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60 Multimodadlidade
60 Multimodadlidade
na edição 60
w w w.revistamundologistica.com.br
:: artigo
Caso de sucesso:
multimodalidade,
torre de controle e Lean
Integração de modais, tecnologia e Lean para o
sucesso na distribuição de combustíveis
Diante dos cenários adversos da economia brasileira, a inteligência
logística faz a diferença, contribuindo com o crescimento das
empresas e suportando os gargalos de infraestrutura nos portos,
rodovias e malha ferroviária. A multimodalidade integrada faz a
diferença na Total Combustíveis, uma das maiores distribuidoras de
combustíveis do Brasil.O conceito de torre de controle multimodal
faz com que a Total Combustíveis tenha, em tempo real, o controle de
suas operações logísticas e busque constantemente a melhoria de sua
performance. Um dos fenômenos que mais se destacam, nos últimos
anos, é o balanceamento dos estoques, que estejam no momento,
lugar e quantidade ideais para atender ao mercado de atuação.
Autor
Roberto Soares
Diretor de Logística da Total Combustíveis S.A. e diretor executivo da Exact Supply Chain Solutions, é economista pela Universidade
Federal de Pernambuco, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV), e possui
20 anos de experiências em indústrias multinacionais e nacionais, além de empresas do segmento de serviços e varejo. Atuou em
toda a cadeia de Supply Chain, operações, logística, suprimentos, planejamento integrado e Sales & Operations Planning (S&OP).
rsoares@totalcombustiveis.com.br
Coautor
Paulo Ricardo
Coordenador de Logística da Total Combustíveis S.A., é administrador de empresas pela Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) e
possui MBA em Logística Empresarial pela Universidade Católica de Pernambuco, além de 10 anos de experiência em indústrias,
varejo e transporte marítimo, atuando em toda a cadeia logística.
pricardo@totalcombustiveis.com.br
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E
m tempos de crises e adversi- A Total utiliza, em suas operações,
dades econômicas, as empresas os modais rodoviário, ferroviário,
buscam focar na criatividade. As aquaviário e dutoviário para o in-
melhorias de produtividade, o aumen-
Um dos pontos bound, e rodoviário para o outbound.
to do nível de serviço e a redução de importantes para essa Diante das constantes evoluções e
custos se sobressaem. Isso acontece, integração da cadeia competividade do mercado, o dife-
também, na Total, onde essa cultura rencial da inteligência logística, na uti-
de buscar sempre melhorar é bem foi o Plano Diretor lização de modais, com custos mais
disseminada e cultivada em todos os de Supply Chain, um competitivos, como o ferroviário,
níveis da organização. Entre as inicia-
tivas da companhia, pode-se destacar
divisor de águas para para abastecer algumas unidades se-
cundárias. Diante da área de atuação
a implantação da metodologia Lean a Total. da companhia, a multimodalidade é o
Manufacturing e os investimentos em modelo mais adequado para atingir a
treinamentos de seus colaboradores, competividade necessária e os níveis
em tecnologia e desenvolvimento organizacional. de serviços.
Um dos pontos importantes para essa integração da A Total Combustíveis é a quinta maior distribuidora
cadeia foi o Plano Diretor de Supply Chain, um divisor do Brasil em volume e quarta maior em sua área de
de águas para a Total, que ajudou a aperfeiçoar a cultura atuação, conforme a Figura 1.
de alta performance e a buscar especialistas no merca- O modelo integrado das operações logísticas é um
do, para desenvolver e implantar melhorias em toda a diferencial competitivo. Ao longo desse processo de ino-
cadeia de valor da organização. vação, iniciado em 2015, no qual a empresa implemen-
Com a implantação do Sales & Operations Planning tou uma gestão Lean em todo o negócio, inclusive, na
(S&OP) e seus desdobramentos em todos níveis da em- logística, houve uma grande evolução operacional, com
presa, cresceu a necessidade de integração multimodal a integração de todos os modais de sua cadeia. A Figura
dentro do conceito da torre de controle, com o foco 2 mostra os pontos que suportam toda a integração,
do cliente contribuindo com o crescimento do nível de iniciando pelo fluxo em esteira, desdobramento da es-
serviço, por meio de maior disponibilidade de produtos, tratégia em todos os níveis organizacionais, gestão de
na gestão e redução de custos, e visibilidade da cadeia riscos interna e implantação de círculos de melhorias
como um todo. contínua (Kaizen), dentro da filosofia Lean.
