a questão da cor.
Cumpre recordar que umia onda se caracteriza por dois
numeros-o da sua velocid& e o do seu comprimento.
A suposiçk essencial na teoria ondulatária é de que os dife-
rentes comprimentos de ondas correspondem às diferentes
cores. O camprimenm d a ondas da luz õmatrela hcunogénea
dihre db da luz mmelhai ou violeta. Em vez da aa;tificid
segregqão de ccM.púscu~lospertencentes a várias cares, tiemos
a natilra~ldiferenqa dos cumprimentas de o&'.
Segue-se que a irprieriência de Nierwton sobre a dispersão
da luz pode ser desaita em duas lhguagãi1~di\neirsas-a cor-
pmular e a andulaitório. Exeanpio:

Linguagem Onchilatória

Os ,raias de diferentes cam- A luz branca é uma com-


primentos & onda, pmten- pmi@o de andas & todos
êentes a d i f m t a c m , têm os curnprimaMtos, c m o w
a mesma velocidade no &r, vemos separad ae no es-
mas 1t6mdifenenites velocida- pectro.
Qes no vidro.

Linguagem Corpuscular

Os corphcuJos pertencen- A luz hranca C unia com-


ws ai clifmtes cores t$m ta posição de corpúsCuàos per-
mesma velocidade no vácuo, tementes a diferentes cores.
mas t h velocidades d i k m - camo as vemos separadas no
tes no vidro. espectro.

Para evitar a aunbiguidade resultante da existência de duas


teorias distintas, ser& prudente decidir a favor de uma ou
outra, depois de cuidadosa c o n s i m ã o dos méritos reci-
p~ocos.O diálogo entre N e H (mosim que não é fácil a tarefa.
4 decisão neste ponto provuái antes do gosto pessoal do que
da convicção científica. No tempo & Newtm, e px mais de
3iim século a'hda, a, maioriai dos físicos propendeu para a teoria
~urpuscula~.
Em tempo muito mais recente, ai história deu o seu vere-
dicto a favor da teoria ondhtáriai-lá por d o s do
século XIX. No debate com H, opinou N que a dmomtrqão
experimental das duas teoaiaa; não e m coisa prováveà. A teoria
êorpuscular, não admitindo que ai luz se mcu~~í1199e, impunha
a existência de sombras riliti&. E rn temia ond~latória~ um
obstámio iextmmamenreaninho não daria sombra. Nos tra-
balhos de Ymng e F&, este resultado foi experimental-
mente d i z a d o , confirmando estas conclusões te6nicas.
Uma experiência muito simples já, hávia sido dkbtida,
na quad iwn écmn com um furo era colocado diante da fonte
de luz, pnoduzindo sombra, na parede fimtehai. Essa8 expe-
riência foi depois simplificada pela admissão da luz h o m e
génea cano fwo. Imaginemos que o furo no écran vai dimi-
nuindo de diâimetro. Se aworrarmos a u m forte fonte
IuaiinUsai e o furo far suficiwntemente reduzido, novo e
suqreendenoe: f m h e n o ommmá, de todo i n m p n s i v e l do
ponto de vista da teoria dos cmpúmlos. Desaiparece a clara
distinção e m luz e sombrai. A lua emaece giradudmmte
numa série de ainéis luminosos e escuros. O a ~ c i m m t ode
amé'i é característico da teoria1 das ondas. A explicação desse
dteniaimiento de anéis e s c m e 1umh~)sosé d h por outra
experiência. Suponhamos uma folha)de p p l nego com dois
furos de dfineite pelos q u i s a luz passe. Se os furos estão
b m pr8ximos e a, fonte de iluz homogénea é bastante farte,
muitas listas apia~wien-ão na pamede, que se vão gradaltiva-
mente esntaiecendo. A explicação C simples. Umia lista m r a
-ti onide um fundo da onda vindai por um dos f u , m encontra
a crista de outrai onda vinda, pelo outro furo, de que
anbas se m u h . Uma l i m de luz está onde dois fwidos de
onda, ou duas mistas dk onda,, vindas das dois fiiiros, se encon-
um e se ~~. A explkaqão é mais camplexa no caso
dos ardis escurm e lumimosos do exemplo anterior. Temos de
conservar em mente os dois fenónsemos pam os retomarmos
mais tarde. Estas experiências mostram 'a difmcçtfo da luz,
ou seja o desvio da, pmpagaçdo iiectilinea, quando pequmm
furos ou obstkillos se apresentam no caminho da onda
Com a ajuda de um pouco de maimnática podemios dar
nia& um paim em crente. É pasdvel verificammos quão grande,
ou melhor, quão pequeno, deve ser o comprimento da onda
que produz estes desenhos. Deise m& ai experiência demita
habilita-nus a medir o mpriimeaito de onda de unma luz
homogénea. Para dar ideia de q u k pequmos são OLS números
obtidos, basta citar dois comprimentos de onda -o do veme-
lho e o do violeta, extremos do espeoh-o solar.

O comprimento de onda da luz vermelha é de 0.00008 cm


E o da luz violeta é de ....... ......................... 0.0060~cm

Não nos dniremos de que sejam tão minkulos esses


núlmeros. O femóimeno da m b m distinta, isto é, o fenheno
da propagqão nectilínm da luz, é obsarmio na Natureza
unicamente parque os furos e ohçthlos que a expeaibncia
consegue são extremamente grades oamparativamente aos
camprinwntoç de d a da lia. S6 quamdo obtemos f u m
e obstácula ultramínimos é que a lia reveh a, sua natureza
cmdulaíólia.
Mas a história! da inve.çQqão da luz não está ainda, ter-
minada. O veredicto dio século xix não foi sentença final. Para
os físicos mudemos o dilenna da decisão entre c q ú s c d m
e cmdas está de pé, mas sob aspecto muito mais coanplida
Admitamos a cbennoa da reariiai corpusculair, mas retrmkendo
a p a s o ~phlm;btico êxiio dai ~FewrriaancBiatan6aIa.
ONDAS LUMINOSAS LONGITUDINAIS
OU TRANSVERSAIS

Tados os f & m óptica que a- fa~lme m prol


da iaitecmau~latória.A curvattuira da lu em nedor de pequenos
o&los e a' explicaq6o da n$racção mmtitnuean fiartes a q u -
memos. Mas, guhdm peks cxmmh mecânicos, cmpiriee9ih
que há aiada uma q u e a m vaiiada: a detieirmi-
@o das p m p r i w aiecânicas do éw. Essemia1 p m a
solução deste problema é saber se são longiltudinais ou mais-
veasais as odas da k z no &. Por outras pdawãs: prapagim=
-&o cama o m?Será a d a de luz devida a d a n p de
denaidade do «meio»,de modo que aae oscih@es das pam'eulas
x&m a direcção da ppagaqão? Ou d h a - s e o ém a
m a geleia &da, mneion no qual 96 andas bramwer&iis se
foanaan e oaãde x p a d d a s se movem em d i m o pmpn-
dicuhr h da onda?
Antes de m l v e r este problana~,procuremos decidir qual
d a reSpOGtas seir4 a preferível. Obviaimenrte, seria bam que ais
ondas ptmmmmm ao tipo larilghdhi, pque isso viria
simplificar a a o a n p r d r , mecânica do &r.A naaa fipraç50
do éter poda% apaioxhare da f o m de wm gás, com o que
explica a propsgaq50 das d a s sonoras. Seriam muito maiores
as difiddades 8e o éter tivesse de carregar ondas tramwmais.
Não C fácil c a m k o Cter como geleia. Hulygm paio@ ulm
eter-uiBiíeo, Go um émr-geleia. A N a m a cura muito pauco
dlm nossas limirtalções. Mas issi& ela, neste caso, generosa
p com <w fisicos qiie ~~ campemder d o 6 os fm&
menos cano mâníicos? Antes de daa?nos a mpoiFta, oumpm
-nos discutir novas ex@êInCim.
Deta1~hmxnn.muulicaima m a . Supanihdl11105 IâimMi~sde
tummalim com espeaniora que mas pmnita ver a luz altravés
d&. Tcmmmos duas desms lâminas e ouloquemdas entre CYS
n m alhos e a luz. Que v m m ? Se as Iâmlnas f a m mfi-
O ETER E A TEORIA MECANICISTA

A dkou&o dai9 váù.Eai9 tenmtims pauta m m e r a


naihurieai mecânica do éaeg mano meio de tmmmksáo dai Iw
A .
lerair-ia rmiiipo longe. Uma cmnamu+ mnmmm sipiiica,
como sabem-, que a s u k â n c i ~ C fcmrmda p r ~ r n w com l ~
f q a actuara aiol imgo de linhas que as usligann,foaças d
depeniidanites da distância. A áichn3insEio do éter amo wbetância
datada do caráctm ~ m i e r â da h gekk, seaia ditaa~aiie artificid
e aminlaauaal. Não a esúudmmm aqui; perimm á wm pwmdo
já 'morto. O carácter artificial de todas estas mposiçk e a
n e a s k h k de i n i t n a d e ;tams damw my06 cmnple&
mente desligados uns dos outros foram o kskmte para -ir
2 fd 1-m velha temia mecáni&a.
W a s difid* h4 ainda cmn o Bm. O &a deve
existir p r todaia paute, <raso queimoe expliar m~amicani~ne
os f&ep1~)6 ópii(?oâ Se a luz caaninha s6 atirw& de um meio,
não h4 a q q m vwiuç.
Saibemm, emtr&am,que os espaças initerestelanes não
ofemmm resisaênma ao ~ m m t dos o ooapos mteriais. Os
plm&x, par exemplo, viajam aicraivds do dtm-geleia sem
encontrar qualquer resistência, cmm I L que l h a qmia ao
mviunmto um mio m a ~ dSe. o Bter não p m r b a oe mavi-
m a o S da mat&a, não pode haver imwmcção entre as F-
t í m h do éter e as da matéria. A luz o~~ o dtw ie ú a a n i b
a massa1do vidro. ,ms a tata velocidade muda m vidro. Como
pmEuuYdn e mplo do que o dos fisim do h 1 0 xrx mas -
as msw dificuldades e dúvidas são raanbém mais amplas e
pfudris.

RESUMINDO:

Nas velhas teorias dos fluidas eldctricos e do luz corpus-


cular ou ondul~t6ria.vemos teratrrtivas de aplicaçdo clio meca-
nicismo. Mas, no reina dos fenómenos ópticos e eléctricos,
graves difiddades nos defrontam.
Uma cmga eldctrica em movimento age sobre (E agulha
~nagnética.Mas, em vez de depender apenas da distdmiu, a
força depende também da velocidade drr carga. A força nem
repele nem atrcri, mas actuo perpendicularmente à linha que
ligo a agulha ia cccrrga.
Na óptica tivemos de pender para a teoria ondulatdria.
contra a teoria corpuscular da luz. Ondas que se propapm
num meio constituído por partfculas acciomdas por forças
mecdnicas, é sem dúvida um conceito mecdnico. Mas através
de que meio caminha a Iuz. e quais as propriedades mecdmcas
desse meio? Ndo hd esperanças de reduzir o Eenómeno óptico
ao mecanicismo, antes de ser dada a resposta a esta1questão.
As diiiculdades na soIução do problema. porém, são tama-
nhas, que temos de abandonar (F luta -e com ela abandonar
Q teoria mecanicista.
(Fotografia de V . Arkadiev)

Em cima: fomgmfia de nanthas hirnhws


dapois que dois raios atraviessam doi f m s de
aifinete* um depois do outro. (Um dos furos
foi aberto; foi derpais tapado, anbes de abrir-se
o segundo). Em baixo: vemos que, quando a
luz passa simultaneamente pelos dois f m s , se
formam listas

Difmcção da luz em curva D i h c ç b da luz que m a


em redor de u,m pequeno atravh de um pequem
y1Mculo furo
- CAMPO, RtlATIVIDADt
O CAMPO COMO REPRESENTAÇAO

a segunda m t a d e do W o xix foram introdueidas


D
URANTE
(mf ísim ideias novas e revol~wiondrias;&ias que abri-
o caminho para u m nova mpreenaão fi~ldfica,d i v m
da compreensão mecanùclsta. O multado dos h a i b a ~ h sde
Fa9aday, Maxwell e Hmz detmnimu o dwenvolvimento
da f&a madama e lemumx à &ção de novos conceitos
pam ta canstrqão de um novo qwacliro da realidade.
A m w tarefa agora m ~ m e - s eem c k a e ~ > e os
r dwmm
nâPiU6mos que ases conçeitas provocaram ~o campo uemitffico
c mostrar como gmiuhen,te foram eles gauhhiaùdu em cihmza
s v*. Seguiremos m t e estudo a maacha lógica, nm
incamadmdo com a &em cma16gica.
Os novos conteitos origiaacm-se m rei~nodas fedmmos
eléctricos, mas é mais simples i n i c h ~ l ma~pnesãnitá-losm v é J
da mecânica. Sabemm que duas prdculas se atraem mutua-
mente e que esta força de atracção demace com o quwhado
da W~nciri.Podemos representar este f a ~ i ode um rn& dife-
ente, ainda que seja difícil c r n n e e r que vaùlmapts hd.
C cíiroulo m m 1 1 do nrxsso desenho 1ppmmtra um corpo
an-actor, digam06 o %I. Na reallidade a figura deve ser imgi-
nada cm espap e não num plano. O círculo, p r m t o , valle
por uma esfara no açpqo, o %I. Um corpo vindo de qualquer
parte para as pnoxi~ddadesdo Sol, será ~ a í dna ~ ,diffecção
da linha que liga o cen~tmdo Sd m d e caiipo. kssian, as
linhas do nosso diegeniho hdicaiu~á dlneoção da fcqa de a&x-
do Sol pariia dife3.eautes posicões do cuffpo, A flecha de c&
linha mostra que a força é d i g h pma o Sal - a farça de
aitraqão. São estas aa linhas de força do cmpo gravítico. De
momento ido ntk passa & um me não h4 razão p mra8s.
Mas IDO $esearho h& uan aspecto ammdmim que acentua-
remo8 depois. As linhas de f o ~ g asãv con~hniida8m -o

d e não existe matéria nenhuma. Por enquanto todas as linha5


de farça, ou, abreviadamente, o campo, indicam a ~ p n mcomo
um sapo se cumpartaria ala vizinihlm~ada esfera para a qual
o campo foi a m s ~ f d o .
As linhas do niosso espapmodelo são sempre prpendi-
u l m à superffcie da esfera. E desde que todas divergem de
um p z o , são mais afaetdas. Se a~limmtamde dum ou
três vezes a distância da esfera, então ai densidade das linhas
do mm modelo espacP1 ( e m h lmão m dmnlho) será q w m
ou n w e vezes menor. Deste modo as linhas servem a um
propósito duplo. Piimieiro, moçtralm a diipcção da forca
actuamte mbre um corpo nas vizinùiamp da deribsol. !iegundo,
a densidade das h ~ h wm espaço masm como a fmça vairia
com a, didincb. O desenho da c a p o , O C C W ~ ~ ~ W I B I ~h
~ t
v -
tadb, a dimcção da fmça gmitica e a sua1 d i e p
d k i a da distâaciia, Em mi dieserdh'o paiem ler a lei da gra-
vjitaCãa t k clahanneoite como em patavtm, au na em- e
ccoaiSanica liiqpagem miaitdrticaa representaçdo do
campo, com lhe dm-, podk paemr cl~ame iatem-
mte, mas n ã h& ~ meão para crer que marque qualqmr avapi@
pcsitiv~.Seri~muito dificil provar a sua utilidiade m caso da
gravitqão. Talvez dguém ache Útil oi~hacesaias linhas como
algo mais que desenho, i m w m d o mais agões de fwça pas-
d o pw elas. Isto pode aconma, ml& então a velocidade
das acções ao longo das linhas de f a a p d e m sar tidas cano
infini-k grandes! A f q a emre dbis carpas, segundo a
Id de Newtani, depende s6 da distâ~iucia;o m p o não mm no
q u e . A f c q a rem de pisar de um corpo pam auitm em
z m Iwrnpu! Mas conn, pam uma pessog m d v e l o mvimieniito
com velocidhde infinita não quer dizer caisai nenhwmu, a ten-
tativa de fazer no nosso desenho allgo matis que um modelo não
l e n a coisa nenhuma.
Não é ideia no mr>mmm di'scu6irai lei dai guarvitação.
Es&eproblema d u m o s u o i d c a u n ~como init~rod.u@oexpla-
n~F6riaide similaire~m6tod06 de ~aciochiona taurifaida elec-
tricidade.
Camqaremos cam al disamão da experi6hcia que criou
r&s dificddades à i n i m q ã o mecânica dos f a r y ó m w s
da Natureza. Já vimos m a c m t e eléctrica fluindo aimv&
de uan oinruitto em fonmri, de círculo. No meio eçtava ulma
a g u h msignética. No momento em que a c a m t e começou
.i filuir, m a forp Nova aparrieceu, a acióuia~r sobre o p610
m ~ ~ t i ec perpendicular
o à d i m ç ã ~das linlhm que ligassem
s fio ao pób. Esta foqa, se camada p uma carga circuIaaiite.
dkpmdia, m o a experi6nciai de Rowlauud demonbmui, da velo-
cidade da carga. E s k s factos experimentais cantmdiziam o
caniceito filos6fjloo de que toda as forgas agem na direcção
da linha que iiga as ptíIculas e só d e p e h da distância.
,.A expnessão exma da f a q a & iama cmmk que w n
sobre um #o magnétii é muito c a m p l d a i -muito mais
que a expmwão das for* ~vimcicmais.Padleanos, tod&via.
vhalizar as acções, cairnu, o fizemos m aaso da força mivi-
taiaimial. Eis a m a questão: com que f c q a a mmte actua
s o b um pdlo map6tim c01wc& riia ma viziinihanp? É uni
tainto difícil descrever asta f m p cam paiavras e ammno a m a
ÍÚIrmulia matemática m i a c0rn1plicad.a.Melhm será pepirieslepiirar
tudo q1~ain.msabemos ai irespeito dQs forças rnww por um
desenho, ou, antes, por uun modelo espacial, com Mas de
f q a . S u u p algumas d i f i d h k s wdas pio facto de
um pólo nnagdtiico só existir em cmexãio cam autm p610
magn8tic0, iimmudo um clipUlo. Podamos, d a v i a , imaginar
ai aaulha m~gméticade twl extensão que t m i c â 1 1 1 a ~hrqa
act~umtesabre o pólo mais próximo da -te seja tamada
e m canta. O oum má distante de mais, de modo que a foqa
que mk mma se t m a desprezível. P m evitar annbiiidade
direanaç que o pó10 magnético psóxlmo do circuito é positivo.
O carácter d~ for9 actuante sob o pólo mtg&tico posi-
t i m e 4 f i g u d o no n m o b h o .
2: como @ m i o 6 encontrar no desenho a direcção da foqa
em qluraaqiue;r p a o Iy0 eqYdço?
A regra paria em tral rmgddo ler a direcção de uma farsa
n& é tão simples m o no nosso exemplo anterior, no qual
as linhas de f q a m m
i rierras. Para esclarecer o processa
na figura abaixo só a t d desenilw urna M a ! de força.
O vector da forp é raigeme à linha de f a q a como má
graficaanmte indncaKùo. A flecha do vmmr e as fl& da linha
de h ç a apmtam paita ia mesma cii~recçZo.Asim, esta é a
dh-ecçZu, em que a farçri age sobre um p61o mgdtico neste
ponito. Um bam desenho, oui anelhar. um h d e 1 0 espa-
ciail, t m b 11uas diz a~lgurnamim s o k D comipriunento do
vecbr daLíbya em qudquer F. Este mt'cjr t a que ser
mis comprido onde as linhas &o mais denúas, isto é, próximo
dosfio, e mais culto onde as linhas são menos densas, isto é,
lange do fio.
Deme mado as lirahm de farça, UIU o capo, habilitam-NOS
ai i$abanninair as f a p s a~~tuamas mbne inn pólio m e
em qualqum p t o do earpcyo. Par enquanto é esta a úaka
juetificaqão da laihiosa cxmimqão do campo. M o
o que o campo ~@~Y~YI;E, exaIm;Lleprws som muito mais &e-
risse as linhas de h ç aa-c à mmte. Estas linha
são ciarudm que envolviam o fio e estão mm plam peapendi-
cdar àquele ean que está simado o fio. Lendo 1x10 desenho o
sentido da furça, ohgm umm vez anais à conclusão dk que
ela age enn d i r q ã o pqadicuUair a qmliquer linha que ligue
o fio ao pmfm de x q ã o da foga, parque a tangente de uni
círaulo é sempre p e n p a d i d a r aio 5õu mio. Todo o nmso
~.anihsolmwtoda6 forças actuamta pode sar mumido na c m -
trqão do campo. E n u m i l h o mmeito de cannpo e n t o ~ da
ccmrenk e o do pólo maignético paira repremntmos ats forças
a c b u m ~ sde um ando h simples.
A cada c a r m t e esta assaciado um campo ma~gdtico,isto
C, u m l força actua m p m sobre um pólo magn6tico jacente
perto do fio p r onde ai corrente flui. N a a r e m de passagem
que esta prapriedíade nos ha~bilitaa comaruir apalrelhos seii-
dvek que asinalam a existência de uma c o m t e . Aprendido
o m& de ler m modelo de campo de ulma c o m t e o sentido
das forças anagnIéticaç, podemos w q a r o campo que rodeia o
h poa d e flui a m m k , de modo Q m p n t a r a, acção
das forcas m g d t i c a s enn quadqm p t o do espalço. O nmso
primeiro e m p l o é o &amado saleui6ide. que C uma espiral de
a m e como se vê m t W n h o abaixo. QuieUeanúç pela exye-
r i k i a apreender o mais que pudermm a respeito do campo
nra@dtiw associado cam a c a m t e que flui ait~ravésdo sole-
ndiinle; esãe mnhechen~roserá imcoqmrado à construqãa do
b.As linhas de foqa dirigam-se db p510 positivo paina o
n@w. O wtur da foaíga ard sampre nniaa tangente à
linha de fwa e C mais longo perito dos pálos, parque a den-
sidade das liirhas t a m h é d a r niesses pw.O vector da
f.arFa reprmra a acgão do imã sobre uni p61o rnagndtico
positivo. Neste cam o magnato, e não a corrente, C a «fonrtebv
do mp.
0 s nansr>sdiais úl%immh n b s devem ser cuidadrxsaanente
clampairadm. No primeimo, tama o m p o miagdtim & uaia
c a m i t e que flui amn suEenóide; no ~ u o i d omos o m p o
magnético de urna bama rnagn6tiaa. sqnim~aanwo solenóide
c a barra, p a o-rmos a p a s os dois c a a n p . I~madi~ta-
mente veremos que são do mesmo carácter; nas Qk c=
as linhas de força vão de um extremo do wlenóide ou da bma
ao ~ I extremo
W do solmóide ou da h m .
A pe-wão do c m p o cK o seu primeiro fnuto! Srid
difícil a n m t r a r qualquer siuni~lmiddembre a cwnenik que flui
NO mlenóide e u m (barra se não fmse a reval~lgãoque ruxr dá
a nama comm@o do campo.
O m c e i t o de campo @e ser agora submetido a uma
pmva muito mais ripmsa~Veriflaarramw am breve se há a@+
mais do que uma nova ~ p r e s e n t q ã odas forças mFuiauiites.
W e m s por u~múfllllllen~toadlmirir que o campo caracteriza
tadas as a q k de idbticas miodalkhies detmmkdae pelas
suas dum diikmm fontes. Isto é lafpeoiasumia w u ~ ~ ãeoquer ,
dizw que, se um sobn&i&e m a b.anna magnética tiverem o
m w n o wmpo, nesse caso t& as mas iaidluêacias devam sai
as mamas. Quer dizer que dois denibidles ooaidu2.indo m m
elrkwica se campouitaun como duas bramas magnéticas, atraisi-
deise m nz!peiaiidm, exaetaunmte corno no oam das bam,
de acordo cam as suas p r & b relativas. Também Q@fica
que ulm mlen6ide e ma. b m se atmm e xqelean do mesmo
miado que dum h a s . Em wsumo: s i m c a que todas as acções
de um dieadide aitrmés do qual1 um c o m t e flui &o as
rnes~nrisque as de uma h a mag&iura, d d e que 96 o campo
é nspnsável par mas a q k , c nas diais casos o campo tem
o ;meamo cauber. A ierxpanência &innna em i a ~ l u t oesta
SU,@@Y)!
Mas comw> seria difícf chqyr ai iesm factus, se não fasse
o eonmito de camp! É mito complicada a expm&o de nmmn
L a mudança de um campo eléctrico, produzida
ca1ácWmi06:
pelo movimento de uma carga, é sempre acompanhada por
um campo magnético.
A nossa acmdmk bdseiwe na e x m h de O e d ,
OS DOIS PILARES DA TEORIA DE CAMPO

«A mivdmqa de lum campo eléctrico é amanpanhada pcu.


um campo map9ico.n Se tr0c;tnmx)~as p d a w «elécn-icm
e umagnética~»a *naasa pposiçáo ficará arnçlm: ((A m d a n y a
de um campo ético é acurnpaniihada~par um capo. eléc-
trico.» S6 a expeniêmcia pode decidir se há ou não vedade
misto. Mas o Seia de fomularr este prabiemiai foi sugeri& pelo
u m da linigmgem de campo.
Há justameme cem anos F d y rea~lizou uma expe-
riência de que adwb a grande desmbmla chas comentes
indurtivas.
A democnstiitaqão é simples. N d m tiipenim de um
w l d i d e , ou qdquea oiuitro ciirouiro, um k a ml@ica
e um das 'muitos I t i p de a p d h o ç q i s t á d da exist-
de uma cimente e l h i c a . Começa-nos par manter má b a m
moguiética em repouso pento de um denóide que fanme cir-
:uito fechado. Nenhum ccmmte fshuii rm fio, porque nenhuma
fmte 6 p x m . S6 há o caanpo magmrwtáitico dri. h m
rnai@.ca, que não muda m o t a p o . Al~teremusagm a
pmiqão do imã, afastamtio0 au apawximlanideo do solenóiie, i
vanroade: uma comente a p a ~ durante
~ á lulm cuirto intervaào
de tempo e logo se walrá. %pm que a, posifão do im5 6
mudada, a corremite reaparece e pode ser registada por um
í~parelhosufkientema~tesensível.

Mas, do p n t o de vista dla teoria de calmpo, ulma c a r m t e


significa a existência de uim campo eléotrico que determilna a
p a l m p dos f l u h eléctricw aaitavéç do fio. A corrente c,
p r a n t o , também o campo desaparecem qumdo o imã fica
de novo em repouso.
Imaginemos por um instante que a linguagem de catmpo
a ' k d a nãu é c o n h ~ i d ae que os resultados desta experiência
tem de ser descritos quiainitit'aitiva e quditativammte na! lin-
guagem da velha mecáaica. A n u m experiência mosralrá então
que, pelo movimento de um dipalo magnlético, uma força nova
se criou, movendo o fluido elktrico no fio. Su~rgea pergunta;
de que depemde esta faqa? Respxta difícil. Temw de inves-
tigar a dependência em que a força está da velocidade do imã,
da sm forma e da forma do circuito. Alem disso esta expe-
riência$ se interpretada na lin~guaganvelha, iaão nùos dá qud-
quer sugestão sobre se a corrente induzida pode ser exciimd~
pelo movimento de outro circuito conduzindo uma correnilte.
em vez de pelo mwimenta de uma hma mqn6tica.
Tudo muda& se e m p g m o s a linguagem de campa t
xlrnitivtos que aI x9ão é detamiaiada peh campo. Vemm
imdiaimimenih qwe o mledide ctmvés do quad a corrente fl~ux
serve tão bean q u a m a barca mgnética. O desenho miosim
dois solen6ides: um, pequeno, mravés do qual a comente flui.

e o oniitro maior, no qual ai mmmte induzida é regista,da.


Podemos ~ V B To pequeno w l d i d e , mm a a b e r i ~ ~ ~ ~ ~ ~ l
movíbu110s a h i im~gnética,crian~loiiainua, o o m hdnieida

no solmóide maior. Além disso,em vez de m v e r o pequeno


s o l d i d e Meanos d a i r e destmir um m p o magnético pala
cu-iatção ou de&mi@o de uma m k , isto é, a i h d i o ou
f.echdo o circuito. Uma vez mais os m w filcbos sugeridos
pela teoria de campo recebem +a cwlfimmçiio da expexiihia!
Tomemos m exemplo mais simples. Tmaç aqui um cír-
culo fechado s m ~nenilliumafonte de comaite. Nas vizinbmps
114 um campo magnético. Não tem importânh que a h t e
desse campo m1gn6ticoseja outro circuito através h qml a
comlte flua, ou suja uma b m mgnétia. A m s a iüpra
mwba o circuito fechado e x lhhw de f q a , magnética. A dies
crição qualitativa e qumtitativa h ~ ~ ~ ~ R Ida indqão
I I K )

tomase mluito simples q u d o feim nia linguagem do campo.


