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Fundação de Ensino Superior da Região Centro Sul – FUNDASUL

Educação Física

Alunos (as): Victor Ramos Terres


Daniele Fagundes

CORFEBOL

CAMAQUÃ, 2022

Fundação de Ensino Superior da Região Centro Sul – FUNDASUL

Educação Física
História

Corfebol em holandês chamado de Korfbal é um esporte coletivo praticado principalmente


na Holanda e na Bélgica. Ele difere de outros esportes semelhantes, pois é praticado por
equipes mistas, formadas por quatro homens e quatro mulheres. O Corfebol surgiu na
Holanda no ano de 1902 inventado pelo professor de Educação Física, Nico Broekhuvesen.
O holandês se inspirou num jogo chamado Ringboll, que conheceu na Suécia durante um
curso de verão. Depois de alguns ajustes, Nico adaptou o esporte e o nomeou como
Corfebol, que em português significa bola ao cesto. Naquela altura, a Associação de
Educação Física de Amsterdã procurava um jogo que pudesse ser praticados por crianças,
jovens e adultos de ambos os sexos, com objetivo de mantê-los ocupados e afastados de
problemas que se referem à delinquência juvenil, na época, vivia-se ainda na Holanda os
efeitos da Revolução Industrial, os pais dos alunos trabalhavam geralmente mais de 12
horas por dia e as crianças ficavam grande parte desse tempo inevitavelmente sozinho. Por
outro lado, as equipas criadas por Nico B. eram constituídas por 12 elementos, 6 homens e
6 mulheres, o que era extremamente vantajoso em turmas muito grandes com cerca de 40 a
50 alunos, pois punha em prática, simultaneamente, 24 jogadores. Convém referir que na
altura, os professores eram pagos em função do número de alunos que tinham daí números
muito elevados. Seja um esporte ou simplesmente uma recreação, o corfebol conseguiu
revolucionar sua época, se tratando do início do Século XX, tendo extrema importância em
cunho social, colocando a mulher nas mesmas condições que o homem já que naquela
época não era comum mulheres participarem de esportes. Um dos fatores que ajudaram na
implantação inicial foram às condições territoriais holandesas, que tinham extensos espaços
livres, permitindo que várias partidas fossem executadas ao mesmo tempo.

Apesar de diferente, o esporte teve uma boa aceitação e começou a se expandir e a


se popularizar pelo resto do país e em territórios coloniais holandeses, como a Indonésia,
Suriname e as Antilhas holandesas. Embora de ter sido inventado em 1902, a modalidade
só foi registrada no ano seguinte com a criação da Associação Holandesa de Corfebol. Aos
poucos, o número de praticantes foi aumentando, principalmente entre crianças e jovens que
tinham no esporte uma referência de integração e cooperação. Ao longo dos anos o
Corfebol foi conquistando as pessoas, tanto que hoje, o Corfebol tem atualmente cerca de
200 mil praticantes em todo o mundo. (segundo dados da confederação holandesa de
Corfebol).
O Corfebol levou certo tempo para se expandir em suas fronteiras, e só em 1920, o
esporte foi apresentado como modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos de
Antuérpia, na Bélgica. Neste mesmo ano, a Bélgica que devido à proximidade geográfica
com a Holanda, desenvolveu a modalidade, e, em 1921, criou a Associação Nacional Belga.
Hoje as duas equipes nacionais praticamente comandam o mundo do Corfebol, que por
serem as primeiras a praticarem, acabaram se tornando os países que detém o maior
número de títulos dos campeonatos mundiais disputados até os dias de hoje.
Em 1928, o esporte foi novamente apresentado como modalidade de demonstração
nos Jogos Olímpicos de Amsterdã, na Holanda. Depois de duas participações em
Olimpíadas, o esporte sofreu um novo impulso com a criação da I. K. F. (International
Korfball Federation - Federação Internacional de Corfebol), em 1933. A intenção inicial da
Federação era difundir e investir na expansão internacional do Korfball, o quanto antes.
Somente após a Segunda Grande Guerra Mundial, é que a situação do esporte
começou a mudar, pois até então, as atividades eram realizadas esporadicamente por falta
de recursos. O esporte se desenvolvia na Holanda e Bélgica, por meio de iniciativas próprias
e algumas contribuições voluntárias. Aproveitando a grande aceitação por parte dos
holandeses e belgas, algumas equipes foram criadas, mas com a falta de patrocínio, ficava
difícil conseguir recursos para formação de torneios e gastos, que os mesmos
consequentemente teriam.
Só em 1946, pode-se considerar que foi iniciado o processo de divulgação em nível
mundial, que começou pela Grã-Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Espanha, e em alguns
países da Ásia. E até hoje, o número de países vêm aumentando e consequentemente
aderindo a I. K. F, que atualmente têm 43 países filiados.
Em um primeiro momento, esses países foram ajudados pela Holanda e Bélgica, que
liberavam recursos para promover o esporte em países vizinhos, resultando assim no
aumento acentuado do número de atividades internacionais. A cada país filiado representa
uma vitória para I. K. F. O primeiro torneio internacional promovido pela Federação
internacional de Korfball foi disputado em 1963, pela Holanda, Bélgica e Seleções Nacionais
Britânicas. Este campeonato continuou sendo disputado anualmente até 1974, quando a
República Federal da Alemanha enviou sua seleção para participar do evento. Aos poucos,
outros países começaram a disputá-lo. E como a quantidade de países aumentou
consideravelmente, foi criado um Campeonato Europeu, que se mantém até hoje, e é
disputado de quatro em quatro anos.