FILIAIS
13 OPERACIONAIS
20
2.208 TOTAL DE CLIENTES ANOS
14 ESTADOS BRASILEIROS
+DISTRITO FEDERAL MARKET SHARE
ÁREA DE ATUAÇÃO 5,6%
Figura 1: Números da Total Combustíveis.
25
Diante de todo esse contexto de integração entre as CARACTERÍSTICA DA OPERAÇÃO FERROVIÁRIA
metodologias de melhoria contínua, gestão de pessoas • Transporte em larga escala;
com o foco em resultados, foco do cliente e maximiza- • Performance de carga e descarga;
ção dos modais logísticos, os resultados, entre 2015 e • Concentração de carga/descarga em base única
2016, foram extremamente positivos, colaborando com (operação em pool);
a Total em redução de custos, melhoria operacional, ma- • Cadência e linearidade das ofertas de produto;
ximização de receitas e crescimento fora da curva, em • Operação ferroviária das bases sem restrições de ho-
comparação à situação econômica e do segmento de rário de funcionamento;
combustíveis do Brasil. • Execução de planejamento mensal e semanal, e con-
tratos em longos prazos;
OS MODAIS E SUA INTERAÇÃO • Grande capacidade de carga;
Diante de dimensões continentais de sua área de • Adequado para grandes distâncias;
atuação e o tipo de produto comercializado pela Total • Elevada eficiência energética;
Combustíveis, a escolha do modal faz toda a diferença • Alto custo de implantação;
para a competitividade. Atualmente, há bases primárias • Baixo custo de transporte;
e secundárias. Nas bases primárias, o abastecimento é • Baixo custo de manutenção;
realizado pelo aquaviário, que, depois, faz a interligação • Possui maior segurança em relação ao modal rodo-
com as bases secundárias, por meio do ferroviário. viário, visto que ocorrem poucos acidentes, furtos e
O desafio inicial era a maximização da utilização do roubos;
modal ferroviário nas bases secundárias, que era uma • Transporte lento, devido às operações de carga e
das restrições para um melhor cadenciamento entre os descarga;
modais, capacidades de armazenagem, produtividade no • Baixa flexibilidade, com pequena extensão da malha;
carregamento, lead time dos operadores ferroviários, • Baixa integração entre os Estados;
conforme a análise de mercado a seguir e a caracterís- • Pouco poluente.
tica desse modal, que é realmente um diferencial com- A multimodalidade é uma questão de necessidade
petitivo. e competitividade para crescer e manter as operações
ABASTECIMENTO ROTEIRIZAÇÃO
MONTAGEM DE CARGA
CONTROLE DE HORAS EXTRAS,
DIÁRIA, JORNADA DE TRABALHO
CUMPRIR: ANS, JANELAS DE
ENTREGA, LEAD TIME
ACOMPANHAMENTO
DA ENTREGA
Figura 2: Modelo de logística integrada, com grande presença em processo e maximização de modais.
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rentáveis e o abastecimento de produtos, em regiões nica (17.651 km), Tocantins-Araguaia (1.360 km), Para-
como a Norte. No segmento de combustíveis, a inte- ná-Tietê (1.359 km), Paraguai (591 km), São Francisco
gração dos modais é um diferencial, devido à grande (576 km) e Sul (500 km).
concorrência e às margens extremamente pequenas, O Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT)
nas quais qualquer centavo faz a diferença no seu custo. de 2012 aponta que a participação do modal aquaviário,
Para abastecer o mercado da região Norte, o maior considerando as hidrovias e a cabotagem, é de 13% do
polo ressupridor é o Porto de Itaqui, no Maranhão, total, sendo que as hidrovias respondem por 5%. Suas
chamado de polo primário. Ele recebe os produtos via principais características são grande capacidade de carga,
modal aquaviário e realiza a distribuição/abastecimento baixo custo de transporte e manutenção, baixa flexibili-
dos polos secundários, por meio do modal ferroviário, e dade e transporte lento e influenciado pelas condições
complementa com o modal rodoviário, como contigên- climáticas.
cia em momentos de menor tempo de ressuprimento.