C o m a t 5 marcado ma figura, a i p m linhas de fargai m a -
vawan a superfície c W a r limitada pelo fio. Há que &-
&ar as linhas de força que atravessam o plano que tsm o fio
como moldura. Nenhum arrente eléctrica se manifesta en-
quanto o caanpo não muda, poir maior que seja a força deste.
jfas uma mnmlte m m q a a flueir iatnavés do fio logo que
muda a n ú i m m de linhas que aitmveswm a superfície cercada
pelo fio. A comrite C detemimda pela mudanp do n ú m m
de linihas que attravemm a superfície. &ta 'mudanqa m n(6mierca

de linhas de força constitui o único mncei~toessencial paua a


desuri@io qwmtitartiva e quaiitativa da m t e intimida. «A va-
ri@o do axúmem de linhas)) dgxifiua que a demidade dais
l i d a s mitd'ii. e isto, cocmw, já vimos, significa que a brp do
cmpo d.
-
Mudaqa de campo magn6rico c m k induzida -rnc
vim- -
de carga exktencia de caanpo eléctrico: eis os
ponto6 esmciais da mms cadeia de raciocinio.

Parramo: um campo magnético variável é acompanhado


ror um campo eléctrico.

Deste modo ieaicmmmos os dois mais hpntarutãç pilares


de sustentaição da temia do campo eléotrico e do mna~&ticio.
3 primeiro é a conexão ieam o m p o eléctrico variável e s
campo mapéticio. Decorx da experiência de Oeosted sobre a
deflexiio da agulha magn&ica e leva-nos a esta mxlusão:
um campo eléctrico varidvel é acompanhado por um campo
magnético.
O segundo liga o campo eléctrico v d v e l com a cimente
induzida e decorre d a expwiênicia de Fmday. A m m bf m a m
3 bwe para a descrição quantitativa.
Novmeniite o c m p o eléctrico que acompanha o campu
m ~ g d t i c ovariável nas a p w e coa0 algo ml. Tivamos ante-
normmte de i n u a g h r o campo magouético de uima colireaite
sem pólo. Sanelh~antemente,tem= de a l e p aqui que o campo
eléctrico exilste sem que o fio prove a presença de uma c m n t e
rndnizida.
De facto, os nossa dois pilares podem ser reduzida ;i
um- o bamado na expedncia de Oemed. O r e s u l t d ~ )da
experiência d e F d a y pode ser deduzido daquela pwrr meio
d'a lei da can~seirva~ão da energia. Mantemos os dois pilares
cinicamente por amor 5 clareza.
Ouitra consequ&ncia da descrição de ca!mpo deve sar men-
Temos um circuito que recebe a comente de uma
pilha voltaica. A ligasão entre o fio e a pilha, isto é, a f m t e
da c o m t e , intermmpe-se bruscamente. Claro que não há
niaa5 corrente! Mas durante essa c u r a intermlpcãa rn ilnitrin-
cado processo se realiza - uim processo que também @ a i a
sex previsto pela teoria d o campo. Antes da I n i t e r r u ~ ã odda
corrente havia u,m ca~mpo mqtn6tico r o d a n d o o fio. Esse
campo cesmu de existir quando a c m t e foi i n t m m p i d a
Partanto, gagas A htenupção de uma curremte, um campo
m\agnStico d e s a p m e u . O n ú m m de linhas de força passando
a t m v k da superfície rodada pelo fio mudou rapidmemte. Mas
essa rápida ~muulançacriou uma comente induzida. O que =i-
mente importa, é a mudança d o cajmpo magnbtico, sendo a
comente induzida mais fmte se a mudmqa é mlaior. Esta come-
quência vaile por outra prova &) teuria. A inteirmpção de uma
c m t e deve ser a c a m p h a d a pelo surto de uma fone e
momm~tâneacomente induzida. E a experi6ncia confirma esta
predição. Quem quer que haja interrompido uma c o m i t e terri
notado a faísca que sai. Esta faixa revela a farte d i f q a de
potencial causada pela rápida m d a n p do campo m~gnéitico.
O mesmo paurcessx, pode ser observado de outro ponto de
I ista -o da magia. Um campo magnético desaparece e urna
faísca salta. Ora,uma faixa r e p m t a einwgia; logo, o campo
magnético ~ m b é mrepressn~taenergia. Usando com rigor o
conceito de campo, temias de olhar o campo magnético comi\
fonte de energia. Unicamente deste modo poderemos desc~vei
os fenulmenos eléotricos e magnéticos de acordo cam a lei da
carmrva~ãoda energia.
Partindo de um eaigen~hosomodelo, o campo torna-se cada
\ çz mais reall. Ajdamm a compreender velhas factos e leva-

- IIOWK. A attribuiqão de energia ao campo é um pm a mmis


n o desenvolvimento do mnceito de ca<mpo,e as ideias de su'b-
tincia essenciais na teoria mecânica perdem terreno.

A REALIDADE DO CAMPO

A desêriçio quantitativa, mmemática, das kis do campo


estão resumidas no que chalmaimos as «equlaalções de Maxwell) .
0 s factos até aqui mencionados levam-nos à f d a q b demo
equações, mas o seu conlteúdo é mais rico do que podemos
119dicair.S6 um estudo ouidadoso nos revelia a sura profundidade,
A famuila@io dessas equqões coinsti~tuio mais importamte
xonteci~mmtoda física d e d e Newtoai, não s6 por causa da
riqueza do miteúdo, como t m k pooulue ehs dão fcmma A
iini novo tipo de lei.
Os aspectos ca,racrerbicos das e q u a ç k de Maxwell podmr
sei resumidos numa pdavra. Reprsentaim a estrutura do
campo.
Em que diferem em forma e raaicter as equações de
' Iaxwell das equaiçks da mecânica.' Que queremos dizer, afii-
nimdo que elas descrevem a estrutura do ca~mpo.'Como r
gaççíwl qnre d a experiências de k s t d e Fmaday possaunos
criar um novo tipo de lei d e trarma4d-n impmância~paira os
s física?
futuros ~ v o l v i m m t o da
Vimim, da experiencia d e k t e d , como uun a m p s
rnagdtico envolve uim caunpo décrrica variável; e da, expe-
ri&& de Facraday vimos como um campo eléctrico nodeia um

-L-=) g L
1

r
-

'
-
i
-I
1

-
I
-

--

a m p magnético va~ável.Para delinear algumas dais caracte-


r.isticaa da temia de Maxwell, ponhamos a, uiiossa a~tençãonuma
destas duas expe&ncias, a de Faraday, por exemplo. Vamo$
repetir a figura em que uima corrente é induzida par um calmpo
magdtico variivel. Já sabemos que uma corrente inuiuzida
aparece quiamdo o númem de linhas de força palssando p l ~
wperfície limitada pelo fw muda. A corrente a~parecerá,se o
.mpo magnético muda ou qulando o circuilto sofre defoma~$io
.PU se (movimenta: isto é, desde que o nilmero de linhas m a ~ n e -
m a s passando pela superfície mude, seja qual for a causa da
mudamqa. Levar em c w t a todas estas várias possibilidades e
cliscutlr as suas influêlncias, seria ma~téna pauia uma teoria
m i t o somplicrida. Mas não paderíamos simplificas o problema '
i xprimertternos eli~rniniardas nossas considmqões tudo que
se refira à fcarma do circuito, seu cmprimwto e supexffcie
:,ircunscrita. Im&nmm que o circuito da nossa última figura
se ;conna cada vez menor, reduzindo cada vez mais o e s p a ~ o
que ele ciramcreve. Nesse caso, p e d e o valor tudo qumto
diz & i a fanma e tamanho. Com o e s p a p limitado pelo
circuito reduzido a um p o , mniaaho e f m e 6 0 elaemtos
que d c s a m -e n6s obtemos leis qlw cwreilacirrniam as
mdaaqas doi campo eléctrico e magnético num arbitrário
ponto do espaço. num arbitrário momento de ;tampo.
Eis uni dos passos ~c~ que h ~ às m equgões de
Maixweil. Temos de n o w aqui e m experiência iddizada
ima@ilditivaanemte-a mpetieo dh de Faraday cam um cir-
cuBm AueMlo a um ponto.
%ria melhor considerar meio passo. em vez de um passo
inreiru. Atd aqui a massa aoerqão fixou-se na experiência de
Fatraday. Mas o pilar da nossã tearita, baseado na experiência
de Omtd rsted. que e iigudmenite estudah e dk manieira
similw. Nesta expiência as linhas de faqa mq~n&ticarodeiam
a mnrwnte. Reduzindwas a um ponto, o segundo meio passo
estará obtido -e o passo inteiro revela m d a i ç ã o entre as
mudanqas dos caimps eléctrico e magnhtico num arbitrário
pmto no espaço. num arbitrário mommto de tempo.
Mas há aimdai autro paso i n d i i d v e l . De acordo coni
a experiência de Fmday, deve existir um fio que prove a
ixi&ência da comn(tedo campo eldctrico, como m experiência
de Oersted deve existir um pólo magn6tico. ou agulha, que
prove a exhtênciai de um campo maign&im. Mas a teoria de
Mmwell vai a16m destes factos experimcn~rais. O calmpo
4éctrico e magniétim, ou. mais cmcenaradmmte, o campo
zlectromagn6tico, é na teoria de Maxwell algo real. O campo
t 16ctrico é produzido pela muda~nçado campo magnético, haja
w não o fio que prove a sua exhência; um campo magnéticc~
I prodnieido pela mudança de um campo eléctrico, haja nu
não um pó10 magnético que prove a sua existência.
,4siirn, dois pwx essenciais levam 9s equações de
klaxwell. Primeim: de acordo com as experiêndãs de Oersted
e Rowland, a linlhia ci~rcuhrdo campo magin6tico que m d e i ~
3 corrente, bem m o o c m p o eléctrico variável, rednieiram-se
2 u p ponto; de acordo com a experiência de Faraday, a linha
,-ircular do campo eléctrico que rodeia o campo magnético
tambem se reduziu a, um ponlto. O segundo passo consiste nla
ndmissão do campo como algo real; o campo electmagnCtico
existe, age e muda de amríto cam as leis de Mãxwell.
-4s equações de Maxwell d m w m a emmura do campo
rlectromagn&ico. O espaqo inteiro constitui o cenário dessa.
leis. e não, como na teoria mecânica, unicamente os ponto.
em que a matéria ou carga estão presentes.
Relmbremos aqui a wlha mecânica. Cmihwemdo a posiçãu
e velocidade de p t i c u l a num dado instante, e c d e c e n d o
3. forcas actuianites, toda ai f u m a órbita da palfitícuila poderia
ser prevista. Na m n a de Mmxmll, se conhecemos o campo
num dado inaauute podemas deduzir como o campo inteiro
muda no espap e no tampo. Essas eqwaçk habilitam-nos A
reguir a história do c a p o , do miamo modo que as equaiaiçõeis
mecânicas n a habilitam a seguir a h8btimória das p d c u ~ l a s
materiais.
Mas há ainda u m diferenp essencial mw *asleis mecá-
nicas e as equações de Maxwell. A cumparaqão das leis da
gravitação de Kewton com as leis do c a p o de Maxwell frisaan
alguns aspectos cara~terioticosexp- por estas equações.
Com o auxílio das leis de Newton podemos dednizilr c
movimento da Tema pela força ammnlte entre a Tenra e o Sol.
.As leis 1~igm-no movimento da T m com a a c ~ ã odo Sol.
A Terra e o Sol. embora .tão dilsbamtes, são actanes IID jogo
das forças.
Em Maxwell não há actores anaiterhis. As suas equa@k\
matemáticas expnaçsaun as leis que regem o camipo electre
magnético. Não ligam, como as de Newton, duas c o h aunlpla-
mente sepa,radas: não ligam o que xonltece aqui com a$
I ondições de além. O calmpo aqui e agora depende do campo
dt. imediata vizinhança, nulm tampo recém-passado. E s w
í.qua@es prunim-nos predizer o que acantecerá u)m p u c c
alem no espap, num tempo pouco depois, se sabemos o que
nconlteee aqui e agora. ~ i t e m passo ~ , a passo, o m s t
mnthecimento do campo. Por meio da soma de- passo*.
podemos deduzir o que a m t m e aqui pelo que aconi'temu lcmge
daqui. Na tearia de Newton, pelo contrário, s6 6 0 adanisíveis
oí grandes passos que ligam coisals distantes. As experiência<
de Oersted e Faraday @em ser deduzidas da teoria dc
Wixwell, mas unicammnite pela agregacão de pequenos passor,
. nda um das qunris é pvemado pelas equaqões.
Um d o mais profundo das eqwqões de Maxwell mostn
,1uenovas e inesperadas conclusões podem ser extraídas, poù.qut
.i$ mnwquências tehricas são de carA~terqumtitativo e mve-
Iada6 por toda uma cadeia de aqymen~toslógicos.
Imaginsmc~sde ncwo uma experihcia idealizada. U8m.i
pequena esfera m caqa eléctrica é foqada por uma iniifluên-
{ia e x t m e a1 oscihr rapidamente mmo um pêndiu~lio.. Cm-
3 canhecimmts que já temos das m u h p s do campo, coanc,
descrever em linguagem de campo tudo o que se passa?
-4 oscilayão da carga produz m campo eEmico variável
i.por consequênicia 1taanMm uni m p o magn6tico variável. Se

um fio formaindo s M m C c o h d o nas vizinihanps, enXãtãc


novamente o campo magnético variável lsrA acoanlpanhado p i
uma corrente d&trica ao circuito. Isto n5o passa de m0r.1
repetisão de factos oarihiecidos, ma5 O estudo das equayõies de
Vaxw~lIda uima visão mais profunda do pmblema da cairgd
oscilante. Por deduyão ma,temática das e q q õ e s de Maxwell
podemos apreender o carác,ter do campo que rodeia uma carg.7
oscilante, a sua e m t u r a próxima oni afmad~ada fanite e a sur
valriqão m o tampo. O ~emil~tado de al dduqão foi a ondu
k.tectromagn6tica. A euimgia escapse da carga oscilaaiia, via-
,mdo com velocidade definida auavés do espaylo: mas a traas-
ferência de energia -o mvimentto de um estado - i caractc
ri'çtica de todos os fenihmos de onda,
Difemtes tipos de onda já foram considegauiw. Vimos 3
anda Imgimdiml c d a pela dm puisaaxe, na qual as
mzidaqas de dmskkk se ppgm através do meio. Viirnos
I, meibgeleia em que a d a trammwsal se ppaga; uma
deformiaqão da geleia, causada pela mwão dla esfwai, movia-se
através do meio. Que t i p de m u d q a s se dão agora! m caso
d% onda ~ t r w n a M~d m~ç a?s de um campo e l e ~ t r ~ -
mgneitim! Cada mudança de um campa el6ctrim prodiux um
a n p o mcignétim; cadh mudamip deste campo magnético
g d w z um campo eiéwtrico; cada mudanya de..., e assim por
diiainte. Como o campo represeata energia., m i a s as mudaaqs
~alizadasm spaqo. ccun velocidade definida, practuzem m a
a .linhas eléctricasi e magné-
> d a . Como se deduz da l ~ ~ r iais
;icas de força, estão s e m p em plamm perpandicu~lmesà direc-
:ão da propagqão. A d a p d u z i d ~é, por isso, itraasversal.
ds aepectas ariginaits do quadro do campo que f d m o s com
1s experiências de Oented e Fairday ainda penmainecem, mas
>emai agora que pasmem significaqão mais profundo.
A anda clec~tnumagniéticapropaga-se no q a p . TamGni
,\to decoxxe da temia. Se s~~bita~menite a carga ascilante deixa
ie se mover, o seu campo tmna-se elecamtático. Mas as dries
l e ondas criadas pela osci~laçãocanitjinuaim a propagar-se. -4s
zndas têm existhcia independente e a história das suas mu-
:ancas pode x r ampanhcida do mesmo modo que a de qual-
p e r objecto materiaL
Outro ponto importante. Com que velocidade a ond.1
clwtr<rmagn8tica se propaga no espaço vazio? A teoria dá-nos
resposta clara: « ~vloçidadede uma onda electromagnética e
p a l ti velocidade da luz.
As experiências de Oerçted e Farday ffamaram a basr
Ias leis de Maxwell. Todos os muload'os até aqui obtidoi
provieram de um cuid!aidoso estudo destas leis, expresso eni
iiniguagm de campo. A descoberta &rica de uima onda
ileotrama&tíca propagando-se cam a velwidade da 11wcon+
+ituE uma da&grades conqIuims da ciência,
Os i a e m experimtiais cmfi~nmmaana p d q ã o da teoria.
=ela primeira vez há cinquenta ainos, Hmtz p m u ai exis-
:ência dias andas electrxmna~@&tlca,e expaimendmmte con-
fimnou que elas têm 0 w1wida~ieda lua. Milhões dk pesoas
se utilizam hoje das ondas electmmagnétictas, de todg e em
: d a a parte expedidas ie recebidas. O q a m i h o em u m é muito
m i s m p l i c a d ~que a de Hentz, e andas partidias de
rni~l~hwesde qui1ólrnen-m de diaância, e não apenas de p u c o s
inem.

CAMPO E IXER

A d ekctmag&ca é ~ m a n s v e de paiopaga-se mni


a velocidade da1 luz no espaqo vazio. O facto de e s m velocidades
xmm idênticas sugere unia íntima relaqão e m os fenbmenos
upticos e as electmmqpéticoç.
Quando tivemos de eswlher entre a temia carp1w:uilaù e
. onduhtó?ia, decidiimrrnas em favor desta. A ~c~ da luz
influiu m nossa, escolha. Mas nião c m l m r i m o s nenhuma
das explicaçk das factos ópticos, se admitiumos que a onda
luminosa é electromagnética. Pelo m á r i o ; outras conrlcuusões
ainda podem ser tiradiats. Se é realmente mim, então deve
cxisitir algum nexo a t r e as propriedades ópticas e eléctricas
da matéria, que p s a ser deduzido da teoria. O facto de quc
comlu& deste tipo possaim ser tiradas, qmiatndo o julga-
m n t o da expi&ncia, é um bom argumento a favor da teoria
electrumaigdtica da luz.
Este gramde multado &mo10 h temia do campo. Dois
ramos da ciência, aparemtemente sem ligação, socorrem-se da
m m a teoria. As equações de Ma~xwelldescrevem tanto a
jndqão eléotrica camo a refracção óptica. Se é nossa intenção
descreves aido que acontece, ou pode acontecer, por meio de
m a temia, então a união da Óptica e da eleatricidade constitui
~m grande pa&so em frente. Do p n t o de vista fisiw a ú~n,ica
d i h ç a entre a onda electmm~agdticae a an& de luz está
no campritmenro: (muito pequem para as ondals luminosa6 per-
ceptfveis pela vista humana, e grande paira as ondas e l e c t n
magnéticas captáveis pelas r5dioureceptom.
'A velha teoria mecânica tentau reduzir r o d a ar f&
menos do mundo a forças aclmndo entre partícula. Uma das
decorrências foi o ingénuo conceito dos fluidas elécbrims. Para
os físicos do começo do século xrx o campo m ã o existla. S6 a
wbaância e as suas mudmqas aram reais. Procuravam dw-
r ~ w ar acção de duas cargas eléctricas un~icmenitepor meicr
de conceitos com elas relacionadas.
No comqo, o conceito de campo não passou de um r n d c
de facilitar a compmmão dos feaiámenos, A luz da teoria
mecânica. Mas, na nova linguagem, é a descricão do c a m p
eaac as duna cargas, e não as ccl.rgas em si, que é essencial!
para a compreensão do modo camo elas agem. A admissão dm
iiovos cmceitos foi rdpida, e par fm a ideia de whstância
cedeu o lugar A ideia de csumpo. Vimos logo que algo de g r d e
importância sucedera A física. Uma mva mlidade se criava
icm novo conceito sem cabimento na velha desoriçãio mecânica
I-entmente, e com luta!, o cmceito de campo abriu caminho
e mtmnizoue canuo um dos c~ruieiímbásicos da física. par^
os sábios de hoje o campo elec;tramagn&ico é rão read camo
n cadeira em que se sentam.
Mas seria falso pensar que o novu, conceitu de campc
libertou a ciência dos e m da teoria dos fluidos elbtricos, ou
que a nova temia destdi as mqukms da velha. A m a teoria
ressalta os méritos, bem cornu>as lilmitqões, da velha, e habiibi-
litcwnm a mmnstrui~ros velhos conceitos p r meio dessa ~ v i s ã a
2 nifvel mais alto. B Isto d a d e i m não só para os conceito\
de fluido e campo, c m o para tbdas (asmudam~asnas teoria,
físicas. por mais mvohciluná~ri~ que p a q i m . No c m en-
discluinção, por exwnpio, ainda c m c c m m m na temia de
Vatuwell o coaiceito da caùgá eléan-ica, umbara campreendidcl
uniaimente c o m fmte do campo eléctrico. A lei de Codomti
ziinda está de pé e entra ~nnsequaqões de Maxwell, das quaic
pode ser deduzida como uma das suas muitas cunsequ6ncias.
Podemos aplicar a velha teoria m p m que i n w t i g m a s factos
que a não invalidem. Mas também p i e m o s aplicar a nova,
desde '&e t d a os factos con!heckh se ajustem h t r o delta.
Falando irnaghativamente, podkmm dizer que o cr4ar de
m a nova teoria niio c o m p d e ao demolir d e ulm paudieiro
para a c o ~ ã deo um manlha4us. k A m e s subir a, uma
nonrainha para alcanpr visão mk dilatada e descobrir i m p -
vistas l i m õ e s e m o riam punito de pairtida e os a n r e d m .
Mais o punito de onde paultimas aisnda existe e pode ser visto,
~mnquamtoa p r q a cada vez m m m e f o m e ulma parte bem
-nlnúmla da grande paisiagem desvendada pela almpliaqão do
~cwsocampo visual.
Tempo se p a w u a t e s que o conteúdo tutal das teorias de
i.lau<well Eosise apreemdiido. O c a p o h i nb começo quallquer
ioisa que mais tarde t h h a de receber interpretação mecânica
.unm o auxílio do éter. Isso, porém, tomou-se impossível; os
~esukadosd a temia de caunpo já se tinihaim mmtrado m i o
.dias e vaistos p - a . caberem no velho molde. Além d b , a
gmblema de prefigwar o modelo mecânico do éter ia-se aos
p u c m a$astando de qualquer mlução, ecm vi'sta d o carácter
'orçado e artificial desse meio.
A wsa única saídai é tomlaiilmos como assente que o espaço
:em a propriedade física de tralnsmitir ondas decm;umagn&icas
- e mão n m incam&rniu>s com a significaqão &te princípio.
Podemos ainda w a, pallavra éter, ma6 apendls; para exprimir
~lgiuimapropriedade física do espap. Não será a primeira vez
que mo curm d o dmmvdvilmento da ciencia assa palavra muda
de significaqão. Hoje já não é um (crnlew» corustituído por palr-
5culas. Mas a sua história ainda má longe do fim, e vai ser
iontinuiada pela teoriia da relaitividade.
O ANDAIME (MECÂNICO

LNeste pomo do nmso p&o tem de voltair atrás, à lei


da ingrcia de Gailileu. Diz ele:

Cada mrpo permanece no estado de repouso, ou de mo\ I-


menw mIfu11rllle m linha m r a , q u d o não campedido a
mudar de macio pela a q ã o de forqs sobre ele exercida.

U'ma vez cnmpmdida a ideia de inércia, paiwce estnanh<\


que algo mlais passa ser diao a respeito. O problema, enoretanito
par mais diiscu(tido que tenha sido, a i d a não está eqpuado
S u p o n h a m um d b i o que admita que a lei da in6rcia
pode ser provada au negada por meio da, experikia. Esse
sábio im~pele pequem16 bolas mim m a mwsa hrizontal.
proamando reduzir o a ~ ~ &aoo mínimo, e verifica que o movi-
rn m se t m a maik luoilifme q u m o mais as bolas e a mesa
9ã0 lisas. E q m d o Rstá pestes a p l m a ia lei de delileu,
algiuéim ilrilesipe-e faz-lhe uimai partida. O m sábio
twibailha num apmemo sem jaauelw, sem mhum mmmica@o
cam o mundo exterior. Alguém inala rim vizinihan~~âs zirm
mecanismo que faz o gaibimete gimair ribrpidamienite sobre um eixo
que lhe passa pelo c-. Lago que Ia m t q i o principia, s
sAbh depaira com uma mova e imprevista experiência. As bolas,
que estavam em nnovimetn~oumifme, procuram afastar-se o
mais pam'w1 do m m e apmxiumrse das @lar do ccnnpar-
thento. O p6pai~sálbio sente mzi estraaha f m p impeli1ndo-o
de encontro i parede, experimmtautdo a senwão que nb
cm1boio em mairda nm dá m a cuim; oni, melhor, a se~isação
de um camasise1 em movimento. Todos os multados que d e
obtivera ~ K Iestudo da inéwia se baralham.
O nmm sábio teria de dedazm-se da lei da inércia e cm-
quemtemmte de todas as lei mecânicals. A lei da i&cia fora
o seu pointr, de partida; se muda, haverá que m u d a tam;t>élm
todas as conclusões. Um obse~adorcondenado a pamar a vida
intei~ramm gabinete mmtivo, nele f d o as suas experiências,
teria necessidade de leis mecânicas difereateti das nosas. Çe.
por oulm lado, ele penetra no gabilnete mm um profundc\
:onihecimmto e uma sálida fé nm princípjios da física, a sua
explicação para o aparente daastre dn mecânica seria a de quk%
r ? gabinete girava. E por m i o de experiências mecânica podei2
~ i l d averifim~rcomo o gabinete girava.
Parque apmnmm,os aqui este exemplo do obervador
dentro de um recinto rotatívo? Simplesmtmte porque n&, na
Tema, de certa modo vivamos em situqãu, mmelhainte. Copér-
riico ensinou-nos que a Tara gira sobre o seu eixo e se move
em tamo do Sol. Mas até essa ideia, tão simples e clara paira
t&t não foi deixada irilmcta pela avanqx da cihcia. Par
ulm momento, porém, ~ ~ I I I ~ Kisto X Sde I d o e aceitemos o
ponto de v i m de Gopéwico. Se o mso observdor roraltivo
não pôde confirmar als leis mecânicas, &, no aasvo planem,
~mlibeimnão o padamm fazes. Mas a rotação da Tema, 6 rela-
r i m e n t e mrmxça, de m d o que QS seus delitos são pouca
perceptíveis. Não obsraite há muiitas experihk aeveladom
de um pequeno desvio das leis imecânicm, e ipso facto demcuns-
tradoras da nxrtaqão da Tema.
Inifeiizmeate nio a m e g u h colwair-nos entre a Terra
e o Sol paira provar a pmkira validade da (lei da inÙércia e ter
;i vi60 da Terra girando. Isto só pode mr feito em imagiruaqão.

