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Operações praticadas entre

estabelecimentos pertencentes ao
mesmo titular
OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA

As empresas que possuem mais de um estabelecimento,


portanto, possuem filiais, praticam operações entre os mesmos,
sendo que a mais comum é a operação de transferência de
mercadorias (insumos produtivos, produtos acabados, materiais
de uso e consumo e bens do ativo imobilizado).

Todas as operações devem ser acompanhadas de


emissão de documento fiscal, bem como geram reflexos fiscais
e contábeis para a empresa.

Transferência de insumos produtivos e produtos


acabados

ICMS

Esta operação é regularmente tributada pelo ICMS nos


termos do artigo 2º, inciso I do RICMS/00:

Artigo 2 - Ocorre o fato gerador do imposto:

I - na saída de mercadoria, a qualquer título, de


estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular;

A legislação federal do ICMS determina que cada


estabelecimento é autônomo para efeito de incidência,
apuração e cobrança do imposto (Lei Complementar nº 97/96,
art. 11, § 3º):

Artigo 11 - (...)

§ 3º Para efeito desta Lei Complementar,


estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou
não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou
jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário
ou permanente, bem como onde se encontrem
armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte:
(...)

II - é autônomo cada estabelecimento do mesmo


titular;

Dessa forma, cada operação de transferência de


mercadorias resulta no fato gerador do ICMS.

Base de cálculo do ICMS

Nas operações internas as saídas de mercadorias a título


de transferência, o contribuinte remetente poderá utilizar como
base de cálculo do ICMS qualquer valor, mas nunca um valor
inferior ao custo de produção ou aquisição.

Alíquota do ICMS

A alíquota do ICMS será aquela aplicada ao produto. É


necessário, portanto, verificar em cada operação as
mercadorias transferidas com a finalidade de se identificar a
alíquota aplicável.

Portanto, na saída interna de mercadoria em


transferência deverá ser utilizada a alíquota de 7%, 12%, 18%,
20%, 25% ou 30%, de acordo com a mercadoria (RICMS/00, arts.
52, I, 53-A, 54, 54-A, 55 e 55-A).

IPI

Os contribuintes do IPI podem transferir produtos


destinados à industrialização ou comércio de um para outro
estabelecimento, industrial ou equiparado à industrial, da
mesma empresa, com suspensão do IPI conforme prescreve o
artigo 43, X do RIPI/2010:

Artigo 43 - Poderão sair com suspensão do imposto:

(...)

X - os produtos remetidos, para industrialização ou


comércio, de um estabelecimento industrial ou equiparado
a industrial para outro da mesma firma; (g.n.)

(...)
Veja que a expressão utilizada pelo legislador é
“poderão”, sendo assim o estabelecimento remetente das
mercadorias poderá ou não aplicar a suspensão do IPI.

Na hipótese de o estabelecimento remetente optar pela


tributação das mercadorias objeto de transferência, a alíquota
do IPI será aquela vigente na Tabela de IPI de acordo com a
classificação fiscal do item.

ICMS-ST

As operações de transferência de mercadoria não se


sujeitam à retenção antecipada do ICMS por substituição
tributária (ICMS-ST).

Artigo 264 - Salvo disposição em contrário, não se


inclui na sujeição passiva por substituição, subordinando-
se às normas comuns da legislação, a saída, promovida
por estabelecimento responsável pela retenção do
imposto, de mercadoria destinada a (Lei 6.374/89, art. 66-
F, I, na redação da Lei 9.176/95, art. 3º, e Convênio ICMS-
81/93, cláusula quinta):

I – (...)

III – outro estabelecimento do mesmo titular, desde


que não varejista;

IV – (...)

Nota Fiscal

CFOP e Natureza de Operação

As operações de transferência de mercadoria não


pressupõe retorno da mesma ao estabelecimento
transmitente/remetente.

Lembramos que os dados cadastrais de todos os


estabelecimentos devem estar atualizados no banco de dados
dos mesmos, bem como as informações das mercadorias e seus
respetivos códigos internos.

A emissão da nota fiscal de transferência de mercadorias


observará os seguintes CFOPs:
CFOP Descrição

5.151 Transferência de produção do estabelecimento

Transferência de produto industrializado ou produzido no estabelecimento pa


estabelecimento da mesma empresa.

