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A Filha do Presidente
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R. Schmidt
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Sumário
Capítulo 1 – Solidão presidencial
Capítulo 2 – Agente Garner, Olívia Garner
Capítulo 3 – Uma primeira impressão
Capítulo 4 – Cumprindo o papel
Capítulo 5 – O que pode tocar o coração
Capítulo 6 – O que pode tocar o coração
Capítulo 7 - Injustiça
Capítulo 8 – Decisões tomadas
Capítulo 9 – Ninguém sabe o que o futuro reserva
Capítulo 10 – Invasão à Casa Branca
Capítulo 11 – Salve-a
Capítulo 12 – Acordando do pesadelo
Capítulo 13 – Acordando do pesadelo – Parte II
Capítulo 14 – Só o tempo trará as respostas
Capítulo 15 – Honra e bravura
Capítulo 16 – O primeiro dia
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Capítulo 1 – Solidão
presidencial
"Sam Willian irá presidir a sessão no
Senado que votará o polêmico projeto sobre a
extinção ou aplicação das sanções contra a
China. Amanhã a discussão finalmente irá para o
Congresso. Republicanos e Democratas afirmam
que vão votar sem a influência de seus partidos,
mas alguns parlamentares devem se opor à esse
posicionamento."
Ali não havia nada fora do seu devido lugar.
"A Noite Estrelada", de Vincent Van Gogh,
mantinha-se ao lado esquerdo do cômodo; "O
Nascimento de Vênus", obra de Botticelli, ao lado
direito; a boisere de painéis chineses laqueados,
pertencentes ao século XVIII, compunha parte da
luxuosa decoração da sala de jantar da Casa
Branca. Apesar da beleza, o lugar era frio, mas não
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Capítulo 2 – Agente
Garner, Olívia Garner
- Mamãe, você sabia que Abraham Lincoln
foi o primeiro presidente americano a favor do voto
feminino? – A loira dizia enquanto contava as
cinco gotas do adoçante, como costumava temperar
o seu café preto, isso quando não o tomava puro.
- Seria vergonhoso demais eu assumir que
havia me esquecido dessa informação até você citá-
la? – A mulher de cabelos curtos, negros, denotava
uma aparência cansada por conta de suas olheiras
aparentes. No entanto, fazia questão de manter-se
sorridente ao amamentar o bebê de apenas um ano
e seis meses que brincava tranqüilo com suas
mãozinhas, alheio a tudo o que se passava ao seu
redor.
- Claro que não. O aprimoramento e a
ampliação do papel e dos direitos das mulheres na
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Poucas atitudes são tão requeridas no âmbito
profissional do que a responsabilidade. É ela que
pavimenta o caminho da confiança e lealdade.
Ineficiência é compreensível, perdoável.
Irresponsabilidade não, sob nenhuma hipótese. A
primeira pode ser segregada ao grupo de
comportamentos treináveis. A segunda somente
pertence ao caráter.
Olívia Garner, a californiana de 32 anos, era
um exemplo raro de honra, decência e
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Capítulo 3 – Uma
primeira impressão
As emoções estão presentes em cada ato, nos
pensamentos, comportamentos, no que é falado e
até no que não é. Emoções são respostas
automáticas aos eventos e, junto com os
sentimentos, possuem as características tais como
as de um termômetro, um indicador das escolhas e
decisões cotidianas. Formam, ao nosso redor, quase
um universo paralelo, oculto, onde o que se sente
pode tornar-se um segredo inviolável, caso não
venha a ser externado.
Olívia manteve-se imóvel, impassível, desde
o primeiro segundo em que seus olhos cor de
esmeralda encontraram o castanho dos de Eleanor.
A mulher de cabelos negros, ajeitados em um
coque bem firmado, trajava um vestido drapeado
evasê em tecido nobre na cor azul marinho; os
louboutins em tom nude alongavam a silhueta
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rabo freneticamente.
- Eu o estava levando para que John fizesse o
passeio matinal, mas ele ouviu a sua voz e...cá
estamos.
Era notoriamente atípico que um pet
presidencial não tivesse raça definida, que fosse um
cão popularmente classificado como "de rua".
Contudo, quem pensava de tal maneira eram os
leigos que não sabiam que Eleanor era uma
inveterada apreciadora do mundo animal. Quando
criança, em sua inocência, queria que o pai
comprasse o zoológico para que, sendo ela a
proprietária, não permitisse que ninguém mais
fosse capaz de maltratar nenhum bicho, tendo
espaço e condições para abrigá-los e tratá-los. Por
ela, recolheria todo o animalzinho abandonado na
rua, assim como fez com o seu dócil e esperto
companheiro, mesmo sob infindáveis protestos por
parte de seus pais.
- Oh, não, não, não. – A morena levou a mão
esquerda ao rosto, tampando-o, desacreditada do
que acabara de ver: duas marcas escuras, evidentes
das patas do cachorro em seu vestido – Eu custei
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Cerca de cinco minutos se passaram, com
Conner impaciente transcrevendo alguma
mensagem no celular e Wes preocupado com o
descumprimento do horário programado de saída,
para que a secretária retornasse com tudo o que lhe
foi pedido.
- Agente Garner... – Seu colega de trabalho
verificou as horas em seu relógio de pulso - ...creio
que estamos...
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Come crashing in
Chegam destruindo
Into my little world
O meu mundinho
Painful to me
Doloroso para mim
Pierce right through me
Me atravessam
Can't you understand?
Não consegue entender?
Oh, my little girl
Oh, minha garotinha
All I ever wanted
Tudo o que eu sempre quis
All I ever needed
Tudo de que sempre precisei
Is here in my arms
Está aqui nos meus braços
Words are very
Palavras são muito
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Unnecessary
Desnecessárias
They can only do harm
Elas apenas causam feridas
Vows are spoken
Promessas são feitas
To be broken
Para serem quebradas
Feelings are intense
Sentimentos são intensos
Words are trivial
Palavras são insignificantes
Pleasures remain
Os prazeres ficam
So does the pain
A dor também
Words are meaningless
Palavras não têm significado
And forgettable
E são esquecíveis
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Capítulo 4 – Cumprindo o
papel
A vida é, definitivamente, um jogo de
casualidades onde se tem duas opções: jogar para
ganhar ou simplesmente sentar e observar a
assertividade dos seus oponentes.
Embora cada um de nós tenha motivos
particulares para reagir emocionalmente diante de
situações adversas, todos agimos impulsionados
pela idéia de que tudo, absolutamente tudo se trata
de um jogo.
É sabido que quando se reage diante de uma
provocação, o outro ganha. Quando não se reage,
ele perde. Perder não é muito divertido, então, é
mais fácil acabar logo com o jogo e sair vencedor.
Em determinadas ocasiões, não se deve exteriorizar
as emoções, não se deve permitir que ninguém
perceba o quanto se é sensível. Isso é sinal de
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em um protesto no condado."
Na televisão de cinqüenta polegadas,
mantinha-se congelada a imagem do homem de
cabelos grisalhos e feições muito parecidas com as
de Eleanor.
- O que te faz ou fez ser assim? – Olívia
pensava alto enquanto direcionava-se novamente
para o sofá.
Tomou em suas mãos o celular que estava
largado em cima da mesinha de centro, abrindo o
navegador da internet, a fim de fazer uma busca
rápida.
"Eleanor Conner". Logo apareceu várias
fotos da mulher em eventos diversos, sorrindo,
fazendo pose, exibindo seu garbo e elegância. A
loira passou o indicador na tela do aparelho sobre o
rosto que mais parecia uma pintura parnasiana. A
cicatriz no canto direito do lábio superior era uma
das coisas que mais lhe chamavam a atenção no
conjunto todo de perfeição ímpar.
- Que imbecilidade é essa agora, Garner? – A
agente jogou o telefone sobre o móvel, bufando alto
ao recostar-se no estofado preto – Devo estar
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verbalizações, em suma.
- Isso só pode ser coisa da minha mãe... – A
morena pensava alto – Pois diga que não estou com
fome.
- Eleanor... – Pauline sentiu-se à vontade para
chamá-la assim, pois sabia que ela estava nervosa,
e dada essa condição, gostava de ser tratada apenas
pelo seu primeiro nome - ... eu sinto muito, mas ele
disse que não aceita desculpas. Pediu para que não
demorasse também. E se me permite intrometer, ele
não te dará sossego enquanto não descer.
- Ok, obrigada. – Conner limitou-se a proferir
somente essas duas palavras antes de fechar a porta.
Recostada na madeira maciça entalhada, fechou os
olhos prendendo uma grande quantidade de ar nos
pulmões – Droga! Droga!
Queria não perder o controle de suas
emoções, mas era impossível. Queria apenas viver
um dia em que não se sentisse manipulada. Era
uma mulher adulta, deveria ter assegurado o seu
direito de fazer somente o que bem entendesse, no
entanto, a realidade fugia ligeira em sentido
contrário à de sua vontade.
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um relacionamento forçado?
- Eu...eu não sei. – O homem, que estava
entre uma guerra quase declarada, gaguejou,
preocupado com a resposta que daria, não querendo
tomar partido de nenhuma das duas – Hoje em dia
não se obriga ninguém a ficar com outra pessoa
sem pleno consentimento de ambos.
- Ouviu bem, mamãe? – Conner demonstrava
o descontrole somente pela disritmia de sua
respiração - Pode repetir, papai? Talvez assim a sua
esposa entenda de uma vez por todas.
- Você é uma ingrata mesmo, sabia? – A
primeira-dama agora estava com os olhos vidrados
na filha.
- As duas...querem parar com essas rusgas?
Ao menos respeitem a refeição! Parecem duas
crianças! – Alexander tentava apartar a briga.
- Eu estou farta disso tudo. Não sou ingrata
por não querer que transforme minha vida em algo
pior do que ela já é.
- Ah, faça-me o favor. Estou apenas cuidando
da sua felicidade, do seu futuro. David é o homem
certo para você. Como pode não enxergar? O
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Nos quinze dias que se sucederam após essa
discussão, não houve mais conflitos parecidos. O
presidente e a sua primeira-dama viajaram para o
continente africano por conta de uma visita
diplomática. Conner agradeceu aos céus pelo
sossego, mesmo que finito e por pouco tempo.
A morena, em suas horas ociosas, ia até o
pequeno jardim onde cultivava algumas espécies de
flores exóticas. Sentava-se em um banco à sombra
e punha-se à ler seus exemplares de auto-ajuda
colecionados em sua biblioteca particular.
"Deparamo-nos com momentos em que
tudo parece perder o sentido. Tentamos
desesperadamente encontrar uma fresta de luz em
meio ao beco escuro no qual encontramos perdido
o sentido das nossas motivações, algo que possa
trazer um fio de esperança.
E nessa busca, a dor - impiedosa e voraz -
vai nos consumindo. É uma tentativa inútil de
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Era uma manhã comum de outono, uma das
estações do ano mais bonitas em Washington. A
temperatura mantinha-se agradável; um espetáculo
de cores encantava a cidade. Era a combinação
mágica de sol, frio, chuva, e posteriormente as
folhas caindo, fazendo um tapete multicor espalhar-
se pelo chão. Chamavam-se a esse episódio de Fall
Foliage. Chamavam-se a isso de milagres da
natureza.
Garner acordou, como de costume, às 05:00
da manhã. Resolveu na noite anterior que dormiria
na Casa Branca para não ter que preocupar-se com
atrasos. Eleanor faria uma pequena viagem à Nova
York, tendo a loira, a incumbência de acompanhá-
la junto com mais quatro agentes.
Após sua higiene matinal, Liv vestiu o terno,
trançou seus cabelos e maquiou-se, de acordo com
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bichos ao veterinário?
- Não. Você é paga para cumprir ordens e
essas estão vindas do último patamar. Sinto muito.
A agente teve a incredulidade aumentada
quando Waite tirou do bolso duas páginas contendo
uma lista de afazeres, entregando à ela. A mulher
lia boquiaberta, pensando no quão idiota tinha sido
em não ter acreditado nos colegas quando estes
disseram que uma hora ou outra esse momento
chegaria.
"Babá de cachorro. De integrante do Serviço
Secreto fui promovida à babá de cachorro. É
inacreditável! É inacreditável ao que tenho que me
sujeitar por causa daquela presunçosa de uma figa."
Obediente, e como ótima profissional que
era, após o término de seu desjejum, sem retrucar,
Liv rumou para a área externa na ala sul da
propriedade, onde um colega de profissão já a
aguardava com os cães devidamente acomodados
dentro do carro.
- Belo dia para visitar o veterinário, não
acha? – Ela brincou com Rust, seu parceiro da vez,
assim que se aproximou.
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Relaxa.
- Relaxar?
- O que houve aqui? - Um homem de estatura
mediana, magro, usando um bigode tipicamente
caricato dos detetives particulares de histórias de
suspense policial, aproximou-se carregando um
bloco de notas na mão esquerda, bem como uma
caneta na destra - Vocês estão bem? - A loira bufou
baixo e discretamente.
- Eu estou bem, sargento... - A agente
semicerrou os olhos à fim de enxergar com clareza
o nome do policial - ... Steven. Rust, por favor, eu
preciso ir.
- Qual é o seu nome? - O oficial indagava -
Não posso deixá-la sair assim. Fomos notificados
de uma colisão com fuga. Perdoe-me se eu estiver
sendo indelicado, mas tem um corte na cabeça e
não me parece nada bem.
- Me chamo Olívia Garner, sou agente do
Serviço Secreto em missão de trabalho. Eu não sei
o que houve. Aconteceu tudo muito rápido.
Desmaiei, mas estou em pleno exercício de minhas
faculdades físicas e mentais. Esses animais dentro
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- O que?
- Fale mais da sensação, por favor. Diga-me o
que é estar apaixonada, na sua concepção. - Pauline
deu de ombros, mesmo estranhando tudo aquilo,
cedendo ao pedido de sua "chefe".
- Hum, vejamos... - Um suspiro e uma
pequena risadinha foram suficientes para
transformar o clima de estranheza em algo como
confidencialidades entre amigas - Estar apaixonada
é você começar a se sentir como se pudesse falar
sobre tudo com a pessoa, não importa o que esteja
pensando; é você tentar elaborar planos
mirabolantes para fazer a pessoa ficar, mesmo ela
tendo que ir embora; é perceber que, de repente, as
demonstrações públicas de afeto, bem como tudo
relacionado ao amor, que costumava ser piegas,
tornaram-se as coisas preferidas que te fazem feliz;
é dar fé de que, apesar de você estar
constantemente mexendo no telefone... - A loira
ergueu o aparelho arrancando uma breve risada de
ambas - ... existe apenas uma pessoa com quem se
deseja falar; é sentir como se começasse a conhecer
a si mesmo de verdade somente depois que
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Capítulo 7 - Injustiça
Existem mulheres que parecem ter nascido
finas e elegantes. Mulheres que dormem e acordam
chiques, não precisando fazer esforço algum para
manter o grau elevado da finesse. Essa era Eleanor
Conner.
Andava com as costas retas, e nunca com as
pernas abertas. Era delicada, educada, de fala baixa
e mansa, na maioria das vezes. Controlada na
bebida e na alimentação, não se permitindo o
exagero jamais. Nunca saia de casa com a cara
limpa, obviamente temerosa de algum flagra por
parte dos paparazzi’s. Mantinha unhas, cabelos e
vestimentas sempre impecáveis. O que quando
criança era considerado tortura, hoje em dia havia
se tornado natural, espontâneo e automático.
A morena, acompanhada pelos seguranças,
chegou ao restaurante escolhido por sua amiga, a
consulesa da França, dentro do horário marcado.
"Não é de bom tom atrasar-se, nem mesmo sendo
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Capítulo 8 – Decisões
tomadas
- Garner, tem... - Waite encarava a loira,
boquiaberto. Esta, por sua vez, encarava o caminho
pelo qual Eleanor havia se embrenhado com Bill -
Você tem noção do que acabou de fazer? -
Nenhuma resposta veio da moça - Olívia! -
Somente uma chamada de atenção mais veemente é
que a fez desviar o olhar do ponto cego para mirar
o rosto do comandante.
- Eu não me importo.
- Não...não se importa? - A incredulidade
realmente parecia pairar no ar - Eu ainda não
consigo acreditar que isso foi real. - O homem
massageava sua têmpora direita, enquanto
balançava a perna em claro sinal de nervosismo -
Acho melhor você ir para casa e descansar um
pouco. Eu vou... te ligo depois.
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- Sim...
- A filha dele...Se lembra da Judith no
primeiro ano do colegial?
- Claro que me lembro. Sofri por várias vidas
nas mãos daquela idiota!
- Exatamente! Eleanor Conner é uma idiota!
Uma tremenda e estúpida idiota, igualzinho a
Judith. - A fúria tornou a evidenciar-se na loira ao
citar o nome da infeliz mulher.
- Olívia, está se ouvindo? Olha como se
dirige à filha do presidente dos Estados Unidos! -
Louise ria, mas não por achar algo engraçado nos
gestos agressivos da amiga, e sim por não
reconhecê-la tão descontrolada - Eu nunca te vi
dessa forma tão...tão...intensa! O que ela fez? Foi
grave, não foi?
- O que ela fez? Aquela mulher é uma vadia
egoísta, egocêntrica, que não enxerga um palmo da
frente do seu nariz.
- Conta logo! Está me deixando nervosa e
curiosa.
- Ela... - A agente respirou profundamente
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Capítulo 9 – Ninguém
sabe o que o futuro
reserva
Entre as várias divisões instituídas dentro da
Agência de Serviço Secreto americano, uma bem
importante é a contraposição entre os policiais que
atuam ostensivamente e os que atuam no
administrativo. Existe uma guerra velada nesse
meio. Alguns operacionais acusam os
administrativos de privilégios, de viverem longe
dos riscos e desgastes das "ruas". Em contrapartida,
os que se mantém em horários centrais dentro do
escritório, com direito a noites de sono em casa
todos os dias, impreterivelmente, teimam em alegar
a importância de seus esforços na estruturação da
operacionalidade. Trabalham viabilizando uma
melhoria nas condições dos que estão na ativa.
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Capítulo 10 – Invasão à
Casa Branca
Eleanor chegou à sala de estar mantendo um
sorriso dúbio nos lábios pintados de vermelho.
Agradeceu internamente por nenhum dos presentes
conseguir enxergar além de seu corpo, uma vez que
sua alma provavelmente estaria a revirar os olhos,
mortificada com esse jantar estúpido, ao seu
parecer.
- Boa noite! - O tom ameno da voz da morena
disfarçava a insatisfação crescente dentro dela.
- Eleanor, querida, há quanto tempo não nos
vemos! - Judith levantou-se, cumprimentando a
Srta. Connor com um breve abraço e dois sutis
beijos, um em cada lado da bochecha - Parece-me
tão bem!
- Você também está... ótima! - A mais nova
sustentou a falsidade, desvencilhando-se dos braços
da mulher espalhafatosa, dirigindo-se ao homem a
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dispositivo de comunicação.