T& as mssas expriências têm que ser waliz& nia Tema1


em que &aonos. Ou, mais cimtifiaaimmte: a Terra é o nosso
sistema coordenado.
Para mostrar clmmeuiite a significaqãu, destas pailavm,
tomemos um exemplo. E-11yrs padvel predizer, em qualquer
mamem, a posiqão de wma padra lauyada dR uma e im e
xmfimmar pela o b q ã o a predição. 5 u m escala m6trica
ia coi& ao h g o tia podamia~predizer que p ~ m
dela arará a. pedra num da& momento. A tom e a exala
obviaimma niio devem ser feitas de bomacha ou qiualquier
material que possa sofrer alterações duraate a obsermqão. De
tacto, uma exala imutávd, rigidamente ligada à t a r a , e ulni
bapi relógio são tudo qualnu> ntx basta p m a pmval. Na, posse
&to, podemos ignorar não só a arquitectura do torre como a
ma &@ia presentp. btas swposições são tnvia'11s e m c a
retardadas na d ~ r i @ o de tais experiênck - mas mostram
.amo em cada, afimoção m a existem suposições multas. &o
am p r m t e , admitimos a existencia de uma esoab rígida e
de um relógio, sem o que seria í o n ~ ' v e 1provar a lei de
Gailiileu relativa i qulediê dos m p o s . Com esses simples, ma.;
zítndmentais, aapasehos físicos, ' m a escala e um relógio. po-
,lemos provar a lei da queda das corpos çam çwto grau de
precisão. Cuidadosamente realizauia, a prova nevelará d k r e -
+ncias entre a teoria e a experiemia, devidas a~ faato de que
as leis mecânicas, como as temos, não são ãigoux>saanante
.álidas nim sistemla coordenado rigidamente ligado à Terra.
Em todas als experiências mecânics, de qualquer tipo que
\e]am, havemos que determinar p o s i ç k de pontos materiais
nium tempo definido. c m vimos x i m prefigwada.~ Devemos
ier o que ~ha~maimicxço sistema de referência, um andaime
mecânico que nos habilite a detenminar a posiqão d m corpos.
Xa descrição da posi$ilu dos homens e coisas de u m cidade.
3s avenidas e ruas formam s sistemla a que tudo se refere. Até
aqui não nos preocupámos m m desarever um sistema quando
stabelecmos l e i mecânicas. porque, c m o vivemios na T e m .
não 6 difícil, em qualquer caso, fixar um ponto de refesnrici
@idamente ligado a da. &te sistema de referência de toda as
:i~>ssas observapaçõey recebe o nome de sistema coordenado. C m o
vamos repetir muitas vezes esta expressão, par comodidade
~ b r e v i i l a a m mem duas letras: SC. SC qlmr dizer, pois. Sistema
Caordenado.
Em tada a e x p i ç ã o feita até aqui há a nutalr a, falta dt
qualquer coisa. Essa faltá é que todw as oohservaQ3~devem
3er feitas em relaçio a um Sistema coorde~ado,ou a um SC,
nair; em vez de descrever a e s t m t w deste SC, andamos a
por cima dde, fio o t o d o em consldemqão. Qlziaundo
dizemos que «~wn cmpo se move d o r n m e i m w . . .» devm'mos
dizer: uum wrpo move-se udbmemeniee am r e l q ã o a! um
dado SC...D A num experiência cwn o gabinete m t i v o
ensinaas qwe as d a a d o s experiências mec%nicaspodm
depender d o SC esdhido.
Se dois SC g h m em relação uim aio o u m , as leis mecâ-
niçiae m i o podem ser vhlidas em aanbos. Se a superfície da 4giua
de umri piscina (um dos SC) é h w i z d , anfio no onutro a
m p d k i i de urmra p k h a similar toma a f m a curva de quem
mexe o caf6 cosn a c o l l h d a .
Quando estaibeleçiennos as principais piarás m â & a s ,
d'eix4nics de lado uun ponto h p m n t e : não dech6myx1: para
que SC rnelas válidas. Por esse m i m , toda ai veha mecâ-
nica está susperisâ m ao; desde que não sabermo6 a que SC se
rdm. Mas de momento ponhamos isto de lado. Aclmimos,
para qumeinicar, que em cada SC rigidamente l i g a d ~h Tem
as leis da v& mecânica são vásMas. Embora s a i 4 . m ~que ~ a
T e m não é um adequado sistema de referêInciab m m n i t m e a -
mente adanimms que o seja.
Admitida f i a , pominto, a exhtbnci~a de um SC para o
qual as leis da mecânica são válida. Mas ser6 esse SC o único?
Surpoaiiia-se que tmm uan SC tad camo uun comboio, uim navio,
um avião em movimieazo. Serão as leis dh mecânica váli&
panai esses mvos SC? Sabemos dsfiuiidmnente que mim sangre
são vailidas, cumo no caso d o combrio que faz m a c u m , de
um navio que &a &s ou de m avião que d- em
p d u s o . C m m m cam o caso mais s i m p k . Um SC move-se
u-emm em relqão ao nosso «bam»SC- k b é, uan
no qual w leis mecânicas são válidas. E x e m p b u m c m b i o
ideal1 wni um ruavio em mm-cha lenta, em linha redal, aun veio-
cidade mmte. Por whservaqão di&& sabemos que esses dois
SC & chns»; que as exper0.Bncias fisim r e a l i d a s nuim
comboio ou navio diaçses çUão os mesmas mesulcados que
dariam se K i na terra f h e . Mas se o comboio p h ou
subiOaunenite a r e l a a vdcciie, ou se o mar está bram, coisa4
estrmh.as ai0ailtem-n. No çamboiio, a~ malta6 m~iecm+seb h g a ~
e NO mvio as cadeiras @wrn e os viajantes eaiijuíum. O que
tu& significa que, cbo pmto de vista fd5jia0, t s $bisda mecânica
não @.em ser a@icaicùas a esses SC, que são « ~ SC. »
h o ~ pode ser~ expmssa o pelo chmado «prin-
cípio da relatividade de Galileu)); se as leis da mecânica são
válidas num SC, entao são também válidas para qualquer SC
que se mova uniformemente em relação ao primeiro.
Se temaç d& SC que se m o v a não u n i f o r m e m t e em
relação m ao oniltno, então as I& da mecânica mGo podem
ser válidas m ambos. Aios chons)) SC, isto é, hqueks paaã os
qmis as kis me~~ânricas60 v 5 W , más chQlmtam sistemas
irrerciais. A questão de se u m sismm inercial existe, a4ùida! não
está reslvidla. Mas se a- existe, então h'merá um mhnero
infinito d d e . Gada SC que se move u~niformermwniteeni relação
ao SC inicial, é ( p a a n i h uim SC inercia.1.
Consideremos o cmw> de d ~ iSC s que p t e m de uma posição
conhecida e se movem u n i f m m e n t e em relação um ao oum,
cam velocidade c d m i d a ~ .Um comboio QU um mvio, par
exemplo. As i& da mecânica padem ser expedmep1i~'lrnente
cmhunads tanto na terra cano no coanKo ou n o navio de
miaircha iuaiihe. Mas difloullWe5 sulrgam se obsewadom dos
dois sistemas ccunsçaim a discutir u w õ e s do mesmo facto,
feitas do p t o de vista dos seus diferentes SC. Cada q w l
quererá ItmmtsFd~ as d o ma-o para a sua @pia
lingwa. Mais !um exemplo: o maano m v i m m t o de uma par-
ti& é o k a d o de dois SC, a [tema e o cambaio em mamha.
Tema e comboio são imrciiak. Mas bastará ç â i k o que foi
&semado em m SC para. conhecer o que foi absavado nio
o w , se m d d o mamemto as wlocid6 e posicões dos
d& SC hm d e c i d a s ? Pam a desaicão de factos é esslea-
c h l saber aoimo passar de ~iumSC paira aiutm, desde que são
mbas equiivahm e igoualmieairte adequados h descrição dos
fa~mNa realidade, basta conhecer os , m l - de um para
ter os & wtm.
Ooinsideram~ a questão de um pcmto de viera mais
a m b . sem (30i13hbOU nlavio. Para simpljificx aí matéria
inivãçt&aneimcs s6 o mkeniifo em linha recta. Temas uma
escraia dgida e m relógio. A escalla, a
ida,-en rm movi-
memo rectPineo. m SC equiiva~lmbeA escala dia t o m na expe-
riência de Galih. É m p r e ~n.a.issimples e melhor, no caso
do movimento arbitrário m lespap, um andaime rígido cam-
posta de bpantllehs e peqmdidaops, em vez de estaamos
as voltas com torres. mù~15,mas, ate. Suponha-se!que mas,
nu, mçso oaw> mais simples, dois SC, que são dz~asbamw
rígidas. blocamwlw uma sobre ri. ouara e ~rar;rsiaimiosa dene
miná-las o <ra!lto))e o «baixo))SC. Adimit!amios que os dois SC
se movem curm a velocidade definida unn em da@o ao aurtno,
de mado que rinn desliza wbre o outro. Admitanos que as duas
ba~mastêm m a exmn&o infinita. tendo pontas iniciais, mas
sem extremidades. Um relógio bamrá para os dois SC, porque

o fluir do twnpo C o ~ ~ B S para


T ~ Oa m b . No começo da m s s i
observa@o o poauto de partidia clas duas barras coinicidm.
.A paçição de um p t o material C nesse momento dabmiaiada
pelo mesmo número nas dois SC. Mas, se as bms se mwem
uriiihmemnnte, uma em ~ l a q ã oA aum, os dmen>s mrm-
ptmlerum h posições dos p um serão difanenites depois de
r n ímnpo, digamos um segundo. Considmmas um puna0
111amia1 da bama de cima. O nIíbnuem que detamina a mia
pmição neste SC que permiamece imóvel aão muda ccun o
tempo; mas o l n 6 m ~ na h de Mxo que
desliza, muda. Em vez de «o número mespondente a urna1
p i g o do porùro))diremws com mais hiievidade a coordenada
de um ponto.
Vemos no desenho que e ~ ~ ~ b oa r sentença
a que wgue
p&ep i1ntrincada,exprime dgo muito simples. A cwodemda
de lucm p t o no baixo SC é igud à suta cau* no alto SC,
mais a coordenada de a r i ~ r ndo a1to SC em da* ao baixo
SC. A coisa impmbmte é que sernpne p a d m mlçuiar ti, posi-
ção de umti particuls naum SC, se! sabemw a sua posição no
outro. Para esse fim tamas de ccxnhmr as Panções relativas
dos dois SC em cada ~miummto.Erm~boraisto prtreça a d i q ã o ,
é n a d i d a d e muito simpla e p m m m e d b r de debate
minlwho -e v e r e m a, sua utilidade mais rairde.
É vantajuço luatar a difemnqa entre determilm a posição

de um ponto e O tampo de u m facto. Cada o b s e d w está


com a sua ou tem o seu SC, mm o mlógio é muan a
ambos. 'Tempo é algo ccabmluto)) que flui iiplrnmte para os
okwadores de tuda os SC.
Agora outro exemplo. Um hcnnem caminha com a v d ~
cidade de três quilóme~rospor h m ao longo do convés de um
n~avio.Três quilómeónxç é o veilocidade em relq50 aw> barco,
aui, por outras plawm, moiebtiva a a SC rigidmmIbe ligado
ao barco. Se a1 v d w i d d e da m h c a q ã o é de criaita quilb
metros por hora m ~relqãoà costa, e se as velocidades uni-
fmmes do h m e m e do navio têm ã mema dilrecqão, nesse
c m a velocidade do hwnem será de trlrtra e três qniilómeteas
por hora em d a ç ã o Ia um ohervador na mta,e de cirês q~iZ16-
i n e m par hora em nalqão ao amvio. Podamuç foamniim mais
abst~mtamemteeste f a m : a velocidade de um p t o matexiel
em mvimmto relativo ao baixo SC é igiaaù à sua velocidade
nlWiva ao alto SCJ mais m menos a velocidade do alto SC
em ro<qão aio baixo SC-&OIIIT~R as velocidades têm a
m m t au oposta clkmçâo. Podema, pois, tmndorni;ùr 160s6
as gmí@es como também as velocidadw, de um SC para outro,
se cixdwmm as w l o c ~ e relativas
s dos dois SC. As posições.
ou m m a s , e as velocidades, são exemplos de quiamkhdes
d ~ ~ eme difwmtes
s SC ligados por mtm leis de trans-
formaçbo.
Existem, todavi% quamtidades que se conservam as miemnas
nos dois SC e paira ais quais não necessitairnos de n d u m a lei

de tr-mqão. Tomemos como exemploJ não um, mas dois


ponm fixos nta h m de cima, e consideremos a distância que
os separa. Esta dimâmia C ai d i f w m ~ aentre as c o a r d d a s dm
c b i i pontos. Para aahm as posições de dois pantcs d a t i v o s a
difemntes SC, tiennos de empregar as leis de ~risfolmaqão.
Mas, can~tiruhcbas dife?ie?aças de duas posições, as t m d o r -
maiç&s devidas aos difemmm SC aoiRii1iaunse mutuaunenk e
desparecem, como vemos claramente no desenho. T a o s de
acresoenrar e subtrair a distância mtlre ias arigens dos dois SC.
P. distâmoia de d d s pontm é por isso invariante, isto C , inde-
pendente da escolha do SC.
O imediato exemplo de uma quantidade I n d e p d e n t e do
SC é a mudanp de velocidade, ccmceito que já estudámos nia
mecâniical. Um ponto m b e r h i m v d o - s e em linha recra é
observado de de SC. A sua rndanp de velocidade é, piara
o u m d o r de cada SC, uma d i f m f a entre duas velocidades,
e as ~ r r a n s f m g õ e sdevidas ao movimento u n i f m e ~Eaitivs
dos dois SC anulam-se qutamdo c a h l a m esta dife~enqa.Por
mo a miudaùiç~de velocidade é uma «invaUiiaaiite», embora
s0aneait-e quamdo o rnovimenrto reliativo das noaos dois SC é
m i f o m . Eniitnetamo a mindtunp de w h i d a d e será diferente
em cada SC, sendo esta difereqa cletarminada pela variação
de vedocidade das movimentos dativos das duw barras que
repxsnraun os nossos sistemas dmaidaç.
E, por fim, um último exemplo! Temos dois p t o s mate-
riais, com forças aonuando mtm si, 96 m dependência da
distância. No c a w do movimemto rectilineo, a disthch, e
p m m m a forp, é inv-. A lei de Newtoai, que liga a
força com a rnuckmp de velocidadie, é, pois, válida nas dois SC.
I\iova~mentec h e g h m a uma a h & o que a experiência de
todos os dias confirma: se as leis da mecânica são válidas m m
SC, d o &no também em todias os SC de movimento uni-
t o m em r & @ ~ao primeiro SC referido. Os nowx exemplos
foraim das mais simples, mãs as c m c p d~e m ser sesu-
midas como se segue:

I. Não saibemos de regras para identificar um sistema


inwcial. E n c m m d ~ que
) seja um, podemos descobrir
um m k o infinito, d& que os SC que se movem
uniformemente um em relaqão ao outro são sistemas
inerciais, já que um o é.

2. O tempo correspondente a um facto é o mesmo em


todos os SC. Mas as coordenadas e velocidades são di-
fenantes, e mudam de acordo com as leis da tmsfor-
mqão.

3. Embora as coordenadas e a velocidade mudem quando


psamos de um SC patra outro, a for* e s rnuda3ya
de velocidade e, portanto, as leis da mecânica são
inrauiarttes com Irespeito às leis da transformação.
As kis de transformação paira caordendas e velocidades
chaùnmmos ((leis da velha mecânica)), ou, mais sintetica-
mente: transformação cldssica.

ETER E MOVIMENTO

O princípio da! relatividade de Galileu é válido para os


fenómenos meçânicos. As mesmas leis da mecânica aplicam-se
a todos os sistemas inerciais que se movem rela~tivamente
uns aos outros. Mas será princípio igualmente válido para
os f e n 6 m o s não-mecânicos, s o k t u d o aqueles para os quais
os conceitos de m po se revelaram tão importantes? Todos
os pmblemas concmtrados em redor deste ponto nos levam
à tmrial da relatividade.
Recordemos que a velocidade dal luz no vácuo, ou no éter,
é de trezentos mil quilómdros pw segundo, e que esm luz
é uma)anda electromagnéticai que se propaga l méter. O campo
electromagn6tico conduz energia que, uma vez emitida pela
fan,te, mmost~vida independente. Par enquanto m t i n u a m o s
a admitir o éter como o meio através do quaI as &s elec-
tromagnéticas, e, portanto, a luz, se propagam, embora$ re-
conheçamas as muitas dificuidades ligadas i estrutura mecânica
desse éter.
Suponhamwm s e n a o s n u n m i n t o estanque, tão iso
lado do mundo exterior que nem o ar entra ou sai. Se estaanos
faiasido, estaanos do ponto de vista1 fisico criando ondas de som
que saiem da fonte com a velocidade do som no ar. Se não
houvesse no d t o nenhum ar. ou qualquer outro meio entre
a boca que fala e o ouvido que ouve, não poddimos ouvir
nenhu<ms m . A experiência t e m mostrado que ai velocidade
do çam no a~ré a mniesmai em todas as iiiwz@es, se não há
vento e o ar está em repouso no SC escolhido.
Imaginemos agora que o aicem m i n t o estanque se move
unifomemente no espaço. Através das Paapdes de vidro do
recinto em movimento (ou comboio, se preferem) um homem
de fora vê tudo quanto se passa lá dentro. Com k nas medi-
ções do observador que vai dentro, ele pode deduzir a wloci-
d d e do mm relativa ao seu SC ligado ao #meiocircuadante,
e r e l a x i v ~ aao q w l o recinto se move, Aqui temos de
novo o velho e tão debatido problema da determinaqão da
velocidade em um SC, caço já a tenlhamos verificado num
oum.
O observador dentro do ~recin,todiz: d velocidade do som
é para mim a mesma em todas as direcçk.
O observador de forai diz: ai velocidade do som propagadò
no recinto em m~vi~rnento e determinada m meu SC, não
é a mesma em todas as direcções. E maior que a vehxidade
normal do som na di~mqãodo movimento do recinto em movi-
mento e menor na direqão o p t a .
Estas conclusik são tiradas da transformação clássica
e podem ser confirmadas pela experiência. O recinto condu;r
dentro de si o meio material, o ar através do qual as onda?;
sonoras se propagam, e a' velacidade do som m á par isso dife-
rente para os dois observadores, o intarno e o externo.
Podemos ainda tirar outras conclusões da teoria1 do som
como onda propagada, atralvésde um meio material. Um modo.
embora não o mais simples, de não ouvirmos o que dgukni
está dizendo, é corrermos Cbm velocidade maior que a do som
produzido por quem falla. Nesse caso as ondas mnms pradu-
zidas nunca' nos akançarão as t f i n p o s . Por outro lado.
se perdamos uma palavra. impmtante que nunca será repe-
tida, temos, para apanhá-la, de c o m com velocidade maior
que a do som. Nada há de i~rraciomlnestes dois exemplos,
excepto em que ambos os casos terímm de c m r c m a vele
cidade de trezentos e sessenta metros por segundo, veloci-
dade, aliás. que o desenvolvimmto técnico pode tornar possí-
vel. Uma bda projectada por u m camhão realmmte move-se
com velocidade maior que a1 do som. e rum homiean mimado
dentro dessa baia nunca poderá ouvir o estrondo do tiro.
Tados estes exeanplos são de cadcter puramenlte mecânico,
e permitemmx f m u l a r =tas i m p t a n t e s quu%t&s ser-
-nos-á ,possível repetir para o caso da onda de luz o que disse-
mos da onda sonorai? A p l i w s e á tanto aos f e n h e n m me-
c h i m s como aos Ópticos e déctiricos o princípio de relatividade
de Galileu e o d a ~ s f o r m g ã oclássica? Seria amkcado rn
ponder a estas perguntas com ((sim» ou «não», antes de ver
mais a fundo o que significam.
No caso dai onda sonora n o recinto em ~movimmtouni-
forme relativo ao observador externo, os seguintes pa~m
intermediários tomamn-se essenciais para a nossa conclusão:
A ) O recinto volante conduz o a r em que a onda mnora
se propaga.
B) As velocidades observad* em dois SC que se movem
uniformemente um em relaqão a o wm, Jão r e k i o m d a s pela
transformaqão clássica.
O correspondente problema, da luz tem que ser fornalado
de modo um pouco diverso. Os obw.rvadores do recinto
olante já não estão falando, rnas envia~ndosinais luminosos.
ou ondas de luz, em todas as dinxções. As ondas luminosas
movem-se através do &ter do mesmo modo que as ondas
sonoras no ar.
Pergunta-se: é o éter conduzido pelo recinto como o foi
o ar? Desde que não temos uma repmentação mecânica do
éter, tomase extremamente dificil mponder à questão. Se
o recinto é estanque, o ar de dentro tem que mover-se c o r
ele. Já com o éter não podemos pensar m i m , porque pelo
concepção que dele temos toda a matéria está nele ilmersai.
Yão pode havw janelas fechadas para o kter. O recinto
1-olante, agora,, significa apenas uim SC em movimeaito, ao
qual está rigidamente ligadai a fonte de luz. Mas está em n&
imaginar que o m i n t o volante com a sua fonte Iznminosa
conduz comigo o éter, do mesmo modo que o ar e s fonte
sonora eraim conduzidos pelo m i n t o estanque. Mas também
podemos imaginar o i n v m : que o recinto caminha através
do éter cama um mvio sobre um mar peolfeiitarmente calmo,
sem levar consigo nmhumai parte desse mar. Na nossa pri-
meira imagem, o recinto que se move cam a fonte de luz
coidue o &a-.Uma aoiiallogia c m a i1artda.mra é posslvel
e conclusões similares podem ser tiradas. Na nossa, segunda
imagem, o recinto que se move c m a fante luminosa não
conduz o éter. Não há aqui nenhuma alnalogia com a onda
sonora, e as canclusões tiradas para o caso do som não
servem para o caso da! cmdh de luz. São s ets as duas possibi-
s
a
lidades. Podemos imaginar a possibilidade ainda mais com-
plexa de que o éter só C parciallmente conduzido pelo recinto
volante - mas não há razão para, d!iscultir o mais complexo
antes de verificar o que diz a experiência em rela~ãoaos dois
casos mais simpies.
Vamos de momento retornau ao primeiro caso e admitii-
que o Bter é conduzido pelo recinto volante. Se cremos no
princípio da tramformqão das velocidades das ondas sonoras,
podemos aplicar as nossas mcIusõaç às ondas luminosas.
Não há m ã o para duvidar dai lei da wimsfonna~ãornechica
pela qual as velocidades têm que ser somadas em certas casos
e subtraídas em outros. De momento, partaaito, aceitemos a
transformação clássica e a ccandu$io do éter pelo recinto
volante.
Se eu acendo a luz, cuja fonre está &idamente ligada ao
meu recinto, esse sinal luminoso terá ai velocidade conhecida
de trezentos mil quilómetros por q u m l o . Mas, como o obser-
vador de fora permbe o movimieaito do recinto e portaaito
taunb6m o da f m t e luminm~,a sua conclusão deve seir: a vele
cidade da luz no meu SC a t e m é diferente em diferente';
dhcções. Na direcção do movimento d o recinto é maior que
a velacidade inomãd; e na direcção opusta C menor. A nossa
c m l u s ã o ser& se o d e r é levaido com o recinto v a h t e e se
as leis da mecânica são válidas, então a velocidade da luz
de@ da velocidade dai fonte de luz dentro do recinto
vhte. A l'uz q w chega aos nossos olhos vinda de uma, fonte
-I que se move, terh velocidade maior se o movi-
mento C n@ 'nossa dkecçiío, e menor, se C em diriecçã~cvn-
xárita.
Sê a nossa velocidade fosse maior do que ai da luz, pode-
ríamos damar-nos de uon sinal luminoso. Chegando antes das
ondas luminosas emitidas, podeiáauncrs ver coisas do passado.
P o d . . o s alpanhá-las em sentido contrário a~ da emissão,
e os acmteciimemm d o nosso planeta ~ ~ i c como
i m
um filme passado imvemenite d o fim para o c m q o . Todas
estas c o n c l resultaan
~ da admissão de que o SC em movi-
mento conduz consigo o éter e as leis da transformqão me-
cânica são válidas. Sendo assim, a anailogia entre a luz e o
som torna-se pfeita,.
Mas não há qualquer indica$io de que estas conclusões
sejam ve3.dadeim. Pelo contrário, vemo-1% ~ b ~ t i d por
a s todas
as observqões que tentam prová-lx. Sobre isto não há a
menor dúvida, eanbonai a demonstra+ seja obtida por expe-
riêaiciar; mdlrrectae, em virtude das difiauldades dzm directas.
A velocidade da luz, sempre a mesma em todos os SC, ntío
depende do movimento, nem do modo de movimento da fonte
luminosa.
Não vaunos detálhar as muitas exprihcias de que esta
importante concl~usãoresulaa. Podemos, todavia, mar ailguns
armem& muito simples, que, embora não provam que
a velocidade d'ai luz n30 depende do movimento da,fonte lumi-
nosa, tornam o facto c o m ~ v e i .
No moeso &terma pianetálrio, a Terra e os outros planetas
m o v a m e em d o r do Sol. Não saihos da existência de
m o s simmas p l d d a semelhm& a o nosso. Há, entre-
w w , n z u b sktame de estreb d u m : dum estrelas que
se movem ao d a r de um ponto que C o seu centro de gravi-
dade. A o-ão do movhento dessas estreias demonstra
a validade da lei da gmvitqão de N e m . Suponhamos agora
que a v e l d a d e dh luz depende da velocidade do corpo que
a emite. Neta= cam a s raMs de luz de uma es!mh caminha-
riam mais rapidamente ou mais lentamente de acordo com
a velocidade da meh no mmento do raio ser emitido.
A confusão dos movimentos não permitiria aceitar a validez
da lei de gravimção do \nosso sistema planetáirio.
Vajamms outra exwência baseada numa ideia muito
simples: uma roda que gira1 rapidamente. De acordo com a
nossa suposição, o éter é cmduzido pelo movimento e nele
toma palte. Uma onda luminosa que paçsasse perto da roda
teria uma velocidade quando a roda estivesse em movimento,
e outra quando estivesse em repouso. A velocidade da luz no
&ter em repouso m i a diferente da, velocidade da luz no éter
conduzido pela rada em movimento, do mesmo modo que a
velocidade de uma onda m o r a não é a mesma m m dia
calmo ou num dia de vento. Mas essa diferanp não 6 apreen-
dida#! De qualquer ângulo que encaremos o assunto, e seja
qual for a experiêaicia que fqamos, o veredicto é sempre
contra a hipótese do &ter conduzido (pelo movimento. Assim.
o resulrado das nossas considerações vem a ser:
A) A velocidade da lurr. não depende do movimento da
fonte emissora.
E) Não pode ser admitido que o corpo em movimento
conduza consigo o éter avolvente.
Temos, portanto, de abaaidonau a analogia entre as o h s
s o n m s e as luminosas, e retomar à segunda possibilidade.
que a ma'téria se move atmvés do éter, o qual não toma parte
ao movimento. Isto quer dizer que admitimos a existência
de ulm oceano de 6ter com todos os SC asentes nele ou
movendo-se em d a @ o a ele. Abandonemos por wn instante
a preocupaqão de que a experiência prove ou negue esta teoria,
e familiarizemo-nos com ai significação desta hip6tese e com
as condusões que dela possaai. tim.
Existe um SC em mpouso em rela@o ao ocemo-éter.
Em mecânica, (nenhum dos muitos SC em movimento mifarme
e m rela~ãoum ao outro pode ser distinguido. Todos esses SC
são igualmente ((bons)) ou ((maus)). Se ternos dois SC em
movimento uniforme, um em relação a o outro, nada significa,
em mecânica, indagar qual deles está em movimento e qual
em &pu90. Só o m v l m n t o umifmme rdatiw, pode ser
0bse~ad0. Com base n o principio da relatividade de Gdileu
não pademos falar do movimento uniforme absdu~to. Que
significa dizer que o movimmto unifmne absoluto existe?
Quer dizer que existe um SC no qual algumas leis da Naturem
são diferentes das que regem todos os outros SC. Quer dizer
ainda que cada observadiw pode aprender se o sãu SC está
em repouso ou em movimento, pela comparação das leis nele
válidas c m as que só são válidas mo SC ccnn o monopólio
de possuir o repouso absoluto.
Que c01~3lusõeshá a tirar se admitirmos o movimento
atrav6 d o &er? Que existe um SC distinto de todos os outros,
em repouso relativmmte ao o c e a d t e r . Toma-se perfeita.
mente clacro que dgumas das leis dai Natureza devem ser
diferentes neste SC; de contrário a expressão ccrnoviimento
através do é t m ) não teria 'sentido. Se o princípio dh relativi-
dade de Ga'lileu é válido, então o movimmto através do &ter
não tem sentido. Impoan'vel conciliar as duas ideias. Se, entre-
tanto, existe um SC especial fixo no éter, nesse caso as
expressões ((movimento aibsoiluto)) e ((repouso absoluto)) têm
signifkqão definida.
Não há escolha. Procunamos çailvair o princípio da mlati-
vidade de Galileu com a admissão de que sistemas coordenados
conduzem no seu movimento o éter, mas isto choca-se com
a experiência. O único meio dk sair do impasse C abandonar
o princípio da relaltividade de Galileu e admitir a ideia de que
todos os corpos se movem através d o calmo oceaùio-éter.
O paso imediato é estudar dgumas concliisões que con-
tradizem esse princípio de GaJileu e apiaim ai ideia do movi-
mento através do éter. e submetê-las h prova da experiência.
Tais experiências são fáceis de imaginar e difíceis de 3.ealizar.
Mas, camo estarnos lidando com ideias, não nos prieocym
dificuldades materiais.
Voloemos de novo ao mso recinto volante e aos dois
observadom, o i,nterno e o emerno. O externo rqmsentar'á
o SC normal, designado pelo oceandter. Nele al velocidade
da luz tiem sempre o mesmo vaiar estabelecido. Tcdas as
fontes de luz, em movimento ou em repouso no oceanoéter,
a emitem com a mama velocidade. O recinto volmte e o seu
observador interno m o m - s e no éter. Imagine-se que o luz
dentro dele se acmde e apaga, e que as p&es são trmspa-
rentes, de modo que os dois ob6ervadOIw podierm medir-lhe
a velocidade. Se indagamnos das mdlções que esses obser-
valores obtiveram, a, Rsposta será assim:

Observador externo: O meu SC é designado pelo ocemo-


éter, e nele a lua tm'o valor m r d . Não me preocupa que
a fonte de luz ou outros copos estejaun ou não em movi-
mento, porque o meu éter não é canduzido por essa fonte de
luz ou esses corpos. O meu SC distingue-se de todos os outros
e a velocidade da luz tem neste SC o s u valor exacto, inde-
pendente da direcção do raio lu~minosoou do movimento da
sua fonte.

