Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reedição
Coordenação Pedagógica
Reinaldo de Oliveira Pantoja
Design Web
Erleson Pinheiro da Silva
Rodrigo Vianna Torres
Ranaylson Teles de Matos Silva
Design Educacional
Carlos Kleber Vieira Araujo
Design Gráfico
Rodrigo Vianna Torres
Ranaylson Teles de Matos Silva
Revisor Especialista
Ricardo Vieira de Araújo
Revisor Ortográfico
Renata da Silva Guimarães dos Santos
Revisor Técnico
Carlos Kleber Vieira Araujo
Monique de Oliveira Paulo
Obrigado !
3 Virada do Século XX
Brasil de 1985 aos dias atuais 163
127
Campanhas Diretas Já ...............................................163
capítulo 1
Compreendendo o que você estudou...................171
América Latina no Pós-Guerra 129
Gabarito...............................................................................173
Da boa vizinhança à repressão ...............................129
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................174
Cuba e a Revolução ....................................................136
Compreendendo o que você estudou...................138
Gabarito...............................................................................141
capítulo 2
Brasil de 1945 a 1964 143
Realizações do governo de Dutra (1946 –
1950)................................................................................144
Realizações do governo de Getúlio Vargas (outra
vez no poder) 1950 – 1954 ....................................145
Realizações do Governo de JK (1956 – 1961)....146
Rápido Governo de Jânio Quadros – 1961..........147
Governo de João Goulart ...........................................148
Compreendendo o que você estudou...................152
UNIDADE 1
O Século XX
História
INTRODUÇÃO
Como exemplo disso, podemos citar nações como a França e a Inglaterra: ambas conseguiram
construir um vasto império colonial lutando contra asiáticos e africanos, ao mesmo tempo em que
mostravam ao mundo seu poderio bélico.
Entretanto, não foi apenas essa corrida armamentista que levou os países europeus a entrarem
em guerra, existiam ainda divergências políticas ligadas ao imperialismo, característica marcante des-
sa época.
nglo-germânica: No final do século XIX, para obter áreas coloniais, a Alemanha empreendeu
A
uma corrida naval, colocando em risco a hegemonia inglesa.
Franco-germânica: O conflito entre essas duas nações (França e Alemanha) vinha desde o final
da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), quando os franceses perderam a Alsácia e a Lorena para a
Alemanha, agravou-se em 1905, quando os alemães, ao apoiarem o movimento nacionalista marroqui-
no, tentaram impedir o avanço imperialista francês sobre o continente africano.
Austro-russa: Após serem derrotados pelos japoneses na guerra de 1904-1905, os russos, na
busca de uma saída para o mar, voltaram-se para a Península Balcânica, que estava sob o domínio
austríaco.
Russo-germânica: Para conseguir uma saída para o mar, a Rússia precisava controlar o Estreito
de Dardanelos. Isso colocava em risco o avanço germânico em direção ao Oriente Médio, causando
desentendimento entre os dois países.
Austro-sérvia: A dominação austríaca dos Bálcãs provocou o surgimento de movimentos na-
cionalistas locais, como o dos sérvios, que contavam com o apoio da Rússia, que desejava uma saída
para o mar.
É verdade. Essas disputas levaram à chamada política das alianças, cuja finalidade era garantir a
hegemonia continental. Foi com esse intuito que, em 1879, a Alemanha e o Império da Áustria-Hungria
se aliaram. A Itália se uniu a eles em 1882, formando a famosa Tríplice Aliança. Em 1890, rompendo o
isolamento diplomático imposto pelos alemães, os franceses se aliaram aos russos.
No ano de 1904, temendo o avanço naval alemão, a Inglaterra fez um acordo de cavalheiros com a
França, a Entente Cordiale. Esse acordo garantia aos franceses apoio inglês na sua luta contra a Ale-
manha pelo controle de Marrocos. Três anos depois, a Rússia se une à França e à Inglaterra, formando
a Tríplice Entente.
Vejamos
O Século que inventou o bombardeio criou uma maneira rápida de liquidar a vida humana.
A guerra é tão antiga quanto as sociedades humanas, mas no século 20 ela ganhou um
poder de destruição que a humanidade até então não conhecia. As batalhas viraram carnificina.
Conforme estimativas de baixas em combate, no decorrer dos últimos 1000 anos teriam morrido
230 milhões de pessoas, das quais 188 milhões neste século. Nunca o mundo havia registrado tan-
tas baixas – e em tão pouco tempo. A I Guerra Mundial, marco inicial da barbárie na escala posta
em prática no século 20, dizimou gerações em diversos países. Os franceses perderam mais de
20% de seus homens em idade militar. Os ingleses encerraram o conflito com uma lista trágica de
meio milhão de vidas perdidas, entre os homens com menos de 30 anos. Um quarto dos alunos das
universidades de Oxford e Cambridge não voltou para casa. O pior, no entanto, ainda estava por
vir. Apenas nos seis anos de duração da II Grande Guerra, auge da destruição global, mais de 50
milhões de pessoas nascidas em cinco continentes foram mortas. O sacrifício de vidas humanas nos
combates foi tão grande neste século que é de se perguntar se a humanidade não foi acometida de
um surto violentíssimo de loucura coletiva.
O homem continuou o mesmo. As circunstâncias é que mudaram. Até o final do século 19, os
combates se davam basicamente entre tropas de infantaria que marchavam a pé e se escondiam
em trincheiras. Muitos dos soldados morriam espetados pela baionetas. As armas mais poderosas,
os canhões, eram transportadas em carroças puxadas a cavalo. Embora o cavalo e a baioneta não
tenham sido abandonados na I Guerra Mundial, ela incorporou o avião, e com ele surgiram os bom-
bardeiros. Os soldados deixaram de mirar exclusivamente nos alvos militares e passaram a fazer
chover bombas nas cidades. Em vez de matar a tropa inimiga, a estratégia passou a ser eliminar a
vida das partes civis. O saldo dessa conduta imoral é assombroso: metade de todos os mortos nos
conflitos ocorridos no século não usava farda. [...]
As mulheres e a guerra
“Durante 1914 – 1918, as mulheres, pela primeira vez na história da guerra, usaram uniformes
e foram às fileiras. Em 1917, a Grã-Bretanha criou o Corpo Auxiliar de Mulheres no Exército (sigla
em inglês WAAC) e o Serviço Real Naval de Mulheres (sigla em inglês WRNS) com o objetivo de
prover substitutos para homens em funções como cozinheira, sinalizadoras, escriturária e moto-
ristas de transportes. Na Grã-Bretanha, as mulheres já haviam começado a substituir em larga
escala homens recrutados para a guerra, em março de 1915. Em agosto de 1916, 750 mil mulheres
britânicas atuavam em trabalho de homens e outras 530 mil estavam em empregos citados pela
economia da guerra. A criação do Exército de Terra atraiu 240 mil mulheres para a agricultura em
1918.
A contribuição das mulheres ao esforço de guerra britânico deu novo ímpeto ao forte mo-
vimento político de emancipação e conduziu, em janeiro de 1918, ao direito de voto nas elei-
ções parlamentares para mulheres acima de 30 anos. Nos Estados Unidos, todas as mulheres
tornaram-se elegíveis para votar em 1920, em parte como resultado do seu trabalho na guerra
em 1917-1918. Em outros lugares, a guerra pouco contribuiu para melhorar a vida das mulheres
e muito fez para piorá-la, deixando não apenas milhões de viúva, mas também milhões de mães
em luto. “A Primeira Guerra Mundial foi uma tragédia para as mulheres.”
KEEGAN, John. História ilustrada da Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. p. 168
Figura 1. Gavrilo Princip, um estudante bósnio-sérvio, foi preso imediatamente depois que ele assassinou
o arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/World_War_I
A rápida ascensão alemã preocupava britânicos, e acima de tudo a França que alimentava um
revanchismo com os alemães desde a derrota na Guerra Franco-Prussiana ( 1870). A Rússia tinha
divergências com os países vizinhos também. Com a ideia do pan-eslavismo ( união de todos os povos
eslavos), o país queria ampliar seu poderio anexando território dos impérios Austro-Húngaro e Turco-
Otomano.
Mapa dos participantes da 1ª Guerra Mundial: Forças Aliadas em verde, Potências Centrais em laranja, e
os países neutros em cinza. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/World_War_I
Conflito armado ocorrido no início do século XX, no território europeu. Envolveu grande parte dos
países do mundo e marcou o início de um período de avanços tecnológicos.
• Possíveis causas para o conflito - disputas de mercados internacionais; atrito entre as
grandes potências por causa de questões coloniais; a França queria revanche contra a Alemanha por
ter perdido o território da Alsácia-Lorena.
• A Inglaterra, naquela época, dominava o mercado mundial. Os ingleses eram os maiores
fornecedores de produtos maquinofaturados do mundo e fariam tudo ao seu alcance para evitar que
essa hegemonia fosse ameaçada.
• A Alemanha estava entre as nações que mais lhe incomodavam, pois, em menos de três
décadas após sua unificação, já despontava como a segunda maior indústria do mundo.
• Na França, desde a perda da região da Alsácia-Lorena para a Alemanha gerou um sentimen-
to revanchista. Os franceses não aceitavam a perda desse território, especialmente por ser uma região
rica em alguns recursos naturais importantes para o crescimento do setor industrial.
• Outra fonte de atrito entre as potências imperiais era o interesse russo sobre os Bálcãs. Vi-
sando a obter mais influência sobre a região balcânica, os russos passarem a incentivar e apoiar os
movimentos de resistências balcânicos.
• Nesse contexto, ocorreu o episódio que foi considerado o estopim da Primeira Guerra Mun-
dial, o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando.
• ESTOPIM - Assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, no dia 28
de junho de 1914. O autor do crime foi Gavrilo Princip, participante do grupo nacionalista Mão Negra.
Esse fato foi, apenas, a “gota d’água”para o início do conflito.
• Os países estavam armados e preparados para guerrear. As potências reuniram-se em blocos.
Era a preparação para um grande conflito. O mundo esperava uma guerra rápida, mas esta durou 4
anos e arruinou a Europa.
• Tríplice Entente: Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a
partir de 1917).
Primeira fase: Guerra de Movimento (1914) - nos primeiros meses da Guerra, a estratégia era
movimentação de tropas. Foi amplamente utilizada para tomada de posição no front.
Segunda fase: Guerra De Trincheiras (1915-1917) - as trincheiras são, portanto, uma estratégia
defensiva, inicialmente adotada pelos exércitos alemães. Foi utilizada também pelos Aliados.
Terceira fase: Segunda Guerra de Movimento - Fase Final (1918). A paz foi assinada em 11
de novembro de 1918, pondo fim a 4 anos de sangrentos conflitos.
• Desenvolvimento do conflito – As batalhas desenvolveram-se principalmente em trinchei-
ras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de
pequenos pedaços de território. A fome e a doença também eram inimigas desses guerreiros.
• Tecnologia e participação das mulheres– Nos combates, também houve a utilização de
novas tecnologias bélicas como tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trin-
cheiras, as mulheres trabalhavam na indústria bélica, como empregadas.
• As trincheiras - Nas trincheiras, os soldados conviviam com ratos, parasitas, lama ou pó,
frio ou calor, conforme a estação do ano. Eram protegidas por grandes redes de arame farpado e por
muitos homens armados com metralhadoras.
• O avanço dos inimigos era retardado pelo uso do arame farpado. As infantarias eram armadas
com muitas metralhadoras. A partir de 1915, os alemães começaram a usar gás tóxico. A alimentação
era feita à base de carne, vegetais enlatados e biscoitos.
• Os E.U.A vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para França e In-
glaterra, tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).
• Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matança) e os
E.U.A começaram a temer que França e Inglaterra não pagassem as mercadorias compradas (os dois
países deviam, aproximadamente, 2 bilhões de dólares aos americanos).
• Preocupados com um possível não pagamento da dívida, a população americana incentivava
a entrada do país na guerra. Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que
iam comercializar com a Inglaterra. Esse fato levou o Congresso americano, no dia 6 de abril, a declarar
guerra à Alemanha. A entrada dos Estados Unidos na guerra foi decisiva para a vitória da Entente.
• O ano de 1917 é essencial para o fim do conflito, pois a Rússia abandonou a guerra em razão
do início de sua Revolução e os E.U.A, que, até então, só participavam da guerra como fornecedor,
vendo seus investimentos em perigo, entram, militarmente, no conflito, mudando totalmente o destino
da guerra e garantindo a vitória da Tríplice Entente.
• O presidente dos E.U.A (Woodrow Wilson), em 1918, levou suas ideias ao Congresso no cha-
mado “Programa dos 14 Pontos”. A proposta previa o fim do conflito sem que se atribuísse o peso da
culpa e da responsabilidade da guerra a nenhuma nação específica. Seria uma “ paz sem vencedores”,
ou, “ paz sem perdedores”. Dessa forma nenhuma nação derrotada teria que arcar com os custos de
reconstrução do mundo pós-guerra. Os principais líderes aliados não aceitaram essa proposta de paz
estadunidense. A eles interessava um culpado, pois então haveria um ou mais responsáveis e sobre
estes recairiam os custos do conflito. A rejeição, especialmente da França e da Inglaterra, fez com que
vários outros tratados fossem elaborados.
• Resultado da I Guerra - Os perdedores tiveram que assinar o Tratado deVersalhes. A Alema-
nha teve seu exército reduzido e sua indústria bélica controlada. Teve que devolver à França a região
1) Dentre os fatores que conduziram à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), destacamos o(a):
a) O Pan-eslavismo aliado à desagregação do Império Turco.
b) acordo militar anglo-germânico visando à partilha da África.
c) desequilíbrio internacional provocado pela aliança da Rússia com o Império Austro-Húngaro.
d) descontentamento da França frente à ocupação no Marrocos.
e) oposição do Imperador Francisco Ferdinando à admissão da Sérvia no Império Austro-Húngaro.
2)“A Grande Guerra de 1914 foi uma consequência da remobilização contemporânea dos anciens
regimes da Europa. Embora perdendo terreno para as forças do capitalismo industrial, as forças da
antiga ordem ainda estavam suficientemente dispostas e poderosas para resistir e retardar o curso da
história, se necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra foi antes a expressão da decadência e
queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua vida, que do explosivo crescimento do capitalismo
industrial, resolvido a impor a sua primazia. Por toda a Europa, a partir de 1917, as pressões de uma
guerra prolongada afinal abalaram e romperam os alicerces da velha ordem entrincheirada, que havia
sido sua incubadora. Mesmo assim, à exceção da Rússia, onde se desmoronou o antigo regime mais
obstinado e tradicional, após 1918 – 1919, as forças da permanência se recobraram o suficiente para
agravar a crise geral da Europa, promover o fascismo e contribuir para retomada da guerra total em
1939.”
(MAYER, A. A força da tradição: a persistência do Antigo Regime. São Paulo: Companhia das
Letras, 1987. p. 13-14.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que a Primeira Guerra Mundial:
a) teria sido resultado dos conflitos entre as forças da antiga ordem feudal e as da nova ordem
socialista, especialmente depois do triunfo da Revolução Russa.
b) resultou do confronto entre as forças da permanência e as forças de mudança, isto é, do escra-
vismo decadente e do capitalismo em ascensão.
c) foi consequência do triunfo da indústria sobre a manufatura, o que provocou uma concorrência
em nível mundial, levando ao choque das potências capitalistas imperialistas.
d) foi produto de um momento histórico específico em que as mudanças se processavam mais
lentamente do que fazem crer os historiadores que tratam a guerra como resultado do imperialismo.
e) engendrou o nazi-fascismo, pois a burguesia europeia, tendo apoiado os comunistas russos,
criou o terreno propício ao surgimento e à expansão dos regimes totalitários do final do século.
3) Entre as principais causas da Primeira Guerra Mundial, destaca-se a “revanche” cujo principal
objetivo era:
a) Aponte qual foi o principal tratado assinado após a Primeira Guerra Mundial.
b) Com base no texto e nos pontos do Tratado de Versalhes, explique por que o historiador britâ-
nico Eric J. Hobsbawm diz que os alemães foram alvo de uma “paz punitiva”.
A partir dessa imagem, estabeleça a relação presente entre o assassinato de Francisco Ferdinan-
4- Explique por que alguns críticos dizem que a assinatura do Tratado de Versalhes de-
terminou a perda da chance que os países vencedores tinham para selar a paz.
GABARITO – REFORÇANDO O
CONHECIMENTO
1. a)
2. d)
3. d)
4. F, V,V,V,F.
Gabarito:
1-
a) Para responder essa questão, basta identificar os dois momentos distintos da Primeira Guerra
Mundial. Entre 1914 – 1915, a Guerra de Movimento esteve marcada pelos violentos ataques dos
exércitos alemães. Já entre 1915 e 1917, a guerra de posições demonstra o maior equilíbrio de forças
entre os inimigos que lutavam na guerra.
b) As trincheiras impunham aos soldados condições de vida extremas, onde tinham que se sub-
meter à insalubridade e o desconforto das valas que separavam os exércitos inimigos. Não raro, as
trincheiras se transformavam em foco de doenças que poderiam ser tão mortais quanto o poder de
fogo das armas inimigas.
2-
a) O candidato deve fazer menção ao Tratado de Versalhes.
b) Nessa questão é necessário apontar que a Alemanha foi vítima de uma “paz punitiva” ao ser
obrigada a reduzir os seus exércitos e pagar pesadas indenizações para as nações que venceram
o conflito. No pós-guerra essas exigências impuseram graves problemas sociais e econômicos ao
povo alemão.
3 - Apesar de não ser o motivo que explica a deflagração da Primeira Guerra Mundial, o assassi-
nato do arquiduque Francisco Ferdinando é o evento responsável pela ativação das alianças militares
já firmadas antes do conflito. Inicialmente, a declaração de guerra da Rússia contra o Império Aus-
tro-húngaro foi o primeiro passo para que outras potências europeias se envolvessem no confronto.
4 - Analisando os pontos que fundamentam esse tratado, vemos que as nações vitoriosas
buscaram impor pesadas sanções contra a Alemanha, vista como grande responsável pelo conflito.
Dessa forma, alimentaram um terrível sentimento de revanche que fomentou o desenvolvimento das
ações que permitiram o acontecimento da Segunda Guerra Mundial
BURGUESIA E PROLETARIADO
“Por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de
produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletariado compreende-se a classe
dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem
obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.” (Nota de F. Engels à edição inglesa
de 1888)
Leon Tolstoi e Maksim Gorki, em 1900, foto feita na propriedade coletivizada pelo Conde Tolstoi.
Nobre e ex-militar, autor de Anna Karenina e Guerra e Paz e um ativo pensador anarquista, Tolstoi-
tinha 72 anos na época da foto. Já Gorki, autor de Pequenos burgueses, proletário (ex-sapateiro) e
escritor iniciante ligado ao movimento marxista, tinha 32 anos.
MEIOS DE PRODUÇÃO
Segundo a teoria marxista, meios de produção são o conjunto formado por meios de traba-
lho e objetos de trabalho - ou tudo aquilo que medeia a relação entre o trabalho humano e a natureza,
no processo de transformação da natureza em si. Os meios de trabalho incluem os instrumentos
de produção: instalações prediais (fábricas, armazéns, silos etc), infraestrutura (abastecimento de
água, fornecimento de energia, transportes, telecomunicações, máquinas, ferramentas, etc). Os ob-
jetos de trabalho são os elementos sobre os quais é aplicado o trabalho humano - recursos naturais
(terra, matérias-primas). https://pt.wikipedia.org/wiki/Meios_de_produ%C3%A7%C3%A3o
COMUNISMO E SOCIALISMO
As expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito precisos.
Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista, o socialismo é uma
etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da socie-
dade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio
Estado. “No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema
de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalha-
dores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina
Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). http://mundoestranho.abril.com.br/
historia/qual-a-diferenca-entre-comunismo-e-socialismo-existiu-algum-pais-realmente-comunista/
tal Vladimir Ilyich Ulyanov. Não reconheceu o nome? Talvez seja ligeiramente mais familiar o apelido
que Vladimir adotou em 1901, e que lhe acompanhou até o fim da sua vida: Lênin.