- Beta 6. Mosby, vá para a área da cozinha,
por favor. - O aguardo de segundos pela resposta
parecia ter tensionado ainda mais os homens à sua
frente. O comandante desviou o olhar deles
percebendo a movimentação de um de seus agentes
na porta da sala onde o presidente e seus
convidados estavam - Clinton, aproxime-se, por
favor. - Sem pestanejar, o rapaz obedeceu à ordem -
Acompanhe esses dois até a cozinha. Verifique se
está tudo bem por lá. O jantar deve ser servido... -
Waite interrompeu sua fala para verificar as horas
em seu relógio de pulso - ... daqui a exatos vinte e
cinco minutos. Certifique-se de que nenhuma
intercorrência cause atrasos.
- Sim, senhor. - Clinton virou-se para os
supostos colaboradores da empresa contratada -
Podemos? - Ele apontou para o corredor, indicando
o caminho, seguindo na retaguarda.
Quinze passos. Michael deu apenas quinze
passos até alcançar a entrada do cômodo onde a
família do Sr. Conner e do Sr. Henderson
conversavam animadamente, ou ao menos era o
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"secos", limpos.
Tiros! De um instante para outro, o ambiente
encheu-se de vibrações de escopetas, pistolas,
metralhadoras, uma gama de variedades de armas
de fogo disparando simultaneamente.
- Oh, meu Deus! - Agora já se ouviam gritos,
logo correria e comoção generalizada - Venham
aqui! Rápido, rápido. - Waite acenava chamando os
seus homens que estavam por perto - Vamos fechar
a Casa Branca. Liberem os corredores e levem
todos os colaboradores para o salão azul. Preciso da
equipe tática. Acionem, rápido! Cinco ficam
comigo, cada um responsável por uma pessoa lá
dentro. Vão! Vão! - O comandante adentrou na sala
onde o presidente, bem como o restante dos
presentes, permaneciam em polvorosos.
- O que está acontecendo, Waite? - O Sr.
Connor aproximou-se, aflito.
- Eu... - Waite engoliu em seco - Tranquem
tudo! - Ele ordenava aos seus subordinados - Peço
aos senhores que não entrem em pânico. Estamos
tentando controlar... - Nesse instante, foi que
percebeu que não poderia tranqüilizá-los, pois nem
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- Segurança?
- É. O presidente e o governador, com toda a
família, estão lá com eles.
- Oh, meu Deus! É mesmo! Droga! Abaixa! -
A loira praticamente forçou a cabeça de Rust para
baixo quando viu, através do espelho à sua frente,
um homem passar correndo na direção dos outros
dois anteriormente - O túnel está a dez metros de
nós no elevador. Vamos.
- Tem certeza?
- Não, mas não temos opções.
- Certo. Eu vou na frente.
Os agentes estavam às cegas. Arriscariam
suas vidas em prol da sobrevivência deles próprios
e de outrem. Irônico, mas necessário.
De maneira precavida, avançaram até onde
lhes seria permitido a entrada nos túneis
emergenciais. Poucos sabiam de suas existências, e
a dificuldade em acessá-los desanimava qualquer
um. Mas aquele não era o caso. Garner e Rust
embrenharam-se engatinhando por uma parte, e por
outra andando à passos ligeiros. Em exatos seis
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Capítulo 11 – Salve-a
"O que parecia uma resposta rápida ao
ataque, virou uma grande interrogação na Casa
Branca. A polícia prendeu um suspeito, mas
admitiu que pode ter pego o homem errado."
"Um dos porta-vozes do Ministério Público,
Derek Van Halen, disse que alguns elementos
levam a crer que a invasão da Casa Branca trata-
se de um ataque terrorista."
As notícias não paravam de sopitar como
água fervente em chaleira. Para os sensacionalistas
aquilo era um prato cheio. A desgraça alheia
causava, além de comoção, reportagens que
posteriormente poderiam ser consideradas
históricas, de acordo as circunstâncias.
O clima no escritório central da Agência do
Serviço Secreto variava entre a agitação e o
desconforto, dada a falta de notícias do presidente,
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- O que foi?
- Desculpa. Me desculpa pelas coisas que
disse para você. Fui injusta. Eu... sinto muito.
- Srta. Conner, não é hora disso. - Por incrível
que pareça, Liv sentiu-se constrangida com a
situação.
- É sim. Nós duas sabemos que é. - A moça
esboçou um sorriso, meneando afirmativamente
com a cabeça - Está sorrindo. Isso é bom.
- Seria bom se ficasse quieta também. Está se
sentindo melhor?
- Estou com frio.
- Frio? - A agente não tinha nenhum recurso
disponível, no entanto, sabia que precisava fazer
algo urgente. A morena parecia estar recuperando
seus sinais vitais com a compressão da ferida, mas
necessitava de algo mais - Não reclame. - Olívia
deitou-se ao lado de Eleanor, abraçando-a, sem tirar
a destra do buraco do tiro.
- O que está fazendo?
- Pondo em prática as aulas de física do
Ensino Médio. Transmissão de calor de um corpo
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fútil e controversa.
A agente ouviu atenta ao desabafo da
morena. Sentiu complacência. Entendia que as
aparências nem sempre eram condizentes com a
realidade que se mostrava mais à fundo, longe do
superficial. Eleanor havia errado com ela e imagina
com tantos outros mais que cometeu o mesmo
deslize. Sua personalidade carregava pontos
extremos entre a fraqueza e a força, tal como ela
mesma. Não se diferiam muito nesse quesito, talvez
até gozavam de sentimentos únicos. E a quem cabia
julgar como sendo certo ou errado?
- Eu não tenho certeza de nada e a maioria
das pessoas também não tem. Só que... - A loira
deu um riso breve e incrédulo - ... não perdemos a
irresistível atração em fingir que somos donos da
verdade. Eu tenho dificuldades com relação a
críticas. Confesso que quando dizem que sou
metida a fodona, sinto vontade de socar a cara do
indivíduo e perguntar: "quem é a fodona mesmo?" -
Gargalharam, mas tão logo Eleanor tossiu,
interromperam o ato - Muitos não me conhecem de
verdade, e acabam julgando pelas minhas defesas.
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de consciência.
- Sim, faremos, mas... que idéia arriscada é
essa afinal?
- Espera. - A loira teve dificuldades em
lembrar a ordem correta do número de telefone do
escritório da agência devido à pressão psicológica
que vinha sofrendo desde a maldita hora em que
resolveu buscar suas coisas na Casa Branca.
Conseguiu, por fim, recordar-se, e assim tentou o
contato. Duas chamadas apenas foram suficientes
para que o atendimento viesse - Alô? É a agente
Garner.
- Diga, agente. Como está a situação aí?
Pode nos informar algo mais? - A voz da tenente
Isabelle era firme, justamente para transmitir
segurança.
- Não sei de muita coisa, aliás, de nada. Eu...
eu tive um lampejo que pode ser a única saída.
Existe um acesso ao túnel em que estamos, como
uma espécie de bueiro, pela ala norte no jardim,
camuflado perto do canteiro das sálvias. Eu posso
atrair os invasores, ou pelo menos boa parte deles
para o outro lado, desde que vocês garantam a
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Capítulo 12 – Acordando
do pesadelo
Quando abriu os olhos, Olívia ficou surpresa
ao descobrir que não tinha acordado em sua cama,
nem que estava iniciando um novo dia de trabalho.
Sua rotina se dava em levantar um pouco
preguiçosa, fazer suas necessidades fisiológicas,
bem como sua higiene matinal, tomar um café da
manhã reforçado com seus suplementos alimentares
de acompanhamento, executar quatro séries de
cinqüenta abdominais cada e, por fim, duas séries
de vinte e cinco flexões. Às vezes arriscava mais
algum outro exercício para a perna, o que
dependeria do horário estando avançado ou não. No
entanto, naquele momento, nada era como deveria
ser. O certo seria Garner acordar e as lembranças
dos tiroteios, das explosões e de todo o furdúncio
causado pela invasão, não passarem de mero
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pensamentos coerentes.
- Estou ótima! Ótima! - A Srta. Conner deu
ênfase na última palavra, falando pausadamente,
fechando os olhos em seguida, denotando sua total
falta de senso.
- É...eu preciso ir, Sr. Presidente. Estimo
melhoras à sua esposa. Se precisar de mim, sabe
como entrar em contato.
- Oh, sim. Obrigado mais uma vez por tudo,
tudo mesmo, de coração. Melhoras para você
também. Tratarei para que tenha tudo o que
necessitar durante sua convalescença.
- Agradeço imensamente. Até mais. - Com
um aceno, a loira deixou o recinto ainda atordoada
com as falas ousadas da herdeira, mesmo sob o
efeito de medicação, indo procurar por Waite.
Durante seu trajeto pelos corredores do
hospital, Garner encontrou com um policial
conhecido dos tempos de treinamento em tiros de
precisão. Indagou-o a respeito do paradeiro de seu
comandante, sendo informada de que o mesmo
encontrava-se nas proximidades da recepção
principal. A loira agradeceu, seguindo para o local
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Capítulo 13 – Acordando
do pesadelo – Parte II
O Ford Escape prata, do ano de 2015, parou
frente ao edifício onde moravam George e Nora. O
uso de elementos combinados, que solitários não
têm muita relação, mas unidos proporcionam a
montagem de um conceito elegante, é um dos
destaques desse prédio moderno. O vidro usado
tanto nas varandas como nos muros em substituição
da alvenaria, fazia transparecer não apenas o
ambiente, deixando-o mais amplo visualmente, mas
proporcionava uma sensação de liberdade mesmo
com a total segurança de um material seguro e
funcional. Típico da cidade onde moravam.
O casal havia se mudado para o local há
alguns anos, depois de muita insistência por parte
da filha mais velha. Liv queria que seus pais
morassem em uma residência de maior conforto do
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agente.
- Eu estava no escritório da USES sim, mas
quando fui transferida, acabei deixando alguns
pertences no dormitório dos agentes e... resolvi
buscar.
- Tudo culpa daquelazinha mal educada. -
Nora esbravejava.
- Quem? - O Sr. Garner franziu o cenho,
curioso.
- Eleanor Conner. Demitiu a nossa menina
mesmo depois dela ter salvado o cachorro, aliás,
agora salvou a vida dela também, não é? E sem
obrigação nenhuma. Quem a vê nos noticiários toda
pomposa, rebuscada, cheia de sorrisos, nem
imagina o quanto é mimada, sem escrúpulos e
estúpida.
- Mãe! Não é bem assim...
- Ah, não é, Olívia Garner? Como não é?
- Calma, amor. - George tentava apaziguar os
ânimos da mulher, enquanto a filha revirava os
olhos para mais um rompante de proteção materna.
- Calma, George? Se não fosse por aquela...
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amavelmente.
- Por que está tomando soro também? E papai
mancando? – A filha preocupava-se com o estado
de saúde de ambos.
- Foi só um susto. Estamos ótimos. Não deve
se preocupar com isso agora.
- E Olívia? Eu queria vê-la. Ela... ela me
salvou. Preciso agradecer.
- A agente Garner esteve aqui logo nas
primeiras horas do dia. Não se lembra?
Conversaram. Pouco, mas conversaram. – O
homem franziu o cenho desconfiado.
- Está brincando, papai? – Conner esboçou o
que seria uma risada, mas gemeu tão logo a dor
importunou-a.
- Não, minha querida. Ela veio ver como
você estava. É uma moça muito gentil.
- Não me lembro.
- Deve ser por causa das drogas que lhe
deram. – A primeira-dama sentou-se na poltrona
que ficava ao lado direito do leito, já também
incomodada pela fraqueza que lhe acometera.
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Capítulo 14 – Só o tempo
trará as respostas
Para a maioria das pessoas - em especial para
Nora - receber visitas em casa é sempre uma
alegria. Já por isso, dispunha de um lugar especial
na sala, arrumado com capricho e bom gosto, que
traduzia a personalidade dos Garner. Contudo, a
situação extraordinária deu-se de forma tão
surpreendente que toda a pompa com o qual a
mulher fazia questão de receber os amigos e
parentes, esvaiu-se por completo. Tanto mãe
quanto filha demoraram alguns segundos para
assimilarem e associarem a figura elegante parada
na porta, com o motivo pelo qual estava ali.
- Quem é que chegou? - George apareceu
atrás de Liv e Nora, carregando o filho no colo,
ficando boquiaberto com a imagem que sua visão
captava – Eleanor Conner?
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Capítulo 15 – Honra e
bravura
"A paixão à primeira vista acontece quando
se vê alguém, e sem ao menos precisar conversar
antes, sentir que é a pessoa certa. É quando se
descobre grandes verdades através de apenas uma
única troca de olhares. É saber antes mesmo de
dizer oi que ali pode estar a pessoa que passará o
resto dos seus dias ao seu lado, até o fim."
- Está interessante a leitura, Eleanor? - A voz
aguda do Dr. Prescott despertou a morena de seus
devaneios.
A herdeira presidencial fechou o exemplar,
dando um leve pigarrear em seguida. Seus olhos
miraram o homem à sua frente por alguns
segundos, logo retornando a visão para a capa do
livro de um autor desconhecido. Nas páginas
podiam-se encontrar explanações sobre o despertar
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maridos.
- Algum problema? Parece desinquieta...
- Impressão sua. Deve ser por que essa é a
primeira vez desde o fatídico dia em que
aparecemos oficialmente em público. Digamos que
não seja tão confortável como era antes. Muitas
coisas aconteceram, muitas coisas mudaram.
Misturando-se com as vozes diversas, outro
som pôde ser distinguido pelos ouvidos curiosos da
morena. O portal duplo de cedro maciço abria-se,
possibilitando a entrada dos Garner. A primeira a
entrar foi Nora, seguida por seu esposo e uma moça
desconhecida por Eleanor. Sentaram-se nos locais a
eles indicados, faltando apenas uma cadeira a ser
ocupada.
"O que será que está acontecendo?"
David falava algo no qual ela não prestava
atenção, uma vez que seu interesse se voltara para a
porta que ainda estava aberta, sem que ninguém
estivesse entrando.
A herdeira presidencial não se deu conta, mas
logo suas íris castanhas tomaram um brilho
diferente, emocionado, quando finalmente o
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Capítulo 16 – O primeiro
dia
" - Já tenho muitos problemas em minha
vida.
- Eu sou um problema para você? É isso? –
Ela aproximou-se um pouco mais. Podíamos
sentir a respiração uma da outra. Simplesmente
eu não conseguia resistir, permitindo o toque
mútuo. Era algo forte, intrínseco – O seu corpo
também me acha um problema? – Passei de leve a
mão na sua cintura, envolvendo-a nos meus
braços. Seus olhos fixos em minha boca
denunciavam o quanto queria me beijar – Beija,
Garner! – Disse – Beija logo!
De repente uma mão masculina tocou-a nos
ombros, repelindo todo e qualquer contato que
poderíamos ter.
- O que pensa que está fazendo? Ela jamais
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- Mosby, não?
- É, ele mesmo. Como sabe?
- Já trabalhava conosco há um tempo. Muito
competente.
- Muito. Eu tinha inveja dele às vezes...
- Por que? - A mais velha estreitou os olhos
rindo, e só então, quando ouviram um pigarro é que
se deram conta de que conversavam aberta e
tranquilamente na frente dos empregados da
cozinha.
- Srta. Conner, desculpa interromper, mas
gostaria que o almoço fosse servido agora? - A
cozinheira chefe cessou aquele diálogo mesmo sob
grande constrangimento.
- Oh, sim. - A herdeira caminhou até a
geladeira pegando duas garrafas de água - Pode pôr
a mesa para duas pessoas. Tenho uma convidada.
- Ele... - Olívia engoliu em seco quando
percebeu a forma como estava se dirigindo à filha
do Sr. Alexander na frente dos demais - Srta.
Conner, podemos falar em particular por um
instante?
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Capítulo 17 – O segundo
dia
Olívia estranhou a facilidade com que
Eleanor adormeceu. Ela não conseguiria mensurar
o tempo, mas calculava algo como em torno de
cinco minutos. Cansaço, álcool na corrente
sanguínea, ou apenas facilidade em dormir. Esses
eram possíveis motivos para que o corpo moreno se
entregasse ao estado de vigília tão rapidamente. E
as razões para a comandante estar acordada? Essas
estavam no rol de incógnitas que passaram a
circundar a vida da loira.
Garner mantinha-se à esquerda, no
hemisfério corporal onde, dizem os especialistas,
está o coração. Nesse instante tudo fez sentido. Ela
observava Conner dormir de bruços, os braços
estendidos para cima e o rosto levemente virado
para o lado. A respiração, calma e silenciosa, como
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- Ok.
- Uma postura forte e confortável permitirá
que você desfira socos mais precisos e lhe dará a
oportunidade de desviar dos golpes dos seus
oponentes. - Liv segurava na cintura da mais velha,
ajeitando seu corpo da forma correta - Posicione o
pé esquerdo à frente, isso... mais ou menos em um
ângulo de 45° virado para quem for lutar contigo.
- Está certo assim?
- Está... O seu calcanhar esquerdo tem
permanecer alinhado ao seu dedão direito. A maior
parte de seu peso deve estar no pé de trás.
Cotovelos juntos e suas mãos erguidas.
- Ai, não quero mais. É muito complicado!
- Onde está a complicação, Eleanor? Pare de
reclamar e preste atenção... Coloque a mão
esquerda abaixo da bochecha e a direita debaixo do
queixo.
E as mulheres passaram minutos se
divertindo com os tombos memoráveis, as risadas
soltas e as conversas fúteis, porém
agradabilíssimas. Da academia foram direto para o
estande de tiro. Colocaram o colete de segurança,
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Capítulo 18 – O certo e o
errado
Desde os primórdios da humanidade, ainda
quando pequenos, aprendemos que na vida existe o
certo e o errado, o preto e o branco. Aprendemos
que falar a verdade é certo, mentir é errado. Ser
educado é certo, mas a grosseria é errada.
Quando tornamo-nos adultos, o julgamento
entre o certo e o errado, atrelado à culpa que a
sociedade e nós mesmos nos impomos, torna-se
ainda mais rígido. Não nos permitimos errar,
tornamo-nos cada vez mais severos, abarrotados de
regras, reprimindo sentimentos, desejos,
espontaneidade e tudo o mais que, por muitas
vezes, é considerado um lado negro de nossa alma.
Porém, a verdade, é que todos somos seres
ambíguos, somos ambos os lados de uma mesma
moeda. Temos a obscuridade e a luz dentro de nós;
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- Certo.
Liv nem se deu ao trabalho de despedir-se da
amiga. Apenas encerrou a chamada, jogando o
celular no banco ao lado. A pressa a impediu até de
colocar do cinto de segurança corretamente,
lembrando do mesmo alguns quilômetros depois,
ao fazer uma curva e sentir seu corpo livre em
demasia quando inclinou para frente.
