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REGIONAL NORDESTE 5 Alguém acende a vela da coroa, do respectivo

ROTEIRO DA CELEBRAÇÃO DA PALAVRA domingo, fazendo a seguinte oração:


3º Domingo do Advento | 17/12/2023
DOMINGO DA ALEGRIA ANIMADOR: Bendito seja o Deus da vida, pela
luz do Cristo, a quem esperamos com toda a ternura
REFRÃO MEDITATIVO: A luz virá, a luz do coração!
virá, e resplandecerá como o dia (várias vezes).
Ou Canta... No advento a tua vinda. Nós
queremos preparar. Vem, Senhor que é teu
(Procissão, levando a cruz, as velas da coroa natal, vem nascer em nosso lar.
que já foram acesas e o livro da Palavra.
TODOS: Na terceira vela temos a esperança a
Chegando a procissão, as velas acesas são
crepitar. Nossa fé se reanima é Jesus quem vai
colocadas na coroa.)
chegar.
CANTO DE ABERTURA: ALEGRAI-VOS,
IRMÃOS O(a) animador(a), com breves palavras introduz
o sentido do domingo:
REFRÃO: “Alegrai-vos, irmãos no Senhor. Sem
cessar, eu repito, alegrai-vos; Veja o mundo a Animador: Neste terceiro domingo do Advento, a
vossa bondade. Perto está, o Senhor, em liturgia dominical se reveste de exultação porque
verdade” (bis). aquele que esperamos já está conosco, em nosso
1- Foste amigo antigamente, nesta terra que amaste, meio. Ele mesmo vem para endireitar os nossos
deste povo que escolheste; sua sorte melhoraste, caminhos e para nos conduzir à festa do seu Natal.
perdoaste, seus pecados, tua raiva acalmaste. Guiados pelo Espírito do Senhor, celebremos este
2- Vem de novo, restaurar-nos! Sempre irado dia santo, na alegre espera pelo Cristo, luz do
estarás, indignado contra nós? E a vida não dará? mundo.
Salvação e alegria, outra vez, não nos trarão?
3- Escutemos suas palavras, é de paz que vai falar; ATO PENITENCIAL
paz ao povo, a seus fiéis, a quem dele se achegar.
Está perto a salvação, e a glória vai voltar. Presidente: Invoquemos a Cristo Senhor,
4- Glória ao Pai, onipotente, ao que vem, glória e confessando a nossa fé na vitória do amor sobre o
amor. Ao Espírito cantemos: Glória ao nosso pecado e implorando a sua misericórdia. [breve
defensor! Ao Deus Uno e Trino demos, a alegria do silêncio]
louvor.
Solo: Senhor, que vieste ao mundo para nos salvar,
SINAL DA CRUZ E SAUDAÇÃO tem piedade de nós!

Presidente: Em nome do Pai e do Filho e do Todos: Senhor, tem piedade de nós.


Espírito Santo. Amém. Solo: Cristo, que continuamente nos visitais com a
Presidente: Irmãos e irmãs, o Senhor está perto! graça do vosso Espírito, tem piedade de nós!
Que a sua paz esteja com vocês! Todos: Cristo, tem piedade de nós.
TODOS: Bendito seja Deus que nos reuniu no Solo: Senhor, que vireis um dia para julgar as
amor de Cristo! nossas obras, tende piedade de nós!
ACENDIMENTO DA VELA NA COROA e Todos: Senhor, tem piedade de nós.
SENTIDO DA CELEBRAÇÃO
Presidente: O Deus de ternura e misericórdia tenha Presidente: Proclamação do Evangelho de Jesus
compaixão de nós, perdoe os nossos pecados, e nos Cristo, segundo João
conduza à vida eterna.
Todos: Glória a vós, Senhor.
Todos: Amém.
HOMILIA
ORAÇÃO DA COLETA
CREIO
Presidente: Oremos ao Senhor... [breve silêncio]
PRECES
Ó Deus. Que vedes o vosso povo esperando
Presidente: Invoquemos Jesus Cristo, nossa
fervoroso o Natal do Senhor, concedei-nos chegar
esperança e alegria, rezando: (preces criadas pela
às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com
Comunidade).
intenso júbilo na solene Liturgia. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco Todos: Lembrai-vos, Senhor do vosso povo!
vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por
todos os séculos dos séculos. Preces espontâneas... Quem preside, conclui:

