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Coleção Socioemocional

Luciana Fogaça
CELSO ANTUNES
Adriane Imbroisi

SUAVE
MERGULHO
Suave
mergulho
Texto
Adriane Imbroisi
Celso Antunes
Luciana Fogaça

Coordenação editorial
Bruna Gundim

Edição
LIM – Laboratório de Inteligências Múltiplas, 2022

Apoio pedagógico
Paola M. Hanna

Ilustração
Jacqueline Lima

Diagramação e arte
Vitoria Fogaça

Revisão
Eliane Mara Alves Chaves

ISBN
978-85-93825-09-5
Para todos os educadores, assim como, as grandes
Jaqueline Ribeiro, Tiene Silva, Débora Vitta, Kelly
Caetano, Gabriela Camanho, Geórgia Barbosa, Elen
Tinó́s e Renata Machioni, que gentilmente
compartilharam as experiências vivenciadas nas
propostas do LIM – Laboratório de Inteligências
Múltiplas.
Pessoas da história
GU
STAV

MÃE
AVÓ

PAI
TO TIA
IRE

R
D

OFESSO
R
ALICE
R
P
SUMÁRIO

Eu? 10

Padrões etc. e tal! 14

Tatuagem 18

Banheiros 21

Bons conselhos 24

Qual é a razão da minha existência? 27

Profissão? 31

De 0 a 10 34

Não leve esse capítulo a sério 38

41
Quantas incertezas

45
É mãe e ponto!
Qualidade dos pensamentos 48

Caramba, deixei o velho em recuperação 51

Alice 55

Igual em todo lugar 58

Dispositivo tecnológico ou jogo de botão? 62

Minha família e tantas outras 66

Minha tia e a tal da empatia 69

Pragmático? 72

O japa que abriu meus horizontes 76

Para sempre adolescente 80


EU?
Na aula de hoje, a professora Alzira pediu-me
para escrever uma redação com o tema “EU”.
No começo, achei uma bobeira! Afinal, quem
sou eu para falar de mim? Aliás, falar o quê?
Quem se interessa por uma pessoa como eu, se
nem a Camila, a menina mais linda da classe,
ousa olhar para esse cara cabeludo e
espinhento?

Não pensei que falar sobre mim, fosse algo


relevante; porém, com receio de perder nota,
fiz a tal redação.

E até acho que curti a proposta, gostei de


escrever aquilo que, muitas vezes, não consigo
falar, peguei um caderno que não usei o ano
inteiro e comecei a rascunhar o que realmente
acho de mim.

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Sou um adolescente e odeio quando me
chamam de “aborrescente”. Num dia, acho que
sou o mais legal, inteligente, educado e
bondoso do mundo; no outro, o mais medroso,
indeciso e, às vezes, mentiroso. Não sei nem
exatamente quem eu sou de verdade! Moro em
um apartamento na periferia de São Paulo,
quer dizer, nem isso sei direito, porque o meu
pai odeia falar que a região é de periferia.
Frescura! Afinal, que mal existe em chamar o
lugar de periferia?

Opa! E lá estava eu já divagando e entrando


numas com meu pai em pensamento. Isso é
porque ele pega no meu pé...

Quer saber? Eu gostei do que acabei de


escrever! Estou começando a realizar um
suave mergulho no meu autoconhecimento,
como disse a prô Alzira!

12
Reflexão:

E você que está lendo esse bando de ideias


soltas, sabe descrever a si mesmo em poucas
palavras? Identifica-se com alguma coisa que
escrevi? Vou lançar a pergunta fatal: Quem é
você?

13
PADRÕES ETC. E
TAL!
Vou escrever, mas sem essa bobagem de “meu
querido diário”...

Meus pais são pessoas legais, mas vivem


metidos no passado, acreditando que existem
certos padrões de comportamento necessários
para a felicidade das pessoas.

Meu pai pensa que existe um padrão “certo”


para tudo, pensa numa pessoa metódica, para
ele só existe um modelo de rotina, e essa é a
verdade absoluta de todos os seres na terra,
colocar a gravata, sair para trabalhar cedo e
voltar tarde, chegar em casa e jantar,
assistindo o jornal para ficar atualizado,
como ele mesmo diz, só que ele não percebeu
que para “ficar atualizado” tem que abrir um
pouco mais os próprios olhos.

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Já a minha mãe é um pouco incoerente no
que diz, fica pagando de “precisamos ter um
consumo consciente”, mas compra tudo o que
as propagandas dizem ser bom. Acho isso um
absurdo e vivo perguntando a ela, se é mesmo
necessário ou se ela compra por vaidade. Isso
parece uma piada, mas em casa, os papéis se
inverteram quando o assunto é consumo. Ela
também costuma dizer que, se cada um for
honesto e trabalhador, pode viver como
quiser. Em certo ponto, acho que ela até tem
razão, só não concordo quando ela diz que só
ganha dinheiro quem se mata dia e noite de
trabalhar, talvez essa seja uma crença
limitante.