O trajeto até o apartamento de Louise foi
feito em tempo recorde. Mas também pudera...
Ultimamente a loira vinha quebrando muitas regras
sem pensar direito nas conseqüências posteriores.
Avançar sinais e dirigir acima da velocidade
permitida era algumas delas.
- Se os vizinhos reclamarem do barulho, eu
juro que vou te estrangular, Olívia Garner. - A
amiga ralhava ao abrir a porta com rapidez, devido
às batidas insistentes da outra.
- Eu preciso te contar algo, mas tem que
manter segredo absoluto. Absoluto. Existe o sigilo
médico, não existe? Então... é disso que preciso. -
A comandante disse, enquanto ia adentrando a sala,
sentando-se no sofá à bater o pé direito
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ritmicamente no chão.
- Liv, sigilosa é a relação médico e paciente,
e não amiga e amiga desesperada. Se relatar algo
que te comprometa física e mentalmente ou a
outrem, eu...não posso garantir nada.
- Mas que droga,Louise! Não é minha irmã? -
A loira levantou-se por alguns segundos, tirando a
carteira do bolso traseiro de sua calça. Buscou por
todas as notas que tinha disponíveis, jogando-as
sobre a mesinha de centro - Pronto. Isso paga uma
consulta com a Dra. Mattew.
- Ai, Garner. - Louise sentou-se à suspirar,
buscando por paciência - Sabe que isso não é
necessário. Só... me conte o que houve. Vamos lá.
- Eu beijei a Eleanor.
- Você o quê?
- Quero dizer... ela me beijou e eu não a
impedi.
- Como... como foi isso, amiga? - Louise
deixou o sofá em frente para sentar-se ao lado da
loira.
- Nem sei por onde começar...
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salvo
No one will find out if it all went wrong
Ninguém descobriria se tudo desse errado
They'll never know what we've been
through
Eles jamais saberão de nada do que
passamos..."
Era irônico e trágico. Ao mesmo tempo em
que a esperança dada pela loira parecia ser o motor,
aquilo que impulsionou Eleanor, foi também o seu
maior engano, a decepção que destruiu uma ilusão,
fazendo a herdeira arrepender-se de ter se despido
de seus medos, tristezas e qualquer outro tipo de
máscara diante de Garner.
Brincaram, dançaram, divertiram-se,
confidencializaram segredos invioláveis,
conversaram sem proferir nenhuma palavra, apenas
através dos olhares cúmplices. Dormiram juntas,
uma ao lado da outra, tendo as almas acalentadas
em um caloroso abraço invisível. Compartilharam
muito mais do que um lanche de rua,
compartilharam carinho, amizade e uma conexão
que Eleanor jamais sonhara existir de verdade. Até
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Liv não estava com um bom humor, e seu
semblante sisudo denotava o estado de espírito que
gritava dentro de si. Isso sempre acontecia quando
dormia mal, no caso, quando não dormia. Em um
dado momento da madrugada, depois de externar
todos os seus infortúnios para a amiga, depois de
querer estar com Eleanor e “desquerer”
instantaneamente, resolveu retornar à Casa Branca.
Só soube que tinha sido uma péssima idéia quando
verificou as horas no seu celular e descobriu que já
devia iniciar suas atividades laborais, sendo que
suas pálpebras nem ao menos haviam se fechado
por segundos para descansar.
Sem muito ânimo, a loira levantou da
pequena cama e pôs-se a fazer sua higiene matinal
e a se arrumar. Não como rezava a sua rotina diária,
pois nada mais seria como antes. Fazia por instinto,
no modo automático, apenas em cumprimento de
um compromisso.
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herdeira.
Eleanor escolheu um conjunto qualquer de
short e camiseta branco, desses que mesmo não
sendo tão bonitos, deixam a mulher atraente pelo
estilo esportivo; um tênis e um boné compuseram
suas vestimentas. A morena, apesar de possuir um
nível de animação abaixo de zero, deveria
sacrificar-se mais essa vez pela imagem que tinha a
zelar, pelo agrado que faria aos seus pais quando
soubessem, e pela desaprovação que notou através
das atitudes de Garner.
- Não é só você que pode me divertir,
comandante.
Todos já estavam à postos no hall próximo à
saída por onde os carros partiriam, quando a filha
do presidente apresentou-se no local, pronta para o
passeio. A agente federal não quis delongar-se com
aquela tortura - tão logo começasse, tão logo
terminaria - portanto, colocou todos para agir
imediatamente. Entraram em seus devidos carros e
seguiram, conforme instruções prévias, para o
campo de golfe.
Com vistas para os Parques National Mall e
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imediato.
Suas bochechas avermelhadas a deixavam tão
graciosa quanto uma bela flor bailando na brisa de
um fim de tarde em dia de verão. Conner mais uma
vez estava próxima o suficiente para notar os
detalhes do lindo rosto da loira. As sardinhas
discretas, a cicatriz abaixo do sobrolho esquerdo, os
lábios finos de textura macia, sabor doce, que
causavam explosões de sentimentos dentro de si.
Emoções nunca antes experimentadas, e que ela
daria tudo o que tinha para sentir novamente.
Eleanor riu de toda aquela graciosidade. A
comandante durona que enfrentou homens
fortemente armados, agora não passava de uma
garotinha constrangida... e linda.
- Garner, eu sei que um "nós" nunca existiu e
nem existirá. Imagine...você se rendendo à paixão
por uma pessoa como eu? E eu por você? É mesmo
descabido, inconcebível. Somos de mundos
diferentes. Você tem razão. Foi um erro. Não tem
como gostar romanticamente de alguém nessas
condições.
- Tenho razão? Não tem mesmo como nos
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Capítulo 20 – Permitindo-
se
Gostar de alguém é sentir um frio na barriga;
é beijar ávida e calmante, e de vez em quando, abrir
os olhos discretamente para conferir o ambiente e o
sorriso nos lábios da outra pessoa; é adorar dormir
junto, mas acordar na primeira hora do dia seguinte
mantendo os outros compromissos; é tirar do sério,
com a tenacidade de testar o ponto fraco do outro.
Gostar é estar longe e sentir saudades do que ainda
não acabou; é como ter o jogo ganho, mas faltar
apenas uma carta nas mãos. O verbo gostar traz
consigo muitas incertezas e, ao mesmo tempo,
muitas descobertas.
Todas as definições de gostar aplicavam-se à
Olívia e Eleanor, uma vez que ambas estavam
arriscando o desconhecido, enlouquecendo. Suas
atitudes e vontades tornaram-se completamente
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Em seus aposentos, Eleanor mostrava-se com
outro humor, um tanto quanto diferente do que no
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minutos.
– Como queira, Srta. Conner.
Imediatamente da saída da mulher, Rust
tentou contato com Olívia pelo dispositivo
comunicador, no entanto, ele parecia desconectado
de sua base. Dando de ombros, partiu para a sua
segunda opção: o celular corporativo. Chamou
uma, duas, três vezes até que a loira se prestasse a
atender.
– Garner.
– Comandante, é o Rust.
– Eu sei que é você. O que foi? Aconteceu
alguma coisa?
– Não sei se isso é "alguma coisa". A sua
protegida quer sair... imediatamente. Pediu para
ajeitarmos tudo.
– Sair? Para onde? Elea...a Srta. Conner
enlouqueceu?
– Não é tão tarde, mas é estranho, não acha?
Ela nunca saiu nesse horário, salvo se por algum
compromisso de trabalho. Ah, e só vai... passear
por Washington.
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compartilhado.
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Amanhecera. Conner espreguiçou-se na
cama, enquanto sorria e despertava de uma das
melhores noites que teve em toda a sua vida. Aliás,
todas as que passou com a comandante entraram
para o hall de melhores noites de sua vida.
Rapidamente, a herdeira atentou para o fato
de que estava deitada sozinha no largo colchão, ao
virar-se para dar um beijo de bom dia na loira.
– Olívia? - Conner constatou sua solidão
matinal ao chamar pela mais nova e não obter
respostas.
Suspirando, a mulher levantou preguiçosa da
cama, e com menos de dez passos à frente,
deparou-se com uma rosa sobre sua mesa e um
bilhete ao seu lado.
"On se demande parfois si la vie a un sens
et puis on rencontre des êtres qui donnent un sens
à la vie*. Aproveite o dia da melhor maneira que
puder. Não se meta em encrencas, pois eu não
estarei por perto. Te vejo amanhã, e tenha a
certeza de que sentirei saudades."
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Capítulo 21 – Mudanças
positivas
A vida de muitas pessoas pode ser resumida
em uma busca incessante pela felicidade. Seja
através de uma amizade, de um relacionamento
amoroso, de uma carreira de sucesso, de dinheiro, e
das milhares de maneiras e de coisas que tragam
esse sentimento extasiante. Os métodos são
diversos, mas o intento é o mesmo: ser feliz!
A questão é que poucos param para pensar no
verdadeiro significado da felicidade, de onde ela
vem, o que ou quem nos faz genuinamente felizes.
Casas e carros luxuosos, um homem ou mulher de
capa de revista para se exibir aos amigos, viagens
ostentativas? Infelizmente nada disso é ser
verdadeiramente feliz. A felicidade não é um troféu
ou uma medalha de recompensa, menos ainda uma
moeda de barganha. A felicidade não é ter, e sim,
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preferido?
- Bom dia, minha filha. Bem... Theo é o
único irmão que você tem, salvo se seu pai não
tiver dado umas escapadas por aí...
- Não fale bobagens, amor.
- É, D. Nora. Para o meu pai trair a senhora,
tem que acontecer o apocalipse primeiro.
- Mas aí tudo terá terminado. Como ele me
trairá sem mais nada, nem ninguém na Terra?
- Justamente isso! - A loira estava sorrindo
tanto que a impressão que dava era de que travaria
o maxilar à qualquer instante.
Aquilo se mostrava demasiado atípico, ainda
mais para o dia que era. Não que a filha mais velha
da família fosse triste ou carrancuda em seu humor
natural, pelo contrário. Olívia era bem divertida
entre amigos e familiares, diferente de sua postura
no trabalho. Mas aquele era um dia especial em que
a loira não interagia com ninguém, menos ainda
sorria. Há dez anos, quando se aproximava da data,
a agente federal se enclausurava em seu loft e só
saía de lá quando a depressão momentânea
apresentava algum alívio. Por isso, tudo parecia
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Na Casa Branca, Eleanor, assim como a
comandante em Baltimore, exalava a beleza e
euforia de seu estado de espírito leve.
Após passar alguns minutos sorrindo, de
olhos fechados e segurando o bilhete da loira contra
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Capítulo 22 – Quando
tudo parece estranho...
Algumas pessoas aprendem que é benéfico
ocultar sua verdadeira motivação para atingir suas
metas. Em vez de optarem seguir pelo caminho da
sinceridade, inventam razões superficiais para suas
solicitações ou para justificar suas ações. Estes
indivíduos iludem os outros, agindo com segundas
intenções.
É fácil para um ser manipulador controlar-se
e não falar de seus pensamentos em voz alta, mas
não é tão fácil encobrir seus verdadeiros
sentimentos em seus gestos e expressões faciais.
Existem muitas contradições entre as palavras e o
olhar.
O bom humor da primeira-dama era deveras
atípico, ainda mais em se tratando de tão tenra hora
da manhã. Garner, por um segundo, acreditou que a
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No salão oval, o Sr. Alexander rascunhava
alguns papéis que estavam espalhados sobre a
grande Mesa Resolute. Este móvel, datado do
século XIX e confeccionado com partes da fragata
britânica HMS Resolute - daí o nome dado à mesa -
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estão?
- Bem... segui o seu conselho. Conversamos.
Expor certos sentimentos ajuda, mas acho que, em
nosso caso, as coisas são um pouco mais
complicadas. Não podemos simplesmente assumir
o que desejamos e vivenciar o que gostaríamos. Eu
estou ao lado dela o tempo todo, mas ironicamente,
mal posso ficar perto.
- E decidiram o que fazer com essas emoções
prestes a sopitar?
- Vamos deixar as coisas acontecerem
naturalmente. Não tem muito o que decidir ainda,
Louise.
- Então quer dizer que estão juntas? - A
psicóloga parecia deveras curiosa e animada.
- É, digamos que sim. Anteontem nós
falamos bastante à respeito do que sentimos, dos
nossos medos, dançamos e dormimos. Acredito que
isso é estar junto, de certa forma.
- Espera! As duas dormiram na mesma
cama?
- Dormimos, Louise Mattew. Deitamos na
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Capítulo 23 – A primeira
vez
Desde a atípica conversa que tivera com
Anne, Eleanor não saiu de seu quarto à não ser para
almoçar, e sozinha. Seu pai já havia ido para o
compromisso, e a mãe tratava das madeixas em um
cômodo na ala leste da Casa Branca. A morena já
estava acostumada a fazer as refeições no silêncio
dos casarões em que morou, mas, ultimamente,
essa solidão a incomodava. Queria conversar,
queria rir de bobagens cotidianas. Contudo, em
monólogos, acabaria por entediar e enervar-se
ainda mais. Nos seus aposentos, ela ao menos
desfrutava de liberdade de ser e fazer o que bem
entendesse.
Já era fim de tarde. Após um longo e
regozijante banho, Conner buscou pelo exemplar de
Doctor Sleep, de Stephen King. Como leitora
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[19:16]
Garner: Queria te fazer uma surpresa!
[19:18]
Preciosa: Uma surpresa? Mas vamos sair de
verdade? Vamos a uma festa? Onde? Em uma
boate? Eu sou louca para ir em uma boate
“normal”.
[19:20]
Garner: Boate normal? Hahaha... Surpresa é
surpresa. Apenas esteja magnífica como sempre às
21:00. Sairemos normalmente, mas você dirá que
prefere que somente eu te leve para não chamar a
atenção. Entendido?
[19:23]
Preciosa: Acha que isso vai funcionar? D.
Beatrice vai fazer um inferno para que eu saia com
a equipe toda.
[19:25]
Garner: Não custa tentar persuadí-la. Disse
que confiava em mim...
[19:26]
Preciosa: E confio. Está bem. Algum traje
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especial?
[19:27]
Garner: O que você se sentir à vontade para
usar.
[19:28]
Preciosa: Olívia?
[19:28]
Garner: Oi!
A aflição adolescente, o coração palpitando
forte no peito, a freqüência respiratória
desregulada, sintomas de pessoas em estado de
graça, apaixonadas. Sintomas que Liv e Eleanor
sentiam mutuamente, cada uma em um cômodo
extremo da Casa Branca.
[19:30]
Preciosa: Boa noite. Já estou ansiosa. Irei
torcer para que os ponteiros corram rápido no
relógio.
Não era bem isso o que a morena queria
digitar, mas faltou-lhe uma boa dose de coragem.
[19:31]
Garner: Eu contarei os segundos. Tenha uma
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- Exatamente.
- Uma festinha de vez em quando não faz mal
a ninguém, não é? - O presidente intrometeu-se na
conversa das mulheres - Só tome cuidado, pelo
amor de Deus, Eleanor!
- Claro, papai. A comandante Garner irá me
acompanhar o tempo todo.
- Por que não convida o David para ir
contigo?
A morena suspirou profundamente
suprimindo a vontade de revirar os olhos. Era
mesmo de se admirar que D. Beatrice passasse
tantos minutos sem usar de sua mania inveterada de
imposição, de querer infundir seus conceitos
estapafúrdios. Mas não era hora de se exaltar.
Conner deveria engolir as palavras de repreenda
que estava prestes a proferir, afinal, um bem maior
a aguardava.
- Mamãe, está em cima da hora. A senhora
mesma me disse diversas vezes que não é de bom
tom convidar as pessoas para eventos sem uma boa
antecedência.
- Ah, mas esse é um caso à parte. Tenho
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- É a sua casa?
- Não. Eu moro em Capitol Hill. Esse é o lar
da Louise.
- Oh, mas ela não vai se importar de
entrarmos? Você nem sequer ligou informando que
viríamos, Liv! - A mais nova não respondeu.
Apenas tirou o chaveiro da bolsa, ao mesmo
instante em Conner franziu o cenho em estranheza -
Tem a chave daqui?
- Claro! Por necessidade. Louise gastou na
faixa de $ 200,00 dólares com chaveiro no ano
passado. Fui obrigada a ficar com cópias reserva
para ela economizar quando perdesse. É mais fácil
se deslocar até a minha casa do que pagar uma
fortuna para entrar na dela.
A agente estava ciente de que a amiga havia
disponibilizado o apartamento para que ela e
Eleanor pudessem jantar e ficar mais à vontade,
mas como os planos haviam mudado de última
hora, Olívia nem se preocupou em ir ao local antes
para fazer o que quer que fosse.
E nessa falta de antecipação é que ambas
foram surpreendidas: a sala estava romanticamente
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Capítulo 24 – Esse é o
meu passado
A surpresa que se tem ao ouvir uma mulher
dizendo que não gosta de romantismo é deveras
verossímil. Pode ser taxado como preconceito -
sendo analisado de determinado ponto de vista - o
fato da incredulidade ao deparar-se com um ser do
sexo feminino que tenha essa afirmativa sem um
motivo exato para tal. É praticamente impossível
encontrar uma razão plausível para as negativas ao
romance, apesar de dizerem por aí que existe.
Garner sempre teve como premissa de seu
comportamento, o toque suave e poético ao tratar
das mulheres com quem se relacionava, e entendia
as que não admiravam tais gestos. No entanto,
rejeitar jantares românticos... Ah, isso ela não
admitia.
Os jantares românticos não são simples
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óculos escuros.
- Eu confesso que já tive vários sonhos
eróticos com você mesmo quando ainda não
éramos tão próximas.
- Eu confesso que já quis roubar uma
calcinha sua. - Por acaso a mais nova sorteou a sua
própria confissão, recebendo um olhar incrédulo da
outra - Não fale nada para não estragar a
brincadeira que você mesma sugeriu.
- Está bem. - Eleanor pigarreou - Eu confesso
que queria transar com você dentro do carro
presidencial.
- Eu confesso que sinto receio de não termos
uma química na cama.
- Eu confesso que estou louca para provar seu
gosto. - Conner encarou a loira com malícia,
umedecendo os lábios sensualmente.
Ela já não agüentava mais controlar seus
instintos diante de uma mulher tão sexy quanto a
agente secreta. A herdeira precisava de Liv.
Precisava prová-la a todo custo.
Desconcertada com o olhar faminto da outra,
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a comandante continuou.
- Eu confesso que...
- Não, Garner. Não... - Eleanor interrompeu-
a, colocando o indicador direito em sua boca,
indicativo para que se calasse. Os peitos de ambas
arfavam, denotando toda a excitação que o
momento trazia - Eu quero sentir seu gosto... agora.
E em segundos, as mulheres já não estavam
mais sobre a cama. A morena tomou as mãos da
outra, conduzindo-a para uma confortável poltrona
que ficava em um canto do quarto. A loira sentou-
se. Estava completamente nua, exposta, com as
pernas abertas e apoiadas nos braços da poltrona.
