mas amigáveis? Bem, se sim, este é o livro ideal. Nele irás perceber melhor quem foram os troblins e acompanhar a jornada de um herói troblin que descobrirá os segredos mais obscuros do seu povo, enquanto lida com várias crises. Ao seu lado terá uma humana que o acompanhará na sua aventura tão bizarra. Entre dimensões e perigos vais te envolver neste drama e ajudar o bem, ou sucumbir ao mal? A única coisa que tens de fazer é abrir o livro e virar a página. Para a minha Madrinha Num país europeu, numa manhã de primavera onde as árvores se voltam a vestir com um lindo manto verde, os pássaros entoam uma bonita melodia e o sol aparece lentamente, fazendo o céu iluminar-se de cores e anunciando um novo dia, uma cidade peculiar vai acordando. Cidade essa que apesar de ser um pouco desconhecida, não deixa de ser interessante, pois bem no seu centro apresenta uma grande racha de comprimento gigantesco e de profundidade desconhecida. Nunca ninguém se atreveu a explorar ou a explicar tão imenso local, tendo também os nativos dessa cidade um provérbio curioso: “As chances de alguém lá entrar são as chances de o mundo finalmente conhecer a paz”. Não deixou de ser por isso que a cidade não evoluiu, tendo hospitais, escolas, edifícios e prédios ao seu redor. Os seus habitantes, apesar de nunca terem descoberto o que se encontra no buraco, foram os mais nobres e corajosos aventureiros, tendo dado muitas contribuições importantes para o mundo. Circulam muitas teorias sobre o que lá habita, muitos até creem que seja um portal para outro mundo, mas a verdade é que ninguém pode realmente afirmar que sabe a verdade. Mas na realidade, caro leitor, posso eu dizer o que lá existe. Apesar de todas essas teorias que circulam, nenhuma delas chega perto da verdade, pois na realidade aquele sítio bizarro é o lar de criaturas tão bisonhas como o próprio local. Consegui obter a informação, de que são criaturas de em média dois metros e meio, umas muitas peludas, outras com escamas e outras que nem se sabe o que são! Apesar de talvez parecerem criaturas recentes, são na verdade tão antigas quanto a própria criação da terra! Estabeleceram-se no solo, pelo que nunca viram a luz do dia, nunca sentiram o cheiro da primavera e nunca vislumbraram o doce mar. Evoluíram, mas continuaram a nunca sair do solo. Apenas uma dessas criaturas teve a audácia de ter essa ideia, mas não por sua vontade…. Por isso a história que hoje te irei contar fala precisamente dessa relação, e assim os troblins irão, não por bons caminhos, finalmente sentir a brisa que habita na superfície. Numa manhã onde se sentia um ar ligeiramente diferente, uma jovem muito atarefada vai, de bicicleta, para o seu trabalho num snack-bar. Ela andava com uma pressa muito grande, visto que estava mais uma vez atrasada, porém desta vez o problema era maior, já que o seu chefe a havia avisado de que, caso ela se voltasse a atrasar, iria ser de imediato despedida. Chegou ao local e viu o seu chefe à sua frente com uma cara de deceção profunda: - Estás atrasada… - Peço desculpa chefe, não foi intencional, prometo que esta vai ser a última vez! - Dizes sempre isso… - Sim, mas desta… - Sabes…, não preciso das tuas desculpas…, mas preciso de saber o que passa contigo para te poder ajudar! São cada vez mais desculpas e mais atrasos, mas afinal o que se passa contigo, Chloe? - A verdade, chefe, é que nem eu própria já sei…, mas por favor… - Sendo assim não te posso ajudar…, tens de perceber daquilo que te atormenta, posso ser muito bondoso por vezes, mas tenho um negócio para gerir, por isso estás despedida… Se precisares de alguma coisa avisa-me. - Pode voltar a contratar-me? - Bem…, nem tudo! Vemo-nos por aí, Chloe! Até um dia. Ela saiu do snack-bar, devastada e acabada, era o quarto emprego que perdia. A verdade é que ela não gostava daquela vida de empregos, pois nunca soubera, de facto, o que queria ser…. Nesse dia, voltou a casa, desolada, pegou num copo de vinho, sentou-se no sofá e bebeu. Pensava em várias coisas, a mais importante era no que a sua vida se havia tornado. Estava disposta a desafiar o impossível para conseguir algum dinheiro, dentre eles até explorar a racha, criando uma tecnologia possível de lá entrar, visto que mesmo com a tecnologia mais atual, toda elas perdiam a ligação com a superfície quando chegavam a uma certa altura. Esse pensamento fê-la pular de alegria, visto que sempre havia sido boa com tecnologias, chegando até a ter ganho todos os concursos que a sua escola tinha criado (que foram por volta de seis). Para além do mais, ela tinha participado numa visita de estudo, paga pela sua escola, onde aprendera a construir tecnologia de alto nível. Levantou-se sentindo algo que há muito tempo não sentia, por isso foi para a cave do seu apartamento, onde tinha todas as tecnologias ao seu alcance. Sentou-se na sua cadeira e foi experimentando várias tecnologias que se adaptassem a um cenário 3d que ela criou, com uma ambientação do que provavelmente poderia existir dentro da racha, numa caixa. Em função disso, colocou um quadro de cortiça com algumas imagens e desenhos interligados com fios de lã sobre as várias hipóteses do que poderia lá estar. Tentou inúmeros códigos e inúmeras proteções, mas praticamente todos lá perdiam o sinal. Já lhe restava pouco material, por isso apenas conseguia produzir mais dois robôs. Pensara muito, pois se cometesse algum erro ia-lhe sair caro. Por isso, voltou ao quadro de cortiça e pensou nas respostas do porque é que os robôs lá perdiam o sinal. Primeiro pensou no óbvio, não havia ligação, porém sempre havia algo a mais. Chegou a uma conclusão de que se não fosse pelo sinal seria por algo a abatê-lo. Existiam duas hipóteses dentro dessa, ou o robô se desprendia das paredes, ou alguém o abatia. Decidiu arriscar nesta última, por isso programou o seu robô para se preparar para ambientes hostis, para saber algumas técnicas de defesa e para se conseguir camuflar. Demorou quatro dias, onde nesses, de almoço apenas comia um pão com queijo, mas assim o esforço e o sacrifício valeram a pena! Agora chegava o momento da verdade, precisava de colocar o robô dentro da racha e de seguida mostrar aos outros que era a primeira a conseguir descobrir o que lá existia! Pegou na sua bicicleta e saiu da cave. Nada podia descrever a felicidade que sentia, por isso ia quase voando com a bicicleta até à racha. No entanto esqueceu-se da sua câmara no seu apartamento. Tinha muito tempo, mas ainda ia com alguma pressa. Chegou a casa e pegou na câmara que estava em cima do sofá, porém quando estava prestes a sair de casa, de súbito sentiu um tremor de terra gigantesco. Protegeu-se indo de imediato para de baixo da mesa da cozinha. Tudo agitava com muita força, porém nada se desmoronava. Por isso ela conseguiu ir para a janela e viu algo sobrenatural. Estava uma luz verde muita intensa a sair da racha e dentro dessa luz estavam dezenas de criaturas bizarras debaixo de um com uma capa e com uma coroa de louros que começou a falar: - Não sei se me conseguem perceber, mas de acordo com os vossos pensamentos que acabei de ler, parece- me que sim. Olá, gente de Cliff city! Espero que a nossa visita não vos incomode muito, até porque a nossa estadia é definitiva! Há muito que observo a ideia de dominar a superfície, porém nunca tive as armas e os troblins certos para fazer este trabalho. No entanto, consegui finalmente isso e, sinceramente, esperava uma receção mais calorenta…! Aplaudam agora o vosso novo soberano, pois se não o fizerem, eu e o meu exército temos uma estratégia para aqueles que saem do meu caminho. Ela estava aterrorizada. Nem os seus diplomas de mérito que havia conquistado no ensino secundário poderiam explicar o que estava a acontecer. Lembrou-se da sua mãe, que estava no hospital, devido a uma grave doença que tinha contraído, por isso pensou logo em ir ver como ela estava. Saiu de casa e, com o rosto triste e a sentir-se muito mal, correu, como se fosse para o infinito. Apesar disso, a meio da trajetória, percebeu que no hospital existiam várias proteções, colaboradores e seguranças. Por isso na verdade ela não iria melhorar nada indo, desesperada, ver a sua mãe. Assumiu esse sacrifício, abrigando-se numa lavandaria do seu lado, visto que os tremores ainda continuavam, a criatura cada vez soava mais aterrorizante e já começava a dominar uma parte da cidade. Escondeu- se no canto da lavandaria e sentou-se no chão, chorando. Mais uma vez, a sua vida parecia virada do avesso, o que era muito estranho, pois sempre tivera uma boa vida, porém nos últimos anos parecia perdida. Apesar de sempre lhe terem dito que se fosse inteligente seria alguém muito feliz e importante no futuro. No entanto, agora, ela apenas parecia mais uma pessoa fracassada e com os sonhos destruídos. Perguntou-se também, como é que a magia, que sempre lhe fora descrita com tanta felicidade, era agora a sua pior inimiga. Continuou com estas