DESAFIOS NA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS
AS PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS Em um mercado tão competitivo, o diferencial na dis-
DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO SÃO: tribuição de combustíveis é o planejamento em médio
e longo prazos, com uma visão de otimização na cadeia
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
de abastecimento, e um dimensionamento de estoques.
VANTAGENS DESVANTAGENS Um planejamento com estabelecimentos de cenários e
ALTA EFICIÊNCIA TRÁFEGO LIMITADO AOS busca de oportunidade na cadeia de suprimentos, no
ENERGÉTICA TRILHOS qual o processo de S&OP está bem-estruturado, identi-
fica as previsões de vendas e desdobra no planejamento
GRANDES
SISTEMAS DE BITOLAS e adequação das capacidades, a partir das restrições de
QUANTIDADES
TRANSPORTADAS
INCONSISTENTES abastecimento, operações de terminais e transporte in-
bound e outbound. Esse resultado apoia o processo de
INEXISTÊNCIA DE MALHA FERROVIÁRIA revisão dos objetivos e planos, e faz tomar decisões ba-
PEDÁGIOS INSUFICIENTE seadas em números, para adaptar às capacidades.
BAIXÍSSIMO NÍVEL DE MALHA FERROVIÁRIA
Todo processo integrado necessita de soluções que
ACIDENTES SUCATEADA apresentam o melhor cenário para uma decisão estra-
tégica da empresa, além de oferecer o melhor desdo-
MELHORES
NECESSITA DE ENTREPOSTOS bramento para as operações. Buscando a otimização de
CONDIÇÕES DE
ESPECIALIZADOS resultados e a maximização da multimodalidade, identi-
SEGURANÇA DA CARGA
ficam-se soluções que ajudam a tomar as decisões de
NEM SEMPRE CHEGA AO forma rápida, rentável e com o foco em nível de serviço
MENOR POLUIÇÃO DO
DESTINO FINAL, DEPENDENDO aos clientes.
MEIO AMBIENTE
DE OUTROS MODAIS Com a inclusão de variáveis diversas, encontram-se
POUCA FLEXIBILIDADE DE
cenários que serão um diferencial nos desdobramentos
EQUIPAMENTOS e planejamentos multimodais da empresa. A escolha do
melhor modelo vem de inúmeras variáveis de toda a
Fonte: http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/. cadeia de abastecimento da empresa, cuja tomada de
decisão responde às perguntas do 5W2H.
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO A escolha dos modais interferem diretamente nos
Em um país com mais de 7.000 km de costa e com custos e no nível de serviço aos clientes. Para esse seg-
42 mil km de rios navegáveis, o modal aquaviário para mento, a disponibilidade de estoque é um dos fatores
o transporte de combustíveis é consagrado nesse seg- que geram confiança na relação comercial e em toda a
mento. A cabotagem e o transporte aquaviário de im- área de atuação. Para o segmento, esse ponto é de ex-
portação estão entre os maiores volumes transporta- trema importância, pois gera credibilidade e confiança.
dos, na costa e hidrovias. Quando se utilizam vários modais no modelo de
Segundo a Agência Nacional de Transportes Aqua- abastecimento de produtos, o desafio de manter a dis-
viários (ANTAQ), o Brasil possui uma rede hidroviá- ponibilidade de estoque, que é um pilar de atendimento
ria economicamente navegada de, aproximadamente, da Total, fica cada vez mais complexo, devido à matriz de
22.037 km. As principais hidrovias do País são Amazô- infraestrutura atual do País. O desafio de manter o nível
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CAIXA
PARÂMETROS DO SISTEMA
ÓTIMO DE CAPACIDADE
• DADOS DE PAGAMENTO DE CAIXA, SEM RESTRIÇÃO
• CUSTOS FINANCEIROS DE ARMAZENAGEM
• DADOS DOS FORNECEDORES
PROBABILIDADE DE
• VALOR E REGRAS DAS MULTAS
DESENCAIXE MÁXIMO,
• PREÇOS DOS PRODUTOS NO NÍVEL ÓTIMO DE
• ... ARMAZENAGEM
RESULTADOS E FORMATO
• VALORES A EXIBIR
DADOS DE SIMULAÇÃO • GRÁFICOS
• PLANO DE SUPRIMENTOS • POSSIBILIDADE DE SALVAR CENÁRIOS
• DATAS DE ENTREGAS • POSSIBILIDADE DE COMPARAR
• PLANO DE VENDAS DIÁRIO CENÁRIOS
• ... • ...
