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ROTEIRO: A PAIXÃO DE CRISTO

CENA 1: A CONSPIRAÇÃO

(Recinto onde estão reunidos os sacerdotes e escribas: mesa redonda, com


todos de pé, parecendo discutir um importante assunto)

NARRADOR: Aproximava-se a Festa dos Pães Ázimos, também chamada


Páscoa. E os principais sacerdotes e escribas, planejavam como matariam
Jesus, o homem a quem chamavam O Nazareno, que difundia idéias perigosas
entre o povo e conquistava muitos seguidores. Por isso, temiam que ele pudesse
dar origem a uma revolta entre os judeus, por suas idéias. O diabo já havia levado
Judas a entregá-lo. Judas, de sobrenome Iscariotes, era um dos doze discípulos
de Jesus. E foi Judas ter com os sacerdotes a respeito de como o entregaria.

(JUDAS entra no salão, entre os sacerdotes e anuncia)

JUDAS : Aquele a quem eu beijar-lhe a face será o homem que procuram.

SACERDOTE 1 : Serás recompensado por isso. Trinta moedas seriam


suficientes?

JUDAS : Sem dúvida.

(Os sacerdotes entregam a bolsa com moedas a JUDAS e ele se retira,


cabisbaixo e confuso.)

CENA 2: A ÚLTIMA CEIA

(Mesa extensa, forrada e repleta de mantimentos, copos, e pães. JESUS, ao


centro, e os doze divididos ao seu redor)

NARRADOR: A Páscoa havia chegado. E Jesus, já sabendo de seu doloroso


destino de ser entregue aos judeus, cearia com seus discípulos pela última vez.
JESUS : Desejei muito cear com vocês esta Páscoa, antes que padeça. Porque
esta ceia eu não mais a comerei, até que ela se cumpra no Reino dos Céus.
(PAUSA) Porém, um de vocês haverá de me trair.

(Todos se entreolham, e ficam agitados. Começam a questionar qual deles seria


o traidor)

DISCÍPULO 1: Serei eu, Senhor?

DISCÍPULO 2 : Ou eu, Senhor?

JESUS: É um dos doze, que põe a mão no mesmo prato comigo.

JUDAS : Serei eu, Mestre?

JESUS : Tu estás dizendo. Pois faça o que tiver de fazer.

(Judas se retira rapidamente, envergonhado e triste. Depois disso, JESUS parte


um pão ao meio, orando, e distribui, metade para um grupo, outra para outro
grupo. Os discípulos o dividem)

JESUS : Comam, comam todos. Pois este é o meu corpo, que será entregue por
vós.

(Toma o cálice com vinho, novamente faz uma oração e entrega aos discípipulos,
que bebem entre eles)

JESUS : Este vinho que bebem é o meu sangue, que por todos será derramado
pela nova e definitiva aliança, para que assim, sejam todos redimidos dos seus
pecados. (PAUSA) Façam isso sempre, para que se lembrem de mim.

(Todos, após a ceia, se retiram silenciosamente e dirigem-se ao Monte das


Oliveiras)

CENA 3: NO HORTO DAS OLIVEIRAS

(Todos caminham por um local descampado, conversando entre si, com JESUS
entre eles)
JESUS: Esta noite, todos vocês me deixarão quando eu for aprisionado. Assim
será, pois está escrito: “Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão.”

PEDRO: Eu não, Mestre! Estarei pronto para te acompanhar até a morte, se


necessário!

(Todos repetiam da mesma forma)

JESUS: (riso irônico) Entendo, Pedro, que queres me seguir.


Porém, antes mesmo que o galo cante, me negarás... por três vezes.

PEDRO: Nunca! Irei contigo até o fim!

NARRADOR: Tendo chegado a um lugar chamado Getsêmani, Jesus pediu a


seus discípulos que se sentassem e o esperassem enquanto ele ia orar.
Também pediu a Pedro, a Tiago e a João que o acompanhassem.

JESUS : Minha alma está dolorida e triste. Fiquem aqui e vigiem.

(Os três discípulos o observam à distância, enquanto JESUS prostra-se sobre


uma rocha e começa a orar, sentindo muita tristeza)

JESUS: Pai, sei que para ti todas as coisas são possíveis... Pois afasta de mim
este cálice! Porém, que Sua vontade prevaleça, e não a minha.

(Neste momento, um anjo surge e se posiciona próximo a JESUS, pondo as


mãos em seu ombro, confortando-o. Logo após, JESUS se levanta e dirige-se
até onde estavam os três discípulos, que dormiam)

JESUS: Acordem. Não podem vigiar nem por uma hora? Agora levantem, pois é
chegada a hora em que serei entregue.

