Você está na página 1de 15

AULA 1

CUIDADOS PALIATIVOS
EM ONCOLOGIA

Prof.ª Eliana Rezende Adami


INTRODUÇÃO – TRATAMENTO INTEGRAL ÀS NECESSIDADES HUMANAS

As Necessidades Humanas Básicas (NHB) correspondem àquelas


fundamentais para a vida e atuam influenciando de forma efetiva a homeostase e
a manutenção do bem-estar e qualidade de vida das pessoas.
Elas são universais, se apresentam em dois modelos propostos por Wanda
Horta (1979), abrangendo as necessidades psicológicas e psicossociais. As
psicológicas englobam desde as fisiológicas, considerando fatores de
manutenção da homeostase; as psicossociais, por sua vez, relatam os fatores
sociais essenciais para manutenção do equilíbrio da vida, destacando-se o
conforto, que propicia condições favoráveis na prevenção, recuperação e
tratamento das doenças. As condições mínimas de conforto levam ao equilíbrio e
à manutenção da homeostasia, proporciona comodidade e bem-estar (Horta,
1979).
A humanização da assistência pelo profissional de saúde está
intrinsecamente relacionada ao conforto do paciente, pois simboliza o cuidado e
a acolhida. Assim, além de ter as NBH preservadas, ele se sentirá confortável e
seus direitos serão preservados, o que influenciará diretamente a recuperação e
retomada do bem-estar e da homeostasia. Quando o paciente tem as
necessidades básicas humanas preservadas, remete ao acolhimento e à
preservação de seus direitos humanos, e essas atitudes influem diretamente na
recuperação dele. Além disso, é fundamental que os familiares estejam presentes,
apoiando e oferecendo sustentação como auxílio à retomada da saúde.

TEMA 1 – A ARTE DE CUIDAR VISANDO AO CONFORTO DO PACIENTE

Os profissionais de saúde, inseridos em uma equipe multidisciplinar –


formada por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas,
psicólogos e outros –, visam proporcionar ao paciente serviços e cuidados.
Desenvolvem a arte de cuidar, de forma incondicional, sem esperar retorno
financeiro, buscando atingir a satisfação pessoal e preservando a vontade de
cuidar.
Os enfermeiros estão entre os mais inseridos nesse esforço. Merece
destaque um personagem muito importante, Florence Nightingale, pioneira na arte
de cuidar. Ela disponibilizava atenção e levava conforto com o mínimo possível,
considerando primordialmente promover a melhoria da qualidade de vida dos

2
clientes/pacientes. Essa dedicação apresentou resultados positivos, pois à época,
na Guerra da Crimeia (1853-1856), ocorreu grande redução de mortes devido ao
combate às infecções.
Atualmente, o processo do cuidar se baseia em metodologias científicas,
lançando mão da tecnologia no sentido de proporcionar cada vez mais conforto
aos usuários (Timby, 2007; Soares et al., 2016). Entre os vários processos que
envolvem o cuidar, destacam-se os diversos tipos de dores como: aguda, crônica,
no parto, êmese e isolamento social (Herdman; Kamitsuru, 2015). Para conseguir
atingir esses objetivos, é necessário planejar e implementar ações que culminarão
na retirada do desconforto por meio de estratégias transversais que poderão
proporcionar conforto e comodidade ao usuário.
O ato de cuidar, de acolher e de confortar apresenta desdobramentos
interessantes que beneficiam quem está sendo cuidado; porém, quem cuida é
muito mais beneficiado, pois fica feliz e satisfeito com os resultados obtidos, sem
falar que poder proporcionar conforto, esperança e ser portador de alegria em um
momento de tristeza e dor é muito gratificante para o profissional de saúde. Essas
ações retratam o fundamento da humanização do cuidado (Kolcaba, 2003; Soares
et al., 2016).
Esses auxílios e implementações podem ser descritos como conforto
(físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental), abrangendo toda a equipe
multidisciplinar. Assim, todos atuarão na promoção da saúde e no cuidado e
assistência humanizada, com vistas ao conforto e ao bem-estar do paciente
(Soares et al., 2016), conforme ilustra a Figura 1.

Figura 1 – A arte de cuidar

Fonte: Dmytro Zinkevych / Shutterstock.