Breve Linha do Tempo - Corfebol


1902 - Nico Broekhuysen cria o Corfebol;
1903 - Associação Holandesa de Corfebol;
1920 - Jogos Olímpicos de Antuérpia: apresentação do corfebol como
modalidade de demonstração;
1921 - Associação Belga de Corfebol;
1928 - Jogos Olímpicos de Amsterdã: Corfebol como modalidade de
demonstração;
1933 - Federação Internacional de Corfebol (IKF) 1952 - Corfebol "indoors";
1978 – 1° Campeonato do Mundo de Corfebol (sub 21), Holanda.

Regras do Jogo
Como qualquer outra modalidade, o Corfebol apresenta um conjunto de
regras que lhe dá características próprias. A característica que o distingue de todos
os outros desportos coletivos é o fato de ser misto: as equipes de Corfebol são
constituídas obrigatoriamente por atletas de ambos os sexos. No Corfebol vence a
equipe que marcar mais pontos, colocando a bola na cesta, como no Basquete.
Cada equipe tem quatro homens e quatro mulheres. A bola também é de outro
esporte: o futebol, modelo número 5.

A Quadra
A quadra de jogo é retangular, de dimensões 40 X 20 metros, e encontra-se
dividido ao meio por uma linha central. Cada uma das zonas de divisão contém um
cesto, colocado a 6.67 metros da linha de fundo. A marca de penalidade tem uma
circunferência de 2,5m e fica á 2,50 metros do cesto, no sentido da linha central. O
cesto fica á 3,5m do chão. Em cada uma das zonas são colocados 2 jogadores e 2
jogadoras de cada equipe, numa zona haverá um quadrado atacante e na outra um
quadrado defensivo. O início e o reinício do jogo são feitos no meio-campo. Cada
cesta vale um ponto.
O Jogo
Os jogos duram 60 minutos, e é dividido em duas partes, cada uma de 30
minutos e um intervalo de 10 minutos. Os jogos têm apenas 01 árbitro.
A dinâmica do jogo exige que cada homem só marque outro homem e cada
mulher, outra mulher. No Corfebol não é permitida a marcação dois contra um, nem
a marcação entre sexos opostos. Também não vale contato físico. Para que todos
exerçam os diversos papéis necessários para o jogo, a cada duas cestas,
defensores viram atacantes e vice-versa.
O Corfebol tem outra especificidade: quem recebe a bola deve parar e
passá-la para o colega do time. Ninguém pode quicar a bola, driblar o adversário ou
correr com a bola na mão. “Isso impede que um jogador ‘fominha’ tente resolver o
jogo sozinho”, diz o Prof. Marcelo Soares (CREF 004076-G/RJ).
“O Corfebol é uma oportunidade para quem foi excluído do vôlei ou do
basquete, já que a força e tamanho não são essenciais”, diz o Prof. Soares.

