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O Império Britânico (em inglês:

British Empire) foi o maior


império em extensão de terras
descontínuas do mundo. Era um
império composto por domínios,
colônias, protetorados, mandatos
e territórios governados ou
administrados pelo Reino Unido.
Originou-se com as colônias
ultramarinas e entrepostos
estabelecidos pela Inglaterra no
final do século XVI e início do
século XVII. No seu auge, foi o
maior império da história e, por
mais de um século, foi a principal
potência mundial.[1] Em 1920 o
Império Britânico dominava cerca
de 458 milhões de pessoas, um
quarto da população do mundo
na época[2] e abrangeu mais de
35 500 000 km2 (13 700 000 sq
mi),[3] quase 24% da área total
da Terra.[4][5][6] Como resultado,
seu legado político, cultural e
linguístico é generalizado. No
auge do seu poder, foi dito
muitas vezes que "o sol nunca se
põe no Império Britânico" devido
à sua extensão ao redor do
mundo garantir que o Sol sempre
estivesse brilhando em pelo
menos um de seus numerosos
territórios.

Durante a Era dos


Descobrimentos, nos séculos XV e
XVI, Portugal e Espanha foram
pioneiros na exploração europeia
do globo e no processo de
estabelecimento dos grandes
impérios ultramarinos. Os
interesses pela grande riqueza
desses impérios fez com que a
Inglaterra, França e Holanda
começassem a estabelecer
colônias e suas próprias redes de
comércio na América e na Ásia.[7]
Uma série de guerras nos séculos
XVII e XVIII com a Holanda e a
França deixaram a Inglaterra
(Grã-Bretanha, na sequência do
Tratado de União de 1707 com a
Escócia) como a potência colonial
dominante na América do Norte e
na Índia. A perda das Treze
Colônias na América do Norte em
1783 após uma guerra de
independência privou a Grã-
Bretanha de algumas de suas
colônias mais antigas e mais
populosas. A atenção britânica
logo se voltou para África, Ásia e
o Pacífico. Após a derrota da
França Napoleônica em 1815, a
Grã-Bretanha teve um século de
domínio quase incontestado, e
ampliou sua participação imperial
em todo o globo. Crescentes
graus de autonomia foram
concedidas a suas colônias de
colonos brancos, algumas das
quais foram reclassificadas como
domínios.

O crescimento do Império
Alemão e dos Estados Unidos
tinham começado a corroer a
liderança econômica do Reino
Unido no final do século XIX.
Posteriormente as tensões
militares e econômicas entre o
Reino Unido e a Alemanha foram
as principais causas da Primeira
Guerra Mundial, durante a qual o
Reino Unido dependia
fortemente sobre o seu império.
O conflito provocou um enorme
esforço financeiro na Grã-
Bretanha, e, embora o império
tivesse alcançado a sua maior
extensão territorial,
imediatamente após a guerra, já
não era um poder inigualável em
aspectos industriais ou militares.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, o Reino Unido viu as
suas colônias no Sudeste da Ásia
serem ocupadas pelo Japão, o
que danificou o prestígio
britânico e acelerou o declínio do
império, apesar da eventual
posterior vitória britânica e dos
seus aliados. A Índia, bem mais
valioso e populoso do Reino
Unido, alcançou a independência
dois anos após fim da guerra.

Após o fim da Segunda Guerra


Mundial, como parte de um
movimento maior de
descolonização das potências
europeias, à maioria dos
territórios do Império Britânico
foi concedida a independência,
terminando com a devolução de
Hong Kong à República Popular
da China em 1997. Quatorze
territórios permaneceram sob
soberania britânica, os Territórios
Ultramarinos Britânicos. Após a
independência, muitas ex-
colônias britânicas aderiram à
Comunidade das Nações
(Commonwealth), uma
associação de 53 estados
independentes. Quinze países da
Commonwealth compartilham o
mesmo chefe de Estado, o rei
Carlos III.

Os ingleses lançaram-se à
conquista do mundo durante o
reinado de Henrique VIII (1509-
1547), que promoveu a indústria
naval, como forma de expandir o
comércio para além das Ilhas
Britânicas. Mas as primeiras
colónias britânicas só foram
fundadas durante o reinado de
Isabel I, quando Sir Francis Drake
circumnavegou o globo nos anos
1577 a 1580 (Fernão de
Magalhães já a tinha realizado em
1522). Em 1579, Drake chegou à
Califórnia e proclamou aquela
região “colónia da Coroa”,
chamando-lhe “Nova Albion”
("Nova Inglaterra"), mas não
promoveu a sua ocupação.
Humphrey Gilbert chegou à Terra
Nova em 1583 e declarou-a
colónia inglesa, enquanto Sir
Walter Raleigh organizou a
colónia da Virginia em 1587, mas
ambas estas colónias tiveram
pouco tempo de vida e tiveram
de ser abandonadas, por falta de
comida e encontros hostis com as
tribos indígenas do continente
Americano.[8]

Foi apenas no século seguinte,


durante o reinado de Jaime VI & I,
depois da derrota da Armada
Invencível do Império Espanhol,
que foi assinado o Tratado de
Londres, permitindo o
estabelecimento da colónia da
Virginia em 1607. Durante os três
séculos seguintes, os ingleses
expandiram o seu império a
praticamente todo o mundo,
incluindo grande parte de África,
quase toda a América do Norte, a
Índia e regiões vizinhas e várias
ilhas ao redor do mundo.[8]

Assim, em 1670 já existiam


colónias inglesas estáveis na
América do Norte (Nova
Inglaterra, Virgínia, Carolina) e
em Antígua, Barbados, Belize e
Jamaica, bem como uma
penetração comercial na Índia
desde 1600, graças à Companhia
Britânica das Índias Orientais.
Funda desde 1660, em África,
entrepostos de captação de
escravos para as plantações
americanas, apossando-se, no
século seguinte em 1787, de
inúmeros territórios entre o Rio
Gâmbia (encravado no Senegal
francês) e a Nigéria, abarcando a
famosa Costa do Ouro, o actual
Gana. O século XVIII é, deste
modo, o período de afirmação e
maturação do projecto colonial
britânico.[8]

O seu único revés neste período,


forte aliás, será a independência
dos Estados Unidos, em 1776.
Esta perda será compensada com
o início da colonização da
Austrália em 1783 e mais tarde
da Nova Zelândia a partir de 1840,
para onde envia inicialmente
deportados.[8]

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