(Enquanto eles se levantam e partem, surgem vários soldados do templo,


juntamente com os acusadores, portando lanças e tochas; JUDAS à frente, se
aproxima de JESUS)

JUDAS: Mestre! (e beija-lhe o rosto)


JESUS: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?

(Os soldados avançam sobre JESUS para prendê-lo, mas PEDRO, durante a
agitação, desembainha sua espada e corta a orelha de um dos soldados, que
grita, ajoelhando-se)

JESUS: Pedro, guarde sua espada! Não vês que beberei agora o cálice que meu
Pai me deu?

(JESUS, aproximando-se do soldado ferido, toca a orelha mutilada, curando-a.


Depois disso, JESUS é amarrado e levado a ANÁS)

CENA 4: ANTE ANÁS

(JESUS é levado ao sumo sacerdote, acompanhado dos seus acusadores e


PEDRO acompanhava-os à distância. Chegaram ao recinto do sumo sacerdote,
que os esperavam)

NARRADOR: Jesus, então é levado primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás,
que naquela época era o sumo sacerdote. Levavam várias acusações contra
Jesus, mas a maioria era de coisas infundadas. Porém, eles precisavam de
acusações fortes, que o levassem à morte e por isso, escolheram as mais
coerentes para apresentar.

ANÁS: Então tu és o que dizem espalhar falsas doutrinas e conquistar


seguidores? Que andas a pregar?

JESUS: Eu ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos puderam me ouvir.


Para que perguntas a mim? Basta que perguntes aos que já me ouviram e eles
darão testemunho.

(Um dos soldados esbofeteia a face de JESUS)

SOLDADO: É assim que respondes ao sumo sacerdote?

JESUS: Se falei mal, diga-me onde falei mal, mas se falei bem, por que me feres?
NARRADOR: Sem ter mais a perguntar, Anás encaminha-o a Caifás, seu genro,
que era o sumo sacerdote mandatário. Seus delatores ainda queriam relatar
todas as acusações que haviam elaborado contra Jesus.

CENA 5: A NEGAÇÃO DE PEDRO

(PEDRO, com alguns servos, está próximo a uma fogueira, se aquecendo)

NARRADOR: Pedro acompanhava tudo de longe. Do lado de fora, aquecia-se


em uma fogueira, junto aos servos do sumo sacerdote. Mas ele não esperava
ser reconhecido tão facilmente.

SERVO 1: Não é você um dos discípulos de Jesus?

PEDRO: Não, nem sequer o conheço.

SERVO 2: Eu o vi no horto. Ele está com Jesus! Feriu meu primo Malco!

PEDRO: Engana-te! Jamais estive com aquele homem.

SERVO 3: Sem dúvida estava com ele. Vejam como ele fala. É galileu.

PEDRO: Homem, não sei do que estás falando!

(Ouve-se, então, ao longe, o cantar de um galo. PEDRO retira-se, escondendo o


rosto, chorando desconsoladamente)

CENA 6: A ACUSAÇÃO

(JESUS chega ao recinto, junto com os soldados e os acusadores, onde é


apresentado ao sumo sacerdote CAIFÁS, para o interrogatório)

NARRADOR: Jesus e a comitiva de acusadores se apresentam a Caifás, o sumo


sacerdote, que controlava o templo e as ações de todos os que vivam sob seu
domínio.

CAIFÁS : Digam-me, para que trouxeram este homem aqui?


ACUSADOR 1: Ele diz que vai derrubar o templo e o reconstruirá em três dias.
Além de outras blasfêmias, também diz ser o Filho de Deus.

(PAUSA)

CAIFÁS: Nada respondes? De que te acusam? (PAUSA) Pois então me


responda: tu és ou não o Filho de Deus?

JESUS: (OLHANDO EM SEUS OLHOS) Eu sou. E verás ainda o Filho do


Homem assentado à sua direita, e vindo sobre as nuvens dos Céus.

(CAIFÁS levanta-se, indignado e rasga suas vestes. Inicia-se uma agitação entre
os acusadores)

CAIFÁS: Pois bem, ouçam o que ele diz! Não precisamos mais de testemunhas.
Quê parece isso a vocês?