Todos: Amém. Presidente: Atende-nos, ó Pai, por Cristo Jesus, na


unidade do Espírito Santo.
LITURGIA DA PALAVRA
Todos: Amém.
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 61,1-2ª.10-11
COLETA FRATERNA
Leitura do Livro do Profeta Isaias.
É o momento de trazer donativos ou o dízimo para
SALMO RESPONSORIAL Lc 1, 46-.48.49... as necessidades da comunidade, enquanto a
assembleia canta:
Resposta do Salmo: A minh’alma se alegra no
meu Deus. Todos: A nossa oferta apresentamos no altar, e
te pedimos: vem Senhor, nos libertar.
SEGUNDA LEITURA: I Ts 5, 16-24 1- A chuva molhou a terra, o homem plantou um
Leitura da Primeira Carta aos Tessalonicenses grão, A planta deu flor e fruto, do trigo se fez o pão.
2. O homem plantou videiras, cercou-as com seu
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: carinho. Da vinha brotou a uva, da uva se fez o
vinho.
Solo: Aleluia, aleluia!
3. Os frutos da nossa terra, e a luta dos filhos teus,
Todos: Aleluia, aleluia!
serão, pela tua graça, pão vivo, que vem dos céus.
Solo: O Espírito consagrou-me!
4. Recebe, Pai, nossas vidas, unidas ao pão e o
Todos: O Espírito consagrou-me!
vinho, e vem conduzir teu povo, guiando-o no teu
Solo: E mandou-me anunciar!
caminho.
Todos: E mandou-me anunciar!
Solo: Boa-nova para os pobres!
AÇÃO DE GRAÇAS
Todos: Boa-nova para os pobres!
Terminada a coleta todos/as se levantam, quem
EVANGELHO - João 1, 6-8.19-28 preside se aproxima do altar e dá início à ação de
Presidente: O Senhor esteja convosco. graças. [Se houver comunhão eucarística, antes da
ação de graças, os/as ministros/as trazem o pão
Todos: Ele estar no meio de nós. consagrado para o altar].
Quem preside faz o convite, depois diz a oração COMUNHÃO
intercalando como o refrão da assembleia:
Presidente: Relembrando de Jesus que, muitas
Presidente: O Senhor esteja com vocês. vezes, reuniu-se com os seus para comer e beber,
revelando que o teu reino havia chegado, nós
Todos: Ele está no meio de nós!
também nos alegramos com ele nesta mesa. E
Presidente: Demos graças ao Senhor, nosso Deus. tomando nas mãos o pão consagrado, acrescenta:
Assim disse Jesus: “Se alguém ouvir a minha voz e
Todos: É nosso dever e nossa salvação! abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com
Presidente: É muito bom te louvar, ó Deus ele e ele comigo”. Eis o Cordeiro de Deus, que tira
bondoso e fiel! Desde o começo do mundo, tu te o pecado do mundo!
revelaste aos antigos pais e mães da nossa fé como Todos: Senhor, eu não sou digno(a)...
Deus santo e amigo da humanidade. Pelos profetas,
falaste ao povo da primeira aliança e tua palavra se Canto de comunhão:
cumpriu em Jesus teu Filho amado, a quem
Todos (3º domingo do advento): Ide e contai o
esperamos. que ouvistes e quanto vistes/ os cegos veem os
Todos: Vem, vem, Senhor Jesus, vem! Vem, bem- coxos andam, leprosos saram/ Os surdos ouvem,
amado Senhor! quem morto estava já ressuscita/Aos pobres
hoje se anuncia boa notícia!
Presidente: João Batista, lá no deserto, apontou 1-Louva Jerusalém, louva o Senhor teu Deus: Tuas
para nós o Messias e deu testemunho de sua luz. portas reforçou, e os teus abençoou. Te cumulou de
Maria, recebendo o anúncio do anjo, ficou grávida paz, e o pão do céu te traz.
do Verbo. Hoje, teu povo reunido em louvação é 2-Sua palavra, envia, corre veloz sua voz. Da névoa
sinal de que teu reino está chegando. Acolhe nosso desce o véu, unindo a terra e o céu; As nuvens se
desejo de sermos unidos em Jesus Cristo e de desmancham, o vento sopra e avança.
3-Ao povo revelou, palavras de amor. A sua lei nos
vermos brilhar em nossa humanidade o esplendor
deu, e o mandamento seu; com ninguém fez assim,
da sua luz.
amou até o fim.
Todos: Vem, vem, Senhor Jesus, vem! Vem, bem 4-A virgem, mãe será, um filho à luz dará, seu nome
amado Senhor! Emanuel: “conosco Deus” do céu; O mal
desprezará, o bem acolherá
Presidente: Apressa o tempo da vinda do teu reino. 5-Ao Pai do céu louvemos, e ao que vem,
Recebe o louvor de todo o universo e a prece que cantemos; e ao Divino, então, a nossa louvação! Os
elevamos a ti com as palavras que Cristo nos três, que são um Deus, exalte o povo seu!
ensinou:
Pai nosso... Pois vosso é o reino, o poder e a glória ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO
para sempre. Presidente: Imploramos, Senhor, vossa
ABRAÇO DA PAZ clemência, para que estes divinos auxílios nos
purifiquem dos pecados e nos preparem para as
Presidente: Saudemo-nos uns aos outros, com o festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.
sinal da reconciliação e da paz.
Não havendo comunhão, passa-se daqui, para a Todos: Amém.
oração final.
Comunicações e avisos
BÊNÇÃO Presidente: Abençoe-nos o Pai e o Filho e o
Espírito Santo. Amém.
Presidente: O Deus da paz nos santifique
totalmente e nos mantenha vigilantes para o dia da Presidente: Vamos em paz e o Senhor nos
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, agora e acompanhe.
sempre.
Todos: Graças a Deus.
Todos: Amém.
Canto Final