ARMAZENAGEM
OPÇÕES DE SIMULAÇÃO
ÓTIMO DE CAPACIDADE
• TIPO DE ABASTECIMENTO DE ARMAZENAGEM, SEM
RESTRIÇÃO DE CAIXA
• VARIABILIDADES DESEJADAS
• CAIXA PROBABILIDADE DE
ESTOQUE MÁXIMO, NO
• ARMAZENAGEM
NÍVEL ÓTIMO DE CAIXA
• ...
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logísticos e a equipe própria de transporte. Um fator importante para o sucesso é a integração e
O aperfeiçoamento de mecanismos de planejamento a participação de todos os prestadores de serviços lo-
e gestão são imprescindíveis, em um mercado bastante gísticos, apresentando o objetivo da criação da torre de
competitivo, no qual as empresas estão em constante controle, que é a otimização do processo e o controle
busca pela melhoria em suas operações. Uma série de na gestão inbound e outbound, e operações multimodais,
ações envolvendo a esfera estratégica, tática e operacio- com eficiência e segurança. A torre de controle multi-
nal é imprescindível para o sucesso na implementação modal permite a visibilidade e a gestão dos processos
da torre de controle multimodal, como: logísticos, produzidos pelo ciclo de transporte, a partir
• Planejamento e execução de transportes; de um escopo bem definido, como:
• Otimização da capacidade disponível e suas interde- • Avaliar o desempenho entre o planejado versus realizado;
pendências; • Gerenciar os prazos de entregas (On Time Delivery
• Programa de Excelência em Logística; (OTD);
• Gerenciamento de risco; • Gerir os eventos “essenciais” por exceção (alertas de
• Soluções de transportes globais; não conformidades, conceito farol amarelo/verme-
• Visibilidade da operação; lho/preto, podendo ser enviado por e-mail);
• Projetos de melhorias operacionais e de transportes; • Medir os tempos de carga/descarga;
• Gestão e acompanhamento de desempenho dos di- • Medir os tempos de percurso.
versos modais integrados. Também se alinham as responsabilidades de cada
A estratégica compreende o desenho e o dimensio- agente das operações logísticas da Total, desde o pres-
namento da malha logística, o planejamento da demanda tador de serviços de transportes até o motorista do
por transportes, a utilização de tecnologias para o apoio prestador de transportes (Figura 6).
à operação, como Transportation Management System O desafio para a evolução da torre de controle inclui
(TMS), sistemas de order tracking, painel de controle in- grandes projetos de otimização de todos os agentes da
tegrado de diferentes modais e definição do nível de cadeia logística e a elevação dos controles operacionais,
serviço integrado. buscando a excelência nos serviços logísticos e a maxi-
A torre de controle atua no planejamento dos recur- mização dos resultados econômicos da Total Combus-
sos, no monitoramento da disponibilidade de todos os tíveis.
equipamentos (caminhões, vagão, navios e barcaças, en-
tre outros), no nível de utilização dos ativos operacionais TORRE DE CONTROLE MULTIMODAL
e nos custos obtidos. O foco dessa integração na gestão Diante de um conceito de área departamental, um
é o monitoramento de variáveis da operação em tem- dos maiores desafios é a integração dos setores, mesmo
po real, que permite a tomada de decisão rapidamente, dentro da área de logística, na qual buscar o equilíbrio
corrigindo os gaps operacionais, como tempos impro- entre os setores faz com que o processo seja realizado
dutivos, aproveitamento de equipamentos em circuitos no modelo de esteira. Isso permite que o fluxo seja con-
fechados, desenvolvimento de transporte colaborativo tínuo, eliminando os gargalos e os entraves operacionais,
com outras companhias e controles de perdas, entre e buscando a otimização dos resultados e excelência no
outras variáveis. nível de serviços das operações.