(Todos começam a agredí-lo com pontapés, chutes e açoitadas)

CENA 7: NA PRESENÇA DE PILATOS

(Todos agora chegam ao palácio do governador PILATOS. JESUS vem amarrado


e maltratado pelos soldados do templo)

NARRADOR: Pôncio Pilatos, era o governador da Judéia e representante de


Roma. Neste período, toda a Judéia era provínicia romana e o governador estava
à frente de todas as decisões econômicas e judiciais. Por isso, acharam por bem
levar Jesus a Pilatos, já que apenas Roma poderia condenar alguém à morte. E
eles queriam isso para Jesus, a qualquer preço.

(Os soldados e os delatores com JESUS aguardam no palácio, enquanto


PILATOS adentra o recinto, juntamente com sua esposa,

PILATOS: Que acusação me trazem deste homem?

ACUSADOR 2 : Achamos ele difamando nossa nação, dizendo que não


devemos pagar tributos a César e dizendo-se, ele mesmo, o Cristo Rei.
PILATOS: (virando-se para JESUS) Tu és o Rei dos judeus?

JESUS: Tu estás dizendo.

PILATOS: (irônico) Isso me preocupa, pois aqui já temos César como nosso rei.
(SORRI) Não vejo nenhuma culpa neste homem.

ACUSADOR 3: Mas ele incita o povo, espalhando sua blasfêmias por toda a
Judéia. Começou desde a Galiléia até aqui! Tu lamentarás profundamente se
deixar sair livre este homem perverso!

PILATOS: Espere, ele é galileu? Sendo assim, está sob a jurisdição de Herodes.
E ele se encontra em Jerusalém. Levem-no até ele e ele verá o que fazer com o
galileu.

CENA 8: O ARREPENDIMENTO DE JUDAS

NARRADOR: Judas há muito já se via contrariado, vendo as consequências que


seu ato causava ao Mestre. Arrependido, procura pelos sacerdotes e anciões,
para devolver as trinta moedas e tentar reverter a situação.

(JUDAS irrompe a sala onde estão os anciões e sacerdotes, tendo em suas


mãos, a bolsa com moedas, surpreendendo a todos)

JUDAS: Pequei, entregando um inocente à morte. Aqui estão as moedas que me


deram. Tirem-no daquele suplício!

SACERDOTE 1: Isso agora é com você. Nada mais podemos fazer.

JUDAS : Ele é inocente! O erro foi meu.

SACERDOTE 1 : Pois, assuma as consequências dos seus atos.

(JUDAS atira as moedas aos pés dos anciões e se retira, atordoado, rumo a um
campo. No meio do caminho é surpreendido pelo ANJO DA MORTE, que lhe
entrega uma corda feito uma forca. Com ela JUDAS se enforca no galho de uma
árvore próxima. )
CENA 9: HERODES RECEBE JESUS

NARRADOR: Conforme a ordem de Pilatos, Jesus é conduzido à presença de


Herodes, que comandava a Galiléia e que seria, portanto o juíz de seu destino.
Ao saber que receberia Jesus, Herodes ficou muito contente, pois há muito
tempo tinha curiosidade em conhecê-lo e ver de perto seus prodígios.

(JESUS adentra uma sala, adornada, com pessoas bebendo vinho e sorrindo.
HERODES surge correndo, ancioso e sorridente)

HERODES (FABIO): Jesus! Você é Jesus! Ora, imaginava você bem diferente.
Mas, vamos, me mostre o que sabe fazer.

ACUSADOR 4 : Este homem incita o povo, se diz rei e blasfema contra Deus e
nossas doutrinas!

HERODES: (PEDINDO SILÊNCIO AO SACERDOTE E VIRANDO-SE PARA


JESUS) Você tem mesmo poder de curar, como dizem? Pode me fazer um sinal
grandioso para que eu possa ver?

(PAUSA)

HERODES: Ora, nada tens a me dizer? Não fazes nada de extraordinário?

(PAUSA)

HERODES: Tirem esse homem daqui... Só tomou meu tempo. Rei dos judeus...
É um lunático, uma piada! (RISOS)

NARRADOR: Então decidiram que o melhor seria levá-lo mesmo a Pilatos, tão
determinados estavam em condená-lo à morte. Depois disso, Herodes e Pilatos
se tornaram amigos, pois até então havia inimizade entre eles.

