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(Apostila - Parte 1)
DLSR / JCFC
ii
Sumário iii
Neste capítulo serão apresentados os conceitos básicos utilizados no estudo dos circuitos
elétricos, principalmente em circuitos de corrente contínua.
I.1 Corrente
A proposição básica de um circuito elétrico é a de mover ou transferir cargas através de
um percurso especificado. A este movimento de cargas dá-se o nome de Corrente Elétrica.
Quando 6,242x1018 elétrons atravessam em um segundo, com velocidade uniforme, uma
seção reta de um condutor qualquer, diz-se que este escoamento de carga corresponde a 1
ampere. A unidade de corrente é o Ampere (A). Formalmente pode-se definir Corrente Elétrica
dq
como a taxa de variação no tempo da carga, ou seja: i = .
dt
Na teoria de circuitos a corrente é geralmente imaginada como movimento de cargas
positivas. Esta convenção foi estabelecida por Benjamin Franklin que imaginou que a corrente
trafegava do positivo para o negativo. Sabe-se atualmente que a corrente num condutor metálico
representa o movimento de elétrons que se desprendem das órbitas dos átomos do metal. Desta
forma deve-se distinguir a corrente convencional usada na teoria de redes elétricas, dada pelo
movimento de cargas positivas, da corrente eletrônica dada pelo movimento de elétrons.
I.2 Tensão
O escoamento de cargas descrito anteriormente é causado por uma pressão externa
ligada à energia que as cargas possuem em virtude de suas posições. A esta pressão dá-se o nome
de Energia Potencial Elétrica. No interior de uma bateria, reações químicas fazem com que
cargas negativas (elétrons) se acumulem em um dos terminais, enquanto as cargas positivas
(íons) se acumulam no outro, ficando estabelecido desta maneira uma diferença de potencial
elétrico entre os terminais.
Cargas podem ser levadas a um nível de potencial mais alto através de uma fonte externa
que realize trabalho sobre elas, ou podem perder energia potencial quando se deslocam em um
circuito elétrico. Em qualquer destes dois casos, pode-se dizer por definição que: Existe uma
diferença de potencial de 1 volt (V) entre dois pontos se acontece uma troca de energia de 1
joule (J) quando se desloca uma carga de 1 coulomb (C) entre estes dois pontos, ou seja,
quando for necessário gastar uma quantidade de energia igual a 1 joule para deslocar uma carga
de 1 coulomb de uma posição x para uma posição y qualquer, a diferença de potencial, ou
tensão, entre estes dois pontos é de 1 volt. A diferença de potencial entre dois pontos de um
circuito é portanto um indicador da quantidade de energia necessária para deslocar uma carga
entre dois pontos. De um modo mais geral a diferença de potencial entre dois pontos é definida
por:
E
I R= (ohms, !)
I
+ E = RI (volts, V)
+ V
- E R E
- I= (amperes, A)
R
+ -
B
Pabsorvida = E . I (elemento B)
I
+ -
A Pabsorvida = − E . I ⇒ Pde sen volvida = E . I
I
Absorção negativa corresponde à emissão positiva, logo o elemento A deve ser uma
fonte.
Sejam 3 elementos de circuitos sujeitos a uma corrente I conforme apresentado no
circuito abaixo. As polaridades das tensões são apresentadas no circuito.
EB Quando a corrente entra em um elemento
+ - do circuito no terminal marcado com +, o
B elemento absorve energia. Caso contrário o
+ + elemento fornece energia. Portanto, na figura ao
EA A I C EC lado, os elementos B e C são elementos que estão
- -
absorvendo energia, e são denominados
Elementos Passivos.
Exemplo 4:
Quantidade Equipamento Potência (W) Tempo (h/dia)
1 Geladeira 300 2
2 Lâmpada 100 4
1 Chuveiro 3000 1
10 Ω
+ R =∞ +
E 15 V E=?
- -
I=0
+ R = 0 (fio ideal)
- I=?
E=0
S
+
+
chuveiro
I
-
A
Ri
+
I R=0
E
-
E=0
AB
I
+
II.1 Introdução
Neste capítulo serão apresentados métodos para se determinar a solução de circuitos de
corrente contínua, através da utilização de leis fundamentais. A seguir são apresentadas algumas
definições básicas que serão utilizadas ao longo deste capítulo.
• Ramo de um circuito: é um componente isolado tal como um resistor ou uma fonte. Este
termo também é usado para um grupo de componentes sujeito a mesma corrente.
