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Bloqueio da Tradição

Valendo! Bloqueio das Tradições. Lembrando que a gente tá começando os


Bloqueios Cerebrais, a gente falou dos educacionais, dos mercadológicos, cerebrais
e lembrando que os cerebrais, vocês vão ver que na verdade eles justificam todos
os outros.
A gente viu na introdução lá que o cérebro é um gestor de energia e criar
soluções novas gasta mais energia do que usar soluções já conhecidas. Portanto,
podemos dizer, paradoxalmente que o cérebro não gosta de pensar criativamente,
porque ele prefere acessar padrões. A gente viu isso e essa aula tem muito a ver
sobre padrões, os padrões de tradições, os padrões antigos.
Tradição vem do latim, passar adiante. Tradição é continuidade ou
permanência de uma doutrina, de uma visão de mundo, costume e valores, de um
grupo social, uma escola de pensamento. Então, a tradição tem a ver com
costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas, enfim, doutrinas e
leis que são transmitidas pelas pessoas e que passam a fazer parte da cultura.
O que é cultura? Cultura é o padrão coletivo, cultura é aquele, cultura não é
só do país, muitas vezes uma região tem uma cultura, o Rio Grande do Sul tem uma
cultura, Pernambuco tem uma cultura específica, mas tem a cultura brasileira, mas
tem a cultura latina e ai a cultura ocidental, vários níveis de cultura mas que no
fundo são um bocado de regras máximas que aquele grupo de pessoas respeita
porque elas são tradicionais, são tradições que foram se acumulando.
E a gente começou o curso na aula Start falando sobre a importância de
esquecer. Lembra lá no começo que Rubem Alves, aquela frase complexa "O que
sabemos torna-se hábito de ver e de pensar (a cultura torna-se o ato de ver e de
pensar), o que nos faz ver o novo, através dos óculos do velho (com o óculos da
cultura antiga, das tradições antigas, dos padrões antigos) e transforma no que
sempre vimos e tudo continua como sempre foi." E aí eu falei lá que pra mudar
a forma de pensar não é só adicionar coisas novas, tem que remover também.
Machadão falou que “esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa,
em que o destino, para escrever um novo caso, tem que apagar o caso
escrito”, só voltando a nossa primeira aula sobre esquecimento, muito conectada
ao Bloqueio das Tradições.
Quando fala em tradições e eu quis usar essa palavra porque a gente é
acostumado a sempre falar que uma coisa é considerada tradicional quando ela tá o
que, ancorada no passado.
Coisa tradicional é uma coisa que vem de um passado antigo e é um
passado padrão que a gente já começa o negócio, nem sequer discutindo isso
questionando, é assim porque é assim, é um padrão que tá estabelecido em função
do tempo. E é legal quando fala de coisa do passado, diferenciar antigo e velho.
Pelo menos no linguajar popular porque a gente sempre tem uma tia que fala assim
“eu não sou velha, eu sou antiga”, porque, e normalmente. é uma tia velha que fala.
Mas por que? O antigo ele tem uma percepção de ser uma coisa do passado mas
bacana, tem um charme, enquanto que o velho já tem uma visão de ser coisa
ultrapassada.
Tanto que tem loja de antiguidades. São coisas valorizadas, é o passado que
tem valor e tal. Eu vou falar muito desse conselho de antigo e velho, mas queria
agora mostrar aqui um vídeo das olimpíadas de 68 no México, que um atleta
americano de salto e altura lá, aquele de pular pra passar naquele sarrafo, ele fez
um negócio diferente, ele pulou de um jeito não tradicional e olha o que aconteceu.
Vídeo.
Que louco, bicho. Até 68, o padrão estabelecido desde lá Atenas, sei lá, era
da galera saltar de frente, fazendo a perna meio que com a tesoura assim e tal. E aí
esse cara veio, você viu o que ele falou new approach, uma nova abordagem que
questionou o padrão básico daquele negócio, que era um padrão tão básico, tão
antigo que nem se quer, ninguém nem chegava a questionar. Era assim e acabou e
ele foi e pulou de costas que hoje em dia é um novo padrão, desde 68 virou um
novo padrão.
É... ele fala lá, o narrador, que o pessoal achou estranho, sim, claro, achou
estranho. Eu sempre falo, tá louco? Todo mundo que desafia um padrão,
principalmente um padrão estabelecido há muito tempo, um padrão tradicional que
faz parte da cultura do esporte, ele ouve um tá louco, mas os sucessivos sucessos
que sucederam na sucessão dele fez a plateia começar opa, opa, esse cara num tá
louco não.
Louco era a gente, louco era a gente que tava ancorado no passado, no
antigo de fazer as coisas, ou seja, pular de frente era o jeito tradicional, pular de
frente, pular de frente era um padrão antigo, mas não só antigo, era um padrão
velho, ele tava velho e precisava de alguém louco, e aí vem o Fosbury, e aí a
galera "tá louco, rapaz?". Ele falou "tô louco não, papai, vou criar o novo approach
da parada", como diz Albert Einstein que “loucura, insanidade é continuar fazer
as coisas do mesmo jeito e esperar resultado diferente”.
Essa é uma frase que eu acho que conecta muito com esse curso como um
todo. O tipo de pessoa pra fazer esse curso, são pessoas loucas, insanas, porque
são pessoas que imaginam o lado positivo de quebrar o padrão, não essa
insanidade de Einstein de continuar fazendo igual e esperar acontecer diferente, oxi,
ele pegou e...
É engraçado que no vídeo lá o narrador fala que ele subiu a barra, que a
gente fala muitas vezes quando fulano faz um negócio muito diferente a gente fala
que ele subiu o sarrafo e Fosbury, ele literalmente subiu o sarrafo, porque de uma
hora pra outra, as pessoas, os atletas tavam tendo um desempenho um pouquinho
melhor que o outro, sempre, e de repente o cara vai e aumenta muito, um
crescimento exponencial na altura que o ser humano é capaz de saltar por quê.
E existem explicações físicas e aerodinâmicas de por quê é assim e por aí
vai. Então, pular de frente era um jeito tradicional e o que o Fosbury fez, é, fazer um
questionamento que eu acho que é quase que um resumo dessa aula, é, essas
duas palavrinhas: Assim como E se… lembra lá trás, o e se… são as duas
palavrinhas, são o gatilho da imaginação, o gatilho de começar a pensar, criar novas
combinações. Pra o Bloqueio das Tradições tem duas palavrinhas muito poderosas
que é o Quem disse? Mas não quem disse no sentido de saber quem foi a pessoa
quem disse, quem disse isso, quem disse, quem disse? De não aceitar só porque é,
sim perguntar, quem disse? E isso é meio que por que sim?
É só se contentar com encontrar um bom motivo pra aquilo ser
daquele jeito, questionar o padrão e aí veio, oh, a terceira palavrinha da equação do
Roberto Menna Barreto que ele fala de três ingredientes da criatividade, a gente
viu lá no Bloqueio do Adulto, o bom humor, não o contar piada necessariamente,
mas o estado de espírito, bom humor, porque humor é brincar com as coisas e
brincar é imaginar.
A gente viu no Bloqueio do Ocupado, pressão, a importância de prazo pra
fazer as coisas sérias e o I, o I é irreverência. Irreverência é uma palavra
maravilhosa, linda, a gente associa com comédia. Você vê que ele colocou bom
humor e irreverência diferente, apesar da pessoa falar, “ah, o cara que é engraçado
é irreverente, num é? Ah, muito irreverente e tal”, mas irreverente num é engraçado.