interrogações, porém ouviu um grunhido do outro canto da lavandaria. Levantou-se, lentamente, e indo muito devagar passou pela mesa que estava à sua frente e viu… uma daquelas criaturas. Também ele parecia assustado, por isso engolindo o choro, Chloe aproximou-se dele, porém quando a distância era já muito curta, a criatura virou-se para ela, pelo que gritaram os dois de medo: - Não me faças mal! – disse Chloe - Porque é que eu é que te devia fazer mal? – disse a criatura, que na verdade se chamava Blob, também com medo - Não são vocês que estão a tentar dominar-nos? - Bem…, sim, eles estão, mas eu não. Consegui que não me encontrassem e assim pude ficar aqui nesta espécie da brardan (um tipo de taberna no mundo dos troblins). Nunca fui muito bom nestas coisas de guerra…, nem gosto delas, na verdade! Só acho estúpido mesmo! Sempre pensei que ia ver a superfície e ia ter imensas… o que vocês são… a falar connosco e assim dois povos iam-se unir. No entanto, graças ao meu tio, que está lá fora a dizimar tudo e todos, isso provavelmente nunca irá acontecer. Ele sempre disse que eu era só um fraco e apesar dos meus esforços, a verdade é que fui, mesmo, sempre um fraco… - ELE É TEU TIO? – Perguntou a Chloe, espantada - Não propriamente, sim ele é irmão do meu pai, mas dos meus mil milhões de anos só o vi umas três vezes, por isso, nunca o vi como um familiar próximo, e para além disso ele sempre foi um pouco maluco. – De qualquer forma, ainda não sei bem o que fazer para que isto pare, mas a verdade é que sou mesmo um fraco… - Bem, também não sou propriamente a pessoa mais corajosa daqui, mas acho que ainda conseguimos fazer frente aquele tirano. - Sim! Ok, tive uma ideia, diz-se no subterrâneo que existe algo que te leva para falares com os deuses, e para isso temos um mapa para conseguir descobrir ou entrar nessa coisa. - Deuses? - Eu explico no caminho… Prosseguiram lentamente, saindo da lavandaria. Iam por caminhos, alguns desconhecidos e outros pouco usados, uns até perigosos, assim conseguindo evitar qualquer soldado ou até o próprio tio do blob. Chegaram a uma parte, mais ou menos no centro, da racha: - Ok, agora vamos saltar! - ÉS MALUCO?! Nunca irei saltar para aí! É morte na certa! O melhor é eu ir emboraAAAAH – dizia ela sendo interrompida pelo blob que a agarrou, saltando com ela para o buraco Chloe berrava muito alto, enquanto Blob apenas caía já sabendo o que vinha a seguir. O que acontecia, caros leitores, é que na verdade, a uma certa altitude, um pouco escaldante, existia um portal que transportava qualquer um para o mundo dos troblins, que fica exatamente no núcleo da terra, e por isso, os troblins colocaram um portal para evitar a longa caminhada até à superfície (apesar de, mesmo antes dos humanos, apenas lá tinham ido uma vez). Então, foi isso que aconteceu, os dois caíram no portal e aterraram no mundo dos troblins! Chloe abriu os olhos pela primeira vez desde que caíra do portal e ficou espantada com a imensidão e beleza daquele local. Existia uma estátua no centro do reino e, á sua volta existiam as casas feitas de madeira e cobertas de vegetação, tabernas, prédios, restaurantes voadores e muito mais. No entanto, algo que se destacava eram “minis sóis” por cima do reino, o que lhe dava ainda mais beleza. Era algo tão místico, mas tão bonito que a conseguiu arrepiar: - É lindo, não é?! Às vezes até me esqueço de como este sítio é lindo, então e vocês, também cuidam bem da superfície? – disse Blob - Pois…, olha o que é aquilo? - A estátua do troblin no centro? Se for isso, eu não sei propriamente bem a sua história, mas diz-se que ele foi o primeiro troblin a ferir um deus. É um bocadinho ridículo, mas tenho de admitir que algo fantástico. Chloe fitou-o, franzindo a sobrancelha, no entanto continuaram caminho. Blob ia explicando-lhe o máximo que conseguia de todas as bizarrices que existiam e ela fingia que também existia na superfície, tentando preservar um pouco do respeito que blob tinha pela superfície. Chegando à casa de Blob, entraram e Chloe, distraída, até já se tendo esquecido do motivo principal de estarem ali, ia tirando um livro da estante, quando, de súbito o chão começa a descer, como uma espécie de elevador. Depois de algum tempo, o chão parou e eles saíram num salão gigante com pergaminhos, quadros, estátuas e muito mais: - Parece que descobriste o local mais importante da nossa família! – disse Blob, e continuou – O meu pai trouxe-me aqui muitas vezes, não vou dizer que sentia um que eu tinha de ter um cargo muito importante, mas tinha um grande peso em cima. - Hm… família é algo complicado, então e o que é aquilo ali a brilhar. - Bem, aquilo é o último pergaminho que te mostra o mapa de um sítio onde se fala com os deuses. Então, já com eles, podes pedir um desejo, segundo o que dizem muitos boatos. Nunca me contaram porque é que só há aquele, mas… espera, é isso! Podemos ir falar com um desses deuses e assim obrigamos a guerra a parar! - Uau! Mas o que é temos de fazer para lá chegar? - Desafios…. Ah! Espero que tenhas uma boa resistência ao calor, porque senão… De súbito, ouviram-se passos. Blob e Chloe esconderam-se e quando o invasor se aproximara cada vez mais, Blob, com muita coragem, saltou e começou a lutar com o ele. Chloe, amedrontada, fechou os olhos e abrigou-se, tentando que as feras não a atingissem. No entanto, aperceberam-se que o invasor era na verdade, o pai de Blob: - Espera… Pai? O que é que fazes aqui?! - Filho?! Haha! Já dás uma boa luta ao teu velhote! Esses braços andam fortes, mas… quem é a tua amiga? - Ah! Chloe este é o meu pai, Kujara, também conhecido como o touro subterrâneo, pai esta é a Chloe! - És feita de carne? – disse o Kujara a Chloe, assutada – Estava a gozar! Eu não como humanos, prefiro carne de rayers (que eram os monstros do subterrâneo mais parecidos com humanos). De qualquer forma o que fazem vocês aqui? - Isso foi o que perguntei eu! – disse Blob - Hmm… Na verdade, eu estou porque me revoltei contra o teu tio. Ainda o consegui aguentar um pouco, mas desde que ele colocou aquela coroa, nunca mais foi possível de derrotar. Por isso ele ia-me mandar para o sol, mas fui capaz de sair dali e ir para cá. - Espera… ele é teu irmão e ia-te mandar para o SOL?! - Ele nem sempre foi assim…. Até já fomos os melhores amigos, mas parece que o tempo só nos trouxe desgraças. De qualquer forma, qual a vossa história? - É parecido, a diferença é que estávamos numa lavandaria. - O que é isso? Um ringue de luta? - Não, mas quando só há uma máquina de lavar para várias pessoas até fica pior. Mas pronto, nós íamos agora à procura do acesso aos deuses com este mapa. Quer vir também? - Hmm… mais exercício! Os meus tríceps vão ficar incríveis, por isso, é claro que sim! Saíram, com um pressentimento de que uma grande revolução iria começar e possivelmente uma guerra sangrenta e duradora, por isso já fora de casa e nas ruas do subterrâneo analisavam o mapa. O Kujara dizia que se devia ir pela direita, já o Blob dizia que era pela esquerda. No entanto, Chloe apenas observava, pois não conhecia a letra troblin. Assim, eles rasgaram o mapa, visto que ambos o puxavam com grande força. Estavam prestes a começar uma grande discussão, porém nesse momento a grande estátua do troblin primordial deslocou-se e debaixo dela viram-se umas escadas. Confusos, foram para lá. Descendendo as escadas o calor cada vez era mais intenso, estavam a ir para as profundezas da terra. Continuaram e viram algo ao fundo do túnel onde se encontravam. O calor não dava tréguas, pelo que sempre aumentava mais. Blob queria desistir, pois já nem a sua estrutura interna aguentava, porém Kujara pedia para continuar. Quando, de repente, já perto do fim, Chloe cai para o chão, desmaiada. Vendo isso, Blob levantou-a e levou-a com o seu pai. Finalmente chegaram aquilo que parecia ser uma luz branca e assim viram-se, de súbito, num tipo de caverna gigante revestido com musgo e com alguns lagos. Á sua frente estava um botão, que eram antecedidos de uma grande porta: - Como é que chegámos aqui? - O que aconteceu era que aquele túnel era uma preparação e uma entrada para os desafios que que nos irão aparecer e apenas os mais corajosos conseguiam passar. Como viste, a tua amiga não está propriamente pronta para isto. – disse Kujara, quando Chloe, finalmente, acorda. De seguida, Blob questionou o pai pelo que deveriam fazer nessa fase, pelo que este lhe respondeu que a partir daquele momento pouco poderia dizer, visto que ele tinha participado na escolha dos desafios. Assim, a única solução parecia carregar no botão, por isso eles fizeram- no. Subitamente, apareceram os caranguejos das profundezas, que eram tais como os da superfície, mas revestidos de musgo e com um desejo assassino. Esses, cercaram Chloe e Blob, já que Kujara apenas descansava no canto do recinto onde estavam. Pelos seus códigos morais, eles não apreciavam as lutas, por isso pouco sabiam sobre