5.152 Transferência de mercadoria adquirida e/ou recebida de terceiros

Mercadoria adquirida ou recebida de terceiros para industrialização, comerci


utilização na prestação de serviço e que não tenha sido objeto de qualquer p
industrial no estabelecimento, transferida para outro estabelecimento da me
empresa.

5.155 Transferência de produção do estabelecimento, que não deva por

Classificam-se neste código as transferências para outro estabelecimento da


empresa, de produtos industrializados no estabelecimento que tenham sido r
para armazém geral, depósito fechado ou outro, sem que haja retorno ao esta
depositante.

5.156 Transferência de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, q


por ele transitar

Classificam-se neste código as transferências para outro estabelecimento da


empresa, de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros para industria
comercialização, que não tenham sido objeto de qualquer processo industria
para armazém geral, depósito fechado ou outro, sem que haja retorno ao esta
depositante.

O estabelecimento destinatário, por sua, vez, registrará a


mercadoria recebida sob um dos seguintes CFOPs:

CFOP Descrição

1.151 Transferência para industrialização ou produção rural

Entrada de mercadoria recebida, em transferência de outro estabelecimento


empresa, para ser utilizada em processo de industrialização ou produção rura

1.152 Transferência para comercialização


CFOP Descrição

Classificam-se neste código as entradas de mercadorias recebidas em transf


outro estabelecimento da mesma empresa, para serem comercializadas.
Suspensão do IPI

Na hipótese de o estabelecimento remetente optar pela


suspensão do IPI, este deverá fazer constar no documento
fiscal, no campo "Dados Adicionais", a seguinte expressão:

"IPI suspenso, conforme artigo 43, inciso X, do


RIPI/2010 (Decreto nº 7.212/2010)".

Créditos do ICMS e do IPI

Em razão do princípio da não cumulatividade do ICMS e do IPI, o estabelecimento destinatário


poderá apropriar o crédito dos impostos, desde que destacados na Nota Fiscal emitida pelo
estabelecimento remetente.

Na hipótese de o estabelecimento remetente optar pela suspensão do IPI na operação de


transferência, não há que se falar em crédito do imposto por parte do destinatário.

Registro da NF-e na EFD-ICMS/IPI

A NF-e relativa à transferência de mercadoria será registrada na EFD-ICMS/IPI.

Os estabelecimentos: remetente e destinatário registrarão a NF-e no Bloco C, observados,


dentre outros, os registros seguintes:

 Registro C100

 Registro C110

 Registro C170

 Registro C190

•Registro C100

Este registro deve ser gerado para cada documento fiscal código 01, 1B, 04, 55 (NFe) e 65,
conforme item 4.1.1 do Ato COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de abril de 2008, e tem por finalidade
registrar a entrada ou saída de produtos ou outras situações que envolvam a emissão dos
documentos fiscais mencionados.

O Registro C100 destina-se ao lançamento dos totais de valores apresentados na nota fiscal.
Especificamente a NFe de transferência de mercadorias deverá ser registrada como no
exemplo a seguir demostrado:
Registro C100

Nº Campo Valor

01 REG C100

02 IND_OPER 1

03 IND_EMIT 0

04 COD_PART Código interno do declarante

05 COD_MOD 55

06 COD_SIT 00

07 SER 1

08 NUM_DOC 000154768

09 CHV_NFE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

10 DT_DOC 150320X6

11 DT_E_S 150320X6

12 VL_DOC 40000,00

13 IND_PGTO 2

14 VL_DESC

15 VL_ABAT_NT

16 VL_MERC 40000,00

17 IND_FRT 0
Registro C100

Nº Campo Valor

18 VL_FRT

19 VL_SEG

20 VL_OUT_DA

21 VL_BC_ICMS 40000,00

22 VL_ICMS 7200,00

23 VL_BC_ICMS_ST

24 VL_ICMS_ST

25 VL_IPI

26 VL_PIS

27 VL_COFINS

28 VL_PIS_ST

29 VL_COFINS_ST

Em razão do princípio da não cumulatividade do ICMS e


do IPI, o estabelecimento destinatário poderá apropriar o
crédito dos impostos, desde que destacados na Nota Fiscal
emitida pelo estabelecimento remetente.