Irreverente é o oposto de reverente e reverente vem de reverenciar, reverenciar é
aceitar as coisas como são, reverenciar é não questionar e irreverente é não aceitar,
irreverente é questionar que é associado ao humor porque humoristas são
irreverentes, eles questionam as coisas, tanto que muitas piadas começam “por quê
num sei o quê é assim?”, por que num sei o quê é assim?
O humorista tá sempre questionando as coisas, por isso que o Roberto
Menna Barreto colocou nos 3 ingredientes de criatividade, irreverente. Inclusive, oh,
lembra lá que eu falei no Bloqueio do Adulto, do bobo da corte? Ele é irreverente,
literalmente. Enquanto todo mundo reverencia o rei, o bobo da corte é irreverente
porque até sacanear o rei ele pode, o único que pode porque ele é o bobo da corte,
ele é louco.
É engraçado que o meu primeiro trabalho em televisão ligado a comédia,
trabalho na televisão, na vida, porque na televisão eu só trabalhei com comédia,
mas meu primeiro trabalho na televisão foi lá em Recife, eu acho que em 2008 ou
2009 na Bandeirantes Local. Meu amigo Roberto Tigre, me chamou pra fazer um
quadro num programa que ele tinha, um programa de entretenimento, de hora do
almoço assim, lá na TV local e eu fazia um quadro que chamava “Por quê?”, que
era um quadro de irreverência. Mais que um quadro de humor, porque não era
extremamente engraçado, era um quadro de irreverência no sentido de eu ficava
questionando padrões, perguntinhas interessantes, eu ia na rua, perguntas que as
pessoas nunca se fizeram, vê uns exemplos aí. (Vídeo).
Eu vou deixar aqui no coisas citadas, o link da playlist no meu Youtube, tem
os episodiosinhos, uns 25/30 perguntinhas aí. Mas eu queria já que um dos por
quês que eu falei foi sobre o teclado, o computador, por que as letras do teclado não
tão em ordem alfabética, aquela ordem louca, eu quero abrir um parênteses pra
falar sobre teclado e máquina de escrever.
Esse cara aqui em 1868, esse cara era considerado o inventor da máquina
de escrever. Essa máquina aqui, Remington 2, era o padrão de mercado, todo
mundo utilizava e ela já utilizava o padrão de disposição das letras, a mesma
disposição que o pessoa chama de QWERTY, aqui caiu, deve ter caído a tecla, mas
dá pra ver W, E, R, T, Y, QWERTY que o pessoal chama, esse padrão, dá pra
perceber que esse cara dominou a máquina de escrever.
Algumas décadas depois, 1936, esse cara aqui August Dvorak começou a
perguntar, quem disse? Quem disse que a letra tem que ser nessa ordem? Era um
padrão já tradicional, já tinha 50 anos esse padrão, todas as máquinas de escrever
do mundo eram assim e esse cara veio questionar, porra, quem disse que tem que
ser nessa ordem? E um dos motivos que a ordem do teclado que as letras é essa é
porque nas máquinas antigas, quando você digitava lá, letra por letra, aquele
ferrinho ia lá e dava uma porrada no papel.
Se as pessoas digitassem rápido demais, os negocinhos enganchavam,
então, eles tentaram criar uma ordem segundo os cálculos deles que uma ordem
das letras deixasse mais lento o processo de digitar. Esse foi o objetivo, deixar mais
lento o processo de digitar, pelo menos na língua inglesa, de acordo com a
disposição das letras, pra evitar enganchar.
E aí esse padrão foi ficando, foi ficando, até que o Dvorak questionou e ele
criou um novo padrão, o teclado Dvorak que as letras tão em outra ordem do padrão
standard, standard tradicional, e tem uma outra ordem e que, segundo ele, é
possível digitar muito mais rápido nesse padrão. Mas aí é muito difícil, é, um padrão
tão estabelecido com esse, você conseguir modificar, apesar que se vendem uma
capinha, uma película pro teclado normal, que muda a ordem das letras no
computador, no Windows, no Mac, você pode ir lá e dizer que eu quero o padrão
Dvorak das letras.
E eu encontrei um Blog de um cara que resolveu testar. Eu acho massa as
pessoas que essa visão de você ser um cientista. A Tânia chama de introcientista, o
cientista de si mesmo. Acho que o Gabriel Goffi também, falo muito dele, assim de
tá se testando e pra se testar tem que medir, sem medir não dá pra melhorando,
você consegue testando, desde alimentação até habito, atividades e tal. E esse
sujeito aqui, ele resolveu testar, usar uns testes de datilografia usando o outro
teclado e oh, foi em 2010 do mês de agosto, até o mês novembro, foram 3 meses. E
ele mostra a velocidade que ele digita no padrão normal aqui em vermelho, ele foi, a
cada semana fazendo testes, meio instável e aqui, a velocidade que ele digita no
padrão novo, bem ruim, mas que em 3 meses, ele igualou. Em 3 meses, ele
conseguiu se adaptar àquele novo jeito de escrever e não sei se ele continua até
hoje, mas a tendência aqui é crescer, o jeito normal era estável e esse aqui tava
crescendo, de repente ele começa… 3 meses, 3 meses de Hardwork Papai, 3
meses no Noriogun pra dentro, pra poder se adaptar a isso aqui.
O teclado QWERTY é o teclado tradicional, todo mundo usa e o cérebro não
gosta dessa história? Invenção de ficar mudando os teclados, papai, perai, inventa
outra coisa pra gastar energia, bicho, tanta coisa aí, tu vai ficar mudando a porra do
teclado que tá estabelecido há muito tempo? Não inventa não?
Enfim, o esse padrão de Dvorak, ele não pegou, talvez porque o benefício
que ele traz versus o esforço da humanidade de mudar esse padrão, talvez ele não
compense, seria muito complexo, mas, existem, outros padrões, outras pessoas
tentando quebrar esse padrão das letras, mas agora em função de novos
comportamentos das pessoas, então, por exemplo.
Hoje em dia, tá normal a gente digitar no tablet? Ou no celular, que ai é a
digitação de dois polegares, você pega o negócio assim, vai digitando aqui, o cara
criou um novo padrão sendo estudado como digitar com os dois polegares, letras
aqui, letras aqui, aí sim, é mudança no jeito de digitar das pessoas que aí sim
demanda uma mudança porque da máquina de escrever, ao computador, até
mesmo notebook, continuou-se igual, era aquele negócio plano, na sua frente, você
com as duas.
Agora, a partir do momento que você fala de outro jeito, de segurar, de outra
disponibilidade de dedos, abre esse espaço, uma disrupção, uma mudança, uma
quebra de paradigmas da parada toda, e esses cara tão tentando fazer isso.
Tem um conceito muito interessante, que não tem uma tradução que é path
dependence que é dependência de caminho, dependência de caminho e que isso
explica como algumas decisões de algumas pessoas, em algumas circunstâncias
são limitadas por decisões feitas no passado, mesmo que essas decisões do
passado não sejam mais relevantes.
Ou seja, no mundo dos teclados existe uma path dependence no sentido de
que lá no passado, tomou essas decisão de dispor as letras de modo que
desacelere, essa decisão não faz mais sentido hoje em dia, mas o caminho foi tão
traçado já, que criou essa dependência daquele caminho e nesse caso, um esforço
muito grande, e isso continua sendo.
Outro exemplo interessante de path dependence de como algumas coisas,
algumas tradições. Cara, eu tô falando tradições, não quer dizer que toda tradição
tem que ser quebrado, auriculada, vou falar mais sobre isso, tem que ser
questionado, você pode questionar e concluir que é pra manter. O que não pode é
questionar e simplesmente fazer só porque é.