Olívia arqueou a cabeça para trás, mantendo-se de
olhos fechados quando a língua molhada e sapeca
de Conner começou a serpentear entre os lábios
inchados de sua vagina. Eles foram pressionados
pela boca carnuda e imediatamente seu clitóris
pulsou. A respiração quente em seu centro só fez a
loira delirar, nada mais que isso. A ponta da língua
da mais velha roçou firme no nervo endurecido,
deslizando para cima e para baixo.
- Merda! Você é... gostosa demais. Chupa!
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nervosismo.
- E aí?
- Não tem nenhuma chamada no meu
telefone. Isso é bom. Significa que provavelmente
não tem no seu. Eu... estou pensando...
Em poucos segundos um sorriso enfeitou o
rosto da mais velha quando uma idéia brilhante
passou pela a sua cabeça.
- Você tem o número de telefone da Anne?
- Tenho sim, claro.
- Me deixe falar com ela. - De cenho
franzido, sem entender absolutamente nada do que
estava se passando ali, a comandante entregou o
celular para a outra, sentando-se ao seu lado.
Conner buscou pelo nome da secretária na
agenda, ligando, sendo atendida quase que
prontamente.
- Anne? Sou eu, Eleanor. Eu preciso de um
grande favor.
A filha do presidente foi explícita quanto ao
que queria. Explicou que acabou adormecendo na
residência de uma amiga, tendo a afirmativa de
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Capítulo 25 – Apenas um
susto
Após a fatídica notícia do infarto do
presidente, dada de forma direta e nada sutil pela
comandante, Eleanor não conseguiu processar
nenhuma outra informação em seu cérebro. A
sensação de estar fora da realidade, uma leve
dormência e formigamento no rosto, o ritmo
cardíaco acelerado, os tremores, a hiperventilação e
os calafrios, anunciavam uma crise de pânico
severa.
Olívia precisou amparar a herdeira pelas
costas até o carro. Os olhos cor esmeralda
mantiveram-se marejados desde que soubera, pela
ligação de um de seus subordinados, que o Sr.
Alexander havia acabado de ser levado pela
ambulância para o Johns Hopkins Hospital. Ela
ficou tão apavorada, sentindo que detinha uma
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conferências.
- Mas com saúde não se brinca e deve ser
prioridade. - Eleanor bufava, contrariada - Como
ele passou mal?
- Ele acordou por volta das 06:30 sentindo
uma dor forte no peito, mas achamos que era algo
muscular. Alexander tomou banho, sentou-se à
mesa comigo, bebeu café com leite, comeu um
pedaço de bolo e queijo. A dor aos poucos foi se
intensificando, o que aumentou a nossa suspeita de
que poderia ser sério. Em segundos eu já estava
com ele caído no chão. Não tivemos nem tempo de
pensar direito.
Antes que Conner pudesse tecer qualquer
comentário à respeito, um homem alto, magro, de
feições suaves e bem delineadas, trajando um
jaleco branco, adentrou ao cômodo, segurando uma
prancheta em suas mãos.
- Bom... - Ele verificou as horas em seu
relógio de pulso - ...dia! Hã... Primeira-dama, Srta.
Conner...eu sou o Dr. Sandler, cardiologista. Estou
acompanhando o Dr. Brown no tratamento do Sr.
Alexander.
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tranqüila.
- Ei, espera! - A matriarca dos Conner
estreitou os olhos, mirando a filha de cima à baixo,
atentando para o detalhe de suas vestimentas
estranhas - Quando comprou essa roupa? Nunca a
vi vestindo essa blusa, que por sinal, tem o tecido
de péssima qualidade.
A pergunta súbita pegou a morena
desprevenida, deixando-a boquiaberta enquanto
pensava em uma resposta convincente. Eleanor
sentiu o sangue acumular em seu rosto, o que de
fato lhe competia uma coloração mais avermelhada.
Ela tentou disfarçar, mas à essa altura do
campeonato sua mãe já havia percebido esse
deslize incontrolável.
- Eu não me lembro. Quer dizer, acho que… -
Conner fingiu pensar, mas acabou refestelando-se
na poltrona, levando ambas as mãos à cabeça como
se sentisse dor - Eu não sei. Estou tão cansada
mentalmente, tão confusa!
- Hum… - Beatrice sentou-se ao lado da filha
- Eu entendo como se sente. Eu entendo.
Cerca de quatro horas depois, uma
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Riram.
Por sorte as mulheres não estavam fazendo
nada além do que o local permitia. Beatrice
adentrou repentinamente na sala, surpreendendo-se
com a presença da loira.
- Comandante, como vai? - A primeira-dama
olhou-a, erguendo o sobrolho direito em
estranheza.
- Bem. - Garner pôs-se de pé para
cumprimentá-la - E a senhora?
- Já estive melhor. Parece que um caminhão
passou por cima de mim várias e várias vezes. Meu
corpo dói em toda a parte.
- Já tomou um analgésico? - A agente
perguntava despretensiosamente.
- Sim. Acabaram de me medicar. Ah, isso é
ansiedade, nervosismo. Ficarei bem quando meu
marido estiver cem por cento recuperado.
- Então acontecerá logo.
- Deus te ouça. - Sorrindo, a matriarca
aproximou-se da filha - Por que não vai para casa
descansar? Eu ligo caso tenha alguma novidade.
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Capítulo 26 – Decisões
que mudarão nossas vidas
Ao longo dos séculos, uma quantidade
imensurável de palavras foram gastas para
descrever os mistérios que cercam a paixão. Do
físico Albert Einstein - "como a ciência poderia
explicar um fenômeno tão importante como o
amor?" - ao matemático Blaise Pascal - "o
coração tem razões que a própria razão
desconhece" - todas as maiores mentes da
humanidade se declararam impotentes frente aos
cultos secretos e caprichosos desse sentimento
arrebatador.
Eleanor e Olívia, segundo pesquisadores do
mundo inteiro, estavam inveteradamente viciadas.
Saltavam entre a alegria e a euforia, entre tremores
e coração acelerado, ansiedade e até mesmo um
certo "quê" de desespero. Essas mudanças de
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- Reclamão!
- Ei, vocês dois! - A morena ria, enquanto via
a mãe saindo à murmurar reclamações - O senhor
está liberado para atividades rotineiras de grau leve,
mas isso não quer dizer que pode fazer estripulias.
- Eu estou me sentindo inútil. Não consigo
adoecer e ficar parado.
- Eu sei, papai, mas é só por mais alguns dias.
Tenha paciência. Quanto mais seguir as prescrições
médicas, mais rápida se dará a sua recuperação
total.
- É, eu sei. - O homem levantou da cama,
indo encostar-se na parede, mirando o jardim
iluminado através da janela. Era inicio de noite, e
algumas estrelas já apontavam seu brilho no céu. O
presidente suspirava, mantendo o semblante sisudo
pelo incômodo que sentia no local da cirurgia -
Falando em recuperação...Você já decidiu se
aceitará a indicação do seu nome para as prévias,
minha filha?
A introdução repentina do assunto fez a
herdeira engolir em seco e demonstrar certo
desconforto diante do questionamento. Ela havia
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Capítulo 27 – Parabéns,
Emma
Nos filmes, na literatura, nas novela, a obra
considerada clássica que se preze, tem que ter como
grand finale: "E viveram felizes para sempre".
Todos nós crescemos ouvindo e lendo contos de
fadas. Talvez por isso passamos a vida em busca de
um príncipe encantado ou uma princesa
adormecida, talvez até alguém que tenha perdido
um sapato em sua fuga. Como se não bastasse ser
feliz e ter um ser carinhoso ao nosso lado, somos
acostumados a sonhar com o "para sempre".
Quando estamos apaixonados e acreditamos que
"essa é a pessoa certa", não há quem tire da nossa
cabeça que o relacionamento será eterno, mesmo
que o mundo escancarado à frente diga o contrário.
Como entra década e sai década, o amor
nunca sai de moda, alguns símbolos são criados
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Garner: Desculpa.
[05:39]
Lou: Estou brincando.
[05:40]
Garner: Idiota! Estou falando sério! Precisa
mesmo dessas coisas de rosas, romantismo e o que
mais?
[05:42]
Lou: Liv, precisar não precisa, mas é bonito.
Pelo pouco que conheço da Eleanor, acho que ela ia
adorar todas essas pompas.
[05:43]
Garner: DROGA!
[05:43]
Lou: Não precisa gritar!
[05:44]
Garner: Desculpa! Não estou gritando. Fiquei
nervosa.
[05:44]
Lou: Amiga, quer saber? Se a filha do nosso
excelentíssimo Presidente da República gostar de
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seus cabelos.
- Você disse a mesma coisa a quase quarenta
minutos atrás. "Estou quase acabando!" - A
comandante bufou ao satirizar a voz da outra -
Maldita hora que eu permiti que fizesse isso
comigo.
- Ingrata! Vai me agradecer ainda. Feche os
olhos! - À contragosto, Garner obedeceu, assim
sendo guiada até frente ao espelho.
- Ah, eu morro, mas não te agradeço.
- Cale a boca! - Mattew sorriu satisfeita com
o trabalho - Pode abrir.
A loira estreitou os olhos para encarar a
imagem refletida diante de si. A mulher que via
estava alta, esguia em saltos pretos. Usava um
vestido sem mangas, rodado, na altura dos joelhos,
de cor pérola, bem no estilo vintage pinup. O ar
retrô foi belamente composto também pelas
madeixas loiras presas em um rabo de cavalo.
- Uau! Devo confessar que você leva mesmo
o jeito para a coisa. Se tudo der errado na
psicologia, pode seguir a carreira de figurinista.
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Envolva-me em pele
Hold me close enough to breathe me in
Abrace-me perto o suficiente para respirar
em mim
The moon's a fingernail
A lua é uma unha
Scratching on the back
Arranhando as costas
Of the night in which we lay beside
Da noite em que estamos deitados
I held every inch of you
Eu segurei cada polegada sua
I wrote every line for you
Eu escrevi cada linha por você
I made time when time was all but gone
Eu ganhei tempo quando o tempo acabou
You're the love I've always known
Você é o amor que eu sempre conheci
The night's so dark and grey
A noite é tão escura e cinza
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Capítulo 28 – Eu tenho
medo, mas eu te amo
Muitas pessoas não fazem idéia do quanto
sabotam à si mesmas com pensamentos limitantes.
Estes, são idéias negativas que acabam tornando-se
verdadeiras, e que, além disso, condicionam a vida
de quem as permite dominar a mente. As crenças
restritivas bloqueiam, anulam, impedem que
tenhamos novas oportunidades, novas chances de
encontrar o caminho da felicidade plena.
Todos nós temos controle sobre os nossos
destinos. O que acontece é que muitas vezes somos
nós mesmos quem fechamos as portas às diversas
ocasiões favoráveis, às mudanças, aos atos fortuitos
que trarão boas fases, aos quais todos nós temos
direito.
A vida, como todo aspecto deste mundo, tem
o seu próprio ritmo. Nada acontece no nosso
tempo, e sim, quando estão fadadas a acontecer. É
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seriedade no semblante.
Sem conseguir conter-se diante da estranheza
que se dava ali, o patriarca pigarreou, no intuito de
chamar a atenção das mulheres que ainda não
tinham se afastado uma da outra.
Garner corou imediatamente, olhando para os
pais após um longo suspiro. Conner, como um
tique nervoso, ajeitou os cabelos colocando uma
mecha atrás da orelha.
- Eu vou colocar os presentes no quarto. Só
um instante. - Completamente consternada, a
agente federal seguiu rumo ao outro cômodo com
as caixas nas mãos.
Assim que se viu sozinha, após fechar a porta
atrás de si, Olívia respirou fundo tentando absorver
tudo o que estava acontecendo naquela noite. A
comandante sentou-se na cama, tendo a sua atenção
atraída pelo objeto preto. Abriu com receio,
deparando-se com um papel grande dobrado e
vários outros papeizinhos coloridos dobrados
também. Curiosa, pegou primeiro o maior, que
parecia uma espécie de carta.
"Eu sempre tive medo de me apaixonar.
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nossa história.
- Você disse bem, amiga..."quase"
intransponíveis...
- A questão é insistirmos nisso. Será que um
dia vai melhorar? Será que vamos conseguir passar
pelas adversidades e lembrar dando risada? Ou será
que só nos transformaremos em mais uma história
passada?
- Você só vai conseguir respost...
- Não! - Louise fora interrompida pela
comandante juntando os papéis espalhados sobre o
colchão - Dói ter que pensar, pior não conseguir
agir. Odeio ter que colocar respostas na
responsabilidade do tempo, mas odeio tantas outras
coisas nas quais preciso aprender a lidar que essa é
só mais uma.
- Liv, me escute. Tem duas frases de Freud
que eu simplesmente tomo como versículo da
minha bíblia, digamos. "Estar apaixonado é estar
mais próximo da insanidade do que da razão" e
"Devemos começar a amar a fim de não
adoecermos e estamos destinados a cair doentes
se, em conseqüência de frustrações, formos
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Garner pigarreou.
- É... Estamos ouvindo, meninas! - A
matriarca falava em tom não muito amistoso.
- Eu te odeio! - A loira murmurou para a
amiga.
- Não odeia. Cala a boca e fala logo!
- Como eu posso calar a boca e falar? -
Respirando fundo e prendendo um pouco de ar nos
pulmões, Garner encarou um à um dos que estavam
ali, buscando mais um pouco de coragem, em vão.
Desajeitada e completamente envergonhada, a
agente federal ajoelhou-se diante da filha do
presidente continuando a sua fala em seguida -
Eleanor, eu estou achando isso tudo ridículo,
piegas...
- Eu aceito. - A morena interrompeu a outra.
- O que? Aceita? - Liv indagou, um tanto
quanto perdida.
- Isso que está na sua mão é um anel, não é?
- É um par de alianças, na verdade. - A loira
abriu a caixinha mostrando as jóias, ao mesmo
instante em que sorrisos largos e sinceros puderam
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merecem.
- Obrigada, Louise, por tudo. - Conner
suspirou - Confesso que estou morrendo de medo
do que virá, mas preciso dessa mulher por perto
para me sentir segura, no amplo sentido que a
palavra detém.
- Só uma pergunta... - O patriarca se
intrometeu - Há quanto tempo estão juntas sem que
nós tivéssemos sabendo?
- Até porque não se coloca uma aliança no
dedo de outra pessoa sem ter acontecido nada, não
é mesmo? - Nora rebateu.
- Papai, mamãe, eu não quis esconder nada de
vocês. A questão é que as coisas são bem
complicadas. Nós duas mesmo não entendemos até
agora como aconteceu, mas... aconteceu.
- Sr. Garner, Sra. Garner... Me perdoem por
invadir o espaço de vocês dessa forma, mas eu
queria que soubessem que existem muitas coisas
envolvidas entre eu e a filha de vocês. Coisas que
fazem com que nosso relacionamento seja
diferente, estranho, nada convencional. Coisas que
podem nos afastar, podem obrigar-nos a seguir
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Capítulo 29 – Suspeitas,
eu e você
Quando se inicia um relacionamento amoroso
no Facebook é notado um decréscimo significativo
no número de publicações e um aumento no uso de
palavras que indicam sentimentos positivos, tais
como "feliz", "carinho", segundo um estudo
realizado pela própria empresa.
Se Olívia e Eleanor pudessem expor suas
vidas pessoais, e utilizassem a rede social para isso,
com certeza encheriam os posts de corações e
outras propriedades dos apaixonados.
Quando o amor bate à porta, tudo parece
mágico: coração disparado a cada vibração do
celular, o sorriso abobalhado que se estampa no
rosto e parece não mais se dissipar, e o coração se
enchendo de expectativas de uma vida com
histórias felizes para compartilhar com futuros
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- Ontem.
- Eu sabia! - O rapaz riu - Mando tudo para o
seu email.
- Obrigada. Te levo rosquinhas.
- Ah, vou cobrar. Tchau.
- Tchau.
As horas estavam passando, e com pelo
menos um tormento encaminhando-se para a
resolução, Olívia pôde tranqüilizar-se e focar no
jantar que teria à noite.
Preocupada com o bem estar da namorada,
trocou algumas mensagens com Eleanor,
certificando-se de que ela estava realmente bem.
Feitas algumas ligações, conseguiu deixar
tudo preparado para a comemoração tardia de seu
aniversário e do pedido feliz de namoro.
Dada a hora, a loira arrumou-se, seguindo os
bons tutoriais de maquiagem que encontrou na
internet. Usando um vestido de modelagem mais
sensual, botas de cano longo e cabelos soltos, a
comandante não demorou-se em rumar para a Casa
Branca.
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do menu.
- Chegamos. - Garner abriu a porta do carro
para a sua amada.
- Meu amor, não é movimentado demais?
Digo, não é como a boate que fomos. - Conner
indagou, preocupada.
- Não se preocupe com isso. Ninguém vai nos
incomodar. O dono daqui é um velho conhecido da
minha família e eu já me certifiquei de que tudo
correrá bem. Ficaremos em uma parte isolada do
restaurante para jantarmos sossegadas. Podemos
aproveitar as outras dependências também, claro, se
você se sentir à vontade para isso.
- Oh, meu Deus! Essa minha namorada pensa
mesmo em tudo. - Envolvendo os braços em torno
do pescoço da loira, a mais velha depositou um
selinho demorado naqueles lábios que tanto
adorava - Oi.
- Oi.
Rindo, as mulheres entraram por uma porta
lateral, que dava acesso diretamente à parte do
restaurante.
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- "Call it magic
Chame isso de mágica
Call it true
Chame isso de verdade
I call it magic
Eu chamo isso de mágica
When I'm with you
Quando estou com você
And I just got broken
E eu me parto
Broken into two
Me parto em dois
Still I call it magic
Ainda chamo de mágica
When I'm next to you
Quando estou perto de você
And I don't, and I don't
E eu não, e eu não
And I don't, and I don't
E eu não, e eu não
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Capítulo 30 – Rumo à
presidência
Um deslizar de curvas se embala a uma
profusão de sons melodiosos, perfume delicado,
toque suave. Quando mulheres fazem sexo entre si,
o ritmo acompanha o rebolado natural dos corpos
delas.
Entre putas, puritanas, damas da alta
sociedade, garotas do subúrbio, brancas, negras,
religiosas e atéias, não importa, sempre existirá
uma incrível habilidade com a boca e as mãos.
Algo quase surreal, mágico, da insaciedade na hora
de penetrar, chupar e beijar - o que fazem ao longo
de todas as curvas da parceira. A língua feminina
possui a suavidade na medida certa para estimular o
sexo da outra, com todos os gestos certeiros.
A transa entre mulheres é mais exploradora.
A pele é fina, macia, e portanto, altamente sensível.
Da cabeça aos pés, muitas são as partes que, se
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nuvem de prazer.