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REFLEXÃO
Confira a reflexão do evangelho para o próximo domingo, dia 17 de dezembro. “Endireitai o caminho do
senhor!” trata sobre Jo 1,6-8.19-28, e tem autoria de Claudete Beise Ulrich, pastora da IECLB.

Boa reflexão!

Neste terceiro domingo do Advento, refletimos sobre João


Batista, simbolizado pela 3ª vela da coroa de Advento, aquele
que preparou o caminho para Jesus. João Batista denuncia
as injustiças do seu tempo, e aponta para aquele que é a luz. É
interessante perceber que sempre refletimos sobre João Batista,
este importante personagem bíblico, nos “meios tempos”, isto
é, no meio do ano, na festa de São João (24 de junho) e agora
antes do Natal. A vida e a história de João Batista nos
acompanham ao longo do ano, lembrando-nos da importância
da humildade, de ter a coragem de dizer “Não” e do
testemunho da verdade!

É interessante observar que, já no prólogo do Evangelho de João, em 1,6-8 ele é mencionado, e na continuidade,
encontramos todo um texto dedicado a ele (João 1,19-34). Em nossa reflexão, vamos privilegiar o texto de João
1,6-8,19-28.

João Batista – testemunha da luz (João 1,6-8)

No Evangelho de João, João Batista é identificado como a primeira testemunha da luz. “Ele veio como testemunha
para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele”. O que significa ser
testemunha da luz? João Batista vem na frente para testemunhar a luz. A luz ilumina! Ela traz a verdade à tona.
A luz não quer esconder nada! Como é triste uma vida sem luz! Na verdade, a vida não existe sem luz! Vida e luz
estão interligadas!

Portanto, João é portador do anúncio de uma vida boa, justa, abundante. Ele anuncia esta vida. João é testemunha.
Testemunha é alguém portador de uma verdade. Alguém que presenciou um fato! É interessante que o Evangelho
de Lucas conta que quando as mães grávidas Maria e Isabel se encontraram, a criança no ventre de Isabel se mexeu
de alegria. Já ali o bebê João Batista dá testemunho de alegria da criança que está no ventre de Maria. Esta
comunicação das barrigas grávidas de Maria e Isabel, guardada no registro do Evangelho de Lucas 1,39-45, já nos
fala desta testemunha da luz! Ser testemunha é partilhar da alegria da luz! A luz só tem sentido se ela é
partilhada! João Batista anuncia para toda a gente a chegada da luz. Ele chamou a todos e todas a crerem na luz
da vida! O Evangelho de João também afirma: “Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz”. João
Batista não era a luz. Ele veio para ser testemunha da luz.

“Eu não sou…” (João 1,19-21)

O texto inicia, apontando novamente para a importância do testemunho de João: “Este foi o testemunho de João
quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?”. (João 1,19)
Para o evangelista, é muito importante a ênfase no testemunho.

O que significa ser testemunha? “Testemunhar é a missão divina de João Batista. (…) Para a teologia do Evangelho
de João, o tema do testemunho de Cristo é muito importante” (cf. João 5,31ss, 8,14). (…) A verdade da encarnação
de que Jesus é o Filho de Deus precisa ser testemunhada por outros. O testemunho tem a função de uma prova de
verdade.

A missão da comitiva de sacerdotes e levitas, vinda de Jerusalém, é interrogar João: “Quem és tu?” Este fato revela
que João tinha um grupo de seguidores e era um personagem popular em seu tempo.