Uma coisa interessante, quando a NASA lá, os caras resolvem disparar uma
parada pro espaço. Eles tem esses dois negócios aqui do lado que servem pra dar
um impulso inicial, são dois foguetes aqui do lado e eles são uma peça separa da
questão, até porque eles não pro espaço. Depois eles caem, é só pra dar o impulso
inicial.
E o diâmetro desse bicho aqui, o diâmetro do porque ele é desse tamanho,
porque ele é mais grosso, porque ele é mais fino, o diâmetro disso aqui foi definido
em função do trilho do trem que levava da fábrica onde isso era feito até o local de
destino e existiam trilho de trem, isso aqui era transportado no trem, existia o trilho
lá há muito tempo e aquele trilho tem uma limitação, que naturalmente limita o
tamanho do vagão, que naturalmente limita a o diâmetro do negócio e em função do
tamanho do trilho tiveram que limitar aquilo ali e acabou virando padrão.
E por que o trilho tem esse tamanho? Sabe por que o trilho tem esse
tamanho? A bitola que chama, tem esse tamanho, porque os trilhos foram
construídos nas estradas de barro. Antes de ter trilho, já tinha as estradas,
superfícies dos caminhos e essas estradas tinham o tamanho parecido por causa
das carruagens romanas de dois cavalos.
Ou seja, largura do foguete que leva os negócios da lua tem a ver com o
tamanho de dois rabos de cavalo, tem a ver com duas bundas de cavalo assim, que
era mais ou menos do tamanho do caminho que depois virou o tamanho da bitola da
ferrovia, que limitou o negócio e acabou ficando, mais um exemplo de path
dependence de como alguns caminhos é difícil de quebrar porque gera um histórico
aí de coisas.
Como eu falei, “um coisa é considerada tradicional quando está
ancorada no passado” e ela também, uma coisa é considerada bitolada quando tá
ancorada no passado, num é? Ah, aquela pessoa ali é muito bitolada, ou seja, muito
dentro das regras, dos padrões, das tradições, não tá aberta à mudança. Bitolada
vem de bitola, bitola determina, enquadra as pessoas numa parada. Fecha
parênteses, porque aqui era um parênteses, tá, pessoal?
Parênteses que veio quando eu tava falando de irreverência e eu dei o
exemplo do porquê, do programa que eu tinha que falava do teclado e ai eu abri um
parênteses pra falar do teclado, pra falar de path dependence e do caminho lá.
E agora eu quero trazer um outro exemplo de reverência de não reverenciar
as tradições, os padrões antigos e perguntar quem disse. Que é daquela brasileira
Suzana Herculano, cientista, daquela mesmo palestra que ele fala do cooking, ela
fala da principal feitio científico dela que foi isso aqui. Vídeo.
Para, para, para, quando o papo começa em dissolver o cérebro em sopa a
gente não continua mais não, a gente encerra. Mas é maravilhoso isso aí, vê que
louco, sempre foram 100 bilhões e 100 bilhões e cada mais novo cientista que
entrava partia desse princípio, dessa tradição, já tava na cultura científica e ninguém
falava quem disse? Quem disse? Quem disse? Aí ela pegou e falou, quem disse
isso? Que conversa é essa? Cadê? Cadê a contagem? Cadê o paper fazendo a
porra da contagem? Como eu vou começar as minhas pesquisa, me basear nisso,
preciso certificar que isso seja válido, ou seja, 100 bilhões era um padrão antigo,
não só antigo, ele era um padrão velho. Tava velho e alguém precisava fazer “quem
disse?”.
E ela ficou conhecida, a descrição dela no site TED é a Suzana Herculano é
a shorten, diminuiu o cérebro humano em 14 bilhões de neurônios, desenvolvendo
um novo jeito de contar. E assim como Fosbury buscou um new approach pra pular,
ela buscou um new approach de como contar as paradas. Contou de fato, descobriu
que não são 100, tem 14 bilhões a menos, ou seja, 86 bilhões e isso passou a ser o
novo paradigma. E aí, engraçado, quando a gente questiona um padrão, e vira um
padrão, esse vira o novo padrão e daqui pra frente quem vai vir, vai se basear nisso,
nesse caso, foi contado.
É, tem um livro que é maravilhoso, esses livros assim que você compra numa
viagem assim, meio que no risco assim, um livro que dificilmente vai ser traduzido
no Brasil que é esse cara, maravilhoso, é, John Brockman, e ele faz vários livros.
Todo ano ele faz uma pergunta, uma única pergunta pra vários cientistas,
caras fodas de várias áreas e vai e compilam um livro com todos respondendo
aquela pergunta e é, ele fez a pergunta, acho que foi 2014, é, ele fez a pergunta foi
Quais são as teorias científicas que estão bloqueando o progresso? O nome do livro
This Idea must die, ou seja, quais são, podia ter um artigo da Herculano dizendo
tem uma teoria dizendo que são 100 bilhões, essa teoria must die, porque esse é o
padrão não só antigo mas velho. E aí, maravilhoso, vários caras, psicólogos,
cientistas, economistas, contando sobre as teorias científicas que viraram lendas
demais e precisam morrer pra poder evoluir.
Na introdução desse livro ele fala que “a ciência avança através do
descobrimento de coisas novas e desenvolvimento de novas ideias, mas, a
maioria das ideias realmente novas são desenvolvidas abandonando primeiro
as ideias antigas”, que eu falei do esquecer, primeiro tem que abandonar um ideia
antiga. E essa frase no Marx Plank, eu deixei em inglês porque quando é um cara
muito foda assim e a frase é bonita em inglês, eu acho que não me atrevo a querer
traduzir, mas basicamente, de forma rápida aqui “a nova verdade científica não
triunfa convencendo os oponentes e fazendo eles verem a luz, mas mais do
que isso a verdade científica triunfa porque os oponentes morrem e uma nova
geração cresce achando aquilo familiar com o tradicional” que louco, foda isso?
É, ou seja, em outra palavras, a ciência avança através de uma séries de funerais
de ideias, as ideias tem que morrer, algumas tradições são bonitas, mas outras, elas
bloqueiam a nossa forma de pensar, o nosso progresso, dá pra chamar tradições
também de paradigmas, seria o sinônimo.
Tem, eu vi uma vez, uma definição de paradigmas que dizia que “são os
policiais negativos que ficam guardando as fronteiras da criatividade (ficam ali,
na fronteira da criatividade guardando) e não permitindo que qualquer
pensamento diferente entre”. Os cara que fica ali, oh, a gente pensa assim,
qualquer coisa que vier aqui, não vem não, num vem com conversa não.
E do mesmo jeito que eu falo desde o começo do curso que pra mim
criatividade num é só fazer as coisas loucas e revolucionar o planeta, é a
microcriatividade pros microproblemas também, é você ser um resolvedor criativo
de problemas pra qualquer problema da sua vida pessoal, profissional, como eu
chamei de microcriatividade, microproblemas, microfracassos, microproblemas e
também microtradições de microparadigmas.
Então, paradigma não é pra ganhar a medalha olímpica e revolucionar o
esporte, quebrar o paradigma pra contar o cérebro, botando o cérebro numa sopa,
não é uma coisa do nosso dia a dia ficar dissolvendo cérebro em sopa e nem tem
que ser, mas existem muitas oportunidades, de pequenas coisas do dia a dia que a
gente pode questionar, não questionar demais, senão a gente vira um chato, doido.
Aquela história que eu falo lá no começo, mito do artista, 99% dos problemas, a
gente resolve no padrão mesmo, aquele 1% safadão que faz diferença, e se você é
100% padrão, você tá no piloto automático, é igual todo mundo.