A maneira como a agente secreta encostava-
se em Conner, a abraçava, a agarrava, fazendo-a se
sentir estimulada de todas as formas, era o prelúdio
para a excitação extrema.
A mão na nuca com os dedos entre os cabelos
negros, os pegando firme, e a outra mão envolta da
cintura em direção as costas, dando aquela pressão
entre os corpos, trazendo a herdeira para mais
perto, as fez gemer quase em uníssono.
- O que é isso? Caramba! Uau! - Conner se
abanava enquanto tentava recuperar o fôlego após o
beijo intensamente voluptuoso - Fiquei o dia inteiro
com vontade de você, sabia? - A morena puxava a
mais nova pela gravata.
- É mesmo? - A pergunta veio entre sorrisos e
selinhos estalados.
- Sinto tanto tesão quando está vestida com
esses ternos! Já te disse isso, não disse?
- Disse, mas tenho memória curta. Pode dizer
novamente?
- Você me dá tesão vestida de terno e gravata.
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- Prometo.
- Mas não demore mesmo. Estou exausta e
não sei se consigo esperar por muito tempo.
- Pode deixar. Tome um banho, coma alguma
coisa e descanse. A futura presidente dos Estados
Unidos tem que estar bem disposta para honrar com
os seus compromissos.
- Tenho mesmo. - A morena aproximou seu
rosto lentamente, depositando um beijo molhado
nos lábios da outra - Se cuida. Eu te amo.
- Eu também te amo.
Suspirando, a comandante saiu do cômodo,
seguindo em direção ao seu dormitório. Procurou
não demorar para se trocar, pois já estava em cima
da hora para o seu encontro, o encontro que poderia
atestar a sua imbecilidade ou o seu envolvimento
com um dos maiores ataques à Casa Branca de toda
a história.
O local escolhido foi o Circle Bistrô, dentro
do One Washington Circle Hotel. Péssimo
atendimento, decoração estranha, preços
exorbitantes e comida com o sabor deprimente. Em
suma: perfeito para uma conversa de negócios. Não
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executar o serviço.
- Ok. Mas seria ótimo se conseguisse tirar ao
menos um desses computadores da sala. Eu teria
mais liberdade para trabalhar.
- Sem chance. Meus agentes desconfiariam.
Nada é retirado daqui sem prévio aviso. - Garner
interrompeu seus passos repentinamente - Daqui
para frente tente agir o mais natural possível.
Após o assentimento de Meg com um menear
positivo da cabeça, as duas contraventoras
continuaram caminhando como que
despretensiosamente. De súbito, a voz rouca e
inconfundível da herdeira presidencial fez-se
ouvida no corredor.
- Calma, Billy. Você está muito apressado
hoje. Mamãe vai te dar seu biscoito favorito, mas
só se for um bom menino e andar direitinho ao meu
lado.
A morena, distraída, sequer percebeu que
tinha a companhia de outras pessoas, que não fosse
a do seu cão. Ao erguer a cabeça é que pôde
vislumbrar a imagem de sua namorada ao lado de
uma mulher ruiva, de traços familiares. O sorriso
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raivosos.
- E quem no mundo não faz isso? Sempre
fantasiamos coisas à respeito das celebridades que
conhecemos.
- Espero que essas fantasias sejam ao menos
respeitosas! - Megan não conteve a gargalhada alta,
interrompendo seus passos - O que foi?
- Nada. É que… Ai, deixa para lá. Vamos ao
que interessa: o trabalho.
- É… Acho melhor mesmo. - As duas
mulheres caminharam mais um pouco até os
elevadores. Desceram um andar e, virando à direita,
em um corredor diferente dos demais - com paredes
lisas e escuras, sem a presença das rebuscadas
obras de arte palacianas - pararam frente à porta
com uma placa inscrita "Sala de Controle" - É aqui
que alguns de nós trabalhamos. - Sussurrou Olívia.
Assentindo, a ruiva fez uma careta em tom de
brincadeira e desdém, obrigando a outra a revirar os
olhos, completando uma dezena de vezes em pouco
tempo.
Assim que adentraram no cômodo, olhares
curiosos foram direcionados às duas, fazendo a
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Capítulo 32 – Eu me
alimento da sua beleza
O silêncio imperava nos aposentos da
candidata à presidência dos Estados Unidos. Se não
fosse pelos sons da movimentação de pessoas na
área externa abaixo de sua janela e nos jardins - que
invadiam o ambiente advindos da porta da varanda
aberta - Eleanor estaria em abstenção total de
ruídos.
Apesar dos pesares, a mulher permanecia
concentrada na leitura de uma compilação dos
sonetos de Willian Shakespeare que, em sua
opinião, é um autor notável tanto por ser
extremamente prolífico e versátil, quanto pela
genialidade que demonstra em suas obras.
Ele produziu coisas muito diferentes umas
das outras, sempre com a mesma excelência. Por
exemplo, Romeu e Julieta - uma de suas peças mais
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ser
Dream a little dream of me
Sonhe um breve sonho comigo
Stars fading but I linger on dear
Estrelas desaparecendo, mas eu permaneço,
querida
Still craving your kiss
Ainda desejando seu beijo
I'm longing to linger till dawn dear
Eu desejo permanecer até a madrugada,
meu bem
Just saying this
Estou apenas dizendo
Sweet dreams till sunbeams find you
Bons sonhos até o raio de sol te encontrar
Sweet dreams that leave all worries behind
you
Bons sonhos que deixam todas as
preocupações para trás
But in your dreams whatever they be
Mas em seus sonhos, quaisquer que sejam
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asiática.
- Me perdoe a indiscrição, mas o que tem
isso? - A secretária indagava, curiosa.
- Oh, na verdade nada. É que não
costumamos fazer refeições juntos nesse dia. Aliás,
dia nenhum ultimamente. Por isso a desconfiança.
- Acho que entendi. Essa vida atribulada de
muitos compromissos às vezes atrapalha o convívio
familiar, não é?
- Vou te contar um segredo, mas que fique
entre nós.
- Sim, pode falar.
- Às vezes a minha mãe está com um humor
tão insuportável que prefiro esse distanciamento. -
Ambas as mulheres riram cúmplices - E Olívia? A
viu por aí?
- Ah, sim. A vi saindo cedo. Passei por ela
enquanto ia tomar tomar café. A comandante
pareceu empolgada em ir passar o seu dia de folga
na casa dos pais.
- A folga! É mesmo! Havia me esquecido. Eu
mesma disse a ela para tirar ao menos um dia na
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errático dela.
- Posso continuar? - O homem suspirou
profundamente buscando por um "quê" de
paciência - O que sua mãe quer dizer, minha filha,
é que apesar de sermos filiados à um partido não
tão conservador quanto o dos republicanos,
precisamos manter uma postura, uma conduta
moral de acordo com os padrões da nossa
sociedade.
- Acha isso mesmo, papai? - O homem
engoliu em seco, pegando o guardanapo e ajeitando
em seu colo. Seu silêncio confirmou as suspeitas da
morena. Ela sabia o quanto seu progenitor se
prestava a enaltecer os bons costumes tradicionais,
mas em contrapartida, sabia que muito disso era
puro convencionalismo, e que não compartilhava
dos mesmos valores arcaicos de sua esposa. Fazia
apenas "politicagem", uma manutenção das
aparências de perfeição imaginária - E todos esses
elogios? Leiam aí! Isso quer dizer o quê? Que eu
fui mal em meu discurso feminista? Que eu errei
em ter emoções verdadeiras diante das câmeras?
Votariam em um candidato mentiroso, "claramente
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- Isso! Oca!
- Eu também tinha essa impressão. Ela
aparentava ser mais uma daquelas mulheres ricas,
egoístas e egocêntricas que usam o dinheiro como
critério para classificar as pessoas e vivem de
"imagem".
- Ainda bem que mudaram de opinião, não é?
- Garner intrometeu-se no diálogo.
- Filha, e o presidente com a sua esposa? -
Nora questionava.
- O que tem eles?
- O que acham sobre o relacionamento de
vocês? Não comentou nada à respeito...
- Claro que eles não sabem, mãe. Com
certeza me demitiriam. Essa mulher, pai, que
descreveu imaginando ser a minha namorada, está
mais para a Sra. Conner. Eles são conservadores
demais, e tenho certeza de que essa revelação será
um choque e tanto pela surpresa.
- Talvez não seja mais uma surpresa. Ambos
podem ter visto as notas que saíram na mídia
insinuando algo sobre você e Eleanor. - O Sr.
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Garner pontuou.
- Isso me preocupa, sabia? Apesar de todas as
reportagens serem, digamos, leves, não
explicitando nada, acabam incitando dúvidas nas
pessoas. Eleanor não podia ter agido como agiu,
tão..."solta". Me sinto responsável, pois sou eu
quem a encorajo a ser ela mesma.
- E essa sua atitude só demonstra o quanto
você a ama. - Nora aproximou-se da filha, pegando
o bebê no colo com o máximo de cuidado possível
para não acordá-lo - Vou colocar esse sapequinha
no berço.
Liv sorria ao ver a mulher afastar-se com o
serzinho indefeso dormindo o sono dos justos em
seu colo. A agente federal ajeitou o seu corpo no
estofado, sentando-se, dando espaço para o seu
progenitor sentar também.
- Olívia, lhe farei uma pergunta, mas quero
que me responda com toda a sinceridade.
- Diga, papai.
- Você está feliz?
A resposta era óbvia, haja visto o brilho em
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- Algum problema?
- Não tem perigo?
- Nenhum, pelo contrário. Já fizemos isso
algumas vezes e é bem eficaz em determinadas
situações. Chama menos atenção do que uma
comitiva inteira. Se eu precisar de ajuda, estejam à
postos.
- Com certeza estaremos. Tenham uma boa
tarde então.
- Boa tarde. - A resposta veio em uníssono.
Assim que Nora fechou a porta, a filha do
presidente aproximou-se da namorada, dando-lhe
um beijo apaixonado, que fora interrompido pelo
pigarro da dona da casa.
- Oh, Nora, me perdoe. Eu... sinto muito.
- Não tem problema. Só é estranho ver minha
filha beijando.
- Mãe!
- Que foi? Não posso falar nada mais! -
Dando de ombros, a mulher sorriu, puxando a nora
para que se sentasse - Aceita alguma coisa? Água,
café?
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- Não, obrigada.
- Nós já estamos indo, mamãe. Cadê meu
pai? Queria me despedir.
- Ele recostou na poltrona do quarto do Theo
e acabou cochilando. Deixei meus dois homens lá,
dormindo serenamente.
- Então diga à ele que eu o amo e que deixei
um beijo.
- Eu também deixo um beijo e obrigada.
- Pelo o quê?
Eleanor aproximou-se de Nora, abraçando-a e
sussurrando em seu ouvido.
- Pela filha maravilhosa!
- Segredinhos agora, é?
- Ah, vamos logo, Garner. - Rindo, as
mulheres deixaram o apartamento em Baltimore,
seguindo à dezesseis quilômetros dali até Ellicott
City.
- Vou colocar uma música, tudo bem?
- Claro, meu amor. O que quiser. - Conner
respondeu sorridente, fazendo Olívia olhá-la de
cenho franzido.
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Capítulo 33 –
Descobrindo a verdade
- Verificando o esquema de entrega, Andras
1. - A comandante Garner utilizava mais uma vez o
discreto dispositivo comunicador que permanecia
preso na lapela de seu terno preto - Gota de
orvalho, Precioso 1 e 2. Comigo. - A loira fez sinal
com a destra para que Rust se aproximasse. O rapaz
foi conduzindo o Sr. Alexander e sua esposa, atento
à sua função de proteger a retaguarda de ambos.
Outros agentes seguiam nas laterais, bem como
Olívia com Eleanor logo atrás. A primeira-dama
entrou com o presidente no Cadillac ultrablindado
enquanto a herdeira tomou o seu lugar em outra
"fortaleza sobre quatro rodas", veículo tão luxuoso
e devidamente equipado quanto o outro - Gota de
orvalho a caminho. Siga roteiro 1.1, Jhonny.
Charlie, 2. Ok.
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sorridente.
- Hã…mãe, pode esperar um segundo? -
David acenou para a sua progenitora.
- O que foi, meu filho?
- Eu pretendia fazer isso depois de dado certo
avanço da nossa refeição, mas sou muito ansioso
para tal. Gostaria de aproveitar que estão todos
presentes para… - O homem tirou do bolso do
casaco uma caixa vermelha, abrindo-a e estendendo
para Conner - …para lhe entregar esse presente,
Eleanor.
- Por que? - A morena indagou depois de
certo tempo olhando para o par de brincos em ouro
branco e pérola.
- Como assim "por que", minha filha? David
quer te fazer um agrado. Presentes nem sempre têm
motivos para serem dados. - Beatrice encarava a
filha com um olhar repreendedor discreto, e sorria
em disfarce da quase gafe da herdeira.
- Eu fui com ele comprar, Eleanor. - O
governador manifestou-se - Meu filho queria se
certificar de que fosse a mais bonita.
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- Sim.
- Por favor, meu amor, não fique assim.
- Não é fácil, Eleanor. Não é nada fácil aturar
aquele idiota dando em cima de você
descaradamente e não poder fazer nada. - Liv, ao
lembrar-se de certas cenas, começou a alterar seu
estado de nervosismo, aumentando sem querer o
tom.
- Nós sabíamos que não seria fácil. Sabíamos
desde o início que as provações seriam inúmeras.
- E daí? Sei sim de tudo isso, e eu quero estar
com você mesmo assim, mas, droga! Se ponha no
meu lugar. David quis lhe dar uma jóia, ele te tocou
com malícia, a sua mãe não para de te empurrar
para cima dele, e além de tudo isso ainda tem
aquela família de propaganda de margarina
querendo que você seja um deles. - Externando
suas frustrações e chateações, quando deram por si,
Garner estava à uma distância mínima de Conner, a
prensando contra a mesa - "Seu perfume é
inebriante!", "Vocês formam um belo casal!", "Não
seria incrível esses dois juntos?", "Eu adoraria que
esse jantar pudesse ser somente entre nós dois…". -
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- Obrigada, amor.
- Eleanor! - A voz de Beatrice pôde ser
ouvida junto com a batida seca.
- Bem a tempo. - A loira movimentou os
lábios, sem emitir som e, sorrindo, foi atender à
porta.
- Ow, comandante Garner. - A primeira-dama
meneou com a cabeça adentrando no cômodo,
acompanhada do médico da família.
- Sra. Conner, Doutor… Com licença. -
Olívia saiu em disparada, evitando assim quaisquer
comentários e questionamentos indevidos.
- Estão justificados os seus atos imprudentes
de ontem. - A matriarca da família ponderou
erroneamente, fazendo a filha revirar os olhos.
- Doutor, pelo amor de Deus, me aplique um
medicamento para a dor e um "sossega leão"
porque preciso muito disso para sobreviver ao dia
de hoje. - "E à minha mãe principalmente",
completou em pensamento.
- Fique tranqüila que o remédio é forte o
suficiente para te dar sonolência e te fazer dormir
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Capítulo 34 – Segredos
revelados
- Olívia, está tudo bem? - Megan engoliu em
seco ao observar a agente ao seu lado com
praticamente todo o corpo estático, salvo as
pálpebras que se abriam e fechavam devido às
lágrimas que escorriam silenciosas.
Ela não conseguiria mensurar os minutos que
já haviam decorrido desde que a loira lera o
conteúdo de alguns arquivos secretos. Talvez
fossem dez, vinte, trinta… Era difícil saber. Mas
mesmo assim, Meg entendia que já tinha se passado
tempo suficiente para tornar-se algo preocupante.
- Sempre gritei aos quatro ventos que prezo a
honestidade e a sinceridade acima de tudo. -
Finalmente Garner manifestou-se - É o que eu peço
para todos os que me rodeiam. Só me sinto segura
quando sei que estão dizendo a verdade sobre
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estava cega, não só por Lee não ter feito o que ela
pediu, mas por todo o conjunto de emoções pelo
qual já tinha se submetido naquele dia.
Como que por instinto, a comandante seguiu
pelo caminho mais óbvio primeiramente, sentindo
que aquele foi o trajeto que a ruiva tinha feito. Seu
sexto sentido estava bem apurado, pois quando
passou pela segunda porta do lado sul - a que dava
frente para o gramado - viu ao longe Megan
segurando nos braços de Eleanor com certo ímpeto.
Sem pensar duas vezes - levando em conta a
imagem captada por seus olhos - Olívia empunhou
a sua arma e avançou correndo na direção das
mulheres.
- Tire as mãos dela ou eu atiro! - A agente
secreta gritou, olhando rapidamente para os lados
como se pedisse silenciosamente pela ajuda de seus
homens. Em uma ação rápida, a loira colocou a
herdeira atrás de si no intuito de resguardá-la com
seu próprio corpo - O que pensa que está fazendo? -
Sua voz saía falha devido à tensão que as cercava.
- Na...nada. Só estávamos conversando. - A
ruiva parecia realmente assustada.
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Megan.
As notícias que para o nosso entendimento
têm conotações negativas, são uma oportunidade de
projetar toda a nossa culpa e vergonha reprimidas
nos agentes da ação. Eles são ruins, nós não. Com
isso, criamos e mantemos o arquétipo da vítima.
Sempre que atentarmos para o fato de que
estamos julgando alguém ou alguma coisa,
devemos parar de imediato, ficar atentos, observar.
Esta circunstância, juntamente com quem está
envolvido nela, provavelmente é a chance que se
tem de escolher entre a projeção e a cura daquilo
que foi um dia reprimido dentro de si e agora está
vindo à tona.
Se nos vemos no outro e reagimos,
provavelmente o problema está em nós. Temos que
tomar muito cuidado com as armadilhas da nossa
consistência, senão um dia ela pode nos matar.
Olívia estava atônita, apesar daquela
"revelação" lhe parecer mais uma manobra para
Lee desviar a sua atenção das reais intenções que
tinha. Internamente ela se repreendia por ter sido
tão inocente ao ponto de acreditar que aquela
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enviada.
"Não. Quero que me encontre no canil.
Estou indo para lá."
Nem um "beijo", "eu te amo", nem as
pequenas declarações de amor e demonstrações de
carinho que tinham uma para com a outra, foram
exibidas nas mensagens. Também pudera! Todo o
estresse de minutos atrás parecia fresco em demasia
para ser capaz de quebrar o clima ruim que
instalou-se entre elas.
Sem muitas alternativas, Liv foi seguindo na
direção do local marcado por Conner. Ela temia, e
temia não só a reação de sua namorada agora que
ficariam à sós, mas temia à si mesma, por não saber
como lidaria diante de uma das protagonistas
indiretas daquela merda que de repente a sua vida
tinha se tornado.
- Pode me acompanhar, por favor. - A voz
firme e levemente rouca de Eleanor fez a loira
sobressaltar-se por estar distraída olhando para uma
folha no chão que era varrida pelo vento. As
mulheres caminharam em silêncio até a casinha
onde Billy descansava, com a herdeira o soltando
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- Garner…
- Eu não posso contar.