Na hipótese de o estabelecimento remetente optar pela


suspensão do IPI na operação de transferência, não há que se
falar em crédito do imposto por parte do destinatário.

Registro da NF-e na EFD-ICMS/IPI

A NF-e relativa à transferência de mercadoria será


registrada na EFD-ICMS/IPI.
Os estabelecimentos: remetente e destinatário
registrarão a NF-e no Bloco C, observados, dentre outros, os
registros seguintes:

 Registro C100

 Registro C110

 Registro C170

 Registro C190

•Registro C100

Este registro deve ser gerado para cada documento fiscal


código 01, 1B, 04, 55 (NFe) e 65, conforme item 4.1.1 do Ato
COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de abril de 2008, e tem por finalidade
registrar a entrada ou saída de produtos ou outras situações
que envolvam a emissão dos documentos fiscais mencionados.

O Registro C100 destina-se ao lançamento dos totais de


valores apresentados na nota fiscal. Especificamente a NFe de
transferência de mercadorias deverá ser registrada como no
exemplo a seguir demostrado:

Registro C100

Nº Campo Valor

01 REG C100

02 IND_OPER 1

03 IND_EMIT 0

04 COD_PART Código interno do declarante

05 COD_MOD 55

06 COD_SIT 00

07 SER 1
Registro C100

Nº Campo Valor

08 NUM_DOC 000154768

09 CHV_NFE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

10 DT_DOC 150320X6

11 DT_E_S 150320X6

12 VL_DOC 40000,00

13 IND_PGTO 2

14 VL_DESC

15 VL_ABAT_NT

16 VL_MERC 40000,00

17 IND_FRT 0

18 VL_FRT

19 VL_SEG

20 VL_OUT_DA

21 VL_BC_ICMS 40000,00

22 VL_ICMS 7200,00

23 VL_BC_ICMS_ST

24 VL_ICMS_ST

25 VL_IPI

26 VL_PIS

27 VL_COFINS

28 VL_PIS_ST
Registro C100

Nº Campo Valor

29 VL_COFINS_ST
Em razão do princípio da não cumulatividade do ICMS e
do IPI, o estabelecimento destinatário poderá apropriar o
crédito dos impostos, desde que destacados na Nota Fiscal
emitida pelo estabelecimento remetente.

Na hipótese de o estabelecimento remetente optar pela


suspensão do IPI na operação de transferência, não há que se
falar em crédito do imposto por parte do destinatário.

Registro da NF-e na EFD-ICMS/IPI

A NF-e relativa à transferência de mercadoria será


registrada na EFD-ICMS/IPI.

Os estabelecimentos: remetente e destinatário


registrarão a NF-e no Bloco C, observados, dentre outros, os
registros seguintes:

 Registro C100

 Registro C110

 Registro C170

 Registro C190

•Registro C100

Este registro deve ser gerado para cada documento fiscal


código 01, 1B, 04, 55 (NFe) e 65, conforme item 4.1.1 do Ato
COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de abril de 2008, e tem por finalidade
registrar a entrada ou saída de produtos ou outras situações
que envolvam a emissão dos documentos fiscais mencionados.

O Registro C100 destina-se ao lançamento dos totais de


valores apresentados na nota fiscal. Especificamente a NFe de
transferência de mercadorias deverá ser registrada como no
exemplo a seguir demostrado:

Registro C100

Nº Campo Valor

01 REG C100

02 IND_OPER 1

03 IND_EMIT 0

04 COD_PART Código interno do declarante

05 COD_MOD 55

06 COD_SIT 00

07 SER 1

08 NUM_DOC 000154768

09 CHV_NFE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

10 DT_DOC 150320X6

11 DT_E_S 150320X6

12 VL_DOC 40000,00

13 IND_PGTO 2

14 VL_DESC

15 VL_ABAT_NT

16 VL_MERC 40000,00

17 IND_FRT 0

18 VL_FRT

19 VL_SEG
Registro C100

Nº Campo Valor

20 VL_OUT_DA

21 VL_BC_ICMS 40000,00

22 VL_ICMS 7200,00

23 VL_BC_ICMS_ST

24 VL_ICMS_ST

25 VL_IPI

26 VL_PIS

27 VL_COFINS

28 VL_PIS_ST

29 VL_COFINS_ST
•Registro C110

O Registro C110 tem por objetivo identificar os dados


contidos no campo Informações Complementares da nota fiscal,
que sejam de interesse do Fisco, conforme dispõe a legislação.
No caso da nota fiscal relativa à transferência de mercadorias,
a mesma deverá ser registrada da seguinte forma:

Registro C110

N
º Campo Valor

0 REG C110
1

0 COD_INF Código interno do declarante


2
Registro C110

N
º Campo Valor

0 TXT_COMP Saída com Suspensão do IPI, conforme artigo 43, X do RIPI/2


3 L aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010.
•Registro C170

O Registro C170 tem por objetivo discriminar os itens


da nota fiscal (mercadorias e/ou serviços constantes em notas
conjugadas), inclusive em operações de entrada de mercadorias
acompanhadas de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de
terceiros.

Conforme item 2.4.2.2.1 do Ato COTEPE/ICMS nº 09, de 18


de abril de 2008, o termo "item" é aplicado às operações fiscais
que envolvam mercadorias, serviços, produtos ou quaisquer
outros itens concernentes às transações fiscais suportadas
pelo documento, como, por exemplo, nota
fiscal complementar, nota fiscal de ressarcimento,
transferências de créditos e outros casos.

Não podem ser informados para um mesmo documento


fiscal 2 (dois) ou mais registros com o mesmo conteúdo no
campo "NUM_ITEM".

Observações:

a. Nível hierárquico: 3;

b. Ocorrência: 1:N (um ou vários por Registro


C100);

c. Coluna Entrada e/ou Saída: O "O"


significa que o campo deve ser sempre preenchido (ou
apresentado). Já o "OC" significa que o campo deve ser
preenchido (ou apresentado) sempre que houver a informação a
ser apresentada. Por fim, o "N" significa que o registro não pode
ser preenchido (ou apresentado).

•Registro C190
O Registro C190 tem por objetivo representar a
escrituração dos documentos fiscais totalizados por Código de
Situação Tributária (CST), CFOP e Alíquota de ICMS. No caso da
nota fiscal relativa à transferência de mercadorias, a mesma
deverá ser registrada da seguinte forma:

Registro C190

Nº Campo Valor

01 REG C190

02 CST_ICMS 000

03 CFOP 5151

04 ALIQ_ICMS 18

05 VL_OPR 40000,00

06 VL_BC_ICMS 40000,00

07 VL_ICMS 7200,00

08 VL_BC_ICMS_ST 0,00

09 VL_ICMS_ST 0,00

10 VL_RED_BC 0,00

11 VL_IPI 0,00

12 COD_OBS Código interno do declarante


Bloco k – Movimentação de Estoque

O preenchimento do Bloco K (Livro de Registro de


Controle da Produção e do Estoque) se aplica aos
estabelecimentos industriais ou a eles equiparados pela
legislação federal.

Via de regra, empresas obrigadas a entregar do Bloco K


devem atender ao art. 4º do Regulamento do IPI, onde
caracteriza-se a transformação de matéria-prima,
beneficiamento, montagem, acondicionamento ou
reacondicionamento, renovação ou recondicionamento.

Para tanto, os registros a serem informados no Bloco K,


correspondem aos dados das Fichas Técnicas dos produtos, das
perdas ocorridas no processo produtivo, das Ordens de
Produção, dos insumos consumidos e da quantidade produzida
inclusive às industrializações efetuadas em terceiros.

Essas informações são geradas a partir da Contabilidade


de Custos, que também passa a ser obrigatória para valorizar o
inventário e apurar o custo dos produtos vendidos.

O Bloco K é divido em 9 registros, entre o registro inicial


(Registro 0000) e o Registro final (9999), o arquivo digital é
constituído de blocos, cada qual com um registro de abertura,
com registros de dados e com um registro de encerramento,
referindo-se, cada um deles, a um agrupamento de documentos
e de outras informações econômico-fiscais.

O Registro K001 deve ser gerado para abertura do Bloco


K, indicando se há registros de informações no Bloco.

Nível hierárquico: 1; b. Ocorrência: um por arquivo; c.