Observador interno: A minha d a , ou recinto, move-se


através do oceano&r. U m das paredes afasta-se da luz
e outra aproxima-se dela. Se a minha d a viajasse com ã velo-
cidade da luz, então a luz emitida do centro dela jammis
alcançaAa a parede que se afasta cam a velocidade da luz.
Se a sala caiminhatsse cam a velocidade menor que a luz,
então a onda emitida, do centro dela alcanpria uma das
paredes antes de alcqarr a outra). A parede que se move
para a luz mia alcanpda antes da que se afasta da luz.
Por isso, embma a fonbe de luz esteja rigidamente liga&
a o meu SC, a velocidade da luz nPo será a mema em todas
as dinxçóes. Será menor'na di-o do movimento dal parede
que se afasta e d o r na &*ao coma+.
Assim, d no SC distinguido pelo oceano-éter a vele
cidade da luz seria igual em todas as dirieoções. Para outros SC
em movimeato relativo ao oceaaidber, dependerá da díxqão
que medirmos.
. Essa1 expmiênciai crucial habilitamos a tirar a prova da
temia do t mo vim to através do oceanoéter. A Natureza,
de facto, põe A nasai -@o um sistema m 6 d de alta
!elocidade: a Terra na sua rotaição em d o r do Sol. Se a
nossa suposição está certa, então a velocidade da luz na
dinxção do movimento da Tima diferirá da velocidade da luz
na direcfão oposta. As dikrenps podam ser ca~lculadase uma
expeiriência, pode ser concebida. Uma experiência fannos fai
imaginada por M i c h e h ie Mmley, de que resultou a («morte)*
da teoria do calmo oceanoéter a,ttrrivés do qual a matéria se
moveria. Não foi tnrantradai nenhuma dependência da veloci-
dade em relação à di~cqZoda luz. Nem a velocidade da luz,
nem qualquer outro fenómeno de campo mostraraan depender
dos SC em movimento, se e teoria do m n o é t m fosse levada
em contal. Todas as experiências u l t e têm ~ ~dado a mesma
negativa da de Michelson-Morley, não *velando qualquer
dependência entre a 1w e a direcção do movimento da Terra.
A situação tornaee cada vez m i s séria. Duas supições
foram experimentadas. A primeira, que os corpos em movi-
mento conduzem consigo o éter. O facto de que a velocidade
da luz não depende do movimtn~to da origem contradiz esta
suposição. A segumda~, que existe um SC distinto e que
os corpos em movimento não levam comigo o Cter, mas m i -
nham nele como num mar cdmo. Mas, se é assim, ent3o
o principio da relatividade de Calileu não é válido, e a veloci-
dade da luz não pode ser a mesma em cada SC. Novamente
temos a experiência ai contrariar a, suposição.
Outras teorias ainda mais alrtifkiais foram propostas,
como a de que o é t a só é conduzido pa~ialmiente.Mas falha-
raun. T d a s tentaram explicar o fenheno electromagnético
num SC em movimento com o aw'lio do movimento do éter,
ou com o movi~mentoaitravés do éter, au com ambos, e todas
falharam.
E temos aqui urna das mais dramáticas situqões reveladas
pela história dai ciência. Talas as suposiqões relativa ao éter
não canduziafm a na&! A experriêrilciai vetou-as todas! Olhando
para trás vemos que o éter, logo depois de &do, se tornou
o ctenfant terrible)) do clã das substâncias f i s i a . Primeira-
mente, ai construção de uma imagem mecânia do é t a reve-
lou-se impossível, sendo abandonada(. Isto foi em grande parte
a causa do desmoronamento dai mria mecanicista. Depois,
tivemos de a~banidonara esperaaqa de que stravb ou1 por
meio dai presença do ocean& um SC pudesse perma-
necer à pnte e permitir a admissão do movimento aibduto,
não apnas do relaltivo. Isto teria sido o único meio de o &r
justificar a sua existência. A d este momento todas as nossas
tentativas pala1 tomar o ékr uma realidade fadhairrwn. O &er
não revelou ai sua esta-utural mecânica, nem revelou movimento
absolu.to. Nadai ficou1 de todas as propriedades do &r, A v o
aquela para qual fora inventado: a capacidade de transmitir
as: ondas electromagnéticas. As nossas tentativas para des-
cobrir as suas propriedades levaa-am-nos a dificuldades e con-
traidilções. Depois desta odisseia, claro que chegou o momento
de esquecermos o éter, e de nem sequer lhe pronunciarmos
mais o nome. Devemos dizer: o espaço tem a propriedade de
transmitir ondas -evitando deste modo ai enuaickqão de uma
pa'latvraimarta.
A amissão de uma paiiavrai do nosso v~cabu~lário, entre-
tanto, não constitui m é d i o para o nosso caso. Há muita coisa
mais a ser resolvida ainda!
Mencionemos os factos suficiienteanente coafirmados pela
experiência. sem ma'is mos preocupamnos com o problema
do ((6...N:
I. -4 velocidade luz nuun espaqo vazio tem um v a h
fixo, indepe~identedo movimento da fonte luminosa
e do rmzptor dai onda.

2. Em dois SC que se movem unifomemente em reláção


um ao ou,tro, todas as leis da Natuma são exacta-
mente idênticas, e não h& meio de distilnguir o movi-
mento u4nifomabsoluto.

Muitas experiências confirmam estas conclusões e ne-


nhuma as infima~.A primeira afimqão exprem o c d o t e r
constante da velocidade dai luz; a segunda generalizo o pin-
cípio da relatividade die Galileu formulado para os ffenhenos
mecânicos, ou seja, tudo que acontece na Natureza!.
Na! mecânica já vimos que, se ai velocidade de um ponto
materiaJ é tail em tmla~qãoai um SC. então será diferente para
outro SC que se mova uniformemente em relaqão ao primeiao.
Isto decorre dos princípios da tmnsfarmaqão mmânica~.É dado
i~mdimamentepela m ça intuição (um h o m m mvendese
em relaqão ao mvio e 3 praia) e aparentemente nadai pode
estar errado! Mas estal lei da transformaqão mecânica está em
contradição wm o carácter constante dai velocidade da, luz.
Daí um terceiro princípio:

3. Posiqões e velocidades são transformadas de um sis-


tema inerciad p r a outro de acordo com a trmsfor-
rnalção clássica.

A contradiqão torna-se evidente. Não podemos cmbina1r


as três conclusões. A transformaqão clássica pauece muito
Óbvia e amplies para que alguém mte mudá-la. Já experhen~
rámos mudar o ( r ) e o (2) e a expeaiência desaatorizou-nos.
Todas as temias r e l a t i v ~ao movimento do «em requerem
uma alteracão do (r) e do (2). U m vez mais verifkhos
o ca1rácter muito &io h nossas dificuldades. Nec&taanm
-
de uma mova pista a qual é dada pelas aceitação da suposição
funbamental ( I ) e ( 2 ) e, por mais man.ho que o pareça,
peisi ,rejeiçãu de (3). A nova pista p r e de uma málire do
conceito irna& fm-táil e firn.idm; vaimos mostirar c o m
esta alnáik nas fmpt a mudar as mossas velhas ideias e
remove todas w dificddades.

TEMPO, DISTÂNCIA, RELATIVID,4DE

As nossas suposições são:

I. A velocidade da luz no vácuo é a mesma em todos


os SC que se movem uniformemente uns em relação aos
outros.

2. Todlas as leis da Natureza são as mesmas em1 todos os


SC que se movem uniformemente uns em relação aos
outros.

A teoria da relatividade comegâ coan estas duas suposições.


De agora em diante não usammos a ~ t r a n s f o ~clássica,
o
porque já sabemos que ela contradiz tais suposições.
É essencial aqui, como o é sempre na ciência, desligamno-
-nos dos pnxonceitos profunidos, frequentemente xpatidos sem
nmhulm discmimento. Desde que vimos que as mudanças
em ( I ) e (2) levam a contrad~içóescom s experiência, preci-
s m o s ter a coragem de adrniti~-lhachraamente a vailidade
e atacar o ponto possivelmente fraco -o modo pelo qual
posiqões e velocidade são wansíormadas de um SC para outro.
A nmsa htengão é tirar conclusões de ( I ) e (2); ver onde e
como iesças suposições contradizem ai biãinsfo-o clásçica;
e encontrar a significação fisica dos iiesulltados obtidos.
Uma vez mais o exexnplo da sala volante pude ser &o.
Sinais são emitidos do centro da 4% e de novo perguntamos
aos dois observadores, o interno e o e x m o , o que C que eles
contam observart, aldminindase unicaimate os mosi90s dois
princípi& e esquecendo quanto foi dito em rdaqão ao meio
atmués d o qual1 a luz caminha. E i
s o que responderão:
Observador interno: O silnad lumin0~0que paù-te do centro
da sala a l c q a r á as duas pairedes a o mesmo tempo, iama! vez
que as paredes estão a i g d distância da fonte luminosa
e a velocidade hluz é a memm ean todas as direcções.
Observador externo: No meu SC a velucidade da luz é
exactalmente ã mesma obsemada dentro &a (sala volante.
Pouco importa que ia fonte de luz se !mova ou não no meu SC,
darde que o movimento da fonte não influencia a! veiaidade
da luz. O que vejo é um sinal l u m i m o viajando com a veloci-
dade uiurma~l,que é a mesma em todas as d i m c w . Uma das
p d e s da d a volante p u r a fugir, e outra pmcura apmxii-
mar-se d o siniai luminaso. Por imo, a pwde que foge será
atingi& s h d luainioso u m pouco depois de eme ainuail ter
atingido a parede que se apmximci. Embora a diferença^ seja
se a velocidade da sala for pequema em c o m ~ a ç á o
rniiiirniiiihai,
com a dai luz, o sinal luminoso não alcainprá simultaplieiarmenife
as duas paredes opostas, que são perpendiculalrs à direcção
do movimento.
Comparadas as 'resposta dos dois observadom, o d-
t d o contradiz os conceitos, na\ aparência, bem fundado6 da
f&ca clássica Dois factos, isto é, os dois raios de luz que
d a n ç a m as paredes, são slmultâms parai o observador de
d e n m , mas não o são p a i o de fora. Na física clássica tamos
um relógio só para todos os ohxrvdares em talos os SC.
O t a p o , e, partamto, palavras tais m o «simulmaunente»,
(mais cedo)), ((mais tarde)), têm uma signifiqão albsoluta~,que
depende de. qualquer SC. Dois factos sucedidos ao mesmo
tempo num SC ção n-e simultâneos a tados as
outros SC.
As ~uposi$ks (I) e (2). isto é, a teoria da relativjdaKle,
foqa-nos a, abandonar &e p t o de vista. Descrevemas dois
factos c a n h d o s a o mesmo t a p o iaum SC, mas em tempos
d i h n t e s noutro SC. A nossa tarda é coanpreendm esta
consequência -compreender ai significaqão destas pailama&:
doi factos simultâneos num SC podem não ser simultânm
em outro.»
Que qureEmoç dizer cam «clois factos simultâneos num
SCN?Inniitfvmanre todo o mundo jdgo compreeuiidãr a signi-
f i c a @ ~da frase. Mas temos de desconfiar & intuição. Estu-
demos o caso, mas antes d k m há uma questão ai propr.
Que é um rel&gio?
A impressão subjectiva do fluir do tempo levanos a admi-
tir que um facto acanrteae amim e mtm depois. Mais, pam
mostrar que o intemdo de tempo entre os dois factos é,
par exemplo, de dez seguùùdos, ternos necessidade do relógio.
O relógio objectiva o conceito de tempo. Quaiqmr f&eno
físico pode ser usado camo relógio, contaoito que seja repetido
quantas vezes o desejarmos. Tomando como unidade de tempo
o inbervalo entre o com- e o fim de um facto, intervalos
arbitrários de tempo podem ser medidos pela repetição deste
processo físico. Todos CAS relógios se k i a m n e m ideia.
Na ampulheta, a unidade de m p o é o intervalo da passagem
da areia da parte superior para, a inferior. V i i r d o s e a m p u -
lheta, o feinómmo repete-se.
Em dois pontos distaaciadm temos dois relógios perfeitos
que marlam exactalmnte o mesmo tempo. Mas que acontece
na &alidade? Como podemos ter a certeza de que dois relógios
distanciados um do outro m & m exactamente o mesmo
tempo? Um método de controle poderia ser a tekvisão-
mas não se esquqa que lembramos isto camo exemplo e não
camo essencial A nossa aqumanta@o. Posso estar junto a1 um
dos relógioç e pelas televisão ver o outro. É-me possível então
julgar se de facto marcam o mesmo tempo. Mas isto não c o m
tituhia boa prova. A visão do outro relógio, que eu receberia
pela telev55ã'o. ser-me-ia dada por uma onda electmmagnética
-a quail caminha m ai velocidade da luz. De modo que nZo
há simdmeidade, porque, n o relógio junto ra mim, vejo uma
c& j4 passada. já ;iltnasadaj. Mas usa dificuldade pode ser
removida e eu receber pela televisão a neprieseai,ta#o dos dois
relDgios; para ism basta que eu esteja en- ambos. i g u a h m t e
afastado de almbos. Niesse caso, se ia imagem das dois me for
transmitida simultaneamente, recebê-losai no mesmo instamte.
Na mecânica usávamos uùn só relógio, o que nos foqava
a tomar todas as medidas nu vizinhanp desse relógio. Mas,
olhando para o ~mlógioa, distância, par meio, por exemplo.
da relevisão, havemos çempne de nos lembmr & que o que
no momento estaunos vieaido aconteceu m pouco antes, como
se dá no cam do pôr do Sol, que vemos oito onjirwitw depois
de o Sol m a r desapmcido. Cumpre, pois, fazar correcções em
todas as nossas leituras de tempo.
É portanto inconveniente ter um só relógio. E como nos
é dado saber o meio de vexificar a B m o n i a de vários relógim.
podemos imagináh tantos quaaihos quisemos mim dado SC,
cada qual a determinar o tempo d o que sucede, na sua vizi-
nhança. Os relógios estão todos em repouso relativo ao SC.
São «bons» relógios e sincronizados, o que significa que m o s
tram simultaneamente o tempo.
Estamos, pois, agoral usando muitos ,relógios sinmnkadas
em vez de um só, e facilmente poderemos julgar se dois factos
são ou não simuitâneos num dado SC. Dizar que uim dos factos
distantes acontece antes de outro é &a que já tem signi-
f icação definida.
Isto representa um a c d o com a velha física e não uma
t ontradição cam ai transfonmaqão cláaica.
Para! la defini~ãbde factos simul~tâneos, os relógia são
sincronizados por meio de sinais. Tma-se essencial, no nosso
esquema, que esses sinais caminhem com a velocidade d a luz,
irto é, a velocidade q,ue representa o papel fundamental na
teoria da relatividade.
M e que desejamos w t a r do impartante p b l e m a de
dois SC ern movimento u n i f m e nelativo um ao outro, teanos
de considerar duas barras, ccada qual com o seu re16gio.
O'vbse~adorem cada, um dos dois SC está com a sua b r r a
e os seus relógios rigidamente fixos.
Quando na1 mecânica, clássica discutimos medidas, &OS
uim d6gio para todm os SC; aqui, temos muitos m16gio6 em
cada SC. Esta d i f e r q não tem importância Um mlógio
seria suficiente, mas ningwh pode objleobair o o m o emprego
die aiPiMtos, d d que todo5 fundo- sinicmizaidaanemte.
Estamo-ùios aproxhamdo da p t o em que a transforma7
ção clássica se põe em conitradiição c m a teoria da rehtivi-
dade. Que acontece quando dois conjuntos de relógias se
movem unifmemmte em d a 6 0 rec-i'proca? O velho físico
responde: mada'; conservam o mesmo ritmo. e para ai ~ c a ç ã o
do tempo tanto pudemos usair relógios am repouso como
relógios em movimento. De acardo com õ velha, física, dois
factos simultânieos em um SC 9ã0 também shultânieos
noutcm SC.
Mas esta não é a única resposta possi'vel. Iguatlmente
podem<)s Mioghw rmi rel6gio em movimento que tenha itm
ritmo difmmte de o u m em mpouso. Discutamos esta1 p s i -
biIad'ade sam par cmpaata decidir se os mlógias mudmm de
rimo com o movimento. Que q u m w dizer com a su.pOSição
& que pn relógio em mavimemto muda de ~tinw? ArEmicamw>ç,
por amar à siunpliciwe, que temos u m s6 'relógio no SC
e muitos no baixo SC. Todos possuiem o mesmo maquinismo,
e os do baixo SC são siuicmnizadm, isto C. mos^ simulta-
neamente o ,mesmo tempo. Desenhemos agora três posições
wbsequentes de dois SC em movimerum relativo um ar> outro.
No printeino desenho as posições da ponteiros dos relógios
de cima e de baixo são convmionhente as mesmas. Todos
os *relógios mostram o mesmo tempo. NO segundo d d o
vemos as posições relativas dos dois SC algum tempo depis.
Toda as relógios no baixo SC mostram o mamo tempo.
mes o relógio n o d t o SC está fora do ritmo. O ritmo mudou
e o tempo difere, porque o relógio se move em relagáo ao
baixo $C. No terceiro desenho viemos na pc&@o dos ponteiros
a diferença aumentada com o tempo.
Um ohse~adorem repouso no baixo SC pode verificar
que um reI6gio em movimento muda h mitmo. A CO~S
se o relógio se movesse em relação w observadar em repus0
no alto SC; neste caso haveria muitos ~elógiosno d t o SC
e um só no baixo, AS leOr da Natureza devem ser as mesmas
nos dois SC que se movem em rsl;nção um ao outro.
Na anechica antiga era ta-ente admitido que uni
relólgiio em 'movimento não mudava de ritmo. Isto parecia
6bvb de mais piam ser lembrado. Mas naia deve peca
óbvio de mais: se m k t e visamos a precisão, temas de
asiadimr !todas as suposi@es até aqui~~ do ffsicá.
Uma supos@o não pode ser cansiderdai como não ra-
zoável simplesmente porque contraria ras da física cl4ssica.
Podemos, pois, imaginar que um relógio movate muda de
ritmo, se as leis da m u d w a são as -mas para todos os SC
inerciais.
Ainda outro exemplo. Tmemos um metro material, isto é,
ulma vara que tem um menu> de comprimto, enquanto está
em repouso num SC. Faqamo-10 mover* uniformemente <sobre
a barra1 que Teipresenta o SC. O comprimento da vara pa-
recerá ainda de um metm? Temos pmiiminaùimente de h
como determinar a extensão da vara. E n q w t o ela estam em
repouso, as suas extmnidades coincidiam com ai macrcâ de
um metro no SC. Disto coaicluimw>s que a exttmdo da m a
em repouso era de um metro. Mas como nisdi-la durante o
movimento? PaderA ser s i m : num Mio momento dois obser-
vadores fotogrdam simdtanieaanienite as extxrniddes da vam.
Se as instantâneas foram ti~aclossimultrune;bmente, podemos
comparar as marcas na bana SC com que as extsemidades
da vara coincidem. Estará determinada a sua extensão, Não
há r z ã o para crer que o resultado de tal m d d a seja o mesmo
obtido no caço da vara em repouso. M e que as fotqipfix
foram tomadas simulmeamente, o que vem a ser, m o já
vimos, uun conceito relativo dependente do SC, pame possível
que os resultados da mensuração sejam diferentes, em diie-
rentes SC que se movem em relqão um ao outro.
Podemos imaghax que não (sóo relógio movente muda de
ritmo como tamMm que a vara movente muda de extensão,
já que pam todos os SC hmiiais as leis & mudaqa são as
masmas.
A p a s temos discutido algumas novas possibilidades, m
dizer como as justificaas.
Wmbremm isto: a velocidade dai luz é a mesma em todos
os SC inerc*. I m v ' v e l conciliax eshe facto com a lm-anç
i'orma+o clássica. O c í ~ m l odeve ter-se quebriado em q d q u e r
parte. Não será justamente aqui? Não poderemai mipr
mudanças no ritmo do rel6gio e aia extensão da vara que
provenham dktamenite da constância da velocidade da luz?
Na reallidade piemos! E aqui está o primeim exemplo de
radical desacordo entre a velha física e a teoria da dativi-
dade. O niaru> argumento pude inverter-se: se n wlocidaide da
luz é a mesma em todos os SC, então a vara Imovente pude
mudalr de extensão e o relágio movente pude mudar de ritmo.
com as leis que govemam essas mudanças rigorosamente deter-
minadas.
Nada, há de imisterioso nisto. Na fkica velha sempre foi
admitido que relógios em movimento e em repouso th
o miesmo rimo, e que varas an movimento e em repouso teip
ri mesma extensão. !k a velocidade da luz é a (mesmaem todos
os SC e se a teoria da ~ ~ vé válida,
i ~nesteecaso temos
de sacnificair m a admissão. É muito dificil desfaemmnos
de velhas ideias, mas não 'Mm é d i o . Do ponto de vista da
relarividade os cmiehs lariitiga~ptammm a m b i c r ~ .Porque
h a m o s de crer no tempo absoluto, fluindo do mesmo modo
para todos os o k a d o m em tudo6 os SC? Paique ha~i~mkx
de c m em distância imutável? O tampo é determinado pela
relógios; o espqo é d e n a d o p ~ rvarras; o xesuiltado das
detemirilações pode depender do comportamento desses reI&
gios e varas quando em movimenito. Não há motivo para crer
que se cmportem como nós desejamos que se comportem.
.i obsernqão unosm, indktmnente, por meio ddas fenómentls
do campo electromagn$tico, que um dógim m movimaito
muda de ritmu>e uuna vrinia em movim- ~mu& de ex~nsão,
ernbma cum baw nos feai6mm fisicas rn supniséssems
que assim fosse. Temm de areiúar o conceito do tempo relativo
em' cada SC, pooque é o mdhor meio de vencermos as dificul-
dades. Posterior avanp científico oriundo da mlativldade
m a que este novo aspecto não deve .ser considerado
um md necessário, visto saem evidenites os méritos d;i teoria.
AtC aqui temos procurado aicstra~o que leva às s u p i -
ções fundamentais dai teoria dai xlatividade, e como m a
teoria força) a mvisão da ~ m s f m g ã oclássica por meio
de um novo exame do t m p o e do espap. O nosso objectivo
é indicar as ideias básicas de uma nova física e de m a nova
visão filodfica. Essas ideias são sim*; mas na f m a em
que aqui f m m formuladas não levam a conclusões ao m m o
tempo quantitativas e qualitativas. Temos de voltar ao oiasso
velho mCtudo de explicar só as ideias principais e apmentar
outras sam provas.

Para tornar clara a diferença entre as ideias dos velhos


físicos e as dos modernas, iimaghaimcs um diáIogo entre
4 e M -o antigo e o moiimo.

A: Creio no princípio da datividade de a i l e u , porque sei


que as leis da mecânica são as mesmas para dois SC que se
movem unifarmemente em um ao outro, ou1 por outras
pahwas, porque essm leis são invaaiantes relati~aanen~teà
tramsforunação clássicac
M: Mas o princípio da t-eIatividade deve se.r aplicado
a tudos os factos do mundo exrenio. Não só as leis da me-
câaica, mas também tudas as l& da Natureza devem ser as
meaimas nus SC que se movem uniformemente em relação um
ar, out!ro.
A: De que mudo podem as leis da Naitiírem ser as mesmas
paria esses SC? As equações de campo de 1- iuão são
invaniantes reI~tivmmteà transfma@o cIássica. O fen&
memo da velocidade da luz moamo com clareza. De acordo
com a txamformaqão clássica\, essa velocidade não pode ser
3 mesma nos dois SC.
M: Isto apenas mostra que a transfonnaqão clássica não
pode ser aplicada e que ai conexão entre dois SC deve .e dife-
rente; que nós não podiemos ligar c d e n a d a s e velocidades
como 6 feito nessas leis de braawfmaição. Temas de apresem
tar novas leis deduzidas das supasi@es funnlaimenctais da d a -
tividade. Não nos incomodemos com a expnessão maitanática
desoas novas leis de rnsfurrmaqão; cmtentemenm can saber
que são diferentes das clássicas. E denaminemdas abreviada-
mente tmnsformação de Lorentz. Pode ser mostrado que as
eqm@es de Maxwell, isto é, que as leis de campo ção inw-
Bimtes para a nãaisforma@o de Loreniz, do mesmo modo
que as leis da mecânica são invakiaui~tespara a t r a n s f m q ã o
clássica, Lernbmcmos de como era na física clássical. Tínha~
mas leis de h m s f o r m ~pam ,- leis de aãais-
fornação para velocidades; mias I& da mecânica! esam as
mesmas parai os dois SC em cam~Tínhamos leis de transfor-
mação para o eqmp, mais não para o tempo, porque o tempo
eiã o mesmo em t d a s os SC. Na teoria da ,relatividade não
é assim. Temos leis de ~ m a ~ difemtes ~ á odas clássicas
pam o espaço, o tempo e a velocidhdie. Mas as leis dai Natureza
d e v a ser as ,mesmas panai todos os SC. As leis dai Natureza
devem ser constantes, não, como antes, wn relalção à trauis-
faran;bção dásrioa, aras em rehçáo aio mvy) tipu de tranusfm-
rn-o, o de Lomtz. h) .t.odosos !X Entzciab as i s s leis
são válidas e a tmmiqão de um para auctro é dadai peh rr%nis-
f o ~ deobnmz.
A: Aceito isso que diz, mas quero conhecer a difarega
entre a transfomqão clássica e a de Lorea~tz.
M: Cite alguns aspectos da tranisformaqáo clássica e eu
procwarei explicar se estão ou não premados na1 de Laiiaitz,
e em caso contrário que mudanças sofreram.
A: Se dgo acontece m certo ponto e em certo tempo no
meu SC, então o observador em outro SC, que se move unifor-
memente em xlaqão ao meu, marcai um d i f m t e número
para a m ã o em que isso acorutm, mas marca o mesmo
tanpo. Usámos o m ~ relógioo em todar; os nosços SC,e 16s
rem itmpxtância que o relógio se mova. l? isto também
dei0 para, a sua teoria,?
M: Não. Cada SC &ve ser equipxio com os seus pa6prios
relógios em repom, u m vez que o movimmto lhes muda
o ritmo. Dois observadores em dois diferentes SC assinaiam
mão só diferentes números para e posição, camo rarnbém para
o tempo em que adgo acontece.

A: Isso quer dizer que o tempo não é u m invairiante.


Na aransformqão clássica o tempo é sempre o mesmo em
todos 06 SC. Na de Lorentz o m p o muda, comparta-se coma
a coordenada na velha) ~amsfoma@o.E que há com a distân-
cia)? Na mecânica antiga a vara mantem a sua extensão
tanto a o movimento como no repouso. E na nova?
M: Na novai, não. Dai tmnsformaqão de b r e n k decom
que a vara, em movimento se contra'i na direcção do movi-
mato, e tanto mais quanto mais amemta a velocidade.
Quanto ~maíis~rapidamenitea vam se mover, mais cum pare-
cerá. Mas isto s6 acorre na direcção do movimmto. Do me^
desenho pode ver-se a vara reduzida à metade da sua extensão,
quando em movimento com velocidade aproximada de no-
venta por cento da luz. Na direcção perpendicular ao movi-
mato, p é m , não há contracção, como se vê do segundo
desenho.

A: Isso significa que o ritmo de u m relógio iem movi~mmto


e a extensão de uma vara em movimento dependem da velo-
ridade. Mas como?
M: As mudanças tomam-se m~aisdistimtaç 2i proporção
.que a velocidade cresce. Da transfoirmaqão d e Lorentz decorre
que a vara se reduziria a zero, se a velocidade alcançasse
a dai luz. Si~mila~rmenite,o ritmo de ulm ~ l ó g i oem movimento
toma-se lmais lento comprado com o dos relógios fixos da
bairra de referência, e chegairia a zero se o relágio se movesse
com a velocidade da luz, isto é, se o relógio fosse «bom».
A: Isso parece canoradiuer tadas nossas experiências.
5aibemos que um c a m não fica mais curto quando e m movi-
mento. e talmb6m sabemos que o condutor desse c m o pode
sempre comparax o seu «bom» relógio com os que vê pelo
caminho, verificando que 60 c e m s - O que é conitráno
à aaerção acima.
M: Não contesto. Mas esças velocidades mechicas são
muito pequenas cmpar&as com la da luz, e torna-se groteçf~
a aplicaqão da irelatividade ai 1tai.s f&enos. Cada condutor
de e&ro pode aplicar com s e g m n p a, física antiga, ainda que
aumente a velocidade d o c m o cem mil vezes. S6 p o d a m
esperar desacordo entre a exparihcia e a tnansfomação
clássica quando as miocidades se aproximem da & luz.
Só com as máxilmas velocidades si vaiidade da trainsfomação
de Lorentz pade ser verificada.
A: Mas há ouma dificuldade De m r d o com a velha
me~ân~icaposso imaginar corpos com wlocidades ainda
maiores que a da luz. Um c o r p que se move com ia velocidade
da hz. p t o em ~ h @ com o um w i o em marcha, move-se
em relação à praia com veloaidade maior que a da luz.
Que acontece A vara que encolhe a z m quando a wlocidcbde
igualla a da luz? Não podema esperar uma extensão negativa,
com sind (-), se a velundade é maior que iai da luz.
M: Não há m ã o para IA sarcasmo! DQ ponto de vista
da mlativida~k, um corpo ~mamialnão pode ter velocidade
maior que a da1 luz. A velocidade dá luz é o limite ú1tiuno da
velocidade de tudos os caapos mastakíis. Se a velocidade do
corpo for igual A da luz daitiviaunenre a (um d o , será
também i& à da luz dartivamente h @a. A simples lei
mecânica de adicionar e subtrir velocidades já não é válida,
ou, mais p~isaimeitte,só é válida para p e q u e m v e i d a d t s
-não 'para as que se aproWmaun da da Im. O número que
exprime a velocidade da luz aparece explicitammte na wil~ls-
formaqão de Lorentz, e desempenha o papel de um limite,
cwno na velha mwânica a velocidade infinita &ta teaiai
mais geral não contradiz a trasfonnqão clAsicai nem ai velha
mecânica. Pelo conitránriU, malida os velhos conceitos, mas
l i m i m d o a aos casos de p q u e r m velocidades. Do panto de
vista da relatividade ressaltam os casos em que a física antiga
é váliida e deoirmo de que limites de ficar. Seria grotesco
aplicar a teoaia, da relatividade a movimento de carros, navios
e comboios, como seria tolo usar a maquina de cdcuhr
quando urna simples tabudai de muiltiplicgão é suficiente.