No início de 1917, Lênin (embora a origem seja incerta, acredita-se que o apelido tenha sua
origem no Rio Lena, que atravessa a Sibéria) vivia no exílio em Zurique, tendo ouvido falar
da derrubada do czar por intermédio de um amigo. Ele já era uma figura de destaque no Partido
Bolchevique, autor de diversas obras a respeito do papel do Estado e da revolução socialista. Seu
potencial como líder revolucionário atraiu a atenção do governo alemão, interessado em desestabilizar
a Rússia com o objetivo de obter a vitória no front oriental da Primeira Guerra Mundial. A Alemanha,
assim, ofereceu a Lênin diversas garantias diplomáticas e financeiras para seu retorno a Petrogrado.
Lênin não frustrou as expectativas: assim que pôs os pés em solo russo, começou a trabalhar
incessantemente para a derrubada do Governo Provisório e a passagem de “todo o poder aos so-
vietes”. Esse evento ocorreria em outubro (ou novembro, como preferir), quando um golpe militar
levado a cabo pelos bolcheviques, juntamente com uma série de manobras eleitorais dentro do
sistema dos sovietes, garantiu ao partido a assunção do poder na Rússia.
Apesar de ter causado consequências históricas profundas, a Revolução de Outubro não foi um
evento de grandes dimensões: a propaganda soviética as aumentaria consideravelmente nos anos
posteriores. Seu momento-chave, ocorrido no dia 7 de novembro de 1917, foi a tomada do Palácio de
Inverno de Petrogrado (sede do Governo Provisório) pelas tropas vermelhas. Embora a propaganda
oficial (principalmente o filme Outubro, lançado em 1927 por Sergei Eisenstein) a retrate como um
acontecimento de grande porte, na realidade o Palácio era parcamente defendido. Poucas tropas
foram necessárias, e quase nenhum tiro precisou ser disparado na ocasião.
O exército russo foi um dos principais alvos da propaganda dos partidos de esquerda
nos anos que antecederam à Revolução – como mostra essa foto, em que soldados simpá-
ticos aos bolcheviques carregam faixas com slogans marxistas. O meio militar foi um terreno
extremamente fértil para a propagação de ideais revolucionários, uma vez que o discurso de
“exploração” encontrava grande aceitação entre soldados que não se conformavam com a
luta na Primeira Guerra Mundial, travada em condições precárias e contra um inimigo mais
forte. Após a Revolução, Lênin pretendia substituir a máquina estatal existente por outra in-
teiramente nova, processo que incluiria o exército. A realidade, porém, se mostraria mais forte
do que as teorias de Lênin: estima-se que mais de 80% dos oficiais que lutaram a Guerra Civil
PARA SABER
CZAR: é a palavra russa que corresponde ao termo latino caesar (césar), título atri-
buído ao governante máximo do Império Romano. O regime czarista era autocrático – o
termo autocracia deriva das palavras gregas autos (por si próprio) e cratos (governo) – o
que significa que o czar tinha o poder supremo, absoluto e ilimitado sobre todas as esferas
da sociedade. Esse regime era apoiado sem restrições pela Igreja Ortodoxa e pela nobreza
agrária da Rússia.
SOVIETE: Designação dada aos conselhos que surgiram na Rússia durante a Revolução
de 1905, constituídos por representantes de operários, camponeses e soldados. Com o passar
dos anos, os sovietes transformaram-se em órgãos deliberativos do governo.
BOLCHEVIQUE: Facção partidária revolucionária de Karl Marx, orientada por Vladimir
Lenin. Pregava a atuação revolucionária, com a aliança entre camponeses e operários, a
fim de depor o czarismo e o capitalismo. Com o passar dos anos, o Partido Bolchevique
transformou-se em Partido Comunista que, após a Revolução de 1917, criou o Estado sovi-
ético e instaurou o comunismo na Rússia.
MENCHEVIQUE: Facção partidária revolucionária marxista moderada que se opunha ao
radicalismo dos bolcheviques. Estava ligada à burguesia e pregava a implantação do socia-
lismo de forma gradual e por meio de reformas. Almejavam o poder pelo voto.
1 - No governo da Rússia, o czar Nicolau II teve de enfrentar muitas insatisfações sociais e várias
revoltas populares. Quais eram a reivindicações de camponeses, operários e soldados?
_________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
4 - Em 1917, ocorreram duas revoluções na Rússia: uma em fevereiro, outra em outubro. Explique
as diferenças das duas etapas.
_________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
8 - Leia o fragmento de texto seguinte, cuja referência bibliográfica foi intencionalmente omitida.
“A burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a morte, produziu também os homens que
empunharão essas armas: os operários modernos, os proletários. A queda da burguesia e a vitória
do proletariado são igualmente inevitáveis. Os proletários nada têm a perder, a não ser as próprias
cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos.” [adaptação]
As idéias contidas nesse fragmento são representativas do(a)
a) Tratado de Versalhes, que criou uma série de determinações, visando enfraquecer o poder da
burguesia na Europa.
b) Declaração dos Direitos do Homem que se colocou contra a sociedade, a qual mantinha
privilégios exclusivos da burguesia.
c) Doutrina Monroe, que consolidou a autonomia latino-americana, propondo a união dos povos
americanos.
d) Manifesto Comunista, que esboçou as proposições que se tornaram o alicerce do movimento
comunista internacional.
9- O Partido Socialista era composto de duas correntes com diferentes idéias a respeito de como os
operários tomariam o poder da Rússia: Os bolcheviques e os mencheviques. A partir desta informação
podemos afirmar que:
I- Os bolcheviques achavam que se deveria formar um partido capaz do organizar a classe operária e
instaurar a ditadura do proletariado através da luta armada.
II- Os mencheviques acreditavam que deveria formar um grande partido de massas, incluindo a
burguesia, e participar das atividades políticas.
III- Lenin era o líder dos mencheviques e Kerensky dos bolcheviques.
IV- Bolchevique significa maioria e Menchevique significa minoria.
V- Os mencheviques conseguiram impor suas idéias e conduziram a Revolução Russa.
10- Com relação ao processo revolucionário russo, que culminou com a tomada do poder pelos
bolcheviques 1917, pode-se afirmar que:
a) Na fase denominada Comunismo de Guerra, as medidas tomadas por Lenin está a centralização
da produção e a eliminação da economia de mercado.
b) O governo provisório de Kerensky, tão logo assumiu o poder, retirou a Rússia da Guerra através do
tratado de Brest-Litovsky.
c) O lema “Paz, Terra e Pão”, adotado por Lenin, líder menchevique ,foi fundamental para o apoio do
campesinato a revolução.
d) Na guerra civil entre brancos e vermelhos, os vermelhos receberam auxílio dos países capitalistas
europeus.
e) Na fase da NEP (Nova Política Econômica), houve a estatização definitiva de todas as indústrias e
a proibição de entrada de técnicos estrangeiros.
11 - (UNESP SP/2007)
A Rússia, madura para a revolução social, cansada de guerra e à beira da derrota, foi o primeiro
dos regimes da Europa Central e Oriental a ruir sob as pressões e tensões da Primeira Guerra Mundial
(...) tão pronta estava a Rússia para a revolução social que as massas de Petrogrado imediatamente
trataram a queda do czarismo como uma proclamação de liberdade, igualdade e democracia direta
universais. O feito extraordinário de Lenin foi transformar essa incontrolável onda anárquica popular
em poder bolchevique.
A partir do texto, explique as condições estruturais que permitem ao autor considerar a Rússia madura
para a revolução social.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Alguns comunistas franceses encontravam conforto na idéia de que as atitudes de Stalin em relação
aos opositores do regime político vigente na União Soviética eram tão justificadas pela necessidade
quanto havia sido o Terror de 1793-1794, liderado por Robespierre. Talvez em outros países, onde a
palavra Terror não sugerisse tão prontamente episódios de glória nacional e triunfo revolucionário,
essa comparação entre Robespierre e Stalin não tenha sido feita. (Adaptado de Eric Hobsbawn. Ecos
da Marselhesa: dois séculos revêem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1996,
p. 67-68.)
a) De acordo com o texto, o que permitiu aos comunistas a comparação entre os regimes de
Robespierre e de Stalin?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
13 - (UEG GO/2008)
São Petersburgo, cidade russa fundada pelo Czar Pedro, o Grande, no século XVIII, teve vários nomes:
Petrogrado (1914), Leningrado (1924) e, novamente, São Petersburgo, em 1991. Todas essas mudanças
estão relacionadas a importantes acontecimentos políticos que marcaram a história da Rússia no
século XX. Identifique esses acontecimentos.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Gabarito
1) Explorados pelos senhores rurais, os camponeses enfrentavam grande miséria e
fome, por isso reivindicavam a posse de terras. Já os operários, que também viviam
em situação de extrema pobreza, revoltavam-se contra os baixíssimos salários e o
crescimento do desemprego durante o período de guerra e reivindicavam melhores
condições de vida e de trabalho. Por fim, exaustos pela guerra, enfrentando a fome e
a falta de armas e munições nas frentes de batalha, os soldados clamavam pelo fim da
guerra.
2) conselhos que surgiram na Rússia durante a Revolução de 1905, constituídos por
representantes de operários, camponeses e soldados. Com o passar dos anos, os
sovietes transformaram-se em órgãos deliberativos do governo
3) Bolchevique: Pregava a atuação revolucionária, com a aliança entre camponeses e
operários, a fim de depor o czarismo e o capitalismo. Com o passar dos anos, o Partido
Bolchevique transformou-se em Partido Comunista que, após a Revolução de 1917, criou
o Estado soviético e instaurou o comunismo na Rússia. Monchevique: Facção partidária
revolucionária marxista moderada que se opunha ao radicalismo dos bolcheviques.
Estava ligada à burguesia e pregava a implantação do socialismo de forma gradual e
por meio de reformas. Almejavam o poder pelo voto.
4) A revolução de fevereiro de 1917 depôs o czar Nicolau II e transferiu o seu poder
para o Parlamento (Duma), que estruturou um governo provisório de caráter liberal-
democrático. O novo governo não retirou a Rússia da guerra e ainda pretendia redigir
uma nova Constituição, mas suas ideias liberais tiveram forte oposição do soviete
de Petrogrado. Com o acirramento da crise social, vários movimentos eclodiram no
país. Camponeses passaram a tomar para si as terras dos proprietários e os soldados
abandonaram as frentes de batalha para participar da mobilização do campo. Na
noite de 24 para 25 de outubro do calendário russo, os bolcheviques atenderam às
reivindicações sociais, reconhecendo os direitos dos camponeses à terra e dos operários
nas fábricas. Assim, pode-se afirmar que a grande diferença entre as duas revoluções
de 1917 está relacionada aos projetos defendidos pelos governos estruturados: um de
caráter liberal-democrático e outro socialista.
5) A Nova Política Econômica (NEP) foi criada após a guerra civil, como tentativa de
recuperação da produção agrícola e industrial.
6) d.
7) b.
8) d.
9) e.
10) a.
11) Gab:
Em primeiro lugar, cabe observar que os processos revolucionários são bastante complexos e que, sob
pena de simplificação, é discutível comparar uma revolução a um produto que, em um certo momento,
esteja “pronto para ser colhido”. Portugal estava “maduro” para a Revolução de Avis? A França estava
“madura” para a Revolução Francesa? A Rússia estava “madura” para a Revolução Russa?
Um processo revolucionário supõe, entre outros aspectos, um contexto de crise do sistema político
vigente, a existência de uma oposição minimamente organizada que se propõe à tomada do poder,
uma conjuntura interna que possibilite a canalização do descontentamento popular identificando-o à
ineficiência do regime político vigente e, por fim, uma determinada conjuntura internacional propícia
para que o movimento revolucionário não seja abortado.
Nesse contexto pode-se afirmar que o regime czarista estava passando por uma profunda crise de
autoridade, as sucessivas derrotas no plano internacional, a política sistematicamente repressiva em
relação às vozes discordantes, a crise econômica, o descontentamento popular e um conjunto variado
de organizações políticas que se opunham ao regime vigente. Uma conjuntura internacional favorável
– a Alemanha interessada em eliminar sua frente de guerra no Front Oriental – possibilitou a chegada
de Lênin à Rússia em 1917 que catalisa as oposições e consegue derrubar o regime. A Rússia era e
é o maior Estado em extensão territorial. Para consolidar o poder, os bolcheviques contavam com o
apoio dos variados grupos de oposição ao czarismo. Terminada a guerra civil e consolidado o poder,
os bolcheviques trataram de eliminar os demais grupos de oposição e fundaram um regime de partido
único centralizado e autoritário.
12) Gab:
a) Sendo o terror um instrumento a que o Estado recorre para se manter, podem ser feitas comparações
entre o período de Robespierre e de Stálin. Durante o período de Robespierre, na fase mais radical
da Revolução Francesa (1794), os julgamentos sumários no Tribunal Revolucionário e as execuções na
guilhotina de opositores aos jacobinos possibilitaram a realização das reformas que o poder julgava
necessárias.
No período Stálin (1924-1953), na União Soviética, algo semelhante ocorreu com os julgamentos de
opositores da sua visão socialista, dos grandes expurgos no partido e das inúmeras execuções. Para
os comunistas franceses, o terror justificava-se pela glória nacional e o triunfo revolucionário, tanto da
Revolução Francesa como da Revolução Russa.
b) A antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) era um estado centralizado e
totalitário definido como uma ditadura de partido único, denominada “ditadura do proletariado”. Na
fase stalinista (1924-1953), houve um esvaziamento dos órgãos colegiados iniciais do período Lênin
(1917-1924) e uma maior concentração de poderes no aparelho burocrático do Estado. Após o período
de Stálin, o chamado processo de desestalinização não conseguiu diminuir o poder da burocracia,
sendo considerado um dos motivos da desintegração da URSS.
13) Gab:
Pedro, o Grande, construiu São Petersburgo como parte do seu projeto de ocidentalização da Rússia,
o que se evidencia pela utilização do nome da cidade em alemão. Durante a I Guerra Mundial, quando
a Rússia estava em guerra com a Alemanha, o vocábulo alemão foi substituído por um vocábulo
russo “Petrogrado”. Dez anos depois, o nome da cidade é mudado para “Leningrado”, em homenagem
a Lênin, o principal líder da Revolução Bolchevista de 1917, que morrera em 1924. Em 1991, com
a dissolução da URSS a cidade foi rebatizada de “São Petersburgo”. Portanto, o nome da cidade,
inspirado em líderes políticos, relaciona-se diretamente aos principais acontecimentos que marcaram
a história russa no século XX.
- Realização de diversas obras públicas (com o objetivo de criar posto de empregos aos desempregados).
- Limitação dos preços e da produção às exigências do mercado, para garantir os interesses dos industriais.
A política New Deal não alcançou todo o sucesso esperado, mas conseguiu controlar relativamen-
te à crise econômica. A partir de 1935, a economia do país voltou a se fortalecer.
Observe a imagem abaixo e leia a legenda: veja se você identifica a oposição de ideias na imagem.
O que diferencia a propaganda da realidade? O que podemos dizer a respeito da economia dos Esta-
dos Unidos na época da foto (década de 1930)?
Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos se destacaram como o grande vencedor. A
sua produção industrial e agrícola era suficiente para abastecer, além do mercado interno, os merca-
dos europeu e latino-americano.
Entre os anos de 1923 e 1929, grande parte da população estadunidense viveu um momento de
euforia. Afinal, o progresso da tecnologia industrial permitiu que a produtividade aumentasse signifi-
cativamente.
Enquanto a indústria produzia a “todo vapor”, a agricultura, altamente mecanizada, batia se-
guidos recordes de produção. Os bancos ofereciam crédito fácil e os Estados Unidos se encontravam
Nucleares
na condição de maiores credores dos
Países europeus. Acreditava-se que toda aquela prosperidade duraria para sempre e que o estilo
de vida estadunidense (americanwayoflife) jamais poderia ser imitado pelos habitantes dos demais
países.
Símbolos dessa era de euforia econômica foram o cinema, o jazz e o charleston. O cinema, inven-
Capítulo 11
tado no final do século XIX pelos irmãos Lumière, desenvolveu-se rapidamente em todo o mundo. Após
a Primeira Guerra Mundial, as produções feitas nos Estados Unidos estavam entre as mais assistidas, e
ali se desenvolveu uma próspera indústria cinematográfica, com o surgimento de grandes estúdios na
região da Califórnia, especialmente em Hollywood. O jazz era o estilo musical predominante na época,
influenciando a música ocidental, com o charleston, um estilo de dança que surgiu acompanhado de
bandas de jazz na década de 1920, que se tornou a marca dessa era de otimismo e prosperidade. Os
salões de dança ficavam repletos de “novos ricos” que se divertiam ao som das orquestras, como re-
velou a capa da revista Life, de 18 defevereiro de 1926 (abaixo, à esquerda).
Mas, apesar da euforia, nem tudo era perfeito: uma crise se anunciava e nem todos comparti-
lhavam da prosperidade crescente. Afinal, se a década de1920 foi de prosperidade, o que provocou a
mudança econômica na década de 1930? O que podemos dizer a respeito da economia dos Estados
Unidos nesse período?
A LEI SECA
Observe com atenção os dados referentes ao aumento da produção em vários setores da indústria
estadunidense na tabela a seguir.
39
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Nucleares
Capítulo 11
41
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Unidos. O mercado de ações era muito concorrido, em razão dos bons resultados que as empresas
vinham tendo nos últimos anos. Muitas pessoas decidiram investir nas bolsas mesmo desconhecendo
as regras do mercado acionário. Muitos investidores chegavam mesmo a contrair empréstimos em
bancos para comprar ações e revendê-las com lucro.
• No final da década de 1920, a situação da economia estadunidense já era crítica. Os tais “dias
melhores” não chegavam nunca. Granjeiros e pequenos, médios e até mesmo grandes fazendeiros não
encontravam compradores para os seus produtos, embora os preços começassem a despencar. Nas
cidades industriais, as massas de desempregados faziam Fila diante de qualquer oferta de trabalho.
• Os bancos restringiram o crédito e milhões de pessoas não tinham mais condições de honrar
compromissos anteriormente assumidos. Não havia como pagar os empréstimos.
Todo esse quadro refletia na mais importante bolsa de valores do mundo – a Bolsa de Nova York.
Durante a fase de prosperidade da economia, as cotações das ações mantiveram-se em alta. Mas,
em outubro de 1929, as cotações das ações simplesmente despencaram. Isso ocorreu porque muitos
acionistas, preocupados com a “saúde financeira” das empresas, procuraram vender o mais rápido
possível todos os seus papéis (ações) na bolsa.
Nucleares
glês David Thomson (1912-1970).
“A crise econômica mundial explodiu com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 1929.
Uma especulação desenfreada tinha levado os valores dos títulos e das ações a alturas fantásticas.
Quando a confiança se abalou ligeiramente, seguiu-se a venda igualmente desenfreada dos títulos,
que cresceu como uma bola de neve, ocasionando o colapso espetacular do mercado de títulos. No
Capítulo 11
espaço de um mês, o seu valor caiu em 40%, e em 1932 já haviam falido 5š000 bancos americanos.
Devido ao fato de os americanos terem recolhido seus investimentos no exterior, passando a importar
menos, o colapso atingiu rapidamente outros países. Em toda parte a produção diminuiu, o comércio
retraiu-se e o desemprego aumentou. Em 1931, faliu o principal banco vienense, o Kredit-Anstalt, pre-
cipitando a crise financeira na Europa. O comércio mundial reduziu-se a um terço de seu volume nor-
mal, entre 1929 e 1932, enquanto aumentavam os índices de desemprego. THOMSON, D…id. Pequena
história do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. p. 104.”
A crise propagou-se rapidamente. Ao retirar os investimentos realizados na Europa, os capitalistas
estadunidenses precipitaram a crise nesse continente. Em 1932, auge da crise, o comércio internacio-
nal reduziu-se a um terço do que era antes de 1929. Também as relações comerciais Entre os Estados
Unidos e a América Latina foram profundamente
afetadas: em 1929 o comércio entre as duas áreas chegava a mais de 2 bilhões de dólares; em
1932, era de apenas 500 milhões de dólares. Toda a Europa também foi seriamente afetada. Calcula-se
que, em 1933, na Alemanha, mais da metade da população na faixa etária entre 15 e 30 anos estava
desempregada. A produção industrial havia caído mais de 40%.
NEW DEAL
Para sair da crise, medidas vigorosas tiveram de ser tomadas pelo governo dos Estados Unidos.