Caraca! Agora escrevi bonito!

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É impossível acreditar que, em pleno século
XXI, ainda existam pessoas tão “cringes”,
como meu pai e minha mãe.

Reflexão:

E você, acredita em um modelo certo para


tudo? Acredita que só ganha dinheiro quem
trabalha dia e noite sem nenhum descanso?
Costuma comprar o que é necessário ou se
empolga com qualquer propaganda? Já
observou quanto tempo durou o seu entusiasmo
depois que conseguiu comprar algo que queria?
Você sabe o que são crenças limitantes?
Existe alguma que você possa estar repetindo?

17
TATUAGEM
Ontem, avisei meu pai que ia fazer uma
tatuagem no meu pescoço. Mal terminei de
falar, e o velho já foi gritando: ISSO EU NÃO
PERMITO! VOCÊ TÁ FICANDO LOUCO! Foi
tanta besteira que, sinceramente, odiei esse
cara que eu amo tanto.

Se eu tivesse aberto a boca para falar que


iria fugir com a Camila ou que iria pegar o
carro escondido, não causaria um terremoto
tão grande.

Meu pai ainda não tem cinquenta anos;


porém, com essas ideias de dinossauro, é o
velho mais velho que existe. Essa briga
monstruosa com meu pai me deixou arrasado
porque, apesar de tudo, esse cara é um
exemplo para mim e morro de orgulho dele.

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Será que sou obrigado a ter a mesma cara
que todo mundo tem, a vestir a roupa que todo
mundo veste, a sorrir ou ter meu cabelo igual
a todo mundo? O pior é que eu amo esse cara
que eu odeio e, se eu não obedecer, já sei,
estou perdido.

Ainda não sou dono do meu nariz!

Reflexão:

Sua família partilha dos mesmos pensamentos


que você? Tem algo que eles fazem que te
incomoda muito? Você costuma respeitar as
opiniões dos mais velhos? Acredita que tem
hora certa para tudo? Você tem pensamentos
ou ideias que eles se incomodam de verdade? E
sua autoestima como está? Você quer se
diferenciar dos outros ou segue o padrão
estipulado pela sociedade?

20
BANHEIROS
Ontem, na hora do intervalo, eu estava
conversando com meus amigos, quando, sei lá
por que, veio um assunto: que em alguns
países mais avançados, com respeito à
identidade sexual das pessoas, banheiros
públicos não são identificados. Conversamos
sobre não haver preconceito nesses lugares,
mas sim, respeito, e achamos que isso deveria
ser igual em todo mundo.

Tivemos até a ideia de reivindicar com o


diretor-geral da escola, o Marcelão, a
possibilidade de realizar uma ação como essa
aqui na escola. Como o professor Jesuíno diz,
vivemos em tempos líquidos e é preciso acolher
diferentes pessoas e também aquelas que não
se sentem confortáveis em banheiros
masculinos, nem em femininos. Nem
terminamos de falar e ele perguntou se
estávamos loucos, ficou roxo, azul, vermelho,
engasgou, tossiu e disse: quer dizer que

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vocês...
Na hora, logo interrompi, falando para ele
não tirar conclusões precipitadas. Não
estávamos reivindicando em caráter pessoal,
mas pensando em outros, pensando em alunos
que ainda virão... Além disso, não interessa a
mais ninguém, senão a cada um, a questão da
própria sexualidade.

Não sei se teve efeito a nossa tentativa!


Marcelão disse que a escola tem suas regras,
as quais já existiam antes de chegarmos, mas
que iria pensar a respeito.

Reflexão: O que você acha da ideia de um


banheiro não identificado aqui no Brasil?
Como essa temática é abordada entre seus
colegas e sua família? Em sua opinião, como a
questão da identidade sexual é vista? Quais
outras situações em que podemos refletir sob
uma nova abordagem?

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BONS CONSELHOS
Eu adoro a minha avó.

Calma e alegre, gosto dela até quando acha


que é hora de dar uma bronca. As broncas de
vovó nunca machucam; chegam de maneira
mansa, com um sorriso e, assim como quem
não quer nada, ela dá seus palpites como uma
opinião, e não como uma ordem.

As broncas são mais um convite para a


gente pensar.

Ela tem idade para ser bem velhinha, mas


tem pensamentos mais atuais do que muitas
meninas que eu conheço. A impressão que eu
tenho é que tudo que a minha vó fala é
original, que ela não pega emprestado, nada
de ninguém. Ela tem suas próprias palavras.

25
Se minha avó não existisse, era mais que
urgente inventá-la, porque não consigo
imaginar como seria a minha vida sem ela.
Ela é o tipo de pessoa agradável; dá vontade
de ficar o tempo todo perto dela. É sábia!
Mesmo quando se agita numa tempestade de
emoções, ela consegue se equilibrar.