o que haveriam de fazer. Por isso, apenas fugiram para os lados tentando, ao máximo, evitar os caranguejos. Esses perseguiam mais intensamente Chloe que já cercada no canto onde se também encontrava Kujara, sem nada que fazer e tentando preservar a vida tentou saltar por cima deles. No entanto, os caranguejos formaram uma parede no momento do salto de Chloe, por isso ele caiu contra a parede e… ela atravessou a parede encontrando uma pequena sala. Seguindo o instinto, Blob também saltou em direção da parede. Já na sala encontraram, uma mesa onde tinha vários dispositivos, porém um deles chamou-lhes a atenção, visto que tinha uma instrução que era um raio de teletransporte. Por isso, saíram da sala, atravessando a parede e assim aniquilaram os caranguejos e mandaram- nos para a superfície, na esperança de que estes conseguissem enfrentar o exército do tio maligno de Blob: - Não era o que eu esperava, apesar de ter servido. Porém, nem sempre existirão salas que terão algumas engenhocas que vos auxiliarão no combate, têm de usar os vossos próprios meios. Blob fitou o pai, não concordara com aquilo que ele dizia, porém estava a falar do troblin que era considerado o deus da luta. Prosseguiram em direção ao próximo desafio, entrando pela porta, que se abriu quando terminaram de expulsar os caranguejos. No seguinte desafio, estavam num salão gigante, vazio. Não encontravam um desafio possível de enfrentar, apenas não existia nada. Subitamente, um espírito aparece, este que dizia que era um dos conselheiros dos deuses e assim, recomendou-lhes que imaginassem os seus maiores sonhos. O de Chloe era que a sua mãe finalmente saísse do hospital, o de Blob era que aquela guerra terminasse, já o de Kujara era enfrentar trinta ursos armados. Desta forma, aquilo que eles haviam imaginado tornara-se realidade e, cada um deles estava a presenciar a concretização do seu sonho atual. Para cada um deles tudo corria perfeitamente principalmente com Kujara que até lutava de olhos fechados, porém depois de alguns momentos os sonhos começaram-se a tornar pesadelos. Com Chloe que via a mãe a sair do hospital foi cercada por javalis, com Blob que estava a assinar um tratado de paz com o tio viu este ser rasgado na sua frente, enquanto Kujara ficou preso em correntes estando prestes a ser atacado pelos ursos. Todos (sim, incrivelmente, Kujara também) gritavam de medo e assim ainda sofreram com alguns segundos do pesadelo, porém a simulação acabou logo de seguida. Estavam de novo a contemplar aquela sala sem alma, mas que depois de algum tempo se tornou uma arena de batalha pós-apocalíptica iluminada por um céu vermelho, de grande dimensão, com os espectadores sendo uma espécie de zumbis troblins e com um cheiro forte a picante. No entanto, quando a simulação tinha já carregado apareceram os vilões dos seus pesadelos: javalis, o tio do Blob e ursos armados. Estes estavam no mesmo local, ambos com o objetivo de matar os três. Assim, atacaram-nos de frente, porém Kujara aguentou-os a todos usando um escudo que havia sido implantado na sua pele há muitos milhões de anos antes. Ele segurava-os o quanto podia, mas a força não chegava, por isso Blob e Chloe tentaram segurar o escudo também. Tinham garra, tinham ambição, mas apesar disso, não chegava para conter os pesadelos. Assim sendo, esses destruíram o escudo e fraturam um osso de Kujara, que usando o seu último truque tirou dos bolsos uma esfera que quando bateu no chão criou um portal, onde caíram todos. Estavam no mulcitroblin, o universo dos troblins, onde existiam portas para outras realidades e inclusive era onde, os troblins mais importantes de todos, emigravam para puder descansar, já que eram imortais. Imediatamente, os pesadelos desvaneceram, pois não eram troblins e não podiam estar ali (no caso do tio de Blob era, devido ao facto do sistema que analisava quem ali entrava não o considerar como troblin, mas sim como o puro mal). Aconteceu o mesmo a Chloe, porém uma criatura fantasma de capuz tocou-lhe na testa e assim, ela voltou ao normal e já conseguia respirar o ar que ali existia: - Onde é que estamos? - No mulcitroblin, já te contei muitas histórias sobre este sítio, mas agora pude finalmente levar-te a ele. Não da forma que esperava, mas sim estás finalmente aqui. - Mas, como é que vamos voltar para falar com os deuses?! - Estou a ficar desiludido contigo, existe aqui algo que nos leva ao salão onde está o pergaminho dos deuses. - Quantas cervejas é que eu bebi ontem? – interrogou-se Chloe já não conseguindo identificar o que era real e o que não era - Não sei, mas quem é esta cidadã que salvou a Chloe? - Sou aquela que criou o espaço. - Espera…, já sei quem és! Filho e amiga do meu filho, esta é criadora deste universo, conhecida por ser denominada de “a irmã dos deuses”, por tudo o que ela já fez. - Exatamente, e se o meu cérebro não me falha, pareceu-me ter ouvido que queriam falar com os deuses! Se quereis mesmo falar com meus irmãos tereis de descobrir a localização do anfiteatro das divindades. Ah! Levem também esta pedra. - Espera…, tu ouves com o cérebro? Já agora a pedra é para quê? - Não só ouço com ele, como também vejo, se quiseres até lhe ensino como fazer isso. - Dispenso, mas e a pedra é para quê? - Isso terão de descobrir sozinhos. Porém ativem-na apenas quando for necessário. Assim, eles partiram em busca do desconhecido. Tentaram andar pelo bairro daquele universo onde habitavam troblins muito importantes e alguns também com ligações poderosas com os deuses. Kujara sugeriu que visitassem o seu antigo general de guerra, que vivia a uns quarteirões à sua frente. Chegaram a casa do general que tinha por nome: Ulysses. Então, bateram à porta e ele apareceu. Kujara eufórico em o ver outra vez tentou fazer o cumprimento que eles tinham quando ele ainda estava na terra, porém algo estranho aconteceu. O general já não se lembrava de como era. Podia ser amnésia talvez? Não podia ser, já que, os troblins nunca se esqueciam de nada. No final, acabaram apenas por se abraçar depois daquele momento constrangedor. Chloe perguntou se ele sabia onde ficava o anfiteatro das divindades: - Sim, sim… Eu sei muito onde fica – disse ele tossindo e rindo – Têm aqui as coordenadas do local. Boa sorte… meus… escudeiros! Então com as coordenadas os três foram indo: - Estranho… Ele nunca soube muita coisa de tecnologia, e aqui também ninguém sabe muito… - disse Kujara - Bem, nunca é tarde demais para se aprender coisas novas. – afirmou Blob - Hmm… duvido. Mal sabiam eles que tudo não passava de uma emboscada…. No entanto, foram, ainda que com dúvidas, para as coordenadas. Passaram por lugares extraordinários, como pelo rio Ianek, que tinha uma água incrivelmente azul e que brilhava em todas as estações e para além do mais, podia-se respirar nele! Saíram da parte mais habitada dali e viram uma montanha imensamente alta, que, quase rasgava o céu. Passaram através de uns trilhos que existiam para os viajantes não terem de subir a montanha. De seguida, já perto das coordenadas indicadas chegaram a um deserto, porém curiosamente este estava cheio de oásis! Caminharam mais alguns metros e viram uma arena muito grande. O aparelho que o general tinha dado começou a soar um som dizendo que tinham chegado ao local indicado: - Não pode, porque é que ele haveria de nos mandar para uma arena? – perguntou Chloe - Eu disse que ele estava diferente. Mas de qualquer forma sempre consigo um pouco de diversão aqui. – disse Kujara sorrindo - Sim, mas… isso não nos leva a lado nenhum! – opôs-se Chloe Vamos lá pessoal – começou a discursar Blob – A Chloe tem razão entrar nesta arena não nos leva a sítio nenhum, mas é a única coisa que podemos fazer, já que iremos perder muito tempo a voltar para trás. Por isso entraram na arena. Viram um guarda e perguntaram o que fazer, pelo que ele disse, aborrecido, que bastava irem para a direita onde iam encontrar a fila para o combate. Equiparam Chloe já que ela não tinha tanta resistência por não ser uma troblin. Entraram na fila e um troblin à frente disse: Também estão empolgados por esta batalha? Eu sinto mesmo que desta vez tenha chances. Então ele entrou pela porta para a batalha e alguns segundos depois voltou de maca levado por dois enfermeiros muito dorido: - Tem certeza de que temos de fazer isto? - Sim, vamos com tudo! Entraram e viram na arena muitos troblins na plateia, porém o destaque era o dragão vermelho com olhos esverdeados que estava na sua frente, este que teria facilmente mais de 20 metros. Ao seu lado estavam alguns capangas do tio malvado: - Preparam-se para sentir o medo nas vossas veias – disse um deles - Oh não… - disse Blob, suspirando Blob e Chloe ficaram encarregues dos capangas enquanto Kujara estava prestes a ter a maior luta da sua vida com o dragão. Não estava fácil para Chloe e blob que eram permanentemente atacados pelos capangas, enquanto Kujara lutava ferozmente ganhado ao dragão que