A partir de 1933, teve início o mandato do presidente Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), que, em
sua campanha pelo Partido Democrata, prometera profundas mudanças na ordem capitalista estadu-
43
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
nidense.
O Congresso foi convocado, logo após a posse de Roosevelt, para legalizar importantes medidas
de estabilização. As leis mais importantes regulamentadas naquele momento foram a Lei de Emergên-
cia do Sistema Bancário e a Lei de Recuperação da Indústria Nacional.
O amparo legal era fundamental para que o New Deal(“novo acordo” ou “novo contrato”) obti-
vesse sucesso. Em pouco tempo, o sistema bancário foi reorganizado e o Programa Agrícola Federal
Amparou os produtores em dificuldades.
Esse programa de reformas econômicas que o governo Roosevelt (1933-1945) colocou em prática
tinha como base teórica o pensamento do economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946).
O “novo acordo” era composto por um conjunto de medidas que objetivavam a reconstrução da
economia capitalista e que se destacam como as mais importantes medidas tomadas pelo governo dos
Estados Unidos na década de 1930:
• a concessão de empréstimos governamentais aos fazendeiros arruinados (muitos fazendeiros
utilizaram-se dessa linha de crédito para pagar empréstimos aos bancos);
• a criação de um banco cujos depósitos seriam garantidos pelo governo para financiar as ex-
portações;
• a legalização dos sindicatos e o incentivo para o seu fortalecimento, a fim
de que fossem conseguidas melhores condições de trabalho;
• o lançamento de um grande programa de obras públicas para absorver os desempregados;
• a criação de um sistema de seguro-desemprego, em 1936, objetivando recuperar a confiança
do povo no sistema e a capacidade de compra dos desempregados, por meio da manutenção de uma
renda mínima para os trabalhadores que estivessem fora do mercado de trabalho;
• a redução da jornada de trabalho para oito horas, para reduzir o desemprego (a redução da
jornada significa uma redução temporária dos níveis de produção);
• a fixação de salários mínimos (Lei do Salário Mínimo), além da limitação da jornada de trabalho
no setor industrial (Lei do Horário Máximo de Trabalho), em 1938, que resultaram da aprovação de
• leis que garantiram importantes conquistas para os trabalhadores;
• a ampliação do sistema de previdência social.
Quanto ao mercado de capitais, uma comissão especialmente criada pelo governo federal passou
a supervisioná-lo, a fim de evitar que o perigoso jogo da especulação financeira derrubasse o preço
das ações de empresas que procuravam se reerguer em meio à crise. Ao planejar a recuperação da
economia dos Estados Unidos a partir de um conjunto de medidas que objetivavam reduzir os efeitos
devastadores da crise, o governo Roosevelt mostrou um dos caminhos que as demais nações do mun-
do poderiam seguir. O historiador Hilário Franco Júnior e o economista Paulo Pan Chacon destacaram
o significado do New Deal.
“Ele representou um marco na passagem do capitalismo clássico, liberal e concorrencial para o
capitalismo monopolista e estatal, tendo sido definido por ele próprio como “uma nova concepção dos
deveres e das responsabilidades do governo com respeito à economia mundial”. FRANCO JÚNIOR,
Hilário; CHACON, Paulo. História econômica do Brasil. São Paulo: Atlas, 1980. p. 314.
Totalitarismo
No pós-guerra, assistiu-se em diversas partes do mundo ao desenvolvimento das democracias
liberais e à ascensão vertiginosa dos regimes totalitários. Chamamos de totalitário o regime político
que considera os interesses do Estado infinitamente mais importantes do que os direitos do indivíduo:
“Nada pelo indivíduo, tudo pelo Estado”.
Nucleares
Capítulo 11
As razões gerais da ascensão e consolidação dos regimes totalitários em diversos países do mun-
45
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Nazismo
Regime político de caráter totalitário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises
da República de Weimar, entre 1919 e 1933. Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada
por Adolf Hitler, que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães
(NSDAP). De caráter nacionalista, defende o racismo, a superioridade da raça ariana e a luta pelo ex-
pansionismo alemão e nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista. A essência
da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta (MeinKampf).
Ao final da I Guerra Mundial, além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica,
os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes a pagar altas indenizações aos países vencedores.
Essa penalidade faz crescer a dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falên-
cias, inflação e desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921 e
1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam condições favoráveis
ao surgimento e à expansão do nazismo no país. O NSDAP, utilizando-se de espetáculos de massa
(comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), consegue mobi-
lizar a população por meio do apelo à ordem e ao revanchismo. Recebe ajuda da grande burguesia,
que teme o movimento operário. Favorecidos por uma divisão dos partidos de esquerda, os nazistas
são vitoriosos nas eleições de 1932. Em 1933, Hitler é nomeado primeiro-ministro, com o auxílio de
nacionalistas, católicos e setores independentes. Um ano depois se torna chefe de governo (chanceler)
e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o III Reich
(III Império).
Fascismo
O governo de Mussolini
Até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, podemos dividir o governo de Mussolini em duas
grandes fases:
Primeira fase (1922 – 1924) Mussolini organizou milícias (tropas) fascistas que promoveram
Nucleares
uma série de atentados terroristas contra os políticos de oposição. Nessa fase seu governo caracteri-
zou-se pelo nacionalismo extremado e pela construção de um Estado autoritário.
Segunda fase (1925 – 1939) –Mussoline já havia reunido poder suficiente para implantar a di-
tadura fascista na Itália. Tornou-se, então, o chefe supremo do Estado, sendo conhecido como Duce,
Capítulo 11
que em italiano significa aquele que dirige.
“Um minuto no campo de luta vale uma vida inteira de paz.” Mussolini
Regime político de caráter totalitário que surge na Europa no entre guerras (1919-1939). Original-
mente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini entre
1919 e 1943. Suas principais características são o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema
de desenvolvimento, e o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os media-
dores das relações trabalhistas. O fascismo nasce oficialmente em 1919, em Milão, quando Mussolini
funda o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos integrantes, os camisas pretas (cami-
cienere), se opõem à classe liberal. Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma.
Pretendem tomar o poder militarmente e ocupam prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo
a formação de um novo gabinete. Mussolini é convocado para chefiar o governo do país, que atra-
vessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores. Por meio de
fraudes, os fascistas conseguem maioria parlamentar. Em seguida, Mussolini dissolve os partidos de
oposição, persegue parlamentares oposicionistas e passa a governar por decretos. As características
do regime são cerceamento da liberdade civil e política, unipartidarismo, derrota dos movimentos de
esquerda e limitação ao direito dos empresários de administrar sua força.
Ascensão de Hitler
Em 1925, Von Hindenburg foi eleito presidente da Alemanha. O novo presidente não conseguiu
realizar a estabilização política nem superar as dificuldades econômicas do país, problemas herdados
com a derrota da Primeira Guerra Mundial. Dívidas de guerra, indústria abalada, alto nível de desem-
prego etc. retratavam a situação econômica alemã, que se agravou ainda mais com a crise de 1929.
47
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Os nazistas aproveitaram-se dessa situação para fazer duras críticas à ineficiência dos dirigentes
alemães. Com esse discurso, nas eleições de julho de 1932, conquistaram a maior bancada do parla-
mento alemão (38% dos deputados).A tumultuada situação econômica, política e social alemã no final
de 1932 foi favorável à ascensão de Hitler, que, com a aprovação de Hinderburg, tornou-se chanceler,
isto é, chefe do governo na Alemanha, em 30 de janeiro de 1933.
Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, exceto o nazista; dissolve os
sindicatos; cassa o direito de greve; fecha os jornais de oposição; e estabelece a censura à imprensa.
Apoiando-se em organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo
(polícia política), realizam perseguições aos judeus, aos sindicatos e aos políticos comunistas, socialis-
tas e de outros partidos. O intervencionismo e a planificação econômica adotada por Hitler eliminam,
no entanto, o desemprego e impedem a retirada do capital estrangeiro do país. Há um acelerado
desenvolvimento industrial, que estimula a indústria bélica e a edificação de obras públicas. Esse cres-
cimento se deve em boa parte ao apoio dos grandes grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a
Adolf Hitler. Em desrespeito ao Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório, em
1935, remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do general
Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936. Nesse mesmo ano promove o extermínio
sistemático dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a
Áustria e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá início à
II Guerra Mundial.
A propaganda era conduzida por Joseph Goebbels, titular do Ministério da Educação do Povo e da
Propaganda, que exercia severo controle sobre as instituições educacionais e sobre os meios de co-
municação. Utilizando os métodos mais desonestos e sensacionalistas para divulgar a doutrina nazista,
Goebbels tinha, basicamente, a seguinte filosofia:
“Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”.
Entre as principais características do Estado nazista,podemos citar as seguintes:
• Nacionalismo: para os nazistas, a nação era o ideal supremo, a mais elevada forma de sociedade
criada pelo ser humano.
• Totalitarismo: regime político não democrático no qual inexiste a separação de poderes, ficando
a totalidade do poder do Estado concentrada em uma só pessoa ou em um só partido.
• Unipartidarismo: o Estado deveria ser controlado exclusivamente por um partido, no caso, o
Partido Nazista.
• Crença na infalibilidade do líder: segundo esse princípio, o líder, o guia infalível, enfim, o Führer,
sabia o que seria melhor para o conjunto da sociedade.
• Elitismo: visão da vida segundo a qual o mundo deve ser dirigido pelos melhores, mais fortes,
mais aptos e racialmente mais puros.
• Arianismo: princípio segundo o qual existe a superioridade da raça nórdica, da qual os alemães
seriam os representantes mais puros. O arianismo implica a crença em uma conexão íntima entre o
solo e o sangue, em uma espécie de relação mística entre a raça e a mãe pátria, vinculando-se, dessa
maneira, a nação – formada por indivíduos racialmente
puros e superiores – ao Estado, que deve promover a grandeza e o poderio da nação, protegendo-
-a daqueles considerados “impuros” (para os nazistas, os judeus, os eslavos, os ciganos, os mestiços,
etc.), e, dessa maneira, evitando a “degeneração racial”.
• Antissemitismo: em razão da hostilidade contra o povo judeu, apoiada na ideia da superioridade
da raça ariana e fundamentando-se em explicações pseudocientíficas, os judeus perderam o direito à
cidadania alemã, fato consolidado com a decretação das Leis de Nuremberg, em 1935.
• Militarismo: princípio de que a guerra era a grande redentora dos povos, tornando necessária
a militarização do país para que fosse capaz de impor a sua vontade no plano geopolítico. Era preciso
49
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
2. Segundo o historiador Alcir Lenharo, no texto da página 75 deste volume, Hitler considerava
que a propaganda sempre deveria ser popular e, se preciso, mentirosa. Entretanto, Brecht mostra os
imites da mentira. Quais seriam esses limites?
_______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Nucleares
1) O período entre as duas guerras mundiais (1919 - 1939) foi marcado por:
03) Em seu famoso painel Guernica, Picasso registrou a trágica destruição dessa cidade basca
por:
04)”Mas um socialismo liberado do elemento democrático e cosmopolita cai como uma luva para
o nacionalismo.” Esta frase de Charles Maurras, dirigente da ActionFrançaise, permite aproximar pen-
samento da ideologia:
a) fascista
b) liberal
c) socialista
d) comunista
e) democrática
05) A Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939), em que mais de 1 milhão de pessoas perdeu a vida,
terminou com a derrota dos republicanos e com a subida ao poder do general Francisco Franco. O
Estado Espanhol, após a vitória de Franco, cacterizou-se como:
51
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
06) Entre as duas Guerras Mundiais (1919 - 1939), ocorreram alguns fatos históricos relevantes.
Merecem destaque a:
a) pelas mãos do Exército Alemão, que quis desforrar-se das humilhações impostas pelo Tratado
de Versalhes;
b) através de uma ação golpista, cuja ponta de lança foram as forças paramilitares do Partido
Nazista;
c) em conseqüência de uma aliança entre os nazistas e os comunistas;
d) a partir de sua convocação pelo presidente Hindenburg para chefiar uma coalizão governa-
mental;
e) através de uma mobilização semelhante à que ocorreu na Itália, com a marcha de Mussolini
sobre Roma.
08) 1. “Ao contrário das velhas organizações que vivem fora do Estado, os nossos sindicatos fazem
parte do Estado.” (Mussolini)
2. “Defender os produtores significa combater os parasitas. Os parasitas do sangue, em primeiro
lugar os socialistas, e os parasitas do trabalho, que podem ser burgueses ou socialistas.” (Mussolini)
3. “Mesmo neste momento, tenho a sublime esperança de que um dia chegará a hora em que es-
sas tropas desordenadas se transformarão em batalhões, os batalhões em regimentos e os regimentos
em divisões.” (Hitler)
4. “Aqueles que governam devem saber que têm o direito de governar porque pertencem a uma
raça superior.” (Hitler)
Nas citações acima, encontramos algumas das principais características do nazismo e do fascis-
mo. Identifique-as, ordenadamente, nas alternativas abaixo:
a) Expansionismo, nacionalismo, romantismo, idealismo.
b) Corporativismo, anticomunismo, militarismo, racismo.
c) Totalitarismo, socialismo, esquadrismo, anti-semitismo.
Nucleares
e) Pacifismo, não-intervencionsimo, industrialismo, anti-semitismo.
09) Por mais de um século, a Espanha estivera dividida entre grupos hostis de reacionários, mo-
narquistas e religiosos de um lado, e liberais burgueses, anticlericais e socialistas do outro. Em 1931,
Capítulo 11
uma revolução instalou a República e foram promulgadas severas leis contra o Exército, os latifundiá-
rios e a Igreja. Em julho de 1936, no entanto, irrompeu a contra-revolução, levando a uma guerra civil
que se prolongou por cerca de três anos e que teve como principal conseqüência:
a) a vitória das forças democráticas e da monarquia parlamentar sob o comando do rei Juan Car-
los;
b) a ascensão do socialismo, que vigorou até meados da década de 70;
c) a implantação do franquismo, com o apoio da Itália e da Alemanha;
d) o triunfo das forças populares, que levou à união nacional e pôs fim às rivalidades entre os
habitantes do país;
e) o enfraquecimento da Espanha e sua submissão à França e Inglaterra.
10) “Quando a crise estourou, o governo do presidente Hoover, do Partido Republicano, adotou
uma atitude passiva, de acordo com o sistema liberal dominante nos Estados Unidos. Mas os anos
passaram e a crise permaneceu. Viu-se então que os empresários americanos e o governo republicano
que os representava não seriam capazes de solucioná-la. Nas eleições presidenciais, os republicanos
apresentaram a candidatura de Herbert Hoover à reeleição, mas ele foi derrotado pelo candidato dos
democratas.”
O candidato vencedor foi:
a) John Kennedy
b) George Washington
c) Woodrow Wilson
d) Fraklin Roosevelt
e) Harry Truman
11) No período entre-guerras (1919-1939), as dificuldades econômicas e sociais geradas pela crise
do capitalismo, somadas às conseqüências da Revolução Russa de 1917, constituíram o quadro em que
se revelaremos descontentamentos com a situação vigente. Nessa época o capitalismo foi questiona-
do, variando, contudo, as interpretações quanto às soluções a serem adotadas; a fascista e a socialista.
Porém, ambas tinham em comum a oposição:
a) Ao Estado liberal;
b) Ao Nacionalismo;
c) À classe operária;
d) À social-democracia;
e) Ao Estado Intervencionista.
12) A crise econômica iniciada em 1929, nos Estados Unidos, e que se propagou por vários ou-
tros países, desarticulando a economia internacional no seu conjunto, representou a negação dos
princípios liberais que se encontravam fortemente enraizados na sociedade norte-americana. Sobre a
depressão econômica dos anos trinta, é correto afirmar, EXCETO:
53
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Gabarito
Nucleares
Capítulo 11
1. Mentiras, eliminação de opositores, acobertamento da verdadeira situação econômica do país,
etc.
2. Para o poeta, as mentiras da propaganda nazista levavam à perseguição política, à morte e à
disseminação da fome e da pobreza entre a população da Alemanha.
1) A
2) A
3) E
4) A
5) D
6) D
7) D
8) B
9) C
10) D
11) A
12) E
13) E
55
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Anotações
Antecedentes da guerra
Expansionismo das Ditaduras Durante a Década de 1930
Os governos totalitários da Alemanha e da Itália, como o Regime Militarista do Japão, buscaram
um alto grau de disciplina social em seus países, dirigindo seus esforços para a recuperação econô-
mica e o desenvolvimento militar. Também se empenharam, no plano externo, em modificar a ordem
internacional estabelecida pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial, implementando uma política
de expansão territorial, militar e econômica.
Os governos da Inglaterra e da França, pro sua vez, adotaram no início uma política de apazigua-
mento em relação a esse expansionismo, talvez porque se beneficiavam da ordem internacional em
vigor e queriam evitar um novo conflito bélico. O resultado não foi o esperado, pois exatamente a ex-
pansão contínua desses países fomentou o início da guerra. Vejamos a sucessão dos acontecimentos.
Expansão Alemã
Com base na ideia do Espaço Vital, o governo alemão liderado por Adolf Hitler planejou a Traje-
tória Expansionista da Alemanha Nazista, cujo desdobramento foi o início do Conflito Mundial. Veja-
mos como isso aconteceu. Renânia (1936) Em março de 1936, Hitler ordenou que o Exército Alemão
ocupasse a Renânia, região da Alemanha cortada pelo Rio Reno, na fronteira com a França. O Tratado
de Versalhes havia determinado que essa região deveria permanecer desmilitarizada, mas Hitler des-
cumpriu tal determinação. A maioria dos franceses não reagiu à ocupação da Renânia, pois estava
politicamente dividida:
Havia conflitos internos entre os partidos de orientação marxista, de base operária, e as forças
políticas tradicionais, que se mostravam, inclusive, simpatizantes do Fascismo.
Além disso, os Generais Franceses não ficaram muitos preocupados com a eventual ação militar
alemã no território da França. Muitos ainda confiavam nos métodos utilizados pelo Exército na Primeira
Guerra Mundial, razão pela qual elaboraram uma estratégia de defesa com base nas guerras de trin-
cheira, com exércitos imóveis, garantindo suas posições. Ordenaram assim a construção de uma longa
fortificação que percorria a fronteira entre a França e a Alemanha, conhecida como Linha Maginot.
Em novembro de 1936, Hitler firmou um Pacto de Amizade e Cooperação com Mussolini, formando
o denominado Eixo Roma-Berlim. Pouco depois, no mesmo ano, assinou também um acordo com o
Japão, para impedir a expansão do Comunismo Soviético o Pacto Anti-Comintern. Essa política de
alianças culminaria com a assinatura do Pacto Tripartite entre as três nações em setembro de 1940, e
a formação definitiva do chamado Eixo.
Em março de 1938, Hitler prosseguiu com sua política expansionista e anexou a Áustria à
Alemanha, com o apoio do forte Partido Nazista Austríaco, que preparou o caminho político par essa
anexação, denominada Anschluss (União). Alegava-se que os Alemães e Austríacos constituíam um
único povo germânico e, portanto, deviam viver sob o comando de um mesmo Estado. A Anschluss
foi confirmada por um plebiscito realizado na Áustria, em abril de 1938, demonstrando que o Nazismo
era popularmente aceito no país.
Logo depois, Hitler passou a reivindicar também a anexação da região de Sudetos, que pertencia
à Tchecoslováquia, mas era habitada por cerca de 3 milhões de alemães. O Estado Nazista acusava
as autoridades tchecas de oprimir os cidadãos alemães. O Governo Tcheco, por sua vez, afirmava
que essa acusação era Falsa, constituindo um argumento inventado por Adolf Hitler para ocupar a
Tchecoslováquia. Para discutir essa questão, convocou-se em setembro de 1939 a Conferência de
Munique, que reuniu representantes das Potências Europeias. Dela participaram além de Hitler e
Mussolini, os Primeiros-Ministros Neville Chamberlain, da Inglaterra e Édouard Daladier, da França. Os
representantes do Governo da Tchecoslováquia, principais interessados no tema em discussão, foram
impedidos de participar da Conferência.
Para os Tchecos, o resultado desse encontro era previsível. Franceses e Ingleses decidiram
ceder mais uma vez às ambições nazistas e concordaram com a anexação dos Sudetos pela Alemanha.