3
As ações dos profissionais de saúde proporcionam conforto ao paciente,
confiança aos familiares e segurança aos cuidadores. O atendimento objetivo e
assertivo, que correlaciona todos os sinais e sintomas com possíveis alterações e
complicações no quadro clínico, traz segurança a todos os envolvidos (Soares et
al., 2016).
Na proposta de Kolcaba (2003), fica clara a necessidade de colocar o
paciente em um estado de conforto, retirando-o da condição de desconforto,
prevenindo o agravamento da patologia e buscando a recuperação, o bem-estar
e a comodidade dele (Mendes et al., 2016).
Diante do exposto, torna-se fundamental a manutenção do conforto do
paciente no âmbito hospitalar e no cotidiano, pois essa condição é capaz de
influenciar de forma efetiva as relações sociais, ambientais, físicas e espirituais
das pessoas. O conforto corresponde a uma das necessidades humanas básicas
universais que convergem com todas as demais, haja vista que as alterações
psicossociais e psicobiologias também influem diretamente nesse estado de bem-
estar; portanto, deve ser colocado de forma primordial à frente de todas as ações
implementadas. Nesse aspecto, no ambiente hospitalar os profissionais de saúde
são fundamentais na promoção de conforto e comodidade ao cliente, traçando
cuidados peculiares (Soares et al., 2016).
Assim, podemos dizer que o conforto se destaca como uma NHB primordial
à saúde e à manutenção do equilíbrio de vida dos indivíduos em geral, pois
representa qualidade de vida de forma individual e coletiva e tem sua atenção
voltada para a integral assistência aos cuidados de maneira geral.

TEMA 2 – A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM RESPOSTA ÀS


NECESSIDADES DOS USUÁRIOS

As necessidades dos usuários se destacam como uma prioridade nos


serviços de saúde, pois quando suas necessidades são atendidas, o sucesso do
tratamento e o restabelecimento do equilíbrio e de saúde serão alcançados de
forma muito mais efetiva (Figura 2). Autores como Campos e Bataieiro (2007) e
Oliveira (2012) destacam que esse tema nos serviços de saúde vem sendo
abordado sob a perspectiva operacional, ou seja, aquela em que o objeto da
atenção em saúde é direcionado pela oferta dos serviços de saúde.
A organização dos serviços engloba as necessidades em saúde com o
atendimento oferecido para supri-las, disponibilizando consultas médicas de
4
diferentes especialidades, orientação farmacêutica e oferta de medicamentos,
atendimento psicológico, acompanhamento com assistente social, fisioterapia,
participação de grupos de orientação de tratamento não farmacológico e
reeducação alimentar, bem como prática de atividade física. Soma-se a isso
fundamentalmente o envolvimento da enfermagem, essencial no cuidado e na
oferta de serviços que orientarão os pacientes em relação às estratégias para
identificar situações de vulnerabilidade às quais as famílias estão expostas.
As ações da equipe multidisciplinar não se restringem aos programas
verticais de saúde preconizados pelo Ministério da Saúde – os mais comuns são
voltados à saúde da mulher e da criança, grupos de diabéticos e hipertensos e
outros. Por si só, eles não conseguem atender às demandas da população como
um todo, pois não dão conta de toda a complexidade dos determinantes dos
processos saúde-doença, que são controlados e sofrem influência de diversos
condicionantes de ordem biológica, psicológica, cultural, econômica e política
(Brasil, 2006; Oliveira, 2012).

Figura 2 – Atendimento das necessidades do paciente

Fonte: Stock-Asso / Shutterstock.

Para atender às necessidades em saúde, é necessário que haja


implementação de protocolos especializados, focados na prevenção. Entretanto,
como a medicina no Brasil é curativa, torna-se fundamental que tais protocolos

5
sejam capazes de solucionar os processos de doença, sanar as patologias e
recuperar a saúde do paciente de forma completa e integrada. Atualmente, ainda
prevalece a concepção de que o processo saúde-doença abrange somente o
caráter biológico, o que explica por que as ações são realizadas de forma
padronizada, vertical e prescritiva (Oliveira, 2012).
Assim, o ideal é adotar políticas que buscam redirecionar o sistema para
as necessidades em saúde de todos, superando o modelo médico hegemônico
vigente. Essa nova mentalidade tem como objetivo atender às demandas da
população, adotando uma concepção de saúde e doença que alie os aspectos
individuais aos coletivos. Os profissionais de saúde devem levar em conta que as
necessidades, uma vez atendidas e satisfeitas, são ampliadas e revisitadas
quando preciso, o que significa que esse modelo exige atitudes contínuas de
adaptação e manutenção do atendimento daquilo de que cada paciente carece
individualmente.
Importante ressaltar que as necessidades em saúde são diferentes entre si
e dependem da inserção social dos indivíduos, grupos sociais e família. Cada ser
humano requer um cuidado específico diante de sua peculiar condição de
vulnerabilidade, por isso se requer a adoção de medidas individualizadas,
buscando atender a esse ser de forma completa e integral (Nakamura, 2009;
Oliveira, 2012).