RELATIVIDADE E MECÂNICA

A teoria da relatividade nasceu por força das &iaas


profulndas e insolúveis corutrdições da teoria clássica. E a sua
farça jatz na consistência e simplicidade com que resolve
todas e s s cmtradiqões por meio d o emprego de umas poucas
e muito cmvincentes si~pos~ões.
Embora ai relatividade se ergueme do problema de campo,
tem que albarcar todas ats leis físicas. Uma dificuldade se
a p m t a . As leis de campo, de um lado, e as leis mecânicas,
de outm, são de diferentes tipos. As equações do campo
electromagnético são invdantes com <respeito à transfor-
m g ã o de Larentz e as equqães mecânicas são inùiMpiantes
com respeito à trançfomqão clássica. Esta traindomgão
não passa de um caso especid daquela em que as velocidades
são pequenas. Se é h, a velha mecânica deve mudar de
mudo ai confomar-se com a exigência de invariabilidade dai
transfomaçZo de Larentz. Par mtm palavras: a velha1 me-
cânica não pede ses válida pairril velocidades que se aproxi-
mem da da luz. S6 uma transFomqão de um SC em outro
pode existir: a, de Lomtz.
Foi simples mudaa a velha mecânica de modo que não
contradissesse nem ai temia & relatividade nem a riqueza do
material clássico. A velha mecânica 6 válida para ats pequenas
\-elocidades e f o m a um caso limite dai mecânica novai
Seria interessante considem d p m exemplo de mudança
na mecânica antiga introduzada pela m1aitivida.de.
Adunitmnos um corpo de imiaasra M í , que se move
em linha recta e 'noqual actua uunai f o q a externa na direcção
d o seu movimento. A força, cornu> sabemos, é pparcional
à variação da velocidade. Ou, pam sermos mais explícitos.
não importa se um dado corpo aumenta a sua velocidade
de roo a ror pés por segundo, ou de roo a roo milhas e I pé
pcq segundo, oul de 180 CKIO a 180CKIO milhas e r pé por
segundo. A f o r p actuana sobre um dado corpo é sempre a
mesma paira a mesma mudaaça de velocidade no mesmo
tempo.
É isto verdhdeiro do ponto de vista da rdatividade:
De modo nenhum! Esta lei ç6 vale para as pequenais velocidades.
E qual, na teoria da mdatividade, a lei paw as grandes velo-
cidads próximas da dh luz? Se a velocidade é grande, forças
extremamente fortes são requeridas para mmmtá-lat E, quando
ulma velocidade é igml à da luz, C impossível aumentá-la
ainda mais. Assim, as mzi&ngas emidas peh tecuia da
relatividade não são de surpreender. A velocidade da luz é
o limite último para todas as velocidades. Nenhuma força
finitai. p maior que seja/, pade determinar um aumento
de velocidade l a l h desse limite. Em \rez da velha lei mecânica.
que liga a farsa e a mudança de velocidade, urna) novai lei
aparece, mais cumplexa~.Do novo ponto de vista a vdha mecâ-
nica p a r t e n o s siunples, porque em t& as nossas observa-
ções só lidamos com velocidades muito menom que a da luz.
Um corpo em repouso tem massa definida,, dita massa
em repouso. Saibemos pela mecânica que cada curpo resiste
a mudangas no seu movimento; maior a massa, maior a resis-
tkncia,. Mas, na teoria da relatividade, temos algo mais. Não
só um c o p o resiste mais à mudança, se a massa em re-
pouso 6 maior, como também se a sua velocidade é m a h .
Corpos com velocidades próximas dia da luz oferecerão resis-
têrùck mito fonte As forças e x t e m s . Na velha mecâlnlcri
a resistência de um dado corpo era qualquer coisa de imutável,
caracterizada apenas pela sua massa. Na relatividade a resis-
tência tamase infinitamente maior h medida que a velocidade
se aproxima da dai luz.
Os sesulltados habilitaunmx a submeter a relatividade
à prova da experiência. Projécteis com velocidades próximas
da da luz resistirão h acção de uma força extmai, c m o
admite ai ,teoria? Desde que o estaibeleoido na relativihde
tem carácter quantitativo, podlemos xeim ou rejeitar a teoria,
se conseguimos oul não a possibilidade de emitir projécteis
com velocidades próximas da dai luz.
E na Naturem encontramos projécteis com tais veloci-
dades. Os átomos da matéria radioactiva -do rádio, por
exemplo-agem como ba~ta-ias que lauipn projécteis com
enurmas velocidades. h entraumos em detalhes, pudemos
citair unicamente umai das muittas e importantes novas con-
cepções dai química e da física modernas. Toda a matéria do
Universo é compsta de partículas ejementares de uns tantos
tipos. Tal como numa grande cidade, em que o mais imponente
manha-céu e a mais humiide bmaca fossem cunstm'dos
com o mesmo tipo de tijolos, ou de muito poucos tipos de
tijolos. Assim, todos os elementos do noçso mundo malterid,
desde o hidrogénio, que é o mais leve, até alo urânio, que é
o mais pesado, são fa~bricadoscom os mesmos tipos de tijolos
-as partículas elementares. Os edifícios mais complicados,
isto é, os elementos mais pesados, são instáveis ie desinte-
gram-se, isto é, são radioactivos. Alguns dos tijolos, isto é,
as partículas elemenmm de que os átomos radioactivos são
construídos, projecQm-se com velocidade que às vezes se
aproxima, da da luz. O áltomo de um elemento como o rádio
é uma estrutura complicada,, e a desintegração radioactiva
é um dos fenbmenos em que a constit~~iqão dos átamos revela
ser de partículas ainda mais elementa~res.
Por meio de engenhosas experiências, podemos verificar
colmo as partículas resistem à acção de uma força externa.
Essas experiênciats mostram que a resistência oferecida pelas
partículas depende da velocidade delas, como a relatividade
o previu. Em muitos cal= em que a dependência da mistên-
cia à velocidade é apreendida,, ai experiência revela completo
acordo com a teoria. Vemos aqui uma das mais importantes
feições d o trabalho cien(tífico de criasão: predizer factos que
depois a experiência vem confirmar.
Este resultado sugere u m importante gencra1izgão. Um
corpo em repouso tem massa m não tem ma$a ciné-
tica. Um corpo em movimento tem ambas as coisas, e msiste
à mudança de velocidade muito mais fartemente que o corpo
em ~pipauso.Pariece que ia energia cindtica d o carpo m o v a t e
lhe amplia ai resistência. Se dois mpos têm a mesma «massar
-em-repouso)), o de maior energia d d t i c a resiste mais forte-
mente à acção de uma f o r p externa.
Imaginemos uma caixa c o n t e n h balas, em mpouso no
nosço SC. Para movê-la há necessiiddie de uma força. Mas,
pergunto: a mesma: força lhe aumentará a velocidade, do
marmo vailor e no m a m o tempo, com as bolas a m v a
rem-% rapidaimente dentro da caixai, em todas as direcções,
como as moléculas de um gás, com velocidade próxima da
da luz? Palra mover a caixa m e grande f o q a ser4 necessária.
porque a energia cinética das balas animemta a resistência
da caixa. A energia riesste a o rnovimmto do mesmo modo
que a mama. Será isto verdade para todos as tipos de energia?
A mlahividade deduz da sua suposição fundmentad uma
resposta ckra e convincente-xepxta de carácter quanti-
tativo: toda a energia resiste à m u d a n p de movimento; toda
a energia se comporta como matQia; um pedap de f ~ m
pesa mais quando mbro d o qwe quando frio; a radiaç50 que
viaja pelo espaqo e vem d o Sal contém energia e tem, por-
tanto, mama; o Sol e todas as estrelas perdem massa rn
emitirem radiação. Esta conclusão geral é uma importante
vitória da sehtividade e adequase ai todos os factos com
que é vãrificada.
A velha física introduziu duas substâncias: inat&riae ener-
gia. A p~imeiratem peso; a seguida, não. Na velha física
temos duas leis de cansewa@o: uma paira ai ona~t&ria,outra
para a energia,. Já indagámos se a física m c d m a mantém
esses coaiceitos, e vimos que não. Em vez de duas leis de c m -
servgão só t e m a umaai-ai de energia-massa. De &o com
a relaividadt, não há distinção esmcial entre mas= e ener-
gia. A energia tem massa e massa rqresenta energia -con-
ceito que se revelou fecundo.
Mas como pennaineceu tanto m p o ignorado o facto de
a energia ter massa e de a massa r e v t a r e~iergia?E o
peso de u'm pedaço de ferro aquecido a o rubro maior do
que &a&? A mqmsta de hoje é mim», mias na página eq
deste livro' foi mão)) -e o n x t o initercdado entre as duas
r q m t a s não basta para explicar a contradição.
A dificuldade cam que nos defronramos C do mesmo tipo
da que defmtáimos a~ntes.A vaù.iação da massa que a teoria
predisse é incommsuravelmente menor e não pude ser aweri-
guada pela medição directa, ainda que nas mais sensíveis
balanças. A prova de que a energia tem peso, deve ser feita
por meios indirectos.
A razão desta falta de prova i l t a está na1 pequena
da taxa de câmbio entre a maltériai e energia. Comparada
a massa. ai energia é como ai moeda de um país falido campa-
rada com o dólar. Um exemplo esclarecerá o ponto. A quanti-
dade de calor capaz de converter trinta mil tonel& de á p
em vapor pude pesar um grama,! A energia foi par tanto tempo
considerada sem peso, porque a massa que ela rqmsata
é muito pequena.
A v e l b e n e ~ u b s t â n c i a :eis oultra vitima dai relativi-
dade. A primeirã vítima foi o meio mravés d o qual a~ ondas
de luz se pmpaga~valm-o (ce-o.
A influihcia da teoria da relatividade vai muito allém do
problema que ai g m u . Ersa teoria remove as dificddades
e as contradições da teoria do campo; formula leis mecânim
mais gerais; substitui duas leis de conservação por uma só;
muda o nosso conceito c l á ~ i c ode tempo. A sua validade não
se restringe a o d m í n i o da fí&a,; forma o sistemn gard de
todos os fenámenos da Nairuma.
O CONTINUO ESPAÇO-TEMPO

((A R e v o l q k Francesa c m q m em Paris no dia r4


mo
dee de 1789.)) Nesta sembmp &o declaradaç o lugar
e o tempo de um facto histórico. Ouvirdea pela primeira vez.
urna pessoa que não sabe o que C ((Paris)) pode ser instruida
assim: uma cidade situada a 2" de lmgitude Este e 49" d e lati-
tude Norte. Os dois números caracterizarão o Eugar, e o « 14
de Julho d e 1789)) caracteriza~áo tempo. Em física,, m i t o
mais do que na história. é muito importante a exacta ca~racte-
rizqão do quando e do onde de um facto. porque são dados
que farmarn L da descriqão q ~ t i t a ~ t i v a .
Até aqui. por amor à simplicidade considerámos a p a s
o movimento em linha recta. A barra,, com uma extremidade
inicial mas sem fim, foi o nosso SC. Conservemos esta restri-
cão. Tomemos diferentes pontos nessa barra; as posipes
desses pontos podem ser caraictsrizadas por uim &mero
apenas - a coodenada desse p n t o . Dizer que a coordenada
de um ponto é de sete mil quinhentos e o i m m e seis pés
significa que ek está ,a4sete mil quinhentos e oitmfa e seis pés
de distância da extremidade inicial da barra. Se, pelo contrá-
rio. aJguém me dá qualquer número e utma unidade, eu p s o
encontrar o ponto da barra1 correspondente a esse n6mei.o.
E estaklecemos: um ponto definido na barra corresponde
a cada número. e um número definido corresponde a cada
ponto. Os matemáticos expresaim isto na seguinte sentença:
todos os pontos da barra f a m a m um contínuo unidirnensional.
Existe sempre um ponto tão próximo quanto possível de cada
ponto da barra. Podemos ligar dois pontos distintos p r meio
de passos tão pequenos quanto o queiramos. A pequena inde-
finida' dos passos que ligalm p i t o s distantes cairacíxrizam
o contínuo.
Agora, outro exempIo. Temas um plano, ou, se preferem
coisa mais concreta, a superfície de uma mesa. A posiqão de
um p n t o nesta mesa pode ser cmaccerizúxia p r dois números,
e não, como antes, por um d.Os dois números são as distân-
cias deste -to às beiras perpendiculares da mesa. Não um
número, mas dois ndmeros, m w n d e a n a cada ponto do
plano da mesa: um ponto definido corresponde a um par de
niImeros. Par m a s @,mas o plam~ é um continuo bi-
dimensional. Existem pontos indefinidamente próximos a. cada
ponto do plano. Dois pontos distintos podem ser ligados por
uma curva dividida em passos tão pequenos quanto quisemos.
Assim, a indefinida pequenez dos passos ligadores de dois

pontos distantes, cada qual representado por dois niimeros,


nowamnte oara.ctakai rn conltimo bidimmsiunta~l.
Mais outro examplo. Imagine-se o nosso gabinete como
n m o SC. Isto quer dizer que desejamos descrever todas als
posições am relaqão às paredes da sala. A posição da lâ,mpada
em repouso pode ser demita por três n~úmeros; dois que
determinam as distâncias entre a lâmpada e as @es per-
pendiculazres; e o terceiro, a distância entre o tecto ou o
soalho. Três números definidos correspondem a cada, pcmto
do eepaço; um p t o defmido no espaço comspmde a trb
números. Isto se exprime pela seittenqa: o espaço é um
contínuo tridimensional. Existam pontos extremmente pró-
ximos de cada ponto do espaça. Outra vez a indefinida
pequenez dos passas que ligam pontos distantes, cada qud
representado por três números, mosi~ra-secaracterística de
um contínuo tridi~menswnal.
Mas isto não é fsica. Voltemos a ela. O movimento das
partículas materiais tem que ser considerado. Palra observar
e predizer factos na Naitureza, devemos considmar não so-

mente o lugar, como também o t a p o . Vamos a um exemplo


n i ~ u bsBnÙp1,les:
Uma pedrinha, que pode ser cansiiderd uma partícula,
é l w d a dk uma torre de, summo6, 78,08 m (I) de altura.
Desde o tempo de Cadilau que estamos habilitadas a p!edizer
a cooawlenaidh da pedra num dádo mamenùtm. Eis aqui o ~ h & -
ahu d& posb$b da pedra depois de um, Wi,& e quatm

(I) Os números decimais em metros dtste exemplo resultam de


terem sido transformados para metros os valores em gks do origina:
:iiglês.
Cinco factos gg10 registados no niosso « ~ & i ocada~ ~q~ud
,
represemtado p dais iiúmemm-as c o a r d m b de tempo
e a p a p de cada facto. O primeh facto C o início da, queda
da pedra da &um de 78,08 m acima do chão, am twnpo Zero.
O @o C ai coincidência da pedra com ai mma h (a
tom), a 73.20 m acima h chão. Isto xanitece & 0 primeiro
qmtdo. O iiltimo facto C a coincidência da pedra ocmi o chão.
Padearuoa: npwmtw de modo divem, o OOMhechemto
recolhido do niosso « ~ i oP ~ a d~m .r~piresentriir pres
de númeios no «hodlriio» camo pontos de m a superfide. Mas
p r i m e i escaibel- uma escah. Um d e t e m i d o segmento
cyli1iresmr4 a um pé (I) e outm corresponda4 a um segundo.
Por exemplio:

I I I--4
i00 pés 30,s I uauçàu

Desmhaun[)6 mião dum -1 parpendicillmes, a que eha-


InWtmos, uma, cixo-ctempo; e outra, ei-aap.

METROS

$8.60
4.
C
O

Q-30

i
f i i Segundos
-
1 2
Eixo f empo
As distâncias entre as pontas e o eixoespaço repneseaitam
a caardmadtai de tempo, m m está registada nia primeira c o l m a
b,rilosso «hmá&»; e as diwânch entre os p t a s e o eixo-
-tempo repmmtann as c a a n d d de q a p .
Exactamente o meiarnùo fendanem &a m h exp- de
duas mamiras d i m a s , pelm pares de n ú m m CYU pelos ponto(;:
no plano, podendo m a ser tiirida da outra. A escolha mtre
as duas neywõles tornam apenas mhtCra de gasto p ( l ,
pois são equivalentes.
Vamos dar mais um p m o em frente. Imaginemos urm
mol~harnhorárion, qiw dê as po&$a, d o para cada segundo,
mas, diga~mos,para c& cen.tésimo de milésimo de txgmdu.
Teremos então muitos p b o s n i ~ ,nosso pim espaptempo.
Por fim, se a posiqão é dada pam c& instante, out, amo se
dií. em matemática, se a c o o r d d de epaço C da& em
funqão de tempo, a nossa colecção & p m mlil.8euma
lin~h~acontínua. O desenho imediato represeata o movimento
total, e não a~pernas fra~~enm &te movimento como o
a nteriar.
O movimento aw> lango da barra (a mrm), ou o m v i m m t o
num e s p a p unidimensianial. está aqui n e w l a a d b m o

METROS
m v a num candn~~) de e5paptcmpo b i d i m e n s i d . A cada
ponto ao ir, cmthuuo de q a p t e m p o cxmqmd~um par
de iYúmerw, um dos q u i s m a m a d a d a do tempo e o
autm a d a n a d a do espap. Inrvemammte: um ponto definido
m niosro p b de espkiptemipo cmmqmde a cada par de
nlúnems clarractenizadores de um amntecimmm. Dois p t m
adjaiceõiltes q ~ dcis factm,
m doii aconteaimentns em
lugares e em instaates levemente divmm.
Conm a m s a m p m m t a ~pode Qi.$wmontawe d a t e
modo: não há i n u h seaw, m rqmsmm a &de de tempo
por meio de um segmento mecauiri~;illllenteambinùado ccmi o
espaço e fomamlo o continuo bidi~mantsi~al de dois ccmiti-
nuos midimen~imis.Mas t d a m ã o de pmtestair-se contra,
todos os gráficos reprmnitatiw>s da rnudilltltp de tempeiratnira
de Nova Iorque diiuan~teo Último Verão, au o n m r>s graifim
ropra~êairativas das mudaniças do custo da vidia, duiranloe os
iiltiimos alnos, uma vez que o m M o empregado nas dws casos
é o m m o . Nus gráficos de temperatura o amdauo unidlm-
simal da tempemtum combiolae cwn o amtinuo unidimen-
s i m ~ dol tempo palra dar o condnuo bidimsmiml do tempo-
- tempemtm .
V h m à pam'auk que cai da ame. O aiiasrx, gráfico do
movilmento C uma c m v e q ã o útil, j i que caracteriza a m o
da partícula num dado instam. Canhecendo som as pm'-
cdas se movem, gosta,ri;armw de f i a r miais uma vez o seu
movimemto, o que padeirnm comepir de dois ,nmd.osd i f m a e s .
Fiiguráarixrs a partícula que muda de pasiqão no tem~po,
espaço i~nidimemimal.FipáÚitos o r n o h i i t . 0 a m o q u ê n -
cia de B c m no m~timuouaiidkn~siioaaildo espaqo. Não
mhmrámos e q a p e tempo, usamdo uma repesenwão diná-
mica em que as posi+3es mudassem carn o tempo.
Mas podemos fiwrar o mesmo movimie?uao de modo
diverso. Pdmm f a m m m qniiaidnio estático, c m s i d d o a
curva do cmtímw> bidiimeaisid de t m p o e p a p . Nesse c-
o mwvimemto C r e p s m i a d o cano qqualqmr miça que é, que
existe no mtinao bidimeinsiomi ti espaço-ltampo, e não como
qudqum coisa que muda am c ú i i l b midbensianal de
FPw.
h b a s as mpmtaições são ex!actaanate equimlmtes;
-rir uma ou1 autra fica senid~pura matbria de convenição
e de gosto.
Nada h aqui dito quanto à m w t q ã o h ~ v i m m t o
tem adgv que ver com a teoria da &rividade. Amlbas as repre-
sepllta@s podem m iaidistiuiiraùnme usadas, embora a velha

f k i a favoreça a r e ~ t a ç ã dinâmica
o do mvimmto m o
c& que a m t e c e no e q a p e n h como coisa exbtenite no
espaigo-tempo. Mas a rearYa da dlartividade malifita este c o -
cem; favorece a m w ç ã o estáitka e enamm, na nqm-
semta@o do ~ v i m e a i i t ocolmo quialquer mia que existe no
espappempo, uma mprieseaqão mai5 mnvenimte e mais
objeotiva tita realidade. Temas ainda urna questão ai atender:
porque as duas uepreseazaições, equivailmtes do ponto de vista
da ata ainitiga, o não são dio ponto de visaa da rdaitividadel
A respcaa será hc w m p d i d a t se dois SC em movi-
merato d o m e em relação um ao uiatilio Eoram riovmwn~e
COBi;M.
De amrdo cum a fisica a m a , os observadores nos dois
SC aBsnialarão p m um mesmo f a m diferentes c 0 0 1 i d d a de
eqap, mas a mesma c o m i d a de tempo. Assim, no m o
exemplo, a wincidhch da p a r t i d a ann o chão está cmcte-
*r rw, niasso SC pela c&& de tempo ((4)). e pela
i m c d d de espap ( a m u . Seguado a vedh mecânica, para
um observador que se move unifanmenmte m r e l g k a a e
dado SC a pedra dcqaa4 o &tão qurarhp sqpndm depois. Mas
este observador nxferirá a distância ao seu SC e ligairá dife-
nmtes wordeniaidcis de espaço com o facto da colisão, embora
a çoordenwla de tempo seja a mesma para si e para mim 09
observadores em movianato t d m m e . A física antiga sd
cmiihece um «aibsohto» fluir de tempo para d a r ; os obser-
vadores. Para cada SC o canitimio biiimensianal pode ser
tridimmsim!ak e mo cmiitimm unidim-11 de tempo.
O velho fhim pmxuiplirse apleeuas m m a ernn~gio do
v,visto que o wpo é pem ele a b k m . Acha namwl
o desdabrmemto em q a ç o e tempo b c m h o q u a d h -
&mal. Mas dio p t o de vista da d&vid*, o !tempo, bem
~oesprilça.muaiarmna~mdemSCpanao11iEro,ea
t wnhmnação de Luxmtz leva m d e m g ã o as pmpkkdes
da tmsforma@o do ccmirímo ie~pa50mmpdo amm mundo
quaidridi~rnen~m~l.
O mundo dos acoaiifecnnmit~~ pode ser diinmicammie deç-
@rim par um quadro que muda no tempo e se projecta s o k
o fundo triidimensimtal & -0. Do p t o de vista da física
velha as dum mprãsemçães, a, cliinirâmica e ai estática, equi-
v a h - s e . Mas dio ponto de visra da relatividade ta q m m p a ~ ã o
estática é a m ~ i conveniente
s e objectiva.
Também na M a da relatividade podamos ulsair a mpre-
mraqão dhiâmica, se preferirmas. Mas m o s de mos l m b m r
que esta divisão sm tempo e espap mão tem sipificaçdo
objectiva, desde que o tampo já aiião é « ' a i b h u ~ t o » . Nas p & i
seguintes m m r m a 1,hgsialgiem «dinâmical» e não a
(cestátican, tendo m p n e em mente as suas Ihitqões.

RELATIVIDADE GERAL

Há auim pam ia, esclaseiceir. Uma das qwestões hmda-


mentais aiaud~não foi bem &vi&x o dwtema ioueirciai existe?
Apmndemos ailgul~namisa das I& xmumk, a sua in~mriaibili-
dadk epndb a tmndarma~ãode Lomtz, e a siua validade
pam todos os. shmms i d a & em m o v j m m ~ W m e .
7'- as leis, mas não ronihieceanm a esmturai l;il que elas se
refm.
Para melhor &tentar esta dific~u~ldack,anbrevisraremas o
físico velho.
- Que é um sistema inerciall?
-E um SC no q w l as leis d@ mecânica são válidas. Um
ciarpo no q u d nenhuma fwqa externa amua, uno- iuuiifonnie-
meme em itail SC. Esta propriexh.de h&ililta.inos a diwthpir um
SC i d k i a l de qualquer outro.
-Mias que quer dizer que «nenihiumaforça exteraia whiuain?
-Quer dizar que o corpo se move m l i f a r m e n i r e num
SC h x i a l .
Aqui pudRria~mospropor mais uma questão: «Que C um
SC hemiail?), Mas cmio há putas "~paran~ças de obter respossa
diferente da aumior, e x ~ t a e m m ccinsepim- algo mais
e m m e t o com a uniudifica$io da pergunta.
-E enieurhl um SC rigidaunabe ligado à T m f
-Não, p q u e as leis da mecânica mão são rjigaraçaúnmte
vBidas na Tema, visto que a T e m gira. Um SC Ùilgidam~utte
ligaido ao Sol, p i e , para muitos probbiai~:,ser c o n u i d d o
inaciial; mas q,& m ~ m o osSol em rataiçiio, de novo
percebemos que uim SC ligado ao Sal não C ri~gorasammte
ineacid.
-Então que é, cunmcamnite, esse SC imiercial, e c a n o
pode ser detemninado o seu estado de movimeaiito?
-E meramente uma ficiçãw, Útil, mas não tenho ideia d e
corno se realiza. Se eu pudesse afmtar tada os corpos materiais
e libemtar-me de t d a s as i n f l u k i a s entornas, o meu SC seria
então hexiaL
-Mas que quer dizer com ulm SC livre de t& (asinfluiên-
cias externats?
E novamnsk netornmm à questão do princípio!
A msa entrevista mostra u~ma&a dificuidade da ciência
clássica. T m s leis, mas não s a h a s a que aplicáblas. de modo
que toda a n s a estruma física parece constnúda sobre amia.
P d a n m albordar a difiuuidade de um ponto de vista
difeiwite. Expenimatemos imaginar que no Universo s6 existe
um corpo formando o nmso SC. Este corp c m q a a girar.
De &o com a velha mecânica leis da de um
coqm yão diferentes das de um nãmuta'líite. .Se o prhcípio da
inércia é váilih num c m , não o é no m t m . Mas isto mmx
inuim mpeim. Ser6 peonnitido a o unovimemto de
um só mrpo em tado o U$nivieil.w>?Pelo movian6niao de uan
carfro sempre signitkmm a sua mwdaqa de paçição em
rda@io a outro wrpo. Logo, o h - s e m s o fdar do movi-
m a t o de limi 6x5 corpo. A mecânica v&iâ e o bomsemo brigam
nmtepanrto.Anxei~tadeNewtmé:seo~pioda~~
C vAlido, então o SC m á
1 em m-to l d o m ou em
repouso. Se o prindpia da inércia ri20 é v A h , eni% o corpo
est.4 em movimmito miadb. Assim, o mmm d i i m de movi-
mento au olepcniso d e p d e da aplicabiiidade ou não das leis
físicas a um dado SC.
Tlamemc6 dois carpar. o Sol e a Tem, por a m p l o .
O movimento que o b w w a m é relativo. M e ser d d i t o
peliâ ligaqão do SC a luai cwpo rm ao Sol au h T m .
Deste ponto de vista, o p n d e feito de Copémim foi traderirr
o SC dla Tenra pam o Sol. Mas, cano o m v i m n t o é relativo
e quadquar shkma de mfrênaia @e ser &, não há razão
para favoreceir um SC de pref&cia a mim.
A fisiw intervém e !muda o msso de vista dio bom-
-semo. O SC l i g x b ao Sol ap~xirnase& de uan. sistema
inercial do que o ligado h Tara. As leis &icm p o d a melhor
ser aplicadais a um SC de Copérmio do que o um de Ptolwnõ11.
A grandeza dai descokma de Copémico só do p z u de vbta
físico pode ser bem apnecidm. Ilwm a grade vaolimgãm de,
nia descrisão do moviime?iho dos p l m ~ a s ,usamnas um SC
IiglaKIo ao sol.
No & i a velha nenhum movimento unifiarmie existe. Çe
d& SC estão em movimento uuiri~he,nião tem mtido d h :
«Este SC está em repouso e o autm está em miOvjn.ieai,m.» Mas
se os dois SC se mowm 1-160n m i f o m e n t e , c~110ãohá raeão
p m dizer ((estecmpo aniave-se e o mtro wtá a repawo (m
mmdo-se wnif01111eonW))).O mvimieniao rlibsoh nião rem
signiificagão aqui. Há neste ponto um aibiwio entre a ciêncb
clássica e o h + m s o . As dificuldades mmcioaiaKlas (sistema
inercial e movimenta aibgaluto) liigaunse hedioitaimanite enm
si. O movimemito absoluto mistra-~e possível unica!mrnte m a 6
t ideia de m si8tmm hrdaJ onde sejam vfidaa as leis da
Natureza.
F'ak pmmr que mão há d d a pam estm d i f i d a d e s ,
visto qiue nenhuma temia física consegue evitáhs. O flukb do
prwblana está na m~lidadedas leis da Nwmirieza pím apaw
umai classe espe&l de SC, o inarcidll. A possiibi~lldadede solvê-lo
daperade da reqmtn ?I seguinte qwstão: ~podmosf m i u h r lei
fisticas de mado que sejam válida para todos as SC, aiião s6 p
os qiue se movem uinifiumnãmeailte mais também para os que
miovean a r h i M m a t e em w h q ã ~iio iam a m ? !k isto é
yuo6n"viel, as nossras dificuldades terão fim. Podeiriemos ant5o
aplicar as leis dh Natínmza a ,mias as X, e a 1uta1entre cts
ideias de Pmloana e as de C o i p é ~ ~ ~deixarão
im de ter motivo.
Cada SC poderá ser usado ooun i p d funidiaonaniho. As duas
senimqas, ((oSol e& m repousa e e T m xnove+m ou
.qo Sol movese e h Tema está em repouso, signiificairãu q m a s
d w canvenções diferentes aplicadm ai d& SC diifmtes.
M pwdvel cmmmir uma física miativista válida a
, quai não haja lugar paira o movhmtn
cada SC, umia f k i c ~na
ahspbiuto? E!
T e m pelo memos uma indica@, embora fraca, de m o
cmwtmir a m física. Na d * a física relatiivista tãm
que aplicare a todos os SC, ie pommto tmnbéun ao caw>
especial do X iuimid. Já s a ~ m as leis deste SC inercial.
.A nova .lei geral, válida palra todos os SC, deve, m uaso do
sistema inercial, duzir-se às velhas leis conhecidas.
O problema de formudar leis f~~ aria SC foi
resulvido @a chamida teoria da relatividade geral; a, teoria
primitiva que se aplicava unicamente aos sistemas ~ ré c ~
a chamada teoria da relatividade restrita. As dwas temias niío
p d e m míradizerse, M e que devemos inclluir m valhas leis
da ileiatividade irestrita nas leis gerais de um sistema i d d .
M a do anmo miudo que o SC inmial foi outmm o único
para ioi q w l as leis físicas se fomlanam, f m a ele agora o
especial limite, jL que tados os SC que se m o m arbitra-
riaimate m Aaiqão m aas outros são d.midvels.
'
Este é o programa da tearia da xJatiri& garáil. Mas,
trqanic)u o caminho da sua reaiização, devemos ser ainda mais
vagos. N o m dificuldades emergentes no dieuenivollm da, ciência
foaiça~na nossa temia a tomar-se mais e mais absbracn. Impre-
vistas avtveamas nos qerm. Mas o m m Avo fiiml é sempre
a melhar compremsão da realidade. Elas juùiitaan-se à cadeia
lógica que liga temia e obm;ução. Pau-a c b o caunbho que
vai dai rearia à experiência, p.ania limpá-lo de dtxmc*5
sicposiições, para abarcar o miiar niúmem de factos, temo6 de
dilairar mais e mais a c'adBiia~A mais simples e f u ~ 1dw 1
nmss supasições torna-se a mais inaiwada na moma técnica
de raciocínio mateim6ticu; o caminho da mija h observqão
t m - s e imais longo, mlaiis subtil, e mais complicado. Co~RII;Ul]ito
paa-ep p a d o x a i , padiemios dizer: a física moduma é mais
simples que a alntiga e prece, par isso, mais difícil e iinu-hcada.
Quiaotta mais simples for a ~niossafiguracão do mundo exteuaiio e
quanta mais f a o m aibarque, mais f w m e n h e refleotirá no
noa90 espírito a, hlanmania du Universo.
A mssa ideia é simples: c m m i r uma física váli& para
todas os SC. A (tarefadetermim c a m p l i c g k fmmaic; e fcqa-
-nos aw, emprego de instrumemtos ~maitemátimdiversos dos a'tté
aqui em (um na( físioa. Mostramos apats a ligaição mbre a
realizqão deste pmgrdúita e dois altos prabbmias: a gu-avita@o
e a geometria.