Reflexão:

De que forma você costuma encarar as


broncas de seus familiares? Você é do tipo que
sabe entender quando uma pessoa não está
num bom dia e acaba falando sem pensar?
Quando você age por impulso e fala coisas que
magoam, o que faz para amenizar a situação?

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QUAL É A RAZÃO
DA MINHA
EXISTÊNCIA?
Ontem, quando passei na casa da minha vó,
ela me perguntou se eu acreditava em Deus.

Eu respondi, de bate-pronto: Claro, vovó!


Será que, por acaso, não é para acreditar?

Quase assustado, perguntei também se ela


acreditava em Deus.

Ela me ofereceu uma resposta, sobre a qual


estou pensando até agora.

Ela falou que, mais do que acreditar, ela


ama a Deus. Ela procura mostrar esse amor
sabendo desfrutar da vida, pois acredita que
foi para isso que Deus fez todos nós. Por
isso, ela sorria, cantava e era grata por tudo
que a cercava, respeitando pessoas iguais e
diferentes.

28
Fiquei pensando que, para mim, Deus está na
beleza das flores, nos segredos das águas,
das florestas e das folhas, na incrível e
surpreendente diversidade da vida e em todos
os seres vivos.

Estou aqui escrevendo e questionando a mim


mesmo: Será que minha avó conhece a Teoria
da Evolução? O que ela falaria para Darwin?

Imediatamente, eu soube a resposta que ela


daria para o pai da Biologia: Para crer em
Deus, é imprescindível e essencial que se
creia na vida, nas pessoas que se ama, nas
pessoas que nos amam; a vida é uma
experiência incrível e, assim, podemos fazer
dela um inferno ou um céu, conforme o que
pensamos; por isso mesmo, é muito
importante conhecer a si mesmo, a fim de
escolher respostas adequadas e ter a
sabedoria de ouvir o que os demais têm a nos

29
dizer.

Juro! Eu amo a minha avó!

Reflexão:

Você acredita em Deus? Por quê? Existe


uma forma certa para crer em Deus? Como
o universo começou? Qual o sentido da vida
para você? Acredita que existe vida após a
morte? Você se considera uma boa pessoa?
Por quê?

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PROFISSÃO?
Eu preciso deixar registrado nesse meu
caderno que virou um diário, que nada,
absolutamente nada, me deixa mais louco
de raiva do que a mania do meu pai em
insistir em saber sobre o que eu, afinal,
quero da vida, sobre qual profissão eu devo
escolher. Às vezes, penso que meu pai deve
ficar o dia inteiro pensando nisso...

Ontem mesmo, disse a ele: “Pai, sabe que


andei pensando muito no assunto e estou
em dúvida entre ser um guia espacial e
estudar para ser ‘lixólogo’; quem sabe, eu
faça agronomia, mas me especialize para
ser um fazendeiro vertical; posso fazer
advocacia e me especializar como perito
contra crimes digitais; também penso na
área da saúde e, então, me especializar em
Nanomedicina; senão, deixa eu ver, que tal
ser programador de software ou analista
de marketing digital? Acho, pai, que penso

32
em ser gestor de meio ambiente; também
poderia pensar em uma profissão que ainda
não foi inventada, uma profissão futurista,
como analista quântico?”

Vixi, ele ficou muito bravo, só de lembrar


me dá até um calafrio e foi quando, resolvi
mudar de assunto. Não entendo como esse
pessoal mais velho pensa no futuro dos
filhos, da mesma forma como se pensava a
vinte ou trinta anos atrás.

Reflexão: Você acha que a escolha da


profissão é para a vida toda? Existem
profissões ideais para homens e outras
para as mulheres? Acredita que cada
pessoa nasce com uma vocação? A profissão
certa é aquela que dá muito dinheiro? O que
pensa sobre realização pessoal? Se você
tivesse bola de cristal, quais seriam as
profissões do futuro?

33
DE 0 A 10
Meu grupo da escola veio aqui em casa, era
para ser uma reunião para refletir sobre um
trabalho a respeito de “tradição”.

Como sempre, meu pai resolveu se intrometer


e perguntou como nós definimos a palavra
tradição. Eu, com medo de ele falar mais que
a boca, fui logo respondendo que era a
transmissão, geralmente oral, de costumes e
hábitos antigos, e que geralmente, há uma
vontade de fazer agora o que se fazia antes.

Depois que eu falei pensei que era uma grande


bobeira. Vivemos tempos líquidos, tempos de
mudanças, desde que a Internet transformou
a Terra em uma só aldeia, temos que assumir
os novos caminhos do mundo.

E de novo, e mais uma vez, meu pai


interrompeu minha reflexão, com um
questionamento para todos: “Vocês concordam

35
que existem alguns costumes e hábitos antigos
que mereçam ser preservados? A honestidade,
por exemplo? A bondade, a justiça... Enfim, os
valores da ética e da cidadania não são
tradições que se preservam no tempo, mas
também no espaço? Vocês conhecem, por
acaso, em alguns países ou mesmo entre tribos
ditas selvagens, algum grupo que ensina o
roubo, prega a violência, nega o valor do
respeito ao outro? Eu tenho muito respeito
pelos tempos que estamos vivendo, gosto de me
sentir morador desse tempo, creio que os
tempos mudam e devem mudar, pois, sem
mudança, não existe evolução, mas creio que se
deve olhar a tradição de forma parcial. Mudar
o que melhora a civilização e condenar o que a
envergonha...”