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Esse cenário é um desafio constante, mesmo dentro Uma área que faz parte do processo de controle
de um modelo maduro, embora a cultura Lean já esteja multimodal é o customer service, que identifica as neces-
bastante disseminada, com a participação de todos os sidades dos clientes externos e busca a integração de
níveis hierárquicos da Total. Esse modelo está sempre todas as áreas internas da empresa, por meio da conso-
em evolução e é o maior desafio da gestão. O modelo lidação de manifestações dos clientes, identificando os
integrado (conforme a Figura 7), no qual cada setor da pontos internos, nos quais deve-se buscar atender as
torre de controle tem as suas atribuições e responsa- suas necessidades. Esse ponto é realizado por meio de
bilidades, faz com que o fluxo operacional no abasteci- círculos de Kaizen entre a área de customer service e
mento e distribuição dos produtos comercializados pela todas as demais áreas, criando planos de ação de me-
empresa esteja no momento, quantidade, local e custo lhorias para os clientes internos e externos da empresa
ideais, contribuindo com os resultados. (Figura 8).
POTENCIAL DE TORRE DE
OTIMIZAÇÃO CONTROLE
• FUNÇÃO 4PL:
OTIMIZAÇÃO DE
• PLANEJAMENTO COM VÁRIAS EMPRESAS
• GESTÃO DE CONTRATADAS JUNTAS
RECURSOS EM
VÁRIAS DIVISÕES • VISIBILIDADE PARA
• MULTIUSUÁRIOS GEST. E CLIENTES
• COCARREGAR
• IN E OUTBOUND
• PLANEJAMENTO
• ALINHAR PLAN. E
EXECUÇÃO MULTI-CD
CROSS SUPPLY
• OTIMIZAÇÃO SUPPLY CHAIN CHAIN CONTROL
CONTROL (COVER MULTIPLE
COMPANY (INCLUDE SUPPLY CHAINS)
LOCATION CUSTOMERS,
SUPPLIERS, 3RD
CONTROLE DO CONTROL
PARTIES)
LOCAL (OVER MORE
CONTROLE
(POR LOCAL/ SITES)
PESSOAL
TIME)
(COCKPIT
PESSOAL)
NÍVEL DE CONTROLE
Figura 6: Otimização e nível de controle.
FLUXO EM ESTEIRA
TERMINAIS
1. 2. 3. 4. 5.
USINAS CENTRAL DE CENTRAL DE ABASTECIMENTO TORRE DE PLANEJAMENTO DESTINATÁRIOS
PORTOS SERVIÇOS SERVIÇOS E DISTRIBUIÇÃO CONTROLE E E CONTROLE
GESTÃO DE LOGÍSTICO
INTEGRADOS
Figura 7: Modelo de fluxo em esteira dos processos e atribuições, reduzindo o tempo, o custo e melhorando o nível de serviço.
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O fluxo do controle e monitoramento da torre in- as suas operações e buscando novas oportunidades de
tegrada colabora com a interação entre os setores e as melhoria. Com a utilização de ferramentas tecnológicas,
áreas da empresa, envolvendo todos em um único pon- a torre de controle multimodal tem a gestão de cada
to: o foco do cliente. Quando se monitora todo o pro- navio, vagão ou caminhão que esteja com os produtos,
cesso, desde o planejamento estratégico até a execução seja em abastecimento ou em distribuição. A segurança
operacional, pode-se ter uma visbilidade maior de onde, e a gestão de risco nas operações estão, também, no
como e quanto se pode melhorar e como se pode ser topo das ações.
mais competitivo, diante de um mercado cada vez mais A qualidade nos serviços e nos produtos comer-
agressivo e com constantes variáveis. cializados é o pilar de sustentação, que faz com que a
Além do controle, a busca pela utilização do modal credibilidade dos produtos seja reconhecida pelos clien-
ideal faz com que a empresa esteja sempre melhorando tes em todas as áreas de atuação. Com isso, a empresa
600
525
500 463
400 348
300
179 156
200 126 125
100 52 46
0 1
RECLAMAÇÃO
Figura 8: Estratificação de manifestações dos clientes por motivo, base para reuniões de melhorias internas no atendimento.