pouco conseguia fazer para retribuir os socos que recebia. No entanto, quando Kujara deu um salto muito alto, com o punho formado para dar um soco à cara do dragão, mas desequilibrou-se e aproveitando essa deixa, o dragão socou-o mandando contra a parede: - Uau! Vocês lutam bem! Mas com lutar bem eu quero dizer que o Kujara luta bem, por isso, vamos melhorar a diversão. – disse a bruxa que tinha aparecido quando entraram no mulcitroblin Assim ela estalou os dedos e Kujara desapareceu: - Espera, o quê?! - AJUDA!!! – gritou Chloe De súbito a bruxa invocou um holograma com a imagem de Nero: - Não entendem? Estou sempre um passo à frente. Vocês são a presa e eu o caçador…, e agora todo o mulcitroblin está na minha mão. Juntem-se a mim e talvez até vos deixe governar comigo, quem sabe? - Nunca! – disse Blob - Estás maluco? Nós vamos morrer! - Mas não vamos ajudá-lo nunca tu sabes! - Vocês são engraçados a discutir, eu deixo vos entenderem-se na minha base… A mando de Nero o dragão soltou uma bola de fogo, mas com salto energético e vindo da multidão que assistia a batalha, um troblin feito de gosma colocou-se à frente com um escudo e protegeu Blob e Chloe: - Vocês são corajosos, mas temos de ir. Assim, ele atirou o escudo ao dragão que caiu bruscamente. A bruxa ainda tentou pará-los, mas não conseguiu: - Então e agora? – disse o troblin - Temos de ir buscar o meu pai! - Ok, pedido anotado. O troblin pulou mais uma vez com a sua energia incomparável, e pegou no braço da bruxa mandando primeiro Chloe e depois Blob para o local onde devia estar Kujara. Claro ele foi o último a juntar-se a eles. Deste modo, ele encontrou-os num sítio completamente escuro, mas que iluminava os seres que lá estavam: - Uau! Como é que fizeste tudo aquilo? Aliás, quem és tu? - Bem, eu sou o Freud, o troblin que se perdeu…, mas de qualquer forma, eu vi que estavam em apuros por isso vim ajudar-vos, já estava parado há tanto tempo que até soube bem levantar-me um pouco. - És mesmo incrível, mas agora onde está o Kujara? - Procuram alguma coisa?! – disse um ser com forma de hexágono surgindo nas suas costas de maneira amedrontadora Ele começou a disparar raios vermelhos contra eles e assim perceberam que estavam na dimensão errada: - Quem és tu? - Hahaha! Eu sou o ser mais supremo de todo o multiverso, mas um troblin prendeu- me nesta dimensão. Disse-me que só poderia sair se alguém me mandasse de volta. Jurei encontrá-lo e destruí-lo, mas o covarde nunca voltou! - Aqui estou, Brad! - O QUÊ?! - Faz a tua magia! – disse-lhe Blob Mais uma vez, com um salto e pegando no braço do monstro, Freud, abriu um portal desta vez com a dimensão correta. Por isso entraram todos no portal, deixando o monstro para trás que ainda pôde proferir umas últimas palavras: - Vá lá! Volta! Eu paro de destruir universos! Não me deixes aq…! Assim, na dimensão correta Blob disse: - Como é que capturaste aquele monstro?! - Se sobrevivermos eu depois digo. Aquela dimensão era um tanto quanto peculiar, já que era simplesmente uma prisão, da qual ninguém conseguira escapar. Chama-se A dimensão do tempo fraturado, onde o tempo não se sucede de maneira linear e consistente, mas sim de forma fractal, ou seja, a pessoa vê momentos passados, presentes e futuros a ocorrer simultaneamente de uma maneira confusa. Existiam vários fragmentos de vidro onde estavam troblins e inclusive Kujara. No entanto, Blob teve uma memória e assim entrou num fragmento. Chloe e Freud tentaram não pensar em nada, para também não lhes acontecer o mesmo: - Como é que vos vamos tirar daqui? – perguntou Chloe - Posso simplesmente destruir os fragmentos? - Não, precisamos de um plano melhor… - Olha Blob! A tua mãe apareceu aqui! - Mas… pai…, prometeste que nunca mais ias falar desse assunto comigo. Se havia algo que irritava Kujara era quebrar uma promessa, ainda mais com aquele peso emocional, por isso com a força bruta que só ele possuía destruiu as paredes do fragmento. Assim, desencadearam-se várias reações em cadeia, já que o resto dos fragmentos destruiu-se automaticamente: - Pai, estás bem? - Chama-me Kujara só. Surgiu o verdadeiro general muito amigo dele: - Então ossos partidos? Já não te vejo há milénios. Como estás? - Sempre a tentar melhorar, general! Agora sim, finalmente cumprimentaram-se como Kujara desejava ter feito antes: - Muito bem, então vocês precisam de ajuda, correto? - Sim, o mulcitroblin foi tomado pelo Nero! - Quem é o Nero mesmo? - Aquele que era amigo do que assaltou um banco com um barril. - Ah. A sério?! Sempre pensei que terminasse exilado. Mas ok, nós vamos para a arena e terminamos o serviço, por isso assim que chegarmos vocês ponham- se a andar! O general criou uma esfera de energia e jogou-a para cima destruindo aquela dimensão. Apareceram no mulcitroblin e começou uma pequena batalha que, no caso, tinha muitos troblins envolvidos. Contudo evitando os avisos do general, os três ajudaram na luta, o que fez com que um troblin inimigo tentasse acertar uma flecha neles, que foram salvos pelo Freud que cortou a flecha: - Vão embora! Nós aguentamo-los!!! Assim, finalmente obedeceram às regras e foram embora, mas quando estavam já longe da luta e apenas viam poeira, uma criatura peluda de 5 metros apanhou-os e fê-los desmaiar. Uns capangas surgiram e levaram-nos para um local secreto. Depois de muito tempo, eles acordaram em cadeiras amarrados por cordas, numa sala escura e onde na sua frente existia uma janela muito grande onde estavam a olhar para eles. Kujara soltou-se facilmente usando a sua força bruta e assim ajudando os outros a escapar. Saíram pela porta daquela sala e foram a correr tentando encontrar a saída daquele local. Antes de ir embora encontraram um mapa com um sítio assinalado dizendo que era ali o anfiteatro. Não existia nenhuma alma naquele local o que era, deveras, muito estranho. Já fora daquele local eles não tinham muito por onde ir, já na sua frente apenas existia uma imensidão de mar e atrás não havia nada: - O que é que fazemos agora?! – perguntou Blob - A nossa única chance só pode ser ir pelo mar. Olhem existe ali um barco e segundo o que este mapa diz, o anfiteatro é perto do mar. Foram pelo barco e deixaram Chloe a cargo da pilotagem do barco. No entanto, ela já muito exausta devido ao facto de não comer nem beber há muito tempo, caiu no chão. Assim, o barco desviou-se e entrou no caminho de um grande tsunami que se aproximava, já que o exército do tio malvado tinha colocado no mar um aparelho que causava ondas gigantes. Blob ainda tentou virar o barco, porém não conseguiu evitar um desastre. Assim foram apanhados pela onda… Enquanto isso, em Cliff City, Nero espalhava o terror. Tinha incendiado vários locais, tinha já testado algumas bombas em edifícios e tinha humanos e troblins a seu dispor. Este encontrava-se na câmara municipal da cidade a preparar os próximos passos do seu plano: - Ah… Chefe… peço… des-desculpa pela pergunta, mas porque é que está a fazer isto tudo? - Bem…, se queres saber mesmo já nem eu sei bem o motivo, mas o geral é a vingança. - Mas de quê? - Vês esta coroa na minha cabeça? Quando a encontrei todos disserem que eu tinha ficado diferente e que não estava normal. Sabiam da origem amaldiçoada dela, mas nunca lhes dei ouvidos. Por isso, tive uma grande discussão com o meu irmão. As coisas estavam cada vez mais intensas, até que ele se virou para mim e expulsou-me de casa. Fui para o lado negro do reino, onde apenas habitam troblins esquecidos e sem rumo. Foi difícil adaptar-me, no entanto encontrei alguém que partilhava os mesmos pensamentos que eu. Tornámo-nos amigos e tínhamos um projeto de trazer a paz. Um dia, ele decidiu assaltar um banco, para financiar o nosso projeto, mas o Kujara apanhou-o e enviou-o para a dimensão dos presos, onde os troblins apodrecem. Eu voltei mesmo quando o vi a fazer isso. Fitei-o mesmo nesse momento e era como se ele estivesse com uma chama ardente a iluminar os olhos. Nunca o perdoei. Refugiei-me na casa do meu pai. Aperfeiçoei a minha magia e… agora domino o mundo. Chamaram-me de louco, mas mesmo antes disso, já existia muita gente que nunca gostou de mim. De súbito um troblin muito apressado e armado aparece: - Nero! Não sei se te lembras de mim, mas eu era dos teus melhores amigos! Deves pensar que nunca gostaram de ti, mas é mentira! Essa coroa está a envenenar-te! Fui ao mulcitroblin e encontrei o teu pai, por isso trouxe-te esta mensagem… - Ah sim?! E queres que eu pare com o meu plano que foi orquestrado ao milímetro apenas porque um idiota qualquer me diz uma coisa sentimental? Não… já tive o meu tempo de ser fraco. Mas… tu tens uma coisa na cara. - O quê? - Deixa-me tirar! – disse Nero dando um soco ao troblin – Levem-no, nem sequer serve para o meu exército. Os guardas dele levaram, então, o desconhecido para a racha. Assim, Nero voltou a virar-se para a sua janela, olhando para a cidade: - Vês? Todos me querem derrubar…, apenas porque