O cara nem respirou! Às vezes, meu pai me


surpreende! Quando fiquei pensando que ele iria
falar um arsenal de besteira, falou pouco e
falou certo. Dez para ele, zero para mim.

36
Reflexão:

Sua família mantém alguma tradição? Se sim,


qual a sensação e sentimento que essa lhe
causa? Você acha que manter certas tradições
é uma forma de preservar memórias
duradouras para as famílias e os amigos? Será
que ignorar as tradições pode comprometer a
base de nossa identidade? Será que ficar preso
a certas tradições nos impedem de ter novas
perspectivas? O que diferencia?

37
NÃO LEVE ESSE
CAPÍTULO A SÉRIO
Não tenho certeza e pode ser até que eu
mude de ideia; aliás, a coisa que mais faço
nesta vida é mudar de ideia!

Num dia, gosto do que não gostava ontem;


noutro, detesto o que mais apreciava dias
antes. Não sei por que sou assim; não sei se
os outros da minha idade são como sou. No
entanto, se eu pergunto, respondem que são,
mas não sei se respondem para me agradar,
porque acham que a pergunta é idiota ou se,
nesta idade cheia de sim e não, é comum essa
mania de mudar de ideia.

Por essa razão, não leve essa reflexão tão a


sério.

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Estou escrevendo o que passa pela minha
cabeça e você que resolveu ler, me diga com
toda sinceridade: Você costuma ser a mesma
pessoa o tempo todo ou já percebeu que muda
de ideia mais rápido do que seu dedo passa
pelos vídeos do TikTok? Não se engane,
responda a partir da sua verdade, porque tudo
que estou escrevendo talvez não seja sério,
mas garanto ser sincero.

Reflexão:

Você acha que as pessoas podem mudar de


ideia? Para você, o que faz as pessoas mudarem
seus pensamentos e comportamentos? Você já
mudou de opinião e ficou com vergonha de dizer?
O que conta mais: as primeiras impressões ou o
conhecimento profundo? Você se deixa
influenciar pelos outros? Quando tem uma ideia,
precisa convencer os outros a pensarem igual a
você?

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QUANTAS
INCERTEZAS
Do que tenho mais raiva na vida? De duas
coisas: a primeira é quando metade do mundo
resolve responder “às vezes” e a segunda é
quando a outra metade responde “mais ou
menos”. Isso me dá uma raiva!

Quase sempre, quando pergunto a um colega


se ele gosta ou não de alguma coisa, que pode
ser para assistir ou comer, ele me responde:
às vezes. É o fim da picada! Puxa! Se a gente
gosta, é claro que gosta. Se não gosta, não
gosta! Assim, para mim, não pode existir essa
coisinha de às vezes.

Algumas vezes, pergunto ao professor como


me saí na prova, e ele vem sempre com o “mais
ou menos”. Poderia dizer que fui bem, que fui
mal, que meu resultado está entre o bem e o
mal, hum, mas pensando agora, entre ir bem e
ir mal, lá estaria o “mais ou menos”, mas, na
verdade, eu acho que o mais e o menos são

42
inimigos, que uma coisa que é mais, nunca
pode ser menos.

Por enquanto, eu evito o mais ou menos.


Quando gosto, é para valer; quando não gosto,
também. Amo meu pai, amo minha mãe, amo
minha avó, amo uma porção de amigos e de
outros familiares; nunca pretendo amá-los
mais ou menos, nem às vezes. Embora tenho
que admitir que, às vezes, sinto raiva deles; é
raiva mesmo, nada de mais ou menos.

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Reflexão:

Você se considera uma pessoa indecisa? Por


quê? Você já titubeou em dar uma opinião
diante de uma pessoa difícil? Suas decisões
são baseadas no que realmente você
acredita? Você acha que o “mais ou menos”
tem a ver com sutileza? Você acha opiniões
taxativas, sim ou não, modelos polarizados,
sem o caminho do meio?

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É MÃE E PONTO!
Minha mãe é, e disso não tenho nenhuma
dúvida, a melhor mãe do mundo. É a única
mulher do mundo que torce para que eu seja
um cara bacana, com muitos amigos. Às vezes,
ela me irrita. Odeio quando ela resolve vestir o
manto da malévola e implicar porque não
guardo meu tênis no lugar, porque vivo
perdendo e achando o meu celular, porque me
esqueço da hora que prometi voltar quando
encontro com a minha turma.