TEMA 3 – DESENVOLVIMENTO E DIAGNÓSTICO DO CÂNCER

O câncer é definido como um conjunto de mais de 200 doenças que têm


em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos
(Inca, 2018). Pode iniciar-se de forma espontânea ou ser provocado pela ação de
agentes carcinogênicos (químicos, físicos ou biológicos) endógenos ou exógenos.
Os endógenos (enzimas, processos patológicos e células) são, via de regra,
geneticamente predeterminados e estão relacionados com a defesa do organismo
às agressões externas (Inca, 2018). Já os exógenos (poluentes, gases
atmosféricos e radiação) são responsáveis pelo aumento da incidência do câncer
nos países economicamente desenvolvidos, como resultado da adoção de estilos
de vida pouco saudáveis, incluindo tabagismo, falta de atividade física, dietas
inadequadas e exposição excessiva ao sol. Cerca de 80 a 90% dos casos de
câncer estão associados a fatores externos (Inca, 2018).

6
O envelhecimento também aumenta a suscetibilidade à transformação
maligna, o que contribuiu para a elevação da incidência de câncer em países
desenvolvidos (Jemal et al., 2011; Inca, 2018). Independentemente da causa,
ocorrem alterações mutagênicas e não mutagênicas ou epigenéticas nas células;
o processo de carcinogênese (Figura 3) geralmente ocorre de forma lenta (Liu et
al., 2015; Inca, 2018).

Figura 3 – Carcinogênese

Fonte: Designua / Shutterstock.

Segundo dados epidemiológicos, o câncer constitui uma das doenças que


mais leva a óbito no Brasil e no mundo (Inca, 2018). Se diagnosticado de forma
precoce, tem chances de cura que chegam em torno de 90%; todavia, apesar de
todos os avanços tecnocientíficos disponíveis, a maioria dos cânceres no Brasil é
descoberta em estágios elevados, já com metástases, o que torna muito mais
difíceis o tratamento e a reversão da doença.
O diagnóstico se torna difícil, uma vez que os sintomas clínicos começam
a aparecer na fase em que já estão ocorrendo metástases. Devido a esse
processo, surge a sintomatologia como dor aguda ou crônica, dependendo do
local, anemia, dores nas pernas etc. Cada tipo de câncer terá sintomas
específicos, conforme o órgão acometido e a extensão da metástase.
O câncer é uma doença grave, acompanhada de alteração dos aspectos
físicos e evidenciada por dor, além dos efeitos adversos dos antineoplásicos que
7
são altamente incapacitantes, pois afetam de forma efetiva a qualidade de vida
dos pacientes. Além disso, pode provocar mutilações, como mastectomia
(remoção total da mama), e todo esse conjunto desencadeia um impacto
psicológico muito forte, provocando sentimentos de dor, sofrimento, tristeza e
incertezas em relação à vida, à doença, à cura e à morte (Salci; Marcon, 2008;
Vicenzi et al., 2013; Adami et al., 2018).
Diante de um diagnóstico positivo de câncer, cada indivíduo apresenta
reações peculiares demonstradas por não aceitação, medo, ansiedade,
insegurança, autoestima baixa e insegurança em relação ao futuro – alguns
podem perder completamente o controle. Nesse momento, a equipe
multidisciplinar desempenha um papel crucial, por meio de um atendimento
humanizado, oferecendo tratamento e suporte, de forma que a pessoa se sinta
compreendida, acolhida, respeitada e tenha suas necessidades fisiológicas e
emocionais atendidas (Stumm; Leite; Maschio, 2008; Alencar et al., 2017).
O câncer consiste em uma das doenças mais marcantes e traumatizantes,
pois no imaginário social está associada a um prognóstico ruim, levando ao
desenvolvimento de sentimentos de dor, angústia, depressão, medo e muito
sofrimento do paciente e dos familiares. Nesse contexto, a aproximação e o
cuidado dos profissionais de saúde são essenciais para o enfrentamento das
adversidades encontradas durante o curso dela (Alencar et al., 2017).
Salienta-se que o paciente com câncer e sua família, na maioria das vezes,
sentem-se fragilizados com a situação da doença, além de apresentar muitas
dúvidas, curiosidades e expectativas em relação ao tratamento quimioterápico.
Tal condição torna fundamental a presença da equipe multiprofissional na
orientação e na escuta desses indivíduos, facilitando a compreensão e o
entendimento sobre a doença, reduzindo assim a dor e o sofrimento (Brasil, 2011;
Alencar et al., 2017).
Portanto, é crucial que essa equipe estabeleça um bom relacionamento
com o paciente, a família e os cuidadores, desenvolvendo o processo do cuidar
de forma efetiva, cuidadosa e atenta. Sabe-se que as doenças crônicas e o câncer
provocam um turbilhão de emoções e insegurança no paciente e nos familiares,
razão por que os profissionais de saúde precisam adentrar no mundo dessas
pessoas, compreendendo seus anseios e dúvidas, proporcionando maior
segurança e cuidando desse paciente de forma integral (Remedi et al., 2009).