tenho algo que me difere, mas sabes, o que mais reflito disto tudo, é que mesmo que não tivesse a coroa, iam- me continuar a ignorar… Por isso… redobra a segurança daqui. Devo admitir Cliff City é engraçada, mas o que vai ser mesmo divertido… é o resto do mundo. - Ok, mas… e se o senhor estiver errado? - Nem sei bem, no entanto, apesar de não me recordar muito bem do meu pai, ele dizia algo engraçado: ou se morre como herói ou se vive o suficiente para se tornar um vilão. Agora, desaparece-me daqui e faz o que te mandei. - Sim chefe! – disse o guarda superior – Espero que um dia encontre a luz… - continuou ele depois, sussurrando Nero foi para fora da câmara andando pela cidade, até chegar a certo ponto onde ergueu da terra um penhasco gigantesco, que criou de repente para poder examinar a cidade: - Giro! Adoro este aroma. Prepara-te coroazinha, vamos espalhar a justiça pelo mundo…. Quero enganar quem? O mundo fez de mim um vilão, então vou retribuir- lhes o favor. De volta aos nossos três restauradores da paz, mais uma vez estavam inconscientes, porém pararam todos numa ilha. Kujara e Blob acordaram depois de algum tempo, porém para Chloe a história era diferente. Ela estava desidratada e estava mesmo perto da morte. Kujara tinha experiência em fazer algumas poções e até sabia várias coisas acerca da magia. Por isso pegou num pouco de areia e proferiu alguns encantamentos até a areia se tronar verde. Assim ele deu a Chloe que rapidamente voltou a acordar: - Estás melhor? - Sim…, mas… o que é se passou? - Fomos envolvidos por um tsunami, e paramos nesta ilha. Eu dei-te areia encantada o que te permite não ter fome nem sentir muita dor nos próximos dias, para além de te ter acordado. Eles levantaram-se e olhando para o lado viram o que tanto procuravam! O anfiteatro dos deuses: - Finalmente! – dizia Blob – Não aguentava mais um segundo a caminhar sem destino! - Sim, filho. Mas não tem te esqueças este local tem muita história, por isso não façam muito barulho, nem tentem fazer algo que desrespeite os deuses, até encontrarmos o portal que nos leve a eles. Entendido? - Claro, mas porque é este sítio é tão deserto se os deuses são assim tão importantes? – interrogou Chloe - Bem…, irão saber isso mais tarde. Por agora vamos concentrar-nos no nosso objetivo: travar o nero. Entraram lentamente no anfiteatro. Na entrada existia uma estátua de cada um dos deuses: em frente estava e mais destacado estava o deus dos deuses, ao seu lado direito estava o deus do sol, do seu lado esquerdo estava a deusa da sabedoria, na extremidade direita estava o deus da guerra e na extremidade esquerda estava o deus do espaço. Atrás de todos estes estava o deus do tempo. Todas estas estátuas eram feitas de mármore e era incrivelmente detalhada. Kujara observava as estatuas com grande admiração enquanto Blob e Chloe procuravam o portal: - Sr. Kujara, eu acho que não está aqui o portal. - Procurem mais tem de estar aqui. Kujara continuou parado a comtemplar as estatuas, enquanto Chloe foi pela esquerda, e Blob pela direita. Ambos não tiveram sorte nenhuma, por isso apenas ficaram parados onde estavam a observar o teto: - Isto é estranho, não está aqui nada. - Pois é… - Sabes que mais? Eu vou embora – disse Blob chutando uma jarra que ali estava. De súbito, o local começou a ruir, devido ao que blob fez, já que, como Kujara tinha dito: Não tentem fazer nada que desrespeite os deuses. Então com o anfiteatro quase a desaparecer Kujara apareceu: - O que é que vocês fizeram?! - Nada… - Então e agora, o que fazemos? Apesar de tudo parecer perdido, eles viram que debaixo da estatua do deus dos deuses que já tinha caído toda estavam umas escadas. Assim foram a correr o mais que podiam para lá. Quando finalmente começaram a descer as escadas, já não havia nenhuma pedra levantada, nem sequer vestígios do anfiteatro. Percebia-se pela cara de Kujara que ele estava um pouco desiludido com o filho, pelo que Blob também não se sentia bem e estava com uma espécie de nó na barriga. Então, apesar de não estarem todos em concordância olharem em frente e encontraram o que tanto procuravam! O portal estava à sua frente apenas a uns poucos metros de distância de onde estavam. No entanto, surgiram algumas armadilhas, dentre elas: um chão com picos, um machado que ia de lado para lado e uma bola gigante de pedra que começou a vir atrás deles: - Não há nada que não nos queira matar aqui?! – disse Chloe Kujara segurou nos dois e passou pelos obstáculos até com um pouco de avanço da bola gigante e assim depois de muitas aventuras e desventuras entraram os três no portal. Acordaram numa relva macia e verde, levantaram-se e comtemplaram uma gigante floresta com árvores de várias cores, umas do mais verde puro possível, outras violetas, outras azuis. Existiam também várias flores de imensas cores. Kujara achava que existiam demasiadas cores, no entanto Blob e Chloe estavam maravilhados. Subitamente, um espírito emerge do céu daquele lugar, que por sinal, era também incrivelmente bonito, parecido com o de um fim de tarde. Esse espírito portava um grande capuz verde e tinha dois grandes olhos, que se vissem, já que a sua face estava não era visível: - Olá, viajantes! Chegaram finalmente para cumprir o vosso destino. Eu sou o espírito conselheiro do deus do tempo, que permite que mortais falem com ele. Porém, para isso, precisam de um sacrifício. Chloe olhou para Blob, tendo este feito o mesmo. Esperavam que fosse um sacrifício verdadeiramente doloroso, no entanto deixaram o espírito prosseguir a sua fala: - Vocês, Kujara, o Touro subterrâneo, Blob, filho de Kujara. Vocês terão de abdicar da vossa imortalidade. - Hmm…, Gostei da vossa proposta espírito. Sabeis que eu, aceito de bom grado. – disse Kujara, que depois olhou para Blob, vendo-o muito desconfortável – Mas, isto… claro se o meu filho concordar. - Eu, não sei bem pai. E se nos acontecer algo? - Enquanto estiveres comigo, prometo que nada nos acontecerá. Eles deram um abraço e o espírito aplicou a sua magia, lançando sobre eles um raio amarelo que os fez levitar. Depois de uns segundos eles caíram ao chão, sendo agora mortais: - Agora que o sacrifício foi cumprido o deus do tempo aguarda-vos. Porém eu preciso de o informar da vossa vinda, por isso atravessem esta porta, onde encontrarão uma ponte, em que em baixo existe um abismo. No fim dela, estará um portal onde atravessado dará ao deus do tempo. Não se preocupem, não existe mais nenhum desafio, nem nada mortífero, apenas atravessem a ponte. Blob foi o primeiro a travessar a porta, mas Kujara e Chloe ficaram um pouco mais com o espírito: - Sabe se alguém consegue ser teletransportado para essa ponte? - É praticamente impossível, a menos que alguém tenha um artefacto há muito tempo perdido dado pelos mortos, mas isso é impossível, já que atualmente nenhum morto concede a outrem essa regalia. - Houve, Chloe, se aparecer alguém na ponte não deixes o Blob entrar num conflito. - Mas porquê? - Estou apenas com… medo… de que algo possa acontecer. Já agora, gostei imenso de te conhecer, nunca pensei que os humanos pudessem ser assim como tu. Espero que consigas um dia ser finalmente feliz, pelo que bem mereces. - Obrigado…! – disse Chloe confusa Enquanto isso Nero espalhava ainda mais terror em Cliff City, que neste momento estava já amedrontadora e irreconhecível. Por sorte, antes de desaparecer, o presidente da cidade tinha acionado o exército do país, numa operação secreta. Por isso, apesar de primeiro ainda duvidarem um pouco pensando que era uma partida, o exército veio o mais rápido que pôde. Ao chegar depararam-se com um inferno na terra: havia fogo por todo o lado, ouviam-se gritos de humanos e troblins, existiam muitos mais pássaros macabros a voar pelo céu a atirar lasers pelos olhos e até já existiam ainda mais rachas no chão, um horror. Apesar disso, o exército estava treinado para reagir a qualquer situação por isso gritaram todos eles, em sentido, com voz solene: - Quem é o autor de tamanha destruição? - Chamaram-me? – disse Nero sobrevoando os céus - Criatura, estás acusado de 1611 crimes contra a humanidade, vem connosco para a prisão ou teremos de abrir fogo! - Bem vocês estão bem equipados, tantos para apenas um. Mas a verdade, é que vocês são… persistentes…, mas percebam uma coisa: agora são apenas as minhas marionetas! Vão embora antes que eu me irrite. - FOGO!!! Todo o exército atirou o máximo que pôde chegando mesmo a terminar com o seu abastecimento. - Só isso? - Mas que… - dizia o comandante do exército - Deixem-me mostrar, humanos, um pouco do meu poder. Nero ergueu um punho que tinha uma labareda verde na mão e indo dos céus para o solo proferiu um ataque que causou um grande tremor de terra. Depois de se levantar o exército foi na sua direção tentando-o atacar, mas a agilidade e experiência (para além do poder) de Nero permitiram-lhe triunfar. No entanto, criando uma formação treinada, o exército foi