CONTROLE DA MULTIMODALIDADE
PEDIDO EM
PEDIDO PEDIDO NF EM PEDIDO ENTREGA
PROCESSA- EMBARQUE
RECEBIDO PROCESSADO PROCESSO FATURADO FINALIZADA
MENTO FINALIZADO EM
FINALIZADO EM FINALIZADO EM FINALIZADO EM FINALIZADO EM FINALIZADO EM
FINALIZADO EM 14/03/2017
14/03/2017 14/03/2017 14/03/2017 14/03/2017 17/08/2017
14/03/2017
COSTUMER CENTRAL DE
DISTRIBUIÇÃO ABASTECIMENTO FROTA
SERVICE SERVIÇOS
MODELO
TORRE
INTEGRADA
REDUÇÃO DO TEMPO
TORRE DE CONTROLE
DE RESPOSTA
Figura 9: Modelo de controle multimodal de todos os setores da logística integrada e o order tracking.
31
Figura 10: Painel de controle logístico – Figura 11: Abertura de controle por tipo de equipamento e de
Modal rodoviário/ferroviário. operação, rotograma, previsão de chegada e
status desde a origem até o destino.
SÃO LUIS - MA
BR 135
BR 226
BR 226
BR 226
BR 153
BR 153
BR 153
BR 153
SENADOR CANEDO
Figura 12: Criação de rotogramas para cada rota e analisando o planejado versus realizado.
Figura 16:Visão do controle por cada porto dos navios, tipo de Figura 17:Visualização de todos os navios das operações.
carga, entre ourtas informações.
5%
10% -0,07%
-0,10% -0,10%
15% -0,13% 0,13% -0,14%
-0,16% -O,15%
20% -0,17%
-0,21%
25% -0,23%
30%
-0,31%
35%
2016 2017
79%
77% 74% 75%
74% 75%
72%
68%
60% 59%
52% 54%
48% 46%
40% 41%
32%
26% 28% 26% 25%
23% 25%
21%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
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“O poder da mente e da inovação é infinito. Quando a inovação acontece, vê-
se outra possibilidade que não se via antes. O mundo parece maior, quando
mudamos de direção. Essa habilidade de contribuir para a empresa, para os
membros da equipe e para a sociedade também cresce.”
Gary Convis, ex-vice-presidente executivo da Toyota Motor Manufacturing North America
do, assim, o impacto de faltas ou excesso de produtos tamanho e calado, consegue-se atuar junto aos agentes
em determinados polos. portuários, no acompanhamento da atracação desde o
porto de origem, transit time do navio, acompanhamen-
CONTROLE DA MULTIMODALIDADE AQUAVIÁRIA
to do pier liberado, navios fundeados, atracados e espe-
Dentro da utilização da multimodalidade, tem-se a
rados, lead time da operação e até análise de marés em
operação aquaviária, em que, na torre de controle, há
cada porto, controlando todos os pontos de entraves,
objetivos, como:
• Acompanhamento da atracação no porto de origem; buscando reduzir alguns custos inerentes à operação de
• Transit time; recebimento e transbordo de cargas líquidas.
• Emissão do NOR; Dentro do contole do modal aquaviário, tem-se a vi-
• Fundeio; sibilidade desde o início da viagem de dados, como a ve-
• Atracação; locidade na embarcação e a previsibilidade da chegada,
• Lead time operação; visando garantir uma maior produtividade e reduzir os
• Desatracação; custos inerentes à improdutividade nos portos, gerando
• Resumo operacional. custos extras, tendo a visibilidade completa, inclusive, das
Por meio dos dados dos navios, bandeira do navio, questões climáticas, marés e calado, para entender quan-
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do os navios serão atracados. controle, a empresa deixa o trivial, com uma repetição
Devido aos custos elevados nas operações aquaviá- de modelos já conhecidos, para ser uma empresa que
rias, o controle deve ser mais rígido, pois nem sempre pensa, age de forma proativa e não passiva e reativa.
as contestações realizadas pela torre de controle são A Total busca sempre ações positivas e realmente efi-
aceitas pelos prestadores de serviços e orgãos dos por- cazes, que proporciona menores custos, maiores níveis
tos. A Total está constantemente buscando entender o de serviço, qualidade dos produtos e uma equipe com
melhor modelo de geri-las, pois as variáveis exógenas capacidade técnica e criativa para sempre buscar a me-
nem sempre são entendíveis. lhoria contínua.