8
O câncer requer cuidados quanto ao entendimento das necessidades dos
envolvidos no processo de adoecer e de aceitação e entendimento. Nesse
momento, a participação dos profissionais de saúde é essencial para propiciar um
cuidado de qualidade ao paciente (Remedi et al., 2009).

TEMA 4 – CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO

O cuidado integral ao paciente oncológico busca atender às necessidades


de maneira global, incluindo atendimento médico, farmacoterapêutico, psicológico
e o cuidado de forma humanizada, abarcando todos os anseios dele. Alcança
também a possibilidade de sempre ter algum familiar próximo, auxiliando-o e
amparando-o de modo efetivo e afetivo.
As necessidades do paciente vão além do aspecto biológico e contemplam
as “questões psicológicas, práticas sociais, emocionais e espirituais,
proporcionando aos pacientes e seus familiares um cuidar humanizado, integral,
autêntico e eficaz” (Salles; Castro, 2010, p. 183).
Assim, o cuidado de forma integral pode ser definido como um conjunto de
medidas adotadas com o objetivo de prestar a assistência de maneira ampla e
integral, suprindo as necessidades do paciente e articulando com ações
associadas com a família dele (Figura 4). Portanto, se torna imprescindível incluir
cuidadores e familiares, atendendo todas as demandas, não só em casa, mas
também no ambiente hospitalar.

Figura 4 – Cuidado ao paciente

Fonte: BlurryMe / Shutterstock.

9
Importante ressaltar que a família e os cuidadores são fundamentais no
processo do cuidar e na recuperação do paciente. Portanto, a equipe
multidisciplinar deve estar preparada e habilitada a adotar medidas que vão ao
encontro das necessidades dos pacientes e familiares, com vistas a amenizar a
sobrecarga provocada pelo processo de adoecimento e tratamento.

TEMA 5 – TRATAMENTO DO CÂNCER

Devido à complexidade da patogênese do câncer, conforme descrito


anteriormente, seu tratamento geralmente exige várias modalidades de terapia,
como cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea (ACS,
[s.d.]; Inca, 2018) – em muitos casos, é combinada mais de uma. Os agentes
antineoplásicos empregados incluem alquilantes, antimetabólitos, antibióticos
antitumorais, inibidores mitóticos e outros agentes (Inca, 2018).
Os agentes alquilantes são compostos que não permitem a replicação por
meio da ligação com o DNA, impedindo a separação dos dois filamentos de DNA.
Normalmente, são utilizados em combinação com outros agentes fase-específicos
do ciclo celular. Entre os alquilantes, destacam-se a mostarda nitrogenada,
mostarda fenil-alanina, ciclofosfamida, bussulfam, nitrosureias, cisplatina e a
ifosfamida (Inca, 2018).
Os antimetabólitos são uma classe de drogas que afetam as células,
inibindo a biossíntese dos componentes essenciais do DNA e do RNA, impedindo
a multiplicação e função das células normais. Entre eles, estão o metotrexato,
5-fluorouracil, 6-mercaptopurina e a pentostatina. Os antibióticos antitumorais, por
sua vez, são um grupo de substâncias que apresentam anéis insaturados que
permitem a incorporação de excesso de elétrons e, consequentemente, a
produção de radicais livres, causando a morte celular. Como exemplo podemos
citar mitomicina C, actinomicina D, daunurrobicina e doxorrubicina. Por fim, os
inibidores mitóticos podem atuar paralisando a mitose na metáfase,
interrompendo a divisão celular. Nesse grupo estão incluídos os alcaloides da
vinca (vincristina, vimblastina e vindesina) e os derivados da podofilotoxina
(etoposídeo e teniposídeo). Na Tabela 1, estão elencados os principais
antineoplásicos empregados para tratar o câncer.