Insistiam em manter a política do apaziguamento, talvez pensando que essa seria a última reivindica-
ção territorial de Hitler. Sobre essa situação, o Ministro Chamberlain teria dito: É a Paz para Nossa Épo-
ca. Seguindo ordens secretas de Hitler, os Exércitos Alemães não só ocuparam a região dos Sudetos,
mas também invadiram a Tchecoslováquia, em março de 1939, desrespeitando as decisões acordadas
na Conferência de Munique. Sudetos Denominação de uma cadeia de montanhas que forma uma fron-
teira natural entre Alemanha, Polônia e República Tcheca, na divisão política atual da Europa. A região
pertencia ao Império Austro-Húngaro até a Primeira Guerra Mundial. Com o desmembramento desse
império, em 1919, passou a fazer parte da então recém-criada Tchecoslováquia.
As autoridades do Governo da França e da Inglaterra não se manifestavam energicamen-
te contra as ações dos nazistas. Não queriam se indispor com o Governo da Alemanha, pois suas
atenções continuaram dirigidas àquele que consideravam ser o grande inimigo do mundo capitalista
ocidental: O Socialismo na União Soviética. Para surpresa de todos, representantes dos Governos
da União Soviética Stalinista e da Alemanha Nazistas – inimigos ideológicos – assinaram, em agosto
de 1939, um Pacto de Não Agressão Mútua. Não se sabia que eles tinham acertado secretamente a
Divisão da Polônia e de outros países da região entre as Duas Potências. Pouco tempo depois, em 1°
de setembro de 1939, Tropas Alemãs invadiram o Território Polonês pelo oeste, sendo seguidas pelas
Tropas Russas, que, em 17 de setembro de 1939, invadiram o lado leste.
Nucleares
Capítulo 11
61
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
O Holocausto
Os nazistas eram antissemitas. Eles odiavam judeus e queriam eliminá-los para garantir a supe-
rioridade da raça ariana.
Os judeus foram enviados aos campos de concentração para serem mortos, que no total somavam
mais de 6 milhões. O mais famoso campo de concentração foi o de Auschwitz (localizado na Polônia).
Não foram somente os judeus que foram perseguidos. Homossexuais e ciganos também sofreram
perseguições e passaram fome.
O Brasil na guerra
Milhares de soldados brasileiros foram lutar na guerra. Sua participação foi modesta, já que não
tínhamos um armamento igual ao dos americanos. Mas a participação dos pracinhas foi tão importante
que ao voltarem para o Brasil foram considerados heróis.
Consequências da guerra
A guerra terminou em 1945 e deixou para trás mais de 40 milhões de mortos e cidades em ruínas,
fora os que ficaram mutilados, sem moradia e sem família. Os Aliados instauraram o Tribunal de Nu-
remberg para julgar os fascistas por crimes de guerra. Os nazistas responsáveis pela morte de judeus
Nucleares
ou civis foram condenados à morte ou à prisão perpétua.
Logo após a guerra foi fundada a ONU (Organização das Nações Unidas), localizada em Nova
York. Sempre que surge um conflito internacional, o Conselho de Segurança da ONU procura resolver
o problema com diálogos e cooperação. Um dos órgãos mais importantes da ONU é a Unicef.
Após a guerra o mundo iniciava uma nova fase histórica: a de reconstrução. Os EUA e a União
Capítulo 11
Soviética saíram do conflito como duas grandes potências mundiais. Os EUA saíram da guerra como a
maior potência mundial. A URSS ficou em segundo lugar. O país teve 25 milhões de mortos e parte de
suas construções sumiu do mapa.
63
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
RECORDANDO
A Primeira Guerra Mundial foi o confronto armado dos países da Tríplice Aliança (Alemanha,
Áustria-Hungria e Itália) contra os países da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
Os países da Entente ganharam a guerra e, através do Tratado de Versalhes, responsabilizaram
a Alemanha pelo conflito.
A Revolução Russa originou uma nova estrutura social e política que marcou o século XX. Ela
também ficou conhecida como Revolução Socialista de 1917.
A crise de 1929 atingiu o mundo inteiro e foi ocasionada pela quebra da Bolsa de Nova York.
Durante o período entre guerras, surgiram regimes políticos de caráter militar que dominaram
alguns países europeus: o nazismo e o fascismo. Eles também contribuíram para a deflagração da
Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial aconteceu entre os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) con-
tra os países Aliados (principalmente França e Inglaterra).
Os vitoriosos da Segunda Guerra foram os países aliados, com destaque para a atuação norte-
-americana.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido entre os aliados dos Estados
Unidos (capitalista) e os aliados da União Soviética (socialista).
A Guerra Fria foi uma guerra não declarada oficialmente, entre os Estados Unidos e a União
Soviética, que lutavam pela supremacia mundial.
( ) Intenções alemãs de anexar terras habitadas por populações germânicas, que estavam sob
domínio de Estados não-germânicos.
( ) Aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia.
( ) Os franceses, desde a guerra de 1870-1871, alimentavam o desejo de se vingar da Alemanha.
( ) Aliança entre a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.
( ) Acordo entre a França e a Inglaterra.
( ) Em sua política expansionista sobre os Bálcãs, habitados por povos de origem eslava, a Rússia
se intitulava protetora dos territórios eslavos.
65
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
9. Pesquise, em livros ou na Internet, como foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mun-
dial. Faça um cartaz, com fotos, contando como foi a atuação da Força Expedicionária Brasileira nessa
guerra.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Com o término da Segunda Guerra Mundial, duas potências surgiram: Estados Unidos e União
Soviética. Escreva uma redação, com no máximo 20 linhas, contando como foi a Guerra Fria. Não se
esqueça de colocar título na sua redação.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Gabarito
Nucleares
Capítulo 11
1. Divergências políticas ligadas ao imperialismo.
2. Anglo-germânica: No final do século XIX, para obter áreas coloniais, a Alemanha empreen-
deu uma corrida naval, colocando em risco a hegemonia inglesa.
Austro-russa: Após serem derrotados pelos japoneses na guerra de 1904-1905, os russos, na
busca de uma saída para o mar, voltaram-se para a Península Balcânica, que estava sob o domínio
austríaco.
3. 4, 2, 5, 1, 3, 6.
4. A Alemanha foi obrigada a restituir à França as províncias da Alsácia e da Lorena e ceder
territórios à Bélgica e à Polônia.
5. Mencheviques: acreditavam que era preciso acelerar a modernização do capitalismo russo
e transformar a Duma (parlamento russo) no principal órgão de poder nacional.
Bolcheviques: defendiam uma revolução socialista e pregavam a união de operários e campo-
neses contra o regime czarista.
6. b.
7. V, F, V, V.
8. O expansionismo alemão deu início à guerra.
9. Resposta pessoal.
10. Resposta pessoal.
67
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
Anotações
O movimento republicano
Para entendermos o processo de instauração do governo re-
publicano no Brasil se faz necessário identificarmos cinco fatores
inter-relacionados ao contexto que definiu sua instauração:
- Questão Religiosa
Os constantes atritos do Estado brasileiro com integrantes da
Igreja Católica do Brasil desgastou a relação entre as instituições.
Além do mais a separação das instituições era bem vista pelos di-
ferentes setores republicanos. O Estado brasileiro tornou-se laico
após 1889.
- Questão Militar
O Exército do Brasil voltou da guerra exigindo maior partici-
pação na vida política do país. A influência do Positivismo francês
entre a oficialidade do Exército do Brasil foi marcante a partir do
fim do conflito.
- Ascensão Paulista
A formação do Partido Republicano Paulista demonstrou que importantes setores da vida eco-
nômica do país estavam insatisfeitos e viam na criação de uma república inspirada no modelo
estadunidense a solução para os seus interesses. Com o apoio dos mineiros foram vitoriosos na
Assembleia Constituinte da Primeira República, em 1891.
- Questão Abolicionista
A Lei Áurea decretada em 1888 e a criação do governo republicano provisório no ano seguinte
possuem relação direta. Setores escravocratas foram o último sustentáculo da monarquia brasileira.
- Questão Sucessória
Na hipótese de um Terceiro Reinado no Brasil o país poderia ser governado pelo impopular
Conde D‘Eu, marido da princesa Isabel. Essa ideia era mal vista pela maior parte dos brasileiros.
A Queda da Monarquia
A crise do Império foi resultado das transformações processadas na economia e na socieda-
de, a partir do século XIX, que, somando-se, conduziram importantes setores da sociedade à uma
conclusão: a Monarquia precisava ser superada para dar lugar a um outro regime político mais
adaptado às necessidades da época. A crise do Império foi marcada por uma série de questões que
desembocaram na Proclamação da República.
A primeira foi a questão religiosa, provocada pela recusa dos bispos Dom Antônio de Macedo
Costa e D. Frei Vital em aceitar as interferências do governo influenciado pela maçonaria na nome-
ação de diretores de ordens terceiras e irmandades.
Em seguida, a questão militar causada por atritos entre os militares e o império. Os profissionais
das armas queriam uma maior autonomia nos assuntos políticos da nação, e o império punia as
manifestações quaisquer que fossem.
Os republicanos cresciam em poder e influência, a opinião pública já vislumbrava com bons
olhos um Brasil sem imperador. O tenente-coronel Benjamin Constant na Escola Militar pregava o
positivismo e a república.
Em 1873, aconteceu um Congresso Republicano em São Paulo onde houve a confecção e a
aprovação de um projeto de constituição.Com o agravamento da questão militar, o gabinete de
Ouro Preto iniciou sua queda.
A Questão Religiosa
Conforme a historiadora Emília Viotti:
“É exagero supor que a Questão Religiosa que indispôs momentaneamente o Trono com a Igreja
foi dos fatores primordiais na proclamação da República. Para que isso acontecesse era preciso que
a nação fosse profundamente clerical, a monarquia se configurasse como inimiga da Igreja e a Re-
pública significasse maior força e prestígio para o clero. De duas uma, ou a nação estava a favor dos
bispos e contra D. Pedro, e então a perspectiva de substituição do imperador pela princesa seria vista
com bons olhos em virtude de suas conhecidas ligações com a Igreja; ou a nação era pouco simpática
aos bispos, e, nesse caso, ser solidarizaria com a Monarquia e a Questão Religiosa não poderia con-
tribuir de modo preponderante para a queda da Monarquia. Quando muito, revelando o conflito entre
o Poder Civil e o Poder Religioso, contribuiria para aumentar o número dos que advogavam a
necessidade de separação da Igreja do Estado e, assim, indiretamente, favoreceria o advento da
República, que tinha essa norma como objetivo.” COSTA,Emília Viotti da. Da monarquia à república:
momentos decisivos. São Paulo: Unesp,2007, p. 458-459
A Questão Militar
Durante o Império havia sido aprovado o projeto Montepio, pelo qual as famílias dos militares
mortos ou mutilados na Guerra do Paraguai recebiam uma pensão. A guerra terminara em 1870 e, em
1883 o montepio ainda não estava pago. Os militares encarregaram então o tenente-coronel Sena Ma-
dureira de defender os seus direitos. Este, depois de se pronunciar pela imprensa, atacando o projeto
Montepio, foi punido. A partir de então, os militares ficaram proibidos de dar declarações à imprensa
sem prévia autorização imperial.
O descaso que alguns políticos e ministros conservadores tinham pelo Exército levava-os a punir
elevados oficiais, por motivos qualificados como indisciplina militar. As punições disciplinares confe-
ridas ao tenente-coronel Sena Madureira e ao coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos, provocou
revolta em importantes chefes de Exército, como o Marechal Deodoro da Fonseca. Toda essa crise
somara-se ao fato do Exército ter retornado da Guerra do Paraguai com um profundo desejo de se
institucionalizar. A guerra consolidou um ideal salvacionista do país, por parte dos militares. As influ-
ências republicanas entre os mesmos, seria, nesse sentido, o elemento ideológico pelo qual setores,
no interior das forças armadas, utilizariam para se opor à monarquia.
“A ideia de que os militares cabia a salvação da pátria generalizar-se no Exército a partir da Guerra
do Paraguai, à medida que o Exército se institucionalizava. É claro que os militares estiveram em todos
os tempos divididos entre várias opções e seria um grande equívoco imaginá-los como um todo. A
ideia republicana contava, ao que parece, maior número de adesões entre os oficiais de patentes in-
feriores e alunos da Escola Militar, enquanto a Monarquia tinha o apoio dos escalões superiores (...) A
infiltração do pensamento positivista nos meios militares explica, em parte, a sua adesão à República.
É preciso lembrar, entretanto que não se trata do positivismo ortodoxo, pois mesmo Benjamin Cons-
tant, considerado um dos principais representantes do pensamento positivista no Exército, não poder
ser considerado um positivista ortodoxo, O fato de o “Apostolado” ter um pequeno número de inscritos
não impediu, entretanto, que as ideias positivistas exercessem uma poderosa influência na socieda-
de.” COSTA,Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Unesp,2007,
p. 459-460.
O fim do Império
Na Década de 1870 diversos republicanos adquiriram visibilidade, a partir da publicação do Ma-
nifesto Republicano (1870), da Convenção de Itú (1873), e da militância dos Clubes Republicanos, que
se multiplicam a partir de então. Fortemente influenciados pelo Positivismo (Benjamin Constant), as
suas ideias eram veiculadas pelo periódico A República. As propostas giravam em torno de duas teses:
a evolucionista (que admitia que a proclamação era inevitável, não justificando uma luta armada) e a
revolucionista, que defendia a possibilidade de que se pegasse em armas para conquistar a República.
Outros republicanos de destaque são Aristides Lobo, Saldanha Marinho, Quintino Bocaiuva. O
movimento pró-República no Brasil tomava proporções irreversíveis, mas para que a alteração na
forma de governo se desse de forma democrática, seria necessária uma Assembleia Geral majorita-
riamente republicana, o que parecia distante de ocorrer, pois a população não se mostrava simpática
à derrocada da monarquia.
O governo imperial, através do Gabinete do Visconde de Ouro Preto, percebendo a difícil situação
política em que se encontrava, apresentou à Câmara dos Deputados, numa última tentativa de salvar
o Império, um programa de reformas políticas, do qual constavam:
• A autonomia para as províncias;
• A liberdade de voto;
• O mandato temporário para os Senadores;
• A liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento;
• A liberdade religiosa.
Deodoro da Fonseca
73
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
De 1889 a 1891: a presidência do Marechal Deodoro da Fonseca foi marcada por grande tensão
política. Sob forte oposição do Congresso e a crescente impopularidade do presidente provocada por
suas atitudes ditatoriais e pela crise econômica do país, Deodoro renunciou no final de 1891.
De 1891 a 1894: o cargo de presidente oi ocupado pelo Marechal Floriano Peixoto. Foi um governo
nacionalista austero e centralizador e, por isso, Floriano entrou para a História do Brasil como o Mare-
chal de Ferro. Durante sua gestão ouve duas rebeliões armadas exigindo sua renúncia: Revolta da Ar-
mada e Revolta Federalista. Apoiado pelos cafeicultores paulistas, Floriano reprimiu-as violentamente.
República Federativa: organização política de um país em que os representantes são eleitos, de forma direta ou
indireta, para o exercício de mandatos temporários. O território está dividido em unidades Federativas.
75
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
exportações não seguiam o mesmo ritmo e, no final do século o Brasil já começava a enfrentar
o problema da supersafra que se prolongou até meados do século XX. Como a produção era
maior que o consumo mundial, o preço da saca de café Caiu. Os cafeicultores não aceitavam
ficar com os prejuízos e exigiam que o governo adotasse medidas para proteger o setor. A forma
que o governo encontrou para atender aos interesses dos cafeicultores foi fazer a desvalorização
cambial beneficiando os exportadores de café, que recebiam o pagamento pelas rendas exter-
nas em moeda mais valorizada, a libra esterlina (do Reino Unido).
Com seu produto mais barato o cafeicultor podia vender mais. O prejuízo ficava com o res-
tante da população brasileira pois a desvalorização monetária gerava inflação aumento do custo
de vida crescimento da dívida eterna e aumento dos saldos negativos da receita do governo. Em
1906 os governadores de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro decidiram estabelecer um acordo
para garantir a valorização do café. Esse acordo, conhecido como Convênio de Taubaté, estabe-
lecia que os governos estaduais comprariam o excedente de café com empréstimos externos e
estocariam o produto ue seria colocado nos mercados internacionais na medida em que hou-
vesse procura.
Assim, se houvesse prejuízos, o governo pagaria a conta. Na verdade, esta seria dividida com
o povo na forma de pagamento de impostos. Os cafeicultores livraram-se dos prejuízos graças à
velha solução da “socialização” das “perdas”. O Convênio de Taubaté pretendia desestimular no-
vos plantios criando um imposto sobre cada novo pé de café que fosse plantado, mas a elevação
de preços do produto resultou em nova expansão da produção e em outras crises de superpro-
dução ao longo da República Velha.
O coronelismo
Nos municípios brasileiros o poder político pertencia aos proprietários de terras da região
e, às vezes, aos comerciantes ricos. Esses donos do poder ficaram conhecidos como “coronéis”.
Era uma referência ao antigo título recebido pelos proprietários rurais da época do Império
que faziam parte da Guarda Nacional, criada em 1832 para reprimir as revoltas populares. O
coronelismo era a base do sistema oligárquico, pois cada coronel:
controlava o poder local e todos os cargos públicos eram indicados ou escolhidos por ele,
como prefeitos, vereadores, soldados, contínuos e escriturários, etc.;
nas eleições estaduais e federais utilizava seu prestígio e controle eleitoral para garantir a
vitória dos candidatos indicados pelos chefes políticos estaduais (membros de partidos repu-
blicanos) que constituam a oligarquia estadual;
mantinha uma clientela de trabalhadores sitiantes e pequenos proprietários, cultivada
com favores que ele só concedia aos que lhe fossem fiéis. O coronel batizava os filhos de seus
protegidos, resolvia conflitos, providenciava a educação das crianças, obtinha financiamentos
bancários. Em troca exigia obediência total.
fazia sua lei vigorar na fazenda e na cidade, e seus capangas, jagunços ou camaradas cum-
priam cegamente suas ordens, mesmo se fosse para matar alguém, queimar casas ou destruir
plantações e rebanhos dos que resistissem ao poder do chefe;
fornecia transporte, alimentação e até roupas e sapatos aos trabalhadores rurais e seus de-
pendentes e era recompensado nas eleições com o voto desses eleitores. Esse sistema de voto
forçado, dominado ou comprado pelos coronéis ficou conhecido como voto de cabresto – os
eleitores formavam o “curral eleitoral” – e se tornou um dos principais instrumentos para man-
ter os grupos poderosos no poder. Uma fraude comum nas eleições era a inclusão nas listas
de votação de nomes de pessoas já falecidas. Usando o nome de um desses eleitores, alguém
votava em seu lugar.
Pacto de poder
Para as oligarquias agrárias paulistas era imprescindível controlar a política nacional para
garantir que o chefe do governo federal e o Congresso Nacional representassem seus interes-
ses. Os principais interesses dos fazendeiros paulistas eram:
• garantir a unidade nacional o que lhes proporcionaria mão de obra barata (principalmen-
te do Nordeste) e mercado consumidor para a produção manufatureira paulista que estava em
franca expansão
• controlar a política econômica e financeira do governo federal em particular a política
cambial e os empréstimos eternos para trazer benefícios ao setor cafeeiro
77
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
O predomínio político das oligarquias estaduais foi articulado pelo presidente Campos Sa-
les (1898-1902) por meio de um arranjo batizado de política de governadores. A política dos
governadores era um pacto de poder entre o presidente da República e os poderosos de cada
estado. Com um sistema de troca de favores, os governadores comprometiam-se a dar apoio ao
presidente no Congresso Nacional (por meio dos deputados e dos senadores de seus estados).
Em contrapartida, o presidente da República se comprometia a não interferir nas lutas políticas
estaduais, embora favorecesse nas eleições os partidos aliados.
Como as eleições eram decididas com fraudes e outras ilegalidades, os políticos estaduais e
municipais, aliados ao governo federal, não sofriam fiscalização ou repreensão alguma. Na ver-
dade, contavam com o apoio federal: quando algum político de oposição conseguia se eleger,
o governo federal proibia sua posse por meio da Comissão Verificadora de Poderes. Por esse
esquema, impedia-se a eleição de candidatos de oposição e o poder continuava nas mãos dos
grupos dominantes. A Presidência da República contava, assim, com um Congresso Nacional
afinado com suas propostas.
país trabalhavam nos cafezais, nas estâncias do Sul nas plantações de cacau e tabaco nos serin-
gais e nos canaviais.