para cima dele, porém soltando uma rajada de poder, o tio de Blob, soltou-se mais uma vez: - Vá lá! Um exército inteiro para um troblin só?! Vamos equilibrar as coisas. – disse ele soltando vários espíritos que estavam aprisionados na coroa de louros Os espíritos de um modo devastador arrasaram o exército. Estavam muitos feridos, e para além disso, estavam tão cansados que não conseguiam mover um único músculo. Assim, Nero, cada vez mais consumido pelo ódio, criou um laser que transformou todo o exército em pó: Uau! Isto foi… de certa forma… bastante divertido. Hehe! Acho que o meu plano vai sofrer apenas umas ligeiras alterações. - Chefe o seu alarme está a tocar. - E parece que a diversão extra chegou. Atravessaram a porta e viram Blob que aparentava já estar algum tempo à espera. Avançaram calmamente, mesmo que Kujara dissesse para se apreçaram. De súbito, mais uma vez, uma bomba de fumo cinzenta apareceu e de lá surgiu, o tio malvado, Nero: - Ohh…, não sabiam que eu tinha acesso aos espíritos dos mortos com a minha coroa de louros? Vocês são engraçados! - Deixa-nos passar, tio! - Para quê? Para estragaram o meu plano?! Agora que ele se concretizou e consegui trazer-vos aqui, não vou deixar ninguém atrapalhar-me. - És fraco, Nero! Eu sou quase um semideus vivo! Vais sofrer por todo o sofrimento que causas-te! - És um semideus?! Haha!!! Pois, mas… eu sou um deus! Os dois deram um salto em direção ao outro, dando, ambos um soco. Kujara estava em desvantagem já que tinha passado por uma grande aventura e estava exausto, enquanto Nero tinha passado o dia a treinar e a descansar. Percebendo isso Blob quis ajudar: - Não, esta luta é deles. – disse Chloe impedindo-o Mesmo assim a luta estava bastante equilibrada, já que quando um levava um soco o outro devolvia logo. Ambos proferiram alguns pontapés e umas joelhadas, mas a luta continuava num impasse. Assim, Kujara já exausto levou um soco e caiu ao chão. Nero segurou-o e colocou-o no extremo da ponte, deixando- o cair. No entanto com as suas últimas forças, Kujara segurou-se. E quando estava à beira da morte segurando na ponte, Nero disse: - Que momento nostálgico, mas agora, pareces portar o fim nos teus olhos! No entanto, ainda vais a tempo de te juntares às trevas! Vem comigo! - Nunca. Nem sei no que te tornaste! Sucumbiste com a escuridão! Prefiro morrer agora, do que algum dia me juntar a esse teu plano diabólico. - Se assim o queres – disse Nero largando Kujara que caiu na imensidão - Adeus, irmão. - Proferindo as suas últimas palavras, mas com um sentimento de dever cumprido, e de que o seu filho, Blob, terminaria, honrando o legado da família, com as trevas que se tinham instaurado na cabeça de Nero. - O QUE É QUE TU FIZESTE?! - Ele era um ignorante e um tolo. Sempre pensou que podia mudar o mundo com a paz e assim acabou por ir. Tenho de admitir ele tinha honra, mas são sempre os mais diferentes que partem primeiro. Blob foi chorando com raiva, correndo em direção ao tio com o punho formado. Saltou e antes de o conseguir atingir, Nero desviou-se. Blob, consumido pelo ódio, foi mais uma vez, em direção ao tio e com um espírito semelhante ao do pai nas batalhas, socou-o várias vezes, fazendo-o cair no chão. Para um golpe final, Blob deu um grande salto e caiu com o pé na cara do tio: - Hehe…, lutas bem! És parecido com ele, mas vais terminar da mesma forma. Blob, invocou uma espada lendária, usada e construída pelo general Ulysses na primeira guerra dos troblins e que só poderia aparecer para alguém com 50% de amor e de 50% de ódio na alma. Então, usou-a em direção do tio que, mais uma vez, desviou-se. Este, também tinha truques na manga, por isso tirou um sabre preto da sua bolsa de utensílios. Era uma luta épica de espadas. A luz contra a escuridão. No entanto, raramente um deles se acertava. Até que, Blob, consegue desviar-se por baixo e acerta em cheio um soco na cara de Nero. De seguida, proferiu outro soco, o que fez com que o tio caísse na escuridão. Porém, ainda era imortal, por isso este abriu um portal onde caiu: - Até mais amigos! Gostei muito da nossa luta, sobrinho! Mas pode ser que na próxima vez não tenhas tanta sorte…. De repente o clima esfriou um pouco, devido ao que se acabara de passar. Blob estava destroçado, pois não só não conseguiu salvar o pai, como também deixou o tio escapar: - Para onde é que vai o teu pai? - Não sei…. Nenhum troblin se tinha tornado mortal antes. Eu… nem quero imaginar o que ele estará a passar. Porque é que tu me tinhas de me impedir de o salvar?! - Bem…, a escolha não foi minha, antes de partir ele tinha-me dito para não o impedires de cumprir o seu destino… - Talvez o tio esteja certo. Talvez ele fosse mesmo um tolo… - Ouve, blob. Já passei por isto várias vezes…, uma vez, alguém me disse que mesmo sabendo que um dia vamos embora, nunca estamos prontos para perder alguém. Mas não interessa como eles se foram ou o que fizeram. O que importa é o que sentes aqui por ele – disse ela apontando para o coração de Blob - Obrigado…, mas o que é que fazemos agora? - Bem estamos a uns passos dos seres mais supremos deste universo, que provavelmente nos irão ajudar a acabar com todo o sofrimento. Vamos? – disse Chloe estendendo a mão a Blob, ainda ajoelhado no chão. - Vamos! Atravessaram, com sentimentos diferentes, mas mútuos, a ponte. Assim, entraram no portal. Eles viram um clarão branco e apareceram, sentados, num local completamente branco, digno de divindades. Levantaram-se e viram uma criatura gigante, com um símbolo de uma ampulheta e um relógio, que era preta e verde: era o deus do tempo: - Olá, mortais! Vejo que chegaram finalmente. Digam-me, diante todas as galáxias, perante o infinito tempo, o que vão vocês desejar? - Queremos terminar a guerra que se está a suceder, no nosso mundo…, alteza? - Ah, aquela com os balas flutuantes e as…, ok esperem só um pouco que eu vou falar com meus irmãos deuses. Precisamos da aprovação de todos para fazer uma grande alteração com o mundo mortal. Eles esperam um pouco e logo de seguida, surgiu o deus do tempo, não com uma expressão alegre, nem triste, já que eles não demonstravam nenhuma expressão facial: - Bem…, as notícias que trago, não serão decerto do vosso agrado, diga-se de passagem. - Mas, então porquê? - Os restantes deuses não estão dispostos a negociar com meros mortais e, para além disso, estão com um assunto pendente agora. - Mas isso é completamente estúpido! Os riscos que corremos, as batalhas que travamos, a morte do meu pai…, isso tudo foi em vão?! - Deixem-me explicar-vos uma coisa, estamos habituados a poucas visitas… - Mas isso porquê? - Vou-vos contar uma história… olhem aqui as areias do passado que erguem o presente e moldam o futuro… - Amigo, estamos a meio de uma guerra, podia não se alongar muito? - Quando neste local se passa 1 hora, na vossa terra passam-se 4 segundos, por isso, sendo eu o deus do tempo, posso afirmar que vocês têm tudo controlado. – disse ele levando-os para as areias do tempo onde viram toda a explicação ganhar imagens - Continuando, há muitos séculos, mais precisamente na criação da terra, nós sentíamos que faltava algo para habitar na terra, por isso críamos os troblins! Estas criaturas místicas, instauraram-se na terra, mais precisamente nas profundezas, e lá, construíram o seu império. A cada dia que passava, nós cada vez nos afeiçoava-mos aos troblins e víamos como a perfeita criação. Por isso, demos-lhes uma coroa de louros que lhes dava tudo aquilo que eles quisessem. No entanto eles só as usaram para a avareza, gula, inveja, ira, luxúria, preguiça e soberba. Ficamos extremamente furiosos com eles e assim, no dia 16 de novembro às 10 horas da noite, nós surgimos na terra e queimámos todas as coroas de louros, com exceção de uma que hoje é usada pelo Nero. Obviamente os troblins não ficaram nada contentes e assim nós travamos a batalha das batalhas. Foram 1000 anos de guerra intensa, porém como erámos todos imortais apenas nos causávamos alguns arranhões. Pensámos em torná-los mortais, cogitando que um dia eles se fossem cansar, afinal apesar de ser uma criação imperfeita, vai ser sempre uma criação nossa e mesmo estando a travar uma guerra, o amor impedia-nos de terminar. Assim já farto de tudo o deus dos deuses, o mais sério e poderoso, Suez, ergueu a mão e proferiu um golpe tão grande que originou um buraco de profundidade desconhecida e comprimento inimaginável. Depois jogou todos os troblins para lá, amaldiçoando esse local e impedindo que eles pudessem voltar à superfície. Para além disso, tornou maioria dos troblins mortais e atirou-os para o universo, onde eles vieram a morrer formando as estrelas. No final sempre conseguiram iluminar algo…. Apenas sobraram alguns, que também encontraram a última coroa de louros e esconderam-na num local longínquo, para que mais ninguém caísse na desgraça de começar uma nova guerra, mas ainda com a esperança de que um dia ela fosse usada