Tabela 1 – Principais antineoplásicos utilizados no tratamento do câncer

10
Classe farmacológica Exemplo de Mecanismo de ação Indicações Principais efeitos
droga adversos
Antimetabólito Metotrexato Antifolato inibidor da Câncer de Mielossupressão,
síntese de DNA cabeça, pescoço mucosite e diarreia
e mama
Antimetabólito Mercaptopurina Metabólitos que Leucemia Mielossupressão e
inibem a síntese de linfoblástica toxicidade
DNA e RNA aguda gastrointestinal

Agente alquilante Ciclofosfamida Ligação cruzada de Câncer de mama Urotoxicidade,


DNA e bloqueio da e ovário alopecia,
síntese e função do mielossupressão,
DNA náuseas e vômitos
Agente alquilante Isofosfamida Inibição da síntese e Câncer testicular Urotoxicidade e
função do DNA por e sarcomas mielossupressão
metabólitos que
formam ligações
cruzadas
Agente alquilante Compostos de Interfere nos Câncer Ototoxicidade
platina processos de avançado de
transcrição e pulmão de
replicação celular no células não
DNA pequenas
Antibiótico antitumoral Doxorrubicina Inibição da síntese e Câncer de mama Mielossupressão,
função do DNA por e linfoma não cardiotoxicidade e
intercalar com pares Hodgkin alopecia
de bases
Antibiótico antitumoral Mitomicina C Inibição da síntese e Câncer gástrico Mielossupressão e
função do DNA por e pancreático mucosite
alquilação do DNA e
RNA
Inibidores mitóticos Vincristina Inibição da Leucemia Neurotoxicidade e
polimerização da linfoblástica mielossupressão
tubulina e lise de aguda,
microtúbulos na neuroblastoma e
mitose linfoma de
Hodgkin
Inibidores mitóticos Vimblastina Inibição da Tumor de células Mielossupressão e
polimerização da germinativas e sintomas
tubulina e lise de linfoma de gastrointestinais
microtúbulos na Hodgkin e não
mitose Hodgkin
Inibidores mitóticos Taxanos Estabilização dos Carcinoma Neutropenia e
(paclitaxel e microtúbulos da mamário e de mucosite
docetaxel mitose, impedindo pulmão
sua desagregação e
levando à morte
celular
Inibidores da Topotecano Inibição de Carcinoma Alopecia e
topoisomerase topoisomerase II e metastático de mielossupressão
bloqueio do ovário
desenrolamento do
DNA
Inibidores da Etoposídeo Inibição de Tumores de Alopecia,
topoisomerase topoisomerase I e células mielossupressão e
bloqueio do germinativas e segunda neoplasia
desenrolamento do de células não
DNA pequenas
pulmonares
Antimetabólito/análogo Fluorouracil Interfere na síntese Câncer gástrico Alopecia, erupção
de pirimidina (5-FU) proteica, inibe a metastático, maculopapular,
timidilato sintetase e prurido,

11
atua diminuindo colorretal e fotossensibilidade,
replicação do DNA. mama diarreia, anorexia,
Agente específico de náusea, vômito e
fase do ciclo celular estomatite
(fase S)

Assim, foi possível verificar que o câncer é uma doença que pode afetar a
todos, é extremamente agressiva e debilita muito as pessoas, comprometendo
fortemente a qualidade de vida e sua capacidade laboral. O processo da
carcinogênese pode levar anos, e fatores externos correspondem em torno de 80
a 90% das causas – grande parte deles podemos evitar.
Uma vez que a doença já se instalou, se torna necessário atender às
necessidades básicas do paciente que abrangem as psicológicas e as
psicossociais. Nesse contexto, destaca-se o ato de cuidar, de acolher e de
confortar, pois essa atitude apresenta desdobramentos interessantes que
beneficiam quem está sendo cuidado, mas quem cuida é muito mais favorecido,
pois fica feliz e satisfeito com os resultados obtidos. O ato de poder proporcionar
conforto, esperança e ser portador de alegria em um momento de tristeza e dor é
muito gratificante para o profissional de saúde. Essas ações retratam o
fundamento da humanização do cuidado.