Chego, quase sempre, atrasado, e lá vem uma


bronca! Ela fala que eu poderia ter sido
atropelado, sequestrado, espancado e uma
porção de paranoias, sem contar que ela
apenas poderia ser como é: ela pinta o cabelo
e faz força para mostrar que tem menos
idade, mas implica se eu falo que vou colocar
um piercing. Mas, no final das contas, tudo
bem! Ela é a única capaz de me acalmar e
sempre me oferecer o seu colo.

46
Às vezes, eu tenho raiva da minha mãe,
sinto vontade de trocar a cor da tinta do seu
cabelo para roxo e, depois, quase morro de
arrependimento quando repenso essa atitude.

Aff! Escrevendo aqui reparei, como gosto de


falar “às vezes”...

Reflexão:

Você costuma interpretar as mensagens de


sua família de que maneira? Normalmente,
você as recebe da maneira como foram
pretendidas? Costuma falar e não ouvir?
Como você classificaria a comunicação com os
seus familiares? Clara, tranquila, turbulenta,
sutil, oculta ou um pouco de tudo?

47
QUALIDADE DOS
PENSAMENTOS
Essa história de cultivar pensamentos
positivos mexeu comigo, e fui conversar com a
minha avó sobre isso; se tem alguém que sabe
das coisas, é a minha avó.

Ela me disse que a qualidade dos


pensamentos afeta as decisões que tomamos,
e as decisões determinam a qualidade de
nossa vida. Disse que, com pensamentos mais
vibrantes e positivos, podemos ser mais
criativos e gerar mudanças significativas.
Então, ela foi direto ao que importava
mesmo: ensinou algumas maneiras de
melhorar a qualidade dos meus pensamentos.
E não é que está funcionando!

49
E você, assim como eu, se interessa pela
qualidade de seus pensamentos? Não me
venha com ladainha de que esse assunto não
é importante; então, não pense muito, e
apenas siga as recomendações da minha avó.

Reflexão:

Existe algum pensamento negativo que você


cultiva sobre si mesmo? Já observou que um
pensamento negativo leva a outro e depois a
outro? O que acha de se orientar pela
confirmação positiva, dizendo três de suas
principais qualidades?

50
CARAMBA, DEIXEI
O VELHO EM
RECUPERAÇÃO
Tem dias em que tenho vontade de ter uma
conversa de filho para pai, como se eu fosse o
pai, e não o filho.

Nesse dia, eu chamaria o velho em um canto e


daria a ele uma lição de moral: Papai, eu
terminei de corrigir o seu teste, e você ficou
em recuperação. Porém, não se preocupe, pois
tenho certeza de que, com minha ajuda, você
será capaz de ser aprovado.

A cara dele iria cair no chão, e o teste que


eu aplicaria seria assim:

Primeira questão:
Você sente prazer sincero em ficar com seu
filho?

Segunda questão:
Você sempre combina com a sua esposa o que
vai falar ao seu filho, para os dois falarem a

52
mesma língua?

Terceira questão:
Você e sua esposa são firmes quando dizem
“não”? A sua firmeza é carregada de doçura
ou você diz “não, por que não”?

Eu já estou preparado para ajudá-lo em sua


recuperação e ainda diria: Não fique
chateado, você vai conseguir!

53
Reflexão:

Você concorda que cada pessoa é única em seu


jeito de pensar e agir, que gerar expectativas
sobre ela pode causar decepção? Consegue
imaginar quantas expectativas os pais têm
com seus filhos? Cada pessoa pensa e age de
acordo com sua verdade e com aquilo que
considera certo. Você não acha que, ao invés
de querer mudar alguém, não é melhor
compreender a história de sua vida? Já parou
para pensar que, muitas vezes, a pessoa não
consegue dar o que não recebeu? Você
gostaria de ser mais compreendido?

54
ALICE
O time em que jogo não é um time oficial, não
disputa torneios e muito menos participa de
competições com outros times organizados.
Na verdade, o time é o da garotada da minha
rua e das ruas próximas; quando sobra um
tempinho, a gente se reúne para um bate-
bola, meio no estilo de futebol de salão, com
seis para cada lado, ou menos, se faltar
alguém.

Embora ninguém na turma seja um completo


“perna de pau”, ninguém também é craque,
mas faz o que pode e, quando está jogando,
nem se dá conta que joga em quadra meio
abandonada, com a velha rede tão
esburacada e remendada, que não segura
quase nada e só balança quando sopra vento
mais forte.

56
Nem é perna de pau, nem craque, mas quem
eu, sinceramente, mais admiro nesse bate-
bola é a Alice. É a única mulher a topar o
futebol com os meninos e, é uma garota tão
linda que todos os garotos olham, quando ela
está vestida para festa.

Alice tem um ar diferente das outras


meninas. Ela joga futebol e é feminina. Ela
faz o que gosta, com seriedade.

Nossa! Lendo o que eu escrevi, eu fui muito


machista, só porque joga futebol, não pode
ser feminina?! Tô pior que meu pai, pensando
assim. Credo!