- Por que?
- É algo confidencial e já envolvi gente
demais nisso, e pessoas que nem poderiam estar
envolvidas.
- Amiga, olha para mim. - Louise tomou o
rosto da outra entre suas mãos - Você não esta bem.
Eu quero te ajudar. Seja lá o que for, não pode ficar
pior do que já está, pode?
- Ah, com certeza sim. Murphy está aí é para
provar que tudo nessa vida pode ficar mais bosta do
que já é.
- Nossa, trouxe a bagagem toda. - Mattew
referiu-se às sacolas e à mochila que Olívia havia
colocado no chão quando foi se deitar.
- É. Algumas coisas somente.
- Huumm… Estou esperando.
- Grávida? Esperando para quando?
Parabéns! Quero ser madrinha.
- Pelo menos não perdeu seu sarcasmo. - A
moça tirou os sapatos, jogando-os no canto do
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quarto.
- Ah, não, não, não… Você não vai… Deitou.
- A loira bufou quando a amiga meteu-se debaixo
das cobertas a abraçando pela cintura.
- Me conta.
- Deus, é tão complicado…
- Sou inteligente.
- Você não vai desistir, não é?
- Não.
Vencida pelo cansaço, após um longo
suspiro, a agente federal passou a relatar detalhes
do que vinha acontecendo, desde o princípio da
desconfiança sobre o envolvimento de Michael no
ataque até o instante em que Eleanor ordenou que
ela se afastasse de suas atividades laborais para que
pudesse resolver os seus problemas.
- E… é isso. Eu entrei em um buraco e não
sei como sair dele Não posso simplesmente
procurar a polícia, mas em contrapartida não posso
ficar parada sem agir de alguma maneira…Estou
em um beco sem saída. Não acredito que o Waite
seja o cabeça disso tudo. Tem alguém maior por
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Capítulo 36 – Novos
sentimentos, quase um
confronto
Por que será que é tão difícil reconhecer os
nossos erros quando errar faz parte da natureza
humana? Talvez fosse mais importante e coerente
nos atermos à forma como nos posicionamos diante
do que foi cometido, do que no ato em si.
Olívia sabia que Eleanor havia a dispensado
somente de suas atividades laborais, e não de sua
vida. Contudo, isso não a eximia do direito de
sentir um aperto no peito ao lembrar-se do rosto da
amada quando se despediram. Foi difícil obedecer,
mas era mesmo preciso. O primeiro passo para
reconquistar a confiança da filha do presidente seria
não retrucar, identificando o que de mal tinha feito.
Ela poderia enganar as outras pessoas,
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lábios da mulher.
- Escuta, Megan, não é questão de
desconfiança ou não, faz parte do meu trabalho, fui
treinada para cercar todos os lados do risco, do
perigo. Eu vou verificar a veracidade dessas
informações, e dependendo do resultado, terá que
contar à Eleanor.
- Não! - A ruiva foi incisiva - Ela não precisa
saber de nada! Imagina? Não, não e não! Se eu
conseguir a amizade dela será mais do que o
suficiente.
- Como assim, Lee? Conner tem o direito de
saber que tem uma irmã. Tudo bem que não queira
reivindicar seus direitos. Quanto à essa parte legal,
eu não saberia dizer se é tão fácil o reconhecimento
de maternidade, mas ao menos diga quem é para
ela. E tem outra…eu sei de tudo e não mentirei para
Eleanor. Se você não contar e ela me perguntar
algo, serei obrigada a falar.
- Por favor, Liv. Eleanor parece ser tão boa
pessoa! Ela pode descobrir e se virar contra mim. O
desprezo da minha mãe é até suportável, mas o
dela…não sei se agüentaria.
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intrometa, mocinha!"
"Ok! Ok! Você venceu. Não são eles, e não
posso dizer quem é, senão estraga a surpresa!"
"Certo, Garner, não insisto. Ei, estou com
saudade!"
"Eu também e não sei nem mensurar o
quanto! Vou ligar para o Rust e pedir que a leve
até a minha casa."
"Aguardarei ansiosamente, contando os
segundos para chegar a hora."
"Vou deixar você descansar agora. Boa
noite, amor. Durma bem."
"Uma boa noite para você também. Eu te
amo, comandante."
"Eu te amo, Eleanor!"
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Capítulo 37 – Amor,
amizade e uma nova
realidade
- "Bhur Buvah svaha
Thath savithur varenyam
Bhargo devasya dhimahi
Dhiyo yonah prachodayat…"
Eram exatas 05:47 da manhã. Olívia, sentada
em seu colchonete de E.V.A que usava para fazer
exercícios físicos em casa, entoava o mantra
universal para abrir e fechar o dia.
A palavra mantra vem do sânscrito man, que
significa mente, e tra, que tem o sentido de
proteção e instrumento; mantras são métodos de
proteção de nossas mentes contra o ciclo
improdutivo de pensamento e ação. Além de seus
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pouco tempo.
Para a vestimenta, escolheu uma macacão
preto, tomara que caia, com detalhes em fio de
prata na parte frontal. Os cabelos foram apenas
"amassados" nas pontas, dando um ar despojado e
sofisticado ao mesmo tempo. A maquiagem leve,
acentuada apenas nos lábios com um batom
vermelho, finalizou o look que ela tinha certeza que
surpreenderia Eleanor.
20:01 e Garner já tinha verificado pela
décima vez se tudo estava em seu devido lugar. A
apreensão aumentava segundo à segundo, fazendo
com que a loira caminhasse nervosa de um lado
para o outro, sistematicamente, indo da cozinha
para a sala, da sala para a cozinha.
Ao primeiro toque da campainha, seu coração
disparou de tal forma, que ela chegou a sentir dor
física. Suspirando, a agente secreta foi atender a
porta, não conseguindo disfarçar seu semblante
decepcionado ao ver Lee.
- Você…
- Nossa, que recepção calorosa! Fiquei até
emocionada agora. - A ruiva brincou, rindo do
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seu amor.
- Contou à ela sobre nós? - A herdeira
alternava o olhar entre uma e outra.
- Ela meio que...desconfiou. - A loira
suspirou - Meu amor, o motivo dela estar aqui hoje
é para nos conhecermos melhor. Você disse que
tinha gostado dela, então…achei que seria uma boa
forma de me redimir da merda que fiz. E também, a
convidei para jantar conosco porque…
- …porque ameacei processar vocês. Foi
meio que um "cala-boca". - O estreitar de olhos de
Liv para Meg, fez a mulher erguer os ombros em
rendição - Ok! É brincadeira.
Antes de qualquer outra manifestação, o som
da campainha ecoou pela sala, fazendo a agente
federal suspirar aliviada e a ruiva sorrir em êxtase.
- Aí está o outro motivo de eu tê-la
convidado. - Garner comentou antes de levantar-se
e ir atender à porta.
- Olá, pessoas! Chegou quem estava faltando!
- Mattew foi entrando com as mãos para o alto
mostrando as garrafas de vinho. Quando seu olhar
cruzou com o de Megan, ela sorriu maliciosa
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Capítulo 38 - Verdade ou
conseqüência
- Olívia, devo confessar que o seu macarrão
com queijo é o melhor que já comi em toda a minha
vida! - Megan comentou ao passo em que
recostava-se no sofá.
- Fiquei completamente apaixonada pelo
hambúrguer de salmão. Espera, mas não tão
apaixonada quanto pelo bread pudding. Que
sobremesa divina, meu Deus! - Eleanor fechou os
olhos ao falar, dando ênfase ao êxtase que sentiu
quando degustou o doce.
Garner apenas sorria um tanto quanto
constrangida com o bombardeio de elogios que as
duas mulheres resolveram despejar sobre ela.
Louise, por sua vez, estreitava os olhos para a
amiga, meneando negativamente com a cabeça e
prendendo o riso, já que a conhecia muito bem para
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indignação.
- Se tivesse como pegar de volta os elogios…
- A ruiva mordia o lábio para conter uma
gargalhada.
- Não ia dar tempo de preparar algo especial
e...
- Amiga!
- Está bem! Fiquei com preguiça de cozinhar!
Satisfeita, sua cobra? - A agente franziu o cenho
para a psicóloga. O riso deu-se em uníssono,
deixando Garner ainda mais ruborizada - Do que
estão rindo?
- Amor, não nos importamos que a comida
seja do restaurante. Dá para notar que você
organizou tudo com muito carinho. É isso que
importa. - A herdeira acariciava as costas da
namorada.
- Ok! Já comemos, já desmascarei essa
farsante, o que acham de brincarmos de verdade ou
conseqüência?
- Uau! Hã…Acho que nunca brinquei disso. -
A filha do presidente confessou, receosa.
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ria empolgada.
- Então vamos começar. - Louise tomou o
resto do vinho que estava na garrafa - Tirem as
coisas de cima da mesa, por favor. - De prontidão,
as mulheres fizeram o que foi pedido, acomodando-
se cada uma em uma extremidade em seguida - E…
foi! Ah, Megan pergunta para Eleanor.
- Verdade ou conseqüência? - A morena
alterou o olhar entre a ruiva e a namorada - Não
adianta olhar para ela. Jogue por si só.
- Está bem. Verdade.
- Uma levezinha. Qual foi o sonho mais
estranho que você já teve?
- Sonho estranho? Deixa eu ver… - A
herdeira suspirou, franzindo o cenho como se
tentasse resgatar alguma memória - Acho que o
sonho mais estranho que tive foi com uma mulher
idêntica à você. Quando eu fiquei internada depois
do ataque na Casa Branca, algumas vezes eu via
uma paciente exatamente com as suas
características. Em alguns momentos parecia bem
real, outros não. Com certeza isso foi o sonho mais
estranho que já tive.
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estava às gargalhadas.
- Ai… - Garner precisou respirar fundo para
recobrar seu estado normal - Gire a garrafa, amor.
- Eleanor pergunta para a Louise.
- Hã…Louise, o que vai querer?
- Verdade.
- Pois bem…entre quatro paredes…vale
tudo? - A ruiva questionou, olhando bem dentro
dos olhos da outra e dando um sorrisinho com o
canto da boca.
- Se eu estiver com alguém interessante vale
qualquer coisa. - A resposta foi dada com a
entonação sexy tal como a pergunta.
- O clima está esquentando… - A herdeira
sussurrou para a amada.
- Vai é pegar fogo daqui a pouco. - Liv
pigarreou - Pare de flertar e agilize aí, amiga.
- Meg para Garner.
- Quero a verdade.
- Quando você começou a sentir tesão pela
nossa querida candidata à Presidência?
- Ow… - A loira enrubesceu a face - Você
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frente.
- Então, eu conseg… - A ruiva fora
interrompida pelo toque do celular da comandante.
- Só um instante… - A loira levantou-se um
tanto constrangida, caminhando até um canto do
cômodo - Alô, mãe?
- Liv, onde você se meteu?
- Heim?
- Há dias anda sumida! Não liga, não manda
mensagem…esqueceu que tem família, é? Vou
precisar solicitar um horário na agenda da
candidata para que eu possa ver a minha filha? - A
mulher dramatizava do outro lado da linha.
- Que exagero, D. Nora! Eu estava atolada de
trabalho! Estamos no meio da campanha. Por favor,
me dê um desconto!
- Eu posso até te dar, mas o Theo não.
- E como ele está?
- Com saudades da irmã. Como mais poderia
estar?
- Sou uma pessoa horrível mesmo. Me
perdoe.
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riso.
- Sabe se Megan já chegou?
- Sim. Está lá no meu dormitório.
- E por que ela não veio até à mim ainda?
- Bom, como vocês estão em reunião e o Sr.
Presidente está presente, acho que aquela ruiva não
quis parecer inconveniente ou deve estar com
vergonha. Não tenho certeza. Ela provavelmente
sairá de lá quando vocês terminarem. Em se
tratando de Megan Lee, tudo é possível!
- Oh, céus! Que bobagem! Ela aqui irá me
ajudar a ficar livre dessa tortura. Anne! - A morena
deu uma risada contida, chamando pela secretária
por conseguinte.
- Pois não, senhorita?
- Vá até o dormitório da comandante e chame
a mulher que está lá, Megan. Diga que eu pedi para
que ela lhe acompanhasse até aqui.
- Irei imediatamente. - A oriental sorriu
simpática, afastando-se das mulheres, seguindo
pelo corredor da ala norte.
- Srta. Conner, e sua mãe? - Garner indagou,
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Capítulo 40 – O perigo
vem de onde menos se
espera
Quando Megan adentrou à sala, os membros
dos democratas ainda conversavam animadamente,
e nem sequer faziam menção de irem embora. A
comandante Garner - mantendo-se com a postura
ereta no canto do cômodo - tremelicava um pouco
devido ao susto que tomara com a mensagem
recebida à pouco, mas disfarçava bem. Vantagens
de se ter acesso à um ótimo treinamento dentro da
USES e de fazer terapia com um bom profissional.
Talvez, se isso tivesse acontecido há alguns dias
atrás, a loira não conseguiria gozar de tanto
autocontrole, contudo, era uma necessidade - nem
um pouco latente - ter que manter-se impassível
diante daquela situação de extrema tensão. Eleanor,
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Capítulo 41 - O confronto
pessoal
Os segredos, chantagens e rumores que por
ventura aconteceriam com a candidata à
Presidência e sua segurança, estavam baseados nos
preconceitos, aninhados no já instalado sentido
comum, por meio de todas as pessoas e seu
‘orgulho’. Ambas temiam o que podia se suceder,
porque as difamaria, as deixaria no ostracismo…as
levariam ao suicídio social, dentre diversas outras
coisas. Sem a existência prévia dos preconceitos
não seria possível essa chantagem nem o rumor. Os
preconceitos são chantagens sociais que ‘servem’
aos poderosos e seus interesses - com nomes e
sobrenomes. Os grupos de privilegiados formam as
instituições como mecanismos de poder para
manter seus privilégios e preconceitos. O resto de
seus integrantes são cúmplices e crentes
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vivenciando.
Muitas vezes nosso subconsciente pede que
sejamos fortes para conseguir sair ileso de uma
determinada situação. A reação normal da maioria
das pessoas, como diz o próprio nome é reagir, ou
seja, agir de prontidão, em um impulso dado pela
forma mais primitiva de sobrevivência e
resistência.
Ter força, realmente ajuda em vários
momentos em que somos mais exigidos ou
precisamos nos defender de algo. Nesse quesito, a
comandante não tinha com o que se preocupar.
Exemplo recente foi quando, praticamente sozinha,
salvou mais de dez pessoas de um terrível atentado
dentro da Casa Branca. Entretanto, em grande parte
das situações, se conseguirmos ter calma e
principalmente a coragem de analisar antes de
reagir, podemos reduzir os danos e o desgaste para
todos os envolvidos.
Ao contrário do que muitos pensam, ponderar
pacientemente pode ser uma grande virtude. Na
maioria das vezes, conhecer a si próprio e ao outro,
ou a situação, reduz grande parte da dor, ansiedade
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amo."
Mal a comandante havia saído das
dependências da residência presidencial, uma
ligação de um número privado em seu telefone
particular, a fez erguer o sombrolho esquerdo e
estacionar alguns metros à frente na via.
- Aposto que é a minha mãe sozinha fuçando
no celular e desconfigurando tudo. Alô? - Olívia
atendeu em tom um tanto quanto desconfiado.
- Garner, não desligue o telefone. Essa foi a
única maneira que eu consegui de me comunicar
contigo sem tantos riscos.
- Wes? - A agente reconheceu parcialmente a
voz do homem - É você mesmo?
- Preciso ser rápido. Miles Drive, naquele
ponto de ônibus do MC100. Me encontre lá agora.
- Não, não, não. Que brincadeira é essa?
- Garner, não é brincadeira. - A voz do outro
lado da linha estava falhada, trêmula - Já faz algum
tempo que venho tentando entrar em contato sem
que eles saibam.
- Eles? Eles quem, Mosby?
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***********
Algumas horas antes…
Olívia havia acordado naquele dia com algo
incomodando-a em demasia, e a loira nem fazia
idéia do que era. De seu dormitório tentou falar
com Eleanor, mas a herdeira não a atendeu, muito
provavelmente devido às horas prematuras que
ainda permitiam a mulher dormir serenamente.
A comandante tomou um banho quente e
iniciou as suas atividades laborais. Por questões de
segurança e recomendações técnicas, ela fez
questão de repassar toda a agenda do presidente,
bem como orientar e coordenar a equipe que
mantinha-se em viagem com a primeira dama. O
Sr. Alexander sairia dali à poucos minutos, em
comitiva com outros membros do democratas, no
intuito de cumprirem com a agenda do partido na
Califórnia. Conner, por sua vez, aproveitaria o dia
de folga para almoçar com sua nova amiga, Meg, e
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Capítulo 43 – Para o
inferno
"Olívia, acorde! Você precisa acordar,
Olívia!"
A comandante ouvia uma voz feminina ao
longe. Contudo, devido ao seu estado de
consciência alterada, não sabia distinguir de quem
era.
"É agora. Você precisa provar o quão forte
é, agora!"
Suas pálpebras pesavam, sendo difícil
levantá-las, quanto mais, mantê-las erguidas. Sua
cabeça latejava e, conforme ia despertando, notava
dores de diversas intensidades em várias partes de
seu corpo.
Garner havia perdido a noção do tempo. Ele
já não era mais o seu aliado. Ela não tinha noção se
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estão os outros?
- Os outros eu não sei. Eles os levaram faz
tempo. Os conduziram de um em um. Eu sou o
próximo. Suponho que tenham morrido por conta
dos tiros que ouvi. Ela está trancada ali. - O homem
apontou para uma porta de madeira escurecida que
ficava aos fundos da sala, ao lado de uma lareira
desativada.
- Fique atento. - A loira fez sinal para Eleanor
os seguirem.
- Sim, comandante.
Usando de suas habilidades com os grampos,
Garner tentou uma, duas, três vezes abrir a porta
sem sucesso. Vozes começaram a serem ouvidas
cada vez mais perto, e a movimentação dava-se
com uma maior intensidade. Na quarta tentativa,
mesmo trêmula, a comandante conseguiu destravar
a tranca. Teve que tampar a boca para conter uma
exclamação de horror quando viu Megan com o
braço e o rosto todo ensanguentado. O agente
entrou no cômodo, ajudando a ruiva a se levantar e
carregando-a no colo em seguida.
- Tem uma porta aberta na cozinha que dá
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Capítulo 44 – O que
trouxe a quase morte
Tudo o que a comandante queria era respirar.
Ela estava morrendo rápido, mais rápido do que
esperava e não podia fazer nada a respeito. Seus
pálpebras abriam e fechavam, pesadas, fatigadas. A
loira podia ouvir a voz de Eleanor, às vezes
conseguindo ver a sua imagem desfocada aos
prantos ao seu lado. Ela tentou esboçar um sorriso
pensando em como as pessoas fantasiam demais a
morte. Falam como a vida passa diante dos olhos,
como bate o arrependimento das coisas que você
nunca fez. Não estava sendo bem assim com
Olívia.