Eu gosto de tudo que é micro, exceto algumas coisas. Exemplos
interessantes: o jeito com que a gente bota aquele suco de caixinha no copo, a
tendência normal, a tradição, a cultura que a gente viu nossos pais fazendo é
sempre pegar e deixar a boca suco bem próximo do copo, mas aí dá aquela
engasgada e aí fica glup glup glup e aí derrama. Aí um novo jeito, um new approach
que é você inverter a caixa e o buraco de saída ficar na parte de cima e ele desce
mais suave.
O jeito que a gente tira o Tic Tac daquela caixinha, a gente muitas vezes
fica batendo e sai vários e tal, mas se você inverter a caixinha, ele sai também, um
por um, na própria tampa tem um lugar pra sair uma unidade.
Pô, post it também, post it é um negócio que muitas pessoas, é… fazem do
mesmo jeito, tiram do mesmo jeito, sem nunca questionar e, é um jeito engraçado,
que a gente não tem que questionar o que tá indo 100% bem, mas o Tic Tac toda
vez é um problema pra tirar, é o suco, toda vez, dá um problema e derrama. O post
it, do jeito que a gente tira, muitas vezes, fica isso aqui, oh, talvez tenha até tirado
errado esse aqui porque a gente costuma tirar assim pra cima, mas enquanto que o
certo é tirar de lado, pra evitar dele ficar com esse negócio pra cima assim.
Ou seja situações que a gente enfrenta um problema, ou seja,
microproblema, mas que a gente deixa pra lá e é assim mesmo e num se questiona
e se a gente for um pouco irreverente naquele momento, a gente encontra um jeito
melhor sem gastar muito esforço. Não precisa, é só inverter a porra do suco e
acabou? Se abrir a pensar de um jeito diferente, pesquisar e por aí vai.
Outro exemplo interessante do esporte, do mundo do esporte, não ligado a
medalhas olímpicas, mas simples. Teve um campeonato, tava vendo na TV em
casa, um jogo do Santos, final, Santos e Palmeiras, final do Paulistão, na Vila
Belmiro, em casa. E quando deu intervalo de jogo, o Palmeiras foi lá pro banco, pro
vestiário e o time do Santos ficou. Eles não foram pro vestiário, eles ficaram no
campo, uma parada meio mágica assim, de você ver assim e eles trocando a meia,
se arrumando e conversando e a galera lá, uma coisa meio ficar com a torcida,
porque não existe uma regra que diz que aqueles 15 minutos tem que ser no
vestiário, apenas tem o intervalo de 15 minutos, você pode fazer o que você quiser.
Então, eles não quebraram nenhuma lei, quebraram uma tradição, um hábito que
todo mundo faz no automático de ir pro vestiário e eles fizeram diferente.
Grande parte das piadas, pelo menos das minhas piadas, do meu estilo, pelo
menos, de fazer humor tem a ver com questionar padrão. Eu sempre falava que
porra, por que não fazem um queijo redondo pra comer com pão de hamburger ou
fazer um hambúrguer quadrado pra comer com pão de forma. Há uma disformidade
aí das coisas.
E muitas vezes cara, o motivo do hamburger ser redondo e a gente não vê
muito hambúrguer quadrado, deve ter, mas a gente não vê muito. Essa de coisa, ah,
não, mas tem. Uma vez eu fui no Chile, no interior do Chile eu vi. Não. Tem que ter
no Walmart aqui, no Pão de Açúcar aqui de Moema, se não, num vale, tem que tá
amplamente pra dizer que tem, se não, fica um negócio meio perdido assim.
É, talvez o motivo deles fazerem redondo muitas vezes, eles têm um path
dependence lá trás, as primeiras máquinas, tinham alguma questão de redondo e
tal e foi ficando, ficando, ficando e o pessoal do queijo que faz quadrado, eles
podem despadronizar, enfim.
Outra coisa que eu fiz um podcast, eu fiz um podcast, podcast 40, Como
cagar corretamente. Como cagar, cagar, um negócio que a gente, tão importante na
nossa vida, que todos nós fazemos diariamente de preferência e que a gente faz de
um jeito que a gente culturalmente, foi ficando, ficando, ficando e a gente nunca
questionou o jeito certo de cagar.
Vê que louco, a gente caga sentado. Quando a gente senta, a gente cria um
ângulo reto, entre a nossa barriga e as pernas, um ângulo reto. E esse ângulo reto
ele gera essa dobra aqui, tá vendo?
Na saída aqui, ele gera um dobra que dificulta a saída, enquanto que se você
sentar acocorado, você não cria um ângulo reto e isso aqui fica, é, não tem essa
dobra, essa curvinha aqui e o negócio sai muito melhor, ou seja, a gente não é pra
cagar assim, é pra cagar assim, oh. O que é uma coisa muito mais natural.
Na história da espécie humana, homo sapiens, durante quantos anos a nossa
espécie cagou acocorado na selva e durante quantos anos a gente cagou na
privada. A privada surgiu lá no final do segundo tempo, grande parte do tempo foi
acocorado que é muito mais natural, muito mais orgânico e natural do corpo mas
hoje em dia, isso aqui não é um negócio muito legal de se fazer, isso pode quebrar,
pode dar uma merda.
Mas hoje em dia tem uma técnica fácil, uma técnica simples que você pode
pegar a própria lixeira do banheiro e botar a lixeira, o pé em cima da lixeira e você já
cria uma pequena simulação de oposição de cócoras.
Algumas pessoas, existe, pra vender no mercado, um negocinho, um apoio
de pé, especifico pra isso, não faz isso aqui não porque pode quebrar, pode dar
uma merda aqui.
Outros exemplos de padrões, tradições simples, mas importantes, num é
como eu falei, ganhar a medalha de ouro, nem contar o cérebro, mas são
importantes.
Quando minha filha nasceu, a gente vai lá, recebe visitas, aqui, oh, acabou
de nascer já tem fila de visitas, aí o pessoal vai visitar, aqui os post it do pessoal que
visitou e isso é um padrão, sabe, um padrão cultural de visita que eu e minha
mulher começamos a questionar.
O quanto é natural, os outros animais, eu lembro que eu tinha um hamster,
eu tinha um monte de hamster na minha casa em Recife e meio que tem uma gaiola
a parte pra mãe, pra quando a bicha tivesse grávida, pra quando a bicha ficasse o
cão, ela ficava alterada, porra, tem um outro bicho dentro de você, você fica
alterada, em tudo, você tem isolar a bicha ali pra num deixar ela e os menino
quando nascia também, os bebezinhos, os hamsterzinho, deixava eles quisto.
Será que é natural esse negócio de a pessoa passou por uma cirurgia ou
parto normal, o bebê acabou de vir no mundo e com 24 horas de vida tem neguinho
entrando no quarto e visitando, sabe? Será que isso é natural, falei pra ela “mô,
próxima vez que a gente for ter filho vamos dar um delay de lição pro mundo.
Quando tiver no sexto mês, a gente fala que tá no quinto, delay, de modo que
quando nascer, as pessoas não vai saber e quando vê um mês já vai ter nascido já,
entendeu?” Aí você pode visitar lá em casa.
E eu acho que talvez a tradição mais interessante, mais impactante pra mim,
pessoalmente, que é, a gente questionou, que a gente foi irreverente, foi em relação
ao quarto da neném, que a gente tinha feito um quarto tradicional, tradicional,
seguindo as tradições. Que é o quê, a cama de apoio, é a cômoda, o berço e por aí
vai e um belo dia eu tava vendo babá eletrônica, a minha filha pequenina, ela
chorando na cama, em pé, segurando as grades do berço, meio que balançando um
pouco assim e eu fiquei meio que porra, é um macaco, tem um bicho na jaula ai,
será que tá certo ser assim?