• Nó: é um ponto de conexão entre três ou mais ramos (entre 2: junção).
• Circuito fechado: é qualquer caminho fechado num circuito.
• Malha: é um circuito fechado que não tem um trajeto fechado em seu interior.
a - b - e - d - a ! malha
a b c b - c - f - e - b ! malha
a - b - c - f - e - d - a ! circuito fechado
+
b, e ! nó
-
a, d, c, f ! junção
d e f
b - c - f - e ! ramo
d - a - b ! ramo
I3
Convenção: As correntes que entram em um nó são
I1 consideradas como sendo positivas e as que saem
são consideradas como sendo negativas.
I4 I2
-I1 - I2 + I3 + I4 = 0
IS = (G1 + G2 + G3) E
Ge = G1 + G2 + G3 ! Condutância Equivalente
Logo a condutância total de resistores ligados em paralelo é igual a soma das
condutâncias individuais.
Se for interessante trabalhar com resistências tem-se:
N
1 1 1 1 1 1
Ge = = + + ⇒ =∑
R e R1 R 2 R 3 R e i =1 R i
Para o caso especial de apenas 2 resistores em paralelo tem-se:
R1 R 2
Re =
R1 + R 2
2A
+ A B
6V 3Ω 2Ω 8V 3Ω I4 I1
-
+
I 3Ω 2Ω 3Ω
- + 6V
- 8V
V I2
I
- +
C
V
Aplicando a LTK por ordem, na malha da qual a fonte V faz parte, na malha da qual a
fonte de 6V faz parte e na malha composta pelos resistores de 3 Ω, 2 Ω e 2 Ω, tem-se:
V + 3.I2 - 8 = 0 (1)
6 – 3.I4 = 0 ! I4 = 2A (2)
8 – 2.I3 – 3I4 = 0 ! I3 = 1A (3)
Aplicando agora a LCK aos nós A, B e C tem-se:
Nó C: I4 + I1 + I2 - I = 0 (4)
Nó A: I3 - 2 + I - I4 = 0 (5)
Nó B: 2 - I1 - I2 - I3 = 0 (6)
Observando-se a resistência de 2 Ω, na qual uma tensão de 8V está aplicada, pode-se
determinar a corrente I1. Desta maneira tem-se: I1 = 8/2 = 4A
Pode-se observar que (6) é a combinação linear de (4) e (5). Aliando esta observação a
teoria se pode afirmar n nós produzirão n-1 equações. Para finalizar a solução deve-se fazer o
seguinte:
Usando (6) → I2 = - 3A
Usando (1) → V = 8 - 3I2 = 17V V = 17V
Usando (5) → I = 2 - I3 + I4 = 3 A I = 3A
II.6 Ligações ∆ - Y
Quando se está resolvendo um circuito, pode-se encontrar uma ligação em ∆, o que
impossibilita a aplicação das fórmulas de redução série-paralelo na determinação da resistência
Re. Para facilitar a solução pode-se lançar mão da conversão ∆ - Y que é apresentada a seguir.
A
A
RA
R1 R2
RC
R3 RB
B C
B C
R1 R 2 R1 R 3 R2 R3
RA = RB = RC =
R1 + R 2 + R 3 R1 + R 2 + R 3 R1 + R 2 + R 3
E1 E
R1
E1 = n
.E
∑R
i =1
i
b) Divisor de corrente:
I G1
I1 I2 In
I1 = n
.In
I R1 R2 Rn
∑G
i =0
i
Para que se possa operar cada fonte isoladamente, as outras devem ser eliminadas. O
procedimento que deve ser adotado nesta eliminação, das fontes de tensão e fontes de corrente, é
apresentado seguir.
A A
Curto-Circuito
+
-
EAB = 0
E=0
RAB = 0
B B
A A
Circuito-Aberto
I=0 I=0
RAB = ∞
B B
Exemplo 1: Determinar para o circuito abaixo os valores E1, I1, P2, E2, I2 e I3.
E1
I1 20 Ω I2 I3
+
140 V E2 6 Ω 5 Ω 18 A
-
E´1
E1’ = 20 I1’
I1’ = 6,16A
E1”= 20 I1”
20 Ω I´´ I´´
I´´
1
2 3
43,2
I3” = = 8,64A
5
V22
P2 = R2 . I 22 ou P2 =
R2
60 2
P2 = 6.10 2 = 600W ou P2 = = 600W
6
Pode-se observar que a potência dissipada calculada pela fórmula usual não é igual ao
valor encontrado aplicando-se o teorema da superposição comprovando a afirmação feita
anteriormente.