DENTRO E FORA DO ELEVADOR

A lei da inércia m a Q primeiro grande avanço da física;


e na realidade o seru começo. Foi apreendida pela caniteimplação
de uma experiência iddizadal- wm cmpo em perpétuo movi-
menm, sem nenhum atrito, nem mhwmia força extern'n
m5ai1do d e . Esce exemplo, camr> taauooS autnx, ~ W ~ ~ J M X S
a importância das expe&nch idiealiztadcis. V m ve~uana
que, embora fmzástica~,muito mx ajuda a1 com@m a
reilatividade.
Já a f n a k b x a experiência dh sala volauihe. Vaimos agora
ver um elevador que cai.
~ e gmde elevador parado no topo de um
~ ~ g i c n i e - cum
amambadu muito mais d t do ~ que mdm os existentes. Su6ilta~
mente o cabo de suporte quebrae e o elevadar despen!hae.
Dentro vão a k a i d a n e s que fazem experi6ncias h t e rù
queda. Nas condiçks ideais k g h a d m , e-l o &to
e a r&nciia do ar. Um dos o b s e r v d m tira do b o h o
1-0 e O iiel6giio. e deixa-os cair. @IR acmtece am dois mrpw?
Para um observadw que esteja de f m , a h a d pela jamia
do elevador, o lenço e o rei@ c a m ex-m do miesmo
miado, com ai mesma atcelaqiio. Teaihms em vista, c m o jb
v h w , que a acekaqão de wm aoaípo que cai é imdepencknite
da sua massa, facto que ~ w l ma iguddde das maasas de
grmita@o e de inhia (p&. 40). R e c o d m m o 6 rnbéim que a
igualdade das d w mamas, a de pvircaqão e a de hé~cla.em,
do p t o de vista da velihia mecânica, m m p b t a m t e acldieatal
e não reprie;seniCava qualquer papel na ma exrumra. Aqui, emme-
m t o , etstat igualdle reflectida na @al adma@o de todos
os corpos que mem é essencial e camtitui a base da m a
aqpnmmqão.
Vol~temmao ileqo e m relógio. Paira o & -
o dk fm
ambm caem com a mesma acekmção. M z o mesmo se dá
com o elevador, coan as s~mpauedes, o seu ,tecto,o mlho.
Doaide: a distância mitre os dois corpos e o soaliho n b mudsi.
Para o observadwrr de d m m , CYS dois coapos, o relbgio e o
ienp, permanecem mctiammte no poaiho em que e s t a m
qnilaindo ele os 1aq-o~~. Esse observador pode ignurair o campo
gmvitatcional, desde que o mamo se origina fora do seu SC.
Ele verifica que deaunio do elevada- m h u ~ m afoqa actua sobre
os dois corpos, de m& que ficam ambos prados ewaotarmente
cabo lax, elevador c 6 a puxá-lo oam força ccmtiltlt~na
din-ecção imdicaidia No d&.
Uma vez que são váilidas neste SC a6 leis da m â n i a , o
e l w d b r move-se com aoeleraçãio a m m n t e na dkcção d o
moviimieatio. Vanuxç ver o que dizem os dois obadK-rres.
Observador externo: O meu SC C inurciiail. O e k v h
move-se cam a c d e q ã i o mmmlte em consequênciia da f q
camtiaaute que nele actua. Os okadi<rrõçh- estão em
movinnento ahsalum, parque para eles as leis da mecânical não

~-ailm. Não pan;ebem qlue estão em repum os c o p s m quais


f o g a s não actuam. Se wn corpo é I';w%do lá d m m wlide logo
coim o chão, porque o chão move-se para cima ao aniconm do
COTFYO. E isto amnkce tanto p m um 1 - camo paim uùn.
relógio. A mim paremme muito esmamho que o observador
interno deva estar seanpre em c a n t x m com o chão, parque se
ele pula, imãdiriirmaw o chão o alcança mva~mtme.
Observador interno: N ~ Qv ' o razão para crer que o meu
ele- esteja em movimento a b d u t o . Conm& que O SC
nlgidamente ligado a o meu devadar C mimente hrciaa,
mas 60creio que tenha adgo que ver com o movimento h
O observador interno, o q d &W o carmpo g o r i v i ~
a agir em tcdw os abjectos do seu eilevadm não há moviaaeriito
a q d d o do ele&, mas 901iue31t.e a acção de um camp
~ v i ~ . U a n & & l I ~ a i ã o ~ p e a w > e p i a w , n g U é
a f d o @a gravitqih. Se £ar Im@o e m li& hmizontad,
ese mio a4cmnçard ai p u d e no ponto eximamente ao
de tnmah
F m e da disumsão que há panribiiidade de decidir enáae
estes dois pomos de vista contiráaiús, jjá que o fenóanieuu,saia
Memme para us dois observadores. !k Se&há & ilógico nas

diaas suposir~citadb, d o a ùiloás;r wgmenimção está


destruí& e aiião podeimos diescreyer radm os feaiómam de duas
manieii.as igualmente sólidas, m a ccun, e o u m sem campo
$ravimhl.
1Mu há fdimmmte nmm gmve falha no r a c ~ h i doo a k -
v&r htm, q m nm vem d w a Diz ale:
((Ummio de luz m60 tem peso e p r isso não pode s a afectado
pela gawidade.)) Mo está certo! U m mio de luz tem eamgb,
e o energia tiem massa. Om, cada maça hwcid é aitraída pelo
campo g r a v i m i d , parque as as inarbis e e p v i t a -
c i d quivalmse. U m auio de h z m a m a s e num campo
g m v h ~ i m 1do
1 mesnw, modo que um carpa hmizmtdmente
GEOMETRIA E EXPERIÉNCIA
no seu SC iuiiercial os mesma dois cimhs, @ e pequem,
. .
qnue remos ~ U Odisco mtmte, e fazer que cmndam. A geammh
de Euçlides é válida inu> SC dese absenádw, jjá qm é um SC
inmrbi, de d o que para ele a relação das -ias é
i p l A cùos h.
Mas... e pam 00-ar dodisco? Doponmo d~ vi6iba
clássim e tm~bémd!a relatividade qecid. o sem SC está p i -
&. Mas se o ~ 0 6 1 ~intento
0 é gnmmr l e i ~físicas válidas em

tada os SC, eatão item08 de minar m dois ahservlm cam


iwad respeito. Nós, cá & fara, damos a weam m absenradm
de d m do disco, eon,pahdo em moanm, par medi&, a
c5mdaihciã e o mio do &co mtmte. Esse -a
emprega a riniamna m a métrica d a peio-a dk fm.
A m e m a » não significa d m m f e a mama, hé, e m q u e
pelo aàçervaidar de fma; ao de deuuoro, ou,que a d g m$.tnca
~
imha o m e m o aamprheiubo q d mimmia em cada SC.
00- de h m começa peh rncdi@o do naiae da
chmkdncia do circullo pequeno. O o i t a i d o que obth
deve ser o obtido pelo &servaidor exteuiruo. O eQmsabre o qml
pcdemm fugir a esta mnclusão, se ~ i que todosi os ~
SC são parmissi'veis.
As mudanças t r a ~ k bpela rehtivkhie geral oomtffniiarm-se
apenas ao e p a p . Na mktivídade rãstnjma vimos em cada SC
d5gim em pouso que tinham o >miesmoritmo e mmamwm
-ente o mesmo tempo. Que çuiciede a u m relógio
mrn SC &o immiai? A experiência ccun o disco pode mva-
mmáe ser a i z a d a . O -o de fora (temno seu SC váaios
mlóglos, e d o c a ~ ) 6 ,um no pequmo drmlo iatermo e cnim
m grade círculo extmo. O i.el6gio do circulo M t m rem
pequem w h c a e relotiv~umwwao o b s e ~ a d mde fora.@'i
die3nos, por h,mcoaic que o ritmo desse relógio m-4 o
m m m do relógio de fava. Mas o mkigb do dmdo p m k
revela considerável docidade, m- de ritmo em relrição
a= relbgios do observadar de fora, e, pmtmtn, tamItarmbém em
relaição aos relógios cdocadm m m círcul~peqwmo. Assim, os
dois re16gios ro~mtester& difemms rianos, e, aplicados os
pridpiuis da mlaitividde d t a , vemos de amvo que, aio nosso
SC mmte, não piemos estaitrelec~i.kis slmilams ans de um
SC iaÙer&I.
Para turrmar claras as ccoaùcluiçcues a iextmir desta@ expe-
riências, t r a m a s o possível diáiogo e m A e M, isto é, entre
o físim antigo e o moderno. A, é o o k w a d a r de fm~ no SC
inùeaiciial e M, o obsemador de dentro do disco mtariite.
A: No v- SC a geometria de h c l k h não é válida.
AcampIlhiei as vossas mediqões e admito que a relaição entre
duw ckuutferências não é, mo vosso SC, i g d à relação entre
os dois raiw. Mati isto nmma que o vosso SC é (umSC pmiMdo.
C) meu SC, emmtmto, é de carácter kcia11,e nele posso aplicar
cam mpmnqa ia geometria euclidiaw. O vosso d i m &e em
movimento absoluto, e de acordo com a velha física fonm um
SC pmibido, no qual as leis da mecânica não são válidas.
M: Não q m ouvir falar de anovimenito a~bsuluto.O mau
SC é tão barm como o mso. O que observei fai ai vossa roita@o
A discussão ficou remira 'm cuntdnuo b i d i i d d . Na
tecuia da reiaitividade gemi o p t o em caiusai ainda é mais
oamplido, já que em vez de dum dimneães temos de ccm-
siderar um coautlnnuu de qmtro. Mas as ideias são as esboçdas
panã o caso de duas dwniensães. Não pdwmlos usan na relativi-
dade p a l , cano o fa~eonaçna &ta, o jogo mecânica das
bainras paralelas e ppeoidiculanes, e dos m16gios sinicraizizados.
Num SC mbitrhio, não padmos, por meio do w das barras
e ~ C A Srelógios sinwmizady1ç, d~~ o panito e o iniscaaiite
em que algo sucede, cornu> fzemy)6 no SC ioueorihl da dativi-
dade restrita. Podwntx ordenar os factos cwn as aiiossas barras
fio euclidiaiyas e os ossos dóglas f m de &mo. Mas medi-
çães mis, requerendo b s Agi& e pedeiiw relógios sincuo
nizdw, s6 são podveis m o SC iinercid e locatl. Aqui a relativi-
dade mtritã é válida; mas o nosso «bom» SC é unicaimente
l d , pois o seu carácter Inerriiail é limitado em -o e
tempo. No nosso SC arbitrário aida padiemios prever o mul-
ta&~ d'as medidas feitas no SC inmial Iocd. Mas p a isso
p i s a m n a amhcer o carácter geométrico do ny1â90cmtíimiio
de e s ~ t a m p o .
As nosas experiências ideail~izabindicam a p s o c d c -
ter g d da nova física dativisa. Mwíira.m que o nasso pro-
blema fmdlil~ni~nml é o da gravitqão. Mmtrann-nos também
que a lativ vida de geral nos leva a maior generalização dos
ccxniw de espaqo e mpo.
RELATIVIDADE GnRAL
E SUA VERIFICAÇAO
qiuailqiuer resultado, por mais a m i v o que seja, tem que sar
rejeitaido q& aãK, c a n d a com os factos. Cunrw, suporta
a mova temia da gmvltqfio esta prova de experiência? Esta
p&gmta pode sea nqxmdnh assim: a v&a temia d a i
uim caso eãpecid limite da mova tmrh. !k as fixym p v b
ciomh forem 1pM-e f m , s velha lei de New8mcom-
titu* uma boa! aproximqiio das m v a leis da gravitqão.
Asinion, radw os observadoires qwe apitam a temia clássica
apa4máo também a miatividade geral. h aita da nova timina
rn~m a velha.
Ainda qe n d u m a obmvaqã~dici& possa ser citada
em favar dia nova teaia. se a m a explanação fotsse tão boa
camo a da antiga de- pmpender para a mvã, se hm-
v- m a acoIha, livre. I>o ponto de v h f d as eqmçãeç
da nova teoria são mais cmplíaaidaa, imas do ponto de vim
dcs pkcfpios fundaonentais as suw supsiçõeç 60muito mais
shpiies. Os dois w l h w eqecaoç, kmp absoluto e sistema
inwciail. desaparecem. A pista da quiv&ch da aniaaça gravi-
~~1 e imierckd Gu, panaaaiiece mlim. Nteniih,uaa suposição
a p m p ó s h das forças g r á v i t a 9 k e siia dependência da
distâlùcia ire mria necesáiria. As e q u q h grawhcioo~aistêm
a forma de lek de asmftum-á fanma q u e r i d a a toda as
leis f i c a s depois da grande descolmta da tearia de campo.
Algumas novas deduções n á ~ m t i d a s m lei de Newmn
podem ser timdias das novas iek gravitacianais. Ulma, a curva-
twa das raios de luz no campo gravitaçional, já citada. Duas
w i t m coot<3epu€mch meaieclem meqão.
! e as velhas leis a m m m as novas quando as forças
S
do campo gravitachad são frams, d podemm esperar desvios
da lei de Newton em campos de h q a s gravi~tachnaism p a -
rativmwnte fontes. Vejaunos o oca0 sistema solar. Os planetz
movem-se em ! d o r do Sol em 6r;biras dípticm. Mercúrio é o
mais próximo do %l. A atracção mtre Merczírio e o Sul é mais
forte que m e o SU1 e qualquer autro planeta, visto que a
distância entre o Sol e Macúoio é menor. Se pretdiemos
N b d Mercúrio gira am tam do Sol, camo a dipse qnme ele
demtve deve g i m muito latarmemk m relaqão ao SC Ligado
ao 901. Esta xora~ãoda elipse exprime o m v o deito da relalti-
vidade gerail. A nova temia prediz 'a gramdeza deste feito.
X dipse de Merrúrio realiza a rota@o ccunpldxi ezn & d h k
de anos! Vemos qruião pequeno C o efeito e quão inútil ser5
pr.0cum-á-10 no c a de planetas mais affasirados do %I.
O desvio da elip m inovimenm de Mercúrio foi percebido
antes que a tewia da relatividade estivesse formulada- e ne-
nhutma, e x p l i q ã o apareceu. Por o u ~ m ladoDa relatividade geral
- ~ rmhuma, a l q ã o para c.xrm &e pb1em.a
d e 9 e ~ 1 v o l w seim
especid. S6 mais tarde é que a cancllustão sobre ai rotaçZo da
eli~psem mvianlenito de um plameta foi deduzida das novas
eq;m@es dai gmvidade. No caso de Mercilrio a nova teoria
explicou s a l t i & a t o r i ~ r oe desvio que esre movimento apre-
senta das i& de Newton.
Mas há ainda outra conc1uÇãi0 tiradai da t lati vida de geral
e verificada pela m p i ê n c i a . Já v i m que um relógio colocado
no círculo &e do disra em rotasão tem ritmo difiemnte do
~ ~ no círcuilo
i d
pequem. ~ e i i n u t e m t num, mlógio
c o l d o no Sol terá o rimio d i f a m t e de um colocado na Terra,
pois ai influência do campo gravitacioaal é muito mhiur
M S O ~do que ria. -r-.
Na pág. 94 ohçerv- que o Scrdio inicaniK1-te emite
luz amarela hcnnughea de um comprimmto definido de anda.
Na suta radiaeo o ártionw, revela um dos s0u6 rimas; o átomo
ta, digamos, um dógio, e o comprimento da onda
emf.tidai um das seus dtmcs. De acordo cwn a relatividade
geral, o comprimieaiito de uma onda de luz emitida por um
itamo de sddio colocado, digamos, na Sol, deve ser levemente
que o da anda de luz m i M a p r um Altomo de sódio
na1 Tma.
O problema de verificar as ~ q u i 3 n c i a sda datividade
&edpor mio da obrva@o é initrincado e ainda não foi
ddinitivaùneate resolvido. Como ei~tmwa- lidando com
as id& principais, &o pretendiemos mtmr a fundo mlmatéria,
mas apenas estabelecer que o v d a o da experiência parece,
até a g m , m f i i m as conclusões tiiradas da relatividade geral.

CAMPO E MATERIA

Vimos como e p q u e o puriito de vista mecanickta se


desmoronou. Era impann'vel explicair todos cs f&wnos pela
admiwão de que forças simpls agem entre partículas irialte-
ráveis. As m a s m primeiras mcaitivas para ir dém do ponto
de vista m e c â h e ilmtroduzirr os cmmitcx de c a p o p v a -
rim melhor m domhios dos fenbmwm elecmmagnéticos.
As leis de esmmra do campo eleowomgnético foram formu-
ladas; leis que ligavam entre si eventos muilto próxi~mosno
espaap e no tempo. Essas leis adaptam-se à estrutura da rela-
tividarie mtrilral, desde que não vvianirum inia ~ t r m f o n m ç ã ode
I,omrm. Depuis a t d da relatividade g d f1~111dm as lejs
g~avita+naiis. São leis de atmtmm que dscwvem o campo
gsrilrltacianid entre paortúcuilw nmtarhh. Também foi fácil gene-
ralizar as leis de Ma~wie11de modo que pudessem seir aplicadãs
a. qudquer SC, como as l& g r a v i m i d t s da rellaitividade p l .
T a 0 6 duas realidades: matéria e campo. Não pudemos
hoje imaginar o cunijunto físico mquòlteotadia sobre o conceito
de matéria, como sucedeu aos físicos do s b u b xrx. De mio-
m m o milramos as & comceitm. Mas podemas pemm em
matéria e camp como duas raàidadaç dibintao? Dada urna
pequem piitícula de ntatr5-b é poan'wl fiplrm, imgmm-,
que há u m definida supafície da pam'mici, am que ela cessa
de eximir e o seu campo gmvitacimd aiparece. Na mossa figu-
ração, a região em que as leis do campo são v4lidas: separmse
abruptamente da ragião em que 0 m t 6 h está p m r t e . Mas
qziais os criit6rim ffsicus de distilyifia enm matéria e campo?
Antes da aewici, da datividade poderimtos responder desta
maneira: a zníut6rie tem nias~aie 0 campo MO. C m ~ repre- p
senta energia e matéria r e p e m t a massa. Mas já sabemos que
tal resposta é iInadeqwda p e m t e os mwx coai~hecimmtos
adquiridos. A teoria da relatividade &mias que a maiténia mpre-
senilta vastas reservas de emergia e que a energia represemta
m&iíi~l. Qiuaniitiraitiv-te, não podemos distinguir euiw ma-
téria e campo, umia vez que a distinção mtre mam e energia
náo é qualitativa. A mariior pmte drt entergia está concmtrada na
matéria; mw o Cáirn~poviziniho A paaímla também repiriesenita
energia, mbxa em qmtidiade i n c m ~ a w l m e a i kmeaiar.
Podmw, pantanito, dizer: maltéria é o& a concmwafão da
energia é g m d e ; campo, onde a) w n q ã o é pequena. Mas,
se é este o caso, &o as d i f e n m p enare matéria e energia
são qniantimtim, não quailitaitivas. Não fae sentido &derar
mt6rial e campo como dulas qualidades difaames entre si. Não
podemos ilmagiw uma linha definida que distin~tacmentesepare
mate-ria e campo.
Surge a mesma Niddaide pam a carga e o seu campo.
Paitece iimpasãível foaimular um & de didmpão entre
maip%a e m p o ou entre carga e m p o .
As leis estni~hmisde Maxwell e as I& gaivibacionais
falham para as grandes cmx:cmtrqões de emergia, m, m e h ,
onde fontes de campo, jSbO é, carga déati3icas ou matéria, se
aprie9~nctan.Mas não gadm'mus modificar levemeate as maas
equia- de mado que fossem rállidas por tada a parte, e
ainda em %iões ande a energia má tmmmmmldeccmceaiffrada~?
Emposm'vul erguer a física apenas 5 o h o conceito da
matéria. M a a! divisão em matéria e campo,dopais da admissão
da equivalêlncia dia maasa e da eaiergia, C d s a27tificial e não
clririrammre definido. Paderemos rejeitar o d t o de niatQia
e crurrif~tmirum pum campo fSioo? O que hnpiiançiana os nosas
sentidos camo matéria é mamemte uma &e amcmmqão
de energia num iespgiço oompanaibimme pequm. Teanos de
c k b l r a matéria c a n o regitia do e q m p ande o w m p o C
extremamente forte. Deste ando um m v o fundo filosófico
emerge. O seu objectivo fim11será a explamcqib de mdm a
e v m m da Nahiaieza por meio de leis esmmmlis válidas p
tcda a pam e senilpaie. U m pedra amem- é, desse pmto
de vista, u m campo variável, onde os estados de maior i'mtem
sidade do ampo minhiaim nto açpap com ia veGocidade da
pedra. Não h á lugar ma nova física para catmpo e matéria, pois
a Única malidade C a do campo. M e movo conceito é mgieoldo
pehs g r a d a realimç& dia fítsim, pb n w m s itnilunrfos no
expnhir as kis da ehickla.de, do imagnieitiaimo e da grawkqão
mb fonma de leis estmtumis, e, final-, pela equivalência
entre mama e energia#.O nomo Último problema será modificar
as leis de campo de modo que não falhem rn m g i k de energia
enormemate canioentrda.
Mas até agora não cansegniimm redizar este programa de
maneira cCWlia9teoiite e canvimmte. A &ci&o fhiail está no
futuro. Tmcxs a i d a hoje de manter nas mossas cwmtnuqões
tehiicas d u readidades:
~ ~ campo e maitérta.
RESUMINDO:

Um novo conceito aparece na ffsica, o mais importante


desde o tempo de Newton: o campo. E necessário grande ima-
ginação cientifica para compreender que o essencial na des-
criçúo dos fenómenos físicos não é a carga ou a partfcula, mas
o campo no espaço entre as cargas e as partículas. O conceito
de campo mostra-se o mais aceitável e conduz à formulação
das equações de Maxwell, que descrevem a estrutura do campo
electromagnético e governam tanto os fenómenm eléctricos
como os ópticos.
A teoria da relatividade surge deste problema do campo.
AS contmdiçÕes e inconsistências cihs velhas teorias forçam-nos
a atribuir novas propriedades ao continuo espaço-tempo, cenúrio
de todos os eventos do nosso mundo físico.
A relatividade desenvolve-se em dois rumos. O primeiro
leva ao que é conhecido como relatividade restrita, aplicada
somente ao sistema coordenado inercial, que é aquele em que
o lei dri inércia formulada por Newton é válida. A relatividade
restrita baseia-se em &as suposições fundamentaia as leis fí-
sicas sdo as mesmas em toda os sistemas de coordenadas que
se movem uniformemente em relação um ao outro; a velocidade
da luz tem sempre o mesmo valor. Destas suposições, plena-
mente confirmadas pela experiência, são deduzidas as proprie-
dades das barras e relógios em movimento, as suas mudanças
em extensão e ritmo dependentes velocicihde. A teoria da
relatividade altera as leis da mecânica. As velhas leis ficam
invalidadas se a velocidade da partícula em movimento se apro-
xima da da luz. As novas leis para um corpo em movimento,
como foram formuladas pela relatividade, confirmam-se esplen-
didamente no campo experimental. Uma posterior consequência
da relatividade é a ligação entre massa e energia. Massa é
energia e a energia tem massa. As duas leis, da conservagão da
massa e da conservação da energia, combinam-se em uma: a
lei da conservação da massa-energia.
A teoria da relatividade geral dá ainda uma análise mais
profunda do contínuo espaçetempo. A validade da teoria já
d o se restringe aos sistemas de coordenadas inerciais. A teoria
ataca o problema da gravitaçao e formula novas leis de estru-
tura para o campo gravftico. Força-nos a analisar o papel repre-
sentado pela geometria na descrição do mundo físico. Considera
o facto du igualdade da massa inercial e gravítica como essen-
cial e não, como na mecânica antiga, meramente acidental. As
consequêl~ciasexperimentais da relatividade gero1 diferem leve-
mente das da velha mecânica. Suportam a prova do experiência,
sempre que a comparação é possível. Mas a força da retatili-
dade jaz na sua consistêncicr interior e na simplicidade dos seus
postulados fundamentais.
A teoria da relatividade frisa a importância do conceito de
campo. Mas, como ainda não conseguimos formular um puro
campo físico, remos provisoriamente de admitir a existência de
ambos os conceitos: campo e matéria.
[Fotografia de A. G. Shenstonej

Linhas espectrais

(Fotogrdiii de
L a ~ t o w i c d ie Gregor)

l\liracçáo dos raios S

(Fotografia de Lcria e K l i n ~ e r j

Difracção de ondas ekctr6nicas


CONTINUIDADE-DESCONTINUIDADE
A prodniição de m a i , de bulha pode mudar de um
moda m h o . O W do carvão pr0dmid.o pode m e
cw dhhuk em q d d a d s airbi-te pequms. Mas o
n- de mimiros anpregady)~nas mimm s6 pode mudar
diesicmiitimmeaute. Não iio mtidy>dizar: «Desde amem que
o mnúmieou> de mineiros ~RIIIIIWN~OUde 3,783.))
a respeito da wma de dhhWou, que tem am
bolso, rmn homem pade dar um número imntmdo arpenas dois
deciunaiç. Uma m a de dinheiro 96 pode mudar aw>s d t m , de
um miado dmndnwu. O me= troa, possi'vel a~ A~ntkica.ou
por autras padawas, o «qumnum elamanm))da moda aonieiri-
cana, C uun cênItiano. O «quamtum» da moeda i n g b é um
larthing, que vak metade do «qumtuann elemlenitar an&m.
Temnis aqui exeúnplo de dois «quanta»e l e r n m , oujos m im
pcxhn ser m m .A riehqã~)dos m s w l m tam um
semtido definido, d& que um \raie duas v- o outro.
Podem05 dizer: aùgiunrias q ~ t mudam
i ~umtiniliia-
mente e outras s6 m d w n desctmtinuamiai~e,p passa que
não paieim ser reduzidos. Estes pamos imlivisív& são chamados
os quanta elementares da coisa a que se referem.
Podemos p a r pandles qmmtidxles de areia e d d e r a r
a mairra dessa m i a c a n o canihm, já que a ma emumira
grmulaa é evidente. Mas,se a areia se tmnase mluiito preciosa
e hmvéssemos de empregar babnqas dtra~sm'wis,tedannos
de oanditar o f a t o de que a mwsa sempre muda por rinimms
múltiplos de u m grk. A rn~mxa desse grão seria o m x o
*qiiLanm» elenimm. Desces exemplos v m w cwmo o carácter
d ~ n t h u deo m a qumtidade att5 certo mounemto c d d d a
c m h a pode ser a i p d i d o pelo a m m t o de precisão nas
n o s & medidas.
Para macterizúur 11;- frase e ideia principai da teoria
do « q a m m » , dimma: deve ser admitido que certas quanti-
dades fisicas até aqui considemdas contínuas são compostas
de ((quanta))elementares.
A região de facm abrmgidcm pela temia do ((quainltum))
OS uQUANTA» ELEM!ENTARES DE MATENA
E DE ELECTRICIDADE

Isto quer dizer que ai massa C dtscodma. A mwsa de


utma quantidade de hidmgérzio s6 pude u n u h par uim nnírnm
inteiro de pequenos passos w ~ e o h marw i ~ de uana
m d h d a de hhhgCnLo. M'as aç pr-mxm puúdccxç mostram
que a molécula. de hidmgbnio pade mper-se em duas pQaes.
OUL por mras plavm, que a molécula de hickcgho se
canpãe de doi6 átioma~.Nos p i x r c m químicos C o A-,
não a mdécula, q w ~ r e s e n t ao papal de «quaavnum» ele-
matar; Dividindo-se o número acima p d&, tamos o mama
de um átomo de h i h g é n i a

A massa é u m qurintklade diescoaÙtl?~1~i,


mais n a i d m
não t.emos de nos preoculpair cam isto q m d o detemninaunos
peaw>s. Mamo as matis seaisíveis hhatps =tão longe de airançar
o gmu de precisão c a p e de avearlg~uara ~aukqãoda descianti-
d a d e da $xnawdh
-V pm um faioro hem ccndwcidb, ao fio &alo
i d g e m de urna comme elémicâ. Pelo fio ai txamme flui do
mlak alho ao mais ~ k pobearcial.
o Tembams em vista que
mrluiitm factos e x p e r ~ ~EoUaun
i s explicaidw pela temia dos
fluido6 décniicos cuamnd~@DS fim. RecoadRaiuos também que
2 decilsão de que o fluido positivo flui dio mais alto ao miak
baixo potencial, ou de que o f l u i d ~wgaki'w) flui do m;isbaim
aa mais alito, C meirmeate canvdoniail. De m t m m m d e i m o s
de Iado os p i a g m xsubnws dos ocrniceim de m p o .
Mesmo pemamdo rn flniidos ei&tri<x>snestes Eermrxs: simples,
ainda s u ~ ~ g a mquestões. C m a palavra «fluido» o su-, a
e l d c i d a d e fai tida mrígmente m o umxa q d d a d e cm-
n'ma. O úarail da carga pudm ser mdbdo por passos airbitxmh
mente pequenos. NZo havia maesidtaide de admitir os ccqwaaita))
el-OS. As &aiçóes idgi temia ciai$tica da matéria prepa-
ram-nas p m uma nova q d o : exbtem uquwrtain elementares
do fhu& eléotnco? A mata questão a ser esçlaoleoida é: calEim2
ai c o m t e num f l u o do posiitivo, do negativo, ou dws bis
fliLidos juntos?

bari-acha a pcjsitiva e a da briira de vidro, LI neg'attiva.