As pessoas num nasceram em berço também assim, assim como Deus num
fez as pessoas e falou “nasçam em berços e caguem em privadas”, num foi assim,
surgiu muito tempo depois que surgiu. E comecei a questionar, comecei a pesquisar
e recebi umas indicações e ai abri um novo universo que eles chamam de Quarto
Montessoriano que é uma ideia de Montessori que tem muito a ver com liberdade,
autonomia pra criança e a gente reformulou o quarto totalmente da minha filha,
contratei uma aluna nossa, Andressa, que virou especialista de Design de Interiores
e no método Montessori e a gente redesenhou o quarto, em que a cama fica no
chão, não tem berço, todas as quinas, ao redor entubadas e perigos pra que a
criança possa, se quiser acordar de noite, andar um pouquinho e dormir. E ela não
tá numa jaula, ela entra e sai tranquilamente da cama dela, ela pode daqui a pouco
tá num dia na sala e falar papai, eu vou dormir ou nem falar ou ir andando sozinha.
Pra gente foi muito legal, minha filha adorou, de vez quando a gente olha, de
madrugada e ela tá dormindo no chão, ela dorme no chão, tudo bem, ninguém
morre de dormir no chão.
Então, esse é um exemplo também de uma tradição de uma coisa que as
pessoas nem sequer questionam, simplesmente faz. Ninguém nem sequer
pergunta como é que vai ser, hein? Como é que nosso filho vai dormir. A pergunta é
onde vamos comprar o berço? A gente sempre pergunta.
É óbvio que quando eu contei pra algumas pessoas que ia fazer isso, eu ouvi
de pessoas da família um “tá louco, Murilo?”. Sempre tem um tá louco, Murilo? Mas
depois que tá lindo, maravilhoso, aí é “que legal, Murilo”. E eu não tava louco não,
na verdade louco é fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes.
Como eu falei, sempre tem a tia velha que diz “sempre foi assim e agora você quer
inventar moda, menino?”. Sempre foi assim, aí você quer inventar moda agora,
sempre foi assim e agora você é inventor pra ficar inventando moda aqui? O
negócio sempre foi assim, sempre tem alguém que fala assim, típico também,
lógico.
É, e eu acredito que sempre foi assim, essa justificativa é a pior justificativa
do planeta pra alguma coisa ser feita de um jeito. Ela pode também ser uma
justificativa, ela não pode ser a única, não pode ser a única. Se você disser, não,
isso é assim por isso, por isso, por isso e também porque sempre foi assim, ok. Eu
até uso sempre foi assim. Agora, se for só porque sempre foi assim, merece ser
questionado.
Essa coisa de manter as coisas como estão, sempre foi assim me lembra
muito aquele trailer do filme Os Croods, que tem uma parte que o pai fala. Vídeo.
“O novo é sempre ruim, nunca perca o medo”. Ou seja, vá sempre nas soluções
antigas e velhas, nas tradicionais, não, e seja movido pelo medo, nunca perca o
medo, seja movido pela amídala cerebral.
E pra mim, inspirado naquela frase complicada de Rubem Alves, no começo,
a minha frase complicada pra isso é “O novo pode ser bom, mas também pode
ser ruim. Assim como o velho pode ser ruim, mas também pode ser bom”. É
isso, tudo pode ser tudo, não tem, também num é pra ah, não, isso aqui é
tradicional, então não vou fazer não, não, num é isso, você vai questionar e pode
concluir que sim, eu vou manter a tradição. Mas questionando primeiro.
Tem coisas muitas vezes que são valorizadas porque são velhas, por
exemplo. Eu falei de meditação, tem um podcast lá, 75, sobre meditação, muita
gente fala assim, “ah meditação tem que fazer porque é uma coisa antiga, tem que
não sei o que”. Não, num é por isso que tem que fazer, num é porque é antigo que
eu tenho que fazer, isso pra mim é um motivo irrelevante, depois que eu sei os
motivos, e além disso, eu descubro que é milenar, eu acho muito bonito, muito legal,
um storytelling, mas assim, não é o why porque é antigo, tem outros motivos.
Eu fui com a minha mãe pra um encontro de médicos, 45 anos de formados
da minha mãe, ou seja, todo mundo, acima de 70 anos, passei lá 2,3 dias com eles
e foi muito legal a experiência de conversar com tantas pessoas dessa idade ao
mesmo tempo. Meu pai tem mais de 70 e eu converso com ele, mas tantos ao
mesmo tempo, durante 2, 3 dias... E o engraçado é que deu perceber que
claramente que é, tem vários tipos de mentalidade mas eu sempre imagino, um
espectro que vai dá meio que rígida pra a mente flexível, a mente rígida, ancorada
no passado, ancorada a flexões e a flexível aberta ao novo, irreverente e eu vi gente
todos esses estágios.
E o interessante que experiência é um negócio massa, a experiência ensina
muita coisa, tem coisas que realmente, hoje em dia, tenho, já tenho mais de 30 e
olho pra trás e me vejo 10 anos atrás e como a experiência, as coisas que são a
rodagem faz experiência pode ser traiçoeira quando a experiência domina.
Porque experiência é passado e se ela domina seu jeito de pensar, suas
decisões, você está ancorado ao passado e eu vi lá, alguns são colegas da minha
mãe, muitos são do tipo, não, muito jogando na mesa suas experiências pra
justificar que o jeito deles de pensar é o certo. E eu num sei se é certo ou errado,
mas essa cartada usando experiência, ela pode ser muito perigosa porque ela pode
ser traiçoeira e você pode ficar ancorado no passado, no Bloqueio das Tradições.
Eu acho que as grandes lições erradas, uma única lição é que a gente
aprendeu que as soluções antigas, clássicas, tradicionais são sempre confiáveis.
Tradicional, aqui é clássico. E não, na verdade elas não são sempre confiáveis do
jeito positivo, as soluções antiga, clássicas, tradicionais sempre devem ser
questionadas criticamente, sempre devem ser questionadas criticamente.
A gente no Bloqueio do Gabarito, eu chamei o de Bloqueio do Já sei! Aquela
coisa mediante de um problema, a primeira ideia, ah, já sei e se contenta. E o
Bloqueio das Tradições seria o sempre foi assim que é diferente do já sei porque o
sempre foi assim, nem sequer chega no já sei, o sempre foi assim é automático
mesmo. Porque o já sei num é automático, o já sei você pensou numa solução,
apenas parou na primeira.
O sempre foi assim você nem chegou a pensar nessa porque você
automaticamente já fez aquilo seguindo o modo padrão, você nem percebeu que
fez, você nem sequer parou pra pensar que se tratava de um problema e quando
você nem reconhece que é um problema e sai fazendo você tá dando uma solução
automática tradicional.
Tem uma história que é baseada no trabalho científico, mas acabou meio que
virando uma fábula bonitinha, porque, mas é uma fábula que uma grande moral da
história interessante.
É a história é um seguinte. Os cara botaram cinco macacos dentro de uma
jaula e tinha uma escada e tinha umas bananas lá em cima da escada. Ai assim que
botaram, o primeiro macaco foi lá, foi logo pegar uma banana e subiu, quando ele
subiu os outros quatro que ficaram, os cientistas meteram um jato d’água na cara
deles lá, um jato d’água forte, beleza.
Aí, passou, aí outro macaco quis subir pra pegar a banana, quando ele quis
subir pra pegar a banana os cara meteram outro jato d’água nos que ficaram.
Aí a pouco outro macaco subiu, outro jato d’água na galera. Até que, uma
hora, os macacos não deixaram mais ninguém subir porque encontraram um
padrão, de que, oh, neguinho sobe ali, a gente se fode aqui, então ninguém sobe
mais. E aí ninguém mas subia.