para o bem. Assim, criaram uma máquina de clones e espalharam toda a sua espécie pelas profundezas da terra. Nunca mais um troblin voltou a contactar com os deuses, apesar de até terem criado um caminho para nos visitar, o qual vocês atravessaram, e que foram os primeiros atravessar. Cada um seguiu o seu caminho, distanciado. Por isso, nós completámos a terra criando os animais e mais algumas criaturas bisonhas, tentando substituir os troblins, tal como o pé grande e a mais recente, os humanos, que por acaso até vieram de uma evolução, mas nós pensamo-los para ser assim. Devo admitir penso que esta também foi um pequeno fracasso. Adiante, é esta a história da separação de uma espécie terráquea com as grandes divindades. Os meus irmãos nunca mais quiserem ouvir falar nem de troblins, nem de humanos, no entanto eu, deixei que o tempo sarasse todas as minhas raivas e angústias e devo admitir fiquei surpreso com toda a vossa evolução, tanto dos humanos como dos troblins. Por isso concedo-vos um desejo. Mas não pode ser nada de grande como acabar com a guerra, isso seria muito mau para as linhas do tempo que eu governo. Pensem bem. - Sim, lembro-me que existia um livro que contava uma história das nossas origens proibidas, mas foram completamente destruídos…. Já agora, lembro-me de o meu pai me ter contado que o Nero antes de obter a coroa, era alguém muito normal e amigável que esteve sempre do lado do pai. Nem acredito que eles tiveram de terminar assim… Terminadas as falas, Chloe e Blob tinham em mãos uma tarefa muito complicada, não podiam acabar com a guerra diretamente, mas podiam fazer algo, que indiretamente, acabasse com a batalha: Vaguearam um pouco pelo local, enquanto admiravam toda a luminosidade daquele local que trasbordava magia. Era uma sala relativamente pequena, onde existiam apenas uma estante de livros que simbolizava todo o conhecimento da deusa da sabedoria, essa que um dia forneceu inteligência a uma raça inteira, estava também um pedaço de cristal que flutuava num pedestal azul com um olho nele desenhado, esse cristal que era proveniente de uma galáxia, criada e destruída pelo deus do espaço. Nessa sala existia também um fragmento em vidro de um resquício de uma memória do dia em que o deus do sol trouxe de volta o maior sol do universo e também um telescópio, guardado com especial cuidado, que protegia o dia em que o deus do tempo, retrocedeu completamente a vida de um planeta, para dar à população uma segunda hipótese e não cometer os mesmos erros. Existia também um retrato, pintado ao mais pequeno pormenor acerca do dia em que o deus da guerra liderou os deuses a uma vitória contra uma espécie de monstros robôs muito poderosos e que pretendiam governar o universo. Por fim, estava retratado num holograma que continha uma galeria de imagens, o menor dos feitos do deus dos deuses, tornar mortal os troblins: - Mortal? É isso, Blob! Nós podíamos tornar o Nero mortal, assim podemos acabar com ele e toda a guerra acaba. É isso sr. do tempo. - Muito bem. – disse ele estalando os dedos – Pedido concedido. Enquanto isso no covil que Nero criou, curiosamente ao lado do apartamento de Chloe, este sentiu-se mal e caiu ao chão: - Está bem senhor? – perguntou um capanga seu desesperado - Sim, está… tudo… bem. – Disse ele apontando um aparelho seu, que mostrava se alguém era mortal ou imortal – Raios…, aqueles imbecis tornaram-me tão indiferente como estes pacóvios humanos. Será que sou inferior agora? Não…. Pelo contrário, tornei-me ainda mais poderoso que antes. Agora que sei que a minha vida tem validade, vou dar tudo de mim nas próximas batalhas… Preparem-se Blob e Chloe. Vão conhecer o vosso fim brevemente. Tu aí, manda uma busca com alguns dos meus homens à procura deles. Entretanto, de volta ao local onde vivem os deuses: - Muito bem, está tudo feito. Creio que a vossa visita tenha acabado. Ah e já agora, espero que consigam vencer esta luta. Se precisarem mesmo, quero que saibam que se depender de mim, todos os deuses irão lutar a vosso lado. - Muito obrigado, significa muito vindo de si. Só mais uma coisa, vocês têm um teletrasportador aqui? - Sim já ali à minha frente. - Mas antes de ir, não tens medo de que ele ganhe a guerra e de alguma forma chegue aqui e acabe contigo? - Nunca. Isso é apenas uma péssima decisão, aniquilar o regente do tempo, é aniquilar as linhas que o suportam, vários universos iriam colidir e o mundo iria desaparecer. Sei que o contexto não é o mesmo, mas tal como disse um humano vosso: “não se pode matar o tempo sem ferir a eternidade”. Eles entraram na máquina em direção a casa de Blob com o deus do tempo sorrindo. Quando chegaram, estavam na cave da casa, já que, o que Blob queria era encontrar o diário do pai que continha as fraquezas de todos os troblins. Ele lembrava-se que estava numa gaveta escondida atrás de um armário. No entanto, de súbito, quando eles abriam a gaveta, surgiram as tropas de Nero. Blob e Chloe nem tiveram muito tempo para reagir já que a reação da tropa foi imediata. Assim, mais uma vez eles estavam numa alhada, visto que estavam já na superfície e a ir em direção a Nero. Este quando soube mandou erguer um palco mesmo ao lado da racha e fez questão de desligar o portal que ligava o fim da racha ao mundo troblin usando uma magia já muito antiga, conhecida apenas pelos portadores da coroa. Assim num sábado ao fim da tarde, com um por do sol diferente dos outros, a execução dos dois começou, e nesta, estavam reunidos quase todos os troblins e todos os habitantes de Cliff City ainda vivos: - Apreciem, público! Eu, Nero, o deus vivo, capturei os dois parvalhões que tentaram travar o meu plano. Eles são Blob, meu sobrinho e Chloe, uma humana com uma mente incrível. Isto é para todos aprenderem que ninguém me pode derrubar, nem mesmo família!!! Últimas palavras, amigos? - Sabes, tio, tal como o teu irmão e pai disseram, essa coroa roubou-te toda a tua sanidade. Não posso conhecer o troblin que acabou de falar agora. - Comovente. – Disse ele largando o saco em que estavam os dois No entanto, Blob, com um rugido equivalente ao de dez leões e uma força incrivelmente grande soltou-se do saco levando Chloe e correndo até a uns poucos metros do palco: - Troblins e pessoas de Cliff city! – disse Blob aumentando a sua voz – Sei que estão infelizes com o reinado de terror que o meu tio está a causar e por isso peço por favor que se juntem a nós e acabaremos com as trevas que se espalharam por aqui! - Gostas mesmo de me dar trabalho, não é? Vá lá, já estou perto da reforma. No entanto, contrariando todas as expectativas todos os humanos e alguns troblins se juntaram a Blob para travar Nero. Era o começo de uma guerra que ditaria o destino do mundo: -Ei! Para onde é que vocês estão a ir?! – perguntou Nero - O plano do Blob parece ser muito mais agradável e para além disso, você está a ficar um pouco maluco. – disse um troblin indo em direção a Blob - Eu? Maluco?! Vocês é que são todos malucos! Eu vou acabar com todos vocês! Eu vou triturar-vos até sentirem o que eu senti ao longo destas décadas ao ser chamado de louco, sem ter ninguém para falar comigo! Exército, ATACAR!!! Começou assim, provavelmente a segunda luta mais épica da terra, apenas antecedida da dos 1000 anos. Blob ficou com Nero, Chloe com alguns troblins apenas usando um livro e um taco de basebol encontrados no chão para defesa. O resto do exército de Blob lutava com os troblins controlados telepaticamente por Nero. Blob avançava com a sua tropa e dominava claramente a batalha: - Augh! Espera Freud?! És tu?! - Vais lutar ou matar saudades? Eu tenho algumas para te dar! – disse Freud que, no entanto, estava com os olhos um pouco mais esverdeados que o normal e com energia de cor roxa e azul a subir pelo seu corpo. Apesar de ser uma decisão difícil, Blob conseguiu derrotá-lo, com uma rasteira que o fez cair ao chão e ficar imobilizado: - Congelar! – gritou Nero carregando num aparelho místico que inverteu o tecido do espaço-tempo e congelou alguns minutos. - Então sobrinho… nós estamos aqui a lutar uns com os outros e… nem parecemos família…! O que eu quero dizer é que, ordena o teu exército para baixar as armas e faço-te uma proposta que vai ser, decerto, do teu agrado. - Se podes congelar o tempo, porque é ainda não acabaste comigo?! - A coroa só me roubou a sanidade, não a compaixão e beleza. - Essa já se foi há muito tempo… - Pois claro, mas vamos ao importante! Tu paras de me atacar e… eu trago o teu pai de volta à vida. Que me dizes, sobrinho? Blob teve de repente uma reação de surpresa, tanto que os seus olhos quase que aumentaram. No entanto, afastou-se e pensou melhor: - Não. Nunca, na verdade. Ainda sinto bem a dor, e muito que gostava de o ver outra vez, mas o mundo não te pode ter como regente. És alguém que se perdeu, apenas uma criança com um brinquedo que a corrompeu. - Eu dei-te todas as oportunidades…, poupei-te sempre…, tentei ao máximo não acabar já contigo, mas tu não mudas mesmo…. - Bem, estou sempre a tentar melhorar!