Enquanto estava lutando contra a sua partida
definitiva, tudo o que a incomodava era a sua voz -
ou a falta dela. A agente secreta não conseguia
falar. Tentava formar palavras, mas o som
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- Calem-se!
- Pelo sim ou pelo não, acaso, coincidência
ou sei lá mais o quê, eu queria muito saber o
motivo dessa…dessa coisa estranha que estou
sentindo com relação ao fato de Megan, minha mãe
e eu termos o fenótipo Bombaim.
Os olhos de Garner ardiam, a cabeça latejava
e ela sentia a garganta fechada. Estava sufocando.
Tentava puxar o ar, mas estava quase impossível.
Uma dor insuportável se espalhava pelo seu corpo.
Foi então que o mundo começou a ficar turvo, no
momento em que percebeu que seu coração parecia
estar a ponto de explodir. De repente, a traqueia da
loira se abriu. Uma lufada de ar encheu seus
pulmões, porém, parecia que tinha um milhão de
agulhas injetadas nos olhos. Seu estômago se
retorcia e ardia.
- Calem as merdas das suas bocas! -
Reunindo suas poucas forças, a comandante
esbravejou, aos prantos.
- Olívia? - Seu nome foi proferido quase em
uníssono.
- Não é porra de coincidência nenhuma. Não
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durante a doação.
- Enfermeira, eu…estou sentindo um pouco
de frio. - Conner informou à mulher, temendo ser
algum problema.
- Deve ser o nervosismo. Está tremendo! Mas
fique tranqüila que não há risco nenhum, não dói,
nem traz problemas futuros. Vai dar tudo certo! - A
enfermeira sorria - Agora, por favor, lave os braços
nesse local… - Ela indicava onde seria feita a
punção - …com água e sabão, depois sente naquela
outra cadeira preta ali.
- Certo.
Assim que terminou o que lhe fora ordenado,
Eleanor teve outro profissional cuidando da
punção, que fora feita com agulha em uma de suas
veias do braço, com material estéril, descartável e
padronizado, o que permitiu a coleta do sangue no
tempo e quantidade adequados. Transcorreram-se
apenas dez minutos para que os 450 ml de sangue
com o raro fenótipo Bombaim fosse colhido, e uma
onda de alívio momentâneo pudesse percorrer o
corpo da morena.
- Srta. Conner, agora nós vamos realizar uma
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prantos.
- Mas por qual motivo?
- Meu hemograma acusou alterações e estou
temporariamente impedida de doar. Agora teremos
que rezar por um milagre. Rezar para que ela não
morra.
- Eleanor, nós já passamos por situações
terríveis, os quais imaginávamos que seria o fim. E
não foi. Se tivermos que rezar para salvar a vida
daquela moça, será o que faremos. - O presidente
beijou o alto da cabeça da sua menina - Tive uma
idéia. Olívia está e permanecerá sedada por um
bom tempo, não corre o risco de acordar, então…
temos algumas horas. Por que não vamos agora até
a capela? Não somos religiosos, mas não tem
momento certo para buscar a intervenção e a ajuda
divina, não é? Acho que nos fará bem.
- Não, pai. Não quero sair do lado dela.
- São só alguns minutos. Nora e George já
vão retornar e cuidarão da nossa comandante
enquanto estivermos fora.
- Tem certeza?
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Capítulo 46 – Acerto em
família
Anos de terapia. Desde que se entendia por
gente, Eleanor lembrava de fazer visitas regulares
ao psicólogo, ao psiquiatra. Aparentemente, uma
menina rica, filha de um homem poderoso, líder de
uma nação, que sempre recebeu tudo o que tinha de
melhor, não teria motivos que justificassem gastos
com terapeutas. Aparentemente, pois ninguém é
capaz de conhecer os fantasmas internos do que nós
mesmos. A morena tinha uma vida perfeita, tirando
o fato de que tudo era uma mentira, não passava de
encenação. Para o mundo, os Conner eram uma
família feliz, sem problemas, mas dentro de casa,
nem sempre estavam sorrindo um para o outro.
Seria comum, uma vez que a maioria das pessoas
agem dessa maneira. Porém, o agravante, estava no
fato da herdeira não querer fazer parte daquela
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lentamente dela.
- O que minha filha está fazendo, Beatrice?
Demonstrando carinho à pessoa que salvou a vida
dela por duas vezes? Pessoa essa que, inclusive,
salvou também a minha e a sua vida.
- Não acredito que você é de acordo com esse
disparate! - A primeira-dama ria, incrédula.
- Disparate? Qual é o seu conceito de
disparate e absurdo? O fato de Eleanor amar aquela
mulher? - Com as lágrimas já escorrendo pelo seu
rosto, ele apontou para o leito onde estava a
comandante - Estranho seria se a minha menina não
sentisse nada, nem ao menos empatia pela pessoa
que deu a vida dela para salvá-la. Olívia está entre a
vida e a morte porque não mediu esforços para que
Eleanor se mantivesse bem. Graças à Deus a minha
filha é assim, amorosa. Graças à Deus ela não se
parece com você.
- Graças à Deus, Alexander? O que você
pretende? O que vocês pretendem com tudo isso?
Destruir a nossa família? Acabar com uma carreira
política? É isso o que desejam? O que pensa que o
mundo irá dizer quando souberem que "Eleanor
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- Mas o que…
- Vem comigo, agora!
- Eleanor! - O presidente chamava pela filha,
também temeroso do que ela poderia fazer.
- Pai, fique aqui, por favor, até a D. Nora e o
Sr. Garner retornarem. Por favor, pai… - A morena
suplicava.
- Claro! Claro, filha. Eu ficarei com a Liv.
Só…tome cuidado.
Sem dizer mais nada, Conner saiu do quarto,
ainda segurando firme no braço de sua progenitora,
com ela em protesto.
- As pessoas estão olhando, Eleanor.
- Dane-se.
- O que pensa que está fazendo? Para onde
estamos indo? - A morena, em silêncio, conduziu-
as até o andar da UTI, parando em frente a janela
do quarto onde estava Megan - O que é isso? Quem
é ela?
- Não reconhece aquela mulher? - Conner
tremia, raivosa.
- Não, quer dizer...não. - Beatrice parecia
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deveras confusa.
- É claro que você não a reconhece. Não
poderia saber quem é aquela mulher cheia de fios
conectados ao seu corpo, entubada, com ferimentos
graves, à beira da morte. Ela está mesmo
irreconhecível, não é?
- Podemos parar com as charadas? Essa deve
ser a amiga que estava com você. Amiga essa que
eu não conheço. - A primeira-dama fez questão de
frizar a negativa.
- É verdade, você não a conhece. Não a
conhece porque a abandonou há pouco mais de
trinta anos atrás, não é? Como poderia saber quem
ela é, se você não sabe nem ao menos quem você
é? Ah, querida mamãe, vou fazer as honras e lhe
apresentar. Beatrice Conner, essa é Megan Lee, o
bebê que você descartou como se fosse lixo. -
Eleanor sorria sarcasticamente entre as lágrimas -
Ela é o fruto da sua traição, do relacionamento
extraconjugal que você escondeu do meu pai
durante todos esses anos.
- Quem…quem te contou isso? Não sei o que
te falaram, mas posso garantir que…
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Forever in my mind
I see you in all
The pieces in my life
Though you weren't mine?
Like lullabies you are
Forever in my mind
I see you in all
The pieces in my life
Though you weren't mine
Though you weren't mine
You were my first love
You were my first love…
A morena beijou o dedo em que a agente
usava a aliança, e que agora só tinha a marca da
jóia e algumas escoriações no lugar.
- Volta pra mim, Liv…volta…
- Srta. Conner, poderia nos dar licença?
Vamos levar a paciente para realizar alguns
exames. - Era o médico quem falava,
interrompendo a emocionante interação entre a
herdeira e a mulher de sua vida.
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Capítulo 47 – A vida
continua
- Hoje é um dia de sentimentos dúbios para
toda a nação americana... - O presidente Alexander
suspirou com ambas as mãos apoiadas no púlpito
de acrílico à sua frente. Ele havia dispensado
algumas horas de seus dias durante a semana
anterior para escrever o discurso que faria no
evento em homenagem às vítimas do atentado à
Casa Branca que completava um ano naquele dia, e
também aos que foram mortos injustamente durante
o sequestro de sua filha. No entanto, ao olhar para o
lado e encarar os olhos castanhos de Eleanor, o
homem preferiu deixar as palavras fluírem, vindas
do seu coração - Há exatamente um ano atrás, eu, o
governador, a nossa família e as mais de trezentas e
vinte pessoas que estavam aqui no momento,
sofremos um terrível atentado. Há algumas
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perder.
- Eu também achei. Não sei nem como
sobrevivi ao inferno. - A dormência prolongada de
seus membros pouco a pouco se extinguia. Os
dedos dos pés mexiam-se, em seguida os pés, as
pernas. Para certificar-se de que estava tudo em
ordem na parte inferior de seu corpo, a ruiva
afastou a coberta repentinamente - Ufa!
- O que foi? - Conner indagou, preocupada.
- Achei que tinham amputado as minhas
pernas.
- Por Deus, não! - A filha do presidente
suspirou aliviada, colocando a mão no peito - Mas
não vou mentir para você...Quase que a senhorita
fica sem o braço. - A maribunda olhou para o
membro dolorido ao qual Eleanor se referia - Ai,
Meg, eu nem sei o que dizer. Isso tudo foi por
minha causa, foi culpa minha…
Lee ergueu a mão pedindo silêncio. Tombou
a cabeça para o lado, mirando a janela. Já era noite.
A treva tinha chegado de repente, entrando pela
transparência da vidraça, vencendo a luz da
lâmpada. A ruiva fechou os olhos ao sentir uma
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brisa doce.
- Você já sabe, não sabe? - Mesmo doente,
com a cabeça fraca e sem conseguir concentrar-se
direito, Megan não tinha perdido a sua capacidade
de percepção do que ocorria ao seu redor. Ela
conseguia ler as entrelinhas através dos olhos de
sua irmã, temendo que todo o seu esforço tivesse
sido em vão - Eu posso me defender…
- Defender de que?
- Eu não me aproximei de você com nenhum
interesse obscuro. Eu juro que não.
- Está falando sobre nós?
- Então… - A confusão estava nítida no
semblante da moribunda, assim como um pouco de
decepção - …você não sabe…
- Que somos irmãs? É…sei sim. Quis lhe
pregar uma peça. É divertido estar do outro lado de
vez em quando, sabia? - A herdeira gargalhou alto.
- Filha da puta!
- Opaaaa…Cora vai adorar saber o que acha
sobre ela. - O humor de Eleanor estava
incrivelmente bom. Incrível e estranhamente bom,
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- Não...
- Amor...
Eleanor - que tentava não desabar novamente
- ao encarar os olhos de sua amada, não suportou e
permitiu-se desabafar, chorando embalada por
aqueles braços que tanto lhe traziam o alento do
qual necessitava.
- Eu não fiz nada para impedir. Eu paralisei,
emudeci, fui covarde. Eu a acusei de ser covarde e
fiz exatamente a mesma coisa.
- Ei, meu amor... Não se culpe por nada que
tenha acontecido. - Olívia acarinhava as madeixas
negras de Eleanor, em sinal de afeto e conforto -
Sabe que...conviver com a Louise desde pequena
me ensinou muita coisa. Ela sempre foi mais
madura do que eu, e com isso de estudar psicologia,
é difícil aquela mulher não ser certa em seus
conselhos. Se a nossa amiga estivesse aqui, com
certeza ela diria algo do tipo "tudo o que você vive
é necessário para construir sua história". E eu
acredito nisso. Olhe para mim... - A agente secreta
afastou um pouco o rosto da namorada de seus
ombros para poder encará-la - Preciso que você
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Capítulo 49 – A carta
Era impossível Megan saber se aquela era a
primeira noite ou a décima que passava internada
naquele hospital. Sua memória ainda possuía
determinadas lacunas que, por mais que as pessoas
lhe relatassem os fatos que aconteceram, ela não
conseguia resgatar as cenas em seu cérebro. Sua
capacidade de raciocínio ainda estava
comprometida, provavelmente por conta dos
medicamentos fortes que tomava. Às vezes,
conversando com alguém, dispersava-se à tal
ponto, que quando retornava à si, já não sabia qual
era o assunto. Mas os médicos haviam lhe
assegurado de que aquele não era um problema à se
preocupar. Aos poucos, todas as funções do seu
corpo retomariam normalmente, deixando-a livre
por completo de qualquer seqüela. Por isso lhe
deram alta. Seu quadro clínico ainda requeria um
cuidado ou outro, mas nada que não pudesse ser
feito devidamente no conforto de seu lar.
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curiosa e afoita.
- Eu não sei. Não tive coragem de ler. -
Ambas ficaram em silêncio alguns segundos,
envoltas em seus próprios pensamentos - Quer ler
comigo?
- Você quer ler?
- Não sem você.
Eleanor levou ambas as mãos ao rosto,
esfregando-o em claro sinal de nervosismo.
- Ok. Pode abrir.
Tremendo, Meg abriu o envelope, tirando de
lá duas folhas preenchidas em frente e verso com
letras miúdas, assimétricas e bem desenhadas.
"Megan, é estranho escrever para você. É
estranho ter qualquer tipo de contato com você,
mas tente ao menos relevar o mal que te fiz por
alguns minutos e leia essas poucas palavras que
demorei horas para escrevê-las por não saber por
onde começar, nem como o que eu deveria falar.
Optei pela verdade, já que as mentiras e omissões
apenas arruinaram a minha vida e a das pessoas
ao meu redor.
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desacompanhado da mulher.
Permiti a sua entrada, uma vez que negar,
ao meu entendimento na época, não seria de bom
tom. Pode parecer confuso que eu não tenha
ficado feliz em ver meu amante, ainda mais sem
meu marido por perto, mas garanto que logo
entenderá. Charles e eu nunca havíamos
ultrapassado os limites dos beijos e agarros
furtivos nas festas e nos diversos encontros
políticos, nunca havíamos chegado às vias de fato.
Provavelmente essa coisa de namorico
adolescente foi o que acabou me instigando.
Todas as vezes que as coisas esquentavam um
pouco mais, eu acabava recuando de alguma
forma, dando uma desculpa, pois logo me vinha a
imagem de Alexander. Eu não sabia porque ainda
continuava com tudo aquilo se me incomodava
tanto, mas era como uma maldição, um imã. Eu
via aquele homem e sentia um estranho desejo
incontrolável de beijá-lo às escondidas, nada mais
do que isso.
Voltando ao fatídico dia em que vi minha
vida inteira se desgraçar… Ofereci ao Charles
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- Carta?
- É. Uma carta contando como tudo
aconteceu. Levando em conta que o que foi dito é
mesmo tudo verdade, ela traiu sim o meu pai,
abandonou a Meg, mas a gravidez não foi bem
culpa dela. O cara a induziu, de certa forma, a
transarem. O que eu entendi é que ela foi forçada.
Eu não sei direito o que pensar. Só sei que me
arrependi profundamente de tê-la pré-julgado e
maltratado. Em contrapartida, estou com muita
raiva pelo seu descaso e mentira. Resumindo, estou
confusa.
- Meu amor, dê tempo ao tempo. - A
comandante sentou-se em um outro banco de
carvalho, um pouco mais baixo que o de Conner -
Não adianta querer reparar erros, consertar as
coisas precipitadamente. Todo mundo sofreu com
essa história e eu acredito que o distanciamento vai
ser bom, tanto para ela, quanto para seu pai, Lee e
você.
- É...tem razão. - Olívia tomou os pés da
outra e começou a massageá-los, movendo seus
dedos e apertando pontos-chave com imenso
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seus dedos.
Foi então que a comandante olhou para baixo
e percebeu o quão excitada a sua namorada estava:
sua vagina brilhava com o lubrificação natural, e
tocada, mostrou-se inteiramente receptiva. Naquele
instante, ambas esqueceram-se do cansaço e do dia
frustrante, entregando-se totalmente ao toque e às
deliciosas sensações daquele contato.
Cuidadosamente, a agente secreta subiu um
pouco mais a camisa da outra, podendo assim
visualizar o centro de suas pernas. Usou os dois
polegares para acariciá-la entre os grandes lábios,
dentro e fora deles, suavemente, enquanto os outros
dedos apoiavam-se e roçavam a virilha. Eleanor
arqueou a cabeça para trás, inclinando o tronco à
fim de encostar em uma velha cristaleira que havia
naquele cômodo, onde guardava suas tintas e
pincéis. Projetou o quadril na direção da namorada,
abrindo o máximo que podia as pernas, mordendo o
lábio inferior. Os dedos de Liv deslizavam para
cima e para baixo, em círculos, de forma gentil e
cadenciada, fazendo-a gemer quando percebeu os
finos pêlos das coxas da outra, se eriçando pelo
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tesão.
Olhando para o lado, a comandante avistou a
taça de vinho ao pé do outro banco e, com uma das
mãos, a apanhou. Ela não bebia em serviço - e
teoricamente ainda estava trabalhando - mas
mesmo assim sorveu um pouco da bebida.
Aproximou-se da vagina molhada de Conner e lá
depositou, aos poucos, o vinho que tinha na boca.
A morena estremeceu e soltou um gemido tímido,
passando as mãos pelas madeixas loiras.
- Olíviaaaa…
Ao ouvir seu nome entre gemidos lânguidos,
a agente federal não se conteve mais, e acabou
permitindo que sua língua aliá-se aos dedos,
também investindo contra aquele sexo fodidamente
belo da mulher. A boca morna e macia de Garner
explorava cada centímetro dos pontos mais
sensíveis que a morena tinha entre as pernas,
mordiscando e lambendo aqueles outros lábios
dela, tão voluptuosos e carnudos quanto os do
rosto.
A intensidade daqueles beijos, das sugadas e
dos dedos ameaçando uma penetração aumentava à
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Capítulo 51 – Podemos
procurar por ele?
"Quand je pense à lui,
Je vois de l’ardeur dans son regard et
une infinité de sentiments.
Il est sensible, il est intelligent;
aie que ça me plait …
J’explore les traits de son visage,
Je vois un homme mature,
Son sourire m’envoûte,
Il me fait du bien.
Et ce n’est pas tout,
Je reviens alors à l’effet qu’il me fait.
Enchantée par son sourire qui est reflété
dans ses yeux,
dans lequel je m’y vois aussi, envoûtée, à sa
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merci.
Hé oui, parce que c’est lui, j’ai envie de
l’embrasser.
Parce que c’est lui, j’ai envie de l’aimer.
C’est une histoire de l’âme,qui sait très bien
ce qu’elle veut.