Até, eles tiraram um macaco e colocaram um novo macaco, que chegou
agora na história. E esse novo macaco quis o que? Subir, lógico. Quando ele foi
subir, ele levou uma porrada, os cara seguraram ele, não, caralho, subir não, porra,
que conversa é essa? A gente se fode na água aqui e ele não subiu mesmo sem
saber porque, ele não sabe porque ele não subiu, ele só sabe que pô, levei porrada.
Ele nunca viu água em lugar nenhum, ele nunca viu água acontecer.
Aí, eles tiraram um segundo macaco e colocaram um segundo macaco novo
que naturalmente foi subir, os outros não deixaram, inclusive aquele que foi
substituído anteriormente também não deixou porque ele aprendeu que é assim. Até
que em certo momento, todos os macacos da primeira turma foram retirados e tinha
cinco macacos novos e nenhum subia mais. E nenhum deles havia visto água em
nenhum momento. Eles simplesmente entraram ali com essa cultura, tradição de
que não é pra subir ali, por que? Porque sempre foi assim e acabou. E eles não tem
a irreverência de quem disse? De questionar esse padrão, de mudar.
Isso é uma fábula interessante que pode ser aplicada a muitas empresas aí,
que algumas coisas são sempre feitas de um jeito porque sempre foi assim e o cara
que resolveu ser assim, decidiu que ia ser assim, foi lá trás, o cara que criou o
teclado QWERTY ou a carruagem do boi e criou a sua path dependence e o
negócio continua sendo feito sem ninguém questionar porque tá sendo feito assim,
porque questionar gasta energia, questionar gasta energia. Deixa como tá que
economiza energia, o cérebro fica feliz que só.
Lembra que eu falei que a Marta Gabriel tem esse framework, dos 4 P’s, ela
é do marketing, 4 P’s e tal: Pai, Professor, Patrão e Padre. 4 P’s, 4 P’s
bloqueadores de criatividade.
Falamos muito de Pai, de professor em Bloqueios Educacionais. De patrão
nos Bloqueios Mercadológicos, essa história também dos macacos tem a ver com o
mercado também.
E o padre eu nem falei, é interessante dizer que religiões, é difícil falar de
religião, corre o risco de generalizar as coisas, mas a maioria das religiões tem
dogmas, talvez todas tenham dogmas, alguns muitos dogmas, outras menos
dogmas, outras mais rígidas e tal. E dogmas é um nome, um novo nome para
paradigmas ou tradições. Porque dogmas são regras, leis, tradições que já muito
tempo foram feitas, sempre foi assim e não se questionam, e as pessoas, sabe qual
é o momento que as pessoas são irreverentes? Quando dá uma merda, quando dá
uma merda, aí quando dá uma merda… como falo, crise é um convite forçado a
mudança, tá parado lá, sem questionar nada, aí bateu a crise e começa a
questionar as coisas, ligar por que não ligar a irreverência antes da crise? Ligar
questionamento.
Quando teve a peste negra na Europa, milhares e milhares de pessoas
morrendo, loucura, inclusive os líderes religiosos morrendo e quando passou aquilo,
foi a crise. Crise não é só financeira, crise é uma doença, que também vira crise
financeira, lógico, também, econômica. Mas a peste negra foi o monte de grande
questionamento das religiões que as pessoas ficaram assim, porra bicho, até os
padres tão morrendo, até os bicho tão morrendo, como é que é esse negócio de
religião, como é que num protege nem os bichos, rapaz? Todo mundo morrendo de
um jeito bizarro, de um jeito que ninguém sabia na época de onde vinha aquela
loucura, qual era a origem daquilo.
Então, a crise é um momento das pessoas questionarem, crise tem um
pouco a ver com o P lá, crise é uma pressão, é um pressãozinha, essa imagem que
eu coloquei lá da Peste Negra, é engraçado como ela é parecida com a imagem da
Revolução Industrial, da fábrica, enfim, tudo meio parecido.
Então, paradigmas, tradições, dogmas, mais ou menos sinônimos e todos
merecem um “Quem disse, papai?”. Quem disse? Que nada verdade isso é
pensamento crítico, e pensamento crítico é uma palavra que ela sofre algum tipo de
preconceito.
Igual quando eu falei em brainwriting, é sobre divergência, que divergir virou
sinônimo de briga, PT e PSDB divergiram e tal e divergir não é brigar, é ampliar. É,
pensamento crítico, análise crítica não é falar mal, também criou essa associação
que pensamento crítico também é falar mal, pensamento crítico é advogado do
diabo que já chega logo esculhambado, e tal, num sei o que.
Pensamento crítico não é isso, é você analisar criticamente aquilo e a
conclusão pode ser positiva, lógico. Um crítico de cinema só fala mal dos filmes?
Não, ele analisa criticamente e após analisar criticamente ele pode concluir que o
filme é nota 10, é maravilhoso, é lindo, assistam, por favor. Pensamento crítico é
apenas o pensamento de tentar olhar com o olhar que não seja um olhar de
paisagem, de deixar passar, um olhar de maluco ali, é, tentando ir fundo naquilo.
É engraçado que o pensamento crítico ele tem associação negativa com
desobediência, com falar mal. O Raul Seixas ele falava que “desobediência é
uma virtude necessária à criatividade”. Eu acho que desobediência não quer
dizer que tem que ser desobediente quer dizer que faz parte, normalmente, do
processo criativo, algum momento que você desobedeceu alguma coisa e próprio
Raul desobedecia, sabe como? Olha como ele cagava, Raul Seixas, papai, cagando
acocorado. Nem sei se ele cagava assim ou se era só uma foto que eu achei, mas
enfim, achei engraçado isso.
Então pensamento crítico, eu coloquei em vermelho de propósito, mas vou
colocar em verde pra gente mudar a visão de pensamento crítico que não é um
pensamento negativo. É o humor é extremamente crítico, lógico, o humor porque é
olhar pras coisas com uma lupa diferenciada pra encontrar padrões ali e no caso do
humor a gente não quer encontrar padrões pra poder melhorar, criar inovações, a
gente quer encontrar padrões pra poder sacanear com os padrões, mais ainda e
tirar onda mais ainda.
É engraçado que, eu fiz uma série sobre os anos 80 no Comedy Central,
série pela internet e um dos episódios era máquina de escrever. Eu já falei aqui
hoje, máquina de escrever em que eu tive um pensamento crítico, um pensamento
crítico sobre a máquina de escrever, mas um viés positivo de encontrar um cado de
coisa massa que tem na máquina de escrever. Eu vou mostrar só o comecinho aqui,
mas vou botar, deixar no coisa citada nos link. Vídeo.
Eu vou deixar aqui no coisas citadas o link do vídeo completo. É interessante,
uma visão positiva do por que todo mundo deveria comprar uma máquina de
escrever, que é uma extrapolação cômica já, de olhar criticamente, olhar os padrões
e querer avacalhar as coisas.
Então, o pensamento crítico é o olhar questionador com o viés positivo ou
negativo, questionador, fazendo perguntas e como estamos numa mudança de era,
“muda-se de eras é um momento de oportunidade de questionar”, é uma
brecha, uma fenda, mudança de era é uma fenda que tem no mundo, na
humanidade, uma grande oportunidade de fazer diferente e por isso tanta Start up,
tanta coisa inovação, tanta disrupção, é um momento mudança.
Eu falei lá na Introdução dos Bloqueios Mercadológicos, nas forças a
conectividade, a automatização, a população e o planeta que tão criando essa
mudança. E eu chamei de era digital, era pós-digital.
Esse nome digital, muitas vezes pode substituir por era da informação.