X Y
X Circuito Equivalente de Thévenin
R A
A Th
Eth : Tensão de Thévenin
+
VTh Rth : Resistência de Thévenin
-
B
B
X
X Y
A A
Circuito Equivalente de Norton
IN G
N
IN : corrente de Norton
B GN: condutância de Norton
B
20 Ω
+
140 V I 6 Ω 5 Ω 18 A
-
X Y
20 Ω A
+ A
140 V 5 Ω 18 A 6 Ω
- B
B
Eb
R1 R2 R3
- +
+ +
Ea R4 R5 Ec
- I1 I2 I3 -
♦ Montagem direta de E :
Ei : é dada pela soma algébrica das fontes de tensão ao se percorrer a malha no
sentido arbitrado para a corrente. A tensão será positiva se a corrente sair pelo
terminal positivo da fonte.
♦ Montagem direta de R :
• Os elementos da diagonal principal – Rii – são obtidos pela soma das resistências
dos ramos da malha i;
• Os elementos fora da diagonal principal – Rij – tem o valor da resistência
equivalente do ramo comum à malha i e j com sinal (-).
♦ Montagem direta de I :
A matriz I é o Vetor de corrente de malhas a serem determinadas, arbitradas num
mesmo sentido.
10 Ω
Utilizando-se as regras
I3 apresentadas acima, se obtém a
seguinte equação matricial:
2Ω 1Ω
+ - 56 9 −5 −2 I1
8 = −5 10 −1 I
56 V 5Ω 8V 2
- I1 I2 + 0 −2 −1 13 I 3
2Ω 4Ω
9 −5 −2
Calculando o determinante tem-se: ∆ = det −5 10 −1 = 775
−2 −1 13
Para o cálculo de I1, deve-se substituir a primeira coluna da matriz ∆ pelo vetor das
tensões (analogamente para o cálculo de I2 e I3). Desta maneira tem-se:
56 − 5 − 2
∆1= det 8 10 − 1 = 7760
0 − 1 13
Casos Particulares:
• Existência de fontes de corrente em paralelo com uma condutância (resistência) !
efetuar a conversão de fontes
1Ω 1Ω
-
5Ω 4Ω 2A ≡ 5Ω 8V
+
4Ω
R A
Th
+
E Th
E R I=
R Th + R L
Th L
- I
E Th R Th − R L
2 2
R L E Th
PL = R L I =
2
= 1 −
(R Th + R L )2 4 R Th R Th + R L
A potência transferida PL será máxima quando RL = RTh, ou seja, quando a carga for igual ao
valor da resistência equivalente de Thévenin do circuito. Neste caso a potência em RTh será
2
E Th
e assim pode-se afirmar que quando a potência transferida é a máxima, a eficiência do
4R Th
circuito é de 50%.
di
e= L
dt
1
L∫
i= e dt
Esta equação mostra que a corrente na indutância não depende do valor instantâneo da
tensão, mas do seu passado, isto é, da integral ou soma dos produtos tensão-tempo para todos os
instantes anteriores ao de interesse. Para muitas aplicações, quando se quer a corrente na
indutância após um processo de chaveamento (usualmente ocorre em um instante arbitrário
chamado de t = 0) a equação anterior pode ser escrita como:
1
L∫
i= e dt + i (0)
o
1
onde i(o) = ∫ e dt é a medida da história da indutância anterior ao processo de
L −∞
chaveamento.
Como conseqüência:
i(t)
i(t)
Um indutor magnetizado corresponde a um
L I0 = L I0
indutor desmagnetizado em paralelo com uma
fonte de corrente no instante t = 0.
No instante t = 0.
eL
di di
e1
e T = e1 + e 2 = L1 + L2
L1 dt dt
i di
e T = (L1 + L2 )
L2 dt
e2
LT = L1 + L2
Logo, uma associação em série de indutores tem o mesmo comportamento que uma
associação de resistores em série.
Indutores em paralelo:
di0
i1 i2 e = LT .
i0 L1
dt
e L2
i0 = i1 + i2
d (i1 + i2 ) di di
e = LT . = LT . 1 + 2
dt dt dt
di1 e di e
Como cada derivada pode ser simplificada utilizando-se: = e 2 = tem-se:
dt L1 dt L2
e e 1 1 1
e = LT . + ⇒ = + .
L1 L2 LT L1 L2
Logo, uma associação em paralelo de indutores tem o mesmo comportamento que uma
associação de resistores em paralelo.