Coluna Entrada e/ou Saída: O "O" significa que o campo deve ser
sempre preenchido (ou apresentado). Já o "OC" significa que o
campo deve ser preenchido (ou apresentado) sempre que
houver a informação a ser apresentada. Por fim, o "N" significa
que o registro não pode ser preenchido (ou apresentado).

O Registro K100 tem o objetivo de informar o período de


apuração do ICMS ou do IPI, prevalecendo os períodos mais
curtos. Contribuintes com mais de um período de apuração no
mês declaram um Registro K100 para cada período no mesmo
arquivo. Não podem ser informados 2 (dois) ou mais registros
com os mesmos campos "DT_INI" e "DT_FIN".

O Registro K200 tem o objetivo de informar o estoque


final escriturado do período de apuração informado no Registro
K100, por tipo de estoque e por participante, nos casos em que
couber, das mercadorias de tipos "00 – Mercadoria para
revenda", "01 – Matéria-Prima", "02 - Embalagem", "03 –
Produtos em Processo", "04 – Produto Acabado", "05 –
Subproduto", "06 - Produto Intemediário" e "10 – Outros
Insumos" – campo "TIPO_ITEM" do Registro 0200.

O Registro K220 tem o objetivo de informar a


movimentação interna entre mercadorias de tipos: "00 -
Mercadoria para revenda"; "01 - Matéria-Prima"; "02 -
Embalagem"; "03 - Produtos em Processo"; "04 - Produto
Acabado"; "05 - Subproduto" e "10 - Outros Insumos" - Campo
"TIPO_ITEM" do Registro 0200; que não se enquadre nas
movimentações internas já informadas no Registro K230 – Itens
Produzidos e no Registro K235 – Insumos Consumidos: produção
acabada e consumo no processo produtivo, respectivamente.
Exemplo: reclassificação de um produto em outro código em
função do cliente a que se destina.

O Registro K230 tem o objetivo de informar a produção


acabada de produto em processo (tipo 03 – Campo "TIPO_ITEM"
do Registro 0200.) e produto acabado (tipo 04 – Campo
"TIPO_ITEM" do Registro 0200.). O produto resultante é
classificado como tipo 03 – produto em processo, quando não
estiver pronto para ser comercializado, mas estiver pronto para
ser consumido em outra fase de produção. O produto resultante
é classificado como tipo 04 – produto acabado, quando estiver
pronto para ser comercializado. Deverá existir mesmo que a
quantidade de produção acabada seja igual a zero, nas
situações em que exista o consumo de item
componente/insumo no registro filho Registro K235. Nessa
situação a produção ficou em elaboração. Essa produção em
elaboração não é quantificada, uma vez que a matéria não é
mais um insumo e nem é ainda um produto resultante. Quando a
informação for por período de apuração Registro K100), o
Registro K230 somente deve ser informado caso ocorra
produção no período, com o respectivo consumo de insumos no
Registro K235 para se ter essa produção.

O Registro K235 tem o objetivo de informar o consumo


de mercadoria no processo produtivo, vinculado ao produto
resultante informado no Campo "COD_ITEM" do Registro K230 -
Itens Produzidos. Este registro é obrigatório quando existir o
registro pai K230 e: a. a informação da quantidade produzida
(Registro K230) for por período de apuração (Registro K100); ou
b. a ordem de produção (Registro K230) se iniciar e concluir no
período de apuração (Registro K100); ou c. a ordem de produção
(Registro K230) se iniciar no período de apuração (Registro
K100) e não for concluída no mesmo período.

O Registro K250 tem o objetivo de informar os produtos


que foram industrializados por terceiros e sua quantidade. A
quantidade produzida deve ser expressa, obrigatoriamente, na
unidade de medida de controle de estoque constante no Campo
06 do Registro 0200: "UNID_INV". A chave deste registro são os
campos "DT_PROD" e "COD_ITEM".

O Registro K255 tem o objetivo de informar a quantidade


de consumo do insumo que foi remetido para ser industrializado
em terceiro, vinculado ao produto resultante informado no
Campo "COD_ITEM" do Registro K250. É obrigatório caso exista
o registro pai Registro K250. A quantidade consumida deve ser
expressa, obrigatoriamente, na unidade de medida de controle
de estoque constante no Campo 06 do Registro 0200:
"UNID_INV". A chave deste registro são os Campos "DT_CONS"
e "COD_ITEM" deste Registro.

