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Nos ecossistemas, para além da influência dos fatores abióticos, os seres vivos também estão
sujeitos a relações que estabelecem entre si, ou seja, a fatores bióticos. Estas relações bióticas
podem ser classificadas em intraespecíficas e interespecíficas.
As interações bióticas que os seres vivos estabelecem, têm, geralmente, consequências para
a sua sobrevivência.
As relações bióticas podem ser beneficiadas ou favoráveis (+), se delas retirarem algum
beneficio ou proveito, prejudicadas ou desfavoráveis (-), caso sejam por elas prejudicados de
alguma forma, ou neutras ou indiferentes (0), quando não lhes trazem nem vantagem nem
prejuízo.
As relações também podem ser obrigatórias, quando os seres vivos dependem delas para
sobreviver, ou facultativas, quando podem sobreviver sem essas interações. No seu
ecossistema, cada ser vivo pode estabelecer interações de vários tipos.
Interações bióticas
Quando indivíduos de espécies diferentes competem entre si, as suas necessidades não são
totalmente coincidentes, o que lhes permite coexistir no ecossistema. Frequentemente,
populações de espécies diferentes que vivem no mesmo habitat não o utilizam ou exploram da
mesma forma, evitando, assim, a competição entre si. Diz-se que ocupam nichos ecológicos
diferentes. Num ecossistema, as populações de espécies menos competitivas podem entrar
em declínio e, num cenário de grande escassez de recursos, podem mesmo extinguir-se.
Para conseguirem atacar e capturar as presas, os predadores podem ter dentes, bicos e garra
fortes, revestimentos e comportamentos de camuflagem, que os confundem com o meio,
grande tamanho, força e velocidade. As presas defendem-se com órgãos sensoriais apurados,
revestimentos duros ou espinhosos, secreção de substâncias tóxicas, estratégias de
camuflagem e aparências enganadoras, - o mimetismo – quando imitam características de
outras espécies.
Frequentemente, os predadores capturam as presas menos atentas ou indefesas, mais velhas
ou muito novas, doentes ou feridas, contribuindo para mantes fortes e saudáveis as
populações de que se alimentam.
Geralmente, o parasita não provoca a morte do seu hospedeiro, mas enfraquece-o e sujeita-o
a doenças. Um ectoparasita explora a superfície corporal do seu hospedeiro. Caso se instale no
interior do seu corpo, denomina-se endoparasita.
Muitos animais cooperam para obter alimento, desenvolvendo estratégias de caça em grupo.
Também podem colaborar entre si para se protegerem dos predadores ou dos rigores do
clima. Numa sociedade, um modelo complexo de cooperação, há hierarquias e distribuição de
tarefas e funções. Numa colónia, um modelo mais simples da cooperação, pode não haver
divisão de tarefas, mas todos beneficiam da vida em grupo.
Nesta interação, a relação é permanente e obrigatória, uma vez que os organismos não
sobrevivem separados. A simbiose pode ser considerada um caso extremos de mutualismo,
como sucede nos líquenes.
Embora beneficie com a interação, o comensal não depende da relação para sobreviver.
Ocorre, frequentemente, quando o comensal se alimenta de respos de comida deixados por
outro indivíduo. Sendo restos abandonados, o facto de o comensal se alimentar deles não
acarreta nenhum prejuízo para quem os deixou. Além de beneficiar de alimento, o comensal
pode beneficiar de transporte ou de proteção pelo outro indivíduo.
Resumo
Fatores bióticos e ecossistemas – Os fatores bióticos são as relações que um ser vivo
estabelece com outros indivíduos da sua espécie (relações intraespecíficas), mas também com
seres vivos de outras espécies (relações interespecíficas) que, com ele, partilham o mesmo
território.
Todos os seres vivos necessitam de energia para poderem assegurar o funcionamento das
suas células. Só assim poderão crescer, reproduzir-se e realizar, nos seus ecossistemas, todas
as atividades necessárias à sua sobrevivência.
A principal fonte de entrada de energia nos ecossistemas é o Sol. Mas a energia luminosa não
é diretamente utilizável pelos seres vivos. Apenas os seres capazes de realizar a fotossíntese,
como plantas, algas e algumas bactérias, conseguem captar a energia luminosa e transformá-la
em energia química, armazenando-a em moléculas orgânicas complexas, os hidratos de
carbono ou açúcares.
Nos ecossistemas podem ser consideradas duas categorias de seres vivos: os seres
autotróficos e os seres heterotróficos.
Seres autotróficos – Organismos capazes de produzir matéria orgânica a partir de materiais
inorgânicos, como a água e o dióxido de carbono, e energia existentes mo meio. As plantas são
autotróficas.