Reflexão: Você acha que todas as pessoas


deveriam ter os mesmos direitos? Por quê?
Você costuma julgar ou rotular as pessoas
pela sua aparência? A maneira como as
pessoas se vestem diz muito sobre elas?

57
IGUAL EM
TODO LUGAR
Esse negócio de que profissão tem gênero só
pode ser coisa de doido!

Eu acho que não existe e não pode existir


coisa mais sem noção, ridícula mesmo, do que
muitas pessoas mais velhas acharem que
competência, dedicação, capacidade e
profissionalismo são coisas de gênero.
Sinceramente, não existe conversa que mais
me deixe enjoado do que ouvir dizer: isto é
coisa de homem; aquilo é coisa de mulher; e
vice-versa.

Tudo bem; reconheço que, no passado, esse


negócio de gênero era bem mais pesado. Coisa
de homem, era coisa para macho; coisa de
mulher, era coisa de mulherzinha! Nada a
ver!

Escrevendo agora que entendi uma coisa


sobre a aula de ontem, quando o professor de

59
história falou o que era machismo
estrutural, que já era um lance cultural, que
essas coisas estão tão impregnadas na
sociedade que nem percebemos quando
estamos sendo, do mesmo jeito quando pensei
sobre a Alice.

Caramba, os tempos são outros e isso não


muda? Será que a cuca das pessoas precisa
sempre se guiar pelo retrovisor? Eu não
concordo com isso e, quando converso com
meus colegas, vejo que eles pensam também do
jeito que eu penso.

Bondade não tem nada de feminino ou de


masculino, assim como dignidade, caráter,
educação, dedicação, coragem, otimismo,
confiança em si e mais uma porção de
atributos.

60
E você, o que acha?

Reflexão:

Você conhece alguém que pensa diferente de


mim? Você acha que todas as pessoas
conseguem cumprir qualquer papel na
sociedade e serem eficazes? Existe algum
estereótipo no meio em que você convive? O
que você acha a respeito? O que a frase
“lugar de mulher é onde ela quiser”, lhe diz?
Sabe porque essa frase foi criada?

61
DISPOSITIVO
TECNOLÓGICO OU
JOGO DE BOTÃO?
Noutro dia, talvez querendo tirar um sarro
da minha cara, meu pai perguntou do que eu
mais gostava: ficar pendurado o dia inteiro
no meu smartphone ou ficar lá na garagem,
jogando botão sozinho e irradiando meu jogo?

Eu penso que ele não estava nem um pouco


interessado na resposta que eu poderia dar.
Na verdade, acho que estava fazendo uma
crítica, porque preferia que o filhinho dele
ficasse pensando sobre a profissão do futuro,
e não se divertindo, batendo bola com a
turma ou sozinho com os olhos na telinha, ou
ainda jogando botão.

Injustiça. Tremenda injustiça!

Será que meu pai perguntou sem maldade,


sem intenção de crítica? Será que foi apenas
para puxar um assunto? Será que eu estou
interpretando mal, achando que ele só quer

63
se meter na minha vida? Sinceramente, não
sei!

Se eu gosto de meu pai? Eu gosto mesmo e


também não tenho o direito de duvidar desse
amor. Então, por que sempre levo para o lado
negativo qualquer palavra, qualquer frase,
qualquer discurso dele? Eu sou um cara
esquisito e, quando me passa pela cabeça que
não gosto do meu pai, acho que eu não estou
gostando é de mim mesmo!

Será que eu estou? Será que alguém dos meus


amigos já vivenciou uma experiência
parecida?

64
Reflexão:

Já aconteceu de você duvidar da intenção da


fala de alguém? Como se sentiu e como
comunicou a sua dúvida? Você consegue
equilibrar o lazer com os estudos? O que você
anda priorizando na sua vida? Acha que a
tecnologia pode atrapalhar o seu foco?
Justifique. Você está revertendo a tecnologia
a favor dos seus objetivos?

65
MINHA FAMÍLIA E
TANTAS OUTRAS
Ando pensando... Minha classe é composta
por trinta e dois alunos. Pelo que sei,
pertencem a quatro tipos diferentes de
família. Porém, sinceramente, acho que
existem outras salas na escola, com menos
alunos, e ainda mais tipos de família.

Ainda outro dia, em um animado bate-papo


com a minha turma, ficamos pensando em
quantos tipos de família seria possível
encontrar nesse mundo moderno. Pensamos,
discutimos, discutimos, pensamos e chegamos
à conclusão de que seriam uns oito tipos de
família.

Acho isso muito natural, afinal de contas,


essa história de família, pai, mãe e filhos,
não existe mais!

67
Uma família, pelo menos na minha cabeça e,
na cabeça da maior parte dos meus colegas, é
uma pequena comunidade, que convive, unida
por três coisas: por quem educa e ensina
valores, por quem controla as más ações e
valoriza os bons sentimentos, por quem cuida
do bem-estar da família, seja com pais
biológicos ou não.