O Registro K990 destina-se a identificar o encerramento


do Bloco K e a informar a quantidade de linhas (registros)
existentes no Bloco.

Aspecto Contábil

Sob a ótica contábil, a operação de transferência é um


fato permutativo que não altera a situação líquida do patrimônio
da empresa, mas somente representa uma troca entre as
espécies de seus elementos. Ressalta-se, também, que perante
a legislação tributária, as mercadorias e os bens em estoque
devem ser avaliados pelo custo de aquisição.

Sendo assim, a operação em tela deve ser registrada


contabilmente pelo preço de custo, independentemente do
aproveitamento do crédito do ICMS.

Existem duas formas de se contabilizar essa operação.


Uma é se a empresa mantém escrituração contábil
centralizada, outra é se possui contabilidade por filial.

Contabilizada Centralizada

a) Contabilização de transferência de mercadorias


Para melhor ilustrar a operação, citamos o seguinte
exemplo:

Unidade fabril – Município X adquire insumos produtivos


por R$ 1.100,00, com incidência de ICMS no valor de R$ 180,00
(ICMS recuperável) e IPI no valor de R$ 100,00 (IPI recuperável).
Essa mercadoria posteriormente é transferida para unidade
fabril Município Y.

Teremos então os seguintes registros contábeis, no caso


de contabilidade centralizada:

Compra por Município X

D - Estoque de MP (Ativo Circulante) = $

D - ICMS a recuperar (Ativo Circulante) = $

D - IPI a recuperar (Ativo Circulante) = $

C - Fornecedores a pagar (Passivo Circulante) = $


Transferência para o Município Y

Estoque – Ativo Circulante

D - Estoque de MP (Filial) = $

C - Estoque de MP (Matriz) = $
ICMS

D – ICMS a Recuperar (Filial) = $

C – ICMS a Recolher (Matriz) = $


Lembramos que em que pese o valor da movimentação do
estoque estar pelo custo de aquisição, a base de cálculo do
ICMS na Nota Fiscal de Transferência deverá ter o ICMS
incluído em sua própria base, haja vista que o montante do
imposto integra sua própria base de cálculo (RICMS/00, art. 49).

Contabilidade por Filial

A escrituração contábil por filial será feita com a


utilização de contas auxiliares/transitórias, para os registros
das contrapartidas das operações. Essas contas, isoladamente
ficam com saldos, porém, quando da consolidação do Balanço,
essas contas ficam com seus saldos ajustados e zerados.

Com base no exemplo acima, os lançamentos da


transferência de mercadorias podem ser assim demonstrados:

ESTABELECIMENTO EMITENTE (MATRIZ)

D- Conta de estoques matérias-primas = $ 820,0

D- ICMS a recolher = $ 180,0

C- Transitória de transferência = $ 1.000,00


ESTABELECIMENTO DESTINATÁRIO (FILIAL)

D- Conta de estoques matérias-primas = $ 820,00

D- ICMS a recuperar = $ 180,00

C- Transitória de transferência = $ 1.000,00


Centralização da apuração do ICMS

O legislador paulista autoriza a centralização da


apuração do ICMS nos artigos 96 a 102 do Regulamento do
imposto.

A disciplina para a adoção da centralização da apuração


do ICMS se encontra na Portaria CAT nº 115/2008.

O estabelecimento centralizador será eleito segundo o


regime de apuração do imposto, pelo titular, entre aqueles que
estiverem sujeitos ao menor prazo para recolhimento do
imposto.

A opção pela faculdade da centralização da apuração do


ICMS, pela sua renúncia e pela alteração do estabelecimento
centralizador se dará por meio de termo lavrado no livro
Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de
Ocorrências (RUDFTO) de cada estabelecimento abrangido, o
qual produzirá efeitos (RICMS/00, art. 102):
 a partir do primeiro dia do mês subsequente em relação à
primeira opção;

 a partir do primeiro dia do terceiro mês subsequente ao de


sua renúncia, bem como ao da segunda opção em diante;

 a partir do primeiro dia do ano subsequente, na alteração


do estabelecimento centralizador, devendo o termo ser
lavrado até o último dia do mês de novembro.