Proibições:
 Tocar a bola com a perna ou com o pé ou com o joelho;

 Bater a bola com o punho ou com o pé;

 Bater ou tirar a bola das mãos do adversário ou de um companheiro;

 Correr ou andar com a bola ou driblar;

 Lançar de uma posição defensiva;

 Um arremesso não pode ser bloqueado a menos de um braço de


distancia da pessoa que arremessou;

 Tomar posse, pegar ou tocar a bola quando qualquer parte do corpo que
não os pés estejam encostando-se ao chão;
 Atrasar o jogo;

 Empurrar, agarrar ou segurar um adversário.

 Impedir um adversário do sexo oposto de jogar a bola.

 Jogar fora de sua zona.

 Não é permitido arremessar/marcar gol diretamente a partir de um re-


start.

Infrações
No corfebol existem infrações que são cometidas por defensores e as
cometidas por atacantes.
As infrações às regras cometidas pelos defensores estão divididas em:
Infrações leves (Punidas com um reinício (re-start)) e Infrações graves
(Punidas com um passe livre (free pass)).
As infrações leves são: infrações técnicas (como correr, jogar a bola com a
perna e atrasar o jogo), infrações físicas que não são destinadas a interromper
o ataque e onde também não há contato descontrolado.
As infrações graves são: Infrações físicas com contato descontrolado (como
bater a bola da mão de um adversário, empurrar, agarrar ou segurar um
adversário), infrações que visam interromper o ataque ou que resultam em
interromper o ataque, infrações que prejudicam constantemente o ataque de
forma injusta - punida pela atribuição de uma penalidade para o outro lado.

As infrações às regras cometidas pelos atacantes estão divididas em:


Infrações leves (Punidas com um reinício (re-start)) e Infrações graves
(Infrações que resultam na perda de uma chance de gol pela equipe atacando
na outra zona - punida pela atribuição de uma penalidade para o outro time).

Recomeço (Re-start)
Um recomeço será concedido à equipe adversária após uma violação da
equipe atacante ou uma infração leve da equipe de defesa, após o árbitro ter
indicado que uma das regras foi violada. É realizado do local onde foi cometida
a infração e pelo jogador que tiver recebido a infração, que tem até 4 segundos
após o apito do arbitro para faze o re-start e os jogadores da equipe adversária
não podem impedi-lo. Também não é permitido arremessar/marcar gol
diretamente a partir de um re-start.

Free pass
Um passe livre é concedido à equipe atacante após o árbitro ter indicado que
uma das regras foi violada com uma infração grave no lado que defende. O
passe livre deve ser executado por um jogador da zona de ataque de pé
posicionado atrás do spot (marca de penalidade marcada de azul) e o outro pé
deve ser colocado em qualquer lugar na área atrás do spot (área mais clara).
Ele (a) não deve tocar a marca de penalidade ou em qualquer lugar na outra
zona da área passe livre com qualquer um dos pés (ou qualquer parte de seu
corpo) antes que a bola tenha saído da sua(s) mão(s). Todos os outros
jogadores devem estar fora do círculo de passe livre. No passe livre também
são permitidos 4 segundos para a bola ser colocada em jogo. Também não é
permitido arremessar/marcar gol diretamente a partir de um passe livre.

Penalidade
A pessoa que cobra a penalidade deve ficar com um pé imediatamente atrás
do spot e o outro pé deve ser colocado em qualquer lugar na área atrás do
spot. Ele (a) não deve tocar a marca de penalidade ou em qualquer lugar na
zona mais escura com qualquer um dos pés (ou qualquer parte de seu corpo)
antes que a bola tenha saído das mãos dele (a). Todos os outros jogadores
devem permanecer fora da área penal, até que a bola tenha saído da(s) mão(s)
do jogador que cobra a penalidade, e só pode ser cobrada por um jogador da
área de ataque da equipe. A regra dos quatro segundos como usado em outras
formas de recomeço (re-start), não se aplicam à cobrança de pênalti, também
diferente das outras, é obrigatório o arremesso direto para a cesta.