Família não é um bando. Família é apenas


uma coisa: amor. Se existe amor entre os
jovens e os adultos, e se, por existir amor, há
a necessária proteção e ajuda mútua.

Reflexão:

E para você, o que é família? Já percebeu


quantos modelos de família existem? O que
acha disso? Concorda comigo sobre as três
coisas que definem família? Acrescentaria
algum?

68
MINHA TIA E A TAL
DA EMPATIA
Minha tia, irmã da minha mãe, é muito
legal. Sinto que ela gosta mesmo de mim; se,
por acaso, um dia imaginar que eu queira a
Lua, garanto que ela seria capaz de inventar
uma escada especial apenas para me dar de
presente.

Minha tia está terminando o curso de


Direito. Ela adora tudo o que diz respeito às
funções de advogado. Creio que lê um livro ou
mais por mês e sempre gostou muito de ajudar
outras pessoas, será que é por isso que
escolheu fazer faculdade de direito?

Dias atrás, me contou que acha essa tal de


empatia, a maior das qualidades humanas e
que essa força estranha faz com que, cada
um sinta o outro em si mesmo.

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Para dizer a verdade, eu sinto isso; sempre
que assisto a um filme no cinema ou na TV,
sinto o personagem em mim mesmo, sofro por
ele e fico revoltado quando vejo que ele sofre
alguma injustiça. Se isso que sinto não é essa
tal de empatia, então não sei o que é sentir o
outro em si mesmo, na vida real ou na
imaginária.

Reflexão:

Com qual frequência você costuma se colocar


no lugar das pessoas? Você costuma se
sensibilizar mais com as dores das pessoas
próximas ou de estranhos? Alguma vez, você
já se envolveu tanto com a pessoa, que ao
invés de ajudá-la, chorou junto? O que você
gostaria de receber das pessoas, quando tem
um problema ou se sente péssimo?

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PRAGMÁTICO?
Dias atrás, ouvi minha mãe dizer para uma
vizinha que detestava pessoas pragmáticas e
que ainda bem que meu pai era um “romântico
incurável”, palavras dela...

Achei esquisito e fiquei conversando comigo


mesmo. Acho que sei o que é ser romântico:
uma pessoa melosa, que vê tudo colorido,
sensível ao extremo; porém, esse tal de
pragmático ficou “grudado” na minha cabeça,
e tratei logo de procurar seu significado.

Pragmático é uma pessoa direta, prática e


realista. Naquela hora, eu não tinha nada
mais importante para fazer e fiquei pensando
sobre o assunto. Descobri que o contrário de
pragmático também é ser subjetivo, abstrato
e adivinhe minha conclusão: Sou um cara
muito pouco “romântico” e procuro ser sempre
bastante pragmático.

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Acho legal ser de uma geração que sofre de
“sincericídio”, às vezes, sincera demais, mas,
por outro lado, direta, com a esperteza de
perceber que pode ser realista com a
possibilidade de fantasiar, até com
pitadinhas de romantismo. Eu acho que um
pragmático, sensível e inteligente, vale mais
do que dez românticos ingênuos. É isso o que
eu penso!

Já a menina que senta do meu lado na sala,


aquela é sonhadora, parece estar no mundo
da lua, mas é imbatível na criatividade e nas
aulas de artes. Cada um é um!

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Reflexão:

Você é pragmático ou sonhador? Você


consegue identificar em quais situações você
costuma ser mais pragmático? Você acha que
sensibilidade tem a ver com gênero? Quando
você vê alguém chorando, costuma se
sensibilizar? Já parou para pensar que a
sensibilidade está diretamente ligada a
atenção? Você está atento ao que as pessoas
ao seu redor estão sentindo?

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O JAPA QUE
ABRIU MEUS
HORIZONTES
Eu até gostaria de cabular aula hoje, mas
meu pai resolveu tirar uma folga do trabalho
e para evitar a fadiga, fui correndo.

Quando penso que não poderia piorar... o


Susuki, professor de história, veio com um
papo estranho sobre compreender o motivo
pelo qual realizamos as coisas, tipo: estudar,
cultivar valores éticos e morais, conhecer a
si mesmo e muito mais. Parece que ele anda
combinando com a professora Alzira
maneiras de nos chocar.

Percebi uma vontade incontrolável dele, nos


tirar o sossego, quando perguntou sobre
Projeto de Vida, mas será que eu tenho um?

Na dúvida, resolvi perguntar a ele de que


forma eu poderia colocar o meu Projeto de
Vida para rodar, já que ele se acha tão
sabichão.

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Acredita que ele me apresentou uma
ferramenta chamada Ikigai? Uma
combinação de iki (vida) e gai (valor), que
pode ser traduzida como “razão de ser”.

Ele disse que, conforme a cultura japonesa,


todos nós temos um Ikigai, ou seja, uma
razão de ser ou um caminho para a
realização da vida.