O termo lavrado no RUDFTO conterá:

 os dados identificativos do estabelecimento centralizador,


quando lavrado pelos demais estabelecimentos;

 os dados identificativos dos demais estabelecimentos,


quando lavrado pelo estabelecimento centralizador.

Ressaltamos que além do termo lavrado no RUDFTO cada


estabelecimento deverá informar a opção, renúncia ou
alteração do estabelecimento centralizador ao Posto Fiscal a
que estiver vinculado.

Formalizada a opção pela centralização da apuração do


ICMS, para transferir, total ou parcialmente, o saldo credor ou
devedor do imposto, cada um dos estabelecimentos
centralizados deverá:

1- emitir Nota Fiscal que conterá, além dos demais


requisitos, as seguintes indicações:

a) como natureza da operação: Transferência de


Saldo (Devedor/Credor) - Art. 98 do RICMS;

b) como destinatário, o estabelecimento


centralizador, com seus dados identificativos;

c) no campo “Informações Complementares”, a


expressão: Transferência do Saldo (Devedor/Credor) -
Apuração do Mês de ........................;

d) o valor do saldo transferido, em algarismos e por


extenso;
2- registrar a Nota Fiscal, referida no inciso I, no livro
Registro de Saídas, com a utilização, apenas, das colunas
“Documento Fiscal” e “Observações”, anotando-se nesta a
expressão: Transferência de Saldo (Devedor/Credor) - Art. 98 do
RICMS;

3- lançar o valor transferido no livro Registro de Apuração


do ICMS - RAICMS, no mesmo período de apuração do imposto,
com a expressão “Transferência de Saldo - Art. 98 do RICMS”,
no quadro:

a) “Crédito do Imposto”, item 007 - “Outros


Créditos”, tratando-se de transferência de saldo devedor;

b) “Débito do Imposto”, item 002 - “Outros Débitos”,


tratando-se de transferência de saldo credor.

O estabelecimento centralizador deverá lançar o valor


recebido em transferência, no mesmo período de apuração do
imposto, no livro Registro de Apuração do ICMS - RAICMS, no
quadro “Débito do Imposto” - item 002 - “Outros Débitos” ou no
quadro “Crédito do Imposto” - item 007 - “Outros Créditos”,
conforme o caso, com a indicação do número e data de emissão
da Nota Fiscal e o número de inscrição estadual do
estabelecimento transmitente.

Os valores a que se referem os artigos 2º e 3º deverão ser


informados na Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA,
utilizando-se, conforme o caso, um dos seguintes códigos da
Ficha de Apuração do ICMS:

I - no quadro “Débito do Imposto”:

a) 002.18 - Transferência de saldo credor para


estabelecimento centralizador;

b) 002.19 - Recebimento de saldo devedor em


estabelecimento centralizador;

II - no quadro “Crédito do Imposto”:

a) 007.29 - Transferência de saldo devedor para


estabelecimento centralizador;
b) 007.30 - Recebimento de saldo credor em
estabelecimento centralizador.

Para transferência e recebimento de saldo credor/devedor


para estabelecimento centralizador no âmbito da EFD-ICMS/IPI,
deverão ser preenchidos os seguintes blocos e registros:

TRANSFERÊNCIA DE SALDO CREDOR OU DEVEDOR

No registro C100 (lançamento dos totais de valores


apresentados na NF). Escriturar a nota fiscal emitida para a
transferência do saldo credor/devedor.

No registro C190 (representa a escrituração dos


documentos fiscais totalizados por Código de Situação
Tributária - CST, CFOP e Alíquota de ICMS.)

 Campo 03 (CFOP) = Informar o CFOP 5602 (Transferência


de saldo credor do ICMS, para outro estabelecimento da
mesma empresa, destinado à compensação de saldo
devedor do ICMS) ou 5605 (Transferência de saldo devedor
do ICMS para outro estabelecimento da mesma empresa),
conforme o caso.

No registro E110 (tem por objetivo informar os valores


relativos à apuração do ICMS referentes às operações próprias.)

Se transferência de saldo credor:

 Campo 04 (VL_TOT_AJ_DEBITOS) = Informar o valor do


Saldo Credor transferido para o estabelecimento
centralizador.