12
REFERÊNCIAS

ACS – American Cancer Society. How chemotherapy drogs work. [S.d.].


Disponível em: <https://www.cancer.org/treatment/treatments-and-side-
effects/treatment-types/chemotherapy/how-chemotherapy-drugs-work.html>.
Acesso em: 10 dez. 2019.
ADAMI, E. R. et al. Antineoplastic effect of pectic polysaccharides from green
sweet pepper (Capsicum annuum) on mammary tumor cells in vivo and in
vitro. Carbohydrate polymers., v. 201, p. 280-292, 2018.

ALENCAR, D. de C. et al. Sentimentos de enfermeiros que atuam junto a


pacientes com câncer em fase terminal. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online), v.
9, n. 4, p. 1015-1020, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para a programação pactuada e


integrada da assistência à saúde. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde /
Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas / Coordenação
de Programação da Assistência, 2006.

______. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro:


Coordenação Geral de Ações Estratégicas / Coordenação de Prevenção e
Vigilância, 2011.

CAMPOS, C. M. S.; BATAIERO, M. O. Necessidades de saúde: uma análise da


produção científica brasileira de 1990 a 2004. Interface-Comunicação, Saúde,
Educação, v. 11, p. 605-618, 2007.

HERDMAN, T. H.; KAMITSURU, S. (Ed.). Diagnósticos de Enfermagem da


Nanda. Definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015.

HORTA, W. A. Processo de enfermagem. com a colaboração de Brigitta E. P.


Castellanos. São Paulo: EPU 1979.

INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Disponível em:
<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home>. Acesso em: 10
dez. 2019.

______. Estimativa 2018: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca,


2018. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/>. Acesso em: 10
dez. 2019.

13
JEMAL, A. et al. Global cancer statistics. Cancer Journal for Clinicans, v. 61, n.
2, p. 69-90, 2011.

KOLCABA, K. Comfort theory and practice: a vision for holistic health care and
research. New York: Springer Publishing Company, 2003.

LIU, H. Z. et al. Polysaccharide from Sepia esculenta ink and cisplatin inhibit
synergistically proliferation and metastasis of triple-negative breast cancer MDA-
MB-231 cells. Iran. J. Basic Med., v. 19, p. 1292-1298, 2016.

MENDES, R. S. et al. Teoria do conforto como subsídio para o cuidado clínico de


enfermagem. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 15, n. 2, p. 390-395, 2016.

NAKAMURA, E. et al. O potencial de um instrumento para o reconhecimento de


vulnerabilidades sociais e necessidades de saúde: saberes e práticas em saúde
coletiva. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 17, n. 2, p. 253-258,
2009.

OLIVEIRA, M. A. de C. (Re)significando os projetos cuidativos da Enfermagem à


luz das necessidades em saúde da população. Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 65, n. 3, p. 401-405, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
71672012000300002&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 11 dez. 2019.

REMEDI, P. P. et al. Cuidados paliativos para adolescentes com câncer: uma


revisão da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, n. 1, p. 107-112,
2009.

SALCI, M. A.; MARCON, S. S. De cuidadora a cuidada: quando a mulher vivencia


o câncer. Texto & Contexto Enfermagem, v. 17, n. 3, p. 544-551, 2008.

SALES, C. A. et al. Cuidado de enfermagem oncológico na ótica do cuidador


familiar no contexto hospitalar. Acta Paulista de Enfermagem, v. 25, n. 5, p. 736-
742, 2012.

SALLES, P. S; CASTRO, R. C. B. R. de. Validação de material informativo a


pacientes em tratamento quimioterápico e aos seus familiares. Revista da Escola
de Enfermagem da USP, v. 44, n. 1, p. 182-189, 2010.

SOARES, F. P. et al. Razão de conforto como uma das necessidades humanas


básicas para a manutenção da saúde de forma integral. In: CONGRESSO DE

14
EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA AMAZÔNIA (Coesa), 5., Belém, 8-11 nov. 2016.
Anais... Belém: Universidade Federal do Pará, 2016.

STUMM, E. M. F.; LEITE, M. T.; MASCHIO, G. Vivências de uma equipe de


enfermagem no cuidado a pacientes com câncer. Cogitare Enfermagem, v. 13,
n. 1, p. 75-82, 2008.

TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de


Enfermagem. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

VICENZI, A. et al. Cuidado integral de enfermagem ao paciente oncológico e à


família. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 3, n. 3, p. 409-417, 2013.

15

Você também pode gostar