Muito ma& mvemimbe teria sido 000UFiidm o fluido q w flui
como o pdtivio. Mas m o a primkiva ccnmpçáo nasceu
emda, temios de arrca~.ooan a i a i i c m ~A. seguida ques
Tomou-se a+tdpossi'vel isolar um só elmtrão e deímmhm a sua
carga ele~nenitare a ma m a , isto é, â sua resbthciai inmiai
à acção de (umaforca externa. Aqui só ciltaremux o valor da
mama do electrão, duas mil vezes menor q w a maissal do Atomo
de hidrogénio. Assim, a massa do átomo de hidmgénio, mínima
camo é, m g e g r a d e em com a mama do electrão.
Do ponto de vista de uma condmnte te& de campo, o totai
da mamar isto é, a a g i a tatal de m electrão, é a emergia
do seu campo; a mpliitude da sua força está dentro de u m
peqweaibhnc~esfera e ao aifasrae do «cenh-o» do electrão
esta f q a enifiaqruwe.
Dissemoõ atráis que o &tomode wn elemento é o seu menor
«qmmttm» elennentau. &te conceito fai par muito m p a admi-
ti&- mas já o não é hoje! A ciência c o n c e h novas ideias,
que m m m n as iimibações dai antiga. Pwica6: afirmações na
OS «QUANTA» DE LUZ

-
&
C um mwrr, consmr& ma praia. As anda
chwaan-se & t(YnitjOlwamienite, esdavlaan-lhe parrte da s u p -
fíck e retiram-se, deixando c a m fraaùco paira w v x d a s .
A massa do mum dmwce, e ptxiemm perguntar quanto dela
C subtradda b a m t e m m. Mas figmmms a m um dife-
g
~ ~ . Q w a n e a K w d 3 u n i ~ ~ ~ a m a s s a ~ a n ~ d a
quantidade anas px um sistema divierso. Damo6 Itiaus m muro
e desqpgaando nas poouoos em que a5 dsm b e m . A niiaaça
do msui, decresce, e podemos imaginar que uma igual d q ã o
de anaisr;a se apm m s dois casos. Da apaniêauCia do m m , ame-
tmm, pcndemw h & m e ver se C o coairt6nuo &que das
andas que a a m au o d d m chope das Mas. Paria a
h a n n w o do que vamos expor é de vmtapm que
tenhaanos em mente o m a eam a e o chuveh
das balas.
Disemm artrás que o fio aquecido emite electrões. Aqui
hiz e@iiva o deito fotm1Bclx-i~.Um chuvebu de fatões
caii mim u m chapa de -1. A a* entre a m&@h e a
rnmtéxia <-úaaasffe em mitm pnmmos finguhm em que um
&f choca ccwi (umiátomo e lhe amima um eleounão.
E+stespaucessos siriguhm 60sempre idêndc06~e em codm
as cams o electrão extra& term a mesma amrgh. Taun~b8m
c o r n p ~ w que a a ~ awi n m d h k da 1 w si~gmifica,
na nova- 1 aimmmr o número de fotões em pcrr,
jeqão. Neste C ~ B O *um difemnte aiirnem de ehtrães pade seã
extraído do metd, mas a energia de cada iuan não muda. Vmm,
M, q u i e r i i m v a ~ ~ á d e p l i e w o ~ o ar 0d-0.o ~
Que arm~tecequando wm raio de luz h o m q g h a & cor
dikrenw, dig- v m e h em vez de violeta, cai s u h a
supedicie da chapa? Deixema que a experiQÙcia +a à
peirgum!~.A eúiergb dos eiectrõles extraidos pela Iw venmeiha
apmmm-se anieaior q m a dos elemfks extraídos pela luz v b
lata. Isto quer dizer que a meqia ~ D Suqumrn)) de luz é
difaneairte paira as ~~ com. Ck fatães do vemmelho têm
metade da eaiiergb dos &f do viulera. Ou, mais ~~
mmte a energia do uquauimum))de luz & uma cor iummghm
~ n a ~ m q u ~ o c w n p ~ ~ d a a n d i a a r e s c e .
isto tmmtityi uma difemya esmxhl e m os ((qzuaúlta~de
-ia e os aquama» de electmicidiade. & «quanta» de lue
diferem cum o coanprimeairto bd a , ao passo que os c(q'~~an.w»
de electricidrade são mpre os mesmos. Se fbsemm u m
;~@Ill!aS Iiiossas da
í16 CUlttXkBRiS, p o d d a ú n ~COIllp>antair
os «qmtan de ltw «qumta» rnme~áiTiuS,os q& diferem
em todos os p a h .
Con-DS a @rde kado a temia dulat6ria da luz e e
a;drnitirqueaes~niioua9daInizé~e~pelas
«qaaía»de luz, isto é, pelos Ia- que aahbm m espaço
mim ai vehidade da luz. Assim, na. aaspa mva represe~iitação
a Iniz é uùn chuveim de fotões t o fotão é o uqnianmiunn ele-
mentar de mmgb da h. Se, porém, afmtmms a teaia da
Terminologia da Teoria do Terminologia da Teoria da
«Quantum» Onda

A luz hmogéneai mntéon A luz homogénea tem um


fotões de uma definida enar- definido comprimento de
gia. A energia do fotão da onda. O com- de
banda verm&a do aspeatro onda do vermelho C duas
é metade do da banda violeta. vezes o do violeta.

Tiado isto pode ser suùnarizado desta maneira: há f&e-


nos que se explicam pela .teoria do uquantunn» m s não pela
teruiai da onda. Os fotoefeitos fomecem-nm uun exennpio,
embora outros fenátnenos do mesmo tipo sejaun (-unhedos.
Há fenómenos que podem ser explicadas pela teoria andula-
tóh, mas não pela do ccquaintxm~- m o a csiwaitul-ai da
luz. Fina'htnte, há fenámenos, tais como o da pro23a:g;LFão
rectilíneai do luz, que pod.eon ser i g u h e n t e explicados por
ambas as teorias.
Mas que é a l u na redidade? Onda ou chuveh de fotões?
Já propusem06 uma questão similar quando indãghos se a
luz era onda ou chuveiro de curpúsculos. Nesse momento havia
raeões para afastar a teoria rorpuscuk e aceita a ondula-
tória. Agoral, porém, o problema está, muito mais complicado.
Não parece possível obter umai descrição aceitável dos f e d
menos da luz pela escolha de uma 96 das duas linguagens.
Ora temos de usar uma, ora outra,, e vezes uma e outra.
Surge-nos um novo tipo de dificuldade. Temos duas represen-
tqões contraditórias da realidade; sepamdamente &uma
-
explica as fenómenai da luz m a juntas explicam-nela!
Guno sará possívei combii&las? Cano podie?Pan.os com-
preender estes dois aspectos ,tão difenenites & luz? Não é
fácil m l v e r este prohlema novo-e fu~daunenrail.
Para já aceitemos a remia do fotão e experimentemos
com o seu auxílio compreender fenáanenos at6 aqui explicados
pela tewiai ondulatóna. Temos de frisar as dificuldades que
h primeira vista; tomam as dwas teorias irreconciliáveis.
Recordemos: o ralb de l u hamogdnea que passa por uun
£un, de ldfknete dá amék claros e txaras (phg. 106). Como,
fora da teoria da onda, é padvel compreender este fenbmeno:
Por meio da (teoria do ~quaatumnnde luz? Um fotão passa
atravks do furo. Podems esperair luminosidade na tela,
se o fotão o atravessa; e e- escuridão, se o não m a r
v e s a Em vez disso m o s an6is de lue e scunbra. Tentemos
explicar assim: ta'lvez haja wma acção reciproca entre ai beira
do f~me o fotão, e seja essa intemcção a responsável pelo
aparecimento dos adis de difrx@o. Estai sentença, porém,
não pode ser considerada como cxplicaQão. No (máximo
esboça ulm programa explicativo, admitindo esperanças de
uma futum comp-o da, direcção pda acção reciproca
entre ai matéria e o fotão.
Mas até esta fraca sperauqa se anda na discussão que já
fizemos da outra expiência. Tomemos dais furos de alfinete.
A luz hamogénea que pasm por eles dá listas de luz e sombra.
Como pode este deito ser empreendido do ponto de vi& do
«quaintum»?Surge o argumento: um fotão passa ama& de
um ou o u w dos furas. Se um fotão de luz h a m o g b repw-
senta uma partícula elementar de lua, não podemos imaginar
a sua divisão e a sua passagem através dos dois furos. Mas,
m a hipótese, o efeito deviai ser exactamente como no pri-
meim caso, m6is de luz e sambra e listas de luz e sambra-
Como C possível que a presença do segundo furo mude com-
pletamente o &to? Apamentamtnte o f u m através do qual
o fotão não pama muda os a&s em listas! Se o fotão se com-
parta como umn coilpúsculo da velha fisica, deve pasar atrads
de um dos f m . Mas, neste caso, o fenQneno da difmqk
torna-se completarmente i n c m p d w l .
A ciência fmçmos a u i a ~noras ideias, mvaa teorias.
O objectivo é d e m k ar mm~lhasde contradição que fie-
quentemente bloqueiam o caminho do progresso científico.
Todas as ideias essenciais da aênma nascem do h á t i m
choque entre a raiiidade e as rimas tentativas de cam-
pensão. Tmos, diante de n&, partanto, um problema para
cuja solução se t o m m necessárjos novos prinÚ8pias.Antes
de falar n a tentativas da física d e r n a para explicar o con-
vradição entre o «quantuni» e as aspectos ondul&nUs da luz,
v e m o s que s mesmas dificuldds mgmn quando tamb6m
examinamos os «quanta» da anat6ria.

ESPECTRO DA LUZ

Já sabmos que a maitéria é constituída por algum tipas


apenas de partículas. Os electrões foram as primeiras par-
tículas elementares da anatéria de que t i
-a revelação. Mas
os electrões são também r(qmbai» deunienta~ade electrici-
dade negativaj. Verificámos, depois, que adguns fenómenos n a
forfaún a admitir que a luz é composta de «qu;iùltain elemen-
tares, variáveis para os d i f m t e ç comprimentos de onda.
Antes de prosseguir, vamos cxaminar alguns fenómenicls físicos
nos quais a mat6rh e a rradiaqão representam um papel
essencial.
O Sal emite mdkqiio que o prima ctesdobrra em campo-
nentes. Desse modo pode ser obtido o espectro coniti'nuo do
Sol onde cada comprimento de onda entre as dois extFemm
do espectro visível se encontra mpresentado. Tomemos outro
exemplo. Já vimos que 0 ijódio i n c d m n t e emite Iuz h m o -
génea, luz de uma cor, ou de um só comprimento de onda.
Esse a i o incmdescente, colocddo diante do prisma,, dá uma
linha aimarela. Em gm1, se m cgipo d i t e é wlocado
&ante do prisma, a luz que õle emite desdoh.se nas seus
componentes, revelamdo o especím mac0&co do corpo
eunissor.
A' descarga & electrici$ade nunn tubo de gás groduz uma
fonte de luz, como se vê n ~ çtubos de néon da publicidade
1.inmino';d. S u p o h m tal tubo diante do esptmxópio.
O eqect1y)sc6pio é um i!nmum~to que age como o prima,
mas com muito mallar xuidde; desdobra a luz nas seus com
ponmtes, isto C, mdisaa. A luz do Sol vista aitrawés do
espectroscópio dá unn especm c~'11uo; toda os cumpri-
mentos de anda estão & representados. Se, porém, ai fonte
de luz C um gás p a r r i d o pela comente eléctrica, o espectro
revela-se de carácter diferente. Em vez da imagem contínua
e muIticolarida do especm solar, aprecem listas brilhantes
sobre fundo escuro. Cada lista coniesponde a uma cor ou, na
linguagem dai teoria ondulatdriai, a rn comprimento de onda
Se vinte linhas, por exanplu, são visíveis no espectro, cada
qual será designada por um dos vinte números que exprimem
cs compimentos de onda. Os vaipores dos vários elementos
pasmem diferentes sistemas de linhas. Não há dois idênticas,
como não há duas pessoas de h e e s digitais idênticas.
Camo um caltálogo destas linhas já foi dabrado pelos físicas,
a existência de leis tomou-se gdudmente evidente, e foi
posçi'vel estabelecem-se fónmulas matemáticas.
Tudo que acabamos de dizer pode ser traduzido para, a lin-
guagem dos fotões. As listas correspondem a certos e defini-
dos compnmenitos de onda, ou a fotões de energia definida.
Os gases lu~mimms,port;iuito, não emitem f a t k cam aoda
as energias posçi'veis, mas somente aqueles que caracterizam
a substância. Novamente ai reaJidade limita a riqueza de
pussibilidads.
Os átarncs de um certo elemento. digamos, do hidrogénio,
e m emitir unicamente fotõas: de uma definida energia.
Só Ihes é permitida a missão de definidos ((quanta))de ener-
gia; todos os demais são proibidas. Imaginamos que algum
elemento emite uma só linha, isto é, emite só fotões de uma
definida, pode seir expaiesso de m i r a mamira: só dois níveis
am m da emissão e mais pobre depois. Do principio da energia
deve concluir-se que O nível & energia é mais alto antes da
emissão e mais baixo depois, e que ai diferença entre os dois
niveis deve ser igual ?I m a g i a do fotão emitido. Assim,
o facto de um átamo de certo elmento emitir IEidiaqão de um
só camprimento de onda, isto é, só fotões de uma energia
definidai, pode ser expressão de outra mameira: só dois níveis
de energia são admis'veis num átomo d a t e elemento, e a
emissão de um fotão c ~ ~ l e s p o n dAe rrmsiqão de um áltamo,
do mais alto ao mais baixo nlivel de energia.
Gerdmente, p d m , mais linhas aprecem no espectro dos
elementos. Os f ~ t õ e semi>tidos -c a muitas energia&
não a p a g a uma. Ou, por o w a b palamas, devemos admitir
que muitos níveis de energia são permitidos num átmno e que
a missãb de um for50 correspoaik A @ramsição de um Atano
do mais alto nível de energia ao mais E x o . Não são permi-
tidas t o d s s níveis de energia, desde que todos as compn-
mantos de onda e todos os fotõeç ngo am - no espectro
de um demento. Em vez de dizer que alguma linhas definidas,
ailguns c o m p r i m ~ t o scle onda definidas, pertencem au> espec-
tro de caia átomo, podemos dizer que cada átomo tem a i l p
níveis definidos de energia, e que a emissão dos: «quanta» de
luz está associada à tramsição do átomo de um n I d de e m -
gia palra wutro. Os níveis de mmgia~são, em -a, descm
tinuos. De novo vemos as posfibilidkdes resrningidas pela
readidade.
Foi kh quem pela prilm& vez rnmlmm porque justa-
mente e t
ess
as e não o u m linhas a p m m no espectro. A sua
temia, formulada h&ciniqueinta aia, t r q a o desenho de um
Atomo do qual em c a w simples pode ser calculado o espec-
tro dos elementos-e os ndmems qmentemmte co&as
e sem relaqão tomam-se subitaoriffnte coerentes com a t e o h .
A temia de Bohr constituli passo intermleCliArio para uma
teoria mais gieratl s mais profunda a do «quantum» mecânico.
Vmm nas Últimas páginas deste limo m a c t e r i z a ~as ideias
principais desta tearia. MQs m o s ambes de mencionar os
resultadas experimentais & m t m teoria.
O espectro visível c m w p com cem comprimenp & onda
no violeta e m i n a cam a u m comprimento de onda no ver-
melho. Par outras plaivras, as energiias dos fotões no espectro
visível =tão sempre encerradas dentro dos limites estabeleci-
dos pelas energias dos fottões do violeta e do m d h o . SBm
dúvida será esta limita@o apenas uma pmpried;ide d o olho
humano. Se ã diferença am energia de J g u m dos níveis de
energia C bastante grande, então um fotão ultravioleta será
emitido, d a d o uma linha para d6m do espeotm visível. A sua
p m m f a não pode ser ~prcebiiapela vista humana; tem que
ser fotografada.
Os mim X são tauniGm compostos de fotães de energia
muito maiam que os da lsuz visível, ou, por outras p a J m ,
os seus comprimentos de anda são muito menores, de facto
milhares de vezes m n m , que os dh luz visível.
Mas será possiviel d e t e a m i k experimentalmente esses
comprimentos de onda, dnimos? Bastante difícil ms foi
fazê-lo para a luz mm. Exigiai peqmnhsimos obtácdos
ou pequenii'&mw abas. Dais aifinete muito raproxi-
mados, mostrando a difracção dai luz comum, t e r i m de ficar
milham de vezes m a m e s e mais próximos para mostrar
a difraqão dos raio6 X.
Como medir então o wrnprlmento de omh desses raios?
A M u m a veio em aiwlio da ciência.
Um criml é u m a agloanaação de átomos dispoçtm m
plano perfeitamente regular, a distâncias muito curtas uùn do
autm. O diesenho mostra uma smtuirai de cristal Em vez de
minúsculas aberturas h4 abstáculos extremamente pequenos
fonmadm pelos átomo6 do eleanerùto e aammdo6 em ordem
aihçoiutamente regula^. As distâncias entre m átomos, c o m
as revela a teoria da estmtum cristailina, (são do pequenas
que nos mostram o efeito da dif-o das raios X. A expe-
riência de facto provou que é posnf\nel difractair a onda do

ficará pa4tentie.Vários métadas têm sido empregadm no estudo


do a9pectro dos raios X a film de deduzir o ccnnprimto de
cmda da difracçáo fotografada. O que nestas p c a s palavras
aqui dizemos poderia encher voluimies, se tados os detalhes
fossem expostos. Na Estampa 111 damos um tipo de difmção,
obtido por um dos vários ~métodwdesenvolvidos. Novamente
vamos os anéis de luz e m b m , tão macm'sticm na teoria
cmdulatória. No centro o raio riáo difractado está visível.
.Se o crista3 aiQo fasse htesposto entre as raios X e a, chapa, s6
a mancha dai luz central seriai vidvd. Por m i o de fotografias
desse tipo, os comprimentos de onda do espectro das m i ~ X s
p o d a ser calculados; e conhwidos os comprimento6 de mdal,
possibilitam-se conclusões sobne a estrut~uraido cristal.
ONDAS DE MATERIA

Como @mos compreender o facto de que só certo5


compn'mentos de onda característicos aparecem n o espectro
dos elementos?
Com muita frequência avanços e ~ n c i a ~foram
is assegurar
dos pelo esclarecimento de uma analogia entre fenUmenoç na
aparência não relacionados entre si. Nestas páginas já v i m a
como ideias criadas e desenvalvidas num ramo de ciência
eram depois aplicadas a outros. O estudo d a inberpretaqiio
mecânica e da teoria, d o campo oferece várias exemplos desta

natureza. A associaqão dos problemas resolvidos com os não


resolvidos pode lançar nova luz nas nossas dificuldades, graças
à sugestão de ideias novas. Descobrir aspectos idênticos e
essenciais de~a~percebidospor diferenças externas é puro e
importante trabalho de criaição. O desenvolvimento das cha-
madas ondas mecânicas, começado hii menos de trinta anos
por Broglie e Schrodinger, fornece-nos um exemplo típico
de uma teoria assim nascida analogicarnente.
O nosso ponto de partida, é um exemplo clássico que nada
tem com a fbica moderna. Peguemos na extremidade de um
longo tubo de borracha e procuremos movê-lo ritmicamente
para cima e parai baixo, de modo que a outra extremidade
oscile. Fonnase u m d a pela oscilcqão, a qual1 percorre
o tubo cam certa velocidade. Se imaginarmos ulm tubo infini-
tamente longo, então as ondas formadas seguirão para1 uma'
viagrm sem fim.
Outro caso agora. As duas extremidades do tubo estão
presas. Que acontece para a onda aimia numa das pontas:
.4 onda começa a sua viagem mas logo se vê neflectida pela
outra e x t m i d a d e . Temos agora dua ondas, uma cririda pela
osdlaqão e outra lpla reflexãb; caiminiham em dinecçb

opostas e interferem. Não seria difícil travar a interferência


das duas ondas e descobrir a onda m u l t m t e da sobqosição:
a onda permanente. As duas palavras «pmmamente» e «onda),
parecem contradizm+e, mas o suo combinação justificam
pelo resultado da sobreposição das duas ondas.

O mais simples exemplo da onda, permiamente está no movi-


mento da corda com as duas e m m i a s fixas e em movi-
mento de vaivém camo se vê no d a m h o . Este movimento
é o m l t a d o de m a onda sobrejacente o outra, quando as
duas viajam em direcções opostas. O aspecto caracterhico
do movimento é que só a6 duas extremidades da, corda estão
em repouso. São as n6s. A onda, por assim dizer, levantase
entre os dois nás, com todos os pontos dai corda alcançando
sirnultanea'miente o máximo e o mínimo do desvio.
Mas isto é apenas o exemplo mais elemmtar da, onda
permanbte. Há outros. Por exemplo, uma onda permanente
pode ter rrês nós, as da extremidade e um no centro. Neste
c m , três pontos estão sempre em (mpouso. Uma vista de

olhos ao desenho mostra que o comprimento da onda é aqui


metade do comprimento da do exemplo anterior, de dois nós.
Semelhantememe, ondas permainentes podam ter quatro, cinco
e mais d s . Em cada caso o comprimento da onda dependerá
do número de nós. Este número. sendo número inteiro, só
pode mudar por saitos. A frase «o número de nós, numa onda
permamsnte, é 3,576))in;ãu> passa de puro coaiiblia-. O aom-
primento da onda muda descontinuamente. Estaunos vendo
um aspecto, que já nas é familiar, da, teoria do «quãùltum~.
.i onda permanente produzida1 por um tocadar de violino é
.ainda, mais camplicada. sendo nma mistura de muitas ondas
com dois, três quatro, cinco e mais nós; mistura. polrtanto,
de vários comprimentos de onda. A física pode analisar seme-
lhante mistural, desdobrando a onda permanente nas suas
onda6 camponentes. Anailogicamente sed o caso de dizer que
a corda oscilante tem um espectro. do mesmo modo que iun
elemento emissor de radiqão. E, como no caso do espectro,
d certos camprimentos de ondas apmcean; tah m demais
não podem ser encontrados.
Verificamms m i m certa similaridade entre a corda osci-
lante e o áltomo emissor de radiação. Par estranha que pareça
esta analogia. tiremas dela as concl- e continuemos na
iompa,ração. Os &tomos de cada ekmento são compostos de
partículas elemantam, as mais p d a ~ constituindo
s os núcleos
e as rna,is leves, os electrões. Tal s i s m a de partículas cúmpor-
ta-se como um pequeno apanAho d s t i c o em que ondas per-
manentes se produzem.
As ondas permanentes são o msultado de imterferênaia
entre duas ou mais andas. Se há alguma verdade na n m
analogia, um arranjo mais simples que o do átomo deveria
campander à onda1 expmsival. Quwl C o m n j o mais simples?
No nosso mundo material naida, pode ser mais simpleç
do que um electrão, que C uma pairtfcul dementar em que
nenhuma força actuas um electrão em mpouso ou em movi-
mento uniforme. Podemos admitir mais um elo na cadeia da
nossa, analogia: electrão em ,mx,vimento uniforme B ondas
de um definido compnimento. Foi esta a nova e corajosa
ideia de Broglie.
Já vimos que há fenhenos em que a luz revela o seu
carácter onddatório e outros em que wvela o seu carácter
corpuscular. Depois de nos acomodamos à ideila de que a1 luz
é umm anda, com surpresa verificamos, em centos casos, que
ela se comporta com0 uma chuva de fatões. Mas com os
e l w t r k d k e o coautrário. Acu>smámo.m à ideia de que os
eliecbrõies são partícwlm ou ((quanta)) elamienaames de maitéria
e de electricidade. A carga e a mama foram hvatigadas. Se
existe algutrna verdade na ideia de Broglie, então deve haver
um knbmeno em que a imatéria revele o sou carácter d u à a -
tório. Esra canclusão, deduzida da a~màogiacom o f e h e n o
a<cÚstico,parece a princípio estranha e incampern'wl. Como
pode m c~)rpúiscuiloem movimento ter qualquer coisa de
anda? Mas não é a primeira vez que na física nos defrontamos
com dificuldades desta cnrdiam. O m a m o problema nm apa-
receu mos domírnios da luz.
As ideias fmd~amentaisdesempham g r a d e papel na
f m a ç ã o de uma teoria física(. As o b m de fhica estão cheias
de complicadas f h u l a s matemáticas. Mas o que alparece
comqos de uma teoria física são pensamentos e ideias; só mais
t a d e as ideiais tomam foma matemática, quantitativa, a fim
de p i b i l i ~a o c u n p a ~ mcom a experiência. T a o s inm
exemplo diaito no casio que >wsm p a . A supaUm é que o
eleou60 em movMien~ouniforme se comparai, eim algum
feruómam, como onda. Adanimmas que um eleotrãr), ou,um
chuveiro de elwbrk, se move unifmnpimeaiite c?am ai mesma
velwidade. A m-, a carga e a wlrxidade de cada alemão
individual d o são conhecidas. Se queremos de qualquer modb
asscxiar o mceiroo cmd&Itdrio com os elecwões em mvimmm
unifome, auge a questão: qual o comprimento da onda?Tmm
aqui uma questão qumtilaaitiva, e portanto m a teoria mais ou
menos quantitativa há que ser aqui1teoradaa fim de se lhe
i~spandar.E isto não é matéria simples. A matemáticai simpli-
cidade do tmba~lhode Bmglie na imposta a esta q ~ w t ã ué a
naús adimirável. Ao tempo em que foi feito, a técnica mate-
mAtica de m r a s -ias físicas era muito su~btile ccirnplicadia,
cmpamtivaimen~tefailmdo. As maitemkicas de R I ~ Ono problema
d.as ondas de matéria são exrreanarmiarilre simples, mas as 'ideias
funda~mtaissão pfuaidas e de grade a~lcamce.
Vimos no casa das andas de luz e do fotão que caida mpo-
sição fornuluda ma lingwgem ondudait6ria @e seir traintsiadada
p m a linguagem dos fotões ou corpúsculos de kz. O mesmo
se dá com as ondw eleofróinicas. Já saibiemm a liqpgean cm-
pucudaa pau os electrões em movimen~toumifme. Mas d a
suposição expressa em linguagem pode ser tradu-
zi& para a linguagem dullatóiia, m o no caso dos fotões.
Duas pistas sugerem a5 x p da ltradnqão. Uma delw está na
analogia mtre as ondas de lue e as d o a d a s eleatrOniaas, ou entre
fotões e elecitrões. A 'teoria da, mlmiviclade restrita fornece ai
uuwa pista. As leis da N a i t w a de- ser iavariantes ccun
respeito 3 à ~ f o u m a q ã ode Lomwk, não e m nesppim ? tmms-
i
f m a @ o clássira. Esras duas pistas jiiatias detmmhaan s
tomprhmto de d a c w e a t e ao e l m ã o em movi-
mato. M v a da teoria de que um electirão, movendo-se
com a velocidade, digamos, de quinze mil q u i l h t m s por
segundo, tem um comprimento de onda que pode ser facii-
mente calculado e que fica m mesma região dos ccunprimmto~
de d a dos ra1imX. Assim, condluiimos que se o carácter de
anda da mtéria pode ser ave ri@^, esta averiguação tem que
experlmenta,lmenteseguir caimhho aaiáilogo h dos ráim X.
Imaginamos um mio de electrão que se move uinifonme-
mente com g d t velocidade, ou, para maar a te-ogia
andulatbri~,uma onda electrónica limnogb, e supunhamos
q w esse iraio de electrão cai sobm uma l h k de or*l
difracfor. As distâncias entre os obstádos m cristal são d o
pequmt~sqm podem pradniziir a dikacção doe raios X. Pudemos
espem uun efeito semelhante cum a d a electrótnica, cujo
cyrntpoiun~oé dai mesma ardem de gmdeza. A ohapa fm-
grálfica poderá registar a d i f r q ã o da ondh eltxtróuiica que
íntmviessa o cristal. E 111a mlidade a e x p e r i 6 t confirma a
tearia: confirma a dihacção da1 onda electrr6nica! A similaridade
s n t ~w difracção de m a d a e a de um raio X toma-se
paniticu4amenite a c a m d a , c o m v a m rn Eçraimiga 111. Sabe-
mius que tais fotogrdias nos habilitam a brminiair o compri-
m a t o das ondas dos Itai'uç X. E o mesmo se dá pma os ondas
electrónicas. O desan~hod.a d8ifm@adá o comprimento de m a
onda de mat6ria e miustra o peirfeim &o quantitativo encre
a teoria, e a experiência. A cadeia da mgumeriitação está per-
feitamente confimnada.
Mm com ~ie~~11lmdoais nassas dificialdades anteriores
ampliam-se, cano se vê m um exemplo. Um elmtrão lanpdo
através de abertura muito pequem e n ~ ~ ~ do~ memo e - á
m d o qw a onda de #luz.A c h a p fotográfica revelará anéis
luùn- e sombreados. Haverá eqmamp de explicar este
feniámeno pela aqZo m i p m a , enitnie o deai50 e a fí~mbriada
-
albmtiai.a, e m h a não seja e s p a n p muito fundada. Mas no
.- deaduas aberturas, ozi dois Euum? Aprecem l h s em vez
de ainéis. Como C possível que o simples fwto da existência de
um segundo fulro mude ccnnpletmemte o efeito? O electrão S
indivisível e pode pamr unicamente por um dos furos. E pa5-
saaidv por esse f m , c a n o podie saber que outro h foi aberto
na vixhhança?
hteriomenite indagdmús. que é a ~ h z ?C h l u ~de~ corpús-
culos oni onda?Temios agora de indagar: que C a miaréria, que é
o elieotaão? Uma partícula ou uma m d ~ O? electrão ccmpta-s
como padcula quando se move num campo eléauico ou
magnético. Mas já no cri& difmmmte se mmparra m o
anda. As mesmas dif;iddades que m sitrgiirm com os
((quanta» de luz resrm~gemcom os «qRU;lltlita»da an&a~ Uma
das questões f~da~menitais f ú n i d d a s peio madeniv a-o
da ciência é m o i.ecancilia~a cani~adiçáo maiténa e
d a . Resolvida que seja, advkão gmdies cunseq2uêncilas para
o progit.lesso da ciência. A fisica tentou resolver o problema-
mas s6 o fwhm ditrá se a d q ã o apremntada é defiiniiitival ou
temporária.