Se transferência de saldo devedor:

 Campo 08 (VL_TOT_AJ_CREDITOS) = Informar o valor do


Saldo Devedor transferido para o estabelecimento
centralizador.

No registro E111 (tem por objetivo discriminar todos os


ajustes lançados nos campos "VL_TOT_AJ_DEBITOS",
"VL_ESTORNOS_CRED", "VL_TOT_AJ_CREDITOS",
"VL_ESTORNOS_DEB", "VL_TOT_DED" e "DEB_ESP)
SP000218 Transferência de saldo credor para estabelecimento centraliza

SP020729 Transferência de saldo devedor para estabelecimento centraliz


Subcapítulo do Guia do Sped-Fiscal a citada Tabela 5.1.1

No registro E112 (tem por objetivo detalhar os ajustes


do Registro E111 quando forem relacionados a processos
judiciais ou fiscais ou a documentos de arrecadação, observada
a legislação Estadual pertinente.)

 Campo 03 (NUM_PROC) = Informar o número do processo


que autoriza ao estabelecimento a compensação
centralizada de saldos da apuração do ICMS.

 Campo 05 (PROC) = Informar o texto “Transferência de


saldo _________ (especificar se devedor ou credor) para o
estabelecimento centralizador __________ (especificar o nº
da IE da centralizadora)”.

RECEBIMENTO DO SALDO CREDOR OU DEVEDOR

No registro C100 Escriturar a nota fiscal emitida para a


transferência de saldo credor ou devedor.

No registro C190:

 Campo 03 (CFOP) = Informar o CFOP 1602 (Recebimento,


por transferência, de saldo credor do ICMS, de outro
estabelecimento da mesma empresa, para compensação
de saldo devedor do imposto) ou 1605 (Recebimento, por
transferência, de saldo devedor do ICMS de outro
estabelecimento da mesma empresa), conforme o caso.

No registro E110: Se recebimento de saldo credor: •


Campo 08 (VL_TOT_AJ_CREDITOS) = Informar o valor do Saldo
Credor recebido por transferência. Se recebimento de saldo
devedor:

• Campo 04 (VL_TOT_AJ_DEBITOS) = Informar o


valor do Saldo Devedor recebido por transferência.

No registro E111: Se recebimento de saldo credor ou


devedor:
SP020730 Recebimento de saldo credor - estabelecimento centralizador.

SP000219 Recebimento de saldo devedor - estabelecimento centralizado


Subcapítulo do Guia do Sped-Fiscal a citada Tabela 5.1.1

No registro E113: Informar um registro E113 para cada


documento fiscal de transferência de saldo credor ou devedor.

 Campo 02 (COD_PART) = Informar o código do participante


(campo 02 do Registro 0150). Este código será do
emitente do documento fiscal utilizado na transferência de
saldo credor ou devedor. • Campo 09 (VL_AJ_ITEM) =
Informar o valor da transferência de saldo credor ou
devedor destacado em cada documento fiscal e utilizado
na compensação. Importante: O somatório do campo 09
dos registros E113 deve estar de acordo com os valores
apresentados no registro E111 e E110.

Centralização da apuração do IPI

A legislação do IPI não autoriza a apuração centralizada


do imposto.

No que se refere à informação dos débitos de IPI na


DCTF, apesar desta ser entregue de forma centralizada pelo
estabelecimento Matriz, os valores relativos ao IPI devem ser
informados em relação a cada estabelecimento contribuinte.

Assim, há somente a centralização da informação dos


valores do imposto devido em relação a cada estabelecimento
na DCTF da Matriz, porém, essas informações são obtidas de
forma individualizada, ou seja, depois que o imposto for apurado
e pago separadamente (RIPI/2010, arts. 384 e 609, inc. IV e IN-
RFB nº 1.599/2015, art. 6º, §2º).

Da Utilização do Saldo Credor de IPI

Ao final de cada trimestre-calendário se o


estabelecimento contribuinte de IPI mantiver saldo credor de
IPI, referente à matéria-prima, produto intermediário ou material
de embalagem utilizados na industrialização de produtos
tributados, isentos, com alíquota zero ou com imunidade por
exportação, este poderá ser utilizado na compensação de
qualquer outro débito do contribuinte, administrado pela
Receita Federal do Brasil.

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