IV.1.1.4 Aplicação
Indutores são utilizados em diversas aplicações. Entre estas se pode citar sua utilização na
partida de lâmpadas fluorescentes, onde os indutores têm como função provocar uma sobre-
tensão devido a uma abertura no circuito. Como a corrente não pode variar rapidamente, quem
varia é a tensão.
IV.1.1.5 Inconvenientes
Os indutores apresentam os seguintes inconvenientes:
• pesados e volumosos;
• resistência não é desprezível;
• indução de tensões indesejáveis em outros elementos.
de
iC = C .
dt
A constante de proporcionalidade C é a capacitância, que é uma
i medida da capacidade do capacitor em armazenar carga. A
unidade da capacitância é Farad e o símbolo C. Uma
C e capacitância de 1 F é muito grande e dificilmente encontrada em
aplicações práticas. Os valores usuais são da ordem de µF -
microfarad (10-6 F) ou ρF - picofarad (10-12 F).
e(V) 1
C ∫
20
e(V)
eC = . i.dt
20
t t P = e.i
1
w = .C.e 2
2
p(W) p(W)
40 20
t t
w(J) w(J)
20 5
t t
0.50
T: período (s)
f: freqüência (1/s)
Y 0.00
-1.00 T
20
30°: ângulo de defasagem
15 t = 0 ! e2 = 20 sen 30° = 10V
10
π
30° ! rad = 0,5236 rad !
5
6
e2 [V]
0
0,5236
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 t=− = −1,39ms
-5
t [ms]
377
-10
Logo e2 está adiantado de 30° em relação a e1
-15
(exemplo 3). A diferença de fase entre e1 e e2 é
-20 de 30° e portanto e1 e e2 estão defasadas de 30°.
20
15
-30°: ângulo de defasagem
10
5
t = 0 ⇒ e2 = 20 sen (- 0,5) ! e2 = - 10V
e2 [V]
π
0
= π ! t = 9,72 ms
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
-5
t [ms] 377t -
6
-10
-15
Logo e3 está atrasado de 30° em relação a e1
(exemplo 3) ou de 60° em relação a e2 (exemplo 4).
-20
• Valor Médio: uma função periódica v(t), com um período T, tem um valor médio
Vmédio dado por:
T
1
Vmédio = ∫ v(t)dt
To
• Valor Eficaz (Vef) ou Valor Médio Quadrático (VRMS-Root Mean Square): uma função
periódica v(t), com um período T, tem um valor eficaz Vef dado por:
T
1 2
T ∫0
Vef ≅ v (t)dt
A
No caso de uma senoide v(t) = A sen(wt) ! Vef =
2
0.8
E1
0.6
0.4
E1 e E2 valores instantâneos.
0.2
t2
Ep+ : valor de pico positivo
e
0.0
t1
0 2 4 6 8
-0.2
t Ep- : valor de pico negativo
-0.4
-0.6
E2
-0.8
-1.0
Ep-
π 2π
1
E média = ∫ sen wt dwt + ∫ 0 dwt =
2π o π
π
1
E média = ( −cos wt) ∫ + 0 =
2π o
1
E média = ( −cos π + cos 0) =
2π
2 1
E média = =
2π π
Exemplo 7: Determinar o valor de pico de uma tensão alternada que deve alimentar uma
resistência R para que a potência dissipada seja a mesma caso ela fosse alimentada
por uma fonte de tensão contínua de 100V.
e = E p sen(wt )
Ep
i= sen(wt )
R
E p2
p = e.i ! p= sen 2 ( wt )
R
100 10000
Em corrente contínua tem-se: Pcc = 100 x = W
R R
Em corrente alternada tem-se:
2π 2 2 2π
1 Ep 1 Ep
= ∫ ∫ sen
2 2
PCA sen wt . dwt = wt . dwt
2π o
R 2π R o
sen2wt
wt -
1 - cos 2wt 2
∫ sen wtdwt = ∫ 2 dwt =
2
logo
2
2π
E p sen2wt
2 2 2
Ep Ep
PCA = wt − ! (2π − 0) =
4πR 2 0 4πR 2R
(50)2
4π
[
(wt - 2sen 2wt)o π
] =
50 2
4π
(π − 0)
50
E ef = = 25V
2
Duas outras formas podem ainda ser utilizadas na representação de números complexos:
• Forma exponencial: Z = r.ejθ
• Forma trigonométrica: Z = r (cos θ + j sen θ)
Exemplo 9: Representar o número complexo Z = 4 +j3 nas formas polar, exponencial e
trigonométrica.