Assim, com um estalar de dedos, Nero
descongelou o tempo e invocou um exército de espíritos de troblins, os quais tinham combatido na guerra dos 1000 anos que estavam aprisionados na coroa. Assim os espíritos foram libertados e combateram ao lado de Nero. Alguns possuíram muitos humanos e foram em direção a Blob e Chloe: - Mata-os! – disse Blob - Não posso! São humanos e muitos deles são meus amigos! – disse Chloe Assim com toda a hesitação apanharam- nos: Blob revirando-se nos pensamentos, quase que como instinto, olhou para o céu, e viu uma nuvem formando a cara de seu pai. Esta começou a falar. Doces palavras ecoaram nos seus ouvidos. Kujara dizia que era enorme o orgulho do filho por não ter aceitado aquela proposta, mas as trevas espalhavam-se cada vez mais e era altura de terminar com tudo. - Chloe… - disse Blob sendo abafado por indivíduos de duas espécies – Adeus, foi um prazer conhecer-te humana. Assim, Blob deu um soco gigantesco no chão que afastou todos os que os rodeavam com uma rajada de vento. Assim Blob foi correndo e chorando em direção a Nero, agarrando-o e caindo com ele em direção à racha, que estava com o portal para o mundo dos troblins desativado. A queda era de aproximadamente 100 000 quilómetros, pelo que ainda demorou um pouco e fez com que a coroa saísse da cabeça de Nero: - Blob? O que estou eu a fazer aqui? Porque é que estamos a cair por um buraco? - Olá, tio… Assim os dois finalmente atingiram o chão do buraco. Ouviu-se um grande estrondo na terra, causando um pequeno sismo: - Blob! Blob! – disse Chloe chorando e indo em direção à racha – Oh não…. Por outro lado, Blob acordou numa sala mais branca que o próprio brilho, extremamente familiar. Levantou-se e qual foi o seu espanto quando viu o deus do tempo e o seu pai: - Chegaste filho! Vejo que concluíste a tua missão e… - dizia Kujara que foi interrompido por Blob que lhe deu um ternurento abraço – Também senti saudades tuas. - Então é para aqui que vão os troblins mortais? - Precisamente, quando chegaste estava a falar com os outros deuses sobre onde eu devia ficar. - Ah… olá! – disse Nero que tinha acabado de entrar - Cuidado ele pode estar armado! - Não…. Não estou hehe…. Quando te sacrificaste comigo, eu perdi a minha coroa. Peço desculpa, desperdicei a minha vida por causa dela…, já nem me lembro da última vez que era alguém normal e estava apenas a conversar com o meu irmão. Por sinal, desculpa-me também por te ter… bem… matado. Mas acho que ainda precisamos de destruir essa coroa para mais ninguém perca tanta sanidade como eu perdi. - Não te preocupes, irmão! Já estava a precisar de alguém que me fizesse frente. Tive uma boa vida, se é que posso dizer. Mas tu, filho…, ainda tens mais uns tempos para viver na terra com aqueles que mais gostas! - Como assim? - Filho, junto dos deuses, por teres travado uma guerra, nós combinámos que podias ficar mais alguns milhões de anos na terra ou então, poder pedir um desejo. Já eu, tenho de recuperar o tempo perdido com o meu maninho. Isto claro se aceitares. - Mas eu queria ficar aqui convosco… - Tens a certeza? – perguntou o deus do tempo, mostrando o que acontecia na terra, mais precisamente mostrava Chloe a chorar por ter perdido o melhor amigo. - Porque é que ela está assim tão triste, parece estranho…, nunca a vi assim. - Ela é uma guerreira. Durante tudo isto a mãe dela esteve sempre no hospital com uma doença muito grave… Ela já não a vê há muito tempo. Tanto à mãe como ao pai… Mas pronto. Tal como dizia Kujara, podes decidir entre voltar à terra ou obter um desejo. - Deus do tempo… penso que por tudo que ela me fez e tudo o que me ajudou, vou pedir um desejo… Eu desejo que a mãe dela fique bem e tenha uma excelente vida com ela. - O teu desejo… é uma ordem! Assim se sucedeu. Chloe foi informada por uma voz misteriosa que surgiu com o vento, que a sua mãe estava, finalmente bem. Por isso ela foi a correr para o hospital e viu a mãe a levantar-se da cama onde estava. Claro, a sua reação foi logo dar um ternurento abraço à mãe! O dia passou, a noite surgiu e quando Chloe estava já a dormir, ela teve um sonho esquisito onde aparecia Blob: - Olá, Chloe! Tudo bem? Estou mesmo com saudades tuas, no entanto eu fiz aqui uns cálculos e vi que me podes trazer à vida na terra! Podes fazer um holograma meu através da tecnologia toda que eu te deixei em cima da mesa, pedindo ao deus do tempo para colocar aí isso. Eu acho que já está um pouco aborrecido dos meus pedidos hehe, mas com o teu intelecto pode-mos voltar a ver-nos! A única desvantagem é que isto só dura por um ano. Ela acordou de imediato, foi para a garagem e colocou mãos à obra. Existia tecnologia humana e tecnologia troblin por isso foi extremamente complicado saber onde eram postos todos os fios e como eram programados os chips. Apesar de tudo, com o seu intelecto fora do comum ela conseguiu resolver aquele quebra- cabeças. Juntou tudo e no fim levou o aparelho que resultou de tudo aquilo ao local que Blob indicou. Ela carregou o botão e… surgiu um holograma do Blob: - Olá, Chloe! Agora falta o último passo, basta atirares este aparelho para a racha. - O quê?! Toda esta tecnologia que provavelmente me faria milionária? A sério?! - Sim. - Hm…. Está bem, eu depois faço outra. Assim o fez. Então de olhos fechados Chloe atirou o aparelho para os confins da racha. Por isso a forma holográfica de Blob finalmente pode fazer tudo o que ele fez quando estava vivo, já que em resumo a alma dele tinha-se transferido para aquele corpo. Chloe de imediato abraçou-o. Era estranho o seu amigo não estar propriamente vivo, mas era melhor que nada. Para dar um fim definitivo a tudo sobre a guerra, através da engenhoca de Chloe que tinha usado no início da aventura, trouxeram a coroa para a superfície: - É estranho pensar que este objeto tão inofensivo causou uma guerra que quase acabou com o mundo. - Sim, mas afinal, porque é que ela ficou assim, de certa forma, estragada? - Pelo que o meu pai me explicou no além, apesar de na guerra dos 1000 anos os deuses terem destruído quase todas as coroas, eles ainda desconfiavam da possível existência de uma. Por isso, lançaram uma maldição ao solo, que se qualquer coroa estivesse em contacto com ele, esta ficava com os sistemas corrompidos, o que não permitia cumprir os desejos do portador. Assim, após ficar milénios abandonada e sem hospedeiro, começou a ter vontade própia. Deste modo, sugou todos os pensamentos do meu tio e fê-lo de si um escravo. É mais ou menos isto. - Faz sentido, mas esta vai ser a última vez que falamos disto. Para destruir a coroa precisavam da espada que Blob invocou. Por isso ele fez o seu ritual e já com a espada em mãos foi com o ódio todo que continha, destruindo assim aquele objeto diabólico. Devido a isso, os espíritos aprisionados na coroa foram soltos, formando uma paisagem realmente bonita, com fluxos verdes de energia a aparecer: - Este lugar é mesmo mágico! – disse Blob - Sabes esta aventura toda mostrou-me o que eu quero realmente ser. Eu quero ser ESCRITORA! O meu primeiro livro vai ser sobre toda a nossa aventura! - Hm… Tecnicamente estarias a revelar a nossa localização, mas podes colocar no fim do livro “baseado em factos não reais”, penso que assim os humanos nem viriam aqui incomodar-nos. - Temos acordo, amigo! Ainda nessa tarde foram erguidas duas estátuas, dedicadas, claro, a Blob e Chloe, a famosa dupla de Cliff City. Esse foi com certeza o ponto mais alto da sua amizade, uma amizade improvável de uma humana e de um troblin. Na estátua Blob aparecia com a sua espada enquanto Chloe possuía algumas tecnologias.
Assim aconteceu meus amigos! O resto é
história que aconteceu. O livro de Chloe foi um sucesso, tendo Cliff City vários turistas, mas nunca sabendo que o que existia no subterrâneo eram os troblins, já que a história era vista como um simples conto imaginário. Para além disso com todo o dinheiro que ela ganhou, mandou contruir um hospital melhor e também uma boa casa para viver com a sua mãe e futuramente com um homem que conheceu. Por outro lado, Blob aproveitou o seu tempo entre os troblins para desenvolver a sua civilização, aumentando a tecnologia, criando também muitas empresas, desenvolvendo o exército sempre sendo inspirado pelo seu pai, Kujara. Claro, sempre que podiam os dois passavam tempo juntos. Um facto interessante é que a lavandaria onde eles se encontraram, foi demolida e nela construiu-se um museu em honra de Chloe. No entanto, depois de um ano, inevitavelmente o último dia de Blob na terra chegou. Ele despediu-se de todos os troblins dando um forte abraço a Chloe e partindo em direção a seu pai e tio. Este universo continuou repleto de aventuras e histórias, mas isso… são contos para outros tempos. Por isso, caro leitor, pode ser que um dia nos encontremos em Cliff City. Até lá, adeus…! Baseado em factos não reais