O trabalhador rural enfrentava a insegurança e a miséria sem qualquer legislação social ou
trabalhista que o amparasse. Realizando trabalhos pesados e pouco lucrativos, os trabalhadores
rurais alimentavam-se mal, não contavam com assistência médica nem instrução primária. Eram
altos os índices de analfabetismo e mortalidade. Vivendo em uma sociedade excludente, que
não lhes possibilitava o acesso à terra, os trabalhadores eram dependentes de latifundiários e
por eles dominados social e politicamente.
No sertão nordestino, a situação dos trabalhadores era ainda mais grave que no resto do
Brasil. Além desses problemas, o sertanejo enfrentava as secas e a decadência econômica. No
final do século XIX, as regiões sertanejas presenciaram a queda nas vendas de algodão em fun-
ção da concorrência das plantações dos Estados Unidos e um longo período de seca. Os efeitos
dessa crise foram a ruína da produção agrícola e da pecuária, alta taxa de mortalidade, desem-
prego e generalização da miséria.
Uma das consequências desse quadro foi êxodo rural nas regiões castigadas pela seca com a
emigração para áreas mais prósperas; o Oeste paulista que expandia seus cafezais e a região do
Amazonas em fase de crescimento econômico por causa da extração da borracha.
Nesse contexto, surgiram e cresceram os bandos de cangaceiros, no sertão nordestino, que
praticavam saques e banditismo. Viviam em luta constante contra a polícia até a prisão ou a mor-
te. Nos períodos de seca, os bandos cresciam, pois atraíam as vítimas da fome e do desemprego.
O maior de todos foi o de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938), que chegou a ter
300 homens.
O ambiente de crise e privações também foi propício para proliferação de líderes messiâ-
nicos. Tanto o cangaço, quanto os movimentos messiânicos eram uma forma de resistência ao
sistema vigente. De forma consciente ou não, esses movimentos representaram uma reação dos
excluídos à vida dura e sofrida que levavam.
79
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
Canudos
Para o povo sertanejo, Canudos constituiu uma rota de fuga do poder dos coronéis. A expe-
riência de resistência reuniu cerca De 25 mil pessoas em Belo Monte, no sertão da Bahia, sob a
liderança do beato Antônio Conselheiro. Em pouco tempo, para Belo Monte acorreram milhares
de sertanejos vítimas do poder oligárquico. Buscavam, na “terra da promissão”, uma vida mais
digna e feliz. Acreditavam que, pela devoção, pela fé, pela oração e por uma vida de trabalho e
de honestidade, mereceriam a salvação eterna. Nessa perspectiva, Canudos foi um movimento
messiânico, isto é, um movimento que acreditava na implantação do reino da bem-aventurança
na terra, como preparação para o reino dos céus.
As pregações de Conselheiro apontavam sempre nessa direção e afirmavam essa possibili-
dade. O crescimento de Belo Monte preocupou as autoridades governamentais e os coronéis.
Afinal, era um perigoso exemplo para os sertanejos secularmente humilhados e ofendidos. Era
preciso, portanto, dar um fim à experiência. Canudos era uma utopia que deveria ser esmagada.
No fundo, estava em jogo a luta pela posse da terra. Além disso, a busca de uma religiosidade
popular, desvinculada das autoridades da Igreja, incomodava os poderosos. Mas faltava às auto-
ridades um pretexto para enviarem tropas com o objetivo de “pacificar” e “civilizar” os sertane-
jos. Isso aconteceu em 1896, quando Antônio Conselheiro foi acusado pelo governo central de
ter ordenado a invasão de uma vila para obter madeira para construir uma igreja. Na verdade,
Conselheiro comprou e pagou a madeira, mas não recebeu a mercadoria.
A partir desse momento, Canudos teve de enfrentar um total de quatro expedições. A quar-
ta e última, composta de oito mil homens e muito armamento pesado, foi vitoriosa. Após duras
batalhas e cerca de 25 mil mortos, em outubro de 1897 as tropas do governo tomaram o arraial
do Belo Monte. Crianças e mulheres foram degolados pelos soldados da República. A verdade
é que os habitantes de Canudos viviam uma vida muito dura, tinham que ser homens práticos
e em contato direto com a realidade que os esmagava, para cuidarem somente da alma, da sal-
vação no céu, como se tentava fazer crer. A vida exigia que fossem homens frios e implacáveis
com o inimigo, para poderem lutar com vantagem pela própria sobrevivência. E assim foi. Não
só morriam, combatendo o inimigo peito a peito, mas enfrentavam as forças armadas enviadas
para atacá-los. Desafiavam-nas, impávidos:
– Avança, fraqueza do governo!
Era o seu grito de guerra.
FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p. 117.
Contestado
Os problemas sociais no campo não se limitavam ao Nordeste. Prova disso é a Revolta do
Contestado, que explodiu em 1912, numa região disputada por Santa Catarina e Paraná. A causa
imediata do movimento do Contestado foi a construção de uma ferrovia que passava pela re-
gião em disputa, ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, a ação de grandes
madeireiros contribuiu para que milhares de camponeses fossem expulsos das terras que culti-
vavam. Some-se a tudo isso a exploração dos latifundiários e o desemprego.
Liderados pelo beato José Maria, figura carismática e messiânica que pregava a instauração
de uma sociedade mais justa e igualitária, os camponeses empunharam armas contra a Repúbli-
ca e as oligarquias locais. O movimento durou até 1916 com vitória das autoridades governamen-
tais. Estimou-se que o número de mortos foi de, aproximadamente, 10 mil pessoas.
A revolta da vacina
A ideia de progresso e modernidade, tão cara aos positivistas republicanos no início do sécu-
lo XX, traduziu-se em um projeto de renovação urbanística da capital do país, o Rio de Janeiro. O
objetivo era transformá-la numa espécie de “cartão-postal” do Brasil, numa “Paris dos trópicos”.
Então, contando com a atuação do prefeito Pereira Passos (1836-1913), iniciou-se um vigoroso
plano de remodelação: alargamento de ruas e praças, abertura de novas avenidas, demolição de
cortiços do centro, saneamento da lagoa Rodrigo de Freiras, etc.
Com isso, milhares de famílias foram deslocadas à força para a periferia da cidade. Paralela-
mente, o presidente Rodrigues Alves (1848-1919) (presidente entre 1902 e 1906), representante
da elite cafeeira, nomeou o médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917) para levar adiante um
projeto de saneamento para a levar adiante um projeto de saneamento para a cidade do Rio de
Janeiro, até então às voltas com a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. No entanto, os
métodos utilizados durante a campanha de vacinação foram desastrosos. Sem um trabalho de
esclarecimento do povo, a campanha foi realizada de forma violenta e autoritária. As brigadas
sanitárias passaram a derrubar barracos e cortiços, interditar prédios, remover doentes à força,
exigir reformas nas moradias impraticáveis para as populações humildes, desinfetar casas sem
autorização, entre outras ações. A oposição política se aproveitou do momento e passou a arti-
cular um golpe militar para afastar Rodrigues Alves do poder. Militares, estudantes, operários se
revoltaram – a repressão foi violenta, e tropas do exército foram acionadas para conter a revolta
popular.
A Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ou Revolta dos Marinheiros, ocorrida em 1910, revela, mais uma vez,
que a República não conseguia conviver com as diferenças. Para se entender melhor essa revolta
popular, é preciso, antes, conhecer as contradições existentes na composição da marinha. Desde
os tempos do Império, a marinha era uma instituição aristocrática. A oficialidade era formada,
preferencialmente, por jovens de classes altas, todos brancos. Já os marinheiros eram recrutados
à força (prisioneiros que Cumpriam sentenças), ou voluntariamente, mas sempre pertencentes
às camadas mais humildes da população. Acrescente-se que a maioria esmagadora era formada
por negros.
81
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
Os marinheiros estavam submetidos a castigos como chibatadas, prática herdada dos tem-
pos da escravidão. Em decorrência desse contexto se deu a revolta dos marinheiros, iniciada
em 22 de novembro de 1910. Após insistentes reclamações exigindo o fim da chibata, os mari-
nheiros da esquadra, chefiados pelo marinheiro João Cândido (1880-1969), o Almirante Negro,
iniciaram a mais importante revolta já ocorrida na Marinha brasileira.
Os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, além do cruzador Bahia e outros na-
vios menores, passaram ao controle dos marinheiros sublevados após sangrentos combates,
nos quais muitos oficiais superiores, como o próprio comandante do Minas Gerais, foram mortos
na luta.
Ameaçando bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso suas reivindicações não fossem
prontamente atendidas, os marinheiros forçaram o governo da República a ceder. A solução
encontrada foi a aprovação de um decreto assinado pelo então presidente Hermes da Fonseca,
extinguindo os castigos corporais e concedendo anistia aos revoltosos.
É importante considerar que, nesse aspecto, a Revolta da Chibata Triunfou plenamente, pois
conseguiu acabar com as chibatadas. Porém, o governo não cumpriu sua palavra e mandou
matar, prender e deportar centenas de marinheiros. João Cândido foi expulso da marinha e fi-
cou preso até 1912. Morreu aos 89 anos, esperando ter sua memória reabilitada pela marinha
brasileira.
82
Unidade 1 | Capítulo 3
Colégio Militar de Manaus
01. (Ufpe) Uma análise das relações sociais de poder no Brasil Império mostra mudançasimportan-
tes com relação ao período colonial. Na época do Império, a sociedade brasileira:
a) tornou-se mais democrática, com o declínio acentuado da escravidão depois de 1840, ecom a
vinda de imigrantes europeus que traziam ideias modernizadoras.
b) manteve a escravidão como fonte de produção de riqueza, embora restrita à cultura docafé, no
oeste paulista e no interior do Rio de Janeiro.
c) conseguiu livrar-se das influências européias, afirmando uma matriz, respeitando as
tradições seculares de sua história.
d) permaneceu marcada pelo escravismo, embora já houvesse mudanças de muitos hábitos,por
influência da modernização de alguns setores.
e) conviveu com rebeliões políticas freqüentes, lideradas pelos liberais radicais e movidas porideias
abolicionistas e republicanas.
02. (Fuvest) No século XIX, a imigração européia para o Brasil foi um processo ligado:
a) a uma política oficial e deliberada de povoamento, desejosa de fixar contingentes brancosem
áreas estratégicas e atender grupos de proprietários na obtenção de mão-de-obra.
03. (Unesp) O Segundo Reinado, preso ao seu contexto histórico, não foi capaz de dar resposta
àsnovas exigências de mudanças. Quando se analisa a desagregação da ordem monárquica imperial-
brasileira, percebe-se que ela se relacionou principalmente com a:
05. (Fei) “Na historiografia referente ao binômio abolicionismo-imigrantismo, a noção que assume
oOeste paulista é de importância capital. A designação de Oeste, quando se trata dessa etapahistórica
da cafeicultura, tem como referência notória o Vale do Paraíba.” (Beiguelman, Paula, A CRISE DO ESCRA-
VISMO E A GRANDE IMIGRAÇÃO).
O texto acima refere-se a:
a) questão da mão-de-obra na cafeicultura.
b) queda do regime monárquico.
c) oposição casa-grande e senzala.
d) êxodo de nordestinos em direção aos grandes centros urbanos.
e) queda da produção cafeeira em consequência da crise de 29.
07. (Mackenzie) “Aqueles que estão bem na Itália, como vocês meus filhos, não devem deixá-la,digo-
-lhes isto como pai (...) não acreditem naqueles que falam bem da América (...) é preferívelar numa prisão
na Itália do que numa fazenda aqui.”(Zuleika Alvim, BRAVA GENTE)
O trecho da carta de um imigrante revela como era difícil “fazer a América” no Brasil, porque:
a) com o declínio da produção cafeeira, o imigrante desempregado vivia em péssima
situação social.
b) dívidas, maus-tratos, isolamento e a Lei de Terras tornaram quase impossível o acesso àterra e
prosperidade.
c) o choque cultural e dificuldades climáticas inviabilizaram a imigração.
d) a falta de uma experiência capitalista anterior pelos imigrantes impedia a formação deuma pou-
pança.
e) a propaganda feita pelo governo e agenciadores era correta e cumpria as promessas
feitas, mas a qualidade da mão-de-obra era precária.
08. (Unirio) A imigração para o Brasil de expressivos contingentes de europeus, na segunda metade
do século XIX, pode ser associada à:
a) ampliação da força de trabalho artesanal nas cidades para atender à produção de
exportação.
84
Unidade 1 | Capítulo 3
Colégio Militar de Manaus
09. (Pucpr) Durante o segundo Reinado (1840-1889) ocorreu a transição do trabalhado escravone-
gro nos cafezais paulistas para a mão-de-obra do imigrante europeu, que inicialmente formou osistema
de parceria.
Sobre o tema é correto afirmar:
I - A origem do sistema ocorreu com o Senador Vergueiro, que mandou trazer 80 famílias alemãs
para sua fazenda em Ibicaba.
II - Em decorrência da exploração dos imigrantes alemães, a Prússia e depois o Império Alemãoproi-
biram a vinda de novos imigrantes, fazendo-o o Segundo Reich pelo “Rescrito de Heydt”.
III - A denúncia dos maus tratos aos imigrantes alemães e da redução dos mesmos a um regimede
semi-escravidão foi feita principalmente pela obra “Memórias de um Colono no Brasil”, do suíçoThomaz
Davatz.
Está correta ou estão corretas:
a) I, II e III.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I.
e) Apenas I e III.
11. (G1) Os conflitos envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai no século XIX, tinham como-
causa principal:
a) disputas pelo controle da bacia do Rio da Prata;
b) a disputa pela indústria paraguaia;
c) as disputas entre liberais e conservadores;
d) a abolição da escravidão;
e) estabelecer os limites territoriais, respeitando o Tratado de Madri.
12. (Mackenzie) A abolição do tráfico escravo, por pressão inglesa em 1850, resultou em váriasalte-
rações no quadro da economia imperial, EXCETO:
a) a transferência de capitais do tráfico para as atividades industriais.
b) a Lei de Terras, que dificultava o acesso à propriedade da terra para imigrantes pobres eposseiros.
c) o desenvolvimento da imigração como alternativa de mão-de-obra.
d) o crescimento do tráfico escravo interno, largamente utilizado pelos fazendeiros do
centro-sul.
e) o acesso democrático às terras públicas, a redução das atividades econômicas e o
retrocesso no processo de modernização do país.
13. (Puc-RJ) “A raça ariana, reunindo-se, aqui, a duas outras totalmente diversas, contribuiu para
aformação de uma sub-raça mestiça e crioula, distinta da européia. Não vem ao caso discutir se istoé um
bem ou um mal; é um fato e basta.”
(Sílvio Romero, HISTÓRIA DA LITERATURA,)
Nos anos que antecederam a abolição da escravidão no Brasil e nas décadas que a sucederam,
houve uma longa controvérsia, expressa em polêmicas, discursos e livros, acerca do caráter racial
brasileiro. Acerca desta questão, analise as afirmativas a seguir:
I. As teses sobre a inferioridade da “raça africana”, aliada ao sentimento da sua incapacidade parao
trabalho livre e auto-estimulado, reforçaram a opção dos cafeicultores paulistas pela imigraçãoeuropéia.
II. O argumento de “que a raça chinesa abastarda e faz degenerar a nossa” objetivou impedir aimi-
gração de chineses - os “coolies” - para substituir a mão de obra escrava.
III. Vários homens de ciência, após a Abolição, defenderam que somente a fusão dos gruposétnicos
poderia aprimorar o homem brasileiro, ao propiciar o seu branqueamento.
IV. Ao longo da década de 20, mas principalmente na seguinte, o homem nacional mestiço foivalo-
rizado, sendo inclusive o argumento para a lei da nacionalização do trabalho, de 1931, obrigando todas
as empresas urbanas a empregar, pelo menos, 2/3 de mão de obra nacional.
Assinale a alternativa que contêm as afirmativas corretas:
a) somente I, II e III.
b) somente I, III e IV.
c) somente II, III e IV.
d) somente I, II e IV.
e) todas as alternativas estão corretas.
14. (Mackenzie) Sobre o contexto histórico responsável pela proclamação da República NÃO sein-
clui:
a) a insatisfação dos setores escravocratas com o governo monárquico após a Lei Áurea.
b) a ascensão do exército após a Guerra do Paraguai, passando a exigir um papel na vida
política do país.
c) a perda de prestígio do governo imperial junto ao clero, após a questão religiosa.
d) a oposição de grupos médios urbanos e fazendeiros do oeste paulista, defensores de
maior autonomia administrativa.
e) o alto grau de consciência e participação das massas urbanas em todo o processo da
proclamação da República.
15. (Cesgranrio) No período da chamada “crise do império”, a partir de 1870, vários fatorescontribuí-
ram para provocar a queda da monarquia, em 1889, dentre os quais se destaca o(a):
a) envolvimento continuado do Império em conflitos externos, principalmente na região
platina.
b) conflito entre o Império e a Igreja, que era simpática às novas ideias filosóficas como opositivismo.
c) incompatibilidade de amplos setores do Exército com a monarquia.
16. (Uff) “A primeira geração de proletários brasileiros convivera, nas fábricas e nas cidades, comtra-
balhadores escravos durante várias décadas. Este fato caracteriza toda a fase inicial do processode for-
mação do proletariado como classe no Brasil.”
(FOOT, F. & LEONARDI, V. “História da Indústria e do Trabalho no Brasil.” SP, Global, 1992, p. 111).
Assinale a opção que se refere incorretamente à questão focalizada pelo texto na segunda metade-
do século XIX.
a) Os trabalhadores nacionais, tidos como preguiçosos, deviam ser controlados pelo aparatopolicial
e judicial.
b) O regime escravista propiciava a formação de ideologias que valorizavam o trabalho
manual, considerado honroso para o homem e fonte da riqueza nacional.
c) A política de repressão à vadiagem era direcionada, principalmente, ao liberto, a ser
reeducado numa nova ética do trabalho.
d) A imagem ideal do trabalhador era representada pelo estrangeiro, portador em potencialda civi-
lização e da modernização do país.
e) Dentre as primeiras categorias de proletários brasileiros, formados no século XIX,
encontravam-se os ferroviários, estivadores, portuários e têxteis.
17. (Uel) Após a fase do apogeu do Império por volta de 1850, assinala-se no Brasil a partir de1870,
o começo da decadência do Regime Político Monárquico. Entre os fatores que contribuíampara este
declínio, citam-se o:
a) movimento abolicionista e as reformas políticas realizadas por D. Pedro II.
b) estabelecimento do sistema de parceria na produção agrária e as fugas constantes de
escravos, descapitalizando os proprietários.
18. (Puc-rio) Sobre a religiosidade e a Igreja Católica no século XIX, no Brasil, é correto afirmarque:
a) Segundo as leis do Império, ao Imperador cabia o direito do padroado, nomeando bispose outros
titulares de cargos eclesiásticos no Brasil e, desta forma, subordinando a
hierarquia da Igreja ao poder imperial.
b) A Constituição de 1824 estabelecia a “Região Católica Apostólica Romana” como “Religiãodo Im-
pério”, e, assim, proibia, terminantemente, o culto de todas as outras religiões.
c) A quase totalidade da população brasileira era católica e utilizava o espaço das igrejas
para praticar a religião. O episódio de Canudos, ao final do século, representando umdesvio nos
cânones da Igreja pelos seguidores de Conselheiro, configurou uma exceção.
d) A união entre Igreja e Estado nem sempre se realizou de forma harmônica. A “Questãoreligiosa”,
em fins do Império, expressou a insatisfação de alguns bispos perante aproibição do Imperador ao livre
funcionamento das lojas maçônicas.
e) Enquanto algumas ordens religiosas, como a dos beneditinos e a dos carmelitas,estabeleceram-
-se livremente, no Brasil, outras, como a dos jesuítas e a dos franciscanos
foram proibidas de construir igrejas e mosteiros.
19- (Enem) O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho-
de um escravo.
“Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava ere-
picava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é querepicou.
Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se arepública. João
repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império retornasse.” (MACHADO, Assis de “Crônica sobre a
morte do escravo João”, 1897).
A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:
a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição.
b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.
