Você está na página 1de 2

POEMAS DO SEC XIX

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.


Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.


Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

M DE ASSIS

Armas
- Qual a mais forte das armas,
A mais firme, a mais certeira?
A lança, a espada, a clavina,
Ou a funda aventureira?
A pistola? O bacamarte?
A espingarda, ou a flecha?
O canhão que em praça forte

Faz em dez minutos brecha?


- Qual a mais firme das armas?
O terçado, a fisga, o chuço,
O dardo, a maça, o virote?
A faca, o florete, o laço,
O punhal, ou o chifarote?...
A mais tremenda das armas,
Pior que a durindana,
Atendei, meus bons amigos:
Se apelida: - A língua humana!
Fabíola
Como teu riso dói... como na treva
Os lêmures respondem no infinito:
Tens o aspecto do pássaro maldito,
Que em sânie de cadáveres se ceva!

Filha da noite! A ventania leva


Um soluço de amor pungente, aflito...
Fabíola! É teu nome!... Escuta... é um grito,
Que lacerante para os céus s'eleva!...

E tu folgas, Bacante dos amores,


E a orgia, que a mantilha te arregaça,
Enche a noite de horror, de mais horrores...

É sangue, que referve-te na taça!


É sangue, que borrifa-te estas flores!
E este sangue é meu sangue... é meu... Desgraça!

Você também pode gostar