E ainda completou dizendo que será uma


excelente ferramenta para criação do meu
Projeto de Vida, que com procedimentos
claros, leva minha mente, com o meu coração,
diretamente para o meu propósito.

Caramba, esse Japa é demais!

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E se liga, depois que descobri o meu Ikigai,
estou muito, mas muito mais, focado e
determinado.

Reflexão:

Você já pensou em seu Projeto de Vida? Como


você se vê daqui a uns anos? Já percebe qual
sua área de interesse? Qual seu talento
natural? Qual seu maior sonho? Como acha
que poderia contribuir para o mundo ao seu
redor?

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PARA SEMPRE
ADOLESCENTE
Custei, pensei, avancei e recuei, imaginei e
apaguei da minha imaginação. No entanto,
dessa vez, não existe mais espaço para
recuar.

A decisão foi demorada, mas muito bem


pensada e deixarei registrado aqui nesse
caderno, ou melhor, diário. Vou empacar
nessa minha adolescência, cheia de dúvidas e
de incertezas, mas que amo; porque amo
tanto, eu resolvi não mudar. Vou morrer,
tomara que daqui a uns noventa anos, mas
vou morrer sendo o adolescente que sou e que
jamais, jamais mesmo, deixarei de ser.

Então, ficarei adolescente minha vida


inteirinha, porque ser adolescente significa
ter o bem no coração, procurar o lado bom
em cada um e curtir.

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Viver a adolescência com toda a força
significa gostar de se divertir, de estudar, de
namorar, de levar foras, de cantar ou de
assobiar ao ter vontade, pouco importando
quem esteja por perto.

É aprender a cada dia e saber usufruir desse


mundo maravilhoso, ao qual eu pertenço, e a
cada novo amanhecer, recriar uma
inspiração.

É, afinal de contas, perceber que essa é a


única fase da vida que realmente se aprende a
aprender e a compartilhar, para aproveitar
cada segundo e amar a sensacional doçura de
existir.

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Ser adolescente é descobrir que o mundo está
repleto de maravilhas e que; quem consegue se
conectar com amorosidade, consigo mesmo e
com o todo; vive tranquilo e enfrenta os
desafios do dia a dia como uma possibilidade
de crescimento.

É, com certeza, uma fase da vida que vale à


pena viver!

Agora, finalmente, de peito aberto e em voz


alta, posso dizer que resolvi: não vou ser
adulto!

Reflexão: E você, pensa como eu, gostaria de


permanecer adolescente? O que acha dessa
fase da vida? Como imagina a fase adulta?
Comparando as quatro principais fases da
vida: infância, adolescência, adulta e velhice,
quais as alegrias e tristezas de cada uma
delas? Qual delas prefere? Por quê?

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Luciana Fogaça
É paulista, natural da cidade de Carapicuíba, e mãe de duas adolescentes que
a inspiraram nessa obra. Sempre se interessou pelo processo de
autoconhecimento e desenvolvimento emocional e social. É psicanalista,
especialista em aprendizagem socioemocional e em Atenção Plena. É
apaixonada por projetos que promovem a saúde mental e o bem-estar de
crianças e jovens. É idealizadora do programa Ser Presente, o qual atende
inúmeras escolas de todo o Brasil, e uma das principais autoras do LIM
(Laboratório de Inteligências Múltiplas), contribuindo para ampliar o foco e o
desenvolvimento integral de educadores e educandos.

Adriane Imbroisi

Graduada em Comunicação Social, trabalhou em agência e departamento


de marketing de multinacional. A maternidade lhe inspirou para fundar uma
escola de educação infantil aonde atuou como Diretora Educacional e
Pedagógica até 2021.
Nestes anos de atuação e especialização foi autora com Registro na
Biblioteca Nacional da Metodologia Didática/Pedagógica baseada nas
Inteligências Múltiplas, sendo precursora na Implantação da Metodologia
para Educação Infantil baseada no estímulo as Inteligências Múltiplas.

Celso Antunes

É um dos maiores educadores da atualidade. Mestre em Ciências Humanas,


é membro da Associação Internacional pelo Direito de Crianças Brincarem
(UNESCO), embaixador da Educação junto à Organização dos Estados
Americanos (OEA), membro fundador da entidade Todos pela Educação e
autor de mais de 200 obras.
Você sabe quem é você? Sabe se definir
em poucas palavras?
Relaxa! Quase ninguém, com 14 anos,
sabe! Mas aqui entre nós, que tal tentar?
Eu já iniciei esse processo, e foi
mantendo um diário, que comecei a
refletir sobre meus pensamentos,
sentimentos e até meus sonhos.

E como sou muito gente boa, vou entregá-


lo de bandeja, para você se inspirar e
descobrir o que te faz único e feliz.
Agora, antes de começar, me responda
com toda sinceridade?! Topa iniciar seu
suave mergulho?

Venha encontrar várias respostas para


inúmeras perguntas que passeiam pela sua
cabeça e desvende seus valores e seus
objetivos mais íntimos e especiais.

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