Ha si je pouvais le rencontrer maintenant,
là,
la la la la la !!!
pour me remplir de joie,
pour lui dire que je l’aime
tous les jours de ma vie,
jusqu’à ce que la vie nous sépare,
jusqu’à ce que nous nous rencontrions de
nouveau,
là haut, au-delà
la la la la la!!!"
05:46. Olívia fechou o livro que,
carinhosamente, lia para a sua namorada, enquanto
esta, atenta, a observava, sorrindo vez ou outra com
os trejeitos da loira.
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Capítulo 52 – Uma
surpresa para Olívia
Depois de servir como sala de reuniões e até
de sinuca, a sala de mapas da Casa Branca, recebeu
esse nome por conta de Franklin D. Roosevelt
durante a Segunda Guerra Mundial, onde o até
então presidente, usou o cômodo como uma “sala
de guerra”, onde reunia mapas para planejar
estratégias. Nos dias atuais servia para diversos
propósitos, porém mantendo os antigos mapas nas
paredes por lembrança histórica.
Alexander estava nessa sala observando
Eleanor e Megan caminhando pelos jardins em
direção à parte interna da residência. O homem
fechou os olhos por alguns segundos, sorrindo,
apesar da tristeza que carregava dentro de si. O Sr.
Conner teve a sua família desmantelada de uma
forma dolorosa, mas, em contrapartida, ganhou
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olhando assim?
- Nada. É que eu não havia terminado de
falar. Eu ia dizer que não consegui falar com a
comandante Garner porque ela estava em reunião
com o pessoal da USES, mas eu deixei recado
informando que a senhorita precisava de seus
préstimos urgentemente. - A secretária respondeu
com calma, uma vez que sabia que aquele rompante
não passava de puro nervosismo.
Desde que passou a integrar a equipe de
colaboradores da Casa Branca, ouviu boatos das
oscilações de humor da filha do presidente, do seu
ar autoritário, igual ao da mãe, mas nunca sofreu
com a impetuosidade da morena, salvo nesses casos
esporádicos de acesso de raiva. Fato era que
Eleanor havia feito um grande progresso no que
dizia respeito à sua personalidade, havia
amadurecido e não mais tratava quem quer que
fosse com frieza e ares de superioridade como antes
costumava fazer.
Percebendo seu ato falho, Conner respirou
profundamente, sentando-se em seguida.
- Desculpa. Deve ser por isso que ela não
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Capítulo 53 – De repente
tudo pode mudar
Existe um elo muito forte entre mãe e filho
que nem mesmo o tempo é capaz de apagar. Talvez
seja esta uma das ligações mais fortes da natureza,
comprovada pelo sentimento que se estabelece com
um bebê, lá nas primeiras semanas de sua
existência dentro do ventre, e que dura para
sempre.
Olívia passou anos e anos de sua vida
sofrendo, chorando escondida pelos cantos,
imaginando como seu filho era, como ele estava
sendo tratado, se comia bem, se morava bem, se
frequentava uma boa escola. Não teve um dia
sequer desde que Arthur fora raptado que a
comandante não tenha pensado nele. Por vezes,
suas esperanças de revê-lo, de encontrá-lo vivo, se
esvaiam, chegando quase ao esgotamento, mas no
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- Acha mesmo?
- Acho, ne? De repente, do nada, descubro
que tenho uma família biológica e a minha mãe é
uma agente fodona do serviço secreto que trabalha
pro presidente dos Estados Unidos e namora a filha
dele. Você vai ter que concordar comigo que isso
não acontece com todo mundo. Não é uma coisa
muito comum.
Alívio. Foi o que a loira sentiu naquele
momento. O entendimento de que o filho se referia
à situação como um todo, e não ao fato da sua
homossexualidade em si, fez com que ela relaxasse
e risse.
- É, Alex. Você tem razão. Eu concordo
plenamente contigo. - Mãe e filho riram, se
abraçaram e se beijaram - Então…quer fazer um
tour pela Casa Branca? Acho que o seu xará está lá
em cima no quarto dele. Posso perguntar se ele
autoriza você a dar uma volta no carro oficial, o
que acha?
- Você tá falando sério? Caramba! Eu morei
em muitos lugares, mas a maior parte foi aqui nos
Estados Unidos e sempre tive vontade de ver o
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incrédulo.
- Que merda está fazendo, Eleanor Conner? -
O homem, corado em demasia pelo nervosismo e
ira que sentia, fulminava a morena com o olhar.
Sem dar-lhe confiança, a candidata
prosseguiu.
- Me ameaçaram, dizendo que se eu não
cedesse aos termos da chantagem, a minha vida
pessoal seria exposta para o mundo. - Tal como a
minutos atrás, a comoção foi geral. Ninguém estava
entendendo absolutamente nada, principalmente
Garner, que se mantinha firme por fora, mas por
dentro se controlava para não avançar e tirar aquele
infeliz de perto da sua morena. Assim que as vozes
foram se abrandando, Conner continuou - Este
homem que está aqui ao meu lado, David
Henderson, filho do nosso digníssimo governador,
foi quem cometeu essa atrocidade. Ele queria que
eu anunciasse à todos que mantemos um
relacionamento, mas isso é mentira. Ele queria que
eu dissesse que estamos juntos e felizes, que
formaremos uma família, para manter um boa
imagem diante da nossa sociedade tradicional e
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Capítulo 55 - O pedido
inusitado
"Os americanos compareceram às urnas
nesta quinta-feira para escolher o sucessor do
presidente Alexander Conner, entre a
democrata Eleanor Conner e o republicano John
McCain, encerrando uma longa e exaustiva
campanha eleitoral, marcada por revelações
bombásticas que provocaram ansiedade em todo o
planeta."
"New Hampshire abriu simbolicamente à
meia-noite local, o dia eleitoral. A apuração foi
rápida no vilarejo: Três votos para Eleanor e um
para John. As urnas abriram oficialmente às
6H00 locais, uma hora antes da Flórida, que mais
uma vez parece ter sido escolhida pelo destino
para definir uma eleição presidencial nos Estados
Unidos."
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em casamento hoje.
- Jura? - Boquiaberta, a psicóloga não sabia
se ria ou se entrava debaixo do chuveiro - Meu
Deus! Eu sempre achei que fosse a Garner a pedir a
mão da Eleanor.
- Pois minha irmã diz que não quer esperar
uma atitude da Olívia. Comprou uma aliança tão
linda, mas tão cara…
- Ela e sua mania de ostentação. - Riram -
Como será que ela fará o pedido, heim?
- Aguarde que logo, logo você vai saber…
- Ah, não! Você sabe?
- Digamos que eu tive uma boa parcela de
crédito na idéia…
- Me conta, amor. Vai, me conta!
- Não posso. Isso não.
- Por favor…
- Pára, Louise…
Rindo e se provocando, as mulheres
acabaram entrando juntas no banho, enquanto o céu
era testemunha de uma nova fase do amor de Liv e
Eleanor.
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************
A presidente acordou cedo, tamanha a
ansiedade que a fazia se corroer por dentro. Aquele
seria mais um dia emocionante, seguido de um dos
momentos mais importantes da sua vida: a eleição
ao cargo de maior escalão dos Estados Unidos. A
morena tinha sorte por possuir um coração forte,
resistente às mais intensas emoções, mas ainda
assim não sabia se seria capaz de lidar com o
nervosismo que o fazia palpitar à ponto de parecer
que sairia pela boca à qualquer instante.
- Hum... Amor? Já de pé? Não é madrugada
ainda? - Garner resmungou sonolenta ao sentir a
namorada levantar-se da cama.
- Quase isso, meu bem. São exatas… - A
mais velha olhou o visor do celular antes de
responder - … 06:02.
- Ah, não! Volta para a cama. Só sairemos às
10:00. Temos um tempinho ainda para curtir
preguiça. - O tom baixo e a voz arrastada da loira
denotava sua sonolência extrema.
- Ei! Quem é você e o que faz no corpo da
minha namorada? - Eleanor riu, acariciando os
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que é surpresa?
O trajeto se deu com apenas dezesseis
minutos, que para a comandante mais pareciam
quinhentos, tamanha a sua ansiedade. Assim que
desceram do carro, Conner foi imediatamente até
um homem bem apessoado, de cabelos grisalhos, o
qual Garner havia visto poucas vezes, mas sabia de
quem se tratava. Era o comandante Bishop, piloto
que geralmente acompanhava o ex-presidente
Alexander.
- Srta. Conner, comandante Garner… - O
homem cumprimentou as mulheres com um sorriso
largo estampado no rosto, recebendo de Eleanor um
sorriso semelhante, mas de Liv apenas um menear
com a cabeça.
- Está tudo ok?
- Claro! Exatamente como pediu.
- Obrigada. Vamos, querida? - A presidente
estendeu a mão para a outra, que imediatamente
franziu o cenho em estranheza.
- Nós vamos voar? Mas para onde? Ele… - A
mais nova olhou para trás enquanto caminhavam
até o helicóptero - Eleanor, quem vai pilotar?
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Capítulo 56 - O perdão é
para os fortes
Enquanto Eleanor e Olívia passavam o dia
cumprindo os compromissos de trabalho, Megan
permitiu-se ter um dia de folga. Louise precisou ir
ao consultório de um amigo auxiliá-lo com uma
linha de tratamento para um paciente, e com isso, a
ruiva acabou seguindo para o seu apartamento
ainda decidindo o que faria para preencher o tempo
ocioso. Pensou em convidar Alex para dar um
passeio, mas tão logo entrou na sala e vislumbrou,
jogada sobre a mesinha de centro, a carta que
Beatrice havia escrito para ela, um desânimo
atípico lhe abateu.
No dia anterior à eleição, no momento em
que esteve em sua residência, a mesma melancolia
de agora tinha corroído o seu coração. Com isso,
como se a reeleitura daquelas palavras pudesse a
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quarenta minutos.
- Não tem problema. Ficarei te esperando.
Beijos. Eu te amo.
- Eu também te amo.
Depois de encerrada a chamada, Louise
gastou exatamente trinta e sete minutos para chegar
até o apartamento de Lee. A ruiva sabia disso com
precisão, pois verificava as horas de segundo em
segundo, quase. Ela já esperava com tudo
preparado, inclusive com uma pequena malinha
contendo algumas peças de roupa caso precisassem
trocar. E assim as namoradas partiram, sem saber o
que encontrariam, principalmente Megan, que não
fazia idéia nem se a mãe estaria disposta a recebê-
la.
A viagem durou pouco mais de quatro horas.
O trânsito estava relativamente bom, o que
contribuiu para a chegada precoce. Lee havia
descoberto e memorizado o endereço da casa onde
Beatrice estava morando em uma das inúmeras
conversas que tinha tido com sua irmã sobre o
assunto, facilitando ainda mais a conclusão de seu
intento.
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abandonado?
- Exatamente.
- É óbvio que sim, Megan. Vocês podem não
acreditar em mim, mas carreguei essa culpa por
todos esses anos. E por remoê-la dentro de mim é
que me tornei a mãe fria, impositiva, egocêntrica e
tantas outras coisas dos quais Eleanor sempre me
acusou de ser. Eu vivi amargurada, tendo que
esconder esse segredo e sendo punida segundo à
segundo. Sei que mesmo que eu diga as palavras
mais bonitas, nada do que eu fiz vai ser apagado da
tua memória, e muito menos do teu coração. Nem
sempre as coisas correm do jeito que queremos, do
jeito que desejamos. E é aí que podemos desfalecer,
cair, errar. Foi o que aconteceu comigo no
momento em que decidi te deixar na porta daquele
motel. Errei e o arrependimento me machuca
demais. Sempre foi, mas agora está sendo ainda
mais difícil lidar com isso. Eu podia simplesmente
me tentar aproximar, dizer que gostaria de construir
um relacionamento contigo e pedir que esquecesse
tudo o que ficou para trás. Até cheguei a fazer isso,
de certa forma quando escrevi aquela carta.
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boas.
- Oh, minha filha. Eu não tenho que te
perdoar de nada. - Nesse momento, as lágrimas
escorriam livres nas faces das três mulheres
presentes no recinto - Eu disse na carta que ainda
não te amava, mas agora eu realmente amo você. -
Outro abraço se deu, agora, com Mattew sendo
incluída no coletivo - Faça Megan feliz.
- Com certeza. Darei o melhor de mim para
ela sempre. - A morena respondeu.
Ficar preso a algo que se fez no passado é
assumir um papel de vítima que não cabe à
ninguém. Ali não havia vítima, nem a mais certa ou
errada. Ali havia uma mãe e uma filha, humanas,
passíveis de erros e dispostas a se perdoarem
mutuamente, pensando assim em vislumbrar um
futuro deveras feliz.
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Capítulo 57 - O resgate do
tempo perdido
Foram anos de ausência, foram anos de
sofrimento onde não houve um dia sequer em que
Garner não tenha pensado no filho, Arthur. As
primeiras palavrinhas, os primeiros passos, a loira
não viu. O primeiro “mamãe” não foi para ela, mas
a euforia ao ver o garoto, treze anos e um mês
depois de Arthur ter sido levado do parquinho,
mostrou que tudo valeu a pena.
No fim, Olívia sentiu que teve uma gestação
diferente ao esperar pelo filho não nove, mas cento
e cinquenta e sete meses. Ela tinha muito medo de
não encontrá-lo. E se não encontrasse, mesmo
fingindo que sim, jamais conseguiria seguir
adiante.
Olhando para o filho aprendendo xadrez com
o "avô", a comandante lembrou-se do diário mental
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vocês.
- Depois vamos conversar direitinho à
respeito dessa sua idéiazinha, viu? - Garner
sussurrou no ouvido da cunhada quando passou por
ela.
- Então? - Conner sentou-se em meio aos
suspiros ansiosos quando se viu sozinha com Lee -
O que houve?
- Eu vou ir direto ao ponto. Desde que a
Beatrice me entregou aquela carta eu venho
pensando no assunto e cheguei a uma conclusão.
- Qual?
- Eu quero que você me escute até o fim sem
interrupções e manifestações negativas, ok?
- Ok. Está me deixando nervosa, mas ok.
- Eleanor, ninguém, infelizmente, tem o
poder de modificar o que aconteceu no passado.
Algumas dores parecem grudar na nossa memória e
aumentam ainda mais as feridas ao longo da vida,
principalmente aquelas provocadas pelos nossos
pais. Eu sei bem o quanto essas feridas emocionais
são difíceis de curar. Demorei anos para enxergar a
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Capítulo 58 - O casamento
presidencial
Um mês depois do estrondoso sucesso que
foi o pedido de casamento de Eleanor para a sua
amada Olívia, se dava o grande dia, o dia mais
importante na vida de ambas. As fotos e a notícia
viralizaram no mundo todo, obviamente reunindo
aqueles que eram pró e contra a relação. Alguns
diziam que havia sido um erro a eleição de Conner,
que a família tradicional tinha sido destruída por
causa dela. Outros já apostavam no avanço da luta
contra o preconceito e no tão necessário vislumbre
de um futuro onde todos pudessem ser respeitados
por sua índole e não pela sexualidade.
Para as mulheres nenhuma crítica negativa
era relevante. Elas não se importavam. E nem era
segredo que só pensavam em se casar e serem
felizes juntas, nada mais. Por esse e por outros
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los ver
But there's one thing left to do
Mas há uma coisa a fazer
Now that the weight has lifted
Agora que o peso tem levantado
Love has surely shifted my way
O amor certamente tem mudado meu
jeito…"
Nesse exato instante foi que Conner
encontrou o seu pai, indo com ele até o altar. Foi
também, de certo, a mais emocionante de sua
entrada, pois a morena pôde ver todo mundo que
estava ali, por elas. Os olhares, os sorrisos tornaram
aquele um dos momentos mais especiais da vida de
Eleanor e Olívia.
"Marry Me
Case comigo
Today and every day
Hoje e todos os dias
Marry Me
Case comigo
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Hã-hã
Say you will
Diga que você vai
Mm-hmm
Hã-hã
Promise me
Prometa-me
You'll always be
Você sempre será
Happy by my side
Feliz ao meu lado
I promise to
Eu prometo
Sing to you
Cantarei para você
When all the music dies
Quando todas as músicas morrerem…"
O beijo terno que a comandante deu na testa
da presidente, marcou o encontro das noivas. Uma
enxugando as lágrimas da outra poderia ser
considerado o gesto mais lindo que os convidados
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próxima fase.
- A do chefão! - Alex gritou, arrancando
risadas divertidas dos convidados, em especial, das
mães.
- Pois, com estes votos, vocês estarão
dizendo ao mundo: “esta é a minha esposa”.
Eleanor, é de livre e espontânea vontade que você
aceita a Olívia como sua companheira em
matrimônio?
- Sim.
- Olívia, é de livre e espontânea vontade que
você aceita a Eleanor como sua companheira em
matrimônio?
- Sim. - Não dava para mensurar a voz de
qual das noivas estava mais embargada pela
emoção.
- Assim sendo, por favor, dêem-se as mãos e
preparem-se para dar e receber suas juras de amor,
que estão entre os maiores presentes da vida.
"…I see your true colors
Eu vejo suas cores verdadeiras
Shining through
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Capítulo 59 - Presidente
Eleanor Conner
Um mês depois…
A 45º presidente dos Estados Unidos, Eleanor
Conner, tomou posse no início de uma tarde de
quarta-feira, em Washington DC, em meio a uma
multidão de pessoas que viajaram à capital para
acompanhar o momento histórico onde, pela
primeira vez no país, uma mulher, assumidamente
homossexual, apropriou-se do cargo mais
importante do Executivo norte-americano,
quebrando os paradigmas de centenas de anos.
Com a mão sobre a mesma Bíblia usada em
1861 por Abraham Lincoln, Eleanor prestou
juramento ao lado de seu pai, Alexander Conner, e
de sua segurança particular e esposa, a comandante
Olívia Garner.
- Eu, Eleanor Conner, juro solenemente
cumprir fielmente as funções de presidente dos
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posse.
- Quem diria, não? - Conner olhava para o
horizonte, da sacada de seu quarto, acariciando as
mãos da esposa, que a abraçava por trás.
- É… Quem diria! Se há pouco mais de um
ano me dissessem que eu reencontraria o meu filho
e que estaria casada com a primeira presidente
mulher dos Estados Unidos da América, eu
mandaria internar. - As mulheres riram.
- Nosso amor era tão improvável!
Enfrentamos tantas adversidades, perigos reais,
dramas…Enfrentamos um mundo inteiro para
podermos estar aqui agora. - Eleanor virou-se de
frente para Garner, beijando-lhe os lábios lenta e
deliciosamente.
- Para mim, valeu a pena cada segundo que
vivi desde que aceitei ser transferida para a Casa
Branca e integrar a equipe de segurança do
presidente. Valeu a pena ter enfrentado um arsenal
explosivo por duas vezes para poder te salvar.
- As coisas não pareciam conspirar à nosso
favor naquela época, não é?
- Não mesmo. Mas agora estamos felizes,
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