20- (Pucmg) A chamada “Questão Christie” teve origem a partir de dois incidentes de poucare-
levância, mas, no contexto das relações anglo-brasileiras na segunda metade do século XIX,atingiram
dimensões graves, tendo como consequências, EXCETO:
EXERCÍCIOS DE PROVA
01. (EsFCEx - 2002) Sobre o período republicano no Brasil existe uma carta de Aristides Lobo que
diz: ―por hora a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só,
por que a colaboração de elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo bestializado, atônito,
surpreso, sem conhecer o que significava‖.
(Fonte: Sérgio Buarque de Holanda – Op.Cit.)
Nesta carta de Aristides Lobo refere-se a fase da História Republicana do Brasil conhecida como:
a) República da Espada.
b) República do Galeão.
c) República dos Coronéis.
d) Revolução de 1930.
e) Revolução de 1964.
02. (EsFCEx - 2002) 56. A carta pastoral coletiva do episcopado brasileiro, de março de 1890,
deixou claro que os bispos:
a) Aprovaram a nomeação do sucessor dos bispos pelas autoridades civis, que se perenizou.
b) Apoiavam os Ministros de Estado, que ordenavam aos bispos.
c) Acatavam a aprovação por leigos dos compêndios de teologia, que era a prática.
d) Aprovaram o fim do padroado, que ―era uma proteção que nos abafava‖.
e) Aprovaram as ideias de separação entre a Igreja e o Estado, que a República introduziu.
03. (EsFCEx - 2003) Examine o texto abaixo:
―..., Honrado por muitos com o título de Fundador de Nossa República, sabe-se que nunca votou,
senão no último ano da monarquia. E isso mesmo, porque desejou servir a um amigo de família, o
conselheiro Andrade Pinto, que se apresentava candidato à senatoria. Costuma dizer que tinha nojo
de nossa política. E um dos seus íntimos refere-nos, sobre sua atitude às vésperas de inaugurar-se
o novo regime, que naquele tempo, decerto, nem sequer lia os jornais, tal a aversão que lhe
inspirava nossa coisa pública‖. (IN: Raízes do Brasil – Sérgio Buarque de Holanda – Companhia das
Letras, Pag 159 – SP – 2000).
e) Saldanha da Gama.
04. (EsFCEx – 2003) 36. A corrente filosófica que fundamentou o Movimento Republicano no Brasil
foi o:
( ) Rui Barbosa
( ) Benjamin Constant
( ) Demétrio Ribeiro
( ) Campos Sales
( ) Eduardo Wandenkolk
Pastas
1. Ministro do Interior.
2. Ministro da Agricultura.
3. Ministro da Justiça.
4. Ministro da Guerra.
5. Ministro das Relações Exteriores.
6. Ministro da Fazenda.
7. Ministro da Marinha.
a) 4;5;1;2;3.
b) 7;3;1;5;4.
c) 6;4;2;3;7.
d) 7;3;2;5;6.
e) 6;5;1;2;4.
06. (EsFCEx – 2004) No ano de 1889, em 7 de junho, a elite letrada e os políticos civis não tinham
certeza de conveniência da república. Um deles declarou: ―Há uma razão para não ter chegado
ainda a hora da república; é que ainda não temos povo e as oligarquias republicanas em toda a
América têm mostrado ser um terrível impedimento à aparição política e social do povo‖. Foi ele:
a) Rui Barbosa.
b) Cézar Zama.
c) João Alfredo.
d) Simplício Resende.
e) Joaquim Nabuco.
07. (EsFCEx – 2004) Com relação a questão religiosa, ou questão epíscopo-maçonica, os bispos
rebeldes foram condenados pelo gabinete conservador do Visconde do Rio Branco e anistiados
pelo gabinete conservador do:
a) Marquês de Herval.
b) Duque de Caxias.
c) Barão de Ladário.
d) Visconde de Itaparica.
e) Visconde de Pelotas.
08. (EsFCEx - 2011) – Analise as afirmativas sobre a passagem da monarquia para a república noBrasil
e assinale a opção correta.
I. Uma das importantes motivações para o advento da República no Brasil foi à perspectiva
federalista emanada de algumas províncias.
II. Apesar de dividido ideologicamente, o movimento republicano promoveu uma mudança
revolucionária quando da instauração da República no Brasil.
III. Pode-se afirmar que a Monarquia foi superada, em grande medida, pela ação unificada Exército
e da Marinha em apoio às camadas agrárias cafeeiras.
a) somente I é verdadeira
b) somente II é verdadeira
c) somente III é verdadeira
d) somente I e III são verdadeiras
e) somente II e III são verdadeiras
09. (EsFCEx 2012) Sobre o Movimento Republicano, analise as afirmativas e a seguir assinale ares-
posta correta.
I. O Manifesto Republicano do Rio de Janeiro, escrito por Quintino Bocaiúva, foi aceito de imediato
em quase todas as províncias, contribuindo para a consolidação do movimento nessas regiões.
II. O Manifesto Republicano de 1870 foi um documento socialmente conservador, apesar de trazer
em seu conteúdo propostas importantes quanto à organização política do País em moldes
federalistas.
III. O Manifesto Republicano ganhou notoriedade à medida que defendia abertamente o fim da
escravidão e as reivindicações militares.
a) Somente I é verdadeira.
b) Somente II é verdadeira.
c) Somente III é verdadeira.
d) Somente I e II são verdadeiras.
e) Somente II e III são verdadeiras
10. (EsFCEx 2012) A passagem da monarquia à república envolveu a ação de classes, gruposprofis-
sionais e corporações diversificadas que, após um largo período de disputas, fizeramprevalecer a nova
forma de governo no Brasil. Analisando o momento histórico em pauta, marquea única opção que con-
tém somente atores sociais ou agentes políticos que contribuíram para aproclamação da forma republi-
cana de governo.
Gabarito
EXERCÍCIOS
01-d
02-a
03-e
04-c
05-a
06-c07-b
08-c
09-a
10-c
11-a
12-e
13-e
14-e
15-c
16-b
17-e
18-a
19-d
20-c
EXERCÍCIOS DE PROVA
01-a
02-d
03-b
04-d
05-c
06-e
07-b
08-a
09-b
10-c
Recessão Econômica
Sem poder vender, os comerciantes norte-americanos também
deixaram de compar. Isso afetou gravemente as economias dos países
que dependiam das exportações para os Estados Unidos. Foi o caso
do Brasil, que deixou de vender Milhões de sacas de café para o mer-
cado norte-americano. O preço da saca de café despencou, caindo
em mais de 50% entre 1929 e 1930. Foi um desastre econômico que
levou muitos cafeicultores à falência.
A Crise do Café afetou diversos setores da economia brasileira da
época, pois nesse produto estava investida a maior parte do capital
das Elites econômicas.
A cafeicultura era a atividade econômica mais dinâmica, pelo valor de sua exportação e
por toda a importação que custeia.
Sendo produzidas em unidades monoculturas, as fazendas de café são os principais nú-
cleos de consumo das safras de alimentos.
É também o café que move o sistema de transportes que implanta as estradas, ferrovias
e portos, essencialmente para servi-lo.
É também com capitais oriundos do café que se fazem indústrias, que se urbanizam cida-
des e que se moderniza a vida social.
Assim, a crise da economia agroexportadora do café afeta do Lavrador enxadeiro ao
Operário fabril, do Financista portuário ao Banqueiro e ao Empresário fabril.
1930, os políticos da situação em São Paulo apoiavam o candidato Júlio Prestes, do Partido republicano
Paulista – PRP – que era então o Governador do Estado.
Os políticos Mineiros apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, Governador de Minas Gerais
pelo Partido republicano Mineiro – PRM. O rompimento do acordo do “Café-com-Leite”, isto é, o de-
sentendimento entre os partidários do PRP e do PRM, agitou a cena política do país. Os políticos da
oposição aproveitaram o momento para conquistar espaço político e formar alianças.
Foto: 100 Anos de República - Volume IV - 1931-1940, Ed. Nova Cultural, São Paulo/SP,1989.
Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Aliança Liberal
Foi nesse contexto histórico que nasceu a Aliança Liberal, reunindo lideranças políticas do Rio
Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba.
A Aliança Liberal lançou o nome do Governador Gaúcho Getúlio Vargas para Presidente da Repú-
blica e do Governador Paraibano João Pessoa para Vice-Presidente.
Esses passaram a ter o apoio de diferentes grupos sociais e políticos, tanto de renovadores que
queriam acabar com o esquema político tradicional da Primeira República quanto dos que pretendiam
apenas conservar o poder em suas mãos.
Era o caso do Governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, que passou a apoiar a Aliança depois
de ter rompido com o Governo do Estado de São Paulo. A Aliança Liberal apresentava um programa
de reformas cujos pontos principais eram:
A instituição do voto secreto – para acabar com as fraudes eleitorais e a pressão dos
coronéis
A criação de algumas Leis Trabalhistas – regulamentação do trabalho dos menores e das
mulheres, direito a férias, etc.
– e o incentivo à produção industrial.
Esse programa tinha grande aceitação, junto às classes médias urbanas e aos militares
ligados ao Tenentismo, pelas semelhanças entre as propostas de ambos os grupos.
Àquela época, outros setores da sociedade brasileira também manifestavam suas aspi-
rações.
– Bloco Operário Camponês
Foi o caso, por exemplo, dos operários, que lutavam pelas melhorias de suas condições
de vida e de trabalho, e dos Comunistas do PCB, que contribuíram para a formação do Bloco
Operário Camponês – BOC.
Levante Militar
Em 3 de outubro, a luta armada teve início no Rio grande do Sul, espalhando-se por Minas Gerais,
Paraíba e Pernambuco. O objetivo das oposições era impedir a posse de Júlio Prestes como Presi-
dente da República, o que deveria ocorrer em 15 de Novembro. Reconhecendo o avanço da Guerra
Civil, militares do Rio de Janeiro, liderados pelos Generais Mena Barreto e Tasso Fragoso depuseram
o Presidente Washington Luís, poucas semanas antes do fim de seu Mandato.
1930 a Junta Militar dos generais Augusto Tasso Fragoso e João de Deus Mena Barreto e do
almirante Isaias de Noronha, entrega o poder a Getúlio Vargas.
Café Exportações
Com a queda das exportações, não havia moeda estrangeirapara pagar as importações. Elas caí-
ram pela metade entre 1930e 1931. O governo passou a controlar o câmbio e toda entrada e saída de
moeda estrangeira.O Governo Provisório, preocupado em salvar a economiacafeeira, iniciou a política
de comprar e destruir o excedente do café. Era uma nova forma de valorização do produto, salvando
os agricultores da ruína total. Essa política consumiu 78 milhõesde sacas, queimadas ou atiradas ao
mar. O governo proibiu novas plantações para reduzir a produção.
Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre as velhas oligarquias e os militares inter-
ventores. A oposição às ambições centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as
oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convo-
caram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas, exigindo a realização de eleições
para a elaboração de uma Assembleia Constituinte. A partir desse movimento, teve origem a chamada
Revolução Constitucionalista de 1932.
Revolução Constitucionalista
Em maio, na cidade de São Paulo, ocorreu um choque entreforças policiais e estudantes, morren-
do na ocasião Martins,Miragaia, Dráusio e Camargo. É a origem do movimento MMDC que lutava pela
volta ao estado de direito. Em vários Estadosocorrem manifestações de apoio aos paulistas. No dia 9
de julhode 1932, os paulistas pegaram em armas contra o governo autoritário de Vargas.
Houve a união entre a Força Pública e unidades do Exército.Assumiu o comando o general Ber-
toldo Kingler, que chefiava asunidades militares do Mato Grosso. Tropas rebeldes partiram emdire-
ção ao Rio de Janeiro, mas a ofensiva foi contida na fronteiraestadual por tropas legalistas, em nú-
mero bem superior. Violentoscombates ocorrerampor causa da resistência paulista.O portodeSantos
foibloqueado,impedindo que os paulistas recebessemarmasdo exterior.
A adesão popular foi muito grande e a indústria produzia nasua capacidade máxima.Surgiram
boatos de que os paulistaspretendiam se separar da União.Após 3 meses de combates e milhares de
mortos, São Paulose rendia. Entretanto, Vargas percebeu que tinha que governarcom as elites esta-
duais. Convocou eleições para a Constituintee, para agradar à oligarquia paulista, nomeou um novo
interventor,Armando de Sales Oliveira, membro da elite paulista.
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o presidente convocou eleições para a Constituinte.
No processo eleitoral, devido o desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as principais figuras milita-
res do governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova constituição foi promulgada.
Constituição de 1891.
O objetivo da Constituição de 1934 era o de melhorar as condições de vida da grande maioria dos
brasileiros, criando leis sobre educação, trabalho, saúde e cultura. Ampliando o direito de cidadania
dos brasileiros, possibilitando a grande fatia da população, que até então era marginalizada do pro-
cesso político do Brasil, participar então desse processo. A Constituição de 34 na realidade trouxe,
portanto, uma perspectiva de mudanças na vida de grande parte dos brasileiros.
No dia seguinte à promulgação da nova Carta, Getúlio Vargas foi eleito presidente do Brasil.São
características da Constituição de 1934:
1- A manutenção dos princípios básicos da carta anterior, ou seja, o Brasil continuava sendo uma
república dentro dos princípios federativos, ainda que o grau de autonomia dos estados fosse reduzido;
2 – A dissociação dos poderes, com independência do executivo, legislativo e judiciário; além da
eleição direta de todos os membros dos dois primeiros. O Código eleitoral formulado para a eleição da
Constituinte foi incorporado à Constituição;
3 – A criação do Tribunal do Trabalho e respectiva legislação trabalhista, incluindo o direito à li-
berdade de organização sindical;
4- A possibilidade de nacionalizar empresas estrangeiras e de determinar o monopólio estatal
sobre determinadas indústrias;
5- As disposições transitórias estabelecendo que o primeiro presidente da República fosse eleito
pelo voto indireto da Assembleia Constituinte.
A Constituição de 1934 também cuidou dos direitos culturais, aprovando os seguintes princípios,
entre outros:
O direito de todos à educação, com a determinação de que esta desenvolvesse a consciência da
solidariedade humana;
A obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, inclusive para os adultos, e intenção à gratui-
dade do ensino imediato ao primário;
O ensino religioso facultativo, respeitando a crença do aluno;
A liberdade de ensinar e garantia da cátedra.
Que a todo cidadão legitimidade para pleitear a declaração de utilidade ou anulação dos atos
lesivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios;
A proibição de diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacio-
nalidade ou estado civil;
Receber um salário mínimo capaz de satisfazer às necessidades normais do trabalhador;
A limitação do trabalho a oito horas diárias, só prorrogáveis nos casos previstos pela lei;
A proibição de trabalho a menores de 14 anos, de trabalho noturno a menores de 16 anos e em
indústrias insalubres a menores de 18 anos e a mulheres;
A regulamentação do exercício de todas as profissões.
A Constituição de 1934 representou o início de uma nova fase na vida do país, entretanto vigorou
por pouco tempo, até a introdução do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, sendo substituída
pela Constituição de 1937.
A legislação trabalhista não incentivoua formaçãode centraistrabalhistaspoderosas,desestimulou
a formaçãode partidos trabalhistase tirou omovimentooperárioda influência e liderançacomunista.O
proletariadonãosetransformouem base de sustentaçãodo poder.Pelo contrário, passouasertutelado
pelo Estado,que estabeleciasuas regrasde conduta, inclusiveas sindicais. Vargasutilizavao trabalhador-
como massa de manobra,pormeiodos chefessindicais, chamados pejorativamente de pelegos.
A onda nazifascista que dominava vários países europeushavia chegadoao Brasil.Em, 1932 era fun-
dada a Ação Integralista Brasileira (A.I.B.),cujo lema era “Deus, Pátria e Família”. O chefe era o intelec-
tualPlínio Salgado. Era um movimento de extrema direita, pregandoo Estado Integral, similar ao Estado
Corporativo de Mussolini,monopartidário ditatorial, sob a liderança de um único chefe. Eraantissocialista
e anticomunista.O movimento se exteriorizava seguindo os padrões fascistas,com adaptações naciona-
listas: os militantes eram os camisasverdes,cujo símbolo era o Sigma e “Anauê!” a saudação. Organiza-
vam desfiles, comícios e promoviam pancadarias e perseguiçõesaos comunistas,declarados,suspeitos
ou simpatizantes.
generais Góis Monteiro e Eurico GasparDutra. Os militares resistentes a um golpe foram afastados
dospostos de comando no Exército.
Além de um pretexto, era preciso preparar psicologicamente apopulação, levá-la a aceitar o golpe,
ganhar o seu apoio.Repentinamente, os principais jornais publicaram o “PlanoCohen”. Segundo o go-
verno, era um plano comunista para a tomadado poder, com o assassinato dos líderes civis e militares.
Agravavao temor o fatode Cohen ser um sobrenome judeu, emumaépoca de forte anti-semitismo. Ime-
diatamente o governoobteve do Congresso a declaração de “estado de guerra”. Getúliorecebeu po-
deres excepcionaisem outubro.Pôde intervirnoRioGrandedo Sul, depondo e exilandoFlores da Cunha.
Conseguiu o apoio de Benedito Valadares, governador deMinas. Os governadores do Nordeste
trocaram o apoio pelocontinuísmo no poder.No dia 11 de novembro o Congresso Nacional foi fecha-
do. Nomês seguinte, todos os partidos políticos foram proibidos. Emnome da ordem se implantava o
Estado Novo. Tempos depois sedescobriu que o Plano Cohen era falso. Foi forjado por um capitãointe-
gralista, Olímpio Mourão, para criar o estado psicológicofavorável ao golpe de 1937. Começava, então,
a ditadura do Estado Novo.
Em resumo, nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional, a altercação po-
lítica se deu em volta de dois ideais primordiais: o fascista – conjunto de ideias e preceitos político-
-sociais totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação Integralista Brasileira
(AIB), e o democrático, representado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma
agrária, a luta contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e com as orientações dos altos escalões do
comunismo soviético, promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935,
alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas cidades de Natal
(RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falha de articulação e adesão de outros estados, a
chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.
Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política de centralização do poder e, após a experiência
frustrada de golpe por parte da esquerda utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio, com
essa medida, Vargas, perseguiu seus oponentes e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Me-
diante a “ameaça comunista”, Getúlio Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria
acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano
Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele
ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo.
Constituição de1937
O Golpe de Getúlio Vargas foi organizado junto aos militares e teve o apoio de grande parcela da
sociedade, uma vez que desde o final de 1935 o governo reforçava sua propaganda anticomunista,
alarmando a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a centralização política que desde
então se desencadeava.
A partir de novembro de 1937 Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a
atividade política, perseguiu e prendeu seus inimigos políticos, adotou medidas econômicas naciona-
lizantes e deu continuidade a sua política trabalhista com a criação da CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal, todos em vigor atualmente. Getúlio
Vargas foi responsável também pelas concepções da Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do
salário mínimo, e pelo descanso semanal remunerado.
1. O governo provisório foi assumido por __________________ . Além de dar maior im-
portância aos problemas sociais e urbanos e incentivar a industrialização, ele cria novos Mi-
nistérios do ____________________ , da _____________________ e Comércio e da
_____________________.
3. Apesar dos rebeldes da Revolução Constitucionalista de 1932 não terem ganhado a batalha,
eles conseguiram que Vargas promulgasse uma nova Constituição. Com relação a isso (Constituição
de 1934), marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.
8. Com relação a Getúlio Vargas, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Enquanto presidente da República, governou o Brasil com o auxílio de governadores.
( ) Deu importância à indústria nacional.
( ) Construiu a Hidrelétrica de Itaipu.
( ) Fundou a Companhia Vale do Rio Doce.
( ) Criou o Conselho Nacional do Petróleo.
( ) Construiu a Companhia de Ferro e Aço Nacional.
( ) Construiu a Companhia Siderúrgica Nacional.
9. Explique com suas palavras o impasse relacionado à escolha de quem o Brasil iria apoiar na
Segunda Guerra Mundial (os países aliados ou os países do eixo).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Durante o declínio do Estado Novo formam-se vários partidos políticos. Quais são eles?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11. Escreva um texto para explicar a relação entre a Revolução de 1930 e a situação mundialda-
quela época.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
15. Faça um quadro comparativo entre a AIB e a ANL abordando os seguintes pontos:
a) líderes.
b) tendência política.
c) apoiadores
d) propostas políticas.