PROBABILIDADES ONDULATORIAS

Se. de a d o com a mecânica antiga, saibemos a posição


e a velocidade de um dado panto materiati e 8;1bemos t a n n b
que f o g a s externas estão agindo. pcxiãmús predizer, d o p o
de vista mecânico, a hltunra bnbiza d e s e pto. A frase:
%(Op n t o m a & d tem @a1 e iel posi@o e velocidade em tal
e @aiiiwtaryteo passui nia velha mecbniica u m significaqão
definida. Se esta afirmação pedese o sentido, o ni<xçso argu-
mento (pág. 35) quanuto A previsão da futura ór'bi~tafalharia.
No m m e p do &mio x ~ xos sábias: qwerim iwlluzir toda
a física a simples f o p actumm sobare paz,dmlas materiais
com e mlocidxhs definidas irum dado instamte. R m r -
danos m m die~31ievímmo mo vim^ na disouissão da mecâ-
&, no u)unep da lu>6sa joram& altraivés dos p b h s ffsicos.
Assinia11ávam polrubos ao longo die wmla 6rbita definida, mos-
trando a exacta posiçh d a c a p num certo imomenm e tra-
çkaimm vectores tangentes mostrando a direcção e a initensi-
dade das velocidiaidw. Eira simples e corwhte. Mas atão 6
p'croesso que pssa ser repetido para os nasim ~ q u ~ a i t a ) )
elameaiitrims de matéria (elmürões) au de lesÙengia (fotk). Não
patemm rapmmtw P viagem de um foitão ou de um electrão
pelo modo que i a n a g i n h o moviUnenito ma velha mecânica.
O caso dos dois fiuiros vizinhas o moam. O elecrtrão e a fotão
pamcem passar pelas dois f w . T'am+se impasslveil explicar
o efeito peia r e m r t q ã o , ao modo clámicn, da órbita de um
e l e 0 au de um fotão.
Temos, sem dúvida, de amimalar a presenl~a de aqões
elememaires, c m seja a passagem dos elecmões ou fotões pelos
furos. A existência das «quamm elemmmms de mééna e
energia não pode ser posta eim diivida. Mias as leis elementares
não podam ser f m u l d a s pela mpecifiação de posições e
velacidades num dado imante, da maneira simples c m o se
fazia M velha mecânica.
~;~erimmt-s, em vkta disso, dgo difmlte. Repitamos
conitinniiaimente os memos p m m d m m . Um após
outro, os ellectrães são enviados ria direqão dos fulm. A @a-
wa ((electrão))é usada aqui apenas para p r e c k o coaiceito; o
nosso naciochio vale t m k pam us fotões.
A mesma experiência é repetida sucessivas vaas, sempre
da mesma mauieim T d w os elmtilões têm ia m a velocidade
e se movem na dimqão dos furas. I d t i l lamhrar que iseo é
m a experiência ideailiuanlafsó possível par luun esfaarço de ima-
g h q ã o . Na d i d a u i e rião pademus num dado inetaniite lalnçar
um d e m ã o ou um fotão como laaiiçaanus balas de carabina.
Os resultadas de repetidas ex@êInciu devem ser sempre
a1n6i.sde l'im e soanbra num fum e lht'a de Iya e samb1ã e n ~
dois fiuros. Mas há uma d i f e x q a esmcia~l.No caso de uun
elecor20 único o resdmdo expemhnmtail foi ~ m @ v e l .
Tmarse mais apeenn'vel quando a iexpedbcia se r e p e
niuittas vezes. Pademos dizer: as listas Iwmioiioaias aparrecieim
onde muitos electrões caem. As IIsW rtmsiiaime mais esouras
onde poucos electrões estão caindo. Ulm ponto completamente
escuro significa anisêaicia de electrões. Não s
om obrigados a
admitir que tudas os electrões passam par um db6 furos. Se
fosse a&, não h a v d a menor difereniqa, se o aium fum
existisse oai não. Mas já = h 0 6 que Isso faz difamça. &%I
que uma paortlcuk C indivXve1, não podeonas imaginar que
ela passa afmlvésdas dois fwros. O fmto de a experiência ter
sido q x t i d a mitas v e m a p o n z a w o m cgimimho. Aiguúis
h e l w t r i k podiem passar palo primeiro furo; e o u m , pelo
s q m d o . Não salbarnos porque luois electxtks escohem este w
aqwk fum; mas o resu~lmdol i q w de repidas experiências
deve ser que ambos ss fura p t i c i p a m ma tran,mi(;são dos
eleotrões. Se estabelecemos apenas o que acontece à multidão
de e l d e s q~umdoa experiência é repetida. sem nos p m
~wpairmuscom o m - m o da partícula individual, as
difererqas entre os anéis e as limas tornam-se campre~m'veis.
Pela dkussão de uma sequência de experiêniciias nova ideia
n i a ~ m ,qual seja a de m a muilitidião ccnn Indivídum a mm-
p m - s e de maneira i~mprevisível.Não podemos prever o
curso do electrão isoilado; m a @emos prever que, no m 3 -
tado líquido, l i s m de luz e sombna apatrem.
Vamos @r de lado o «quamturn)),por 'ummwmenm.
Vimas m fisica m$a que, se em dado + m t e soubés-
semos da posição e vehcidade de iam ponlto m t e r i d e coadhe-
c&semm as foaiçm nele xtuaaupeç, padwn'auny)6 predizer a sua
futura aiáilita. V i m também como o ponto de vista mecânico
Ioi aplicado à teoria cintkica da matéria. Mas mia zearia uma
ideia nova surgiu do raciodnio. Para a boa camplãensáo de
p e r i m s air~u~mentas, seirá de v a ù l t a p a perfeita apreensão
desta ideia.
Temos um vaso c a n t a d o um gás. Para trapr O moti-
m a u > de d a p a d c u h teríamos de com- par descobrir os
estados iniciais, isto é, a p i q ã o e a velocidade iniciiail de todas
as partículas. Ainda que isso fasse possível, levaria mais de
m a existência humana para, fixar no parpel o 1.esu;ltadb, em
\isTa do enorme n d m m de pairiticu~lasem causa. E se para
c a i d a r a pposição final das pad& quidsmnm empregar
as m&odos c l & i a , a~m'amosmm difiildades inmperáveis.
Em pnlncípio é p s h " l usar o a d i c x b aplicado pam o m v i -
menao dos planetas; mas na pi4tic.a é impioam'vd, e teinius de
secorrer ao método estatistico. Este método dispam quadquer
cmkcimenm exacto dos macios iniciais. S a i h a s ~ m m xa
pmp6siito do h m ~ nnnn , dado moanmbo, e ficarmwxs assim
menus habilitados a dizer qualquer coisa do seu passado ou do
seu fwtum. Tommauuos iínclifemtes ao destino das partículas
indivkhis do gás. O niosscr @lema é de outra natureza. Não
indagamos, por exemplo, ((Qu~ada velocidade de cada partícula
nwte momanto?» Mas podemos pwgmtar: «Qu.antas paudcu1a.s
I êm uma velwidade de I ooo a I 100 pés par q p n d o ? ) )Ahdurrlo
cmpleto d o indivíduo. O qm pmwrabnos determinar são os
valores médios tipie06 do agregado.
Pela a p l i q ã o d o mérodo cstan-istiao não *os prever
o mportmmto de um inidividuo rua mlti&o. S6 podemos
prever a probabilidade de que o indivíduo se componte de m a
maaieira, Se a~ m m w s leis esimtísticas nas dizem que um mrqo
das pam'cdas (temia, wlmidade entre 300 e 330 me- por
segundo, hquer dizer que, mpetinido as ùs ohsewqões
roan muitas ~ ' I c i i z l a s , mhmte oibtmmias a s a média, ou,
p r outras pailavras, que la p b t h i l i d a d e de encontrar uma
p r t i a 1 a denitm d e s e limite é de um teiyo.
Semelhantemm~te,conhecer o índice de m i m e m t o de uma
g r d e cidade não significa saber que caidb familia é aibempala
c o m descendência. Significa um mlwcimmiro de ~~~
espatísticos mos qua8kos i ~ i v não í represmitam
~ qualquer
papel.
Observando as ahapas de muitos aumxdveis podema veri-
ficar que um terço do s a nlúmaro é divfdvel por três. Mas
não podemos prever que o camm que lá vem revelará essa pro-
priedade. As leis estatísticas d podem ser arplimhç a g r a d e
;lgvgadr>s, rião i ~ i v i d u d m t m t eaius seus mmbros.
Cumpre voltamos agora ao nosso ((quiantumnn.
As leis do ccqirauitum) têm cairkter estdstico. Quer dizer
que n h diim rapeko a um sistema iadividud, m s 'a um
,apgado de s&as sem!eIhau1t~s:não podem ser verificadar;
pela f w d i ~ ã ode uan indivíduo, mas por séries de repetidas
modiqãts.
-
A dlesmitqra@o d m ctiva a e q m t â i m t r m m u taição
de um eiemento en m o - é um dos tmzWltws f a n m p m os
q u i s a ffsiica do «qmmun)) proaum f a n u h r leis. Salbemos,
par exemplo, qw em mil e seisem- aaiicx3 wm grama de rádio
se desintegra pw M e ; só permmece msw girama. Podemm
pllever, aproximatimente. m o nmit-m átomos se desinte-
grarão d m t e a próxima meia hiarta; mias mão podemos dizer,
n m sequer tetxicainùeaùte. par que midivo esses átomos estão
ctmdmado6. Segunido os nmms actuais conhieci~mmros,nGio
rema6 poder para diesipw os áitamw individuais c o n d d o s
? diesinregrrução.
i O destino de um á m m nQodepende dla sua
idade. Não existe o menor de lei a governar-lhe o com-
poaaamento individual. Só leis estathicas @em ser farmu-
I a b , leis que q p n grades a p g a d o s de átwmusi.
Owtm exemplo. O gás bmiaicm de um elemento dyx?âdo
diante do espectnascm m a linhas de onidias definidas
quanto ao cumprimieato. A aparição de 2um amjluinrto damn-
h u o de ondas de d e f i d o comprimento é canacterística do
i d o atómico m qual a exidncia dos ctqium~))e h e n -
taras se rewh. Mas isao é outro aspecro dd poblema,. Algumas
linhas do espectim são muito diminitas. m a s são anais apa-
ga~%. A M a bem distinta significa que m iniúmieno m p a -
~~e g r a d e de fwõeip p t - a arte pantticuhr
rxmzprimenito de anda foi emitido; a linha aipaiganilit significa
que um n ú m c o m p m a t i pequeno ~ ~ de fotóes peta-
cem ai asse c rr
m m m de d a Eoi emitido. A taria nova-
nieaiite nos dá apenas d t a d o s estatísticos. Cada M a corres-
pcmde a umla ;traaxs@o do mais alito pama o mais h a h nivel
de emergia. A temia s6 ILKIS diz sobre a pbbiikhde de cada
uma destas p d v e i s r r a ~ ~ õ emas
s . nada da mil tmnsiqão do
hm individual. A ~tmriafhmse esplenididiaonieoyte, parque
todios as feoi6imieMos m l v m gm~desq m g a b de &toana e
não unn i?zdivíduo apenas.
Parece qnue a mva fbica do «qwmmm» se ascmeha
ai- coisa a temia cinética da matéria, uma vez que mbas
sãw, de natureza d t i c a e s6 se r&mm a grandes agregadas.
Mas não é &! É m i m iaipaitmte nesta aaiailogia a com-
p&o dias difemnçais-mais que a das s i m i l ~ d i e s A
. M-
lanidade e m k a lxmria cin&ca e o ccqwntm» jaz sobretudo
nesse carácter estatúptico. Mas as diferenças?
Çe desej'armios d e c e r qumlm homem e lmdheres acima
da idade de vinte anos vivem numa cidade, temos de preenr'het
nulm boletilm as colunas «Mlamulino», c(Femilnnho», «Idade».
Contamdo, separando e somando, obtemos um d t a d o de
nciioureza estatistical. Os nomes e endereços dos indivíduos m-
ceados nas f ó m u ~ hnão e m t
m em linha de conta!. O armo
contheciimento estatístico é adquirido pelo cunili&mento dos
.:a= individuais. Do miesmo d o , na teoria cin&ca da ma-
téria [temos leis esmtísticas a g o v m m m o i l l m d o , k% que
se bawhm em leis individuais.
Mas na física do «qumrpmi» a sitwqão é de rodo diversa.
As leis eçtnti&ticas a p m m imediatamente e as leis inidividnib
ficam ignoradas. No exemplo de unn fotão, de m e k t r ã o e
dois fiutm de alfinete, vimos ser ianpdvel desaem- o movi-
mmm das piarticulas demmtam ao espaiço e no tempo, como
f i m o s na velha física. A teoria do «qugnm»abandona as leis
individuais das pmtículas e estabelece directamente as leis
estatísticas que ~ g w nos agregada. Com k «qu!an@uan.l
é impassível d m v w as piqk e velocidiade dk uma partí-
oula elementar, ou predizer a sua futura &biba, camo na, velha
fisica. Os «qum&m físicos s6 dizem respeito a agmgdm, e as
suas lejs &o para mdtidões, não para irydivldnius blwios.
Não foi Q diesejo de novidade, mas sim ai d m mmsidade.
que nos lami a nefoamak a s ideias antigas. As difim~ldadwde
aplicar as leis ~1%- wentuámo-1% ~m caso apenas, o dm
feniámieno6 de diifrxçãio. O u t m iguahente poaidõr090~;pcdim
ser citados. hhdanças dapra ordeon são cmthamm~teirnposras
zum ckntbtas pelo dmp de compnemder a malidade. O futuro,
ermethm, &A se etxolhemos a Única vi& pcssível ou se há
melhor ctauninllio para a s o l e o das nasas dükddades.
Tivem- & a h a a i d w a d m i f ã o de m a s individuais no
estudo do que alon~teaeNO epap e (notiamp; tivemas de
intduzitr leis de carácter estatístico. São esta as principais
feições da modema temia do «quauutuai».
Quando anten~)memteintroduzimos mvas resi~lidadesfísi-
c*, tais como o c m p u elieictrounagin&ico e o gravktico, expe-
rimemt&os frirair em termos gemis as cauwmrísticas das
e q u a q k que permitiram a formdação matemática desn6
ideiw. V m w aqpra f a m o mesmo com o (tqR1iântuim)),d e -
rinidmms de l e aos ~ trabalhos de Bohr, de De Broglie, d e
Sclhrodinger, de Hekmbe.rg, de D h c e de bm.
C a a i s i d ~ c os caso de ulm electrão. O dectrãu, @e estar
sob a influência de um campo eh-c0 arbitrário, ou
livne de qualquer h91niêmia e x t m . Pode, por exemplo. mm
ver-se nu, campo de um núclw atómico ou difractair-se no
cristal. A twia «qumhnmn &namos m o fioiímuilar au
eqiuraçk ma~máiticaspam qualquer destas pmblmas.
Já admitirmos a sianilaridade entre a mda d a a t e , ou a
de ulm violino. e ium á m o radiaaiite. Há tambem a'lguma simi-
ilan&ldR entre as qualções matemáticas que regem o pblemrt
acústico e m que regam o problema do «qu(aaùtum».Mas a
interpretação física das quantidades detennilmdas nestes dois
casos C cwmpleta~meniitediversa. As quantidades fhica5 que
desmvem a m d a oscilamte ou o átomo radiante têm signifi-
caqão difenmte, a daspAto de ~sernelhiaqsde fouma ma3
equalçk. No caso dia corda, indagauna do afmaimento de um
-
p i t o arbitrário num mammto arbitrário desvio da p i q ã o
mmd. Conhecendo a fiamna da d a oscilanilte num dado
mmnmeo, sabemos tudo quanto dwjamm. O desvio da posição
normal @e ser mlculado paira qualquer outro momento por
são mais aibstracm d o que o campo electranagn6tico e o gra-
vitico no espap midimemimaL O coaiithuo d e muitm dimen-
sões forma o fundo das pmba~bilidadndnilatóI& e só para
d a p a r t i d a o número d e dimcm6e.s C o mesmo do e s p a p
físico. A únim significa~ãofísica da probabilidade-UaiduIatÓria
é que ela nw>s pmnite mqmnder de te& d s t i c o a questóes
taaro mo aaeo de muitas p>asticnikm coúnio no de m a aprm.
.4mim, por exemplo, pam um electrão podemos indagar da
probabilidade de enamitrárlo num certo ponto. Tmtamdw~de
dum parti'cuhs, a m a qu& m i a : qual a pbb'iidade de
mCOU1im~r 0s du~asp t í c u i a s em dois punitos definidos, mrn
dado iwtmte?
O nosso primeiro pamo de a f a s t a m t o da velha f h i a foi
atbndanar a descrição dos c m individuais eventos
objectivos u m espaqo e no tempo. F a m a b@o5 a apliar o
método meisoanístim p u meio dlaiç p r o b a b i l i d r i d ~ 1 ~ 6 ~ .
Uma vez m d h i d o este caminho, tivemm de seguir além, mnm
3 a b t r a q ã o . Ar pbabi~lidades-ondul~atárias em m u i t a d h e n -
+
. foram então intmdnizidag.
De um m h reisiurmido podR1.eanos chlamm fiísica clássica
tudo o que não diz respeito ?Eísica i do « q w t u m » . A física
clássica e a física d o «qumtum» d i f m radicalmente. A velha
física tem camo alvo a descricão de objectas existenites no
espíqo e ai fomndação da^ leis que Ihes govleaaaim as mudanças.
M ~ as E fenómenos que reveliam a pmtíoula e a naitumza d u -
laltóriia da materiia e da radiação, o ca~rácteraparentemente
estattisltico de evmtas elementares, tais como a desinttegra@o
radimctiva, a difraqão, a emissão de l i n h a espectrais e muitos
outms, farçarn-nos a abandonar este ponto de vista. O «qum-
tuim), físico (não visa, a descrição de objectas individuais um
e s p a ~ pe as suas mudanqas no 8 t ~ pNo. «quaatulm))fisiao não
há i.igiar para a f i m n a ç k como esm: «&te objecto é a t o e isto,
e tem tais pmpriedds.» Temos, pelo contrário, afirunaqk
como esta: «Há tais e tais pmbabilichlles de que o objecto
individuai seja assim e assim, e t m h esta pro@edkde.» No
~quamu,m»físico Go há lugar para leis que g o v e m as
d m q a s do objecto individual m tapo. Há k i s p v a m n d o
m w h y a s nu, tempo das probabilldlades. A mudança funda-
mental detemninada física, pela tearia do ((quauiim))~ m m
po~in'vel uma deqwada explainaçãa do carácter apaumtanienite
desconitínuo e esmtiçtico dos feaóimleoirn em que a rdi'aqão e
os «quanta» elemmtam da m&ia revelam a sua existência.
Todavia, no= e ainda mais d u m p b l m s se erguem.
M l e a ù c i m ~ m salgum. A ciência não será m c a um livro
fechado. Cada avmso abre novas qnieutões. Cada dmmwlvi-
m a t o reveh novas e {maisprofundas dificuldades.
Já sabemos que, no simples caim de uma ou muitas par-
tículas, p i e m a s mbir do clássico para a dewriqão do «qum-
num»; subir da sua deÇCri1ção objectiva dos eventos aio q m ç o
e no tempo pua as p b a 1 b i ~ l i d d d u l a t 6 i 3 Mas~ . como
descrever a a q ã o recíproaa enme os «qwnm» elumenimes da
ma~r&ia e o campo? Se umia probibilidade-ondulait6ria de trinta
dimensões se torna ruecessária para a descrição do «qummm»
de dez pa~rli'mlas, então a pmbaibili~ie-oaidiulat6ri~ade um
número infinito de dimensões será messániai para a cksdqão
d o «qumbuun» de um campo. A traaiisição do conceito clássico
de campo para o correspondente pmblema da probabiiidaide-
-md~uilatóriaru, « q m m ) ) f f i m , C m piamo muito penoso.
Subir um andar não é aquli fácil, e t&s as tentativas até a g m
feiras para resolver o probleima não saltisfazem. Há ainda outro
problema fiiLnidaimieuira1. Em t o d a os nyxps06 q m e u z m a m-
peito da tramiqão .da física clássica paira o «qwt!umn» Esim
m á i m a velha descrição, a~nteriorà relatividade, ma q u d o
espaço e o t a p o são itraitadm diferentmenite. Se, entretanto,
exparimen~aunaçccrmgar pi desaisão clássica mmu, foi
proposto pela tearia da relatividade, então a i nm subida. ao
p r o b h a do c~quanmm»a p a m imiilito mais complica&. ~á
aiaùda outra dificuldade na f c m q ã u , de uma dlida física paira
as pítrtículas paradials, c . os núcleos. A despeito de muitos dados
FISICA E REALIDADE

Que c o n c l e~ m o s tirar db d ~ v o l v i i m e m mda física


m o foi delimado neste livm?
A cibncia aão é a p n m u m colecção de leis, uim catQugo
de factos não salacioniados. É ama cri- do aspirito humano,
mim ideias e cornceiitas livrememite Inwnradw. As teorias f i b
expeslmen~lwm m a p r um quadro da mlidade e mitalbelecer
l i m e s com o 1~0690 mundo de iunp-. Assim, o única
jwtificaitiva pam as nossas esmtum rniarttais está em que
afi niosras temias f o m m e s s elw.
Vimos novas &idades criadas pelos avançus da física.
Mas esta d e h de orialção pode ser tragaidia desde muito ames
do meço da fkica. Uan dos coà1ceitos anais prlmitim é o de
campo, pade ser esancid ptra a ordwnaqão e a mpreemão
dos famos.
Ulmiom desen~volvimmtosd w d m m os velhos cmcei-
tds e criaram novos. O tempo aih9alnim e o sistema ineurial
c d d o foram mubstitddo~pela $-na da datividade.
O fundo para tados as eventos deixou de ser o tempo unichnen-
siorial e o contínuo tridimemiwnail, e tcrnioru-st o cantínzio de
espaçu-tempo quadridilm&~l- outra Invançãio livine com
noms propriedades de tranisfonmaqãio. Cada sistemla cmdmado
6 iguia~l~menite adequado Li descrição dos eventos da Natureza.
-4 tewria do c(quantum» físico criau novas feições para a
n o s realidade. A d ~ t i n u i d a d eçubstituiu a conitilnuidade.
Lm vez de kis govema~ndoindivíduos, pa~á~mos a ter leis dt-
probaibilidade.
A redidade criada pela £ísica modenrua está mlmente
muito afastada da realidade dos tempos antigos. MQS o objec-
tivo de cada teoria física penrtaine o mesmo.
C m a ajuda das W a s físicas expenimm~taimiosencontrar
c alrninhio amvés do nevoeiro dos factos ohservaidos, de modo
a ordenar e camp& o mando das au>sças ImpsÕes sen-
soriais. Queremos que os fxm observ- d m m lagica
mmte do ~uasçoconceito da milidade. Sem a fé na psibilidade
de a,pmmder a realidade por meio dias nossas canmções te&
ricas, sem a fé nal harmonia do nuxsru m d o , hnprdvel a
cieincia. Eisra fé é. e perm~amecerám p r e , o Imw>tivo£uui-ml
de tadas as rniaiqões ciantífia. Através de tiodos os mmis
esforça e sm cada luta mtre as idieias mvas e as velhas, p-
c e b a m o eterno a i d o @a com-o, a habiillávei fé na
harmonia do mundo, rnzinnmmieoite fbntificada peím iobstácdos
que ciada vez mais se erguem ante ai nossa c m ~ s ã o .
RESUMINDO:

?e novo a rica variedbde de factos nos domínios das fenó-


menos atómicos nos força a inventar novos conceitos. A maté-
ria tem estrutura granular; é composta de partículas elemen-
tares - os «quanta» ejementares da materia. Assim, a carga
eléctrica também tem estrutura granular e - o que é muito im-
portante do ponto de vista da teoria do ((quanturn,~
-a energia
rambem tem essa mesma estrutura. Fotões são os ((quanta)*de
energia de que a luz se compõe.
E a luz uma onda ou uma chuva de fotões? É o raio de
electrões uma chuva de partículas elementares ou uma onda.'
Estas questões Iundamentais entraram forçadamente na física
- forçadas pela experiência. Procurando atendê-las, tivemos
de abandonar a descrição dos eventos atómicos como factos
do espaço e tempo, afastand~nosassim, ainda mais, do velho
ponto de vista mecanicista. O ((qucrnturnn ffsico formula leis
regentes de multidões, não de indivfduos. Em vez de proprie-
dades, são descritas probabilidades; não são formuladas leis
que descrevem o futuro dos sistemas, mas sim leis que regem
as mudanças das probabilidades no tempo, relativas a grandes
agregados de indivfhos.

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