CENA 10: O DILEMA DE PILATOS

(Os anciões e doutores da lei conduzem JESUS novamente a PILATOS,


aproximando-se de seu palácio)
NARRADOR: Qual não foi a surpresa de Pilatos, ao ver que Herodes o enviara
de volta... Não havia saída: a decisão estava mesmo em suas mãos. Ele sabia
do forte desejo dos acusadores de verem Jesus morto. Sabia também da
influência que esses homens tinham sobre o povo. Jesus era uma ameaça para
aqueles homens. E estes, se não atendidos por Roma se tornariam uma ameaça
para Pilatos, que não se sustentaria no cargo de governador, caso houvesse uma
revolta entre o povo judeu. Pilatos precisaria, neste momento, de muita
desenvoltura. Mas não queria condenar um inocente. Como no tempo da
Páscoa, em comemoração, costumavam soltar um prisioneiro. Pilatos utilizou-se
desse artifício para tentar libertar Jesus.

PILATOS: E então, és mesmo o Rei dos Judeus?

JESUS: Dizes isso por você ou ouviste o que outros te contaram?

PILATOS: Ora, e por acaso eu sou judeu? Tua própria nação e seu seu povo te
entregaram a mim. Que fizeste? Que reino é este, que dizem?

JESUS : Meu Reino não é deste mundo, se assim fosse, meus servos não
permitiriam que eu fosse entregue aos judeus. Mas, meu reino não é daqui.

PILATOS: Espere. Então és mesmo um rei?

JESUS: Tu estás dizendo que sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo:
para dar testemunho da verdade. E todo aquele que é da verdade, me escuta.

PILATOS: Verdade? Que verdade? (PAUSA; DEPOIS, DIRIGE-SE AO POVO)


Parece que nem mesmo Herodes viu culpa neste homem. Pois eu também não
vejo. Portanto, vou castigá-lo e soltá-lo, já que vosso povo tem isso por costume
na Festa da Páscoa.

(Os anciões e doutores da lei incitam o povo a clamarem pela libertação de


BARRABÁS, não de JESUS)

POVO: Este não! Solte Barrabás!


NARRADOR: Barrabás era um dos rebeldes que lutavam contra os romanos, e
que havia sido preso por participar uma rebelião onde um soldado foi morto. Mas
Pilatos tinha preferência em soltar Jesus, porém precisava persuadir o povo a
aceitar, a mulher de Pilatos, já havia tido um sonho, em que recebera um sinal
sobre a inocência de Jesus. Relatando o sonho ao esposo, pediu a ele que o
libertasse. Pilatos sabia que, seja qual fosse sua decisão, esta seria muito difícil.
Dessa forma, ordenou então aos soldados que açoitassem Jesus, para assim
ganhar tempo e tentar comover os seus acusadores, e então poder libertá-lo.

(JESUS é amarrado a uma coluna, despido e açoitado várias vezes)

NARRADOR: Os soldados, após o açoitarem e o maltratarem, teceram uma


coroa de espinhos e cravaram sobre sua cabeça. Depois, improvisaram um
manto vermelho, que jogaram sobre seus ombros. Feito isso, se ajoelhavam
diante dele, como chacota, ao mesmo tempo em que cuspiam em sua face e
davam-lhe bofetões. Só assim, levaram-no de volta a Pilatos.

(JESUS é trazido pelos soldados frente à multidão. BARRABÁS é posicionado


ao lado oposto.)

PILATOS: Eis o Homem!

POVO: Crucifica-o! Crucifica-o!

PILATOS: Façam isso vocês, pois eu não vejo nele crime algum.

ANCIÃO: Mas nós temos uma lei. E segundo essa lei, ele deve morrer, pois se
fez rei. Se o soltares, não será amigo de César, pois qualquer um que se faz rei
é contra César.

(A multidão começa a clamar pela crucificação de JESUS, extasiada)

PILATOS : De onde és tu?

(PAUSA)
PILATOS: Nada me dizes? Não vês que tenho o poder para te crucificar ou para
te soltar?

JESUS: Não terias nenhum poder sobre mim, se este não lhe fosse dado do alto.
Mas quem me entregou a ti tem maior pecado.

(Mais uma vez, PILATOS apresenta JESUS e BARRABÁS à multidão.

BARRABÁS encontra-se próximo, aguardando a decisão)

PILATOS: Eis aqui o vosso rei!

POVO: Fora com ele! Crucifica-o! E liberte Barrabás!

PILATOS: Querem que seu rei seja crucificado?

POVO: Não temos outro rei, senão César! Crucifica-o! Solte Barrabás!

(PILATOS, transtornado, solicita uma bacia com água, onde lava suas mãos)

PILATOS: Estou inocente do sangue deste justo. Que isto fique bem claro.