Num dado ponto da cadeia ou nível trófico, um ser vivo pode servir de alimento ao organismo
seguinte ou alimentar-se do anterior. O mesmo ser vivo pode participar em cadeias
alimentares diferentes, ocupando diferentes níveis tróficos.
Nos ecossistemas também podem ser consideradas três categorias de seres vivos: os seres
produtores, os consumidores e os decompositores.
A matéria inorgânica devolvida ao meio pelos seres decompositores pode, novamente, ser
incorporada pelos organismos produtores em matéria orgânica.
Quando flui através das cadeias alimentares, a energia não é conservada. Apenas 10% da
energia contida num organismo de um dado nível trófico é transferida para o ser vivo do nível
trófico seguinte. A maior parte, cerca de 90%, é gasta nas atividades e funções vitais do
organismo, como a locomoção, a respiração, a reprodução, entre outras.
Uma vez que a energia decresce acentuadamente de nível trófico para nível trófico, um
ecossistema sustenta mais facilmente um grande número de consumidores primários
(herbívoros) do que consumidores secundários ou terciários (carnívoros). É esta a razão que
explica a limitação do número de níveis tróficos numa cadeia alimentar, pois quanto mais
elevados estes forem, mais difícil será aos seres que os ocupam conseguir energia suficiente
para satisfazerem as suas necessidades. Os predadores de topo são, por isso, sempre em
número reduzido.
Num ecossistema equilibrado, cada ser vivo dispõem de várias opções alimentares,
escolhendo o seu alimento em função de vários fatores, como as condições climatéricas, a
disponibilidade do alimento ou os ganhos energéticos com o seu consumo. É o caso dos
predadores que avaliam sempre as suas presas antes de as atacar. Uma tentativa de captura
malsucedida representa energia desperdiçada, e o consumo de uma presa capturada com
sucesso pode não compensar os gastos de energia na sua captura. Pela mesma lógica, cada
presa pode ser caçada por diferentes predadores.
Assim, as cadeias alimentares ficam interligadas, formando uma teia alimentar ou rede
trófica.
A ação humana ou antrópica tem, quase sempre, um impacte negativo nos ecossistemas,
perturbando os equilíbrios das respetivas teias alimentares através da reprodução do efetivo
das populações ou mesmo da extinção da espécie.
Os efeitos das intervenções humanas nos ecossistemas são muito variados. Passam pela
contaminação do ar, da água e do solo pelos mais diversos poluentes, por incêndios e abates
de florestas, pela urbanização e pela agricultura, pela introdução de espécies exóticas, pela
caça e pesca excessiva ou pelo turismo de massas em zonas sensíveis.
A minimização dos impactes da ação humana pode ser geral, envolvendo a população
humana e toda a biosfera, ou específica, atuando sobre um ecossistema em particular. As
medidas gerais, ao alcance da generalidade dos seres humanos, passam pela educação e
formação de uma consciência ambiental que leve a escolhas mais sustentáveis, como sejam a
redução do consumo de produtos industriais, a opção por transportes não poluentes, a
poupança de água e de energia, a redução do consumo de carne, a preferência por produtos
de aquacultura e da agricultura biológica, entre muitas outras.
Resumo
Nos ecossistemas, a energia química é fixada na matéria orgânica elaborada pelos seres
produtores e flui para os restantes seres vivos, consumidores e decompositores, através das
relações tróficas, na forma de cadeias e teias alimentares. O equilíbrio das teias alimentares
pode ser perturbado pela ação humana, das mais variadas formas, em que se destacam a
exploração excessiva das espécies, o aquecimento global e a introdução de espécies exóticas.
Cadeias e teias alimentares – Quando os seres vivos se alimentam uns dos outros, ocorre uma
transferência de energia. O fluxo de energia é unidirecional. Uma cadeia alimentar é uma
sequência de organismos que se alimentem sucessivamente uns dos outros. Um nível trófico é
a posição ocupada por um organismo numa cadeia alimentar. Os produtores são capazes de
produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica. Os consumidores alimentam-se,
direta ou indiretamente, da matéria orgânica elaborada pelos produtores. Os decompositores
são organismos heterotróficos que transformam a matéria orgânica de que se alimentam
(cadáveres, restos e excreções de todos os níveis tróficos) em sais minerais. Uma teia
alimentar é um conjunto de cadeias alimentares de um ecossistema interligadas em rede.
Ação humana e teias alimentares – A ação humana tem impactes negativos nas teias
alimentares, através da sua contaminação, dos incêndios ou abate das florestas, da introdução
de espécies exóticas, da caça e da pesca desreguladas ou do turismo de massas