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Colégio Nossa Senhora do “Perpétuo Socorro”.

Diretora: Vera Lúcia Ferreira Santos.


Professora: Ingrid Lopes
Disciplina: Literatura (9º ano)
Conteúdo: Tipos de romance

Romance romântico

Na literatura, o tema do amor entre casais está presente desde a Antiguidade Clássica, como a
história de Ulisses e Penélope. Na modernidade, ele ganha ainda mais espaço na cultura e na sociedade
durante o Romantismo – movimento literário iniciado na Europa no fim do século XXVII – o qual deu
origem ao romance romântico.
O romance romântico é uma narrativa cujo tema principal do enredo é a história de amor entre um
casal que busca ultrapassar barreiras para vivenciá-la. Geralmente, o par romântico consegue vencer todos
os obstáculos e, no fim, ocorre o casamento, evento que sela de vez a união eterna dos protagonistas, que
têm o seu “felizes para sempre”.
Entretanto, há romances em que as forças contrárias ao casal são mais fortes, logo, o tão almejado
enlace matrimonial não ocorre. Nesses casos, é comum que um dos amantes morra ou até mesmo ambos,
pois um não consegue viver sem o outro.

Exemplos: Os sofrimentos do jovem Werther (Goethe), O vermelho e o Negro (Stendhal), Viagens na


minha Terra (Almeida Garrett), Amor de perdição (Camilo Castelo Branco), As pupilas do Senhor Reitor
(Júlio Dinis), A moreninha (Joaquin Manuel de Macedo), Iracema e Senhora (José de Alencar), Helena
(Machado de Assis) e A escrava Isaura (Bernardo de Guimarães).

Romance histórico

No romance histórico, o ponto de partida para a construção da narrativa é um fato histórico marcante
para uma nação ou comunidade. Desse modo, o espaço e os personagens têm vínculos com a realidade do
evento que serve de pano de fundo para a obra. Para escrever esses romances, o escritor faz pesquisas em
livros e documentos históricos com o objetivo de conhecer a fundo o fato que irá recriar em sua obra. De
acordo com György Lukács, teórico literário húngaro, as narrativas da história antiga, os mitos da Idade
Média e os relatos chineses e indianos são os precursores do romance histórico.
O romance histórico tal como conhecemos atualmente teve início na Europa do século XIX, durante
o Romantismo. Depois da publicação de Ivanhoe, Walter Scott, escritor escocês, foi considerado o criador
desse tipo de narrativa romanesca.

Exemplos: Ivanhoe (Walter Scott), O Corcunda de Notre Dame (Victor Hugo), Guerra e paz (Liev
Tolstói), O leopardo (Tomasi di Lampedusa), As Minas de Prata (José de Alencar), O tempo e o vento
(Erico Verissimo) e Viva o povo brasileiro (João Ubaldo Ribeiro).

Romance de aventura

O século XIX foi um momento de descobrimentos técnicos, científicos e geográficos. Ao longo desse
período, foram organizadas expedições científicas e militares com o fim de pesquisar a natureza em terras
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ainda desconhecidas. Alguns desses exploradores escreveram diários ou livros em que relatam suas viagens
e que se tornaram muito populares. Esses livros foram responsáveis pelo surgimento do romance de
aventura.
Embora o romance de aventura tenha se consolidado no século XIX, já havia narrativas famosas que
apresentam traços semelhas na literatura europeia, como Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, Robinson
Crusoé, de Daniel Defoe, e As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift.
Os romances de aventura tratam de viagens, de mistério e de perigos. O foco dessas narrativas é a
ação, que domina a cena e é fundamental para o desenrolar do enredo.
Elementos que definem esse tipo de romance também estão presentes nos filmes de aventuras: a
sucessão de eventos eletrizantes; a liderança do herói ou da heroína; a forma como o leitor cria empatia com
os feitos narrados e com os personagens; e a simplicidade do gênero.
O herói desse tipo de romance é, em geral, um personagem simpático (criança, adolescente ou
adulto) que é arrancado da sua vida cotidiana e se vê obrigado a enfrentar circunstâncias extraordinárias de
grande perigo. Ele é capaz de dominá-las com certas qualidades (coragem, astúcia, inteligência) que, muitas
vezes, ignorava possuir. Regra geral, não é um personagem solitário, acompanha-lhe um amigo fiel, que lhe
obedece cegamente. Ou, então, é apoiado por uma figura de autoridade, geralmente paterna. Terminada a
aventura, o herói é compensado com valores espirituais ou materiais e se reincorpora a vida cotidiana.
No romance de aventura, não há preocupação com a verossimilhança, o que lhe permite o exagero
em ações inesperadas.