Com essa visualização, consegue-se prever as chega- Com a cultura Lean nas operações logísticas, a gestão
das dos produtos, no intuito de que todo o processo da rede logística é um fator importante para todos os
esteja dentro de um fluxo contínuo. Caso haja algum atores do processo logístico, inclusive, os de atuação lo-
gargalo, pode-se antecipar e iniciar as contingências, bus- cal. É muito importante monitorar os lead times longos
cando sempre o menor impacto operacional e de cus- e curtos, pois, caso ocorra alguma ruptura, as ações de-
tos. Além do controle operacional e da integração com vem ser desdobradas nos departamentos competentes
o planejamento integrado, cada tipo de modal tem os dentro da cadeia de abastecimento da empresa.
seus indicadores contribuindo para um controle global A tecnologia é um pilar extremamente importante
de todos os modais utilizados. na consolidação das informações, em tempo real, co-
laborando com a evolução de toda a rede logística. Ela
RESULTADOS COM A IMPLANTAÇÃO DA TORRE
possibilita calcular o tempo estimado de chegada (Esti-
DE CONTROLE
mated Time of Arrival (ETA)) nos polos de abastecimen-
Devido ao tipo de produto comercializado, um ponto
tos, assim como nos clientes.
importante a se levar em consideração é a perda opera-
As reflexões a seguir são imprescindíveis para o
cional, que acontece por diversos motivos, na qual, com
desenvolvimento das operações, buscando a melhoria
a torre de controle, consegue-se diariamente entender,
contínua e o aprendizado.
atuar e buscar as soluções, para reduzir ao máximo a
1. Sua empresa compreende profundamente os seus
improdutividade. Esse ponto é de extrema importância
fornecedores e suas capacitações?
dentro do negócio de combustíveis. Ações com a par-
2. Seus colaboradores vão ver pessoalmente os proces-
ticipação de departamentos de toda a cadeia interna e
externa são imprecindíveis nas ações de redução desses sos dos fornecedores?
números (Figura 18). 3. Existe confiança mútua no relacionamento entre a
Com essa maior utilização do modal ferroviário, sua empresa, seus colaboradores e fornecedores?
em algumas rotas de abastecimento, a cadeia logística 4. Você tem sistemas de tempo real eficazes para ava-
contribui para uma maior eficência na composição dos liar o desempenho do fornecedor, capazes de lhe dar
custos operacionais, suportando a competitividade dos feedback imediato?
produtos comercializados pela empresa. Conforme a 5. Você e seus fornecedores estão trabalhando juntos
Figura 19, no mês de março, início da implementação para desenvolver serviços inovadores?
da torre de controle, nota-se o percentual ferroviário 6. A sua equipe possui conhecimento e experiência
próximo ao rodoviário. A partir desse momento, houve para orientar os fornecedores e colegas de empresa?
uma crescente linearidade no volume ferroviário, que 7. Quando ocorrem problemas e são usadas contrame-
busca alcançar o volume, que é desafio para 2017. A es- didas, existem mecanismos para a aprendizagem e o
tratégia é o aumento gradual mês a mês, com o caden- compartilhamento do que foi aprendido?
ciamento em toda a cadeia, proporcionando uma maior
utilização do modal ferroviario. Referências
http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/.
CONSIDERAÇÕES FINAIS http://www.emap.ma.gov.br/porto-do-itaqui/infraestrutura.
Diante de várias incertezas na economia, as empresas
IYER, Ananth V.; SESHADRI, Sridhar;VASHER, Roy. A gestão da
sempre têm de buscar o seu diferencial competitivo, no cadeia de suprimentos da Toyota.
intuito de se perpetuar ao longo dos anos, e a logística LIKER, Jeffrey K.; MEIER, David. O modelo Toyota – Manual de
é uma das áreas que, utilizando inteligência tecnológica, Aplicação.
gestores criativos e inspiradores, será, sem dúvida, um NEVES, Marco Antonio Oliveira. Conceito de torre de controle
diferencial estratégico de competitividade. aplicado à gestão de transportes. Revista MundoLogística, nº 34,
Com a multimodalidade integrada a uma torre de ano VI.
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