Polar: Z = 5∠36,87°
Exponencial: Z = 5.e j 36,87 º
Trigonométrica: 5.(cos 36,87° + j sen 36,87°)
Exemplo 14: Determine a impedância equivalente do circuito abaixo sabendo que w = 10 rad/s.
10 Ω
Pode-se agora calcular a impedância Z!1 :
.
IV.5.5 Admitância
A condutância já foi definida para circuitos CC como sendo equivalente a 1/R. Para
circuitos AC define-se a Admitância Y! da seguinte maneira: Y! = 1 Z! . A admitância tem como
unidade o Siemens (S). Analogamente à impedância, a admitância é uma medida de quanto um
circuito “admite” a passagem de uma corrente.
Ao se tomar a impedância Z! = R + jX (onde R é uma resistência e X uma reatância), a
admitância equivalente será dada por Y ! = G + jB, onde G é denominado Condutância e B
Suscetância.
Y 20 Ω 0,15 H 1
100 µF S=
1 1 70,7∠ − 45°
Y! 20
S −j
30
S
0,01 + j 0,01 S
Exemplo 17: Para o circuito abaixo calcular a corrente I! e as tensões sobre cada um dos
elementos que o compõem sabendo que E! = 50∠0° e que R = 3 Ω, XC = 3 Ω e
XL = 7 Ω.
R XC XL
. +
.
E I
-
V!L = 70∠36,87° V
Exemplo 22: Para o circuito abaixo, determinar o Equivalente de Thevenin em relação aos
! .
pontos AB e então a tensão E1
A -j5 Ω j10 Ω
+
5∠30° A E! 1 10 Ω 20∠90° V
-
! .
Determinação da Impedância de Thevenin, Z Th
50 ∠90°
! = 10 / /j5
Z Th Z! Th = Ω
1118
, ∠ 26,57°
! = 10 .( j5)
Z Th
10 + j5 Z! Th = 4,47 ∠ 63,43° Ω
E! 1 = 17,89∠63,43° + (4,47∠63,43°)(5∠30°)
A Z! Th = 4 , 47 ∠ 63 , 43 ° Ω
! = 17,89 ∠ 63, 43°+22,35 ∠93,43°
E1
+
5 ∠ 30 ° A E! 1 E!Th = 17,89∠63,43° V E! 1 = 8,00 + j16,00 - 1,34 − j22,31
-
E! = 6,66 + j38,31
1
B E! 1 = 38,88∠80,14° V
-j4Ω 3× 4 12
A C Z! A = = = 1,49∠29,74° Ω
Z! C Z! B 7 − j 4 8,06∠ − 29,74°
4 × (− j 4) 16∠ − 90°
Z! B = = = 1,98∠ − 60,26° Ω
3Ω 4Ω 7 − j4 8,06∠ − 29,74°
Z! A
3 × (− j 4) 12∠ − 90°
Z! C = = = 1,49∠ − 60,26° Ω
7 − j4 8,06∠ − 29,74°
B
i(t)
+ Circuito
e(t) Elétrico
-
E! Se adotarmos α - β = φ e mudarmos a
referência temos:
E!
I!
α
β φ I!
Ref. Ref.
Adotando a mudança de referência temos:
e (t) = Emáx sen (wt + φ)
i (t) = Imáx sen wt
e a potência instantânea p é dada por: p(t) = Emáx sen (wt + φ) . Imáx sen wt.
1
Se lembrarmos que: sen α sen β =
2
[cos (α − β ) − cos(α + β )] e que
α = (wt + φ) e β = wt, tem-se:
Eletrotécnica Geral – V. Potência em Circuitos CA
[ ] (
P = Vef .I ef .Re e j (θ v −θ i ) ou P = Re Vef e jθ v .I ef e − jθ i )
Na fórmula acima pode-se verificar que a parcela Vef e jθ v corresponde ao fasor de tensão.
Já a parcela I ef e − jθ i corresponde ao conjugado do fasor de corrente original. Portanto, tem-se
que: P = R V! .I!*
e ( ef ef )
Desta maneira, como P = Re [S ] , pode-se dizer que a Potência aparente complexa, S! é
dada por:
S! = V!ef .I!ef*
1. P = E.Icosφ = R.I 2 =
E 2R
R
[]
= R e S! 5. φ = tg −1
Q
P
X E
= tg −1 = tg −1 X
R ER
! .I! ∗
2. Q = E.Isenφ = X I 2 =
E 2X
X
[]
= I m S!