O evangelista apresenta, portanto, a resposta de João como uma confissão: “ele confessou e não negou, confessou:
Eu não sou o Cristo” (João 1,20). Confessar que não é o Cristo significa confessar que não é o Messias. Os
interrogadores continuam: “Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não”
(João 1,21). A resposta de João é firme: “Não sou!” Ter a coragem de dizer Não é ter a certeza da verdade, do Sim!

“Declara-nos quem és?” (João 1,22ss)

A comitiva dos interrogadores vindos de Jerusalém não se conforma. “Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és,
para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?” E João então respondeu:
“Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías” (João 1,23).
João faz referência ao profeta Isaías, no entanto, é importante observar que a citação não é igual a do livro do
profeta. Em Isaías 40,3 encontramos o seguinte: “Eis a voz do que clama: preparai no deserto o caminho do Senhor;
endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus”. Isaías é o grande profeta da esperança messiânica.

Provavelmente, a citação de João não é uma citação direta do profeta Isaías. Mas, é interessante observar que João
responde, dizendo: “Eu sou a voz que clama no deserto”. João é a voz que clama no deserto. Nos desertos da vida,
João não tem medo, ele clama e convoca: “Endireitai o caminho do Senhor…” Isto significa que o caminho do
Senhor estava com problemas. Isto é, a forma de vida que Deus queria para o seu povo, não estava sendo respeitada.
É necessário endireitar O caminho, para que a Luz possa brilhar para toda a gente.

Portanto, João é identificado como aquele que prepara o caminho. Isto significa que o ministério de João Batista
se fundamenta na tradição, e a partir da Escritura (Isaías 40,3). Assim, confirma-se o que João já tinha confessado:
ele não é o Messias, e sua missão é preparar o caminho do Messias. Percebe-se aqui um confronto entre um grupo
que afirma ser João o Messias e a comunidade do Evangelho de João que afirma que João Batista era somente
aquele que veio preparar o caminho, isto é, testemunhar da luz. Ele é o anunciador, a voz que clama no deserto!

De acordo com Schneider-Harpprecht:

João é como Dêutero-Isaías e Moisés, um dos líderes religiosos que abre espaço para a futura salvação. A sua voz
no deserto, o seu grito anuncia o novo êxodo do povo de Deus, a nova vida no país prometido, o reino de Deus. O
grito da voz no deserto é radical, o grito por justiça social e pessoal, arrependimento, uma prática renovada, como
a tradição sinótica mostra mais do que o Evangelho de João.

Sim, João aponta com firmeza para o novo. Ele é a voz que clama no deserto, que não cala, apesar do deserto!
Provavelmente, a realidade do deserto faz clamar e apontar para a necessidade de endireitar o caminho do Senhor.

Então, porque batizas (João 1,25-28)

O interrogatório, no entanto, continua. “Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. E perguntaram-
lhe: Então, por que batizas se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu batizo com
água; mas, no meio de vós, está a quem vós não conheceis, o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-
lhe as correias das sandálias”.

João encontra-se no processo de transição do velho para o novo. Ele aponta para o novo, a partir do clamor no
deserto. Ele batiza com água por que a sua missão é apontar para o Cristo encarnado (o qual vem após mim, do
qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias). João mostra toda a sua humildade em seu
testemunho. Ele não é um fim em si mesmo. Ele aponta para a Luz verdadeira. Tudo nele indica Cristo. Por isto,
não hesita em dizer que não é o Messias, que não é Elias e tampouco se considera um profeta. O testemunho de
João Batista é um Sim radical para a verdadeira luz (João 1,9). Ao aceitar ser menor e ter que diminuir, tal como
lemos no Evangelho de João 3,30: “Convém que ele cresça e que eu diminua”, João Batista torna-se a testemunha
por excelência da verdadeira Luz.

Em nenhum momento do interrogatório, João Batista procura se igualar ao Messias. Sempre de novo mostra a sua
humildade. Ele é uma testemunha fundamental na história da salvação. Jesus Cristo deve ocupar o centro da vida
das pessoas. Somente nele deve-se depositar toda a confiança e segurança!

Importância hoje de ser voz que clama no deserto

João Batista, sem dúvida, com sua coragem e testemunho de dizer “Eu não o sou”, encoraja-nos, neste tempo de
Advento, de preparação e vigilância, para não nos conformarmos com o sistema neoliberal, no qual vivemos. Como
é importante dizer “não” ao consumismo, a preparação que nos é oferecida pelo mercado, onde as mercadorias
desejam nos deixar satisfeitas/os e com a sensação de que tudo vai bem ao nosso redor. O símbolo da coroa de
Advento, como já foi mencionado, nasceu na periferia da história, de um trabalho pastoral diacônico junto às
crianças e a jovens órfãos.
Qual é o símbolo que nos acompanha neste tempo de Advento, em 2017? Que vozes clamam no deserto e nos
convidam a endireitar o caminho do Senhor? No Brasil, a desigualdade social, continua a reinar.