(BARRABÁS é libertado e sai entre a multidão, que o ovaciona. JESUS é levado


para ser crucificado)

CENA 11: A VIA CRUCIS

(JESUS recebe a cruz em seus ombros e, açoitado pelos soldados, inicia a


caminhada rumo ao local onde será crucificado)

NARRADOR: Após todas as tentativas de Pilatos em libertá-lo fracassarem,


começa a caminhada de Jesus rumo ao monte Gólgota, que significava O
LUGAR DA CAVEIRA. Naquele local ele será crucuficado.
(JESUS parece bastante cansado e, de repente, cai como o peso da cruz em
seus ombros. SIMÃO CIRENEU vem caminhando em direção contrária do
cortejo; os soldados o chamam)

SOLDADO 1 : Hei você. Ajude este homem aqui!

CIRENEU 2 : Venho do trabalho no campo. Estou indo para casa.

SOLDADO 1 : Não entendes uma ordem? Quer ter o mesmo fim?

CIRENEU 2 : Pois bem, eu o ajudo. Mas que fique claro que fui constrangido.

(O CIRENEU passa a carregar a cruz e Jesus o acompanha, bastante debilitado


e cansado. Logo eles encontram algumas mulheres que choram e batem no
peito)

JESUS: Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim, mas por vós mesmas e
vossos filhos. Pois haverá um dia em que dirão: Bem aventurados os ventres que
nunca deram à luz e os peitos que nunca amamentaram.

(Tendo JESUS se recuperado, o CIRENEU é dispensado de ajudar e devolve a


cruz a JESUS, que volta a carregá-la e ser espancado)

(Nesse momento, ele tropeça e cai novamente. Uma mulher se aproxima e


enxuga seu rosto, sendo logo retirada pelos soldados. O semblante de JESUS
fica estampado no tecido)

(Mais adiante, MARIA, a Mãe de JESUS pára diante dele, em prantos)


NARRADOR: A mãe de Jesus, com o coração aflito, pode apenas assistir ao
sofrimento que impuseram sobre seu filho. O breve encontro, de poucas
palavras, foi a despedida.

MARIA : Meu filho, meu amado filho!

JESUS : Minha mãe, querida mãe. Veja, eu renovo todas as coisas.

(MARIA também é retirada e todos seguem o caminho)


CENA 12: A CRUCIFICAÇÃO

NARRADOR: Chegaram ao Monte Gólgota, onde Jesus e mais dois ladrões


seriam crucificados. Um à sua direita e outro à sua esquerda.

(Os ladrões já estão presos em suas cruzes. JESUS tem suas vestes retiradas e
é colocado deitado sobre sua cruz e suas mãos e pés são pregados nela. Então
a cruz é içada e fixada ao chão)

NARRADOR: O povo permanecia ali, olhando tudo, enquanto alguns caçoavam


de Jesus, desafiando-o e lançando objetos.

JESUS: Perdoa-lhes Pai, pois eles não sabem o que estão fazendo...

ACUSADOR 1 : A outros salvou... Por que não salva-te a ti mesmo?

ACUSADOR 2 : Tu, que destróis o templo e o reedifica em três dias.


Se és mesmo o Filho de Deus, desça da cruz.

ACUSADOR 3 : Salve-se! Desça agora dessa cruz para que acreditemos em ti!

NARRADOR: No alto da cruz, Pilatos fez de próprio punho, uma inscrição que
dizia: IESU NAZARENUS REX IUDAEORUM, INRI ou JESUS NAZARENO, REI
DOS JUDEUS. Um dos ladrões, que estavam a seu lado, também começou a
desafiá-lo.

LADRÃO 1: Se és mesmo o filho de Deus, salva-te a ti mesmo e a nós. Desça


dessa cruz.

LADRÃO 2 : Nem mesmo nessa hora, tendo o mesmo suplício, temes a Deus?
Nós sim, merecemos passar por isso, mas este homem... esse homem era justo!
(VIRA-SE PARA JESUS) Senhor, lembra-te de mim, quando entrares em teu
Reino.
JESUS: Tenha certeza: ainda hoje estarás comigo no paraíso.

NARRADOR: Maria, mãe de Jesus, João e outros discípulos encontravam-se


próximos à cruz. Jesus, vendo-os, pronuncia-lhes algumas palavras.

JESUS: Mulher, eis aí o teu filho. João, eis aí a tua mãe.

JESUS: Pai, meu Pai! Por que me abandonaste?

ANCIÃO: Como ele pode suportar a tudo isso? Nenhum homem poderia.

JESUS : Tenho sede.