Informação, dígitos, tá relacionado e um dos grandes problemas da era da
informação, inclusive, na Singularity. Teve um momento lá que todo mundo tinha
que subir no palco e falar 3 desafios, problemas globais que você gostaria de
resolver, cada um falava 3 pros outros ficarem falando “porra, fulano também tá afim
disso, legal” e vocês se conectarem.
E os meus foram: Melhorar a qualidade de vida dos idosos; Mudar o formato,
modelo educacional das crianças; e Resolver o Information Overload dos adultos. A
sobrecarga de informação, ou seja, era criança, adulto, idosos. Educação de
crianças, excesso de informação de adultos, como ajudar o nosso cérebro. É... não
tá conseguindo, a evolução biológica dele não acompanha a evolução tecnológica, a
tecnologia da informação, e a gente não consegue lidar, tem dificuldade de lidar.
Então information overload, era uma das coisas porque na era da informação,
vai ter excesso de informação, mas o pior, agora tá tendo misinformation overload
que são informações falsas, que na era da informação, temos muita informação,
mas temos dificuldade em ter certeza da procedência das coisas e aí o pensamento
crítico passa a ter um papel um bilhão de vezes maior, que é você criticar as suas
próprias pesquisas e fontes.
Eu fico, eu tô fazendo toda hora, toda hora, tudo que eu estudo, tento
encontrar, questionar, ir mais a fundo, quem disse isso. Eu tenho um site que
chama Coach Investigator, investigador de frases que é um site que essas frases
famosas, elas ficam fazendo meio que uma pesquisa colaborativa pra ter certeza e
dizer “não, essa frase é de Einstein mesmo”. Muito interessante.
A gente tem no Brasil, talvez o maior site do humor no Brasil, seja esse aqui,
o Sensacionalista que é um site de só notícia falsa. E de vez por outra acontece de,
o “UOL publica notícia falsa de ‘Sensacionalista da Venezuela’ como se fosse real”.
Um site de notícias falsas da Venezuela postou um negócio lá e o UOL postou como
verdade, depois o UOL teve que retirar.
O Lindbergh, Senador, é, fez uma crítica à Dória baseada em notícia falsa
também do Sensacionalista. Ou seja, nós temos agora o misinformation,
informações erradas nesse caso, uma brincadeira. Aqui fala o Sensacionalista
brinca com o noticiário. O que é brincar? Brincar é imaginar possibilidades, é ficar
brincando com as possibilidades ali e é isso que eles fazem, fazem sucesso com
isso.
Eu lembrei, velho, quando tava fazendo essa aula, que em 2007, eu inventei
uma notícia falsa, aí eu peguei e botei dentro do template do Folha de São Paulo e
eu mandei pra uns amigos meus, olha o e-mail que eu mandei pra uns amigos meus
daqui de 2007. E eu criei um site, sabe quando você tinha, vou ler aqui, é viagem,
olha a primeira notícia falsa:
“Nessa segunda-feira, 7 de maio, a Polícia Federal, através da Operação
José Cuervo, desarticulou uma quadrilha de garotas de 20 a 25 anos que estavam
praticando o golpe da tequila em 5 capitais. Todas as garotas são aspirantes a
modelos e eram contratadas para servir o destilados para frequentar bares e boates
de alto nível das cidades tal e aplicar o golpe. O crime consistia em abordar homens
de forma sedutora e convidá-los para tomar tequila. A grande maioria topava o
convite e seguiam-se várias rodadas da bebida, pagas pelos homens. Ai o cara
comentando ‘Ela era muito bonita, muito sedutora, não pude recusar o convite,
primeira coisa, como recusar uma dessa, depois de muita tequila e tal, a gente vai
sair, mas realmente ela é profissional e eu fiquei bêbado e ela foi embora’, contando
as vítimas e o objetivo da ação era estimular o consumo da bebida alcoólica que
vinha apresentando uma constante queda nas vendas nos últimos anos, queda
associada ao aumento crescente do preço do produto devido as crises na plantação
de agave, que é a planta da américa central cujo o sumo é destilado para dar
origem a bebida.” Então um crise no consumo, em relação ao preço da plantação. E
a indústria acionou as mulheres para ir às baladas da ir ideia de tomar tequila.
“Segundo o delegado da polícia, Roberto Pires Costa, a quadrilha atuava há 5 anos,
ia sendo investigada”, enfim “as garotas e os envolvidos na indústria estão
enquadrados como formação de quadrilha” e no final tem “especula-se que a
indústria de cloreto de sódio também esteja envolvida”. Do sal, ai vende mais sal da
tequila, enfim. É, isso aqui, os sensacionalistas começaram em 2009, isso aqui eu
fiz em 2007 já, espalhando notícia falsa.
No meu caso era mais escroto porque eu botei o template do site da Folha de
São Paulo, aí é foda e eu mandava por e-mail pros amigos meus e tal. Isso eu tava
começando na comédia na época, enfim, hoje em dia a gente tem que ligar com
isso.
Lembra na introdução dos cerebrais eu mostrei aquela música do Korn, que
fala sobre evolução. Eles criaram um documentário falso dizendo que a natureza
tava dando uma curva na evolução, que a gente fudeu a evolução. Um
documentário falso, com direito à site, diretor, trailer, fizeram um trailer, cada vez
mais a gente vê isso. Vídeo.
Isso ficou tão grande, essas brincadeiras, que a palavra do ano pra 2016,
eleita pelo Dicionário de Oxford. Todo ano tem palavras entrando e a palavra do ano
de 2016 foi post truth, pós verdade porque “pós verdade é um adjetivo que se
relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos (ou seja a
verdade, os fatos objetivos em evidências) tem menos influência (menos) em
moldar a opinião pública do que pela emoção e crenças pessoais”.
É meio que as pessoas quererem, é quando a mentira começa a ter, a gente
teve a eleição de Trump, muitas, as eleições americanas muitas estratégias
envolvendo espalhar mentiras, a história da inglaterra sair da União Europeia,
envolveu muitas histórias falsas que circulam e ninguém quer mais saber qual é a
verdade e acaba que a pós verdade é o momento que a verdade passa a ser o que
cada um acha que tem mais cara de verdade, ai fudeu, papai, ai o bicho pega. Se a
verdade virar assim.
Tem um livro, eu não li esse livro ainda, mas já li um livro desse autor, um
livro chamado Mente Organizada dele. Um cara muito bom e agora pouco ele
lançou um livro chamado Como pensar criticamente na Era da Pós verdade. O cara
que é mais importante numa era cheia de, além das tradições culturais que a gente
carrega como o jeito de botar o suco, abrir post it, a gente agora tem que ficar atento
ainda,o pensamento crítico é mais importante ainda na hora de olhar as notícias e
as histórias. A história da humanidade é, também, é um negócio que eu sempre
tento fazer uma pergunta quem disse? Então, por exemplo, lembra a história do
Arquimedes lá? Contei lá no mito do acaso, e tal, como aquele grande desenho
animado, vamos rever um pouquinho em português, só um pouquinho, aquele
trechinho das cabecinhas fazendo “uhum” “uhum” “uhum”, vamos rever? Vídeo.
Existe uma teoria, que essa história talvez não ocorreu com uma coroa.
Coroa em português, crown em inglês e em latim, corona. E a quilha de um navio,
em inglês é keel, em grego antigo é korone. Então, tem uma especulação que
talvez, Arquimedes existiu, se Siracura existiu, o Rei Eron existiu, se ele estava lá e
tal, mas talvez o desafio dado pelo rei pra Arquimedes era construir o navio
Siracusa, o maior navio do mundo antigo, o Titanic da época.