6. S! = E
7. p (t ) = S . cos φ − S . cos(2ωt + φ )
2
E
3. S = E.I = Z.I 2 = = P2 + Q 2 t2
Z 8. W(t) = ∫ p(t)dt
t1
R ER P
4. FP = cosφ = = =
Z E S
Exercícios:
1. Determinar o ∆ de potências de cada ramo do circuito sendo de 20 W a potência consumida
no resistor de 2 Ω. Determinar também o ∆ de potência total e o FP.
S! = 4330 - j 2500 VA
P = 4330 W 4330 W
Q = 2500 VAR (capacitivo) 30°
2500 VAR
2500
-1
φ = tg 5000 VA
4330
φ = 30° adiantado
S! = 1066,67∠25,84° VA
* *
S! 1066,67∠25,84°
S = E.I ⇒ I b = =
! ! ! * ! = 9,70∠ − 25,84° A
! 110∠0°
E
Para a carga c tem-se um circuito reativo e tem-se:
S = E . I = 110 . 12 = 1320 VA
Pode-se calcular os valores solicitados para conferir com as somas obtidas na tabela
acima.
PTotal = 4960W
unitário ou uma impedância indutiva com FP em atraso. Todas as cargas são ligadas em paralelo
e a impedância equivalente resulta em uma corrente em atraso e uma potência reativa indutiva Q.
Se o FP é baixo (menor que 0,92), devido a programa de tarifação das companhias distribuidoras
de energia a empresa deve pagar uma multa. Para que isto não ocorra existe a necessidade de
correção do FP. Para corrigir o FP são ligados capacitores ou bancos de capacitores nos
equipamentos ou no transformador na subestação.
S1
Q1 S2
Q2
φ1 φ2
P P
Situação original: Situação final (desejada):
FP1 = cos φ1 FP2 = cos φ2
Q1 Q2
tg φ1 = tg φ 2 =
P P
Q1 = P.tg φ1 Q2 = P tg φ2
A Potência Reativa a ser fornecida pelo capacitor ou banco de capacitores é dada por: Q1
- Q2 = ∆Q.
∆Q = P(tg φ1 - tg φ2)
Do formulário apresentado no início do capítulo tem-se que Q = E X2 X , ou seja, a
potência capacitiva é dada pelo quadrado da tensão aplicada ao capacitor dividido pelo valor da
reatância capacitiva. Como os capacitores serão ligados em paralelo com a carga, a tensão
aplicada aos mesmos será a própria tensão de alimentação: EX = EAL. Tem-se então que
E 2AL 1 1
Q= . Como X C = = o valor do capacitor necessário para efetuar a correção do
XC ωC 2πfC
fator de potência é dado por:
∆Q
C=
2πf E 2AL
Exemplo: Um transformador de 25 kVA (potência nominal) operando em 127 V, 60 Hz fornece
12 kW a uma carga com FP = 0,6 atrasado.
a. Determinar a porcentagem de plena carga que o transformador alimenta.
b. Desejando-se alimentar cargas com FP unitário com este transformador, quantos
KW podem ser acrescentados, até que o transformador esteja em plena carga?
c. Se as cargas adicionais tiverem FP 0,8666 adiantado, quantos kVA dessa carga
serão necessários para levar o transformador a operar com sua capacidade plena de
carga?
d. Nestas duas situações qual o FP final, e qual a capacitância necessária, se for
preciso, para que o FP fique acima de 0,92 indutivo.
ST = 25 kVA 12 kW
Pc = 1,73Qc = 11,08 kW
S c = Pc2 + Q c2 = 12,8kVA
d) O fator de potência final dos itens b e c é obtido do triângulo de potência final. Assim
tem-se:
Pb 19,2
FPT (b) = = = 0,768 atrasado
Sb 25
Pa + Pc 23,08
FPT (c) = = = 0,923 atrasado
25 25
O fator de potência final do item b, é menor que 0,92 e necessita portanto de
correção.
∆Q = P(tg cos-1 φb- tg cos-1 0,92)
∆Q = 19,2 (tg cos-1 0,768 - tg cos-1 0,92)
∆Q = 19,2 (0,834 - 0,426) = 7,83
∆Q 7,830
C= 2
=
2πf E 2π .60(127)2
C = 1288 µF
Portanto deve-se colocar um capacitor de 1288 µF em paralelo com as cargas
para que o fator de potência final seja igual a 0,92.