Tempo para arremesso


Uma equipe que ataca tem um tempo de 25 segundos para realizar um
arremesso, este tempo está indicado por um relógio de arremesso onde o
estouro do tempo é indicado por um sinal sonoro. No caso do final do tempo de
arremesso, o árbitro deve dar um recomeço (re-start) para a equipe de defesa.
O recomeço é cobrado do local onde o atacante tinha a bola em seu poder no
momento em que a campainha soou. O árbitro validará um gol se, quando o
alarme soou a bola tinha deixado as mãos de um atacante e estava na
trajetória para o cesto fora do alcance de qualquer outro jogador, e se este
arremesso passar através do cesto.

Substituições
Jogador substituído pode retornar ou não. Se a competição permite ao jogador
substituído retornar ao jogo, então o máximo de oito trocas é permitido sem a
autorização dos árbitros. Se a competição não permite ao jogador substituído
retornar ao jogo, então o máximo de quatro trocas é permitido sem a
autorização dos árbitros. Uma vez que o jogador foi substituído não pode mais
retornar para o jogo, incluindo situações de lesões e de cartão vermelho. Em
caso de lesão se o numero máximo de substituições já foi realizado a
substituição somente poderá ser feita com a autorização do árbitro.

A Busca por um Jogo Inclusivo


O Corfebol também se destaca por estar ao alcance de todos. Obesos,
deficientes físicos ou pessoas com pouca coordenação motora podem participar
ativamente, uma vez que os deslocamentos não exigem grande velocidade e não há
disputa de força. “O índice de atestados médicos solicitando a exclusão de alunos
nas aulas de Educação Física diminuiu, porque as crianças com dificuldades se
sentem incluídas na equipe”, diz Soares. Além disso, o equipamento composto
basicamente por duas cestas e uma bola é simples e se adapta a qualquer espaço.
Desde a sua criação o Coferbol, em tempos anteriores as discussões de gênero e a
presença feminina no esporte, se mostrou uma modalidade esportiva diferenciada
das outras tradicionais, como também antecipada a essas discussões. No entanto,
ainda é um esporte pouco conhecido.

Corfebol no Brasil
O Corfebol chegou ao Brasil na década de 80 como esporte recreativo,
ensinado nas escolas. O Brasil, mais especificamente a zona norte carioca, é o
único lugar da América do Sul onde o corfebol é praticado. Por ser jogado entre
homens e mulheres na mesma equipe e pela semelhança com o basquetebol, o
esporte logo se desenvolveu e foi ganhando admiradores, principalmente quando
começou a ser ensinado nas escolas.
A possibilidade de poder mesclar os dois sexos, na mesma equipe, num
esporte coletivo, abriu novos horizontes aos professores de educação física, que
enxergaram uma oportunidade para socializar meninos e meninas.
Referências
OLIVEIRA, Nice. Você Conhece o Corfebol? Fique Ativo, 2021.
Disponível em: https://fiqueativo.com.br/voce-conhece-o-corfebol/
Acesso em: 22 de maio de 2022.

CORFEBOL: HISTÓRIA DO CORFEBOL. Educação Física e Desporto,


2013.
Disponível em: < http://ed-fisica-edf.blogspot.com/p/corfebol.html >
Acesso em: 24 de maio de 2022.

FREITAS, Andreia. PRINCIPAIS REGRAS DO CORFEBOL, UMA


MODALIDADE
DIFERENTE. OPraticante.pt, 2017.
Disponível em: https://www.opraticante.pt/principais-regras-corfebol/
Acesso em: 23 de maio de 2022.

Corfebol Federação Portuguesa.


Disponível em: <Federação Portuguesa de Corfebol (fpcorfebol.pt)>
Acesso em: 24 de maio de 2022.

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