(Um dos soldados molha uma esponja com uma solução de água e vinagre,
prende-a na ponta de uma vara e leva à boca de Jesus)

NARRADOR: Os Soldados romanos tinham entre seus mantimentos uma


solução feita de vinagre e outras misturas de plantas, utilizada como anestésico,
para que fossem aliviadas as dores. Foi isso que levaram à boca de Jesus.

JESUS: Tudo está consumado. (PAUSA) Pai, em Tuas mãos, entrego meu
espírito!

(Jesus nesse instante, baixa a cabeça, já sem vida)

CENTURIÃO (SOLDADO1 ): De fato, este homem era justo.

NARRADOR: Então, o véu do templo rasgou-se de cima a baixo, a terra tremeu


e as pedras se racharam. Também, abriram-se vários sepulcros e muitos corpos
de santos foram ressucitados. (PAUSA) Já era quase sábado. Os judeus, para
que não ficassem corpos vivos na cruz no dia do sábado, pediram que as pernas
dos crucificados fossem quebradas, para que assim, abreviassem suas mortes.
Mas ao verem que Jesus já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Porém,
um dos soldados transpassou-lhe a lança no lado, de onde jorraram sangue e
água.
(Um soldado fura o lado de JESUS com a ponta da lança e espanta-se com a
água que jorra)

NARRADOR: Um homem rico chamado José de Arimatéia, que seguia Jesus


secretamente por medo dos judeus, requisitou o corpo a Pilatos para sepultálo.
E Pilatos consentiu. Então, tiveram permissão para retirarem o corpo de Jesus
da cruz e darem-lhe repouso em um sepulcro.

(JOSÉ DE ARIMATÉIA e alguns discípulos e seguidores retiram JESUS da cruz.


Aos pés da Cruz encontra-se Maria, sua mãe, João e outros discípulos. O corpo
é colocado no colo de Maria, que chora)

NARRADOR: Após prepararem o corpo, envolvendo-o em lençóis perfumados,


levaram-no para um sepulcro novo, pertencente a José de Arimatéia, onde
ninguém ainda havia sido sepultado.

(Após enrolarem o corpo em lenços perfumados, o corpo é levado até o sepulcro,


que depois tem sua entrada vedada por uma enorme pedra)

NARRADOR: Pilatos ordenou que soldados ficassem de guarda às portas do


sepulcro de Jesus por três dias. Fez isso a pedido dos sumo sacerdotes e
doutores da lei, que temiam que o corpo fosse furtado pelos discípulos e assim,
dissessem que, de fato ele teria ressucitado no terceiro dia, como profetizava.

E lá os soldados ficaram, até o fim daquele sábado, quando o primeiro dia da


semana já despontava.

(Os soldados de Roma, estão de guarda, em frente ao sepulcro. Logo um enorme


estrondo faz com que os soldados se assustem e fiquem como que paralisados.
Então, uma forte luz surge de dentro do sepulcro, a pedra é removida e JESUS
sai de dentro, caminhando triunfante)

CENA 13: A RESSURREIÇÃO


NARRADOR: No primeiro dia da semana, ainda antes do nascer do sol, Maria
Madalena se dirigia ao sepulcro levando aromas para ungir o corpo de Jesus.
Mas ao chegar no local, uma surpresa a esperava.

(MARIA MADALENA se depara como a pedra que fechava o sepulcro removida


e a cova vazia. Fica bastante assustada e sem ação)

MARIA MADALENA : Roubaram o corpo do meu Senhor!

(Corre para avisar os outros, mas no meio do caminho, se depara com o próprio
JESUS)

M. MADALENA: Senhor! Meu Senhor! (CAI DE JOELHOS)

JESUS: Não temais. Vá e diga a meus irmãos que vão à Galiléia. Lá me


encontrarão.

NARRADOR: E Maria Madalena fez como Jesus havia pedido. Avisou aos outros
que Jesus havia ressucitado e falado com ela. E que todos os onze se dirigissem
à Galiléia para terem com ele. Eles para lá se dirigiram. E o Senhor apareceu
para eles.

(JESUS surge sobre uma elevação frente aos discípulos e todos se exaltam,
alguns se ajoelham e outros vão ao seu encontro)

JESUS: Foi me dado todo o poder... no céu e na terra. Portanto vão, e façam
discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.

DISCÍPULO 4: Não nos deixe Senhor!

JESUS: Estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.

(JESUS se eleva, entre as nuvens)


“Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu único

filho, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a

vida eterna” (João 3, 16)

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