Gabarito
1. Getúlio Vargas, trabalho, indústria, educação.
3. V, V, F, V, F, F, V, V
6. a) Getúlio Vargas.
b) Plínio Salgado.
c) Plano Cohen.
8. F, V, F, V, V, F, V
1. Resposta pessoal.
10. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido de Representação Popular (PRP), o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Progressista (PSP)
e o Partido Social Democrático (PSD).
11.A Revolução de 1930 ocorreu logo após a crise da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que arruinou
a economia de vários países e afetou, inclusive, os cafeicultores no Brasil.
12. Foi um movimento armado iniciado em São Paulo contrao governo Federal. A revolta durou
três meses eseus integrantes foram derrotados. Foram lideradospor membros da elite paulistadescon-
tentes com GetúlioVargas.
13. Nesse período, Getúlio Vargas governou por meio dedecretos-lei, intervindo nos estados ege-
rando descontentamentosnas elites locais. O nome “provisório” erauma analogia de que ele estaria a
frente da nação até omomento em que ocorresse uma eleição presidencial.
14. Estabelecia o sufrágio universal, reduzia a autonomiados estados, garantia o ensino primário
gratuito e obrigatório, introduzia a Justiça do Trabalho e assegurava a liberdade individual.
15.
resposta
Anotações
Doutrina Truman – segundo esta doutrina a URSS apresenta um antagonismo inconciliável com
o mundo capitalista, e a sua tendência expansionista só poderia ser mediante a hábil e vigente apli-
cação de uma contra força em uma série de pontos geográficos e políticos em constante mudança
correspondente às mudanças e manobras das políticas soviéticas. Pela Doutrina Truman, era neces-
sário bloquear o expansionismo soviético ponto a ponto, país por país, em todos os lugares que eles
se manifestassem.
Plano Marshall - com base na Doutrina Truman, os Estados Unidos decidem abandonar a cola-
boração com a URSS e investir maciçamente na Europa ocidental para barrar a expansão comunista e
assegurar sua própria hegemonia política na região. Um Programa de Reconstrução da Europa (ERP)
é elaborado em 1947 pelo secretário de Estado norte-americano George C. Marshall (1880-1959), Wa-
shington fornece matérias-primas, produtos e capital, na forma de créditos e doações. Em contrapar-
tida, o mercado europeu evita impor qualquer restrição à atividade das empresas norte-americanas.
A distribuição dos fundos é realizada por meio da Organização Européia de Cooperação Econômica
(OECE), fundada em Paris, em 1948. Entre 1948 e 1952, o Plano Marshall fornece US$ 14 bilhões para
a reconstrução européia, na forma de fundos, créditos e suprimentos materiais a juros irrisórios.
OTAN - Em 1949, os Estados Unidos fizeram uma aliança militar com outros países europeus
para combater a influência da União Soviética. Estava nascendo a OTAN, Organização do Tratado do
Atlântico Norte, que completava no campo militar, a Doutrina Truman. Criou-se um exército conjunto
dos seguintes países:
Pacto de Varsóvia - Em 1955, a União Soviética organizou um pacto de defesa mútua com todos
os países que estavam sob sua influência. Esse pacto foi assinado na cidade de Varsóvia, na Polônia,
foi uma resposta a criação da OTAM e consistia em ajuda mútua em caso de agressão armada, con-
sulta sobre problemas de segurança e questões políticas.
Eram membros do Pacto de Varsóvia:
Bloqueio de Berlim
A Doutrina Truman inviabilizou o projeto de reunificação da Alemanha nos primeiros anos do
pós-guerra. O Plano Marshall, visando reconstruir a economia de mercado nas zonas de ocupação das
potências capitalistas, ameaçava desestabilizar o controle soviético do lado oriental do país.
cialmente que o território alemão seria dividido em quatro zonas de ocupação: Francesa, britânica,
estadunidense e soviética.
O crescente clima de hostilidade – Guerra Fria, entre os Estados Unidos e União Soviética levou
a divisão de Berlim em duas partes: Berlim ocidental, sob influência dos EUA e Berlim Oriental sob
influência Soviética. Calcula-se que entre 1952 e 1961, aproximadamente 2,5 milhões de pessoas te-
nham migrado de regiões da Europa oriental para o lado ocidental, em busca de oportunidades e de
melhores condições de vida. Devido ao apoio financeiro dos EUA com a aplicação do Plano Marshall,
destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guer-
ra, assim Berlim Ocidental foi rapidamente reconstruída e modernizada, prosperou economicamente e
tornou-se uma região atraente para os alemães do lado oriental.
Para evitar a saída em massa da população, o governo da Alemanha Oriental, em Agosto de
1961, iniciou a construção de uma cerca de arame farpado, que mais tarde foi substituída por muro de
concreto, com torres de vigilância para evitar o intercâmbio entre o lado socialista e o capitalista da
cidade. Um marco que dividia não só duas ideologias políticas, mas sim, famílias, amigos e uma nação.
Consistia numa barreira geográfica, e, principalmente, num instrumento político ideológico, restringin-
do o contato da população alemã, dividida em um país com tendências capitalistas e outro socialista.
As pessoas que concordavam com o governo da Alemanha Oriental viam o muro como uma
barreira necessária para conter as ameaças da invasão capitalista. Já aquelas pessoas que apoiavam
o regime da Alemanha Ocidental, o muro era um desrespeito dos comunistas a um dos princípios
básicos dos Direitos Humanos onde no Artigo 13 da declaração Universal dos Direitos Humanos diz:
“TODA PESSOA TEM O DIREITO DE SAIR DE QUALQUER PAÍS, INCLUSIVE DO PRÓPRIO, E A RE-
GRESSAR AO SEU PAÍS”.
Impulsionado pelas mudanças que o governo soviético vinha realizando desde 1985, o regime
político da Alemanha Oriental, entrou num rápido processo de reformas liberalizantes.
Uns dos momentos mais significativos desse processo foi o anúncio oficial , em 9 de novembro
de 1989, da abertura das fronteiras com a Alemanha Ocidental. Essa decisão representou a queda do
Muro de Berlim.
A divisão das duas Alemanhas ainda durou até 1990, sob a imposição dos interesses políti-
cos dos governos envolvidos no contexto histórico da Guerra Fria. As duas Alemanhas, duas nações
independentes, se uniram com uma fusão econômica, monetária e política. A antiga Alemanha Orien-
tal que era socialista adotou o capitalismo abolindo a propriedade estatal dos meios de produção e
integrando a sua população ao novo sistema legal, trabalhista e social da antiga Alemanha Ocidental.
Hoje o povo alemão tem um só país: a República Feral Alemã (RFA).
5) A “Guerra Fria” foi a expressão utilizada para caracterizar um tipo de política externa decorrente
da:
a) Polarização do mundo em dois blocos político-militares, entre as duas guerras mundiais.
b) Polarização do mundo em blocos interessados na exploração e posse da Sibéria.
c) Polarização do mundo em dois blocos político-militares, após a Segunda Guerra Mundial.
d) Polarização do mundo em dois blocos liderados pela Alemanha, Itália e Japão. De um lado a
Inglaterra, Rússia, Estados Unidos e França de outro.
e) A disputa das áreas árticas e antárticas, após a Segunda Guerra Mundial.
6) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não
foram um período homogêneo único na história do mundo. [...] Dividem-se em duas metades, tendo
como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob
um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da União Soviética.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
Nucleares
O período citado no texto e conhecido por Guerra Fria pode ser definido como aquele momento
histórico em que houve:
a) corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra
Mundial.
b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.
Capítulo 11
c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista, durante os anos 1930.
d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como
a China e o Japão.
e) constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.
7) Leia e analise o quadrinho a seguir:
Os quadrinhos fazem uma crítica com relação ao período da Guerra Fria, quando a bipolaridade
Estados Unidos X União Soviética; e capitalismo X socialismo foi predominante no cenário geopolítico
internacional. Acerca desse momento histórico, julgue os itens a seguir, assinalando (V) para os ver-
dadeiros e (F) para os falsos.
118
História | Ensino Fundamental | 9ª série
Colégio Militar de Manaus
Gabarito
1. E.
2. As bombas atômicas que explodiram nas cidades japonesas (Hiroshima e Nagasaki) em agos-
to de 1945 inauguraram um novo conflito que marcou a história do século XX: A Guerra Fria. A partir
desse marco, EUA e URSS se enfrentariam em todas as áreas – econômica, política, tecnológica, ide-
ológica e até esportiva – mas nunca de forma armada frontal. Utilizaram-se toda a espécie de meios
entre os opositores, desde propaganda até ao apoio de conflitos armados de outros países, como foi o
caso da Coreia. Estava-se numa época de grande tensão. Outra das características da Guerra Fria foi
a corrida ao armamento nuclear e a conquista espacial. Assim, podemos dizer que a rivalidade entre
EUA e URSS tinha por principal motivação a hegemonia mundial. O antagonismo entre esses dois pa-
íses durou 45 anos, deixando marcas na vida de milhões de pessoas. Foi encerrado em 1991, quando
a URSS deixou de existir.
3. B.
4. D
5. C.
6. E.
7. V F V F F
elegeu Juscelino Kubitschek para presidente. Dinâmico, o novo governo prometeu modernizar o país,
fazendo-o crescer 50 anos em 5.
Veio, depois, Jânio Quadros, que governou por oito meses e surpreendeu a todosrenunciando ao
cargo. Novo tumulto político.Iniciou-se, então, o governo de Goulart, que propôs reformas de base
para o país. Não o deixaram realizar seu projeto reformista.
Nessa forma de governo – República Populista – procurava-se agradar a todos: os empresários
capitalistas – garantindo prosperidade a seus negócios – e aos trabalhadores – com promessas de
melhores salários, moradia, educação etc. Mas com o tempo, as pessoas foram vendo que as promes-
sas não estavam sendo cumpridas. Getúlio Vargas foi o primeiro grande exemplo desse tipo de regime,
sempre procurando mobilizar seu eleitorado.
Então, sobre esse período abordaremos os seguintes governos: de Dutra, de Vargas, de Juscelino,
de Jânio Quadros e de João Goulart.
Populismo foi uma política de massas que buscava conduzir o trabalhador, possibilitando-lhes al-
guns ganhos e manipulando as suas aspirações. Garantia benefícios econômicos e sociais na medida
em que atendia aos interesses das classes dominantes.
• Lema de campanha: “50 anos de progresso em 5 anos de governo”. Período dos “Anos dou-
rados”.
• Tinha como plano de metas o investimento em energia, transporte, alimentação, indústria de
base e educação.
• Entrada de capital estrangeiro, importações de tecnologia, empréstimos no exterior. Grupos
econômicos norte-americano, europeus e japoneses instalam indústrias no Brasil. As multi-
nacionais aproveitam a mão-de-obra abundante e a matéria-prima disponível, enviando os
lucros para o país de origem.
• Elevadíssimas taxas de inflação ocasionada pela grande emissão monetária.
• Construção da rodovia Belém-Brasília e da hidrelétrica de Furnas e de Três Marias.
• Criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste a SUDENE.
• Crescimento da produção industrial em 80%, destacando-se as indústrias de automóvel do
grande ABC paulista.
• Crescente migração de nordestinos para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, ocasionando o
aumento da pobreza e da exclusão social.
• Transferência da capital para Brasil em 21 de abril de 1960.
J ânio tentou uma política externa independente e procurou combater a inflação, restringindo os
créditos, congelando os salários e incentivando as exportações.
Não aguentando as pressões, Jânio renuncia em 25 de agosto de 1961.
A Igreja Católica, os comunistas (mesmo com seu partido sendo considerado ilegal) e o movimen-
to sindical também promoviam manifestações para a melhoria das condições de vida da população.
Agora, depois do longo processo de lutas do Estado Novo, os resultados de seus movimentos estavam
começando a aparecer.
Diante dessa situação de grande agitação política, o governo acabou por não realizar as reformas
de base, mas dizia que iria realizá-las. Essa instabilidade durou até que os setores industriais e agrários
(assustados com a reforma agrária e outras atitudes do presidente) resolveram romper com o Estado
populista, o que vai culminar com o movimento de 1964.
CURIOSIDADE
BASSENEZI, Carla. Mulheres nos anos dourados. In: DEL PRIORE, Mary (org.). História das mulhe-
res no Brasil. São Paulo: Contextos, 2001, p. 624.
RECORDANDO
Complete:
Reforçando seus conhecimentos
1. As eleições de 1945 foram concorridas por ___________________do PSD e PDT, pelo bri-
gadeiro _____________________ da UND e pelo engenheiro _______________ do PCB.
2. Com a finalidade de reorganizar a política brasileira, Dutra promulgou uma nova Constituição
brasileira, a Constituição de 1946. Cite duas medidas dela:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Em relação ao governo de Dutra, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as
falsas.
4. Fale um pouco sobre cada um dos partidos políticos que existiam na época:
PSD:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
PTB:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
UDN:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
1. Foi durante o governo de Getúlio Vargas que a Petrobrás foi criada. Faça uma pesquisa, em
livros ou na Internet, montando um esquema com os aspectos positivos e negativos da Petrobrás no
Brasil.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Quais foram as primeiras medidas tomadas por Vargas ao se reeleger presidente da Repúbli-
ca?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. Quem era o presidente que dizia ser católico, anticomunista, a favor das famílias e com a in-
tenção de corrigir a sociedade que estava corrompida?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12. Elabore um cartaz colocando o nome de todos os presidentes que vimos neste capítulo, escre-
vendo também, as principais características de seus governos.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Gabarito
1. Eurico Gaspar Dutra, Eduardo Gomes, Yedo Fiuza.
3. V, F, F,V, F, V, V, F
4.PSD: uniu os interventores encarregados das instituições públicas e boa parte daqueles que se
beneficiavam do centralismo, ou seja, os fazendeiros e industriais.
PTB: formado principalmente por dirigentes sindicais. Ganhava força com o atendimento das rei-
vindicações trabalhistas ajudado pelo Estado, ou seja, encaminhava os pedidos dos trabalhadores ao
governo.
UDN: era o único partido que não possuía muitos vínculos com o governo, e por isso, encontrou
muitas dificuldades em permanecer ativo. Era formado, de início, pelos liberais, mas com o passar do
tempo os militares também foram fazendo parte de sua composição.
5. Resposta pessoal.
6. nacionalistas, estrangeiras.
9. Jânio Quadros.
10. Jânio adotou uma política autoritária e conservadora.
Anotações
134
História | Ensino Fundamental | 9ª ano
Colégio Militar de Manaus
democrática, como prevista na Constituição de 1946, era incapaz de assegurar as soluções desejadas.
A Igreja, as Forças Armadas e o Meio Estudantil
As Forças Armadas, pela solidez de sua organização e por seu espírito democrático, haveriam
de constituir o maior obstáculo às investidas subversivas. Era necessário, portanto, conquistar o seu
apoio, que só seria possível dividindo-as, solapando sua unidade e afetando a hierarquia e a disciplina
que lhes são peculiares.
Por outro lado, o enfraquecimento de seus salários era forma certa de proletarizá-las, de neutra-
lizá-las.
Percebendo ser a Igreja a maior força de oposição a seus objetivos, o Partido Comunista adotou
a tática da infiltração em diferentes segmentos da sociedade brasileira, nas universidades, colégios
católicos, setores do apostolado leigo, seminários e no âmbito dos sacerdotes.
O meio estudantil sempre foi um dos alvos prioritários do Partido Comunista, pois representa um
potencial celeiro de líderes. Além do mais, o estudante desempenhava um papel de escudo protetor
para o Partido Comunista, em face das naturais restrições que os órgãos de segurança encontravam
diante de grupos de jovens decididos, que, de forma altruísta, queriam o bem do Brasil.
O Auge da Crise
As greves políticas eram fomentadas, e piquetes interditavam as portas das fábricas e empresas,
causando, assim, graves prejuízos para a economia brasileira.
No segundo semestre de 1963, o comando subversivo concentrou suas atenções na organização
do braço armado que, na oportunidade propícia, entraria em confronto com as forças democráticas.
Em setembro de 1963, suboficiais e sargentos de Brasília tentaram levar a cabo um levante clara-
mente revolucionário.
O comício do dia 13 de março de 1964, promovido pelas esquerdas na Central do Brasil, no Rio de
Janeiro, pretendeu ser um momento culminante da subversão.
No dia 19 de março, seis dias após o comício da Central, em uma espontânea manifestação popu-
lar, reúnem-se no centro da cidade de São Paulo mais de 500 mil pessoas para protestar contra o caos
político, econômico e social em que vivia o Brasil.
O movimento ficou conhecido como Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Foi um espetá-
culo comovente, no qual as mulheres brasileiras levaram a público sua participação na resistência ao
movimento subversivo instalado pelo próprio governo, com apoio das esquerdas; semelhante manifes-
tação já ocorrera, anteriormente, em Belo Horizonte, por motivos idênticos.
A infiltração no seio das Forças Armadas prosseguia celeremente, e outra nítida demonstração
dos seus nocivos efeitos foi a greve dos marinheiros e fuzileiros navais, ocorrida no dia 26 de março,
no Rio de Janeiro.
As manifestações de indisciplina promovidas pelo governo repetiam-se e no dia 30 de março, a
nação foi novamente agredida com a realização de uma inusitada reunião política nas dependências
do Automóvel Clube do Brasil.
A Revolução
Na noite de 30 de março, seria decidido pelas lideranças democráticas (civis e militares) o início
do movimento para o dia seguinte, 31 de março de 1964. Decisivo foi o respaldo político de expressivas
lideranças, como os governadores da Guanabara (Carlos Lacerda), São Paulo (Adhemar de Barros) e
Minas Gerais (Magalhães Pinto). Este último, a rigor, foi quem irradiou o primeiro pronunciamento,
desencadeando o movimento.
Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito,
não por extremistas, mas por grupos moderados e respeitadores da lei e da ordem. Ela foi comemo-
rada no Rio de Janeiro com uma Marcha da Família com Deus pela Liberdade, nos mesmos moldes
daquela de São Paulo, caracterizando, mais uma vez, o público apoio à verdadeira “contrarrevolução”
promovida por suas Forças Armadas, em perfeita sintonia com suas aspirações.
No dia 2 de abril de 1964, o Congresso Nacional declarou a vacância da Presidência da República,
assumindo-a o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli.
No dia 11, o mesmo Congresso elegeu para presidente da República o marechal Humberto de
Alencar Castello Branco, ex-chefe do Estado-Maior do Exército e um dos principais artífices do movi-
mento, o qual assumiu o cargo no dia 15 do mesmo mês.
Em 15 de abril de 1964, o marechal Castello Branco foi empossado na Presidência da República
pelo senhor Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados.
Os atos institucionais tiveram as mais diferentes finalidades e, entre elas, cabe ressaltar:
A Constituição de 1967
Após a Revolução de Março de 1964, a Constituição de 1964 foi mantida em vigor, mas recebeu
muitas emendas e alterações, num total de quatro atos institucionais e 37 atos complementares, que
acabaram por descaracterizá-la. O governo do marechal Castello Branco entendeu que deveria dotar
o Brasil de uma nova Constituição, que consagrasse os princípios pregados pela Revolução.
A Constituição de 1967 era bastante inspirada na Constituição de 1937 e buscava, como aquela,
maior centralização, de modo a evitar a paralisia em que, por vezes, se encontrou o governo de João
Goulart, antes da revolução.
A nova Lei Magna teve como principais características:
- a preservação do federalismo;
- o aumento de atribuições e poderes do presidente da República;
- a escolha do presidente da República por meio de um Colégio Eleitoral, composto pelo Congres-
so Nacional e um representante de cada estado;
- a prerrogativa do Poder Executivo de baixar os decretos com força de lei, sem prévia aprovação
pelo Poder Legislativo;
- a realização de uma reforma agrária, com indenizações por títulos da dívida pública;
- reformulação do sistema tributário (a cobrança de impostos), dando-lhe maior organização.