E pra construir aquele navio imenso, Arquimedes começou a calcular como
fazer caber 2 mil pessoas, 500 cavalos, uma loucura, cavala assim. E aí, ele
começou os estudos, é, e talvez que levou ao mesmo princípio, o princípio de
Arquimedes, do empuxo porque tem a ver com a quilha e com o tamanho que a
quilha gera o equilíbrio com o peso de cima e tal, mas enfim, o princípio de
Arquimedes é o mesmo, mas talvez, pode, ter havido, ao longo da história, a mistura
do corona com com korone e não é uma coroa em si, e sim um navio, que conecta
com máquina de escrever, Corona, na verdade não tem nada a ver, só porque eu
achei engraçado ter uma máquina de escrever escrito, chamado corona, enfim.
Bloqueio das Tradições, lições erradas “as soluções antigas, clássicas,
tradicionais são sempre confiáveis”, não, não são sempre confiáveis, elas sempre
tem que ser questionadas criticamente, pensamento crítico.
E engraçado que pensamento crítico, além do viés negativo que existe de
achar que pensamento crítico é só falar mal, também tem o viés de achar que o
pensamento crítico é falar mal e dos outros, externo. É legal lembrar que
pensamento crítico ele pode ser positivo e pode ser também interno, autocrítico, que
é você questionar, você mesmo, não também, ah, pensamento crítico só vai ser
positivo, mas só dos outros, não, também olhar pra dentro e questionar criticamente
suas crenças e como você pensa.
Bloqueio das Tradições, se fosse resumir num frase, sempre difícil esse
trabalho, resumir numa frase, eu diria que é “confira se os seus padrões antigos
não estão velhos”. Lembra daquela diferença de antigos e velhos que a gente
colocou. É engraçado que, antes mesmo de lançar o curso online, a gente tinha
criado um grupo de criatividade no Facebook pra falar sobre criatividade, hoje em
dia acabou abandonado, mudei pro GunCast, mas eu me lembro que a gente criou
esse topo aqui, Grupo de Criatividade e logo quando a gente criou, oh, foi abril de
2014 e maio a gente criou a primeira turma do curso, ah não, foi em 2015 que foi
iniciar o curso, foi antes da Singularity, olha o que ele colocou, “utilizar o desenho de
uma lâmpada em uma imagem sobre criatividade é criativo?”
Cara, isso ficou na minha cabeça, bicho. Interessante, realmente, que isso
aqui é um padrão antigo que talvez ficou velho também. Uma lâmpada
incandescente, o conceito de luz significar criatividade faz muito sentido, uma idea
criativa é uma luz, tanto que chama iluminação. Mas luz hoje em dia, a referência é
isso? É engraçado que naquele desenho português de Arquimedes, na hora da
iluminação o que aparece? Uma vela, que era o padrão mais antigo ainda, a vela
virou incandescente e hoje em dia, quando for simbolizar luz, a gente tem que por
um LED, um LED solar, propaganda aqui do meu amigo, padrinho da minha filha,
ECOFORCE que ele tem uma empresa de luz solar, agora a luz tem que ser uma
luz LED solar, que esse é o novo padrão.
Bem, pra essa aula eu quero deixar um exercício. É um exercício
interessante, eu chamo de provérbios que atrasam o mundo. Eu queria colocar
Provérbios que fodem o mundo, mas escrito é meio feio, então quando eu vou
escrever atrasam, mas vou falar fodem o mundo porque eu acho mais chocante,
assim.
O que são provérbios? P.f. – popularmente falando – um provérbio é uma
frase que durou no tempo, é uma frase que talvez foi verdade em algum contexto de
local e de época e que ficou famosa, ficou pop, ficou bonitinha, é chique e foi
ficando, foi ficando, foi ficando. O contexto mudou, o ambiente mudou, as condições
mudaram e as pessoas continuam se ancorado nessas frases antigas e muitas
delas estão velhas, não necessariamente todas, mas muitas estão velhas.
Se tiver apenas antiga, bom, mas muitas estão velhas, tipo “time que está
ganhando não se mexe”. Quem disse? Quem disse que não se mexe? Talvez, por
isso que grandes empresas da vida como a Kodak, a Blackberry quebrou porque
tava lá ganhando, tava bem. Tem que se mexer enquanto tá ganhando, rapaz,
enquanto você tá ganhando você tá com energia, tá com capital, tá com disposição,
tá com pilha e você muda enquanto tá ganhando pra não ter que mudar no
desespero, na loucura, num ficar perdendo e de repente, nem tem chance de mudar
mais. Mas, muita gente toma decisões se ancorando nisso. Não, você nunca viu o
provérbio? “Em time que tá ganhando não se mexe, como sou esperto, hahaha”.
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, Raul falou, a
desobediência é necessária, não é toda hora, mas em algum momento, toda
inovação, todo jeito diferente, quando eu falo em desobediência não é só, oh, uma
coisa grotesca você desobediência em vez de tirar o post it assim, tirar assim, to
desobedecendo, é uma desobediência. Imagina se a filha lá do papai Crood fosse
ser obediente, não teria evoluído, se ela ouvisse, se ela fosse 100% obediente nas
premissas do pai.
“É melhor um pássaro na mão do que dois voando”, ... pássaro é bom
voando, né não? Pássaro na mão, pássaro conceito dele é voar, se for na mão, se
for um pombo correio? Pombo correio na mão é uma bosta, bom é pombo correio
voando mesmo, mané mão. E é uma frase usada muito para ancorar não mudar,
não, eu tô aqui garantido, não vamos trocar o certo pelo duvidoso não, porque
melhor um pássaro na mão do que dois voando, então, usa como muleta.
Então eu queria propor um exercício: Quem disse? Clica aqui embaixo e faz
o exercício, pensa em algum provérbio, pode ser, pode fazer várias vezes se quiser.
Pensa em provérbios clássicos, muito utilizados e questiona: Quem disse isso? Por
que assim? E tenta fazer uma crítica, um pensamento crítico, que você pode até
criticar e dizer, opa, esse é legal. Apesar de que eu eu pedi provérbios que atrasem
o mundo, nesse caso é pra analisar criticamente e só postar os que dão merda, tá
bom? E aí a gente vai criar uma coletânea de provérbios, a gente pode ou tentar
criar uma variação do provérbio mais atualizada ou simplesmente o porquê daquilo
que ele prega, que não faz mais sentido.
Pra finalizar essa aula, a música dessa aula, é uma música especial pra mim,
foi uma música do meu casamento, da minha valsa de casamento, eu coloquei essa
música que é de um comediante ameri… australiano, Tim Mitchell,maravilhoso, o
cara é o maior gênio, gênio, gênio ao extremo esse cara, eu amo esse caro, Tim
Mitchell.
É uma música que chama White Wine in the Sun, vinho branco ao sol e tem.
É uma música sobre natal, mas é uma crítica ao natal, mas é uma crítica linda, tão
linda que essa música, já foi colocada em CD de Natal, CD de Natal de verdade,
mas na verdade ela fala mal do Natal mas fala bem também. Ela critica uma parte,
mas também critica, critica e condena uma parte, mas também crítica e aprova uma
outra parte do natal e tem uma parte da música que ele fala assim “eu não ligo, I
don’t go for ancient wisdom, eu não ligo para a sabedoria antiga, I don’t believe just
‘cause idea are tenacious ir means that they’re worthy, Eu não creio que só porque
ideias são resistentes ao tempo quer dizer que elas sejam válidas”. Questionar a
lição, não é porque, ah, é antigo então é bom, não, ah faço meditação porque é
antigo. Não, não é porque é antigo, tem outros motivos pra se fazer. Então, não é só
porque as ideias resistem ao tempo que elas são 100% absolvidas. Então escuta aí,
White Wine in the sun, Tim Mitchell.

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