Obras: A Ilha do Tesouro (Robert Louis Stevenson), Vinte mil léguas submarinas, A volta ao mundo em
oitenta dias (Julio Verne) e As Aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain).

Romance gótico

Foi criado durante o Romantismo, assim, observa-se que surgiu como uma reação ao racionalismo
iluminista e, ao mesmo tempo, ao aristocratismo. Foi cultivado, sobretudo, na Inglaterra e caracterizou-se
pelo vivo interesse na Idade Média: a beleza da arquitetura gótica, as sociedades secretas, a Inquisição, e os
monges. Geralmente, é ambientado em cenário lúgubre e desolado: conventos, castelos assombrados,
cemitérios.
Desse modo, compreende-se que o romance gótico aborda toda série de horrores, mistérios
terrificantes e torturas, portanto, trabalha com temáticas misteriosas, ocultistas e obscuras.

Exemplos: Drácula (Bram Stoker), Frankenstein (Mary Shelley), A Abadia de Northanger (Jane Austen), O
Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde), O Esqueleto (Camilo Castelo Branco), O nome da rosa (Umberto
Eco) e A Última Dona de S. Nicolau (Arnaldo Gama).

Romance policial

O romance policial é um tipo de narrativa que exibe uma investigação fictícia de um fato misterioso
(enigma) ou de um crime; e a posterior revelação do criminoso ou do mistério.
Nesse tipo de narrativa literária, o foco é o processo de elucidação do mistério, tarefa geralmente a
cargo de um detetive, seja ele um detetive particular ou policial, que consegue esclarecer o crime graças à
sua coragem e inteligência.

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Exemplos: As aventuras de Sherlock Holmes (Sir Conon Doyle), Assassinato no Expresso do Oriente
(Agatha Christie), Venício (Joaquim Nogueira) e Mandrake: A Bíblia e a bengala (Rubem Fonseca).

Romance fantástico

H. P. Lovecraft, escritor americano, afirma que o surgimento da literatura fantástica coincide com o
nascimento da própria ideia de produção literária. Isso porque, desde os povos primitivos, as narrativas orais
eram repletas de elementos sobrenaturais que, posteriormente, deram origem às lendas.
O romance fantástico trabalha com situações que extrapolam a realidade. Assim, é um gênero
narrativo em que, geralmente, há fenômenos sobrenaturais, mágicos e outros eventos desconectados do real
como um elemento fundamental do enredo. Muitos romances desse gênero são ambientados em mundos
imaginários, onde existem criaturas e itens mágicos.

Exemplos: Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll), A metamorfose (Franz Kafka), Cem anos de
solidão (Gabriel García Márquez), Macunaíma (Mário de Andrade) e Harry Potter e a câmara secreta (J. K.
Rowling).

Romance psicológico ou intimista:

O romance psicológico surgiu no início do século XX na Europa, tendo como precursores os


escritores James Joyce e Virginia Woolfe. Nesse tipo de narrativa, o foco é analisar os motivos íntimos das
decisões e indecisões humanas, portanto, ela pode ser considerada um retrato da vida interior da personagem
principal da história. Logo, a ação e o mundo externo ficam em segundo plano para que a vivência interior
do indivíduo seja priorizada na narração.

Exemplos: Crime e Castigo (Dostoievski), O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë), Ulisses (James
Joyce), Perto do Coração Selvagem (Clarice Lispector), São Bernardo (Graciliano Ramos), A Menina Morta
(Cornélio Pena) e Crônica da Casa Assassinada (Lúcio Cardoso).

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