Continuamos a ser, apesar das tantas riquezas, um dos países mais desiguais do mundo. Como temos clamado
contra a desigualdade? O que tem nos motivado a dizer profeticamente “não”? Experimentamos uma sociedade
desigual, que exclui e mata os pobres. Lembro-me do recente assassinato do cacique Nísio Gomes e o
desaparecimento de outros quatro indígenas do povo Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Neste tempo de
Advento, seu grito por justiça ecoa forte entre nós!

Não se pode emudecer o grito, o clamor no deserto por justiça e pelo direito de viver, do povo de Deus. O grito, o
clamor no deserto, a partir de Cristo, torna-se testemunho: a luz verdadeira quer brilhar e transformar o deserto da
vida. Por isso, tempo de Advento é um novo tempo, uma nova oportunidade também para descobrirmos e
buscarmos sinais de transformação na vida pessoal, familiar, comunitária e em nosso engajamento social. Onde
percebemos sinais de transformação na Igreja, na sua missão e atuação diacônica, nos movimentos sociais do nosso
povo, e em nós mesmos, pessoas, batizadas e amadas por Deus?

Que tenhamos a coragem e a humildade de testemunharmos, de sermos voz que clama no deserto, aceitando-nos
como pessoas fracas, limitadas, pecadoras, humanas, mas, ao mesmo tempo, com um grande valor, justas e amadas
por Deus. Que o Advento, a partir do testemunho de João Batista, tenha um sabor de que a busca pela vida plena
e justa é o que realmente importa. Que consigamos testemunhar e colocar sinais da vida plena, da verdadeira luz,
que é Cristo, em nosso mundo! Que a nossa voz e a das pessoas sofridas e oprimidas não se cale, mas que a voz
que clama no deserto transforme-se, a partir da criança nascida no Natal, em testemunho de luta por vida em
abundância!

A coroa de Advento

Neste terceiro domingo, como sinal de preparação e vigilância, acendemos a terceira vela da coroa de Advento. O
Advento significa chegada já presente do filho Deus. Nós somos comunidade a caminho. Vivemos no “meio
tempo”, “no já e ainda não”! Nós vivemos historicamente entre o Advento que já se realizou e o Advento definitivo
que ainda se realizará com a vinda definitiva de Jesus Cristo. Como afirma o poeta: “O caminho se faz ao
caminhar”.

A comunidade cristã, ao longo de sua história, encontrou um jeito muito bonito e criativo de preparar esta chegada-
presença do nosso Deus, que se fez carne entre nós, na criança que nasceu em Belém. Famílias e comunidades
cristãs confeccionam para este período, a coroa de Advento. Esta tradição tem origem no trabalho diacônico, com
crianças e jovens órfãos. A coroa de Advento foi confeccionada em 1833, em Hamburgo-Alemanha, pelo pastor
luterano Johann Hinrich Wichern.

Primeiramente, ela tinha 24 velas em ordem crescente e para cada domingo que antecedia o Natal, uma vela maior.
Nas comunidades católicas, a coroa de Advento, foi introduzida após a segunda guerra mundial. Os elementos da
coroa de Advento têm o seu significado: A coroa simboliza a eternidade, a terra, o sol, Deus. As velas significam
a Luz, que no Natal é presenteado, em Cristo, para a humanidade. Em cada domingo, acendemos uma vela da
coroa de Advento, que lembram histórias e personagens bíblicos: 1º Domingo de Advento – Entrada de Jesus em
Jerusalém, 2º Domingo de Advento – Volta de Cristo, 3º Domingo de Advento – João Batista – precursor de Cristo,
4º Domingo de Advento – Maria – mãe de Jesus.
Referências:

 (1) SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João 1.16-8, 19-28. Proclamar


Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo: Sinodal, 1993. p. 23.
 (2) SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João 1.16-8, 19-28. Proclamar
Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo: Sinodal, 1993. p. 24.
 (3) Veja interessante reflexão de SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João
1.16-8, 19-28. Proclamar Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo:
Sinodal, 1993. p. 22-26.
 (4) HANNEMANN, Holger. EKD Flyer zum Advent ap. Die Stimme, Zeitschrift der Evangelisch
Gemeinden Muhlenberg-Ricklingen, N. 12/1, Dezember 2011/Januar 2012, p. 4.

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