- contenção
- contenção da inflação;
da inflação;
- diminuição
- diminuição dosdos desníveis
desníveis regionais;
regionais;
- crescimento econômico;
- crescimento econômico;
- aumento das exportações;
- aumento das exportações;
- estímulo ao mercado interno;
- estímulo ao mercado interno;
Anotações
Perestroica e glasnost
Em 1985, mudanças importantes começaram a ser introduzi-
das na URSS. Para tentar solucionar a grave crise econômica e
dar fim ao longo período de estagnação, Mikhail Gorbachev propôs
reformas e elaborou dois planos liberalizantes:
a Perestroica (reconstrução), cujo objetivo era modernizar e
aproximar a economia soviética do modelo de economia dos países
capitalistas. Medidas como a privatização de algumas empresas
estatais e a redução do investimento na indústria bélica foram ado-
tadas;
a Glasnost (transparência), cujo objetivo era democratizar a
União Soviética.
Essa política contribuiu para aumentar a popularidade do líder Gorbachev. Durante seu governo,
a aproximação diplomática com os Estados Unidos criou um período de distensão entre as duas potên-
cias. Internamente, porém, seu programa de desarmamento nuclear, entre outras medidas pacifistas,
foi duramente criticado pelos setores mais duros do Partido Comunista.
O triunfo da globalização
A desintegração da União Soviética sinalizou o fim da Guerra Fria e contribuiu para a expansão de
um processo que se desenvolvia no mundo capitalista desde a década de 1980: a globalização. Esse
processo tem como principais características a interdependência entre os países, a abertura dos mer-
cados, a aceleração das comunicações e dos transportes, a revolução tecnológica, a informática, a
comunicação instantânea por meio da internet, a hegemonia do capital financeiro especulativo, as
empresas transnacionais, o celular, a nanotecnologia e o novo papel atribuído à informação e ao co-
nhecimento. O contexto histórico no qual se deu a globalização foi o da supremacia do neoliberalismo
e tem sido chamado de Nova Ordem Mundial e Era do Conhecimento.
Como parte desse processo, nos anos 1990 formaram-se grandes blocos econômicos:
A crítica à globalização
O estímulo ao consumo tem sido uma das marcas da globalização. As pessoas são constante-
mente estimuladas a comprar até mesmo produtos de que não precisam e a substituir artigos recém-
-comprados por outros mais novos. Isso acarreta graves problemas ambientais, pois muitos produtos
substituídos são lançados na natureza e levam séculos para se decompor. Grande parte deles contém
substâncias tóxicas que contaminam rios e mares, ou se infiltram no solo, causando sérios danos à
agricultura e à saúde humana.
Outra marca da globalização neoliberal tem sido o aumento das desigualdades entre os países
ricos e os países pobres e, dentro de cada país, entre as classes mais abastadas e a maioria pobre da
população. Com a política de desregulamentação do mercado de trabalho e de diminuição dos custos
das empresas, o neoliberalismo inaugurou a terceirização. Com ela, o desemprego e a perda de con-
quistas trabalhistas se alastraram pelo mundo.
Diante disso, a globalização neoliberal tem sido duramente criticada e combatida por movimentos
sociais, ONGs, sindicatos, grupos políticos formados por ambientalistas, pacifistas, intelectuais e estu-
dantes de esquerda, feministas, etc. Esses grupos e movimentos costumam promover manifestações
antiglobalização e se reunir no Fórum Social Mundial, realizado anualmente desde 2001 em diferentes
países. O objetivo do Fórum é elaborar alternativas em relação à globalização excludente. Seu lema
traduz as esperanças de milhões de excluídos: “Outro mundo é possível”.
O 11 de setembro de 2001
Em 11 de setembro de 2001, a organização islâmica Al-Qaeda promoveu ataques terroristas às
Torres Gêmeas de Nova York e ao Pentágono. O governo do então presidente George W. Bush reagiu
com a Guerra ao Terror, invadindo o Afeganistão em outubro do mesmo ano. O pretexto era acabar
com o regime político dos talibãs, acusados de proteger Osama Bin Laden e outros líderes da Al-
-Qaeda. Numa guerra relâmpago, os estadunidenses derrubaram o governo talibã, e eleições foram
realizadas ainda em dezembro de 2001. Entretanto, os Estados Unidos mantiveram suas tropas na
região, enfrentando a resistência de milícias armadas.
A Guerra ao Terror do governo Bush incluía o reforço da segurança interna dos EUA: a aprovação
do Ato Patriótico, em outubro de 2001, marcou a adoção de medidas de emergência, que priorizavam a
“segurança nacional”, diminuindo a liberdade individual dos cidadãos e estabelecendo uma constante
“vigilância e proteção” contra supostos terroristas.
Em 2003, tropas anglo-estadunidenses invadiram o Iraque sob a falsa alegação de que o país pro-
duzia armas de destruição em massa. O ditador Saddam Hussein foi deposto, preso e executado. Em
2004, George W. Bush foi reeleito, mas em 2008 seu candidato à presidência perdeu as eleições para
o democrata Barak Obama, primeiro afrodescendente a governar os Estados Unidos. Em dezembro de
2011, Obama decretou a retirada das tropas estadunidenses do Iraque. No ano seguinte, reelegeu-se
para mais um mandato na presidência dos EUA.
Crise e desenvolvimento
As nações africanas que resultaram dos movimentos de independência após a Segunda Guerra
Mundial viveram as últimas décadas do século XX envolvidas em profundas agitações sociais ou
violentas guerras civis. São exemplos desse conturbado período: os massacres em Biafra, na Nigéria
(1967-1970); o genocídio em Ruanda (1994); e as guerras civis devastadoras de Moçambique (1978-
1992), Angola (1979-2002) e Congo (1997-1999).Na Ásia, a China adotou o socialismo de mercado a
partir de meados da década de 1970, implementando mudanças importantes que fortaleceram a eco-
nomia. Porém, essa abertura econômica não foi acompanhada de mudanças na política chinesa e na
estrutura de poder exercida pelo Partido Comunista.
O governo continuou mantendo uma severa repressão sobre a sociedade e sobre territórios ocu-
pados, como o Tibete. Uma manifestação popular a favor da democracia terminou com centenas de
mortes, no episódio conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989. Em 2010, a China
se tornou a segunda economia do mundo, atrás apenas dos EUA. Junto a outros países emergentes
de grande desenvolvimento, a China passou a fazer parte do grupo conhecido como Bric (iniciais de
Brasil, Rússia, Índia e China), ao qual se somou a África do Sul (South Africa) para formar o Brics. Esses
países procuram ter mais influência nas decisões internacionais.
1. (Unicamp-SP)
“Existem épocas em que os acontecimentos concentrados num curto período de tempo são ime-
diatamente vistos como históricos. A Revolução Francesa e a de 1917 foram ocasiões desse tipo e tam-
bém 1989. Aqueles que acreditavam que a Revolução Russa havia sido a porta para o futuro da história
mundial estavam errados. E, quando sua hora chegou, todos se deram conta disso. Nem mesmo os
mais frios ideólogos da Guerra Fria esperavam a desintegração quase sem resistência verificada em
1989.” Adaptado de: Hobsbawm, Eric. 1989: o que sobrou para os vitoriosos. Folha de S.Paulo, p. A-2.
12 nov. 1990.
a) No contexto entre as duas guerras mundiais, quais seriam as razões para a Revolução Russa ter
simbolizado uma porta para o futuro?
b) Identifique dois fatores que levaram à derrocada dos regimes socialistas da Europa após 1989.
2. (UEG-GO) A Copa de 2006 mostrou ao mundo uma Alemanha próspera, patriótica e, aparen-
temente, livre dos fantasmas de seu passado. O grande marco da reestruturação do país foi a queda
do Muro de Berlim, em 1989. Em uma escala global, o que significou a reunificação da Alemanha Oci-
dental com a Alemanha Oriental?
a) A desintegração do bloco comunista, liderado pela União Soviética, na Europa Oriental.
b) A derrota dos Estados Unidos na Guerra Fria e a diminuição de sua influência na Europa pós-
-Segunda Guerra Mundial.
c) Um obstáculo ao processo de formação da União Europeia, por causa do fortalecimento dos
partidos neonazistas na Alemanha.
d) Uma crise econômica global provocada pela incorporação repentina da Alemanha Oriental à
economia de mercado.
3. (Mackenzie-SP)
“Em um zoológico, satisfazem-se as necessidades materiais básicas, mas não se pode sair da
clausura. Nessas circunstâncias, muitos animais suspiram por voltar à selva. Sem dúvida, esquecem,
ou nunca souberam, que o mundo da selva é cruel e que poucos ali sobrevivem decentemente e me-
nos ainda são os que triunfam. Além disso, durante o período da grande transição, as vantagens do
zoológico são subestimadas e as da selva, exageradas.” emmerij, L. Perestroika en Occidente. In: Ha-
esbaert, r. Blocos internacionais de poder. Considerando o processo de declínio do mundo socialista,
o texto sugere que:
a) os problemas sociais observados nos países do antigo Bloco Socialista não seriam solucionados
com a simples transição para o Capitalismo.
b) a Glasnost e sua proposta de transparência política deixou nítida a superioridade técnica e
social gerada pelo Capitalismo, em comparação com o Socialismo.
c) havia, a partir da Perestroika, esperanças de que o mundo sucumbisse à estabilidade econômi-
ca e social promovida pelo Socialismo Utópico.
Gabarito
1. Respostas:
a. A Revolução Russa de 1917 simbolizou uma porta para o futuro porque muitas pessoas espera-
vam que ela abrisse caminho para o socialismo, sistema ou modo de produção que, segundo as previ-
sões de Marx e Engels, deveria substituir o capitalismo, inaugurando uma era de liberdade, igualdade,
solidariedade e fraternidade.
b. Entre os fatores, podem-se destacar o esgotamento do modelo socialista burocrático de Esta-
do, marcado pela ausência de liberdade, que impedia o debate e a crítica ao regime, a concentração
de poderes nas mãos de uma burocracia rígida e privilegiada, o atraso tecnológico (ou seja, o baixo
desenvolvimento das forças produtivas), que dificultava a competitividade desses regimes no mercado
internacional, e o sistema de partido único, que bloqueava o desenvolvimento de novas ideias.
2. Alternativa a.
A reunificação da Alemanha ocorreu sob a égide da democracia e do capitalismo, com a integra-
ção da parte leste do território alemão à economia de mercado e às formas democráticas de exercício
do poder. No plano internacional, ela representou o fim da Guerra Fria e da bipolaridade do mundo.
Somada à revolução democrática que varria os países do Leste Europeu, ela acelerou o processo de
desintegração do bloco soviético.
3. Alternativa a.
O texto citado pode ser interpretado como uma paródia em tom sarcástico, pois dificilmente al-
guém defenderia os países do bloco soviético por meio da metáfora do jardim zoológico. Seu autor
afirma que, enquanto o zoológico garante a sobrevivência, a liberdade na selva do capitalismo está
repleta de perigos. O argumento é semelhante ao de Thomas Hobbes, pensador inglês que, no século
XVII, defendia a segurança garantida por um poder autoritário diante da insegurança do “estado de
natureza” (a “selva” de Emmerij).
Anotações
Ao fim de seu breve mandato, Itamar Franco experimentou o auge de sua popularidade. Nas elei-
ções de 1994, o ministro Fernando Henrique Cardoso aproveitou do bom momento para lançar a sua
candidatura à presidência do país, pelo PSDB. Valendo-se como autor e mantenedor do Plano Real, ele
conseguiu vencer as eleições sem maiores dificuldades.
Fonte:https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governo-itamar-franco.htm. Acessado
em: 29/07/2020suas aspirações.
Governo FHC
Fernando Henriue Cardoso governou o Brasil durante dois mandatos. No primeiro (1994-1998)
a economia brasileira se manteve estável em consequência do controle da inflação com o Plano Real.
A política de privatizações iniciada nos anos anteriores foi mantida: empresas antes pertencen-
tes ao governo brasileiro ou controladas por ele foram vendidas para a iniciativa privada. A
Companhia siderúrgica Nacional (CSN), a Compania vale do Rio Doce (CRD), a Empresa Brasileira
de Telecomunicaçes (Embratel), bem como as empresas de telefonia foram privatizadas, o
que não foi bem aceito por setores da sociedade que consideravam prejudicial aos interesses nacio-
nais a venda dessas empresas de importância estratégica. Além disso, havia muita desconfiança de
que o valor recebido por elas era menor que o devido.
De todo modo essa política estimulou a entrada de capitais estrangeiros favoreceu a importação
de máquinas, equipamentos e bens de consumo, e deu novo dinamismo economia nacional ainda que
crises internacionais nos chamados países emergentes tehnam causado turbulências. A concorrência
dos produtos importados, geralmente com preços inferiores, prejudicou muitos setores industriais
brasileiros resultando no fechamento de inúmeras empresas ou na sua venda para investidores
estrangeiros.
Como Fernando Henrique desejava disputar um segundo mandato foi preciso que o Congresso
aprovasse uma emenda à Constituição permitindo a reeleição o que causou uma série de debates pol-
ticos sobre a conveniência da introdução desse mecanismo para cargos do excutivo no país. Apesar
da resistência de alguns setores a emenda foi aprovada e Fernando Henriue Cardoso se elegeu para
exercer um segundo mandato até 2002.
No inÍcio de 1999, uma grave crise econômico-financeira atingiu o Brasil. As taxas de desem-
prego, que já eram elevadas, subiram ainda mais, revertendo o clima de otimismo. O real sofreu uma
forte desvaloriação diante do dólar provocando um expressivo aumento da dívida externa e da dívida
pública.
O governo brasileiro precisava de dólares para pagar as volumosas importações e dívidas
contraídas nessa moeda. Para conseguir esses dólares, aumentou fortemente as taxas de juros
com a intenção de atrair investimentos do exterior. O aumento dos juros foi outra razão para o
crescimento do número de desempregados: parte dos lucros das empresas nacionais foi usada no pa-
gamento de juros altíssimos, sobrando pouco para ser reinvestido. A economia não conseguiu crescer
e a oferta de empregos foi inferior ao número de trabalhadores em busca de ocupação. Isso fez com
que os salários não aumentassem, inibindo o consumo. No inÍCio de 1999 uma grave crise econômico-
-financeira atingiu o Brasil. As taxas de desemprego, que já eram elevadas, subiram ainda mais, re-
vertendo o clima de otimismo. O real sofreu uma forte desvaloriação diante do dólar provocando um
expressivo aumento da dívida externa e da dívida pública.
O governo brasileiro precisava de dólares para pagar as volumosas importações e dívidas
contraídas nessa moeda. Para conseguir esses dólares, aumentou fortemente as taxas de juros
com a intenção de atrair investimentos do exterior. O aumento dos juros foi outra razão para o
crescimento do número de desempregados: parte dos lucros das empresas nacionais foi usada no pa-
gamento de juros altíssimos, sobrando pouco para ser reinvestido. A economia não conseguiu crescer
e a oferta de empregos foi inferior ao número de trabalhadores em busca de ocupação. Isso fez com
que os salários não aumentassem, inibindo o consumo.
A crise econômica desgastou o governo e favoreceu a candidatura de Luiz Inácio Lula da Sil-
va, que disputava pela quinta vez o mandato presidencial. Contando com o apoio político de vários
partidos e uma reversão da opinião de setores conservadores, inclusive da imprensa, Lula venceu o
candidato governista José Serra. A imprensa internacional deu grande destaque ao ato de um
operário chegar Presidência da República, o que entusiasmou a opinião pública mundial.
O Governo Lula
O governo Lula procurou conciliar dois obetivos: preservar a estabilidade econômica evitando
que a inflação voltasse a corroer a renda dos trabalhadores; e ao mesmo tempo, priorizar políticas
sociais que atendessem aos setores da população que até então não eram contemplados pelas po-
líticas públicas governamentais.
Para isso, foram criados os programas Fome Zero e, associado a este, o Bolsa Família, programa
de transferência direta de renda, destinado a famílias que viviam em situação de pobreza ex-
trema. Essa ajuda financeira era condicionada matrícula dos filhos na escola e aos cuidados com a
saúde da família. Os críticos ao Bolsa família alegavam que este era um programa assistencialista.
Mas o programa foi eficiente e alcançou seus objetivos.
Outro ponto da política governamental foram os reajustes anuais do salário-mínimo acima
dos índices inflacionários aumentando o poder de compra dos assalariados de baixa renda. Isso pro-
moveu um epressivo aumento de consumo das camadas classes C e D beneficiadas ainda pela oferta
de crédito.
Embora do ponto de vista econômico o governo encontrasse apoio de políticos e empre-
sários nacionais e internacionais as denúncias de corrupção e de um grande esquema envol-
vendo parlamentares provocaram uma grave crise política ao longo do ano de 2005 Aliados
importantes do presidente precisaram deixar o governo. A revelação dos casos de corrupção
decepcionou os que acreditavam na lisura ética do governo Lula.
Apesar da crise política a popularidade de Lula continuou elevada resultado de bons indicadores
econmicos O brasileiro também cresceu a uma média anual de 26 entre 2003 e 2006. Lula foi eleito
para um segundo mandato após derrotar o candidato do PDSB Geraldo Alckmin até então gover-
nador do estado de São Paulo.
Disposto a manter a mesma linha de governo em seu segundo mandato Lula. implementou o
Programa de Aceleração Econômica (PAC), um programa de crescimento econômico cujo prin-
cipal objetivo era reavaliar um conjunto de obras públicas que dessem condições a um crescimento
acelerado e contínuo. Setores como os de transporte energético saneamento e habitação receberam
investimentos.
Em sua campana Dilma apostou na continuidade dos programas sociais do seu governo. Isso garantiu
a ela a votação nas regiões mais pobres do país. Dilma venceu a eleição em nove estados da região
Nordeste, quatro da região Norte, em Minas Gerais, estado natal de Aécio Neves e no Rio de Janeiro.
O estado de São Paulo garantiu o maior número de votos a Aécio.
egundo o Instituto de Pesuisas econômicas Aplicadas (Ipea), o Brasil tem conseguido avanços
S
no combate às desigualdades na distribuição de renda nos últimos anos. Entretanto, ainda é grande o
número de pessoas pobres (28,7 milhões de indivíduos em 2013).
Muitos analistas consideram que o Brasil não é um país pobre, mas é um país de profundas de-
sigualdades. Um sinal disso é que a sua posição intermediria no ranking mundial do índice de Desen-
volvimento humano (IDH) revela que há regiões em que a maioria da população desfruta de condições
de vida muito semelhantes as encontradas em países desenvolvidos, equanto em outras a realidade é
muito semelhante de países muito pobres.
Você sabia?
No ano de 2013 o Brasil ocupava o posto de sétima maior economia do mundo, atrás do
Reino Unido, França, Alemanha Japão, China e Estados Unidos.
1. Quais foram as principais medidas adotadas no governo Itamar Franco em termos políticos e
econômicos?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Explique o que foi o Plano Real. Quais foram as consequências da sua implantação?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Quais foram as primeiras medidas tomadas por Vargas ao se reeleger presidente da Repúbli-
ca?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. Descreva a política econômica e os projetos sociais adotados pelo governo Dilma Rousseff
assim que assumiu a Presidência.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por Dilma Rousseff no primeiro mandato e
no início do segundo?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7. Em sua opinião, o que a eleição e a reeleição de uma mulher para a Presidência da República
representam na história da luta das mulheres no Brasil?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Gabarito
1. Em termos econômicos devemos destacar o Plano Real que objetivou a estabiliação econômica.
Também ocorreu o referendo político que determinou a continuidade do regime presidencialista
2. O Plano Real foi idealizado pela equipe do então ministro Fernando Henrique Cardoso para
controlar a inflação e
retomar o crescimento econômico. Adotou-se uma política neoliberal, que implicou a privatização
de uma série de empresas estatais.
3 Resposta pessoal. Cada item deve apresentar entre outros dados e conceitos:
a) estabilidade econômica e privatizações
b) emenda à Constituição para aprovação da reeleição presidencial
c) crise econômica que favoreceu o candidato de oposição ligado ao Lula
d) aumento da taxa de juros e queda do índice de emprego
4.
a) Manter a estabilidade econômica e priorizar políticas sociais que atendessem as classes mais
pobres.
b) Bolsa família e Fome Zero, caracterizados como transferência direta de renda
c) Acusação em 2005, de envolvimento de aliados políticos em corrupção que foram obrigados a
deixar o cargo e enfrentaram um longo processo judicial (conhecido como mensalão).
d) Manutenção da estabilidade econômica e implementação de um Programa de Aceleração eco-
nômica (PAC)
Anotações